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IIIIINTRODUÇÃO AOSNTRODUÇÃO AOSNTRODUÇÃO AOSNTRODUÇÃO AOSNTRODUÇÃO AOS

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

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SumárioSumárioSumárioSumárioSumário

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VISÃO GERAL DA LINGÜÍSTICA

HISTÓRIA E OBJETO DA LINGÜÍSTICA

PRINCÍPIOS GERAIS DA LINGUAGEM

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Natureza do Signo Lingüístico

Perspectivas de enfoque: Sincronia, Diacronia, AnacroniaVariação LingüísticaVariação Diatópica ou RegionalVariação Diastrática ou SocioculturaisVariação Diafásica ou EstilísticaVariantes, Gírias e TabusGíria e JargãoAtividades Complementares

Breve Histórico da LingüísticaObjeto da LingüísticaA linguagem, a língua e a falaAlém do que está escrito...Aquisição da LinguagemFases do Desenvolvimento da LinguagemAtividades Complementares

Ramificações da LingüísticaCaráter Científico da Lingüística

PERSPECTIVA DO ENFOQUE LINGÜÍSTICO

História; divisões: Gramática TradicionalPeríodo Pré-SocráticoPeríodo dos EstóicosPeríodo dos AlexandrinosEscolas e Movimentos ModernosOs Vários Conceitos de GramáticaFonética e FonologiaFonética

GRAMÁTICA: CONSIDERAÇÃOES GERAIS

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Significante e Significado

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

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Conceitos básicosAtividades Complementares

Classificação dos SonsVogaisConsoantesSemi-vogaisAlfabeto Fonético InternacionalA FonologiaDomínios da Fonologia

NÍVEIS DE ESTRUTURAÇÃO DA LÍNGUA

Morfologia

Processos morfológicosSintaxe

A Semântica e o Léxico. A Lexicologia e o DicionárioSemânticaLexicologiaAtividades ComplementaresAtividade OrientadaGlossárioReferências

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Agora é Hora de Trabalhar ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

Morfema zero ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○

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Apresentação da disciplina

Querido (a) Aluno (a)

Um curso de Letras possibilita a aprendizagem e a reflexão sobreos fatos lingüísticos e literários. Iniciaremos a partir desta disciplina –Introdução aos Estudos Lingüísticos – os estudos específicos do Curso.

Estudar Lingüística possibilita ao professor da língua materna umconhecimento mais estruturado, científico e profundo sobre como a línguapátria é constituída e como ela funciona enquanto instrumento decomunicação com uma dimensão social e histórica. O professor quedomina esse conhecimento tem melhores condições de decidir o que épertinente trabalhar com os seus alunos e como estruturar as atividadesque os ajudem a atingir um maior domínio da língua e a ter uma maior emelhor competência comunicativa. Este será o conteúdo e o propósito danossa disciplina.

Entretanto, engana-se aquele que pensa que esta disciplina é umanova versão da Gramática Normativa. Trataremos do conceito deLingüística, linguagem, os teóricos que se destacaram – a exemplo deEdward Sapir, Ferdinand de Saussure, Leonard Bloomfield, MikhailMikhailovich Bakhtin, Roman Osipovich Jakobson, Noam Chomsky eJoaquim Mattoso CÂMARA JR. – ou seja, temos muita gente nova aconhecer, assim como seus pressupostos teóricos.

Essa disciplina, a exemplo das anteriores, possui uma carga horáriade 72 horas. Está dividida em dois blocos temáticos, sendo que cada blocoserá trabalhado em duas semanas.

Temos mais um desafio pela frente. Mas, como nos diz Madre Teresade Calcutá...

Profª. Joalêde Bandeira

“A Vida é uma oportunidade, aproveita-a. A Vida ébeleza, admira-a. A Vida é felicidade, saboreia-a. A Vida

é um sonho, torna-o realidade. A Vida é um desafio,enfrenta- o. [...]A Vida é uma aventura, encara-a. A Vida é

Vida, defende-a.”

Sucesso nas descobertas!

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

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VISÃO GERAL DA LINGÜÍSTICA

HISTÓRIA E OBJETO DA LINGÜÍSTICA

Para começar, vamos fazer algumas considerações...

A maior parte dos livros nos diz que a Lingüística é o estudo científico da linguagemhumana e das línguas naturais – línguas faladas por toda a comunidade humana para ainteração social. Aquele que se dedica a este estudo é chamado de lingüista. Parecesimples este conceito, entretanto há uma diversidade de definições para o termo linguagem,gerando muita controvérsia. John Lyons (1997, p.15) diz que a pergunta “o que é linguagem?”é comparável a “o que é a vida?”. Para estudarmos Lingüística, é fundamental conhecermosas respostas para esta pergunta. ou seja, muito temos a conhecer...

Retomaremos esta questão no tema 2, no qual trataremos, especificamente, dosconceitos de língua, linguagem e também Lingüística.

Para o momento vamos pensar sobre o campo de atuação da Lingüística.

“A lingüística é a parte do conhecimento mais fortementedebatida no mundo acadêmico. Ela está encharcada com osangue de poetas, teólogos, filósofos, filólogos, psicólogos,biólogos e neurologistas além de também ter um pouco desangue proveniente de gramáticos.” (RYMER, p. 48)

A fim de cumprir o seu objetivo básico, que é determinar a natureza da linguagem e aestrutura e funcionamento das línguas, a Lingüística segue duas direções:

Ramificações da Lingüística

1Busca desenvolver uma metodologia de trabalho que vai desde a delimitação de

conceitos operatórios até a discussão e montagem de modelos descritivos e/ouexplicativos dos fenômenos lingüísticos. Assume assim um caráter teórico e geral,pois não se ocupa de nenhuma língua em particular, mas dos fatos em geral e a maneirade abordá-los. Suscita diversas correntes metodológicas e vários níveis de discussão.

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Introdução aosEstudos

LingüísticosVamos dar nomes a cada um dessas “direções” que a

Lingüística segue. Trata-se da Lingüística Geral e da LingüísticaDescritiva, respectivamente. E aí, você já ouviu estes nomes?

2Busca observar e descrever línguas testando métodos e técnicas visando

descobrir como é a estrutura da língua e como funcionam as línguas. Por estudarum número maior de línguas, fornece material para, em âmbito mais abstrato,determinar a natureza e os traços que compõem a linguagem.

É preciso ainda clarear um pouco mais estesÉ preciso ainda clarear um pouco mais estesÉ preciso ainda clarear um pouco mais estesÉ preciso ainda clarear um pouco mais estesÉ preciso ainda clarear um pouco mais estes

nononononovvvvvos conceitos?? Vos conceitos?? Vos conceitos?? Vos conceitos?? Vos conceitos?? Vamos lá...amos lá...amos lá...amos lá...amos lá...

Aparentemente, somos levados a pensar que há apenas uma divergência entreLingüística Geral e Descritiva, mas se observarmos atentamente veremos que há um pontocomum entre elas. Qual? O NOME e o VERBO. Para confirmar ou refutar a hipótese oslingüísticas precisam operar com estes conceitos que foram fornecidos pela LingüísticaGeral.

Desse modo, a maior parte das pesquisas que estão sendo feitas atualmente sob onome de Lingüística é puramente descritiva, visto que é bastante direta em si mesma.Correspondendo a estudar a linguagem e descrever determinadas línguas,os seus autoresestão procurando clarificar a natureza da linguagem sem usar juízos de valor ou tentarinfluenciar o seu desenvolvimento futuro.

Naturalmente há uma diversidade de razões para se descrever uma língua, que nãosomente fornecer dados para a Lingüística Geral, ou testar teorias e hipóteses que geramconflito, mas porque querem apresentar uma gramática de referência ou um dicionário parafins práticos.

Como a linguagem interessa a diversas categorias, convém delimitar com muitaclareza o campo de atuação do lingüista, para que não se confunda ou penetre em outrasdisciplinas. Para isso, analisaremos agora três dicotomias através das quais os autoresdividem o campo da Lingüística:

Convém ressaltar que a despeito de suas diferenças, elas se complementam, vistoque a Lingüística Geral fornece conceitos e categorias em termos dos quais as línguasserão analisadas; enquanto a Lingüística Descritiva fornecerá os dados que confirmam ourefutam as proposições e teorias colocadas pela Lingüística Geral. Quem nos diz isso éJohn Lyons. Para ilustrar, vamos ao exemplo:

formula a hipótese de que emtodas as línguas há nomes e

verbos

refuta a hipótese demonstrando,mesmo empiricamente, que em umadeterminada língua os verbos não

existem

LINGÜÍSTICA DESCRITIVALINGÜÍSTICA GERAL

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1. sincrônica versus diacrônica2. teórica versus aplicada3. microlingüística versus macrolingüística

Assustado (a) com os termos? Calma! Vamos às definições...

1. Uma descrição sincrônica de uma língua descreve esta língua tal qual ela seencontra em determinada época.Já a descrição diacrônica, preocupa-se com o desenvolvimento histórico da língua,assim como as mudanças estruturais que nela ocorreram. Entretanto, atualmente,essas duas abordagens tendem a uma convergência, por vezes, tornando-seimpossível separá-las.

2. A lingüística teórica objetiva a construção de uma teoria geral da estrutura dalíngua ou a criação de um arcabouço teórico geral para descrição das línguas. Comoo próprio nome diz, a lingüística aplicada é a aplicação das descobertas e técnicasdo estudo científico da língua para fins práticos, principalmente na elaboração demétodos de aperfeiçoamento do ensino da língua.

A título de esclarecimento, a distinção entre lingüística teórica e aplicada independedas outras duas. Na prática, há pouca ou nenhuma diferença entre os termos lingüísticateórica e lingüística geral, visto que ambas partem do pressuposto de que o objetivo dateórica é formular uma teoria satisfatória da estrutura da linguagem em geral. Quanto àlingüística aplicada, observa-se que ela se vale tanto do aspecto geral quanto do descritivo.

Viu como não é tão complicado?

A terceira dicotomia refere-se a uma visão mais estreita ou mais ampla dospropósitos da lingüística. Vale lembrar que estes termos ainda não estão estabelecidosdefinitivamente na teoria lingüística.

3. A microlingüística se refere a uma visão mais restrita, e a macrolingüística, auma mais ampliada. Na concepção microlingüística, as línguas devem ser analisadasem si mesmas e sem referência a sua função social, à maneira como são adquiridaspelas crianças e aos mecanismos psicológicos que subjazem à produção e recepçãoda fala. Como diria Saussure, “ em si e por si”. De forma mais ampla, a macrolingüísticatrata de tudo o que é pertinente, de alguma forma seja qual for á linguagem e áslínguas.

Assim temos como campo de atuação:

Fonética: o estudo dos diferentes sons empregados em linguagem;

Fonologia: o estudo dos padrões dos sons básicos de uma língua;

Morfologia: o estudo da estrutura interna das palavras;

Sintaxe: o estudo de como a linguagem combina palavras para formar frases gramaticais;

Semântica: ou semântica lexical, o estudo dos sentidos das frases e das palavras que a integram; Lexicologia: o estudo do conjunto das palavras de um idioma, ramo de estudo que contribui para a lexicografia, área de atuação dedicada à elaboração de dicionários, enciclopédias e outras obras que descrevem o uso ou o sentido do léxico.

MICROLINGÜÍSTICA

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Não há uma “lista” definitiva deste campo de atuação. Há, inclusive, divergência quantoa isso na fala de diversos estudiosos.

Trataremos um pouco mais da microlingüística no próximo bloco! Cabe, também,uma pesquisa para maior aprofundamento do campo de atuação da macrolingüística. Ficaaí a sugestão...

MACROLINGUÍSTICA

Psicolingüística; Sociolingüística; Lingüística antropológica; Dialetologia; Lingüística matemática e computacional; Estilística, etc.

Como vimos no início deste capitulo, a Lingüística é definida como a ciência dalinguagem ou, alternativamente, como estudo científico da linguagem. Para Lyons (2004,p.45) Lingüística é uma disciplina cujo status científico é inquestionável, visto que sofre dasimplicações muito especificas das palavras inglesas “science” e “scientific” que se referem,antes de qualquer coisa, às ciências naturais e aos métodos de investigação que lhes sãocaracterísticos.

Quando se fala em ciência, as pessoas pensam logo nas ciências naturais comofísica, astronomia, biologia, e esquecem que as disciplinas de humanidades também sãociências. Atualmente, porém, a maioria das ciências humanas tem rigor metodológicocomparável ao das ciências naturais, visto que usa ferramentas como a lógica e amatemática para descrever seus objetos de estudo e construir teorias complexas.

A Lingüística foi decisiva para que as ciências humanas adquirissem esse rigor. Elafoi a primeira dessas disciplinas a se constituir como ciência, no final do século XVIII, commétodo e objeto próprios e bem definidos, emprestando depois às demais o seu métodode pesquisa.

Antigamente, a Lingüística não era autônoma, visto que se submetia às exigênciasde outras disciplinas, a exemplo – lógica, filosofia, história. O século XX mudoucompletamente esta atitude, que se expressa através do caráter científico dos novos estudoslingüísticos, que estão centrados na observação dos fatos de linguagem.

O método científico admite que a observação dos fatos seja anterior aoestabelecimento de uma hipótese e que os fatos observados sejam examinados de formasistemática mediante experimentação e à luz de uma teoria. Ora, partindo desse princípio,não há o que duvidar do caráter científico da Lingüística.

Para entender como isso ocorreu, podemos fazer uma viagem no tempo, desde aAntigüidade, quando a curiosidade sobre a linguagem humana começou a inquietar osfilósofos e sábios, até os dias atuais.

Caráter Científico da Lingüística

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Tendemos a pensar que a Lingüística é uma disciplina muito nova, visto que seestabeleceu em sua forma atual há algumas décadas. Mas tem-se estudado a linguagemdesde a invenção da escrita ou, quem sabe, até mesmo antes disso.

Breve Histórico da Lingüística

De início, temos a “Gramática”. Estudo inaugurado pelos gregos, ainda de formafilosófica, baseado na lógica e desprovida de qualquer visão científica e desinteressada daprópria língua. Neste momento, visa unicamente formular regras para distinguir as formascorretas das incorretas. As primeiras discussões dos filósofos gregos centravam-se noproblema da relação entre o pensamento e a palavra, isto é, entre o conceito e o seu nome.Isto levou Platão a estabelecer a primeira classificação das palavras de que se temconhecimento. Para ele, as palavras podem ser nomes e verbos. Depois dele Aristótelesconsiderou uma outra classificação das palavras: nomes, verbos e partículas. Se aquitemos a primeira divisão da cadeia de sinais lingüísticos pelo reconhecimento de umadiferença de categoria entre palavras, estamos diante de uma posição que toma comointeresse a relação da linguagem com o conhecimento. Esta divisão entre nomes e verbosvisa descrever a estrutura do juízo, que deve falar de como é o mundo. De acordo com S.Auroux (1992), citado por Guimarães (2001), “a Gramática pode ser considerada comoelemento de uma das primeiras revoluções tecnológicas da história do Homem”.

Ainda na antiguidade, é fundamental mencionar a Índia, onde o interesse religiosolevou a estudos bastante rigorosos dos aspectos fonológicos do sânscrito. Estes estudosobjetivavam estabelecer de modo perfeito que som deveria ser produzido nos cânticossagrados, para que eles tivessem validade sagrada. Neste caso, o que importa é a correçãoda descrição de uma qualidade fônica, ou seja, a descrição da forma da língua, nela mesma.

Teremos oportunidade de fazer um estudo mais detido da história da gramática, porhora vamos dar um salto no tempo e sair direto da Antiguidade para o século XIX, tempo emque ocorreram muitas mudanças no campo da Lingüística.

No início do século XIX, considera-se o trabalho de Franz Bopp, Sobre o Sistema deConjugações do Sânscrito, Grego, Latim, Persa e Línguas Germânicas, publicado em 1816,como um marco para a constituição da lingüística comparativa. Outra obra fundamental é aGramática Germânica de Grimm, de 1819. Antes deles pode-se considerar o trabalho deRasmus Rask de 1811, publicado em 1818. Neste momento, a lingüística se apresentatomando como objeto a mudança lingüística, motivada pela possibilidade de reconstituir opassado lingüístico das línguas européias e asiáticas. A questão principal aqui são asrelações genealógicas entre as línguas, e o objeto do lingüista são as formas no seu processode mudança. Assume uma forma para saber como ela era antes, a fim de reconstruir porcomparação entre as línguas aparentadas (consideradas da mesma família), o passado daforma em questão. Este procedimento, que se dá no interior de uma posição naturalista,biológica, visto que, nesta época, a Lingüística é considerada uma disciplina da Biologia.

Na verdade, a linguagem é tão importante que, sem ela, nãoseríamos capazes de pensar, pois todo pensamento estrutura-se naforma de alguma linguagem, seja ela verbal, visual, gestual, etc. Ofilósofo grego Parmênides (535-450 a.C.) já dizia que “ser e pensarsão uma só e a mesma coisa”, idéia reafirmada pelo filósofo francêsRené Descartes (1596-650) na famosa frase “penso, logo existo”.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

EM SÍNTESE... é de concordância geral que o fato mais extraordináriodos estudos lingüísticos do séc. XIX foi o desenvolvimento do métodocomparativo, que resultou num conjunto de princípios pelos quais as línguaspoderiam se comparadas sistematicamente no tocante a seus sistemasfonéticos, estrutura gramatical e vocabulário, demonstrando, assim, que eram“genealogicamente aparentadas” Do mesmo modo que o francês, o italiano,o português, o romeno, o espanhol e outras línguas românicas tinham sidooriginadas do latim; o latim, o grego e o sânscrito tiveram uma origem. Qual?

De alguma língua ainda mais antiga à qual se costuma denominar de indo-europeu ou proto-indo-europeu.

Esse enfoque foi amplamente adotado em outros campos sob o termo“estruturalismo” ou análise estruturalista. Saussure também é considerado o fundadorda semiologia.

Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), Leonard Bloomfield ecolaboradores desenvolveram material de ensino para uma variedade de línguas cujoconhecimento era necessário para o esforço de guerra. Este trabalho possibilitou o aumentoda proeminência do campo da lingüística, tornando-se uma disciplina reconhecida na maioriadas universidades americanas somente após a guerra.

Noam Chomsky desenvolveu seu modelo formal de linguagem, conhecida comogramática transformacional, sob a influência de seu professor Zellig Harris, que por sua vezfoi fortemente influenciado por Bloomfield. O modelo de Chomsky foi reconhecidamentedominante desde a década de 1960 até a de 1980 e desfruta ainda de elevada consideraçãoem alguns círculos de lingüistas. Steven Pinker tem se ocupado em clarificar e simplificar asidéias de Chomsky com muito mais significância para o estudo da linguagem em geral.(WIKPÉDIA, 2005)

Edward Sapir (1884-1939) antropólogo e lingüista, nascido na Alemanha, mas foinos Estados Unidos que liderou o estudo da lingüística estrutural. Foi um dos primeiros aexplorar as relações entre os estudos lingüísticos e a Antropologia. Sapir propôs umaperspectiva alternativa sobre a linguagem em 1921, ao sugerir que a linguagem influencia aforma de pensar dos indivíduos. A idéia de Sapir foi adaptada e desenvolvida durante aDécada de 1940 por Whorf, dando origem à Hipótese de Sapir-Whorf. Nesta teoria, oshomens vivem segundo suas culturas em universos mentais muito distintos que estãoexpressos (e talvez determinados) pelas línguas diferentes que falam. Deste modo, tambémo estudo das estruturas de uma língua pode levar à elucidação de uma concepção de ummundo que a acompanhe. Esta proposição suscitou o entusiasmo de uma geração inteirade antropólogos, de psicólogos e de lingüistas americanos e, em menor escala, europeus,

No fim do século XIX e comecinho do século XX,acontece o que se chama da grande revolução lingüística.Ferdinand de Saussure, (1857 -1913), um estudioso suíço deindo-europeu, cujas aulas de lingüística geral, publicadaspostumamente por seus alunos (Charles Bally e AlbertSechehaye), determinaram direção da análise lingüísticaeuropéia de 1920 em diante. *(p.306)

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nos anos 40 e 50, antes de ser enfraquecida pela corrente cognitivista. Ela influenciou oestruturalismo francês e, apesar das refutações formuladas, principalmente por etnólogos esociolingüistas neste meio-tempo, sua existência persiste até hoje.

Roman Osipovich Jakobson (1896 - 1982) foi um pensador russo que se tornou umdos maiores lingüístas do século XX e pioneiro da análise estrutural da linguagem, poesia earte. Sua pesquisa foi decisiva para a constituição de um pensamento semiótico vinculadoà arte do construtivismo e da Fonologia como campo de estudo dos sons da linguagem.Destacou-se, também, pelos estudos sobre afasia, pelo conceito de fonema como feixe detraços distintivos e da concepção de linguagem como processo de seleção e de combinaçãode signos. De mentalidade interdisciplinar, vincula a poética e a lingüística de tal maneiraque Haroldo de Campos chegou a chamá-lo de “o poeta da lingüística”.

Estes são alguns dos nomes que, enquanto “profissional das letras”, precisamosconhecer. Foi apresentado um brevíssimo histórico, cabe à sua curiosidade e interesseem descobrir um pouco mais.

A linguagem, a língua e a fala

Acostumamo-nos a considerar a comunicação como muito importante, já dizia o“Velho Guerreiro” – Chacrinha – “quem não comunica se estrumbica”. Todos os animais secomunicam de alguma forma e, em algum período em sua vida, seja para garantir a suasobrevivência seja por interativos biológicos – a fim de garantir a continuidade da espécie– só possível através de um mínimo de interação. A freqüência e a extensão da atividadecomunicativa estão ligadas aos meios que a espécie dispõe para tal fim. Embora sejamuito interessante estudar a comunicação dos animais, o nosso foco será a comunicaçãohumana, pois é nesta espécie que a comunicação atinge o seu mais alto grau decomplexidade.

Os homens se servem dos mais diversos expedientes para entrarem em contato unscom os outros. Costuma-se dar o nome de linguagem a qualquer dessas formas decomunicação. Desde os tempos mais remotos, este termo é utilizado para associar umacadeia sonora (voz) produzida pelo aparelho fonador a um conteúdo significativo e utilizaro resultado dessa associação para interação social, tendo em vista que tal aptidão consistenão somente em produzir e enviar, mas também em receber e reagir , efetivando o processode comunicação. Através dessa compreensão, a linguagem aparece como o mais eficazinstrumento natural de comunicação à disposição do homem.

O desenvolvimento dos estudos lingüísticos fez com que muitos estudiosospropusessem definições de linguagem, semelhantes em alguns pontos e divergentes emtantos outros. Estudaremos aqui as apresentadas por Saussure e Chomsky, visto quepressupõem uma teoria geral da linguagem e da análise lingüística.

Saussure considerou a linguagem “heteróclita e multifacetada”, visto que abrangevários domínios - é ao mesmo tempo física, fisiológica e psíquica - pertence ao domínioindividual e social; desse modo “ não se deixa classificar em nenhuma categoria de fatoshumanos, pois não se sabe como inferir sua unidade” (1969, p.17). A linguagem, em suadiversidade e complexidade, também é estuda por outras ciências, a exemplo da Psicologiae a Antropologia, além da Lingüística. A fim de melhor especificar o objeto da Lingüística,

Objeto da Lingüística

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Saussure distingue a linguagem da língua – um objeto unificado e suscetívelde classificação. Define que a língua é uma parte essencial da linguagem.

Mas o que é mesmo a língua?Mas o que é mesmo a língua?Mas o que é mesmo a língua?Mas o que é mesmo a língua?Mas o que é mesmo a língua?

Muitos de nós confunde língua e linguagem. – Mas não é a mesmacoisa? – nos perguntamos. Vocês conhecem este poema de Gregório de Matos

O todo sem a parte não é o todo;A parte sem o todo não é parte;

Mas se a parte o faz todo, sendo parte,Não se diga que é parte, sendo o todo.

Este poema nos possibilita fazer uma analogia entre os conceitos de língua elinguagem, observe:

a linguagem é ao mesmo tempo um produto social da faculdade de linguagem eum conjunto de convenções necessárias adotadas pelo corpo social para permitir esseexercício nos indivíduos. Tomada em seu todo, a linguagem é “ uma cavaleiro de diferentesdomínios”- física, fisiológica e psíquica, visto que pertence ao domínio social e individual,não se deixando classificar em nenhuma categoria de fatos humanos, pois não se sabecomo inferir a sua unidade;

a língua, ao contrário, é um todo por si e um princípio de classificação – daí aanalogia feita com o poema – desde que lhe demos o primeiro lugar entre os fatos dalinguagem.

Voltando ao mestre Saussure, a língua, para ele, é “um sistema de signos” – ou seja,um conjunto de unidades que se relacionam organizadamente dentro de um todo. É a “partesocial da linguagem”, exterior ao indivíduo e obedece às leis do contrato social estabelecidopelos membros da comunidade.

O conjunto linguagem-língua comporta, ainda, um outro elemento, conforme Saussure,a fala. A fala é um ato individual, resulta das combinações feitas pelo sujeito falante utilizandoo código da língua; expressada pelos mecanismos psicofísicos (atos de fonação) necessáriosà produção dessas combinações.

A distinção linguagem/língua/fala situa, segundo Saussure, o objeto da Lingüística.Decorre daí a divisão do estudo da linguagem em duas partes: uma que investiga a língua(langue) e outra que analisa a fala (parole). As duas partes são interdependentes, vistoque a língua é a condição para produzir a fala, assim como não há língua sem o exercício dafala. Desse modo, ele destaca a necessidade de duas lingüísticas – a lingüística da língua ea lingüística da fala. Saussure focou seu trabalho na lingüística da língua “produto socialdepositado no cérebro de cada um”, um sistema supra-individual que a sociedade impõeao falante.

“ ”

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Esquematicamente, poderíamos apresentar os seguintes traços básicos:

Os seguidores dos princípios saussureanos se empenham em explicar a língua porela própria, examinando as relações que unem os elementos no discurso, procurandodeterminar o valor funcional desses diferentes tipos de relações. A teoria de análise lingüísticadesenvolvida por eles, em herança a Saussure, foi denominada de estruturalismo – temaque será mais detidamente estudado.

Pausa para respirar, antes de passarmos às idéias de Chomsky...

Aula de PortuguêsCarlos Drummond de Andrade

A linguagemna ponta da língua,tão fácil de falare de entender

A linguagemna superfície estrelada de estrelas,sabe lá o que ela quer dizer?

Professor Carlos Góis, ele é quem sabe,e vai desmatandoo amazonas de minha ignorância.Figuras de gramática, esquipáticas,atropelam-me, aturdem-me, seqüestram-me.

Já esqueci a língua em que comia,em que pedia para ir lá fora,em que levava e dava pontapé,a língua, breve língua entrecortada

LÍNGUA FALA

subjacente concreto

potencial real

supra-individual, coletivo individual

variedadeassistemático regularidadesistemática

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

do namoro com a prima.O português são dois; o outro, mistério.

Carlos Drummond de Andrade, Obra Poética, 7º Volume

Você já conhecia este poema de Drummond? Observe que ele faz, deforma poética, algumas considerações sobre a linguagem e a língua. E você oque pensa sobre a dupla existência do português?

Agora vamos a Chomsky!

Em meados do século XX, Noam Chomsky trouxe para os estudos lingüísticos umanova “onda de transformação”. Em seu livro Syntactic Structures (1957, p.13), ele afirma“doravante considerarei uma linguagem como um conjunto (finito ou infinito) de sentenças,cada uma finita em comprimento e construída a partir de um conjunto finito de elementos”.Ao refletirmos sobre esta definição, percebemos que ela vai além das línguas naturais,mas, de acordo com o próprio Chomsky, todas as línguas naturais são, seja na forma faladaou escrita, linguagens, no sentido de sua definição, uma vez que:

toda língua natural possui um número finito de sons (e um número finito de sinaisgráficos que os representam, se for escrito);

mesmo que as sentenças distintas da língua sejam em número infinito, cada sentençasó pode ser representada como uma seqüência finita desses sons (ou letras).

Ao lingüista, que descreve qualquer uma das línguas naturais, cabe determinar quaisdessas seqüências finitas de elementos são sentenças e quais não são - isto significareconhecer o que se diz e o que não se diz naquela língua.

Chomsky acredita que tais propriedades são tão abstratas, complexas e específicasque não poderiam ser aprendidas a partir do nada por uma criança em fase de aquisiçãoda linguagem. Para ele, essas propriedades são “conhecidas” da criança antes do seucontato com qualquer língua natural e devem ser acionadas durante o processo de aquisiçãoda linguagem. Portanto, para Chomsky, a linguagem é uma capacidade inata e específicada espécie humana – ou seja, é transmitida geneticamente e própria da espécie humana.

Desse modo, existem propriedades universais da linguagem, de acordo comChomsky e aqueles que partilham destas idéias. A teoria desenvolvida por eles, denominadade gerativismo – tema que estudaremos mais detidamente nas próximas aulas - baseia-sena rapidez espantosa com a qual as crianças aprendem línguas, pelos passos semelhantesdados por todas as crianças quando estão a aprender línguas e pelo fato que as criançasrealizarem certos erros característicos quando aprendem sua língua-mãe, enquanto queoutros tipos de erros aparentemente lógicos nunca ocorrem. Isto sucede precisamente,segundo Chomsky, porque as crianças estão a empregar um mecanismo puramente geral(isto é, baseado em sua mente) e não específico (isto é, não baseado na língua que estásendo aprendida).

Do mesmo modo Saussure – que separa língua (langue) da fala (parole), ou que élingüístico do que não é – enquanto Chomsky distingue competência de desempenho. Acompetência lingüística é a porção do conhecimento do sistema lingüístico do falante quelhe permite produzir o conjunto de sentenças de sua língua: é um conjunto de regras que ofalante construiu em sua mente pela aplicação de sua capacidade inata para a aquisição

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da linguagem aos dados lingüísticos que ouviu durante a sua infância. Já o desempenhocorresponde ao comportamento lingüístico, resultando não apenas da competência lingüísticado falante, mas também de fatores não lingüísticos, a exemplo de convenções sociais,crenças, atitudes emocionais do falante em relação ao que diz, pressupostos sobre asatitudes do interlocutor, etc., de um lado; e por outro, o funcionamento dos mecanismospsicológicos e fisiológicos envolvidos na produção dos enunciados. Assim o desempenhopressupõe a competência ao passo que a competência não pressupõe desempenho.

Querido aluno, detivemo-nos em estudar as teorias lingüísticas que norteiam alinguagem. Entretanto, é importante ressaltar que A linguagem verbal é a forma decomunicação mais presente em nosso cotidiano, uma vez que mediante a palavra faladaou escrita, expomos aos outros as nossas idéias e pensamentos, comunicando-nos pormeio desse código verbal imprescindível em nossas vidas.

Entretanto, para que a comunicação humana se processe, há outras formas delinguagens. A linguagem não-verbal é constituída pelos outros elementos envolvidos nacomunicação, a saber: gestos, tom de voz, postura corporal, o desenho, a dança, os sons,os gestos, as cores, etc.

As mensagens em linguagem corporal, por exemplo, são enviadas e recebidasinconscientes e involuntariamente. Seu uso varia de um país para o outro, e até dentro deum mesmo país, mas os princípios básicos são universais.

Na verdade, a linguagem não-verbal é como se conversássemos nas entrelinhas,assim como precisamos fazer para compreender os textos, ou seja, precisamos ir além doque está escrito.

Além do que está escrito...

Para ilustrar, pense na seguinte situação:

Uma história estava sendo contada... No final, as pessoas do grupo ficaram assim:

Observe que:

língua – sistema lingüístico socializado – de Saussure - aproxima a Lingüísticada Sociologia ou da Psicologia Social;

competência – conhecimento lingüístico internalizado – de Chomsky – aproximaa Lingüística da Psicologia Cognitiva ou da Biologia.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Quem de fato gostou da história? Quais as reações despertadas?

Para responder a estas perguntas, você não leu palavras, masexpressões. Ou seja, observou a linguagem corporal - o modo como estamosde pé ou sentados e os gestos que fazemos reflete sutilmente nossossentimentos em relação às pessoas com quem estamos interagindo e ásituação em que nos encontramos. Em nossas salas de aula, precisamos ser“craques” na leitura corporal, pois os nossos alunos nos transmitem

silenciosamente seus sentimentos, se a aula está boa ou não, aquela carinha de interrogaçãoou até mesmo se está dando um passeio nas nuvens...

Desde o nosso nascimento, mergulhamos no mundo da linguagem, da fala, da línguado meio em que vivemos. Crescemos ouvindo nossos pais e familiares falarem conosco,fazendo uso de gestos e sinais, através da fala, das palavras. Assim começamos acompreender o mundo, aprendemos as nossas primeiras palavras, a linguagem gestual, onome das coisas que existem ao nosso redor...

Recapitulando o conceito de linguagem humana, através de Gerber (1996, p.52) queé bastante elucidativo, observe: “linguagem é um sistema finito de princípios e regras quepermitem que um falante codifique significado em sons e o ouvinte decodifique sons emsignificado”. Este sistema da linguagem norteado por regras é finito, pois precisa serarmazenado no cérebro. Paradoxalmente, possui a propriedade de ser infinitamente criativo,uma vez que possibilita ao falante/ouvinte criar e entender um conjunto infinito de sentençasgramaticais novas.

Conversamos anteriormente sobre as concepções de linguagem sob o ponto devista de Chomsky e Saussure. Agora, trataremos sobre a aquisição da linguagem, ouseja, como a linguagem é adquirida pelos seres humanos.

Convém iniciar fazendo uma distinção entre desempenho e competência delinguagem, porquanto não sejam sinônimos, pois o desempenho inclui e é afetada por outrascompetências, como o conhecimento conceitual, social e pragmático. Já a competência éafetada por fatores como memória atenção e fadiga.

Há uma infinidade de teorias e teóricos que tratam deste tema, dentre estes, Gerber,já mencionada anteriormente, nos apresenta cinco abordagens sobre a aquisição dalinguagem:

Aquisição da Linguagem

1abordagem da teoria social: foca os efeitos do input de linguagem

provido pela pessoa que cuida do bebê sobre a produção de linguagem dacriança, e os contextos sociais do início da infância;

2 abordagem de modelo de competição: surge do paradigma deprocessamento de informações e tentativas de responder pelas variações individuaisna aprendizagem da linguagem;

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3abordagem de teoria cognitivista: que percebe a linguagem como

dependente e surgindo de princípios gerais e conceitos da cognição;

4abordagem da teoria comportamental: vê a linguagem como semelhante

a todos os outros comportamentos aprendidos e como aprendizagem estímulo-resposta;

Você deve estar se perguntando: tantas abordagens tornam claro o que deve oucomo se processa a aquisição da linguagem? Bom a resposta é: não e sim. Como podeser??? NÃO, porque há muita discordância quanto a como considerar os fatos da aquisição,uma vez que os próprios teóricos, pela suas diferentes orientações e também formação,sentem dificuldade em concordar uns com os outros. Contudo, podemos dizer que SIM,porque diferentes abordagens nos farão refletir sobre diversos enfoques possíveis para otema, com isso, aprenderemos um pouco mais.

Dentre estas abordagens, trataremos especificamente da teoria lingüística, vistoser este o foco de nossa disciplina.

Chomsky’ chamou atenção para dois fatos fundamentais sobre a linguagem. Emprimeiro lugar, cada frase dita ou ouvida é uma nova combinação de palavras, que aparecepela primeira vez na história do universo. Por isso, uma língua não pode ser um repertóriode respostas. Sugere, em sua teoria, que no cérebro uma “gramática prévia” que possibilitaao falante construir um número infinito de frases a partir de uma lista finita de palavras. Oque é denominado de Gramática Universal.

A gramática universal consiste em subsistemas interagentes de princípios e regrasque são comuns à linguagem em gral. As linguagens particulares se caracterizam comovariáveis ao longo de determinados parâmetros, em termos dos modos nos quais osprincípios são acionados. (GERBER, p.57)

Em Stenberg (2000), Chomsky nos apresenta o seguinte exemplo: se um cientistamarciano observasse crianças numa comunidade de linguagem única, ele concluiria que alinguagem é quase completamente inata. Esse exemplo nos leva transporta ao segundofato observado por Chomsky - o ritmo que as crianças adquirem palavras e o conhecimentoda gramática sem que tenham sido ensinadas -. Para ele, o desenvolvimento desta aquisiçãoé tão rápida que não pode ser explicado apenas pelos princípios da aprendizagem, poisconsidera que há uma “pobreza de estímulo”. As crianças criam frases, que nunca ouviramantes, e por isso mesmo não podem estar imitando. Além disso, muitos dos erros cometidospor crianças pequenas resultam do excesso de generalização das regras gramaticais lógicas.

Naturalmente, esta teoria de Chomsky e seus seguidores, não é aceita por todos osteóricos. A principal crítica a essa abordagem é a de que não considera as diferençasindividuais na aquisição da linguagem, porquanto não distinga raça, classe social,inteligência ou conhecimento cultural.

5 abordagem da teoria lingüística: que vê a linguagem como surgindo deuma estrutura cognitiva inata e específica, resultando do estabelecimento deparâmetros para os princípios de uma gramática universal (UG).

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Por que os bebês não nascem falando? Segundo Pinker (2002) citadopor Raposo e Vaz (2005), os bebês humanos nascem antes de seus cérebrosestarem completamente formados. Caso os seres humanos permanecessemna barriga da mãe por um período semelhante ao de outros primatas,nasceriam aos dezoito meses, exatamente a idade na qual os bebês começama falar, portanto, nasceriam falando. Não é curioso??

O cérebro do bebê muda consideravelmente depois do nascimento. Nesse momento,os neurônios já estão formados e já migraram para as suas posições no cérebro, mas otamanho da cabeça, o peso do cérebro e a espessura do córtex cerebral, onde se localizamas sinapses, continuam a aumentar no primeiro ano de vida. Conexões a longa distâncianão se completam antes do nono mês e a bainha de mielina continua se adensando durantetoda a infância. As sinapses aumentam significativamente entre o nono e o vigésimo quartomês, a ponto de terem 50% a mais de sinapses que os adultos. A atividade metabólicaatinge níveis adultos entre o nono e o décimo mês, mas continuam aumentando até osquatro anos. O cérebro também perde material neural nessa fase. Um enorme número deneurônios morre ainda na barriga da mãe, essa perda continua nos dois primeiros anos esó se estabiliza aos sete anos. As sinapses também diminuem a partir dos dois anos até aadolescência quando a atividade metabólica se equilibra com a do adulto. Dessa forma,pode ser que a aquisição da linguagem dependa da maturação cerebral e que as fases debalbucio, primeiras palavras e aquisição de gramática exijam níveis mínimos de tamanhocerebral, de conexões a longa distância e de sinapses, particularmente nas regiõesresponsáveis pela linguagem. (PINKER, 2002; apud RAPOSO E VAZ, 2005)

E tudo começa com um balbucio ...

Os teóricos costumam dividir o estágio inicial da aquisição de linguagem em duasfases: pré-lingüística e lingüística. No estágio pré-lingüístico, a capacidade lingüística dacriança desenvolve-se sem qualquer produção lingüística identificável. Este período seestende, aproximadamente, até o 10º mês de idade. É caracterizado, basicamente, porvocalizações incompreensíveis e, a partir dos nove meses de idade, por algumas palavrastão mal formuladas que dificilmente são compreendidas. Nesta fase, as vocalizações nãopossuem ainda função representativa, ou seja, uma relação objetiva entre os sons, conceitose objetos. Com o aparecimento das primeiras palavras esta função começa a se estabelecer.Na fase lingüística, quando a criança começa a falar palavras isoladas com certacompreensão. Posteriormente, a criança progride na escalada de complexidade daexpressão.

Fases do Desenvolvimento da Linguagem

Veja, na página seguinte, a síntese do desenvolvimento da linguagem apresentadapor Schirmer, Fontoura e Nunes (2004).

Este processo é contínuo e ocorre de forma ordenada e seqüencial, comsobreposição considerável entre as diferentes etapas deste

desenvolvimento.

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RECEPTIVO IDADE EXPRESSIVO

Assusta-seAquieta-se ao som de voz 0-6 semanas

Vira-se para a fonte de vozObserva com atenção objetose fatos do ambiente

Choros diferenciados e sons primitivos Aparecem os sons vogais (V)

3 mesesPrimeiras consoantes (C) ouvidas sãop/b e k/g. Inicia balbucio

Responde com tonsemotivos à voz materna

6 meses

Entende pedidos simples comdicas através de gestos

Balbucio (seqüências de CVCV semmudar a consoante)Ex.: dudadá..

9 meses

Entende muitas palavras familiarese ordens simples associadas agestos Ex. vem com o papai..

12 meses

Conhece algumas partes docorpo. Acha objetos a pedidoBrincadeira simbólica comminiaturas

Começa a dizer as primeiras palavras,como: mamá, papá ou dadá..

Segue instruções envolvendo doisconceitos verbais (os quais sãosubstantivos). Ex:coloque o copona caixa..

24 mesesTem um vocabulário de cerca de 150palavras.Usa combinação de duas ou três.

Conhece diversas cores.Reconhece plurais 36 meses

Começa a aprender conceitosabstratos (duro, mole,liso).Linguagem usada pararaciocínio.Entende “se, por que,quanto.”Compreende 1.500 a2.000 palavras.

Inicia o uso de artigos, plurais,preposições, pronomes que diferenciamos sexos, adjetivos, e verbos auxiliares.

Imita sons.Entende não e tchau.. Jargão.Balbucio não-reduplicativo(seqüênciaCVC ou VCV)

Poderá ter de 30 a 40 palavras (mamá,bebê, miau, pé, ão-ão,upa).Começa acombinar duas palavras (dá papá).

18 meses

Entende primeiros verbos.Entende instruções envolvendoaté três conceitos. Ex:coloque aboneca grande na cadeira

30 mesesUsa habitualmente linguagemtelegráfica (bebê, papá, pão, mamã vaipapá).

48 meses

Formula frases corretas, faz perguntas,usa a negação, fala de acontecimentosno passado ou antecipa outros nofuturo.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

As mesmas autoras nos dizem que o processo de aquisição dalinguagem envolve o desenvolvimento de quatro sistemas interdependentes:o pragmático, que se refere ao uso comunicativo da linguagem num contextosocial; o fonológico, envolvendo a percepção e a produção de sons paraformar palavras; o semântico, respeitando as palavras e seu significado; e ogramatical, compreendendo as regras sintáticas e morfológicas para combinarpalavras em frases compreensíveis.

Os sistemas fonológico e gramatical conferem à linguagem a sua forma. O sistemapragmático descreve o modo como a linguagem deve ser adaptada a situações sociaisespecíficas, transmitindo emoções e enfatizando significados. A intenção de comunicar-sepode ser demonstrada de forma não-verbal através da expressão facial, sinais, e tambémquando a criança começa a responder, esperar pela vez, questionar e argumentar. Essacompetência comunicativa reflete a noção de que o conhecimento da adequação dalinguagem a determinada situação e a aprendizagem das regras sociais de comunicaçãoé tão importante quanto o conhecimento semântico e gramatical.

Diversos estudos são efetuados para melhor compreensão deste processo e tambémdas anomalias que interferem neste desenvolvimento. O processo de aquisição da linguagemé bastante complexo, mas também muitíssimo interessante. Dá vontade de só ficar falandonisso, mas temos um “oceano a atravessar..”

AtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementares

Nesta semana começamos a ter contato com uma nova disciplina – a Lingüística –ainda estamos dando os primeiros passos, mas já foi possível perceber qual a importânciadeste estudo para os profissionais das Letras – ou seja – Nós! Então, a partir desteconteúdo, elabore um texto analisando o papel da Lingüística na formação do professor daárea de Letras.

11111.....

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A Linguagem e a Língua(Por Domingos Oliveira Medeiros)

A língua muscularO órgão alongado

Que fica bem situadoA língua pra degustar....................................

E para deglutinarA língua que se falaA língua que se calaCom ela se escreve

Com ela ninguém se atreveChupar somente uma bala

....................................A língua que é faladaA língua que é escrita

A língua que é prescritaA língua que é molhadaA língua que é coladaNo selo daquela carta

A língua de quem se fartaLá vai levando a mensagemPor toda aquela passagem

A língua que se descarta...........................................Linguagem é expressão

Cultura de um povoO velho e o novo

O verbo e a razãoPalavra e palavrãoA língua articular

O modo de se falarA língua do que é dito

E pra guardar eu repitoPara se comunicar

(Fonte: Usina de Letras)

Observe que o poeta faz algumas considerações sobre a língua, a linguagem e a fala.Identifique os conceitos presentes e, à luz dos nossos estudos, explique-os!

Destacamos em nosso estudo a aquisição da linguagem humana. Elabore um textorelatando uma experiência vivida quanto à aquisição da linguagem - filho, neto, sobrinho,vizinho – não importa de quem, mas a sua percepção sobre esta aquisição.

3.3.3.3.3.

Leia atentamente o texto abaixo, trata-se de uma cantiga de cordel:2.2.2.2.2.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

A partir de agora, iniciaremos nossos estudos sobre alguns conceitosmais específicos da Lingüística.

PRINCÍPIOS GERAIS DA LINGUAGEM

Conversamos anteriormente sobre a fala. Vimos que ela é a realização daspossibilidades oferecidas pela língua. Deste modo, é um ato individual e momentâneo noqual interferem fatores extralingüísticos. Vimos também que há uma interdependência entrelíngua e fala. Por seu caráter homogêneo, Saussure considera a língua – sistema de signos- como o objeto específico da Lingüística.

Este mesmo autor nos diz que um signo é combinação de um conceito com umaimagem sonora. Observe que quando alguém lhe diz: “ganhei rosas” o que aconteceimediatamente? Você mentalmente cria uma imagem mental e “visualiza” a escrita da palavra.Este é o conceito de signo lingüístico. Ou seja, um conjunto formado de duas partes: umaperceptível, ou imagem acústica - o significante - e uma inteligível, ou a idéia que o complexosonoro desperta no ouvinte, o conceito – o significado. Observe a ilustração:

Natureza do Signo Lingüístico

É importante destacar que o signo não é uma “coisa e uma palavra”, mas um conceitoe uma imagem acústica. Esta imagem sonora é algo mental, visto que é possível a umapessoa falar consigo própria sem mover os lábios. Mas, em geral, as imagens sonoras sãousadas para produzir uma elocução.

Para ilustrar o conceito de signo:

significante

significado

face material

face imaterial

SIGNO

sons

conceito

(R-O-S-A)

( )

IMAGEM ACÚSTICA CONCEITO

R – O – S – A

Significante Significado

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Para definir a relação de que a língua e pensamento são indissociáveis, Saussurecriou uma analogia com a folha de papel: se rasgarmos o papel, afetamos ambos os ladosda folha – verso e anverso. Podemos ampliar este exemplo também para os componentesdo signo, o significado e o significante. A língua, para Saussure, é a expressão do pensamentoque, sem ela, é uma “massa amorfa e indistinta”. A expressão não se dá diretamente dopensamento aos sons: ela é mediada pela língua, que é um sistema de signos.

É nesta relação que se estabelece no sistema que os signos adquirem seu valor,que significam. A língua não é um sistema de signos justapostos, mas uma rede de signosque se relacionam e, assim, significam.

Para melhor compreender esta relação, Saussure estabeleceu dois princípios: o daarbitrariedade dos signos e o caráter linear dos significantes.

Vamos a eles:

O signo lingüístico traz ainda como características, segundo Saussure, a mutabilidadee imutabilidade do signo. Paradoxalmente, o signo lingüístico é simultaneamente mutável eimutável. Parece ser uma contradição, mas a contradição desaparece atendendo àsdiferentes perspectivas em que o signo é mutável e imutável. O signo é imutável pela simplesrazão de que “relativamente à comunidade lingüística que o emprega, o signo não é livre,mas imposto”. O povo não é consultado, e o significante escolhido pela língua não poderiaser substituído por qualquer outro.

Por que os signos são arbitrários? Será que ao pensar em rosa poderíamoscriar outra seqüência de sons que não a /r/-/o/-/s/-/a/ que lhe serve de significante?A resposta será não, se considerarmos que a língua é um conjunto de convenções– e realmente precisa ser assim – adotada por uma comunidade lingüística parase comunicar. Entretanto, em outras línguas tal idéia pode ser representada poroutros significantes, rose (inglês) por exemplo.

Em contrapartida, o signo lingüístico também aparece como mutável, pois a língua,enquanto instituição social está sujeita à ação do tempo. “O tempo que assegura acontinuidade da língua, tem um outro efeito, à primeira vista contraditório em relação aoprimeiro: o de alterar mais ou menos rapidamente os signos lingüísticos, e, num certo sentido,podemos falar ao mesmo tempo de imutabilidade e da mutabilidade do signo.” A mutação

1

O segundo princípio se refere ao caráter linear do significante. Sendo osignificante de natureza auditiva, desenvolve-se na cadeia do tempo de modoque os signos se apresentam obrigatoriamente uns após os outros, formandoassim uma cadeia – a da fala, cuja estrutura linear em virtude disto, é analisávele quantificável.

2

* A língua aparece, pois, como um corpo imutável,independente não só do sujeito como da própriacomunidade lingüística que a utiliza. “Em qualquerépoca, e por muito que recuemos, a língua aparececomo uma herança dura geração precedente”.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

provocada pelo tempo sobre a língua consiste fundamentalmente num desviona relação entre significante e significado.

O próprio Saussure, através de uma analogia com o jogo de xadrez seencarrega de ilustrar, o que, a princípio pode parecer uma contradição. Elenos diz que se substituirmos as peças de madeira por peças de marfim, atroca não fará nenhuma diferença. Entretanto, se diminuirmos ou aumentarmoso número de peças, essa mudança, com certeza, afetará a “gramática doxadrez”...

“A língua altera-se no tempo, mas não por causa dele”

(BORBA, 2003, p.70)

Vimos que a língua não é estática, muito pelo contrário, é um mecanismo dinâmicoem constante transformação. Como elemento essencial para os estudos lingüísticos, elapode ser estudada sob três pontos de vista:

Perspectivas de enfoque: Sincronia, Diacronia, Anacromia

Você percebeu que estes três pontos de vista têm relação com o tempo?Vamos dar os nomes a cada um destes enfoques.

O primeiro deles considera os fatos lingüísticos independente do seu realfuncionamento porque o seu campo de interesse está centrado no exame de suaspossibilidades de funcionamento, ou seja, descrevem ou explicam quanto à suanatureza e função – este é o enfoque anacrônico.

O segundo enfoque, o que será observado são os fatos ou dados concretos emfuncionamento, ou seja, a sua maior preocupação será descrever o funcionamentoconcreto da língua em um dado momento e lugar, procura conhecer o estado delíngua - este é o enfoque sincrônico.

O terceiro enfoque, naturalmente será o diacrônico. Neste, observa-se as mudançasque a língua sofre com o decorrer do tempo, ou seja, detectam-se as alteraçõessofridas pela língua no decorrer do tempo.

Convém destacar que o estudo anacrônico, por se deter no modo de ser dos fatos, éatemporal, pois tanto pode referir-se ao passado, ao presente ou mesmo predizer o queacontecerá no futuro. Diz-se, assim, que este ponto de vista examina o mecanismo lingüísticocomo potencial, enquanto conjunto de possibilidades ou como uma máquina lógica.

Os enfoques sincrônicos e diacrônicos, apesar das características distintas, nãodevem ser considerados como estanques. Na verdade, completam-se, visto que a língua

*

*

*

quanto ao seu modo de ser;

ao seu funcionamento;

quanto às suas transformações ou evolução.

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não é estática e, desse modo, não é uma realidade sincrônica. A sincronia é, então, umaoperação abstrativa e, de certa forma, redutora. Nesse sentido, precisa ser completadapela visão diacrônica. Por outro lado, a sincronia vê a língua como um jogo de relações numconjunto coerente e regular.

Veja um exemplo, apresentado por Borba (2003, p.72), que esclarece estes conceitos:Sincronicamente o plural dos nomes (substantivos e adjetivos) funciona assim:

1º) nomes terminados em vogais recebem o (s): menino-s, bode-s2º) nomes terminados em (r, -s, -z) recebem o (es): mar- es, mes-es, feroz-es;3º) nomes terminados em (l) mudam o (i) em (is): anima -is, crué -is, azu- is

Para as regras acima, temos que observar o seguinte:

Considerações de ordem diacrônica mostram a regularidade desses fenômenos.Inicialmente sabemos que o morfema de plural é o –s porque assim terminava o acusativoplural latino, caso que gerou as formas do português. Esse –s acrescenta-se a diferentestipos de radicais.

Exemplo: Rosa/rosas, lobo/lobos, etc...Ufa! Parafraseando Machado de Assis: “Você ainda está aí, caro leitor?” Se estiver,

fique tranqüilo, pararemos as regras gramaticais por aqui, e vamos à leitura de um poemade Mário de Andrade, que nos faz refletir sobre o nosso próximo tópico:

se a vogal pertence ao ditongo (ao), há três possibilidades:

mão, irmão mãos, irmãos pão, cão pães, cães dragão, leão dragões, leões

se o (s) está em sílaba átona, a palavra não varia:

um dois lápis o os alferes este estes ourives

a terminação em ( il) comporta-se assim:

(il) tônico

(il) átono

perde o (e) recebe o (s): funil/funis, anil/anis

perde o (il) e acrescenta-seo (eis): fóssil/fósseis, dócil/eis

Que importa que uns falem mole descansadoQue os cariocas arranhem os erres na garganta

Que os capixabas e paroaras escancarem as vogais?Que tem si o quinhentos réis meridional

Vira tostões do Rio pro Norte?Juntos formamos este assombro de miséria e grandezas,

Brasil, nome de vegetal...

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Variação Lingüística

Segundo Dubois (1973, p.609), variação é o fenômeno no qual, naprática corrente, uma língua determinada não é jamais, numa época, num lugare num grupo social dados, idêntica ao que ela é noutra época, em outro lugare em outro grupo social. Ou seja, é perceber que a “língua é um organismovivo”, conforme já nos disse Saussure. Assim, uma variável lingüística écaracterizada como forma alternante de se transmitir um mesmo conteúdo.

Ilude-se quem pensa que o português, língua majoritária no Brasil, constitui umarealidade única e homogênea. Sujeito ao fenômeno da variação, próprio a todas as línguas,a língua portuguesa do Brasil apresenta diversidade interna correlacionada com o espaçogeográfico, o estrato sociocultural, a faixa etária e o sexo próprios do falante. Desse modo,falantes de diferentes regiões do país mostram diferenças no uso da língua, assim comofalantes que ocupam diferentes lugares na estrutura social ou que pertencem a geraçõesdiferentes, ou mesmo falantes que são de sexo diferente. É essa diversidade que passaremosa estudar a partir de agora.

O estudo da variação diatópica considera a língua em suas ocorrências regionais –comunidades lingüísticas -. Suas manifestações consideram que, hipoteticamente, há umalinguagem comum sob o ponto de vista geográfico, sendo, geralmente, compreendida eaceita, visto que contribui para o nivelamento das diferenças regionais.

Destaca-se que determinados traços distinguem a linguagem urbana da rural.Considerando-se a linguagem urbana mais próxima da linguagem comum, pela açãodecisiva que recebe dos fatores culturais (escola, meios de comunicação, literatura,...);enquanto que a rural conserva traços mais conservadores e isolados, tendendo à extinção,visto as influências da vida urbana.

Sobre isso nos diz Labov (1972), que “os dialetos rurais podem transformar-se emdialetos de classe nas zonas metropolitanas, com decorrência da migração dos falantesrurais para as ocupações urbanas de menor prestígio.”

Você compreendeu o que eles disseram?

Variação Diatópica ou Regional

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O estudo da variação diastrática leva em conta a classe social a que o indivíduopertence, influenciando no seu modo de falar. Tem influência, ainda, a sua escolaridade.Infelizmente, é comum em nosso país que as classes de baixa renda apresentem maioríndice de analfabetismo. É o que está demonstrado na charge acima.

Além do grau de escolaridade, outros fatores, segundo Dino Preti (1997, p.38) podeminfluenciar na fala, a exemplo de:

a) idade: as variações devidas às várias faixas etárias se restringem muito mais aovocabulário, às palavras utilizadas, visto que a “linguagem jovem” é considerado umvocabulário gírio, e, de certo modo, vago.

Aí, a Tati , cara, é assim, fala sério, uma gata muito maneira, supercabeça, a genteconversa sobre tudo numa boa.” (Maurinho, amigo de Tati – personagem de Heloísa Périsséao se referir ao lançamento do livro “o Diário da Tati”)

b) sexo: a oposição da linguagem do homem/linguagem da mulher pode determinardiferenças sensíveis no tocante ao vocabulário. Entretanto, essa oposição vemgradativamente perdendo sua significação, visto que, especialmente, nos grandes centros,a mulher tem cada vez mais igualado seus hábitos e modo de viver ao dos homens.

c) raça ou cultura: variações ligadas a fatores etnológicos, ou seja, o estudo históricodos povos e suas culturas. No Brasil, destaca-se a influência nos falantes que residem emzonas de maior imigração negra.

Variação Diastrática ou Socioculturais

Conforme vimos nas demais variações, a língua varia em várias dimensões em funçãodas circunstâncias específicas em que se realiza o ato de fala, conforme o canal utilizado nacomunicação, conforme o grau de intimidade existente entre os interlocutores, conforme oassunto tratado, o local em que ocorre a interação. Assim é que diferentes recursos dalíngua são mobilizados segundo as circunstâncias em que o falante esteja se comunicando,oralmente ou por escrito, conforme a situação de fala permita um estilo mais informal ouexija uma linguagem mais formal. É disso que trata a variação estilística ou diafásica.

Considerando, ainda, que a variação estilística é uma realidade da qual os falantesnão podem escapar, o desempenho dos falantes em situações de diferentes graus deformalidade, permite a observação de diferenças na norma culta, em correspondência adiferentes graus de formalidade na elocução. Deve-se observar, ainda, que, considerando-se que os falantes não escrevem como falam, a norma culta se desdobra em uma modalidadeoral e uma modalidade escrita.

Variação Diafásica ou Estilística

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Na variação diafásica, pode-se estabelecer a hipótese de que o mesmofalante use as formas “andar” ou “andá”, “fazer” ou “fazê”, apagando parte depalavras quando está numa situação de bastante informalidade (por exemplo,numa conversa familiar), diferentemente do que muito provavelmente farianuma situação de maior formalidade - como em uma apresentação. (FIORIN,2002).

Em nossa sociedade, desfruta de prestígio aquele que utiliza a chamada línguapadrão. Entende-se como padrão, o português usado pelo segmento da população quetem bastante escolaridade – o chamado português culto ou “norma culta”. É a variedadeque é ensinada na escola, que é usada nos documentos oficiais e em livros, jornais, revistas,televisão e rádio. Entretanto, considerando-se a extensa área do país, e a existência devários centros urbanos importantes, dos quais origina a norma culta, faz-se necessárioreconhecer que essa norma apresenta algumas diferenças de região para região. Portanto,não há como existir uma única norma culta vigente em todo o país.

Com o estudo das variações lingüísticas, reforçamos a nossa percepção de alinguagem que utilizamos não transmite apenas nossas idéias, mas também um conjuntode informações sobre quem somos socialmente, em que região vivemos, até mesmo osnossos valores – ou seja – parafraseando uma frase bastante conhecida: - “diga-me o quedizes e dir-te-ei quem és!”.

Assim, a língua é um poderoso instrumento de ação social. Por isso e para isso,convém salientar que, enquanto futuros professores de Língua Portuguesa, devemos ensinara norma culta, mas respeitando sempre as diferenças, pois não é nosso papel condenar oueliminar a língua falada pelos nossos alunos em seu ambiente familiar. Saber usar bem umalíngua equivale a empregá-la de modo adequado nas mais distintas situações sociais.

Para entender um pouco mais este tema, vamos falar agora sobre os dialetos.

Você sabe o que é isso?

Segundo Halliday (1974) apud Preti (1997), “um dialeto é uma variedade de umalíngua diferenciada de acordo com o usuário: grupos diferentes de pessoas no interior dacomunidade lingüística falam diferentes dialetos.”

Desse modo, é possível que ocorram em qualquer área geográfica (embora sejammais freqüentes na linguagem urbana), identificar e descrever um sistema de variedadessócio-culturais da linguagem a qual se denomina – dialetos sociais.

Não se pode esperar que os dialetos sociais sejam tão claramente distintos, comoos regionais, por exemplo, mas duas variáveis podem ser apresentadas, pois convivemnuma mesma comunidade, cada uma desempenhando especificamente o seu papel –fenômeno conhecido por diglosia.

Em sínteseEm sínteseEm sínteseEm sínteseEm síntese............... Variação ou variantes lingüísticos são as variações que

uma língua apresenta de acordo com as condições sociais,culturais, regionais e históricas em que é utilizada.

Variantes, Gírias e Tabus

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Estamos nos referindo ao uso da linguagem culta ou padrão e uma linguagem popularou subpadrão. A primeira traz maior prestígio para os seus falantes e , normalmente, éutilizada em situações de maior formalidade; a segunda, por sua vez, de menor prestígio, éutilizada nas situações coloquiais, de menor formalidade.

Genericamente, poderíamos apresentar utilizar o exemplo utilizado por Ferguson:

Naturalmente, há controvérsias quanto a alguns destes elementos, se considerarmos,por exemplo, os discursos políticos que temos assistido...

Função Dialetoculto popular

aula universitária, conferências, sermões

discursos políticosprogramas culturais e noticiários de TV ou rádio

programas de auditório da TV

conversa entre amigos ou em família

irradiação de futebol e outros esportes

novelas de rádio e TV

comunicações científicas

entrevistas com intelectuais a propósito de temas científicos / artísticos

expressão de estados emocionais, confissões, anedotas, narrativas

X

-

X

X

X

X

X

X

X

X

-

-

-

-

-

-

-

-

-

X

Poderíamos ainda fazer a seguinte síntese quantos aos níveis de linguagem:

CULCULCULCULCULTTTTTOOOOO

comumcomumcomumcomumcomum

POPULARPOPULARPOPULARPOPULARPOPULAR

padrão lingüístico;

maior prestígio;

situações mais formais;

falantes cultos;

literatura e linguagem escrita;

sintaxe mais complexa;

vocabulário técnico;

maior ligação com a gramática e

com a língua dos escritores, etc.

subpadrão lingüístico;

menor prestígio;

situações menos formais;

falantes do povo menos culto;

linguagem escrita popular;

simplificação sintática;

vocabulário mais restrito;

gíria, linguagem obscena;

fora dos padrões da gramática tradicional.

DIA

LE

TO

S S

OC

IAS {{

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Sendo que o nível intermediário ou comum seria um meio-termo entreo nível culto e popular, cabe observar que essas subdivisões não são perfeitasquando didaticamente estudadas, pois não é tão simples traçar um limite entreos níveis. Ficam alguns questionamentos para reflexão: Em sua fala, ondecomeça ou termina o nível popular? Até onde vai o nível culto? Viu como não étão simples?

Você já devia estar se perguntando, “e a gíria”?

A gíria é um dos muitos dialetos de uma língua. Normalmente é criada por um gruposocial como o dos fãs de rap, de havy metal, o dos que praticam uma determinada lutacomo a capoeira, dos internautas, etc. Observe alguns termos utilizados pelos grafiteiros:

As gírias, quando ligadas às profissões, passam a ser chamada de jargão. É o casodo jargão dos jornalistas, dos médicos, dos dentistas e de tantos outros profissionais.

Dino Preti nos diz: “Antigamente, jargão era a gíria dos marginais, mas, até hoje, háestudos nos quais a palavra é usada como sinônimo de gíria.” Mas isso gera uma confusãogrande”, afirma.

Ainda de acordo com o mesmo autor, jargão é a “linguagem científica ou técnicabanalizada”. Por definição, é uma forma de falar inadequada à situação. “A pessoa quer sepromover, mostrar que fala uma linguagem que o outro desconhece, o que disfarça umaignorância.” , conforme nos diz Luis Fernando Veríssimo em “As Mentiras que os homenscontam”.

É fácil apontar o jargão dos outros, difícil é viver sem um. Do telemarketing aoministério, da mecânica ao magistério, toda atividade tem vocabulário próprio. Cadaespecialista recorre à sua “rebimboca da parafuseta” ou à sua “política fiscal contracíclica”.Então, por que a censura? “O jargão tem um sentido mais pejorativo nos meios acadêmicos,mas, na verdade, a própria academia o usa muito”, diz Preti.

Gíria e Jargão

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Leia atentamente o texto abaixo. Trata-se de uma música cantada por Zeca Baleiro,um poeta/compositor maranhense, que, de forma divertida e bem humorada, nos apresentaa oposição de duas forças: Deus e o diabo.

Heavy Metal Do Senhor

O cara mais underground que eu conheço é o diaboque no inferno toca cover das canções celestiais

com sua banda formada só por anjos decaídosa platéia pega fogo quando rolam os festivais

enquanto isso Deus brinca de gangorra no playgrounddo céu com santos que já foram homens de pecado

de repente os santos falam “toca Deus um som maneiro”e Deus fala “aguenta vou rolar um som pesado”

a banda cover do diabo acho que já tá por forao mercado tá de olho é no som que Deus criou

com trombetas distorcidas e harpas envenenadasmundo inteiro vai pirar com o heavy metal do Senhor

ComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividades

11111.....

Identifique os dialetos sociais utilizados. Para isso, identifique a qual grupo social podeser associado as palavras ou expressões como:

-underground, som, som pesado, heavy metal;-inferno, canções celestiais, anjos, Deus, santos, homens decaídos;-cara, cover, pega fogo, maneiro, rolar, tá de olho, envenenadas, pirar.

b)

Identifique os elementos que denotam uma variação cultural.a)

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Suponha que você seja um criador de campanhas publicitárias e quetenha sido contratado por uma indústria de perfumes para produzir os textosde propaganda de uma nova linha masculina. Levando em conta ascaracterísticas próprias da linguagem de cada grupo social, escreva umpequeno texto dirigido a cada um dos seguintes tipos de público consumidordo produto:

2.2.2.2.2.

a) jovens adolescentes urbanos

b) homens de elevado padrão socioeconômico

Leia atentamente as frases abaixo:3.3.3.3.3.I. O professor chamou ele no quadro. O professor o chamou no quadro.

II. Os meninos tudo saiu. Todos os meninos saíram.

As frases acima e a charge, exemplificam o fenômeno da variação lingüística. Redijaum texto, de uma página, explicando a ocorrência desse fenômeno em nossa língua.

I II.

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PERSPECTIVA DO ENFOQUE LINGÜÍSTICO

GRAMÁTICA: CONSIDERAÇÕES GERAIS

“O ensino de língua na escola é a única disciplina em que existedisputa entre duas perspectivas distintas, dois modos diferentes deencarar o fenômeno da linguagem: a doutrina gramatical tradicional,surgida no mundo helenístico no século III a.C. e a lingüística moderna,que se firmou como ciência autônoma no final do século XIX e iníciodo século XX.” Marcos Bagno

Para início de conversa...

Ouvimos o tempo inteiro o termo ‘gramática tradicional’ ou ‘gramática normativa’,você sabe por que ela é assim denominada? É sobre isso que conversaremos a partir deagora...

Saussure define a gramática como o estudo de uma língua examinada como um“sistema de meios de expressão” (1992, p.185)

Mattoso Câmara Jr., no Dicionário de Lingüística e Gramática, nos diz que maisestritamente é o estudo dos morfemas, ou morfologia, e dos processos de estruturação dosintagma. Pode-se acrescentar o estudo dos traços fônicos e da grafia correspondente,que permitem a apreensão lingüística pela distinção acústica dos elementos enunciados,na língua oral – fonologia e fonêmica -, e, na escrita, a leitura do texto. Trata, assim, agramática:

a) dos fonemas e sua combinação;b) dos morfemas e sua estruturação no vocábulo (sintagma lexical);c) dos sintagma de vocábulos.

Desse modo, a gramática está dividida em três partes gerais, respectivamente:

História; divisões: Gramática Tradicional

fonologia, morfologia e sintaxe.

Desde a sua origem –Séculos V – IV a.C. - a gramática estabeleceu as regras,consideradas as melhores, para a língua escrita, baseada no uso que dela faziam seususuários – escritores, poetas e prosadores. Etimologicamente é a “arte de escrever”,esclarecendo, assim, o seu objetivo.

O estudo da gramática, na Grécia Antiga, apresenta três diferentes períodos:, pré-socráticos, estóicos e alexandrinos.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

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Sócrates, Aristóteles e PlatãoNesta época, a língua não era uma preocupação independente,encontrando-se esparsa na obra de cada pensador do período. Asreflexões sobre a língua eram feitas a partir de um cunho filosófico. Platãodiscute a origem das línguas escrevendo um diálogo (Crátilo) dedicado àorigem da língua: “todo enunciado tem dois elementos principais: um temae uma rema” (rema – aquilo que se fala sobre o tema) – ou seja, cria-se aía divisão da oração em um elemento nominal e um elemento verbal,estabelecendo-se, conseqüentemente, as classes do nome e do verbo.Platão lança três classes gramaticais: substantivo, verbo e o adjetivo.Aristóteles acrescentou a estas duas classes as conjunções – que asconsiderava como um elemento de ligação, não as distinguia, assim, daspreposições, artigos e pronomes.

Os estóicos consideravam que o homem tinha uma mente embranco que ia sendo escrita com as experiências durante a vida – estasexperiências eram traduzidas a partir da língua. Trataram da pronúncia, daetimologia e das classes de palavras e paradigmas flexionais(separadamente) privilegiando o estudo gramatical, mas, ainda, sem estarinteressado na língua em si mesma, pois, como filósofos, estudavam alíngua como expressão do pensamento e dos sentimentos.

Os estóicos foram os que mais se ocuparam com os estudos dagramática. Embora os escritos dos primeiros estóicos sobre gramáticase tenham perdido, ficaram, todavia,alguns dos seus resultados conhecidospor informações de terceiros. A gramática dos estóicos oferece quatroclasses das palavras: nome, verbo, conjunção, artigo. Nesta classificaçãoos adjetivos são citados entre os nomes. Dividindo posteriormente entrenomes próprios e comuns, passaram os estóicos a referir-se a cincoclasses de palavras. Introduziram também a distinção entre caso reto, - onominativo, - e os casos oblíquos, - acusativo, genitivo, dativo. O nominativoseria a forma primeira; os demais, dele derivados. Classificaram os verbosem passivos e ativos, e assim também em transitivos e neutros(intransitivos). Distinguiram entre aspectos concluso e inconcluso do verbo.Deixaram os estóicos de inserir nos casos (como fizera Aristóteles) adistinção do verbo em presente, passado e futuro.

Assim denominados por se referirem aos sábios da Alexandria.Destacaram-se nestes período:Dionísio da Trácia (séc. II a.C.) produziu a mais antiga das gramáticas

gregas que se tem notícia. Nela, descreveu duas unidades básicas: asentença (logos) e o vocábulo (lexis). Cuidou principalmente dos vocábulos,que são “partes do discurso” (meros lógou), arrolando ao todo oito classes:artigo, nome, verbo , princípio, pronome, advérbio e conjugação.Três séculosmais tarde, Apolônio Díscolo completará os estudos de Dionísio com odesenvolvimento da sintaxe, mostrando na oração a binaridade - nome –verbo - , e ainda apontando as relações de concordância destas duas classesentre si e com as demais. Ainda que não alcançando uma gramática plena,os trabalhos de Dionísio daTrácia e Apolônio Díscolo integram ainda hoje osistema que se apresenta como sendo o da língua padrão.

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Você percebeu por que a gramática é chamada de Tradicional?

Alguns gramáticos e datas que devem ser destacadas:

Conhecemos um pouco da história de nossa Gramática.... Vamos avançar na linhado tempo e conhecer alguns dos movimentos do século XX.

- Varrão (séc. I a.C.): o primeiro romano a escrever sobre a língua latina;

- Donato (séc. IV d.C; Prisciliano (séc VI d.C): gramáticas com fins pedagógicos e

descreviam o latim clássico;

- João de Barros (1540): primeira reflexão da língua portuguesa. Tentativa de

normatizar a escrita de algumas palavras;

- Século XVII - Jerônimo Sares Barbosa: Gramática Filosófica da Língua Portuguesa;

- Século XVII (1660): Gramática de Port-Royal;

- Final do século XVIII: descoberta dos Sânscritos, levando à descoberta da “família

das línguas” ;- Século XIX – Verdadeira revolução: início dos estudos lingüísticos.

O Estruturalismo, inspirado no Curso de Lingüística Geral, de Saussure, nuncaconsiderou o falante como elemento importante na produção lingüística. O objeto de estudodos estruturalistas é a língua por ela mesma. A sua intenção era simplesmente a de descreveros diversos sistemas lingüísticos, independentemente das condições de produção ou atémesmo dos falantes que deles faziam uso. Se por um lado essa postura proporcionou àLingüística o status de ciência formalmente constituída, por outro acabou gerando uma sériede equívocos, não só no que se refere ao estudo das línguas, mas também em relação aosmétodos de ensino que passaram a ser “siga o modelo” (prática ainda comum nos diasatuais, quando se dá maior importância à criatividade individual). Estuda a língua como umobjeto sincrônico.

Outro movimento moderno é o Gerativismo, baseado nos estudos de NoamChomsky. Esta teoria passou a ser conhecida a partir da publicação de Syntatic Structurese desde então se transformou numa referência obrigatória para os estudos referentes àlinguagem humana impondo perspectivas com alto poder de convencimento. O gerativismose propõe a explicar os fatos lingüísticos e usa as intuições para julgar a sentença. Deacordo com a teoria de Chomsky, a mente deve ser estudada assim como se estuda ocorpo humano; cada parte do cérebro tem sua função, portanto, existe uma parte que éresponsável pela linguagem.

A gramática gerativista retrata o conhecimento mental que os falantes possuem dalíngua que é a competência lingüística. Esse conhecimento mesmo que não seja usadoestá guardado no cérebro. O uso que cada indivíduo faz desse conhecimento no dia-a-dia échamado de desempenho, mas não recebe muita importância do gerativismo.

Chomsky estabeleceu dois tipos de gramáticas dentro do gerativismo. Uma delas éa Gramática Universal (GU), já mencionada anteriormente. A outra é a Gramática Particular(GP) que se utiliza da gramática universal e também das características próprias de cada

Escolas e Movimentos Modernos

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

língua. Os elementos da língua fazem parte da GU, já a forma e ordem decomo esses elementos são organizados na linguagem fazem parte da GP.

O Estruturalismo e o Gerativismo integram a tradição formalista. Ambasas perspectivas não fazem indagações sobre a criação das estruturas numadada situação social. Os dois modelos se distinguem na medida em que oEstruturalismo postula a língua como uma estrutura composta de diferentesconstruções, enquanto que o Gerativismo se prende à forma como a linguagemé adquirida.O Funcionalismo surge após a II Guerra Mundial através dos

membros da Escola de Praga, com destaque para Roman Jakobson e NikolajTrubetzkoy. Caracteriza-se pela crença de que a estruturafonológica, gramatical e semântica das línguas é determinadapelas funções que têm que exercer nas sociedades em queoperam. Não têm uma gramática, pois entendem que a funçãoprincipal da língua é a comunicação. Desse modo, a língua éutilizada como interação social, cujo correlato psicológico é acompetência comunicativa. A partir do funcionalismo surgem osestudos sobre a gramaticalização.

Vimos que a gramática originalmente traz em si o conceito de “arte de escrever” ;logo, privilegia a língua escrita, correta, dos grandes escritores. Mas, aprendemos tambémque o termo correto, que é um juízo de valor, precisa levar em conta a funcionalidade dalíngua através das variações diatópica, diastrática ou diafásica. O modo exemplar pertenceà língua histórica, enquanto que o correto (ou incorreto) situa-se no plano da estrutura dalíngua funcional. Partindo desta reflexão, vamos aos conceitos de gramática:

Os Vários Conceitos de Gramática

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Representa uma concepção mais precisa e completa que outros modelos degramática; dá regras explícitas e ordenadas; geram um número infinito deconstruções gramaticais. Como falhas aponta-se o não fornecimento deelementos para exercícios estruturais e a preocupação com a competência enão com o desempenho.

Mattoso Câmara Jr., (2004, p.11) define como o estudo do mecanismo peloqual uma dada língua funciona num dado momento (syn- [reunião], chrónos[tempo]), como meio de comunicação entre os seus falantes, e na análise daestrutura, ou configuração formal que nesse momento a caracteriza. Quando Mattoso Câmara utiliza o termo “gramática descritiva”, ou sincrônica,sem outro qualificativo, entende-se tal estudo e análise como referente aomomento atual, ou presente.

Recomenda como se deve falar e escrever, segundo o uso e a autoridadedos escritores corretos – gramáticos e dicionaristas esclarecidos. (BECHARA,2001). É sinônimo de Gramática Tradicional, visto que normatiza e prescreveas regras do “bem escrever”.

Estuda a língua como um sistema; propões definições precisas, visto que sefundamenta em critérios formais e distribucionais; apresenta unidades lingüísticasem construções diversas. Como falha, apresenta um tratamento insuficientepara a análise sintática.

Descritiva ou Sincrônica

Gramática

NormativaGramática

EstruturalGramática

Trans-formacional

Gramática

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Você observou que as gramáticas mudam de conceito, conforme a teoria utilizadapara explicar a língua?

Pausa para respirar!

Como são tratadas as palavras? Quatro abordagens...

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FuncionalGramática

GerativaGramática

Estuda a língua em uso, o desempenho lingüístico; levando em consideraçãoas necessidades do falante no momento da comunicação. Aponta-se como falhao estudo preferencial pela língua falada em diferentes contextos.

Parte da teoria lingüística elaborada por Chomsky e pelos lingüistas doMassachusssets Institute of Technolonogy entre 1960 e 1965. Chomsky defineuma teoria capaz de dar conta da criatividade do falante e sua capacidade deemitir e de compreender frases inéditas. Nessa perspectiva, a gramática é ummecanismo finito que permite gerar um conjunto infinito de frases de uma língua.

A Fonética é a ciência que apresenta os métodos para descrição, classificação etranscrição dos sons da fala, principalmente aqueles sons utilizados na linguagem humana.(SILVA, 1999, p. 23).

As principais áreas de interesse da Fonética, são:

fonética articulatória: compreende o estudo da produção da fala do ponto de vistafisiológico e articulatório;

fonética auditiva: compreende o estudo da percepção da fala;

fonética acústica: compreende o estudo das propriedades físicas dos sons da falaa partir de sua transmissão do falante ao ouvinte;

fonética instrumental: compreende o estudo das propriedades físicas da fala,levando em consideração o apoio de instrumentos laboratoriais.

Fonética e Fonologia

Para produzir os sons que caracterizam a fala humana são necessárias três condições:

corrente de ar;obstáculo à corrente de ar;caixa de ressonância.

Classificação dos Sons (Os sons da fala)

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

A produção da fala ocorre através do aparelho fonador humano. Ele é compostopelos seguintes sistemas e órgãos:

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Que para produzir a fala utilizamos órgãos que não têm comofunção primária a articulação dos sons? Este fato é bastante curioso,pois em nosso corpo nenhum dos nossos órgãos são específicos para afala: respiramos, mastigamos, protegemos o nosso pulmão...

Você sabia ?

Olhe com atenção para a figura abaixo:

sistema respiratório: composto pelos pulmões, brônquios e traquéia,são osórgãos respiratórios que permitem a entrada da corrente de ar, sem a qual não existiriamsons;

sistema fonatório - laringe: onde ficam as cordas vocais que determinam asonoridade, através da vibração das cordas vocais;

sistema articulatório: composto pela faringe, boca (língua e dentes) e as fossasnasais formam a caixa de ressonância responsável por grande parte da variedade de sons.

Fonte: Silva, 1999.

1. Traquéia

2. Laringe

3. Glote (cordas vocais)

4. Faringe

5. Cavidade bucal

6. Cavidade nasal

7. Véu palatino ou Palato mole

8. Maxilares (dentes)

9. Língua

10.Lábios

11. Palato duro (céu da boca)

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Para produzir a fala, é preciso inicialmente expirar, os pulmões libertam o ar quepassa pelos brônquios para entrar na traquéia(1) e chegar à laringe(2). Na laringe, o arencontra o seu primeiro obstáculo: a glote(3) (ou pomo-de-adão), mais conhecidacomo cordas vocais.

As cordas vocais se assemelhama duas pregas musculares. Podem estarfechadas ou abertas: se estiveremabertas, o ar passa sem real obstáculo,dando origem a um som surdo; seestiverem fechadas, o ar força apassagem fazendo as pregas muscularesvibrar, o que dá origem a um som sonoro.

Depois de sair da laringe (2), o arentra na faringe (4) onde encontra umaencruzilhada: primeiro a entrada para aboca (5) e depois para as fossas nasais(6). No meio está o véu palatino (7) quepermite que o ar passe livremente pelasduas cavidades, originando um som nasal;ou que impede a passagem pela cavidade nasal, obrigando o ar a passar apenas pelacavidade bucal - resultando num som oral.

Em seguida, o ar está na cavidade bucal (a boca) que funciona como uma caixa deressonância onde, usando os maxilares (8), as bochechas e, especialmente, a língua (9) eos lábios(10), podem modular-se uma infinidade de sons.

Para se perceber melhor a diferença, experimente-se dizer “k” e “g”(não “kê” ou “kapa”, nem “gê” ou “jê”; só os sons “k” e “g”) mantendoos dedos no pomo-de-adão. No primeiro caso não se sentirávibração, mas com o “g” sentirá uma ligeira vibração - cuidadoapenas para não se dizerem vogais, pois são todas sonoras.

EXPERIMENTE

EXPERIMENTE

Para perceber a diferença, compare o primeiro “a” em “Ana” com ode “manta”. A primeira vogal é oral e a segunda é nasal.

Os sons classificam-se segundo três categorias: vogais, consoantes e semi-vogais:

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

São classificadas, a partir de quatro aspectos: zona de articulação, altura da língua,postura dos lábios e o papel das cavidades oral e nasal.

Vogais: são sons da fala humana produzidos por um fluxo de arcontínuo, acompanhado de vibração das cordas vocais. Na língua portuguesabrasileira usamos 13 vogais, representadas nos quadros abaixo :

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Zona de articulaçãoVisualiza a língua no eixo horizontal

Anteriores ou Palatais: igreja

Médias/Centrais: átomo, ânsia

Posteriores ou velares: lomba,avô, dominó

Altura da línguaVisualiza a língua no eixo vertical

Alto: chita, chuta

Médio: pêra, posso

Baixo: casa, cama

Postura dos lábios Posição dos lábios na pronúncia

Arredondados:ovo, urso,mostro

Não-arredondados: Ivete, Eva

Papel das cavidades bucal e nasal

A livre passagem do arocorre pela boca ou nariz(véu palatino abaixado)

Orais: pá, pelo, vivo, mó, sul

Nasais: rã, tem, fim, som, fundo

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ASPECTOS PROCESSO CLASSIFICAÇÃO

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Vogais NasaisVogais Orais

Representação TOP (Transcrição Orientada para o Português) entre barras e representação TIPA (Transcriçãoda International Phonetic Association) entre colchetes.

1.

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43

Consoantes: sons modificados por qualquer um dos órgãos da cavidade bucal eque se pronunciam numa só emissão de voz. Na língua portuguesa brasileira usamos 19consoantes, representadas na tabela abaixo. Observe que estão classificadas pelas suascaracterísticas de produção no aparelho fonador.

Modo dearticulação Oclusiva

Fricativa Lateralaproximante Vibrante

Oclusiva

Papel das cordas vocais

Surda Sonora Surda SonoraSonora Sonora Sonora

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Papel da cavidade nasal

Oral Nasal

Constritiva

2.

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44

Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Você observou que a classificação das consoantes ocorre mediante aanálise de quatro critérios: intervenção das cavidades nasal e bucal, olugar de articulação, o modo de articulação e a intervenção das cordasvocais? Observe a síntese abaixo:

modo de articulação:a) oclusivas - corrente de ar encontra na boca obstáculo total - p, b, t, d,

c(=k) e q, g (=guê);b) constritivas - corrente de ar encontra obstáculo parcial na boca - f, v, s, z, x,

j, l, lh, r, rr. Elas subdividem-se em: fricativas - f, v, s, z, x, j / laterais - l, lh /vibrantes - r, rr.

ponto de articulação:

a) bilabiais - p, b, m;

b) labiodentais - f, v;

c) linguodentais - t, d, n;

d) alveolares - s, z, l, r;

e) palatais - x, j, lh, nh;

f) velares - c(=k), qu, g (=guê), rr.

papel das cordas vocais:

a) surdas - sem vibração - p, t, c(=k), qu, f, s, x;

b) sonoras - com vibração - b, d, g, v, z, j, l, lh, m, n, nh, r (fraca), rr (forte).

papel das cavidades bucal e nasal:

a) nasais - m, n, nh;

b) orais - todas as outras.

*

*

*

*

Pode ser feito em forma de esquema (usando chaves)

Semivogais: dois sons, [ j ] e [ w ], que formam uma sílaba com uma vogal - ditongose tritongos. Pode-se dizer que são quase “formas fracas” de [i] e [u], estando a meio-caminhoentre vogais e consoantes. O termo semivogal está, paulatinamente, caindo em desuso. Oslingüistas, atualmente, usam o termo Glides.

3.

12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012

[ j ] Como em “praia”[ w ]Como em “pau”

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O Alfabeto Fonético Internacional (em inglês International Phonetic Alphabet) foioriginalmente desenvolvido pelos fonéticos britânicos e franceses sob a orientação daAssociação Fonética Internacional, estabelecida em Paris, em 1886.

Você deve estar se perguntando para quê um alfabeto internacional se as línguasnão são escritas da mesma forma. A intenção é exatamente esta - ser um sistema padrãopara a representação fonética de todas as línguas, visto que estas são escritas de formadiferente, mas os sons são similares em diversas línguas.

Segundo Dubois (1978, p.284), Fonologia é a ciência que estuda os sons da línguado ponto de vista de sua função no sistema de comunicação lingüística. Ela estuda oselementos fônicos que distinguem, numa mesma língua, duas mensagens de sentidosdiferentes – pares mínimos (bala/mala), diferença de posição do acento (sábio, sábia, sabiá).-e aqueles que permitem reconhecer uma mensagem igual através de realizações individuaisdiferentes – voz diferente, pronúncia diferente,... ) Daí a grande confusão que durante muitotempo se fez com o estudo da Fonética , que estuda o som em sua materialidade,independente de sua função na comunicação.

Domínios da Fonologia

A fonemática estuda as unidades distintivas mínimas ou fonemas em númerolimitado em cada língua, os traços distintivos ou traços pertinentes que opõem osfonemas diferentes de uma língua diferente entre si, as regras que presidem a combinaçãodos fonemas na cadeia da fala.

A prosódia estuda os traços supra-segmentais, isto é, os elementos fônicos queacompanham a realização de dois ou mais fonemas e que têm, igualmente, uma funçãodistintiva: o acento, o tom, a entonação.

Conceitos básicos

Para estudarmos Fonologia, é fundamental não confundir FONEMA E LETRA.

A Fonologia

Alfabeto Fonético Internacional

é a menor unidade sonora edistintiva de uma língua. Os fonemasdividem-se em vogais, semivogais econsoantes. Convém reforçar que ofonema é uma realidade acústica.

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FONEMA:

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LETRA: é o sinal gráfico que, na escrita,representa o fonema. A letra é umarealidade gráfico-visual do fonema.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Observe que:

uma mesma letra pode representar fonemas diferentes. É o que ocorre com a letra “x” em palavras como sexo (x = ks), feixe (x = ch), exato (x = z) e próximo (x = ss).

um mesmo fonema pode ser representado por letras diferentes. É o que ocorre em flecha (ch = x) e lixo (x = ch).

uma única letra pode representar dois fonemas. A esse fenômeno, chama-se dífono. Exemplo: táxi (lê-se “táksi” – x = ks).

duas letras podem representar um único fonema. A esse fenômeno, chama-se dígrafo. Exemplo: chave (lê-se “xávi” – ch = x).

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123456123456123456123456123456123456

B

1234512345123451234512345C

123456123456123456123456123456123456

D

Quando estudamos a fonologia de uma língua, precisamos fazer o levantamento dossons que são foneticamente semelhantes na língua em estudo. Em nossa língua, por exemplo,o que distingue bala de pala? Apenas as consoantes iniciais [p] e [b], Você observou queforam escrito entre colchetes? Isso foi feito para indicar que estamos analisando o som enão a letra, ou seja, indica a representação fonética. Neste caso, o que difere [p] de [b] sãoos seus traços distintivos.

Qual a diferença em faca e vaca?É claro que você já conhece osignificado. Ao ouvir estes nomes vocêautomaticamente já os associa à suaimagem. Mas e uma criança que nãoconsegue fazer esta associação?

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PARES MÍNIMOS:

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TRAÇOS DISTINTIVOS:Um único som pode ser

percebido como um elemento compostode elementos menores, que serãoefetivamente os menores elementos dacadeia falada. Esses traços são oschamados traços distintivos, os quaispodem ser tanto articulatórios quantoacústicos. A denominação traço distintivoressalta o fato de que nem todas ascaracterísticas que diferenciam os sonssão utilizadas nessa classificação, masapenas aquelas que podem ter um papeldistintivo no interior dos sistemasfonológicos das línguas naturais.

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Você observou qual é o traço que distingue [ p ] de [ b ]?

Observe um outro exemplo:

[ ]+ consoante+ oral+oclusiva+ bilabial+ surda

ppppp[ ]+ consoante+ oral+oclusiva+ bilabial+ sonora

bbbbb

Esta distinção pode ser feita com todos os fonemas em qualquer língua.

Atenção:Maneiras de inserir os caracteres do alfabeto fonético em textos:

a) para representar os fonemas, usamos a transcrição fonológica, com os caracteres entre barras: /sapu/;

b) para representar os sons dos fonemas, usamos a transcrição fonética, com os caracteres entre colchetes [ã];

c) o uso dos sinais de (+) e ( –) indicam a maior ou menor característica. Exemplo: /ã/ - aberta /á/ + aberta.

12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345612345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234561234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456

UUUUU va + vogal+ fechada+ posterior+ oral+ arredondada[ ] + vogal

+ fechada+ posterior+ nasal+ arredondada[ ][ ]u

UUUUUm ito

[ ]u~

A fim de exercitar o uso destes traços, observe sempre o Alfabeto FonéticoInternacional.

A Fonética é a disciplina que toma a fala como seu domínio central e que estuda asparticularidades dos fonemas, ou seja, os sons propriamente ditos; enquanto a Fonologiaestuda o comportamento dos fonemas de uma língua, tomando-os como unidades sonorascapazes de criar diferença de significados.

Para não confundir!

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48

Introdução aosEstudos

Lingüísticos

ComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividades

A fim de exercitar a transcrição fonética, preencha a tabela abaixo:11111.....

2.2.2.2.2. Assim como fizemos com as vogais, vamos exercitar a escrita das consoantes.Preencha o quadro na página seguinte: (exercício para ser feito em aula).

ExemplosDescrição

a[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]e

[ ]o

[ ]u

[ ]i

Símbolo Fonético

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49

1234567890123456123456789012345612345678901234561234567890123456123456789012345612345678901234561234567890123456

12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890

12345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012

Símbolo Classificação Exemploortográfico

Transcrição fonética

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

b

d

g

p

t

K

m

n

l

r

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

[ ]

R

[ ]f

v

s

z

ambos

boi

andar

espada

frango

agrado

pata

atado

chave, tchau

porco

arma

cano

vinha

calo

mel

alho

caro

carro

faca

vaca

posso

casa

acho

genro

t

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50

Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Descreva os traços fonéticos dos sons abaixo:3.3.3.3.3.

NeologismoBeijo pouco, falo menos ainda.

Mas invento palavrasQue traduzem a ternura mais funda

E mais cotidiana.Inventei, por exemplo, a verbo teadorar.

Intransitivo:Teadoro, Teodora.

Manuel Bandeira

A Morfologia é a parte da Gramática que se ocupa da forma e transformação daspalavras.

Parece uma definição bastante simples, mas a conceituação de palavra atormentaos lingüistas, o que pode parecer estranho. Afinal, os falantes têm uma intuição clara doque sejam palavras e conseguem identificá-las facilmente nas situações em que se exige asegmentação do discurso palavra a palavra, como ocorre na escrita. Mas, quando nosdebruçamos sobre o estudo da palavra, encontramos sérias dificuldades para estabeleceruma definição universal, válida para todas as ocorrências.

Observe a frase: João cantou no shopping. Quantas palavras você identifica? Vocêdeve estar dizendo... “Que bobagem, essa é muito fácil”... Quatro palavras.

Mas e se a pergunta fosse essa: quantas palavras há na seqüência cantei, cantaste,cantou,cantamos, cantastes, cantaram? Será que você responderia com tanta facilidade?Com certeza uma das respostas possíveis é que a mesma palavra foi escrita de formadiferente. Desse modo, teríamos um segundo sentido de palavra, decorrente de umainterpretação especial do conceito. Essa segunda acepção levaria em conta: i) a formavocabular ou a forma de palavra; ii)o lexema, a palavra como uma unidade abstrata, comsignificado lexical, CANTAR, neste caso. É essa segunda forma registrada pelos dicionáriosque corresponde a parte do conteúdo estudado pela Morfologia.

Observe que podemos ainda segmentar a palavra CANTAR em CANT-AR. Dessasegmentação podemos formar outras tantas palavras, a exemplo de cantor, cantora,

Morfologia

NÍVEIS DE ESTRUTURAÇÃO DA LÍNGUA

a) / t /[ ]b) / /[ ]

[ ]c) / [s /

d) / z / [ ]

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51

cantores, cantoria, cantante. Embora estas novas palavras sejam formas diversas do mesmolexema, visto que têm outros significados, ou seja, passaram a ser um novo lexema. Observeque dois distintos processos foram usados para o nosso exemplo: a flexão e a derivação.Assim, a flexão é estudada pela Morfologia Flexional e a derivação pela MorfologiaLexical, campos da Morfologia.

Você pôde observar que a definição de morfema é semelhante à de palavra. Adiferença está no fato de que a palavra é uma forma livre. Já o morfema pode ser livre oupreso.

Morfemas livres são aqueles que não se ligam obrigatoriamente a outros morfemas.Exemplos: um, de, mas, eu, sim. Atente que estes exemplos dados podem ocorrer emvárias posições nos enunciados de nossa língua sem que seja necessária a presençasimultânea de outros morfemas para apoiá-los. Desse modo, os morfemas livres formampalavras de um só morfema. Mas, atenção ,não confunda palavra e morfema.

O morfema preso só ocorre quando obrigatoriamente está associado a pelo menosum morfema adicional com o qual forma um conjunto indissociável. Exemplos: cant-ar, menin-inh-a-s. Observe que na palavra cantar, temos dois morfemas indissociáveis: cant e ar. Nãoencontramos casos em língua portuguesa em que o segmento cant ocorre comindependência do segmento ar ou outro da mesma classe que ar. Cant e ar são morfemaspresos um ao outro. Os morfemas presos formam agrupamentos, que por sua vez são formassignificativas livres mínimas, ou seja, palavras.

Morfema zero

Em nossa língua, em muitos casos, a função semântica é cumprida pela ausência domorfema. A formação do número é bem característica desse caso. O plural costuma serindicado pelo morfema s no final da palavra. Já o singular é reconhecido pela ausência demorfema de plural, ou seja, na formação do número, a ausência é significativa. Quando aausência do morfema é tratada pelo sistema da língua como significativa dizemos que afunção é cumprida pelo morfema zero. Observe: meninos - menino Ø

Para melhor compreendermos estes conceitos, vamos observar como as palavrassão formadas.

As palavras são formadas por:

radical: que é o elemento comum de palavras, e responsável pelo significado básicoda palavra.

morfema é o segmento significativo mínimodo discurso, enquanto a palavra unidademínima com som e significado que pode,sozinha, constituir enunciado.

Então vamos à distinção:

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Introdução aosEstudos

LingüísticosQuantos outras palavras podemos formar?

12345678901234567890123456789012123451234567890123456789012345678901212345123456789012345678901234567890121234512345678901234567890123456789012123451234567890123456789012345678901212345123456789012345678901234567890121234512345678901234567890123456789012123451234567890123456789012345678901212345123456789012345678901234567890121234512345678901234567890123456789012123451234567890123456789012345678901212345123456789012345678901234567890121234512345678901234567890123456789012123451234567890123456789012345678901212345123456789012345678901234567890121234512345678901234567890123456789012123451234567890123456789012345678901212345123456789012345678901234567890121234512345678901234567890123456789012123451234567890123456789012345678901212345

TERR -

ENOEIROINHAESTRE

afixos: são partículas que se anexam ao radical para formar outras palavras. Esteprocesso é denominado afixação:- prefixos: afixo colocados antes do radical. Ex.: desleal, ilegal- sufixos: afixo depois do radical. Ex.: folhagem, legalmente- infixos: afixos representados por vogais ou consoantes de ligação que entram na

formação das palavras para facilitar a pronúncia. Existem em algumas palavras pornecessidade fonética.Os infixos não são significativos, não sendo considerados morfemas.

Ex.: café-cafeteira, capim-capinzal, gás-gasômetro.

vogal temática (VT): se junta ao radical para receber outros elementos. Fica entredois morfemas. Existe vogal temática em verbos e nomes. Ex.: beber, rosa, sala - nos verbos, a VT indica a conjugação a que pertencem ( 1ª , 2ª ou 3ª ). Ex.: amAr, bebEr, e partIr

tema: = radical + vogal temáticaEx.: cantar = cant + a, mala = mal + a, rosa = ros + a

desinências: são morfemas colocados no final das palavras para indicar flexõesverbais ou nominais.- nominais: indicam gênero e número de nomes ( substantivos, adjetivos,pronomes, numerais ). Ex.: casa - casas, gato - gata- verbais: indicam número, pessoa, tempo e modo dos verbos. Existem dois tiposde desinências verbais: desinências modo-temporal (DMT) e desinências número-[pessoal (DNP). Ex.: Nós corremos, se eles corressem (DNP); se nós corrêssemos,tu correras (DMT)

Processos Morfológicos

Ao associarmos dois elementos mórficos produzindo um novo signo lingüístico,precisamos obedecer a certos princípios ou mecanismos que variam em suas possibilidadesde combinação nas diferentes línguas. Esses diferentes modos de combinação sãoprocessos morfológicos que se manifestam sob a forma de:

DERIVAÇÃO é o processo de formar palavras no qual a nova palavra é derivada deoutra chamada de primitiva. Os processos de derivação são:

a) derivação prefixal: forma palavras no qual um ou mais prefixos são acrescentadosà palavra primitiva. Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente.

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53

b) derivação sufixal : formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentadosà palavra primitiva. Ex.: realmente

c) derivação prefixal e sufixal: existe quando um prefixo e um sufixo sãoacrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, sem a presença de umdos afixos a palavra continua tendo significado.

Ex.: ilegalmente ( i- prefixo e -mente sufixo ). Observe que os dois afixos sãoindependentes: existem as palavras ilegal e legalmente.

d) derivação parassintética: ocorre quando um prefixo e um sufixo sãoacrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podemse separar, devem ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não sereveste de nenhum significado.

Ex.: anoitecer ( a- prefixo e -ecer sufixo). Observe que neste caso, não existem aspalavras anoite e noitecer, então, os afixos não podem ser separados.

e) derivação imprópria: ocorre quando há mudança de classe ou quando umapalavra comumente usada como pertencente a uma classe passa a fazer parte de outra.

Ex.: bandeira (substantivo comum) usado como substantivo próprio em PedroBandeira; verde geralmente como adjetivo (Comprei uma blusa verde.) usado comosubstantivo (O verde do parque comoveu a todos.)

f) derivação regressiva: existe quando morfemas da palavra primitiva desaparecem.Ex.: mengo (flamengo), dança (dançar), portuga (português).

COMPOSIÇÃO é o processo através do qual novas palavras são formadas pelajunção de duas ou mais palavras já existentes. Existem duas formas de composição:

a) justaposição: ocorre quando duas ou mais palavras se unem sem que ocorraalteração de suas formas ou acentuação primitivas.

Ex.: guarda-chuva, segunda-feira, passatempo.

b) a composição por aglutinação ocorre quando duas ou mais palavras se unempara formar uma nova palavra ocorrendo alteração na forma ou na acentuação.

Ex.: fidalgo (filho + de +algo), aguardente (água + ardente)

HIBRIDISMO consiste na formação de palavras pela junção de radicais de línguasdiferentes. Ex.: auto/móvel (grego + latim); bio/dança (grego + português)

ONOMATOPÉIA consiste na formação de palavras pela imitação de sons e ruídos.Ex.: triiim, chuá, bué, pingue-pongue, miau, tique-taque, zunzumEste processo suscita muita polêmica entre os lingüistas.

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54

Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Antes vamos ler este poema de Paulo Leminski:

O assassino era o escriba

Meu professor de análise sintática erao tipo do sujeito inexistente.

Um pleonasmo, o principal predicado de sua vida,regular como um

paradigma da 1ª conjugação.Entre uma oração subordinada e um adjunto adverbial,

ele não tinha dúvidas: sempre achava um jeito assindéticode nos torturar com um aposto.

Casou com uma regência.Foi infeliz.

Era possessivo como um pronome.E ela era bitransitiva.

Tentou ir para os EUA.Não deu.

Acharam um artigo indefinido em sua bagagem.A interjeição de bigode declinava partículas expletivas,

conectivos e agentesda passiva o tempo todo.

Um dia, matei-o com um objeto direto na cabeça.

12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234

Queridos alunos, fizemos uma breve explanaçãoquanto aos conteúdos de Morfologia, passaremos, agora,a estudar um conteúdo que nem sempre os alunos gostam,mas que é muito importante para os professores da áreade Letras: sintaxe. Saliento que não se trata de um “bicho-papão” e, mais uma vez, é muito importante. Aliás, todosos conteúdos tratados aqui têm relevância para a nossaárea e atuação profissional.

Aprendemos que os discursos são seqüências lineares de morfemas e palavras.Naturalmente, as palavras não estão ali por acaso. Existem regras para ordená-las de modoque faça sentido. A sintaxe , portanto, ocupa-se de estudar as palavras agrupadas emsegmentos que cumprem funções específicas no discurso e as relações entre os segmentos.

Vamos (re) lembrar alguns conceitos:

Sintaxe

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• Frase: unidade de texto que numa situação de comunicação é capaz de transmitir um pensamento completo.

• Oração: enunciado que se organiza em torno de um verbo.

• Período : é a unidade lingüística composta por uma ou mais orações. - apresenta sentido ou significado completo; - encerra-se por meio de certos símbolos de pontuação (, ? ! ...) .

Para estudar sintaxe, é preciso (re) conhecer estas unidades formais. o período, afrase e a oração. O período é a unidade superior e se compõe por frases. Estas, por suavez, podem se constituir em orações. Para analisarmos as orações precisamos reconheceros sintagmas, que são as unidades inferiores do nível sintático. Convém relembrar aquelafrase célebre: “toda oração é uma frase, mas nem toda frase é uma oração.. .”

Observe o exemplo:

(Pedro projetou os edifícios) e (Marilena criou o projeto urbanístico.)

No exemplo, temos um período composto por duas orações:-Pedro projetou os edifícios.-Marilena criou o projeto urbanístico.

Cada frase do exemplo se decompõe em sintagmas.

Percebemos que o período é composto por frases e as frases são compostas porsintagmas. Este princípio é o nosso ponto de partida, válido para todos os enunciados,tirando de lado apenas os casos em que acontece encaixe.

Pedro projetou os edifícios.Sujeito: Pedro.Sintagma verbal: projetou.Objeto direto: os edifícios.

Saiba MaisSaiba MaisSaiba MaisSaiba MaisSaiba Mais...............

Marilena criou o projeto urbanístico.Sujeito: MarilenaSintagma verbal: criouObjeto direto: o projeto urbanístico.

É uma seqüência de palavras que constituem uma unidade; éuma associação de elementos compostos num conjunto, organizadonum todo, funcionando conjuntamente; é a combinação ou a reuniãode vários elementos numa organização numa unidade.

VVVVVocê saocê saocê saocê saocê sabe o que é um sintabe o que é um sintabe o que é um sintabe o que é um sintabe o que é um sintagma?gma?gma?gma?gma?

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

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Observe que todas as categorias gramaticais dos elementosconstituintes da sentença serão representados na estrutura –P (período)através das projeções das propriedades do item, descritas no léxico. Os itenslexicais classificam-se em diferentes categorias gramaticais, dependendo desua distribuição na sentença. As categorias gramaticais ou lexicais são nome(N), verbo (V), adjetivo(A), preposição(P) e advérbio(Adv), que por sua vezagrupam-se em categorias frasais ou sintagmáticas que determinam osdiferentes níveis da estruturação da sentença. Todas essas categorias

sintagmáticas têm como núcleo uma categoria lexical e são projeções do núcleo. Assim,um sintagma nominal (SN) é a projeção de N, um sintagma verbal (SV) é projeção de V, umsintagma adjetival (SA) é projeção de A, um sintagma preposicional (SP) é projeção de P eum sintagma adverbial (S Adv) é projeção de Adv.

Vamos trocar tudo isso em miúdos?

O sintagma nominal (SN) constitui–se obrigatoriamente de um núcleo (N). O Npode ser acompanhado de complementos e de modificadores. O complemento é parteintegrante do conteúdo sintático-semântico do item lexical. O complemento de um N é semum SP. Observe o exemplo Necessito de dinheiro. Observe os constituintes desse SNrepresentados no diagrama a seguir:

Os modificadores, ao contrário dos complementos, não fazem parte da estruturalexical de núcleo do sintagama, pois eles acrescentam informações que especificam,restringem ou explicam o N. São, portanto, elementos opcionais distinguindo-se, assim,dos complementos. Os modificadores de N funcionam como determinantes (Det ou D):artigos e demonstrativos e como adjuntos: adjetivos, sintagmas preposicionais e sentençasrelativas. Observe:

N

Necessidade

SNSNSNSNSN

SPSPSPSPSP

de dinheiro

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Este

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vestido

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azul

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Page 58: 01 estudos linguisticos

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O sintagma verbal (SV) tem, obrigatoriamente, um V no núcleo. Os verbos podem tercomplementos e modificadores. Observe os exemplos abaixo:

Nestes exemplos os verbos têm o seu sentido completado por um SN, SP e Srespectivamente. Mas o SV também pode incluir modificadores que são opcionais e têm afunção de especificar ou de adjunto. Os especificadores são os verbos auxiliares ter e estarque expressam os aspectos (ASP) perfectivo e progressivo, respectivamente (PASSOS,2004, p.17). Vamos ao exemplo:

123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567

Compare com o exemplo a seguir:

1234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890

Observe que os SVs está estudando, choveu muito e trabalhou intensamente nafazenda têm como núcleo os verbos: estudar, chover e trabalhar e como modificadores ossintagmas está, muito, intensamente, na fazenda.

Os sintagmas adjetival (AS), preposicional (SP) e adverbial (S Adv), do mesmomodo que SV e SN são constituídos de um núcleo obrigatório, ou seja, um A, um P, e umAdv, respectivamente. Modificadores e complementos podem também ocorrer comoconstituintes desses sintagmas. Os modificadores são constituintes opcionais e oscomplementos obrigatórios, conforme vimos anteriormente. Vamos aos exemplos?

comprou um carro gostou da maçã disse que iria

S VS VS VS VS V

VVVVV SNSNSNSNSN

comprou um carro

S VS VS VS VS V

VVVVV S PS PS PS PS P

gostou da maçã

S VS VS VS VS V

VVVVV SSSSS

disse que iria

S VS VS VS VS V

VVVVVA S PA S PA S PA S PA S P A S PA S PA S PA S PA S P VVVVV

S VS VS VS VS VS AdvS AdvS AdvS AdvS Adv

AdvAdvAdvAdvAdv

está estudando choveu muito

está estudando choveu muito

S VS VS VS VS V

A S PA S PA S PA S PA S P S AdvS AdvS AdvS AdvS Adv

AdvAdvAdvAdvAdv

S PS PS PS PS P

trabalhou intensamente na fazenda

trabalhou intensamente na fazenda

Page 59: 01 estudos linguisticos

58

Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Observe que o AS tem como núcleo o A (orgulhoso), como modificador-determinanteo intensificador (muito) e como complemento o SP (do seu trabalho).

Por outro lado, atente para o exemplo seguinte: bem fora de propósito . Temos aí umSP. Vamos à representação.

123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123412345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212341234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234

Vamos analisar agora um exemplo de S Adv.

123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012

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DetDetDetDetDet

SASASASASA

A SPSPSPSPSP

muito orgulhoso do seu trabalho

muito orgulhoso do seu trabalho

SPSPSPSPSP

DetDetDetDetDet PPPPP SNSNSNSNSN

bem fora de propósito

bem fora de propósito

SPSPSPSPSP

S AdvS AdvS AdvS AdvS Adv

AdvAdvAdvAdvAdv

prejudicialmente à saúde

prejudicialmente saúde

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E então, já está craque na análise dos sintagmas? Posso deixar por sua conta aanálise dos próximos exemplos? (Para ser feito em sala)

1) O meu amigo estuda alemão.2) O meu amigo que veio de Caetité estuda alemão.3) O rapaz presenciou o acidente.4) O rapaz que trabalha na secretaria presenciou o acidente.5) Aquele rapaz estrangeiro presenciou o acidente.6) O porteiro está doente.

a. Tente analisar estas frases, destacando os SNs e destacando os seus elementos constituintes.

b. Organize em forma de diagrama.

[ ]Agora é hora de

TRABALHAR

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Ai, palavras, ai, palavras,que estranha potência a vossa!

Todo o sentido da vidaprincipia à vossa porta;o mel do amor cristaliza

seu perfume em vossa rosa;sois o sonho e sois a audácia,

calúnia, fúria, derrota...

Cecília Meireles

A Semântica se ocupa do significado. Mas o que é significado? Este é um conceitobastante amplo. Para Dubois (1978, p.527) “,é um meio de representação do sentido dosenunciados. A teoria semântica deve explicar as regras gerais que condicionam ainterpretação semântica dos significados”

O homem sempre se preocupou com a origem das línguas e com a relação entre aspalavras e as coisas que elas significam, se há uma ligação natural entre os nomes e ascoisas nomeadas ou se essa associação é mero resultado de convenção. Nesse estudoconsideram-se também as mudanças de sentido, a escolha de novas expressões, onascimento e morte das locuções. Observe a charge abaixo: qual o significado da palavrapacote? E econômico?

SEMÂNTICA

As formas lingüísticas são símbolos e valem pelo que significam. Como vimosanteriormente, são ruídos bucais, mas ruídos significantes. É a constante referência mentalde uma forma a determinado significado que a eleva a “componente” de uma língua. Não hánenhuma relação entre o semantema (ou lexema ou morfema lexical – unidade léxica,que compõe o léxico), conforme vimos na definição de significante e significado.

tira da charge dos juros

A Semântica e o Léxico. A Lexicologia e o Dicionário

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O que estuda a Semântica?

Dentre as várias possibilidades de estudo do significado, uma delas se concentraem estudar a relação que existe entre as expressões lingüísticas e o que existe no mundo.Este será o foco de nosso estudo:

1 Ambigüidade é a propriedade de certas frases que apresentam vários sentidos.Pode ser do léxico, quando certos morfemas lexicais têm vários sentidos. Observe a frase:

Ele estava em minha companhia a palavra companhia indica a de umapessoa ou uma empresa?

A ambigüidade também pode se originar do fato da frase ter uma estrutura sintáticasuscetível de várias interpretações. Assim, na frase a seguir há duas interpretações:

O diretor julga as crianças culpadasa) O diretor julga que as crianças são culpadasb) O diretor julga as crianças que são culpadas

Do mesmo modo, a frase a seguir é sintaticamente ambígua, podendo correspondera duas interpretações:

Eles se olham num espelho (um ao outro Ou cada um a si mesmo, num espelho ?)

2 A semântica também estuda a sinonímia, sob suas perspectivas:

Família de palavras, ou seja, são palavras que mantêm relações de sinonímia eque representam basicamente uma mesma idéia. A exemplo de:

-casa, moradia, lar, abrigo-residência, sobrado, apartamento, cabana

Todas essas palavras representam a mesma idéia: lugar onde se mora. Logo, trata-se de uma família de idéias.

Observe outros exemplos:Revista, jornal, biblioteca, livro.Casaco, paletó, roupa, blusa, camisa, jaqueta.Serra, rio, montanha, lago, ilha, riacho, planalto.Telefonista, motorista, costureira, escriturário, professor.

Outra possibilidade de sinonímia também pode ser estabelecida através darelação que se estabelece entre duas palavras ou mais que apresentam significados iguaisou semelhantes. A exemplo de cômico – engraçado; débil - fraco, frágil; distante - afastado,remoto

Antonímia é a relação que se estabelece entre duas palavras ou mais queapresentam significados diferentes, contrários - ANTÔNIMOS. Como exemplo:

- economizar - gastar- bem - mal- bom - mau

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Homonímia é a relação entre duas ou mais palavras que, apesarde possuírem significados diferentes, possuem a mesma estrutura fonológica– são os HOMÔNIMOS. Estas podem ser:

Homógrafas heterofônicas (ou homógrafas): são as palavrasiguais na escrita e diferentes na pronúncia.Ex.: gosto (substantivo) - gosto (1ª pess.sing. pres. ind. - verbo gostar)Conserto (substantivo) - conserto (1ª pess.sing. pres. ind. - verbo consertar)

Homófonas heterográficas (ou homófonas): são as palavras iguais na pronúnciae diferentes na escrita.Ex.: cela (substantivo) - sela (verbo)Cessão (substantivo) - sessão (substantivo)Cerrar (verbo) - serrar (verbo)

Homófonas homográficas (ou homônimos perfeitos): são as palavras iguaisna pronúncia e na escrita.Ex.: cura (verbo) - cura (substantivo)Verão (verbo) - verão (substantivo)Cedo (verbo ) - cedo (advérbio)

A quantidade de palavras com estas características em nossa Língua é infindável,com certeza você deve conhecer diversas...

Paronímia é a relação que se estabelece entre duas ou mais palavras quepossuem significados diferentes, mas são muito parecidas na pronúncia e na escrita -PARÔNIMOS.

Observe alguns exemplos:Cavaleiro - cavalheiroAbsolver - absorverComprimento - cumprimento

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Polissemia é a propriedade que uma mesma palavra tem de apresentar váriossignificados. Perini, em sua Gramática Descritiva do Português, descreve a polissemiacomo uma propriedade essencial à sobrevivência de uma língua. Ele nos diz que “apolissemia é uma propriedade fundamental das línguas humanas, que sem ela não poderiamfuncionar eficientemente. Seria impraticável dar um nome separado a cada “coisa”, incluindoaquelas que nunca vimos. Ao nos depararmos com um objeto nunca visto antes - digamosum novo modelo de bicicleta - ficaríamos sem recursos para denominá-lo. Mas não é assimque a linguagem e a mente trabalham. Ao encontrar um objeto novo, tentamos imediatamente“reconhecê-lo”, encaixando-o em alguma categoria já existente na memória (e na língua)..”(p. 252).

Observe os exemplos abaixo:

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Ele ocupa um alto posto na empresa.Abasteci o carro no posto da esquina.

Os convites eram de graça.Os fiéis agradecem a graça recebida.

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Traçamos um panorama geral do estudo da semântica. Naturalmente, muito aindahá por descobrir. Agora é com você... Pesquise, leia, descubra, passe o conhecimentoadiante...

LEXICOLOGIA

Lexicologia, segundo o Dicionário Universal da Língua Portuguesa é o estudoda etimologia das palavras, dos elementos que as compõem e das suas diversas acepções.

A fim de ficar ainda mais claro, a etimologia estuda a origem e a formação daspalavras. O estudo da origem e desenvolvimento das palavras teve início com a especulaçãode certos filósofos do quinto século antes de Cristo. Eles sabiam distinguir o estudo daorigem das palavras, etimologia propriamente dita e o estudo do que elas representammais ou menos o que é hoje a semântica.

O próprio nome “etimologia” refere-se a uma transcrição latina de uma das formasdo vocábulo grego “etmos”, significando “verdadeiro” ou “real”. Esse conceito nos leva a umoutro termo – o dicionário, ou seja, conjunto dos vocábulos de uma língua ou dos termospróprios de uma ciência ou arte, dispostos por ordem alfabética e com a respectivasignificação ou a sua versão noutra língua..

Vamos conhecer um pouco mais sobre a origem do dicionário?

Os dicionários existem desde os tempos antigos. Os gregos e romanos já recorriama eles para solucionar dúvidas e esclarecer termos e conceitos. Esses primeiros dicionáriosnão eram organizados alfabeticamente. Apenas reuniam definições de conteúdos lingüísticosou literários. Só no final da Idade Média foi que começaram a aparecer dicionários eglossários organizados alfabeticamente. Quando as glosas desses manuscritos latinosficaram muito numerosas, os monges passaram a ordená-las alfabeticamente para facilitarsua localização. Nasceu aí uma primeira tentativa de dicionário bilíngüe latim-vernáculo. Ainvenção da imprensa, no século XV, deu novo impulso à difusão e ao uso dos dicionários.

Tipos de dicionário

Há diferentes tipos de dicionário. Entre os mais comuns destacam-se:

dicionários gerais da língua: em versão extensa ou adaptada a usos escolares. Contêm um grande número de palavras, definidas em suas várias acepções ou significados. dicionários etimológicos: trazem a origem de cada palavra, sua formação e evolução. dicionários de sinônimos e antônimos: definem o significado das palavras,

Depois de falarmos sobre Semântica, nada melhor doque ampliarmos os nossos horizontes com o estudo daLexicologia. O termo pode lhe parecer novo, mas o seusignificado é bastante conhecido. Vamos a ele...

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

apresentando as que são equivalentes ou afins –palavras sinônimas – e as designificados opostos – palavras antônimas. dicionários analógicos: reúnem as palavras por campos semânticos,ou por analogia a uma idéia. Não costumam ser organizados por ordemalfabética. dicionários temáticos:reúnem o vocabulário específico de determinadaciência, arte ou atividade técnica: Dicionário de Comunicação, de Astronomiae Astronáutica, de Lingüística.

dicionários de abreviaturas: muito úteis, facilitam a comunicação, principalmente nesta época repleta de abreviaturas e siglas. dicionários bilíngües ou plurilíngües: explicam o significado dos vocábulos estrangeiros e sua correspondência com os vocábulos nativos. há outros tipos de dicionário, que atendem às mais diversas finalidades: de dúvidas e dificuldades de uma língua, de frases feitas, de provérbios.

Como os dicionários estão organizados?12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234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123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234123456789012345678901234

Remissões:em algumas palavras aparece ao final um V, abreviatura de Ver Também,que remete o leitor a outra palavra do dicionário.

Etimologia: origem da palavra vem normalmente entre parênteses.

Significados especiais:

são aqueles relativos às linguagens específicas.

Verbete:conjunto de informações, acepções e exemplos que dizem respeito aum vocábulo.

Acepções:

cada palavra tem vários ou diferentes significados, as chamadasacepções. Elas especificam-se conforme a ordem escolhida em cadadicionário: a partir das acepções mais antigas ou por sua importânciae uso mais freqüente. Pequenos números separam os diversossignificados.

Categoria gramaticalou morfologia:

aparece sempre abreviada.

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Desnecessário falar da importância do dicionário. Todos nós, em algum momentode nossas vidas, fizemos uso de um dicionário ou indicamos a alguém que usasse umdicionário. Suas principais funções são:

definir o significado das palavras e sua representação ortográfica; informar a etimologia das palavras, explicando a sua origem; informar a categoria gramatical da palavra (substantivo, verbo, pronome, etc.) e outros aspectos gramaticais (gênero, número); auxiliar, como instrumento de estudo de uma língua estrangeira; ajudar a uniformizar e manter a unidade da língua.

Para finalizar, deixemos um trecho de Adriana Falcão autora do “ Pequeno Dicionáriode Palavras ao Vento....

As gramáticas classificam as palavras em substantivo,adjetivo, verbo, advérbio, conjunção, pronome, numeral, artigoe preposição. Os poetas classificam as palavras pela almaporque gostam de brincar com elas e para brincar com elas épreciso ter intimidade primeiro. É a alma da palavra que define,explica, ofende ou elogia, se coloca entre o significante e osignificado para dizer o que quer, dar sentimento às coisas,fazer sentido.

Escreva nos quadros o nome dos elementos estruturais destacados nas palavrasabaixo:

ComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresComplementaresAtividadesAtividadesAtividadesAtividadesAtividades

11111.....

INUTILMENTE

123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456IN UTIL MENTE

12345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345671234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456712345678901234567890123456789012123456789012345678901234567890121234567890123456789012345671234567890123456789012345678901212345678901234567890123456789012123456789012345678901234567

GAROTINHAS

GAROT INH A S

123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456123456789012345678901234567890121234567890123456789012345678901212345678901234567890123456

VOLTAREMOS

VOLT A RE MOS

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

Leia atentamente o texto abaixo:

Desafinado

Se você disser que eu desafino, amorSaiba que isso em mim provoca imensa dorSó privilegiados têm ouvido igual ao seuEu possuo apenas o que Deus me deuSe você insiste em classificarMeu comportamento de antimusicalEu mesmo mentindo devo argumentarQue isto é bossa novaIsto é muito naturalO que você não sabe nem sequer pressenteÉ que os desafinados também têm um coraçãoFotografei você na minha RolleyflexRevelou-se a sua enorme ingratidão

a) Identifique três sintagmas verbais (SV)

2.2.2.2.2.

(Tom Jobim/Newton Mendonça)

b) Identifique três sintagmas nominais (SN)

Explique a ambigüidade presente no texto abaixo. Como poderia ser reescrito a fimde eliminá-la?

O casal que mora em frente...

À noite, enquanto o marido lê o jornal, a esposa comenta:- Você já percebeu como vive o casal que mora aí em frente?Parecem dois namorados! Todos os dias, quando chega em casa ele traz

flores para ela, abraça-a e os dois ficam se beijando apaixonadamente. Por quevocê não faz o mesmo?

- Mas querida, eu mal conheço essa mulher!

3.3.3.3.3.

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Queridos Alunos,

Estamos chegando ao fim de mais uma disciplina e como sempre, nessa etapa,chega também a avaliação. Este é o melhor momento para pensarmos em um trecho damúsica de Beto Guedes, na qual encontramos uma passagem de grande profundidade esabedoria: “A lição sabemos de cor, só nos resta aprender.” Será que aprendemos?Naturalmente, essa resposta será dada não agora, mas ao longo do nosso curso.

Espero que você tenha aproveitado as aulas, utilizado o Fórum para tirar as dúvidase conversar sobre os temas pertinentes ao curso, pois através destes momentos é queconstruímos a verdadeira aprendizagem.

Sucesso em seus estudos!

AtividadeAtividadeAtividadeAtividadeAtividade

OrientadaOrientadaOrientadaOrientadaOrientada

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 11111Leia atentamente o artigo de John Robert Schmitz, publicado na revista SUPER, em

março de 2005.

Vou estar defendendo o uso do gerúndio

“A gerência vai estar transferindo 3 mil reais de sua conta.” Quem falar ou escreveruma frase assim atualmente corre o risco de ser ridicularizado. Culpa do gerúndio (e de suajunção com os verbos ir e estar), tachado de “assassino” do idioma por alguns gramáticose formadores de opinião da mídia. Esse gerúndio é vítima da irritação dos usuários comseus maiores divulgadores, os operadores de telemarketing, que nos obrigam a sofrer parater acesso telefônico a serviços de empresas. Mas será que o equívoco nesse processo éjustamente o uso do gerúndio? Seria o gerúndio um erro gramatical da mesma ordem defalhas como “eu dispor” em vez de “se eu dispuser” ou “interviu” em vez de “interveio”. Eafinal de contas, o que é que o gerúndio está “assassinando”?

Para desprestigiá-lo, um observador afirmou que o gerúndio é uma firuladesnecessária, um drible a mais na comunicação. Dizem, por exemplo, que “estar cuidando”tem o mesmo sentido que “cuidar”. Mas todos nós temos o direito de usar ou não usar certapalavra, expressão ou locução. Qualquer idioma serve às intenções comunicativas dos seusfalantes. Um determinado usuário pode dizer “vamos estar cuidando do seu caso” quandotem interesse em expressar continuidade, cordialidade ou polidez ao passo que outro falante

“Querem colocar o idioma numa redoma e nãoreconhecer que ele muda ao longo do tempo”

Por John Robert Schmitz*

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

pode desejar ir direto ao ponto, recorrendo à forma simples: “Vamos cuidardo seu caso” - que caracteriza um tratamento mais descomprometido ou “seco”.

Outros falantes alegam que “vai estar transferindo” significa querepetidas transferências de dinheiro serão feitas pela agência bancária. Éuma interpretação pessoal, que nada tem a ver com as regras da gramática.Além disso, qualquer cliente sabe que os bancos cuidam bem de suas contase nunca vão esbanjar dinheiro fazendo transferências à toa. Ainda maislevando-se em conta a voracidade da CPMF.

A campanha contra o gerúndio, creio, é fruto de preconceito lingüístico semembasamento numa pesquisa de campo entre os diferentes tipos de usuários de portuguêsem diferentes contextos. Pergunto por que os desafetos do gerúndio condenam a frase “Elevai estar chegando na parte da tarde” quando os mesmos aceitam tranqüilamente a presençados verbos modais: “Ele pode estar chegando, ele deve estar chegando, ele tem de estarchegando na parte da tarde”?

Subjacente à polêmica em torno da campanha de “cassação” do gerúndio, existeuma vontade geral de colocar o idioma numa redoma e não reconhecer que ele muda aolongo do tempo. O português da época de José de Alencar é diferente do portuguêscontemporâneo. Todas as línguas vivas inovam graças à criatividade dos seus usuários.Alguns críticos, com o intuito de proteger e manter o idioma estável, implicam com novosverbos, como “disponibilizar”, novos substantivos como “descatracalização”, novos adjetivoscomo “imexível” e “descuecado” ou até com estrangeirismos (sem equivalentes emportuguês) como “dumping” e “ombudsman”.

Para tentar banir o gerúndio do idioma, alguns observadores questionam ascredenciais do mesmo e sugerem que ir+estar+verbo no gerúndio é resultado da invasãosintática do inglês. Essa crença não procede porque, em primeiro lugar, os falantes emquestão nem sempre dominam o inglês o suficiente para o idioma estrangeiro interferir noportuguês. Em segundo lugar, o português brasileiro apresenta uma variedade de gerúndios— e o inglês não. Alguns exemplos: “Olha, está querendo chover!”, “Não estou podendo tirarférias agora”. Cabe observar também que os idiomas francês e alemão não têm gerúndios.É a presença no idioma de uma sentença como: “O plantonista está atendendo amanhã naparte da tarde” que serve como “ponte” para a realização de: “O plantonista vai estaratendendo amanhã na parte da tarde”. Na verdade, ao lado de formações como o infinitivoconjugado (“para comprarmos”), a mesóclise (“dir-se-á”) e o futuro do subjuntivo (“se eleder”), a presença de gerúndios contribui para diferenciar o português de todas as outraslínguas. É como Zeca Pagodinho e caipirinha: só o Brasil tem.

*Nasceu nos Estados Unidos e tem 69 anos - 35 deles vividos no Brasil. É integrante,e ex-chefe, do Departamento de Lingüística Aplicada da Universidade Estadual de Campinas(Unicamp)

Fonte: Superinteressante, publicado na edição 211 - 03/2005.

SCHMITZ, John Robert. Disponível em: http://www.forummotorhome.com.br/lofiversion/index.php/t177.html. Acesso em:17 mar. 2006.

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Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 22222

Após ler o texto e refletir sobre o seu conteúdo, você deverá:

a) Organizar, juntamente com o grupo, um júri simulado para debater sobre ogerundismo, apresentando os dois pontos de vista: um a favor e um contra. Lembre-se deque, para um júri simulado, são necessários os seguintes membros:

· Juízes;· Advogados de defesa;· Advogados de acusação;· Corpo de jurados;· Testemunhas;· Platéia interativa.

b) Elaborar um quadro comparativo no qual estejam registrados os posicionamentos(a favor e contra) e o veredicto.

Agora que você já conhece um pouco mais sobre a diversidade lingüística que podese manifestar através das variações diatópicas (ou geográficas), diastráticas (ou sociais),diafásicas (ou estilísticas), chegou a hora de praticar...

a) Organize-se em grupos, realize o sorteio do tipo de variação a ser trabalhadapelo grupo, de acordo com a orientação do tutor.

b) Construam uma situação de comunicação em forma de história emquadrinhos na qual vocês possam ilustrar, através de diálogos, o tipo de variaçãosorteada pelo grupo.

Obs.: E não se preocupem, pois, caso não tenham habilidades para desenhar, vocêspoderão utilizar personagens de histórias já existentes, recriando suas falas pararetratar o tipo de variação a ser trabalhada.

c) Em seguida, cada grupo deverá apresentar o material preparado em formade história em quadrinhos para ilustrar o tipo de variação sorteado por cada equipe.

d) Após as apresentações, toda a turma comentará sobre o materialapresentado, refletindo acerca dos aspectos observados a respeito da diversidadelingüística, sempre tomando como referência os estudos feitos em relação a estetema durante todo o curso.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

A partir de todas as experiências – aulas, leituras, debates – elaboreum texto dissertativo, discutindo a relevância da disciplina Lingüística paraprática docente.

Atenção: não esqueça de seguir as normas da ABNT.

Nunca esqueça:

NÃO ESTUDE APENAS PELA NOTA, MAS PARA SER O MELHOR!

Etapa Etapa Etapa Etapa Etapa 33333

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GlossárioGlossárioGlossárioGlossárioGlossário

AFASIA – é um termo ligado à área neurológica. Indica a perda do poder deexpressão pela fala, pela escrita ou pela sinalização, ou da capacidade de compreensãoda palavra escrita ou falada, por lesão cerebral, e sem alteração dos órgãos vocais. Aqueleque sofre desse mal, sabe o que deseja expressar, mas não consegue pronunciar as palavraspela incapacidade de coordenar os músculos, por lesão cerebral.

DIACRONIA – estudo de uma língua ao longo do tempo, ou seja, processo atravésdo qual se estuda a evolução da língua.

DIALETO - variedade de uma língua associada a grupos que não contam comprestígio social; também conhecido por linguajar.

DICOTOMIA - modalidade de classificação em que cada uma das divisões esubdivisões contém apenas dois termos (Houaiss -Uol)

DIGLOSIA - a existência de dois ou mais códigos distintos, em uma sociedade,cada qual com funções claramente diversas, determinadas pela estratificação social, masem que apenas um deles goza de prestígio.

ESTRUTURALISMO - posição inovadora dos estudos lingüísticos da primeirametade do século XX, que considerava a língua como um sistema estruturado por relaçõesformais e não evidentes para a consciência do falante e, que, metodologicamente,preconizavam a observação do maior número de fatos, de modo a fundamentar proposiçõesque, pela generalização rigorosa, viabilizassem a descoberta da estrutura (AURÉLIO).

FUNCIONALISMO - corrente lingüística que busca a explicação dos fenômenosgramaticais por intermédio de funções comunicativas e pragmáticas.

GERATIVISMO - Teoria lingüística que procura estabelecer, com base em princípiosuniversais, um modelo geral de gramática, do qual derivariam as gramáticas de cada línguaem particular; gramática gerativo-transformacional, gramática transformacional.

GRAMÁTICA - A arte de falar e de escrever bem em uma língua. Estudo ou tratadoque expõe as regras da língua-padrão. Obra em que se expõem essas regras. Exemplarde uma dessas obras. (AURÈLIO) Mas também é o conhecimento internalizado dos princípiose regras de uma língua particular.

GRAMÁTICA UNIVERSAL - conjunto de princípios que restringe a forma e ofuncionamento de qualquer gramática. De acordo com Chomsky, cada indivíduo já nascecom este conhecimento.

IDIOLETO - fala de um indivíduo na qual é analisado o conjunto de elementoslingüísticos que o identifica como participante de uma comunidade.

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Introdução aosEstudos

Lingüísticos

LEXEMA - unidade no léxico de uma língua; item lexical; palavra

LÍNGUA - Sistema de signos [ v. signo (4) ] que permite a comunicação entre os indivíduos de uma comunidade lingüística.

MORFEMA - Elemento lingüístico mínimo que tem significado.

PRAGMATISMO - Doutrina de Charles Sandres Peirce (1839-1844), cuja tese fundamental é que a verdade de uma doutrina consiste no fato de que elaseja útil e propicie alguma espécie de êxito ou satisfação. Desse modo, afirma que o conceitoque temos de um objeto nada mais é que a soma dos conceitos de todos os efeitosconcebíveis como decorrentes das implicações práticas que podemos conceber para oreferido objeto.

PROSÓDIA – estudo da variação na altura, intensidade, tom, duração e ritmo dafala. Também se ocupa do estudo da pronúncia correta das palavras.

SIGNO - unidade lingüística que tem significante e significado - signolingüístico.Segundo Saussure “é a imagem acústica de um signo lingüístico; não é a palavrafalada (ou seja, o som material), mas a impressão psíquica desse som”. No uso correnteeste termo é utilizado para designar a palavra.

SINCRONIA – estudo da língua em um determinado momento do tempo, ou seja,considera-se não toda a evolução, mas um determinado período. Exemplo: odesenvolvimento da língua no século XX.

SINTAGMA – toda combinação na cadeia da fala (Saussure), ou seja, o resultado dacombinação de um determinante e de um determinado numa unidade lingüísticahierarquicamente mais alta, que pode ser uma palavra, um termo da oração ou uma oração.

SINTAXE – parte da gramática que descreve as regras pelas quais combinam asunidades significativas em frases(Dubois) e também da relação lógica entre as frases. Muitasvezes a sintaxe é confundida com a própria gramática.

SOCIOLINGÜÍSTICA - conjunto de estudos lingüísticos, antropológicos e sociológicosque tratam dos aspectos sociais do uso da língua, especialmente das variações lingüísticasque se dão no interior de um grupo, conforme as diferentes posições, funções oucircunstâncias dos indivíduos ou dos subgrupos de que estes fazem parte.

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Lingüísticos

FTC - EaDFaculdade de Tecnologia e Ciências - Educação a Distância

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