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RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO DO ATERRO
SANITÁRIO DO MUNICÍPIO DE CAÇADOR
(RF – RSU – CAÇADOR – 001)
FLORIANÓPOLIS, NOVEMBRO DE 2014.
RF – RSU – CAÇADOR – 001 2/31
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3
2 ENQUADRAMENTO LEGAL ................................................................................... 5
3 IDENTIFICAÇÃO DA AGÊNCIA REGULADORA E DA PRESTADORA DE
SERVIÇOS .......................................................................................................................... 6
3.1 Agência Reguladora ..................................................................................................... 6
3.2 Prestadora de Serviços .................................................................................................. 6
4 UNIDADE FISCALIZADA ......................................................................................... 7
5 CONSTATAÇÕES .................................................................................................... 10
6 NÃO CONFORMIDADES ........................................................................................ 27
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES ............................................. 29
8 ANEXOS .................................................................................................................... 31
RF – RSU – CAÇADOR – 001 3/31
1 INTRODUÇÃO
Em 2009, fundamentada na Lei Federal n. 11.445/2007, que estabelece as diretrizes
nacionais para o saneamento básico e para a política federal de saneamento básico, foi criada
oficialmente a Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS), com a participação
dos municípios de Águas de Chapecó, Alto Bela Vista, Coronel Freitas, Formosa do Sul,
Iraceminha, Jardinópolis, Mondaí, Monte Carlo, Pinhalzinho e Turvo. O projeto de criação da
ARIS foi conduzido pela Federação Catarinense de Municípios (FECAM) e pelas Associações
de Municípios de Santa Catarina.
O Município de Caçador aderiu ao consórcio público denominado de Agência
Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS) por meio da Lei Municipal n. 2.655, de 05 de
novembro de 2009. Desde então, a ARIS tem a atribuição de regular e fiscalizar os serviços de
saneamento básico prestados no município.
No dia 17 de julho de 2014, a equipe técnica da ARIS realizou a primeira fiscalização do
Aterro Sanitário do Município de Caçador, que é operado pela empresa MEIOESTE
AMBIENTAL LTDA. Os objetivos da ação de fiscalização foram:
I. Verificar as condições, os instrumentos, as instalações e os procedimentos
utilizados pelo prestador de serviços;
II. Zelar para que a prestação do serviço se faça de forma adequada;
III. Identificar possíveis pontos de não conformidade com as exigências da legislação
aplicável.
A fiscalização do Aterro Sanitário do Município de Caçador foi realizada pelo
Coordenador de Fiscalização da ARIS, Eng. Rafael Andrin Crestani e pelo Eng. Sanitarista e
Ambiental da ARIS, Cristiano Maluf.
A abertura da fiscalização ocorreu por meio de reunião realizada na Fundação Municipal
do Meio Ambiente (FUNDEMA), onde, além da equipe técnica da ARIS, estiverem presentes: o
Presidente da FUNDEMA, Sr. Luiz Gustavo Pavelski; a Diretora Operacional da FUNDEMA,
Sra. Mariana Soares Philippi; a Diretora de Meio Ambiente da FUNDEMA, Sra. Raquel Gomes
de Almeida e; os Agentes da Vigilância Sanitária, Sr. Nilo Sérgio Luz Amorim e Sr. Giovani
Ernandes Teles de Oliveira.
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Imagem 1: Prédio da FUNDEMA, local da abertura da
fiscalização.
Imagem 2: Abertura da fiscalização realizada na FUNDEMA.
Ao final deste relatório foi elaborado um cronograma de adequação das não
conformidades, com prazos a serem cumpridos pelo prestador, sob pena de aplicação de multa e
outras infrações.
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2 ENQUADRAMENTO LEGAL
O Município de Caçador se consorciou à ARIS por meio da Lei Municipal n. 2.655/2009,
aprovada em 05 de novembro de 2009.
Os trabalhos de fiscalização do aterro sanitário estão amparados: na Lei Federal n.
12.305/2010; no Decreto Federal n. 7.404/2010; nas condicionantes impostas pela Licença
Ambiental de Operação do Aterro Sanitário de Caçador; nas Resoluções CONAMA n. 396, de
03 de abril de 2008, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o
enquadramento das águas subterrâneas e dá outras providências e n. 430, de 13 de maio de 2011,
que dispõe sobre as condições e padrões de lançamento de efluentes, complementa e altera a
Resolução n. 357, de 17 de março de 2005, do Conselho Nacional do Meio Ambiente –
CONAMA; e nas normas técnicas da ABNT, que abrangem a destinação final de resíduos
sólidos urbanos em aterros sanitários. São elas:
a. ABNT NBR 13896: 1997 - Aterros de resíduos não perigosos - Critérios para projeto,
implantação e operação. Esta norma fixa as condições mínimas exigíveis para projeto,
implantação e operação de aterros de resíduos não perigosos, de forma a proteger
adequadamente as coleções hídricas superficiais e subterrâneas próximas, bem como
os operadores destas instalações e populações vizinhas;
b. ABNT NBR 15495-1: 2007 - Versão Corrigida 2: 2009 - Poços de monitoramento de
águas subterrâneas em aquíferos granulados - Parte 1: Projeto e construção. Esta parte
da ABNT NBR 15495 fixa os requisitos exigíveis para a execução de projeto e
construção de poços de monitoramento de águas subterrâneas em meios granulares;
c. ABNT NBR 10007: 2004 - Amostragem de resíduos sólidos. Esta Norma fixa os
requisitos exigíveis para amostragem de resíduos sólidos.
Tendo em vista esses dispositivos legais e os técnicos, durante a fiscalização do Aterro
Sanitário de Caçador foram verificadas as condições da infraestrutura existente no local, os
procedimentos de operação e manutenção do aterro, bem como de monitoramento e segurança
que devem ser observados para o efetivo cumprimento do contrato em vigor.
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3 IDENTIFICAÇÃO DA AGÊNCIA REGULADORA E DA PRESTADORA
DE SERVIÇOS
3.1 Agência Reguladora
Agência Reguladora Intermunicipal de Saneamento (ARIS):
Rua Santos Saraiva, n. 1546, Bairro Estreito. Florianópolis/SC.
CEP: 88070-101.
Fone: (48) 3954-9100.
3.2 Prestadora de Serviços
Meioeste Ambiental LTDA:
Rua Conselheiro Mafra, n. 708, Bairro Centro. Caçador/SC.
CEP: 89.500-000.
Fone: (49) 3563-2517 / (49) 3563-3316.
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4 UNIDADE FISCALIZADA
Aterro Sanitário do Município de Caçador:
- O Aterro Sanitário municipal está localizado a aproximadamente 5 km do centro da
cidade, na Rodovia SC 303. O complexo conta com três lagoas de tratamento de efluentes
e uma unidade de tratamento físico-químico e biológico, para o tratamento de resíduos
líquidos percolados (chorume).
Imagem 3: Localização do Aterro Sanitário de Caçador (imagem captada no Google Earth, em
19/11/2014).
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Imagem 4: Localização do Aterro Sanitário de Caçador (imagem do Google Earth, em 19/11/2014).
Imagem 5: Localização do Aterro Sanitário de Caçador (imagem do Google Earth, em 19/11/2014).
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- O aterro sanitário está sendo operado pela empresa Meioeste Ambiental LTDA,
conforme Contrato Administrativo n. 05/2010 – FUNDEMA, Contrato Administrativo n.
26/2010 – FUNDEMA (Cessão do Contrato n. 05/2010), Processo Licitatório n. 02/2009,
Concorrência n. 01/2009. O aterro, segundo informações, é constituído por um sistema de
drenagem de efluentes líquidos (chorume) acima de uma camada impermeável de
polietileno de alta densidade – PEAD na base, sobre uma camada de solo compactado
para que não haja vazamento de material líquido para o solo, evitando assim a
contaminação de lençóis freáticos. Os dispositivos que compõem a drenagem dos
líquidos percolados (chorume e água) são tubo dreno, brita e membrana geotêxtil, e o
chorume é tratado e reinserido ao aterro. As células do aterro possuem um sistema de
drenagem de gases, que são tratados por meio da queima direta para que o metano possa
ser transformado em dióxido de carbono que, embora também seja nocivo para a camada
de ozônio, possui um potencial poluidor várias vezes menor que o do metano.
Imagem 6: Aterro Sanitário de Caçador. Imagem 7: Sistema de tratamento de chorume.
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5 CONSTATAÇÕES
Quanto ao Aterro Sanitário:
Foi constatado que:
- Segundo informações do SISARIS – Módulo Resíduos, encaminhado pela prestadora, o
aterro sanitário é público e a operação do mesmo é terceirizada;
- Segundo informações do SISARIS – Módulo Resíduos, encaminhado pela prestadora, o
ano de início da operação do aterro é 2004, e o ano previsto para fechamento é 2024;
- Segundo informações do SISARIS – Módulo Resíduos, encaminhado pela prestadora, o
aterro sanitário não recebe resíduos de outro Estado e nem de empresas privadas e
indústrias;
- Segundo informações do SISARIS – Módulo Resíduos, encaminhado pela prestadora,
não há núcleo populacional ao redor do aterro sanitário;
- Segundo informações do SISARIS – Módulo Resíduos, encaminhado pela prestadora,
quanto à ETE, o destino dos sólidos após tratamento do efluente (chorume) é o aterro
sanitário, e o destino do efluente líquido tratado é o corpo receptor;
Imagem 8: Aterro Sanitário de Caçador.
- Há isolamento da área do Aterro Sanitário por meio de barreira física (cercamento) e
vegetal (cerca viva);
- Há portão de acesso;
- A forma de controle de entrada no aterro sanitário é por meio de câmera e portaria, e
segundo informações da empresa Meioeste Ambiental LTDA, no período noturno existe
a permanência de vigia;
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- O interior da portaria encontra-se em condições inadequadas de organização, com
papéis de controle de pesagem espalhados pela mesa e pelo chão;
- Há presença de balança em condições de uso, com laudos de aferição do INMETRO,
para registro do peso de entrada (caminhão e resíduos sólidos) e de saída (caminhão);
Imagem 9: Portaria do Aterro Sanitário de Caçador, com
identificação da operadora.
Imagem 10: Balança para controle de peso de entrada e saída,
ao lado da portaria.
Imagem 11: Pesagem do caminhão contendo resíduos sólidos,
no momento da entrada no Aterro Sanitário.
Imagem 12: Câmera para controle e registro do acesso ao
Aterro Sanitário.
Imagem 13: Interior da portaria com equipamentos para
registro das pesagens ao fundo, e estoque de materiais à direita.
Imagem 14: Equipamentos para registro das pesagens.
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Imagem 15: Câmera para registro do controle das pesagens. Imagem 16: Momento do registro da pesagem pelo funcionário.
Imagem 17: Registro da pesagem de entrada no Aterro. Imagem 18: Estoque de materiais na portaria.
Imagem 19: Edificação de apoio aos funcionários. Imagem 20: Cercamento no entorno do Aterro Sanitário de
Caçador.
- Há 06 poços de monitoramento de águas subterrâneas no aterro sanitário, espalhados à
montante e jusante do terreno;
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- Há sistema de drenagem dos gases gerados a partir da decomposição dos resíduos, e
dispositivos para exaustão desses gases (chaminés de saída de gás);
- Há grande quantidade de material seco (reciclável) junto ao material de rejeito no aterro
sanitário;
- Há resíduos sólidos descobertos e espalhados por grande parte do Aterro Sanitário, em
locais distantes em relação à frente de operação, que podem causar a proliferação de
vetores, a exalação de odores desagradáveis e a dificuldade do tráfego de veículos
coletores, caracterizando inadequada prestação de serviços. Deve ser observado o
procedimento de adoção da frente de serviço mínima possível, com cobertura diária dos
resíduos, de modo a garantir o manejo adequado dos mesmos;
- Há células finalizadas de resíduos sólidos que apresentam arraste do solo de cobertura e
erosão do talude, expondo os resíduos contidos nelas e o chorume gerado. Tendo em vista
essa situação, deve a prestadora executar o cobrimento da frente de operação e das células
finalizadas a cada término, com camada suficientemente espessa e adequadamente
compactada, uma vez que o sistema de cobertura (diária, intermitente e final) tem a
função de proteger a superfície das células de resíduos;
- Não há o adequado controle das águas pluviais, que acumulam e escoam em locais
impróprios, causando a erosão de taludes, expondo os resíduos e aumentando
significativamente a quantidade de chorume e percolado que se acumulam em áreas
baixas do aterro e passam dos limites do mesmo, podendo atingir corpos hídricos do
entorno;
- Há canaletas de drenagem de águas pluviais obstruídas com vegetação, solo e materiais
diversos, ao lado do aterro, não interceptando e desviando de forma adequada o
escoamento superficial das águas;
- Alguns trabalhadores não usam Equipamentos de Proteção Individual (EPI), como
luvas, máscaras e óculos;
- Há presença de vetores (urubus), indicando falta de cobertura adequada dos resíduos
sólidos.
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Imagem 21: Localização e identificação do Poço de
monitoramento 01.
Imagem 22: Poço de monitoramento 01.
Imagem 23: Frente de operação do Aterro Sanitário. Imagem 24: Frente de operação do Aterro Sanitário.
Imagem 25: Frente de operação do Aterro Sanitário. Imagem 26: Chegada dos resíduos sólidos no aterro.
Imagem 27: Aterro Sanitário de Caçador. Imagem 28: Aterro Sanitário de Caçador.
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Imagem 29: Chaminé de saída de gás do aterro, envolta por
resíduos sólidos em local impróprio.
Imagem 30: Detalhe de uma chaminé de saída de gás do aterro.
Imagem 31: Presença de material seco (reciclável) no aterro. Imagem 32: Resíduos sólidos espalhados pelo aterro, distantes
da frente de trabalho.
Imagem 33: Resíduos sólidos espalhados pelo aterro, distantes
da frente de operação.
Imagem 34: Acesso a frente de operação.
Imagem 35: Resíduos sólidos espalhados pelo aterro. Imagem 36: Aterro Sanitário.
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Imagem 37: Resíduos sólidos espalhados pelo aterro, distantes
da frente de operação.
Imagem 38: Talude da célula do aterro com resíduos expostos
na superfície.
Imagem 39: Talude da célula do aterro com resíduos expostos
na superfície.
Imagem 40: Talude da célula do aterro com resíduos expostos
na superfície.
Imagem 41: Talude da célula do aterro com resíduos expostos
na superfície.
Imagem 42: Águas pluviais que acumulam e escoam em local
impróprio do aterro.
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Imagem 43: Erosão do talude do aterro. Imagem 44: Águas pluviais escoando em local impróprio, em
contato com os resíduos expostos do talude que sofreu erosão.
Imagem 45: Canaleta de drenagem de águas pluviais obstruída. Imagem 46: Canaleta de drenagem de águas pluviais obstruída.
Imagem 47: Canaleta de drenagem de águas pluviais obstruída. Imagem 48: Canaleta de drenagem de águas pluviais obstruída.
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Imagem 49: Presença de vetores (urubus) no Aterro Sanitário.
Quanto ao Sistema de Tratamento dos líquidos percolados (Chorume):
Foi constatado que:
- Os efluentes são tratados inicialmente por meio de lagoas (Lagoa Anaeróbica 01, Lagoa
Anaeróbica 02 e Lagoa Facultativa) e posteriormente por tratamento físico-quimico (com
adição do coagulante Sulfato de Alumínio, floculação e posterior separação por
decantação), seguido de tratamento complementar por meio de carvão ativado, sendo
então lançados em uma vala que conduz até o corpo receptor, denominado córrego Cará,
próximo do Poço de Monitoramento 06;
- A placa de identificação da Lagoa Anaeróbica 01 encontra-se caída no chão;
- Há canaletas de drenagem de águas pluviais obstruídas com vegetação, solo e materiais
diversos, ao lado das lagoas, não interceptando e desviando de forma adequada o
escoamento superficial das águas;
- Foi realizada a poda das árvores no entorno das lagoas, evitando-se, desta forma, a
entrada de matéria orgânica proveniente de outras fontes no sistema de tratamento;
Imagem 50: Lagoa Anaeróbica 01. Imagem 51: Lagoa Anaeróbica 01.
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Imagem 52: Caixa de passagem/monitoramento ao lado da
Lagoa Anaeróbica 01.
Imagem 53: Caixa de passagem/monitoramento ao lado da
Lagoa Anaeróbica 01.
Imagem 54: Entorno da Lagoa Anaeróbica 01, com árvores
podadas.
Imagem 55: Lagoa Anaeróbica 01.
Imagem 56: A direita da imagem a Lagoa Anaeróbica 01 e a
esquerda a Lagoa Anaeróbica 02.
Imagem 57: Lagoa Anaeróbica 02.
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Imagem 58: Caixa de passagem/monitoramento entre as Lagoas
Anaeróbicas 01 e 02.
Imagem 59: Caixa de passagem/monitoramento entre as Lagoas
Anaeróbicas 01 e 02.
Imagem 60: Lagoa Anaeróbica 02. Imagem 61: Identificação da Lagoa Anaeróbica 02..
Imagem 62: Deságue de efluente na Lagoa Anaeróbica 02. Imagem 63: Caixa de passagem/monitoramento entre a Lagoa
Anaeróbica 02 e a Lagoa Facultativa.
Imagem 64: Caixa de passagem/monitoramento entre a Lagoa
Anaeróbica 02 e a Lagoa Facultativa.
Imagem 65: Lagoa Facultativa.
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Imagem 66: Entorno da Lagoa Facultativa. Imagem 67: Identificação da lagoa facultativa.
Imagem 68: Canaleta de drenagem de águas pluviais obstruída,
junto às lagoas.
Imagem 69: Localização e identificação do Poço de
monitoramento 04.
- Há captação de água da chuva nas calhas da casa de química, sendo encaminhada para
as tinas e utilizada para lavagens em geral;
- A tecnologia do sistema de dosagem de Sulfato de Alumínio é defasada, não havendo
bomba dosadora e ocorrendo por gravidade;
- Não há Jar-Test no Aterro Sanitário para a realização de análises laboratoriais;
- Não há Cone de Imhoff no Aterro Sanitário para a realização de análises laboratoriais;
- Parte da estrutura do floculador encontra-se em condições inadequadas de conservação,
com presença de rachaduras.
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Imagem 70: Calha de captação de água da chuva para lavagens
em geral.
Imagem 71: Decantador ao lado da casa de química e
floculador.
Imagem 72: Tina de preparo e armazenamento de Sulfato de
Alumínio.
Imagem 73: Caixa de passagem da chegada do efluente ao
floculador e sistema dosador de sulfato de alumínio.
Imagem 74: Chegada do efluente. Imagem 75: Sistema de dosagem de sulfato de alumínio.
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Imagem 76: Armazenamento de produto. Imagem 77: Floculador.
Imagem 78: Floculador. Imagem 79: Identificação do Floculador.
Imagem 80: Detalhe da floculação. Imagem 81: Floculador e casa de química.
RF – RSU – CAÇADOR – 001 24/31
Imagem 82: Rachaduras na estrutura do Floculador. Imagem 83: Casa de química e floculador.
Imagem 84: Decantador. Imagem 85: Decantador.
Imagem 86: Decantador. Imagem 87: Borda do Decantador.
Imagem 88: Localização do filtro de carvão ativado. Imagem 89: Tratamento complementar com carvão ativado.
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Imagem 90: Deságue do efluente antes da passagem do mesmo
pelo carvão ativado.
Imagem 91: Compartimento com carvão ativado.
Imagem 92: Tubulação de coleta do efluente filtrado. Imagem 93: Caixa de passagem do efluente tratado.
Imagem 94: Vala de condução do efluente tratado para o corpo
receptor.
Imagem 95: Deságue do efluente tratado no córrego Cará.
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Quanto aos Controles e Procedimentos:
Foi constatado que:
- Há Licença Ambiental de Operação (LAO) do Aterro Sanitário de Caçador (anexo);
- Há anotação de responsabilidade técnica junto ao conselho de classe do responsável
pela operação do Aterro Sanitário;
- Há laudos de aferição da balança do Aterro Sanitário;
- Não há planos de emergência e contingência, segundo informações do SISARIS –
Módulo Resíduos, encaminhado pela prestadora;
- Não foram apresentados laudos técnicos do monitoramento da qualidade das águas
subterrâneas, conforme exigência da Licença Ambiental de Operação, item 4.1 –
Programas ambientais;
- Não foram apresentados laudos técnicos do monitoramento dos efluentes do sistema de
tratamento, conforme exigência da Licença Ambiental de Operação, item 4.2 –
Programas ambientais;
- Não foram apresentados relatórios de pesagem de encerramento de mês, a partir do ano
de 2010, inclusive, a serem emitidos pela prestadora, conforme exigência do Contrato
Administrativo n. 05/2010 – FUNDEMA, item II – Do prazo de pagamento.
RF – RSU – CAÇADOR – 001 27/31
6 NÃO CONFORMIDADES
Na tabela abaixo constam as não conformidades constatadas durante a fiscalização e os
respectivos prazos para as ações corretivas.
Tabela 01: Não conformidades constatadas no Aterro Sanitário e prazo para ações corretivas.
RF-RSU-CAÇADOR-001
N. NÃO CONFORMIDADE
PRAZO PARA
ADEQUAÇÃO
(em dias)
I QUANTO AO ATERRO SANITÁRIO
01
Foi constatado que o interior da portaria do Aterro Sanitário encontra-se em condições
inadequadas de organização, com papéis de controle de pesagem espalhados pela mesa e
pelo chão.
60
02
Foi constatado que há resíduos sólidos descobertos e espalhados por grande parte do
Aterro Sanitário, em locais distantes em relação à frente de operação, causando a
proliferação de vetores, a exalação de odores desagradáveis e a dificuldade do tráfego de
veículos coletores.
60
03
Foi constatada a existência de células finalizadas de resíduos sólidos que apresentam
arraste do solo de cobertura e erosão do talude, expondo os resíduos contidos nelas e o
chorume gerado.
60
04
Foi constatado que não há o adequado controle das águas pluviais, que acumulam e
escoam em locais impróprios, causando a erosão de taludes, expondo os resíduos e
aumentando significativamente a quantidade de chorume e percolado que se acumulam em
áreas baixas do aterro e passam dos limites do mesmo, podendo atingir corpos hídricos do
entorno.
60
05
Foi constatada a existência de canaletas de drenagem de águas pluviais obstruídas com
vegetação, solo e materiais diversos, ao lado do aterro, não interceptando e desviando de
forma adequada o escoamento superficial das águas.
60
06 Foi constatado que alguns trabalhadores não usam Equipamentos de Proteção Individual
(EPI), como luvas, máscaras e óculos. IMEDIATO
07 Foi constatada a existência de vetores (urubus), indicando falta de cobertura adequada dos
resíduos sólidos no Aterro Sanitário. 60
II QUANTO AO SISTEMA DE TRATAMENTO DOS LÍQUIDOS PERCOLADOS (CHORUME)
08 Foi constatado que a placa de identificação da Lagoa Anaeróbica 01 encontra-se caída no
chão. 30
RF – RSU – CAÇADOR – 001 28/31
09
Foi constatada a existência de canaletas de drenagem de águas pluviais obstruídas com
vegetação, solo e materiais diversos, ao lado das lagoas, não interceptando e desviando de
forma adequada o escoamento superficial das águas.
60
10 Foi constatado que a tecnologia do sistema de dosagem de Sulfato de Alumínio é defasada,
não havendo bomba dosadora e ocorrendo por gravidade. 90
11 Foi constatada a inexistência de Jar-Test no Aterro Sanitário para a realização de análises
laboratoriais. 90
12 Foi constatada a inexistência de Cone de Imhoff no Aterro Sanitário para a realização de
análises laboratoriais. 90
13 Foi constatado que uma parte da estrutura do floculador encontra-se em condições
inadequadas de conservação, com presença de rachaduras. 150
III QUANTO AOS CONTROLES E PROCEDIMENTOS
14 Foi constatada a inexistência de planos de emergência e contingência, segundo
informações do SISARIS – Módulo Resíduos, encaminhado pela prestadora. 90
15
Foi constatada a não apresentação de laudos técnicos do monitoramento da qualidade das
águas subterrâneas, conforme exigência da Licença Ambiental de Operação, item 4.1 –
Programas ambientais.
30
16
Foi constatada a não apresentação de laudos técnicos do monitoramento dos efluentes do
sistema de tratamento, conforme exigência da Licença Ambiental de Operação, item 4.2 –
Programas ambientais.
30
17
Foi constatada a não apresentação de relatórios de pesagem de encerramento de mês, a
partir do ano de 2010, inclusive, a serem emitidos pela prestadora, conforme exigência do
Contrato Administrativo n. 05/2010 – FUNDEMA, item II – Do prazo de pagamento.
30
RF – RSU – CAÇADOR – 001 29/31
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS E RECOMENDAÇÕES
Depois de concluídos os trabalhos de Fiscalização, a Coordenadoria de Fiscalização da
ARIS informa a necessidade da implantação de melhorias no aterro sanitário fiscalizado. Tais
melhorias estão vinculadas a ótica de escopo reduzido para esta primeira Fiscalização, ou seja,
nas próximas fiscalizações serão realizadas vistorias mais detalhadas. Nesse sentido, alguns
aspectos merecem atenção contínua como a manutenção, a conservação, a segurança das
estruturas e dos equipamentos, o que garante a saúde e a segurança dos colaboradores, bem como
a efetividade da disposição final dos resíduos sólidos urbanos e da segurança ambiental.
Com os trabalhos de fiscalização, verificou-se descumprimento de cláusulas contratuais,
como:
- Item VI – Das obrigações e responsabilidades da Contratada:
- 04 – Executar os serviços discriminados, obedecendo rigorosamente as especificações e
as normas pertinentes em vigor;
- 07 – Manter, durante toda a execução do Contrato, compatibilidade com as obrigações
assumidas, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na Licitação;
- 14 – O proponente vencedor deverá executar os serviços obedecendo rigorosamente os
projetos e os memoriais anexos a Edital;
- 15 – Reparar, corrigir, remover ou substituir às suas expensas, no total ou em parte, os
serviços e/ou equipamentos em que se verifiquem vícios, defeitos ou incorreções
resultantes da execução ou de materiais, peças componentes e equipamentos empregados;
- Item IX – Da fiscalização dos serviços:
- Parágrafo segundo – A fiscalização não diminui nem exclui a responsabilidade da
contratada pela qualidade e correta execução dos serviços.
Salienta-se que os trabalhos de Regulação e Fiscalização buscam apontar as melhorias
necessárias nos sistemas de destinação final dos RSU, devendo a prestadora cumprir as
determinações do contrato de prestação de serviços.
Na primeira fiscalização do Aterro Sanitário do Município de Caçador, a ARIS
constatou a existência de 17 não conformidades. Dentre às não conformidades existentes é
possível destacar a inexistência de planos de emergência e contingência que contemplem a
integridade do Aterro Sanitário em situações de emergência e em condições anormais de
RF – RSU – CAÇADOR – 001 30/31
operação, não deixando de lembrar também da importância da apresentação do plano de
encerramento para o término das atividades no Aterro Sanitário.
As não conformidades apontadas pela ARIS demonstram a importância da agência
reguladora no cenário do saneamento, que deve atuar de forma independente e técnica, a fim de
colaborar para a melhoria dos serviços prestados ao cidadão.
O prestador deve manter cópia do presente Relatório de Fiscalização junto ao
escritório local, à disposição para consulta pública.
Remete-se cópia do presente relatório ao Prefeito de Caçador, à empresa MEIOESTE
AMBIENTAL LTDA e à Fundação Municipal do Meio Ambiente de Caçador, estando este
disponível para consulta pública no site da ARIS.
Florianópolis, 20 de novembro de 2014.
Rafael Andrin Crestani
Coordenador de Fiscalização
CREA/SC 085.784-2
Cristiano Maluf
Engenheiro Sanitarista e Ambiental
CREA/SC 099.180-9
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8 ANEXOS
Termos de abertura e de encerramento
ART
Licença Ambiental de Operação (LAO) do Aterro Sanitário de Caçador