relat final mesmo 1 [1] · 2006-12-08 · Foi decidido, com a ajuda do tutor, que o rumo do projeto...
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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E CONTABILIDADE
Relatório final Casa do Zezinho
Grupo 6: Julie Mishima Priscila Caroline de Andrade Cazelatto Priscila Coimbra Rodrigues Renata de Souza Plens Renata Rodovalho Gonçalves Silvana Lee Suzi Mie Nishimura Tutor: J A l J
ÍNDICE
1. Introdução....................................................................................................... 3
2. Problemas com a captação de recursos ..........................................................5
3. Desafios na gestão .........................................................................................10
4. A questão da comunicação nas organizações ................................................13
5. Conclusão ......................................................................................................17
6. Questões PESC ..............................................................................................19
7. Parágrafo para o site ......................................................................................22
8. Bibliografia ....................................................................................................23
INTRODUÇÃO
A globalização, além do desenvolvimento, agravou problemas como a desigualdade
social, a pobreza, a violência, poluição, conflitos dos mais diversos tipos se intensificaram,
dificultando o papel do Estado em solucioná-los. Para isso, surgiram propostas alternativas
como as Organizações Não-Governamentais (ONG’s), que não pertencem ao Estado, mas
adquirem um caráter público a partir do momento em que se dedicam a causas e problemas
de cunho social. Formou-se, então, o chamado Terceiro Setor, que é definido como um
segmento que atua na esfera pública não-estatal, formado a partir de iniciativas privadas,
voluntárias, sem fins lucrativos e de benefício coletivo.
Foi através do PESC que o grupo seis teve contato com esse tipo de organização.
Desde o início de 2005, a equipe aprendeu como se estruturam e conheceu suas principais
dificuldades, tentando assim, resolvê-las.
A entidade acompanhada foi a Casa do Zezinho, que apresentou inicialmente
necessidade de desenvolver um projeto para um terreno doado, com o intuito de criar uma
fonte de renda para a instituição, para ampliar sua atuação e ajudar mais crianças e
adolescentes com suas atividades.
O projeto tinha o objetivo de realizar um levantamento de custos na construção de
um acampamento e um centro de convenções para esse terreno. Logo de início surgiram
alguns obstáculos como ocorrido na primeira apresentação, que fizeram perceber que o
grupo deveria oferecer mais alternativas além da idéia do acampamento. Foi decidido, com
a ajuda do tutor, que o rumo do projeto não seria alterado, com intuito de que a entidade
pudesse saber se o empreendimento era adequado e viável, ou se ela deveria partir para
novas idéias. Então, foi realizada uma visita à Casa do Zezinho, para a obtenção de
informações sobre o terreno, tais como suas dimensões, o relevo e a planta que apresentasse
dados complementares. Após uma conversa com a Maria Célia e com a “Tia” Dag sobre o
projeto, constatou-se uma série de problemas que “paralisaram” o trabalho.
Atualmente, a entidade enfrenta dificuldades financeiras devido à perda do
patrocínio da Xerox, necessitando de uma nova fonte de captação de recursos. Esse
problema foi agravado com o roubo de todos os cabos elétricos e, de acordo com a Casa, o
orçamento para uma nova fiação ficaria em torno de R$300.000,00. Também deve ser
considerado que o terreno foi emprestado por um prazo pré-determinado (16 anos), ao final
do qual ele deverá ser devolvido.
Além disso, o grupo se deparou com uma certa indiferença e falta de colaboração da
Casa, que, mesmo depois de várias tentativas, não enviou a planta do terreno, como
prometido pela própria Tia Dag. Em posse das dimensões do terreno, seria possível levantar
os custos, analisar a viabilidade econômica do empreendimento e, assim, estruturar o
projeto.
Com as dificuldades apresentadas acima, o grupo se encontrou impossibilitado em
prosseguir com o projeto, o que o desmotivou. Então, recorreu-se à ajuda do PESC, mais
especificamente do Pedro, para desistir do projeto. Porém, após uma longa discussão,
optou-se por continuar com uma forma simplificada do projeto, com base no levantamento
de custos e posterior comparação das taxas de retorno da instituição em questão com as de
outros acampamentos visando saber se a execução do projeto compensaria. Retomou-se o
diálogo com a Casa, que persistiu na idéia de se detalhar a pesquisa, ou seja, obter as fontes
e os valores exatos. Todavia, isso não foi possível se a Casa não colaborou em enviar a
planta do terreno.
Frente a isso, concluiu-se que nosso projeto fugiria da “vontade” da Casa e,
conseqüentemente, não teria valor para a instituição e não a ajudaria. Apesar das
dificuldades encontradas, da falta de colaboração e recursos, o grupo continuou a
desenvolver o projeto, mas com uma mudança no objetivo do trabalho.
Foi observado que a idéia inicial tornou-se sem sentido, não podendo ser executada,
uma vez que faltou colaboração da instituição, como já mencionado anteriormente.
Decidiu-se, então, a partir de todos os acontecimentos do ano de 2005, elaborar um
relatório final que aborde todos os impeditivos enfrentados, que envolvem tanto a própria
entidade quanto quem a ela se dedica.
Assim sendo, o objetivo de tal é discorrer sobre a realidade que, assim como a Casa
do Zezinho, muitas organizações do terceiro setor se encontram.
Problemas com a Captação de recurso
1-Relação entre as ONG’s e o Estado
Atualmente, as ONG’s de todo o mundo passam por dificuldades financeiras e a sua
sustentabilidade é agravada com o aumento da concorrência, não só entre elas, como
também com outros novos atores, a começar pelo Estado ou os governos em geral. A
Comunidade Solidária e Fome Zero são bons exemplos de recursos que antes iam para
ONG’s realizarem seus projetos e agora são canalizados para políticas públicas
governamentais, em que o Terceiro Setor executa os programas oficiais.
Ao mesmo tempo em que compete com o Terceiro Setor, o Estado destaca-se como
o principal contribuinte financeiro às entidades sociais e, aqui também, surge um outro
problema que é a forte dependência das ONG’s ao Estado, trazendo riscos para a
capacidade crítica e de inovação delas. Essa dependência resulta de diversos fatores. A
Constituição de 1988 impôs ao Estado a universalização de serviços sociais, bem como a
promoção de direitos de terceira geração (como os relacionados ao meio ambiente, por
exemplo), o que trouxe melhorias substanciais para o país. Todavia, com a necessidade de
ajuste fiscal e uma transformação em seu papel, os governos, em todos os níveis, não tem
recursos materiais e humanos para prestar sozinhos esses serviços. As ONG’s, com
experiência no trato dessas questões, emergem, então, como aliadas do Estado.
Acontece que, obviamente, quem financia os projetos tem direito de fazer demandas
e controlar o uso dos recursos, enfim, fazer a accountability do processo, monitorando tanto
os dispêndios quanto os resultados das ações. O problema surge quando o financiador
interfere a ponto de retirar o poder de deliberação, seja das ONG’s ou dos beneficiários dos
programas financiados. Assim, ressaltaremos como o perigo às ONG’s, a perda da
autonomia e do poder que tem de apontar as falhas dos governos na formulação e execução
das políticas.
Além do fator acima, as ONG’s enfrentam enormes dificuldades para captar
recursos na sociedade e no mercado – no Brasil, a filantropia desinteressada está longe de
ser uma realidade e só muito recentemente as empresas estão acordando para a chamada
responsabilidade social empresarial. Destaca-se também a questão da visibilidade que o
setor privado vem buscando ao menos no Brasil, para seu investimento social. É grande o
numero de empresas que prefere abrir seu próprio instituto ou fundação, executarem ela
mesma sua política social, no lugar de apoiar outras organizações.
2-Relação entre os recursos e serviços
Há dois perigos típicos na relação entre recursos e serviços: ilusão e ineficiência. O
primeiro perigo é uma entidade ”viver enforcada” o tempo todo, querendo atender todo
mundo, mas sofrendo uma enorme pressão pelos poucos recursos que tem. Isso é quase um
vício. O sintoma é o grupo reclamar o tempo todo que os recursos não são dados, que os
outros são culpados, que é preciso mais dinheiro. O gestor deve tomar cuidado para não se
iludir de que os recursos vêm logo, “até o fim do ano”. Ao se enganar, aceita atender tantas
pessoas, atender todos que o procuram. Contudo, às vezes, os recursos não vêm. É
necessário ter um plano para esse caso, algumas metas, alguém trabalhando nisso, pois
certos recursos podem ser lentos para mobilizar. Essa ilusão gera tensão, frustração,
irritação, desmotivação nos que estão ao redor.
O segundo perigo é a ineficiência. É o caso da entidade que se acostumou a ter
muitos recursos ou então a viver reclamando. Ela esquece de ver como está a eficiência do
uso dos recursos que tem aquilo que está dentro da entidade. O gestor, para escapar desse
perigo, pode se perguntar, regularmente: “O que estamos usando? Como podemos usar? O
que podemos usar melhor? Onde estamos desperdiçando? Por quê? Quem usa melhor do
que nós? O que pode ser transformado em outros recursos? O que pode ser vendido? O que
pode ser trocado? O que pode ser doado?”.
3-Relação entre os recursos e a sociedade
Como entidade social, o Terceiro Setor, de utilidade pública muitas vezes, os
recursos provém de: repasse de impostos pelo governo, venda de produtos e serviços ou
doações. Entidade social, por sua natureza, recebe doações. Compreender o gesto de doação
é fundamental para uma entidade social. Se ela se mantiver somente de repasse do governo,
funcionará quase como uma entidade estatal. Se ela se mantiver somente de venda de
produtos e serviços, funcionará quase como uma empresa.
Doar, no seu sentido mais puro, é um gesto de reconhecimento e amor. Por isso, a
relação entre a sociedade e recursos define a legitimidade da iniciativa na sociedade, na
comunidade. Por meio dela, pode-se avaliar quanto o papel da entidade é reconhecido. Daí
são tiradas duas dicas fundamentais. Primeiro, é preciso divulgar o que é feito na entidade.
A sociedade só repassará recursos se souber que a entidade existe e o que faz. Segundo, é
preciso conhecer o que a sociedade quer, o porquê de ela doar, para o que quer doar. São
dois pontos de partida para o processo de captação, marketing e comunicação.
A captação de recurso
Solicitar uma doação é a ultima parte de um processo de planejamento e
investigação que deve ser bem desenvolvido para não se reduzir as possibilidades de êxito.
Assim, a pessoa responsável pela captação de recurso deve ser preparada, ter experiência e
habilidade de reflexão.
O captador de recursos deve analisar o presente, observar o que pode acontecer e se
utilizar de experiências do passado para estipular um objetivo econômico. Além disso, é
sua obrigação crer na instituição e transmitir isso aos doadores, assim como demonstrar
conhecer a organização.
É preciso compreender o doador, procurando entender a maneira como pensa e suas
expectativas, assim, terá instrumentos pra desenvolver uma relação de longo prazo com
esse.
A captação de recursos não tem só a função de obter dinheiro, mas também
estabelecer e gerenciar relacionamentos com pessoas e organizações que podem ter
interesse na sua entidade.
Vender as conseqüências da doação e compartilhar com o doador experiências são
outros princípios que auxiliam na captação de recursos. Por melhor, valiosa e eficiente que
uma entidade seja, as pessoas darão recursos apenas se estiverem convencidas de fazê-lo.
Não se deve partir do princípio de que as organizações merecem receber apoio, mas
sim de que o apoio deve ser conquistado.
Uma entidade sem fins lucrativos, de interesse público, deve ter transparência total.
Faz parte de sua missão divulgar resultados e disseminar aprendizados para outras
entidades. Deve mostrar claramente para os doadores e para a sociedade não apenas de
onde vieram os recursos, mas também como o dinheiro foi aplicado, qual o benefício social
gerado e que prática podem ser multiplicadas.
Quem procura recursos não pode apresentar-se como quem busca caridade, e sim
como representante de uma entidade que irá utilizar o dinheiro e o apoio recebido de forma
eficiente e responsável.
A recaptação exige tempo e paciência e requer planejamento. Inicie uma campanha
de (re)captação de fundos antes que surja a necessidade.
O emprego de um roteiro simples, como o apresentado a seguir, pode ser útil no
processo de elaboração do material institucional para uma campanha de doações:
1. Introdução com o propósito de despertar interesse para a organização, seus desafios e os
problemas que a mesma procura solucionar.
2. Relevância da organização no contexto social e regional
3. Breve histórico da organização destacando sucessos do passado
4. Aspectos de destaque da organização e seus programas/serviços
5. Desafios atuais da entidade demonstrando que os mesmos foram devidamente avaliados
6. Lógica da campanha, demonstrando que a mesma resulta de um processo de
planejamento
7. Explicação sobre como os recursos serão empregados e importância dos mesmos para o
sucesso da iniciativa
8. Papel que a doação pode ter na solução dos problemas sociais visados
9. Apelo final para que efetue a doação
10. Instruções para realizar a doação
O desafio na gestão
Muitos estudiosos e especialistas concordam que atualmente o principal problema
das organizações do terceiro setor é a má administração. Se nas décadas de 70 e 80, o
principal desafio delas era a sobrevivência num ambiente político desfavorável e o
reconhecimento da sociedade para suas causas, atualmente elas necessitam demonstrar que
são competentes em prestar serviços à comunidade de maneira eficiente e eficaz. Em
resumo, ser eficiente é fazer algo da melhor maneira com os recursos disponíveis e ser
eficaz é alcançar os objetivos determinados. As organizações do terceiro setor à primeira
vista, parecem ser cronicamente deficitárias e subcapacitadas para desempenhar seu papel.
O aperfeiçoamento da administração destas organizações deve ter um papel importante na
ruptura de um ciclo precário de operações levando ao desempenho insatisfatório,
substituindo por uma relação ideal onde o bom gerenciamento levaria ao alcance de
resultados positivos que permitiriam a captação de recursos suficientes e a atração de
profissionais qualificados, superando as adversidades do meio. Já é fato que ainda há muito
a melhorar na gestão de entidades sem fins lucrativos. Melhorias na gestão podem levar a
resultados bem satisfatórios a curto prazo. No entanto, não se deve acreditar que a
Administração pode levar à solução de todos os problemas da organização. Na verdade, ela
é uma ferramenta que possibilita o alcance de resultados melhores.
Non-profit management
Uma corrente que adquire força nos últimos anos afirma a necessidade de adaptar a
Administração à peculiaridade das organizações sem fins lucrativos. O’Neill, defendendo o
campo de non-profit management education como uma área de conhecimento
independente, afirma existirem "diferenças significativas na realidade organizacional das
non-profits, que as distinguem de entidades for-profit e governamentais, e portanto nos
conhecimentos, habilidades, atitudes e valores necessários para gerir estas organizações".
O autor aponta oito distinções principais entre organizações do terceiro setor e outros tipos
de organização, relevantes para refletir sobre o tipo de capacitação que estas entidades
requerem:
Propósito/Missão: Ganhar dinheiro, para as organizações sem fins lucrativos, é
subsidiário ao propósito de prover algum bem ou serviço; enquanto para as empresas
privadas, a provisão de produtos ou serviços tem por objetivo gerar dinheiro.
Valores: Todas as organizações têm valores próprios, mas em nenhum setor os
valores são tão centrais ao propósito quanto no terceiro setor.
Aquisição de Recursos: Empresas normalmente obtêm recursos através da venda de
produtos e serviços; órgãos governamentais obtêm a maior parcela de seus recursos através
de impostos. Organizações do terceiro setor recebem dinheiro das mais variadas fontes:
vendas de serviços, doações de indivíduos, grants de fundações, empresas e do governo,
resultados de investimentos patrimoniais etc. A aquisição de recursos no terceiro setor é,
portanto, uma tarefa altamente complexa e demandante de uma variedade de técnicas e
conhecimento.
Bottom Line (resultado): No terceiro setor não há a mesma clareza existente no
mercado quanto ao que representa um bom resultado e quais são os melhores indicadores
de eficiência e eficácia.
Ambiente Legal: A legislação que incide sobre o terceiro setor difere
significativamente das leis dos outros setores, particularmente no que diz respeito à
aplicação dos recursos e à tributação.
Perfil do Trabalhador: No terceiro setor, uma parcela do trabalho é realizada por
voluntários não-remunerados. O tipo de atividade realizada, o nível de qualificação dos
trabalhadores e a forma de remuneração diferem no terceiro setor da realidade do Mercado
e do Estado.
Governança: A estrutura de poder e tomada de decisão no terceiro setor atribui um
papel importante ao conselho da entidade, formado por voluntários que não devem se
beneficiar dos resultados da organização. A relação entre o conselho e o corpo profissional
tende a ser mais próxima do que ocorre no Estado e no Mercado.
Complexidade Organizacional: O’Neill argumenta que uma non-profit é
tipicamente mais complexa do que uma organização empresarial, no tipo e variedade de
serviços prestados, na relação com múltiplos públicos, na dependência de fontes variadas
de recursos e outras dimensões.
Estas características apontadas não fazem as funções de Administração no terceiro
setor diferentes daquelas de qualquer outro tipo de organização, como ressalta Fernando G.
Tenório, que emprega na gestão de ONG’s as funções da Teoria Clássica de Administração:
planejamento, organização, direção e controle. O mesmo pode ser dito para as áreas
funcionais e departamentos típicos de uma empresa, como marketing, gestão de pessoal,
operações, gestão contábil e financeira etc.; todos podem ser encontrados também em
entidades sem fins lucrativos. Mas o perfil do terceiro setor reveste estas funções de
atribuições específicas que requerem do seu profissional os conhecimentos, habilidades,
atitudes e valores específicos a que se refere O’Neill.
A questão da comunicação nas organizações
São inúmeras as dificuldades que as organizações enfrentam ao longo de seus
trabalhos, mas existe uma questão que geralmente fica colocada para segundo plano: a da
comunicação.
É consenso que este fator é de suma importância para uma melhor compreensão e
por conseqüência, um bom desenvolvimento do trabalho de uma organização.
O uso da comunicação geralmente está restrito a um simples instrumento para a
chegada de um fim, e não como um meio que integre populações e comunidades, de forma
que haja o compartilhamento de conteúdos que venham trazer mudanças significativas. É
uma possibilidade de organização: identificar possíveis carências, listar tarefas e
prioridades (MENDONÇA, M.).
Porém tal constatação não se aplica apenas ao âmbito da troca de informações e
experiências entre organizações, mas também da relação entre colaboradores (voluntários e
os profissionais da área do terceiro setor) com a própria organização. O diálogo franco e
aberto entre as partes envolvidas sobre a situação da instituição (seus problemas, suas
qualidades) e dos colaboradores (acerca de suas limitações de trabalho que irão e podem
realizar), são de suma importância para que não haja cogitações errôneas das metas a serem
estabelecidas.
Haveria assim, o aumento da eficiência do trabalho realizado em prol da
comunidade. A transparência da parceira traz uma relação de confiança essencial para o
desenvolvimento do envolvimento pessoal do indivíduo em relação a causa da organização
em que este participa.
Compreensão da comunicação
A comunicação, uma questão essencialmente social, inclui a transferência e a
compreensão de significados, ou seja, é entendido o conceito que se quer transmitir. Não
existe a interação e grupo sem a comunicação.
Comunicação implica a relação entre a parte que transmite e a parte que
compreende. Enquanto não for transmitida e entendida por outros, uma grande idéia não
efetividade da comunicação), codificação e decodificação (inclui a predição do
comportamento do receptor), ruído (pode ocorrer devido a inabilidade do emissor, o estado
emocional do receptor, da presença de fatores externos de distração ou de terceira pessoa
não envolvida diretamente com mensagem) e feedback( retorna da reação do receptor à
mensagem enviada pelo emissor).
Já o modelo orgânico inclui a reciprocidade entre o emissor e o receptor, quando em
comunicação. As partes percebem e reconhecem existir, em seu comportamento e na
percepção do outro, possibilidades de melhorar o processo de comunicação,
compartilhando a responsabilidade pelo aprimoramento. O modelo é complementado pela
necessidade não só de focalizar o comportamento explicito das pessoas, mas também sua
percepção aos demais. Se a percepção do outro encontra aqui sua importância, o mesmo se
dá com relação à percepção de si mesmo no processo de comunicação.
O modelo sistêmico considera o ambiente no qual a comunicação ocorre e oferece
mais possibilidades de entendimento do processo total. É o modelo mais apropriado para
discussão da comunicação interpessoal nas organizações, pois engloba as características
encontradas nas comunidades organizacionais: estrutura de grupo, fatores organizacionais,
características as tarefas, normas de comportamento, práticas e modelos de estão, políticas
e valores organizacionais.
A comunicação empresarial possui três funções: produção e controle (destinada à
execução, monitoramento, controle e avaliação dos trabalhos), inovação (comunicação de
mudanças) e socialização.
O mapeamento os sistemas de comunicação empresarial (meios, instrumentos,
veículos de comunicação, côo também os atores e suas relações) é fundamental para a
apreensão do universo simbólico da organização.
Considerações sobre a Comunicação
Um dos principais problemas encontrados pelo GRUPO 6 do PESC no
desenvolvimento do projeto foi a comunicação. Obteve-se dificuldades em transmitir uma
mensagem clara ao receptor, além disso, ouve bloqueios por parte do receptor que não
demonstrou confiabilidade nas mensagens transmitidas. A ong apresentou problemas de
comunicação e esse pode também ter sido um dos motivos da perda de patrocínio.
Essa dificuldade é visível em diversas ONG’s e o grupo também pode presenciar
esse problema em um outro grupo do PESC, que tratava a ong Gotas e Flor com Amor.
Nesse caso, a instituição apresentava problemas de comunicação internos, entre
funcionários e voluntários que comercializavam o produto da instituição.
Esse são apenas alguns exemplos de um problema presente no terceiro setor, a
comunicação.
CONCLUSÃO Durante o desenvolvimento do PESC, diversos imprevistos surgiram. Inicialmente,
foi preciso colaborar com a Casa do Zezinho para fazer um projeto de um acampamento
infantil juntamente com um centro de convenções que seria construído em um terreno
doado à instituição.
Começou-se a pesquisar sobre o assunto, conhecer esse tipo de serviço, analisar
preços, ou seja, iniciou-se o projeto, no entanto, um tempo depois, situações como o roubo
da fiação do terreno e a perda de patrocínio tornaram o projeto inviável e sem prioridade
para a organização.
Apesar de todos os ocorridos, o grupo decidiu continuar com o PESC, pois notamos,
ao trabalhar com Casa do Zezinho, que as organizações do Terceiro Setor apresentam
grandes dificuldades para desenvolver seu trabalho e conquistar resultados de sucesso.
Um dos problemas reconhecidos foi a captação de recursos. Muitas entidades vivem
de auxilio do governo, de empresas privadas ou da sociedade, no entanto acabam muito
dependentes de somente um dos colaboradores citados. Conseqüentemente, perdem sua
autonomia e são obrigadas a seguirem a política do seu doador. Outra situação comum, que
se observa na Casa do Zezinho, é a perda desse patrocínio, o que põe a entidade em sérias
dificuldades financeiras. Ela aceita atender o mesmo número de crianças que antes, no
entanto, a incapacidade de se manter com o recurso escasso ameaça até mesmo a
continuidade da entidade.
Também existe o problema com a administração das ONG´s, que tem se mostrado
deficitárias levando a desempenhos insatisfatórios. Surgiu uma corrente que defende a idéia
de adaptar os conceitos de administração às instituições, uma vez que essas não são e nem
se comportam como empresas lucrativas do mercado e também não são como as empresas
do governo. O perfil do terceiro setor reveste as funções da administração de atribuições
específicas que requerem do seu profissional os conhecimentos, habilidades, atitudes e
valores específicos. É preciso desenvolver uma administração para o Terceiro Setor.
Outro problema, que merece destaque, está na comunicação, isto é, as organizações
deixam de informar aos seus colaboradores a sua situação, a importância do seu auxílio e
os resultados obtidos. Essa falta de diálogo acaba por prejudicar as futuras colaborações,
passa de algo inútil. Comunicação significa também repartir, compartilhar, é ação entendida
como um processo de socialização e de evolução humana tanto em forma como em
conteúdo.
Quando se trata desse assunto, as primeiras vias lembradas para comunicação são a
fala e a escrita, porém, os gestos também expressam mensagens fortes e relevantes e além
desses existem outros meios como os trajes e modos de comportamento.
Nas organizações empresariais os processos de comunicação não são apenas
maneiras de perpetuar e disseminar a cultura da empresa, repassando aos seus elementos os
padrões aceitáveis e validos de estruturação do trabalho, de resolução de problemas e de
relacionamento interpessoal, também são formas pragmáticas de estabelecer e fazer
cumprir objetivos e metas.
Existem alguns conceitos relacionados a comunicação que devem ser apreendidos.
São:
Emissor: sujeito que dirige a mensagem
Receptor: a quem a mensagem é dirigida
Canal: meio pelo qual a mensagem é enviada
Mensagem: é o produto real a codificação da fonte
Informação: conteúdo da mensagem
Código: transformação convencionada de elemento a elemento que permite
converter mensagens formadas por um conjunto de signos em outro conjunto de singos.
Sinal: signo antecipadamente convencionado ou inteligível que transmite
informação.
Ruído: Distorção na transmissão da mensagem.
Sistema: conjunto complexo organizado por partes interativas.
Existem alguns modelos que relacionam esses fatores citados e fornece o método de
comunicação. Entre esses modelos está o Modelo de Mão Única que considera a
comunicação um processo do emissor para o receptor, que se aprimora quando o emissor
utiliza técnicas corretas para transmitir adequadamente a mensagem ao receptor. Já o
Modelo de Interação adiciona quatro novos conceitos; canal (papel importante na
uma vez que o doador, não sabendo sobre a instituição e sobre o que foi feito com o seu
auxilio, se vê distante da organização e desmotivado para continuar a colaborar. Esse pode
ser observado na Casa do Zezinho em que ocorreu falha na comunicação da instituição com
o grupo do PESC. Não houve, por parte da entidade, um esforço suficiente de colaboração
com o projeto, ao não disponibilizar os dados importantes para o desenvolvimento do
trabalho, como, por exemplo, a planta do terreno.
É lamentável a nossa incapacidade em contribuir diretamente para a melhoria da sua
gestão. No entanto, observamos que, com a superação desses problemas já citados e a
criação de planos bem definidos, a entidade poderá se tornar um exemplo para muitas
outras ONGs.
Ao longo do projeto, tornou-se cada vez maior o nosso respeito pela determinação
dos membros da Casa do Zezinho, por possuírem como metas profissionais e pessoais a
melhoria da situação das pessoas da comunidade ao redor, especialmente os jovens, junto
com a sociedade. Isso é um motivo de admiração a esses membros que dedicam a vida a
uma causa nobre, como a educação de crianças e adolescentes, e que se empenham em
solucionar dificuldades enormes para dar continuidade ao do trabalho que realizam. Nesse
sentido, foi bastante proveitosa a nossa participação no PESC, pois cada um pôde
desenvolver, dentro de si, um sentimento de responsabilidade social e passar a se considerar
como agentes fundamentais de humanização do espaço de vida das pessoas e de suas
atividades.
QUESTÕES PESC
Julie Mishima
1. Este projeto representa que em sempre podemos chegar na meta.Não depende apenas de
um lado a realização de um projeto como o do PESC. Existem várias fases que podem
tornar-se um sucesso ou não. Porém isso não significa que seja um fracasso. Chegando ou
não na meta, o que valeu é o aprendizado de que projetos podem ser adaptados ao longo do
tempo, à medida que os imprevistos acontecem.
2. O projeto que desenvolvemos apresentou vários contratempos. Ao meu ver, da
expectativa inicial, quando fora apresentada a instituição na qual iria-se trabalhar, até o
fechamento do projeto, pode-se dizer que o princípio e o fim são diferentes.
Priscila Caroline de Andrade Cazelatto
1. A participação no projeto ocasionou amadurecimento pessoal. Além disso, o
envolvimento também contribuiu na formação de habilidades que, futuramente, serão
fundamentais em minha profissão, já que acarretou uma melhora em minha capacidade de
interagir e negociar com outras pessoas; desenvolveu a forma como trabalho em equipe e
supero obstáculos. Por fim, com a não realização desse, aprendi a lidar com os insucessos e
deles tirar soluções para outras situações.
2. A meta inicial era de que o projeto fosse viável para assim ser efetivado e,
possivelmente, atender as necessidades da entidade em questão. Porém, tal objetivo não foi
atingido, uma vez que a instituição em questão perdeu seu principal patrocinador
impossibilitando a concretização desse (plano de negócios para a utilização do terreno
emprestado). Apesar do insucesso, o grupo amadureceu no que diz respeito a enfrentar
futuras barreiras ao longo da vida profissional de seus integrantes.
Priscila Coimbra Rodrigues
1. Participar esse projeto significou amadurecer o conceito de administração. Foi entender
um pouco mais essa carreira que pretendo seguir e como as técnicas aprendidas na sala de
aula têm um fundamento no cotidiano de um administrador, na prática. Esse
projeto acrescentou muito em minha aprendizagem.
2. A expectativa dos resultados pessoais foi alcançada em partes, uma vez que foi possível
obter novos conhecimentos como desejei no início do projeto, mas não foi possível
desenvolver o projeto que nos foi passado no início, não chegamos a um projeto para Casa
do Zezinho.
Renata Rodovalho Gonçalves
1. Participar do PESC significou para mim aprendizado. Pude ter contato com uma
organização não-governamental, representante do terceiro setor, o que não ocorreria se não
fosse pelo PESC. Com isso pude adquirir conhecimentos sobre um lado da sociedade
brasileira que não conhecia, do qual fazem parte pessoas que dedicam a vida a uma causa e
que têm consciência das necessidades e pontos fracos do nosso país. Conseqüentemente,
pude saber o quanto isso pode ser barrado pelas dificuldades que aqui apresentamos.
2. Minhas expectativas de resultado pessoais não foram alcançadas. Pretendíamos ajudar a
entidade e mudar alguma coisa para eles realizando aquele empreendimento que lhes
gerasse renda. Mas como isso não ocorreu, não há como ficar satisfeita. Mas, mesmo assim,
acredito estar ajudando de alguma forma ao expor aqui as dificuldades que enfrenta a
maioria das organizações não-governamentais atualmente. Isso tem total relação com o
PESC, que tem o objetivo de mudar essa realidade e fortalecer esse setor, dando
oportunidade para que pode e quer ajudar.
Silvana Lee
1. Ter participado de um projeto no PESC foi muito importante porque me proporcionou
um aprendizado que não poderia ter em sala de aula. Também me aproximou mais da
realidade do terceiro setor que para mim, até então, era desconhecida. É ótimo ter a
oportunidade de desenvolver um projeto para entidades que necessitem de sua ajuda.
2. Alguns dos resultados foram alcançados, mas infelizmente, o principal, que seria a
elaboração de um projeto que ajudasse a Casa, não foi possível alcançar apesar do esforço
do grupo. Porém isso não impediu que outros resultados se concretizassem como o ganho
de novos conhecimentos na área do terceiro setor.
Suzi Mie Nishimura
1. Ao participar desse projeto, encarei de perto a realidade do Terceiro Setor no país,
repleta de problemas sérios e de difícil solução. Nós encontramos inúmeras barreiras que
impediram a realização de uma ajuda concreta à entidade, frustrando não apenas a
expectativa dela, mas também a nossa. No entanto, acredito que a experiência de vivenciar
tais problemas proporcionou um aprendizado necessário que não poderíamos obter nas
salas de aula. Assim, a participação desse projeto significou um crescimento pessoal
importante.
2. Em relação ao projeto, esperava um ganho maior de conhecimento e experiência sobre as
questões enfrentadas pela entidade social e, além disso, desejava realmente ter alcançado os
nossos objetivos de buscar alternativas aos problemas da Casa do Zezinho. Porém, visto
que o esforço do grupo foi suficientemente grande e estimulador para enfrentar vários
desafios no decorrer do ano, tenho uma satisfação pelos resultados finais.
PARÁGRAFO SITE
O grupo objetivava a montagem de um plano de negócios para a utilização de um
terreno emprestado à Casa do Zezinho. A Instituição desejava a construção de um
acampamento e um centro de convenções no terreno que serviria para ampliar os projetos
sociais administrados pela entidade. Porém, com a impossibilidade de se implantar o
projeto, o grupo optou por listar as dificuldades encontradas pelas ONG´s e relacionar com
o que a referida instituição enfrenta (falta de recursos pela perda de patrocínio).
BIBLIOGRAFIA
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