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    Recursos e Dinmicas

    Sandra Pratas Rodrigues

    Guia de operacionalizaode cursos de educaoe formao de adultos

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    Recursos e DinmicasLisboa, 2009

    Sandra Pratas Rodrigues

    Guia de operacionalizaode cursos de educaoe formao de adultos

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    Ttulo:Guia de Operacionalizao de Cursos de Educao eFormao de Adultos

    Editor:Agncia Nacional para a Qualificao, I.P.(1 edio, Maio 2009)

    Coordenao:Elsa CaramujoSandra LameiraAutora:

    Sandra Pratas Rodrigues

    Design Grfico:Modjo Design, Lda.

    Adaptao do Design e Paginao:Jacinta Gonalves

    ISBN:978-972-8743-50-5

    Ficha tcnica

    Guia de operacionalizao de cursos de educao eformao de adultos. (Recursos e dinmicas ; 5)ISBN 978-972-8743-50-5

    RODRIGUES, Sandra, 1973-

    CDU 374

    377

    Biblioteca Nacional de Portugal Catalogao na Publicao

    Agncia Nacional para a Qualificao, I.P.Av. 24 de Julho, n138, 1399-026 Lisboa Tel. 213 943 700 Fax. 213 943 799 www.anq.gov.pt

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    ndice

    Introduo

    Enquadramento

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    1. Princpios orientadores dos cursos EFA

    1.1. Pressupostos gerais do modelo de formao

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    2. Acompanhamento e monitorizao dos cursos 17

    Parte 1 - ORGANIZAO TCNICO-PEDAGGICA DE CURSOS DE EDUCAO EFORMAO DE ADULTOS (EFA)

    1. Quem promove e implementa os cursos EFA? 21

    2. A quem se destinam os cursos EFA? 22

    3. Como se constituem os grupos de formao e quais as condies de acessoaos cursos EFA? 23

    4. Organizao dos referenciais de formao

    4.1. Quais so as componentes de formao dos referenciais dos cursosEFA?

    4.1.1. Como se organiza o mdulo Aprender com Autonomia?

    4.1.2. Como se organiza a rea de Porteflio Reflexivo de Aprendizagens(PRA)?

    4.2. Qual o desenho curricular dos cursos EFA?

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    5. Como se estruturam os percursos EFA de nvel bsico? 33

    6. Como se estruturam os percursos EFA de nvel secundrio?

    6.1. Como calcular as horas da rea de Porteflio Reflexivo de Aprendizagens(PRA)?

    6.2. Como organizar/operacionalizar percursos flexveis?

    6.3. Como organizar/operacionalizar percursos tipificados?

    6.4. Quais as UFCD obrigatrias para a formao de base?

    6.5. Qual a carga horria da componente de Formao Tecnolgica e For-mao Prtica em Contexto de Trabalho?

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    7. Constituio da equipa pedaggica

    7.1. Qual a composio e como se organiza a equipa pedaggica?

    7.2. Quais as atribuies e responsabilidades do representante da entidadeformadora?

    7.3. Quais as atribuies e responsabilidades do mediador?

    7.4. Quais as atribuies e responsabilidades do formador?

    7.5. Quais as atribuies e responsabilidades do tutor?

    7.6. O que se pretende com as reunies da equipa pedaggica?

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    8. Quais as questes criticas a considerar na elaborao e gesto doshorrios da formao? 52

    9. Qual o regime de assiduidade aplicvel? 56

    10. Como se realiza o processo de certificao? 56

    Parte 2 - METODOLOGIAS DE DESENVOLVIMENTO DA FORMAO

    1. Enquadramento metodolgico 61

    2. Como desenvolver cursos EFA de nvel bsico?

    2.1. Quais so as reas de competncia-chave dos referenciais de formaode nvel bsico?

    2.2. Como se desenvolvem os Temas de Vida nos cursos EFA de nvelbsico?

    2.3. Como se avaliam os cursos EFA de nvel bsico?

    2.4. Quais as condies de certificao dos cursos EFA de nvel bsico?

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    3. Como desenvolver cursos EFA de nvel secundrio?

    3.1. Quais so as reas de competncia-chave dos referenciais de formaode nvel secundrio?

    3.2. Como se articulam as reas e componentes de formao nos cursos EFAde nvel secundrio?

    3.3. Como se constri o Porteflio Reflexivo de Aprendizagens (PRA)?

    3.4. Como se estrutura/organiza a rea de Porteflio Reflexivo de Aprendizagens(PRA)?

    3.5. Como se organiza o trabalho da equipa pedaggica na rea de PorteflioReflexivo de Aprendizagens (PRA)?

    3.6. Quais os princpios e critrios de avaliao dos cursos EFA de nvelsecundrio?

    3.7. Como trabalhar a lngua estrangeira nos cursos EFA de nvel secundrio?

    3.8. Quais as condies de certificao dos cursos EFA de nvel secundrio?

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    Bibliografia recomendada 87

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    Introduo

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    IntroduoOs cursos de educao e formao de adultos (cursos EFA) soactualmente um instrumento fundamental na estratgia nacionalde qualificao da populao adulta. O contributo que tm dadopara a elevao dos nveis de qualificao escolar e profissionaldos adultos inequvoco e a sua abrangncia tem crescidovisivelmente nos ltimos anos, nomeadamente, atravs daconsolidao desta modalidade de nvel bsico de educao,da implementao do nvel secundrio e do subsequente alar-gamento da rede desta oferta formativa no mbito do SistemaNacional de Qualificaes.

    Os dfices de qualificao da populao portuguesa constituem-secomo um entrave ao desenvolvimento econmico, ao bem-estarsocial, qualidade de vida e participao social da populaoportuguesa. Este panorama no tem sido fcil de inverter, umavez que a populao adulta mais jovem revela padres de eleva-do insucesso e consequente abandono escolar que promovema insero precoce no mercado de emprego, conduzindo a umaumento de activos sem qualificaes profissionais para oexerccio das profisses. De igual modo, este cenrio reduz aspossibilidades de progresso profissional da populao adultajovem, com o prejudicial impacto negativo pessoal, social eeconmico que da resulta.

    Assim, e uma vez que se trata de uma oferta dirigida populaoadulta com idade a partir dos 18 anos, os cursos EFA permitemdar resposta a um elevado nmero de adultos que no tiveram,enquanto jovens, oportunidade de concluir a sua escolaridadee entraram na vida activa com baixos nveis de qualificaoprofissional (ou mesmo sem nenhuma), bem como a muitosjovens adultos que no completaram o nvel secundrio e que,tendo j ingressado no mercado de trabalho, apresentam umperfil adequado a esta oferta de qualificao.Aps o caminho percorrido pelos cursos EFA de nvel bsico,em desenvolvimento um pouco por todo o pas desde 2000, a

    concepo e adaptao do Referencial de Competncias-Chavepara a Educao e Formao de Adultos Nvel Secundrio(RCC-NS) e do respectivo Guia de Operacionalizao (Gomes,Maria do Carmo, coordenao, 2006a; 2006b) permitiu alargaresta oferta ao nvel secundrio de educao.

    Servindo de base para a organizao dos referenciais da for-mao do Catlogo Nacional de Qualificaes (CNQ)1, no quediz respeito formao de base, os pressupostos conceptuais dosReferenciais de Competncias-Chave impulsionaram a criao deuma oferta formativa que tem sabido valorizar e promover umacidadania activa, de incluso social e profissional, (re)criando

    dinmicas de interveno nas comunidades regionais e locaisque tm contribudo para a concepo de uma metodologia detrabalho diferente e nica no panorama da formao, quer es-colar quer profissional.

    Assistimos recentemente a um fenmeno crescente de captaode novos pblicos, dado que as ltimas alteraes ao enquadra-mento legal dos cursos EFA passou a dar resposta a necessidadese especificidades de uma pluralidade ainda maior de destinatrios.As sucessivas alteraes configurao legal dos cursos EFAe a sua estabilizao atravs da Portaria n 230/2008, de 7 de

    Maro, decorreram, naturalmente, da experincia adquiridaatravs da sua implementao e foram alargando o espectrode solues organizativas e metodolgicas, no sentido, essen-cialmente, da tipificao dos percursos de qualificao de nvelsecundrio, reconhecendo o valor das aprendizagens formaise permitindo aos formandos a sua capitalizao e a possibi-lidade da complementaridade, hoje existente, entre processosde reconhecimento, validao e certificao de competncias(RVCC) e formao.

    Na sequncia deste enquadramento, que se traduz num rpidoalargamento da rede da oferta de formao e em novas con-figuraes curriculares, a complexidade deste modelo forma-tivo tem vindo a crescer exponencialmente, em paralelo como nmero crescente de entidades promotoras e de candidatosadultos em formao e com as exigncias que essa diversidaderepresenta no quadro da estratgica nacional de elevao dosnveis de qualificao da populao adulta.

    As dinmicas de formao dos cursos EFA, operacionaliza-das com base nos Referenciais de Competncias-Chave2 nassuas fases de arranque (considerando que o nvel bsico esecundrio foram implementados em momentos distintos),caracterizam-se por factores de inovao que o Catlogo Na-cional de Qualificaes pretende valorizar. Atravs da organiza-

    o modular da oferta formativa e da flexibilizao de percursos,nomeadamente quando decorrem da realizao de processosde RVCC realizados em Centros Novas Oportunidades, o CNQpretende contribuir para a estabilizao de uma rede de ofertas

    1 Ver www.catalogo.anq.pt e ANQ (2008) Catlogo Nacional de Qualifi-caes Guia do Utilizador

    2 GOmes, Maria do Carmo (coord.) (2006). Referencial de competncias-chave para a educao e formao de adultos nvel secundrio. Lisboa:DGFV; Alonso, Luisa et al. (2002). Referencial de competncias-chavede educao e formao de adultos nvel bsico. Lisboa: ANEFA

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    que sejam flexveis e ajustadas a cada adulto em concreto, naprocura de solues para o alargamento do universo de adultosenvolvidos na Iniciativa Novas Oportunidades.

    Nesta lgica, o Catlogo Nacional de Qualificaes afirma-secomo instrumento fundamental para a organizao dos cursosEFA, enquanto oferta formativa de dupla certificao esco-lar e profissional , na medida em que estrutura e clarificaos referenciais inerentes obteno de cada uma das qualifi-caes. Estes referenciais reforam o paradigma da valorizaoe validao das aprendizagens adquiridas em diversos contex-

    tos, numa perspectiva de aprendizagem ao longo da vida egarantem que qualquer aprendizagem realizada em contextoformal ou informal, possa ser validada e capitalizvel, no re-speito pela conduo que cada formando faz do seu percursopessoal de educao e formao.

    Refira-se o papel dos Centros Novas Oportunidades e a sua ar-ticulao com as ofertas formativas disponveis, numa lgica decomplementaridade de actuao que promova uma estratgiaeficaz de qualificao da populao portuguesa. Se os CentrosNovas Oportunidades so a porta de entrada do adulto no seureencontro com processos de qualificao, o encaminhamentoque feito, antes ou depois de processos de RVCC, determi-

    nante na adequao da formao ao indivduo, nomeadamenteno que diz respeito aos percursos possveis em cursos EFA.

    O presente documento nasce, assim, da necessidade de estabi-lizar um conjunto de orientaes fundamentais (entre algumasj existentes e dispersas em diversos suportes e outras queurge criar) para a implementao e desenvolvimento dos cur-sos EFA, dos nveis bsico e secundrio, constituindo-se comoum dispositivo de referncia para a organizao destes cursos.Este Guia tem como objectivo apoiar tcnica e pedagogicamenteos agentes da formao, em concreto as entidades promotorase/ou formadoras e as equipas pedaggicas que participam naimplementao e desenvolvimento desta oferta formativa.

    A Parte 1 foi elaborada a pensar nas entidades que promoveme realizam cursos EFA e pretende explicitar as principaiscaractersticas do modelo de formao que tm implicaes nasua organizao e gesto tcnicas.

    A Parte 2 dirige-se s equipas pedaggicas, a quem cabe afuno de operacionalizar metodologias de modo a concretizaro modelo de formao que respeitem os seus pressupostos or-ganizativos e conceptuais.

    Recomenda-se, em ambos os casos, a leitura integral deste

    Guia, uma vez que as partes que o compem do conta de duasordens de questes que so interdependentes, concorrendopara os princpios e pressupostos definidos para os cursos deeducao e formao de adultos.

    A Agncia Nacional para a Qualificao, I.P. gostaria ainda dedeixar uma nota de agradecimento, quer pela informao con-cedida, quer pela participao na anlise e discusso do con-tedo do presente Guia, s seguintes entidades:

    - Instituto de Emprego e Formao Profissional, designadamente Direco de Servios de Organizao da Formao

    - Direco Regional de Educao de Lisboa e Vale do Tejo

    - Direco Regional de Educao do Alentejo

    - Direco Regional de Educao do Algarve

    - Direco Regional de Educao do Centro

    - Direco Regional de Educao do Norte

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    1. Princpios orientadores dos cursos EFA

    A lgica de organizao/desenvolvimento dos cursos baseia-se,desde a sua criao pela Agncia Nacional para a Educao eFormao de Adultos (ANEFA) e at aos dias de hoje, em princ-pios que respeitam e valorizam os pressupostos da aprendiza-gem ao longo da vida, consagrados em diversos documentosde mbito internacional. Os princpios orientadores que aseguir se explicitam integram a matriz conceptual que defineos cursos EFA enquanto modelo que operacionaliza aquelespressupostos3.

    Abertura e flexibilidadeNa mesma lgica das matrizes conceptuais e estruturantes quelhes do corpo os Referenciais de Competncias-Chave (nvelbsico e nvel secundrio)4 e o Catlogo Nacional de Qualifi-caes5, os cursos EFA pautam-se pelos princpios da aberturae da flexibilidade, permitindo a adaptao curricular a diferentesperfis. Esta adaptabilidade , na realidade, uma das frmulas desucesso que este modelo de formao tem revelado. Partindode uma variedade considervel de configuraes curriculares,pr-definidas ou determinadas a partir de um processo prviode RVCC, esta oferta formativa traduz uma lgica de construo

    pessoal e local, no respeito pelo percurso de vida e/ou de esco-laridade de cada formando.

    O modo como a formao se desenvolve estar, necessariamente,determinado pelo princpio da adaptabilidade, independente-mente da tipologia de percurso que se implemente: a definiodo percurso curricular estar definida partida mas no oprocesso de aprendizagem por parte do formando.

    Pluralidade e diversidadeA existncia de uma matriz de referncia para a definio de per-cursos formativos confere, partida, unidade conceptual a estemodelo de formao. No entanto, o formando transporta consigo

    os seus quadros de referncia pessoais, sociais e profissionais,as suas motivaes e expectativas, que devem ser tidas em con-siderao na determinao do percurso formativo a realizar.Daqui decorre que o desenho curricular genrico acabar por seconcretizar numa pluralidade de percursos formativos. Mesmoquando se trate de uma configurao tipificada de formao, oplano curricular pode ser gerido de acordo com os diferentesperfis em presena e traduzido em desenvolvimentos curricularesdiversos. Isto implica, necessariamente, que os formadoresimprimam dinmicas de trabalho baseadas em metodologiasde diferenciao.

    Por outro lado, uma construo curricular definida a partir deum processo de reconhecimento, validao e certificao decompetncias poder dar origem a vrios percursos dentrode um mesmo grupo de formao, dando corpo diversidadecaracterstica de um modelo conceptual que pretende respeitardiferentes ritmos e intenes de aprendizagem, concretizadosem combinatrias de competncias a desenvolver (e at mesmode componentes de formao) que sero diferenciadas deindivduo para indivduo.

    Integrao e contextualizaoEste princpio decorre, em grande medida, dos anteriores. fun-damental que a equipa de profissionais de formao conhea operfil dos formandos, de forma a encaminhar as aprendizagensatravs de instrumentos que se relacionem naturalmente com oquotidiano e a realidade dos mesmos.

    As competncias a desenvolver devem ser sempre entendidascomo competncias em e para a aco, trabalhadas com vistaao saber em uso, transfervel para situaes de aprendizagensdiferenciadas. O conhecimento produzido atravs desta dinmi-ca poder, assim, concretizar-se de modo integrado, na medidaem que convoca saberes de dimenses e reas diversas naconsolidao de uma aprendizagem, rompendo com a lgica

    dos saberes estanques em reas cientficas, tcnicas ou cul-turais especficas.

    Os pressupostos do desenvolvimento da componente tecnolgicaseguem o mesmo princpio orientador, atravs da concretiza-o de estratgias que favoream a integrao dos saberes, dossaberes-fazer e saberes sociais e relacionais previstos nosreferenciais de formao, articulando as competncias funda-mentais e de base com outras, de cariz mais operativo e tcnico.

    Aprendizagem por actividades integradorasA operacionalizao de qualquer plano curricular de um curso

    Enquadramento

    3 Princpios que foram j definidos em: Gomes, Maria do Carmo e Sandra Rodrigues(2007). Cursos de Educao e Formao de Adultos nvel secundrio:Orientaes para a Aco. Lisboa: ANQ.

    4 Alonso, Luisa et al. (2002). Referencial de competncias-chave de educaoe formao de adultos nvel bsico. Lisboa: ANEFA; Gomes, Maria do Carmo(coord.) (2006). Referencial de competncias-chave para a educao e formaode adultos nvel secundrio: Guia de operacionalizao. Lisboa: DGFV

    5 Ver www.catalogo.anq.pt e ANQ (2008) Catlogo Nacional de Qualifi-caes Guia do Utilizador

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    EFA assenta numa atitude formativa que passa pela flexibiliza-o das competncias e estratgias para a sua aquisio, pelaarticulao entre as reas de competncia-chave da componenteda formao de base, e entre estas e a formao tecnolgica,estratgias essas que faro tanto mais sentido quanto melhorestiverem enquadradas nos contextos e percursos pessoais esocioculturais dos formandos. Daqui decorre, nomeadamente,o trabalho em torno de temas de vida no nvel bsico, ou odesenvolvimento de um Porteflio Reflexivo de Aprendizagensno nvel secundrio, marcado pelas associaes e significaespessoais das aprendizagens.

    Assim, e na sequncia dos princpios anteriormente enuncia-dos, as metodologias de formao desenvolvem-se numa lgicade actividades integradoras, que convocam competncias esaberes de mltiplas dimenses, que se interseccionam eentreajudam para resolver problemas em conjunto. Este modelode aco implica uma atitude activa dos formandos, que devemser impelidos a investigar, a reflectir e analisar, desenvolvendoaprendizagens que sejam significativas para si, dado que nenhumaaprendizagem significativa por si, mas apenas quando oaprendente se empossa dela e a valoriza porque lhe reconheceaplicabilidade e significado no seu quadro de refernciaspessoais e sociais.

    Esta metodologia implica um trabalho colaborativo entre oselementos da equipa pedaggica, que s poder construir activi-dades integradoras se planificar em conjunto, entendendo acompetncia como um todo complexo de saberes e saberes-fazer nos mais diversos domnios, inseparvel da concretiza-o de um plano de trabalho transversal entre as componentesda formao.

    Avaliao formativaPela natureza integradora, reflexiva e operativa dos cursosEFA, os formandos que os frequentam vo concretizando asaprendizagens em instrumentos que respeitam uma lgica de

    balano das competncias adquiridas e desenvolvidas ao longodo seu percurso formativo.

    Desenvolvida atravs de uma espiral de competncias articu-ladas entre si, a formao num curso EFA exige um tipo deavaliao do formando que seja conforme com esta metodolo-gia, enquanto prtica integrada no prprio acto de (se) formar.A avaliao formativa permite que as aprendizagens tenham oseu retorno justo, medido em critrios concretos e convertidoem ponderaes de carcter qualitativo.

    As prticas de avaliao dos cursos EFA de nvel secundrio

    assentam no Porteflio Reflexivo de Aprendizagens (PRA), quese constitui como fonte e prova das aprendizagens empreen-didas. Este documento pode ter sido iniciado no processo deReconhecimento e Validao de Competncias (RVC), no casodos percursos flexveis, ou na prpria formao, e a sua importn-cia no quadro da concretizao e avaliao das aprendizagensnos cursos EFA de nvel secundrio justifica a existncia de umacomponente especfica do plano de formao, a rea de PRA.Esta rea tem como objectivos basilares o acompanhamento daconstruo do PRA, enquanto consolidao do trabalho inte-grador que o formando vai desenvolvendo nas diferentes rease componentes da formao e, em particular, a avaliao e avalidao das competncias evidenciadas naquele documento.Para isso fundamental que todos os formadores tenham umaparticipao activa nesta rea, em articulao com o mediadordo curso, que a assegura a tempo inteiro.

    O Porteflio tem, assim, um duplo objectivo: permite reconstruiras aprendizagens, porque articula os saberes das diferentesreas e componentes da formao, revelando as relaesreflexivas e operativas que se estabelecem no acto da aprendi-zagem e, constitui-se, em simultneo, como o instrumento deavaliao por excelncia. No seu desenvolvimento, os formandos

    e os formadores analisam os percursos e as aprendizagensrealizadas de modo contextualizado e obtm, a todo o tempo,uma viso tanto retrospectiva (do trabalho desenvolvido) comoprospectiva (do trabalho a desenvolver).

    As especificidades da avaliao no mbito desta oferta formativa,de acordo com as modalidades de avaliao e os nveis deescolaridade em causa, bem como as condies de validao ecertificao das diferentes tipologias, designadamente do nvelsecundrio, sero objecto de reflexo e esclarecimento maisadiante neste Guia.

    1.1. Pressupostos gerais do modelo de formao

    Com base no anteriormente exposto, retomamos um conjuntode pressupostos que definem e resumem a natureza dos cursosEFA, designadamente:

    Construo de percursos formativos que conferem umadupla certificao (habilitao escolar e certificao profis-sional), ou apenas uma certificao escolar ou profissional,de nvel bsico ou de nvel secundrio de educao.

    Desenvolvimento dos referenciais de formao de base ten-do como suporte os Referenciais de Competncias-Chave

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    de nvel bsico e secundrio e a flexibilidade/adaptabilidadeno desenho curricular que os mesmos induzem. O plano deformao de base de nvel secundrio disponibilizado noCatlogo Nacional de Qualificaes constitui um modelo deapoio operacionalizao do Referencial de Competncias--Chave na construo de planos formativos e dinamiza-o deste segmento de oferta.

    Implementao de uma lgica modular de formao, estru-turada a partir dos referenciais de formao que integram oCatlogo Nacional de Qualificaes, privilegiando a diferen-

    ciao de percursos formativos e a sua contextualizao nomeio social, econmico e profissional dos formandos.

    Conhecimento efectivo do perfil, contexto(s) e motivaesdos formandos que integram os cursos EFA, o que pode seralcanado de duas formas:

    atravs do encaminhamento realizado por um CentroNovas Oportunidades, aps o diagnstico e triagem,ou como resultado de um processo de RVCC;

    com a realizao de um momento prvio de diagns-tico dos formandos realizado pela entidade formadora.Este diagnstico realizado pelo mediador, se possvelem conjunto com os formadores, correspondendo a

    um trabalho de anlise dos perfis de cada candidato ede identificao da oferta de educao e formao quemais se adequa a cada caso.

    Construo de percursos formativos tipificados em funodas habilitaes escolares j detidas pelos formandos,garantido o reconhecimento de aprendizagens formais.

    Construo de percursos flexveis de formao quandodefinidos a partir de processos de RVCC previamente reali-zados num Centro Novas Oportunidades, numa perspectivade aprendizagem ao longo da vida que valoriza as com-petncias adquiridas pelos formandos por via formal, noformal e informal.

    Desenvolvimento de percursos formativos implementadosde forma articulada, em que as competncias a desen-volver atravs da formao de base se cruzam com asvisadas pela formao tecnolgica. Quando se trate de umcurso EFA apenas com uma das componentes, em que ascompetncias associadas a cada UFCD se articulem entre sipara gerar aprendizagens significativas para os formandos,de acordo com os seus adquiridos e motivaes.

    Desenvolvimento de formao centrada em processosreflexivos e de aquisio de saberes e competncias quefacilitem e promovam as aprendizagens, atravs do mdulo

    Aprender com Autonomia para os cursos de nvel bsicoe da rea de Porteflio Reflexivo de Aprendizagens, nocaso dos cursos de nvel secundrio.

    2. Acompanhamento e monitorizao dos cursos

    No mbito dos cursos EFA, compete Agncia Nacional paraa Qualificao, I.P. (ANQ), em articulao com as estruturasregionais do Ministrio do Trabalho e da Solidariedade Sociale do Ministrio da Educao, estabelecer e operacionalizar o

    modelo de acompanhamento e monitorizao6: do funcionamento dos cursos EFA desenvolvidos pela rede

    de entidades promotoras/formadoras;

    da conformidade da oferta formativa de cursos EFA aosreferenciais do Catlogo Nacional de Qualificaes;

    da articulao entre Centros Novas Oportunidades e a redede entidades promotoras/formadoras de cursos EFA, no-meadamente no que respeita ao encaminhamento dos for-mandos para os cursos EFA.

    Os dispositivos de acompanhamento e monitorizao dos cur-sos EFA de nvel secundrio (EFA-NS) contemplam:

    visitas de acompanhamento s entidades formadoras poriniciativa das estruturas regionais competentes do Ministrioda Educao e do Ministrio do Trabalho e Solidariedade So-cial, da ANQ, ou no contexto de auditorias decorrentes dacertificao das entidades formadoras e dos sistemas decontrolo do financiamento pblico da formao;

    momentos presenciais de trabalho conjunto com os CentrosNovas Oportunidades e as entidades promotoras/formado-ras, sobre a organizao, funcionamento e resultados obti-dos nos cursos;

    apoio tcnico a distncia atravs dos diferentes canais decomunicao implementados e a implementar para o efeito.

    6 Adaptado de: Gomes, Maria do Carmo e Sandra Rodrigues (2007). Cursos deEducao e Formao de Adultos nvel secundrio: Orientaes para a

    Aco. Lisboa: ANQ.

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    ORGANIZAOTCNICO-PEDAGGICA

    DE CURSOS DE EDUCAOE FORMAO

    DE ADULTOS (EFA)

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    As entidades formadoras devem assegurar:

    o planeamento e a organizao dos grupos de formao no respeito pelos normativos em vigor, nomeadamente no que dizrespeito correspondncia aos percursos formativos tipificados, de acordo com as aprendizagens formais, informais e noformais identificadas e/ou reconhecidas previamente;

    os recursos humanos e fsicos, assim como os equipamentos especficos necessrios ao bom desenvolvimento dos cursos;

    o desenvolvimento dos cursos de acordo com o desenho curricular e os referenciais do Catlogo Nacional de Qualif icaes;

    o desenvolvimento dos cursos de acordo com as orientaes tcnico-pedaggicas e as metodologias de educao e formao

    preconizadas por e para este modelo de formao; os procedimentos relativos avaliao e validao das aprendizagens, bem como a certificao dos formandos que concluamo percurso formativo com sucesso;

    a organizao e disponibilizao de toda a informao necessria para os processos de acompanhamento e monitorizaopor parte das entidades competentes, nomeadamente atravs da constituio dos dossiers tcnico-pedaggicos dos cursos.

    2. A quem se destinam os cursos EFA?

    Os cursos EFA destinam-se a formandos com idade igual ou superior a 18 anos data do incio da formao, com baixa quali-

    ficao (escolar e/ou profissional) e prioritariamente, sem a concluso do ensino bsico ou secundrio de escolaridade, sem aqualificao adequada para efeitos de insero ou progresso profissional.A ttulo excepcional, o organismo competente para a autorizao de funcionamento do curso EFA pode aprovar a frequncia porformandos com idade inferior a 18 anos, desde que estejam comprovadamente inseridos no mercado de trabalho data do incioda formao.

    De acordo com os normativos actuais, a insero dos formandos nos percursos formativos de nvel secundrio (NS) obedece aalguns critrios especficos de seleco, designadamente:

    Os cursos ministrados em regime ps-laboral podem ser frequentados por qualquer formando, desde que com idade igualou superior a 18 anos.

    Os cursos ministrados em regime diurno ou a tempo integral (perodo equivalente durao diria de trabalho prestado,correspondente, para este efeito a 7 horas/dia), s podem ser frequentados por formandos com idade igual ou superior a 23anos. Exceptuam-se os seguintes casos:

    Formandos encaminhados por um Centro Novas Oportunidades, com validao parcial no nvel secundrio aps a reali-zao de um processo de RVCC, para efeitos de concluso da respectiva certificao.

    Candidatos a formandos que completem 23 anos at 3 meses aps o incio do curso.

    Quando no existam outras ofertas formativas desenvolvidas no mbito de outras modalidades de formao de dupla cer-tificao, compatveis com os interesses dos formandos, quer em termos de percursos profissionais, quer em termos delocal de realizao da formao. A anlise casustica das situaes e a deciso de integrao excepcional de um menor de23 anos neste tipo de cursos dever caber estrutura regional competente para a autorizao de funcionamento do curso,devendo ser dado conhecimento da deciso e da respectiva fundamentao Agncia Nacional para a Qualificao, I.P.

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    3. Como se constituem os grupos de formao e quais as condies de acesso aos cursos EFA?

    De acordo com o que foi anteriormente exposto, os grupos de formao so constitudos por formandos que desejem melhorar osseus nveis de escolaridade e qualificao e, consequentemente, a sua empregabilidade.

    Apesar da heterogeneidade que pode caracterizar estes grupos de formao, os mesmos devem estar predominantemente organi-zados em funo dos percursos legalmente previstos para os cursos EFA.

    Quadro 1: Percursos EFA Nvel Bsico: habilitaes escolares de acesso

    Percurso Formativo Habilitaes escolares

    B1 Inferior ao 1. ciclo do ensino bsico

    B2 1. ciclo do ensino bsico

    B1+B2 Inferior ao 1. ciclo do ensino bsico

    B3 2. ciclo do ensino bsico

    B2+B3 1. ciclo do ensino bsico

    Percurso flexvel a partir de Processo de RVCC Inferior ao 1. ciclo do ensino bsico

    Componente de formao tecnolgica do curso EFA 9. ano de escolaridade

    Fonte: Adaptado da Portaria n 230/2008, de 7 de Maro

    Quadro 2: Percursos EFA Nvel Secundrio: habilitaes escolares de acesso

    Percurso Formativo (dupla certificao) Habilitaes escolares

    S3-Tipo A 9. ano

    S3-Tipo B 10. ano

    S3-Tipo C 11. ano

    Percurso flexvel a partir de Processo de RVCC Inferior ou igual ao 9. ano

    Componente de formao tecnolgica do curso EFA 12. ano de escolaridade

    Percurso Formativo (habilitao escolar) Habilitaes escolares

    S Tipo A 9. ano

    S Tipo B 10. ano

    S Tipo C 11. ano

    Percurso flexvel a partir de Processo de RVCC Inferior ou igual ao 9. ano

    Fonte: Adaptado da Portaria n 230/2008, de 7 de Maro

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    A organizao de um grupo de formao deve corresponder a uma dada tipologia de curso, seja de nvel bsico ou secundrio, deacordo com a sua escolaridade de entrada ou tendo em conta um Plano Pessoal de Qualificaes (PPQ) definido no decorrer de umprocesso de reconhecimento, validao e certificao de competncias (RVCC), desenvolvido num Centro Novas Oportunidades.Quer isto significar que um curso de tipo S3 -Tipo A deve, em regra, contemplar formandos que tenham o 9 ano de escolaridadee pretendam adquirir o nvel secundrio de educao e o nvel 3 de formao profissional, devendo evitar abranger situaes deformandos com o 10 ou o 11 anos de escolaridade, uma vez que esses seriam objecto do desenvolvimento curricular previstopara os percursos S3 -Tipos B e C. O mesmo se aplica aos percursos de nvel bsico, de acordo com a legislao em vigor. Caber estrutura regional competente, responsvel pela autorizao de funcionamento do curso, a deciso acerca da integrao excep-cional de formandos que j detenham o 10 ou o 11 anos de escolaridade em percursos EFA - tipo A. Nestes casos, devero osformandos trabalhar, preferencialmente, apenas as Unidades de Formao de Curta Durao (UFCD) correspondentes aos percur-

    sos tipificados para os quais detm as condies de acesso.

    Os percursos flexveis (de nvel bsico e secundrio) so tipologias definidas exclusivamente para formandos que realizem processosde RVCC em Centros Novas Oportunidades de mbito escolar, profissional ou ambos. A construo curricular corresponder realizao de UFCD definidas pela equipa de RVC que os acompanhou no referido processo, de acordo com o mapa de validaesconseguidas por cada um e com a aferio das competncias fundamentais em falta para a concluso dos processos individuaisde formao, definidos nos PPQ.

    Independentemente do nvel ou tipologia aplicveis aos grupos de formao, estes no podem, em nenhum momento, ultrapassaros 25 formandos, a no ser em situaes excepcionais e por razes devidamente fundamentadas, mediante autorizao prvia daentidade responsvel pela autorizao de funcionamento do curso EFA.

    Quanto ao limite mnimo de formandos, este poder vir a ser definido no caso da formao ser financiada por fundos pblicos,no quadro da respectiva regulamentao aplicvel, sendo que, a ANQ considera como adequado um nmero de 10 formandos, excepo dos percursos flexveis (que sero definidos em funo das necessidades de formao constantes no PPQ, quando oadulto encaminhado por um Centro Novas Oportunidades)2.

    Com vista concluso de percursos e certificao, em qualquer um dos nveis de escolaridade e qualificao profissional, tambm possvel a frequncia da formao por adultos abrangidos pelo Decreto-Lei n 357/07, de 29 de Outubro, ou que notenham concludo com aproveitamento a totalidade das UC/UFCD de um curso EFA.

    Podem, ainda, frequentar percursos EFA tipos B e C os formandos que possuam as habilitaes escolares, de acordo com asistematizao dos quadros seguintes.

    2 Orientao Tcnica n 6 - Limite mnimo para grupos de formandos de cursos EFA, da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.catalogo.anq.gov.ptemDocumentao

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    Percurso Formativo Habilitaes escolares

    S3 - Tipo BS - Tipo B

    Planos de estudo criados ao abrigo do Decreto-Lei n. 74/2004, de 26 de Maro

    Candidatos que tenham frequentado os cursos cientfico-humansticos, tecnolgicos e artsticos especializadosno domnio das artes visuais e dos audiovisuais e que tenham reunido condies de transio do primeiro para osegundo ano, nos termos do respectivo regime de avaliao das aprendizagens.

    Candidatos que tenham frequentado os cursos do ensino secundrio recorrente e cursos profissionais e quetenham realizado todos os mdulos de todas as disciplinas previstas para o primeiro ano do ciclo de estudos, oude todas as disciplinas, menos duas.

    Candidatos que tenham frequentado os cursos de educao e formao e tenham concludo os percursos queconstituem condio de acesso aos cursos de educao e formao que conferem certificao de nvel secundriocom um ciclo de formao superior a um ano.

    Cursos de Aprendizagem

    Candidatos que tenham reunido condies de transio do primeiro para o segundo perodo de formao, nos termosdo respectivo Regulamento de Avaliao.

    Percurso Formativo Habilitaes escolares

    S3 - Tipo CS - Tipo C

    Planos de estudo anteriores ao Decreto-Lei n. 74/2004, de 26 de Maro

    Candidatos que tenham frequentado percursos formativos organizados por 3 anos de escolaridade e que tenham

    reunido condies de transio do segundo para o terceiro ano do ciclo de estudos.

    Candidatos que tenham frequentado o ensino secundrio recorrente por unidades/blocos capitalizveis e tenhamconcludo, pelo menos, 2/3 da totalidade das unidades que constituem o curso.

    Candidatos que tenham frequentado os cursos profissionais e que tenham concludo com aproveitamento um con-junto de mdulos que perfaam, pelo menos, 2/3 da carga horria total prevista para o curso.

    Quadro 3: Habilitaes escolares mnimas para a frequncia de percursos EFA tipos B e C

    Percurso Formativo Habilitaes escolares

    S3 - Tipo BS - Tipo B

    Planos de estudo anteriores ao Decreto-Lei n. 74/2004, de 26 de Maro

    Candidatos que tenham frequentado percursos formativos organizados por 3 anos de escolaridade e tenham reunidocondies de transio do primeiro para o segundo ano do ciclo de estudos.

    Candidatos que tenham frequentado o ensino secundrio recorrente por unidades/blocos capitalizveis e tenhamconcludo, pelo menos, 1/3 da totalidade das unidades que constituem o curso.

    Candidatos que tenham frequentado os cursos profissionais e tenham concludo com aproveitamento um conjunto

    de mdulos que perfaam, pelo menos, 1/3 da carga horria total prevista para o curso.

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    4. Organizao dos referenciais de formao

    4.1. Quais so as componentes de formao dos referenciais dos cursos EFA?

    Os cursos EFA obedecem aos referenciais de formao associados s respectivas qualificaes constantes do Catlogo Nacional deQualificaes e so agrupados por reas de educao e formao3, de acordo com a Classificao Nacional das reas de Educao

    e Formao, numa perspectiva que privilegia a realizao de cursos de dupla certificao.Os referenciais de formao correspondem a planos curriculares organizados em duas componentes fundamentais, tanto para onvel bsico como para o secundrio:

    a Formao de Base, que se reporta a um determinado nvel de escolaridade;

    a Formao Tecnolgica, que define a qualificao profissional dos cursos.

    Para alm destas duas componentes, os cursos de dupla certificao contemplam tambm a Formao Prtica em Contexto de

    3 Portaria n 256/2005 de 16 de Maro

    Quadro 3: Habilitaes escolares mnimas para a frequncia de percursos EFA tipos B e C (continuao)

    Percurso Formativo Habilitaes escolares

    S3 - Tipo CS - Tipo C

    Planos de estudo criados ao abrigo do Decreto-Lei n. 74/2004, de 26 de Maro

    Candidatos que tendo frequentado os cursos cientfico-humansticos, tecnolgicos ou artsticos especializados nodomnio das artes visuais e dos audiovisuais, tenham reunido condies de transio do segundo para o terceiro ano,nos termos do respectivo regime de avaliao das aprendizagens.

    Candidatos que tendo frequentado os cursos do ensino secundrio recorrente ou cursos profissionais, tenham reali-zado todos os mdulos de todas as disciplinas previstas para o primeiro e o segundo anos do ciclo de estudos, ou detodas as disciplinas, menos uma ou menos duas.

    Candidatos que tendo frequentado os cursos de educao e formao, tenham realizado todos os mdulos de todasas disciplinas que integram o primeiro ano do ciclo de estudos dos cursos de educao e formao, que conferemcertificao de nvel secundrio com um ciclo de formao superior a um ano, ou de todas as disciplinas, menos umaou menos duas.

    Percurso Formativo Habilitaes escolares

    S3 - Tipo B e CS - Tipo B e C

    Alunos que frequentaram Cursos de aprendizagem renem condies de acesso aos percursos formativos EFA:

    Tipo B, desde que tenham reunido condies de transio do primeiro para o segundo perodo de formao, nostermos do respectivo Regulamento de Avaliao.Tipo C, desde que tenham reunido condies de transio do segundo para o terceiro perodo de formao, nos

    termos do respectivo Regulamento de Avaliao.

    Fonte: Orientao Tcnica n 12 Condies de Acesso aos Percursos Formativos EFA Tipo B e Tipo C da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.catalogo.anq.gov.pt em Documentao

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    Trabalho, a ser realizada no final da formao, com vista consolidao sobretudo das competncias da formao tecnolgica, deacordo com a sada profissional conferida pelo curso frequentado.Transversalmente s duas componentes organizadoras da formao, os referenciais apresentam ainda o mduloAprender comAutonomia, inserido no nvel bsico, e a rea de Porteflio Reflexivo de Aprendizagens, enquadrada no nvel secundrio. Estemdulo e a rea de PRA tm objectivos especficos no mbito de cada nvel dos cursos EFA que, genericamente, se podem definirdo seguinte modo:

    4.1.1. Como se organiza o mdulo Aprender com Autonomia?

    O mdulo Aprender com Autonomia tem como funo proporcionar a integrao e o desenvolvimento de hbitos de trabalho degrupo, bem como a definio de compromissos de formao individuais e colectivos. Organizado em trs unidades de competncia,

    (1. consolidar a integrao do grupo; 2. trabalhar em equipa; 3. aprender a aprender) este mdulo pretende veicular aos formandosas tcnicas e os instrumentos de autoformao assistida que so fundamentais para o bom desenvolvimento das aprendizagens.

    Existe um referencial de formao especfico para este mdulo da formao (disponvel no sitio da Internet www.catalogo.anq.gov.pt), onde esto definidas as competncias a desenvolver, a sua estruturao por unidades, a partir das quais so propostasactividades para a consecuo dos seus princpios4. Nomeadamente no que diz respeito sua distribuio ao longo do percursoformativo, esta depender muito do tipo de percurso a implementar.

    Caso se trate de um percurso flexvel, conveniente que as duas primeiras unidades sejam ministradas no incio da formao eimediatamente aps o encaminhamento dos formandos na sequncia de processos de RVCC, definindo estratgias de formaoconsentneas com os percursos a realizar, preparando-os para as metodologias de trabalho preconizadas, sendo que a terceiraunidade poder acompanhar o percurso, questo que deve ser ponderada tendo em conta a sua durao.

    No caso dos percursos tipificados, as trs unidades devem ser desenvolvidas ao longo do percurso, o que permite ir introduzindodiversas tcnicas e mtodos de aprendizagem e consolidando-as a par com as metodologias de trabalho implementadas, no sentidoda sua autonomizao.

    Para total entendimento dos princpios orientadores e estruturantes deste mdulo recomenda-se a anlise do documento referenciado.

    4.1. 2. Como se organiza a rea e Porteflio Reflexivo de Aprendizagens (PRA)?

    A rea de Porteflio Reflexivo de Aprendizagens destina-se a desenvolver processos reflexivos e de aquisio de saberes e com-petncias pelo adulto em contexto formativo, constituindo-se como o espao privilegiado da avaliao nos cursos EFA de nvelsecundrio. Esta rea tem a sua gnese no conceito de Porteflio Reflexivo de Aprendizagens operacionalizado nos processos de RVCCde nvel secundrio, que o definem como instrumento central de trabalho, enquanto comprovao e reflexo sobre as competn-

    cias desenvolvidas ao longo de um percurso de vida, que podem conferir uma validao e/ou certificao de nvel secundrio.Problematizado no Referencial de Competncias-Chave para a Educao e Formao de Adultos nvel secundrio e respectivoGuia de Operacionalizao5, este conceito foi adaptado aos cursos EFA de nvel secundrio, mantendo uma coerncia conceptualque respeita os princpios da educao e formao de adultos, uma vez que a metodologia de construo de porteflios permite oacompanhamento individualizado da evoluo das aprendizagens ao longo do percurso de formao.

    4 Canelas, Ana Maria (2008). Cursos de Educao e Formao de Adultos: nvel bsico Aprender com Autonomia. Lisboa: ANQ5 Gomes, Maria do Carmo (coord.) (2006). Referencial de competncias-chave para a educao e formao de adultos nvel secundrio. Lisboa: DGFV;

    Gomes, Maria do Carmo (coord.) (2006). Referencial de competncias-chave para a educao e formao de adultos nvel secundrio: Guia de operacionalizao.Lisboa: DGFV

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    Nos percursos flexveis, esta coerncia metodolgica/conceptual permite articular o processo de formao e o de reconhecimentoprvio. Nestes casos, o PRA concebido pelo adulto ao longo do processo de RVCC, sustenta a validao das competncias evi-denciadas, quer de mbito escolar, quer profissional, e ser continuado ao longo do plano de formao que foi definido a partir doseu mapa de competncias ainda a adquirir, num curso EFA.No caso dos percursos tipificados, os formandos elaboram o seu PRA com base nas aprendizagens desenvolvidas ao longo daformao. Ou seja, um PRA construdo exclusivamente no mbito de um curso EFA trata-se de um porteflio que reflecte e evidenciao processo de formao do indivduo, congregando os trabalhos e reflexes realizados no mbito do seu percurso formativo,enquanto conjunto planeado, organizado e seleccionado de documentos.

    Este tipo de porteflio continua a implicar uma abordagem experiencial, na medida em que espelha o seu autor, mais no sentidodas experincias/aprendizagens desenvolvidas no presente, com preocupaes de projeco no seu futuro pessoal e profissional,no se reportando a competncias adquiridas em contextos de vida passados, como ser o caso dos PRA construdos em proces-sos de RVCC e/ou continuados em percursos flexveis.

    Em qualquer das situaes, o PRA dever evidenciar as competncias definidas para o nvel secundrio, servindo de base sdecises sobre a certificao final do percurso formativo de cada adulto.

    Quadro 4: Componentes de formao dos cursos EFA de nvel bsico e de nvel secundrio

    Componentes Objectivos

    Formao de Base

    Componente com carcter transdisciplinar e transversal que visa a aquisio de conhecimentos oureforo de competncias pessoais, sociais e profissionais, tendo em vista a (re)insero na vida activae a adaptabilidade aos diferentes contextos de trabalho.

    Visa, ainda, potenciar o desenvolvimento dos cidados, no espao nacional e comunitrio, proporcio-nando as condies para o aprofundamento das capacidades de autonomia, iniciativa, auto-aprendiza-gem, trabalho em equipa, recolha e tratamento da informao e resoluo de problemas.

    Formao Tecnolgica Componente que visa dotar os formandos de competncias cientficas e tecnolgicas que lhes permi-tam o desenvolvimento de actividades prticas e de resoluo de problemas inerentes ao exerccio deuma determinada profisso.

    Formao Prtica em Contexto deTrabalho

    Componente que visa consolidar as competncias cientficas e tecnolgicas adquiridas em contexto deformao, atravs da realizao de actividades inerentes ao exerccio profissional, bem como facilitar

    a futura (re)insero ou progresso profissional dos formandos.

    Aprender com Autonomia(integra apenas os percursos de nvelbsico)

    Componente que visa proporcionar aos formandos o conhecimento sobre tcnicas e instrumentos deauto-formao assistida, de modo a facilitar a integrao e o desenvolvimento de hbitos de trabalhoem grupo, bem como a definio de compromissos individuais e colectivos.

    Esta componente est organizada em 3 Unidades de Competncia: consolidar a integrao no grupo,trabalhar em equipa e aprender a aprender.

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens(integra apenas os percursos de nvelsecundrio)

    Visa o desenvolvimento de processos reflexivos e de aquisio de saberes e competncias pelo adultoem contexto formativo.

    Fonte: adaptado IEFP

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    4.2. Qual o desenho curricular dos cursos EFA?

    Os referenciais de formao do Catlogo Nacional de Qualificaes6 (CNQ) estruturam-se em Unidades de Competncia (UC) e/ouUnidades de Formao de Curta Durao (UFCD), organizadas por duas componentes, a de base e a tecnolgica. A componente daformao de base est em linha de continuidade com a estruturao por reas de competncias-chave definidas nos Referenciaisde Competncias-Chave para os nveis bsico e secundrio7, considerando-se que esta organizao corresponde a um conjuntode competncias fundamentais para a qualificao de todos os adultos em formao, sendo comuns a todas as reas de educaoe formao do CNQ. As especificidades das qualificaes relativas a estas reas esto, assim, contempladas nos contedos dacomponente tecnolgica.

    No que diz respeito componente da formao de base dos referenciais de nvel bsico, o CNQ disponibiliza um referencial deformao organizado em Unidades de Competncia, tal como o Referencial de Competncias-Chave de nvel bsico.

    No caso da componente da formao de base dos referenciais de nvel secundrio, o CNQ disponibiliza um referencial deformao organizado por UFCD, enunciando os resultados de aprendizagem e os contedos que correspondem s unidades decompetncia do Referencial de Competncias-Chave de nvel secundrio.

    Quanto componente de formao tecnolgica, quer do nvel bsico, quer do nvel secundrio, as UFCD organizam-se emcontedos formativos que correspondem a competncias tcnicas e operativas fundamentais para o exerccio qualificado de umadeterminada profisso.

    O cruzamento entre as duas componentes de formao, a forma como as equipas pedaggicas se articulam com vista aodesenvolvimento integrado de competncias que esto, muitas vezes, correlacionadas na vida social e profissional do adulto,

    uma das grandes mais-valias desta oferta formativa, e concretiza-se nos desenhos curriculares que servem de base construocurricular.A coerncia entre os cursos EFA de nvel bsico e de nvel secundrio refora-se, entre outras razes, pela semelhana dos seusdesenhos curriculares, na consecuo do conjunto de pressupostos conceptuais anteriormente enunciados e que definem, para aformao, planos curriculares cujo centro o adulto e a metodologia de trabalho se baseia na integrao de saberes e competnciasdas diferentes componentes formativas.

    6 Ver em www.catalogo.anq.gov.pt7 Gomes, Maria do Carmo (coord.) (2006). Referencial de competncias-chave para a educao e formao de adultos nvel secundrio. Lisboa: DGFV;

    Gomes, Maria do Carmo (coord.) (2006). Referencial de competncias-chave para a educao e formao de adultos nvel secundrio: Guia de operacionalizao.Lisboa: DGFV

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    Figura 1: Desenho do Referencial de Competncias-Chave para a Educao e Formao de Adultos Nvelbsico (2002)

    Fonte: Adaptado de Referencial de Competncias-Chave para a Educao e Formao de Adultos nvel bsico(2002)

    Cidad

    ani a Em p r eg a b ilidade (CE)

    Temas de Vida

    Matemtica paraa vida (MV)

    Tecnologias daInformao

    e Comunicao (TIC)

    Linguagem eComunicao (LC)

    Formao Tecnolgica

    Cidadania Emp r eg a bi l idade (CE)

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    Note-se, ainda, que as alteraes legais mais recentes criaram o enquadramento para a realizao de percursos formativos sde mbito escolar ou profissional, sendo que, nesta situao, podero estar todos os formandos que, tendo o nvel bsico ousecundrio de escolaridade, pretendam adquirir competncias que lhes confiram a qualificao profissional respectiva a cada nvelde formao (nveis 1 ou 2 no caso de terem o nvel bsico; nvel 3, para os formandos que j detenham o nvel secundrio).

    A representao grfica dos referenciais de formao, tal como a seguir se apresenta, revela uma organizao modular, em quecada Unidade de Formao de Curta Durao (UFCD), seja da componente da formao de base, seja da componente da formaotecnolgica, contribui para um percurso no seu todo, sendo passvel de certificao autnoma e capitalizvel sempre que o adultoa realiza com sucesso.

    Por outro lado, esta organizao interna dos referenciais de formao permite a adequao de planos de formao pessoais, combase na escolaridade entrada dos cursos ou a partir de processos de RVCC realizados previamente.

    , pois, com base nestas matrizes genricas, para o nvel bsico e para o nvel secundrio, que se vo definir os diferentes percursosEFA possveis, que adiante se explicitaro, e a partir das quais se podero construir percursos ajustados a cada formando emparticular.

    Figura 2: Desenho do Referencial de Competncias-Chave para a Educao e Formao de Adultos NvelSecundrio (2006)

    Fonte: Adaptado de Referencial de Competncias-Chave para a Educao e Formao de Adultos Nvel Secundrio (2006)

    Adulto emsituaesde vida

    rea Cultura,Lngua e Comunicao

    (operatria)

    rea Sociedade,Tecnologia e Cincia

    (operatria)

    Formao Tecnolgica

    rea Cidadaniae Profissionalidade (transversal)

    rea Cidadaniae Profissionalidade (transversal)

    Lngua estrangeira

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    Quadro5:Cursosd

    eEducaoeFormaodeAdultosd

    envelbsicodeeducaoReferen

    cialdeFormao

    Nveis

    B1/Nvel1deformao

    B2/Nvel1deformao

    B3/Nvel2deformao

    CidadaniaeEmpregabilidade(CE)

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    LEA

    25H

    LEB

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    25H

    A

    25H

    B

    25H

    C

    25H

    D

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    50H

    LEA

    50H

    LEB

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    50H

    A

    50H

    B

    50H

    C

    50H

    D

    LinguagemeComunicao(LC)

    MatemticaparaaVida(MV)

    TecnologiasdaInformaoeComunicao(TIC)

    FormaoTecnolgica

    UnidadesdeFormaode

    CurtaDurao

    Podeincluirformaoprtica

    emcontextodetrabalho

    Un

    idadesdeFormaodeCurtaDurao

    Po

    deincluirformaoprticaemcontexto

    de

    trabalho

    Un

    idadesdeFormaodeCurtaDurao

    Po

    deincluirformaoprticaemcontexto

    de

    trabalho

    Fonte:Anexon2daPortarian230/2008,

    de7deMarode2008

    Quadro6:CursosdeEducaoeFormaod

    eAdultosdenvelsecundriodeeducao

    Nveis

    Nvelsecundrio/Nvel3deformao

    CidadaniaeProfissionalidade(CP)

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    50H

    UFCD

    Sociedade,

    TecnologiaeCincia(STC)

    Cultura,

    LnguaeComunicao(CLC)

    FormaoTecnolgica

    UnidadesdeFormaodeC

    urtaDurao(UFCD)

    Podeincluirformaoemcontextodetrabalho

    UFCDdaComponentedeformaodebase:

    unidadesdeformaodecurtaduraoquecorrespondemsunidadesdecompetnciadoreferencialde

    competncias-chavedenvelsecundrio,

    queintegram4competncias,

    deacordocom

    osdiversosdomniosderefernciaparaaaco(DR

    A)considerados.

    UFCDdaComponentedeformaotecnolgica:unidadesdeformaodecurtadurao,quepod

    emter25ou50horas.

    Fonte:Anexon5daPortarian230/2008,

    de

    7deMarode2008

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    5. Como se estruturam os percursos EFA de nvel bsico?

    Os cursos EFA de nvel bsico mantm a sua estrutura curricular praticamente inalterada desde a sua implementao: aos nveisB1, B2 e B3 equivalem respectivamente os 1, 2 e 3 ciclos do ensino bsico, correspondendo o B1 e B2 a uma dupla certificaode nvel 1 de qualificao profissional, e o B3 ao nvel 2 de qualificao profissional, quando se trate de um curso de dupla certifi-cao. Podem, como j foi referido, ser realizados cursos apenas com a componente escolar, ou tecnolgica.

    De acordo com a Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro, os percursos formativos possveis para cursos EFA de nvel bsico so osseguintes:

    Quadro 7: Percursos formativos possveis para Cursos EFA Nvel Bsico

    Percurso formativo Condies mnimasde acesso

    Componentes da FormaoTotalAprender com

    AutonomiaFormao de Base Formao

    Tecnolgica

    Cursos EFA de nvel Bsico e Nvel I de Formao

    B1 < 1 ciclo do ensinobsico

    40 400 350 790

    B2 1 ciclo do ensinobsico 40 450 350 840

    B1+B2 < 1 ciclo do ensinobsico

    40 850 350 1.240

    Cursos EFA de nvel Bsico e Nvel II de Formao

    B3 2 ciclo do ensinobsico

    40 900 1.000 1.940

    B2+B3 1 ciclo do ensinobsico

    40 1.350 1.000 2.390

    Percurso flexvela partir de

    Processo de RVCC

    < 1 ciclo do ensinobsico

    40 1.350 1.000 Ajustado emresultado

    do Processo deRVCC

    Fonte: Adaptado da Portaria n 230/2008, de 7 de Maro de 2008

    H um conjunto de questes que devem ser observadas aquando da implementao destes cursos, com reflexo directo nadefinio das cargas horrias.

    Lngua estrangeiraA realizao de formao numa Lngua Estrangeira obrigatria e as cargas horrias a ela associadas esto j contempladas naformao de base, com a durao mxima de cinquenta horas para o nvel B2 e de cem horas para o nvel B3. Como resultado dacombinao de ambos os percursos, o nvel B2+B3 prev uma carga horria de cento e cinquenta horas.

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    Componente de formao tecnolgica de cursos de tipos B1, B2 ou B1+B2O desenvolvimento da componente de formao tecnolgica contempla as primeiras UFCD desta componente constantes noreferencial de formao correspondente sada profissional do curso ministrado, at perfazer um total de 350 horas. Quando asoma destas primeiras UFCD exceder 350 horas, deve considerar-se a carga horria imediatamente inferior (325h)8.

    Horas da formao tecnolgicaAs cargas horrias associadas a esta componente de formao e previstas no quadro anterior devero ser ajustadas de acordo comos referenciais constantes no Catlogo Nacional de Qualificaes (CNQ). Significa isto que a carga horria a considerar na compo-nente da formao tecnolgica, de uma dada qualificao, corresponde carga horria do referencial constante no Catlogo 9.

    Realizao de formao prtica em contexto de trabalho

    A obteno do nvel 2 de qualificao implica, obrigatoriamente, pelo menos 120 horas de formao prtica em contexto de tra-balho, pelo que os percursos B3 e B2+B3, bem como os percursos flexveis, devem contemplar essa carga horria no seu total,para alm da carga horria do conjunto das UFCD da componente tecnolgica.

    No obstante o referido anteriormente, aos formandos que exeram uma actividade profissional numa rea afim sada profissionaldo curso frequentado no lhes exigida a realizao da formao prtica em contexto de trabalho. Nestes casos, as entidadesformadoras devero analisar o teor da rea de actividade destes formandos, uma vez que considerada rea afim uma actividadeprofissional cujas competncias em uso tenham afinidades com as que o seu percurso formativo mobiliza, pertencendo, ou no, mesma rea de educao e formao10.

    Veja-se, a ttulo de exemplo, o caso da rea de Hotelaria e Restaurao, que integra qualificaes como Operadores de ManutenoHoteleira e Cozinheiro/a, cujas competncias no apresentam afinidades. Ou, ainda, o caso de sadas profissionais de diferentesreas de formao, em que as competncias adquiridas tm afinidades entre si, como nos cursos de Pasteleiro(a)/Padeiro(a) (In-dstrias Alimentares) e de Cozinheiro/a (Hotelaria e Restaurao)11.

    Percursos apenas com uma das componentes de formaoNos casos em que se realize apenas uma das componentes de formao, so consideradas as cargas horrias associadas especi-ficamente componente de formao de base ou tecnolgica, respectivamente, acrescidas do mdulo Aprender com Autonomiana ntegra. Relembra-se que a realizao apenas da componente de formao tecnolgica s possvel a ttulo excepcional, aformandos que j detenham certificao escolar de 9 ano12.Percursos flexveisNo que diz respeito aos percursos flexveis h especificidades que convm salientar, nomeadamente no que diz respeito duraomnima da formao de base que de cem horas, assim como a da formao tecnolgica, tambm de cem horas, acrescidas domdulo Aprender com Autonomia na ntegra.

    A carga horria para estes percursos definida em funo dos resultados do processo de RVCC, desenvolvido num Centro Novas

    Oportunidades, e com base no Plano Pessoal de Qualificao (PPQ), emitido pela equipa pedaggica responsvel pelo processo

    8 Orientao tcnica n 1 - Compoente tecnolgica de um curso EFA B1,B2 ou B1+B2 da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.cata-logo.anq.gov.pt em Documentao

    9 Orientao tcnica n 3 - Carga horria total da componente de formao tecnogica da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.catalogo.anq.gov.ptem Documentao

    10 Orientao tcnica n 2 - Actividade profissional em rea afim da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.catalogo.anq.gov.pt emDocumentao

    11 Orientao tcnica n 2 - Actividade profissional em rea afim da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.catalogo.anq.gov.pt emDocumentao

    12 Anexo n 1 da portaria n 230/2008 de 7 de Maro

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    de RVCC de cada adulto, aquando da realizao do jri de certificao, que tenha resultado em validaes que conferiram apenasuma certificao parcial.Assim, o PPQ dos formandos candidatos a percursos flexveis identifica as unidades de competncia (da componente de formaode base) e/ou as Unidades Formao de Curta Durao (da componente de formao tecnolgica) dos referenciais de formao doCNQ que o adulto dever realizar em formao, bem como as UFCD de Lngua Estrangeira (LE iniciao ou LE continuao) que oplano curricular do formando dever contemplar.

    Em suma, a carga horria destes percursos definida a partir do somatrio de todas as UC/UFCD a realizar por componente,acrescido do mdulo Aprender com Autonomia e da Formao Prtica em Contexto de trabalho, quando for caso disso.

    6. Como se estruturam os percursos EFA de nvel secundrio?

    O enquadramento curricular para a realizao de um curso EFA de nvel secundrio (EFA-NS) permite: dependendo do perfildiagnosticado e de acordo com saberes e competncias formais e/ou informais adquiridos previamente, posicionar o candidatonum determinado percurso. Esta realidade coloca vrias possibilidades de conjugao de UFCD e respectivas competncias,reforando alguns dos princpios conceptuais da educao e formao de adultos: ningum deve aprender aquilo que j sabe, etodos tm o direito a ver reconhecidas as aprendizagens realizadas nos seus percursos de vida.

    Os aperfeioamentos no enquadramento legal dos cursos EFA vieram tipificar percursos de qualificao de nvel secundrio,diferenciando-os em funo dos nveis de escolaridade j detidos pelos formandos. A criao de diferentes percursos no modelodos cursos EFA vem, assim, dar relevncia no s s aprendizagens em contexto informal, como tambm s aprendizagens formaisque os formandos empreenderam em contextos escolares.

    Recupera-se aqui o que est definido nas disposies legais que regulamentam actualmente os cursos EFA de nvel secundrio, em

    termos das tipologias possveis para a constituio de grupos de formao. Note-se que um determinado grupo de formao deverespeitar na ntegra a tipificao de cada percurso formativo, criando-se grupos relativamente homogneos quanto sua situaode entrada no curso, excepo dos percursos flexveis, cujos formandos tero, muito provavelmente, cargas horrias distintas,de acordo com os resultados dos processos de RVCC que realizaram.

    Os cursos EFA-NS de dupla certificao podero ser desenvolvidos a partir do seguinte enquadramento:

    Quadro 8: Percursos formativos possveis para Cursos EFA Nvel Secundrio

    Cursos EFA - NS de Dupla Certificao - Escolar e Profissional

    Percurso

    formativo

    Condies mnimas

    de Acesso

    Componentes da formaoTOTAL

    Formao de base Formaotecnolgica* Formao prticaem contexto detrabalho

    PRA

    S3 - Tipo A 9 ano 550 1.200 210 85 2.045

    S3 - Tipo B 10 ano 200 1.200 210 70 1.680

    S3 - Tipo C 11 ano 100 1.200 210 65 1.575

    Percurso flexvel apartir deProcessode RVCC

    < ou = 9 ano 550 1.200 210 85Ajustado em

    resultadodo Processo de

    RVCC

    * Este limite ajustado em funo da carga horria dos refernciais de formao constantes no Catlogo Nacional de Qualificaes.Fonte: Portaria n 230/2008, de 7 de Maro

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    6.1. Como calcular as horas da rea de Porteflio Reflexivo de Aprendizagem (PRA)?

    A carga horria da rea de PRA apresentada para os percursos EFA de nvel secundrio pode sofrer oscilaes em funo da cargahorria total do referencial de formao do CNQ. Funcionando como referncia e no podendo ser inferior a 10 horas no percursode cada formando, o clculo da durao da rea de PRA dever ter em conta a durao do percurso em causa, sendo que esta readecorrer em sesses de 3 horas em mdia, com uma regularidade potencialmente quinzenal ou semanal.

    Exemplo:

    O adulto em causa tem de realizar um percurso flexvel com 910 horas, distribudas da seguinte forma:

    300H na Formao de Base + 400H na Formao Tecnolgica + 210H Formao Prtica em Contexto de Trabalho

    - Durao do percurso de 910H = 26 semanas de formao [considerando 35 horas semanais (7h/dia x 5dias)]

    - rea de PRA (quinzenal): 13 sesses x 3H/sesso = 39H

    O percurso total deste adulto ter 949 horas.

    A definio da carga horria desta componente deve ter como critrio principal a periodicidade indicada, ao longo de todo o percurso,privilegiando-se a regularidade quinzenal. Esta orientao pretende dar conta da importncia que esta rea tem, pelo trabalhoque desenvolve e pelas caractersticas do mesmo, que no se compadece com perodos prolongados de ausncia no horrio dos

    formandos.

    6.2. Como organizar/operacionalizar percursos flexveis?

    No que diz respeito a estes percursos, as cargas horrias apresentadas acima correspondem ao mximo possvel a realizar em for-mao, uma vez que cada formando ter uma construo curricular feita sua medida e na sequncia dos resultados do processode RVCC que realizou.

    Tal como acontece nos percursos flexveis do nvel bsico, tambm os percursos flexveis de secundrio so determinados pelosPlanos Pessoais de Qualificao (PPQ) dos formandos, definidos pela equipa(s) pedaggica(s) responsvel(eis) pelos processosde RVCC, desenvolvidos num Centro Novas Oportunidades, de acordo com o desempenho e resultados do mesmo. Assim, nasequncia daqueles processos, determinado o conjunto de UFCD a realizar em formao, sendo que, a durao da componenteda formao de base , no mnimo, de cem horas, tal como na componente da formao tecnolgica 13.

    A operacionalizao de vrios percursos individuais no mesmo grupo de formao pode implicar uma gesto flexvel das UFCD aministrar, no sentido de poderem ocorrer, no mesmo tempo e espao de formao, aprendizagens relativas a UFCD distintas.

    13 Orientao tcnica n 2 - Actividade profissional em rea afim da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.catalogo.anq.gov.pt em

    Documentao

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    Veja-se, a ttulo de exemplo, dois percursos hipotticos:

    Quadro 9: Exemplo de 2 percursos EFA

    UFCD da Formao de Base a realizar, em resultado de Processos de RVCC

    reas deCompetncias-ChaveFormandos

    UFCD de CP UFCD de STC UFCD de CLC

    Joo CP_1 CP_5 STC_6 STC_7 CLC_4 CLC_5Maria CP_2 CP_5 STC_5 STC_7 CLC_6 CLC_7

    A equipa pedaggica pode desenvolver os dois percursos em simultneo, num mesmo curso EFA, no obrigando a uma opera-cionalizao das UFCD numa lgica sequencial, que faria com que os formandos tivessem de esperar pela ocorrncia de umadeterminada UFCD, no contnuo temporal, para poderem cumprir o seu percurso de formao.

    Ou seja, as actividades so pensadas e geridas tendo em conta a diferenciao de UFCD em cada sesso de formao, como porexemplo atravs do desenvolvimento inicial das UFCD, que so comuns a ambos os formandos (CP_5, STC_7). As unidades quelhes so especficas podem ser realizadas em simultneo, atravs de trabalho individualizado, aproveitando, quando possvel, aco-docncia para o apoio a actividades diferenciadas. Desta forma, anular-se-ia a necessidade de haver tempos de espera entreUFDC para a concluso de um determinado percurso formativo.

    As decises sobre a realizao da formao prtica em contexto de trabalho sero casusticas, uma vez que a entidade formadorater de considerar esta componente apenas nos casos dos formandos que no desenvolvam uma actividade profissional numarea-afim14. Quando a mesma se realizar, a carga horria apresentada desenvolvida na ntegra, imediatamente no final das outrascomponentes da formao do percurso de cada adulto.

    6.3. Como organizar/operacionalizar percursos tipificados?

    Dupla certificaoAs cargas horrias da formao de base so as que se consideram adequadas a cada perfil de entrada, pelo que no so sujeitasa adaptaes. De outro modo, a formao tecnolgica destes percursos esto definidas como valores de referncia, tornando-se

    vlido o que estiver configurado no Catlogo Nacional de Qualificaes (CNQ) para uma determinada qualificao, como resultadodo somatrio das cargas horrias associadas s UFCD que fizerem parte do respectivo referencial de formao.

    A regulamentao legal dos cursos EFA abre, ainda que a ttulo excepcional, a possibilidade aos formandos que j detenham a es-colaridade de nvel secundrio de adquirirem uma certificao profissional de nvel 3, atravs do desenvolvimento da componentede formao tecnolgica num curso de dupla certificao. Para estes casos, so consideradas as cargas horrias associadas aessa componente de formao, acrescidas da rea de PRA num nmero de horas que ter como referncia o mtodo de clculoapresentado anteriormente para esta rea.

    14 Sobre esta questo, veja-se o ponto 6.5, desta parte 1, designadamente no seu ponto sobre realizao de formao prtica em contexto de trabalho.

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    No que diz respeito formao de base e tendo em conta as tipologias, a estrutura curricular est definida em funo de umconjunto de UFCD consideradas obrigatrias, s quais se acrescem um determinado nmero de UFCD opcionais, em funo dopercurso em causa e do perfil do formando (como no caso da incluso da Lngua Estrangeira).

    A formao prtica em contexto de trabalho s exigida no caso dos formandos que no exeram uma actividade profissional namesma rea da sada profissional do curso que frequentam ou, numa rea-afim 15.

    15 Sobre esta questo, veja-se o ponto 6.5 desta parte 1, designadamente no seu ponto sobre realizao de formao prtica em contexto de trabalho

    Quadro 10: Percursos de dupla certificao - EFA S3 Tipo A

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 85

    Formao de Base

    Cidadania e Profissionalidade: UFCD1, UFCD4 e UFCD5 150

    Sociedade, Tecnologia e Cincia: UFCD5, UFCD6 e UFCD7 150

    Cultura, Lngua e Comunicao: UFCD5, UFCD6 e UFCD7 150

    2 UFCD opcionais, mobilizadas a partir das UFCD de uma Lngua Estrangeira oude qualquer uma das reas de competncias chave 100

    Formao Tecnolgica UFCD 1200

    Prtica em Contexto Real de Trabalho 210

    Durao total 2045

    Fonte: Adaptado da Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro

    Quadro 11: Percursos de dupla certificao - EFA S3 Tipo B

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 70

    Formao de Base

    Sociedade, Tecnologia e Cincia: UFCD7 50

    Cultura, Lngua e Comunicao: UFCD7 50

    2 UFCD opcionais, mobilizadas a partir das UFCD de uma Lngua Estrangeira oude qualquer uma das reas de competncias chave 100

    Formao Tecnolgica UFCD 1200Prtica em Contexto Real de Trabalho 210

    Durao total 1680

    Fonte: Adaptado da Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro

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    Quadro 12: Percursos de dupla certificao - EFA S3 Tipo C

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 65

    Formao de Base

    Sociedade, Tecnologia e Cincia: UFCD7 50

    Cultura, Lngua e Comunicao: UFCD7 50

    Formao Tecnolgica UFCD 1200

    Prtica em Contexto Real de Trabalho 210

    Durao total 1575

    Fonte: Adaptado da Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro

    Quadro 13: Percursos de dupla certificao - Percurso Flexvel

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 10-85

    Formao de Base

    As unidades a desenvolver e a carga horria a considerar resultam do processode RVCC

    100-550

    Formao Tecnolgica As unidades a desenvolver e a carga horria a considerar resultam do processode RVCC

    100-1200

    Prtica em Contexto Real de Trabalho 210

    Durao total 420-2045

    Fonte: Adaptado da Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro

    No que diz respeito s duas UFCD opcionais contempladas na configurao definida para os percursos S3 Tipo A e B, a sua definioser feita pela entidade promotora/formadora, com base nos resultados do momento de diagnstico, prvio constituio dosgrupos de formao. Como orientao genrica, o enquadramento legal aconselha mobilizao das UFCD da formao de baseque dizem respeito a Lngua Estrangeira, caso o formando no revele as competncias necessrias neste domnio.

    Assim, aps a definio do perfil dos formandos em sede de diagnstico, e sempre que estes no revelem as competncias mni-mas numa Lngua Estrangeira em uso, o plano curricular da formao de base dever contemplar a realizao de uma ou das duasUFCD de Lngua Estrangeira, definidas no Catlogo Nacional de Qualificaes, associadas rea de Cultura, Lngua e Comunicao,com a designao de CLC-LEI (Lngua Estrangeira Iniciao), e CLC-LEC (Lngua Estrangeira Continuao), de 50 horas cada.

    De acordo com o nvel de proficincia que cada formando tiver revelado no momento de diagnstico, assim realizar, em formao,uma UFCD a de Continuao , ou ambas (no caso de no ter quaisquer competncias numa Lngua Estrangeira). Sempre quepossvel, quando os formandos no revelam necessidades de formao numa Lngua Estrangeira, dever a entidade assegurar aformao em outras duas UFCD opcionais, de entre as da formao de base, de acordo com os normativos em vigor.

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    O trabalho de diagnstico sobre os domnios oral e escrito de uma Lngua Estrangeira dever ser realizado com base no QuadroEuropeu Comum de Refernciapara as Lnguas, dado que esta matriz de referncia se encontra estabilizada e aceite a nveleuropeu.

    Certificao EscolarNo obstante os referenciais de formao do Catlogo Nacional de Qualificaes estarem organizados em planos curriculares paracursos EFA de dupla certificao, os cursos EFA apenas de certificao escolar devero seguir o modelo global que consta emqualquer referencial de nvel secundrio do Catlogo, nomeadamente no que respeita formao de base e respectivas UFCD, quesero seleccionadas de acordo com o percurso a ser implementado.

    Caso a entidade formadora opte pela realizao de um percurso formativo que confira apenas a certificao escolar, as con-

    figuraes possveis do currculo obedecem s tipologias a seguir apresentadas e nunca realizao da componente da formaode base de um curso de dupla certificao. Quer isto dizer que a realizao exclusivamente da formao de base de um cursode dupla certificao no confere direito a Diploma de nvel secundrio, mas apenas o Certificado de Qualificaes com asUFCD realizadas, com aproveitamento, em formao.

    Percursos de certificao escolar

    Quadro 15: Percursos de certificao escolar - EFA S Tipo B

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 25

    Formao de Base

    Cidadania e Profissionalidade: UFCD1, UFCD4 e UFCD5 150

    Sociedade, Tecnologia e Cincia: UFCD5, UFCD6 e UFCD7 150

    Cultura, Lngua e Comunicao: UFCD5, UFCD6 e UFCD7 150

    3 UFCD opcionais, mobilizadas a partir das UFCD de uma Lngua Estrangeira oude qualquer uma das reas de competncias chave

    150

    Durao total 625

    Fonte: Adaptado da Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro

    Quadro 14: Percursos de certificao escolar - EFA S Tipo A

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 50

    Formao de Base

    Cidadania e Profissionalidade 400

    Sociedade, Tecnologia e Cincia 350

    Cultura, Lngua e Comunicao 350

    Cultura, Lngua e Comunicao (Lngua Estrangeira) 50-100 (3)

    Durao total 2045

    (3) As unidades de lngua estrangeira (1 ou 2) apenas so desenvolvidas nos casos em que o adulto revele particulares carncias neste domnio.Fonte: Adaptado da portaria n 230/2008 de 7 de Maro

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    Tal como acontece para os cursos de dupla certificao, a durao mnima da formao de base de cem horas, questo que s secolocar nos percursos flexveis, que esto determinados pelos PPQ. Para a determinao das horas da rea de PRA aplicar-se-o mtodo de clculo descrito a propsito dos percursos de dupla certificao.

    De igual modo, o posicionamento dos formandos face Lngua Estrangeira rege-se pelos princpios anteriormente referidos paraos cursos de dupla certificao tipificados. Neste caso, os percursos S de tipo A, B e C podero contemplar at duas UFCD de Ln-gua Estrangeira do Catlogo Nacional de Qualificaes (CLC-LEI e CLC - LEC, associadas rea de competncias-chave de Cultura,Lngua e Comunicao) e, mais uma vez, a deciso sobre a incluso destes mdulos no plano curricular estar dependente de um

    diagnstico prvio, balizado pelo Quadro Europeu Comum de Referncia para as Lnguas.

    6.4. Quais as UFCD obrigatrias para a formao de base?

    A obrigatoriedade de realizar um conjunto de UFCD, quando se trate de percursos tipificados de dupla certificao e, no caso doscursos EFA de certificao escolar, de percursos S Tipo B e C (dado que o percurso S Tipo A obriga realizao de todas asUFCD previstas para a formao de base dos referenciais de formao de nvel secundrio), decorre do encurtamento preconizadopela prpria tipificao.

    A reduo das cargas horrias foi definida com base num conjunto de princpios bsicos, a saber:

    Reduo da componente da formao de base, sempre que se trate de um percurso de dupla certificao, de modo a evitar arepetio de conceitos tcnicos e operativos entre UFCD dos referenciais de ambas as componentes.

    Quadro 16: Percursos de certificao escolar - EFA S Tipo C

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 15

    Formao de Base

    Cidadania e Profissionalidade: UFCD1 50

    Sociedade, Tecnologia e Cincia: UFCD7 50

    Cultura, Lngua e Comunicao: UFCD7 50

    3 UFCD opcionais, mobilizadas a partir das UFCD de uma Lngua Estrangeira oude qualquer uma das reas de competncias chave

    150

    Durao total 315

    Fonte: Adaptado da Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro

    Quadro 17: Percursos de certificao escolar percurso flexvel

    Componentes de Formao reas de Competncia-Chave e Unidades de Formao de Curta Durao Duraes(horas)

    Porteflio Reflexivo de Aprendizagens 10-50

    Formao de Base As unidades a desenvolver e a carga horria a considerar resultam do processode RVCC

    100-1100

    Durao total 110-1150

    Fonte: Adaptado da Portaria n. 230/2008, de 7 de Maro

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    O volume dessa reduo depende da escolaridade de entrada, na medida em contempla o reconhecimento das aprendizagensefectivamente realizadas pelo adulto, em percursos formais, designadamente no que se refere aos contedos de naturezapredominantemente escolar.

    As UFCD definidas como obrigatrias revelam um carcter especfico quanto s competncias que mobilizam: entende-se queas sete unidades das reas de Sociedade, Tecnologia e Cincia (STC) e de Cultura, Lngua e Comunicao (CLC) so fundamen-tais, dado que veiculam conceitos-chave determinantes para a aquisio de novas competncias (daqui serem apelidadas asunidades dos saberes fundamentais, tal como o Referencial de Competncias-Chave de nvel secundrio as define). A mesmalgica se aplica unidade 1 de Cidadania e Profissionalidade (CP), entendendo-se a aprendizagem e integrao do conjunto dedireitos e deveres fundamentais em democracia como uma condio basilar para o desenvolvimento amplo da cidadania doindivduo e a sua insero adequada no mercado de trabalho.

    As restantes UFCD obrigatrias regem-se sobretudo por uma lgica de complementaridade relativamente aos referenciais daformao tecnolgica. Para alm disso, a Lngua Estrangeira surge, como se disse, como unidade(s) preferencial(ais) quandoisso signifique o colmatar de uma carncia lingustica diagnosticada.

    6.5. Qual a carga horria da componente de formao tecnolgica e da formao prtica em contexto de trabalho?

    Horas da formao tecnolgicaAs cargas horrias associadas a esta componente de formao devero corresponder aos referenciais constantes no CatlogoNacional de Qualificaes16, no que diz respeito s UFCD integradas na componente da formao tecnolgica de uma dada quali-ficao.

    Realizao de formao prtica em contexto de trabalhoA obteno do nvel 3 de qualificao implica, obrigatoriamente, pelo menos 210 horas de formao prtica em contexto de tra-balho, pelo que os percursos EFA S3 Tipo A, S3 Tipo B e S3 Tipo C, bem como os percursos flexveis, devem contemplar essacarga horria no seu total, para alm da carga horria do conjunto das UFCD da componente tecnolgica.

    No obstante o referido anteriormente, aos formandos que exeram uma actividade profissional numa rea afim sada profissionaldo curso frequentado no lhes exigida a realizao da formao prtica em contexto de trabalho. Nestes casos, as entidadesformadoras devero analisar o teor da rea de actividade destes formandos, uma vez que considerada rea afim uma actividadeprofissional cujas competncias em uso tenham afinidades com as que o seu percurso formativo mobiliza, pertencendo, ou no, mesma rea de educao e formao17.

    7. Constituio da equipa pedaggica

    7.1. Qual a composio e como se organiza a equipa pedaggica?

    A equipa pedaggica de um curso EFA constituda pelo mediador e pelo grupo de formadores responsveis pelas unidades deformao de cada uma das reas de competncias-chave da componente de formao de base e da componente de formaotecnolgica, articulando com um representante da entidade formadora do curso EFA. Pode ainda fazer parte desta equipa o tutor

    16 Ver www.catalogo.anq.gov.pt17 Orientao tcnica n 2 - Actividade profissional em rea afim da Agncia Nacional para a Qualificao, I.P, disponvel em www.catalogo.anq.gov.pt em

    Documentao

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    responsvel pela formao prtica em contexto de trabalho, quando aplicvel, nos momentos de preparao e realizao dessafase do percurso formativo.

    As metodologias de educao e formao a aplicar nestes cursos passam pela concretizao de actividades que articulem as com-petncias integradas nas reas de competncias-chave e as da sada profissional integrada numa determinada rea de educao eformao, no caso de cursos de dupla certificao. Nestes casos, de prever que a qualificao/sada profissional pretendida peloformando norteie a sua motivao para a aprendizagem, pelo que este um aspecto que a equipa pedaggica pode explorar comomtodo de promoo das aprendizagens.

    Designadas genericamente de actividades integradoras18, estas actividades surgem como resposta transversalidade que omodelo de formao preconiza e o planeamento das mesmas feito em conjunto pelos elementos da equipa pedaggica que

    forem adequados para desenvolver o trabalho de investigao-reflexo-aco de uma determinada actividade. Este conceitodesigna uma postura face formao que implica o formando no seu processo de aprendizagem, desenvolvendo os mecanismosnecessrios para a concretizao das actividades propostas, ao invs de ser encarado como um depositrio do conhecimentoveiculado pelos formadores.

    A complexidade deste modelo formativo obriga a um grande domnio dos referenciais de formao, tanto da formao de basecomo da formao tecnolgica, numa lgica de entendimento abrangente do percurso formativo. S desse modo se poder pla-near um trabalho coerente entre as reas e as componentes da formao, porque estar assente em linhas de aco comuns. por essa razo, tambm, que os referenciais de formao do Catlogo Nacional de Qualificaes associados a uma determinadaqualificao/sada profissional apresentam os planos de formao de ambas as componentes, organizando as qualificaes porreas de educao e formao.

    Dar respostas pedaggicas adequadas, no mbito dos cursos EFA, pois um desafio imenso para as equipas pedaggicas quetero a seu cargo a funo de operacionalizar o modelo de formao, ajustando as suas prticas a cada grupo e, por vezes, a cadaformando.

    Qualquer que seja a metodologia que se adopte na construo e desenvolvimento curricular de um curso EFA, implica que todosos elementos da equipa pedaggica tenham:

    Conhecimento dos formandos que constituem o curso, no que diz respeito ao seu percurso social, profissional e escolar, ssuas motivaes para a aprendizagem naquele momento especfico da sua vida, aos seus modos e ritmos de aprender e sdinmicas que estabelecem quando esto em grupos de trabalho.

    Um domnio efecti