RevistaCiŒncias OdontológicasPREVAL˚NCIA DE C`RIE DENTAL E GENGIVITE EM PRÉ-ESCOLARES DA CIDADE...

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ISSN 1516-5639 Publicaªo da Faculdade de CiŒncias Odontolgicas da Universidade de Marlia UNIMAR Marlia/SP, ano 3, n. o 3, 2000 Odontolgicas CiŒncias Odontolgicas CiŒncias Revista

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ISSN 1516-5639

Publicação da Faculdade de Ciências Odontológicasda Universidade de Marília � UNIMARMarília/SP, ano 3, n.o 3, 2000

OdontológicasCiências

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Revista

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CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS

Administração Superior da Universidade de Marília

ReitorDr. Márcio Mesquita Serva

Vice-ReitoraProfª Regina Lúcia Ottaiano Losasso Serva

Pró-Reitor de Planejamento e Desenvolvimento InstitucionalProf. Nery Aguiar Porchia

Pró-Reitor de GraduaçãoProf. José Roberto Marques de Castro

Pró-Reitor de Pós-GraduaçãoProf. Dr. Sosígenes Victor Benfatti

Pró-Reitora de Ação ComunitáriaProfª Maria Beatriz de Barros Moraes Trazzi

Diretora AdministrativaSinara Mesquita Serva

Diretor da Faculdade de Ciências OdontológicasProf. Dr. Valdir Gouveia Garcia

FACULDADE DE CIÊNCIAS ODONTOLÓGICASAv. Higyno Muzzi Filho, 1001 - CEP: 17525-902

Fone: (014) 421-4016 / 421-4015 � Fax: (014) 433-8691Campus Universitário - Marília - São Paulo

Publicação anualÓrgão financiador da publicação: UNIVERSIDADE DE MARÍLIA

Publicação da Faculdade de Ciências Odontológicasda Universidade de Marília � UNIMAR

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EDITORIAL

um ano especial para a Faculdade de Ciências Odontológicasda Universidade de Marília - UNIMAR, com a recomendaçãopela CAPES dos programas de Pós-Graduação �Stricto Sensu�,em Ortodontia, Odontopediatria, Endodontia e Cirurgia e os Cursos�lato-sensu� em todas as áreas clínicas, entregamos aos alunos,professores e pesquisadores da área mais um número da RevistaCiências Odontológicas.

Atingindo sua terceira edição em 2000, a Revista CiênciasOdontológicas da Unimar dá mais um passo seguro rumo àconsolidação de uma meta iniciada em 1998 com a idealização epublicação da primeira edição.

É sempre válido lembrar que o Ensino, a Pesquisa e aExtensão de serviços à comunidade são os elementos norteadoresde qualquer Instituição de Ensino Superior que pretenda atingiruma formação consistente para seu corpo discente e cumprir suafunção como organismo de desenvolvimento do conhecimento edifusão da cultura na sociedade. Assim sendo, a entrega de maiseste número da Revista Ciências Odontológicas, reveste-se deespecial importância, uma vez que evidencia o objetivo precípuoda Unimar de divulgar as pesquisas realizadas dentro da Instituiçãoe em outros IES do Brasil e do Exterior, dando vazão à produçãocientífica, não só de alunos e professores envolvidos em projetosde Iniciação Científica, como também de profissionais epesquisadores de ponta na área das Ciências Odontológicas.

Sob a direção do Prof. Dr. Valdir Gouveia Garcia, aFaculdade de Ciências Odontológicas da Unimar procura umaadequação pedagógica às novas diretrizes curriculares do ConselhoNacional de Educação. A presente Revista é uma publicação destaFaculdade, lastreada, após apenas três anos de existência, por umorgão de divulgação científica dos mais conceituados, o ISSN(International Serial Number), com vista aos principais indexadoresda área.

Finalmente agradecemos ao Digníssimo Reitor, MarcioMesquita Serva, à Vice-Reitora, Profª. Regina Lúcia OttaianoLosasso Serva, à toda a Administração Superior da Unimar e atodos que colaboraram para que a Instituição concretizasse maisesta realidade editorial.

Profº. Dr. Roque Javier Mérida Delgado .Presidente do Corpo Editorial .

NNCorpo Editorial

PresidenteProf. Dr.Roque J. Mérida DelgadoCoordenadorProf. Dr. Luís Anselmo MariottoAssessoria EditorialProf. Ms. Aroldo José Abreu PintoSecretárioProf. Nery Aguiar Porchia

Membros do Corpo Editorial:Prof. Nery Aguiar PorchiaProf. Dr. Roberto HollandProf. Dr. Valdir de SouzaProf. Dr. Tetuo OkamotoProf. Dr. Roque Javier M. DelgadoProf. Dr. Luís Anselmo MariottoProf. Dr. Eliel Soares OrenhaProf. Dr. Sérgio DomeneProf. Dr. Júlio de Araújo GurgelProfª Dra. Silvia Helena PadovanProf. Dr. Gildo MatheusProfª Dr. Celso Luiz de Angelis PortoProf. Dr. John PowersProf. Dr. João BausellsProf. Dr. Luiz Alberto MilaneziProf. Dr. Eduardo DaineziProf. Dr. Sosígenes Victor BenfattiProf. Dr. Valdir Gouveia Garcia

Colaboradores:Prof. Ms. Adilson Hidek UenoProf. Ms. Domingos Donizetti RoqueProf. Ms. Eduardo AcceturiProf. Ms. Elio Hitoshi ShinobaraProf. Ms. Gilberto GaruttiProf. Ms. José Sidnei RoqueProfª Ms. Maria Cristina V.B. RabeloProf. Ms. Marcos Antonio GirottoProfª Ms. Marie OshiwaProf. Ms. Percilene HerculianeProf. Ms. Segismar Pesquero RecheProf. Ms. Walter SchillerProf. Ms. Expedito Machado de FariaProfª. Ms. Fabiana Soares Grecca

Publicação da Faculdade de Ciências Odontológicasda Universidade de Marília � UNIMAR

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Assessoria Editorial, Revisão, Editoração Eletrônica,Projeto Gráfico e Capa

E d i t o r a A r t e & C i ê n c i aRua Treze de Maio, 71 � Bela VistaSão Paulo � SP - CEP 01327-000

Tel.: (011) 3257-5871Na internet: http://www.arteciencia.com.br

Catalogação na fonte: Universidade de MaríliaBiblioteca Central �Zilma Parente de Barros�

Índice para catálogo sistemático:1. Periódicos: Ciências Odontológicas2. Revistas: Ciências Odontológicas3. Brasil: Revistas: Ciências Odontológicas

REVISTA CIÊNCIAS ODONTOLÓGICAS - Publicação da Facul-dade de Ciências Odontológicas da Universidade de Marília(UNIMAR) - Marília, SP: Ed. UNIMAR, 2000.

Anual � v. 3, n.o 3, 2000

ISSN 1516-5639

1. Ciências Odontológicas - Periódicos. 2. Odontologia - Periódi-cos. 3. Universidade e Faculdade - Periódicos. I. São Paulo. Uni-versidade de Marília.

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31 _______________________ESTUDO DE GENGIVITE EM CRIANÇASMATRICULADAS EM ESCOLASOFICIAIS DA CIDADE DE MARÍLIA � SPINFLUÊNCIA DA IDADE E DO SEXOSTUDY OF GINGIVITIS IN CHILDREN ATTENDINGSTATE SCHOOLS IN MARÍLIA � SP. INFLUENCE OFAGE AND SEXTereza Cristina de Godoy Pereira Toledo PizaALMEIDA, Sosígenes Victor BENFATTI,Célio PERCINOTO.

37 _______________________LÁBIO DUPLO UNILATERALDOUBLE LIP UNILATERALEdevaldo Tadeu CAMARINI, Liogi IWAKI FILHOAngelo José PAVAN, Cleverson Luciano TRENTO

41 _______________________BRANQUEAMENTO CASEIRO SEM ALIVIO DOMODELO. UMA TÉCNICA MAISSIMPLES, RÁPIDA, ECONÔMICA E EFICIENTENIGTHGUARD VITAL BLEACHING WITHOUT THEADDITION OF SPACERS TO THE CAST. ASIMPLER AND FASTER, LOW COST ANDEFFECTIVE TECHNIQUE.Roque Javier Mérida DELGADO,Luís Anselmo MARIOTTO

47 _______________________RADIOGRAFIA DIGITALDIGITAL IMAGERoberto Heitzmann Rodrigues PINTO,Cássia Maria Fisher RUBIRA

53 _______________________TRATAMENTO DE FRATURA ISOLADA DO OSSOZIGOMÁTICO:RELATO DE CASOTREATMENT OF ISOLATED FRACTURE OF THEZYGOMATIC BONE. A CASE REPORTElio Hitoshi SHINOHARA, Eliane dos AnjosQUEIRÓZ, José Pereira de CARVALHO JÚNIOR,Fábio PETROUCIC, José Sidney ROQUE

07 _______________________AGENTES DE LIMPEZA DENTÁRIA UTILIZADOSPELOS PROFESSORES,BANCÁRIOS E COMERCIÁRIOS DA CIDADE DEARAÇATUBA-SP, BRASILESCOVAS DENTÁRIASDENTAL PLAQUE CONTROL AGENTS USED BYTEACHERS, BANK EMPLOYEES ANDSALESPERSONS IN ARAÇATUBA CITY, SÃO PAULOSTATE, BRAZIL. TOOTHBRUSHESLuiz Alberto MILANEZI, Lilian Pescinini RULI,Maria José Hitomi NAGATA, Álvaro FranciscoBOSCO, Leda Maria Pescinini SALZEDAS, NiloLACERDA JÚNIOR, Valdir Gouveia GARCIA

15 _______________________COLAGEM HETERÓGENA ASSOCIADA AREESTABELECIMENTO PERIODONTAL:CASO CLÍNICOHETEROGENOUS BONDING ASSOCIETED TORESTORE PERIODONTICS:CLINICAL RELATELuís Anselmo MARIOTTO, Roque Javier MéridaDELGADO, L. BRAZ DIAS.

19 _______________________PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTAL E GENGIVITEEM PRÉ-ESCOLARES DA CIDADE DE MARÍLIA-SP.PREVALENCE OF DENTAL CARIES ANDGINGIVITIS WITHPRESCHOOLERS IN THE CITY OF MARÍLIA-SP.Rosana Maria Bazzo da Costa OLÉA, JoãoBAUSELLS, Sosígenes Victor BENFATTI.

27 _______________________RECONSTRUÇÃO DE DEFEITOS OSSEOS NAMAXILA E MANDÍBULA COM OSSO HUMANOCONGELADORECONTRUCTION OF BONE DEFECTS IN THEMAXILLA AND MANDIBULA THOUGH THE USE OFFROZEN HUMAN BONEEduardo ACCETTURI, Karla Bachega ERMANI,Paulo Roberto GOLDONI,Sergio Ricardo Rafacho ESTEVES, FernandoACCETTURI, Darci CAVALCA

SUMÁRIO

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59 _______________________HÁBITOS DE SUCÇÃO EM CRIANÇAS DOMUNICÍPIO DE MARÍLIA, SPSUCKING HABITS CHILDREN FROM THE CITY OFMARÍLIA, SPMaria Cristina Vernasque Bettin RABELLO,João BAUSELLS, Sosígenes Victor BENFATTI,Célio PERCINOTO.

67 _______________________NÚCLEOS INTRARRADICULARES FUNDIDOS:AVALIAÇÃO DO PROCEDIMENTOLABORATORIAL REALIZADO PELOSACADÊMICOS DEODONTOLOGIA DA UNIMARINTRARADICULAR METAL POST � LABORATORIALPROCEDURE EVALUATION PERFOMED BYSTUDENTS OF UNIMARSCHOOL OF DENTISTRYAlessandro Freitas MACHADO, Eliana Lemos deSOUZA BASTOS, Fernando ACCETTURI, EduardoACCETTURI, Karla Bachega ERMANI

73 _______________________IMPLANTES OSSEOINTEGRADOSOSSEOINTEGRATED IMPLANTSKarina BOCARDI, Adriana RODRIGUES, JanaínaAmaro MIRANDA, Priscila Ferreira PAGIORO,Sergio Ricardo Rachafo ESTEVES.

83 _______________________TENDÊNCIAS ATUAIS DO TRATAMENTOENDODÔNTICOCURRENT TRENDS IN ROOT CANALTREATMENTGlaucia Regina Raful SACOMANI, Valdir de SOU-ZA, Roberto HOLLAND, Simone Nalim GuardiaFAVINHA, Gilberto GARUTTI, Henrian GonzagaBARBOSA.

93 _______________________NORMAS PARA PUBLICAÇÃO

Revista

OdontológicasOdontológicasCiênciasCiências

ClínicaClínicaOdontológicaOdontológica

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ANO 3, nº 3, 2000

AGENTES DE LIMPEZA DENTÁRIA UTILIZADOS PELOS PROFESSORES,BANCÁRIOS E COMERCIÁRIOS DA CIDADE DE ARAÇATUBA-SP, BRASIL

ESCOVAS DENTÁRIAS

DENTAL PLAQUE CONTROL AGENTS USED BY TEACHERS, BANK EMPLOYEESAND SALESPERSONS IN ARAÇATUBA CITY, SÃO PAULO STATE, BRAZIL.

TOOTHBRUSHES

Luiz Alberto MILANEZI*Lilian Pescinini RULI**

Maria José Hitomi NAGATA***Álvaro Francisco BOSCO***

Leda Maria Pescinini SALZEDAS***Nilo LACERDA JÚNIOR**Valdir Gouveia GARCIA*

Neste estudo os autores analisaram as práticas e recursos utilizados na limpeza dos dentes, com escovas dentárias,junto a 3 categorias profissionais com poder aquisitivo para a compra das mesmas. Foram entrevistados 100profissionais do ensino público dos 10, 20 e 30 graus, 100 bancários e 100 comerciários, de ambos os sexos, comidade acima de 15 anos e moradores da cidade de Araçatuba � SP, Brasil. Os questionários aplicados possibilita-ram dados sobre a utilização das escovas dentárias, o motivo da utilização, as preferências por marcas, a freqüên-cia diária da escovação, bem como o local da aquisição. Os resultados permitiram inferir que os entrevistadostêm na iniciativa própria a justificativa para o uso das escovas dentárias; que o seu descarte faz-se quando estasficam deficientes para a limpeza; que as marcas utilizadas pertencem às grandes indústrias fabricantes; que afidelidade à marca existe da parte de uma pequena maioria; que a preferência objetiva outros benefícios que nãoo da saúde bucal; e que pela ação da associação de cirurgiões-dentistas, da indústria e da mídia se mudará ocomportamento dos participantes com relação às práticas e aos recursos utilizados na limpeza dentária.

UNITERMOS: Higiene bucal; placa dental; escova dentária.

INTRODUÇÃO

Com a produção das escovas dentárias em nívelindustrial, os profissionais da área odontológicapassaram a desenvolver análises sobre suas carac-terísticas físicas com o objetivo de torná-las ins-trumentos eficazes e adequados à limpeza dos den-tes. Naturalmente, práticas de uso surgiram etransformaram-se em técnicas de limpeza. Assim,a busca de uma escova ideal e de técnicas deescovação adequadas geraram estudos constantesno meio científico, especialmente após a compro-vação de que a placa bacteriana dentária é o prin-cipal agente desencadeador das doenças

*Professores do Curso de Pós-Graduação em Clínicas Odontológicas da UNIMAR, Marília - SP, Brasil**Cirurgiões-dentistas estagiários da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da UNESP, Araçatuba - SP, Brasil***Professores da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da UNESP, Araçatuba - SP, BrasilEndereço do autor: Rua: Torres Homem, 500 - CEP: 16.015-510 - Araçatuba � SP.

periodontais no homem (LÖE et al.10, 1965), e a es-cova dentária o principal agente de controle damesma (DE MICHELI et al.2, 1986; MILANEZI et al.12,1986).

Se por um lado os pesquisadores sugeriramagentes e modelos de limpeza, tendo comoembasamento o conhecimento científico, por outroas indústrias responderam prontamente com esco-vas adaptadas aos desenvolvimentos científicos exi-gidos e promocionalmente convincentes. Assim,várias inovações, referentes às características fí-sicas que as escovas dentárias deveriam ter, foramintroduzidas e abrangeram desde o cabo, passandopelo intermediário e chegando à ponta ativa(HALLA7, 1982: FONT-BUXO6, 1986; TODESCAN et

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al.16, 1989; GUSMÃO5, 1989; SONODA* , 1989). Oobjetivo foi permitir acesso, boa ação, facilidade demanejo nas mais diferentes áreas da boca, pressãomais uniforme sobre a superfície dos dentes e re-moção da placa bacteriana sem danos aos tecidosduros e moles.

Tendo em vista essas evoluções, os usos e cos-tumes referentes à utilização das escovas dentáriasforam surgindo e perpetuando-se como práticas de-senvolvidas pela comunidade. Segundo TODESCAN17

(1991), estas estão vinculadas à cultura, às condi-ções sociais e a fatores psicológicos individuais, ea possibilidade ou não de mudanças nos costumesou nos hábitos está diretamente relacionada à mo-tivação e também ao marketing das indústrias.

Isto posto, é nosso intuito analisar algumas ca-tegorias profissionais quanto aos seus usos e cos-tumes com relação às escovas dentárias no quetange ao motivo da sua utilização, às suas prefe-rências por marcas e modelos, à sua fidelidade aestas marcas, à freqüência diária de escovação eao local da aquisição.

MATERIAL E MÉTODO

No desenvolvimento deste estudo foi utilizadauma população de 300 indivíduos, de ambos os se-xos, com idade acima de 15 anos, residentes na ci-dade de Araçatuba -SP, constituída de 100 professo-res do ensino público estadual, 100 bancários e 100comerciários.

O questionário que possibilitou a obtenção dosdados para atender aos objetivos propostos foi apli-cado em locais de agrupamentos humanos, comoescolas, bancos e estabelecimentos comerciais.

Antes da aplicação do mesmo, tomamos a inici-ativa de reunirmo-nos com os entrevistados, no pró-prio local de trabalho e durante o expediente, com oescopo de esclarecê-los sobre os objetivos e finali-dades do estudo.

Os dados coletados, foram submetidos ao trata-mento estatístico adequado.

QUESTIONÁRIO

1. Por quanto tempo utiliza a escova dentária?_____ mês(es); não sabe ( );

* SONODA, C.K.; TAGLIAVINI, R.L. Estudo das características físicas dascerdas de diferentes tipos de escovas dentárias de fabricação nacional eestrangeira. (Trabalho apresentado como parte do plano trienal da Faculda-de de Odontologia de Araçatuba-UNESP), Araçatuba, 1989. Comunicaçãopessoal.

2. Quantas vezes escova os dentes aodia?_____vez(es);

3. Qual o motivo do uso? Iniciativa própria ( );indicação do C.D. ( ); porque outros usam ( ); nãosei ( );

4. É fiel à marca e ao modelo da escova dentária?sim ( ); não ( ); não sei ( );

5. Qual marca e modelo de escova dentáriausa?_________________;

6. Onde adquire? Supermercado ( ); farmácia oudrogaria ( ); bar ( ); outros ( ).Qual?_________________.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Na primeira parte do nosso estudo sobre agen-tes de limpeza dentária utilizados pelos professo-res, bancários e comerciários da cidade deAraçatuba-SP (MILANEZI et al.13, 1994), chamamosa atenção para o fato de que estas categorias profis-sionais tinham poder aquisitivo para a compra deescovas dentárias. Partindo da premissa de queestes são contumazes compradores e usuários des-te agente de limpeza mais comumente utilizado nahigiene bucal, os cirurgiões-dentistas têm neles umpúblico com os recursos financeiros necessários,mas dependente de motivação e conscientizaçãopara as práticas de prevenção e manutenção dasaúde bucal.

Cientes também de que este público é mais sen-sível às informações prestadas pela mídia do que àsrecomendações do cirurgião-dentista, há de se con-siderar algumas auto-práticas e recursos não ade-quados que dificultam o profissional naconscientização de práticas preventivas corretas dedoenças dentárias.

O tempo de uso das escovas dentárias, por partedos entrevistados, parece exceder o de sua vida útile sofre a recomendação da mídia de trocá-la a cada3 meses, visto que nas três categorias analisadas,241 (80,4%) dos entrevistados (Tabela I) utilizam-nas por mais de 2 meses, quando estas ficam defi-cientes nas suas características físicas e perdem opoder de limpeza. Assim inferimos, baseados nostrabalhos que sugerem que o tempo de uso de umaescova, ou seja, o seu descarte, deve acontecer en-tre 15 e 45 dias (MACEDO; LACAZ-NETO11, 1985;GENCO et al.4, 1990; STUCHELL; HORNBROOK15,1989; MILANEZI et al.12, 1986).

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ANO 3, nº 3, 2000

Tabela I - Distribuição e percentuais dos 300 entrevistados quanto ao tempo de utilização das escovas dentárias. Araçatuba-SP.

para o descarte de suas escovas. Somamos, tam-bém, a motivação e o desenvolvimento de práticasorientadas de higiene bucal, o que proporcionariaos recursos necessários para a prevenção das do-enças dentárias.

Expressivo foi o número de 246 (82%) entrevis-tados (Tabela III) que afirmaram usar a escovadentária por iniciativa própria, antes mesmo da re-comendação do cirugião-dentista (21 entrevistados,representando 7%). Outrossim, 28 entrevistados(9,4%) justificaram o uso �porque outros utilizam�.

Quanto à freqüência diária de limpeza dos den-tes, os dados mostraram que 279 (93%) dos entre-vistados (Tabela II) realizavam a limpeza 3 ou maisvezes e, portanto, excedem às recomendações devários autores que afirmam serem necessárias

Tempo deUtilização Categoria Profisional Total Professores Bancários Comerciários N0 %+ 2 meses 43 56 74 173 57,70 2 meses 29 21 18 68 22,70 1 mês 13 12 08 33 11,00- 1 mês 02 01 00 03 1,00 Não Sei 13 10 00 23 7,60 TOTAL 100 100 100 300 100,00

Contudo, achamos que esta limpeza não é rea-lizada com eficácia e juízo crítico, pois é sabido queas doenças periodontais são bastante prevalentesnestes nossos entrevistados. Informações adicionaisobtidas permitem inferir que a sensação de hálitoagradável é mais importante que qualquer outroobjetivo a ser alcançado para os nossos entrevista-dos, devido ao contato destes com o público.

Parece conclusivo que devemos aliar ao poderaquisitivo dos nossos entrevistados e à freqüênciade escovação praticada critérios que proporcionemcondições de fazê-los ajuizarem o momento ideal

Freqüênciadiária daescovação Categoria Profissional Total Professores Bancários Comerciários N0 %

1 vez 01 01 0 02 0,70 2 vezes 03 11 05 19 6,30 3 vezes 30 43 54 127 42,30 4 vezes 45 32 37 114 38,00 5 vezes 21 13 04 38 12,70 ou mais TOTAL 100 100 100 300 100,00

Tabela II - Distribuição e percentuais dos 300 entrevistados quanto à freqüência diária da utilização das escovas dentárias. Araçatuba-SP.

duas escovações para a manutenção da saúdegengival (HORTON8, 1989; ALEXANDER1, 1970;KELNER9, 1974; HALLA, 1978; MACEDO; LACAZ-NETO11, 1985).

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Acreditamos que o uso das escovas dentárias poriniciativa própria é cultural e espelhado principal-mente nos hábitos exercidos pela comunidade. Ocirurgião-dentista deveria fazer prevalecer as suasrecomendações e indicações, e não aceitar que omarketing da mídia continue a atuar de modoprevalente, fomentando o costume da iniciativa pró-pria da nossa população na aquisição das escovasdentárias.

Tabela III- Distribuição e percentuais dos 300 entrevistados quanto ao motivo do uso das escovas dentárias.Araçatuba- SP.

Motivo do Uso Categoria Profissional Total Professores Bancários Comerciários N0 %Iniciativa própria 84 83 74 246 82,00

Indicação do dentista 07 05 09 21 7,00

Porque outros usam 07 10 11 28 9,40

Não sei 02 02 01 05 1,60

Total 100 100 100 300 100,00

Pode-se salientar também o fato de 161 entre-vistados (53,7%) da nossa pesquisa (Tabela IV) rela-tarem fidelidade às marcas e aos modelos das esco-vas dentárias por eles utilizadas e selecionadas,como já visto, sem critérios corretos.

Tabela IV - Distribuição e percentuais dos 300 entrevistados quanto à fidelidade na escolha da marca e modelo das escovas dentárias. Araçatuba-SP.

Escolha da marcae do modelo Categoria Profissional Total Professores Bancários Comerciários N0 %

Fidelidade 55 55 51 161 53,70 Não fidelidade 42 43 48 133 44,30 Não sei 03 02 01 06 2,00 Total 100 100 100 300 100,00

Esses resultados são semelhantes aos de PEREI-RA14 (1990) que, trabalhando com universitários doCurso de Odontologia, observou que 51,5% dos alu-nos eram fiéis à manutenção da mesma marca deescova dentária.

As opções dos entrevistados por marcas e mode-

los das escovas dentárias estão listadas e mostra-das na Tabela V, e refletem exatamente aquelaspertencentes às indústrias fabricantes que maisrecursos investem na área de publicidade.

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Tabela V- Distribuição e percentuais dos 300 entrevistados quanto às 08 primeiras opções das marcas e modelos das escovas dentárias listadas noquestionário. Araçatuba-SP.

Marca e modelo Categoria Profissional Totaldas escovas Professores Bancários Comerciários N0 %

Johnson�s 30 e 48 21 33 26 80 29,68 Johnson�s Alcance 15 14 16 45 15,00 Tek adulto 09 07 12 28 9,33 Kolynos 05 06 16 27 9,00 Oral B 30 e 35 13 05 27 24 7,99 Pró Dupla Ação 07 01 0 08 2,67 Pró 415 04 0 03 07 2,33 Colgate 03 02 02 07 2,33 Outras 23 32 19 74 24,67

Total 100 100 100 300 100,00

Nossa pesquisa sugere que o marketing leva onosso público usuário a considerar como influente,na hora da aquisição da escova, a forma da sua pontaativa, o seu comprimento e largura, formato eangulações do cabo, as cerdas da ponta ativa quan-to ao seu diâmetro, comprimento, número defilamentos por tufos, dureza das cerdas e o seu aca-bamento no que tange seu arredondamento.

Assim exposto, consideramos, a exemplo deHALLA 7(1982), que o nosso público usuário deveriaconsiderar outros fatores referentes à obtenção deuma boa limpeza dos dentes, como o tempo deescovação, a freqüência, a habilidade e a técnicade escovação. Há de se admitir que o conjunto de

ensinamentos proporcionados pelo cirurgião-den-tista é muito mais eficaz que a escova dentária comoinstrumento isolado, posto sabermos ser a escovadentária reconhecidamente um instrumento deeleição para a tarefa de controle da placa bacterianaaderida nas faces livres dos dentes, desde que em-pregada corretamente.

Quanto à aquisição das escovas dentárias (Ta-bela VI), o nosso levantamento apontou como sendoos supermercados o local de eleição, vindo a seguiras farmácias e/ou drogarias. Isto é justificado pelaoportunidade que se oferece quando da ida às com-pras para atender às necessidades básicas geraisdos entrevistados.

Local de aquisição das escovas Categoria Profissional Professores Bancários Comerciários Total

N0 %

Supermercados 79 75 72 226 75,33Farmácias/ drogarias 19 19 23 61 20,33Outros 01 02 05 08 2,67 Não sei 01 04 0 05 1,67Total 100 100 100 300 100,00

Tabela VI - Distribuição e percentuais dos entrevistados quanto ao local da aquisição das escovas dentárias listadas no questionário. Araçatuba-SP.

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As análises sugeridas levaram-nos a inferir queos usos e costumes dos entrevistados arrastam-seno tempo, e que as atualizações dos novos concei-tos científicos fazem-se às custas de insistentesmotivações da parte dos cirurgiões-dentistas. Con-tudo, o marketing da mídia, pela sua maneira deatingir o público consumidor de forma mais amplae repetitiva, tem um caráter mais dinâmico e levao usuário a atender mais facilmente ao apelo pro-fissional. Inferimos que somente uma associaçãocoesa do trinômio cirurgião-dentista, indústria emídia será capaz de produzir resultados favoráveise vantajosos para o público alvo, com excelentes re-sultados do ponto de vista da saúde bucal e dos inte-resses empresariais, e isso, no dizer deTODESCAN17 (1991), �deve ser dentro da Ciência eda Ética�.

CONCLUSÕES

Dentro dos limites deste trabalho e com base nosnossos resultados, podemos inferir que na popula-ção estudada:

1) a maioria dos entrevistados tem na iniciativaprópria a justificativa para o uso de escovasdentárias, e a seleção destas parece ser feita semo embasamento científico proporcionado pelo cirur-

gião-dentista quanto às práticas de limpeza dentáriapor esse agente;

2) o descarte das escovas dentárias é uma práti-ca realizada pela grande maioria dos entrevistados,e faz-se quando estas ficam muito deficientes nassuas características físicas e perdem o poder de lim-peza;

3) as marcas mais procuradas pelos nossos en-trevistados são aquelas pertencentes às grandes in-dústrias fabricantes que veiculam mais apelopromocional pela mídia;

4) a fidelidade às marcas e aos modelos das es-covas dentárias é uma prática comum afeita a umapequena maioria dos entrevistados;

5) a freqüência de escovação é atribuída a ou-tros benefícios que não o da saúde bucal; e

6) da associação do trinômio cirurgião-dentista,indústria e mídia é que se estabelecerão sensíveismudanças no comportamento dos nossos entrevis-tados para as práticas e recursos utilizados na lim-peza dentária e manutenção da saúde bucal.

The authors analyzed the use of toothbrushes by 3 categories of professionals in Araçatuba city, São Paulo state,Brazil. One hundred teachers, one hundred bank employees and one hundred salespersons, both genders, ageabove 15 years old, have been interviewed. The questionnaire was prepared in order to obtain general informationabout the use of toothbrushes. Questions addressed the reason of their use, the preference for determined brandand model, the fidelity to certain brand, where the person usually buys the toothbrush, and how many times aday the person brushes his teeth. Within the limits of this study, it can be concluded that: a) the interviewedindividuals buy the toothbrushes own their on, that is, they have not received professional orientation to do so;b) the interviewed individuals discard the toothbrushes when they consider them not appropriated for brushingthe teeth; c) the brands of toothbrush more frequently bought are that ones which are made by widely knowcompanies; d) only few interviewed individuals buy only a specific brand of toothbrush; e) the preference fordetermined brand or model of toothbrush is not dictated by how efficient the toothbrush is for maintaining astate of good oral health; indeed is dictated by many other reasons; f) only a collaboration work among dentists,dental companies, and media will change people behavior related to an appropriated use of the appliances fororal hygiene.

UNITERMS: Oral hygiene; dental plaque; toothbrush

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Luiz Alberto MILANEZI, Professor doCurso de Pós-Graduação em Clíni-cas Odontológicas da UNIMAR,Marília - SP, Brasil

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Laboratório deOdontologia

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ANO 3, nº 3, 2000

COLAGEM HETERÓGENA ASSOCIADA A REESTABELECIMENTO PERIODONTAL:CASO CLÍNICO

HETEROGENOUS BONDING ASSOCIETED TO RESTORE PERIODONTICS:CLINICAL RELATE

Luís Anselmo MARIOTTO*Roque Javier Mérida DELGADO**

L. BRAZ DIAS***

Neste trabalho descreve-se uma solução na clínica diária, para ser usada como alternativa para o reestabelecimentode dentes com grandes mutilações por cáries ou fraturas. A situação clínica em questão foi uma fratura em umincisivo central superior do tipo classe IV segundo ELLIS2, que perdeu parcialmente esmalte, dentina bem comocomplexo pulpar e invasão do espaço biológico periodontal. A resolução para tal problema foi realizar um restau-ração com resina composta e seu sistema adesivo associado à colagem heterógena, que consiste na utilização departe de um dente extraído a ser aderido no dente debilitado. Necessitou-se de um procedimento cirúrgicoperiodontal para acesso à fratura e para o reestabelecimento do espaço biológico.

UNITERMOS: Fratura; colagem heterógena; resina-composta.

* Professor responsável pela Disciplina de Dentística da Faculdade de Odontologia da UNIMAR, Marília - SP, Brasil** Professor do Disciplina de Dentística da Faculdade de Odontologia da UNIMAR, Marília - SP, Brasil.*** Aluno do Curso de Odontologia de Marília e do curso de Odontologia Estética da Faculdade de Odontologia da UNIMAR, Marília - SP, Brasil.

INTRODUÇÃO

A ciência odontológica trabalha arduamente, bus-cando oferecer cada vez mais soluções preventivaspara redução da doença cárie, porém as soluçõesrestauradoras continuam sendo necessárias, poisos dentes continuam sofrendo mutilações por le-sões de cáries e ou fraturas. Baseados nesse fato,os pesquisadores associados às industrias desen-volvem materiais na tentativa de substituir a por-ção perdida pelo elemento dentro de um padrão es-tético e funcional adequado. Na medicina, o uso detransplantes de órgãos é uma conduta de sumaimportância, que se desenvolve ininterruptamente,com resultados bastante satisfatórios, mas na odon-tologia não é prática comum. Observando-se a lite-ratura, relata-se o uso de fragmentos dentários co-lados a dentes fraturados. Em 1978, ESBERARD3

relatou uma situação clínica para orestabelecimento de um dente anterior fraturado,utilizando, para tal fim, o fragmento do dente, ob-tendo-se êxito no procedimento restaurador. Base-ando-se nesta experiência outros autores comoGABRIELI5 , SILVA FILHO8 , BUSATO & ANTUNES1,demonstraram sucesso clínico em suas experiên-

cias para restabelecimento dental, por meio da téc-nica de colagem autógena e heterógena, que con-siste na utilização de uma porção dentária de umdente semelhante extraído a ser colado no rema-nescente dental mutilado, com sistemas adesivose resinas compostas.

Esse procedimento clínico baseado em relato deoutros pesquisadores deve ser visto como uma al-ternativa viável, pois se trata da utilização de por-ções de esmalte e algumas vezes de dentina para oreestabelecimento dentário, que, sem dúvida, sãoas melhores estruturas existentes dentro da cavi-dade bucal .

RELATO DE CASO CLÍNICO

O paciente A. P. S., 25 anos de idade, apre-sentou-se à clínica de odontologia da Disciplina deDentística da Faculdade de Odontologia de Marília,com seu incisivo central superior direito com fra-tura tipo classe IV segundo ELLIS2 (figura 1), ou seja,fratura de esmalte, dentina, com comprometimen-to pulpar e do espaço biológico periodontal.

Primeiramente, foi encaminhado à clínica deendodontia para tratamento endodôntico radical. Em

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Revista Ciências Odontológicas

seguida planejou-se o caso. Indicou-se oreestabelecimento periodontal das distâncias bio-lógicas, pois a fratura ocorreu à altura da crista ós-sea da face lingual, depois a colocação de um nú-cleo metálico fundido e de uma coroa metalo-cerâ-mica que seria realizada na clínica de prótese. Porse tratar de um paciente com condições econômi-cas desfavoráveis para pagamento do serviçolaboratorial da parte protética, sugerimos oreestabelecimento dental por meio de uma colagemheterógena indireta, que foi aceita pelo pacientedepois das devidas explicações sobre essa técnica.

A fratura ocorreu obliquamente em direção aaltura da crista óssea. Após remoção do fragmento,observou-se que o remanescente da coroa na facelingual havia-se reduzido, porém sem comprometi-mento da resistência da estrutura presente. Após oretalho aberto (figura 2), removeu-se o fragmento ealisou-se a raiz com uma cureta periodontal. Ob-servou-se a necessidade de pequena osteoplastiapara alisamento da crista óssea, que ficou irregu-

lar após remoção do fragmento. Conseguiu-se oreestabelecimento do espaço periodontal necessá-rio e reduziu-se o perímetro total da coroa, seme-lhante ao procedimento �RAI�, restauração alvéolointerface.

Após procedimento cirúrgico, realizou-se isola-mento absoluto. Em seguida, optou-se pela realiza-ção das restaurações mesiais dos dentes vizinhospara, em seguida, realizar o reestabelecimento dodente fraturado. Planejou-se a colocação de um pinode aço pré-fabricado (FKG) no interior do condutopara aumento da retenção do fragmento;desobturou-se aproximadamente metade do compri-mento radicular e adaptou-se o pino (figura 3) colo-cando-se a coroa sobre o mesmo para observação do

Figura 1: Aspecto inicial da situação clínica

Figura 2: Aspecto clínico do retalho periodontal aberto para devolução doespaço biológico.

Figura 3: Vista do remanescente dental com o pino em posição.

espaço disponível. Cimentou-se o pino com cimen-to de ionômero de vidro KETAC-BOND (ESPE), emseguida, após a reação de geleificação do material,prosseguiu-se para a colagem da coroa utilizandopara isso sistema adesivo associado a resina com-posta APH (Dentsply). Introduziu a resina compostafotopolimerizável no interior da coroa e em volta do

Figura 4: Observação dos dentes restaurados e com a sutura realizada.

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Figura 5: Aspecto final (proservação clínica)

pino, colocou-se a coroa em posição, removeu-se oexcesso da resina e iniciou-se a polimerização, re-moção do isolamento, sutura e cimento cirúrgico.

Na semana seguinte, realizou acabamento,polimento e controle, também após 1 mês, 6 me-ses, após 1 ano, 2 anos e 3 anos e a técnica alter-nativa utilizada para reconstrução morfológica detal elemento mantinha-se em perfeitas condiçõesclínicas. Importante considerar que o paciente tra-tado, até os 25 anos de idade, não havia utilizado ofio dental como auxiliar na higiene oral e, após to-dos os controles, foram realizados procedimentos deprofilaxia e repolimento das resinas.

rentes técnicas e utilização desses meios restau-radores, para que possa oferecer o melhor a seuspacientes com um padrão de qualidade aceitável.Na técnica de colagem heterógena em que é bas-tante difícil se ter o dente compatível, pode-se usara como rotina a porcelana pura ou cerômero comomaterial restaurador, baseado no trabalho de Fisheret al.4 de 1997. Esse trabalho realizado, acompanha-do clínica e radiograficamente por um período de 3anos, vem ao encontro dos resultados obtidos pelosautores 03, 04 ,05, 06, 07, 08 . TENERY9, em seu trabalho,considera que não há material existente na odon-tologia que consiga igualar as características deresistência, cor e brilho do dente natural. É impor-tante salientar que este procedimento de colagemheterógena apresentado não deve ser visto comoum substituto das técnicas restauradoras conven-cionais, haja visto que as mesmas assumem im-portante papel dentro da odontologia restauradora,mas, sim, como uma alternativa viável a ser em-pregada, pelo fato de que o nível sócio-econômico-cultural da população brasileira é, de maneira ge-ral, baixo, e as técnicas restauradoras mais com-plexas não são compatíveis com a realidade econô-mica da maioria da população.

CONCLUSÕES

Atualmente os materiais se desenvolvem demaneira muito dinâmica e, preocupando-se comesse fato, o profissional deve estar atento às dife-

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Prof. Dr. Luís Anselmo MariottoAv. Sampaio Vida, 344/114 - Marília-SP 17500-000

e-mail: [email protected]

Luís Anselmo MARIOTTO. Professorresponsável pela disciplina deDentística da UNIMAR, Marília - SP.

Roque Javier Mérida DELGADO. Pro-fessor Assistente da disciplina deDentística da UNIMAR, Marília - SP.

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ClínicaOdontológia

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PREVALÊNCIA DE CÁRIE DENTAL E GENGIVITE EM PRÉ-ESCOLARES DA CIDADE DE MARÍLIA � SP

PREVALENCE OF DENTAL CARIES AND GINGIVITIS WITHPRESCHOOLERS IN THE CITY OF MARÍLIA � SP

Rosana Maria Bazzo da Costa OLÉA* * João BAUSELLS* **

Sosígenes Victor BENFATTI***

* Resumo da Dissertação de Mestrado em Odontopediatria apresentada à Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília-SP, Brasil.** Docente do Curso de Odontologia - UNIMAR. (Endereço para contato: Rua Alvarenga Peixoto, 160, Jardim Maria Isabel � Marília/SP., Fone: (0xx14) 433-5828)*** Docentes do Curso de Pós-Graduação da UNIMAR, Marília-SP, Brasil.

Da avaliação correta das estruturas dentais e gengivais, resulta a segurança dos recursos preventivos outerapêuticos empregados na Odontopediatria. Para que as medidas de prevenção possam ser efetuadas, torna-senecessário o conhecimento da prevalência da doença, por meio dos índices adotados. Para avaliarmos a prevalênciade cárie dental e gengivite em função da idade e do sexo, utilizamos os índices ceo e PMA, respectivamente. Osresultados nos levaram à conclusão de que tanto a prevalência da cárie dental, quanto da gengivite, aumentouprogressivamente com a idade; quanto ao sexo, não houve diferenças significativas na prevalência de ambas asdoenças.

UNITERMOS: Cárie dental; gengivite; prevalência.

INTRODUÇÃOE REVISÃO DA LITERATURA

Tradicionalmente os programas de saúde esco-lar, no Brasil, tem enfocado os alunos matriculadosem escolas de 1º grau, o que significa proporcionarcuidados odontológicos curativos e preventivos apartir dos 7 anos de idade. Aos pré-escolares e àscrianças em geral, de 3 a 6 anos, pouca atenção édada, justificando a quase inexistência de estudosepidemiológicos enfocando os dentes decíduos e seustecidos de suporte (Bijella & Bijella2, 1973; Tomitaet al.25, 1994).

A correlação entre cárie dental e gengivite temsido sugerida por muitos autores: Löe et al.12 (1965),Esteves et al.6 (1981), Maltz & Carvalho14 (1995). Elesatribuem à placa bacteriana um papel decisivo nainstalação de ambas as enfermidades, por meio dasbactérias acidogênicas que participam da composi-ção da placa, formando ácidos que poderãodesmineralizar o esmalte dental, como tambémpoderão agir como agente irritante dos tecidosgengivais.

Para que as medidas de prevenção possam serefetuadas, torna-se necessário o conhecimento daprevalência da doença. Assim, a epidemiologia lan-ça mão dos índices, que serão verdadeiros indica-dores da prevalência tanto da cárie dental como dagengivite. Trabalhos de RODRIGUES et al.20, 1989têm-nos mostrado índices bastante elevados rela-cionados às duas afecções citadas.

GRUEBBEL8 (1944) afirma que a contagem daprevalência e incidência da cárie dental é de fun-damental importância para se avaliar as necessi-dades dentais de uma localidade, comparando-se aocorrência da cárie dental com a soma dos dentesdecíduos restaurados, e ainda para publicações desaúde pública. O método para se determinar a ocor-rência da cárie dental seria, segundo Klein e Palmer(1938), a porcentagem de dentes cariados e restau-rados presentes em uma amostra. Neste método sãocomputados dados do passado e do presente, quantoà experiência da cárie em dentes permanentes(CPO), sendo que uma modificação foi proposta aoCPO para se determinar experiências de cárie ob-servadas em dentes decíduos, considerando-se en-

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tão os dentes cariados, com extração indicada, e osobturados (ceo). O sistema se mostrou eficiente aose determinar a incidência e prevalência da cáriee para se avaliar as mudanças nas porcentagensde distribuição de dentes cariados, perdidos e obtu-rados.

SCHOUR & MASSLER21 (1945) realizaram exa-me oral em vários grupos populacionais na Itália,pós guerra (3.905 pessoas entre 6 a 60 anos), e com-pararam com grupos etários dos Estados Unidos, afim de determinar pelo método quantitativo de ava-liação a situação periodontal em um grupo especí-fico de pessoas. O exame dental fez parte da avalia-ção médica italiana de nutrição, conduzida em ci-dades como Nápoles e Varese (classe econômicabaixa) e Cagliari e Catanzaro (alta classe econômi-ca). Cada paciente foi examinado com espelho bu-cal e sob iluminação natural por examinadorespreviamente calibrados, sendo que o exame ficourestrito à gengiva vestibular da região antero-infe-rior de canino a canino e, nos casos de dúvidas,outras porções gengivais foram inspecionadas, demodo a classificarem a inflamação presente comoP (gengiva papilar), M (gengiva marginal) e A (gen-giva aderida). A severidade da inflamação foi avali-ada da seguinte forma: O ® ausência de gengivite,1+ ® gengivite suave, papilar, 2+ ® gengivite mode-rada envolvendo a gengiva papilar e marginal, 3+ ®gengivite severa, atingindo a gengiva papilar, mar-ginal e aderida (caracterizada por sangramento es-pontâneo), 4+ ® gengivite muito severa, periodontitegeneralizada. A gengivite foi dividida ainda em agu-da (para a inflamação repentina e de curta dura-ção, acometendo com maior freqüência os jovens)e crônica (hiperemia passiva de longa duração, masfreqüente nos idosos). Os autores concluíram quequanto maior a idade, maior a prevalência degengivite e quanto mais pobre a população (carên-cias nutricionais) maior o grau de gengivite.

ANDRIONI1 (1968) pesquisou a prevalência e aseveridade (leve, moderada, severa e grave) dagengivite em escolares da zona rural de Araçatuba,verificando a influência da idade e do sexo. Na aná-lise dos resultados, conclui-se que todas as crian-ças da amostra apresentaram evidências clínicasde inflamação gengival, ou seja, um nível deprevalência de 100%, muito embora o grau mode-rado de gengivite tenha ocorrido com maior fre-qüência que os demais, em ambos os sexos e nasdiferentes idades consideradas. Os resultados nãomostraram diferença significativa em função dosexo e da idade.

BIJELLA & BIJELLA2 (1973) enfatizam a impor-

tância de realizarmos levantamentosepidemiológicos não só em crianças em idade es-colar, mas também nos pré-escolares (3 a 6 anos)ainda um pouco esquecidos. Os autores examina-ram 335 crianças (158 meninos e 177 meninas)com idades entre 3 a 6 anos da cidade de Baurú eseis cidades da região, onde avaliaram a prevalênciade cárie utilizando os índices ceod e CPOD. Ficouconstatado um índice percentual de trabalhosdentários praticamente nulo, evidenciando a pou-ca atenção dental dispensada a esta faixa etária e,em conseqüência, aos 6 anos, 50% dos primeirosmolares permanentes já se encontravam compro-metidos por lesões de cárie.

TRUIN et al.26 (1986) realizaram exames periódi-cos em escolares e pré-escolares de Hague (PaísesBaixos) nos anos de 1969, 1972, 1975, 1978 e 1981,a fim de estabelecerem a prevalência de cárie egengivite em crianças de ambos os sexos com ida-des variando entre 5, 7 e 10 anos. Os resultadosapontam um �ceo� de 1,61 para as crianças de 5anos, e, do total de crianças examinadas, 41,4% seencontravam livres de cárie e 54,7% livres degengivite. Os maiores graus de gengivite foramencontrados nas crianças de localidades menosfavorecidas economicamente, permitindo concluirque esta população necessita de mais atenção den-tro dos programas de saúde oral aplicados.

Segundo PINTO e LIMA19 (1995), dois estudosepidemiológicos balizam a análise dos padrões desaúde bucal no Brasil: o primeiro realizado em 1986pelo Ministério da Saúde, direcionado a crianças apartir dos sete anos de idade, e o segundo, realizadoem 1993 pelo Serviço Social da Indústria � SESI,em dezoito unidades federais, contando com 2.347crianças, com idades até 7 anos. Ambos os estudosrevelaram um quadro epidemiológico precário.

O trabalho de SCUOTEGUAZZA23 (1999) teve porfinalidade avaliar a prevalência de cárie dentáriaem escolares, residentes em Barretos (SP), comotambém a influência da fluoretação das águas deabastecimento público na redução de cáries após27 anos e a situação desta prevalência em relaçãoàs metas propostas pela OMS para os anos 2000 e2010. Foram examinados 499 escolares de 12 a 14anos de escolas públicas e privadas. Como medidada prevalência de cárie foram utilizados os critéri-os recomendados pela OMS, para dentes permanen-tes (CPO-D). Os resultados obtidos, após análise dosdados, permitiram as seguintes conclusões: houveuma redução de cárie dentária em torno de 70%nos escolares de 12 anos em relação ao primeirolevantamento realizado em 1971; observou-se que,

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aos 12 anos, 63% dos escolares apresentaram CPOmenor ou igual a três e destes, 33% encontravam-se livres de cárie. O CPO-D aos 12 anos é de 2,56,considerado baixo e, portanto, dentro dos parâmetrosestabelecidos pela OMS para o ano 2000, que é porvolta de 3,0.

PROPOSIÇÃO

O propósito do presente estudo foi determinar aprevalência da cárie dental e gengivite em pré-es-colares, de 3 a 6 anos de idade, da zona urbana de

E.M.E.Is.

Idade Monteiro Lobato Leda Casadei Príncipe Mikasa TOTAL

Fem. Masc. Fem. Masc. Fem. Masc.

3 anos 20 20 20 20 20 20 120

4 anos 20 20 20 20 20 20 120

5 anos 20 20 20 20 20 20 120

6 anos 20 20 20 20 20 20 120

Total 480

Marília e verificar a influência da idade e do sexona prevalência destas enfermidades.

MATERIAL E MÉTODO

A amostra constou de 480 crianças brasileiras,sendo 240 do sexo feminino e 240 do sexo masculi-no, pertencentes ao grupo etário de 3 a 6 anos,matriculadas em 3 escolas oficiais de Marília � SP.(Tabela 1).

Tabela 1: Crianças de 3 a 6 anos (1997)

O examinador foi único, previamente calibrado,contando sempre com a colaboração de um anotadorespecialmente treinado para o registro dos dadosna ficha (abaixo), preenchida manualmente e sub-metida à análise estatística para fins de cálculosdas prevalências.

O critério adotado para a determinação do nú-mero de crianças, e sua divisão quanto à idade e aosexo, seguiu as orientações de CHAVES4 (1986).

Os exames foram realizados no pátio das escolassob iluminação natural e as condições clínicas den-tais e gengivais foram avaliadas, utilizando-se es-pelho clínico e sonda exploradora nº 5 estéreis. Apóso uso, os instrumentos foram mantidos em cubascontendo solução de Glutaraldeído a 2% (Glutaron* ),por trinta minutos e em seguida foram lavados comágua e friccionados com álcool 70.

Iniciamos os exames pelo quadrante superiordireito, seguido pelo quadrante superior esquerdo eterminando no quadrante inferior direito.

Para avaliação de prevalência de cárie utiliza-mos o índice ceo (Gruebbel8 (1944) e para a análisedas condições gengivais foi empregado o índice PMA(Shour & Massler21, 1945).

As razões que nos levaram à escolha dos índicessão as mesmas expostas por CHAVES4 (1986), queafirma que o índice PMA para a gengivite seria equi-valente ao índice CPO (ceo) para a cárie dental, vis-tos como os mais promissores por serem simples,rápidos, permitirem reproduzibilidade e seremquantitativos.

* Glutaron® 11 a 2% - Indústria Farmacêutica RioQuímica Ltda., São José do Rio Preto.

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RESULTADOS

Os resultados estão expressos nas tabelas nu-meradas de 2 e 3.

De acordo com a tabela 2, obtivemos diferençassignificante para os valores de ceo dos pré-escola-res avaliados apenas para as idades de 3 e 6 anos.

Idade ceo médio Desvio-padrão N Tukey

3 1,91 3,27 120 a4 2,18 3,27 120 a b5 2,74 3,40 120 a b6 3,32 3,49 120 b

Idade PMA médio Desvio-padrão N Tukey

3 0,68 1,91 120 A4 0,68 1,58 120 A5 1,73 3,73 120 A6 3,21 5,35 120 b

DMSCeo = 1,417 DMSPMA

= 1,475

Médias seguidas de mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey (p>0,05)

Tabela 2 �Médias dos índices ceo e PMA e desvio padrão, segundo a idade em anos completos e resultado do teste de Tukey.

Ao analisarmos os valores médios de PMA em fun-ção das idades de 3 a 6 anos, obtivemos diferençasignificante entre os valores das idades de 3, 4 e 5para a idade de 6 anos.

Com relação aos valores ceo e PMA em função do sexo, os resultados do teste t-Student não apresenta-ram diferenças significantes, como se pode observar na tabela 3.

Tabela 3 � Médias dos índices ceo e PMA e desvio padrão, segundo o sexo e resultado do teste t-Student

Sexo N Ceo médio D.padrão Dif.médias Tcalc; gl=478 P Resultado

M 240 2,61 3,19 0,0996 0,306 0,759 não signif.F 240 2,71 3,66

Sexo N PMA médio D.padrão Dif.médias Tcalc P Resultado

M 240 1,730 3,94 0,308 0,929 0,353 não signif.F 240 1,42 3,30

DISCUSSÃO

Os levantamentos epidemiológicos básicos ofe-recem uma base importante para se avaliar a situ-ação atual e as futuras necessidades de cuidadosde saúde bucal de uma população (OMS15, 1991).

BUISCHI & AXELSSON3 (1995) afirmaram que aação profissional mais importante a ser exercidapelo dentista é a de educar precocemente pais ecrianças para a saúde, estimando que 75 a 85% doscuidados de manutenção da saúde bucal possam serrealizados pela própria criança por meio de uma lim-peza mecânica bem conduzida.

A gengivite bem como a cárie dental são doen-ças infecciosas causadas por bactérias que coloni-zam a superfície dos dentes, quando estes não seencontram adequadamente limpos, formando a pla-ca dental. Este acúmulo de bactérias poderá agir deduas formas distintas, dependendo da presença ounão de uma dieta rica em açúcares. Na primeira,quando a placa não se encontra em contato íntimocom a sacarose ou outros açúcares, a situação fa-vorecerá as doenças periodontais, pois esta placaserá composta de substâncias tóxicas excretadaspor suas bactérias, provocando um desequilíbrioentre as forças de defesa do hospedeiro e o agente

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agressor. Já no segundo caso, do contato da placacom uma dieta rica em açúcares, sendo a sacaroseum carboidrato acidogênico, suas bactériasacidúricas se adaptam no meio ácido e promovemmaior desmineralização dental, favorecendo o apa-recimento da cárie dental. Neste caso, além dodesequilíbrio da microbiota, a placa se apresentamais porosa, com menor concentração inorgânica,propiciando a destruição dos tecidos mineralizados(CURY5, 1995).

ESTEVES et al.6 (1981) e RODRIGUES et al.20

(1989) também deixam clara a associação entregengivite, cárie dental, nível de higiene bucal e,conseqüentemente, quantidade de placa bacterianaencontrada.

Segundo JAHN & JAHN10 (1997), as principaiscaracterísticas da gengivite em crianças são alte-rações de cor, forma, contorno, textura e principal-mente sangramento gengival. SARIAN et al.21 (1975)salientam que para a elaboração do diagnóstico clí-nico, devemos observar as características gengivaiscom atenção, não nos esquecendo de que a gengivada criança apresenta variações, dentro da faixa denormalidade, quando comparada com a gengiva nor-mal do adulto, como: um epitélio gengival mais del-gado e menos queratinizado, dando à gengiva umacor mais avermelhada, consistência menosfibrótica, em virtude da indiferenciação das fibrascolágenas do tecido conjuntivo, festonamento maisproeminente principalmente na fase de erupção eainda o pontilhado da gengiva inserida sendo me-nos pronunciado do que o do adulto e às vezesinexistente.

Alterações inflamatórias iniciais observadas nostecidos periodontais das crianças poderão conduzira transtornos patológicos irreversíveis na idade adul-ta. Quanto maior a idade, maior será a prevalênciada gengivite, isto provavelmente devido ao nível dehigienização, à dieta, predisposição individual e àsmudanças de dentições. Nosso trabalho vêm con-cordar com tal afirmação, assim como os trabalhosde ANDRIONI1 (1968) e JAHN & JAHN10 (1997).

A grande diferença de resultados encontrados emnossa pesquisa, no que diz respeito à prevalênciade gengivite, quando comparadas as idades de 3 a 6anos, registrando um grande aumento daprevalência na idade de 6 anos, provavelmente seexplique em função da gengivite eruptiva, assimcomo os demais autores que registraram a mesmaalteração fisiológica, descrevendo esta fase de den-tição mista como sendo crítica para os tecidosperiodontais (HUGOSON et al.9, 1981 e RODRIGUESet al.20, 1989).

Não houve diferenças entre os sexos em funçãoda prevalência da gengivite em nossa pesquisa,concordando com as pesquisas de ANDRIONI1 (1968).

Da mesma forma, não encontramos diferençasquanto à prevalência da cárie dental em função dosexo, concordando com os trabalhos de LOPES etal.13, (1989) e TOMITA et al.25 (1994).

Nossos resultados demonstraram um aumentona prevalência de cárie com a idade, concordandocom os resultados de LOPES et al.13 (1989) que, emvirtude do crescimento anual do índice CPO, mos-traram o aspecto acumulativo e progressivo da cá-rie dental. Seguindo o mesmo raciocínio, SULLIVAM& TINANOFF24 (1993) concluíram que a cárie já ins-talada poderá infectar a cavidade oral por meio doStreptococus mutans, aumentando assim o risco denovas lesões. PARREIRA & MORAES16 (1982), em umestudo comparativo entre 2.662 pares de dentes (1os.molares permanentes e os 2os. molares decíduos),concluíram que as lesões cariosas foram encontra-das concomitantemente nas duas superfícies den-tais estudadas, com maior freqüência do que isola-damente, mostrando assim uma interrelação en-tre as lesões, uma podendo predispor a outra. Tal-vez estas sejam explicações plausíveis para o au-mento na prevalência das lesões de cárie em fun-ção da idade, concordando com outros trabalhos:PARREIRA & MORAES16 (1982), SULLIVAN &TINANOFF24 (1993) e GOMES et al.7 (1996).

KLEIN et al.11 (1938) afirmaram que cáries, emdentes permanentes de crianças com 6 anos de ida-de, podem ser consideradas acumulativas, devidoàs falhas no controle inicial da doença. Nossosachados confirmam este pensamento, ressaltandoa necessidade de atenção dada aos pré escolares.Somando-se a isso, autores como TRUIN et al.26

(1986) e PINTO & LIMA19 (1995) encontraram resul-tados semelhantes.

Partindo do conhecimento da etiopatogenia dadoença e existindo métodos eficazes para o seu con-trole, a ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE15 (1991)estipulou, para o ano 2000, que o índice CPO (ceo)aceitável seria de 3,0 para crianças de até 12 anos.Também estipulou que 50% das crianças de 5 a 6anos de idade não deverão ter nenhum dentecariado, obturado ou com extração indicada e que85% da população deverá ter todos os dentes per-manentes SCUOTEGUAZZA23 (1999). A análise dosresultados obtidos nos mostra que, no que se refereà prevalência de cárie, apenas a idade dos 6 anosnão se enquadra dentro da meta estabelecida pelaOMS, de ceo � 3 para o ano 2000.

No Brasil, PEREIRA17 (1929) enfatiza que �é ne-

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cessário uma propaganda sem limites no seio da fa-mília�, pois a profilaxia deverá ter início desde a vidada criança no ventre materno, com a formação dosórgãos dentários sadios e bem calcificados. Afirma,ainda, que a profilaxia da cárie dental deve cami-nhar juntamente com a higiene pós-natal, fato esseque evidencia a necessidade da colaboração entrepediatras e odontopediatras.

CONCLUSÃO

Mediante o presente estudo pôde-se concluir que:1. A prevalência de cárie dental aumentou pro-

gressivamente em função da idade, com ceo médiode 1,91 para 3 anos e 3,32 para os 6 anos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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With regards to children, the correct assessment of dental and gingival structures may contribute to saferresults by using preventive and therapeutic resources in Odontopediatrics. In order to have the preventiveresources achieved, it is necessary the knowledge of disease prevalence through the adopted indices. Whenevaluating the prevalence of dental caries and gingivitis in function of age and sex, we use the indices ceo andPMA respectively. The conclusion showed that the prevalence of both dental caries and gingivitis increasedprogressively with age, as to sex, however, no significant differences occurred in the prevalence of both diseases.

UNITERMS: Dental caries; gingivitis; prevalence.

2. A prevalência de gengivite aumentou deacordo com os valores do índice PMA médios encon-trados nas idades de 3 anos (0,68), 4 anos (0,68), 5anos (1,73) e 6 anos (3,21).

3. O sexo não foi variável que determinou re-lação com a prevalência de cárie dentária egengivite.

7. GOMES, M. P. et al. Fatores envolvidos no desen-volvimento da cárie de amamentação. Revistada APCD. v.50, p.57-61, 1996.

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Rosana Maria Bazzo da Costa OLÉA,Professora Assistente Mestre da Dis-ciplina de Escultura Dental da Uni-versidade de Marília-UNIMAR.

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13. LOPES, T. S. P., PARREIRA, M. L. J., CARVALHO,P. V. Prevalência de lesão cariosa em primei-ros molares permanentes de escolares resi-dentes em regiões com flúor e sem flúor naágua de abastecimento. Arq. Cent. Estud. Cur-so Odontol. v.25, p.12-21, 1989.

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18. PINELLI, C., SERVA, M. C. Diagnóstico de cárie.Rev. da APCD. v.53, p.127-31, 1999.

19. PINTO, V. G., LIMA, M. P. Redução da cárie den-tal no Brasil: o estudo do SESI. In: CONGRES-SO INTERNACIONAL DE ODONTOLOGIA, 1995,Brasília. Anais... Brasília : ABO/DF, 1995.

20. RODRIGUES, C. R. M. D., ANDO, T., GUIMARÃES,L. O. C. Simplificação do índice gengival nasidades de 4 a 6 e 7 a 10 anos (dentições decíduae mista). Rev. Odont. USP. v.3, p.414-9, 1989.

21. SARIAN, R. et al. Um novo conceito de preven-ção em periodontia: a importância do diagnós-

tico precoce das doenças periodontais na in-fância. Rev. Paul. Odontol. v.17, p.40-50, 1975.

22. SCHOUR, I., MASSLER, M. Gingival disease inPostwar Italy (1945): prevalence of gingivitisin various age groups. Jada. v.35, p.475-482,1945.

23. SCUOTEGUAZZA, J. A. C. Prevalência de cáriedentária em escolares de 12 a 14 anos de esco-las públicas e privadas da cidade de Barretos,SP., Brasil: influência de 27 anos de fluoretaçãoda água de abastecimento público. Araraquara,1999. 187p. Tese (Doutorado). Faculdade deOdontologia de Araraquara da UniversidadeEstadual Paulista �Júlio de Mesquita Filho� �UNESP.

24. SULLIVAN, D. M. O., TINANOFF, N. Social andbiological factors contributing to caries of themaxillary anterior teeth. Pediatric Dentistry.v.15, p.41-4, 1993.

25. TOMITA, N. E. et al. Prevalência de cáriedentária em crianças da faixa etária de 0 a 6anos em creches de Bauru e São Paulo. Re-vista da FOB. v.2, p.26-33, 1994.

26. TRUIN, G. J. et al. Caries prevalence andgingivitis in 5, 7 and 10 year-old schoolchildren in the Hague between 1969 and 1984.Caries Res. v.20, p.131-40, 1986.

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UNIVERSITÁRIOUNIVERSITÁRIOHOSPITALHOSPITAL

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RECONSTRUÇÃO DE DEFEITOS OSSEOS NA MAXILA E MANDÍBULA COMOSSO HUMANO CONGELADO

RECONTRUCTION OF BONE DEFECTS IN THE MAXILLA AND MANDIBULATHOUGH THE USE OF FROZEN HUMAN BONE

Eduardo ACCETTURI *Karla Bachega ERMANI*

Paulo Roberto GOLDONI*Sergio Ricardo Rafacho ESTEVES*

Fernando ACCETTURI**Darci CAVALCA***

No presente trabalho os autores descrevem a reconstrução de defeitos ósseos em maxila e mandíbula com ossohumano congelado, concluindo que sua utilização possibilita a formação de um osso neo-formado em curtotempo, com baixa contração de cicatrização, que suporta a colocação de implantes.

UNITERMOS: Enxerto autólogo; banco de osso.

* Profssor da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília � S.P, Brasil.** Profssor da Disciplina de Prótese Dental da Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília � S.P, Brasil.*** Profssor da Disciplina de Ortopedia da Faculdade de Medicina de Marília FAMEMA, Marília � S.P, Brasil.

INTRODUÇÃO

A perda do elemento dental, principalmentequando associada a problemas periodontais, lesõesendodônticas, acidentes e fraturas, muitas vezesproduz reabsorções e ou remodelações no rebordoósseo alveolar, gerando defeitos de contorno comodepressões e alteração no contorno do rebordoalveolar, de difícil correção, principalmente quandolocalizados na região ântero-superior, ocasionandocomprometimento estético e funcional, que dificultaa confecção de próteses e instalação de implantes.

Para a osseointegração dos implantes de titânio,é essencial uma justaposição intima entre osso vivoe a superfície do implante4. Alcançar este estadotradicionalmente depende de: (1) um período cura-tivo de pelo menos 4 a 12 meses depois de remoçãodos dentes, (2) preparação cirúrgica cuidadosa dolocal de implante, (3) colocação do implante no lo-cal, e (4) outro período curativo de 3 a 6 meses an-tes de fabricação da prótese. Conseqüentemente, oprocedimento necessariamente impõe um períodode edentulous de 7 a 18 meses entre remoção dedente e colocação de uma prótese dental.

Na impossibilidade de preservar o ossoalveolar e ou corrigir o defeito causado pôr fraturas

radiculares, abscessos ou outros motivos que pos-sam levar à perda dental, e pôr não dispormos, namaioria das vezes, de fonte óssea intra-oral sufici-ente ao preenchimento dos defeitos, vários mate-riais têm sido estudados com a finalidade de rege-nera-los, no ato da extração, na tentativa de evitara abertura de áreas doadoras intra ou extra-oral ede diminuir o período curativo10.

Na utilização de enxertos, o osso autógeno ouosso desmineralizado seco e congelado (DFDB) sãorequeridos preferencialmente15,8. Estudos adicio-nais determinaram o papel destes materiais dife-rentes em regeneração de osso ao redor de implantedentais e confirmaram a compatibilidade deles/de-las com os princípios biológicos de osseointegração2,13.

Estudos recentes apontam para a utilização deosso da cabeça femoral de doadores submetidos apróteses ortopédicas que são congelados, reutilizadascomo enxerto de excelente resultado em revisão decirurgia protética 1,5, podendo também ser utiliza-das na reconstrução de grandes defeitos orais.

Métodos de armazenamento por congelamentoe desinfecção têm sido amplamente estudados 12.

Com o exame sorológico inicial do paciente doa-dor de osso da cabeça femoral, Hirn , et al. 6 mos-

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tram que o re-exame do doador 2 meses após a doa-ção garante segurança suficiente ao enxerto ósseodoado, porém a irradiação gama tem sido recomen-dada para a inativação virótica.

Embora o tecido ósseo mostre grande poten-cial de regeneração e possa restaurar completa-mente sua estrutura e função originais, os defei-tos ósseos podem freqüentemente falhar em cica-trizar com tecido ósseo, impossibilitando a coloca-ção de implantes onde não se consegue o torque.

O osso humano congelado é preparado detal forma que ficamos com a matriz óssea nãodesmineralizada e com as proteínas ósseasmorfogenéticas (BMP).

APRESENTAÇÃO DO CASO CLÍNICO

Paciente do sexo masculino, 56 anos, com fra-tura radicular do Incisivo central direito com perdaóssea vestibular e rebordo estreito na região des-dentada do Incisivo lateral direito (fig 1).

O defeito alveolar foi preenchido com um blocode osso medular humano congelado e outro blocofoi fixado com uma tachinha de titânio na vestibu-lar do rebordo do Incisivo lateral ( fig 2 ).

Após 6 meses, o osso neo-formado ( fig 3 ) recebeu 2implantes que foram travados com 45 Newtons ( fig4 ).

Após 6 meses, o paciente recebeu a reabilitaçãoprotética. Podemos observar radiograficamente aqualidade do osso neoformado e a boa integraçãodos implantes ( fig 5 ).

Alvéolo com perda óssea vestibular (a) preenchido com osso humano decabeça de fêmur congelado (b). Osso neoformado após 4 meses (c) rece-bendo implante (d,e,f)

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RESULTADO

Em 26 paciente apresentando defeitos ósseosna maxila reconstruídos com Osso Humano Conge-lado Medular de Cabeça de Fêmur, podemos obser-var que o novo osso encontrava-se organizado em 4a 6 meses. Para defeitos circunscritos não foramobservados contração de cicatrização ( fig 6 ); porémem defeitos de 1 e 2 paredes a contração de cicatri-zação nos primeiros 6 meses era de 10 a 15%, che-gando em alguns casos a 20% no 1o ano. O novoosso formado suporta um torque de 45 Newtons sen-do ideal para a colocação de implantes, como de-monstra o caso clinico.

Na regeneração ocorre freqüentemente oenvolvimento dos três mecanismo básicos de for-mação óssea. De fato, a osteogênese sem aosteocondução e a osteoindução é improvável deocorrer, já que nenhuma das células transmitidasdo enxerto de osso medular sobrevive ao transplan-te. Assim, o material do enxerto funciona predomi-nantemente como um mantenedor de espaço paraa invasão das células do hospedeiro. Além disto, ososteoblastos e osteócitos ao redor do osso não têmhabilidade para migrar e dividir-se, significando queo transplante é invadido por células mesenquimaisindiferenciadas que, posteriormente, se diferenci-am em osteoblastos.

Este princípio é apropriado para definirtrês condições básicas como pré-requisito para re-

generação óssea:1- Uma fonte de células formadoras de osso ou

células com a capacidade de diferenciar-se em cé-lulas formadoras de osso.

2- A presença de estimulo osteoindutor parainiciar a diferenciação das células mesenquimaisindiferenciadas em osteoblastos.

3- A presença de um meio osteocontudor for-mando uma matriz sobre a qual o tecido invasorpossa proliferar e no qual células osteoprogenitorasestimuladas possam diferenciar-se em osteoblastose formar osso.

CONCLUSÃO

O osso humano congelado medular de cabeça defêmur é um bom material para reconstrução de de-feitos ósseos extensos na maxila e mandíbula, quan-do não dispomos de fonte doadora suficiente na ca-vidade oral. Possibilita a formação de um osso orga-nizado num período de 4 a 6 meses, com baixa con-tração de cicatrização e alta resistência ao torque,sendo ideal para a colocação de implante.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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The authors describe in this work the reconstruction of osseous deformity in maxilla and manalibee with frozenhuman bone, concluding that its utilization allows the formation of a neo formated bone in short time, with lowcontraction of cicatrization which stands the implants placement.

UNITERMOS: Autolog enxertia; bone bank.

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ANO 3, nº 3, 2000

ESTUDO DE GENGIVITE EM CRIANÇAS MATRICULADAS EM ESCOLASOFICIAIS DA CIDADE DE MARÍLIA � SP

INFLUÊNCIA DA IDADE E DO SEXO

STUDY OF GINGIVITIS IN CHILDREN ATTENDING STATE SCHOOLS IN MARÍLIA � SPINFLUENCE OF AGE AND SEX

Tereza Cristina de Godoy Pereira Toledo Piza ALMEIDA*

Sosígenes Victor BENFATTI* * Célio PERCINOTO* **

* Docente do Curso de Odontologia da UNIMAR (Endereço para contato: Av. Nelson Spielmann, 200, apto. 34, Marília/SP CEP: 17.509-000, Telefone: (0xx14) 422.1443)** Docente do Curso de Pós-Graduação - UNIMAR*** Docente da Faculdade de Odontologia da UNESP, Araçatuba�SP, Brasil.

O levantamento foi realizado em 579 crianças brasileiras, sendo 295 do sexo masculino e 284 do sexo feminino,pertencentes ao grupo etário de 7 a 12 anos, matriculadas em escolas oficiais da zona urbana de Marília/SP. Parao exame gengival dos escolares foi utilizado o índice de SCHOUR, MASSLER (1947-48)22, 23. Os resultados mostra-ram que não foi verificada influência dos fatores idade e sexo na doença gengival e que o tipo de gengiviteencontrada nas crianças examinadas pode ser considerada inicial de severidade leve. Tais resultados sugeremque os escolares continuam necessitando de instrução de higiene bucal.

UNITERMOS: Gengivite; prevalência; criança.

INTRODUÇÃOE REVISÃO DA LITERATURA

As doenças periodontais na criança constituemuma preocupação para a Odontopediatria, aPeriodontia e a Saúde Pública pois, da avaliaçãoexata dos estados patológicos das estruturasperiodontais, teremos o planejamento e implanta-ção de programas de prevenção ou de terapêuticapara a comunidade.

Para se avaliar o grau de gengivite têm-se em-pregado vários índices, como o preconizado porSCHOUR, MASSLER (1947-48)22,23.

A doença periodontal acomete população de todoo mundo, com variações de prevalência e severida-de de acordo com fatores como idade, sexo, nível dehigiene bucal, dieta, condição sócio-econômico esaúde geral.

BRUCKER (1943)5 realizou um estudo em 1.634alunos de escolas públicas de Newark, New Jérsey,Estados Unidos; as idades variaram de 4 a 16 anos,

e foram incluídas 14 nacionalidades e diferentesníveis sócio-econômicos. Concluindo que o núme-ro de alunos com gengivite foi muito baixo (8,7%).

SCHOUR, MASSLER (1947-48)22, 23 , idealizadoresdo índice para avaliação dos tecidos gengivais de-nominado PMA, realizaram um estudo em váriosgrupos populacionais, com idades entre 6 e 60 anos,e concluíram que a incidência e a severidade dagengivite aumentou com a idade.

PANNAIN (1959)19 realizou exames clínicos dascondições gengivais de 243 escolares de 7 a 13 anosde São Paulo e encontrou lesões gengivais em19,2% das crianças. E em 56 crianças de Poá, entre8 e 18 anos de idade, encontrou 37,5% com ocor-rência de doença gengival.

ANDRIONI et al. (1969)2 examinaram 448 crian-ças, de 7 a 13 anos de idade, da zona rural deAraçatuba, usando o método do índice P.M.A. deSCHOUR, MASSLER (1947-48)22, 23, modificado porTOLEDO (1964)24 . Constataram a prevalência degengivite em 100% dos escolares.

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Revista Ciências Odontológicas

MATSSON (1978)15 realizou um estudo compa-rativo para verificar a proporção do desenvolvimen-to de gengivite quando a higiene oral é abandona-da. Durante o experimento, o total de placabacteriana e gengivite tiveram um aumento contí-nuo.

BIMSTEIN (1991)4 descreveu sobre o periodontosaudável e doente em crianças e adolescentes cominformações básicas, sendo o objetivo oenvolvimento de médicos e dentistas na prevençãoe tratamento de doenças periodontais.

PATTANAPORN, NAVIA (1998)20 avaliaram a re-lação do cálculo dental com a gengivite, bem comoa influência da condição salivar. Os resultados mos-traram que o acúmulo de cálculo está associada àgengivite e à placa (p<0,001) e que não havia dife-rença significativa com a taxa de fluxo de saliva,pH ou capacidade tampão.

PROPOSIÇÃO

Tencionamos verificar a influência da idade edo sexo na prevalência de gengivite em escolaresde 7 a 12 anos de idade de escolas oficiais de Marília,SP e analisar o grau de gengivite nestes pacientes.

MATERIAL E MÉTODOS

Este estudo foi realizado em 579 crianças brasi-leiras, sendo 295 do sexo masculino e 284 do sexofeminino, pertencentes ao grupo etário de 7 a 12anos e matriculadas em escolas oficiais da zonaurbana de Marília/SP (E.E.P.G. ��Ver. SebastiãoMônaco� e a E.E.P.G. �Prof. Geraldo Zancopé�).

TABELA I � Distribuição da amostra estudada segundo o sexo e a idade emanos completos, Marília, SP.

Idade 7 8 9 10 11 12 Tot.

Fem. 47 48 48 50 47 44 284

Masc. 49 52 48 50 49 47 295

Total 96 100 96 100 96 91 579

Para a escolha da amostra da população em quese baseou nosso estudo, não lançamos mão de qual-quer processo previamente concebido. As criançasforam chamadas pela ordem aleatória, sendo quetomamos o cuidado de incluir escolares de ambosos sexos e as idades correspondentes.

Os exames foram realizados por um único exa-minador previamente calibrado, para manter a con-sistência na aplicação dos critérios de diagnósticodurante a realização dos exames, o que assegura-ria a reprodutibilidade, ou seja, o indicador terá re-sultados idênticos, ainda que seja julgado em mo-mentos diferentes pelo mesmo examinador, de acor-do com Informe Técnico nº. 472 da OrganizaçãoMundial de Saúde � OMS (1971)17. O examinadorefetuou estudos sobre o índice usado e calibrou-secom outro profissional com experiência prévia naaplicação do método, em crianças da Clínica deOdontopediatria da Faculdade de CiênciasOdontológicas � Universidade de Marília. O índicefoi aplicado em 10 crianças, em 3 ocasiões distin-tas, com intervalos de 3 dias entre os exames. Ascrianças foram orientadas a não mudar seus hábi-tos de higienização durante o período de realizaçãodos exames.

Um examinador pode mudar a maneira de apli-car os critérios de diagnóstico durante uma longasérie de exames, de acordo com a OMS (1999)17. Paradiminuir esta tendência, 28 pacientes foramreexaminados ao longo do levantamento, o que re-presentou aproximadamente 5% das crianças es-tudadas. Os exames em duplicata foram realizadosapós 4 dias da ocasião do exame principal, quandose pediu para que outra pessoa, no caso, o anotador,marcasse aleatoriamente para reexame determi-nado número de pacientes, pré-estabelecido peloexaminador em cada período. Isto deve ser feito paraque o examinador não identifique os pacientes aserem reexaminados, pois afetaria a qualidade doreexame, de acordo com a OMS (1999)17. E contousempre com a colaboração de um anotador especi-almente treinado para o registro dos dados em fi-chas específicas, segundo TOLEDO (1964)24 e modi-ficada por nós (Figura 1).

Figura 1

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P = Gengiva papilar O= Sem gengiviteM= Gengiva marginal 1= Gengivite leve

A= Gengiva aderida 2= Gengivite moderadaX= Dente ausente 3= Gengivite severaO= Dente examinado 4= Gengivite muito severa

* Duflex inox** Cidex-Johnson e Johnson*** Rialcool � Rioquímica Ltda.

O estudo foi realizado utilizando-se espelhos bu-cais nº. 5* e as crianças foram solicitadas a fica-rem sentadas em banco próximo a uma mesa, nopátio, com iluminação natural. Os instrumentosforam mantidos em cubas de Pyrex, contendo solu-ção de glutaraldeido a 2%* *, o excesso de solução foiretirado com água para, em seguida, o instrumen-to ser friccionado com álcool a 70%* **, conforme su-gerido por MURAI et al. (1985)16. Também foram uti-lizados luvas e máscaras descartáveis, toalhas depapel, sabão e escova para-instrumental.

Para o exame gengival dos escolares, foi utiliza-do o índice de SCHOUR, MASSLER (1947-48)22, 23

modificado por TOLEDO (1964)24. Sendo avaliado: P=papilar, M= marginal e A= aderida; e a gravidadeatravés do seguinte critério: 0 = sem gengivite; 1 =gengivite leve; 2= gengivite moderada; 3= gengivitesevera; 4= gengivite muito severa.

Como critério de avaliação para o perfilepidemiológico de gengivite foi empregada a análi-se estatística. A comparação entre o índice e as ida-des foi realizada por meio da análise de variânciade um fator e as comparações múltiplas por meiodo teste de Tukey (CURI, 1997)7. O estudo da asso-ciação entre sexo e gengivite foi realizada por meiodo teste do Qui-quadrado (CURI, 1997) 7. Para a re-jeição da hipótese de nulidade foi adotado o nível designificância de 5% (p £ 0,05).

RESULTADOS

Os resultados estão expressos nas Tabelas nu-meradas de II a V.

A distribuição dos escolares de 7 a 12 anos emrelação ao sexo e à presença de gengivite é apre-sentada na Tabela II.

TABELA II � Distribuição dos escolares de 7 a 12 anos completos emrelação ao sexo e à presença de gengivite, Marília, SP.

GengiviteSexo Ausente % Presente % Tot

Fem. 121 42,61 163 57,39 284Masc. 131 44,07 164 55,93 295

Total 252 327 579

O resultado do teste do qui-quadrado não foisignificante (p = 0,7589) no nível de significânciade 5%, não mostrando associação entre sexo egengivite.

A freqüência dos valores de P.M.A.1 dos escola-res, do sexo feminino e masculino de 7 a 12 anos,examinados segundo a idade, é apresentada na Ta-bela III.

TABELA III � Freqüência dos valores de P.M.A.1 de escolares, de ambos ossexos, de 7 a 12 anos completos, examinados segundo a idade, Marília, SP.

x2 = 0,09 P = 0,7589

A freqüência dos valores de P.M.A.2 dos escola-res, dos sexos feminino e masculino, de 7 a 12 anos,examinados segundo a idade, é apresentada na Ta-bela IV.

TABELA IV � Freqüência dos valores de P.M.A.2 de escolares de ambos ossexos, de 7 a 12 anos completos, examinados segundo a idade, Marília, SP.

P.M.A.2 7 8 9 10 11 12 Tot

0 96 100 95 100 95 89 5754 0 0 1 0 0 0 112 0 0 0 0 1 2 3

Total 96 100 96 100 96 91 579

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Revista Ciências Odontológicas

Não foram constatados valores de P.M.A.3 eP.M.A.4 de escolares de 7 a 12 anos completos, deambos os sexos, no presente estudo.

As médias do índice P.M.A., o desvio-padrão e oresultado do teste de Tukey, nas idades de 7 a 12anos, são apresentados na Tabela V.

TABELA V � Médias do índice P.M.A. e desvio-padrão respectivo, segundoa idade em anos completos e resultado do teste de Tukey, Marília/SP.

Idade P.M.A. médio Desvio-padrão n Tukey1

7 3,07 4,42 96 a8 3,74 6,11 100 ac9 6,40 6,37 96 bc10 6,39 7,05 100 bc11 7,91 8,55 96 b12 8,14 9,90 91 b

DMS = 3,32

DISCUSSÃO

A adoção do P.M.A. como método de escolha paralevantamentos básicos de saúde e doençaperiodontal em nível comunitário, bem como paradiversas aplicações clínicas, tem proporcionado,desde que foi desenvolvido há cerca de 40 anos atrás(AINAMO, AINAMO, 1981)1, uma visão mais compa-rativa da situação periodontal em uma escolhamundial, tendo atraído, em tempo relativamentecurto, muito interesse e discussão.

Isto se deve, em grande parte, não só à descri-ção de sua metodologia na literatura (MASSLER,1967)13, como também às vantagens que o P.M.A.tem apresentado em relação a outros índices (WEI,LANG, 1981)25.

No presente estudo, durante o levantamento,pudemos verificar que o P.M.A. foi um índice de apli-cação simples e objetivo, o que contribuiu para aobtenção de reprodutibilidade em exames realiza-dos antes e durante o levantamento. O P.M.A. foi deaplicação rápida, variando de 1 a 3 minutos por cri-ança, o que facilitou sua utilização no levantamen-to.

Analisando os resultados por nós encontrados,verificamos, na tabela II, que a distribuição de cri-anças, quanto ao sexo em relação aos grupos etários,de uma maneira geral é ligeiramente maior para omasculino, mas não houve significância entre osexo e prevalência de gengivite. Esta proporção foisemelhante àquela encontrada em estudo realiza-

do por DARUGE (1984)9; PORRAS (1987)21.De maneira concorde às observações de

BARMES, LEOUS (1986)3 , pudemos verificar que oP.M.A. foi um elemento fácil e prático para a avali-ação das condições gengivais nas crianças, tendosido sensitivo o grau de piora das condiçõesgengivais, no grau 1, gengivite leve com o aumentoda idade.

Alguns estudos longitudinais e transversais emdiversos grupos etários demonstraram que aprevalência e a gravidade de gengivite aumentamcom a idade, (SCHOUR, MASSLER (1947-48)22, 23),enquanto outros não apresentaram diferença esta-tisticamente significante em função da idade(ANDRIONI et al., 19692).

Nossos resultados, apresentados nas tabelas IIIe IV, revelam que a freqüência dos valores P.M.A.1, gengivite leve, de escolares de ambos os sexos,de 7 a 12 anos de idade foi de 56,2% e de P.M.A. 2,gengivite moderada, foi de 0,7%.

Não foram constatados valores de P.M.A. 3,gengivite severa e P.M.A. 4, gengivite muito seve-ra, em escolares de 7 a 12 anos de idade, de ambosos sexos no presente estudo de maneira concordeàs observações de BRUCKER, 19435; PANNAIN,195919; PORRAS, 19872121.

Nossos resultados demonstram um percentualrelativo a este comportamento, devido as medidaspreventivas.

Há diferença de resultados em comparação aoutras pesquisas, como as realizadas por SCHOUR,MASSLER, 194722 , e como ANDRIONI et al., 19692,que apresentaram estudo utilizando o índice P.M.A.,de SCHOUR, MASSLER (1947-48)22, 23, em criançasde ambos os sexos de 7 a 13 anos de idade, emAraçatuba (SP), com o objetivo de verificar aprevalência de gengivite. Foi constado a prevalênciade gengivite em 100% dos escolares, e também ostrabalhos de MATSSON, 197815; JAHN, JAHN,199712. A diferença talvez seja devida às campanhasde saúde pública que são realizadas nas escolas domunicípio de Marília, que correspondem à motiva-ção do paciente em relação a higiene bucal, expli-cando a importância do controle da placa, ensinan-do uma técnica de escovação e o uso correto do fiodentário, o que enfatiza a importância da preven-ção e do controle da doença periodontal.

Nossos resultados, apresentado na tabela V, re-velam que o P.M.A. 1, gengivite leve, foi significanteem relação a idade, sendo que as idades 7 anos e 8anos não diferem entre si, porém diferem das de-mais idades; a idade de 7 anos difere de 9 anos, 10anos, 11 anos e 12 anos e a idade de 8 anos difere

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de 11 anos e 12 anos, fato confirmado em outraspesquisas como as realizadas por SCHOUR,MASSLER, 194722; DARUGE, 19849; GONZALES et al.,199311.

Assim, de acordo com CUTRESS et al. 19918, aidentificação das necessidades básicas de tratamen-to periodontal de um grupo populacional é essenci-al para o planejamento e/ou avaliação de futurosserviços de saúde bucal, ou ainda de programas co-munitários propiciando uma base fundamental paratais finalidades. Em áreas onde os recursos paratratamento estão disponíveis, os resultados de pes-quisas com o P.M.A. servem como orientação paraa prestação de tratamento.

A avaliação do sucesso de programas comunitá-rios está relacionada ao estabelecimento de metaspara saúde periodontal que sejam significativas,mensuráveis, realistas e relacionadas à idade, vol-tadas especialmente para cada comunidade segun-do seu estado de saúde (CARRANZA JR., 1992)6.

Assim, para uma comunidade, um programacompleto de controle da doença periodontal, inclu-indo medidas preventivas, pode ser implementadoou então pode envolver somente implementaçãoseletiva ou limitada de certas medidas preventivasprimárias ou secundárias, baseado nas metasrealísticas voltadas especificamente para cada co-munidade (CUTRESS et al. 1991)8, o que acredita-mos ser de maior efetividade.

Não se deve esquecer que a conscientização dacomunidade acerca de seus problemas bucais é fa-tor preponderante para o sucesso de qualquer ser-viço comunitário, possibilitando até mesmo suaavaliação por meio da demanda pelos serviços, graude satisfação obtido, metas alcançadas e grau demelhoria de saúde, que podemos utilizar para uma

melhor adequação dos currículos, conteúdos e atémesmo da própria filosofia profissional.

Acreditamos, também, que os resultados obtidosneste levantamento, mais uma vez, possam confir-mar a afirmação de FONSECA, 198010, que �a ado-ção da mentalidade voltada para a prevenção passa aser um dever ético de todo aquele que se vincule, dealguma forma, à prática da odontologia�.

CONCLUSÕES

Através da metodologia empregada e a partir dosresultados obtidos, pode-se concluir que:

1. A prevalência de gengivite em escolares de7 a 12 anos de idade de ambos os sexos de escolasoficiais de Marília, SP., mostrou diferençasignificante em função da idade;

2. A influência do fator sexo na prevalência degengivite em escolares de 7 a 12 anos de idade deambos os sexos de escolas oficiais de Marília, SP.,não é significativa;

3. O grau leve de gengivite ocorreu com maiorfreqüência que os demais, em ambos os sexos e nasdiferentes idades consideradas.

The survey was performed in 579 Brazilian children (295 male and 284 female) from the age of 7 to 12 years old,attending State Schools, downtown area of Marília/SP. The SCHOUR, MASSLER (1947-48) 22, 23. It was verifiedno influence of age and sex factors in the gingival disease, in the final results, and the kind of gingivitis foundin examined children could be considered initial of mild severity. Such results suggest that the students stillneed oral hygiene advising.

UNITERMS: Gingivitis; prevalence; child.

Tereza Cristina de GodoyPereira Toledo Piza ALMEIDA

Docente do Curso de Odontologiada UNIMAR, Marília-SP, Brasil.

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Duflex inox * Cidex-Johnson e Johnson**

Rialcool � Rioquímica Ltda.***

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ANO 3, nº 3, 2000

LÁBIO DUPLO UNILATERAL

DOUBLE LIP UNILATERAL

Edevaldo Tadeu CAMARINI*Liogi IWAKI FILHO**

Angelo José PAVAN***Cleverson Luciano TRENTO****

* Mestre em diagnóstico � FOB - Doutorando em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial � FOA - Professor de Cirurgia da Universidade Estadual deMaringá � PR.** Mestre em diagnóstico � FOB - Doutor em diagnóstico � FOB - Professor de Cirurgia da Universidade Estadual de Maringá � PR.*** Mestre em Cirurgia e traumatologia Buco-maxilo-facial � Federal Pelotas � RS. - Doutor em diagnóstico � FOB. - Professor de Cirurgia da UniversidadeEstadual de Maringá � PR.**** Mestrando em Clínicas Odontológicas Área de Concentração em Cirurgia e Traumatologia Buco-maxilo-facial. UNIMAR. Endereço para contato: Av:Independência nº 317 Apto. 302 CEP. 87015-020 Maringá � PR. Fone: ( 0xx44) 262-1585 ou 973-2958.

Os autores apresentam um caso de lábio duplo unilateral como sendo uma anomalia rara, antiestética, que levaa problemas de fonação e sociais, caracterizada por uma dobra na mucosa do lábio superior ou inferior, sendo seutratamento cirúrgico simples, realizando-se a excisão da massa tecidual.

UNITERMOS: Lábio duplo; lábio duplo congênito; malformação de lábio; macroqueilia; segundo lábio.

INTRODUÇÃO

O lábio duplo unilateral é uma anomalia rara,de origem desconhecida, caracterizada pela presen-ça de uma prega secundária de mucosa localizadana borda livre do lábio superior ou inferior, podendoesta ser congênita ou adquirida através de conse-qüências de trauma sobre o lábio8 .

Tal deformidade não é perceptível quando oslábios estão ocluídos, porém torna-se aparente eantiestética ao sorrir, evidenciando-se como umaprega mais ou menos polpuda de mucosa e tecidosub-mucoso do lábio que se estende praticamentede uma à outra comissura labial1. Não há informa-ção disponível quanto à predileção por determinadafamília, sexo ou raça, ocorrendo ocasionalmenteuma associação desta deformidade com outras ano-malias bucais7.

APRESENTAÇÃO DO CASO

Paciente do sexo masculino, 30 anos, cor par-da, portador de lábio duplo unilateral, que lhe cau-sava uma certa dificuldade de ordem fonética e gran-de problema de ordem estética. O paciente relata

não existir outro caso semelhante em sua família,bem como não ter sofrido trauma algum no local,além de não possuir vícios parafuncionais.

Inicialmente foi realizada a demarcação damassa tecidual, realizando-se em seguida aanestesia local (mepivacaína 2% c/ adrenalina 1:100.000 ).

Após, usaram-se duas pinças kelly para tracionaro excesso tecidual, facilitando-se assim o ato cirúr-gico. Logo após foi realizado uma incisão em formade cunha, respeitando-se o tubérculo mediano dolábio. Feita a exérese da massa tecidual, notou-sea presença de glândulas salivares acessórias, queforam removidas durante o ato cirúrgico. Para sín-tese, foram utilizados pontos simples com fio nãoabsorvível, tipo seda 4-0.

Após uma semana foram retirados os pontos,ocorrendo uma boa cicatrização; for feita umaproservação de 180 dias, notando-se, até então, umbom efeito estético e de fonação.

DISCUSSÃO

O lábio duplo unilateral é uma anomalia raraque confere um aspecto antiestético, dificultandotambém a fonação.

Guerrero-Santos e Altamirano3 propuseramplástica em W para correção da deformidade labial.

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Mahler5 propõe, para remoção da massatecidual, que se utilize uma incisão simples comosolução.

Em nosso caso, o tratamento com incisão tipocunha permitiu um resultado funcional e estéticosatisfatório, ocorrendo desta forma um bom pós-ope-ratório, com desconforto mínimo.

Figura 1: Aspecto Inicial

Figura 2: Aspecto Inicial

Figura 3: Close do Aspecto inicial

Figura 4: Leito-cirurgico

Figura 5: Sutura mucosa

Figura 6: Aspecto macroscópico da peça cirurgica

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Figura 7: Aspecto Pós-cirúrgico de 7 dias

Figura 8: Aspecto Final 1 mês.

Figura 9: Aspecto Final

CONCLUSÃO

O lábio duplo unilateral é uma anomalia rara,de fácil diagnóstico, com tratamento cirúrgico sim-ples, levando à cura da lesão sem comprometimen-to à forma correta do lábio, propiciando bem-estarfísico e psicológico ao paciente.

The authors present a double lip unilateral case, as an unusual anomaly, antiaesthetic, that causes social �minded and phonetic problems characterized by an up or down lip mucous membrane fold, with a simplesurgical treating, making the tissular mass incision.

UNITERMS: Double lip; double lower lip.

Edevaldo Tadeu CAMARINIMestre em diagnóstico - FOB

Doutorando em Cirugia e TraumatologiaBuco-maxilo-facial - FOA

Professor de Cirurgia da UniversidadeEstadual de Maringá - PR

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BRANQUEAMENTO CASEIRO SEM ALIVIO DO MODELO. UMA TÉCNICA MAISSIMPLES, RÁPIDA, ECONÔMICA E EFICIENTE

NIGTHGUARD VITAL BLEACHING WITHOUT THE ADDITION OF SPACERS TO THECAST. A SIMPLER AND FASTER, LOW COST AND EFFECTIVE TECHNIQUE

Roque Javier Mérida DELGADO *Luís Anselmo MARIOTTO **

* Mestre e Doutor em Dentística Restauradora ( FOA � UNESP); Professor Assistente Doutor do Departamento de Odontologia Restauradora e dos Cursos dePós graduação nível de Mestrado da UNIMAR; Professor EAP � APCD Marília e Ourinhos. Prof. Dr. Roque J. Mérida Delgado - Avenida Sampaio Vidal 344 apto.21 - Centro, Marília � SP - CEP 17 500 020 - Telefone: (0**14) 424 5104** Mestre e Doutor em Dentística Restauradora ( FOA � UNESP); Professor Assistente Doutor do Departamento de Odontologia Restauradora e dos Cursos dePós graduação nível de Mestrado da UNIMAR; Professor EAP � APCD Marília e Ourinhos

A eficiência dos materiais e das técnicas de branqueamento caseiro está amplamente comprovada. A técnica queutiliza uma moldeira plástica para conter o agente clareador em contato com a superfície dos dentes é o procedi-mento mais utilizado. Esta técnica requer a confecção de um alivio no modelo para formar um reservatório namoldeira que facilite a colocação do produto clareador em contato com os dentes. O presente trabalho clínicomostra que este procedimento é desnecessário para confecção da moldeira e não apresenta diferença clínicasignificante no resultado.

Unitermos: Clareamento dental, peroxido de carbamida, clareamento caseiro.

INTRODUÇÃO

O tamanho, a forma e o alinhamento dos dentessão fatores muito importantes que devem ser con-siderados pelo profissional, em relação ao padrãode beleza. Dentes brancos, provavelmente, sejamo fator mais importante para o paciente, por refle-tirem beleza, saúde, jovialidade e status sócio-eco-nômico. Esta característica nem sempre é um atri-buto natural, existindo em muitos casos alteraçõesde cor; por este motivo um dos tratamentos commais aceitação e sucesso nos últimos anos é o bran-queamento dental.

Os materiais e técnicas para o procedimentode branqueamento dental foram aperfeiçoados, ob-tendo resultados satisfatórios para profissionais epacientes, a ponto de se tornar um tratamento derotina conservador, rápido e seguro.

Uma vez realizado o diagnóstico da causaprincipal da alteração de cor e das característicasde vitalidade dos dentes, envolvidos, poderemos ounão indicar uma das varias técnicas de branquea-mento dental. Existem técnicas de branqueamen-to para dentes vitais e não vitais. Para o branque-amento de dentes vitais há diferentes técnicas, que

utilizam diferentes produtos químicos. Algumas in-dicam a utilização de luz ou calor para catalisar ouacelerar a reação. Entre todas as técnicas existen-tes, a mais difundida e mais conservadora é o bran-queamento caseiro (técnica da moldeira ou técni-ca do protetor noturno). Esta técnica foi propostapela primeira vez em 1960 por Klusmier e em 1989foi descrita como procedimento seguro e eficientepor Haywood e Heymann. Consiste na utilização deuma moldeira plástica na qual o paciente coloca umproduto à base de peróxido de carbamida, sob a ori-entação e supervisão do cirurgião dentista. Estatécnica estabelece a importância da boa adaptaçãode moldeira ao colo dos dentes, evitando ao máximoo extravasamento do material clareador. Para estefim deve ser utilizado um plastificador que produzavácuo durante o contato entre a placa plastificada eo modelo. A técnica também sugere que seja feitoum reservatório de material na face interna da pla-ca, o qual é formado mediante o alívio no modelo naface vestibular dos dentes a serem clareados. Oreferido alívio pode ser feito com resina composta,como a LC Block Out Resin (Ultradent Products,Inc.),a Laboratory Block Out Putty (Ultradent) ou materi-ais semelhantes. Supostamente, esses reservató-

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rios de material permitem um melhor assentamen-to da moldeira e principalmente um espaço paraarmazenar maior quantidade de agente clareador.Mesmo que a moldeira fique com decréscimo naadaptação nesta região, o uso do material clareador,o qual é altamente viscoso, complementa a dimi-nuição na retenção da moldeira. O propósito do pre-sente estudo clínico é avaliar a eficiência no bran-queamento, quando realizado o alivio do modelo coma resina LC Block Out (Ultradent Products Inc.) paraconfecção do reservatório na moldeira, comparan-do o seu desempenho clínico com uma técnica semalivio e a moldeira sem reservatório para o materi-al clareador.

MATERIAL E MÉTODO

Para realização do presente estudo foram sele-cionados 12 alunos da Faculdade de CiênciasOdontologicas da Universidade de Marília, UNIMAR.Os critérios de seleção destes pacientes foram: ida-de entre 19 e 23 anos sem distinção de sexo, au-sência de hipersensibilidade dentinária devido porexemplo a retração gengival, mulheres que nãoestejam grávidas e pacientes que não apresentemalergia ao peróxido de carbamida em concentraçãode 15 %. O escurecimento deverá ser homogêneosem faixas escuras nem pontos brancos. Foi esta-belecido um grau de escurecimento mínimo de A-2e máximo de B-4, baseadas na escala da Vita (VITALUMIN VACUUM FARBSCALA), que oferece um pa-drão de luminosidade, sendo a cor mais clara B-1 ea mais escura C-4. Uma vez selecionados os pa-cientes, foi realizada uma profilaxia com jato de bi-carbonato de sódio para remover pigmentosextrínsecos, placa e cálculo. Foram previamentecalibrados 3 profissionais para avaliação da cor dosdentes com o auxílio da escala Vita. A cor inicial foidocumentada para referências futuras.

Para confecção da moldeira foi inicialmente fei-ta a moldagem superior dos pacientes com alginato(JELTRATE PLUS, Dentsply). A moldagem foi lava-da em água corrente e vazada em gesso pedra tipoIII. O modelo resultante foi recortado no recortadorde gesso até conseguir uma base paralela ao planooclusal dos dentes posteriores, eliminando o fundodo vestíbulo, o assoalho bucal e o palato, permitindouma melhor ação do vácuo, melhorando a adapta-ção.

A partir deste ponto foram feitos os alíviosno hemi-arco superior direito com LC Block-OutResin nos dentes 11-12-13-14-15, permanecendo osoutros dentes sem alívio (Fig. 1).

Os modelos prontos foram posicionados na má-quina plastificadora a vácuo para confecção demoldeiras Plastvac P7 (BIOART).

O material para moldeira utilizado foi a placa0,035mm Softray da marca Ultradent arredondan-do-a devido ao seu formato quadrangular incompa-tível com o dispositivo arredondado do Plastvac P7.As moldeiras assim obtidas foram, então, recorta-das 1,5mm acima do colo dos dentes com tesouracirúrgica curva, tomando-se o cuidado de não dei-xar pontas que causassem injúrias aos tecidosmoles.

O material clareador de escolha foi o Opalescence15% da marca Ultradent, a ser colocado 2-3 gotasnas superfícies internas vestibulares da moldeirada seguinte forma: os pacientes foram orientados acolocar a moldeira com o produto durante 1 hora efoi feito o 1º controle no dia seguinte para avaliar aausência de reações alérgicas ou de sensibilidadeao produto ou uma possível injúria mecânica cau-sada pela própria moldeira. A utilização do produtona moldeira ocorreu durante o repouso noturno por8 horas no mínimo. Foi feito um 2º controle no 8ºdia e um controle final no décimo quinto dia, quan-do foi feita uma nova avaliação da cor final e docu-mentação fotográfica.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

No controle inicial depois da primeira aplicaçãode 1 hora de produto na moldeira, nenhum dos pa-cientes apresentou sinais de sensibilidade ao pro-duto. Dois (2) pacientes reclamaram de locais detrauma. Este problema foi solucionado imediata-mente com o recontorno da moldeira no local espe-cificado. Os pacientes afirmaram que onde não foifeito alívio existia extravasamento do produto. Estedetalhe não se manifestou nos locais de alívio.Goldstein & Gaber indicam a colocação de 2-3 gotasdo produto ou uma fina camada na área vestibularde cada dente a ser clareado. Visto que o materialextravasado não tem efeito no clareamento e simaumento nos riscos de efeitos colaterais, esteextravasamento deve ser evitado. Este resultadomostra claramente que, quando é feito o alívio, serequer mais produto para entrar em contato com asuperfície dental. Estes pacientes foram orientadosa remover o excesso de produto com o dedo, porémsem pressionar a superfície vestibular para não eli-minar todo o produto. Quando é feita pressão ape-nas sobre a moldeira, esta deve ser realizada ape-nas na superfície incisal ou oclusal.

No controle de oito (8) dias foi avaliado o efeito do

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tratamento bem como a ausência de sensibilidadeexagerada. Todos os pacientes mostravam o efeitopositivo no branqueamento e todos, menos 1, mos-traram ausência de sensibilidade exagerada nosdentes tratados. Para o paciente que mostrou sen-sibilidade foi indicada a suspensão do tratamentodurante 2 dias. Neste período foi aplicado o produtoFlor-Opal (1,1% NaF neutro) da ULTRADENT namoldeira e o problema foi sanado, continuando estepaciente no estudo.

Este branqueamento mostrou-se homogêneo semnenhuma diferença visual entre o hemi-arco su-perior esquerdo e o hemi-arco superior direito,diferença apenas na quantidade de produto extra-vasado. No controle de 15 dias foi avaliado e docu-mentado o resultado final do tratamento, conformetabela 1.

O branqueamento foi satisfatório e mostrou-sehomogêneo para todos os casos sem nenhuma dife-rença significante entre o hemi-arco superioresquerdo(sem alívio) e o hemi-arco superiordireito(com alívio).

As seguintes figuras (Figs.1�16) mostram a evo-lução do processo de branqueamento e o aspecto fi-nal, apresentando resultados iguais para os doismétodos propostos.

Estes resultados mostraram que não existe dife-rença clinicamente significante quando da con-fecção do alívio para permitir a formação de um re-servatório de material clareador na moldeira; a di-ferença está na quantidade de material clareadorutilizado.

O tempo médio utilizado para a confecção do alí-vio do hemi-arco direito foi de 15 minutos, resulta-do este que, extrapolado para a confecção do alíviobilateral, seria de aproximadamente 20-30 minu-tos.

Figura 1: Paciente 10 Inicial

Figura 2: Paciente 10 cor inicial

Figura 3: Paciente 10 Final

Figura 4: Paciente 10 cor final

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Figura 5: Paciente 05 Inicial

Figura 6: Paciente 05 cor inicial

Figura 7: Paciente 05 Final

Figura 8: Paciente 05 cor final

Figura 9: Paciente 02 Inicial

Figura 10: Paciente 02 cor inicial

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Figura 11: Paciente 02 Final

Figura 12: Paciente 02 cor final

Figura 13: Paciente 12 Inicial

Figura 14: Paciente 12 cor inicial

Figura 15: Paciente 12 Final

Figura 16: Paciente 12 cor final

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Concluímos com este estudo, com base nosresultados obtidos, que a realização do alivio no mo-delo com resina LC Block Out ou com algum mate-rial semelhante é um procedimento desnecessárioque não apresenta diferença clinica significante no

resultado e é apenas mais tempo gasto pela equipeclínica, alem do custo da resina para alivio e do au-mento na quantidade de material clareador utiliza-do.

Tabela 1. Resultados da pesquisa mostrando a cor inicial do paciente e os resultados obtidos para o lado direito (D) com alivio da moldeira e do lado esquerdo(E) sem alivio da moldeira no controle final de 15 dias.

Cor inicial Cor final lado D Cor final lado E (com alivio) (sem alivio)

Amostra 01 A3,5 B1 B1Amostra 02 A3,5 A1 A1Amostra 03 A3 B1 B1Amostra 04 A2 B1 B1Amostra 05 A3 B1 B1Amostra 06 A3,5 B1 B1Amostra 07 A3 A1 A1Amostra 08 A3,5 A1 A1Amostra 09 A3 B1 B1Amostra 10 A3 B1 B1Amostra 11 A3,5 B1 B1Amostra 12 A3 B1 B1

The effectiveness of materials and techniques for vital bleaching is wide proved. The nightguard techniquerequires the establishment of a reservoir on the facial aspect of each tooth allow for easier seating of thenigthguard. The present clinical study shows that reservoirs are not necessary for the nigthguard fabricationand not shows clinical significance.

Uniterms: Dental bleaching; carbamide peroxide; nigthguard dental bleaching.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Luís Anselmo MARIOTTO. Professorresponsável pela disciplina deDentística da UNIMAR, Marília - SP.

Roque Javier Mérida DELGADO. Pro-fessor Assistente da disciplina deDentística da UNIMAR,Marília - SP.

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RADIOGRAFIA DIGITAL

DIGITAL IMAGE

Roberto Heitzmann Rodrigues PINTO *Cássia Maria Fisher RUBIRA **

* Professor Responsável pela Disciplina de Radiologia da Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, Brasil e da Faculdade deOdontologia da UNIFMU. (0**11-9624-6900)** Professora Assistente da Disciplina de Radiologia da Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, (0**14-423-5812)

O desenvolvimento e aplicação de novos recursos e tecnologias decorrentes da associação dos princípios básicosda Radiologia Odontológica com os da Informática, bem como as principais vantagens e desvantagens dos siste-mas direto, semidireto e indireto para a aquisição das imagens digitais, são revistos com o objetivo de um melhorentendimento e aproveitamento por parte do profissional cirurgião-dentista, favorecendo-se assim maior acuráciade diagnóstico.

UNITERMOS: Radiologia odontológica; radiografia digital; exame radiográfico.

INTRODUÇÃO

A busca da excelência é uma característica da-queles que têm como preocupação primeira amelhoria da qualidade em todos os procedimentos,por meio de uma junção de atividades (COSTA, 1995)2 . Esta afirmativa pode ser utilizada em toda suaplenitude pela atual Radiologia ou Imaginologia.Afinal muitas coisas aconteceram e ainda estão poracontecer dentro dessa especialidade médica eodontológica, nas últimas décadas.

Os Raios X foram descobertos por Roëntgen em1895 e, dessa data em diante, diversos estudos epesquisas têm sido realizados com o objetivo demelhorar a qualidade dos exames por imagens. To-davia, nos últimos 20 anos, quando as primeirasreferências começaram a surgir na literatura re-latando a associação da Informática a alguns prin-cípios básicos da Radiologia, esta especialidade re-vigorou e incorporou novas frentes de trabalho. Sãoindiscutíveis o crescimento, o impulso e os novosrumos que a Radiologia, ou melhor dizendo, aImaginologia tomou após a associação dessas duasáreas.

Segundo alguns autores, o filme radiográfico estácom os dias contados e deve desaparecer dentro deuns 10 anos. Outros elementos clássicos que sem-pre acompanharam a especialidade da Radiologia

também estão desaparecendo. É o caso do fioextensor, que aciona o aparelho de Raios X. Essedispositivo está perdendo lugar para um comandoou teclado de um computador. Podemos dizer o mes-mo do processamento químico manual ou automá-tico, procedimento este que exige uma câmara es-cura portátil ou de um espaço físico exclusivo paraa sua realização, que pode ser um quarto escuro ouainda de um quarto em forma de labirinto, lembran-do que cerca de 80% dos erros radiográficos ocor-rem durante esse procedimento e acarretam umaumento no tempo de exposição aos Raios X tantopor parte do paciente quanto do profissional.

Também não poderíamos deixar de mencionara redução do tempo de exposição aos Raios X neces-sário para a tomada radiográfica digital, que é cer-ca de 80% menor do que aquele exigido quandoempregamos filmes radiográficos convencionais.

A possibilidade de reprodução, manipulação earquivamento das imagens, quantidade maior detons de cinza (digital 256 e convencional 26), facili-dade na comunicação entre o cirurgião-dentista eo paciente, permitindo também uma comunicaçãoem rede entre diferentes profissionais via Internet,são outras vantagens que a radiografia digital ofe-rece, além de proporcionar uma otimização de tempoe espaço físico de trabalho.

Na realidade, são incontáveis os benefícios que

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Revista Ciências Odontológicas

a radiografia digital está trazendo no dia-a-dia dosprofissionais médicos e/ou cirurgiões-dentistas,sejam eles especialistas ou clínicos gerais.

Com a informatização, a reciclagem tornou-seimperiosa. As técnicas estão cada vez mais sofisti-cadas e precisas. De acordo com CHILVARQUER(1995)1, a absorção e o domínio de conhecimentoscrescem em progressão aritmética e a tecnologia,em progressão geométrica.

Entretanto, é necessário lembrar que de nadaadianta todo esse avanço da tecnologia, se o profis-sional não apresentar requisitos básicos para umacorreta interpretação radiográfica. É condição in-dispensável que o profissional tenha domínio dosaspectos radiográficos da anatomia dento-maxilo-facial e das possíveis variações dentro de uma nor-malidade, para que possa diferenciar os aspectospatológicos, como também, que tenha um domíniode técnicas e um criterioso sistema de eleição paraa radiografia mais adequada a cada situação.

REVISTA DA LITERATURA

A possibilidade de analisar, modificar, medir equantificar a densidade da imagem radiográfica di-retamente na tela do computador, é oferecido pelatecnologia da radiografia digital. O fator fundamen-tal para a manipulação e análise da imagem dessesistema é a conversão da imagem radiográfica, cap-turada pelos sensores, em dados numéricos ou di-gitais (pixels); portanto, a cada pixel é dado um va-lor numérico, correspondente a um tom de cinza,que, por sua vez, pode sofrer uma série de combi-nações, formando assim as imagens digitais.

A idéia de que uma imagem pode ser codificadapor números é o princípio básico do sistema digital.Números podem ser somados, subtraídos, multipli-cados, divididos, comparados, impressos e transmi-tidos via computador. Isto permite que o operadorajuste uma imagem da forma que lhe convier ouque for necessário, favorecendo o processo de in-terpretação e diagnóstico (KHADEMI, 1996)4.

Conforme PAPAIZ e CARVALHO (1998)5, a ima-gem digital é a representação de uma imagembidimensional organizada em números. O termodigital origina-se da forma como o computadorprocessa a imagem. A imagem digital resulta daconversão de um sinal analógico em um sinal digi-tal.

Entre outras vantagens que as radiografias digi-tais oferecem sobre as convencionais, é que as pri-meiras possibilitam a sua manipulação, com o ob-jetivo de facilitar a sua interpretação. A qualidade

da imagem radiográfica e a habilidade do observa-dor levam à informação diagnóstica. Oprocessamento digital das imagens não aumenta oconteúdo das informações presentes na imagem,mas pode alterar o valor das informações para de-terminar o diagnóstico.

De acordo com SARMENTO et al (1999)6 , o pro-cesso de diagnóstico radiográfico é subjetivo e re-cursos complementares podem ajudar na sua in-terpretação. Neste sentido, a imagem digital tem-se tornado um exame capaz de mostrar mudançasarquiteturais, às vezes não captadas pelas radio-grafias convencionais.

Existem três maneiras de se obter imagens di-gitais: direta, semidireta e indiretamente. O méto-do indireto é o mais antigo e necessita de uma ra-diografia convencional onde a imagem é capturadapor meio de um scanner de alta definição ou por câ-maras de vídeo e, em seguida, é enviada a um com-putador onde é visualizada, analisada ou modifica-da por programas apropriados.

O método direto usa um sensor intrabucal queé sensibilizado pelos Raios X, oriundos de um apa-relho radiológico convencional e, partindo destecaptador ou sensor, via fios ou cabos, o sinal elétri-co chega ao computador onde a imagem pode seranalisada e modificada também com programasespecíficos, como acontece com toda radiografia di-gital. O sensor intrabucal, o computador e o progra-ma associados substituem o filme radiográfico,chassi, ecrans, a câmara escura e seus aparatos,eliminando o processamento químico, seja ele ma-nual ou automático, além de possibilitar uma gran-de rapidez na obtenção das imagens.

Fig. 1 � Método Direto (Visualix - Gendex)

Ambos os métodos apresentam algumas desvan-tagens. O método indireto não elimina a fase do

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processamento químico e também requer a capta-ção e digitalização das imagens radiográficas, pormeio do scanner, visando seu armazenamento,visualização e manipulação com o uso do computa-dor. Isto implica em um aumento do tempo para ob-tenção das imagens e perda de definição das mes-mas, o que pode dificultar a sua interpretação.Quanto ao método direto, o emprego do sensor, de-vido às suas dimensões, limita a área deabrangência do exame, necessitando geralmenteum maior número de tomadas e mais exposição aosRaios X quando comparadas com as radiografiasconvencionais. Outro grande problema da utiliza-ção dos sensores, é a presença de cabos conectoresentre eles e o aparelho de leitura digital, dificul-tando dessa forma algumas tomadas radiográficas,como por exemplo as interproximais. O emprego desuporte porta-filmes também fica comprometido e,em alguns casos, os fios podem provocar um certodesconforto para o paciente. Alguns relatos são fei-tos quanto à durabilidade desses sensores, que de-vido à presença dos fios, podem sofrer avarias maisfacilmente, resultando num custo maior para suamanutenção.

Mais recentemente, foi introduzido no mercadoradiológico digital um novo sistema de captação deimagens, o semidireto. Ele pode ser utilizado tantopara as radiografias intrabucais como para asextrabucais. Essa inovação tecnológica empregapelículas ópticas a base de fósforo, fotossensíveisaos sinais luminosos dos Raios X; são reutilizáveis,delgadas, flexíveis, apresentam dimensões compa-tíveis aos filmes convencionais intra e extrabucaise requerem menos tempo ainda de exposição aos

Raios X, porque são extremamente sensíveis. Es-sas películas podem ser acondicionadas em enve-lopes plásticos descartáveis e, ainda, podem serdesinfetadas com soluções antissépticas. Elas apre-sentam um custo menor e sofrem reduzido desgas-te decorrente da utilização, quando comparadascom os sensores que necessitam de cabosconectores ou fibras ópticas para obtenção das ima-gens.

As películas ópticas à base de fósforo permitemas tomadas radiográficas seguindo os princípiosbásicos das técnicas convencionais e também per-mitem o uso dos aparelhos tradicionais, não reque-rendo portanto um treinamento profissional espe-cífico.

Para eliminar a imagem latente residual dasplacas ópticas, elas devem ser submetidas a umfeixe de luz que pode ser proveniente de umnegatoscópio, obrigatoriamente em um ambientede penumbra e novamente acondicionadas emenvoltórios plásticos descartáveis (intrabucais) ouchassis (extrabucais) para serem novamente uti-lizadas.

A desvantagem do sistema semidireto é a ne-cessidade de fazer-se a leitura digital das películasópticas em um scanner, aumentando ligeiramenteo tempo para a observação das imagens na tela docomputador.

Segundo TAVANO (1997)7, o filme radiográficoconvencional tem uma resolução espacial de apro-ximadamente 12 linhas pares por milímetro (nú-mero de linhas que podem ser separadas no filme).Na radiografia digital, o número de pixels (elemen-tos de desenho) limita a resolução espacial da ima-gem e, conseqüentemente o detalhe da imagemmostrada. Apesar de a resolução espacial ser vari-ável conforme o tipo de sistema, nenhum deles al-cança a resolução do filme convencional.

Ainda de acordo com TAVANO (1997)7, a resolu-ção de contraste na imagem digital é limitada aonúmero de tons de cinza (número de bits) do siste-ma. Apesar dos sistemas atuais serem capazes demostrar 256 tons de cinza (imagem de 8 bits), osmonitores atuais permitem visualizar somente 64tons de cinza (imagem de 6 bits), simultaneamen-te. Para as necessidades odontológicas, 64 tons decinza são suficientes para oferecer um bom con-traste, possibilitando dessa forma, a realização dodiagnóstico radiográfico. Além do mais, imagenscom 32, 64 ou 256 tons de cinza proporcionam amesma acuracidade diagnóstica, já que o olho hu-mano é capaz de detectar cerca de 26 tons de cinzaaproximadamente.

Fig.2 � método Semidireto (DenOptix � Gendex)

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De um modo geral, os programas utilizados paratratamento das imagens digitais possibilitam alte-ração do contraste, brilho e densidade, ampliação erotação das imagens, medições de distâncias, ân-gulos e áreas, baixo relevo que simulará 3D,histograma, anotações, positivo/negativo, coloraçãoe outros, visando, dessa forma, aprimorar a quali-dade da imagem, adequando-a às necessidades ouobjetivos do profissional e proporcionando, portan-to, maior acurácia para o diagnóstico.

Fig.3 � Ferramentas para tratamento das imagens: colorização, em relevo,igual densidade (DenOptix � Gendex)

A utilização dos programas para tratamento daimagem também possibilita arquivamento, dupli-cações e impressão a laser quantas vezes for ne-cessário. O arquivamento das imagens poderá serfeito no próprio computador ou em disquetes, zipdisks e CD-ROMS, proporcionando rapidez, eficiên-cia e eficácia para eventuais consultas. O progra-ma permite visualizar até 8 imagens de uma sóvez na tela do monitor.

Tendo em vista, que as radiografias digitais jáse tornaram uma realidade nas diferentes especi-alidades de Odontologia, é de fundamental impor-tância que os fabricantes desses aparelhos, e osórgãos competentes que regem o exercício da Odon-tologia, bem como o poder judiciário, se assim po-demos dizer, estabeleçam regras para que essasimagens tenham valor frente a possíveis pendên-cias que possam surgir entre o paciente e o profis-sional, ou entre o profissional e planos ou segurosde saúde odontológicos. Afinal, não podemos esque-cer que essas imagens podem ser manipuladas daforma que bem entendermos.

O equipamento mínimo necessário para a ins-talação que possibilita a manipulação das imagensdigitais deve ser: um computador Pentium de 100

Mhz, com 16 MB de memória RAM, kit multimídia(CD-ROM), Windows 95 e monitor Super-VGA de 15polegadas, modo 800 x 600 pixels.

Basicamente, poderíamos resumir as vantagense as desvantagens dos sistemas de radiografias di-gitais, da seguinte forma:

VANTAGENS

· utilização de técnicas e aparelhosradiográficos convencionais intra e extrabucais pelosistema indireto e semidireto;

· rapidez na obtenção das imagens;· tempo de exposição aos Raios X, aproxima-

damente 80% menor;· custo menor e maior durabilidade das pelí-

culas ópticas, quando comparadas com os sensoresque necessitam de cabos conectores;

· dispensa a utilização de filmes radiográficosconvencionais;

· elimina etapa de processamento convenci-onal, dispensando câmara escura, seus acessóriose líquidos químicos;

· distingue até 256 tons de cinza (acuidadevisual do homem até 26);

· manipulação das imagens favorecendo a suaobservação;

· possibilita procedimentos variados demensurações;

· permite visualização de até 8 imagens deuma só vez na tela do monitor;

· melhora comunicação e motivação do paci-ente (marketing);

· facilita comunicação entre profissionais(Internet);

· aplicação em todas as especialidades daOdontologia;

· arquivamento, duplicação e impressão dasimagens;

· otimização de tempo e espaço físico.

DESVANTAGENS

· alto custo para aquisição do sistema;· obtenção de radiografias convencionais no

sistema indireto;· etapa de processamento digital no sistema

semidireto;· conhecimento e domínio do profissional na

informática;· valor como documento legal ainda não ple-

namente definido.

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DISCUSSÃO

Nas últimas décadas, a Radiografia sofreu modi-ficações acentuadas, não só nos seus aspectos téc-nicos, mas, sobretudo, na proposta de diagnósticoda associação dos princípios de Radiologia com osde Informática (COSTA2, 1995; PAPAIZ & CARVA-LHO5,1995; CHILVARQUER1, 1995; SARMENTO etal6, 1999).

Entretanto, segundo COSTA2, 1995 e SARMENTOet al6 1999, todo esse avanço tecnológico somentetem valor se o profissional CD apresentar domíniode interpretação dos aspectos radiográficos de ana-tomia dento-maxilo-facial e suas possíveis varia-ções dentro de uma normalidade, diferenciando-osdos aspectos patológicos, bem como um amplo do-mínio das técnicas e a indicação precisa para cadacaso específico.

De acordo com KHADEMI 4 (1996) e SARMENTOet al6 (1999), a possibilidade de manipulação dasimagens digitais favorece o processo de diagnósti-co; todavia, é necessário ressaltar que oprocessamento digital das imagens não aumenta oconteúdo das informações presentes na imagem,mas pode alterar significativamente o valor das in-formações para determinar o diagnóstico, poden-do em alguns casos, mostrar alteraçõesarquiteturais que as radiografias convencionais nãoconseguem captar.

Todos os autores são unânimes quanto à supe-rioridade dos exames radiográficos digitais em re-lação aos exames radiográficos convencionais. Tem-po menor de exposição aos Raios X, eliminação doprocessamento químico, facilidade de comunicaçãoentre o profissional e o paciente e inter profissio-nais, otimização de tempo e espaço físico, são al-guns quesitos que têm sido louvados e apontadoscomo grandes benefícios obtidos com o advento daradiografia digital. Porém, segundo TAVANO7(1997),as radiografias convencionais apresentam umaresolução espacial de aproximadamente 12 linhaspares por milímetro, possibilitando assim uma ri-

queza maior de detalhes na imagem obtida, en-quanto que nas radiografias digitais o número depixels limita a resolução espacial da imagem, e,conseqüentemente, a quantidade de detalhes emuma imagem digital é mais reduzida. Ainda, essemesmo autor sugere que, apesar da resolução es-pacial variar conforme o sistema digital emprega-do, nenhum deles alcança a resolução espacial deum filme radiográfico convencional, e que a reso-lução de contraste na imagem digital fica limitadaao número de tons de cinza (�bits�) do sistema em-pregado. Os sistemas atuais permitem mostrar até256 tons de cinza de cinza (8 �bits�), sendo que nosmonitores apenas 64 tons de cinza (6 �bits�) sãovisualizados simultaneamente, quantidade essamais que suficiente para proporcionar a realiza-ção de um diagnóstico radiográfico, mesmo porque,o olho humano é capaz de detectar apenas 26 tonsde cinza.

Considerando e analisando as colocações dosautores pesquisados, também concordamos com aafirmativa de que os profissionais necessitam sefamiliarizar-se com novos recursos de diagnósticopor imagem que estão surgindo no mercado. Emdecorrência das limitações que as imagens digi-tais ainda apresentam e da falta de conhecimentoe experiências por parte dos cirurgiões-dentistasem relações a esses novos sistemas, eles podeminduzir a falhas de interpretação radiográfica.

CONCLUSÕES

Os benefícios que o sistema de imagensdigitalizadas oferece em todos os aspectos são in-discutíveis, porém o alto custo para a aquisição des-ses equipamentos deve ser considerado quando seanalisa as suas vantagens e desvantagens. Toda-via, acreditamos que as imagens radiográficas di-gitais farão parte do dia-a-dia do cirurgião-dentis-ta em um curto espaço de tempo.

The developing and application of new resources and technologies coming from teh association fo the basicprinciples fo the Odontologic Radiology with those coming from the informatic as the main advantages anddisadvantages of the direct, semidirect and indirect systems to the acquisition of digital images are reviewedwith the purpose of a better understanding and utilization by the dental surgeon professional, getting with thisa better accuracy of diagnosis.

UNITERMS: Odontologic Radiology; digital image; radiographic exam.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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5. PAPAIZ, E. G. & CARVALHO, P. L., Métodos recentes dediagnóstico através da imagem. In: FREITAS, A.;ROSA, J. E; SOUZA, I. F., Radiologia Odontológica,4º ed., p. 667-684, Artes Médicas, São Paulo.

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TRATAMENTO DE FRATURA ISOLADA DO OSSO ZIGOMÁTICO:RELATO DE CASO

TREATMENT OF ISOLATED FRACTURE OF THE ZYGOMATIC BONE: A CASE REPORT

Elio Hitoshi SHINOHARA*

Eliane dos Anjos QUEIRÓZ**

José Pereira de CARVALHO JÚNIOR***

Fábio PETROUCIC****

José Sidney ROQUE*****

*- Professor assistente da Disciplina de Cirurgia bucomaxilofacial. Faculdade de Ciências Odontológicas �UNIMAR. Aluno de pós-graduação em Estomatologia � nível doutorado. F. O. Araçatuba � UNESP. Cirurgião bucomaxilofacial do Conjunto Hospitalar do Mandaqui -SUS/SP.**- Cirurgiã bucomaxilofacial. Assistente do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Hospital Municipal de Urgências de Guarulhos. Aluna de pós-graduação em Cirurgia de Cabeça e Pescoço � nível mestrado. Complexo Hospitalar Heliópolis-SUS/SP.***- Cirurgião bucomaxilofacial. Chefe do Serviço de Cirurgia Bucomaxilofacial do Conjunto Hospitalar do Mandaqui- SUS/SP.****- Professor Doutor. Disciplina de Clínica Integrada. Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, Brasil.*****-Cirurgião bucomaxilofacial. Professor responsável pela Disciplina de Cirurgia bucomaxilofacial. Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR,Marília, SP, Brasil.

Pela sua projeção no maciço facial, o complexo zigomático (corpo do osso e arco) pode ser fraturado após episódiosde trauma facial. Ocorrendo a fratura, esta deve ser tratada para restaurar a simetria facial e evitar distúrbiosfuncionais, sobretudo trismo, diplopia e enoftalmo.Apresentamos relato de caso de paciente com fratura isolada do osso zigomático, tratado com uso de miniplacas.São abordados tópicos da indicação, vantagens e limitações no uso deste material de síntese no tratamento defraturas faciais.

UNITERMOS: Complexo zigomático; fratura; fixação; placas e parafusos.

INTRODUÇÃO

Trauma facial é ocorrência comum nas grandescidades, sobretudo em acidentes automobilísticose agressões2. Devido à sua posição e projeção nomaciço facial, o complexo zigomático (corpo do ossoe arco) está altamente susceptível a fraturas apósepisódios de trauma facial14; é definido fratura iso-lada, como aquela que não envolve a órbita e nem oarco zigomático.

Diversas técnicas são descritas para tratamen-to das fraturas com deslocamento do ossozigomático, incluindo a do acesso temporal, descri-ta por Sir Harold Gillies em 19276, a da elevação doosso zigomático com gancho, descrito possivelmen-te pelo cirurgião alemão Strohmeyer, em 1844, pre-conizado por Ginestet em 1966, e divulgado porPoswillo12 em 1976; e a técnica de acesso pelo sulcovestibular superior descrito por Keen8 em 1909,entre outras. Recentemente, foi descrita a técnicapercutânea (McGivern & Stein10, 2000). Todas as

técnicas descritas objetivam expor e/oureposicionar (reduzir) o osso fraturado ao seu localanatômico original.

Além do deslocamento primário do ossozigomático causado pelo trauma, um deslocamentosecundário pode ser dado pela ação do músculomasseter13, tornando a fratura instável, o que, de-pendendo do grau de deslocamento do osso, obriga ocirurgião a fazer uso de material de síntese (fio deaço, fio de Kirschner, placas e parafusos, por ex.)para manter o osso fraturado em posição anatômicae evitar complicações tardias deste tipo de fratura,tais como trismo, enoftalmo e assimetria facial14.

É feito o relato de caso de paciente vítima de aci-dente motociclístico, com fratura isolada do ossozigomático que foi tratado com redução simples, fi-cando instável a redução e posteriormente, no mes-mo tempo cirúrgico, optou-se pelo uso de miniplacase parafusos para fixação do osso fraturado ao seulocal anatômico.

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CASO CLÍNICO

Paciente do gênero masculino, 19 anos,leucoderma, foi encaminhado ao pronto-atendimen-to do Conjunto Hospitalar do Mandaqui-SUS/SP, viaServiço de Resgate, com história de colisão de suamotocicleta (com capacete) contra automóvel. Ava-liado inicialmente por equipe de trauma, encontra-va-se lúcido, orientado, com sinais vitais normaise com vias aéreas livres. Após liberação de equipede trauma, foi avaliado pelo serviço de cirurgiabucomaxilofacial. Ao exame clínico notou-se hema-toma e equimose periorbital e hemorragiaesclerótica no olho direito (Figura 1), referiaparestesia em região infra-orbitária direita. Nega-va limitação de abertura bucal; alegava visão nor-mal, porém relatava diplopia em campo visual in-ferior direito. À palpação, notou-se degrau ósseoem região da sutura maxilozigomática, na regiãoda sutura zigomáticofrontal e no pilar zigomático-alveolar. Com diagnóstico presuntivo de fratura doosso zigomático, realizou-se radiografia de seios daface e tomografia computadorizada , ambas conclu-sivas para fratura isolada do osso zigomático direi-to (figuras 2, 3 e 4). Após exames pré-operatórios,procedimento cirúrgico para correção da fratura foirealizado sob anestesia geral, 4 dias após a admis-são hospitalar, como planejado. A tática cirúrgicafoi composta por: Realização do teste de ducção for-çada, para checagem da integridade de soalhoorbitário, redução ( reposicionamento) do ossozigomático com parafuso de Carroll-Girard. Apósredução, checou-se a estabilidade e posicionamentodo zigoma; como a redução estava instável, optou-se por acesso cirúrgico em região infra-orbitáriadireita via incisão subtarsal ( Figura 5), acesso aopilar zigomático direito via incisão em fundo de ves-tíbulo (Figura 6). Fixou-se a fratura maxilo-zigomática e o pilar zigomático com 1 miniplaca e 4parafusos monocorticais de calibre 2.0 mm(MEDICON*) em cada ponto (Figuras 7 e 8). Após fi-xação, checou-se novamente posicionamento e pro-jeção lateral e anterior do zigoma. Realizou-se su-tura mucosa e cutânea; prescreveu-se antibióticopor 10 dias e anti-inflamatório por 3 dias. O pós-operatório evoluiu sem intercorrências e pacientefoi liberado no dia seguinte após procedimento; nasemana seguinte, já apresentava visão normal. Es-teve sob seguimento por 6 meses, e já no 2o mêsnão referia parestesia infra-orbital, não havendo se-qüelas da fratura (Figuras 9 e10).

Figura 1: Aspecto clínico inicial

Figura 3: Radiografia de Waters mostrando fraturas de rebordo intra-orbitale pilar zigomático.

Figura 2: Corte tomográfico axial mostrando retroposicionamento e fraturade parede lateral de órbita.

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Figura 4: Tomografia axial mostrando (setas) fraturas de parede anterior eposterior de seio maxilar.

Figura 5: Acesso cutâneo subtarsal mostrando fratura maxilo-zigomática.

Figura 6: Acesso Cirúrgico intrabucal com exposição de fratura no pilarzigomático.

Figura 7: Fixação de fratura maxilo-zigomática.

Figura 8: Fixação de fratura em pilar zigomático

Figura 9: Aspecto clínico pós-operatório de 2 meses.

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DISCUSSÃO

O objetivo do tratamento de todas as fraturasdos ossos da face é restaurar a configuração do es-queleto. Falhas no correto posicionamento do ossofraturado podem resultar em seqüelas que são dedifícil correção numa segunda cirurgia7.

O tratamento da fratura do osso zigomático éextremamente variável, pois depende do grau decominução e deslocamento dos cotos fraturados9.Acrescentaríamos a disponibilidade de material desíntese e a experiência do cirurgião no uso destematerial como outras variáveis na abordagem ci-rúrgica deste tipo de fratura.

Quanto à fixação do osso fraturado ao seu sítiooriginal, foi descrito o uso de fio de aço por Adams1

em 1942 e uso de fio de Kirschner por Brown et al.3em 1952. Ambos apresentam resultados favoráveisa longo prazo, e acreditamos que possuem muitautilidade atualmente, quando bem indicados (Figu-ra 11). Em 1973, Michelet et al.11 descreveram usode miniplacas na fixação de fraturas do esqueletofacial, relatando melhor estabilidade comparativa-mente ao fio de aço. O que foi confirmado porManson et al.9 (1990) e muitos outros4,10,14.

O complexo zigomático apresenta 4 pontos/fa-ces de contato com estruturas vizinhas: a suturazigomáticofrontal, o pilar zigomático-alveolar, a su-tura maxilozigomática e o arco zigomático. Admite-se a importância do alinhamento da asa maior doesfenóide no correto posicionamento das fraturaszigomáticas. De fato, o tratamento das fraturas doosso zigomático varia desde a redução simples, comfixação apenas se necessário, até exposição e fixa-ção de ao menos 3 das 4 regiões anatômicas5. Afixação com miniplacas e parafusos de titânio revo-lucionou o tratamento das fraturas do ossozigomático pois garante a estabilidadetridimensional, tendo vantagens sobre o fio de aço,mesmo com a fixação de menos pontos do zigoma5.

Por outro lado, a técnica com miniplacas e para-fusos exige maior exposição dos cotos ósseos commaior descolamento periostal e ocorre aumentoconsiderável no custo do tratamento, com o uso des-te material de síntese.

Neste relato, o grau de cominução era baixo, opaciente não apresentava limitação de aberturabucal, se queixava de parestesia (pelo trauma nonervo infra-orbital) em maxila e diplopia em cantovisual direitos; inicialmente decidiu-se fazer redu-ção incruenta das fraturas, mesmo notando duran-te exame clínico degraus em 3 pontos de ancora-gem do osso zigomático; constatado instabilidade da

Figura 10: Aspecto radiográfico de 2 meses mostrando alinhamento ósseo.

Figura 11: Aspecto radiográfico de caso tratado com osteossíntese a fio deaço e fio de Kirschner.

Figura 12: Gancho de Ginestet (E) e parafuso de Carroll - Girard.

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redução, optou-se por realizar fixação com placas eparafusos para estabilizar a fratura. Optamos porreduzir (reposicionar) as fraturas isoladas do ossozigomático ou com gancho de Ginestet ou parafusode Carroll-Girard ( Figura 12), sendo realizadas pos-teriormente repetidas inspeções do alinhamento,projeção lateral do zigoma e de todas as paredesorbitárias. Se eles se mostrarem estáveis, o trata-mento está concluído; porém se houver instabilida-de da redução, ou se a estabilidade tridimensionalfor duvidosa, é feita a fixação única do pilarzigomático-alveolar (apenas nos casos de fraturaisolada do osso zigomático), via intrabucal. Esta fi-xação é muito importante na manutenção/estabi-lidade da redução, pois contrapõe à força de traçãodo músculo masseter.

Optamos, neste caso relatado, por fixar tambémo rebordo infra-orbital, pois bloqueia as forças detorção no eixo vertical do osso zigomático.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Neck, 13: 424-26, 1991.3. Brown, J.B. et al. Internal wire-pin fixation for fractures

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Surg., 9: 276-82, 1952.4. Courtney, D.J. Upper buccal sulcus approach to

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compound: With a description of a new X-Ray technique. Br. J. Surg., 14: 651-75,

1927.7. Kawamoto, H.K. Late posttraumatic enophthalmos: A

correctible deformity. Plast. Reconstr. Surg., 69: 423-32, 1982.

By its projection in the facial skeleton, the zygomatic complex (body and arch) may be fractured after facialtrauma episodes. If the fracture should happen, it has be treated to restore the facial symmetry, and to avoidfunctional disturbances, mainly trismus, diplopia and enophtalmus.We presented a zygomatic bone isolated fracture case report, treated with miniplates. Topics of indication,advantages and limitations in the use of such facial fractures treatment synthesis material are approached.

UNITERMS: Zygomatic complex, fracture, fixation, plates and screws.

8. Keen, W.W. Surgery. It�s principles and practice.Philadelphia : W.B. Saunders,

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screwed plates in maxillofacial surgery. J. Maxillofac. Surg., 1: 79-84,

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An experimental biophysical study. Plast. Reconstr. Surg., 84: 21-25,

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complex fractures. New aspects. Arch. Otolaryngol. Head Neck Surg., 117: 611-

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Elio Hitoshi SHINOHARA - Cirurgiãobucomaxilofacial, Conjunto Hospitalar doMandaqui - SUS/SP. Professor Assistente da Dis-ciplina de Cirurgia e TraumatologiaBucomaxilofacial do Curso de CiênciasOdontológicas da UNIMAR, e aluno de pós-gra-duação em Estomatologia, nível doutorado. Fa-culdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP.

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Faculdade deOdontologia

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HÁBITOS DE SUCÇÃO EM CRIANÇAS DO MUNICÍPIO DE MARÍLIA, SP

SUCKING HABITS CHILDREN FROM THE CITY OF MARÍLIA, SP

Maria Cristina Vernasque Bettini RABELLO* *

João BAUSELLS* **

Sosígenes Victor BENFATTI***

Célio PERCINOTO* ***

* Resumo da Dissertação de Mestrado. Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, Brasil** Aluna do Curso de Pós-Graduação em Clínica Odontológica, Área de Odontopediatria da Faculdade de Ciências Odontológicas da Universidade de Marília� Marília/SP. (Endereço para contato: Av. Santo Antonio, 559, Marília/SP. � CEP: 17.500-070, Telefone: (0xx14) 433-9256).*** Docentes do Curso de Pós-Graduação em Clínica Odontológica da UNIMAR, Marília, SP, Brasil.**** Docente da Faculdade de Odontologia da UNESP, Araçatuba/SP, Brasil.

O início, freqüência, duração e eliminação do hábito de sucção (pelo uso do dedo, chupeta e mamadeira) decrianças em relação à idade e ao sexo, bem como renda familiar, grau de escolaridade e horário de trabalho dosresponsáveis foram analisados no presente estudo, em 1201 crianças de ambos os sexos, de três a dez anos deidade, no Município de Marília/SP. A freqüência do hábito de sucção diminuiu com a idade, independentementedo sexo; esse hábito iniciou-se nos primeiros três meses de vida, ocorrendo o período de maior atividade à noite(somente para adormecer); igual resultado foi obtido quanto à prática do ato, durante o dia e à noite. Sua duraçãoestendeu-se por mais de três anos, enquanto nenhuma tentativa de eliminação do hábito foi realizada. Observou-se que a renda familiar não apresentou relação com o hábito de sucção. Por outro lado,o grau de escolaridade e ohorário de trabalho dos responsáveis apontaram diferenças na freqüência do hábito de sucção.

UNITERMOS: Hábito de sucção; criança; saúde bucal.

INTRODUÇÃO

O aspecto criativo e inovador observado, atual-mente, na mentalidade da população em geral, estásendo impulsionado pelo rápido avanço tecnológico.

Neste momento mundial, esperar para tratar osefeitos nocivos já instalados não faz mais sentido,pois, além de ser mais difícil e complicado, torna-se mais dispendioso. Entre os fatores que poderãointerferir no crescimento e desenvolvimento sadiode uma criança, encontram-se os hábitos de suc-ção.

Hábito é o resultado da repetição de um ato, comdeterminado fim, podendo tornar-se inconscientepela prática constante. O hábito de sucção, inicial-mente, é uma necessidade fisiológica, pois facilitaa obtenção de alimento. Entre eles, encontram-sea chupeta, o dedo e o uso de mamadeira. Servindocomo receptor de estímulos, por ser um pré-requi-sito necessário psicológico e de caráter agradável,provoca a sensação de segurança e prazer na cri-ança.

A origem desse ato pode ser observada até mes-mo durante a vida intra-uterina da criança e es-

tender-se a idades mais avançadas, apresentandouma etiologia bastante heterogênea e contraditó-ria, devido à divergência de opiniões entre os pes-quisadores e à complexidade do assunto. Alguns aconsideram como causa de uma insuficiente sa-tisfação de sucção nos primeiros meses da infân-cia; outros a relacionam ao tipo de alimentação outambém a alguma alteração emocional. Ainda podeapresentar-se como resultado da repetição de umcomportamento aprendido, falta de carinho, amor,ansiedade e fadiga (ABE et al.1 , 1987).

A gravidade dos problemas advindos do hábito desucção depende da duração, freqüência e intensi-dade de seu uso, como também da predisposiçãoindividual, com presença ou não de doençassomáticas.

A maioria dos autores é unânime em afirmarque a melhor época para a remoção do hábito desucção é dos três aos cinco anos de idade, podendoser realizado um tratamento preventivo. Se ultra-passar esse período, pode atuar como mau hábito,hábito nocivo ou vicioso (MCDONALD; AVERY15,1995), podendo levar a um desequilíbrio mais seve-ro das arcadas dentárias, ao mau posicionamento

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dentário, alterando, conseqüentemente, a respira-ção, a fala, a deglutição e a estética. Dessa forma,pode gerar transtornos que afetarão o bem-estar fí-sico, social e psicológico da criança.

A eliminação do hábito deve ser espontânea, paranão implicar alterações psicológicas ou causar suatransferência para outro, podendo ocasionar danosmaiores.

Muitos pesquisadores afirmam que a freqüên-cia do hábito de sucção é maior em meninas(OGAARD et al.17 , 1994), outros, em meninos(KRISTENSEN; KRISTENSEN12, 1984). No entanto,FRIMAN et al.7 (1993) não observaram diferença.

Para alguns autores é relevante a influência darenda familiar, do horário de trabalho, como tam-bém do grau de escolaridade dos responsáveis, parao desencadeamento do hábito (INFANTE 9 , 1976).

O assunto, hábito de sucção, é atual e de muitacontrovérsia na literatura específica. Assume im-portância na Odontologia Moderna, sendo instiganteseu estudo, assim como dos métodos de prevenção.Nenhuma pesquisa dessa natureza foi realizada noMunicípio de Marília, motivando-nos a idealizá-la.

Dessa forma, alguns aspectos como o início, afreqüência, a duração e o modo de eliminação dohábito, são fundamentais para o aprofundamentoneste assunto, podendo auxiliar no processo de pre-venção.

O objetivo deste trabalho é estudar os hábitos desucção (pelo uso de dedo, chupeta e mamadeira),em crianças de três a dez anos de idade, residentesno Município de Marília, Estado de São Paulo, con-siderando a influência da idade, do sexo, da rendafamiliar, do grau de escolaridade, do horário de tra-balho dos responsáveis, assim como o início, a fre-qüência, a duração e eliminação, com vistas à ma-nutenção da saúde bucal.

MATERIAL E MÉTODO

A população de interesse constou de 1201 crian-ças na faixa etária de três a dez anos de idade, deambos os sexos, matriculadas e freqüentando esco-las públicas e privadas do Município de Marília.

Inicialmente, contactamos a Delegacia de Ensi-no para obtenção do levantamento do número deescolas e crianças do Município. Após a autoriza-ção e a carta de apresentação da Delegacia de En-sino e Secretaria de Educação de Marília, efetua-mos a amostragem por conglomerados de três está-gios, sendo primeiro o sorteio do número de esco-las, proporcionalmente ao número total de crian-ças. Das vinte e três Escolas Municipais de Educa-ção Infantil, cinco foram sorteadas; do total de qua-renta e três Escolas Estaduais de Primeiro Grau daRede Pública, seis; e das doze escolas de ensino pri-vado, uma foi suficiente pelo total de crianças nafaixa etária utilizada. O segundo estágio constou dosorteio das escolas que participaram do estudo. Paratanto, explicamos o objetivo a cada diretor e obtive-mos permissão para a realização de nosso propósi-to. No terceiro estágio, realizamos o sorteio das clas-ses em cada escola, nas quais solicitamos tambémo consentimento dos professores e a disponibilida-de dos responsáveis em cooperar com o trabalho.

As crianças foram escolhidas de forma aleató-ria, da listagem de presença na sala de aula. Umquestionário informativo foi encaminhado aos res-ponsáveis pela criança (Ficha) a respeito de hábi-tos de sucção (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRA-FIA E ESTATÍSTICA10 , 1986) e, uma vez respondi-do, foi incluído na amostra.

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O procedimento adotado eliminou os critériosrestritivos quanto ao tipo de escola e localizaçãoprivilegiada. Os cálculos do tamanho da amostra,tratamento dos dados e a análise estatística dosmesmos foram realizados utilizando-se o programaEPI INFO versão 6.0 (DEAN et al.6 , 1993).

A análise dos resultados foi realizada no períodode maio a novembro de 1997. Levou-se em conside-ração a natureza das variáveis, descrevendo-as por

tabelas, média, desvio padrão, moda e mediana(CURI5 , 1997); teste do qui-quadrado para tabela MX N (SIEGEL19 , 1981) e do teste da partição do qui-quadrado para tabela 2 X N (COCHRAN3 , 1954). Emtodos os testes, fixou-se em 0,05 ou 5% (p < 0,05) onível para rejeição da hipótese da nulidade.

Na Tabela I, está expresso o total de crianças,sexo e idade.

TABELA I � Caracterização da amostra: crianças de escolas públicas e privadas, segundo a idade em anos completos e sexo, Marília/SP.

X = 7,0 anos Xmin = 3 anosDp = 2,2 anos Xmáx = 10 anosMd = 7,0 anos

RESULTADOS

O teste do qui-quadrado, na Tabela II, mostroudiferença significativa entre as porcentagens da pre-

TABELA II - Crianças de escolas públicas e privadas, segundo idade e presença ou não do hábito de sucção, Marília/SP.

x2 calculado = 288,47; g.l. = 7; p< 0,05

SEXO Idade Feminino % Masculino % Total

3 42 49,41 43 50,59 85 4 61 58,65 43 41,35 104 5 89 64,96 48 35,04 137 6 70 44,87 86 55,13 156 7 98 52,69 88 47,31 186 8 87 52,73 78 47,27 165 9 102 56,67 78 43,33 180

10 95 50,53 93 49,47 188 Total 644 53,62 557 46,38 1201

HÁBITO

Idade Presente % Ausente % Total 3 77 90,59 8 9,41 85 4 86 82,69 18 17,31 104 5 86 62,77 51 37,23 137 6 63 40,38 93 59,62 156 7 71 38,17 115 61,83 186 8 38 23,03 127 76,97 165 9 32 17,78 148 82,22 180

10 36 19,15 152 80,85 188 Total 489 40,72 712 59,28 1201

sença ou não do hábito de sucção em relação à ida-de.

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O valor do qui-quadrado não mostrou diferençasignificativa na presença de hábitos de sucção emrelação ao sexo, assim como em relação à renda

x2 calculado = 288,47; g.l. = 7; p< 0,05

familiar.Houve diferença significativa nas porcentagens

da presença do hábito de sucção em relação ao graude escolaridade dos responsáveis, na Tabela III.

TABELA III - Crianças de escolas públicas e privadas, segundo hábito de sucção e grau de escolaridade dos responsáveis, Marília/SP.

O teste do qui-quadrado mostrou, na Tabela IV, que houve diferença significativa nas porcentagens dapresença de hábito em relação ao horário de trabalho dos responsáveis.

TABELA IV- rianças de escolas públicas e privadas, segundo hábito de sucção e horário de trabalho dos responsáveis, Marília/SP.

x2 calculado = 20,00; g.l. = 7; p< 0,05

Verificou-se que é maior o número de criançascom o início do hábito no período que se estende donascimento aos três meses de idade, e que a dura-ção do hábito de sucção estendeu-se por mais detrês anos.

Quanto à pesquisa sobre a freqüência com queocorre o hábito de sucção, observou índices maio-res nos períodos da noite (somente para adorme-cer) e durante o dia e à noite. Ao analisarmos se acriança experimentou, de algum modo, eliminar ohábito de sucção, verificou-se maior porcentagem

de não tentativa, seguida de explicações sobre osdefeitos que podem ser adquiridos.

DISCUSSÃO

A inadequada atividade de sucção está associa-da ao tempo e à quantidade de alimento que a cri-ança ingere, pois, com fome, ela procura algumafonte para aliviá-la. Da repetição desse ato, inicia-se o hábito, o que poderá desencadear o desenvolvi-mento de uma má oclusão. Existe uma divergência

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entre os pesquisadores, quanto à época de seu iní-cio, sendo que uns acreditam que é ao redor da vi-gésima-nona semana de vida intra-uterina (CUNHAet al.4 ,1998), outros, do nascimento aos três meses(ROBERTS18, 1944) e ainda, do terceiro ao décimomês de idade. Em nosso trabalho, observamos re-sultados semelhantes aos verificados na literaturaespecializada, ou seja, aqueles para os quais o iní-cio ocorreu nos primeiros três meses de vida. Asprováveis razões para a instalação do hábito estãorelacionadas com o intenso prazer que a criançasente ao redor da área bucal nesse período, com apossível insatisfação de sucção, com a capacidademotora de realizar movimento da mão até a regiãoda boca ou, ainda, associada a algum distúrbio emo-cional como insegurança, tensão e medo (JOHNSON;LARSON11, 1993).

De modo semelhante aos nossos resultados, aliteratura especializada tem demonstrado que, àmedida que aumenta a idade da criança, diminui ohábito de sucção de chupeta e aumenta o de dedo,sendo verificado este último, em maior quantida-de, em crianças de cinco a seis anos de idade. Acon-selham, ainda, o uso da chupeta no período de ne-cessidade fisiológica de sucção, preenchendo-o sa-tisfatoriamente; dessa forma, a criança apresentamenor possibilidade de sugar o dedo (GARCÍA-GODOY8, 1982). No entanto, observa-se que crian-ças que utilizam o ato da sucção por um período pro-longado, dependendo do estado emocional e do pra-zer obtido, repetirá o hábito, por sentir novamenteo prazer (VADIAKAS et al.20, 1998).

Em nosso trabalho, observamos maior porcenta-gem da presença de hábito na faixa etária de três aquatro anos, de acordo com as pesquisas deOGAARD16 (1989). Parece-nos que as explicaçõespara tal afirmação estejam relacionadas com o pe-ríodo em que a criança adquire o hábito, ocorrendogeralmente, em idade menores, quando vários fa-tores poderão contribuir para sua instalação quecontinuará até o período mencionado. Com o au-mento da idade, eleva também a capacidade, a for-ça de vontade e a disponibilidade da criança emcooperar. Torna-se, então, mais fácil a eliminaçãodo hábito, razão por que, nas idades maiores, verifi-camos a menor freqüência.

Em nossos resultados, observamos que a dura-ção do hábito ocorreu em um período acima de trêsanos. Isso é devido, provavelmente, ao fato de queuma vez instalado o hábito, a criança já tenha sen-tido prazer ao sugar e apresente dificuldades na suaremoção. Por sua vez, é possível que os responsá-veis, na tentativa de eliminação, tenham receio de

a criança ficar irrequieta ou de transferir o hábitopara outro, pois estariam agravando o caso ou acen-tuando a sucção. Isso provocaria danos maiores,como complicações nos fatores psicológicos.

A maior atividade do hábito de sucção, verificadaem nossos estudos, foi no período da noite (somen-te para adormecer) e com os mesmos resultados,quando a prática do ato for durante o dia e à noite.Acreditamos que, no primeiro caso, semelhante aoestudo de BAKWIN2 (1948), sua eliminação torna-se mais fácil, podendo os responsáveis auxiliar nes-se momento, distraindo a criança, incentivando-acom leitura de livro ou pintura com lápis de cera.Pode-se, ainda, retirar da boca (dedo, chupeta e ma-madeira), logo após a criança adormecer, diminu-indo o tempo de utilização. No segundo caso, quan-do ela pratica o hábito de dia e de noite, torna-semais difícil a sua resolução. Assim, o fator psicoló-gico pode estar envolvido, devendo-se encontrar acausa através da psicoterapia, mas também depen-de do desejo da criança de abandoná-lo e dos seusresponsáveis em ajudá-la.

Não houve variável que determinasse relação dosexo com a presença do hábito de sucção, como oobservado na literatura por vários autores (GARCÍA-GODOY8, 1982). LARSSON14 (1985) realça, em seutrabalho, que meninos sugam mais chupeta e me-ninas, mais o dedo. Em nossas pesquisas, verifica-mos maior porcentagem de sucção de chupeta e dedoem crianças do sexo feminino, sem distinção.

Nossos resultados, semelhantes aos de INFAN-TE9 (1976), não encontraram diferença significati-va na presença do hábito de sucção e renda famili-ar, pois carinho, amor, atenção, independem darenda familiar. Verificou-se que, com o aumentoda renda, ocorreu diminuição do número de crian-ças com hábito, provavelmente, pelo pouco tempodos responsáveis, disponível para a criança, princi-palmente nos momentos considerados importantespara ela.

Neste estudo, comparamos desde a ausência atéos diferentes graus de escolaridade dos responsá-veis, como primário, secundário e superior e ob-servamos que foi menor a presença de hábito desucção em crianças cujos responsáveis apresen-tam nível de escolaridade superior, sendo os mes-mos resultados constatados por LARSSON13 (1975).Podemos pensar que as pessoas com maior nível deescolaridade e conseqüente formação cultural pos-sam entender melhor as possíveis mudanças queocorrem na criança durante seu desenvolvimento,o que levaria à menor freqüência de hábitos. Acre-ditamos, baseados em todos esses dados, ser de

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suma importância a responsabilidade dos profissi-onais da saúde em difundir e facilitar o acesso aosmétodos de prevenção, quanto ao hábito de sucção,à população em geral.

O horário de trabalho dos responsáveis implicoumenor freqüência do hábito, principalmente, naque-les que não trabalham ou trabalham nos três perío-dos. A justificativa mais provável é que, quando elesnão trabalham, permanecem o dia todo no lar coma criança, proporcionando um só direcionamento àeducação e, com isso, evitam possíveis divergênci-as de opiniões, que poderiam confundir a criança.No segundo caso, entretanto, quando trabalham nostrês períodos, delegam a outra pessoa sua função, eocorre a mesma situação anterior.

Assim, esperamos que este estudo realizado noMunicípio de Marília venha trazer subsídios paramaior esclarecimento sobre o assunto e para tra-balhos futuros. As conclusões poderão contribuirpara o desenvolvimento de programas de orienta-ção dirigidos àqueles que são responsáveis pelascrianças, auxiliando na prevenção, tratamento emanutenção da saúde bucal, diminuindo o possíveldesajuste psicológico da criança, inserida na soci-edade, trazendo benefícios ao seu bem-estar físicoe social.

CONCLUSÕES

A partir da análise dos resultados encontrados,podemos concluir que:

1. Maior número de crianças não apresentou há-bitos de sucção.

2. O aumento da idade implicou a diminuição defreqüência do hábito de sucção, com maiores fre-qüências nas idades de três a cinco anos.

3. O sexo e a renda familiar não foram variáveisque determinassem relação com o hábito de suc-ção.

4. As crianças cujos responsáveis possuíam ograu superior de escolaridade praticavam o hábitode sucção com menor freqüência.

5. O horário de trabalho dos responsáveis impli-cou menor freqüência do hábito, principalmentenaqueles que não trabalham ou trabalham nos trêsperíodos.

6. O início do hábito de sucção ocorreu no perío-do do nascimento ao três anos de idade.

7. A maior atividade do hábito ocorreu nos perío-dos da noite (somente para adormecer) e igual re-sultado foi obtido quanto à prática do ato, durante odia e à noite.

8. A duração do hábito de sucção estendeu-se pormais de três anos e nenhuma tentativa de elimi-nação foi realizada.

The beginning, frequency, duration and elimination of children�s sucking habits ( by using finger, pacifier andbottle) were analyzed in relation to age and sex as well as the family income, education level and workingschedule of the persons responsible for them, in 1201 children of both sexes, from 3 to 10 years old in the cityof Marília/SP. The frequency of sucking habits decreased with age regardless of sex; this habit had started inthe child�s first three months of age particularly at night and only to induce sleep; the same result was found asto sucking practices during the day and at night. The duration of the habit extended over three years while noattempt was made to eliminate it. No relationship was observed between family income and sucking habits. Onthe other hand, the caretakers� educacional level and working hours pointed to differences in the frequency ofsuch habit.

UNITERMS: Sucking habit; child; buccal health.

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Maria Cristina Vernasque BettiniRABELLO, Aluna do curso de pós-graduação em Clínica Odontológica,Área de Odontopediatria da Facul-dade de Ciências Odontológicas-UNIMAR.

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NÚCLEOS INTRARRADICULARES FUNDIDOS: AVALIAÇÃO DO PROCEDIMENTOLABORATORIAL REALIZADO PELOS ACADÊMICOS DE

ODONTOLOGIA DA UNIMAR

INTRARADICULAR METAL POST � LABORATORIAL PROCEDURE EVALUATIONPERFOMED BY STUDENTS OF UNIMAR

SCHOOL OF DENTISTRY

Alessandro Freitas MACHADO *

Eliana Lemos de Souza BASTOS **

Fernando ACCETTURI **Eduardo ACCETTURI ***

Karla Bachega ERMANI ***

* Cirurgião-dentista formado pelo curso de Odontologia da Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, Brasil.** Professores da Disciplina de Prótese Dental da Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, Brasil.*** Professores da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Ciências Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, Brasil.

A população brasileira detém índices alarmantes de perda dental ou ainda um alto índice de destruição dental.Existe, portanto, um estímulo significativo para se encontrar sistemas auxiliares de retenção e resistência demateriais a serem utilizados na restauração do elemento dental. Restaurar e reforçar dentes tratadosendodonticamente é uma preocupação constante. Desta forma, pode-se observar que é de fundamental importân-cia que um núcleo metálico fundido seja planejado e confeccionado dentro dos padrões exigidos, para futuramen-te receber uma prótese e proporcionar que a mesma possa participar corretamente das atividades funcionais aque se destina. Este trabalho tem por objetivo analisar o desempenho dos acadêmicos de odontologia da UNIMARna confecção de núcleos fundidos unirradiculares em nível laboratorial. Foram analisados 189 núcleos fundidosconfeccionados e cimentados em dentes naturais por acadêmicos do 50 termo de graduação do curso de odonto-logia. Estes núcleos foram avaliados quanto ao seu comprimento em relação ao remanescente dental. Foramrealizadas tomadas radiográficas desses dentes, utilizando o sistema CDR (radiografia digital computadorizada).Por meio desse sistema foi possível obter as medidas (comprimento) dos elementos dentais e seus respectivosnúcleos, que foram submetidos à análise estatística. Os resultados mostraram que aproximadamente 13% dosnúcleos metálicos fundidos atingiram o comprimento ideal (2/3 do remanescente ao ápice dental), mostrando sera habilidade e a destreza manual bastante relevantes para os resultados.

UNITERMOS: Prótese; pinos; núcleos intrarradiculares fundidos.

INTRODUÇÃO

Sempre que for necessário realizar um preparointrarradicular para receber um núcleo metálicofundido, encontra-mo-nos frente a dentes com per-da total ou parcial de coroa, cujas causas, entre al-gumas, poderão ser: cárie, acessos endodônticos ex-tensos, restaurações extensas e inadequadas.Estamos conscientes de que só tratamentoendodôntico, na maioria dos casos, não é suficien-te para a recuperação funcional e estética de umelemento dentário e concordamos com ROSEN(1961) quando afirma que a terapia do canalradicular utilizada como conduta única para um

dente mutilado não o salva.A população brasileira apresenta altos índices de

perda dental ou, ainda, um alto índice de destrui-ção dental. Existe, portanto, um estímulo significa-tivo para se encontrar sistemas auxiliares de re-tenção e resistência de materiais a serem utiliza-dos na restauração do elemento dental. Restaurare reforçar dentes tratados endodonticamente é umapreocupação constante (LAU, 1976; PAIVA &ANTONIAZZI, 1984; SOKOL, 1984; TRABERT &COONEY, 1984). Há unanimidade entre os autoresde que o suporte para uma prótese pode ser resta-belecido com um núcleo metálico e que quase to-dos os dentes tratados endodonticamente devem ser

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reforçados (CORREA & MATSON, 1977; SORENSEN& ENGELMAN, 1990). Dizem, também, que os méto-dos que simplesmente restauram a porçãocoronária deixam o dente susceptível à fraturas nofuturo (BURNS & DOUGLAS, 1990; SCHLISSEL, 1979;ZMENER, 1980). Os autores são da opinião de queos dentes que foram tratados endodonticamente eque necessitam ser restaurados com próteses fi-xas devem receber, na maioria dos casos, um nú-cleo metálico fundido. Primeiramente, será reali-zado o núcleo metálico e, posteriormente, a indica-ção de uma coroa total ou parcial. Desta forma, pode-se observar que é de fundamental importância umnúcleo metálico fundido ser planejado e confeccio-nado aos moldes da futura coroa, pois dele depende-rá também uma inter-relação importantíssima daprótese com a periodontia. Além dessas considera-ções, outras deverão ser analisadas para que seobtenha sucesso no preparo intrarradicular: 1. Oexame radiográfico, verificando a anatomia do ca-nal, a anatomia radicular e o seu comprimento; 2.O preparo do canal, jamais fugindo da anatomiaradicular e evitando o enfraquecimento de suasparedes; 3. Radiografias após o preparo, durante aprova do núcleo metálico fundido e após acimentação do mesmo, respeitando a obturaçãoendodôntica remanescente. Se nos basearmos, ini-cialmente, nesses princípios, aos quais também sereferem ROSEMBERG & ANTONOFF (1971), vamosobter um núcleo dentro dos padrões exigidos, quefuturamente, receberá uma prótese fixa e propor-cionará que a mesma possa participar corretamentedas atividades funcionais a que se destina.

Durante muito tempo a restauração de dentestratados endodonticamente tem representado umgrande desafio à dentística restauradora. Nosprimórdios de 1746, PIERRE FAUCHARD utilizou umaespécie de pino de madeira dentro de canaisradiculares com o intuito de aumentar a retençãode coroas. Um outro artefato que obteve grande su-cesso foi a coroa de RICHMOND (1880), sendo umtubo rosqueado no canal que permitia a colocaçãode uma coroa por meio de um parafuso. JáBURGRESS foi o primeiro autor a abordar a reten-ção de pinos, tendo publicado seus achados em 1917.SEGAT, em 1962, ressaltou que o comprimento dopino fosse 2/3 do comprimento radicular e nuncamenor que o comprimento da coroa anatômica.SHILLINGBURG JR. et al. (1970) recomendaram o usode brocas de peso para o preparo do conduto na pro-fundidade correta, que seria de 2/3 a ¾ do compri-mento do remanescente. Ainda preocupados com aresistência à fratura radicular, STERN &

HIRSCHFELD, em 1973, diziam que os aspectosbiomecânicos da construção do núcleo metálico fun-dido são discutíveis e afirmaram que a profundida-de de preparo de um conduto que receberá núcleodeve ser, no mínimo, metade da distância entre oápice radicular e a crista alveolar do osso de supor-te. SHILLINGBURG et al. (1978) e STERN &HIRSCHFELD (1973) descreveram que a porçãoradicular do núcleo metálico fundido deverá apre-sentar o comprimento equivalente a 2/3 radicularese que, no mínimo, deverá apresentar o comprimentoda futura coroa. REIS (1976) afirmou que a profun-didade do conduto deve ser 2/3 do tamanho total daraiz ou, no mínimo, do tamanho da coroa a serconstruída e, para os multirradiculares, 2/3 do con-duto de maior diâmetro. Em 1977, HENRY & BOWERsalientaram que o comprimento do pino é limitadoapenas pela necessidade da manutenção doselamento endodôntico. PAIVA, em 1979, concluiuque o comprimento do pino não deve ser menor queo comprimento da coroa. GOERING & MUENINGHOFF(1983) colocaram o seguinte critério para um dentedespolpado ser restaurado: o núcleo ideal deveriater 2/3 do comprimento da raiz, sendo que devemser deixados de 4 a 5 mm de obturação endodôntica.GREENFERD & MARSHALL (1983) fizeram um levan-tamento de literatura e forneceram as seguintesinformações sobre a seleção e o uso dos pinos: 1. Ospinos devem ser usados para retenção de uma co-roa; 2. Uma boa retenção é obtida com pinos de 7 a11 mm de comprimento da junção cemento-esmal-te, mas um critério melhor talvez seja a incorpora-ção de metade do suporte ósseo. BARABAN (1988)disse que deve permanecer 3, 4 ou 5 mm de guta-percha como selamento apical. HUNTER & FLOOD(1989) afirmaram que a função dos pinosintracanais seria: 1. Reter elemento protético queestá substituindo estrutura dental perdida; 2. Su-portar ou reforçar a estrutura dental remanescen-te. Resumiram assim: os pinos devem apresentar1/3 da largura da raiz e, pelo menos 1 mm dedentina sadia deve permanecer em volta da circun-ferência do orifício do pino proposto. MIRANDA et al.,em seu último livro do ano de 2000, fizeram umlevantamento geral sobre as considerações de in-teresse endodôntico no preparo do canal para pino.Apresentaram primeiramente todos os procedimen-tos endodônticos adequados e depois explicaram qualo comprimento correto do pino. Conhecendo o com-primento do dente (valor obtido na odontometria) érelativamente simples determinar que o compri-mento do preparo para pino (CPP) deve ser, no má-ximo, 4 a 5 mm menor que o dente (CPP= CRD � 4 a

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5 mm).O propósito deste trabalho foi avaliar os núcleos

metálicos fundidos confeccionados pelos acadêmi-cos de odontologia da UNIMAR em nível laboratorial,observando se estes núcleos, quanto ao comprimen-to, se encontravam dentro dos padrões exigidos (2/3 do remanescente dental ao ápice).

METODOLOGIA

O estudo foi conduzido no laboratório de PróteseDentária da Faculdade de Ciências Odontológicasda Universidade de Marília (UNIMAR). Neste traba-lho foram utilizados 189 dentes naturais com seusrespectivos núcleos metálicos fundidos, confeccio-nados pelos alunos do 50 termo de graduação emnível laboratorial em manequins em cera.

Para se obter as imagens radiográficas dos den-tes, utilizamos o Sistema CDR (Radiografia digitalcomputadorizada) para o Windows da Microsoft, queé preparado para obter, mostrar, armazenar e me-dir a imagem de raio-x digital intra-orais, com oauxílio de um sensor que receberá a incidência deraios passados pelos dentes.

Dividimos em grupos de 4 dentes para seremradiografados com o aparelho da marca Funk com0,1 segundos de exposição comparado com o méto-do convencional. Os dentes foram colocados a umadistância de 20 cm em relação ao cone de raio-x(Figuras 1 e 2).

Essas radiografias foram calibradas pelo progra-ma CDR, as medidas de distância na tela podemser distorcidas em função do ângulo do sensor e davariação na distância da fonte de raio-x. Isso podeser corrigido mediante a colocação de um item detamanho conhecido (como um arquivo) na área a

ser radiografada. Cada imagem arquivada no com-putador foi selecionada (como podemos observar naFigura 3) para que se realizassem as mensuraçõesdesejadas.

O próprio programa CDR oferece o comando dis-tância em que foi medido o comprimento desde oremanescente dental até seu ápice e também asmedidas do início do pino do núcleo fundido até seuápice (ponta), para que pudéssemos arquivar e, pos-teriormente, realizar os trabalhos estatísticos (Fi-

Figura 1

Figura 2

Figura 3

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guras 4 e 5).

RESULTADOS

As medidas obtidas das imagens radiográficasforam submetidas à análise estatística para que sepudesse observar e discutir se os núcleos metáli-cos fundidos foram confeccionados dentro dos pa-drões exigidos.

Média e desvio-padrão do dente (mm) = 17,6 ± 2,7

Tabela 1. Valores mínimo, máximo e percentis dos comprimentos dos pinosreal e teórico

Medidas PinoReal Teórico

Mínimo 5,5 7,6P25 8,9 10,4P50 10,2 11,6P75 11,7 12,9P90 13,1 14,0Máximo 16,2 16,8

Tabela 2. Média, desvio-padrão e resultado do teste estatístico dos com-primentos real e teórico dos pinos, em milímetros

Real Teórico Resultado do teste estatístico

10,3 ± 2,1 11,7 ± 1,8 p < 0,05

Tabela 3. Valores teórico, médio, respectivos desvio-padrão e resultado doteste estatístico do remanescente endodôntico, em milímetros

Real Teórico Resultado do teste estatístico

7,3 ± 2,3 4,5 ± 0,5 p < 0,05

Foi avaliado também, em relação a cada dente,quantos núcleos foram confeccionados aquém damedida ideal, na medida correta, ou ainda, quantosse encontravam além do padrão exigido (2/3 do re-manescente dental ao ápice). Vale ressaltar que,para estes cálculos, foi estipulada pelo pesquisadoruma margem de erro de cerca de 0,5 mm.

Tabela 4. Diferença entre tamanho dos pinos, teórico e real, em milímetros

Distância fi %

Inferior 134 70,9Ideal 25 13,2Superior 30 15,9Total 189 100

DISCUSSÃO ECONCLUSÃO (COMENTÁRIOS FINAIS)

Pôde-se observar neste trabalho que a maioriados núcleos metálicos fundidos confeccionados pe-los acadêmicos (aproximadamente 71%) apresen-

Figura 4

Figura 5

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taram um comprimento aquém da medida preconi-zada por inúmeros autores (SEGAT, 1962;SHILLINGBURG et al., 1970, 1978; STERN &HIRSCHFELD, 1973; REIS, 1976; GOERING &MUENINGHOFF, 1983). Isto pode ser talvez explica-do pela ausência do tratamento endodôntico nes-ses dentes, o que dificultaria o preparo do condutovisto que este não foi previamente instrumentado.Aliado a esse fator, a falta de habilidade e destrezapor parte dos acadêmicos também podem contribuirpara os resultados, por ser a primeira vez que o pro-cedimento é realizado por eles. Vale ressaltar aquique, no atendimento clínico em pacientes, essesfatores citados são teoricamente descartados poisos dentes que necessitam de núcleos metálicos fun-didos recebem um tratamento endodôntico prévio,facilitando o desenvolvimento do trabalho por aca-dêmicos já devidamente treinados em relação aoprocedimento.

Cerca de 16% dos núcleos avaliados apresenta-ram um comprimento além da medida consideradaideal (2/3 do remanescente dental ao ápice), fatoesse também correlacionado à ausência do trata-mento endodôntico, que possibilitaria o escoamen-to da resina Duralay, utilizada na confecção do nú-cleo, pelo conduto ultrapassando assim a medida

preconizada para o procedimento. Além disso, a nãoutilização de stops de borracha nas brocas de Largo,que demarcariam a correta medida do preparo doconduto, pode ter contribuído para os resultados ob-tidos.

Mediante a análise estatística realizada, pode-se constatar que a diferença entre o tamanho dospinos, comparando-se o valor real obtido e o teóricopreconizado, foi decrescendo à medida que aumen-tava o comprimento dos remanescentes dentais, ouseja, em dentes mais compridos os acadêmicos con-feccionavam os núcleos no comprimento mais pró-ximo do ideal, talvez pelo menor receio durante opreparo desses condutos mais longos.

AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem à Profa. Marie Oshiiwapela gentil contribuição nos trabalhos estatísticos.

Brazilian population have the most alarming rate in dental loss, or else, a high rate in dental structure destruction.There are, therefore, significant studies to find alternative retention and resistance systems of materials usedin dental restorative procedure. Restore and reinforce endodontic treated teeth is a constant concern. For thatreason, we can state that is of great importance that dental metalic post be planed and prepared into requiredhigh patterns, to further preparation of dental prosthesis and its correct functional activity to which is designedfor. This study was to evaluated the UNIMAR (University of Marilia) academic students ability to prepare dentalmetalic posts using uniradicular teeth under laboratorial conditions. 189 uniradicular human extracted teethwhich have been prepared and cemented a metalic post performed by fifth term academic students, wereevaluated concerning their lenghth in relation to the dental structure. Radiographic status were taken of theteeth using CDR (computerized digital radiography). Using this radiographic method, it was possible to havedental measures and their respective metalic post, which were statistically anlysed. The results have demonstratedthat approximately 13% of metalic posts were in ideal lenghth (2/3 of the remaining dental structure), showingthat manual skill and hability are really relevant to better final results.

UNITERMS: Prothesis; posts; metal post.

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IMPLANTES OSSEOINTEGRADOS

OSSEOINTEGRATED IMPLANTS

Karina BOCARDIAdriana RODRIGUES

Janaína Amaro MIRANDAPriscila Ferreira PAGIORO

Sergio Ricardo Rachafo ESTEVES

Este trabalho teve como objetivo elucidar os princípios básicos da técnica de implantes osseointegrados, daqual se sabe que o termo osseointegração é definido como uma conexão direta, estrutural e funcional, entre otecido ósseo vital e a superfície de um implante capaz de suportar esforços fisiológicos, quando instalado.

Dessa forma foi realizada uma revisão de literatura, com o objetivo de conhecer alguns tipos de implantes,materiais e métodos, estágios cirúrgicos da osseointegração, biocompatibilidade, resposta do tecido, e aindaconceito de interação, fatores que ocasionam a osseointegração, cicatrização óssea, interface osso implante,complicações e insucessos.

Foi concluído que, a despeito das mais variadas técnicas de implantes dentários existentes hoje em dia, aindanecessitamos de um grande embasamento científico para a aplicação de qualquer uma delas na prática clínica dodia�a�dia e, ao se fazer a escolha de um ou mais sistemas de implantes, é importante lembrar que se deveanalisar a propaganda dos fabricantes com algum ceticismo, como também os profissionais da odontologia devemseguir as recomendações em relação ao uso do equipamento para evitar complicações futuras.

UNITERMOS: Implantes; osseointegração; cicatrização óssea.

Orientador: Sergio Ricardo Rafacho Esteves, Professor da disciplina de Implantodontia da Faculdade de Odontologia da UNIMAR, Marília, SP, Brasil.Alunas do 8º. termo do Curso de Odontologia da UNIMAR, Marília, SP, Brasil.

INTRODUÇÃO

A cada ano que passa, a Odontologia do mundointeiro vem se preocupando cada vez mais com as-pectos ligados à prevenção e aos cuidados a seremadotados antes da instalação das doenças da cavi-dade bucal, ou seja, a cárie e a doença periodontal.

De acordo com WORTHINGTON (1996), quando,por um motivo ou outro, os dentes naturais são ir-remediavelmente condenados, levando como con-seqüência à sua extração, dispomos dos mais vari-ados recursos protéticos com a finalidade dereconstituição dos aspectos funcionais e estéticosperdidos pelo aparelho estomatognático.

Os implantes dentários surgem então como umamaneira alternativa aos recursos protéticos tradi-cionais para reparar a perda parcial ou total de ele-mentos dentários (HARARI & KLINGE, 1991).

DEBRUYN (1992) refere que há muitas décadas,diversos tipos de implantes dentários vêm sendoutilizados com a finalidade de substituição de raízesdentárias perdidas. Porém, numa análise cuidado-sa, verifica�se que os resultados, a longo prazo, não

têm sido satisfatórios. Eles incluíam uma estrutu-ra apoiada na mandíbula ou maxila, mas sob omucoperiósteo, estruturas que tinham contato como osso alcolar somente na sínfese mandibular e noramo ascendente mas que eram, por outro lado,submucosa; e uma ampla variedade de fixaçõesintraósseas de variados tamanhos e formas. Algu-mas delas podiam funcionar bem durante muitosanos, e mantiveram acesa a esperança de desen-volvimento no campo da implantodontia. Outras fra-cassaram em diversas etapas e tiveram má acei-tação.

BRANEMARK (1983) descobriu, por acidente, ummecanismo alternativo de fixação, durante um tra-balho experimental feito na Suécia por ele e seuscolaboradores, nos anos 50 e 60. Ele frisou a neces-sidade de se �entender a biologia, a usar o processonatural de cicatrização do organismo quando se in-troduz um corpo metálico dentro do osso�. O local doimplante já preparado era visto, corretamente, comouma ferida. As propriedades especiais do titânio fo-ram importantes, principalmente sua resistênciaà corrosão e sua biocompatibilidade.

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Para KINNI et al. (1987), o termo osseointegraçãoé definido como a direta conexão, estrutural e fun-cional, entre o tecido ósseo vital e a superfície deum implante capaz de suportar esforços fisiológi-cos, quando instalado em sua intimidade.

O propósito deste trabalho foi expor os princípiosbásicos da técnica de implantes osseointegrados,mediante uma minuciosa pesquisa bibliográfica.

TIPOS DE IMPLANTES

Os implantes podem ser classificados de acordocom suas posições, com o material dos quais sãofeitos e com seus desenhos morfológicos.(ALBREKTSSON,1983)

Posição

* Implantes Subperiósteos: Podem ser usadostanto na maxila quanto na mandíbula e consiste deuma estrutura não osseointegrada que se apóia na su-perfície da mandíbula, debaixo do mucoperiósteo, compinos que penetram a mucosa dentro da boca, geral-mente sustentado por overdenture. Dentre os proble-mas que a mesma pode ocasionar, incluem-se infec-ção, exposição pela extração do epitélio e danos aoosso-suporte; a remoção também pode ser difícil.

* Implantes Transósseos: São usados somentena mandíbula. Sua forma mais comum é o parafu-so transmandibular, que possui uma base que seencaixa na borda inferior da mandíbula (na sínfise)e pinos que se fixam nela. São colocados através deum corte submentual, geralmente, com anestesiageral. Dentre os problemas ocasionados o mais fre-qüente está em perda óssea em volta dos pinos.

* Implantes Endósseos: Este é o tipo de implan-te mais usado atualmente e o que mais cresce. Podeser usado para reposição de um único dente, emmandíbula parcial e totalmente desdentada. A mai-oria diz que é osseointegrada.

Materiais

Entre os muitos materiais usados para implan-tes, podemos destacar cerâmicos tais como óxidode alumínio e metais que vão de ligas de ouro,titânio e níquel-cromo-vanádio até o titânio comer-cial puro.

Desenhos

A maioria dos implantes endósseos se parece coma forma da raiz do dente, tendo a forma de um cilin-dro cônico ou de um verdadeiro cilindro. Alguns têmroscas na superfície externa, outros não. Uns sãoparafusos sólidos, outros têm encaixes externos enão roscas. Alguns são cilindros ocos com abertu-ras chamadas �baskets�. Outros, ainda, são placasplanas chamadas lâminas.

A maioria desses implantes endósseos são fei-tas de titânio comercial puro ou liga de titânio, eoutros são revestidos com uma camada de plasmade titânio na superfície.

Alguns têm uma cobertura de hidroxiapatita, umsubstituto ósseo de cerâmica porosa, que pode per-mitir a penetração do osso vivo e, dessa forma,melhorar a fixação.

ABREKTSSON & JACOBSSON (1987) enfatizamque uma pesquisa realizada por vários clínicosespecializados indicou uma lista de requisitos quesão importantes para se fazer a escolha de um sis-tema de implante:

* Confiabilidade provada (por mais de 5 anos);* Aprovação da American Dental Association;* Qualidade do instrumental;* Qualidade da prótese;* Versatilidade;* Reputação do fabricante;* Facilidade de uso;* Treinamento e apoio após a venda;* Custo para o paciente;* Custo inicial.

MATERIAIS E MÉTODOS

Todos os procedimentos para a instalação de umafixação osseointegrada e uma prótese sobre implan-tes devem ser planejados por uma equipe formadapor: radiologista, cirurgião oral ou periodontista eprotesista.

Procedimentos Gerais

A avaliação do paciente deve ser baseada na con-dição de saúde geral e local, além de aspectosradiográficos da área de interesse.

O exame radiográfico compreende tomadas pa-norâmicas, pariapicais, oclusais e tomográficas, quefornecem uma visão geral da topografia óssea dosmaxilares e de estruturas anatômicas importan-tes.

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A todos os pacientes deve ser bem esclarecidas,as fase cirúrgicas e pós-operatórias, além dos pro-cedimentos higiênicos.

Procedimentos Cirúrgicos

- Instalação dos Implantes

De acordo com HANSSON et al. (1983), após se-rem realizados os cuidados de assepsia eantissepsia, a anestesia infiltrativa é aplicada naárea de interesse. A incisão na membrana mucosaé realizada na profundidade do sulco bucal, distan-te do futuro sítio de inserção dos implantes, procu-rando, assim, evitar possíveis falhas referentes àintegridade do periósteo, assim como perfuraçõescausadas por tensão das suturas na linha de inci-são, durante o período de cicatrização.

O mesmo autor refere que o rebatimento do re-talho mucoperiostal é executado por uma rigorosadissecção em direção do topo da crista alveolar edesinserido cuidadosamente; logo após a completaexposição da crista óssea, dá-se início à fase de per-furação óssea, utilizando brocas seqüenciais emdiâmetro.

Todos os instrumentos rotatórios devem ser res-friados mediante abundante irrigação com soro fi-siológico, visto que temperaturas acima de 47ºC po-dem resultar em superaquecimento com conse-qüente necrose tecidual irreversível.

CASANELLAS & FERRÉS (1991) referem que acamada de osso cortical e uma porção da camadade tecido ósseo esponjoso devem ser penetradas ini-cialmente por uma broca guia esférica, estabele-cendo-se assim a localização e o número de implan-tes a serem instalados. Inicialmente a velocidademáxima de rotação das brocas não deve exceder a2000 rpm. Em seguida, utilizará brocas com diâme-tros, variados numa sequência escalonada do me-nor para o de maior diâmetro.

O uso de uma sonda milimetrada de titânio éindicada para medir o comprimento apropriado dosimplantes a serem instalados.

O passo seguinte constitui-se na criação dorosqueamento ósseo para a inserção dos implan-tes: ainda com profusa irrigação, porém com umabroca espiralada de titânio, acoplada a um contra-ângulo de baixa rotação, 15 a 20 rpm e alto torque;as paredes do canal ósseo devem ser rosqueadas eo implante imediatamente instalado.

Após a inserção do implante, devem ser instala-dos sobre eles parafusos de cobertura, com a finali-dade de proteção do topo desses dispositivos duran-

te o período de cicatrização óssea. O passo seguinteconstitui-se no reposicionamento do retalho segui-do de sutura, que deve ser removida após uma se-mana (GOULD et al, 1981).

- Instalação dos cilindros intermediários de titânio

Em casos de implantes osseointegrados é reco-mendado um período médio de cicatrização de 3 a 6meses para a mandíbula e o osso maxilar, depen-dendo da quantidade óssea encontrada.

Após esse período, uma segunda cirurgia é rea-lizada, com o objetivo de instalação das peças inter-mediárias sobre as quais a futura prótese seráconectada.

Sob anestesia local, encontrar a posição dos im-plantes mediante palpação e sondagem com um ins-trumento pontiagudo e com o auxílio de um mapaoperatório (realizado no momento da primeira ci-rurgia).

Realizar pequenas incisões de 0,5 cm de exten-são no sentido mésio-distal, de modo a obter umamaior exposição de cada parafuso de cobertura. Pormeio de uma sonda milimetrada especial escolheros comprimentos dos cilindros intermediários, le-vando-se em conta aspectos estéticos e higiênicos.

A instalação do cilindro intermediário sobre oimplante se faz por meio de seu parafuso central.Reaproximar e suturar as incisões. Posicionar cáp-sulas de cicatrização sobre os cilindros intermedi-ários com o objetivo de proteger e auxiliar a cicatri-zação da região durante as duas primeiras sema-nas.

-Procedimentos da Prótese

Após uma cicatrização preliminar, efetuar o pri-meiro procedimento de moldagem, utilizandocopings de transferência pré-fabricados, moldeirasplásticas de estoque e elastômeros. Sobre a área doedentulismo remover o fundo da moldeira e sobre aabertura aplicar uma fina de lâmina de cera nº 7.

Conectar ao topo dos cilindros intermediárioscopings de transferência para moldagem.

Preencher a moldeira com material de impres-são e realizar a moldagem. Após o tempo de presado material e com a moldagem ainda em posição,remover a folha de cera e desparafusar os copings.Remover todo o conjunto e inspecionar a qualidadeda moldagem.

Sobre os copings de transferência, fixados àmoldeira, aparafusar réplicas dos cilindros inter-mediários para a posterior aplicação de gesso-pe-

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Revista Ciências Odontológicas

dra. Essas réplicas, produzidas em metal não no-bre, têm como finalidade reproduzir no modelo degesso a mesma situação dos cilindros intermediá-rios de titânio instalados sobre os implantesosseointegrados na boca do paciente.

Tendo sido concluída a confecção do modelo, fo-ram aparafusados pequenos anéis sobre as répli-cas e construído sobre eles o plano de orientaçãocom a finalidade de proceder aos registros das rela-ções intermaxilares, assim como das linhas e pon-tos de referência.

O passo seguinte consiste na moldagem dos den-tes artificiais sobre o plano de cera e uma nova pro-va clínica em que os aspectos estéticos, oclusais ede conforto do paciente devem ser criticamente ava-liados.

Depois dos ajustes necessários, inicia-se a cons-trução da infra-estrutura metálica da futuraprótese. Com os anéis de ouro aparafusados em cadaréplica do modelo de trabalho, o procedimento deceroplastia deve ser levado a efeito considerando-se a importância de um suficiente volume de me-tal, visando a resistência mecânica da peça, assimcomo um acesso adequado para a higiene oral, alémde uma mínima exposição de metal nas faces ves-tibulares e incisais, por razões estéticas.

Após concluídos os processos de inclusão e fun-dição, a peça metálica deve ser testada no modelode trabalho. Neste passo deve-se observar uma per-feita adaptação sobre as réplicas dos cilindros in-termediários de titânio.

Remontam-se sobre a infra-estrutura os dentesartificias e fixam-se por meio de resina acrílica ter-mo-polimerizável. Depois de acabada e polida, apa-rafusar-se a prótese, realizando os ajustes intra-orais preliminares.

Preenchem-se com bolinhas de algodão, guta-percha e cimento temporário os orifícios de acessoaos parafusos, durante a fase de controle, sendorealizada semanalmente durante o primeiro mêsapós a sua instalação.

Uma vez ultrapassadas as fases de ajuste daprótese, cada orifício de acesso aos parafusos deveser preenchido com bolinhas de algodão e obturadocom resina composta, concluindo os procedimen-tos estéticos finais.

ESTÁGIOS CIRÚRGICOSDA OSSEOINTEGRAÇÃO

Esses procedimentos cirúrgicos padronizados serelacionam diretamente à pesquisa básica feita porP.-I. Branemark e seus colaboradores, que se ba-

seiam no entendimento da cicatrização do tecidoem geral e na biologia óssea em particular(BRANEMARK,1983)

Para os sistemas mais comuns de implanteendósseo, a cirurgia é realizada em dois estágioscom um intervalo de poucos meses.

A primeira fase cirúrgica é realizada sobanestesia geral ou local e envolve o preparo do localdo implante no osso mandibular ou maxilar e a in-trodução do implante nesse osso, de uma forma quecause um trauma mínimo nos tecidos. Os tecidosmoles são, então, suturados, deixando os implan-tes submersos na boca. Durante o período de cica-trização, após a colocação do implante, este deveficar protegido de pressão transmitida, como a ori-ginada de uma sobredentadura. Isto permitirá a re-composição óssea e a osseointegração; o osso re-composto crescerá e ficará aderido na camada detitânio ou cerâmica, como hidroxiapatita, na super-fície do implante. Na mandíbula, este período seráde no mínimo 3 a 4 meses. Na maxila, será de nomínimo 5 a 6 meses, devido à sua textura mais frou-xa e ao processo de cicatrização do osso maxilarmais lento.

Na segunda fase da cirurgia, o implante intro-duzido é exposto e um pilar cilíndrico de titânio, quese projeta na boca, é conectado a ele. Este pilar ser-virá como conexão para a prótese, que é feita pelodentista clínico ou protesista.

Fatores para o sucesso da cirurgia de implante

1. Minimizar o risco de infecção por meio de:a) preparo cuidadoso do paciente e do campo

cirúrgico;b) técnica estéril em condições de ambiente

operatório;c) pré-esterilizar todos os componentes;d) cobertura antibiótica.

2. Minimizar o trauma ao tecido:a) técnica cirúrgica cuidadosa;b) brocas afiadas de vários tamanhos;c) pressão de perfuração leve e constante;d) velocidade de rotação e torque controlados;e) irrigação abundante.

3. Evitar a contaminação da superfície do implante:a) separando os componentes de titânio e aço

inoxidável e os instrumentais;b) usando-se somente instrumental de titânio

para os componentes de titânio;c) mantendo-se tudo estéril;

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ANO 3, nº 3, 2000

d) não tocar os implantes de titânio com luvas,sugadores ou qualquer outro material que não sejatitânio.

Considerações Cirúrgicas

A manutenção da assepsia e esterilização écrucial durante as fases cirúrgicas. Toda cirurgiade implante deve ser realizada de acordo com astécnicas de esterilização para cirurgia e com co-bertura antibiótica (MOCHENG, 1991).

Deve-se ter cuidado especial para evitar conta-minação entre as superfícies integrantes dos com-ponentes de titânio.

O manuseio dos tecidos deve ser o mais cuida-doso possível, e a irrigação abundante deve ser fei-ta durante toda a fase cirúrgica.

A remoção do osso deve ser incremental paraminimizar o trauma. As brocas devem ser afiadase a pressão do motor leve e intermitente.

A incisão para a colocação do implante é geral-mente realizada por vestibulolabial paracrestal, lon-ge da crista alveolar, e um retalho é feito originan-do-se na região lingual ou palatina, para que a li-nha de sutura não fique diretamente em cima dolocal do implante. Isto é feito para minimizar o ris-co de contaminação do implante através da cavida-de oral. Em alguns casos, uma incisão na crista podeser melhor.

Quando o sistema de implante é de fase única(não submergível), o implante penetrará a mucosaimediatamente. Em tais casos, é melhor não fina-lizar o implante até a completa cicatrização (siste-ma ITI).

Quando os implantes são cilíndricos, sem guias,o passo de realização da guia é omitido durante opreparo; este tipo de implante se baseia em �pres-são de colocação� durante a instalação. O sistemaIMZ e outros sistemas cilíndricos são assim.

Independentemente do tipo de implanteendósseo usado, as chances de uma osseointegraçãobem-sucedida aumentam quando seguimos certospontos do protocolo cirúrgico destinados a minimizaro trauma no tecido, evitar a contaminação, mantera esterilização e objetivar a precisão (CASANELLAS& FERRÉS, 1991).

BIOCOMPATIBILIDADE, RESPOSTADO TECIDO E OCONCEITO DE INTERAÇÃO

- Biocompatibilidade

É de uma inércia biológica da superfície óxida deum material aloplástico que o implante consegue aimportante propriedade de biocompatibilidade.

Um material biocompatível fixado no osso forne-ce uma superfície para cicatrização celular eepitelial que poderia ocorrer como uma situação nor-mal, in loco, se um implante ou outro material arti-ficial não estivesse presente. Em essência, isto sig-nifica que o contato do tecido ósseo com o implanteosseointegrado é o resultado provisório de um pro-cesso de não formação óssea que se modela e re-modela com a falta de uma resposta de reabsorçãoexcessiva. Dessa forma, é importante entender quea integração do osso com o implante é um processodinâmico de formação e reabsorção óssea. O equi-líbrio entre estes processos é afetado por uma va-riedade de estímulos, incluindo forças biomecânicasformadas pelo sistema da prótese/implante e a pre-sença do potencial de inflamação periimplantar(BRANEMARK, 1983).

- Repostas de Cicatrização

Quando um implante é colocado no local prepa-rado, a habilidade do corpo em responder ao traumainduzido pelo procedimento vai influenciar a formade resposta do tecido (e, conseqüentemente, o graude integração), apesar de o implante ser compostode material biocompatível.

O manuseio cirúrgico correto dos tecidos com ummínimo de calor (<47ºC por um minuto ou menos)durante o preparo do local cirúrgico vai proporcio-nar uma cicatrização mais previsível.

Depois da colocação inicial do implante, umacamada óssea fina (cerca de 0,5 mm) no local dopreparo se tornará necrótica (composta de célulasmortas e semimortas) simplesmente devido ao pro-cesso de formação de um local para o implante.

Seguindo este contato inicial, uma faseremodeladora é iniciada, na qual célulasosteoclásticas hematopoiéticas formam cones cor-tantes que removerão a matriz estabelecida (numavelocidade de 40 mm por dia). Depois dos cones cor-tantes reabsorvíveis, uma cobertura de osso laminardiferenciado ocorrerá quando novas camadas deosteoblastos diferenciados formam um sistema ós-seo haversiano maduro, num processo que é influ-enciado por fatores ambientais comomicromovimentos de interação, suprimentovascular local e fornecimento de forças sistêmicase locais que regulam o crescimento da matriz. Como tempo, o espaço entre o implante e o osso vai ci-catrizar com novo osso através da osteogênese

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reparativa, chamada de substituição de aderênciaque resultará na fixação clínica do implante.

- Dinâmica da interação oxidante

Quando um implante é colocado no corpo, ainteração entre a superfície óxida e o osso não temum limite demarcado, mas é uma região onde oimplante e o tecido interagem e acontece num es-paço de um milímetro ou mais. Pesquisas comtitânio puro e ligas de titânio em implantes ortopé-dicos têm sugerido que a superfície óxida é sensí-vel a um processo de dissolução quando é colocadano corpo e vestígios de íons metálicos podem serencontrados longe do local do implante.

Quando se avaliou a composição do novo óxidoformado, descobriu-se que ela continha orgânicose inorgânicos, revelando que a superfície óxida erareagente e suscetível ao crescimento e a formaçãode íons minerais, mesmo estando coberta por umacamada de proteína. Quando superfícies de titâniopuro ou ligas de titânio são expostas a sangue fisi-ológico, como ocorre no momento da colocação doimplante, complexos fosfatos-titânio e grupos dehidroxila contendo cálcio se formam espontanea-mente na superfície óxida, mostrando que o titânioreage com água, íons minerais e fluidos de plasma.É interessante que o pH baixo (5,2) encontrado nolocal do implante pode realmente acelerar a forma-ção do mineral fosfato de cálcio sobre a superfíciede titânio puro.

Embora os implantes osseointegrados pareçamestáveis, do ponto de vista clínico, é importante lem-brar que a resposta biológica à superfície óxida édinâmica e em constante mudanças. Um métodocomum para avaliar a resposta biológica de cicatri-zação do implante é observar a extensão do contatoósseo que pode ser medido no microscópio no nívelda luz. Para avaliar a integração do implante, estegrau de contato é comparado à força relativa que oimplante tem quando tentamos removê-lo. Apesarde ainda ser desconhecida a quantidade necessá-ria de contato ósseo para termos um implante es-tável por um longo período, parece que a seguinteconclusão é verdade. Quando a quantidade de con-tato ósseo ao redor do implante é avaliada, o graude contato trabecular vai variar entre 30 e 70% comuma média de 50% de contato.

- Osseointegração Progressiva

Osseointegração implica uma dinâmicaintegração ambiental que vai se tornar mais ma-

dura com a própria colocação de carga do implante,seguindo uma fase de cicatrização inicial na qual olocal de cicatrização neonatal não é submetido aestresse ou micromovimentação. Umamicromovimentação prematura vai interferir noprocesso de modelagem óssea normal, levando à for-mação de um tecido de cicatrização fibroso ao redordo implante. Uma vez que a fixação ocorreu, pilaressão colocados e um esquema cuidadoso e precisode colocação progressiva de carga dos implantesdeve ser desenvolvido. Esta necessidade de cargaprogressiva é dada à natureza da região deintegração.

É a resposta do osso às forças mecânicas aplica-das que influi no processo de modelagem eremodelagem para manter a homeostase. É inte-ressante que, uma vez iniciada a cicatrização nosimplantes dentários, o grau de contato ósseo au-menta de 53 a 74% no final do primeiro ano após oimplante, quando os mesmos são carregados demaneira correta.

As propriedades físicas da superfície do implan-te influenciam a força retentiva do implante inte-grado. Quando a superfície do implante é prepara-da, é importante que se crie um sistema retentivoque proporcione uma fixação imediata do implanteno momento da colocação. Isto pode ser conseguidousando-se sistemas macrorretentores como roscasou mediante do uso de um modelo press-fit, que uti-liza um local já preparado menor do que o diâmetrodo implante. É através do uso desses sistemasmacrorretentores que a micromovimentação ini-cial pode ser evitada.

A capacidade de osseointegração dos implantesmetálicos depende da combinação da técnica cirúr-gica apropriada, de uma superfície de metal que sejabiocompatível com o corpo e de características físi-cas que forneçam uma fixação imediata e estabili-dade na região da interface. Uma osseointegraçãobem-sucedida só poderá ser conseguida de formaprevisível pela combinação de manuseio cuidadosodo tecido, estudo preciso da superfície, carga pro-gressiva e um conhecimento científico das sutile-zas que sustentam essa excelente modalidade detratamento.

FATORES QUE OCASIONAMA OSSEOINTEGRAÇÃO

Os fatores que estão relacionados com o sucessoda osseointegração podem ser divididos em:

a) fatores controláveis

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- Técnica cirúrgica- Velocidade de rotação- Afiação do instrumento- Forma de irrigação- Temperatura do líquido de irrigação- Vascularização óssea- Biomateriais utilizados

b) fatores não controláveis

- Microestrutura- Tipo de biosuperfície

A biointegração assim como a osseointegraçãoapresentam critérios biológicos que devem ser res-peitados a fim de se obter resultados satisfatórios.

Critérios biológicos da biointegração:

a) Biomateriais: biocompatibilidade; natureza;superfície; forma; propriedades físicas.

Os Biomateriais: as primeiras macromoléculasem contato com a interface serão influenciadas pelaenergia de superfície carga e textura do material.

Se a energia superficial é elevada as células,se aderem bem e se desenrolam perfeitamente.

Esta energia superficial intervém precocemen-te facilitando a adesão dos biofilmes de proteínasplasmáticas para a fixação do colágeno erecolonização celular na superfície do implante.

b) Locais receptores.A qualidade óssea é indispensável, devemos ter

cuidado principalmente nos seguintes extremos:osso muito mineralizado sem sangue; osso muitoesponjoso com pouca vascularização.

CICATRIZAÇÃO ÓSSEA PERIPLANTAR

A cicatrização ao redor do implante se realizaem 2 etapas bem diferenciadas, que denominamoscicatrização primária e cicatrização secundária.

A cicatrização primária acontece desde a inser-ção do implante, em um processo de remodelaçãoóssea que inclui várias etapas: ativação; reabsorção;invasão; formação; repouso.

Estas etapas se desenrolam no geral em passospredeterminados de tempo que, em sua totalidade,compreendem os 3 meses a partir do começo da fasede repouso. Neste momento o implante deverá serdescoberto para se depositar uma carga progressi-va, que determinará a cicatrização secundária comordenamento das trabéculas ósseas em direção as

cargas funcionais.A cicatrização óssea secundária à colocação do

implante compreende sucessivamente:a) A substituição do osso necrosado por um blo-

co ósseo neoformado.b) A remodelação progressiva do osso não for-

mado após efeitos das forças mastigatórias.A reparação do osso na camada necrosada ao re-

dor do implante dependerá:a) Da presença de células apropriadas;b) De uma nutrição adequada destas células;c) De estímulos corretos para reparação óssea.

INTERFACE OSSO IMPLANTE

Os implantes dentais classificados comoendósseos têm uma parte que os diferencia dosjustaósseos, uma parte que penetra na área medu-lar e cortical do osso. Isso cria interface osso im-plante.

Para estabelecer uma certa ordem, descreveram-se 3 tipos de possíveis interfaces:

a) Interface Tipo I � contato direto entre osso eimplante. Este tipo de interface corresponde àosseointegração descrita por ALBREKTSSON (1983)e BRANEMARK (1983) que a definem como contatodireto estrutural e funcional entre o osso e o im-plante submetido à carga funcional. Este contatose realizaria sem a interposição de um tecido con-juntivo fibroso.

b) Interface Tipo II � consiste na interposiçãode uma fina camada de tecido conjuntivo com algu-mas fibras de colágenos. Em geral se produz apósum processo de necrose óssea e reparação.

c) Interface Tipo III � interface implante ossocom conteúdo maioritário de elementos fibrosossobre os elementos ósseos. Este tipo de interface éuma conseqüência da adaptação dos esforços me-cânicos desenrolados durante a cicatrização. Essescorrespondem às zonas de concentração de esfor-ços, como se demonstra nos testes defotoeletricidade.

Mecanismo de cicatrização óssea

A maioria dos fracassos em implantologia é con-seqüência das alterações de remodelação, queé um mecanismo mediante o qual o tecido ósseoenvelhecido é substituído por tecido jovem e temlugar durante toda vida do indivíduo, sendo regula-do por fatores humorais e mecânicos.

O ciclo de remodelação se inicia com o apareci-

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mento de osteoclastos sobre a superfície óssea quevai ser remodelada. Os osteoclastos são células vo-lumosas, multinucleadas, e citoplasma ligeiramen-te acidófilo voltado para a zona de reabsorção óssea.

A fase de remodelação de um ciclo deremodelagem é de 1 a 3 semanas e a espessuraque reabsorve oscila entre 50 microns no osso es-ponjoso e 100 microns no osso compacto.

A formação de tecido ósseo não é contínua, massofre interrupções transitórias de modo que a su-perfície indicatória do limite do osso depositadodurante o período seguinte é denominada linha deparada e a contrária, linha de inserção, uma linhalisa, também basófila.

As superfícies de inserção e parada levam o nomede superfície de cimentação e unem entre si ele-mentos estruturais do osso.

O novo osso é depositado em forma de matriz ós-sea não calcificada, a substância osteóide, consti-tuída fundamentalmente por colágeno tipo I eproteoglicana. Logo após um período de latência, oosteóide se mineraliza progressivamente para darlugar a osso maduro.

A mineralização primária se inicia na inferfaceentre o osteóide e o osso mineralizado pré-existen-te avançado para a superfície de 2 a 3 micronsdiários.

Esta mineralização primária é controlada porosteoblastos e em poucos dias o novo osso alcançauma densidade de calcificação de 70%.

Uma vez terminada a mineralização primária, oosso completa sua mineralização de uma formamuito lenta e este processo chama-se minera-lização secundária, com duração de 3 a 6 meses,finalizando-se quando a densidade da hidroxiapatitadepositada alcança 90 a 95%. Esta mineralizaçãosecundária realiza-se mediante a difusão de íonsminerais desde a medula óssea do osso trabeculare canais de Havers, Volkman, até o osso cortical.

COMPLICAÇÕES E INSUCESSOS

Sucesso e Falhas

Atualmente, é aceito que, para ser consideradocomo bem sucedido, um implante endósseo tem deoferecer mais do que uma simples fixação nas ma-xilas. Deve também demonstrar imobilidade clíni-ca em condições de carga oclusal e deve estar livrede sintomas como desconforto, dor e inflamação dostecidos ao redor do implante. Não deve haver im-pedimento de função com as estruturas adjacen-

tes, tais como o nervo dentário inferior e omentoniano. Não deve haver radiolucidez progres-siva e contínua em torno do implante, e a perda daaltura da crista óssea deve ser mínima.

De acordo com ALBREKTSSON & JACOBSSON(1987), a osseointegração pode não ocorrer e maistarde perder-se. As causas das falhas naosseointegração nem sempre são conhecidas. Emalgumas situações, pode ser uma falha biológica;o osso pode ter deficiência em vascularização ou,talvez, ser inadequado em quantidade, qualidade oudensidade. Pode ser uma falha iatrogênica; o ossopode ter sido superaquecido durante a perfuraçãopara a colocação do implante. Pode não ocorrerosseointegração devido à sobrecarga, provavelmentepor um planejamento protético impróprio, fundiçãoinadequada, ou hábitos parafuncionais do pacien-te.

Critérios de Sucesso

- Imobilidade clínica;- Habilidade em assimilar cargas;- Ausência de sintomas;- Ausência de danos e estruturas vizinhas;- Radiolucidez periimplante estável;- Perda mínima da altura da crista óssea.

Indicações de Falhas

A mobilidade de um implante endósseo é um si-nal claro de falha, e tal implante deve ser removi-do.

O desenvolvimento de uma linha de radiolucidezao redor do implante na radiogradia não é normal-mente um sinal precoce de falha, mas, quando pre-sente, indica que houve uma recessão óssea dasuperfície do implante e que este espaço foi ocupa-do por um tecido de granulação ou uma bainha detecido fibroso. Isto é indicativo de osseointegraçãoincompleta e, provavelmente, falha do implante.

Quando um implante falha, o clínico deveremovê-lo e, possivelmente, permitir a cicatriza-ção completa do local, antes de considerar a coloca-ção de um novo implante. Em circunstâncias espe-ciais, o local do implante deve ser curetado pararemover tecido fibroso e de granulação e um im-plante de diâmetro maior pode ser colocado imedia-tamente.

Complicações

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As complicações podem ser:

- Complicações Associadas com a Colocação do Im-plante

A colocação imperfeita do implante pode ser devárias formas. Os implantes podem ser colocadosmuito próximos, dificultando a inserção dos pilarese a manutenção da saúde gengival. Podem ser colo-cados muito longe para vestibular ou lingual, pro-vocando uma trepanação do osso com o aparecimen-to do implante.

Isto pode ser contornado com enxerto ósseo emembrana para regeneração guiada para formaçãode novo osso e cobertura da parte exposta do im-plante. Da mesma forma, implantes colocados muitolingualmente podem ser problemáticos devido àmucosa fina, vulnerável e móvel do assoalho da boca.Angulação imprópria dos implantes pode ser evita-da com um cuidadoso planejamento e pelo uso deguia cirúrgico, e pode, algumas vezes, ser contor-nada pelo uso de pilares angulados.

O uso excessivo do escareador de osso na colo-cação do implante deve ser evitado, especialmentena parte posterior da mandíbula.

Brocas danificadas, excêntricas ou sem cortepodem resultar num orifício ósseo ovóide em vez decircular.

Quando o osso é superaquecido durante a prepa-ração do orifício para a colocação do implante, ascélulas ósseas ao redor do preparo podem não so-breviver.

Desinência da incisão pode ocorrer se há umacarga prematura no lado recém-operado ou se aprótese é inadequadamente aliviada e pressiona olocal do implante.

Complicações Associadas à Conexão do Pilar

Com freqüência, é necessário trocar os pilaresmais tarde, ou usar pilares de cicatrização até ostecidos moles ao redor do implante se estabiliza-rem.

O cilindro pilar deve ser colocado exatamente noimplante. Os parafusos de cobertura, usados pararecobrir as pontas dos implantes durante a fase decicatrização, algumas vezes requerem uma chavede fenda hexagonal. Quando o osso adjacente travao parafuso de cobertura muito firmemente, a pontada chave pode fraturar-se e a parte quebrada ficarno parafuso de cobertura. Este fragmento deve serremovido.

Complicações Associadas à Restauração e à Ma-nutenção

Os parafusos podem se soltar enquanto a próteseestá sendo feita, e devem ser checados quanto aoajuste.

As complicações incluem quebra do pilar ou re-tenção dos parafusos e fratura da base da fundição.O material acrílico pode lascar-se ou quebrar-se senão for espesso o suficiente. Higiene oral mal feitatende a causar gengivite e hiperplasia gengival.

Se houver um espaço entre a placa de base e acrista alveolar de uma prótese sustentada por im-plante, poderá haver problema com ar escapandodurante a fala.

Complicações sérias

A colocação de implantes, como qualquer proce-dimento cirúrgico, implica pequenos riscos de com-plicações sérias, incluindo ocorrência fatal.

Hemorragias sérias foram registradas devido àperfuração, por instrumentais, do córtex lingual damandíbula durante o preparo local, com danos aospequenos vasos do assoalho adjacente da boca.

Fratura de mandíbula atrófica já aconteceu vá-rias vezes. Já ocorreu também uma lesão no nervoalveolar inferior, devido à má colocação dos implan-tes.

CONCLUSÃO

Ao finalizarmos esta pesquisa, podemos concluirque a despeito das mais variadas técnicas de im-plantes dentários existentes hoje em dia, ainda ne-cessitamos de um grande embasamento científicopara a aplicação de qualquer uma delas na práticaclínica do dia-a-dia.

A reconstrução pelos implantes osseointegradosdemanda um profundo respeito pela biologia. O pro-cesso de cicatrização da ferida cirúrgica deve sertotal para se alcançar a osseointegração, e as con-dições de sobrecarga devem ser evitadas para nãodestruí-la.

Ao se fazer a escolha de um ou mais sistemasde implantes, é importante lembrar que devemosanalisar a propaganda dos fabricantes com algumceticismo.

Os dentistas não se devem desviar das recomen-dações dos fabricantes em relação ao uso do equi-pamento, para que não venham a ter complicaçõessérias.

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Revista Ciências Odontológicas

Estágios cirúrgicos e protéticos são altamentesensíveis, pois pequenas variações na execução dos

The purpose of the present study was to elucidate the basic principles of the technique for osseointegratedimplants. It is well know that the term �osseointegration� is defined as a direct structural functional conectionbetween vital bony tissue and the surface of an implant which can bear physiological efforts when installed.The literature was reviewed in order to get more knowledge about the following: some kinds of implants,materials and methods in use, surgical phases of osseointegration, biocompatibility, tissue reaction, and alsoabout the concept of interaction, factors that cause the osseointegration, bony cicatrization, bone/implant interface,possible complications and failures.It could be concluded that in spite of the most diverse techniques for dental implants available today, it is stillnecessary na excellent scientific basis for the application of any of them in every day clinical practice and thatwhen selecting one more implant systems it is important to follow the manufacturer recommendations related tothe use of equipament in order to avoid possible future complicatios.

UNITERMS: Implants, osseointegration, bone cicatrization.

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TENDÊNCIAS ATUAIS DO TRATAMENTO ENDODÔNTICO

CURRENT TRENDS IN ROOT CANAL TREATMENT

Glaucia Regina Raful SACOMANI*Valdir de SOUZA**

Roberto HOLLAND**Simone Nalim Guardia FAVINHA*

Gilberto GARUTTI*Henrian Gonzaga BARBOSA*

* Professores do Curso de Pós-Graduação em Clínicas Odontológicas da UNIMAR, Marília, SP, Brasil** Estagiária da Disciplina de Endodontia da UNIP � Araçatuba, SP, Brasil.

A técnica da pulpotomia é indicada para o tratamento conservador da polpa dental inflamada. Contudo, algunscriticam a qualidade da ponte de tecido duro obtida com o hidróxido de cálcio, argumentando que ela podepossuir defeitos em forma de túnel, o que poderia comprometer a eficiência protetora dessa ponte. Recentementefoi demonstrado, através de trabalho experimental levado a efeito em dentes de macacos, que a realização da trocado hidróxido de cálcio, após a obtenção da ponte de tecido duro, pode promover nova deposição de tecidocalcificado, que sela eficientemente as imperfeições por ventura existentes. O objetivo deste trabalho é apresen-tar, em dentes humanos, a seqüência clínica dessa técnica.

UNITERMOS: Pulpotomia; troca do hidróxido de cálcio.

INTRODUÇÃO

Dentro da odontologia, a endodontia se apresen-ta como uma das especialidades que tem acompa-nhado a evolução técnica dos últimos anos. O seuobjetivo geral sempre foi direcionado à busca de téc-nicas e de substâncias que possibilitem a obtençãodo reparo dos tecidos periapicais após o tratamen-to. Para tanto, junto às inovações que estão aconte-cendo na fabricação dos instrumentos endodônticos,novas técnicas de preparo de canal tem sido pro-postas, favorecendo uma melhor qualidade na sualimpeza e forma final. Simultaneamente, areformulação de alguns cimentos obturadores tra-dicionais e o lançamento de novos produtos cami-nham no sentido de aperfeiçoar a suabiocompatibilidade. Todas essas inovações permi-tiram a obtenção de maiores índices de sucesso clí-nico no tratamento de canal e tem fortalecido a ten-dência de concluí-lo em apenas uma sessão. A ade-são a tais inovações tem sido checada por meio dealgumas publicações.3,26 O presente trabalho temcomo objetivo identificar a tendência de clínicosgerais e especialistas da cidade de Marília na indi-cação de procedimentos, na seleção das técnicas esubstâncias empregadas e na adaptação a novos dis-positivos utilizados no tratamento endodôntico derotina.

MATERIAL E MÉTODO

As informações contidas no presente trabalhoforam obtidas mediante de um questionário con-tendo 17 perguntas e encaminhado a 223 profissio-nais da cidade de Marília. As perguntas foram for-muladas com base em alguns itens rotineiramen-te seguidos na prática endodôntica, sendo as res-postas analisadas de uma maneira global, sem apreocupação de dividí-las entre clínicos gerais e es-pecialistas em endodontia. As respostas mais co-muns para cada pergunta foram identificadas e apre-sentadas em termos de porcentagem, assim comoforam salientados alguns dados de maior interes-se.

A relação das perguntas formuladas está expressajuntamente com o resultado das respostas obtidas.

RESULTADOS

Dos 223 questionários encaminhados aos pro-fissionais, houve um retorno de 111, quecorresponde a praticamente 50%. As perguntas comas respectivas respostas foram as seguintes:

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1 - Exerce clínica geral?Todos os 111 profissionais responderam a esta

questão, dos quais 79 (71,17%) responderam afir-mativamente e 32 (28,82%) negativamente.

2- É especialista?Todos também responderam a esta pergunta, for-

necendo os seguintes dados: 69 (62,16%) especia-listas e 42 (37,83%) não especialistas.

3- Qual a área de especialização?Esta pergunta foi respondida apenas pelos espe-

cialistas, cujos dados estão expressos na Tabela 1.

Tabela 1 - Número de profissionais nas diversas especialidades odontológicas

4- Realiza pulpotomia em seu consultórioodontológico?

Três profissionais não responderam a esta per-gunta. Das 108 respostas, 36 (33,33%) foram afir-mativas e 72 (66,66%) negativas.

5 - Os resultados da pulpotomia sãosatisfatórios?

Todos os entrevistados que realizam esta técni-ca de tratamento responderam afirmativamente aesta pergunta (100%).

6 - Realiza tratamento de canal em seu consul-tório odontológico?

Esta pergunta foi respondida em todos os questi-onários, fornecendo os seguintes dados: 56 (50,45%)respostas afirmativas e 55 (49,54%) negativas.

7- Em quais dentes realiza o tratamento decanal?

Um dos entrevistados que respondeu afirmati-vamente a pergunta anterior deixou de assinalaresta questão. As respostas dos demais foram: 17(30,90%) intervêm apenas em dentes anteriores e

38 (69,09%) em todos os dentes.

8- Em relação à biopulpectomia (polpas vitais):a) Em quantas sessões você realiza o trata-

mento?As respostas dos 56 profissionais que reali-

zam o tratamento de canal foram: 19 (33,92%) tra-tam em uma sessão, 3 (5,35%) em uma ou duassessões, 30 (53,57%) em duas sessões e 4 (7,14%)em mais de duas sessões.

b) Se realiza o tratamento em mais de umasessão, qual é o curativo de demora que utiliza?

As respostas foram: 24 (42,85%) utilizam apasta de hidróxido de cálcio, 16 (28,57%) o Otosporin,10 (17,85%) o paramonoclorofenol canforado e 6(10,71%) outros medicamentos dentre os quais oformocresol, o paramonoclorofenol + furacin e oRifocort.

c) Qual técnica de instrumentação utiliza?A freqüência das técnicas mais indicadas

foi: 31 (65,95%) utilizam a técnica escalonada re-gressiva, 5 (10,63%) a técnica mista invertida, 2(4,25%) a técnica mista e 9 (19,14%) utilizam ou-tras técnicas entre as quais a escalonadaanatômica, a clássica e a biescalonada. Nove dosentrevistados não responderam a esta questão.

d) Quais soluções irrigadoras utiliza?Esta questão apresentou as seguintes indi-

cações: 17 (30,35%) utilizam o soro fisiológico iso-ladamente, 8 (14,28%) o soro fisiológico + hipocloritode sódio a 1%, 6 (10,71%) o soro fisiológico +hipoclorito de sódio a 0,5%, 17 (30,35%) o soro fisio-lógico + outras soluções, entre as quais o hidróxidode cálcio, o furacin e detergentes, e 10 (17,85%)utilizam outras substâncias como a água de cal e asolução de hipoclorito de sódio a 4-6% , isoladamenteou alternada com a água oxigenada.

e) Qual a técnica de obturação utilizada?Trinta (62,5%) profissionais utilizam a téc-

nica da condensação lateral, 8 (16,66%) a técnicabiológica controlada, 6 (12,5%) a técnica clássica e4 (8,33%) utilizam outras técnicas como a híbridade Tagger. Oito profissionais não responderam aesta questão.

f) Qual o cimento obturador utilizado?Dezenove (33,92%) profissionais entrevis-

tados utilizam Endomethasone, 14 (25,0%) o Sealer26, 12 (21,42%) o Sealapex, 4 (7,14%) o Sealer 26 ou

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o Sealapex e 7 (12,5%) utilizam outros cimentoscomo o N-Rickert, o Fill canal e o cimento deGrossman.

9- Em relação à necropulpectomia (polpasnecrosadas):

a) Em dentes sem lesão periapicalradiográfica aparente, em quantas sessões realizao tratamento?

Dois (3,57%) profissionais realizam o trata-mento em uma sessão, 25 (44,64%) em duas ses-sões, 20 (35,71%) em três sessões, 6 (10,71%) emmais de três sessões e 3 (5,35%) variam o númerode sessões dependendo do caso.

b)Em dentes com lesão periapicalradiográfica aparente, em quantas sessões vocêrealiza o tratamento?

Vinte e sete (52,94%) profissionais realizamo tratamento em duas ou três sessões, 8 (15,68%)em mais de três sessões e 16 (31,37%) relacionamo número de sessões de acordo com a regressão dalesão. Cinco profissionais não responderam a ques-tão.

c) Quando o tratamento é realizado em maisde uma sessão qual ou quais curativos utiliza?

Quarenta e um (40,19%) utilizam pasta dehidróxido de cálcio associada a outras substâncias,19 (18,62%) o paramonoclorofenol canforado, 12(11,76%) o paramonoclorofenol + furacin, 12 (11,76%)o formocresol e 18 (17,64%) utilizam outros medi-camentos como o Otosporin e o lugol.

d) Qual técnica de instrumentação utiliza?Vinte e dois (46,8%) utilizam a técnica

biescalonada, 6 (12,76%) a técnica mista invertida,6 (12,76%) a técnica escalonada regressiva, 13(27,65%) utilizam outras técnicas como oescalonamento anatômico, a técnica de Oregonmodificada e a técnica convencional. Nove profis-sionais não responderam a esta questão.

e) Quais soluções irrigadoras utiliza?Treze (23,21%) utilizam soro fisiológico +

hipoclorito de sódio a 1%, 12 (21,42%) a solução dehipoclorito de sódio a 1%, 5 (8,92%) a solução dehipoclorito de sódio a 0,5%, 13 (23,21%) o hipocloritode sódio associado a outras soluções como água decal, água oxigenada e detergente e 13 (23,21%) uti-lizam outras soluções como água de cal, solução dehipoclorito de sódio a 4-6%, soluções de hipocloritode sódio + água oxigenada e detergente.

f) Qual a técnica de obturação utilizada?Trinta e dois (66,66%) profissionais utili-

zam a técnica da condensação lateral, 6 (12,5%) atécnica biológica controlada, 6 (12,5%) a técnicaclássica e 4 (8,33%) utilizam outras técnicas comoa híbrida de Tagger e a técnica convencional. Oitoprofissionais não responderam esta questão.

g) Qual cimento obturador utiliza?Vinte (35,71%) utilizam a Endomethosone,

17 (30,35%) o Sealer 26, 13 (23,21%) o Sealapex, 3(5,35%) o Fill canal e 3 (5,35%) utilizam outros ci-mentos como o N-Rickert, o cimento de Grossmane o óxido de zinco e eugenol + Rifocort.

10- Por que utiliza esse cimento?Vinte (35,71%) utilizam o cimento devido a

suas propriedades biológicas, 9 (16,07%) devido asuas propriedades físicas e 27 (48,21%) devido a suaspropriedades biológicas e físicas.

11- Qual tipo de isolamento utiliza durante o tra-tamento?

Quarenta e seis (82,14%) utilizam o isola-mento absoluto, 4 (7,14%) o relativo e 6 (10,71%) orelativo e o absoluto.

12- Qual etapa do tratamento endodôntico en-contra maior dificuldade?

Vinte e dois (39,28%) encontra maior difi-culdade na instrumentação, 9 (16,07%) na obtura-ção, 6 (10,71%) na abertura coronária, 2 (3,57%) nairrigação, 1 (1,78%) na odontometria e 16 (28,57%)em nenhuma etapa.

13- Há quanto tempo executa tratamentoendodôntico?

Vinte e três (42,59%) profissionais realizamtratamento endodôntico até 5 anos, 12 (22,22%) até12 anos, 17 (31,48%) até 20 anos, 2 (3,7%) mais de20 anos. Dois profissionais não responderam a estaquestão.

14- Possui algum dos aparelhos abaixo relacio-nados?

Três (5,35%) possuem ultrasom, 2 (3,57%) oApit ou similar, 1 (1,78%) o Canal Finder, 4 (7,14%)possuem outros aparelhos para endodontia e 46(82,14%) não possuem nenhum aparelho específi-co para odontometria ou preparo dos canaisradiculares.

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15- Qual método utiliza para esterilização doinstrumental endodôntico?

Essa pergunta foi respondida por todos os quedevolveram os questionários (111). Cinquenta e dois(46,84%) dos profissionais utilizam apenas a estufade ar quente, e 8 (7,2%) apenas a autoclave. Os 51restantes (45,94%) utilizam mais de um método deesterilização associando a esterilização em estufae/ou autoclave com a esterilização química.

16- Qual método utiliza para esterilização doscones de guta percha?

Trinta e dois (59,25%) esterilizam em pasti-lhas de formol, 19 (35,18%) em substâncias quími-cas, 2 (3,7%) utilizam outros métodos e 1 (1,85%)não utiliza nenhum método. Dois profissionais nãoresponderam esta questão.

17- Qual método utiliza para esterilização doscones de papel absorvente?

Trinta e sete (71,15%) esterilizam em pas-tilhas de formol, 6 (11,53%) em estufa, 4 (7,69%)em autoclave, 1 (1,92%) utiliza outro método e 4(7,69%) não utiliza nenhum método. Quatro profis-sionais não responderam esta questão.

DISCUSSÃO

Os dados desta pesquisa demonstraram as difi-culdades de se obter o retorno dos questionáriosencaminhados aos profissionais, pois apenas 111das 223 correspondências foram devolvidas. Embo-ra o objetivo principal deste levantamento tenha sidoconstatar as condutas mais comuns do tratamentoendodôntico local, a limitação das devoluções a 50%permite concluir apenas a tendência atual de taiscondutas, pois os critérios dos que não responde-ram podem ser semelhantes ou diferentes da amos-tra recebida.

É importante considerar que as condutas apon-tadas pela maioria não significam quecorrespondem às melhores ou às mais apropriadas,mas refletem a filosofia do tratamento endodônticomais aceito na região, cujas características princi-pais serão discutidas nos ítens seguintes.

A análise dos dados obtidos nas perguntas rela-cionadas à atividade profissional confirma a ten-dência atual da maioria dos cirurgiões dentistas deatuar como clínicos gerais (71,17%). Porém, perce-be-se a preocupação em se especializar em algumaárea, pois a maioria dos respondentes (62,16%) jápossui o título de especialista, embora muitos con-

tinuem a exercer suas atividades como clínicosgerais. É de se admitir, portanto, que de uma ma-neira global, esteja ocorrendo uma melhoria na qua-lidade do serviço oferecido pelo clínico geral.

Especificamente para a endodontia, verifica-seque ela é a especialidade que apresenta maior nú-mero de especialistas, com um crescimento queaumentou significativamente nos últimos cincoanos, provavelmente pela tendência do clínico ge-ral passar a oferecer mais um tipo de tratamentodiferenciado à sua clientela.

Em relação ao tipo de tratamento endodôntico,constatou-se que a maioria dos profissionaispesquisados (66,66%) naõ lança mão da pulpotomiacomo opção de tratamento para dentes que apre-sentam quadro clínico de inflamação pulpar. Esseposicionamento é compreensivo porque o assuntonão tem merecido atenção especial nos cursos degraduação, nos quais onde a maioria tem conside-rado essa técnica como um tratamento provisório.Contudo, levando-se em consideração que todos osque informaram que realizam a pulpotomia em seusconsultórios têm obtido resultados satisfatórios eque já se demonstrou que ela proporciona altos ín-dices de sucesso, tanto clínico,1,4,14,19,22 quantohistológico,11,18 os dados fornecidos na presente in-vestigação sugerem que o assunto deva ser ampla-mente discutido para verificar sua possívelviabilização nos serviços de atendimento público egratuito. A propósito, na cidade de Araçatuba, cons-tatou-se que em todos os postos de atendimento daprefeitura (PAS) a pulpotomia é executada como téc-nica de tratamento.6

Em relação ao tratamento de canal, verificou-seque dos 111 entrevistados, 56 realizam esse trata-mento em seus consultórios, sendo que poucos (17)atuam apenas em dentes anteriores. Três fatorespodem ser apontados como responsáveis pela sig-nificativa presença do tratamento endodôntico naclínica geral: o elevado nível atual da endodontianos cursos de graduação em Odontologia, os cursosde aperfeiçoamento ou de atualização oferecidos emlarga escala e o avanço tecnológico na fabricaçãode instrumentos e aparelhos endodônticos, que pos-sibilitam maior facilidade no preparo e na obtura-ção dos canais radiculares.

A fase do preparo biomecânico do canalradicular, durante o tratamento endodôntico, é com-posta da instrumentação e irrigação. Como um dosobjetivos principais do preparo biomecânico é a ob-tenção da forma cônica bem definida, justifica-seque a quase totalidade dos profissionais lança mãodas técnicas escalonadas. Contudo, o tipo do

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escalonamento utilizado variou em relação às con-dições da polpa dental. Assim, enquanto nos casosde biopulpectomia a maioria (73,33%) recorre àstécnicas com escalonamento regressivo (sentidoápice-coroa), nas necropulpectomias (62,22%) a pre-ferência recai sobre as técnicas com escalonamentoprogressivo (sentido coroa-ápice). Constata-se, por-tanto, a correta preocupação em se realizar um es-vaziamento mais cauteloso da cavidade pulpar noscasos de polpas necrosadas, para se evitaragudizações de lesões periapicais crônicas, pois,sabe-se que as técnicas com escalonamento pro-gressivo proporcionam menores riscos de extrusãode resíduos à região periapical.2

Em relação às soluções irrigadoras, tambémconstatou-se a preocupação em selecioná-las deacordo com as condições do canal radicular. Nasbiopulpectomias a utilização exclusiva das soluçõesde hipoclorito de sódio, nas suas diferentes concen-trações, ficou restrita a um número muito reduzi-do dos profissionais que responderam o questioná-rio. A preferência da grande maioria recaiu sobre osoro fisiológico, utilizado isoladamente ou, às ve-zes, precedido de irrigações com outras soluções,principalmente as de hipoclorito de sódio em bai-xas concentrações. Essa tendência é plenamentejustificada levando-se em consideração que nasbiopulpectomias o problema bacteriano não existe.Sendo assim, a biocompatibilidade das substânciasirrigadoras deve prevalecer sobre o seu potencialantibacteriano, justificando o uso do soro fisiológi-co, cujo bom comportamento biológico já foi demons-trado.16,21 Por outro lado, as propriedades germicidae solvente de materia orgânica da solução irrigadorapassam a ser necessárias nas necropulpectomias,razão pela qual as soluções de hipoclorito de sódio,notadamente a 1%, foi a preferida da quase totali-dade dos entrevistados, desde que comprovadamenteelas preenchem tais propriedades.5,7,20,23

Um dado que chamou a atenção nas respostasobtidas pelos profissionais que realizam interven-ções endodônticas foi o número de sessões utiliza-das no tratamento de dentes com polpas vitais, por-que a maioria (53,37%) efetua o tratamento em duassessões. Esse dado contrasta com a tendência atu-al de concluí-lo em apenas uma sessão. Como agrande maioria das respostas obtidas foi de clínicosgerais, provavelmente o resultado possa estar rela-cionado também com o fator tempo disponível aoatendimento dos pacientes.

Já em casos de necropulpectomias, apenas dois(3,57%) profissionais realizam o tratamento emuma sessão, mesmo assim, somente para os casos

que não apresentam lesão periapical visível na ra-diografia. Todos os demais concluem o tratamentoem duas ou mais sessões. Esses dados também con-trastam com a tendência de um determinado grupoem efetuar o tratamento em apenas uma sessão,em qualquer situação clínica,15,24,25 mas demons-tram a credibilidade nos trabalhos biológicos quedemonstram a importância da medicaçãointracanal no processo de reparo dos tecidosperiapicais após o tratamento.10,17

Quanto aos curativos preferidos, a maioria(42,85%) emprega nas biopulpectomias as pastas dehidróxido de cálcio, seguido do Otosporin (28,57%),substâncias consideradas como biocompatíveis.8,9

O restante (28,57%) utiliza outros tipos de curati-vos. Para as necropulpectomias, a maioria dos en-trevistados lança mão do hidróxido de cálcio, em-pregado isoladamente (21,42%) ou associado a ou-tras substâncias (46,42%). Os demais ficaram divi-didos entre o paramonoclorofenol + furacin (7,14%),o paramonoclorofenol canforado (5,35%), oformocresol (3,57%) e diversas outras substâncias(16,07%). Esse dado reflete a repercução dos traba-lhos que têm demonstrado os efeitos benéficos dohidróxido de cálcio no reparo periapical após o tra-tamento.12,13

A técnica de obturação de canal utilizada pelamaioria continua sendo a da condensação lateralconvencional, tanto para casos de biopulpectomia(53,57%) quanto para casos de necropulpectomia(57,14%). Essa preferência provavelmente se devaa alguns fatores, tais como: promover um bomselamento marginal, ser de fácil execução, não re-querer instrumentos ou aparelhos especiais paraa sua execução e permitir um bom controle do li-mite da obturação.

Em relação ao cimento obturador observa-se queos mais utilizados são os à base de hidróxido de cál-cio (Sealer 26 e Sealapex), com 53,56% da prefe-rência dos entrevistados. Destaque-se, porém, agrande divulgação do cimento Endomethasone, quetem a preferência de 33,92% dos profissionais. Per-cebe-se, contudo, que a maioria (48,21%) procuraselecionar o cimento obturador com base nas suaspropriedades biológicas e físicas, mas consideramas primeiras como mais importantes (35,71%) doque as segundas (16,07%).

Embora o rigor do tratamento endodôntico exijaa intervenção sob isolamento absoluto do campooperatório, constatou-se que ele não atingiu a to-talidade dos entrevistados, pois, 7,14% utiliza ex-clusivamente o isolamento relativo e 10,71% tantoum quanto outro.

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Nos últimos anos, vários novos aparelhos parauso em endodontia foram lançados no mercado. Apesquisa mostrou, entretanto, que poucos aderirama tais dispositivos (12,5%) e que a grande maioriapermanece utilizando técnicas convencionais. Pro-vavelmente essa baixa incidência esteja relacio-nada à necessidade de um treinamento prévio in-tenso �in vitro�, antes de se adquirir confiança ab-soluta em tais aparelhos, ou mesmo pela falta decomprovação adequada quanto à maior eficiênciaquando de seu emprego.

A resposta à pergunta sobre o meio de esterili-zação utilizado foi anotada por todos os 111 profissi-onais que responderam o questionário, razão pelaqual ela não reflete a preferência apenas dos querealizam intervenções endodônticas em seus con-sultórios. Os dados obtidos demonstraram que omeio mais empregado continua sendo a estufa dear quente, porém, a autoclave, pouco utilizada nadécada passada, já está presente em 27,02% dosconsultórios. Esse dado demonstra uma crescentepreocupação dos profissionais na esterilização doseu instrumental, uma vez que a autoclave consti-tui o melhor meio de esterilização.

A impossibilidade de se esterilizar os cones depapel e guta percha em estufa de ar quente e doscones de guta percha em autoclave, fazem com queos que realizam tratamentos endodônticos recor-ram a produtos químicos para esterilizá-los. Os da-dos apontados revelaram que o produto mais utili-zado é a pastilha de formol, tanto na esterilizaçãodos cones de guta percha (57,14%) quanto na doscones de papel absorvente (66,07%). Essa preferên-cia provavelmente se prenda à maior praticidadeque o método ofereçe, além de seu eficaz efeito.

CONCLUSÕES

Tomando-se como base as respostas obtidas àsquestões apresentadas aos cirurgiões dentistas dacidade de Marília, é possível chegar-se às seguin-tes conclusões:

1. Existe grande restrição dos profissionais emresponder questionários que visam avaliar a ten-dência dos tratamentos efetuados em suas clíni-cas.

2. A maioria dos respondentes (62,16%) possuio título de especialista nas várias áreas da odonto-logia.

3. A maioria dos profissionais (76,78%) querealizam tratamento de canal não possui o título deespecialista em endodontia.

4. A pulpotomia, apesar de ser uma técnicapouco empregada nas clínicas particulares (33,33%),foi considerada eficiente por todos que a praticam.

5. No preparo do canal, as técnicas escalonadassão as mais utilizadas, sendo que nasbiopulpectomias a preferência (73,33%) recai sobreo escalonamento regressivo e nasnecropulpectomias (62,22%) sobre o escalonamentoprogressivo

6. A quase totalidade dos entrevistados(91,07%) realiza sistematicamente o tratamentoendodôntico em mais de uma sessão em casos denecropulpectomias.

7. A técnica de obturação dos canaisradiculares mais utilizada é a da condensação la-teral convencional.

8. Os cimentos obturadores mais utilizados sãoos que contém o hidróxido de cálcio (53,56%), se-guidos da Endomethasone (33,92%).

9. Poucos profissionias (12,5%) têm utilizado osnovos aparelhos para endodontia lançados no mer-cado.

10. As pastilhas de formol constituem a subs-tância preferida para esterilizar cones de gutapercha (57,14%) e cones de papel absorvente(66,07%).

The subject of this paper was to observe the different procedures employed by the general practitioner andspecialists of Marilia (SP) City during the endodontic treatment. One hundred and eleven dentists (50%)answered the questions. It was observed that between the dentists that make root canal treatment, 76,78% arenot specialists. The majority employ the crown down technique of instrumentation for pulpless teeth and theapical crown technique for vital pulp cases. The majority of the dentists do the treatment in more than one sitand they prefere the lateral condensation technique of root canal filling. The elected root canal sealer is acalcium hydroxide one and the most used sterilization technique for instruments is the dry heat, while forgutta-percha and paper points they prefer formaldehyde pellets.

UNITERMS: Root canal treatment; clinical procedures.

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24 .WALTON, R. E., TORABINEJAD, M. Principles andpratice of endodontics. Philadelphia: SaudnersCompany, 1989. 496p.

25. WEINE, F. S. Endodontic therapy. 3a ed. St. Louiz:Mosby Company, 1982. 752p.

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Reitoria

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ANO 3, nº 3, 2000

cionado pelo Corpo Editorial.

3 � ARTIGOS INÉDITOS DE INVESTIGAÇÃOCIENTÍFICA E REVISÕES

3.1 � Apresentação

3.1a Texto, ilustrações e fotografia deverão ser fornecidosem duas vias.3.1b O trabalho deverá ser apresentado digitado em papel ta-manho A4 (210 x 297 mm), em fonte Times New Roman,tamanho 12, margens verticais e horizontais de 3 cm, espaçoduplo, redigido em ortografia oficial, sem rasuras ou emen-das. A lauda deverá ser numerada e ter um máximo de 30(trinta) linhas e de 60 (sessenta) toques. Juntamente com oimpresso deverá ser enviado um disquete, devidamente iden-tificado, com texto digitado em Word for Windows.3.1c O trabalho deverá ter na primeira página o título emportuguês, nome completo e titulação do(s) autor(es), endere-ço e telefone para contato do autor principal.3.1d Por motivo de isenção na avaliação dos trabalhos pelaComissão de Avaliação dos artigos científicos e pelo CorpoEditorial, a segunda página deverá conter título em portugu-ês, título em inglês, sinopse, �abstract� unitermos e �uniterms�,omitindo-se nomes ou quaisquer dados referentes aos auto-res. A identificação dos autores deverá constar única e ex-clusivamente na primeira página do trabalho; se encontradaem qualquer outra parte do material, o mesmo será incondi-cionalmente devolvido.3.1e As legendas das ilustrações (fotos, gráficos, desenhos)deverão ser digitadas em folha separada. Quando se referi-rem a fotomicrografias, deverão conter especificações quantoà magnificação e ao tipo de coloração utilizada.3.1f O autor terá direito a apresentar um máximo de 14(quatorze) laudas, incluindo texto principal e referências bi-bliográficas.3.1g Tabelas: deverão ser numeradas em algarismos arábicos,com apresentação sintética e objetiva, para a compreensão dotrabalho. Não usar os dados de originais e tabelas de análisede variância. Sempre que possível, valores quantitativos deve-rão ser apresentados na forma de gráficos.3.1h Ilustrações: serão aceitas, no máximo, 16 (dezesseis)por artigo. Imagens fotográficas, deverão ser apresentadaspreferencialmente na forma de slides e com bom padrão denitidez. Os desenhos enviados poderão ser melhorados ouredesenhados pela produção da revista, a critério do CorpoEditorial.3.1i As ilustrações deverão ser numeradas e identificadaspela ordem seqüencial do texto.3.1j Deverá ser encaminhada 1 (uma) foto (5 x 7 cm) do autorprincipal ou da equipe para publicação, obrigatoriamente empose natural e em cores.

3.2 � Estrutura

Os artigos devem respeitar as normas da ABNT/NB-88, ABNT/NB-89 e NBR-6023, apresentando a seguinte estrutura:3.2a Título do artigo e objetivo. Serão aceitas em português,inglês e espanhol, mas a fidelidade quanto à linguagem seráde total responsabilidade do autor.

N O R M A S P A R A P U B L I C A Ç Ã OA Revista da Faculdade de Ciências Odontológicas UNIMAR,dirigida à Classe Odontológica, destina-se à publicação deartigos inéditos de investigação científica, relatos de casosclínicos e de técnicas, artigos de interesse selecionado peloCorpo Editorial, revisões significativas, atualidades e car-tas dirigidas à seção �Discordando�.

1 � NORMAS GERAIS

1a Os materiais deverão ser enviados para:FACULDADE DE CIÊNCIAS ODONTOLÓGICASA/C Diretoria da FaculdadeAv. Higyno Muzzy Filho, 1001Campus UniversitárioCEP 17.525-902 � Marília - SP � Brasil1b O autor deverá guardar duplicata do texto e das ilustra-ções, para maior segurança contra extravio.1c O material enviado não poderá ser submetido simultane-amente à apreciação por parte de outros periódicos ou quais-quer outras publicações, sejam elas nacionais ou internaci-onais.1d A Revista da Faculdade de Ciências Odontológicas daUNIMAR terá Direito Autoral sobre trabalho publicado porela, podendo permitir a sua reprodução, total ou parcial.1e A Revista da Faculdade de Ciências Odontológicas daUNIMAR , ao receber o material, não assume o compromissode publicá-lo.1f A Revista da Faculdade de Ciências Odontológicas daUNIMAR reserva-se o direito de editar o material recebido,visando adequá-lo ao espaço disponível e a princípios declareza e correção textuais. Face ao recebimento de materialilustrativo considerado insuficiente, a Revista da Faculdadede Ciências Odontológicas da UNIMAR reserva-se ainda odireito de solicitar material adicional aos autores ou a ter-ceiros.1g As afirmações dos materiais assinados são de responsa-bilidade integral dos autores.

2 � SISTEMÁTICA DE AVALIAÇÃO E PUBLICAÇÃO

2a Os artigos deverão ser enviados diretamente para a Se-cretaria, no endereço explicitado no Item 1a. evitando-se amediação por cartas de referência de terceiros.2b O artigo enviado receberá um número de identificação eimediatamente será submetido à apreciação da Comissão deAvaliação, sendo divulgado o resultado de sua avaliação dentrode um prazo máximo de 30 (trinta) dias.2c A Comissão de Avaliação dos artigos científicos decidirásobre a conveniência ou não da publicação, avaliando como�favorável� ou �desfavorável�, bem como poderá indicar cor-reções e/ou sugerir modificações.2d A cada edição, o Corpo Editorial selecionará, entre osartigos considerados favoráveis para a publicação, aquelesque serão publicados. Os não selecionados serão novamenteapreciados por ocasião das edições seguintes. Decorridos 6meses sem que tenham sido selecionados, os artigos serãodevolvidos aos autores.2e O artigo pode ser retirado pelo autor, segundo o seu crité-rio de conveniência, a qualquer momento antes de ser sele-

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3.2b Nome do(s) autor(es): indicado na ordem direta, comdestaque em letras maiúsculas para o sobrenome pelo qualserá indicado. O autor deve mencionar, apenas, o seu títuloprincipal no rodapé da lauda.3.2c Sinopse: deverá ser digitado em fonte Times New Roman,tamanho 10, espaço duplo, redigido em ortografia oficial, terum máximo de 250 palavras. Possibilitar ao leitor o interes-se do artigo e compor uma série coerente de frases e não asimples enumeração de títulos, fornecendo, portanto, umavisão clara e concisa do conteúdo do trabalho, suas conclu-sões significativas e a contribuição do autor.3.2d Unitermos: palavras ou expressões que identifiquem oconteúdo do artigo, fornecidas pelo próprio autor, digitadosno mesmo formato da sinopse (fonte, tamanho e espaço). De-verão ser seguidos os cabeçalhos de assuntos do �Index toDental Literature�, traduzidos para o português na �Biblio-grafia Brasileira de Odontologia�.3.2e Texto: distribuído conforme características individuaisde cada trabalho, seja ele de pesquisa, de divulgação, derelato de caso etc. Na citação de autores, os nomes devemser datilografados em caixa alta (ex.: ANDERSON). No casode dois autores, seus nomes devem ser separados com pontoe vírgula (ex.: ANDERSON; MILES). Existindo mais de doisautores, usar a expressão et al. (ex.: Anderson et al.). Notexto, a citação do nome do autor deve ser seguida do núme-ro que o localiza na referência bibliográfica e do ano de pu-blicação.3.2f Abstract: deve ser a versão em inglês da sinopse.3.2g Uniterms: unitermos em inglês.3.2h Agradecimentos: se houver.3.2i Referências Bibliográficas: ordenadas alfabeticamente porsobrenome do autor e numeradas sucessivamente. As refe-rências deverão ter estreito relacionamento com o assunto.Nota: para as abreviaturas dos títulos dos períodos, consultaro �Medline CD/ROM� ou ABNT/NB-60.

4 � RELATO DE CASOS CLÍNICOS OU DETÉCNICAS

4.1 - Apresentação

4.1a Texto e fotografias deverão ser fornecidos em duas vias.4.1b O trabalho deverá ser apresentado digitado em papeltamanho A4 (210 x 297 mm), em fonte Times New Roman,tamanho 12, margens verticais e horizontais de 3 cm, espa-ço duplo, redigido em ortografia oficial, sem rasuras ou emen-das. A lauda deverá ser numerada e ter um máximo de 30(trinta) linhas e de 60 (sessenta) toques. Juntamente com oimpresso deverá ser enviado um disquete, devidamente iden-tificado, com texto digitado em Word for Windows.4.1c O trabalho deverá ter na primeira página o título emportuguês, nome completo e titulação do(s) autor(es), ende-reço e telefone para contato do autor principal.4.1d Por motivo de isenção na avaliação dos trabalhos pelaComissão de Avaliação dos artigos científicos e pelo CorpoEditorial, a segunda página deverá conter título em portugu-ês, título em inglês, sinopse, �abstract�, uniterms e unitermos,omitindo-se nomes ou quaisquer dados referentes aos auto-

N O R M A S P A R A P U B L I C A Ç Ã Ores. A identificação dos autores deverá constar única e ex-clusivamente na primeira página do trabalho; se encontradaem qualquer outra parte do material, o mesmo será incondi-cionalmente devolvido.4.1e As legendas das ilustrações (fotos, gráficos, desenhos)deverão ser digitadas em folha separada. Quando se referi-rem a fotomicrografias, deverão conter especificaçôes quantoà magnificação e ao tipo de coloração utilizada.4.1f O autor terá direito a apresentar um máximo de 6 (seis)laudas incluindo referências bibliográficas.4.1g Ilustrações: serão aceitos, no máximo, 30 (trinta) slidescoloridos, devidamente numerados, com indicação da posiçãoda imagem e acondicionados em porta-slides plástico.4.1h Deverá ser encaminhada 1 (uma) foto (5 x 7 cm) ou 1(um) slide do autor principal ou da equipe para publicação,obrigatoriamente em pose natural e em cores.

4.2 Estrutura

Vide as orientações do item 3.2

5 � ATUALIDADES

Serão aceitos para publicação resumos/resenhas de artigosveiculados em outras publicações científicas, preferencial-mente internacionais, desde que o texto não ultrapasse 2(duas) laudas. Juntamente com o impresso, deverá ser envi-ado disquete contendo o texto digitado em Word for Windows.As atualidades poderão ser ilustradas com no máximo 2(dois) slides em cores.

6 � CARTAS À SEÇÃO DISCORDANDO

Serão aceitas críticas ou sugestões dirigidas a qualquer as-pecto da publicação, seja ele formal ou de conteúdo. Deverãoser sucintas e objetivas, com no máximo 40 (quarenta) li-nhas e 60 (sessenta) toques. Podem ser ilustradas por até(um) slide ou foto em cores. Respostas às críticas e ou suges-tões poderão acompanhar a publicação da carta enviada. De-pendendo do número de correspondências, estas serãoselecionadas para publicação segundo a sua contribuição aoassunto abordado.

7 � ANÚNCIOS PUBLICITÁRIOS

Deverão estar em conformidade com as especificações con-tratadas com o setor comercial. A UNIMAR exime-se de qual-quer responsabilidade pelos serviços e/ou produtos anunci-ados, cuja condições de fornecimento e veiculação estão su-jeitas, respectivamente, ao Código de Defesa do Consumidore ao CONAR � Conselho Nacional de Auto-regulamentaçãoPublicitária.

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