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ESTADO DE ALAGOAS
SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HÍDRICOS
INSTITUTO DO MEIO AMBIENTE
PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE
UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
APA SERRA DA CAIÇARA
COORDENAÇÃO
Epitácio Correia de Farias Júnior
Alex Nazário Silva Oliveira
Maceió, Alagoas
Março de 2018
PROPOSTA DE CRIAÇÃO DE UNIDADE DE CONSERVAÇÃO
APA SERRA DA CAIÇARA
José Renan Vasconcelos Calheiros Filho Governador do Estado de Alagoas
Cláudio Alexandre Ayres da Costa Secretário da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos
Gustavo da Ressurreição Lopes Presidente do Instituto do Meio Ambiente
Leonardo Lopes de Azevedo Vieira Assessoria Executiva de Gestão Interna
Epitácio Correia de Farias Júnior Gerente de Fauna, Flora e Unidades de Conservação
Alex Nazário Silva Oliveira Coordenador Técnico
Esdras de Lima Andrade Coordenador do Meio Físico
Daniel Nivaldo da Conceição Mapeamento
Rosângela Lyra Lemos Curadora do Herbário MAC - Flora
Gabriela Mota Gama Coordenadora de Fauna
Maceió, Alagoas
Março de 2018
EQUIPE TÉCNICA
Meio Físico, Socioeconômico e Mapeamento
Alex Nazário Silva Oliveira Geógrafo, MSc
Esdras de Lima Andrade Geógrafo, MSc
Daniel Nivaldo da Conceição Geógrafo
Kadja Monaysa M. de Paula Engenheira Ambiental
Whendel Cezar Silva de Couto Estagiário, estudante de Geografia
Elizangela Lima de Oliveira Estagiária, estudante de Geografia
Meio Biótico (Fauna)
Epitácio Correia de Farias Júnior Veterinário
Gabriela Mota Gama Veterinária e Bióloga, MSc
Ana Cecília Lopes Bióloga, MSc
Ilka Janielli de A. Santos Estagiária, estudante Eng. Ambiental
Meio Biótico (Flora)
Rosângela Lyra Lemos Bióloga, MSc
Jarina Waléria Alves Silva Bióloga
Sumário
1 Introdução ........................................................................................................................................................ 6
2 Aspectos da Criação da Unidade de Conservação .......................................................................................... 7
2.1 Áreas de Proteção Ambiental ................................................................................................................... 9
3 Caracterização ............................................................................................................................................... 10
3.1 Paisagem e meio físico ........................................................................................................................... 10
3.2 Meio biótico ........................................................................................................................................... 17
3.2.1 Flora ................................................................................................................................................ 17
3.2.2 Fauna ............................................................................................................................................... 24
3.3 Meio socioeconômico............................................................................................................................. 28
3.3.1 Santana do Ipanema ......................................................................................................................... 28
3.3.2 Poço das Trincheiras ....................................................................................................................... 28
3.3.3 Ouro Branco .................................................................................................................................... 29
3.3.4 Maravilha......................................................................................................................................... 30
3.3.5 Canapi .............................................................................................................................................. 30
4 Justificativas e Considerações ....................................................................................................................... 32
5 Conclusão ...................................................................................................................................................... 34
6 Referências e Bibliografias Adotadas ........................................................................................................... 35
7 Anexos ........................................................................................................................................................... 38
Memorial Descritivo..................................................................................................................................... 39
Cálculo de Área e Perímetro da Poligonal ................................................................................................... 44
Croqui da Poligonal ...................................................................................................................................... 49
6
1 Introdução
rata-se de proposta de criação de unidade
de conservação (UC) localizada na
mesorregião do sertão alagoano e inserida
na Microrregião de Santana do Ipanema,
previamente denominada APA da Serra da
Caiçara. A proposta tem como principais
justificativas de criação, a necessidade de proteção
de áreas que detém sítios arqueológicos e
paleontológicos descobertos na região, a proteção
de remanescentes de vegetação nativa, sendo estas,
refúgio para diversas espécies e áreas serranas
vegetadas, detentoras de alta capacidade de
retenção hídrica e vitais no fornecimento de água
para a população da região.
A proposta tem como nome e ponto central a
elevação conhecida como Serra da Caiçara,
localizada no município de Maravilha. A serra
possui uma área total de 1.950 ha e
aproximadamente 800m de altura. Entretanto, a
delimitação da UC é bem maior e mais abrangente,
envolvendo terras dos municípios de Maravilha,
Ouro Branco, Poço das Trincheiras, Canapi e
Santana do Ipanema. Especificamente, importância
da proteção da serra é alta para a conservação da
biodiversidade regional, devido a existência de
áreas úmidas que caracterizam brejos de altitude e
o fornecimento de água para a cidade de Maravilha
e propriedades próximas.
Após diversas vistorias e relatos de pesquisadores
da Universidade Federal de Alagoas (UFAL) que
desenvolvem trabalhos na serra e região, a
interferência humana vem degradando de forma
agressiva e abrangente a área através de queimadas
e desmatamento para a implantação de pastagens e
culturas, além da edificação de casas e sítios.
Essa situação não é exclusiva apenas na Serra da
Caiçara. Várias áreas elevadas e de declive
acentuado, localizadas em morros testemunhos,
serras e vales vêm sofrendo com intervenções
antrópicas que promovem o seu desnudamento e
consequentemente a erosão do solo. Quanto as
poucas áreas planas com vegetação nativa
remanescente, essas são frequentemente
desmatadas pela população para “limpeza” do
terreno com diversas finalidades.
A proposta de criação de uma UC para a Serra da
Caiçara e região visa garantir a proteção dos sítios
arqueológicos e paleontológicos e recomendar
alternativas de convivência entre o homem e o
meio ambiente de forma sustentada, propondo
disciplinar o uso dos recursos ambientais. Por esses
motivos, a vocação da área para uma UC de uso
sustentável foi a mais indicada e, devido a
extensão e características de ocupação, a categoria
Área de Proteção Ambiental (APA), a que recebeu
maior aceitação técnica.
T
7
2 Aspectos da
Criação da
Unidade de
Conservação
reconhecimento da área como UC
perpassa pelo seu enquadramento dentro
das categorias propostas pelo Sistema
Nacional de Unidades de Conservação (SNUC) e
Sistema Estadual de Unidades de Conservação
(SEUC), onde cada uma detém aspectos de
interesse e características próprias.
Ambos os Sistemas dividem as UCs em dois
grandes grupos: As Unidades de Proteção Integral
e as de Uso Sustentável. As unidades de proteção
integral têm como objetivo básico a preservação da
natureza, admitindo apenas o uso indireto dos seus
atributos naturais. De forma geral, as atividades
permitidas nas áreas dessas UCs são: a pesquisa
científica, educação ambiental, visitação
controlada, ecoturismo e outras que não envolvam
a exploração direta de seus recursos.
Já as unidades de uso sustentável caracterizam-se
pelo uso direto de uma parcela dos seus recursos
naturais, visando compatibilizar a conservação da
natureza com o uso de parcela desses recursos. De
forma geral, as atividades previstas para essas
áreas são menos restritivas e envolvem a educação
ambiental, a pesquisa científica, o turismo, a
exploração sustentável de florestas, e subprodutos,
como a agricultura sustentável, pesca e caça para
subsistência, dentre outros, desde que, de forma
sustentável (OLIVEIRA, 2017, p. 37).
Baseado nos grupos citados, o SNUC apresenta um
rol de 12 categorias de UCs, sendo cinco de
proteção integral e sete de uso sustentável, com
objetivos e finalidades descritos conforme o
Quadro 1.
A presente proposta insere a área de estudo no
grupo das UCs de Uso Sustentável, devido ao
intenso uso do solo e atividades realizadas na
região as quais já caracterizaram a região e
garantiram uma identidade sociocultural.
Entretanto, é necessário prever o quanto tais
atividades e sua expansão estão interferindo nos
recursos ambientais e sua perenidade.
Devido a isso, aplicado o conhecimento técnico de
diversas áreas do conhecimento, foi possível
verificar que a área de interesse detém aspectos
ambientais, históricos, culturais, econômicos e
sociais relevantes e detém área considerável, com
aproximadamente 91.517,561 hectares,
enquadrando sua categoria nas Áreas de Proteção
Ambiental (APAs).
O Sistema Nacional de Unidades de Conservação
define no Capítulo III:
Art. 15. A Área de Proteção Ambiental é uma área
em geral extensa, com um certo grau de ocupação
humana, dotada de atributos abióticos, bióticos,
estéticos ou culturais especialmente importantes
O
8
para a qualidade de vida e o bem-estar das
populações humanas, e tem como objetivos
básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
§ 1o A Área de Proteção Ambiental é constituída
por terras públicas ou privadas.
§ 2o Respeitados os limites constitucionais, podem
ser estabelecidas normas e restrições para a
utilização de uma propriedade privada localizada
em uma Área de Proteção Ambiental.
§ 3o As condições para a realização de pesquisa
científica e visitação pública nas áreas sob
domínio público serão estabelecidas pelo órgão
gestor da unidade.
§ 4o Nas áreas sob propriedade privada, cabe ao
proprietário estabelecer as condições para pesquisa
e visitação pelo público, observadas as exigências
e restrições legais.
§ 5o A Área de Proteção Ambiental disporá de um
Conselho presidido pelo órgão responsável por sua
administração e constituído por representantes dos
órgãos públicos, de organizações da sociedade
civil e da população residente, conforme se
dispuser no regulamento desta Lei. (BRASIL,
2000).
Quadro 1 - Categorias de UCs definidas pelo SNUC e seus respectivos objetivos.
Grupos Categorias Objetivos
Pro
teçã
o I
nte
gra
l
Estação Ecológica
Esec
Preservação da natureza e realização de pesquisas
científicas.
Reserva Biológica
Rebio
Preservação integral da biota e demais atributos
naturais.
Parque Nacional
Parna
Preservação de ecossistemas naturais de grande
relevância ecológica e beleza cênica para visitação,
educação ambiental e pesquisas.
Monumento Natural
Mona
Preservação de sítios naturais raros, singulares ou
de grande beleza cênica.
Refúgio de Vida Silvestre
RVS ou Revis
Proteção de ambientes naturais para a flora e fauna
residente ou migratória.
Uso
Su
sten
tável
Área de Proteção Ambiental
APA
Proteger a diversidade biológica, disciplinar o
processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
Área de Relevante Interesse Ecológico
Arie
Manter ecossistemas raros e singulares e regular o
uso da área.
Floresta Nacional
Flona
Uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e
pesquisa científica.
Reserva Extrativista
Resex
Proteger o meio de vida e a cultura das populações
extrativistas tradicionais.
Reserva de Fauna
Refau
Estudos técnicos científicos sobre manejo
econômico sustentável dos recursos faunísticos.
Reserva de Desenvolvimento
Sustentável
RDS
Preservar a natureza, assegurar condições para
reprodução e melhoria dos modos e da qualidade
de vida e da exploração dos recursos naturais das
populações tradicionais.
Reserva Particular do Patrimônio
Natural
RPPN
Conservar a diversidade biológica em terras
privadas.
9
De acordo com o Artigo 15, a proposta apresentada
se adéqua aos aspectos elencados e visa adequar a
proteção do meio a um ganho do bem-estar das
populações através da melhoria da qualidade
ambiental, do fomento ao turismo e
disponibilidade dos recursos ambientais.
Acrescentando-se ainda o bônus da proteção dos
sítios arqueológicos e paleontológicos existentes
na área.
É importante ressaltar que a proposta deve
respeitar o modo de vida e cultural da população
residente, dentro do que preceitua a legislação
ambiental. Independente da criação da APA, todos
devem respeitar o que preconiza a Constituição
Federal, quando afirma que todos tem direito ao
Meio Ambiente equilibrado. Ou seja, o objetivo da
APA não é restringir o uso do solo, ou hábitos da
população mas promover ganho e visibilidade para
a região a partir do disciplinamento e orientações,
onde as infrações e crimes ambientais continuarão
a ser tratados independentemente da existência da
UC.
2.1 Áreas de Proteção Ambiental
As APAs são as UCs de caráter público mais
numerosas no Estado de Alagoas, tendo sido
criadas entre os anos de 1983 e 1998, antes da
instituição do Sistema Nacional de Unidades de
Conservação (SNUC), representando um modelo
adotado no Estado para cobrir extensas áreas,
visando à compatibilização dos usos com a
preservação de áreas ambientalmente estratégicas e
importantes na conservação de ecossistemas
frágeis (OLIVEIRA; AMORIM; LYRA-LEMOS,
2014).
Incluídas no grupo de unidades de uso sustentável,
o SNUC, em seu Capítulo III, artigo 15, descreve
as APAs como:
[...] uma área em geral extensa, com certo grau de
ocupação humana, dotada de atributos abióticos,
bióticos, estéticos ou culturais especialmente
importantes para a qualidade de vida e o bem-estar
das populações humanas, e tem como objetivos
básicos proteger a diversidade biológica,
disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade do uso dos recursos naturais.
(BRASIL, 2000).
Como características gerais, as APAs são
constituídas por mosaicos de terras públicas e
privadas onde podem ser estabelecidas normas e
restrições para a utilização das terras, respeitando
os limites legais. Ressalta-se nas características das
APAs, pela sua realidade de gestão dos recursos
naturais e ordenamento da ocupação em terras
públicas e privadas, a questão do direito do uso da
propriedade, o qual não pode ser negligenciado, ou
seja, o uso da terra é permitido desde que
respeitados os preceitos da legislação ambiental
(OLIVEIRA, 2017).
10
3 Caracterização
área proposta para a criação da Unidade
de Conservação, tem área de 89.904,32
hectares e abrange parcialmente 5
municípios situados no sertão alagoano, os
municípios de Canapi, Maravilha, Ouro Branco,
Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema. A
principal área urbana abrangida pela UC se refere à
cidade de Poço das Trincheiras que possui uma
população de 13.872 pessoas, segundo censo do
IBGE de 2010.
3.1 Paisagem e meio físico
A poligonal proposta para criação da Área de
Proteção Ambiental (APA) da Serra da Caiçara
possui uma extensão 91.517 hectares, circunscrita
em um perímetro de 189 quilômetros e abrange
parcialmente os territórios dos municípios de
Canapi, Ouro Branco, Maravilha, Poço das
Trincheiras e Santana do Ipanema.
As áreas urbanas inseridas na área proposta,
correspondem às cidades de Maravilha e Poço das
Trincheiras que, somadas, contam com uma
população de 7.180 habitantes, o que representa
29,72% da população residente (24.156) nestes
municípios, segundo censo demográfico 2010 do
IBGE. As áreas urbanas de Santana do Ipanema,
Ouro Branco e Canapi se encontram fora da
poligonal sugerida.
A localização da pretensa área da APA da Serra da
Caiçara compreende as microrregiões Serrana do
Sertão Alagoano e de Santana do Ipanema, as
quais detém uma paisagem típica da região
semiárida nordestina, marcada pelo
pediplanamento regional com elevações tipificadas
como serras e inselbergues, neste caso. Com base
nisso, é possível destacar as serras Tigre, Urtiga,
Almeida, Raposa e Gugi, em Santana do Ipanema,
a serra dos Bois em Poço das Trincheiras e a Serra
da Caiçara em Maravilha, dentre outros morros
residuais distribuídos na área em questão.
Destacam-se ainda os vales marcantes dos rios
Ipanema e Capiá, no qual suas bacias hidrográficas
são predominantes na área da APA.
O regime pluvial nesta área é considerado
irregular, variando de 500 a 700 mm anuais com
A
11
período chuvoso entre novembro e abril e,
associado aos solos, quase na sua totalidade rasos,
favorecem a ocorrência de vegetação Xerófila, por
serem resistentes a longos períodos de estiagem.
Os estratos deste tipo de vegetação são compostos
por gramíneas, arbustos e árvores com portes
variando de médio a baixo (em média de 3 a 7
metros de altura), predominantemente caducifólias,
com grande quantidade de plantas espinhosas
entremeadas de outras espécies como as cactáceas
e as bromeliáceas. A vegetação é distribuída de
forma descontínua em decorrência da grande
presença de áreas de pastagens e de cultivos.
A vegetação nativa nas áreas planas é reduzida e
frequentemente suprimida em seu estágio
arbustivo, dando lugar a diversas plantações e
pastos. As áreas mais elevadas e declivosas detêm
maior concentração de vegetação nativa, porém
não estão livres da ação humana, sendo
frequentemente alvo do desmatamento para a
fabricação de carvão e estacas para cercas, bem
como para plantio de culturas como o milho,
feijão, palma.
O uso e ocupação do solo estão diretamente
associados à subsistência dos autóctones ali
instalados. Percebem-se pequenas roças e muitas
vezes competindo com pastos destinados à
pecuária extensiva. Há ainda expressivas extensões
onde o solo se encontra exposto, sem nenhum tipo
de cobertura, em virtude, muitas vezes ao solo raso
e pedregoso e desmatamentos para extração de
madeira. A capacidade de uso dos recursos naturais
renováveis é considerada baixa, de apenas 0,6%.
Este valor é definido pela interação entre clima,
relevo e solo, assim como da estrutura, textura e
profundidade efetiva dos horizontes A e B
No que se refere aos tipos de solos, a área tem
predominantemente em sua composição os
Planossolos Háplicos, que são solos minerais que
não apresentam caráter plânico, podendo ou não
apresentar horizonte E, e podem ser de caráter
Carbonático, Sálicos, Alíticos, Alumínicos,
Distróficos ou Eutróficos. O segundo solo mais
predominante da região se refere ao Neossolo
Litólico, se tratando de um solo pouco evoluído ou
em vias de formação, este tipo de solo geralmente
está assentado sobre a rocha ou sobre um material
com 90% ou mais de sua massa constituída por
fragmentos de rocha com diâmetro maior que 2mm
(cascalhos, calhaus e matacões), características
essas associadas com o clima e a escassez de
chuvas na região. A área ainda é constituída por
solos dos tipos Neossolo Regolítico, Luvissolo
Crômico, Cambissolo Háplico, Argissolo
Vermelho, Neossolo Flúvico.
Hidrograficamente, a área da UC está inserida em
3 Bacias hidrográficas, onde a predominante é a do
Rio Ipanema, que abrange cerca de 68,12%
(61.246,48 hectares) da área total da UC, seguido
pelas bacias do Rio Capiá e Riacho Grande.
12
13
14
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16
17
3.2 Meio biótico
O trecho indicado para a implantação da Área de
Proteção Ambiental da Serra da Caiçara reúne
atributos botânicos singulares, que respondem às
condições climáticas vigentes, as quais estão
submetidas, que formam paisagens características
da porção leste do Estado de Alagoas.
A presença de sítios arqueológicos e
paleontológicos datados do Pleistoceno tem
atribuído à região indicada um valor
incomensurável para a preservação ambiental deste
trecho de Alagoas, que inclui vegetação, cultura,
geologia, história, dentre outros.
3.2.1 Flora
A região inclui tipologias vegetacionais
diversificadas em função de suas múltiplas inter-
relações internas e com outros ecossistemas
adjacentes que promovem ambientes distintos.
Estão presentes na área estudada diversos tipos de
vegetação seja nas áreas serranas, nos afloramentos
rochosos ou nas áreas planas que expressam a
riqueza de espécies e adaptações xeromórficas
peculiares a região. A alternância marcante das
estações seca e
chuvosa promovem
panoramas
diferenciados que
repercute na coloração
da vegetação que se
modifica ao longo do
ano. Além destas,
distingue-se ainda a
vegetação associada às
margens de rios,
açudes e nascentes,
bem como as culturas
de subsistência e as
forrageiras que são marcantes neste trecho
indicado.
A vegetação de Caatinga é a tipologia vegetacional
predominante na região e que também ocupa a
maior área da unidade proposta. Trata-se da única
formação vegetal exclusiva do Brasil, e
paradoxalmente está entre as formações brasileiras
mais degradadas pelo homem (ANDRADE-LIMA
1981; LEAL et al., 2003) e também entre as menos
conhecidas floristicamente (ANDRADE et al.,
2004; GIULIETTI et al., 2004; RODAL et al.,
2008).
São distinguidos vários trechos com vegetação
preservada e em estágios de regeneração avançada
que estão dentre as prioridades para conservação
da biodiversidade, além de muitos outros que
foram substituídos por cidades, povoados e
plantações.
De uma forma geral,
em toda a unidade as
árvores se destacam
como forma de
crescimento
dominante ocorrendo
agrupadas ou
espaçadas entre
arbustos e ervas
anuais. “Catingueiras”,
“juremas”, “braúnas”,
“juazeiros”, “paus-
ferro”, “ouricuris”,
“aroeiras”,
“imburanas”, “quixabeiras” e “angicos” são
comumente encontradas, assim como os
“Cactos”que merecem destaque pela quantidade e
por exibirem diversas formas e tamanhos ao longo
de toda a região, principalmente os “mandacarus”,
“facheiros”, “palmatórias” e “xiquexiques”.
Dentre as espécies terrestres e/ ou que epifitam as
árvores da região têm-se como exemplo as
“Bromélias” que além de atrativos florísticos
serem e como reservatórios de água para a fauna
Bomariaedulis. Espécie de ampla distribuição na área
18
local, a exemplo das “Tillandsias”,
“Hohenbergias” e “Aechmeas”.
Comumente espécies ícones são encontradas
acompanhando os meandros, nos pequenos riachos
e cursos d'água em toda região, dentre elas estão as
“barrigudas”, “pau d’arco roxo”, “frei-jorge”,
“craibeiras” e
“mulungus”. Nestes
trechos aparecem
também inúmeras
herbáceas,
principalmente
Ruellia asperula,
Ruellia geminiflora,
Sida cordifolia, Sida
plumosa,
Cnidosculusurens,
Crotonmoritibensis,
Euphorbia insulana,
entre outras que
recobrem o solo e na
época chuvosa
exibindo um arco íris de cores que atraem os
polinizadores.
A área contempla ainda a Estação Ecológica Curral
do Meio que resguarda um trecho de caatinga
arbórea, em excelente estado de conservação, onde
podem ser observadas
espécies características na
sua forma mais exuberante,
seja na altura e no diâmetro
dos indivíduos como também
na presença de um sub-
bosque denso. O riacho
intermitente que limita a
estação, o “riacho João
Gomes”, apresenta a mata
ciliar bem significativa e de
grande relevância e
desempenhando um papel
destacado na proteção do
ambiente aquático e na
manutenção da diversidade biológica da área de
influência.
A serra da Caiçara, representada pelo maciço
cristalino remanescente do planalto da Borborema
se destaca pela altitude elevada e mais de 2000
hectares de extensão. É uma área de grande
relevância pela presença de diversas tipologias de
vegetação que apesar de estarem bastante
modificadas, ainda conservam elementos
marcantes da vegetação nativa de outrora. As
encostas íngremes na porção leste da serra, onde as
condições climáticas são atípicas com relação à
umidade e temperatura, aparecem trechos de
“brejos de altitude”.
São encraves da
vegetação atlântica
que formam ilhas em
plena região
semiárida, cercadas
por vegetação de
caatinga. Há uma
semelhança de
espécies da flora
destes ambientes com
aquelas ocorrentes nos
trechos de mata
atlântica em Alagoas,
a exemplo de
Pouteriagardneriana, Byrsonimasericea,
Thyrsodiumskomburgianum, Ludwigiaoctovalvis,
Attaleaoleifera, Catasetumuncatum, dentre outras.
Nos afloramentos rochosos, expostos em toda a
serra, a flora específica se destaca entre os cactos,
arbustos, herbáceas e trepadeiras com flores de
colorido variado. Marsdenia
caatinga,
Mandevilladardanoi,
Tibouchinagardneri,
Loasarupestris,
Anthuriumaffine,
Begoniasaxicola, Ipomoea
brasiliana, Herissantia
crispa, e Evolvuluselegans,
assim como inúmeras
Asteraceae, Euphorbiaceae e
Fabaceae estão presentes.
A seguir, pode-se conferir a
lista preliminar das espécies ocorrentes nos
municípios contemplados pela unidade que denota
a grande biodiversidade existente, abrangendo uma
variabilidade de ambientes que merecem ser
preservados. Foi seguido o Checklist da flora de
Alagoas, elaborado por Lyra - Lemos et al, 2010.
Brejo de altitude no topo da Serra da Caiçara
Herbáceas floridas em trecho de Caatinga no
Município de Santana do Ipanema
19
Lista geral das espécies de plantas vasculares ocorrentes nos municípios de Santana do Ipanema,
Maravilha, Ouro Branco, Poço das Trincheiras e Canapi, estado de Alagoas, Brasil.
Família Nome científico Nome popular
Acanthaceae
Justicia aequilabris (Nees) Lindau
Justicia aequilabris (Nees) Lindau
Ruellia asperula (Mart. & Nees) Lindau
Ruellia geminiflora L.
Alstroemeriaceae Bomarea edulis (Tussac) Herb.
Amaranthaceae Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze
A. tenella Colla
Amaryllidaceae Habranthus sylvaticus Herb
Anacardiaceae
Myracrodruon urundeuva Allemão aroeira
Schinopsis brasiliensis Engl.
Spondias tuberosa Arruda umbu
Thyrsodium schomburgkianum Benth. cabotã
Apiaceae Spananthe paniculata Jacq.
Apocynaceae
Mandevilla dardanoi M.F. Sales, Kin.-
Gouv. & A.O. Simões
Marsdenia catingaee
Skytanthus hanconiifolius (A.DC.)
Miers
Araceae
Anthurium affine Schott folha -de-urubu
Lemna aequinoctialis Welw.
Philodendron acutatum Schott
P. bipinnatifidum Schott
Pistia stratiotes L.
Taccarum ulei Engl. & K.Krause
Arecaceae Attalea oleifera Barb.Rodr. palmeira
Syagrus coronata (Mart.) Becc. ouricuri
Aristolochiaceae Aristolochia birostris Duch. jarrinha
Asteraceae
Blainvillea acmella (L.) Philipson
Centratherum punctatum Cass.
Eclipta prostrata (L.) L.
Eupatorium sp.
Gamocheta americana (Mill.) Wedd.
Sonchus oleraceus L.
Trixis antimenorrhoea (Schrank) Kuntze
Verbesina macrophylla (Cass.)
S.F.Blake
Begoniaceae Begonia saxicola A.DC. begonia
Bignoniaceae
Amphilophium crucigerum (L.)
L.G.Lohmann
Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth.
&Hook.f. ex S.Moore craibera
Boraginaceae
Cordia glabrata (Mart.) A.DC.
C. trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. frei-jorge
Varronia dardani (Taroda) J.S.Mill
Bromeliaceae
Aechmea tomentosa Mez
Encholirium spectabile Mart. ex
Schult.f. macambira de flexa
Hohenbergia catingae Ule
Neoglaziovia variegata (Arruda) Mez macambira
Orthophytum disjunctum L.B.Sm.
Tillandsia gardneri Lindl.
20
Família Nome científico Nome popular T. loliacea Mart. ex Schult. & Schult.f.
T. recurvata (L.) L.
Burseraceae Commiphora leptohleos (Mart.)
J.B.Gillet imburana
Cactaceae
Cereus jamacaru DC. mandacaru
Harrisia adscendens (Gürke) Britton &
Rose
Melocactus zehntneri (Britton & Rose)
Luetzelb. coroa-de-frade
Pilosocereus gounellei (F.A.C.Weber)
Byles & Rowley xique-xique
Tacinga inamoena (K.Schum.)
N.P.Taylor &Stuppy palminha
T. palmadora (Britton & Rose)
N.P.Taylor & Stuppy palmatória
Capparaceae Cynophalla hastata (Jacq.) J.Presl icó
Celastraceae Maytenus rigida Mart bom-nome
Commelinaceae Aneilema brasiliense C.B.Clarke
Convolvulaceae
Evolvulus elegans Moric.
Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. &
Schult.
I. brasiliana Meisn.
I. hederifolia L.
Jacquemontia corymbulosa Benth.
J. evolvuloides Meisn.
Dioscoreaceae
Dioscorea campestris Griseb.
D. glandulosa (Griseb.) Kunth
D. hassleriana Chodat
Erythroxylaceae Erythroxylum catingae Plowman pimentinha
E. revolutum Mart.
Euphorbiaceae Croton heliotropiifolius Kunth
Fabaceae
Aeschynomene evenia C.Wright &
Sauvalle
Amburana cearensis (Allemão) A.C.Sm. imburana
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan
Bauhinia cheilantha (Bong.) Steud. mororó
Canavalia brasiliensis Mart. ex Benth.
Centrosema brasilianum (L.) Benth.
Desmanthus virgatus (L.) Willd.
Dioclea grandiflora Mart. ex Benth. olho de boi/mucunã
Erythrina velutina Willd. mulungu
Indigofera suffruticosa Mill.
Libidibia ferrea (Mart. ex Tul.)
L.P.Queiroz Pau-ferro
Poincianella pyramidalis (Tul.) L.P.
Queiroz catingueira
Rhynchosia minima (L.) DC.
Senegalia bahiensis (Benth.) Seigler&
Eb.
Chloroleucon foliolosum (Benth.)
G.P.Lewis
Senna macranthera (DC. ex Collad.)
H.S.Irwin & Barneby
S. occidentalis (L.) Link
21
Família Nome científico Nome popular S. splendida (Vogel) H.S.Irwin &
Barneby
Stylosanthes guianensis (Aubl.) Sw.
Tephrosia purpurea (L.) Pers.
Trischidium molle (Benth.) H.E.Ireland
Zornia brasiliensis Vogel
Z. myriadena Benth.
Loasaceae Loasa rupestris (Gardner) Weigend
Lythraceae Ammannia latifolia L.
Malpighiaceae
Byrsonima sericea DC. murici
Galphimia brasiliensis (L.) A.Juss.
Ptilochaeta bahiensis Turcz.
Stigmaphyllon ciliatum (Lam.) A.Juss.
Malvaceae
Ayenia erecta Mart. ex K.Schum.
Ceiba glaziovii (Kuntze) K.Schum.
Corchorus hirtus L.
Herissantia crispa (L.) Brizicky
H. tiubae (K.Schum.) Brizicky
Malvastrum coromandelianum Garcke
Melochia pyramidata L.
M. tomentosa L.
Pavonia cancellata (L.) Cav.
Pseudobombax marginatum (A.St.-Hil.)
A.Robyns barriguda
Sida ciliaris L.
S. cordifolia L.
S. galheirensis Urb.
S. jussieuana DC.
S. plumosa Cav.
S. spinosa L.
Sidastrum micranthum (A.St.Hil.)
Fryxell
S. paniculatum (L.) Fryxell.
Waltheria operculata Rose
W. rotundifolia Schrank
Melastomataceae Tibouchina gardneri (Naudin) Cogn
Meliaceae Cedrela odorata L.
Trichilia hirta L.
Molluginaceae Mollugo verticillata L.
Moraceae Ficus longifolia Schott gameleira
Myrtaceae
Campomanesia eugenioides (Cambess.)
Eugenia ligustrina (Sw.) Willd.
E. stictopetala Mart. ex DC.
Nyctaginaceae Boerhavia diffusa L.
Guapira laxa (Netto) Furlan
Onagraceae Ludwigia octovalvis (Jacq.) P.H.Raven
Orchidaceae
Alatiglossum barbatum (Lindl.) Baptista
Brassavola tuberculata Hook.
Catasetum uncatum Rolfe
Cohniella cebolleta (Jacq.) Christenson
Cyrtopodium saintlegerianum Rchb.f.
Habenaria petalodes Lindl.
Oeceoclades maculata (Lindl.) Lindl.
22
Família Nome científico Nome popular
Oxalidadaceae
Oxalis divaricata Mart. ex Zucc.
O. frutescens L.
O. glaucescens Norlind
Piperaceae Peperomia blanda (Jacq.) Kunth
Piper arboreum Aubl.
Plantaginaceae
Angelonia pubescens Benth.
A. salicariifolia Bonpl.
Bacopa monnieri (L.) Pennell
Callitriche deflexa A.Braun ex Hegelm.
Scoparia dulcis L.
Poaceae
Axonopus capillaris (Lam.) Chase
Cenchrus echinatus L.
Dactyloctenium aegyptium (L.) Willd.
Melinis minutiflora P.Beauv.
Neesiochloa barbata (Nees) Pilg.
Panicum venezuelae Hack.
Polygalaceae Polygala boliviensis A.W.Benn
Polygonaceae Ruprechtia laxiflora Meisn.
Pontederiaceae Heteranthera rotundifolia (Kunth)
Griseb.
Rhamnaceae
Alvimiantha tricamerata Grey-Wilson
Rhamnidium molle Reissek
Ziziphus joazeiro Mart. juazeiro
Rubiaceae
Borreria verticillata (L.) G.Mey.
Chiococca alba (L.) Hitch.
Cordiera sp.
Coutarea hexandra (Jacq.) K.Schum.
Diodella apiculata (Willd. ex Roem. &
Schult.) Delprete
Guettarda angelica Mart. ex Müll. Arg.
G. sericea Müll. Arg.
Leptoscela ruellioides Hook.f.
Mitracarpus salzmannianus DC.
Randia armata (Sw.) DC.
Richardia scabra L.
Rutaceae Balfourodendron molle (Miq.) Pirani
Zanthoxylum sp. limãozinho
Sapindaceae
Allophylus quercifolius (Mart.) Radlk.
Averrhoidium gardnerianum Baill.
Cardiospermum halicacabum L.
Sapotaceae Pouteria gardneriana (A.DC.) Radlk. pau de leite
Sideroxylon obtusifolium (Roem. &
Schult.) quixabeira
Solanaceae
Brunfelsia uniflora (Pohl) D.Don
Capsicum parvifolium Sendtn.
Nicandra physalodes (L.) Gaertn.
Nicotiana glauca Graham
Solanum agrarium Sendtn.
S. americanum Mill.
Turneraceae
Piriqueta racemosa (Jacq.) Sweet
Turnera calyptrocarpa Urb.
T. chamaedrifolia Cambess.
T. pumilea L.
T. subulata Sm.
23
Família Nome científico Nome popular
Verbenaceae
Lantana camara L.
L. canescens Kunth
Lippia grata Schauer
L. origanoides Kunth
Vitaceae Cissus blanchetiana Planch.
Flor-do-guarujá ou Chanana
Turnera subulata Sm.
Autor: Esdras Andrade
24
3.2.2 Fauna
A área proposta para a APA da Serra da Caiçara
está inserida na Caatinga, um bioma que apresenta
características físicas e biológicas particulares. A
diversidade e distribuição da fauna na região
sofrem intensamente a influência do clima, que
consequentemente afeta a disponibilidade de
recursos hídricos e alimentares. Adicionalmente, a
vegetação e geomorfologia compreendida pela
delimitação da APA da Serra da Caiçara também
têm influência na diversidade de espécies na
região. Essa diversidade de recursos favorece a
movimentação de fauna entre essas áreas.
Estudos em escala local sobre a fauna da Caatinga
ainda são escassos, sendo mais concentrados em
áreas mais próximas aos grandes centros. Há
vazios de conhecimento sobre a fauna da Caatinga
que precisam ser preenchidos visando à elaboração
de estratégias de conservação. Até pouco tempo
acreditava-se que a diversidade da fauna seria
muito baixa devido às condições ambientais
(VANZOLINI et al., 1980; ANDRADE-LIMA,
1982; PRANCE, 1987), porém esse assunto é
superado e há ocorrência de diversas espécies
endêmicas, que só ocorrem neste bioma, e/ou
ameaçadas de extinção.
É sabido que o alto nível de fragmentação e
degradação dos remanescentes da região seleciona
e favorece a ocorrência de espécies com hábitos
mais generalistas, ou seja, que são pouco exigentes
quanto à qualidade do habitat, apresentando
hábitos alimentares variados, altas taxas de
crescimento e alto potencial de dispersão.
Recomendamos a realização de levantamentos
sistemáticos de fauna que contemple anfíbios,
répteis, aves e mamíferos, com a finalidade de se
obter dados mais acurados sobre a diversidade
existente na UC proposta visando subsidiar ações
de manejo e conservação principalmente de
espécies ameaçadas que potencialmente ocorrem
ali.
3.2.2.1 Avifauna (aves)
Segundo Araujo e Rodrigues (2011), há registros
de ocorrência de cerca de 100 espécies de aves na
região do entorno da
BR 316 nos trechos
entre os municípios de
Mata Grande e
Canapi, este último
adjacente a Ouro
Branco. Considerando
que as regiões
possuem atributos
similares, pode-se
considerar que as
mesmas ocorram na
região da Serra da
Caiçara, com poucas
diferenças quando se
considera a região de
maior altitude da serra.
Na região, foi observada maior riqueza de espécies
na estação chuvosa, com maior abundância do
polícia-inglesa-do-sul Sturnellasuperciliaris
(BONAPARTE, 1850), bem-te-vi
Pitangussulphuratus (LINNAEUS, 1766), tico-tico
Zonotrichiacapensis
(STATIUS MULLER,
1776) e
TipioSicalisluteola
(SPARRMAN, 1789),
todas espécies de
hábito
“independente”, ou
seja, não possuem
ocorrência dependente
de ambientes
florestais, sendo
encontradas em
campos abertos
(ARAUJO E
RODRIGUES, 2011).
O casaca-de-couro Pseudoseisuracristata, o
golinho Sporophilaalbogularis, o galo-de-campina
Paroaria dominicana (LINNAEUS, 1758) e o asa-
de-telha Agelaioidesfringillarius também são
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
25
abundantes na região e ainda são endêmicos do
Nordeste, ou seja, são espécies de distribuição
restrita para essa região, sendo observados com
frequência na vistoria realizada em agosto de 2017.
No estudo de Araújo e Rodrigues (2011), foi
estimada uma riqueza específica de 120
indivíduos, o que se compara a outros estudos na
Caatinga, com exceção dos estudos em UCs, que
apresentam uma riqueza maior, acima de 150
espécies. Esse fator confere importância às áreas
mais conservadas no interior da UC proposta,
como a própria serra da caiçara, as serras de Poço
das Trincheiras, e ao sul da UC proposta, a região
mais florestada do povoado Marcação, devendo
estas serem classificadas como Zona Silvestre, no
caso das que possuem maior graus de integridade,
ou Zona de Proteção, para as que possuem grau
mínimo de intervenção.
No site Wikiaves não há muitos registros de
observação de aves nos três municípios abrangidos
pela UC proposta. Para Ouro Branco são quatro
espécies, Maravilha, duas espécies e Poço das
Trincheiras, cinco espécies. No entanto merece
destaque o registro da água-chilena Geranoaetus
melanoleucus nas serras do município de Poço das
Trincheiras, um gavião com ocorrência em toda a
América do sul, porém registrada em apenas quatro
municípios do Estado de Alagoas.
Espécies ameaçadas com ocorrência para a
Caatinga de Alagoas:
Duas espécies de aves, o Pica-pau-anão-canela
(Picumnus fluvescens) e o Chorózinho-da-caatinga
(Herpsilochmus sellowi) estão classificados como
espécies "Quase Ameaçadas" pela IUCN;
Uma espécie de ave, o pintassilgo-do-nordeste
(Sporagra yarrellii) está classificada como
"Vulnerável” pela "Lista Nacional Oficial de
Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção"
(MMA, 2014);
Uma espécie de ave, a sabiázinha (Conopophaga
lineata cearae) está classificada como "Em perigo”
pela "Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna
Ameaçadas de Extinção" principalmente devido à
perda de habitat;
Espécies como Papagaio-verdadeiro (Amazona
aestiva) e águia-chilena (Geranoaetus
melanoleucus), foram descritos em Serras
localizadas na Caatinga do Estado, sendo
consideradas prioritárias para a conservação
devido as poucas localidades de registro em
Alagoas e à perda, fragmentação e degradação de
habitat nestes locais.
Pica-Pau-Anão-Canela
Picumnus fulvescens
Autor: Murilo Nascimento
26
3.2.2.2 Herpetofauna (anfíbios e répteis)
Os diferentes micro-habitats encontrados nos
remanescentes inseridos na UC proposta,
favorecem ainda a diversidade de herpetofauna
(anfíbios e répteis). A abundância de recursos
hídricos nas serras, como nascentes, riachos e
barramentos propiciam ambientes favoráveis à
sobrevivência destes
animais mesmo durante a
estação seca.
Embora historicamente a
Caatinga tenha sido
considerado um domínio
pobre e pouco diverso
(MARES et al., 1985),
estudos recentes vêm
revelando que na verdade
existe um grande déficit
de conhecimento
(RODRIGUES, 2003; ALBUQUERQUE et al.,
2012; ROBERTO et al., 2013; PEDROSA et
al.,2014; ALMEIDA et al., 2016) e que certamente
sua diversidade ainda é subestimada. Em Alagoas
este é certamente o cenário, pois apenas 43,3% dos
municípios situados na Caatinga apresentam algum
registro de anfíbio (ALMEIDA et al., 2016).
Estudos realizados na Serra das Mãos, situada em
uma região próxima e também inserida no bioma
Caatinga, registrou uma riqueza de 43 espécies de
anfíbios anuros, onde oito são típicas do deste
bioma. Merecem destaque os registros de
Pleurodema diplolister (PETERS, 1870) e
Proceratophrys cristiceps (MULLER, 1884) com
ocorrência apenas para regiões secas do nordeste
do Brasil e atualmente encontram-se ameaçadas
pela perda de habitat.
Para “répteis” 53 espécies
foram registradas para a
mesma área, sendo 21
típicas do bioma Caatinga,
destacando-se
Amphisbaena lumbricalis
(VANZOLINI, 1996) que
se encontra na lista
vermelha de espécies
ameaçadas da IUCN com
o status de dados
insuficientes devido à falta de informações sobre
sua ecologia e status de conservação e Tropidurus
cocorobensis (RODRIGUES, 1987) que possui
distribuição restrita para a Caatinga ocorrendo da
Bahia até Alagoas.
Novas espécies de anfíbios e “répteis” foram
identificadas e descritas neste estudo, reforçando a
importância de pesquisas de caracterização
faunística em áreas de Caatinga e ampliando a
importância ecológica e taxonômica da área.
3.2.2.3 Mastofauna (mamíferos)
A Caatinga possui o registro de cerca de 140
espécies de mamíferos,
dos 652 registrados para o
território brasileiro. Entre
as espécies da Caatinga,
10 são endêmicos e 10
ameaçados de extinção.
De um modo geral, a
Caatinga apresenta uma
baixa diversidade de
mamíferos quando
comparado a outros
biomas brasileiros, atrás
inclusive do Cerrado, com
159 espécies.
Quanto aos mamíferos, os
mais comuns na região são
espécies generalistas como
as raposas Cerdocyon
thous, ratos e marsupiais
como o cassaco Didelphis
albiventris. A existência
do habitat aquático pode
favorecer a existência do
mão-pelada/guaxinim
Procyon cancrivorus.
Deve ser enfatizada ainda
a importância da
Catenga (Tropidurus cocorobensis)
Gato-maracajá (Leopardus wiedii)
27
vegetação para a quiropterofauna (morcegos), que
tem papel importante na polinização e dispersão de
sementes.
Entrevistas com a população local registraram a
ocorrência de carnívoros como gato-maracajá
(Leopardus wiedii), jaguatirica (L. tigrinus),
camgambá (Conepatus semistriatus) e de
herbívoros da ordem Artiodactyla como veado-
catingueiro (Mazama gouazoubira). Esses registros
indicam boa qualidade ambiental da área, uma vez
que esses são extremamente sensíveis à
fragmentação e degradação de seu habitat natural
constituindo assim espécies bioindicadoras.
A descrição da presença de roedores os quais não
foram identificados deixa claro a necessidade da
proteção da área para futuros estudos por existir a
possibilidade de espécies não descritas
cientificamente e endêmicas na área;
Relatos de atos de caça na região foram descritos
na publicação do inventário inclusive com as
espécies sensíveis supracitadas podendo ocasionar
na extinção local das espécies.
Veado-catingueiro
Mazama gouazoubira
Autor: Wilfredo Koehler
28
3.3 Meio socioeconômico
A proposta da APA da Serra da Caiçara abrange parcialmente 5 municípios cuja descrição temos a
seguir:
3.3.1 Santana do Ipanema
Foi primitivamente chamado Santana da Ribeira do
Ipanema, por estar situado à margem do rio
Panema ou Ipanema. Ipanema é palavra indígena:
ypanema - água ruim, imprestável. Passou a
chamar- se, depois, Santana do Ipanema. Através
da Resolução de nº 681, de 24 de abril de 1875,
tornou-se vila e pelo artigo 6º da mesma Lei foi
desmembrado do território de Traipú. A Lei nº
893, de 31 de maio de 1921, elevou-a a categoria
de cidade (Perfil Municipal, 2014).
Em Santana do Ipanema, a proposta abrange cerca
de 63,13 % (27.648,583 hectares) da área total do
município de Santana (43.794,675 hectares), o
município possui uma população, segundo dados
de 2010 do IBGE, de 44.932 habitantes, com
predominância da religião católica; sua pirâmide
etária possui base larga e topo estreito,
identificando uma população jovem seguindo os
padrões nacionais.
Com IDHM de 0,591, considerado baixo pelo
PNUD (Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento), o município possui 518
empresas atuantes que ocupa 10,7% da população
com salário médio dos trabalhadores formais
girando em torno de 1,7 salários mínimos, no
entanto o percentual da população com rendimento
mensal per capita de até ½ salário mínimo é de
51,7%. Relativo à Educação, no ano de 2010,
95,7% das crianças na faixa etária entre 6 a 14
anos de idade estavam escolarizadas.
O município em 2015 possuía 52 escolas de ensino
fundamental e 10 escolas de ensino médio. Na
área da saúde, possui 27 estabelecimentos de saúde
do SUS (Sistema Único de Saúde), com uma taxa
de mortalidade infantil de 17,65 óbitos por mil
nascidos vivos. 9,5% de suas vias públicas são
urbanizadas, e apenas 5,8% da sua área possuem
esgotamento sanitário adequado (IBGE,
2010/2015).
Verificou-se ainda que a área proposta que faz
parte do município abrange 21 localidades, de
nomes:Baixio, Alto do Tirano, Camoxinga dos
Teodózios, Barroso, Caracol, Velho Amaro,
Riachão Pedro Dica, Cedro, Riacho do Mocambo,
Olho-d'água Grande, Jacaré, Pedra-d'água, Lagoa
Torta, Roçadinho, Jiquiri, Ciro, Puxinana, Olho-
d'água, Jaqueira, Pé da Serra e Cajarana.
3.3.2 Poço das Trincheiras
A denominação do município vem do fato de ter
existido um grande poço - hoje aterrado - próximo
ao rio Ipanema. No local foram construídas
trincheiras de pedra, para que a população pudesse
se defender de um possível ataque holandês. A Lei
2.100, de 15 de julho de 1958, concedeu
autonomia administrativa ao povoado, com
território desmembrado de Santana do Ipanema. A
instalação oficial aconteceu no dia 20 de janeiro de
1959 (IBGE,2016).
Em Poço das Trincheiras, a APA Abrange cerca de
64,77% (25.537,302 ha) da área total do Município
(39.427,234 ha), que possui uma população de
13.872 habitantes predominantemente católica,
jovem, e com trabalhadores formais ganhando em
média 2 salários mínimos nas 38 empresas
29
atuantes. No entanto, mais da metade de sua
população (59,8%) possui rendimento mensal per
capita de até ½ Salário mínimo.
Sobre a educação no município, 97 % das crianças
entre 6 e 14 anos de idade estão na escola, nas
quais o município possui 15 escolas de ensino
fundamental e apenas 2 de ensino médio. O
município conta com 9,4% de seu território
urbanizado, dos quais 3,4% apresentam
esgotamento sanitário adequado.
Poço das Trincheiras dispõe de 10
estabelecimentos de saúde do SUS, e em 2014
possuía uma das maiores taxas de mortalidade
infantil do estado, com 29,56 óbitos por mil
nascidos vivos (8ª colocada no ranking). (IBGE,
2010/2015).
Verificou-se ainda que a área proposta que faz
parte do município abrange 22 localidades, de
nomes: Malhada da Emburana, Pé da Serra,
Camoxinga, Pedra-d'agua, Poço Salgado, Moita,
Lipuios, Povoado Caracol, Povoado Guari, Serra
do Poço, Povoado Patos, Jose Joaquim, Boqueirão,
Saco do Gonzaga, Santa Maria, Minação, Caiçara,
Viana, Barro Vermelho, Pratos, Imbuzeiro e Alto
do Boi.
No supracitado município ainda foi verificado,
segundo dados do Governo de Alagoas (Alagoas
em Mapas) e INCRA (Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária), a presença de
três comunidades quilombolas reconhecidas, são as
comunidades do Alto do Tamanduá, Jacu e Mocó.
3.3.3 Ouro Branco
O povoado de Ouro Branco começou a surgir por
volta de 1830, com a chegada, vindo de Minas
Gerais, do Sr. Domingos Gomes, que comprou
terras. E por convicções religiosas construiu uma
capela para Santo Antônio. No entanto, o primeiro
ato religioso só ocorre em 1881, pelo padre João
Pacífico Branco. Decorridos alguns anos,
Domingos Gomes regressou à Minas Gerais,
porém seu filho, Francisco Gomes, conhecido
como Chicão, resolveu permanecer no local. Em
1901 foi elevado à categoria de vila. Sofreu
ataques de bandos de cangaceiros chefiados por
Antônio Purcino e Lampião.
O povoado cresceu e passou a denominar-se Olho
d’Água do Chicão. Com a chegada à localidade de
Antônio Giló de Campos (Veio a ser Líder
comunitário e dono de mercearia no povoado de
Chicão), o mesmo escolheu um novo topônimo
para a futura cidade. Batizou-a com o nome de
Ouro Branco, impressionado com a brancura das
imensas plantações de algodão que se estendiam
pela região. Sua emancipação foi conseguida
através da Lei nº 2.445, de 17 de maio de 1962,
ocorrendo sua instalação oficial a 21 de junho do
mesmo ano, com território desmembrado de
Santana do Ipanema. (Perfil Municipal, 2014)
O município de Ouro Branco possui uma área em
torno de 19.656,018 ha, onde a proposta da Serra
da Caiçara abrange cerca de 14,75% (2.899,509
ha) desta área. Segundo dados do censo, o
município possuía em 2010 uma população de
10.912 habitantes, dos quais 53% tem rendimento
mensal per capita de até ½ salário mínimo.
Na área da educação, em 2010, 95,6% das crianças
entre 6 e 14 anos estavam escolarizadas nas 24
escolas de ensino fundamental, o município ainda
conta com 1 escola de ensino médio. Com IDHM
de 0,547 considerado baixo pela classificação do
PNUD, Ouro Branco possuía em 2009 seis
estabelecimentos de Saúde do SUS e em 2014 foi
verificado uma taxa de mortalidade infantil de
12,99 óbitos por mil nascidos vivos. Sobre seu
território, segundo levantamento de 2010, 0,4% é
urbanizada e 3,4% possuem esgotamento sanitário
adequado.
30
3.3.4 Maravilha
O topônimo original de Maravilha foi Cova dos
Defuntos, pois existia no local uma grande cova
comum, onde eram sepultados os mortos da
violenta epidemia de cólera que enlutou milhares
de famílias no Nordeste naquela época. Eram
enterradas ali as vítimas das cidades vizinhas. Um
sacerdote, de passagem pelo lugarejo, exclamou:
“Este lugar ainda será uma maravilha”. Sua
expressão ficou gravada na mente dos habitantes
do povoado e serviu, mais tarde, para dar nome à
cidade que crescia. Em 1930 em substituição ao
templo original foi erguida a igreja que hoje serve
como Matriz. Sua elevação à condição de
município autônomo ocorreu por força da Lei nº
2.102, de 17 de julho 1958, sendo instalado
oficialmente a 02 de janeiro de 1959, com
território desmembrado de Santana do Ipanema
(Perfil Municipal, 2015).
Em Maravilha, se encontra a maior área de
predominância da APA, ela abrange 89,248 %
(29.662,938 ha) da área total do município
(33.236,199 ha). Com população de 10.284
habitantes, segundo o último censo, o município
conta com 56 empresas atuantes que ocupa 4,7%
da população (IBGE,2015), no entanto, 54,9% da
população possui rendimento per capita de até ½
salário mínimo.
Na área da educação existem, segundo
levantamento de 2015, nove escolas de ensino
fundamental e uma de ensino médio, nas quais
97,4% das crianças na faixa etária entre 6 e 14
anos estavam escolarizadas. Com IDHM de 0,569,
considerado baixo pela classificação do PNUD, o
município possui 12 estabelecimentos de saúde do
SUS e uma taxa de mortalidade infantil de 21,9
óbitos por mil nascidos vivos. Enquanto que do
total da área de seu território, 12,2% é urbanizada e
13,1% possuem esgotamento sanitário adequado.
Verificou-se ainda que a área proposta que faz
parte do município abrange 9 localidades, de
nomes: Cachoeira, Lagoa Bonita, Ouricuri, Tigre,
Marcação, Boa Vista, Lagoa do Touro e São
Cristovão.
3.3.5 Canapi
Segundo dados oficiais do Governo do Estado de
Alagoas, o atual município de Canapi teve origem
de uma propriedade denominada Cavalo Morto,
pertencente a Cipriano Gomes da Silva. A casa
grande da fazenda situava-se onde hoje se encontra
edificada a sede municipal. Quando Cipriano
Gomes da Silva chegou, já residia, um pouco mais
afastado do local, um outro morador, de nome
Joaquim Tetê, considerado como o verdadeiro
pioneiro na colonização de Canapi - topônimo
dado devido ao rio que passa próximo a sede.
O povoamento se deu graças a construção da BR-
316, que trouxe diversos trabalhadores para a
região. Mais tarde foi implantado uma feira aos
domingos em Canapi, que despertou o interesse
dos moradores da região e dos vizinhos. Mata
Grande, a quem pertencia o território, começou a
olhar com ciúme o progresso vertiginoso de
Canapí. Sua autonomia administrativa foi
alcançada pela Lei nº 2.461, de 22 de agosto de
1962, ocorrendo a instalação oficial a 20 de
novembro do mesmo ano, desmembrado do
território de Mata Grande.
Em Canapi, se encontra a menor área de
predominância da APA, neste município que
possui área territorial de 60.268,685 ha, a proposta
da APA abrange 5.769,167 ha, apenas 9,572 % da
área total de Canapi. Com uma população de
17.250 habitantes, 70 empresas atuantes ocupam
cerca de 3,7% a população, e 55,7% da população
possui um rendimento mensal per capita de até ½
salário mínimo (IBGE,2010/2015).
Na área da educação o município possui 29 escolas
de ensino fundamental e 1 escola de ensino médio,
nas quais 97,5% das crianças entre 6 e 14 anos em
31
2010 se encontravam escolarizadas. Canapi possui
um IDHM de 0,506, considerado baixo pela
classificação do PNUD. O município conta
segundo dados de 2009 com 11 estabelecimentos
de saúde do SUS e uma taxa de mortalidade de
15,5 óbitos por mil nascidos vivos. Seu território,
segundo dados de 2010 não possui urbanização das
vias públicas e possui 6,2% do seu território com
esgotamento sanitário adequado.
Verificou-se ainda que a área proposta que faz
parte do município abrange 2 localidades, de
nomes: Capiá e Carié dos Gaias.
Serra do Carié, Canapi-AL
Fonte: Wikimedia.org
Área urbana de Santana do Ipanema
Fonte: Thiago de França Amorim
32
4 Justificativas e
Considerações
criação de uma UC promove ao território
novas diretrizes e usos com foco nos
objetivos de sua criação. Algumas dessas
diretrizes reforçam a necessidade de proteção de
ecossistemas ou de espécies. Outras são
direcionadas mais especificamente ao modo de
vida e uso dos recursos ambientais que o homem
promove na área.
No caso da proposta da APA da Serra da Caiçara,
temos os três principais objetivos de criação:
a) Proteção dos Sítios Arqueológicos e Paleontológicos
inseridos na área proposta;
b) Proteção dos remanescentes de vegetação nativa nas
áreas serranas, configurando ambientes propícios
aos brejos de altitude, refúgio para a fauna nativa e
de retenção hídrica;
c) Apoio ao desenvolvimento sustentável da região,
com foco nas alternativas de uso do solo,
conservação dos recursos ambientais e
desenvolvimento econômico do sertão alagoano com
foco nos atributos ambientais, culturais, turísticos e
regionais.
Esses objetivos foram idealizados a partir de
diversas considerações técnicas e atributos que se
configuram como importantes justificativas para a
criação da APA, sendo eles:
✓ A descoberta de diversos sítios
arqueológicos e paleontológicos na região,
envolvendo o vale do rio Ipanema e boa
parte do pediplano presente na poligonal
proposta, com a presença de fósseis de
animais em bom estado de conservação, o
que se configura num importantíssimo
fator de conservação e proteção dessas
áreas para estudos, pesquisa e visitação
turística;
✓ A possibilidade de novas descobertas de
sítios ainda é alta segundo os
pesquisadores da UFAL, o que torna
necessário garantir a integridade de áreas
com características propícias a existência
de fósseis;
✓ A presença dos sítios, a paisagem regional,
a existência do Museu Paleontológico na
cidade de Maravilha, dentre outros
atrativos reforça um alto potencial turístico
a ser explorado. O turismo científico,
histórico e ecológico seriam excelentes
alternativas para incremento econômico da
região;
✓ O uso do solo indiscriminado próximo à
área dos sítios ou com potencial a
existência de fósseis deve ser orientado
com alternativas de menor impacto;
✓ O município de Santana do Ipanema foi
apontado por estudos do IMA como o
município sertanejo com maior área de
remanescentes vegetais em relação ao seu
A
33
território. A grande maioria está
concentrada nas áreas serranas e em áreas
elevadas, formando diversas vezes,
corredores de extrema importância para a
fauna nativa;
✓ O município de Santana do Ipanema
também possui 3 Reservas Particulares do
Patrimônio Natural (RPPNs) e uma
Estação Ecológica, a Curral do Meio, de
administração estadual. Isso reforça a
possibilidade da existência de um mosaico
de UCs importante na região com a criação
da APA;
✓ O município de Poço das Trincheiras
também detém importantes remanescentes
florestais nas áreas serranas e marginais ao
rio Ipanema que, devido a sua posição
adjacente a Santana do Ipanema,
representam áreas com alto potencial a
conservação ambiental;
✓ A serra da Caiçara é conhecida como um
dos pontos mais altos da região e detentora
de áreas úmidas, os brejos de altitude,
configurando como um refúgio ecológico.
Nessa área a importância da conservação é
alta devido aos processos ambientais que
se instalaram ali, em especial, a infiltração
das águas, que permitiram durante as secas
dos anos anteriores serem amenizadas com
a presença de água vinda da serra;
✓ A região tem-se mostrado importante rota
de migração de aves e refúgio e local de
reprodução da fauna. A proteção de áreas
nativas presentes nas serras e morros é de
vital importância para a existência desses
animais;
✓ O uso do solo e a ocupação desordenada
presentes na Serra da Caiçara são hoje o
principal impacto verificado na proposta.
Dentre as práticas mais danosas está o uso
do fogo na serra para limpeza do terreno
que por várias vezes se alastra e atinge
áreas nativas. O uso de agrotóxicos e
pesticidas também foi verificado e mais
recentemente, a ocupação massificada do
sopé da serra são fatores que levam a
atenção e necessidade de um uso do solo
consciente e regulamentado;
✓ A unidade proposta abrange uma área com
características socioculturais que devem
ser preservadas do ponto de vista das
manifestações culturais, do uso sazonal
sustentado do solo, dos saberes e
conhecimento tradicional;
✓ O uso tradicional do solo que envolve o
uso do fogo, o desmatamento de forma
indiscriminada dentre outros nocivos deve
ser orientado a boas práticas ambientais.
Essa necessidade visa apoiar a população a
novas técnicas e atitudes positivas quanto
ao uso dos recursos ambientais;
✓ O apelo paisagístico ao turismo rural é
evidente na região, podendo ser
incrementado com os apelos histórico,
cultural, ambiental e científico, gerando
novas possibilidades de exploração pelo
poder público e sociedade;
✓ As Áreas de Preservação Permanente
(APPs) por si só já são protegidas por
força do Código Florestal. Com a criação
da APA e as atividades de gestão, espera-
se um incremento informativo e de
atividades com foco na proteção das APPs.
34
5 Conclusão
reconhecimento da APA da Serra da
Caiçara apresenta uma necessidade de
promover a proteção de atributos do
sertão alagoano, importantes para as diversas áreas
envolvidas e dependentes da conservação, tais
como a ambiental, econômica, social, cultural e
turística.
Conservar uma área onde foram descobertos os
fósseis de seres que viveram na região em eras pré-
históricas confere uma situação prioritária para o
reconhecimento de uma UC. Com isso, normas e
regras específicas para essas áreas devem ser
estabelecidas visando a proteção dos sítios.
A expansão do uso do solo em áreas de APP para a
pecuária e agricultura ainda continuam a ameaçar a
cobertura vegetal remanescente. O pasto e as
lavouras temporárias estão presentes onde
predominam feijão, milho e mandioca bem como a
palma forrageira. Certamente todo o contexto
florístico remanescente deve ser preservado e as
unidades de conservação desempenham um
importante papel para proteger áreas relevantes
visando resguardar a biodiversidade e
consequentemente a manutenção da vida humana
que dela depende para obter seus recursos para sua
subsistência.
Segundo dados do IMA, o Bioma Caatinga em
Alagoas detém aproximadamente 1% de sua área
protegida por UCs. O que leva a um estado
prioritário a concretização de uma proposta de
criação de uma UC na região, a qual possa suprir e
alterar positivamente esse dado, além de servir de
catalizador para ações e projetos em diversas áreas,
movimentando a economia e beneficiando os
municípios envolvidos.
Dessa forma, a proposta de criação da APA da
Serra da Caiçara se enquadra como importante
fator de equalização das atividades humanas na
região com a conservação dos recursos e áreas
frágeis e importantes para os processos ambientais
extremamente necessários para o próprio homem.
Essas áreas são responsáveis pela existência de
água, a biodiversidade e compõem os atrativos
naturais que têm alto potencial atrativo para o
ecoturismo.
O
35
6 Referências e
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Adotadas
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7 Anexos
39
Memorial Descritivo
Unidade de Conservação: Área de Proteção Ambiental (APA) da Caiçara
Município: Canapi, Maravilha, Ouro Branco, Poço das Trincheiras e Santana do Ipanema
Área: 91.517,5617 ha (915,1756 km²)
Perímetro: 188,51 km
Inicia-se a descrição deste perímetro no vértice P1, definido pelas coordenadas E: 712.398,420 m e
N: 8.973.125,380 m com azimute 212° 56' 32,05'' e distância de 2.375,76 m até o vértice P2, definido pelas
coordenadas E: 711.106,500 m e N: 8.971.131,600 m com azimute 285° 56' 12,60'' e distância de 1.231,64
m até o vértice P3, definido pelas coordenadas E: 709.922,200 m e N: 8.971.469,780 m com azimute 216°
06' 55,17'' e distância de 1.376,52 m até o vértice P4, definido pelas coordenadas E: 709.110,860 m e N:
8.970.357,780 m com azimute 152° 15' 21,40'' e distância de 1.464,48 m até o vértice P5, definido pelas
coordenadas E: 709.792,610 m e N: 8.969.061,660 m com azimute 186° 56' 12,93'' e distância de 1.020,89
m até o vértice P6, definido pelas coordenadas E: 709.669,310 m e N: 8.968.048,240 m com azimute 238°
18' 13,05'' e distância de 337,46 m até o vértice P7, definido pelas coordenadas E: 709.382,180 m e N:
8.967.870,930 m com azimute 214° 39' 36,00'' e distância de 1.644,17 m até o vértice P8, definido pelas
coordenadas E: 708.447,130 m e N: 8.966.518,530 m com azimute 167° 14' 34,36'' e distância de 515,54 m
até o vértice P9, definido pelas coordenadas E: 708.560,970 m e N: 8.966.015,720 m com azimute 202° 24'
00,70'' e distância de 758,20 m até o vértice P10, definido pelas coordenadas E: 708.272,040 m e N:
8.965.314,730 m com azimute 251° 51' 26,03'' e distância de 2.614,41 m até o vértice P11, definido pelas
coordenadas E: 705.787,610 m e N: 8.964.500,640 m com azimute 233° 34' 43,86'' e distância de 1.804,38
m até o vértice P12, definido pelas coordenadas E: 704.335,670 m e N: 8.963.429,350 m com azimute 258°
45' 25,93'' e distância de 1.959,92 m até o vértice P13, definido pelas coordenadas E: 702.413,360 m e N:
8.963.047,230 m com azimute 244° 07' 22,18'' e distância de 2.097,23 m até o vértice P14, definido pelas
coordenadas E: 700.526,420 m e N: 8.962.131,910 m com azimute 173° 37' 30,25'' e distância de 1.296,81
m até o vértice P15, definido pelas coordenadas E: 700.670,410 m e N: 8.960.843,120 m com azimute 115°
57' 48,52'' e distância de 1.894,62 m até o vértice P16, definido pelas coordenadas E: 702.373,810 m e N:
8.960.013,660 m com azimute 111° 43' 44,11'' e distância de 2.235,32 m até o vértice P17, definido pelas
coordenadas E: 704.450,300 m e N: 8.959.186,110 m com azimute 220° 55' 57,60'' e distância de 124,72 m
até o vértice P18, definido pelas coordenadas E: 704.368,590 m e N: 8.959.091,890 m com azimute 229° 19'
58,36'' e distância de 315,32 m até o vértice P19, definido pelas coordenadas E: 704.129,420 m e N:
8.958.886,410 m com azimute 238° 23' 34,62'' e distância de 249,14 m até o vértice P20, definido pelas
coordenadas E: 703.917,240 m e N: 8.958.755,840 m com azimute 238° 23' 39,66'' e distância de 202,68 m
até o vértice P21, definido pelas coordenadas E: 703.744,620 m e N: 8.958.649,620 m com azimute 226° 20'
18,90'' e distância de 310,87 m até o vértice P22, definido pelas coordenadas E: 703.519,730 m e N:
8.958.435,000 m com azimute 181° 50' 29,83'' e distância de 104,86 m até o vértice P23, definido pelas
coordenadas E: 703.516,360 m e N: 8.958.330,190 m com azimute 159° 56' 16,01'' e distância de 394,76 m
até o vértice P24, definido pelas coordenadas E: 703.651,780 m e N: 8.957.959,380 m com azimute 189° 22'
28,57'' e distância de 179,32 m até o vértice P25, definido pelas coordenadas E: 703.622,570 m e N:
8.957.782,450 m com azimute 197° 53' 07,69'' e distância de 168,83 m até o vértice P26, definido pelas
coordenadas E: 703.570,720 m e N: 8.957.621,780 m com azimute 193° 48' 07,13'' e distância de 547,52 m
até o vértice P27, definido pelas coordenadas E: 703.440,100 m e N: 8.957.090,070 m com azimute 203° 01'
20,43'' e distância de 150,68 m até o vértice P28, definido pelas coordenadas E: 703.381,170 m e N:
8.956.951,390 m com azimute 193° 35' 11,93'' e distância de 557,90 m até o vértice P29, definido pelas
coordenadas E: 703.250,110 m e N: 8.956.409,100 m com azimute 274° 18' 41,53'' e distância de 712,83 m
até o vértice P30, definido pelas coordenadas E: 702.539,300 m e N: 8.956.462,690 m com azimute 274° 18'
18,06'' e distância de 616,79 m até o vértice P31, definido pelas coordenadas E: 701.924,250 m e N:
8.956.508,990 m com azimute 274° 18' 44,38'' e distância de 2.688,67 m até o vértice P32, definido pelas
coordenadas E: 699.243,190 m e N: 8.956.711,160 m com azimute 274° 18' 50,85'' e distância de 872,85 m
até o vértice P33, definido pelas coordenadas E: 698.372,810 m e N: 8.956.776,820 m com azimute 280° 18'
14,82'' e distância de 210,37 m até o vértice P34, definido pelas coordenadas E: 698.165,830 m e N:
8.956.814,450 m com azimute 275° 52' 06,69'' e distância de 322,36 m até o vértice P35, definido pelas
coordenadas E: 697.845,160 m e N: 8.956.847,410 m com azimute 261° 53' 23,05'' e distância de 163,38 m
40
até o vértice P36, definido pelas coordenadas E: 697.683,410 m e N: 8.956.824,360 m com azimute 261° 54'
17,23'' e distância de 181,16 m até o vértice P37, definido pelas coordenadas E: 697.504,060 m e N:
8.956.798,850 m com azimute 236° 30' 08,19'' e distância de 135,49 m até o vértice P38, definido pelas
coordenadas E: 697.391,070 m e N: 8.956.724,070 m com azimute 328° 48' 20,46'' e distância de 270,63 m
até o vértice P39, definido pelas coordenadas E: 697.250,900 m e N: 8.956.955,570 m com azimute 326° 16'
21,64'' e distância de 255,92 m até o vértice P40, definido pelas coordenadas E: 697.108,800 m e N:
8.957.168,420 m com azimute 307° 06' 22,54'' e distância de 72,24 m até o vértice P41, definido pelas
coordenadas E: 697.051,190 m e N: 8.957.212,000 m com azimute 343° 55' 49,33'' e distância de 170,41 m
até o vértice P42, definido pelas coordenadas E: 697.004,020 m e N: 8.957.375,750 m com azimute 0° 29'
54,06'' e distância de 215,00 m até o vértice P43, definido pelas coordenadas E: 697.005,890 m e N:
8.957.590,740 m com azimute 354° 23' 08,38'' e distância de 132,68 m até o vértice P44, definido pelas
coordenadas E: 696.992,910 m e N: 8.957.722,780 m com azimute 280° 59' 42,70'' e distância de 146,02 m
até o vértice P45, definido pelas coordenadas E: 696.849,570 m e N: 8.957.750,630 m com azimute 243° 55'
23,22'' e distância de 64,56 m até o vértice P46, definido pelas coordenadas E: 696.791,580 m e N:
8.957.722,250 m com azimute 264° 25' 33,24'' e distância de 58,48 m até o vértice P47, definido pelas
coordenadas E: 696.733,380 m e N: 8.957.716,570 m com azimute 288° 41' 50,10'' e distância de 187,89 m
até o vértice P48, definido pelas coordenadas E: 696.555,410 m e N: 8.957.776,800 m com azimute 262° 52'
07,09'' e distância de 167,95 m até o vértice P49, definido pelas coordenadas E: 696.388,760 m e N:
8.957.755,950 m com azimute 272° 01' 29,04'' e distância de 187,94 m até o vértice P50, definido pelas
coordenadas E: 696.200,940 m e N: 8.957.762,590 m com azimute 283° 35' 06,90'' e distância de 219,08 m
até o vértice P51, definido pelas coordenadas E: 695.987,990 m e N: 8.957.814,050 m com azimute 276° 19'
37,71'' e distância de 179,39 m até o vértice P52, definido pelas coordenadas E: 695.809,690 m e N:
8.957.833,820 m com azimute 258° 00' 41,82'' e distância de 123,39 m até o vértice P53, definido pelas
coordenadas E: 695.688,990 m e N: 8.957.808,190 m com azimute 244° 01' 54,00'' e distância de 87,17 m
até o vértice P54, definido pelas coordenadas E: 695.610,620 m e N: 8.957.770,020 m com azimute 272° 12'
08,13'' e distância de 129,60 m até o vértice P55, definido pelas coordenadas E: 695.481,120 m e N:
8.957.775,000 m com azimute 279° 18' 17,10'' e distância de 150,04 m até o vértice P56, definido pelas
coordenadas E: 695.333,050 m e N: 8.957.799,260 m com azimute 275° 03' 28,06'' e distância de 101,75 m
até o vértice P57, definido pelas coordenadas E: 695.231,700 m e N: 8.957.808,230 m com azimute 355° 38'
06,29'' e distância de 915,67 m até o vértice P58, definido pelas coordenadas E: 695.162,010 m e N:
8.958.721,240 m com azimute 328° 37' 18,86'' e distância de 1.059,61 m até o vértice P59, definido pelas
coordenadas E: 694.610,290 m e N: 8.959.625,880 m com azimute 318° 36' 21,57'' e distância de 881,99 m
até o vértice P60, definido pelas coordenadas E: 694.027,090 m e N: 8.960.287,530 m com azimute 316° 53'
32,52'' e distância de 794,43 m até o vértice P61, definido pelas coordenadas E: 693.484,200 m e N:
8.960.867,520 m com azimute 335° 22' 34,63'' e distância de 1.174,92 m até o vértice P62, definido pelas
coordenadas E: 692.994,660 m e N: 8.961.935,600 m com azimute 9° 54' 22,29'' e distância de 927,37 m
até o vértice P63, definido pelas coordenadas E: 693.154,200 m e N: 8.962.849,140 m com azimute 104° 05'
55,70'' e distância de 333,18 m até o vértice P64, definido pelas coordenadas E: 693.477,340 m e N:
8.962.767,980 m com azimute 111° 47' 54,22'' e distância de 917,59 m até o vértice P65, definido pelas
coordenadas E: 694.329,320 m e N: 8.962.427,240 m com azimute 34° 46' 52,96'' e distância de 2.012,21 m
até o vértice P66, definido pelas coordenadas E: 695.477,180 m e N: 8.964.079,940 m com azimute 316° 24'
38,07'' e distância de 1.099,01 m até o vértice P67, definido pelas coordenadas E: 694.719,430 m e N:
8.964.875,950 m com azimute 346° 23' 07,11'' e distância de 1.135,64 m até o vértice P68, definido pelas
coordenadas E: 694.452,110 m e N: 8.965.979,680 m com azimute 292° 36' 52,47'' e distância de 1.141,63
m até o vértice P69, definido pelas coordenadas E: 693.398,260 m e N: 8.966.418,670 m com azimute 266°
37' 27,28'' e distância de 1.433,33 m até o vértice P70, definido pelas coordenadas E: 691.967,420 m e N:
8.966.334,270 m com azimute 232° 53' 30,61'' e distância de 2.690,39 m até o vértice P71, definido pelas
coordenadas E: 689.821,840 m e N: 8.964.711,100 m com azimute 199° 05' 49,56'' e distância de 669,32 m
até o vértice P72, definido pelas coordenadas E: 689.602,860 m e N: 8.964.078,620 m com azimute 127° 52'
23,53'' e distância de 649,11 m até o vértice P73, definido pelas coordenadas E: 690.115,250 m e N:
8.963.680,120 m com azimute 235° 36' 26,85'' e distância de 618,26 m até o vértice P74, definido pelas
coordenadas E: 689.605,070 m e N: 8.963.330,890 m com azimute 225° 29' 03,88'' e distância de 469,20 m
até o vértice P75, definido pelas coordenadas E: 689.270,500 m e N: 8.963.001,930 m com azimute 251° 25'
20,53'' e distância de 562,54 m até o vértice P76, definido pelas coordenadas E: 688.737,270 m e N:
8.962.822,710 m com azimute 288° 33' 57,86'' e distância de 370,32 m até o vértice P77, definido pelas
coordenadas E: 688.386,220 m e N: 8.962.940,620 m com azimute 278° 42' 37,76'' e distância de 567,81 m
até o vértice P78, definido pelas coordenadas E: 687.824,960 m e N: 8.963.026,610 m com azimute 270° 38'
41
08,52'' e distância de 491,22 m até o vértice P79, definido pelas coordenadas E: 687.333,770 m e N:
8.963.032,060 m com azimute 220° 34' 49,69'' e distância de 1.372,67 m até o vértice P80, definido pelas
coordenadas E: 686.440,830 m e N: 8.961.989,530 m com azimute 198° 32' 10,27'' e distância de 907,38 m
até o vértice P81, definido pelas coordenadas E: 686.152,370 m e N: 8.961.129,220 m com azimute 249° 48'
34,90'' e distância de 642,84 m até o vértice P82, definido pelas coordenadas E: 685.549,030 m e N:
8.960.907,350 m com azimute 220° 05' 58,30'' e distância de 2.623,14 m até o vértice P83, definido pelas
coordenadas E: 683.859,420 m e N: 8.958.900,840 m com azimute 267° 34' 41,15'' e distância de 559,19 m
até o vértice P84, definido pelas coordenadas E: 683.300,730 m e N: 8.958.877,210 m com azimute 306° 15'
33,45'' e distância de 2.807,01 m até o vértice P85, definido pelas coordenadas E: 681.037,300 m e N:
8.960.537,390 m com azimute 301° 45' 03,34'' e distância de 1.144,71 m até o vértice P86, definido pelas
coordenadas E: 680.063,900 m e N: 8.961.139,770 m com azimute 315° 33' 03,96'' e distância de 2.381,93
m até o vértice P87, definido pelas coordenadas E: 678.395,900 m e N: 8.962.840,170 m com azimute 16°
55' 11,60'' e distância de 612,61 m até o vértice P88, definido pelas coordenadas E: 678.574,190 m e N:
8.963.426,260 m com azimute 311° 17' 35,85'' e distância de 2.985,97 m até o vértice P89, definido pelas
coordenadas E: 676.330,710 m e N: 8.965.396,740 m com azimute 214° 51' 33,70'' e distância de 542,42 m
até o vértice P90, definido pelas coordenadas E: 676.020,680 m e N: 8.964.951,650 m com azimute 273° 47'
58,65'' e distância de 5.229,88 m até o vértice P91, definido pelas coordenadas E: 670.802,300 m e N:
8.965.298,220 m com azimute 284° 36' 13,84'' e distância de 2.153,02 m até o vértice P92, definido pelas
coordenadas E: 668.718,840 m e N: 8.965.841,070 m com azimute 305° 00' 34,68'' e distância de 1.028,65
m até o vértice P93, definido pelas coordenadas E: 667.876,320 m e N: 8.966.431,220 m com azimute 301°
37' 21,09'' e distância de 1.439,12 m até o vértice P94, definido pelas coordenadas E: 666.650,880 m e N:
8.967.185,780 m com azimute 338° 08' 48,82'' e distância de 1.140,21 m até o vértice P95, definido pelas
coordenadas E: 666.226,460 m e N: 8.968.244,060 m com azimute 317° 39' 05,19'' e distância de 4.604,16
m até o vértice P96, definido pelas coordenadas E: 663.124,920 m e N: 8.971.646,810 m com azimute 310°
12' 43,01'' e distância de 2.391,39 m até o vértice P97, definido pelas coordenadas E: 661.298,710 m e N:
8.973.190,730 m com azimute 4° 35' 32,86'' e distância de 3.842,00 m até o vértice P98, definido pelas
coordenadas E: 661.606,330 m e N: 8.977.020,390 m com azimute 302° 25' 14,26'' e distância de 3.058,30
m até o vértice P99, definido pelas coordenadas E: 659.024,710 m e N: 8.978.660,040 m com azimute 9°
48' 12,49'' e distância de 3.704,84 m até o vértice P100, definido pelas coordenadas E: 659.655,530 m e N:
8.982.310,780 m com azimute 31° 42' 43,13'' e distância de 2.318,37 m até o vértice P101, definido pelas
coordenadas E: 660.874,180 m e N: 8.984.283,020 m com azimute 56° 45' 44,00'' e distância de 1.116,94 m
até o vértice P102, definido pelas coordenadas E: 661.808,390 m e N: 8.984.895,230 m com azimute 139°
22' 34,32'' e distância de 1.670,54 m até o vértice P103, definido pelas coordenadas E: 662.896,060 m e N:
8.983.627,290 m com azimute 124° 24' 01,58'' e distância de 390,14 m até o vértice P104, definido pelas
coordenadas E: 663.217,970 m e N: 8.983.406,870 m com azimute 71° 58' 57,60'' e distância de 13.957,73
m até o vértice P105, definido pelas coordenadas E: 676.491,250 m e N: 8.987.724,060 m com azimute
177° 04' 22,30'' e distância de 2.784,63 m até o vértice P106, definido pelas coordenadas E: 676.633,450 m
e N: 8.984.943,060 m com azimute 97° 34' 54,76'' e distância de 3.277,10 m até o vértice P107, definido
pelas coordenadas E: 679.881,900 m e N: 8.984.510,670 m com azimute 150° 41' 50,41'' e distância de
1.005,06 m até o vértice P108, definido pelas coordenadas E: 680.373,800 m e N: 8.983.634,210 m com
azimute 218° 22' 41,60'' e distância de 584,07 m até o vértice P109, definido pelas coordenadas E:
680.011,180 m e N: 8.983.176,340 m com azimute 167° 16' 56,93'' e distância de 709,35 m até o vértice
P110, definido pelas coordenadas E: 680.167,340 m e N: 8.982.484,390 m com azimute 158° 16' 52,23'' e
distância de 882,50 m até o vértice P111, definido pelas coordenadas E: 680.493,910 m e N: 8.981.664,540
m com azimute 108° 45' 20,10'' e distância de 563,96 m até o vértice P112, definido pelas coordenadas E:
681.027,920 m e N: 8.981.483,210 m com azimute 176° 39' 48,38'' e distância de 1.507,88 m até o vértice
P113, definido pelas coordenadas E: 681.115,680 m e N: 8.979.977,890 m com azimute 81° 11' 45,25'' e
distância de 1.889,56 m até o vértice P114, definido pelas coordenadas E: 682.982,980 m e N:
8.980.267,100 m com azimute 347° 55' 35,02'' e distância de 1.296,04 m até o vértice P115, definido pelas
coordenadas E: 682.711,890 m e N: 8.981.534,470 m com azimute 0° 06' 41,50'' e distância de 863,08 m
até o vértice P116, definido pelas coordenadas E: 682.713,570 m e N: 8.982.397,550 m com azimute 47° 05'
54,02'' e distância de 711,65 m até o vértice P117, definido pelas coordenadas E: 683.234,870 m e N:
8.982.882,000 m com azimute 37° 23' 59,77'' e distância de 834,53 m até o vértice P118, definido pelas
coordenadas E: 683.741,740 m e N: 8.983.544,960 m com azimute 16° 39' 22,50'' e distância de 550,15 m
até o vértice P119, definido pelas coordenadas E: 683.899,430 m e N: 8.984.072,030 m com azimute 25° 21'
43,63'' e distância de 1.808,36 m até o vértice P120, definido pelas coordenadas E: 684.674,020 m e N:
8.985.706,100 m com azimute 61° 51' 56,17'' e distância de 415,91 m até o vértice P121, definido pelas
42
coordenadas E: 685.040,790 m e N: 8.985.902,220 m com azimute 341° 45' 40,65'' e distância de 1.097,78
m até o vértice P122, definido pelas coordenadas E: 684.697,210 m e N: 8.986.944,850 m com azimute
327° 27' 40,33'' e distância de 303,55 m até o vértice P123, definido pelas coordenadas E: 684.533,940 m e
N: 8.987.200,750 m com azimute 66° 54' 34,20'' e distância de 1.504,09 m até o vértice P124, definido
pelas coordenadas E: 685.917,530 m e N: 8.987.790,630 m com azimute 89° 29' 42,94'' e distância de
1.954,77 m até o vértice P125, definido pelas coordenadas E: 687.872,220 m e N: 8.987.807,850 m com
azimute 127° 31' 11,63'' e distância de 1.998,70 m até o vértice P126, definido pelas coordenadas E:
689.457,470 m e N: 8.986.590,570 m com azimute 121° 32' 33,24'' e distância de 710,99 m até o vértice
P127, definido pelas coordenadas E: 690.063,410 m e N: 8.986.218,630 m com azimute 152° 01' 48,13'' e
distância de 174,56 m até o vértice P128, definido pelas coordenadas E: 690.145,280 m e N: 8.986.064,460
m com azimute 132° 56' 36,53'' e distância de 559,61 m até o vértice P129, definido pelas coordenadas E:
690.554,930 m e N: 8.985.683,210 m com azimute 141° 46' 37,08'' e distância de 956,53 m até o vértice
P130, definido pelas coordenadas E: 691.146,760 m e N: 8.984.931,750 m com azimute 132° 30' 54,67'' e
distância de 564,48 m até o vértice P131, definido pelas coordenadas E: 691.562,840 m e N: 8.984.550,280
m com azimute 146° 16' 32,40'' e distância de 403,48 m até o vértice P132, definido pelas coordenadas E:
691.786,850 m e N: 8.984.214,700 m com azimute 199° 55' 35,03'' e distância de 321,11 m até o vértice
P133, definido pelas coordenadas E: 691.677,410 m e N: 8.983.912,810 m com azimute 185° 09' 14,90'' e
distância de 350,20 m até o vértice P134, definido pelas coordenadas E: 691.645,950 m e N: 8.983.564,030
m com azimute 166° 09' 02,62'' e distância de 401,35 m até o vértice P135, definido pelas coordenadas E:
691.742,020 m e N: 8.983.174,350 m com azimute 146° 30' 37,76'' e distância de 1.099,78 m até o vértice
P136, definido pelas coordenadas E: 692.348,860 m e N: 8.982.257,150 m com azimute 152° 31' 44,72'' e
distância de 814,12 m até o vértice P137, definido pelas coordenadas E: 692.724,410 m e N: 8.981.534,830
m com azimute 128° 00' 23,93'' e distância de 356,47 m até o vértice P138, definido pelas coordenadas E:
693.005,290 m e N: 8.981.315,330 m com azimute 118° 52' 46,16'' e distância de 104,87 m até o vértice
P139, definido pelas coordenadas E: 693.097,120 m e N: 8.981.264,680 m com azimute 166° 10' 25,11'' e
distância de 287,35 m até o vértice P140, definido pelas coordenadas E: 693.165,790 m e N: 8.980.985,660
m com azimute 183° 53' 50,12'' e distância de 296,91 m até o vértice P141, definido pelas coordenadas E:
693.145,610 m e N: 8.980.689,440 m com azimute 175° 30' 57,79'' e distância de 561,40 m até o vértice
P142, definido pelas coordenadas E: 693.189,500 m e N: 8.980.129,760 m com azimute 185° 19' 22,85'' e
distância de 2.203,07 m até o vértice P143, definido pelas coordenadas E: 692.985,120 m e N:
8.977.936,190 m com azimute 163° 43' 18,74'' e distância de 333,75 m até o vértice P144, definido pelas
coordenadas E: 693.078,670 m e N: 8.977.615,820 m com azimute 135° 04' 11,71'' e distância de 376,64 m
até o vértice P145, definido pelas coordenadas E: 693.344,670 m e N: 8.977.349,170 m com azimute 116°
54' 50,31'' e distância de 350,29 m até o vértice P146, definido pelas coordenadas E: 693.657,020 m e N:
8.977.190,610 m com azimute 102° 30' 57,21'' e distância de 274,24 m até o vértice P147, definido pelas
coordenadas E: 693.924,740 m e N: 8.977.131,180 m com azimute 83° 16' 26,11'' e distância de 319,41 m
até o vértice P148, definido pelas coordenadas E: 694.241,950 m e N: 8.977.168,590 m com azimute 65° 57'
51,47'' e distância de 359,95 m até o vértice P149, definido pelas coordenadas E: 694.570,690 m e N:
8.977.315,200 m com azimute 55° 11' 27,56'' e distância de 751,75 m até o vértice P150, definido pelas
coordenadas E: 695.187,920 m e N: 8.977.744,330 m com azimute 46° 58' 17,55'' e distância de 1.316,87 m
até o vértice P151, definido pelas coordenadas E: 696.150,570 m e N: 8.978.642,910 m com azimute 70° 06'
05,49'' e distância de 200,70 m até o vértice P152, definido pelas coordenadas E: 696.339,290 m e N:
8.978.711,220 m com azimute 61° 40' 03,44'' e distância de 262,61 m até o vértice P153, definido pelas
coordenadas E: 696.570,440 m e N: 8.978.835,850 m com azimute 43° 43' 36,44'' e distância de 298,18 m
até o vértice P154, definido pelas coordenadas E: 696.776,550 m e N: 8.979.051,330 m com azimute 39° 20'
26,74'' e distância de 357,96 m até o vértice P155, definido pelas coordenadas E: 697.003,470 m e N:
8.979.328,170 m com azimute 65° 00' 24,64'' e distância de 364,54 m até o vértice P156, definido pelas
coordenadas E: 697.333,870 m e N: 8.979.482,190 m com azimute 49° 23' 53,61'' e distância de 129,09 m
até o vértice P157, definido pelas coordenadas E: 697.431,880 m e N: 8.979.566,200 m com azimute 82° 41'
45,53'' e distância de 284,66 m até o vértice P158, definido pelas coordenadas E: 697.714,230 m e N:
8.979.602,390 m com azimute 77° 02' 39,04'' e distância de 261,24 m até o vértice P159, definido pelas
coordenadas E: 697.968,820 m e N: 8.979.660,960 m com azimute 121° 20' 24,46'' e distância de 3.388,52
m até o vértice P160, definido pelas coordenadas E: 700.862,940 m e N: 8.977.898,530 m com azimute
218° 46' 47,59'' e distância de 619,99 m até o vértice P161, definido pelas coordenadas E: 700.474,620 m e
N: 8.977.415,210 m com azimute 209° 16' 19,66'' e distância de 465,11 m até o vértice P162, definido pelas
coordenadas E: 700.247,200 m e N: 8.977.009,490 m com azimute 192° 49' 29,80'' e distância de 664,41 m
até o vértice P163, definido pelas coordenadas E: 700.099,720 m e N: 8.976.361,660 m com azimute 181°
43
23' 51,26'' e distância de 463,31 m até o vértice P164, definido pelas coordenadas E: 700.088,420 m e N:
8.975.898,490 m com azimute 161° 06' 16,22'' e distância de 104,65 m até o vértice P165, definido pelas
coordenadas E: 700.122,310 m e N: 8.975.799,480 m com azimute 239° 16' 40,79'' e distância de 255,66 m
até o vértice P166, definido pelas coordenadas E: 699.902,530 m e N: 8.975.668,870 m com azimute 172°
51' 03,57'' e distância de 1.081,16 m até o vértice P167, definido pelas coordenadas E: 700.037,080 m e N:
8.974.596,120 m com azimute 151° 58' 03,99'' e distância de 1.012,88 m até o vértice P168, definido pelas
coordenadas E: 700.513,100 m e N: 8.973.702,070 m com azimute 122° 15' 08,07'' e distância de 966,39 m
até o vértice P169, definido pelas coordenadas E: 701.330,380 m e N: 8.973.186,360 m com azimute 92° 43'
45,42'' e distância de 284,35 m até o vértice P170, definido pelas coordenadas E: 701.614,410 m e N:
8.973.172,820 m com azimute 84° 43' 52,62'' e distância de 289,78 m até o vértice P171, definido pelas
coordenadas E: 701.902,970 m e N: 8.973.199,430 m com azimute 75° 11' 31,57'' e distância de 967,80 m
até o vértice P172, definido pelas coordenadas E: 702.838,630 m e N: 8.973.446,780 m com azimute 59° 06'
41,31'' e distância de 220,74 m até o vértice P173, definido pelas coordenadas E: 703.028,060 m e N:
8.973.560,100 m com azimute 56° 43' 42,90'' e distância de 409,57 m até o vértice P174, definido pelas
coordenadas E: 703.370,490 m e N: 8.973.784,790 m com azimute 76° 18' 27,83'' e distância de 945,35 m
até o vértice P175, definido pelas coordenadas E: 704.288,970 m e N: 8.974.008,560 m com azimute 67° 38'
00,30'' e distância de 319,66 m até o vértice P176, definido pelas coordenadas E: 704.584,580 m e N:
8.974.130,200 m com azimute 57° 52' 44,36'' e distância de 1.607,78 m até o vértice P177, definido pelas
coordenadas E: 705.946,250 m e N: 8.974.985,070 m com azimute 43° 28' 05,38'' e distância de 452,05 m
até o vértice P178, definido pelas coordenadas E: 706.257,240 m e N: 8.975.313,150 m com azimute 28° 48'
14,51'' e distância de 924,13 m até o vértice P179, definido pelas coordenadas E: 706.702,500 m e N:
8.976.122,940 m com azimute 39° 23' 23,78'' e distância de 1.271,17 m até o vértice P180, definido pelas
coordenadas E: 707.509,180 m e N: 8.977.105,360 m com azimute 78° 51' 33,26'' e distância de 183,99 m
até o vértice P181, definido pelas coordenadas E: 707.689,700 m e N: 8.977.140,910 m com azimute 118°
44' 28,18'' e distância de 996,39 m até o vértice P182, definido pelas coordenadas E: 708.563,340 m e N:
8.976.661,790 m com azimute 106° 01' 36,15'' e distância de 808,19 m até o vértice P183, definido pelas
coordenadas E: 709.340,120 m e N: 8.976.438,660 m com azimute 127° 51' 10,96'' e distância de 1.417,85
m até o vértice P184, definido pelas coordenadas E: 710.459,640 m e N: 8.975.568,610 m com azimute
141° 56' 12,97'' e distância de 848,57 m até o vértice P185, definido pelas coordenadas E: 710.982,810 m e
N: 8.974.900,500 m com azimute 131° 57' 00,39'' e distância de 777,07 m até o vértice P186, definido pelas
coordenadas E: 711.560,740 m e N: 8.974.381,040 m com azimute 150° 49' 09,16'' e distância de 728,58 m
até o vértice P187, definido pelas coordenadas E: 711.915,970 m e N: 8.973.744,930 m com azimute 142°
05' 30,26'' e distância de 785,24 m até o vértice P1, encerrando este perímetro.
Todas as coordenadas aqui descritas estão georreferenciadas ao Sistema Geodésico Brasileiro e
encontram-se representadas no Sistema UTM, referenciadas ao Meridiano Central 39 WGr, fuso 24S, tendo
como datum o SIRGAS-2000. Todos os azimutes e distâncias, área e perímetro foram calculados no plano de
projeção UTM.
Maceió-AL, Terça-Feira, 21 de Novembro de 2017
44
Cálculo de Área e Perímetro da Poligonal
Vértices
de
Controle
Poligonal
Fechada
Resultados dos Cálculos
Área (m²) 915.175.617,3862
X Y Área (ha) 91.517,5617
P1 712398,42 8973125,38 Área (alqueires) 37.817,1742
P187 711915,97 8973744,93 Perímetro (m) 53.944,251206
Unidade de Conservação: Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Caiçara
Interessado: IMA/GEFUC
Responsável Técnico: Esdras de Lima Andrade
Vértices Coordenadas
Azimute Perímetro Parcial (m) E = X(m) N = Y(m)
P1 712398,42 8973125,38 212º56’320526” 2.375,7559
P2 711106,5 8971131,6 285º56’125998” 1.231,6380
P3 709922,2 8971469,78 216º06’551673” 1.376,5234
P4 709110,86 8970357,78 152º15’214042” 1.464,4829
P5 709792,61 8969061,66 186º56’129254” 1.020,8932
P6 709669,31 8968048,24 238º18’13054” 337,4648
P7 709382,18 8967870,93 214º39’360009” 1.644,1728
P8 708447,13 8966518,53 167º14’343568” 515,5361
P9 708560,97 8966015,72 202º24’006971” 758,2002
P10 708272,04 8965314,73 251º51’260349” 2.614,4091
P11 705787,61 8964500,64 233º34’438607” 1.804,3813
P12 704335,67 8963429,35 258º45’259321” 1.959,9213
P13 702413,36 8963047,23 244º07’221765” 2.097,2251
P14 700526,42 8962131,91 173º37’302486” 1.296,8087
P15 700670,41 8960843,12 115º57’485189” 1.894,6175
P16 702373,81 8960013,66 111º43’441065” 2.235,3187
P17 704450,3 8959186,11 220º55’576036” 124,7154
P18 704368,59 8959091,89 229º19’58357” 315,3162
P19 704129,42 8958886,41 238º23’346191” 249,1363
P20 703917,24 8958755,84 238º23’396589” 202,6829
P21 703744,62 8958649,62 226º20’188986” 310,8653
P22 703519,73 8958435 181º50’298349” 104,8642
P23 703516,36 8958330,19 159º56’160112” 394,7640
P24 703651,78 8957959,38 189º22’285687” 179,3250
P25 703622,57 8957782,45 197º53’076877” 168,8291
P26 703570,72 8957621,78 193º48’071333” 547,5190
P27 703440,1 8957090,07 203º01’204328” 150,6814
P28 703381,17 8956951,39 193º35’119342” 557,9025
P29 703250,11 8956409,1 274º18’415299” 712,8273
P30 702539,3 8956462,69 274º18’180604” 616,7902
P31 701924,25 8956508,99 274º18’443768” 2.688,6717
P32 699243,19 8956711,16 274º18’508521” 872,8531
P33 698372,81 8956776,82 280º18’148164” 210,3729
P34 698165,83 8956814,45 275º52’06695” 322,3594
P35 697845,16 8956847,41 261º53’230467” 163,3841
45
P36 697683,41 8956824,36 261º54’172299” 181,1551
P37 697504,06 8956798,85 236º30’081873” 135,4946
P38 697391,07 8956724,07 328º48’204599” 270,6287
P39 697250,9 8956955,57 326º16’216373” 255,9249
P40 697108,8 8957168,42 307º06’225447” 72,2366
P41 697051,19 8957212 343º55’493267” 170,4085
P42 697004,02 8957375,75 º29’540623” 214,9981
P43 697005,89 8957590,74 354º23’083771” 132,6765
P44 696992,91 8957722,78 280º59’42704” 146,0205
P45 696849,57 8957750,63 243º55’232248” 64,5621
P46 696791,58 8957722,25 264º25’332379” 58,4765
P47 696733,38 8957716,57 288º41’500989” 187,8855
P48 696555,41 8957776,8 262º52’070914” 167,9492
P49 696388,76 8957755,95 272º01’290435” 187,9373
P50 696200,94 8957762,59 283º35’068991” 219,0795
P51 695987,99 8957814,05 276º19’377101” 179,3927
P52 695809,69 8957833,82 258º00’41821” 123,3912
P53 695688,99 8957808,19 244º01’539991” 87,1711
P54 695610,62 8957770,02 272º12’0813” 129,5957
P55 695481,12 8957775 279º18’171038” 150,0442
P56 695333,05 8957799,26 275º03’280605” 101,7462
P57 695231,7 8957808,23 355º38’062895” 915,6659
P58 695162,01 8958721,24 328º37’188588” 1.059,6077
P59 694610,29 8959625,88 318º36’215669” 881,9881
P60 694027,09 8960287,53 316º53’325192” 794,4293
P61 693484,2 8960867,52 335º22’346348” 1.174,9231
P62 692994,66 8961935,6 9º54’222935” 927,3663
P63 693154,2 8962849,14 104º05’557022” 333,1762
P64 693477,34 8962767,98 111º47’542211” 917,5912
P65 694329,32 8962427,24 34º46’529626” 2.012,2127
P66 695477,18 8964079,94 316º24’380668” 1.099,0073
P67 694719,43 8964875,95 346º23’071079” 1.135,6407
P68 694452,11 8965979,68 292º36’524733” 1.141,6269
P69 693398,26 8966418,67 266º37’272778” 1.433,3271
P70 691967,42 8966334,27 232º53’306126” 2.690,3893
P71 689821,84 8964711,1 199º05’49564” 669,3155
P72 689602,86 8964078,62 127º52’235311” 649,1115
P73 690115,25 8963680,12 235º36’268495” 618,2598
P74 689605,07 8963330,89 225º29’03882” 469,2033
P75 689270,5 8963001,93 251º25’205263” 562,5425
P76 688737,27 8962822,71 288º33’578571” 370,3227
P77 688386,22 8962940,62 278º42’377582” 567,8090
P78 687824,96 8963026,61 270º38’085178” 491,2202
P79 687333,77 8963032,06 220º34’49687” 1.372,6655
P80 686440,83 8961989,53 198º32’1027” 907,3822
P81 686152,37 8961129,22 249º48’348999” 642,8417
P82 685549,03 8960907,35 220º05’582971” 2.623,1402
P83 683859,42 8958900,84 267º34’411504” 559,1895
46
P84 683300,73 8958877,21 306º15’334494” 2.807,0114
P85 681037,3 8960537,39 301º45’033407” 1.144,7136
P86 680063,9 8961139,77 315º33’039608” 2.381,9287
P87 678395,9 8962840,17 16º55’115975” 612,6082
P88 678574,19 8963426,26 311º17’358508” 2.985,9662
P89 676330,71 8965396,74 214º51’337042” 542,4239
P90 676020,68 8964951,65 273º47’586456” 5.229,8758
P91 670802,3 8965298,22 284º36’138433” 2.153,0192
P92 668718,84 8965841,07 305º00’346819” 1.028,6481
P93 667876,32 8966431,22 301º37’210926” 1.439,1192
P94 666650,88 8967185,78 338º08’488245” 1.140,2144
P95 666226,46 8968244,06 317º39’051873” 4.604,1566
P96 663124,92 8971646,81 310º12’430128” 2.391,3870
P97 661298,71 8973190,73 4º35’328616” 3.841,9950
P98 661606,33 8977020,39 302º25’142637” 3.058,3025
P99 659024,71 8978660,04 9º48’124924” 3.704,8396
P100 659655,53 8982310,78 31º42’43128” 2.318,3698
P101 660874,18 8984283,02 56º45’440014” 1.116,9375
P102 661808,39 8984895,23 139º22’343151” 1.670,5382
P103 662896,06 8983627,29 124º24’015804” 390,1423
P104 663217,97 8983406,87 71º58’575993” 13.957,7252
P105 676491,25 8987724,06 177º04’223038” 2.784,6332
P106 676633,45 8984943,06 97º34’547561” 3.277,1006
P107 679881,9 8984510,67 150º41’504095” 1.005,0611
P108 680373,8 8983634,21 218º22’415961” 584,0704
P109 680011,18 8983176,34 167º16’56932” 709,3523
P110 680167,34 8982484,39 158º16’522316” 882,4976
P111 680493,91 8981664,54 108º45’200983” 563,9568
P112 681027,92 8981483,21 176º39’483795” 1.507,8760
P113 681115,68 8979977,89 81º11’452549” 1.889,5639
P114 682982,98 8980267,1 347º55’350159” 1.296,0388
P115 682711,89 8981534,47 º06’414975” 863,0816
P116 682713,57 8982397,55 47º05’54024” 711,6498
P117 683234,87 8982882 37º23’597657” 834,5257
P118 683741,74 8983544,96 16º39’225027” 550,1535
P119 683899,43 8984072,03 25º21’436337” 1.808,3624
P120 684674,02 8985706,1 61º51’561688” 415,9126
P121 685040,79 8985902,22 341º45’406512” 1.097,7816
P122 684697,21 8986944,85 327º27’403254” 303,5488
P123 684533,94 8987200,75 66º54’342026” 1.504,0877
P124 685917,53 8987790,63 89º29’429405” 1.954,7658
P125 687872,22 8987807,85 127º31’116308” 1.998,6966
P126 689457,47 8986590,57 121º32’332371” 710,9871
P127 690063,41 8986218,63 152º01’481325” 174,5597
P128 690145,28 8986064,46 132º56’365297” 559,6112
P129 690554,93 8985683,21 141º46’370845” 956,5327
P130 691146,76 8984931,75 132º30’546689” 564,4838
P131 691562,84 8984550,28 146º16’32403” 403,4779
47
P132 691786,85 8984214,7 199º55’350343” 321,1148
P133 691677,41 8983912,81 185º09’14899” 350,1960
P134 691645,95 8983564,03 166º09’026156” 401,3477
P135 691742,02 8983174,35 146º30’377598” 1.099,7775
P136 692348,86 8982257,15 152º31’447241” 814,1155
P137 692724,41 8981534,83 128º00’239349” 356,4742
P138 693005,29 8981315,33 118º52’461597” 104,8722
P139 693097,12 8981264,68 166º10’251135” 287,3460
P140 693165,79 8980985,66 183º53’501207” 296,9066
P141 693145,61 8980689,44 175º30’577885” 561,3983
P142 693189,5 8980129,76 185º19’228464” 2.203,0707
P143 692985,12 8977936,19 163º43’187414” 333,7492
P144 693078,67 8977615,82 135º04’117076” 376,6407
P145 693344,67 8977349,17 116º54’503073” 350,2910
P146 693657,02 8977190,61 102º30’572065” 274,2370
P147 693924,74 8977131,18 83º16’261116” 319,4083
P148 694241,95 8977168,59 65º57’514705” 359,9507
P149 694570,69 8977315,2 55º11’275615” 751,7482
P150 695187,92 8977744,33 46º58’175483” 1.316,8679
P151 696150,57 8978642,91 70º06’054949” 200,7025
P152 696339,29 8978711,22 61º40’034372” 262,6080
P153 696570,44 8978835,85 43º43’364399” 298,1828
P154 696776,55 8979051,33 39º20’267421” 357,9568
P155 697003,47 8979328,17 65º00’246409” 364,5358
P156 697333,87 8979482,19 49º23’536061” 129,0877
P157 697431,88 8979566,2 82º41’455314” 284,6599
P158 697714,23 8979602,39 77º02’390443” 261,2403
P159 697968,82 8979660,96 121º20’244619” 3.388,5233
P160 700862,94 8977898,53 218º46’47595” 619,9925
P161 700474,62 8977415,21 209º16’196621” 465,1114
P162 700247,2 8977009,49 192º49’29802” 664,4050
P163 700099,72 8976361,66 181º23’512629” 463,3078
P164 700088,42 8975898,49 161º06’162229” 104,6495
P165 700122,31 8975799,48 239º16’40787” 255,6604
P166 699902,53 8975668,87 172º51’035691” 1.081,1551
P167 700037,08 8974596,12 151º58’039925” 1.012,8773
P168 700513,1 8973702,07 122º15’08073” 966,3868
P169 701330,38 8973186,36 92º43’454155” 284,3525
P170 701614,41 8973172,82 84º43’526208” 289,7843
P171 701902,97 8973199,43 75º11’315716” 967,8025
P172 702838,63 8973446,78 59º06’41306” 220,7377
P173 703028,06 8973560,1 56º43’429032” 409,5655
P174 703370,49 8973784,79 76º18’278309” 945,3457
P175 704288,97 8974008,56 67º38’002998” 319,6585
P176 704584,58 8974130,2 57º52’443574” 1.607,7773
P177 705946,25 8974985,07 43º28’053841” 452,0523
P178 706257,24 8975313,15 28º48’14509” 924,1300
P179 706702,5 8976122,94 39º23’237777” 1.271,1733
48
P180 707509,18 8977105,36 78º51’332628” 183,9872
P181 707689,7 8977140,91 118º44’281814” 996,3949
P182 708563,34 8976661,79 106º01’361499” 808,1919
P183 709340,12 8976438,66 127º51’10962” 1.417,8547
P184 710459,64 8975568,61 141º56’12971” 848,5740
P185 710982,81 8974900,5 131º57’003937” 777,0726
P186 711560,74 8974381,04 150º49’091624” 728,5769
P187 711915,97 8973744,93 142º05’302594” 785,2389
P1 712398,42 8973125,38
49
Croqui da Poligonal