Relatorio GTDN

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POLÍTICA DE ECONÔMICO - P4Rn o NORDESTE SEGUNDa EDIC40 - SUDENf

Transcript of Relatorio GTDN

  • Ut~A POLTICA DE OESE~~OLYIMENTO ECONMICO

    -P4Rn o NORDESTE SEGUNDa EDIC40 - SUDENf

  • MINISTRIO DO INTERIOR SUPERINTENDNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDEST~

    Assessoria Tcnica

    UMA POLTICA DE DESENVOLVIMENTO

    ECONMICO PARA O NORDESTE

    ( EsluDD 2!2bor2.:lo pe!o Grupo o Tr2b2Jho p2r2 o Desenvolvimento do Nordeste)

    2.a Edio

    RECIFE - 1967

  • ldit:o dl' 1959, ela l'rtsid[nlia da lfrp!i!i,,1. Con-;cJho do Dl'sl'nYolYiml'nlo. (;rupo dl' Trabalho parn o Dcstn\ol\imtcnto do Xordcstl' u;TDSJ publicada no Rio dl' .lm1ciro pelo Depart
  • Em razo do intcrhsl' !JlT!llanl'nk dLspertadu por Csll' dol'lllllL'IltO elaborado pelo Grupo de Trabalho para u DLsc1nohillll'nto do :\ordestc ((;TD:\ J. do Consc-lho de Dl'sLl1\uhimLnto. o ou,tl sLn iu de pea !ll'l'limin.ir .l l'onnp~:w l' criac~lO d:l Sl'DE:\'E. a .'\ssessori;1 TClnilt ;1dwu por ]Jl'Ill rcl'dit-lo.

  • SL\fAHIO

    I:-;nrnn L '\o \)

    () '.';O!WESTE '>.\ EUl'>O:\II.\ Bl{.\S!LEIH.\ Li 1. Disparitlatks tlt nnis dt tltstn\o!Yillll'llto 1.i J Disp.\:\!IUJS ll\ I:t:U>O:lll.\ !li) '>tJKl>ESTE 1. Co1nporL1mt11to dt sl'lur v:..:ll'rno J Compurtanwnto tio .sdor pli!ito

    TI! .\SJll:t:Tos Ft:o~.:\Ii\.OS Jl() :i!HJBl.E:,I.\ lL\S sf:t .\'.'-. li:2 1. .\ sCca t't11110

  • I:\TRODn;Ao

    O prcscnte documento compreende uma anlise sucinta elo problema que representa o ~ordeste, no quadro do desenvolYimcnto econmico nacional. e um conjunto ele recomendaes concretas que. levadas prtica, podero modificar os dados dsse problema L encaminhar uma soluo definitiva do mesmo. Enumeraremos a slguir os pontos centrais dessa anlisc e as dirrtrizes que orientam as referidas recomendaes.

    1. ..\ dispari(ladc dl' nvris

  • recursos do ::\onkstc principalmcnk nos anos bons; recursos que saem ela regio cm busca das melhores oportuniclaelcs de inYestinwnto oferecidas pelo Centro-Sul.

    5. O dcscnYol dmento da economia nordestina tem recebido seu impulso bsico, at o presente, do setor exportador. Foram as exportaes ele acar, algodo, cacau, fumo. couros e peles, algumas okaginosas e uns poucos minrios que lhe permitiram alcanar o atual grau ele limitado descnYoldmcnto. ::\o perodo aqui analisado, as rlutuac)es da economia nordestina acompanharam ele perto os 1110Yimentos elo quantum de suas exportasLs, consideradas conjuntamcntl as Yl'IHlas para o exterior e para outras ngies elo pais ..\s exDOrta~es para o exterior foram sriamente 11rcjuclicaclas, at 1953, pela poltica cambial. .\s exporlai. A ngrcssiYiclack rlo sistema tributrio frckral. e mais ainda a rlo estadual e municipal. faz com que a 'carga tributria do ::\orckstc se.ia, dentro elo conjunto ela Fcclera-o. maior elo que seria de

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  • se esperar dado o seu nnl de rcnda ..\ regressi\'idade Sl' deve tambm ao fato cle a referida carga se ter mantido estvel, tanto no :\orcllsk. como no Centro-Sul. l'Illliora a rl'nda desta ltima regio haja crescido com intLnsidade muito maior. FssL' o sistlnw trilJutrio pr.Jgrl'sSiYo. l' a rvgio, cujo nivc! llc renda mais aumentou. \'Cria Ias i:sse fenmeno no se oli ser\' a nem rncsmo com respeito carga tri!Jutria frei era!. Como pro\a dn mnior regressividade da arrecadao estadual, a carS"a rcpresenUicla pl'lo impsto de renda P
  • dimento. Do ponto de \'sta do conjunto da populao trabalhadora, '' atiYidade mais importante a agrcola. :\Ias para a classe proprietria. a pecuria apresenta, quase sempre, maior significao econmica. :\a fazenda tpiLa da regio. a criao de gaclo L' a cultura (ll' alguma Xl'l'lifila lquasc sempre o algodo moc), atiYidacles que do origem a renda monl'lria, eombinam-se com uma agricultura de su!Jsist[ncia produtora lk gneros alimentcios. f2 exatamente ste ltimo setor o mais afetado pelo regime irregular e a reduo da prl'cipitc1so plu\'iomtrica, que detcrmiuam o fenmeno peridico da,, sCcas. . . O c0Lt1iso de uma 1iroduo Lk alimentos, organizada L'Oillo agricultura de suilsistCncia. assume. nccessriamentc. dimenses de caLunidaLk social. Para que se tenha uma idia da magnitude tlCs:;L L'Olapso. basta indicar que, no Cear, a produ'o ck arroz baixou, L'm 1958, com respeito ao ano anll'rior, 82 por cento; a ele feijo, SI)',. a de milho. 83'' L' a de ilatata-doce, G' e., Como erisL' de produl;o. a sca muito mais gran~ do que a crise tpica ela economia c~1pitalista. Esta ltima decorre de um colapso ela dL'mcuida l'fetiYa, e por isso mcsnw sua carga ll'Illk a tlislrilrnir-sL' por lodo o sisll'ma l'l'Ontnnico. :\o caso da sca, o impado concentra-sl' no segmento mais frgil do sis!L'ma : a agricultur:i de subsist0nl'ia. _\.s repcrcussc!cs sociais so, por conseguinte, muito mais profundas.

    10. O combate aos cfcito.s :Lic; scas ll'm consistido, at o presLntc" L'lll mLtlitlas dl' curto pra:o - - prindpalmcnk de lll'lcr ,,,:sisll'ncial --- e de longo prazo. concentrando-se estas ltimas na construi":o de uma r ele de ap1t!es. Por mo',iYos dinrsos, nenhuma clcs:;:L; 111:(lidas conseguiu ainlLl modificar o curso dos acontecimentos. SLnt!o a sCca uma crise da proclu~:io dl'lnminacla por fatres fsicos. as medidas tle curto prtizo no potll'm. l'\-idenl'IllC'niL'. atacar a raiz do prohl~ma. Limitam-SL' a criar. arlificialmLntL'. uma d-mtl!Hla de ;1limentos. que s pode ser satisfeita atraYs elo suprimento externo. _.\s medidas de longo prazo tm sido orientadas no sentido ela criao de uma importanll' rlk ele a\,'udcs, mera etapa preliminar na execuo ele uma poltica de melhor apro\'citamento de terras e guas na regio. Tanto as medidas de curto como as de longo prazo tm contribudo. indiretamente. para fixar na regio um excedente clemogrfito crescLnte. sem modificar em nada os dados fundamentais do proiJlema. Com deito : estima-se grosso modo que, nas zonas

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  • semi-ridas dos Estados mais afetados, metade da popula~0 l'Ill idade de trabalhar foi reduzida indigncia, por ocasio da ltima sca. Pode-se afirmar com segurana que a sca no hoje problema social menos graYe do que quando se iniciou o combate sistemtico aos seus efeitos.

    11. O Plano ele A~ o apresentado neste documento l'Sl l'Srruturndo l'Ill trno de quatro diretrizes bsicas :

    a) intensificao cios inYlstimentos industriais, Yisando criar no ~ordeste um centro autnomo ele expanso nianufatureira;

    b) transformao ela economia agrcola da faixa (unida, com ,istas a proporcionar uma oferta adequada ele alimentos nos centros urbanos. cuja industrializao eleYer ser intensificada;

    c) transformao progrcssiYa da economia elas zonas sl'miridas no sentido ele clc\'aJ' sua produtiYidaclP P torn-la mais rcsisll'n te :10 impacto elas scas; e

    d) deslocamento ela frontl'ira agrcola do ::\orrlesk, Yisando inlorpmar i! economia da regio as terras miclas elo hintaluncl rnaranhcnse. que esto cm condies de receber os excecknics populacionais niados pela reorganiza~o da economia da faixa Sl'llli-rida.

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  • I. O :\OI\DESTE :\_\ ECO:\Q:\IL\ BRASILEIR_\

    1. DISP.\RJD.\DES DE xin:rs DE DESEXVOLVDIEXTO

    O :\ordesk brasileiro - -- considerada como tal a regio que se estende ela Bahia ao Piau - produziu cm 1956, ltimo ano com respeito ao qual se dispe de estatsticas macroeconmicas detalhadas, uma renda de 102 bilhes de cruzeiros (1). A cada um dos 18. mil!Hics ele habitantes da regio corresponderam, nesse ano, crca de 5.5 mil cruzeiros. Em confronto com a regio Centro-Sul cio pas (2). a populao elo :\orclesk. equhalenclo a 50 por cento do efetivo demogrfico. aufcri:t uma renda per capita ela ordem ele 32 por cento.

    Quadro 1

    POPCL\.\0 E REX!l_.\ IJ,\S PIUXCIPAIS REG!ES DO BR_.\SIL E:\1 1836

    REGI.3.0

    Norte Nordeste Centro-Sul

    BRASfL

    ( 1 1 H.end;:i.. l1ru:::~

  • .-\ renda per capita do :\ardeste, eon\ertida a uma taxa adequada de cmhio, no alcanarn 100 dlares, cm 195() (3) o que indica que essa regio se inclui entre a.s menos clcsenYolYidas elo hLmisfrio ocidental. :\a Yerdade, o :'\ardeste brasileiro constitui a mais extensa rea de baixo nvel de clcsenvoh-imento do continente americano. Com renda per capita similar encontram-se, na _.\mrica do Sul, a Bolh-ia e o Paraguai; na Amrica Central, Honduras, e, no Carihc. o Hai:i. Entretanto, a significao do :'\ordcstc, no quadro do subdcsLrnolvimcnto latino-americano. salta Yista se se tem cm conta que a populao ele todos sscs pases. considerada em conjunto. no alcnna meta ele da nordestina.

    Comparada com a do Centro-Sul. a renda per capita elo ::\ardeste infl'rior a um tro. Esta diferena mais chocante que a exis'en!P tntre o nn:I de renda per capita do Centro-Sul e a de pases ai tumente in

  • ----------- ----------- ---

    .1 Cm grnu muito Jlll'no1 de capi:8liza;io nas indstrias. o Cjl!l' Sl' podl' aferir pl'lo Li!o utn1:-- :-:.l ~\ :(t!:- .~-' )' Tn::~l }1111

    1 :\ 1 m:: c:ruzt:-:'

    Ch dados do ttuadro iicimil indiL'illll l!llL'. 1m 19.ill. ;t nndi1 rn~dia por pLsstw 01upada l'l'il. i!Jlroxim;Hh11111ntc :Li Yezb m;iior no Cl'ntru-Sul. Essa difl'nnL,'il. 1ntnt;rnto. aU11H11!aY;1 irnra ~.8 no sl'!or il{Ji'l'Oli!. l'OlllO 101Jfinllal''lll dt lllll' lll'SSl' sdo1 i lllllS ill'l'!1lli11b il dts\i111!il;..!1m nLi!iYa do :'\ordLst1 . .T olistT\a111os (!lll' a baixa produtiYid;1dt i\;1 arinilltll"il nordLstin;1 t1111

  • Comliinando l-ssn dois dl'ito ulitl'lllOS par
  • '.2. JSl'.\IUIJ.\llJ:s llE i{]L\IO llE ;'.udos ::ntvrions, !Jasc:1dos l'Ill est:its!icas fragml'nlrias, 1i,1:iam indicado qul'. no
  • lllll ano dt' SL'l'a. poill'-st' dar por l'l'l'lo C[lll'. no Illllll'Illo Jll'l'Sl'Illl' 1('Ollle,os dl' HJ;~lJ. no ak:rn,ar Sl'C!lllT :rn por l'l'nto d:t rlo Sl'LI l'Olllpatriota d:1 rl'gio Cl'ntro-Sul.

    Para dar Ullla iICE::. ]JA P.i!OPL(_-\.0 H.E:\L 11'.+ i' }111) 1

    1(!j';I 1~~ ;'"; 1 1 i::.,J1 1 ~1.) :2 ~ ;1.-, ;; 1;1.J : 1 ;1.J.i 1'..-'.)lj

    ~onk:-:~ 1li~.] 1111 ~.' 1 1Ji lirti, 1 ' ; ,, - 1 ))., l :2~1 ' 1:3-;" .~

    ( cntro-~:1: l i ij." 1 l :2. -~ 1 :21 .'i 1 :2;1 . 1 ") " : 1 " 1.)1 J1

    l:JL\o'I L i ''-i-. 1 1 1 .. 1 1 ' '. 1:.! .-, . ' ~ :_:, - ,.;,.; l ~'.J1

    :\o ptT1do l'Olll]lrl'l'ndiilo t n!r: !H~8 : 19:11i. :1 prndu~:-10 r.:!l do :\urdes[(' 1Tt'.;ttu :\7 por ,,nto. u qu. t'lll'rt'.spon..Jt :: u;11:1 Li::: '1Cllllliil:.Hla ntro-Sul :lllllll'I:tou :1 uma taxa ele ,0na dt :J.: por l'tnto. 'l ;i:i.'iSO qu1 o :rnrn111to da nntla /11'1' 1rtfJ/u do :\ordcsll' no il'r ~ll]ll'l'

  • .\ksmo que se limilt a anlisc aos dados rdatiYos produc;iio nL com1w0Ya-sc que o ritmo de crl'scimcnto do ::'\onksll' corrcs

    pond~ a pouco mais de llll'l:1de do o!Jst'l'\":1do no Cl'ntro-Sul. l"m;: projl'~i.o 1k tvndh1l'ias para os prc'1ximos nos p

  • pois o barateamento rclatiYo elos transportes foml'ntar a migra\'~to cspontfmea, cm clireo s regiiies tk Jllais altos salrios. .\ sse nspeito, conYm lembrar a experincia de outros pases, de rlimens
  • da nwtadl' da taxa L'OlTL'spond en lL' ao sl'lor industrial. que alcanou e 9,),_ por cento. ::\o CL'ntro-Sul a taxa de aumento ela agropt'l'Uria foi de :JJi. ou seja, Jltl'nOs ela nwta(lt da do sl'lor industri;il /./ por cento.

    Os dados rl'lati\'lis produo agropl'curia. no trinio 1 \l51l!l5:l. pt-1t111 tm l'Yidl-ncia a an1pliturk rlo impacto d;1s s0c;1s. Em Hl51. a produo ;1gropecuria declinou 18 p01 cento. no conjunto da ngio. ::\os dois anos su!Jseql'nll's tambm caracl('l'izados por sCtas parciais - a recupernro foi mnima. DL's'ia forma. cntrl' Hl48 L' 195:). embora a populao tiHsse aumentado L'LTC'a dt 111 por CL'nto. a produo ;1gropl'curia diminuiu. ::\os tr(s anos su!Jseqlicnll's houn uma 1ecup('rno substancial: ainda assim. a 1

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  • Ocorre, entretanto, que o ::\ardeste no utilizou cm sua totalidade as diYisas geradas pela exportao. Crca de 40 por cento dessas diYisas foram transferidas para outras regies elo pas . ..\ causa da trnnsfcrncia clara : sendo mais intenso o rilmJ de dcsenYohimento no Centro-Sul, as modificaes estruturais nesta ltima regio tm si elo tamhm mais rpidas. _.\ssim, a procura ele equipamLntos e produtos semi-claboraclos, que as indstrias nCJUl'l'l'lll - ern grande parte artigos no produzidos no pas cresceu com intensiYidacle muito maior no Centro-Sul. Os efeitos dessa procura nrnis intensa de r!iYisas no Centro-Sul foram agra\'ados pl'la poltica rle contrle das imporl
  • Quadro 1

    VALon l>O INTEltCAlvIBIO IJO NOlW]G!l

    1!I li!l2

    l>o 1'\li1ior

    Exporlac,:iits

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    Para o int

  • j)(-Jl'l1l principalmcnte de manufaturas. pl'sando nas l'Xporta
  • -------

    Quadro "

    ESTDL\Tl\"A DA RELAO DE PREOS DO 11\TERCAMBIO APLIC.AYEL .\O S.\LDO DE DIVISAS QUE O :t\ORJJESTE DESPEI\DE 1\0 CE:t\TRO-SUL

    IAI 1B1 1C1 (D1 IE1 :-'.cl!ce de J)rE:- PTtO> por ata- ndice da taX

  • Quadro 9

    ESTDIATIVA DA TRANSFERJ:\CIA DE RECURSOS PELO CQC,1.f:RCIO

    TRIANGULAR DO NORDESTE, A PARTIR DE 1948

    (AJ (B) Saldo das exporta-)ndice do voder de Poder de compra Transferncia de es .:i.ordestlnas ,e;ompra do saldo, utilizado recursos

    Al\US para o exterior no Centro-Sul ! r-(Al.(Bl J- ! (.-\-C1\milhes de .

    dh1l'eo 1 _ 100 \

    HJ.~ 1949 1%0 1951 1953

    104,4 32,7 81,Z 31,2 74,3

    100 t;2 72 74 65

    104,4 26,:3 \i2.S 23,1 43,3

    5,9 24,.l 8,1

    26.(1 1954 148,4 66 97 ,9 50,3 1955 152,3 ,, 117 ,:; 35.0 1956 66,3 ;4 49. J li .2

    Xota: )."o se inclui o ano de El.J2_. l~Ol' no ter h:nido saldo 110:;\ti\o no com~rc!o E-xterio1 do Xor

  • ano base ar!Jitrrio. f:sse tipo de transferncia no proYoca disparidade entre o dispndio e a renda. Quando existe tal dispariclade, o total de recursos que entra na regio maior ou menor que o montante dos recursos sa elos.

    -:\o Quadro 7 apresentamos o saldo total do intercmbio do :\ardeste, includos o comrcio com o ex!l'rior e com o resto clo 1ws. Dos dados ali apresentados se dcpreenclc que o :\orcksll' tem-se beneficiado, em alguns anos, ele urna entrada lquida de recursos, enquanto que em outros anos tem si elo prejurlieaclo por uma sa ela. Transformando sscs saldos positiYos e negatiYos cm cruzeiros de poder aquisitiYo de 1948 tmediante o dcflator implcito da renda), conclui-se que a sada lquida de recursos alcanou 3.G:~is milhes de cruzeiros e a entrada montou a 4.250 mlhiies. Hou\e, portanto. um saldo negatiYo de fi12 milhes. :\. conr!uso a tirar que niio existe ll-nd0ncia definida trnnsferncia de renda entn o :\ordesll' e o CLn-tro-Sul do pas. Por outras paLt\Tas posta de lado a pl'rda de recursos decorrente ela pior" na relaiio ck pn~os do intcrcmbio. no txiste nu1lrnm fluxo importante de recursos entre o :\ardeste e o resto do pas. O CJUl' naquela ngiiio st consolllL' t inHTk mais ou menos igual

  • sses gastos excederam a receita, auferida na regio, em 67 por cento. Tratanclo-Sl' de um ano sco. de supor que, no conjunto do perodo. o excesso da despesa sbre a receita regional no seja to grande. Ca!Je deduzir. portanto. que existe um permanente fluxo de recursos no ::\ardeste para o Centro-Sul. atrn\s elo setor privado. ::\o conjunto do perodo considerado. sSL' fluxo foi bastante intenso irnra

    eontralrnlan~ar as transfrrncias realizadas atravs elo govrno feder~d. l'Uja a

  • 11 -- ELDIE:\TOS DIX.IICOS DA. ECO:\O.\IL\ DO :\ORDESTE

    Da anlise apresentada na primeira parte dCstc trabalho depreende-se que. no obstante a ao de fatres negatiYos, ligados ii irregularidark cio clima. constela'io menos fayorYel de recursos naturais e transferneia oculta ou aberta de recursos para fora ela rcgiiio. a economia norckstina alcanou. no perodo cm estudo. uma taxa dl' crescimento algo supl'rior da populaiio. t justo infl-rii dessn ollsen:1~iio quc. anulados certos efritos neg:1li\-os da poltica n::cional de desenYohimcnto para :1 rcgiiio e proporcion:irla uma ajuda razonl na etapa inicial. pode-se contar com uma melhora substancial do ritmo ele crescimento da economi:i nordestin:i.

    .\inda quc se ignorl' a pl'rd:1 acarntada ao .'\ordesll' peio

  • Centro-Sul, pois nesta regio que so adquiridos os gneros de primeira necessidade, os impkmcntos agrcolas e outros instrullll'nlos de trabalhos enYiados ao :\ordesk. J as transferncias ele renda elo setor priYado assumem a forma de rcduo das innrsiLs na l'COnomia nordestina, L'Ill Jwncfcio do Centro-Sul.

    _\inda que no se disponha de dados rclathos ao montante das inYerses realizadas na regio, faremos algumas comparacil'S com o objetiYo ele dar uma idia da importncia rclatiYa 11a sada dl recursos pelo setor prirndo. :\o perodo 19-!S-1956, a taxa mdia ck inYerso bruta no Brasil alcanou 15,1 por cento: a de innrso liquida, 10.1 por cento. Como a taxa mdia anual de enscirmnto ela produo real foi de 5.1 por cento. infere-se que a relao marginal produto-capital. isto . a relao entre o aumento de renda e o .. exporta8.o de capit::ds pelo setor priva.do teria alcanado um mnlmo ele 3,6 bilhes de cruzeiros.

    3-!

  • faYornis it alJsor~o de capitais priYados, o :\onkstc poder firmar-se cm sua prpria poupana para
  • Os dados do mts1110

  • -------- --

    --

    Quadro 11

    IXDICES DE PREOS DAS EXPORTAES DO NORDESTE

    . .\.XOS P>irn "

    ExtE-l'ior Para o Centro-Sul Total

    ll_l(J FiO lfil) 61 115 ~';-~G 180 H19

    11.j 163 1~2 11)6 H~-3 161 102 1~o lH 190 213 206 :2L)- 276 :241 1S:2 327 26~

    regiio. Dentre os grandes produtos ela exportao brasileira . possl\"Llml'nll'. o ele ofrrta menos elstica. a curto prazo. .-\.s bruscas oscilal'S da oferta denm-sl' a fatres naturais, e no a fatres eLonmicos. Tratando-se. alm Llisso, Lll' produto com a comercializao organizada e financl'iramenll' protegido, os efeitos negatiYos da poltica cambial s se fazl'm sentir. L'm sua plenitudl'. a mdio ou longo prnzos. .-\.s exportatil's de acar tambm dl'Yl'Ill Sl'r consideradas parte, dado o tipo de organizao qUL' prcYalecc no mereado desse produto. :\a l'lapa em que a poltica c'm1bial mais clestncorajaYa as cxporlaics, o acar pde scr Ycndido ao exterior por pnos inferiores aos do mercado inll'rno. seja mediante subsidias diretos, seja por meio de opernt!Ls Yinculadas.

    Eliminados cacau l' acar, as exportaes do ::\ordeste, para o exll'rior, caram persistenll'mentL no perodo comprctnclido entre 1948 t 19.':l, reduzindo-se a mcnos tLl tfra parll-. Dessa forma,

    Quadro 12

    lXDICE::i DO QL.\.XTl.:~! D . .\.S EXPORL.\.ES DO XORDESTE

    C: do Cac;_:.u _\XOS Total Exrc tJ.;~ndo r.o \-alor da Excet u~:.ndo

    C.:1cau Export~:.ii.o Cacau e A.c:.:.r

    100 100 112 1 (l.J: 5:2

    .;19.) )(111 .SG

    36133 86116

    37

  • uma poltica de cfimbio, cujo objcti\o -- altamente louvYl'l - - era defender os preos elo caf no mercado intPrnacional, pelo simples fato de no haver considerado as peculiaridades da economia nordestina, causou srios malefcios regio menos desenvolvida do pas. f:sse quase colapso das exportaes para o exterior, sornando-se s duas scas de 1951 e 1953, proYocou o declnio da renda prr capita, assinalado no perodo que estamos observando.

    A. reforma cambial. iniciada cm fins de 1953, permitiu uma ncupera:o dos preos das exportaes nordestinas para o exterior. Entre aqule ano e 1956, o ndice dsses preos aumentou crca de 80 por cento. interessante obscnar que a elevao ela mesma ordem ele grandeza ela que se obserYa nos preos das cxporta

  • das Yendas nordestinas, da orclem de -!i por cento, no referido perodo. i::ssl' aumento corresponde a uma taxa anual de 5 por l'l'nlo. bem superior ao incremento mdio do produto real elo .:\ordl'stc.

    '\'os ()uaclros 1-1 e 15 reunimos dados relativos a dois mportan tes produtos elas exportal's nordestinas, destacando as vcndas ao n;tl'rior das que se dirigem ao Centro-Sul. patente a grande esLdJilidade do mercado que o Xordestc encontra no prprio pas . .:\o easo do acar. a queda mxima do volume das vendas para o Centro-Sul foi ele 2-! por cl'nto, observada em 1952 . .:\o concernente s vendas para o exll'rior, essa vari~1o assume granues propor:es : l'nlrl' 1055 e 105(). carnm 05 por cento. Ohsenao idntica pode sl'r fl'ita com respeito ao algoclo.

    Quadro 14

    EXPORT.';ES DE AC.';R DO KORDESTE \ 1 iOO toneladas)

    A~OS Para o Centro-Sul Para o Exterior Tornl 1 -----~-----~:--

    194~ 840 31S 658 19 !9 459 33 497 1950 403 24 ~27 1951 4.):) 18 473 1952 346 43 3S9 1953 :J62 256 618 1954 402 162 564 1955 324 399 723 1956 5S5 19 604

    Quadro 13

    EXPORTAES DE ALGOD.:1.0 DO ~ORDESTE

    ( 1000 tonebdas)

    AXOS Para o Ce:ntro-Sul Para o Exterior Total --------11 ---- -----

    75 21 1 96 50 53 ~ i J{

    15 G.:') 1 35

    42 9S

    114 104 110

    30

  • Tendo cm conta que n
  • que a renda monl'lria nesto. ltima regio. Como a procura de manufaturas cresce mais inll'nsamente quc a renda, infere-se que as indstrias manufaturcirns nordestinas deixaram de acompanhar a exirnnso do mercado sulino e. ademais. 1wrdcram parte elo mercado que ercentagem)

    2.. ~2:1 3. 699 .\. Ofl0 - . 76S \.l,5 l'i.9 31),4 :z...., ~.-, l :2. 4'l .,, ::;-;-g 7 u:-n ::-_,, s 16,0 :24.S 3:j 7~_;0 3. 2fl,"j . :~-.\:! :-- . 644 i, s 1.), s 23.6 37 721 3. 699 tl. 'l:l l\J . .:54:2 9.S lS. l 2-;" ,9 -1'.2. 220 G GS'i S. S30 .S.1 L:,:::; 20.92 .1 1.:> -S. 9G9 3 .:)(i") - . 97 ,) 11 . 5.\3 7 .3 16,8 23,6 62 .-~FJ 7 .l:C.':- 10. S1)4 17.892 11.5 17 ,:J 2S,S 'iG. DS7 10. O.J'i l:LHli5 :23. 54:2 l:l.1 17 .6 30, 7

    27 ,1 l1J:2. J00 7. S31 18. S~.5 27. 676 7 .6 19. 5

    ( ,., ) O codiciente de exriorta8.o & ~:. r8.zo, expressa em percenrn.gem, do v~>Jor da expor~ trt~o sbre

  • da reforma cambial -~ mas, cm 195G, assinala-se nont baixa. O declnio foi compensado pela cleYaio do coeficiente de exportac,es para o Centro-Sul, que subiu ele 15,9 para Hl,5 por cento, no perodo considerado.

    O clculo do coeficiente de exportao a preos constantes ('nforme mostra o Quadro 18 - reYcla uma estabilidade mais

    acentuada que a pre~os correntes. Excetuando-se o ano ele 1952

  • obsena na etapa de (xpanso. iniciada cm 1953. Entre sse ano e Hl;(). o 1;uunlwn das exportaes aumentou 26 por cento; a renda real. '.2-1. Em outras pala\Tas : o sistema se expandiu concomitanternenk com seu setor cxll'rno. Sendo esta a forma mais "barata" ele ('J'L'Sl'(T. para uma economia de baixo grau de desenvolvimento, cabe JHTguntar SL' o :\ordcsll' no poderia tirar maior partido da grande expanso do mercado do Centro-Sul. Entre 19-18 e 1956, as exportaiies nordestinas aumentaram, em trmos reais, 4i por cento, enquanto o produto no Centro-Sul crescia 51 por cento. Entretanto, 195 foi um ano favorvel excepcional. Comparando-se as mdias co1T,spon clen tes a 1955-5(i e 1948--19, o crescimento elas exportal'S no foi alm de ;35 por cento. :\o mesmo perodo, a renda real elo Centro-Sul aumentou -!(i por cento. Essa incapacidade do 1\ordl>le para manter sua participao no mercado elo Centro-Sul dtYc-se. conforme j salientamos, estagnao das exportaes ele a,car e algodo. Contudo. mesmri que as exportaes para o CentroSul tinssl'Ill acompanhado a expanso do mercado nesta regio, o quantum total das exportaes nordestinas cresceria mais lentamente, 1m r:1zo do comportamento elas nndas para o exll'rior. Dependendo u crescimento d11 renda do :\'ordcsk elo quantum rle sua~' cxportatiLs. t'. neccssrio que as vendas no mercado do Cl'ntro-Sul cresam ,n,tis intensamente que a renda nesta ltima regio, de forma a compensar a expanso mais lenta das Yl'!Hlas para o exterior, se se pretende que o mesmo ritmo de desenvolvimento scja mantido nas duas regies elo pas. _.\ cxperiCncia do ltimo decnio indica que 0 Xordesll' no tem consl'guido sequer manter sua posio nos mercados do Centro-Sul. Cabe concluir, porl:\nlo. que, nas condies cm que -;e nrn processando o dcsenYohinwnto da economia nacional, a tendncia natural para a agra,ao da disparidade de nYeis d(~ clcscmohimento entre as duas regies. :\Ioclificar L'ssas conclics tl'r que ser. por conseguinte. o primeiro objetivo ele uma poltica d dcscnnilvi1rc11to para a regio.

    2. Co::111'0HT.DIE:\TO no sEron p(-nuco

    Da an:'tlisc frita na seo anterior ressalta a importi'lncia d:,, importaiics na dinmica cb economia nordestina. Com efeito : ludo indica que o LTl'Scimento ou a cstagnao ela economia do

    43

  • :'\orrksk dependeu, ai( o presente. do l'Omportamento do seu setor cxll'rno. O quantum elas exportaes tem sido o principal elemento determinante do nYel da aliYidade econmica na regio L'. por conseguinte. elo Yolumc ele inYlTscs do ritmo d:> dcscnYohimen to. .\ quase estagnao d as l'Xportaes (cm paiticular das

    exporta~es para o exterior). numa l'lapa de acelerao do CI'l'Sci111cnto elemogrfico, nsponsYel pelo atraso rclatiYo da l'Conomia do ::\ordcste. durante o ltimo decnio. Sem embargo. outros fatres poderiam trr exercido uma ao clinmira compensatria. Entre ssL'S fattircs inclui-se o comportamento do sl'lor- pblico.

    Os ;:rnstos pblicos, quer de custeio (consumo coldi Y J. quer dl' innstimento so funrlanwntalmcnll' financiados com recursos proHnil'nlc-s ria tributn~o. Como a Com o objl'liYO rir tl:ir uma ilkia do comporl

  • Quadro 19

    CARGA TR!Bl:L\.RIA TOL\L !JO ::\ORDE:'TE E JJO RE:'T DO PAS

    ::\ORDESTE RE:'TO DO PAi::'

    Ti-ibut

  • fcdcral p:ira a regio cm que a renda crescesse com maior intensidade. A. contrilmio do Cen Iro-Sul ao tesouro federal aumentaria,
  • au111entado 111ais que~ a r,.nua daquela regio. E111!Jora ainda no cstejam disponnis le\"antamentos completos cios gastos federais na regio, tem-se como seguro que sses gastos excedem, substancialmente. as receitas ali arrecadadas. Cma estimatiYa j mencionada. relatiYa a 19:1:3, indica que, nesse ano, os disp[nclios ela Cnio alean

    ~1ram 4.077 milhes de cruzeiros, excedendo a receita em 1.fi30 millHies. Tendo em conta que, nesse ano. a arrccaclao feckral. fora do :\ordes!l'. foi de 34.4 bilhes, infere-se que a l-nio despenclcu naquela regio - alm ele todos os impostos ali arrecadados - 4,7 por cento ela nccitu obtida fora da regio. sscs recursos transferidos pelo goYrno federal representaram 40 por cento elos gastos da Cnio naquela rcgio, 2U por cento da totaliclaele elos dispCndios do setor pblico (incluclos gastos elos Estados e :\Iunicipios) e 3,3 por cento da totalidade da renda da regio. _.\ aceitarmos que o in\"estimento liquido total ncsse ano IC'nha sido de 8 por cento, a transfrTCncia dduada atnt\"l'S do goy(rno federal rqirescntou 42 po1 cento dhse inYcstimento .

    . .\pc":

  • Quadro 22 CARGA TR!BCL\.RIA REPRESE:\TADA PELOS DIPOSTOS PR!:\CIP:\IS

    Consumo Y endas e Consig:11aes ----- ----------- ---

    ::ordE-StE Res::o (JO Pcts

    -1. :3.2 :?.-1 3,:3 l,:' 3,2 :?.:. -1,:? 1.' :l. l u) :?. "

    :3,) :),.! l,9 :3.2 :~':? .i, 7

    :l. l -l,:J :?.:? ;~ ..f. .J.'i :?, 1 :J. l ::L:. .J, 7 1.::-. :j,:? ),:) 1, ~1

    Renda

    1\...ordeste Resto do Pns

    1,3 2,S :?.'."1 "

    1,1 :?.S 1,4 :] ..\ 1,5 3.6 1,4 3.4 1,3 3.3 l,.J ),;) 1,4 :3.5

    :1. (o:-.l!'OHT\)iE~TO llO SETOH I~llCSTRI.\L

    Em '.('~.,-,cs trntl'riorl's. dtmonstrou-se a importncia do setor exportador na tconomia nordestina. P chamou-se a atcn~w para o fato dt l!lll'. l'mliora o goy[rno fl'ckral contribua par::i rpdnzir os cfritos ntgati\os da transfrrncia dt nnda qul' st opl'ra atrny(s do sl'lor priyado. a rl'grPssi,irladc do ,istl'ma lrilrntrio tst limitando a al'o c1o sl'lor pblico. como l'it'Illl'lllo conl'lor ilas disparitLtcks rcgionais de nYl'is dt renda. T:rn1bm Yimos C)l!l' a

    mcnlnl - tem sido insuficiLnk parct que o :'\orcitstt manll'nha um ritmo tk cresciml'nlo adequatlo. Com dl'ito : a tl'ndCncia. olisl'r,ada nos ltimos dois cll'cC.nios. l'XL'l'l'l'-se no sentido do tdargarnC'nto ela diferl'na qul' cxistc tnlrl' o ninl dc renda daquda rcp:ii:\o e a lo Cl'nlro-Sul do p::is. :\o cnt;mto. sabido que tl rcgio Centro-Sul logrou superar . .i nos anos de 1030. o enfraqueciml'nto do impulso 1\ini':mico l'Xterno, firmando-se no prprio mcnado intl'rno. l'!ll seu esfn:o de crcscinunto. O llcscnYohimvnto com basl' no prc'1prio mc!'l't1tlo implica progTtssiYa cliYcrsifica\'O da estrutura pror]utiYtL exigin,lo, por isso mLsmo. um esfno (h> industrializai,;~t. CabL'. portanto, analisur tis c;1usus que Yrn clificultanclo a inclustrializa~~w do ":'\ordl'sll'. como passo inclispt;1sYcl formula~o

  • O compkxo l'COnmico nordestino pork ser dhiditlo para fins de anlisc econmica. cm duas grandes sub-regies : a faixa mida do litoral oriental e o interior scmi-rido. Essa diYiso t'OITL'sponde. r11osso modo, aos dois sistemas ttonmi('OS CJUl' ai se constituram desde os primrdios da colonizn
  • a absor\o dl' fatrl's se fazia na faixa ele subsist[ncia. com baixa ela pro
  • Sul do pas podero ocasionalmente surgir. ..\ experincia recenlt- do sisai. produzido na zona tle transio da faixa mida para :.1 semi-ricla. constitui clara indicao de que as exportaes podero continuar tksempenhando papel fundamental no
  • \'l'j-:tii C:lic:"c!oPrcdu.tu _\::m('r:::,~

    Behiiti.' ]111,:; 1 ~ i ' 7 1 ,4. :~

    1:2;j, l 1 ~l( 1, .,1 ]1J(1,f) 111:L fi 1411,.1 \17 ,.)

    11-l.'. 11 7 .~ :2111. 7 }111 . .J

    :2LL:-; 18~l, 9

    ~1 :2. :2 J 11.L' 17 11.7 } 11 i. ', 14,4 1:2:2.11 :.:11,11 1

  • igual do Centro-Sul, teriam encontrado cmprgo nas indstrias 590 mil pessoas, ou seja. 18-i mil a mais do que as que tralJalha\'alll nesse ramo ele ati\'idades. f:sses dados do urna isse su]J('mprgo nas zonas urbanas nordestinas --isto
  • racil'rizada por to alta pen-entagem dl' 1wssous ocupadas L'lll atiYidadl's primrias de reduzi ela proc!uYi dadl'. Durante muitos anos o esfrc_o cll' inclustrializae;o kr como o!JjdiYo reduzir o dl'SL'IllprCgo disfarado nas zonas urbana\, alm ele intl'nsificar o procl'sso de forma(o dl' no\'a dassl' dirigentl', na rl'gio. at o prescnil' oriLntada q11asc cxclusiYamenil' por honllns ligados a uma agricultura tradieionalista L' alheios idl'ologia do dcsL'Il\'Oh'imcnto.

    \'amos supor que. entre 19511 e 19;i(i, a populac_,-10 urlJan

  • lnw poltica dl' industrializac;iio do :'\ordl'sk dtn basear-se crn cuidado~;a aniise da cxperit:nl'ia passada e das tend0ndas atuais. se pretendl' apoiar-se cm nit(rios cconmicos realistas. :\o h rnziio para C)Ul' l'SSa industrializa~o Yenha a constituir urna carga para o pas ou fator ele entorpeciml'nto do processo dC' inc!ustrializa

    ~o do Ccntro-Sul. que atualmC'nk akan

  • financeira mais slida das L'mprsas do Sul, que se bcndicianun de um mercado cm expanso mais rpida e tinham acesso mais fcil ao sisll'ma bancrio, colocaYa-as cm melhor situao para negociar. quando eram longos os prazos de entrega nos pases exportadores de equipamentos. ou para efetuar os depsitos requeridos pela autoridade monetria. no regime dos gios. H a mencionar ainda outros fatres C!UL' atuaram profundamenll' a fa\'or ela COIH'cntra~o dos inYestimcntos industriais no Centro-Sul do pas. Com efeito, a orien

    la~o tomada pela ll'cnologia moderna. no sentido de uma crescente mLcanizaco. faYoren'. c!Pntro rk uma mesma rea econmica. aquLlas sub-regies em que a mo-de-obra rclatiYamente mais cara. 1::ssc fenmeno apareee eom elareza meridiana no caso de um

  • _-\lm das transferncias de renda realizadas atntY(s do mc'-'anismo cambial, a industrializao se tem beneficiado. nos anos mais J'l'L'entes. de importantes massas de recursos financeiros postos disposico das indstrias de base por instituies bancrias goYtTn
  • de reconquistar a pos1ao que antes detinham em face do parqm industrial do Centro-Sul; segundo, moclificar a estrutura cio siskma industrial da regio. com a instalao de indstrias ele base. uiando, assim, um sistema capaz ele autopropagao. :\'a elaborao clC:sse plano cabe ter cm conta que existe na regio (a) um mercado de dimenses razoYeis para um grande nmero de produtos manufaturados de uso correntes; (b) uma oferta elstica ele energia elLtrica nos principais centros urbanos; (e) disponibilidade de certas matt'Tias-primas. com respeito s quais o :\'orcleste ocupa posio priYilcgiacla dentro do pas; (d) uma oferta francamente elstica de mo-de-obra no espedalizada a custos mais baixos que nos centros industriais do Centro-Sul; e (
  • nor quantidade de terra cultiYada por pessoa atiYa) mais baixos que os do Centro-Sul, bYio que os alimentos sejam ali mais caros, em trmos de homem-hora, do que na regio sulina. Em outras pala\Tas, era necessrio que a diferena de remunerao real na agricultura superasse a diferena da proclutiYidade no mesmo setor para que os alimentos fsscm mais barato no ::\ardeste do que no CentroSul. ::\o Quadro 24 comparamos o niYel ele preos dos alimentos nas duas regies, partindo elos preos pagos ao produtor agrcola. Y-se. por a que, no obstante sua produtiYidade muito mais baixa, o agricultor nordestino recebe crca de 20 por cento menos que o do Centro-Sul. pelo que produz no setor alimentar (1).

    Como as exig[ncias do operrio nordestino so muito menorl's. com respeito a outros itens. poder-se-ia esperar uma diferena maior. talHz da ordem de -!I) por cento. _.\ realidade. entretanto t'. iotalmenll' outra. pois. no somente o custo ela comercializao st afigura rl'lati\amente mais l'lcYaL!o no ::\ordesll' como. ademais, a oferta local t'. insuficicnll'. dl'JlL'nLkndo os principais centros urbanos ria rcgio. l'lll larga medida. ele alimentos importados da regio C:tntro-Sul. Da ao dsses clois fatres resulta que. aos preos no Yarl'.io. os alimentos so mais caros nas principais cidrrues elo ::\ordesll' do C[Ul' no Rio l' em So Paulo. Os ela dos reunidos no Quadro 25 indicum que. em 1957, o custo mdio dos alimentos era 2G,5 por nnto mais ckYatlo no Recife do que cm So Paulo.

    l~sll's dados so particuLLrmlntl alannanll's porqul' lratluzcm uma situao qul'. tudo indic:l. tl'ndl' a agraYar-sc. Sendo a terra um fator eseasso, cm grandl' parte monopolizada. alis. para o cultiYo da cana. e crl'scendo intensaml'nk a popula~o, a regio inclina-se a dl'pl'nckr cada Yl'Z mais tk :iliml'ntos importados do Centro-Sul. Por conseguinll', a trndfncia do nnl elos preos dos alimentos para LTL'Sl'l'r. rl'l:1thamentc it ngio sulina, rctluzindo-sc a pequena \:mtagcm dl'rhada dos prl'~os mais baixos dos alimentos ele prorluo local. Trata-sl' de um processo que kYa, nl'ccssitriamcntc, ao estrangulamento rl:1s indstrias da regio. que. mais ccrlo ou mais tarcll'.

    (11 Xa verdade. o Quadro :2.J. letr:.l:c.:. o cu::;to da .:dime.~nao .. '.nc:1uindo a parce1a imriunel ao ino:.crcmhio comerc:al com o n:stc do 1;as e o exterior.

    59

  • Quadro 24

    Y . .\LOR APROXU!ADO. E)! CRUZEIROS, DE 1.000 CALORIAS PONDERADAS PELO

    CNSU)f )ID!O DE ALDIE.NTOS NO .NORDESTE E NO CENTRO-SUL. !"> AOS

    PREOS DO PRODUTOR E)! 1966 (.. )

    Korde~te CATEGORIA DE G:t::NERO Xordeste Centro-Sul ! aos preos

  • Quadro 25

    1.2>

    Fruta~ : Aliac

  • III - - _-\SPECTOS EC0:\0:\l!COS DO PROBLDL\

    D.\S Sf:C.\S

    .\ regio semi-rida do :\ordeste formada por Yastos territrios. que se estendem ela BahLt ao Piau, e onde se vem desenYOlYendo. seeularmenll'. uma pecuria extensiYa. Condies particulares ele solo e gun condicionam uma Ycgclao prpria. que tem scnillo de base para a sua classifieao em zonas : caatingas. seri(l

  • quase tot,1lidade. pl'lo fazl'ndciro: a ([Lll' proYm do algodo moc diYide-se. quase sempre em parte iguais, entre o clono ela terra e o cultiYarlor. Para o trabalhador rural. importa menos a rnLa~o elo algodo. que a agricultura rlc subsistt:nciTemos. ento. que o ncll'o central
  • Uciro dispor do IllXilllO dr lll~l-dl'-OlJra nas atiYic\adl'S ligadas ao Illl'l'cl CRISE DE l'ROllc.\o

    .\ L'l'onomia da rl'gio semi-rida caracteriza-sl'. ton forme Yimos. por uma baixa produtiYidalle L' reduzido grau de integrao nos mLTeaclos. Essa economia. L'x\nnwmenk dbil. tst. alm disso. sujl'ita a crisl's perit'ldicas dt produo .

    . \ prl'cipita'~lll p]u,iomtrica. na regio l'nquadrada no Polgono das Scas, a rigor. no pode ser considerada baixa. pois ml's!llo nas caatingas a mdia SL' situa l'ntre :iull e illli!ll!ll anuais. Trata-se. portanto. dl' uma ngiu qul' l'St longe dl' ser rida com um YolulllL' mnimo dt gua nlali\'

  • Quadro 26

    DIFERE:-:( . .\ PERCEKTAL D . .\ PROD"C"( DE 19.31 CO)! RESPEITO

    AO AKO AKTERIOR

    Eo;TADOS L0\ouras Animal e Extrati\a Totd Derhados Yegetnl

    Piau 38 - :20 -

    1 -- Hl Cear - t5::i - 40 - 15 - .S Rio Grande do Norte ~ :32 - 21 u - ~7 P::1ra1ha PE.-rnam lluco

    - :31) -

    ,, - 1:3 - 21

    -15

    - 27 - 4

    Bahia - - 13 - .:j -- li) - 1')

    _-\ queda da produo agrcola akanou crca de duas tras partes no Cear L'. aproximadarnenll'. uma tra parte nos outros trl>s Estados mais afetados pela s ea. :\o se cleYe esquecer, entretanto. que essa contrao ela produo ainda bem maior na regio semi-rida prpriamente dita. pois, mesmo no Cear, existem zonas de Serras e Chapadas oncle a preeipitao se reduz muito menos e

  • ------------------ -------

    Quadro 27

    DJFEREC\..\ PERCE:NTUAL D.-\ PROD"C"'O DOS PR!XCIP.-\IS GC\EROS .\LI>!EXTiCIOS E>! 191 E Hi'. CO>I RESPEITO AOS AXOS D!EDTAT..\>!E);TE

    A);TERIORES

    Arroz Feijo )[ilho ~landioca Batata Doce E:'L\llO:-'

    H1.l 1 ~!." H1.:1 1 ~j ~::-. Hl.Jl 19.i"- 19.Jl Ht.::i, H1.il 1 ~!.~) :--

    Pitiu - 4_.i - :26 - :?.~! - .J8 -- -1' - 4:2 ---~ 1 ~! j.j ,-, i, - l.J

    C\:;,1;>. 6' - ~:2 71 -- ,6 - 7G ";) 2:3 ;j\ - :21 76

    Rio (j _ elo :;\o,tc- Gl - 76 1:1 :?.~ - :?..) .j'' ')_) 1:l :J-l

    P;i~;; 1

  • parle do patrimnio do fazendeiro mais ameaacla - - induz a sacrificar. parcialmente, a produ:o algodoeira no ano da sca c nos subscqlienll's. o que do mesmo modo acarreta prejuzo para a classe trabalhadora rural.

    Do ponto dl' Yisla do conjunto da economia nordestina a Sl'Ut tonstitui uma nise dl' produ:o de magnitude limitacla. ~o caso l'Xtremo do Cl'ar essa crise alcanou, em 1951, crca de 25 por cl'nto do produto estadual. Em 1958. prOYYcl que tenha alcant:ado :1:1 por cento, nesst Estado. Contudo. para o conjunto ela regio no rqinstntou, em 1951, mais ele 5 por cento. :\Ias conYm frisar C[lll' os efeitos dessas crises se concentram cm um grupo ele populao sem nl'nhum meio de ddeS

  • 2. 0 CO'.\!B.\TE .\OS EFEITOS D.\S SC \S

    :\. ao goYernamental. dirigida no sentido ck combater os efeitos das sfeas, Yem sendo caracterizada por medidas ele curto e longo prazos. _.\s medidas ck eurto prazo resultam na criao de fontes de ocupa~o que permitam populao mais afetada manter um nnl mnimo Lk renda. Durante a sca de 1958, como sabemos. foi precis'.) criar mais ele meio milho de emprgos no hinterland para eYitar que a populao se deslocasse cm massa, na direo do litoral. ..\o inteirar-se o trabalhador ele que a natunza no lhe pL'I'mitir colher os gneros de que necessita para sobreYiHr. outra altcrnatiYa no lhe resta seno a de buscar alhures os meios dl' subsistncia. lma frao mnima ela populao poder pcrmanecL'l' na fazenda, para cuidar do gado e dL' tarefas inadiYeis. Os demais Yendem ao fazendeiro sua participao na colheita algodoeira e tratam ele procurar em qualquer parte um meio de subsistncia. ..\ poltica trac!icional do (;oYrno tem consistido cm reter essa popula:o o mais possYd prxima a seus locais ele tr::ihalho. abrindo um certo nmero de frentes de ohr::is 11blic::is .

    ..\s medidas ck longo prazo se tm concrctirnclo na construc:o de a~udcs ck pequcna ou grande magnitude. Os pcqucnos a~ucks so eonstruclos em coopcra;o com propril'lrios ele grandes fazendas e serYem, cspecificanwnk. aos objctiYos destas. Os granclc-s a~ucks so financiados. toh1lml'nll'. pl'lo GoY['!'no Fl'clcral e'. se Ll'm sl'us \'l'l'elacll'iros olijl'liYos neJll sempn lenham sido claramenll' ckfiniclos. constitul'm um grande l'sfrc:o no sentido ele rl'il'r as guas qul' se precipitam

  • unia contra\:iio da procura exercida no lllLTl"Ut'lll. as.sim. para qnc n
  • bargo, l'ssa poltica gLral no )Hll-en ter sido l'xplcitaml'nte dl'rinida att'. o presl'nk. Existe j uma Yolumosa massa dl' guas represadas crca dl' sete bilhes
  • prl' considl'rar por que razc)L'S uma crisl' cll' produc;:o, que para o conjunto da rl'gio no chega a sl'r til' grancll' magnitudc. assume aspectos sociais to graYl'S. Por ltin;o, conYm definir se o que se ttin L'!ll Yista reduzir os efeitos sociais da crise ele produi;:o ou reorganizar a eronomia da regio de forma a torn-la mais rcsistenll' ao impacto dessa crise.

    :\a anlise sumria apresl'ntada n11s pargrafos anll'riores dl']lrt'l'IHie-sL. claramenll'. que a extrema nJlnerabilidadt da cconomia da regio Sl'mi-rida ao impacto das s0cas resulta do fato ('].:mentar de C!Ul' L'ssa economia km como basl' uma agricultun1 dl' suhsisc tCnl'ia ..-\ parll' mais imporl

  • estnl ck alimentos cm ll'rras irrigadas ou cm Yaks midos da JlL'rifcria do polgono, essa proclu~o ele alimentos no encontraria simplesmente mercado nos anos de chuYas normais. Explica-se, assim. que as poucas terras irrigadas ak o prcsentc no hajam sirlo utili;wrLis JJ;i prorluiio de ;ilimcn!os.

    :\ raiz do prolill'rna est. portanto, em dar maior l'stabilidadl' rl'nda real do traLalhador. 1.: niio oferta de alimentos. Sl' du1anll'

  • lgicas ela regio, deYeria constituir o objctiYo central de tda poltica de dcscnYolYimento econmico para a regio Sl'llli-rida. Por mais importante que Yenha a ser a contribuio da grande auclagem e da irriga\;o para aumentar a resistncia econmica da regio, perfeitamente claro que os bencfdos dessas obras estaro circunscritos a uma fral;o das terras semi-ridas do Xorclesie. Infelizmente no posshl'I substituir a atual economi
  • Paralelamente ao plano ele melhoria de rendimento da pecuria, mister levar adiante, de imediato, um outro, de racionalizao da cultura algodoeira. Xeste caso, apresenta-se um complexo problema prtico ele sementes, em razo da variedade de tipos, que ainda no pode ser superada. Contudo, a questo imediata promover uma forma mais racional ele convivncia da pecuria com o algodoal, o que pressupe melhora da oferta de forragem nas pocas scas. O algodo moc apresenta a extraordinria vantagem de que resiste mesmo a fortes quedas ela precipitao pluviomtrica, sendo essa cultura uma forma ideal ele aproveitamento de recursos na regio scmirida elo ::\ardeste. Se se consegue elevar o seu rendimento mdio por hectare e se se melhora a qualidade e o grau ele uniformidade ela fibra, um passo fundamental ter sido dado no sentido ele elevar a produthicladc econmica ela regio.

    rma pecuria sustentada durante os perodos scos cm forrageiras arbreas que se adaptem s concli-cs mcsolgicas, e uma agricultura ele plantas xcrfilas igualmente adaptada ao ambiente, protegidas L' orientadas por uma dicicntc assistncia tcnica c financeira do Govrno, poderiam constituir o ndeo central de uma economia ele elcn1clo grau de resistncia s scas e de razonl nvel de produtividade.

    -1. :\ QlTST.\.o IlO EXC:E!lE::\TE DE \I.:\0-llE-OBR.\

    ::\o possvel determinar a priori quanta mo-de-obra uma economia organizada nas linhas acima definidas estaria cm condi-ts ele absoner. Pode-se, (ntrl'tanto. dar como seguro que essa moclc-obra seria cm nmero muito inferior que existe atualmente nas zonas semi-ridas. Conforme salientamos. o sistema econmico atual tem como base uma mo-ele-obra que se auto-abastece ele alimentos e que, por esta razo, resulta ser extremamente barata. A isso. se deve a tendncia a reter populao nas proprieclacles. Qualquer tentativa ele deslocar populao sem. antes, modificar o tipo atual de organizao ela produo, enfrentn sria resistncia dos fazendeiros locais, pois redunda cm reduo da sua renda real nos anos de chuYas normais. Como nestes anos que so a maioria - o sistema cst capacitaclo para manter a sua carga humana em con

    -1

  • dies no muito distintas das que preYalecem nos vales midos do litoral, natural que os fazendeiros se rebelem contra qualquer propsito de retiradas substanciais de populao. Com efeito : o "excedente" de popula
  • ..\ forma mais rncio1rn1 de u!iliznio da mio-dr-obrn liberada na regiio semi-ricla parece ser o deslocamento da fronteira agrcola da economia nordestina, para as direes cm que possYel contornar o obstculo elas scas. Essa expansio agrcola poderia ter como objetiYo imediato produzir os alimentos to necessrios estabilidade ela economia das zonas semi-ridas. Essa incorporaio ele noYas terras pressupe, e\idcntcmente, uma infra-estrutura ele ser\'ios bsicos -- particularmente tnmsportes - que j comea a ter existncia real com a expanso ela rde rodoviria e a pcnetraio dos caminhes. Sem embargo, o pr-requisito fundamental para que noYas terras sejam cconmicamcntc ocupadas a existncia mesm~l de mercado para gneros alimentcios na regiio semi-rida, o que por seu lado pressupe transformaio ela economia desta regiio. Ser necessrio, portanto, atacar simultneamente nas duas frentes : a da rcorganizaso ela economia ela rcgiio scmi-rida, visando a eliminar o sdor de subsisttncia. e a da abertura de uma fronteira agricola na periferia mida, quer atraYt'.s de uma utilizaio mais racional cios Yales mic!os ela faixa litornca, quer por um deslocamento demogrfico cm maior escala na flircio cio :'IIaranhio.

    5. ..\ f.OLOXIZ.\(\o :\L\H.\XHEX SE Xl':\l l'L.\XO DE llESEXYOL\'L\!EXTO P.\R..\ O '\OR!lESTE

    ..\o considerar as possibilidadl's tk dtscnYohirncnto ela rl'gio micla litornea chegamos conclusio ck qul' ;,i>ml'ntc a industrializao poder permitir uma efetiva clcYaio ck proclutiYidade l' dos nYeis ele Yicla nessa importante faixa cio territrio nordestino. Yimos, tambm, que o obstculo mais funrlaml'ntal a l'Ssa industrializao tem sido.. at o presente, uma oferta inelstica de alimentos, ou seja, uma agricultura incapaz ele suprir, na quantidade requl'rida e a preos razoYehnente baixos, os gneros de que necessitam as populaes urbanas para dedicar-se s tarefas industriais. Por outro lado, ao consiclernrmos o problema das zonas scmi-riclos. fomos kYaclos a concluir que o ponto mais dbil dessa economia L' sua faixa de subsistncia, isto , a forma COlllO ela se auto-abastece ck gneros alirnen ti cios. Assim, analisando as economias de uma e outra subrcgics, fomos, por caminhos distintos, lcYados mesma conclusio : uma oferta inadequada ele alimentos constitui o problema fundaml'n

    76

  • !
  • monetria que contribui com uma parcela do produto muito maior elo que a representada pela agricultura de subsistncia. :\"o interior maranhcnsc, a faixa monctria ainda ele menor expresso.

    Para que as terras do interior maranhense possam ser efetivamente incorporadas economia nordestina torna-se indispensvel vincular a sua procluo a mercados acccssveis. ..\ etapa de comercializao assume importncia bsica para qualquer plano ele colonizaio dsse tipo. Se no se organizam os canais ele escoamento e nio se asseguram os mercados. a tenclncia ser para a i1woluio a um mero sistema de subsistncia. ..\ colonizaio assume, portanto, o carter de incorporao de mo-de-ohra e de terras num sistema econmico mais amplo, incorporaio essa que pressupe vinculao a mercados consumidores. Destarte. somente ser vive! abrir a frente de colonizao se se empreende, ao mesmo tempo, a reorganizao da economia da regio scmi-ricla na forma anteriormente indicada.

    78

  • 1 . REFOR::\1 l'l ..\.\O ll.\ POLTIC.\ DE .\l'HOYEIT.\::\lE:\TO DE SOLOS E ..\EL\S X.\ HEGI.:\o SE::\II-AHIDA

    a) Rccomcncla-sl' a constituio ele um grupo de trn!Jalho de alto nYcl para. no prazo mximo de trs meses, reconsiderar as diretrizes ela politil'a federal de combate its s[cas, incJi,'.ando prioridades bsicas no que respeita it ronstru~o de audes. irriga~o " outras formas (k ap10Ycitamento das guas j represadas. colll Yistns it organiza

  • mitu ;!:; rcgiiio L' do pas ..\ l'X]ll'rit'.ncia dos ltimos clect'.nios indiLa. cbralllLnk. que a constrm:o de ullla infra-tstrutura de asut!es L' dl' estrad;ts tem l'l']l!'L'Sentaclo uma contrilrnit;o illlportante, mas insuficientt l'Olll mtio d" tornar a ,., onomi;t da zon:.t SL'Illi-rida mais nsistenk ao fl'nl!11eno tias s eas. Espel'
  • vu plano dl' tralrnllw, calll'ndo ao (;rupo de Trabalho para o DescnvolYimcntCJ do ::\ordesk a tarefa dc intcgrar os distintos planos em um todo quc reflita a poltica de desenvo!Yimcnto do GoYrno Federal. na regio. .\ tarefa do Crupo
  • resultar um conhecimento mais exato da forma como opera!ll as unidades produtiYas tpicas ela regio, da importftncia rdatY
  • como tarda ddimitar as rl'gi
  • consistl'. portanto. L'm dl'il'rminar qul' indstrias aprl'sl'ntam maior Yiabilicladl' l'L'Onmica na regiiio. lendo l'lll Yista o llll'!'l'ado local l' a possibilidade de concoITL'I' com as indstrias do Sul. quer nos prprio.s llH'ITados nordl'stinos. l[Utr nos ml'rcados de outras rl'icil's do pais. Estudos preliminares. elu!Jorndos pl'lo (;rupo dl' Trabalho pura o DL'SL'n\ohiml'nto do :\ordl';;tc. indicam qul' as dirnensiies do mLnado justificam a instala~iio dl' l1m ndl'o dL indstria siderrgica na regiiio. ncleo l'SSL' qul' deYL'l' permitir a l'Xpansiio dl' indstrias de trnnsformasio do frrro (' a~o L' lllL'l'nicas. qul' l'Xisll'm atualmenil' L'lll forma l'mbrionria. Ca ])(' olisl'l'\'ar que o aYanL;o il'cnol
  • prcsrios locais. ou do Sul do pas. colll expcri(ncia no campo cspccfil'o. O objetiYo dhses tstuclos ( demonstrar aos holllens de tmprCsa do Sul do pas que a instalaiio de determinadas indstrias no :\ordesk cnl'ontra uma slida justifica
  • existi'ncia de mercado no conjunto do pais. para que sejam daborados ankprojl'tos capnes :a elaborn~iio dos estudos prqrnrat
  • indstrias do Sul a quasl' totalidadl' do Yolumoso subsdio que o goYtTno proporl'ionaYa. atra\'l-s da poltica cambial. Dessa forma. o parque industrial sulino ekYou forll'menk sua produYidacle, eliminando tm grande parte riYam dt sl'U mais baixo nYd de salrios. Sem embargo, do ponto de Yista do conjunto do pns, de tda a tonYcnincia que sL' ciefenrh
  • de L'nl'rgia. Os reajustamentos cambiais rL'l'LntL's. qul' Yirttlll colocar em bases mais realistas os custos dos tomlrnstnis lquidos, afl'tE r:o:>;\)l'IST.\S TEc:o.;01.t'>tdC \S HEr:J::-o;n:s

    () descnYolYimento l'L'Onmiro dl' uma regio como o :\or

  • (i. ..\c:1n:~ rn !>.\ OFEHT.\ IJE .\LD!E~TOS ~os CE~TROS l~lll:STRl.\IS

    . .\ industrializao do :\"orcleste tem siclo s(riamente dificultada wIa inadequada oferta ele alimentos nos 11rincipais centros urbanos da ngio. ..\ solu\o do problema do abastecimento clhses l'entros urbanos constitui Jll"L'-I"L'CIUisito para o Cxito (]e qualquer poltil'a de industraliza~:t0. HecolllL'IHla-se que se d0 alta prioridade s0iu

  • e enYohe problemas complexos de organizao. Sem embargo, conYm consicler-la, de imediato, cm um confronto com as outras eluas solues sugeridas. .-\. irrigacnica de que neccssitcm para instituir Comiss
  • 8. .\RTICCL.\.:\.o t;ER.\L D.\ EXECC.:\.o IJO PL.\XO

    a) O objctiYo central do presente Plano ele Ao . partindo de um claro diagnstico elo problema econmico nordestino, tentar modificar o curso dos acontecimentos, pelo ataque simultneo cm um conjunto ele frentes consideradas Yitais. .\ primeira meta tornar o :\"orclcstc mais rcsisll'ntc s scas. Para tanto, torna-se neccssrio reorganizar, cm hases distintas das atuais, a economia elas zonas scmi-ridas. Esta meta s poder ser alcanada mediante um deslocamento da fronil'ira agrcola do Xordeste, isto , pela incorporao economia regional das terras ainda no ocupadas. ou semi-ocupadas, elo hinterlmzcl maranhense e goiano, e pelo uso mais intensiYo dos Yales miclos ela regio. Com a expanso territorial, na clire~o das terras midas maranlwnses, diminuir o desequilibrio entre os fatres mo-de-obra e terra, que hoje caracteriza a economia nordestina. .\ segunda mda consiste cm clcYar a produti,iclaclc mdia ela fra ele trabalho concentrada na faixa micla. o que exige. neeessriamcnte, inil'nsifica~o dos inYcstimentos industriais. Para alcanar a primeira dessas metas ncccssrio mobilizar recursos financeiros no rccupcrYeis diretamente, pelo menos na dapa inicial. .\ segunda meta, entrdanto, clcYer materializar-se, a curto prazo, num conjunto de projetos perfeitamente enquadrados dentro dos critrios que orientam os rgos ele financiamento go,ernamentais e capazes ele atrair recursos de iniciatiYa priYada. Em conjunto, essas duas metas sintetizam uma politica que, se cfctiYamcnte executa ela, poder modificar a estrutura ela economia regional. Para lcYar adiante essa poltica, scm interferir no cumprimento de outras importantes tarefas que cabem ao GoYrno Federal, na regio, sugere-se a constituio das equipes de especialistas referidas nos itens anteriores e integrados no Grupo do Xonlcstc, dentro de ur11a estrita unidade ele objeto. Essas equipes cleYcro constituir-se de elementos cios distintos rgos goYcrnamcntais. .\inda que no comprometam diretamente sse rgos, as concluses de tais equipes incorporaro a expcrii'~ncia elos mesmos, o que poder ser ele grande utilidade cm casos concretos. Tomemos como exemplo os grupos ele trabalho que preparariio os anteprojetos industriais : contando com tcnicos do Banco :\"acional do DescnYohimcnto Econmico e elo Banco do Xorclcste elo Brasil S. A., espera-se que as recomendaes

    91

  • que os mesmos YL'nliam a fazl'r possam sl'r atendidas L'm curto prazo por [ssLs rgos de finanl'iamcnto. Trata-sl', 1rnrtanto. tle uma ll'ntatiYa
  • Br
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    0001000200030004000500060007000800090010001100120013001400150016001700180019002000210022002300240025002600270028002900300031003200330034003500360037003800390040004100420043004400450046004700480049005000510052005300540055005600570058005900600061006200630064006500660067006800690070007100720073007400750076007700780079008000810082008300840085008600870088008900900091

    E1 1956: p11: 60: POPCL1 o Tl E JEJi POE PE 111 LPJi J E J: undefined: Tnl: undefined_2: 11 q1j: IEll A PRlCP I HEGJOE no Pc E 1u ECIJLHllOS: undefined_3: Tut: iIJICES D PRODlAO AGROPECLRL E lIJLSTRLL: 1956: l 1 2: undefined_4: undefined_5: 1: 1_2: 1_3: undefined_6: undefined_7: DE DIVISAS QUE O tORJJESTE DESPEIDE 10 CEtTROSUL: s: TRIANGULAR DO NORDESTE A PARTIR DE 1948: Di: dhUes 1 100: 49 J: lDJCE DO QLXTCl DAS EXPORTAES DO XORDESTE: AXOS: Para o Exterior: undefined_8: 115S: IXDICES DE PREOS DAS EXPORTAES DO NORDESTE: 26: lXDICES DO QLXTl D S EXPORLES DO XORDESTE: 116: undefined_9: CO O CEXTROSUL: 327: 1 jlQ toneladas: AOS: Total: 5S5: 1000 tonebdas: AXOS_2: Para o CentroSul: E DA RENDA MONETARIA NESTA lLTDA REGIO: 362: ESTDIATIVA DO COEFICIEXTE DE EXPORTAO DO XORDESTE: undefined_10: Exterior Interio1 i Total: 7 831: a p1eos constantes: o: Total_2: 123: CARGA TRIBCLRL TOLL DO ORDESTE E JO RESTO DO PAJS: CARG HcBCTRJ ETAffCAL E ICICIPL XORlEOTE: undefined_11: E no RETO Pi: CARGA THllCTARIA FEJERL JlO XORDESTE E DO RESTO DO P1iS: i5: l1: CARGA TRBCLRIA REPRESETADA PELOS DIPOSTOS PRCIPIS: Consumo: Y endas e Consig11aes: Renda: 1 1: 14: 35: L IJI: Total_3: PREOS DO PRODUTOR E 1966: Rajzes e tubrculos: 22: SHmhroOutubro: DO lORDESTE AOS PREOS DO VAREJO E ALGUAS CAPITAIS: Em Cr Em Cr Em CrS Em Cr Em Cr: DIFERE PERCEKTAL D PRODlJ DE 1951 CO RESPEITO: AO AKO AKTERIOR: undefined_12: Bahia: undefined_13: ATERIORES: undefined_14: Pi ht: H: undefined_15: