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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL PATRICCIA DA CRUZ RAMOS CRESCIMENTO VEGETATIVO DE PLANTAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) SOB DIFERENTES TIPOS DE REGULADORES DE CRESCIMENTO EM GURUPI-TO. ORIENTADOR: Dr. Eduardo Andrea Lemus Erasmo CO-ORIENTADORA: Dr a . Susana Cristine Siebeneichler GURUPI TO AGOSTO/2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

PATRICCIA DA CRUZ RAMOS

CRESCIMENTO VEGETATIVO DE PLANTAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha

curcas L.) SOB DIFERENTES TIPOS DE REGULADORES DE CRESCIMENTO

EM GURUPI-TO.

ORIENTADOR: Dr. Eduardo Andrea Lemus Erasmo

CO-ORIENTADORA: Dra. Susana Cristine Siebeneichler

GURUPI – TO

AGOSTO/2011

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO TOCANTINS

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GURUPI

MESTRADO EM PRODUÇÃO VEGETAL

CRESCIMENTO VEGETATIVO DE PLANTAS DE PINHÃO MANSO (Jatropha

curcas L.) SOB DIFERENTES TIPOS DE REGULADORES DE CRESCIMENTO

EM GURUPI-TO.

Dissertação apresentada na UFT no dia

31 de agosto de 2011, como parte das

exigências do curso de Pós-Graduação

em Produção Vegetal, para a obtenção

do título de Mestre em Produção Vegetal

na área de concentração Fitotecnia.

GURUPI-TO

AGOSTO/2011

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Trabalho realizado junto ao Programa de Mestrado em Produção Vegetal da

Universidade Federal do Tocantins, sob orientação do Professor Dr. Eduardo Andrea

Lemus Erasmo, com apoio financeiro Coordenação de Aperfeiçoamento Pessoal de

Nível Superior (CAPES).

Banca examinadora:

___________________________________________

Eduardo Andrea Lemus Erasmo, Dr.

Professor da Universidade Federal do Tocantins

(Orientador)

___________________________________________

Susana Cristine Siebeneichler, Dra.

Professor da Universidade Federal do Tocantins

(Co-Orientadora)

___________________________________________

Aloísio Freitas Chagas Junior, Dr.

Professor da Universidade Federal do Tocantins

(Examinador)

___________________________________________

José Iran Cardoso da Silva, Dr.

Bolsista PNPD/Capes/UFT

(Examinador)

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¨A Fé e a Razão são como as duas asas que

nos levam a contemplar a verdade¨ (Papa João

Paulo II).

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À minha família, meus pais Paulo

Barbosa Ramos e Elzanira Alves da Cruz

Ramos meu irmão Paulo Junnior e meu

filho Paulo Henrique Ramos Richter

Dedico este trabalho.

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AGRADECIMENTOS

À Deus por me conceder a oportunidade de realizar meus estudos,

Aos meus pais que me transmitiram a vida, que me apoiaram e me incentivaram em

meus estudos, e também, com seu exemplo de vida muito me ensinaram sobre o

trabalho e a perseverança.

Ao meu irmão e meu filho que sempre demonstraram muito carinho, e contribuíram

para me tornar uma pessoa melhor.

À UFT, Campus de Gurupi, ao Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, pela

possibilidade de realização do curso.

Ao professor Dr. Eduardo Andrea Lemus Erasmo que não mediu esforços para me

orientar durante todo o curso de mestrado, sendo paciente e comprensivo em minhas

dificuldades, transmitindo conhecimento técnico e experiência com notável inteligência

e grande domínio do conhecimento científico.

A professora e eterna amiga Dr. Susana Cristine Siebeneichler pela contribuição do

conhecimento científico transmitido através da co-orientação, em especial, pelos

valiosos conhecimentos de Fisiologia Vegetal. Pelo apoio e incentivo dado durante todo

o período de curso. Por disponibilizar o laboratório de Ecofisiologia Vegetal para

realização de atividades do experimento.

A todas os colegas do grupo de pesquisa de plantas daninhas e pinhão manso,

principalmente ao meu amigo Thomas Vieira.

Meus agradecimentos a CAPES pela bolsa concedida.

Agradeço enfim a todos que contribuíram de forma direta ou indireta para conclusão

deste.

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SUMÁRIO

LISTA DE TABELA .............................................................................................................. 8

LISTA DE FIGURA ............................................................................................................... 9

RESUMO ............................................................................................................................. 10

ABSTRACT ......................................................................................................................... 11

Capitulo I - Ação de reguladores de crescimento em pinhão manso (Jatropha

curcas L.). ............................................................................................................................ 13

Aspectos reprodutivos do pinhão manso .............................................................................. 13

Hormônios e reguladores de crescimento vegetal ................................................................ 15

Auxinas ................................................................................................................................. 17

Giberelinas ............................................................................................................................ 19

Citocininas ............................................................................................................................ 20

Etileno ................................................................................................................................... 22

Ácido Abscísico .................................................................................................................... 24

Reguladores de crescimento na cultura do pinhão Manso ................................................... 25

Referência bibliográfica ..................................................................................................... 266

Capitulo II - Ação de reguladores vegetais no crescimento vegetativo de pinhão

manso (Jatropha curcas L.) no município de Gurupi-TO. .............................................. 31

RESUMO ............................................................................................................................. 31

ABSTRACT ......................................................................................................................... 32

Introdução ............................................................................................................................. 32

Material e Métodos ............................................................................................................... 34

Resultados e Discussão ......................................................................................................... 36

Referência bibliográfica ....................................................................................................... 46

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LISTA DE TABELA

CAPITULO II

Tabela 1. Características físicas e químicas do solo utilizado no experimento. ................. 35

Tabela 2. Tratamentos utilizados no experimento. Gurupi - TO, 2011. ............................. 36

Tabela 3. Altura de plantas (AP), número de ramos primários (NRP) e número de

ramos secundários (NRS) de pinhão manso, 90 dias após da aplicação de reguladores de

crescimento. Gurupi - TO, 2010 .......................................................................................... 37

Tabela 4. Incremento na altura de plantas de pinhão manso em função da aplicação de

reguladores de crescimento, no intervalo de tempo compreendido entre o dia da

aplicação e 90 dias após desta. Gurupi - TO, 2010 ............................................................. 37

Tabela 5. Incremento no diâmetro de ramos primários de plantas de pinhão manso em

função da aplicação de reguladores de crescimento, no intervalo de tempo

compreendido entre o dia da aplicação e 90 dias após desta. Gurupi - TO, 2010 ............... 38

Tabela 6. Número de folhas (NF), massa seca de folhas (MSF) e massa seca de ramos

(MSR), de pinhão manso, 90 dias após da aplicação de reguladores de crescimento.

Gurupi - TO, 2010 ................................................................................................................ 39

Tabela 7. Área foliar (cm2) de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas L.) aos 90 dias

após a aplicação de reguladores de crescimento. Gurupi- TO. 2010. .................................. 40

Tabela 8. Relação entre o número de flores masculinas e femininas por planta de

pinhão manso, em resposta à aplicação de reguladores de crescimento. Gurupi, TO,

2010 ...................................................................................................................................... 43

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LISTA DE FIGURA

CAPITULO I

Figura 1 – 1a Flor masculina; 1b Flor feminina; 1c flor hermafrodita ................................ 14

CAPITULO II

Figura 1. Número médio de Inflorescências por planta de pinhão manso (Jatropha

curcas), no período de 60 dias após a aplicação de reguladores de crescimento. Gurupi,

TO, 2010 ............................................................................................................................... 41

Figura 2. Número médio de flores masculinas por plantas de pinhão manso (Jatropha

curcas), no período de 60 dias após a aplicação de reguladores de crescimento. Gurupi,

TO, 2010 ............................................................................................................................... 42

Figura 3. Número médio de flores femininas por plantas de pinhão manso (Jatropha

curcas) , no período de 60 dias após a aplicação de reguladores de crescimento. Gurupi,

TO, 2010. .............................................................................................................................. 42

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RESUMO

Entre as culturas mais promissoras para a produção de biocombustíveis destaca-se o

pinhão manso (Jatrorpha curcas L.), despertando interesse de pesquisadores. Devido às

suas potencialidades, a cultura apresenta alta produtividade por área a partir do quarto

ano e o óleo é considerado como excelente para a produção de biodiesel. O pinhão-

manso pertence à família Euforbiáceas, a mesma da mamona e da mandioca. É uma

cultura perene, rústica e adaptada às mais diversas condições edafoclimáticas. Além

disso, a cultura apresenta importância socioeconômica por ser facilmente produzida na

agricultura familiar, devido à grande necessidade de mão-de-obra.

Durante o desenvolvimento da cultura do pinhão manso nota-se a contínua frutificação

ao longo do ciclo produtivo, o que implica em maturação desuniforme de frutos.

Encontram-se num mesmo ramo frutos verdes, marrons e secos, o que dificulta a

operação de colheita e beneficiamento. Neste sentido, o conhecimento da dinâmica

hormonal e quais reações são induzidas pela aplicação dos reguladores de crescimento é

imprescindível para uma futura recomendação de manejo para uniformização da

maturação dos frutos. Os reguladores de crescimento vegetais, no entanto, podem ser

utilizados para vários outros objetivos, entre eles a aplicação em fases iniciais da

cultura, para melhorar a germinação, a emergência e o desenvolvimento inicial das

plantas uma vez que no desenvolvimento inicial da lavoura, diversos fatores podem

influenciar negativamente seu desempenho, como desuniformidade de germinação,

crescimento lento e insuficiente desenvolvimento do sistema radicular.

No capitulo I descreve-se a fisiologia do pinhão manso, bem como o uso dos

reguladores de crescimento e o balanço hormonal no processo reprodutivo e vegetativo

das plantas, dando-se destaque aos trabalhos realizados com a cultura do pinhão manso.

No capitulo II descreve-se a ação de seis reguladores de crescimento vegetal na

produção vegetativa da cultura do pinhão manso. O ensaio foi desenvolvido em

delineamento experimental inteiramente casualizado, em um esquema fatorial de (7 x

2), com quatro repetições, correspondendo a duas doses de reguladores de crescimento e

6 reguladores de crescimento e 1 Testemunha (sem aplicação de regulador). O regulador

de crescimento Stimulate aplicado na menor dose estimulou o florescimento mais

precoce e a maior produção de inflorescências. Todos os reguladores de crescimento

reduziram a proporção de flores masculinas e flores femininas. Os reguladores ProGibb

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e Etefon foram os que apresentaram a menor produção de inflorescência quando

comparados aos outros reguladores.

Palavras-chave: Jatropha curcas L.; Reguladores de Crescimento; Balanço hormonal

ABSTRACT

Among the most promising crops for producing biofuels stands out Jatrorpha curcas L.

which has attracted interest from researchers. Due to the potentialities of the species

the culture has high productivity per area from the fourth year and the oil is considered

excellent for the production of biodiesel. Jatropha curcas L belongs to the Euphorbia

family, the same as castor beans and cassava. It is a perennial crop, rustic and adapted

to diverse soil and climatic conditions. In addition, culture has socioeconomic

importance, because it is easily produced on family farms, because of the great need for

manpower. During the development of the culture of Jatropha it is possible to observe

the continuous fruiting throughout the production cycle, which results in uneven

ripening of fruit. On the same branch green, brown and dry fruit can be found, which

makes difficult the operation of harvesting and processing. In this sense the knowledge

of the dynamics and hormonal responses which are induced by application of growth

regulators is essential for a future recommendation to standardize management of

Jatropha fruit. The plant growth regulators, however, can be used for many other

purposes, including the application in the early stages of culture, to improve

germination, emergence and early growth of the plants since in the early development

of agriculture, several factors may affect negatively the development, such as uneven

germination, slow growth and poor root development.

In Chapter I it is reported the physiology of Jatropha, as well as the use of growth

regulators and the hormonal balance in the reproductive process of plants and

vegetation, making it stand out on work done with the culture of Jatropha curcas.

In Chapter II describes the action of six plant growth regulators on vegetative growth of

the culture of Jatropha. The test was developed in a completely

randomized in a factorial scheme (7 x2) with four replications, corresponding

to two doses of growth regulators and six growth regulators and a control (with out

application of the regulator). The growth regulator Stimulate the lowest rate

was stimulated flowering earlier and greater production of flowers. All growth

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regulators reduced the proportion of male flowers and female flowers. Regulators

ProGibb and Ethephon were those with the lowest number of inflorescences when

compared to other regulators.

Key Words: Jatropha curcas L.; Growth Regulators; Hormonal balance.

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AÇÃO DE REGULADORES DE CRESCIMENTO EM PINHÃO MANSO

(Jatropha curcas L.).

Patriccia da Cruz Ramos1 Eduardo Andrea Lemus Erasmo

2.

1Mestrando em Produção Vegetal – UFT, Gurupi/TO;

2Professor Orientador, UFT,

Gurupi/TO.

Aspectos reprodutivos do pinhão manso

A Jatropha curcas L. é uma planta caducifólia cujas folhas permanecem

funcionais por um período de tempo estimado em cinco meses. Uma folha é

considerada fisiologicamente funcional, ou fonte, quando é capaz de produzir

metabólitos para suas necessidades e exportar o excedente para os pontos de

crescimento. De acordo com Morais (2010) quando perde a funcionalidade a folha

torna-se dreno e passa a receber fotoassimilados de outras partes da planta o que gera

consequências negativas para o metabolismo geral. Quando cultivado em condições

naturais o pinhão-manso começa a perder folhas não funcionais a partir do início do

período seco, época em que há acentuada redução na umidade do ar e do solo, alterando

o perfil hormonal da planta e disparando os processos de senescência e de abscisão

foliar. Durante a senescência outro evento fundamental para o vigor da planta é a

transferência de reservas para as estruturas do caule e galhos. Essas reservas são o

produto da mobilização dos constituintes celulares das folhas, após hidrólise enzimática

e são cruciais para o próximo ciclo produtivo (MORAIS, 2010).

Em zonas equatoriais, o pinhão manso floresce duas vezes por ano, enquanto

que no Brasil a planta floresce uma vez por ano em condições naturais de plantio,

distribuindo sua produção entre janeiro e julho. Após esse período, a planta entra em

repouso vegetativo até o início das chuvas (VEDANA, 2008).

A planta é caracterizada como monoica, com flores unissexuais e produzidas na

mesma inflorescência, ocorrendo ocasionalmente flores hermafroditas (Figura 1c). As

flores femininas (Figura 1 b) apresentam ovário com três carpelos, cada um com um

lóculo, que produz um óvulo com três estigmas bifurcados separados que se localizam

nas ramificações. As flores masculinas (Figura 1 a) apresentam-se em maior número e

estão dispostas nas pontas das ramificações (DEHGAN e WEBSTER, 1979).

Capítulo I

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Figura 1 –. 1a Flor masculina; 1b Flor feminina; 1c flor hermafrodita.

Fonte: Bang-Zhen e Zeng-Fu (2010).

As inflorescências do pinhão manso surgem junto com as folhas novas. A

inflorescência é uma cimiera definida. As flores são amarelo-esverdeadas, monoicas,

unissexuais e produzidas na mesma inflorescência. As flores masculinas são mais

numerosas que as femininas e situadas nas pontas das ramificações. Assim que a

primeira inflorescência começa a crescer, desenvolvem-se duas inflorescências cimeiras

secundárias. As flores femininas abrem-se em dias diferentes forçando a polinização

cruzada; os estigmas tornam-se receptíveis depois que a flor se abre e permanecem

assim por três dias; as flores não polinizadas caem no quarto dia. A proporção é de 1-5

flores femininas para 25-93 flores masculinas, numa razão média de 29 masculinas para

cada flor feminina. (SATURNINO et al., 2005). Pereira et al. (2011) analisando as

inflorescências de diferentes plantas de pinhão manso nas condições de Gurupi, estado

do Tocantins, verificaram que o número total de flores masculinas presentes em uma

inflorescência foi sempre superior conferindo uma razão média de 18 flores masculinas

para cada flor feminina. Essa relação pode ser uma estratégia da cultura para atrair os

insetos polinizadores, uma vez que esses fazem mais visitas às flores masculinas do que

às femininas (SOLOMON e EZRADANAM, 2002).

No pinhão manso, apesar de ser possível realizar a autofecundação e ocorrer o

desenvolvimento de frutos por geitonogamia, deve-se ressaltar que prevalece a

formação de frutos por xenogamia, uma vez que não há um sincronismo na abertura de

flores femininas e masculinas na mesma inflorescência (JUHÁSZ et al., 2009).

A polinização no pinhão manso é entomófila e seus polinizadores são

principalmente formigas, abelhas, moscas e tripes (SOLOMOM e EZRADANAM,

2002).

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A produção de sementes do pinhão-manso inicia-se por volta do décimo mês

após o plantio, no entanto a produção só atinge a plenitude por volta do terceiro ou

quarto ano (ARRUDA et al., 2004).

A quantidade de inflorescências que a planta poderá emitir durante o ciclo

depende de condições edafoclimáticas adequadas a cada espécie como também as

características inerentes da própria planta. De acordo com Juhasz et al. (2009), o

florescimento é um dos principais estágios fenológicos para a produção de óleo de

Jatropha curcas, uma vez que o número de flores femininas e sua fecundação

determinam quantos frutos e sementes serão desenvolvidos.

Embora o pinhão manso seja uma planta rústica e resistente à seca, sabe-se que as

condições edafoclimáticas agem diretamente sobre o metabolismo das plantas e em

condições ideais ou propícias, as plantas apresentam melhor desempenho.

A água é um fator limitante para a produtividade do pinhão manso, Drumont et

al. (2008) na região de Petrolina – PE, utilizando plantas com e sem irrigação

verificaram que a produtividade média de sementes em plantas irrigadas foi 3,5 vezes

maior do que aquela obtida apenas com o regime normal de chuva.

Hormônios e reguladores de crescimento vegetal

O desenvolvimento e o crescimento das plantas são regulados por fatores

endógenos e externos. Os fatores endógenos são ativos não somente a nível celular e

molecular, afetando os processos metabólicos via transcrição e tradução, mas também

têm a função de coordenação do organismo como um todo, realizada por meio dos

hormônios vegetais. A importância ecológica dos hormônios vegetais está em sua

função de substância transdutora; seguindo a percepção dos estímulos ambientais, todas

as partes da planta são informadas sobre a situação de outras partes por meio da síntese

ou de mudanças de concentração de um ou mais fitormônios (LARCHER, 2000).

Existem algumas diferenças e conceitos sobre reguladores de crescimento

vegetal, hormônios e estimulante de crescimento vegetal. Os hormônios vegetais, ou

fitormônios, são substancias orgânicas que desempenham a principal função no

regulamento do crescimento (RAVEN et al., 2001). Já, os reguladores vegetais são

substâncias sintetizadas exogenamente e, quando aplicadas nas plantas possuem ações

similares aos compostos vegetais conhecidos. Os retardadores ou reguladores vegetais

são compostos sintéticos, que retardam a alongação e a divisão celular no meristema

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subapical. E, finalmente, os estimulantes vegetais se referem à mistura de reguladores

vegetais, ou de um ou mais reguladores com compostos de natureza bioquímica

diferente (aminoácidos, vitaminas) (CASTRO, 2001). Os hormônios vegetais

desempenham papel importante, podendo uniformizar a germinação, controlar o

desenvolvimento vegetativo, aumentar a fixação de flores e frutos e antecipar ou atrasar

a maturação dos produtos de interesse comercial (CATO e CASTRO, 2006). Estas

substâncias são sinalizadoras, responsáveis por efeitos marcantes no desenvolvimento,

atuando em concentrações bastante pequenas.

O uso de reguladores de crescimento adquiriu grande importância, pois, com seu

emprego, foi possível modificar diversos processos fisiológicos naturais das plantas.

Vários trabalhos comprovam a capacidade dos reguladores de crescimento reduzirem o

porte de plantas, uniformização, maturação e colheita de frutos (SOARES, 1999;

LAMAS, 2001).

Os reguladores vegetais são substâncias químicas que têm sido utilizadas para

manipular o crescimento vegetativo de algumas espécies e o desafio é fazê-lo sem

reduzir a capacidade produtiva (MOUCO, 2008).

A ação dos hormônios e dos reguladores de crescimento depende da atividade

metabólica da planta e das condições ambientais onde estas se encontram, pode-se dizer

que talvez a época em que estes produtos foram aplicados possa não ter sido a ideal,

visto que TIBA ao ser aplicado 5 meses após o plantio das plantas teve efeito na

produção de ramos nas plantas de pinhão manso (ABDELGADIR et al., 2009).

O hormônio vegetal que está atuando em determinada ação na planta, depende

do estágio de desenvolvimento e da atividade da planta, da natureza do estímulo

externo, da parte da planta que está recebendo o estimulo e do tempo deste impacto. A

reação resultante, seja ela sinergista ou antagonista, pode variar muito, dependendo do

órgão em questão e da predisposição da planta (LARCHER, 2000). Um mesmo

hormônio pode produzir respostas diferentes em tecidos ou em diferentes fases do

desenvolvimento num mesmo tecido. Os tecidos podem requerer diferentes quantidades

de hormônios. Desse modo, os sistemas vegetais podem variar a intensidade do sinal

hormonal pela alteração das concentrações dos hormônios ou pela mudança na

sensibilidade aos hormônios que estão presentes (RAVEN et al., 2001).

Os hormônios vegetais possuem cinco grupos, sendo eles: auxinas, citocininas,

etileno, acido abscísico e giberelinas. Mais recentemente há sinais indicando a

existência de hormônios vegetais esteróides, brassinosteróides, que produzem uma

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ampla gama de efeitos morfológicos no desenvolvimento vegetal (TAIZ e ZEIGER,

2004).

Auxinas

A auxina natural mais abundante é o AIA. Entretanto, dependendo da espécie,

da idade da planta, da estação do ano e das condições sob as quais a planta se

desenvolve, outras auxinas naturais podem ser encontradas, como um análogo clorado

do AIA, o acido4-cloroindolil-3-acético (4-cloroAIA), o ácido fenilacético e o ácido

indolil-3-butírico (AIB). Entretanto, faltam informações mais precisas a respeito da

fisiologia e bioquímica desses últimos três compostos, existindo certa controvérsia se

eles realmente atuariam como hormônios nas plantas (KERBAUY, 2004).

A auxina induz à extrusão de prótons que acidifica e afrouxa a parede celular, e

através da entrada da água (com o afrouxamento da parede celular ocorre redução de

turgor) há aumento da extensão da célula (TAIZ; ZEIGER, 2004).

Uma das principais funções da auxina é a regulação e promoção de crescimento

por alongamento de caules novos e coleóptilos. Ele atua no alongamento ou inibição de

raízes (em função da concentração), nos tropismos, e na iniciação do crescimento de

raízes laterais. A auxina desempenha um papel na diferenciação de tecidos vasculares, o

gradiente de auxina causado pelo transporte basípeto influencia a diferenciação dos

tecidos vasculares nos ramos em alongamento (RAVEN et al., 2001). O alongamento do

caule se faz por atividade mitótica e por aumento de volume das células meristemáticas

do ápice. As auxinas são encontradas justamente nas regiões do caule que estão

crescendo mais ativamente (FERRI, 2000), para que as células se expandam na parede

celular, que é rígida, deve ser afrouxada de alguma maneira. De acordo com a hipótese

do crescimento ácido, esse afrouxamento seria induzido pela acidificação da parede

celular, resultante da extrusão de prótons através da membrana plasmática. Tal hipótese

propõe que a auxina acidifica a região da parede celular por estimular a parede celular a

excretar prótons. A diminuição do pH ativa uma ou mais enzimas, com pH ótimo ácido,

que causariam o afrouxamento da parede celular. A auxina além de induzir a

acidificação da parede celular e o consequente afrouxamento, induz outros processos

importantes que proporcionam a continuidade do crescimento da célula, como os

aumentos na absorção de solutos osmóticos (potássio, por exemplo) e na atividade de

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certas enzimas relacionadas com a biossíntese de polissacarídeos de parede

(KERBAUY, 2004).

Além disso, a auxina atua na regulação de dominância apical, abscisão de folhas,

diferenciação vascular, formação de gemas florais e desenvolvimento de frutos. O

mecanismo de dominância apical representa particularmente o processo fisiológico

envolvido na imposição e quebra de dominância. Assim, o fluxo de auxina proveniente

do ápice e que segue para a região basal da planta poderia inibir o desenvolvimento da

gema auxiliar por estar numa concentração acima da ideal (KERBAUY, 2004).

O conhecimento de que o pólen contém altas concentrações de auxina levou a

suposição de que o estabelecimento do fruto estaria relacionado com a auxina. Assim

descobriu-se que o estabelecimento de frutos de muitas espécies poderia ser promovido

por tratamento com auxina (FERRI, 2001).

Avaliando a ação das auxinas nos frutos de pepino observou-se que para as

características relacionadas à produção de frutos (número e massa) e pegamento de fruto

não se obteve interação significativa entre doses de auxinas e períodos de aplicação,

esse resultado comprova o efeito da auxina em órgãos e tecidos isolados (GODOY;

CARDOSO, 2004).

Em relação a abscisão foliar, a aplicação de AIA em estágios iniciais da abscisão

foliar geralmente atrasa a queda da folha; todavia, quando é feita em estágios mais

avançados do desenvolvimento, ela acelera esse processo, provavelmente pela indução

da síntese de etileno (KERBAUY, 2004).

Em trabalho com aplicação da auxina ANA direcionada à flor de pepino, observou-

se um aumento crescente no pegamento de frutos chegando até a 38% (GODOY;

CARDOSO, 2004). Salisbury e Ross (1992) observaram que altas doses de auxina

podem induzir a síntese de etileno, que apresenta como principais efeitos biológicos a

senescência e abscissão das flores.

Em trabalho desenvolvido com pessegueiros os autores observaram que as

maiores concentrações de auxinas proporcionaram um aumento no peso médio do fruto

em torno de 10 a 15%, comparados com a Testemunha do experimento (SARTORI

et.al., 2003).

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Giberelinas

As giberelinas estimulam o alongamento e a divisão celular, promovem a

frutificação, germinação de sementes, iniciação floral e determinação do sexo. A GA1

endógena está relacionada com a estatura e controle do crescimento do caule

(KERBAUY, 2004).

Uma das mais importantes propriedades fisiológicas das giberelinas é que

podem induzir floração em plantas mantidas em condições não indutivas. Dependendo

da espécie, a aplicação de giberelinas pode regular a juvenilidade em ambos os sentidos.

Em plantas monóicas (produtoras de flores masculinas e femininas ou hermafroditas), o

AG tem efeitos sobre a determinação do sexo, evento geneticamente regulado, mas

também influenciado por outros fatores, notadamente ambientais (KERBAUY, 2006;

FERRI, 2001).

As giberelinas, como as auxinas, podem provocar o desenvolvimento de frutos

partenocárpicos. Em alguns frutos, com mexerica e pêssegos, as giberelinas têm sido

efetivas na promoção do desenvolvimento, enquanto a auxina não. (HAVEN et

al.,2001).

Em relação a germinação de sementes tem sido proposto que as giberelinas não

estão diretamente associadas ao controle da dormência e, sim na promoção da

germinação. Em sementes, as giberelinas, frequentemente, em combinação com as

citocininas, podem substituir a necessidade de vários sinais ambientais e promover a

germinação e minimizar os efeitos inibitórios do ABA. De forma geral, o efeito

principal do AG nas sementes parece estar associado à indução das enzimas que

degradam o amido no endosperma (KERBAUY, 2006).

A giberelina nunca está presente em tecidos com ausência completa de auxina e

os efeitos da giberelina no crescimento podem depender da acidificação da parede

celular induzida por auxina (TAIZ e ZEIGER, 2004).

As giberelinas também participam do crescimento do caule, possuindo a

capacidade de reverter o nanismo. Porem Souza (2000) avaliando a cultura da citrange

Carrizo verificou que a aplicação de giberelina não alterou a altura das plantas porém

incrementou o diâmetro do colo das mesmas, induzindo que a ação desse hormônio será

variável de acordo com a cultura avaliada.

Dario et.al. (2004) avaliando influência de fitorregulador no crescimento do

arroz irrigado verificou-se estatura da planta, altura do primeiro nó, diâmetro do caule,

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área foliar e a produção de fitomassa seca foram aumentados pela aplicação foliar de

giberelina, porem não foi verificado efeito de giberelina e citocininas exógenas sobre o

número de folhas, número de ramificações e matéria seca da raiz, além disso, a

aplicação conjunta de giberelina e citocinina na cultura provocou a decréscimo do efeito

da giberelina.

Inibidores da síntese de giberelinas são divididos em três classes, e cada classe

específica interrompe uma das três etapas da síntese de giberelina. A maioria dos

retardantes vegetais inibe a síntese de giberelina e podem, então, ser utilizados para

reduzir o alongamento dos ramos e para o manejo do crescimento vegetativo. Assim,

três tipos diferentes de retardantes vegetais que interferem na síntese da giberelina

podem ser relacionados: os compostos quaternários, como o cloreto de mepiquat e o

cloreto de chlormequat, que inibem a conversão de geranil difostato para o caureno; os

compostos cíclicos contendo um nitrogênio, como o ancymidol, flurprimidol,

paclobutrazol e uniconazole, que inibem a passagem do caureno a GA12-aldeído, que é

catalisado por monoxigenases; os acilciclohexanodionas como o etil-trinexapac e o

prohexadione-Ca, que podem bloquear as reações finais do metabolismo de GA

(conversão do GA12-aldeído nas diferentes GA's), relativas a ação de dioxigenases

(RADEMACHER, 1995).

Produtos inibidores de giberelinas são usados comercialmente para evitar o

alongamento em algumas plantas. Para a cultura do trigo, o cloreto de clormequat,

(OLUMEKUN, 1996), e o trinexapac-etil (ZAGONEL; FERNANDES, 2007;

ESPINDULA et al., 2009) têm apresentado bons resultados na redução da estatura das

plantas.

Citocininas

As citocininas, tem como principal função acelerar o desenvolvimento de

embriões nas plantas e promover o desenvolvimento de tecidos e células isoladas,

atuando fortemente na divisão celular e na diferenciação celular . Variações nas

proporções de auxinas e citocininas colocadas em uma cultura de tecidos podem

influenciar fortemente o tipo de diferenciação celular. Quando a proporção do AIA é

superior à de citocininas, certas regiões dos tecidos em cultura formam raízes.

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Proporções maiores de citocininas resultam no desenvolvimento de caules (KERBAUY,

2004).

Estes fatos demonstram que a divisão e a diferenciação celular exigem a ação

conjunta e harmônica de dois hormônios vegetais: auxinas e cinetina. A cinetina não

existe em plantas, mas certo número de compostos presentes nas plantas, conhecidos

como citocininas, apresentam atividades similares à cinetina. A primeira citocinina

extraída de vegetal foi obtida em grãos de milho e denominada zeatina. Outras

citocininas obtidas de plantas já foram identificadas como zeatina ribosídeo e

isopentenil adenosina. As citocininas parecem ser compostos derivados do t-RNA. Na

planta, as citocininas são sintetizadas principalmente nas raízes e transportadas,

provavelmente no xilema, para outras partes da planta (RAVEN et al., 2001).

O Fitorregulador citocininas atua em processos como quebra da dominância

apical, a formação de brotos, senescência da folha, crescimento da raiz, germinação de

semente e respostas do estresse (BARCISZEWSKI et al., 2006). Martinelli et aI.

(1985), cita que este regulador se caracteriza por apresentar uma grande capacidade de

multiplicidade de brotos, ou seja, induz a formação de grande número de brotos e alta

taxa de multiplicação em muitos sistemas de micropropagação, porem o genótipo

influencia a resposta morfogênica do mesmo.

As citocininas promovem retardamento na senescência foliar. Folhas retiradas da

planta mostram envelhecimento acelerado, acompanhado pela decomposição de

proteínas e da clorofila, quando folhas isoladas são tratadas com cinetina, esta

aparentemente impede a ação das proteases e RNA-ses da folha, promotoras da

senescência. Ferrante et al.(2002) observou em Alstroemeria que o uso de citocininas

em folhas isoladas promovem o retardamento da senescência

As citocininas têm sido associadas à floração em plantas perenes (BERNIER,

2003; CORBESIER et al., 2003), pelo efeito da aplicação e pelas análises de

concentrações endógenas durante a indução do meristema. Existem também indicações

do aumento da concentração de citocininas nos meristemas dos ramos como resultado

da aplicação de reguladores vegetais como o TIBA (ácido tri-iodo benzóico), hidrazida

maleica ou ethephon mais daminozide e ProCa (ITO et al., 2001, RAMIREZ et al.,

2006).

Estudos conduzidos por Srinivisan e Mullins (1981) reforçam a relação entre as

aplicações de citocininas em videira e a floração, mesmo em condições climáticas não

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indutivas, determinando a tendência de um meristema tornar-se floral ou manter-se

vegetativo.

Nas plantas anuais como nas perenes foi demonstrado que os tratamentos com

citocininas podem substituir o fator climático essencial à floração, mas que a resposta é

dependente da concentração (BERNIER et al., 1993; SRINIVASAN; MULLINS,

1981). Nestes experimentos o importante é a observação de que para a floração ocorrer,

um nível ótimo de citocininas é requerido, porque as baixas concentrações não são

efetivas e as altas podem ser tóxicas ou estimular o crescimento vegetativo.

As citocininas podem alterar os teores de carotenóides totais nas plantas,

conforme foi observado em plantas de Annona glabra L. que a ação de diferentes

auxinas afetou positivamente esses teores durante todo o período de indução da

senescência foliar, promoveram maior acúmulo de clorofila. Os autores também

verificaram a ação efetiva das fontes de citocinina testadas sobre o retardo na

degradação de clorofilas durante a senescência induzida nas brotações (OLIVEIRA

et.al., 2007). Sing et al. (1992), confirma que a maior atividade da citocinina decorre de

sua maior capacidade de conjugação com açúcares.

Etileno

O etileno é o composto orgânico (endógeno ou exógeno) mais simples e,

aparentemente, o único gás que participa de regulação dos processos fisiológicos das

plantas. O etileno é um gás (C2H4) sintetizado a partir de metionina na maioria dos

tecidos em resposta ao estresse, especialmente em tecidos senescentes ou em

amadurecimento. Move-se por difusão a partir do sítio de síntese. Ele é o único

hidrocarboneto com efeito pronunciado nas plantas (RAVEN et al., 2001). O etileno é

considerado um hormônio, já que é um produto natural do metabolismo, atua em

concentrações muito baixas e participa da regulação de praticamente de todos os

processos de crescimento, desenvolvimento e senescência das plantas. A biossíntese do

etileno começa com o aminoácido metionina, que reage com ATP para formar um

composto conhecido como S-adenosilmetionina (SAM), após isso, o SAM é quebrado

em dois compostos diferentes, um dos quais é chamado de ACC (ácido 1-

aminociclopropano-1-carboxílico). As enzimas do tonoplasto então convertem o ACC

em etileno (RAVEN et al., 2001).

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A vantagem original do gás etileno como regulador do crescimento reside no

fato de que não exige atividade metabólica para seu transporte e, em certos casos, para

sua inativação. A difusão do gás é suficiente para seu transporte e para diminuir sua

concentração. A maior dificuldade dos estudos com o gás etileno é que ele está

geralmente presente na atmosfera, particularmente nas áreas de atividade industrial ou

de trânsito intenso. Além disso, praticamente todos os compostos orgânicos liberam

etileno quando são aquecidos ou oxidados. Finalmente, as plantas sujeitas à vários tipos

de estresse, como o ataque de insetos e microrganismos, o contato com substâncias

tóxicas, a colocação em posição horizontal, a exposição a baixas temperaturas e à

presença de potenciais de água baixos nos tecidos, produzem etileno acima dos níveis

esperados em plantas normais ( FERRI, 2002).

O etileno é regulado pela auxina, de forma que, a aplicação de auxina promove

aumento na quantidade de etileno nas plantas e, a aplicação de TIBA (ácido 2, 3, 5-

triiodobenzóico), um competidor por sítios de auxina, ou a remoção de tecidos

meristemáticos promovem a redução do etileno no tecido adjacente (FERRI, 1985). O

etileno estimula a elongação de estruturas vegetativas e florais em plantas aquáticas,

mas, inibe a elongação do hipocótilo. Também é um forte promotor de senescência e

abscisão de folhas, partes florais e frutos em amadurecimento (HOPKINS e HÜNER,

2004).

Na maioria das espécies vegetais, o etileno tem um efeito inibitório na expansão

celular. O etileno dispara um rápido crescimento do caule em algumas espécies semi-

aquáticas. O alongamento dos entrenós provocado pelo etileno proporciona um

mecanismo para que as plântulas de arroz possam acompanhar o ritmo da elevação das

enchentes. Já em relação ao amadurecimento de frutos, observa-se que nos frutos

climatéricos, o aumento na síntese de etileno precede e é responsável por vários dos

processos de amadurecimento pós-colheita (RAVEN et al., 2001).

O Ethephon, que quando aplicado libera etileno na planta, segundo muitos

autores (BUBÁN et al., 2003; DAVENPORT e NUÑEZ ELISEA, 1997) participa

diretamente na floração de fruteiras. Entretanto, o Ethephon, como os inibidores da

síntese de GA, também inibe o transporte polar da Auxinas, reduzindo o nível de IAA

exportado de frutos e gemas apicais (EBERT e BANGERTH, 1982; CALLEJAS e

BANGERTH, 1997), o que acaba estimulando a floração (GROCHOWSKA et al.,

2004). Assim, o efeito positivo do Ethephon na floração poderia vir da inibição do

transporte polar da Auxinas (BANGERTH, 2006).

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Ácido Abscísico

O ácido abscísico (ABA) é um sesquiterpeno derivado, em plantas superiores, a

partir do 9´-cis-xanthoxina (C40) que origina na rota metabólica a xanthoxina (C15)

(SRIVASTAVA, 2002). O ABA é um hormônio vegetal que regula vários processos no

ciclo de vida das plantas. Envolvido nas respostas a estresses ambientais, tais como a

baixa da disponibilidade de água, temperatura reduzida e alta salinidade, esse hormônio

também desempenha uma função importante no desenvolvimento e germinação das

sementes (KERBAUY, 2001). A sua síntese ocorre em sementes e folhas maduras,

especialmente em resposta ao estresse hídrico (RAVEN et al., 2001). A biossíntese do

ABA ocorre nos cloroplastos e outros plastídeos (TAIZ; ZEIGER, 2004).

O ácido abscísico é facilmente transportado pelo floema, xilema e células

parenquimáticas, havendo intercâmbio entre folhas adultas, folhas jovens e raízes. Em

plantas de Lupinus submetidas a estresses salino, 55% do total de ABA presente no

xilema é proveniente da raiz, enquanto nas plantas não estressadas, esse órgão contribui

apenas com 28% do teor desse hormônio (KERBAUY, 2001).

O ácido abscísico exerce múltiplos efeitos nas plantas, geralmente relacionados à

atividade dos outros hormônios. Ele promove o fechamento estomático, induz o

transporte de fotoassimilados das folhas para sementes em desenvolvimento, induz a

síntese de proteínas de reserva nas sementes e aembriogênese e pode interferir a indução

e manutenção de dormência nas sementes e gemas de certas espécies (RAVEN et al.,

2001).

Já a participação do acido abscísico na senescência não está bem elucidada

quanto à promoção desse processo pelo etileno ou sua inibição pela citocinina.

Enquanto alguns resultados indicam um efeito promotor do ABA na senescência, outros

não apresentam correlação entre o hormônio e esse processo, essas controvérsias podem

ser devidas ao balanço variável entre substâncias promotoras e inibitórias da

senescência nos tecidos em diferentes estádios de desenvolvimento (KERBAUY, 2001).

Em trabalho utilizando a cultura da soja, o ABA causou inibição no crescimento

das sementes, o que indica que o fitohormônio atuou inibindo a atividade de dreno das

sementes, no estádio de desenvolvimento utilizado, conseqüentemente, o fluxo de

nutrientes aos frutos diminuiu e o crescimento foi inibido (NASCIMENTO e

MOSQUIM, 2004).

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Reguladores de crescimento na cultura do pinhão Manso

Na cultura do pinhão manso, os frutos (drenos) surgem junto às folhas (fontes),

ou seja, órgãos vegetativos competindo com os reprodutivos ao longo do período de

crescimento pelos fotoassimilados formados.

Estudando o efeito de reguladores de crescimento em pinhão manso, Moraes et

al. (2009), observaram que a aplicação de giberelina promoveu maior desenvolvimento

vegetativo, a aplicação de ethefon causou redução da altura e projeção da copa em

relação ao controle, já o paclobutrazol provocou a maior redução nos parâmetros de

desenvolvimento vegetativo analisados e obteve produção significativamente maior de

sementes que o controle. O regulador composto pelos ingredientes ativos citocinina,

ácido giberélico e ácido indol butírico provocaram incremento no crescimento e maior

produção quando comparados ao controle.

Morais e Silva (2009), analisando o efeito de inibidores de crescimento na

cultura do Pinhão, observaram que o paclobutrazol causou redução da altura, da

projeção da copa, do número de ramos e diâmetro do caule em relação ao controle. Já o

cloreto de mepiquat apresentou redução somente de altura e projeção da copa, não

afetando o número de ramos e diâmetro do caule. O regulador de crescimento

chlomerquat somente alterou o diâmetro do caule. Quanto à produção de sementes,

constataram que as plantas tratadas com cloreto de mepiquat e paclobutrazol

apresentaram maior produção de sementes que o controle.

Esses inibidores da síntese de giberelina atuam na redução do crescimento

vegetativo promovendo um direcionamento da energia da planta para o processo

reprodutivo, e como consequência, a planta pode apresentar uma melhor retenção dos

botões florais e frutos (Rodrigues & Leite, 2004).

Em trabalho onde se utilizou como regulador de crescimento o paclobutrazol, foi

observado que o número médio de flores femininas por inflorescência foi maior (9,0 em

plantas sem tratamento; 13,4 com a aplicação). O produto resultou também em um

maior número de cápsulas e maior número de sementes por cápsula (GROSH, et al.,

2010).

A pulverização de Dikegulac (DK) e Hidrazida Maleica (MH) em Jatropha

resultou em um número significativamente maior de ramos em relação ao controle, além

disso, altas concentrações de DK (8,0 mM) e MH (4,0 mM) diminuiu significativamente

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a altura das plantas, comprimento da parte aérea e número de folhas em comparação

com a Testemunha (ABDELGADIR et al., 2009)

Abdelgadir et al.(2009) verificaram que a aplicação foliar de Hidrazida Maleica

aumenta significativamente o número de ramos e de folhas produzidas por planta. Já

todas as concentrações de TIBA testados, levaram a um aumento significativo no

número de ramos em relação a Testemunha, porém a aplicação não incrementou a altura

da planta e nem o número de folhas.

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31

AÇÃO DE REGULADORES VEGETAIS NO CRESCIMENTO VEGETATIVO

DE PINHÃO MANSO (Jatropha curcas L.) NO MUNICÍPIO DE GURUPI-TO.

Patriccia da Cruz Ramos1 Eduardo Andrea Lemus Erasmo

2 Susana Cristine

Siebeneichler3

1Mestrando em Produção Vegetal – UFT, Gurupi/TO;

2Professor Orientador, UFT,

Gurupi/TO; 3Professora Co-orientadora, UFT, Gurupi/TO

RESUMO

Ainda não se tem no mercado variedades para o pinhão manso. O que se verifica

nas áreas de produção é uma elevada variabilidade entre plantas, expressa em uma

descontinuidade na floração e maturação de frutos, dificultando assim o processo de

colheita. O trabalho teve como objetivo avaliar o efeito de seis reguladores de

crescimento vegetal na cultura do Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) em condições do

município de Gurupi - TO. O delineamento experimental utilizado constituiu-se de

blocos inteiramente casualizados, em um esquema fatorial de (2 x 7), com quatro

repetições, correspondendo a duas doses de reguladores de crescimento e 6 reguladores

de crescimento e 1 Testemunha (sem aplicação de regulador). Foram avaliados a altura

de plantas (AP), diâmetro médio de ramos (DR), o número de inflorescência por planta,

o número de flores masculinas, número de flores femininas, a relação de flores

masculinas e femininas e a área foliar. O regulador de crescimento Stimulate aplicado

na menor dose estimulou o florescimento mais precoce e a maior produção de

inflorescências. Todos os reguladores de crescimento reduziram a proporção de flores

masculinas e flores femininas. Os reguladores ProGibb e Etefon foram os que

apresentaram a menor produção de inflorescência quando comparados aos outros

reguladores.

Palavras-chave: Jatropha curcas L.; Reguladores de Crescimento Vegetal; analise de

crescimento.

Capítulo II

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ABSTRACT

There are not jatropha varieties in the Market yet. There is only a high diversity

of plants expressed by a discontinuity in the flowering and fruit ripening making the

process of harvest a difficult task. The study aimed to evaluate the effect of six vegetal

growth regulators for the culture of jatropha (Jatropha curcas L.) in conditions in Gurupi

– TO. The experimental outline used was made up of entirely casual blocks, in a

factorial arrangement of (2 x 7), with four repetitions, corresponding to two doses of

growth regulators and 6 growth regulators and 1 witness (without application of the

regulator). The factors evaluated were the height of the plants(PH), the average diameter

of the branches AD), the number of the inflorescence per plant, the number of

masculine flowers, the number of feminine flowers, the relationship between the

masculine flowers and the feminine flowers and the leaf area. The growth

regulator Stimulate the lowest rate was stimulatedflowering earlier and greater

production of flowers. All growth regulators reduced the proportion of male flowers

and female flowers. Regulators ProGibb and Ethephon were those with the lowest

number of inflorescences when compared to other regulators.

Keywords: Jatropha curcas L. Plant Growth Regulators, analysis of plant growth.

Introdução

Diante da crescente demanda por biodiesel, o cultivo de oleaginosas com

finalidade energética cresce vertiginosamente no Brasil. Entre estas o pinhão-manso tem

se destacado, uma vez que suas sementes apresentam de 35 a 37 % de óleo com

inúmeras aplicações, como para fabricação de tintas, sabão, lubrificantes, fármacos e

biocidas, e por ser uma espécie perene não comestível. Além disso, este óleo apresenta

excelentes perspectivas de sua utilização para a produção de biodiesel, um combustível

renovável, produzido a partir do processamento de sementes oleaginosas (BELTRÃO et

al., 2001). Acompanhando esta tendência, o plantio de pinhão manso tem ganhado

espaço em regiões de clima semiárido, onde outras oleaginosas não são zoneadas para

plantio.

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Por não haver ainda no mercado variedades desta cultura, o que se verifica nas

áreas de produção é uma elevada variabilidade entre plantas, expressa em uma

descontinuidade na floração e maturação de frutos, dificultando assim o processo de

colheita. Entre as técnicas passíveis de utilização frente esta descontinuidade produtiva

encontra-se a uniformização através do melhoramento genético ou a utilização de

substâncias químicas, a exemplo dos reguladores de crescimento ou hormônios.

Os sinais de desenvolvimento da planta que resulta na indução floral são

influenciados principalmente por fatores endógenos como o balanço hormonal. As

interações entre estes e os fatores exógenos fazem com que a planta inicie seu estádio

reprodutivo. Acredita-se que o balanço hormonal pode ser suprido com a utilização de

reguladores de crescimento vegetal, destacando-se dentre os principais grupos as

auxinas, giberelinas, citocininas, etileno, retardadores e inibidores de crescimento.

Os reguladores de crescimento podem ser definidos como substâncias

naturais ou sintéticas que podem ser aplicadas diretamente nas plantas para alterar

os processos vitais ou estruturais, com a finalidade de lograr aumentos na produção,

melhorar a qualidade ou facilitar a colheita (LACA-BUENDIA, 1989).

Na cultura do pinhão manso os frutos (drenos) surgem junto às folhas (fontes),

ou seja, órgãos vegetativos competindo com os reprodutivos ao longo do período de

crescimento pelos fotoassimilados formados. Encontra-se num mesmo ramo frutos

verdes, marrons e secos, o que dificulta a operação de colheita e beneficiamento.

Portanto, para a obtenção de elevados níveis de produtividade além de uniformização

da colheita de frutos, dentre outros fatores de desenvovimento que é de natureza

sequencial (BELTRÃO et al. 1997).

Conforme relatado, busca-se com o uso de regulador de crescimento uma

limitação do crescimento vegetativo para que ocorra maior deslocamento de metabólitos

para os drenos úteis do ponto de vista econômico (BELTRÃO et al. 1997). Além disso,

a aplicação dos reguladores de crescimento é imprescindível para uma futura

recomendação de manejo para uniformização dos frutos.

Diante desses aspectos vê-se a necessidade de estudos de manejo para indução

floral, através da aplicação de reguladores de crescimento como alternativa para

padronizar o amadurecimento dos frutos, além de visar à obtenção de uma safra

precoce.

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Neste trabalho objetivou-se avaliar o efeito de seis reguladores de crescimento

vegetal na cultura do Pinhão Manso (Jatropha curcas L.) nas condições climáticas do

município de Gurupi - TO.

MATERIAL E MÉTODOS

O estudo foi conduzido na estação experimental da Fundação Universidade

Federal do Tocantins (UFT), Campus Universitário de Gurupi – TO em viveiro. O

Campus se localiza na região sudoeste do estado do Tocantins, com as seguintes

coordenadas geográficas, latitude de 11º43`S, longitude de 49º04`N em altitude de 280

metros. A classificação climática segundo Köppen (1948) é do tipo B1WA’a’ úmido

com moderada deficiência hídrica. A temperatura média anual é de 29,5оC e

precipitação média anual de 1600 mm, concentrada de forma estacional: sendo verão

chuvoso, inverno seco com elevado déficit hídrico entre os meses de maio a setembro.

O delineamento experimental utilizado constituiu-se de blocos inteiramente

casualizados, em um esquema fatorial de (2 x 7), com quatro repetições,

correspondendo a duas doses de reguladores de crescimento e 6 reguladores de

crescimento e 1 Testemunha (sem aplicação de regulador) ( Tabela 2).

As plantas utilizadas no trabalho foram clones originados de propagação

vegetativa proveniente de estacas de uma única planta de pinhão manso presente na

coleção de acessos do campus experimental da UFT localizado na cidade de Gurupi-

TO. Estes clones foram formados a partir de estacas de 30 cm de comprimento e 10 mm

de diâmetro, retirados da porção média de ramos do ano, plantadas em canteiros com

substrato de areia. Estes foram irrigados diariamente sem promover encharcamento.

As estacas foram transplantadas no dia 9 de julho de 2010, para vasos de 8 litros

de capacidade preenchidos com solo peneirado retirado da camada arável de uma área

de produção agrícola, cujas características físico-químicas estão descritas na Tabela 1.

A aplicação dos reguladores de crescimento foi realizada três meses após o

plantio das estacas. A pulverização foi realizada no final do dia por meio de

pulverizador costal pressurizado a gás carbônico (vazão de 200 l ha-1

) procurando-se

molhar toda a planta de forma que o produto tivesse maior contato com as folhas, caules

e meristemas.

Os vasos foram irrigados de forma a manter 70 % da capacidade de

campo calculado por meio de pesagem no início de experimento.

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Tabela 1. Características físicas e químicas do solo utilizado no experimento.

Antes da aplicação dos tratamentos e no final do período experimental foram

medidas a altura de plantas (AP) e o diâmetro médio de ramos (DR). A altura foi

medida por meio de régua graduada, partindo-se da superfície do solo até a curvatura da

folha mais alta. O diâmetro de ramos foi mensurado em milímetros, através do uso de

paquímetro digital a cinco centímetros da base do solo.

Foram avaliados também o número de inflorescência por planta, o número de

flores masculinas, número de flores femininas e a relação de flores masculinas e

femininas.

Aos 150 dias após o plantio foram retirados as plantas e contadas as folhas e

ramos de cada planta por tratamento. Estes foram colocados a secar em estufa de

circulação de ar forçada a 70 °C até peso constante, determinando-se por meio de

pesagem a massa seca de todos os componentes vegetativos coletados.

Para determinação da área foliar foi usado o método dos discos, onde com um

furador cilíndrico com área interna conhecida, coletaram-se discos foliares, os quais

foram secos a peso constante e depois utilizados juntamente com a massa total das

folhas para estimar a área foliar (BENINCASA, 2003) pela seguinte relação:

AF = MSF x ATD

MSD

Onde: AF: área foliar (cm2); MSD: massa seca dos discos (g); ATD: área total

dos discos (cm2); e MSF: a massa seca folhas (g) amostradas.

Tabela 2. Tratamentos utilizados no experimento. Gurupi - TO, 2011. Nome cientifico Nome comercial Dose 1 Dose 2

2,3,5-Ácido Triiodobenzóico Tiba 1,5 mmol.L-1

2,5 mmol.L-1

Acido giberélico ProGibb 70 mg.L-1

100 mg.L-1

Ethrel PT Etefon 0,3 ml.L-1

0,5 ml.L-1

Prohexadione - cálcio Viviful 1200 g.ha-1

1600 g.ha-1

Cloreto de clormequat Tuval 3300 g.ha-1

3600 g .L-1

Ac. Indol butírico + giberelina + citocinina Stimulate 1,25 ml.L-1

2 ml.L-1

Solo

pH P (Mel) K Ca Mg Al H+Al CTC (T) CTC (t) M.O V Areia Silte Argila

CaCl2 mg.dm-3 cmol.dm-3 %

Atributos 5,4 7,1 0,13 2,8 0,4 0,1 3,3 6,63 3,43 1,9 50 55 10 35

* M.O = Matéria orgânica, CTC (T) = Capacidade de troca de cátions total, CTC (t) = Capacidade de troca de cátions efetiva, e V= Saturação de bases.

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Os dados foram submetidos à análise de variância e as médias das características

analisadas (qualitativos) comparados através do teste de Scott-Knott (p≤0,05)

Resultados e Discussão

Na Tabela 3 estão apresentados os valores de altura de plantas e número de

ramos primários e secundários de plantas de pinhão manso em resposta a aplicação de

reguladores de crescimento.

Todos os reguladores de crescimento aplicados na dose 1 contribuíram para

maior altura de plantas do que a Testemunha, diferenciando-se significativamente desta

porem não entre eles. Maiores valores foram verificados no regulador Stimulate (118

cm) o qual comparado a Testemunha promoveu um aumento de 65,61 % na altura de

plantas. Na dose 2 não foram constatadas diferenças significativas entre os tratamentos,

no entanto quando comparam-se as alturas correspondentes aos reguladores Tuval e

Viviful com a Testemunha verificam-se incrementos de 40,43 e 41,13 %

respectivamente.

Não foram observadas diferenças significativas na altura de plantas entre as

doses dos reguladores de crescimento utilizados, no entanto, a mesma sempre foi menor

na dose 2, com exceção do Viviful onde foi praticamente semelhante.

Maior número de ramos primários foi constatado na dose 1 nos tratamentos

Stimulate, tiba, etefon, Tuval e ProGibb comparados à Testemunha, diferenciando-se

significativamente desta porém não entre eles. No regulador Stimulate foi observado o

maior número de ramos primários com um incremento de 29,53 % em relação a

Testemunha. Johannes et al. (2009) verificaram um aumento significativo no aumento

no número de ramos após sete meses da aplicação de 1,0 mM de Tiba.

Na dose 2 não foram constatadas diferenças significativas entre os tratamentos.

Em relação ao número de ramos secundários não foram verificadas diferenças

significativas entre tratamentos e doses.

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Tabela 3. Altura de plantas (AP), número de ramos primários (NRP) e número de ramos

secundários (NRS) de pinhão manso, 90 dias após da aplicação de reguladores de

crescimento. Gurupi - TO, 2010.

Tratamentos Altura (cm) NRP (und) NRS (und)

Dose 1 Dose 2 Dose 1 Dose 2 Dose 1 Dose 2

Stimulate 118,00 A a 87,25 A a 2,50 A a 2,25 A a 0,50 A a 0,25 A a

Tiba 92,75 A a 88,25 A a 2,50 A a 2,50 A a 0,50 A a 0,75 A a

Etefon 100,25 A a 97,50 A a 3,00 A a 2,50 A a 1,00 A a 1,00 A a

Tuval 101,25 A a 99,00 A a 2,75 A a 2,25 A a 1,60 A a 1,21 A a

Viviful 98,50 A a 99,50 A a 2,00 A b 2,50 A a 1,00 A a 1,25 A a

ProGibb 90,50 A a 88,00 A a 2,75 A a 2,25 A a 1,29 A a 1,18 A a

Testemunha 71,25 A b 70,50 A a 2,00 A b 0,00A a 1,00 Aa 1,00 A a

Médias seguidas de mesma letra maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas não diferem estatisticamente

(P ≤ 0,5) pelo teste de Scott Knott

Quando se analisa o incremento de altura de plantas de pinhão manso antes da

aplicação dos reguladores e após 90 dias da sua aplicação (Tabela 4), verificou-se que

todos os reguladores promoveram maior incremento que a Testemunha nas doses

avaliadas. O Viviful foi o regulador que mais estimulou o crescimento em altura das

plantas de pinhão manso aumento de aproximadamente em quatro vezes a altura inicial.

Tabela 4. Incremento na altura de plantas de pinhão manso em função da aplicação de

reguladores de crescimento, no intervalo de tempo compreendido entre o dia da

aplicação e 90 dias após desta. Gurupi - TO, 2010.

Tratamentos

Dose 1 Dose 2

h 0 h 1 Incremento h 0 h 1 Incremento

(cm) (%) (cm) (%)

Stimulate 36,5

111,5

205,48 33,50

86,00

156,72

Tiba 36,5

90,5

147,95 36,50

87,00

138,36

Etefon 40,00

103,5

158,75 41,50

102,00

145,78

Tuval 32,5

99,5

206,15 28,5

89,5,00

214,04

Viviful 25,00

99,00

296,00 27,00

97,5,00

261,11

ProGibb 31,00

93,00

200,00 36,50

91,50

150,68

Testemunha 31,00 70,00 125,81 33,00 70,00 115,38

(h0)= altura antes da aplicação; (h1) = altura após 90 dias após a aplicação.

Analisando-se o incremento no diâmetro de ramos primários promovido pelos

reguladores de crescimento, no intervalo de tempo compreendido entre o dia da

aplicação e 90 dias (Tabela 5), constata-se que somente o tratamento Viviful superou a

Testemunha (89,03 %) na dose 1,. Enquanto na dose 2 o Tiba 2 (86,23 %) Stimulate

(83,52%) e o ProGibb (80,53%) promoveram incremento. O menor incremento foi

verificado no regulador Tuval (54,45 %) na dose 1, e o Etefon na dose 2 (59,91%).

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Espindula, et al. (2010) avaliando o efeito de doses do regulador de crescimento Tuval

no crescimento de colmo de trigo verificou a semelhança dos resultados obtidos para o

pinhão manso, que o aumento das doses do produto promove redução do comprimento

do colmo das plantas de trigo e das partes que o formam.

Morais et al. (2009) constataram que o regulador de crescimento Tuval somente

alterou o diâmetro do caule na cultura de pinhão manso.

Tabela 5. Incremento no diâmetro de ramos primários de plantas de pinhão manso em

função da aplicação de reguladores de crescimento, no intervalo de tempo

compreendido entre o dia da aplicação e 90 dias após desta. Gurupi - TO, 2010.

Na Tabela 6 estão descritos os dados relativos ao número de folhas e massa seca

de folhas e ramos de pinhão manso em resposta a aplicação de reguladores de

crescimento.

Os reguladores aplicados na dose 1 não diferiram significativamente entre eles e

da Testemunha quanto ao número de folhas, entretanto o Stimulate e o Viviful

superaram a Testemunha em 50,24 e 56,31 %, respectivamente. Já em relação a dose 2,

os tratamentos etefon, Tuval , Viviful e ProGibb apresentaram diferenças significativas

em relação aos demais tratamentos. Nesta dose, o maior número de folhas foi

constatado para o regulador Viviful superando a Testemunha em 68,10 %. Não

foram constatadas diferenças significativas entre as doses nos diferentes reguladores de

crescimento.

Quanto ao acúmulo de massa seca de folhas os tratamentos Stimulate, Tiba e

Etefon na dose 1, diferiram estatisticamente dos outros tratamento porém não entre eles.

Nestes tratamentos a massa seca foi superior em 77,88, 75,49 e 61,37 %,

Tratamentos Dose 1 Dose 2

DRP0 DRP1 Incremento DRP0 DRP1 Incremento

(mm) (%) (mm) (%)

Stimulate 18,00 29,93 66,28 14,38 26,39 83,52

Tiba 14,59 24,43 67,44 14,82 27,6 86,23

Etefon 15,89 26,92 69,42 15,99 25,57 59,91

Tuval 16,62 25,67 54,45 16,05 27,61 72,02

Viviful 17,16 32,45 89,03 17,25 29,74 72,41

ProGibb 15,82 26,13 65,17 14,43 26,05 80,53

Testemunha 14,22 25,25 77,57 14,25 25,26 77,26

(DRP0) = diâmetro do ramo primário inicial antes da aplicação; (DRP1) = diâmetro do ramo primário ao

final de 90 dias após a aplicação, em milímetros.

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respectivamente, quando comparados a Testemunha. Na dose 2, os tratamentos

Stimulate, etefon, Tuval e Viviful diferiram significativamente dos tratamentos tiba,

ProGibb e Testemunha. Estes últimos não diferiram estatisticamente entre si. Os

reguladores de crescimento Etefon e Tuval superaram a Testemunha em relação ao

acúmulo de massa seca em 66,29 e 60,17 %, respectivamente.

Diferenças significativas entre as doses só foram observadas no regulador de

crescimento tiba, havendo decréscimo na massa seca de folhas na dose 2.

Em relação à massa seca de ramos o regulador Stimulate destacou-se com o

maior valor diferenciando-se significativamente dos outros tratamentos nas duas doses

utilizadas, apresentando massa três vezes superior a Testemunha na dose 1 . Nesta dose

os tratamentos tiba, etefon, Tuval e Viviful superaram significativamente aos

tratamentos Testemunha e progibb, porém não se diferenciaram estatisticamente entre

si. Já na dose 2 os tratamentos etefon, Tuval , Viviful e ProGibb foram estatisticamente

iguais, entretanto diferiram significativamente dos demais. Em relação às doses

utilizadas, verificou-se diferença significativas no tratamento Tiba, com decréscimo na

massa seca de ramos na dose 2 em relação a dose 1 e no tratamento ProGibb que ao

contrário, esta diferença foi de maior acúmulo de massa seca na dose 2 em relação a

dose 1.

Tabela 6. Número de folhas (NF), massa seca de folhas (MSF) e massa seca de ramos

(MSR), de pinhão manso, 90 dias após da aplicação de reguladores de crescimento.

Gurupi - TO, 2010.

Tratamentos NF (und.

1) MSF(g) MSR (g)

Dose 1 Dose 2 Dose 1 Dose 2 Dose 1 Dose 2

Stimulate 154,75 A a 125,25A b 82,09 A a 68,80 A a 97,39 A a 91,49 A a

Tiba 144,75 A a 136,75 A b 80,99 A a 57,93 B b 78,90 A b 50,5 B c

Etefon 123,75 A a 156,75 A a 74,47 A a 78,57 A a 82,92 A b 79,7 A b

Tuval 133,50 A a 163,25 A a 63,75 A b 75,68 A a 64,94 A b 63,88 A b

Viviful 161,00 A a 176,5 A a 62,98 A b 68,80 A a 71,55 A b 82,77 A b

ProGibb 131,75 A a 145,75 A a 62,61 A b 57,43 A b 50,62 B c 74,71 A b

Testemunha 103,00 A a 105,00 A b 46,15 A b 47,25 A b 31,80 A c 32,87 Ac

CV % 23,65 21,71 22,46 1

und. = unidade. Médias seguidas de mesma letra maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas não

diferem estatisticamente entre si (P≤ 0,5) pelo teste de Scott Knott.

A área foliar das plantas de pinhão manso foram sempre superiores a

Testemunha, no entanto diferenças significativas somente foram constatadas na dose 2

nos tratamentos Etefon e Tuval em relação aos tratamentos restantes (Tabela 7).

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Mesmo não ocorrendo diferenças estatísticas na dose 1 fica evidente que os

tratamentos Stimulate, Tiba e Etefon promoveram aumentos na área foliar comparada a

Testemunha de 79,24, 52,65 e 57,66 %, respectivamente. N a dose 2, esta superioridade

foi observada para os tratamentos Etefon e Tuval em 89,40 e 78,99 %, respectivamente.

Não ocorreram diferenças significativas entre as doses nos diferentes reguladores, no

entanto é expressivo o incrementona área foliar promovido pelo regulador de

crescimento Tuval na dose 2 em relação a dose 1, em torno de 33 %.

Tabela 7. Área foliar (cm2) de plantas de pinhão manso (Jatropha curcas L.) aos 90

dias após a aplicação de reguladores de crescimento. Gurupi- TO. 2010.

Tratamentos

Área Foliar (cm2)

Dose 1 Dose 2

Stimulate 298,32 Aa 218,63 Ab

Tiba 254,07 Aa 213,30 Ab

Etefon 262,41 Aa 315,23 Aa

Tuval 224,47 Aa 297,91 Aa

Viviful 234,40 Aa 242,72 Ab

ProGibb 220,31 Aa 212,26 Ab

Testemunha 166,44 Aa 160,04 Ab Médias seguidas de mesma letra maiúsculas nas linhas e minúsculas nas colunas não diferem

estatisticamente (P ≤ 0,5) pelo teste de Scott Knott.

O efeito dos reguladores de crescimento no número de inflorescências por planta está

representado na Figura 1. Destacam-se os reguladores Stimulate e Tuval nas duas doses

utilizadas, pois estimularam a maior produção desta variável, correspondendo em média a 6 e 4

inflorescência por planta , respectivamente. No período avaliado a Testemunha foi o único

tratamento em que as plantas não emitiram flores, levando a concluir que apesar das diferenças

no número de inflorescências entre os reguladores, todos estes promoveram o surgimento das

mesmas. Ressalta-se que as plantas do tratamento Stimulate foram as primeiras a florescer.

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Figura 1. Número médio de Inflorescências por planta de pinhão manso

(Jatropha curcas), no período de 60 dias após a aplicação de

reguladores de crescimento. Gurupi, TO, 2010.

Ao analisar a quantidade de flores masculinas e femininas correspondentes aos

tratamentos utilizados (Figuras 2 e 3), constatou-se que os tratamentos Stimulate e Tuval

superaram os outros, sendo sempre superior na dose 1.

Foram constatadas para o regulador Stimulate na dose 1, um número de 28,75 e 15,50

flores masculinas e femininas por planta, respectivamente, e 13,75 e 4,50 respectivamente,

para a dose 2. Enquanto para o regulador Tuval estes valores corresponderam a 16,75 e

12,38, respectivamente, e 10,88 e 4,50, respectivamente.

As menores produções de inflorescências e número de flores por planta foram

constatadas nos reguladores de crescimento Etefon e progibb. Morais et al. (2009) avaliando

diversos reguladores de crescimento na cultura de pinhão manso, verificaram as menores

produções de semente por plantas nos produtos Etefon e progibb, confirmando o resultado

citado anteriormente. KOLLER et.al. (1999) observaram em laranjeiras quando foi aplicado, o

ácido giberélico um efeito linear de diminuição do número de frutos produzidos em função

do aumento das concentrações. Esse efeito depressivo indica provável inibição da indução de

gemas florais, exercida pelo AG3, diminuindo o número de flores e de frutos produzidos.

0,00

1,00

2,00

3,00

4,00

5,00

6,00

7,00

de

Infl

orê

sce

nci

as p

or

Pla

nta

Reguladores de Crescimento

DOS… DOS…

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Figura 2. Número médio de flores masculinas por plantas de pinhão manso

(Jatropha curcas), no período de 60 dias após a aplicação de reguladores de

crescimento. Gurupi, TO, 2010.

Figura 3. Número médio de flores femininas por plantas de pinhão manso (Jatropha

curcas) , no período de 60 dias após a aplicação de reguladores de

crescimento. Gurupi, TO, 2010.

Visto que a planta de pinhão manso é monoica, faz-se importante verificar a

relação entre o número de flores masculinas e femininas por planta (Tabela 8).

0

5

10

15

20

25

30

35

40

45

flo

res

mas

culin

as p

or

pla

nta

Reguladores de crescimento

DESE 1

DOSE 2

0

5

10

15

20

25

de

flo

res

fem

inas

po

r p

lan

ta

Reguladores de crescimento

DOSE 1

DOSE 2

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Observou-se que as maiores relações corresponderam ao regulador Etefon nas

duas doses utilizadas. Os outros reguladores apresentaram uma relação menor na dose

1, com exceção do progibb. Para o regulador Stimulate constatou-se uma relação de

1,85:1 flores masculinas para cada flor feminina na dose 1, enquanto na dose 2 esta

relação foi de 3,06:1. O regulador Viviful foi aquele que apresentou a menor relação

flores masculinas / flores femininas nas duas doses utilizadas, porém o número de

inflorescência foi inferior ao apresentado pelo Stimulate e Tuval .

Em condições de campo plantios de seis meses de idade no município de Gurupi

– TO, Pereira et al. (2011) observaram em plantas de pinhão manso uma média de 7,6

inflorescências e flores femininas variando em um número de 0-31 para 23-286 flores

masculinas, conferindo uma razão média de 18 flores masculinas para cada flor

feminina.

Tabela 8. Relação entre o número de flores masculinas e femininas por planta de

pinhão manso, em resposta à aplicação de reguladores de crescimento.

Gurupi, TO, 2010.

TRATAMENTOS

Relação n° de flores masculinas / n° de flores femininas

DOSE 1

DOSE 2

Stimulate 1,85 3,06

Tuval 1,35 2,42

Viviful 1.09 2,10

Etefon 4,31 5,00

Tiba 1,79 2,31

Progibb 0 3,25

Testemunha 0 0

Para se compreender os efeitos dos reguladores de crescimento aqui testados

deve-se primeiramente conhecer as fases de crescimento do pinhão manso. Esta é uma

planta perene que apresenta duas fases distintas durante o ano, sendo uma de

crescimento e reprodução e outra de repouso, quando perde todas as folhas (Laviola et

al. 2011), sendo que dependendo do regime hídrico da região onde se desenvolve estas

fases poderão ser mais definidas e de comprimento variado. Nas condições do estado

do Tocantins a planta inicia seu período vegetativo com o inicio do período de chuvas

normalmente a partir da segunda quinzena de outubro que se estende até o início de

abril, quando se inicia o período de repouso em que a planta perde totalmente as folhas

até o novo período de chuvas. Concomitantemente com a produção de folhas com o

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início das chuvas se inicia o florescimento concentrado praticamente em dois períodos

(outubro-dezembro e fevereiro-abril).

A planta segue uma arquitetura clássica das euforbiáceas (família à qual

pertence), cuja primeira inflorescência é apical, surgindo novos ramos após o seu

aparecimento, seguindo este comportamento sucessivamente com a produção de novas

inflorescências (LUCENA, et al. 2010). Desta maneira a prática de poda de formação e

produtiva, é de interesse na condução do cultivo visto ao estímulo de surgimento de

novos ramos e maior produção.

Por ser uma planta que ainda não foi submetida a um processo de melhoramento

genético, o que se observa em campo é uma grande desuniformidade no processo de

florescimento e maturação de frutos mesmo dentro dos próprios ramos, o qual ocorre

durante todo o período de crescimento descrito anteriormente. Uma vez que a finalidade

de produção de pinhão manso é obter matéria prima para a produção de óleo a ser

utilizado na produção de biodiesel, o florescimento é um dos principais estágios

fenológicos da cultura, uma vez que o número de flores femininas e sua fecundação

determinam quantos frutos e sementes serão desenvolvidos (JUHÁSZ et al., 2009).

O processo de florescimento resulta da interação de fatores endógenos em que

se destacam o balanço hormonal e fatores exógenos como temperatura, fornecimento de

água, luz entre outros. Juhász et al. (2009) citam que o florescimento de pinhão manso

se inicia normalmente após um período de dormência da planta devido à baixa

precipitação, e que sua continuidade está relacionada à disponibilidade de água no solo.

Uma prática agrícola comum em diversas culturas é a aplicação de reguladores

de crescimento de forma a alterar o balanço hormonal e assim o conduzir a planta com

os objetivos desejados, variando da redução de porte, estímulo de brotação de ramos,

estímulo de florescimento, alteração do sexo de flores, etc.

No presente estudo o regulador de crescimento Stimulate aplicado na dose mais

baixa (dose 1) promoveu o maior crescimento de plantas expresso em maior altura e

massa seca de folhas e ramos. Ferrari, et al. (2008) observaram um efeito promovedor

do Stimulate no desenvolvimento do maracujazeiro-doce (Passiflora alata Curtis)

refletido nos índices da análise de crescimento.

Este regulador ainda estimulou o aparecimento mais precoce do florescimento

(dados não mostrados) e produção de inflorescências por planta, que pode ser

relacionado à maior produção de ramos primários, conforme explicado anteriormente.

Morais et al. (2.009) trabalhando com a mesma dose (1,25 ml/há) porém aplicada em

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forma parcelada, contrariamente não constataram diferenças significativas em relação

ao número de ramos por planta de pinhão manso, porém a semelhança do verificado no

presente trabalho, obtiveram as maior produções de sementes por planta. Explicam que

devido a este produto ser constituído pela mistura de três reguladores de crescimento

(Citocinina, Ácido Giberélico e Ácido Indol Acético), o efeito isolado e interligado

destes, induz crescimento não somente através da divisão celular, mas através de

alongamento celular, promovendo o crescimento das gemas laterais e, assim

interferindo na dominância apical. Relacionam a maior produção de sementes ao efeito

do ácido indol butírico no retardo da abscisão de flores.

A maior produção de sementes pode ser explicada também pelos resultados aqui

constatados em relação não tão somente ao maior número de inflorescências, mas

também à menor relação de número de flores masculinas por flores femininas.

Conforme trabalhos de biologia floral realizado na cultura de pinhão manso esta relação

em condições naturais pode variar conforme a região e acesso, porém sempre o número

de flores masculinas supera o número flores femininas, com relações variando de 8:1 a

30:1 (Laviola et al., 2011; Pereira et al., 2011; Lucena et al., 2010). Os produtos e dose

utilizados no presente trabalho promoveram redução expressiva na relação entre flores

masculinas e femininas, destacando-se o Stimulate e o Tuval em que foram constatadas

o maior número de inflorescências e flores masculinas e femininas, com relações na

dose 1 de 1,8:1 e 1,35:1, respectivamente.

Bang-Zhen e Zeng-Fu (2010) trabalhando com o regulador benziladinina em

pinhão manso conseguiram uma redução de quatro vezes na relação de flores

masculinas e femininas (de 13,4:1 para 2,4 : 1) assim como a produção de maior

número de flores bissexuais. Os autores relacionam esta resposta à codificação genética

de enzimas diferentes em função do regulador e influência na determinação do sexo

floral.

Menor crescimento vegetativo e produção de flores em plantas de pinhão manso

foram observados na utilização do regulador de crescimento progibb. O Etefon à

semelhança do progibb, foi o tratamento em que variáveis de florescimento foram os

menores do resto dos tratamentos avaliados. Apesar das diferenças visualizadas entre os

reguladores de crescimento, resultados mais efetivos devem ser avaliados em aplicações

de campo e com um maior intervalo de tempo de avaliação. Ghosh et al. (2010) citam

que o efeito de reguladores de crescimento podem persistir na planta por diversos anos

após a aplicação. Estes autores trabalhando com o regulador pacobutrazol em pinhão

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manso constataram mudanças nas respostas no decorrer dos anos de avaliação. Já

Abdelgadir et al. (2009) observaram efeitos de reguladores de crescimento em

condições de casos de vegetação que não se repetiram em condições de campo, assim

como resultados variáveis em avaliações realizadas aos três meses após aplicação e

aqueles visualizados aos sete meses. Abdelgadir et al. (2009) verificaram um aumento

significativo no aumento no número de ramos após sete meses da aplicação de 1,0 mM

de Tiba.

Conclusões

Os reguladores de crescimento Stimulate e Tuval foram os que promoveram

maior crescimento e produção de inflorescência no pinhão manso;

O regulador de crescimento Stimulate aplicado na menor dose estimulou o

florescimento mais precoce e a maior produção de inflorescências;

Todos os reguladores de crescimento reduziram a proporção de flores

masculinas e flores femininas;

Os reguladores ProGibb e Etefon foram os que apresentaram a menor produção

de inflorescência quando comparados aos outros reguladores.

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