UNIABEU PÓS- GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR DOCUMENTO … · 2015-08-27 · ANEXO VI- FOTOS DA...
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UNIABEU
PÓS- GRADUAÇÃO EM GESTÃO ESCOLAR
GESTÃO PARTICIPATIVA E VIOLÊNCIA : REFLEXOS
NA BAIXADA FLUMINENSE / RJ
por
RACHEL JAKUBOWICZ
Monografia apresentada à UNIABEU como
requisito parcial para a obtenção do título de
Pós-Graduado em Gestão Escolar .
Orientadora : Profª Arminia de Sá Coutinho
Nilópolis
2002
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
“ Não há nada melhor que despertar
o prazer e o amor pelo estudo ; caso
contrário , só se formam bons
carregadores de livros .”
Michel Montaigne.
Dedico este trabalho ao Excelentíssimo
Prefeito Antônio de Carvalho e a Srª
Jorgina Sanches , que nos proporcionou
maior capacitação para o desempenho
de minha missão.
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus que em meu sonho e prece nunca deixou de ser real, meu
mais profundo e sentido agradecimento.
A minha mestra Arminia de Sá Coutinho, cuja inteligência e cultura tem
colocado a serviço do ensino e do qual tenho obtido os maiores conhecimentos,
dizer-lhe muito obrigado é muito pouco e não expressa tudo aquilo que quero .
Ao diretor Dilson e sua equipe que me ajudou na conquista da realização deste
projeto, através de seus conhecimentos e ajuda do qual me foi extremamente
necessário, o meu muito obrigado .
RESUMO
O presente estudo consiste numa pesquisa, levantamento e análise dos principais
aspectos e fatores da crescente violência que instalou-se na Baixada Fluminense,
principalmente no município de Belford Roxo .
Procurou-se investigar, analisar e buscar através da Proposta de Gestão Escolar
Participativa possíveis soluções conjuntas para o combate a violência, que envolvia os
alunos do Ensino Fundamental da E.M. Jardim Gláucia no ano de 1999, e comparar com
dados atuais.
Ao longo dos questionários aplicados aos professores, pessoal extra-classe ,
Orientadores e Direção, foi possível observar o perfil sócio-econômico da mesma,
características que envolvem os alunos e a posição da direção em relação aos alunos
violentos e comparar os resultados atuais com os dados de 1999.
A pesquisa conta com a fundamentação teórica-metodológica de alguns autores como
LUCK(1996) e sua contribuição quanto o conceito de gestão participativa e importância
para o êxito do processo pedagógico, LIKERT(1971) destaca o envolvimento de
funcionários no processo decisório dos assuntos relacionados a escola, DUCKER(1976)
chama a atenção a eficácia do administrador para o bom desempenho da organização,
FIORI(1981) afirma que a pré-escola introduz características de socialização no
desenvolvimento do ser humano, RAPPAPORT(1981) e FERRERINI(1985) ressaltam a
família como um dos elementos principais na formação psicossocial da criança,
RIZZO(Revista Nova Escola, 1998), destaca a influência da mídia com suas programações
violentas, estimulando a agressão no cotidiano dos adolescentes.
Os professores já perceberam que se faz necessário uma revisão nos conteúdos de
forma que os mesmos enfoque a preservação e a valorização da vida e a formação de novos
hábitos e atitudes para a passividade na escola.
Devido a violência prejudicar o ambiente educacional e consequentemente o
rendimento escola, propõem-se a interação escola-aluno-comunidade através de ações
continuas construtivas condizentes com a melhoria do processo pedagógico.
A gestão participativa resulta da competência e vontade de compreender e decidir em
torno das questões que afetam a organização.
Espera-se que com esta abordagem proponha-se a passividade no ambiente escola,
assim como na comunidade local e mobilize professores de outras escolas do município
para a construção de uma Escola sem violência.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.............................................................................................11
CAPÍTULO I –VIOLÊNCIA, FAMÍLIA E ESCOLA..............................13
CAPÍTULO II - GESTÃO PARTICIPATIVA E VIOLÊNCIA........17
CAPÍTULO III- REFLEXO DA VIOLÊNCIA NO PROCESSO
EDUCACIONAL...........................................................................................23
CONCLUSÃO...............................................................................................28
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................30
LISTA DE ANEXOS
ANEXO I - QUADRO DO NÚMERO DE FUNCIONÁRIOS DA E.M.
JARDIM GLÁUCIA 1999 e 2002
ANEXO II - LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE ALUNOS/1999
ANEXO II-A-LEVANTAMENTO DO NÚMERO DE ALUNOS/2002
ANEXO III - ENTREVISTA COM O DIRETOR DA ESCOLA
ANEXO IV- QUESTIONÁRIO
ANEXO V - GRÁFICOS
ANEXO VI- FOTOS DA ESCOLA /2002
INTRODUÇÃO
No Brasil, predominante nos grandes centros urbanos, a violência
nas escolas apresenta situações alarmantes, levando ao desespero pais,
mestres, alunos e sociedade a pensar em como agir diante de tão sério
problema. Os telejornais diariamente anunciam comunidades escolares
lamentando a perda ou o ferimento de alunos e professores. É a banalização da
violência que tem se situado nem espaço que deveria ser socializador e
integrador.
A influência da televisão pode induzir a inacreditáveis atos de
brutalidade, como se fosse à coisa mais normal, o que certamente poderá
prejudicar a formação das crianças e dos jovens.
As crianças entendem a ficção como a realidade e são ainda
mais prejudicadas por essas demonstrações de crueldade e tem a
inocência natural substituída por uma visão deformada do mundo.
Casos como o de dois meninos camuflados que atiraram em
pelo menos 15 pessoas numa Escola ginasial de Arkansas nos Estados
Unidos, ainda choca o país que passou de casos com uma única vítima
para execuções múltiplas, fuzilamentos indiscriminados de grande número de
pessoas. Em uma Escola Estadual de São Paulo, há tempos atrás uma
professora saiu com os olhos roxo da classe, agredida por um aluno que
insistiu em entregar um trabalho fora do prazo. São fatos que deixam à
sensação de que a violência no país escapa ao controle da sociedade.
A escolha pelo tema em 1999, foi devido à violência que atingia
as escolas e apresentava índices alarmantes, principalmente nas áreas mais
carentes como o Município de Belford Roxo. O interesse de investigar,
analisar e buscar através de uma Gestão Escolar Participativa, possíveis
soluções conjuntas para o combate e a prevenção da violência, que envolviam
os alunos da Escola M. Jardim Gláucia. Hoje retorno ao tema, pois tenho
necessidade de comparar dados anteriores com os atuais. Observei que o
trabalho realizado pela atual gestão apresenta resultados diferentes do
passado. Existe uma parceria com a comunidade, apesar de ser, ainda, uma
comunidade muito perigosa. O respeito e amor pela escola estão presentes
na conservação do prédio e no comportamento dos alunos e pais.
A Escola Municipal Jardim Gláucia localizada no bairro Jardim
Gláucia em Belford Roxo, RJ não vive situação diferente das outras escolas.
Situada entre duas favelas, a do Graxe e a do Gogó da Ema, reflete uma
visão negativa de Belford Roxo conhecida como a cidade mais violenta do
mundo. A população estudantil conta com crianças e adolescente expostos
diariamente à violência da comunidade local e até presentes em atos
violentos como o de uma aluna que perdeu toda sua família em uma
chacina no bairro. O índice de agressões entre alunos e professores é
bastante significativo, ainda este ano invadiram e roubaram alguns materiais
da escola. A direção procura amenizar os fatos através do diálogo, mas
procura não se envolve diretamente para evitar outros tipos de reações
mais violentas.
Esses jovens vêm transformando a rebeldia natural da
adolescência em algo além da conta, da ética e da lei, tomados por
desejos consumistas, muitas vezes embalados pelo combustível das
drogas.
Diante da evolução desta realidade a gestão participativa aborda
o trabalho de direção, pais, alunos, professores e comunidade no
estabelecimento de objetivos, na solução de problemas, na tomada de
decisão e na melhoria do processo pedagógico, através da reformulação do
currículo. Propiciar transformações, resultando em um maior desenvolvimento
do aluno como ser integral.
A organização da monografia comporta uma introdução, três capítulos
e uma conclusão. A introdução inclui o problema a ser investigado, o objetivo
do estudo e a justificativa para realização do mesmo. O capítulo I, denominado
Violência, Família e Escola, apresenta o resultado de uma revisão da literatura
sobre a violência na escola e as possíveis causas e o papel da família e da escola
na prevenção da mesma.
O capítulo II, intitulado Gestão Participativa e Violência numa visão
prospectiva, revisamos o conceito de gestão participativa e o seu papel no
combate e prevenção da violência na escola.
O capítulo III, denominado Reflexo da Violência no Processo
Educacional, tem como objetivo apresentar, analisar e interpretar os dados
obtidos na pesquisa a luz do referencial bibliográfico.
A monografia tem Conclusões que, em uma visão prospectiva,
terem considerações sobre a problemática da violência na escola municipal
em Belford Roxo, Rio de Janeiro.
CAPÍTULO I
VIOLÊNCIA E ESCOLA
Alunos armados nas salas de aulas, crianças que matam a tiros seus
colegas de turma, professores intimidados e até assassinados são histórias
estampadas nos noticiários com freqüência assustadora nas escolas.
Estudantes portando armas dia-a-dia matam e ferem colegas. Como
por exemplo, a matança de estudantes de Arkansas nos Estados Unidos, na
porta da escola, executada por dois primos, de 13 e 11 anos, para se vingar da
ex-namorada de um deles. Não só chocou a opinião pública mundial, mais do
que isto, pela intencionalidade e frieza, chamou a atenção para a brutalidade
que se expande no universo infanto-juvenil, indiscutivelmente refletem a violência
na sociedade em geral.
A questão é dramática, às vezes desesperadora. O comportamento
agressivo das crianças deixou de se limitar às camadas mais pobres. Vários
fatores concorrem para a multiplicação de episódios tão violentos. A sensação
generalizada é que cada vez mais o jovem se torna violento, pela deterioração
dos bairros, desemprego para mão-de-obra desqualificada, desestruturação
familiar, envolvimento com as drogas e principalmente pelo estímulo a agressão
nos programas assistidos no cotidiano, mostra que as crianças e os jovens podem
ser influenciados em suas ações, ponto de vista, em seus valores a partir do que
é exposto na mídia.
O autor RIZZO(1998), relata a forte influência da mídia,
especialmente à televisão sobre as relações sociais e familiares, seja ela em
maior ou menor grau que muitas vezes gera impacto negativo sobre as crianças.
RIZZO (ibid.), afirma que é impossível negar que a mídia contribui para
deformar a percepção da realidade. A violência tanto física quanto psicológica
está presente em quase todos os programas, a linguagem da propaganda em
qualquer meio de comunicação é sempre a da sedução e do convencimento,
criando necessidades imaginárias, produzindo frustrações, para quem não tem
meios de adquirir os artigos anunciados, portanto, aquele que não tem uma boa
formação pode chegar a praticar atos ilícitos para satisfazer suas necessidades.
Em geral as crianças dedicam quase à metade do seu período,
assistindo a programações ou jogando videogames, ou seja, absorvem todo o
conteúdo que lhes são proporcionados, seja ele bom ou ruim. Essas influências
podem fazer-se notar apenas em longo prazo, quando exposto seu
comportamento agressivo diante de alguma situação.
As crianças não sabem fazer uso do que vêem para entender de que
forma a violência gera sofrimento, e essa é a grande questão, a informação sem
reflexão. Alguns pais preocupam-se com a possibilidade de seus filhos ficarem
dessensibilizados para o valor da vida humana, de que a agressividade se torne
um estilo de vida e de que a televisão venha prejudicar-lhes o desenvolvimento de
vários outros interesses, principalmente os estudos.
RIZZO( ibid. ), em seu texto destaca a importância desta reflexão e
direciona a escola e a família como agentes para a formação de telespectadores
conscientes capazes de ver a televisão com relação de ética e cidadania, mas
ressalta que o desafio de ensinar a ver com esse olhar exige um conhecimento
mais aprofundado desse poderoso meio de comunicação.
Estabelecer a diferença entre ficção e realidade, discutindo modelos de
comportamento, ou seja, esclarecendo o que é certo e errado talvez seja um dos
procedimentos. A escola nas suas atividades poderia passar vídeos educativos
que transmitissem mensagens socialmente positivas, com igualdade de classes,
raças e sexos, através de um trabalho interdisciplinar. A família poderia impor
limites, e não permitir que as crianças vejam televisão em qualquer ocasião que
quiserem sem nenhuma indicação. A participação fazendo companhia aos filhos
na hora de ver TV também é importante, pois o conteúdo visto pode ser discutido,
as reações e eventos ou personagens podem ser ventiladas.
Mas, vale lembrar que a televisão não incide da mesma maneira sobre
todas as crianças, depende das condições a que lhes são proporcionadas a
assisti-lá.
RAPPAPORT ( 1981) referindo-se as práticas de criação infantil ela
destaca a classe social a que pertence à família como determinante do tipo de
atitude que mais tarde será adotado pelos filhos. Se os pais da classe média
usam uma disciplina orientada para o amor, onde os estados interiores da
criança são valorizados, se há uma interação democrática. Os pais da classe
baixa preocupam-se mais com os padrões de conduta, ressaltam a importância
da obediência à autoridade e a baixa tolerância à agressão dirigida aos próprios
pais.
Para RAPPAPORT (ibid.), a família deveria proporcionar a interação
afetiva dos pais com a criança, pois se trata de determinarem a importância dos
sentimentos interiores de relações interindividuais para assim, permitirem ao
mesmo o desenvolvimento pleno de suas capacidades cognitivas e de relações
sociais e emocionais.
Quando a criança ou adolescente não consegue receber estimulação
afetiva, quando não há uma pessoa que lhe transmita amor ou demonstre o
quanto ela é importante o que pode acontecer um retrocesso a nível afetivo, o que
muitas vezes ocorre com crianças agressivas, pois voltam-se para si e procuram
algo que lhes dê prazer e sentido a vida o que para elas é uma forma de fuga.
As razões primordiais para a violência acredita-se ainda que são
resultados do ambiente familiar e social que as crianças vivem. Fatores como
pouca atenção dos pais ou exposição a um ambiente que se tolera ou se estimula
à violência aumentam os riscos de que as crianças se tornem pessoas violentas.
Ainda em RAPPAPORT(ibid.) o papel da família como agentes
socializadores é fundamental. Suas características de personalidade bem como o
clima criado na família pela prática de criação infantil são decisivos para
determinar o desenvolvimento social dos filhos.
Muitos pais segundo o autor, espancam seus filhos descontando sobre
eles talvez toda ira de seu desejo inconsciente de espancar o mundo diante de
seus problemas, e os filhos funcionam neste momento como ‘válvula de escape’.
Uma criança que vive em um lar onde as discussões, brigas e outras cenas
agressivas são constante, onde o relacionamento das pessoas se dá de modo
agressivo, poderá desenvolver esse padrão de reação, pois é o único que lhe
está sendo apresentado. Já a criança que vivência um relacionamento familiar
onde às pessoas resolvem seus conflitos pelo diálogo, onde a interação da
família é afetuosa poderá não ter reações tão agressivas diante de alguma
frustração.
A criança com dúvidas a respeito do amor que a família tem por ela
desenvolve sentimentos negativos ou de dúvidas a respeito de sua posição como
pessoa, influenciando nas suas relações sociais, ou seja, pode torna-se um jovem
incompreensivo e revoltado que se liberta descarregando sua fúria sobre outras
pessoas disseminando o ambiente que freqüenta, através de atos ilícitos e de
vandalismo.
FERRARINI(1985) chama a atenção quanto à participação ativa da
família com relação à atenção dispensada aos filhos, não basta tão somente dar-
lhes roupa e comida, é importante a presença física e espiritual como
conselheiros e amigos nas horas boas e más.
Quando na família falta amor e compreensão, diálogo com os filhos,
esta mesma assume a característica mais próxima do mundo que as crianças
detestam e então, o ignoram. Este mundo a que se refere é o “ mundo adulto “
que parece ao jovem mentiroso e covarde, cheio de contradições e injustiças.
CAPÍTULO II
GESTÃO PARTICIPATIVA E VIOLÊNCIA
A gestão participativa LUCK (1998), envolve professores,
funcionários, pais, alunos e comunidade que estejam interessados nos
objetivos da escola, bem como na melhoria do processo pedagógico.
De acordo com este conceito pressupõe-se o trabalho associado de
pessoas analisando situações, decidindo sobre as questões pertinentes à
escola e agindo sobre elas em conjunto. Trata-se de um processo de
desenvolvimento e aperfeiçoamento, de ação coletiva, de espírito de equipe,
devendo ser esse o grande desafio educacional.
Segundo o autor, não há uma única maneira de se implantar um
sistema participativo, mas identifica-se alguns princípios como os diretores
dedicam uma quantidade de tempo à capacitação profissional e ao
desenvolvimento e acompanhamento escolar e a experiências pedagógicas
caracterizadas pela reflexão-ação, ou seja, refletir sobre as questões da escola
para posteriores ações.
Essas ações consequentemente proporcionarão a qualidade
pedagógica, maior interação da direção com os funcionários e comunidade
favorecendo assim a motivação escolar como um todo. Para tanto, se faz
necessário que o administrador seja dinâmico, otimista, tenha força de trabalho e
acima de tudo seja eficaz.
Quanto à eficácia escolar, DUCKER (1976) observa desde as
características mensuráveis da escola até o desempenho dos alunos. A
eficácia em outras palavras é um hábito, adquirido através da repetição de
tarefas, ou seja, da prática. São normas práticas, no entanto difíceis de serem
executadas, mas o autor afirma que a eficácia pode ser aprendida.
As pesquisas sobre eficácia escolar realizadas no Northwest
Regional Education Laboratory nos Estados Unidos, indicam que as
características organizacionais das escolas são responsáveis por 32% do
desempenho dos alunos. Em algumas escolas dos Estados Unidos, Nova
Zelândia, Austrália, Suécia e Alemanha o movimento de reforma participativa é
fortemente difundido e é orientado pela preocupação quanto à eficácia escolar
com a aprendizagem significativa de seus alunos, de modo que conheçam seu
mundo, a si mesmos e tenham instrumentos adequados para enfrentarem os
desafios da vida. Supõe-se que estas estimativas expliquem a importância da
autogestão nas escolas para a produção de melhores resultados em termos de
aprendizagem, socialização e cultura.
A abordagem de gestão participativa pode trazer benefícios
significativos para as escolas em que a gestão de pessoas se dê de tal forma
que encoraje a criatividade, como o trabalho em equipe, na resolução do desafios
cotidianos. Se houver um forte sentimento de alcançar os objetivos e melhoria
da organização, consequentemente se obterá resultados positivos de
crescimento da escola, comportamento e melhor desempenho dos alunos e
professores.
A gestão escolar democrática, em seus conceitos sugerem que a
abordagem participativa proporciona aos dirigentes de escolas serem mais
profissionais capazes de trabalhar para construir a organização.
O planejamento participativo e o relacionamento dos professores
que promovem o senso de unidade e propósito no ambiente escolar são
características importantes das escolas eficazes. ( Apud LORTIE, 1975).
A descentralização segundo VIANNA (1986 ), tem sido um tema
recorrente na área da administração pública. Gestão escolar, autonomia
escolar, processo decisório escolar, são todos os termos utilizados para
descrever a abordagem participativa para a gestão descentralizada do sistema
de ensino.
A gestão escolar democrática produz ênfase visando construir a
autonomia da escola, quanto mais poderes os indivíduos ou grupos tem para
realizar as tarefas, mais descentralizada e democrática é a administração
escolar.
Portanto, reitera o autor, o processo de autonomia escolar ocorre
em longo prazo, para que a comunidade escolar desenvolva um plano de
ação para a escola, voltado para a identificação de sua missão central, dos
objetivos educacionais específicos das atividades prioritárias relacionadas
com seu plano de desenvolvimento educacional.
A gestão participativa promove também a seleção de professores e
diretores para a melhoria da qualidade de ensino o que consequentemente
aumenta a autonomia da escola. No entanto, sabe-se que o ensino público
possui uma escassez de recursos para melhora do seu orçamento, neste
sentido atua a comunidade escolar como um todo para assumirem as
questões delegadas a escola e, fazerem crescer a qualidade do ensino e a
melhoria do desenvolvimento de estudantes com baixo desempenho e para
alunos de risco dentro da comunidade escolar.
A importância do gestor escolar é assumir a liderança para que se
faça cumprir esse programa bem como os demais objetivos educacionais e
sociais da escola. Para o autor os lideres devem expressar alto grau de
confiança e receptividade com relação aos outros, como também, de
tolerância em situações difíceis, permitindo que a comunidade escolar sintam-
se mais confiantes o suficiente para compartilhar informações abertamente e
para solicitar e ouvir o ponto de vista de outros membros da comunidade.
O diretor de escola eficaz trabalha pacientemente, para construir
habilidades e desenvolver a experiência da equipe educadora ao prover as
orientações e instruções necessárias, o apoiar e, finalmente aos delegar as
decisões.
Segundo VIANNA (1986), elementos de liderança como: enfoque
pedagógico do diretor, criação de ambiente positivo, disciplina em sala de aula
imposta pelo professor, acompanhamento continuo das atividades escolares
por parte da comunidade, consenso sobre os valores e objetivos,
planejamento de longo prazo, estabilidade e manutenção do corpo docente
como apoio em âmbito municipal para a melhoria escolar, são alguns dos
fatores indispensáveis para as dimensões de liderança relacionado com as
escolas eficazes.
Solucionar problemas e tomar decisões são a alma da gestão
escolar participativa, afirma LIKERT (1971) e não se constitui em função
técnica isolada. Consiste-se de duas funções básicas: funções seqüenciais de
planejamento, pessoal, organização e controle e funções continuas de
soluções de problemas e tomada de decisões.
Em se tratando de professor, sabe-se que o magistério é descrito
como uma atividade profissional coberta de problema dentre os quais o
principal são os baixos salários e o reconhecimento social, responsáveis
pela desmotivação do profissional. Em contraste com a administração
científica e os modelos clássicos e burocráticos a gestão participativa
aborda estes tipos de problemas.
LIKERT (ibid. ) sugere que no processo de solucionar problemas, é
necessária uma abordagem estruturada e ordenada, ao mesmo tempo em que
flexível dinâmica e otimista. Sem esta abordagem a equipe escolar pode
sentir-se oprimida pela enormidade e, estonteada com a dispersão dos fatores
interferentes, vale lembrar que todo este dinamismo, flexibilidade e otimismo é
essencial por parte de toda equipe.
Supõe-se que a participação das pessoas envolvidas nas questões
em discussão seja reconhecida como uma condição indispensável para que o
processo decisório, assim como sua implementação sejam eficazes. O gestor
deve procurar reunir-se com o corpo docente e avaliar o nível do problema e
até que ponto eles querem se envolver e chegar a um consenso com relação
aos seus pontos de vista e como este envolvimento se processará.
Quando não há consciência dos problemas da unidade escolar, os
mesmos correm o risco de serem trazidos à tona para serem solucionados e,
então, são agravados. A participação e consulta permitem então, acelerar a
implantação da solução e a tomada de decisão.
No processo decisório devem interagir as ações relacionadas com
as tarefas e com as pessoas, pois quando a busca de solução é relacionada
com pessoas o processo de decisão enfatiza a mediação entre opiniões e a
sua organização como grupo de ação, ressalta LIKERT (ibid.). Reconhe-se,
no entanto, que ambas as linhas de ação combinadas são necessárias para
a solução de problemas, uma vez que é imprescindível ter um olho nas
situações e atividades e outro na reação das pessoas, na sua capacidade
de se orientar e se articular coletivamente para resolvê-las, na sua
interpretação de significados e no seu envolvimento.
Ter consciência do problema, diagnosticá-lo, defini-lo e gerar
alternativas são etapas da participação, pois permite concentrar a atenção na
existência do problema, traz soluções para que o mesmo seja corretamente
diagnosticado, ajuda a ganhar a aceitação e o envolvimento dos interessados
no problema e incorpora o conhecimento profissional dos professores nos
níveis de decisão da escola e dos diretores nos níveis de decisão municipais
ou estaduais.
Para FIORI (1981) o período escolar a partir dos 06 anos é o período
que a criança inicia-se no mundo das letras introduzindo-se progressivamente e
formalmente constituindo-se em uma etapa do desenvolvimento humano. No
entanto, também é período de descobertas e transformações, a criança da pré-
escola desprende-se da proteção dos pais para o contato com outras crianças,
com um mundo que até então para ela era indiferente.
Quando passa para fase ginasial, ou seja, da infância para a
puberdade geralmente ele já se encontra familiarizado, mas sofre com as
crises de escolha dentro do mundo, nesta fase é que surgem as
preocupações, o adolescente precisa estar desde criança preparado para
essas transformações para que não entre em conflito com si próprio.
A criança além de desprender-se da proteção da família, está
exposto às cobranças exteriores, necessita cumprir horários, tarefas, modelos
de relações sociais e a escola lhe será o ponto de partida para estas
cobranças, afirma FIORI (1981).
Os primeiros anos da adolescência, quando os jovens “ se dão “ com
novos amigos, exercem uma grande influência. De certa forma, a chegada da
puberdade parece um “renascimento “. As crianças desejam e precisam deixar
o passado para trás e encontrar sua própria identidade. Isso significa, às
vezes, abandonar antigas amizades e laços com professores e outros adultos,
assim como formas de agir adquiridas há muito tempo. Os métodos para tomar
decisões e solucionar problemas que já foram aprendidos quando crianças
mais novas continuam sendo úteis, mas os adolescentes irão tomar novas
decisões baseadas em novas informações e com novos objetivos.
Os jovens dessa idade podem lidar com abstrações e com o futuro.
Percebem que suas ações terão conseqüências, e sabem que seu
comportamento irá afetar outras pessoas. Freqüentemente, eles têm a seu
próprio respeito uma imagem ambígua: não estão seguros de si ao crescer e
sofrer transformações adequadas costumam ter conflitos com os adultos, são
desconfiados e tendem a não se sentir “ OK ". Nesse momento, um forte apoio
emocional e um bom modelo de comportamento adulto são extremamente
importantes.
A adolescência é uma fase difícil, principalmente para os pais que
não sabem como agir com o filho em processo de transformação e para os
próprios adolescentes que buscam seu lugar no mundo. É o seu
desenvolvimento físico, psicomotor, social emocional que lhe forem impostas.
Mas, se encontra atrasado no seu desenvolvimento e perturbado
emocionalmente, o mundo do aprendizado lhe será impenetrável, fonte de
frustrações diante das cobranças que não poderá atender.
Demonstrações de lutas, esperteza de disponibilidades econômicas e
de coragem caracterizarão a luta, no entanto, não são raros os casos de
agressão e segregação no qual incidem tanto os jovens de hoje em seu espírito
competitivo de demonstrar seus “poderes “ e acabam prejudicando outros
colegas, mas existe um grupo sadio, a união e a perseverança
predominarão de acordo com o seu desenvolvimento social e emocional.
CAPÍTULO III
REFLEXO DA VIOLÊNCIA NO PROCESSO
EDUCACIONAL
Este Capítulo denominado Reflexo da violência no processo
educacional, tem como objetivo apresentar o esboço dos procedimentos
metodológicos adotados, a análise e interpretação dos dados obtidos.
Na descrição da metodologia adotada na pesquisa, utilizou-se uma
entrevista semi-estruturada e um questionário fechado com o atual diretor da
Escola Municipal Jardim Gláucia, onde se procurou investigar aspectos
relevantes da escola, dos alunos e da comunidade para comparação dos dados
obtidos na pesquisa realizada em 1999.
O contato inicial com o gestor foi feito em Maio de 2002.
Para se efetuar a coleta dos dados foi utilizada uma “ entrevista semi-
estruturada “ ( LANDSHEERE, 1976 p. 83) cujo roteiro se encontra no Anexo 03.
A análise e a interpretação dos resultados sobre reflexo da violência no
processo educacional, foram interpretados à luz da revisão da literatura nos
capítulos I e II.
Como procedimento de pesquisa de campo foi elaborado um
questionário e uma entrevista semi estruturada com o atual diretor, onde se
procurou investigar aspectos relevantes da escola, alunos e comunidade para
comparação dos dados obtidos em 1999.
Quanto à comunidade local, não houve alteração dos dados em
relação a 1999 quanto ao nível sócio-econômico e a formação da comunidade.
O número de funcionários ( Anexo 01) sofreu uma redução por
causa do regime de dupla regência. Em relação ao número de alunos e turmas
aumentou (Anexo 2 – A ), pois algumas salas foram adaptadas para sala de
aula, devido ao Programa de Complementação de Aprendizagem Média
(PROCA).
Segundo o relato do atual Diretor( Anexo 03), há uma convivência
social maior com a comunidade em relação à Gestão anterior, pois o objetivo
da gestão atual é fazer uma prevenção da violência que vem ocorrendo
ao redor da escola.
Segundo o questionário ( Anexo 04 ) aplicado ao diretor a uma
amostra, funcionários e equipe pedagógica num total de 56 pessoas, não
houve alteração nos dados de 1999, porque a renda das famílias continua muito
baixa e o índice de desemprego é grande.
Quanto ao combate e a prevenção da violência através da Gestão
participativa, vários aspectos devem ser analisados e trabalhados a longo
prazo. A idéia de implantação da proposta está sendo analisada com base na
coleta de dados para determinação dos procedimentos viáveis para na solução
do problema. De acordo com a elaboração dos gráficos observou-se em uma
visão geral as principais dificuldades que atingem aos alunos, escola e
comunidade.
Os Gráficos apresentam os mesmos dados que o ano de 1999,
o nível sócio-econômico da comunidade continua um índice da ordem de
40% de pessoas sem nenhuma renda, 27% possui renda inferior a um salário
mínimo, 25% possuem renda de um salário mínimo e, só 8% possui renda
superior a dois salários mínimos. Notou-se que o desemprego é a principal
dificuldade da comunidade, que pode resultar em atitudes negativas frente aos
problemas, pois a maior parte da população encontra-se ociosa. (Gráfico 1.0)
A estrutura familiar dos alunos, segundo informações continua
apresentando 50% de pais separados, 25% de pais desconhecidos, 15% de
crianças órfãos e, 10% filhos de pais separados, o que leva a crer que famílias
desestruturadas são também uma das causas para a formação agressiva dos
jovens e adolescentes. (Gráfico 1.1).
A comunidade local mantém uma porcentagem 60% de pessoas
carentes, 35% de pessoas violentas e 5% de pessoas bem estruturadas
emocionalmente e socialmente. Os resultados refletem a carência e a falta de
estrutura, um fator relevante para apontar o comportamento violento diante das
dificuldades por eles vivenciadas. (Gráfico 1.2).
A faixa de idade onde a violência é mais sentida, 14% de crianças
de 07 a 10 anos, 17% de 11 a 14 anos e 75% maiores de quatorze anos.
Os alunos maiores de 14 anos são os mais propensos a atitudes agressivas,
o que reafirma o período de mudanças biológicas e emocionais com o mais
crítico. (Gráfico 2.0).
Os tipos de violência mais comuns atualmente na escola são: 66%
de brigas e agressões entre alunos, 29% de desrespeito a professores e
funcionários e 5% de violência nas proximidades da escola. As brigas entre
alunos são os mais freqüentes, evidencia-se um trabalho voltado à valorização
da amizade com base no amor e na solidariedade. (Gráfico 3.0).
As atitudes da direção frente aos fatos que envolvam violência, 7%
informaram que não se envolvem 25% disseram que informa o fato a
família, 65% responderam que a direção sempre recorre a órgãos superiores
para que tomem as providências adequadas de acordo com cada caso.
(Gráfico 4.0).
A interferência da comunidade local na escola quanto à violência é
menor que o ano de 1999, 20% de interferência nos horários de aula, 10%
responderam que impedem a permanência de alunos e funcionários na escola e
18% acabam evadindo, o prédio está bem conservado, destruição do prédio e
equipamentos 10% . Estes índices não prejudicam os alunos e o bom
funcionamento da escola, pois o aluno assistiu a maior parte das aulas e
cumpri o calendário escolar. (Gráfico 5.0).
O relacionamento comunidade e direção, 21% tem um
relacionamento regular e 79% bom. Apesar de todos os problemas
existenciais, existe um bom relacionamento, o que facilita a ação coletiva.
(Gráfico 6.0).
Acredita-se que quando o nível social é muito baixo, parece não haver
nenhuma preocupação dos pais com relação à responsabilidade pela
socialização dos filhos, devido às condições de vida que lhes são impostas.
Segundo relato dos professores da escola Municipal Jardim Gláucia, a
maioria de seus alunos, são filhos de pais separados, de classe baixa e
comunidades muito carentes tanto economicamente quanto afetivamente e que
enfrentam grandes dificuldades em orientar e controlar o desenvolvimento dos
seus filhos, pois se restringem a prover necessidades básicas de nutrição das
crianças, quando não desempregados e tendem a considera-se sobrecarregados
com as exigências das crianças, e isso influi no rendimento do aluno e nas suas
atitudes em sala de aula ou com outros colegas. Os pais não dispõem de
subsídios necessários a formação dos filhos e o induzem a própria autonomia.
Sabe-se que toda escola possui um documento chamado de
Regimento Escolar no qual dispõe sobre a organização e funcionamento da
Unidade escolar. No caso da escola não consegue despertar no aluno o espírito
da cooperação necessária para a boa disciplina escolar podem ser utilizadas
algumas sanções como: repreensão, advertência, suspensão ou desligamento
definitivo do colégio, ficando assegurado ao aluno o direito de defesa e recurso
junto ao Conselho Estadual de Educação.
Segundo o diretor da Escola Municipal Jardim Gláucia, ainda não
houve nenhum caso de alunos que tivessem que desligar totalmente da unidade,
mas no ano passado um aluno da 8ª série desrespeitou seriamente um professor,
sendo necessário suspensão e posteriormente seu encaminhamento ao
Conselho Tutelar do Menor, onde até hoje a diretora apresenta relatórios com
relação ao comportamento do aluno, que foi transferido para outro turno.
As ocorrências mais comuns são desentendimentos entre alunos por
motivos sem importância, neste caso a primeira medida é o diálogo com o
aluno para posteriormente contactar os pais, para tomarem ciência do problema.
Externamente já houve casos de traficantes do bairro, mandarem
fechar a escola durante 03 dias, neste caso a direção acatou a ordem para evitar
maiores confrontos e, quando isto acontece quem sai mais prejudicado são os
alunos que ficam sem Ter aulas e os funcionários que ficam impedidos de
freqüentarem o trabalho. Nos casos mais graves a escola procura recorrer aos
órgãos superiores para que tomem as devidas providências.
Segundo o diretor da Escola Municipal Jardim Gláucia, a interação
com a comunidade é importante e se faz necessária para ajudar a promover
a paz na escola.
A escola possui um Conselho de apoio, composto por professores,
direção e alguns membros da comunidade que em reuniões periódicas,
tomam decisões com relação à Unidade no que diz respeito à melhoria do
prédio e compra de materiais de consumo. Essas reuniões ajudam a
estabelecer mais integração e conhecimento de ambas as partes. Foi
sugerida pela equipe técnica pedagógica a implantação de um Conselho
intitulado “Clube de mães” com o objetivo de organizar palestras, debates,
vídeos, atividades que exponham situações que envolvem violência para
posterior debate de como tudo poderia ser evitado, para que despertem nos
alunos a convivência passiva em grupo e pelo menos minimizar os índices de
agressão.
A direção procura adquirir o respeito dos moradores para que com
base nesse envolvimento possa conscientizá-lo dos danos causados pela
violência seja ela de qualquer espécie. Possibilita a ceder o espaço a
Associação de Moradores do bairro para promover eventos como: passeio,
festas e encontros nos fins de semana, com a condição de não causar nenhum
dano à escola.
Enfim, tenta estabelecer um convívio pacifico com a comunidade sem
quebrar as regras do local ditadas pelos traficantes, pois temem represálias.
Sabe-se que para aquisição de pleno êxito do projeto deve superar
todas as barreiras, mas trata-se de um processo em longo prazo, adquirido
pouco a pouco através de ações esclarecedoras condizentes com a realidade
social que envolve a escola.
CONCLUSÃO
Vários são os fatos que podem colaborar para elevação da
violência, dentre eles os meios de comunicação, principalmente a televisão,
jornais e revistas, que agem de modo não intencional, mas de qualquer forma
irresponsavelmente, proporcionando condições para o aumento da violência,
pois expõem as crianças diariamente a imagens de crueldade, que as
mesmas armazenam essas imagens em seu inconsciente e tendem a praticar os
mesmos atos na vida real.
O alto índice de agressividade entre alunos atinge números
preocupantes e significativos, resultantes de uma série de fatores condizentes
com a realidade social e econômica no qual eles vivem.
A criança e o adolescente precisam ser socializados de tal forma
que adotassem posicionamentos menos individualistas, que pensem mais no
grupo e nas outras pessoas adequando-se a patamares civilizados de
convivência em família e em sociedade. A escola Jardim Gláucia vem
desenvolvendo um trabalho junto à comunidade, através de Seminários e
Palestras envolvendo alunos e comunidade. A criação de um Conselho de
Pais e alunos, onde eles participam das tomada de decisões da escola. O
esporte é trabalhado de maneira eficaz, pois consegue tirar os alunos das
ruas. A caixinha de sugestões deixa bem claro, que se trata de uma escola
descentralizadora. O Diretor organiza Festas para trazer a comunidade e
ajudar comprar algumas para U.E .
Aos dirigentes escolares caberia, face ao problema adotarem um
abrangente programa de redução de violência, envolvendo prevenção,
intervenção que incorpore medidas que podem combater as causas básicas
da violência estudantil.
A Gestão Participativa pode trazer benefícios para que a escola,
através da gestão de pessoas, cresça e encoraje a criatividade e a
determinação na resolução de desafios cotidianos. A escola deveria analisar o
problema e adotar estratégias viáveis para a solução.
Em seu posicionamento a Escola Municipal Jardim Gláucia considera
fatores como: a revisão do planejamento curricular, trabalhando conteúdos e
atividades voltadas para a formação de hábitos e atitudes, destacar a
importância do amor, da solidariedade e da convivência passiva em grupo, um
“Clube de mães” que organizem debates, palestras, vídeos, abertos e
comunidade e principalmente aos familiares dos estudantes, conscientizando
toda comunidade escolar dos danos desnecessários causados por atos
violentos.
Atualmente a Escola tem um projeto montado pela equipe
pedagógica e direção, que ajuda a combater a violência dentro da escola,
Palestras, Seminários e Debates sobre drogas, com a ajuda de profissionais na
área de saúde. Encontros de grupos estudantis de outras unidades para
promover Jogos e Festas. Encontros de Pais e Amigos da Escola, para
debater sobre os problemas que mais afligem os alunos e a comunidade.
Criação de Grêmio Estudantil e do Conselho de pais de alunos.
Envolver a comunidade escolar no desempenho da Unidade, ajuda a
aprimorar a eficácia educacionais capazes de gerar melhorias dos objetivos
educacionais e sociais da escola.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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