7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
1/28
Captulo 15
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
2/28
Rodrigo de Castro Albuquerque * Hugo Henriques Alvim
Po pr-brdo lo
d prhmto
Arestaurao de dentes tratados endodonticamente causa discusses entre
clnicos e pesquisadores e caracteriza-se pela alta de um protocolo clnico
padronizado. Atualmente, a Odontologia tem se preocupado em denir quala tcnica mais indicada para a restaurao dos dentes despolpados. Tais elementos merecem
um cuidado especial devido sua menor resistncia mecnica quando comparados a dentes
com vitalidade pulpar. Dentes tratados endodonticamente tornam-se enraquecidos devido
perda de estrutura dentria, principalmente de dentina, decorrente de raturas coronrias, le-
ses cariosas, eroso, abrao e tratamento endodntico1. A preservao de maior volume de
dentina, tecido altamente resiliente e que conere resistncia elstica ao elemento dental, deve
ser objetivo de todo tratamento.
Ncleos metlicos undidos representam uma orma de reconstruo bastante utilizada e que
apresenta vantagens, tais como grande experincia clnica, boa adaptao e elevada rigidez2.
Sua principal desvantagem o desgaste acentuado de estrutura sadia, que gera uma dimi-
nuio da resistncia do dente. A reconstruo coronria atravs de ncleo de preenchimento
associado a pinos intrarradiculares constitui uma alternativa aos ncleos undidos, tendo como
principal vantagem a preservao deste remanescente.
A utilizao de sistemas de pinos intrarradiculares associados a ncleos de preenchimento na
restaurao de dentes submetidos a tratamento endodntico ator que ainda gera discusses.
Aos pinos intrarradiculares so atribudas duas principais indicaes. A primeira, aceita de orma
universal, proporcionar reteno ao material restaurador empregado no preenchimento. A
segunda indicao est relacionada ao reoro da estrutura dentria remanescente, sendo causa
de controvrsias e objeto de vrias pesquisas3,4,5,6.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
3/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15393
Estudos tm apresentado resultados controversos em relao aos benecios proporcionados
pelo emprego dos pinos intrarradiculares, sendo encontrados resultados nos quais os pinos
aumentam, no intererem ou at mesmo diminuem a resistncia das estruturas dentrias re-manescentes7,8,9,10,11,12. Questionamentos sobre o comprimento, o material, o ormato, a tcnica
de cimentao do pino, assim como qual o melhor material de preenchimento tambm no
oram respondidos ainda.
O mercado odontolgico disponibiliza para os cirurgies-dentistas vrios sistemas de pinos intrar-
radiculares pr-abricados, assim como diversos cimentos e materiais de reconstruo coronria.
A combinao adequada destes materiais possibilita ao prossional realizar restauraes com des-
gaste mnimo de estrutura dentria e sucesso clnico. Este captulo tem por objetivo apresentar ao
prossional os sistemas de pinos intrarradiculares disponveis, assim como cimentos e materiais dereconstruo, salientando as tcnicas e os aspectos clnicos reerentes sua utilizao.
Dentes trataDos enDoDonticamente
A literatura tem descrito que um dente tratado endodonticamente merece um cuidado espe-
cial em sua restaurao. Um dente despolpado enraquece devido a uma alterao biomec-
nica, pois ele soreu uma modicao em sua arquitetura e morologia, tornando-se mais rgil
devido perda de estrutura dental por cries, raturas, preparao cavitria, alm de acesso e
instrumentao do canal radicular6.
Por muitos anos, acreditou-se que a perda da vitalidade pulpar levasse a uma diminuio da umidade
dentinria, resultando na alterao da resilincia do dente, tornando-o mais susceptvel a raturas13.
Autores, como Rosen14, descreveram a dentina destes dentes como ressecada e no elstica, o que
os tornaria mais riveis. Essa armativa questionvel, pois trabalhos como o de Heler15 mostraram
que um dente despolpado perde apenas cerca de 9% de sua umidade quando comparado a um
dente polpado, sendo estes trabalhos executados em dentes de ces. Reeh et al.16 salientaram que o
tratamento endodntico reduziu a resistncia de um pr-molar em apenas 5%, sendo que a prepara-
o oclusal resultou na diminuio em torno de 20% e uma cavidade MOD reduziu 63% a resistncia
do mesmo grupo de dentes. Sedgley e Messer1 no encontraram dierenas estatisticamente signi-
cativas entre dentes polpados e despolpados em relao resistncia a raturas e ao cisalhamento.
Outro motivo que pode contribuir para a elevao da incidncia de raturas em dentes despolpados
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
4/28
Po pr-brdo lo d prhmto
cap.15394
pode ser justicado por trabalhos como o de Lowenstein e Rathkamp17, os quais sugerem uma perda
do mecanismo de propriocepo, alm da pesquisa de Randow e Glant18, que salienta uma elevao
do limiar de dor nesses dentes, o que poderia provocar um descontrole na presso mastigatriaexercida por pacientes sobre esses elementos dentrios.
Portanto, o mais importante a se levar em considerao na restaurao de dentes despolpados
no o ato de o tratamento endodntico enraquecer o dente, mas sim a quantidade e a quali-
dade da estrutura dental remanescente3,19. undamental a preservao da estrutura dental sadia,
sendo necessrio um cuidado especial na hora de selecionar a conduta restauradora mais ecaz
para o tratamento desses dentes. No passado, pinos intrarradiculares eram considerados obriga-
trios. Hoje em dia, as pesquisas tm nos apresentado resultados controversos em relao aos
benecios proporcionados pelos retentores intrarradiculares
7,8,9,10,11,12,19,20,21,22,23,24,25,26,27,28,29,30,31,32,33
. Oque no se questiona a necessidade de se coneccionar uma restaurao que propicie o restabe-
lecimento das unes desse elemento dental. undamental ter em mente que nenhum material
restaurador substitui o tecido dental com a mesma ecincia, o que nos obriga a selecionar uma
tcnica que seja, alm de tudo, conservadora para a estrutura dental remanescente19.
ncleos metlicos FunDiDos
No h dvidas de que a tcnica mais popular de construo de ncleos para dentes despolpados
tem sido os ncleos metlicos undidos. Vrios pesquisadores como Bex et al.9, Geland et al.34,
Hirscheld e Stern12 e Plasmans et al.27 consideram que essa tcnica preenche melhor os objetivos
a que se destinam, pois estes ncleos so muito resistentes, versteis e permitem uma melhor
adaptao ao canal radicular. No podemos tambm desprezar a larga experincia clnica que se
tem com este mtodo de reconstruo, pois desde o desenvolvimento do processo de undio
por meio de presso pneumtica por Taggart35, em 1907, esses ncleos vm sendo empregados.
Contudo, essa orma de reconstruo apresenta algumas desvantagens, como a necessidade de
maior nmero de sesses clnicas, envolvimento de procedimentos laboratoriais, custo mais eleva-
do e remoo de maior quantidade de estrutura dental, dentre outras. Essa tcnica envolve grande
remoo de tecido dental sadio, pois, para que no se induza uma grande tenso na entrada do
canal radicular, segundo Assi e Gorl8, necessrio que a poro coronria do ncleo abrace a raiz,
envolvendo pelo menos 2mm da margem do remanescente, proporcionando o chamado eeito
rula na tentativa de diminuir a incidncia de ratura radicular.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
5/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15395
Segundo Assiet al.20, esses ncleos metlicos undidos no atendem s necessidades dos
dentes despolpados, pois so eitos com metais que possuem um alto mdulo de elastici-
dade, podendo induzir, portanto, a um elevado ndice de raturas radiculares, como se podeobservar na Figura 01 A,B.
Os ncleos undidos so, e continuaro a ser por muito tempo, uma boa alternativa para a re-
construo dentria. Todavia, no podemos desprezar as inmeras vantagens que o emprego
de pinos pr-abricados na construo de ncleos de preenchimento pode proporcionar, o que
causou a diminuio do uso dos ncleos metlicos undidos.
Fig.01 A,B Incisivo superior raturado devido ao eeito cunhade um ncleo metlico undido.
01A 01B
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
6/28
cap.15396
Po pr-brdo lo d prhmto
ncleos De Preenchimento
Com a evoluo das tcnicas e dos materiais odontolgicos,
novas alternativas na reconstruo morolgica tm surgi-
do. Uma tcnica promissora tem sido proposta atravs dos
ncleos de preenchimento, os quais so denidos como
ncleos coneccionados com materiais restauradores pls-
ticos (amlgama, resina composta ou cimento de ionmero
de vidro), que tm como nalidade reconstituir elementos
dentais que tiveram perda estrutural por crie, tratamento
endodntico ou raturas, podendo estar associados a pinos
intradentinrios, intrarradiculares, ou mesmo, dependen-
do do caso, sem auxlio de pinos19. Essa tcnica apresenta
como vantagens em relao aos ncleos metlicos undi-
dos a preservao de maior quantidade de estrutura dental
sadia, a economia de tempo para o paciente e o prossional,
o baixo custo, a boa resistncia, a dispensa de procedimen-
tos laboratoriais e o melhor resultado esttico quando em-
pregamos principalmente as resinas compostas no preen-
chimento. Nas Figuras 02 e 03,podemos vericar um ncleo
de preenchimento construdo com resina composta, o que
possibilitou um bom resultado esttico ao receber um co-
roa total de porcelana pura.
Talvez o principal benecio proporcionado pela utilizao dos
ncleos de preenchimento seja a conservao de tecido den-
tal sadio, pois, como poderemos vericar melhor no decorrer
deste captulo, o desgaste dental se limita remoo de teci-
do cariado, restauraes antigas, alm do acesso e preparo do
canal radicular para posterior cimentao do pino.
Em muitos casos, pode ser necessria a indicao de uma or-
ma de reteno adicional para o material empregado na re-
construo da morologia dental, ou seja, no preenchimento.
Essa orma de reteno bem solucionada atravs da inser-
o de pinos pr-abricados, que podem ser intradentinrios
ou intrarradiculares. A correta indicao, seleo e emprego
dos pinos pr-abricados, bem como dos materiais restaura-
dores plsticos no preenchimento, so atores imprescind-
veis para o sucesso no emprego deste procedimento.
Fig.02 Primeiro molar inerior com ncleo de preenchi-mento de resina composta.
Fig.03 Coroa de cermica pura cimentada.
02 03
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
7/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15397
Pinos intraDentinrios
Os pinos intradentinrios oram introduzidos em 1958 por Markley36, que indicava a cimentao
destes na dentina previamente coneco de uma restaurao complexa com amlgama que
poderia, inclusive, segundo o autor, posteriormente servir de base para coroas de ouro ou mes-
mo como ncleos retentores de prtese xa.
Esse tipo de pino empregado com sucesso em dentes polpados, mas nos despolpados sua
indicao mais limitada, pois, muitas vezes, a estrutura dental remanescente se encontra
ragilizada pela perda de tecido, o que comum aps o tratamento endodntico11,37. Shillin-
gburg et al.6, armaram que a correta indicao e insero desses retentores depende da
presena de uma dentina slida, e que se deve tomar cuidado para reduzir o risco de invadir
a polpa ou atingir o ligamento periodontal. Caputo e Standlee11 salientaram que estes pi-
nos resistem bem s oras mastigatrias, mas no devem ser indicados para dentes tratados
endodonticamente, sendo este ato corroborado por Dawson37, que armou que, no caso
dentes despolpados, uma reteno intrarradicular preervel, pois ele v grandes evidncias
de que pinos intradentinrios induzem a um alto ndice de microraturas na dentina, devido
alta concentrao de tenso que estes provocam. Portanto, acreditamos que a indicao
destes pinos seja mais oportuna na reconstruo morolgica de dentes polpados, nos quais
a presena de estrutura dental sadia mais concreta. Entretanto, nos casos em que, por um
motivo qualquer, a insero de um pino no canal radicular de dentes sem vitalidade pulpar
no seja vivel, estes pinos podem ser indicados, mas com o cuidado especial na seleo do
local a ser preparado para diminuir os riscos de insucessos.
Atualmente, esto disponveis pinos intradentinrios em bra de vidro para serem cimentados
na dentina. Estes pinos apresentam como vantagem a esttica, pois no necessitam de coran-
tes ou opacicadores para serem mascarados, e a adeso a estrutura dental e aos materiais de
preenchimento, conorme Figuras 04 a 09.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
8/28
cap.15398
Po pr-brdo lo d prhmto
Fig.04 Pinos intradentinrios MICROPIN (Angelus).
Fig.05 Dente 11 com ratura horizontal e grande perda deestrutura, porm, com vitalidade.
Fig.06 Peruraes na dentina utilizando a broca SpiralDrill do kit.
Fig.07 Pinos intradentinrios de fbra de vidro sendo pro-vados antes da cimentao.
Fig.08 Reconstruo morolgica com resina composta. Asmassas de dentina so capazes de mascarar os pinos intra-dentinrios de fbra de vidro, no sendo necessrio o uso decorantes ou opacifcadores.
Fig.09 Aspecto fnal da restaurao, com excelente resulta-do de orma, cor e textura superfcial.
04 05
06 07
08 09
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
9/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15399
Pinos intrarraDiculares
A indicao dos materiais restauradores plsticos na construo de ncleos de preenchimen-
to muitas vezes tem sido eita em associao ao uso de pinos intrarradiculares pr-abricados.
A literatura dene duas unes principais para esses pinos:
1. Propiciar reteno para o material de preenchimento que substituir a estrutura dental sadia;
2. Aumentar a resistncia do dente contra raturas, distribuindo as oras ao longo da raiz (o
que gera controvrsias)4,6,19.
Os trabalhos de Albuquerque et al.19 e Guzy e Nicholls10 avaliaram a resistncia de dentes trata-
dos endodonticamente com ou sem pinos, concluindo que estes no aumentaram a resistncia
dos dentes. Em um estudo clnico, Ross38 no encontrou evidncias para armar que um pino in-
trarradicular realmente reora um dente. Trope et al.32 concluram que a preparao de um canal
para receber um pino enraquece seriamente a raiz, o que no recompensado pela introduo
deste pino. Plasmans et al.27 tambm no encontraram dierena estatstica entre ncleos de
resina composta com e sem pinos e consideram, ainda, que um pino pode ser necessrio para
a reteno da resina composta como material de ncleo, mas pode levar a uma ratura dental
no passvel de ser reparada.
Portanto, podemos concluir que os pinos intrarradiculares no eliminam os riscos de uma ra-
tura radicular. Eles podem, em dentes com a poro coronria debilitada, reorar esta regio,
conduzindo parte das tenses recebidas pela coroa s razes destes, diminuindo os riscos de
uma ratura coronria. Christian et al.39 encontraram um aumento de cerca de 15% na resistncia
de coroas debilitadas aps a colocao de um pino intrarradicular, sendo que Kern et al.40 conse-
guiram uma elevao de 48% na resistncia s oras laterais nesta poro coronria.
Por tudo isto, a indicao de um pino intrarradicular deve ser eita com critrio, pois temos que
analisar a necessidade ou no de sua colocao, por haver riscos envolvidos no preparo de um
canal para receber esse pino.
Pinos intrarraDiculares em Dentes anteriores
Outro ator que devemos igualmente levar em conta a localizao do dente no arco dentrio.
Nos dentes anteriores, incisivos ou caninos, as oras que incidem nas suas coroas so, predomi-
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
10/28
Po pr-brdo lo d prhmto
cap.15400
nantemente, de cisalhamento3,8,41. Como j oi comentado anteriormente, apesar de uma srie
de trabalhos mostrarem que pinos intrarradiculares no reoram esses dentes contra raturas, a
indicao de um pino nessa regio mais requente devido menor presena de estrutura dental,
quando comparados aos dentes posteriores, alm de possurem um volume menor de cmara
pulpar, que uma importante estrutura capaz de ornecer reteno ao material de preenchimen-
to. Na maioria dos casos, somente poderemos ter certeza da necessidade ou no da colocao do
pino aps termos removido todo o tecido cariado ou as restauraes antigas, para ento analisar-
mos a quantidade e a qualidade do remanescente dental, com o intuito de determinar se haver
ou no a necessidade de prover reteno adicional para o material de preenchimento e reoro
para a poro coronria deste elemento dental. Outro ator primordial a ser levado em considera-
o o tipo de restaurao que esse dente receber. Em muitos casos, nos quais se tem um bom
remanescente coronrio, a simples restaurao com resina composta restaura satisatoriamente.
Entretanto, se indicarmos uma aceta esttica ou uma coroa total, haver a necessidade de remo-
o de estrutura dental adicional, o que enraquecer mais ainda esse dente, nos levando a indicar
uma reteno intrarradicular na busca de prover sustentao ao material restaurador.
Pinos intrarraDiculares em Dentes Posteriores
Nos dentes posteriores, os critrios na prescrio de pinos so mais claros. Segundo Summitt 41,
as cargas que incidem sobre os molares so, na maioria das vezes, de compresso. Como nesses
elementos dentrios h mais estrutura dental disponvel, a indicao desses pinos menos re-
quente, inclusive quando da coneco posterior de restauraes indiretas, devido presena
de maior volume de cmara pulpar nestes dentes em relao aos anteriores. No caso de ser ne-
cessria a insero do pino, na maioria das vezes um nico pino j seria o bastante. Em molares
superiores, tambm possvel colocar um pino no canal palatino e, em molares ineriores, no
conduto distal, por serem estes mais amplos e de mais cil acesso.
Sorensen30 sempre indica esses pinos quando o dente a ser restaurado servir de apoio para uma
prtese parcial removvel, devido ao tipo de carga que a PPR gera nesse elemento dental. Em pr-
molares, um pouco mais polmico o critrio utilizado para se indicar ou no um pino. Nesses
dentes, o tipo de carga que incide tanto de compresso como de cisalhamento. Ele possui um
colo cervical muito estreito em relao coroa clnica, alm de uma cmara pulpar pouco ampla, o
que torna a necessidade de se colocar pinos intrarradiculares mais requente do que em molares 41.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
11/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15401
classiFicao Dos Pinos Pr-FabricaDos
Hoje em dia, encontramos disponveis uma grande variedade de pinos intrarradiculares pr-
abricados com as mais dierentes conguraes e materiais de coneco. Cada tipo de pino
tem sua caracterstica prpria, o que torna importante classic-los para acilitar a sua seleo.
Forma anatmica Dos Pinos
Um pino intrarradicular pode ser dividido didaticamente em poro coronria e radicular.
Certamente, a poro radicular responsvel pela reteno do pino ao conduto radicular e a
poro coronria se encarrega de proporcionar interao com o material plstico empregado
na reconstruo morolgica. Quando nos reerimos classicao da orma anatmica dos
pinos, estamos nos reerindo orma da sua poro radicular. Os pinos podem ser cnicos,
de dupla conicidade, cilndricos, cilndricos com dois estgios e cilndricos com extremidade
cnica. A escolha por um determinado ormato eita levando-se em considerao a neces-
sidade de reteno e a anatomia do canal radicular. A Figura 10 mostra dierentes pinos, dos
mais variados materiais e ormas.
Fig.10 Pinos intrarradiculares de dierentes materiais: aoinoxidvel (B e F), titnio (A, C, D e E), fbras de vidro (G, I, K eM) e fbras de carbono (H, J e L). Quanto orma, temos pinoscnicos (G), cilndricos lisos (H), cilndricos serrilhados (I e J), ci-lndricos de dois estgios (K e L) e cnicos de dois estgios (M).
A B C D E F G H I J K L M
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
12/28
cap.15402
Po pr-brdo lo d prhmto
Os pinos cnicos tm na remoo mnima de estrutura den-
tal sua principal vantagem, devido semelhana anatmica
entre o pino e o canal radicular42
. Pequena reteno e o eei-to cunha so considerados suas maiores desvantagens. So
considerados suas maiores desvantagens a menor reteno
e o eeito cunha. A m de solucionar a questo da reteno,
indica-se o emprego de um pino de maior comprimento ou
o emprego de tcnica de cimentao adesiva. O eeito cunha,
devido concentrao de tenso interna gerada quando o
elemento dental colocado em uno, responsvel por
possveis raturas radiculares. Contudo, os pinos cnicos apre-
sentam uma considervel vantagem que a sua adaptaoao conduto radicular, devido sua orma anatmica ser mais
prxima da maioria dos canais. De acordo com trabalhos de
Sorensen31, quanto mais bem adaptado o pino estiver ao ca-
nal radicular, mais resistncia ele conerir raiz deste dente.
Os pinos cilndricos apresentam maior reteno que os pinos
cnicos, porm, na busca de uma melhor adaptao, podem
exigir maior desgaste de estrutura dental, com maior risco
de peruraes radiculares no tero apical42. Apesar do maior
desgaste de estrutura, eles apresentam menor risco de ratura
radicular, uma vez que propiciam uma melhor distribuio de
tenses ao longo do canal radicular, segundo Albuquerque3.
No que se reere acilidade da tcnica empregada, os pinos
paralelos podem ser considerados ligeiramente mais comple-
xos devido ao risco de remoo excessiva de estrutura denti-
nria prxima extremidade apical do pino radicular42. Pinos
paralelos com extremidade cnica oram ento desenvolvidos
com o objetivo de associar as vantagens das duas ormas an-
teriores, isto , associar a reteno dos pinos paralelos com a
preservao da estrutura inerente insero de um pino c-
nico. O pino cilndrico de dois estgios oi desenvolvido com o
objetivo de proporcionar uma maior preservao da estrutura
dentria. Este pino apresenta um dimetro maior na porocorrespondente regio cervical da raiz, e um dimetro menor
na correspondente ao pice radicular.
conFigurao suPerFicial
Quanto congurao de supercie, os pinos podem ser
lisos, serrilhados ou rosqueveis. Os pinos metlicos so
disponveis na congurao serrilhada e rosquevel, en-
quanto os pinos no metlicos podem ser lisos ou serri-lhados. Deve-se dar preerncia aos pinos serrilhados de-
vido sua maior reteno que os lisos. Os pinos passivos
no se adaptam dentina diretamente durante a prova
ou insero, e caracterizam-se por induzir mnima tenso
sobre o dente e pela acilidade de insero. O preparo
da supercie do pino para cimentao indicado para
aumentar a rugosidade supercial e, consequentemente,
a reteno, podendo ser realizada atravs de jateamento
com xido de alumnio (50 m)43.
Os pinos ativos so rosqueados s paredes da dentina do
canal radicular, o que determina uma reteno signicati-
vamente superior aos pinos passivos. So indicados para
restaurao de dentes com razes curtas, espaos reduzidos
para pino e nos casos onde exigida grande reteno radi-
cular42. Devido ao ato de a tenso ser gerada na dentina, o
risco de ratura aumentado, exigindo cuidados especiais
em sua cimentao. Durante a cimentao, indica-se retor-
nar de volta aps o travamento do pino, visando minimi-
zar a tenso residual sobre as estruturas dentinrias.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
13/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15403
material De conFeco Dos Pinos
Quanto ao material com o qual so coneccionados, os pinos podem ser classicados como
metlicos ou no metlicos. Os pinos metlicos podem ser de titnio ou ao inoxidvel, en-
quanto os no metlicos podem ser subclassicados como no estticos, que so os de bras
de carbono, e em estticos, que podem ser de bras de carbono revestidos com bras de
quartzo, bras de vidro ou de dixido de zircnio. A tabela 01 mostra os dierentes parmetros
de classicao dos pinos pr-abricados.
Pinos metlicos:estes pinos possuem a vantagem de serem rgidos, de baixo custo, no reque-
rem tcnicas e nem cimentos especiais na sua xao, larga experincia clnica nas vrias dca-
das em que j so empregados pela Odontologia e apresentam uma excelente radiopacidade.
Na Figura 11,temos uma radiograa na qual podemos vericar a maior radiopacidade dos pinos
de ao inoxidvel e titnio sobre os pinos de bra de carbono e vidro.
Como desvantagens destes retentores metlicos, podemos citar a ausncia de esttica, a pos-
sibilidade de sorerem corroso, o alto mdulo de elasticidade e o ato de no serem adesivos.
PARMETROS CLASSIFICAO
FORMA AnATMICA
Conicidade nica
Dupla conicidade
Cilndricos (paralelos)
Cilndricos com dois estgios
Cilndricos com extremidade cnica
COnFIguRAOSuPERFICIAL
Lisos
Serrilhados
Rosqueveis
MATERIAL dECOnFECO
MetlicosTitnio
Ao Inoxidvel
No Metlicos
No estticos Fibras de carbono
Estticos
Fibras de vidro ouquartzo
Fibras de carbonorevestidas de vidro ouquartzo
Dixido de zircnio
Tab. 01 Parmetros de classifcao dos pinos pr-abricados.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
14/28
Po pr-brdo lo d prhmto
cap.15404
Um cuidado que pode ser interessante na construo de um ncleo de preenchimento com re-
sina composta ou cimento de ionmero de vidro, empregando estes retentores metlicos, pro-
curar manter o pino envolvido com o material de preenchimento. Este procedimento visa evitar ocontato do pino metlico com a restaurao indireta denitiva, o que poderia transerir tenses da
coroa para a raiz do dente, possibilitando, no uturo, um risco maior de ratura radicular.
Pinos de bras de carbono:apresentam vantagens quando comparados aos sistemas de pinos
metlicos, como adeso estrutura dentria, mdulo de elasticidade prximo ao da dentina,
resistncia corroso e, segundo o abricante, maior acilidade de serem removidos do canal,
quando necessrio. Como desvantagens, podemos citar sua colorao escura, que pode com-
prometer a esttica, experincia clnica menor do que os metlicos e sua menor radiopacidade,
como podemos vericar na Figura 11.
Fig.11 Radiografa dos pinos mostrados na Figura 10, mos-trando dierentes radiopacidades dos pinos intrarradiculares.A maior radiopacidade apresentada pelos pinos de ao inoxi-dvel (B e F), seguidos pelos de titnio (A, C, D e E). Os pinos defbras apresentam baixa radiopacidade, com exceo do pinoRebilda (M), que apresenta uma radiopacidade intermediria.
11
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
15/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15405
Apesar de ser bastante divulgado por alguns trabalhos e
atravs de dados ornecidos pelo abricante de que estes
sistemas de pinos possuem um mdulo de elasticidadesemelhante ao da estrutura dentria, importante salien-
tarmos que, dierentemente dos pinos de titnio e ao ino-
xidvel, que so isotrpicos, estes pinos, assim como todos
aqueles coneccionados em bras, so anisotrpicos, ou
seja, as propriedades do material dependero do ngulo
de aplicao do carregamento. Por exemplo, o mdulo de
elasticidade da dentina de 18,6 GPa, enquanto o do pino
de bra de carbono de cerca de 13,5, quando se empre-
ga uma carga a 45 do longo eixo do pino
2
. J quando seemprega uma carga a 10 em relao ao longo eixo do
pino, este mdulo de elasticidade pode ser cinco vezes
maior, ou seja, chegar a um valor prximo de 75 GPa. Em
relao ao ato de serem escuros, o revestimento destes
pinos com bras de quartzo ou de vidro proporciona uma
soluo, o que coneriu a estes pinos melhores caracters-
ticas ticas sem perder suas boas qualidades.
Um aspecto importante que tem sido apresentado por
alguns testes laboratoriais, podendo ser comprovado atra-
vs de avaliaes clnicas, a caracterstica de alhas destes
sistemas. Quando um pino metlico ou mesmo um ncleo
metlico undido alham, o que se observa que a raiz
normalmente ratura, podendo condenar o dente a uma
exodontia. J quando um ncleo de preenchimento com
pino de bra de carbono alha, o que na maioria das vezes
ocorre a ratura do pino ou do material de preenchimento
ou mesmo a soltura deste pino, o que ainda possibilita um
reparo ou uma nova restaurao44.
Pinos de bras de vidro ou bras de quartzo:atualmente
so amplamente utilizados por serem estticos e mais bara-
tos que os pinos de bras de carbono e pela suposta capa-cidade de transmisso de luz. No entanto, vale salientar que
os pinos de bras de carbono apresentam uma resistncia
exural 50% maior que os pinos de bras de vidro. Alm dis-
so, no trabalho de Morgan et al.45, nenhum pino de bra de
vidro oi capaz de conduzir a luz de maneira eciente at a
regio apical dos mesmos, sendo necessrio o uso de siste-
ma adesivo e cimentos de cura qumica.
Pinos de dixido de zircnio: este sistema de retentoresintrarradiculares oi primeiramente apresentado por Luthy
em 199346. Ele composto por 94,9% de dixido de zir-
cnio, com a adio de 5,1% de xido de trio, o que re-
sultou em uma cermica parcialmente estabilizada (YPSZ),
proporcionando um material com alta resistncia ratura.
Como vantagens, citamos a sua excelente esttica, radio-
pacidade, no sorem corroso, adesividade, alta rigidez,
podendo ser empregados tanto pela orma direta quanto
indireta, associados s cermicas undidas e injetadas. Em
relao s suas desvantagens, salientamos o seu alto m-
dulo de elasticidade, maior do que pinos metlicos, muito
duros de serem cortados ou preparados, diceis de serem
removidos do canal radicular se este procedimento or ne-
cessrio, alto custo e o ato de no serem passveis de con-
dicionamento com cido uordrico, o que proporciona
uma adeso mais baixa s resinas compostas empregadas
no preenchimento. Devido a estes problemas, associados
ao alto custo, os pinos de dixido de zircnio tm cado
em desuso pelos prossionais.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
16/28
cap.15406
Po pr-brdo lo d prhmto
ProceDimentos clnicos recomenDaDos Para seleo e PreParao Deum Pino intrarraDicular
1. De posse de uma boa radiograa periapical, selecio-
ne o pino de acordo com o dimetro, comprimento e
orma do canal radicular. Alguns kits possuem um ga-
barito transparente com o perl dos pinos, que deve
ser posicionado sobre a radiograa em um negatos-
cpio, para permitir a escolha do pino a ser empre-
gado. O pino no deve car rouxo no canal, o qual
tambm no deve ser ampliado desnecessariamente
para adaptar um pino com dimetro largo. A reteno
desses pinos no depende do seu dimetro, mas sim
do seu comprimento e de sua correta adaptao47.
2. Os pinos no devem ter o seu dimetro desgastado
para possibilitar o seu assentamento. Escolha um kit que
possua a resa especca para o preparo do canal que re-
ceber o pino selecionado. Este cuidado proporcionar
uma melhor adaptao do pino ao conduto radicular.
3. No introduza a resa diretamente no canal radicular. Antes,
desobstrua o conduto com um instrumento endodntico
aquecido, removendo o material obturador. Esse procedi-
mento diminuir o risco de peruraes radiculares, pois o
prprio canal guiar a resa durante a preparao.
4. Alguns kits de pinos vm com uma resa de preparo
inicial, acompanhada de outra que conere a anatomia
nal ao canal. No deixe de empreg-las na sequncia
recomendada. Ao usar os kits que no contm essas
resas, penetre primeiro com uma de calibre inerior.
Isso acilitar a penetrao da resa especca para o
preparo do pino selecionado.
5. Na preparao do canal, deixe pelo menos 4mm de
material obturador no pice radicular. Esse cuidado
reduzir a possibilidade de, inadvertidamente, desob-
turarmos um delta apical, o que poder induzir a uma
alterao periapical.
6. Em dentes multirradiculares, se apenas um pino or
necessrio, selecione o canal mais amplo e reto, o
que acilitar o preparo e a cimentao.
7. No caso de dvidas durante o preparo do canal, em
relao correta direo que a resa est caminhando,
no hesite em realizar um exame radiogrco para ter
segurana de que a raiz no ser perurada.
8. Verique se o contra-ngulo empregado no est vibran-
do em excesso, ato que pode alargar desnecessariamente
o canal radicular, dicultando uma boa adaptao do pino.
9. No caso de dentes que tenham perdido muito tecido
dentrio coronrio, selecione um kit de pinos adesivos
ou pinos metlicos que possuam a sua poro coron-
ria mais ampla. Eles proporcionam uma maior reteno
para o material a ser empregado no preenchimento.
10. Faa toda a preparao, de preerncia, com isolamen-
to absoluto do campo operatrio. O lenol de borra-
cha, alm de proporcionar um campo visual mais a-
vorvel, aastando lngua, bochecha e saliva, dentre
outras vantagens, diminui o risco de contaminao
do canal, alm de acidentes como a aspirao ou a
ingesto de algum material, como resas ou pinos.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
17/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15407
cimentao Dos Pinos intrarraDiculares Pr-FabricaDos
Um cuidado especial deve ser dado a uma adequada tcni-
ca de cimentao destes pinos. Para a xao, dispomos dos
cimentos de osato de zinco, ionmero de vidro e dos ci-
mentos resinosos. Na cimentao de pinos metlicos, desde
que estejam bem adaptados ao canal radicular, o cimento
de osato de zinco ou ionmero de vidro tm sido os mate-
riais mais empregados. O cimento de osato de zinco, devi-
do ao seu baixo custo e sua acilidade de manipulao, tem
uncionado com alto grau de sucesso ao longo dos anos.
No existe um cimento que preencha todos os requisitos
necessrios para que seja o ideal em todos os tipos de ci-
mentao. Uma propriedade importante para os cimentos
a sua capacidade de selamento do canal radicular. Se-
gundo Wu48, o agente cimentante deve ser capaz de pro-
mover um selamento comparvel ao do material usado na
obturao do canal radicular.
Os cimentos resinosos tm conquistado muita popularida-
de nos dias de hoje. Em relao aos pinos no metlicos,
nos parece mais acertada a seleo dos cimentos resinosos
como agentes de escolha na sua xao. Entretanto, a lite-
ratura ainda no chegou a um consenso em relao tc-
nica ideal de cimentao quando se empregam cimentos
resinosos. Apesar dos enormes benecios proporcionados
pelos procedimentos adesivos, estes tm de ser vistos com
alguma ressalva, pois trabalhos apresentam resultados con-
traditrios em relao ao comportamento das diversas op-
es de agentes cimentantes. Publicaes nem sempre tm
conerido os melhores resultados aos cimentos resinosos.
Pesquisadores tm relacionado esse comportamento pre-
sena de eugenol residual no interior do canal, advindo do
cimento normalmente empregado na obturao do canal
radicular. Este eugenol residual remanescente do cimento
obturador, cuja remoo muitas vezes no seguramente
completa, prejudica o condicionamento cido da dentina,
alm de intererir no grau de polimerizao do cimento
resinoso. Uma sugesto interessante, no caso de se indicar
um tratamento endodntico em um dente que receber
um pino intrarradicular, planejar junto ao Endodontista a
possibilidade de se empregar um cimento obturador que
no tenha esse componente. Como exemplo de marcas co-
merciais de cimentos obturadores de canais radiculares sem
eugenol, podemos citar o MTA FILLAPEX (Angelus), Ah plus
(Dentsply), Sealapex (Keer) e Sealer 26 (Dentsply). Outros in-
convenientes atribudos aos cimentos resinosos so a com-
plexidade e a sensibilidade da tcnica, pois um nmero sig-
nicativo de passos clnicos so necessrios. Esses materiais
apresentam como um de seus maiores desaos a obteno
de adequada polimerizao nos teros mdio e apical.
Vrios trabalhos mostraram que os cimentos classicados
como Dual nem sempre apresentam adequada polimeri-
zao na ausncia de luz. Por isso, nos parece mais seguro
a escolha de adesivos dentinrios quimicamente polimeri-
zveis associados a cimentos resinosos igualmente de cura
qumica em detrimento aos mesmos otopolimerizveis ou
de dupla ativao (cimentos duais). Como exemplo de mar-
cas comerciais de adesivos dentinrios que possuem reao
de presa qumica, podemos citar: All Bond II (BISCO), Scoth-
Bond Multi Purpose Plus (3M-ESPE), Alloy Bond ou LOK (SDI),
Fusion Duralink (Angelus). Em relao aos cimentos resino-
sos quimicamente polimerizveis, podemos relacionar: C&B
(Bisco), Hi-X (Bisco), Cement Post (Angelus), Multilink Speed
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
18/28
cap.15408
Po pr-brdo lo d prhmto
e SpeedCEM (Ivoclar Vivadent). Indicam-se os componentes
adesivos com reao de presa qumica devido ao ato de
que a luz pode no atingir adequadamente toda a exten-
so do canal, o que conduz a uma hibridizao inadequa-
da de grande parte do conduto, alm de uma incompleta
converso dos monmeros, mesmo quando se empregam
cimentos duais, que tm na sua composio uma pequena
quantidade de monmeros otossensveis. Ferrari et al.49 en-
contraram uma hibridizao mais eciente nos dois teros
coronrios do canal e uma presena maior de endas no ter-
o apical. No estudo de Morgan et al.45 nenhum pino conse-
guiu transmitir a luz de maneira satisatria ao tero apical,
no proporcionando a intensidade de energia mnima para
a polimerizao dos cimentos resinosos.
Outro ator que diculta a obteno da adeso a moro-
logia dierenciada da dentina radicular. O tero cervical se
aproxima das caractersticas da dentina coronria. medida
que nos aproundamos para os teros mdio e apical, temos
uma diminuio das bras colgenas e da densidade tubular,
dicultando os processos de condicionamento cido e hibri-
dizao, conorme as Figuras 12 e 13 A,B.
Fig.12 Esquema demonstrando a diminuio da densidadetubular medida que nos aproximamos da regio apical da raiz.
Fig.13 A,B Microscopia eletrnica de varredura eviden-ciando as dierenas morolgicas na dentina das regiescervical e apical da raiz.
12
13A
13B
Dentina Tero Cervical
Cervical
Apical
Dentina Tero Mdio
Dentina Tero Apical
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
19/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15409
Por tudo isso, ainda necessria uma avaliao mais criteriosa em relao aos reais benecios
do emprego dos cimentos resinosos na cimentao de pinos pr-abricados. Se o pino intrar-
radicular or selecionado com o comprimento e a adaptao adequada, outros tipos de cimen-tos podem ser escolhidos com segurana, pois, alm do benecio de ser mais cil e simples de
ser empregado, o custo bem mais baixo. Dentro desta losoa, o cimento de ionmero de
vidro tem sido utilizado com sucesso para a cimentao de pinos de bras de vidro e carbono.
A eventual perda na ora de reteno deste cimento compensada pela acilidade de uso e
diminuio das variveis que dicultam a obteno da excelncia em adeso50.
Atualmente, uma nova categoria de materiais tem se mostrado promissora para a cimentao
de pinos intrarradiculares no metlicos: so os cimentos autoadesivos. So cimentos resino-
sos de cura Dual, que mantm as boas propriedades, tais como insolubilidade, resistncia fe-xural e maior reteno, porm, sem a necessidade de condicionamento da dentina ou mesmo
de aplicao de adesivo. Estas caractersticas nos permitem ter a reteno e a resistncia dos
cimentos resinosos convencionais, com a acilidade de uso e a simplicidade de tcnica dos
cimentos de ionmero de vidro e osato de zinco. As marcas comerciais mais conhecidas so
RelyX Unicem e RelyX U-100 (3M- ESPE), Set (SDI) e Bix SE (VOCO). Como so materiais relati-
vamente novos no mercado, os estudos cientcos ainda no oram conclusivos quanto ao seu
desempenho ao longo dos anos, porm, os resultados iniciais so animadores.
importante sempre lembrarmos que o cimento empregado no dispensa uma boa adap-
tao do pino ao conduto radicular. O mais importante do cimento que ele preencha o
espao entre o pino e a parede do canal, proporcionando uma reteno riccional. Devemos
ter em mente que, segundo Summit et al.41, nenhum cimento atualmente disponvel tem a
capacidade de corrigir preparo e instalao incorretos de um pino intrarradicular.
Outro ator importante a ser lembrado na cimentao o tratamento da supercie do pino
antes de sua xao. Alguns clnicos tm relatado problemas relacionados soltura dos pinos
de bras, mesmo aps terem sido cimentados de orma adesiva 43. Alm de atores ligados
ao tratamento da dentina ou seleo de um adesivo dentinrio, bem como de um cimento
resinoso quimicamente polimerizveis, alhas de adeso supercie dos pinos tambm tm
sido vericadas. Essas alhas podem ser diminudas se tivermos o cuidado de asperizarmos a
supercie dos pinos de bras com um leve jato de xido de alumnio antes da aplicao do
sistema adesivo. Esse jateamento deve ser eito com cuidado para no danicar os pinos.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
20/28
cap. 15410
Po pr-brdo lo d prhmto
ProceDimentos clnicos recomenDaDos Para cimentao Dos PinosintrarraDiculares
1. A cimentao, tanto a convencional como principal-
mente a adesiva, deve ser eita preerencialmente
sob isolamento absoluto do campo operatrio, pois
um meio seguro quanto ao risco de contamina-
o da supercie pela saliva, que pode intererir de
orma negativa, principalmente em procedimentos
que envolvem adeso.
2. Aps a preparao do canal radicular, teste o pino
para no correr o risco deste no assentar adequa-damente no momento de sua cimentao. Deve-se
decidir se o pino ser cortado neste momento ou
apenas no nal do procedimento.
3. Aps o trmino da preparao do conduto radicular,
interessante realizar uma assepsia do canal radicu-
lar previamente cimentao. Alguns autores tm
sugerido o emprego de uma soluo de Diglucona-
tode Clorexidina a 2% por dois minutos para produ-
zir a desineco do canal, exceto quando utilizarmos
os cimentos RelyX Unicem e U100 (3M ESPE), pois a
clorexidina inibe a polimerizao destes materiais.
Quando o cimento a ser empregado o osato de
zinco, o emprego do Cavidry uma boa alternativa,
conorme oi apresentado no trabalho de Tanoma-
ru51, no qual este cimento promoveu uma maior re-
sistncia trao aos ncleos metlicos undidos.
4. A cimentao adesiva deve ser eita a quatro mos,
pois as aplicaes do adesivo e do cimento devem ser
eitas ao mesmo tempo para no corrermos o risco de,
ao introduzir o pino no interior do conduto, o adesivo
estar polimerizado, impedindo a insero deste pino.
5. A insero do cimento no interior do canal prepa-
rado deve ser eita com uma ponta de agulha da
seringa Centrix (Centrix). Apesar de ser contrain-
dicado por muitos abricantes, nossa experincia
clnica demonstrou ser satisatrio o uso de uma
ponta espiral do tipo lentulo para permitir que o
cimento preencha todo o conduto, diminuindoinclusive a incluso de bolhas. O possvel calor
gerado por esta ponta, que poderia acelerar o
processo de presa do cimento, minimizado com
a reduo da velocidade de contra-ngulo. Alm
disso, devemos pincelar o cimento no pino para
proporcionar um melhor contato entre eles.
6. No caso do emprego de pinos pr-abricados me-
tlicos rosqueveis, estes devem ser cimentados no
canal radicular de orma passiva, ou seja, aps o ros-
queamento, ao travar, retorne 1/4 de volta para que
o pino no seja cimentado sob tenso, o que pode
levar a uma ratura radicular no uturo.
7. Um cuidado especial tambm deve ser tomado
ao se manipular o cimento de osato de zinco
na cimentao de pinos metlicos. O emprego
de uma placa de vidro resriada, bem como a es-
patulao envolvendo a maior rea desta placa,
proporcionar boas propriedades mecnicas ao
cimento, alm de uma luidez adequada5.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
21/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15411
8. O jateamento da supercie dos pinos metlicos e no metlicos pode ser interessante para
aumentar a rea de supercie destes retentores, o que proporciona um maior embricamen-
to dos pinos aos agentes cimentantes.
9. Um ator igualmente importante a ser salientado a respeito de uma cimentao adesiva
um tratamento correto do substrato dentinrio. Devemos respeitar, da mesma orma como
azemos durante uma restaurao adesiva convencional, o tempo de condicionamento ci-
do e da manuteno desta dentina mida para uma hibridizao satisatria. Para tanto,
necessrio o uso, aps a lavagem da soluo cida, de um cone de papel absorvente na se-
cagem do conduto radicular, pois apenas a utilizao de jatos de ar pode ressecar a dentina
coronria, possibilitando ainda o acmulo de gua no interior do canal.
10. Remova os excessos de cimento que cobrem o pino e a supercie dentria. Devemos az-lo, pois isso prejudica a adeso do material de preenchimento dentina e a penetrao nas
reentrncias do pino, prejudicando a reteno entre eles. mais cil remover o excesso de
cimento ainda quando este no tomou presa.
Fig.14 Paciente apresentando o dente 11 com tratamentoendodntico, alterao de cor e restaurao inadequada.
Fig.15 Aps a consulta inicial, a paciente retornou com odente 11 raturado.
Fig.16 Aps realizao do retratamento endodntico,iniciou-se a ase restauradora. Como a paciente apresentavaremanescente com mais de 2mm de estrutura, oi i ndicado ouso de pino pr-abricado de fbras de vidro.
Fig.17 Isolamento absoluto e visualizao do conduto radicular.
14 15
16 17
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
22/28
cap.15412
Po pr-brdo lo d prhmto
Fig.18 Adequao do canal radicular com broca especfcapara o pino selecionado.
Fig.19 Prova do pino antes da cimentao.
Fig.20 Aplicao de adesivo autocondicionante quimica-mente ativado (Multilink Ivoclar Vivadent).
Fig.21 Pino cimentado com cimento quimicamente ativa-
do ( Multilink Ivoclar Vivadent).
Fig.22 Reconstruo morolgica com resina compostaopaca, simulando a dentina.
Fig.23 Aspecto fnal do preparo, pronto para cimentao.
Fig.24 Condicionamento cido por 15 segundos.
Fig.25 Lavagem do cido, previamente aplicao do sis-tema adesivo.
Fig.26 Cimentao de coroa de porcelana pura.
Fig.27 Viso rontal do sorriso aps cimentao.
Fig.28 Viso lateral da coroa e dos dentes naturais.
18 19 20
21 22 23
24 25 26
27 28
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
23/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15413
materiais Para Preenchimento
Outro componente importante na construo de um ncleode preenchimento o material empregado na reconstruo
morolgica do dente. Esta reconstruo importante, no
somente no intuito de prover sustentao e reteno para o
material restaurador indireto, como tambm na distribuio
das tenses, distribuindo-as mais homogeneamente ao re-
dor do remanescente dentrio. O material de preenchimento
tambm isola o pino intrarradicular da coroa, diminuindo a
incidncia de carga desta coroa para a raiz. Para tanto, in-
teressante que ao empregar um pino intrarradicular metli-co, este esteja coberto com o preenchimento, o que muitas
vezes no possvel, principalmente quando empregamos
pinos com a sua poro coronria muito ampla. Vr ios
materiais tm se mostrado ecazes na construo de ncleos
de preenchimento. Tcnicas empregando amlgama, resina
composta ou cimento de ionmero de vidro tm sido larga-
mente descritas na literatura52.
Amlgama:o primeiro material a ser empregado oi o aml-
gama, que apresenta como vantagens boa estabilidade di-
mensional, menor microinltrao marginal e boa resistncia
trao e compresso. Outra vantagem do uso do amlga-
ma o seu contraste em relao estrutura dentria, o que
acilita muito o preparo cavitrio. Como desvantagens, regis-
tramos a ausncia de esttica e a alta de adeso estrutura
dental. Ao selecionarmos o amlgama no preenchimento,
importante avaliarmos qual liga odontolgica empregare-
mos na utura restaurao metlica undida, no devemos in-
dicar um metal que no tenha compatibilidade qumica com
esse material de reconstruo. Outro inconveniente do aml-
gama que, para que ele tenha uma adequada resistnciamecnica, devemos aguardar a sua cristalizao, situao que
contraindica um preparo cavitrio na mesma sesso. Com a
grande popularidade alcanada pela odontologia esttica, a
escolha do amlgama como material de preenchimento tem
sido cada vez mais restrita, pois, em alguns casos, ele pode
inuenciar na colorao dos dentes ou dos materiais restau-
radores estticos cimentados sobre ele.
Resinas compostas:
outro material que ganhou muita po-pularidade mais recentemente, devido principalmente
evoluo dos procedimentos adesivos dentina, a resina
composta. Como vantagens, podemos relacionar sua cil
manipulao, polimerizao imediata, tima resistncia
mecnica, alm de adeso estrutura dentria e excelen-
te esttica. Por outro lado, as desvantagens esto relacio-
nadas sua instabilidade dimensional, que possibilita uma
contrao de polimerizao, e ao coeciente de expanso
trmica dierente da estrutura dental. Muitos clnicos tm se
queixado de restauraes cimentadas convencionalmente
sobre ncleos de resina que se soltaram. O ator que pode
intererir na reteno de restauraes indiretas pode ser a
absoro de gua do cimento de osato de zinco ou de io-
nmero de vidro, muito empregados na cimentao. Este
problema est ligado expanso higroscpica das resinas,
que poderia absorver umidade destes cimentos, possibili-
tando alguma dissoluo destes. O ideal, ao se indicar este
material, utiliz-lo para a reconstruo de todo o dente,
mantendo-o como restaurao provisria. Assim, a resina
empregada como preenchimento soreria contato com a
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
24/28
cap.15414
Po pr-brdo lo d prhmto
umidade do ambiente bucal, o que possibilitaria pelo me-nos alguma expanso higroscpica da resina, postergando
o preparo cavitrio para alguns dias depois.
No preenchimento para o qual se escolheu a resina com-
posta, esta pode ser de polimerizao qumica ou sica. Em
dentes posteriores onde porventura temos dvidas em re-
lao ao acesso da luz otoativadora, podem-se empregar
resinas quimicamente polimerizveis nos primeiros incre-
mentos, terminando com resina composta otopolimeriz-vel nos ltimos, o que acilita, inclusive, a escultura nal26.
Um cuidado especial deve ser tomado em relao ao tr-
mino cavo supercial, principalmente na parede gengival
da caixa proximal. Muitas vezes, ao se empregar uma resi-
na com a cor semelhante do dente, ca dicil de distin-
guir entre esse material restaurador e estrutura dentria.
Pode ser interessante empregarmos um compsito com
uma cor contrastante em relao ao dente para acilitar o
acabamento. O trmino cavo supercial deve ser em den-
te, e no em material de preenchimento.
Em relao s propriedades mecnicas da resina compos-
ta, Albuquerque et al.19 compararam esta ao amlgama e
ao cimento de ionmero de vidro. Ao nal do estudo, eles
puderam concluir que a resina oi consideravelmente o
material mais resistente. Segundo Yagadish e Yogesh53, ne-
nhum material restaurador proporciona adeso estrutura
como os compsitos. Tjan et al.54 concluram que ncleos
com estes materiais so mais resistentes e que possuem
menor tendncia propagao de trincas do que outrosmateriais, como o amlgama. Cohen et al.22 salientam ain-
da que o amlgama mais rgil, necessitando de maior
volume, e que enraquecido pela presena de pinos.
Foram lanados recentemente no mercado ncleos pr-
abricados de resina e bras de vidro (Reor-Core Ange-
lus). Seu pouco tempo de uso ainda no nos permite veri-
car sua longevidade, mas sem dvida uma opo para
casos anteriores e posteriores que necessitem de grandesreconstrues, uma vez que as bras de vidro do mais re-
sistncia ao material de preenchimento.
Cimento de ionmero de vidro:desde o princpio da dca-
da de 70, outro material tem sido indicado para reconstruo
com ncleos de preenchimento. O cimento de ionmero de
vidro oi desenvolvido aps estudos de Wilson e Kent55. Apre-
senta propriedades interessantes, como adeso estrutura
dental, relativa biocompatibilidade com a polpa, coeciente
de expanso trmica semelhante ao do tecido dental, alm
da liberao de or. Entretanto, alguns artigos tm sido
cautelosos na indicao desse material, principalmente em
reconstrues maiores, pois ele possui baixas propriedades
mecnicas, principalmente no que diz respeito a sua resistn-
cia trao. Por este motivo Huysmans et al.24 salientam que o
seu uso deve ser com critrio e Brandal et al.21 contraindicam
o seu uso em dentes anteriores. Portanto, talvez a indicao
do cimento de ionmero de vidro se restrinja a dentes pos-
teriores que possuam pelo menos 40% de estrutura dentria
sadia, conorme proposto por Phillips56.
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
25/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15415
Fig.29 Caso gentilmente cedido pelo Pro. Dr. Joo CarlosGomes. Dente 21 raturado, porm, com mais de 2mm deremanescente dental.
Fig.30 Pino de fbras de vidro (Reorpost Angelus) sendoprovado no conduto antes da cimentao.
Fig.31 Pino Reorpost cimentado com cimento autoadesi-
vo RelyX Unicem (3M ESPE).
Fig.32 Cimentao do ncleo de preenchimento pr-abri-cado Reorcore (Angelus).
Fig.33 Aspecto fnal do ncleo de preenchimento apsrepreparo.
Fig.34 Coroa de porcelana pura pronta para ser cimentada.
29 30
31 32
33 34
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
26/28
cap.15416
Po pr-brdo lo d prhmto
Fig.35 Aspecto fnal do dente restaurado.
Fig.36 Dente 46 com tratamento endodntico e curativoraturado.
Fig.37 Incio da desobturao do canal mais largo e reto(distal) com instrumento aquecido.
Fig.38 Finalizando a desobturao com broca do kit depinos Rebilda Post (VOCO).
Fig.39 Pino de fbras de vidro Rebilda Post cimentado comcimento autoadesivo Bifx SE (VOCO).
Fig.40 Finalizao do ncleo de preenchimento com resinacomposta quimicamente ativada (Rebilda VOCO). O denteagora est pronto para ser preparado para restaurao indi-reta tipo Onlay.
35 36
37 38
39 40
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
27/28
prvbldd logvddREABILITAO ORAL
cap.15417
1. Sedgley CM, Messer HH. Are endodontically treated teeth more brit-
tle? J Endod.v.18, p.332-5, 1992.
2. Bex RT, et al. Efect o dentinal bonded resin post core preparations on
resistance to vertical root racture. J Prosthet Dent.v.67, p. 768-72, 1992
3. Albuquerque RC. Estudo da Distribuio de Tenses em um Incisi-
vo Central Superior Reconstrudo com Dierentes Pinos Intra-radiculares
Analisado pelo Mtodo dos Elementos Finitos. Araraquara, 1999. 175p.
Tese (Doutorado em Dentstica Restauradora) Faculdadede Odonto-
logia, Universidade Estadual Paulista.
4. Albuquerque RC, Polleto LTA, Fontana RHBTS, Cimini Jr. CA. Two dimen-
sional nite element analysis o post materials and design on stress distribu-
tion o supporting structures. J Oral Rehabil. V.30, n.9, p.936-43, 2003.
5. Albuquerque RC, Dutra RA, Vasconcelos WA. Pinos intra-radicularesde bras de carbonoem restauraes de dentes tratados endodontica-
mente. Rev Assoc Paul Cir Dent.v.52, p.441-4, 1998.
6. Shillingburg Jr. HT, et al. Fundamentos de Prtese Fixa.3 ed. So
Paulo: Quintessence, p.149-82, 1998.
7. Yaman SD, Alacam T, Yaman Y. Analysis o stress distribution in a ma-
xillary central incisor subjected to various post and core applications. J
Endod.v. 24, p.107-11, 1998.
8. Assi D, Gorl C. Biomechanical considerations in restoring endo-
dontically treated teeth. J Prosthet Dent. v. 71, p. 565-67, 1994.
9. Bex RT, et al. Efect o dentinal bonded resin post-core preparations on
resistance to vertical root racture. J Prosthet Dent. v. 67, p. 768-72, 1992.
10. Guzy GE, Nicholls JI. In vitro comparison o intact endodontically tre-
ated teeth with and without endo-post reinorcement. J Prosthet Dent,
v. 42, p. 39-44, 1979.
11. Caputo AA, Standlee JP. Pins and posts -why, when and how. Dent
Clin North Amer. v. 20, p. 299-311, 1976.
12. Hirscheld Z, Stern N. Post and core: the biomechanical aspect. Aust
Dent J. v. 17, p. 467-68, 1972
13. Fusayama T, Maeda T. Efect o pulpectomy on dentin. J Dent Res.
v.48, p.452-60, 1969.
14. Rosen H. Operative procedures on mutilated endodontically treatedteeth. J Prosthet Dent.v.11, p.972-86, 1961.
15. Heler AR, Melnick S, Shilder H. Determination o the moisture con-
tent o vital and pulpless teeth. Oral Surg. v. 34, p. 661-70, 1972.
16. Reeh ES, Messer HH, Douglas WH. Reduction in tooth stifness as a result
o endodontic and restorative procedures.J Endod.v.15, p.512-6, 1989.
17. Lowenstein NR, Rathkamp R. A study on the pressoreceptive sensibi-
lity o the tooth. J Dent Res. v. 34, p. 287-94, 1955.
18. Randow K, Glantz PO. On cantilever loading o vital and non-vital
teeth. Acta Odontol Scand.v. 44,p. 271-7, 1986.
19. Albuquerque RC. Estudo da resistncia ratura de dentes recons-
trudos com ncleos de preenchimento. Eeito de materiais e pinos. Rev
Odontol UNESP, v. 25, p. 193-205, 1996.
20. Assi D, et al. Photoelastic analysis o stress transer by endodontically
treated teeth to the supporting structure using diferent restorative te-
chniques. J Prosthet Dent. v. 61, p. 535-43, 1989.
21. Brandal JL, Nicholls JI, Harrington GW. A comparison o three resto-
rative techniques or endodontically treated anterior teeth. J Prosthet
Dent. v.58, p.161-65, 1987.
22. Cohen BI, et al. Fracture strength o three diferent core materials in
combination with three diferent endodontic posts. Int J Prosthodont.
v.7, p.178-82, 1994.
23. Geland M, Goldman M, Sunderman EJ. Efect o complete veneer
crowns on the compressive strength o endodontically treated posterior
teeth. J Prosthet Dent. v. 52, p. 635-8, 1984.
24. Huysmans MCDNJM, et al. Failure behavior o atigue tested post
and cores. Int Endod J.v. 26, p. 294-300, 1993.
25. Perel ML, Murof FI. Clinical criteria or posts and cores. J Prosthet
Dent.v.28, p.405-11, 1972.
26. Plasmans PJ, Welle PR, Vrijhoe MM. In vitro resistance o composite
resin dowel and cores. J Endod.v. 14, p. 300-4, 1988.
27. Plasmans PJ, et al. In vitro comparison o dowel and core techniques
or endodontically treated molars. J Endod.v.12, p. 382-7, 1986.
28. Robbins JW, Earnest LA, Schumann SD. Fracture resistance o endo-
dontically treated cuspids. Am J Dent.v.6, p.159-61, 1993.
29. Shillingburg Jr. HT, Kessler JC. Restaurao Prottica de Dentes Tra-
tados Endodonticamente. 2.ed. So Paulo: Quintessence, 1991. p.227-52.
30. Sorensen JA, Martinof JT. Endodontically treated teeth as abut-
ments. J Prosthet Dent.v. 53, p. 631-6, 1985.
RefeRncias
7/29/2019 Captulo de Pino CIOMIG
28/28
Po pr-brdo lo d prhmto
31. Sorensen JA, Engelman MJ. Efect o post adaptation on racture resis-
tance o endodontically treated teeth. J Prothet Dent.V. 64, p. 419-24, 1990.
32. Trope M, Maltz DO, Tronstad L. Resistance to racture o restored en-
dodontically treated teeth. Endod Dent Traumatol.v.1., p.108-11, 1985.
33. Yaman P, Thorsteinsson TS. Efect o core materials on stress distribu-
tion o posts. J Prosthet Dent.v.68, p.416-20, 1992.
34. Geland M, Goldman M, Sunderman EJ. Efect o complete veneer
crowns on the compressive strength o endodontically treated posterior
teeth. J Prosthet Dent.v. 52, p. 635-8, 1984.
35. Taggart WH. A new and accurate method o making gold inlays.
Dent Cosmos.v. 49, p. 1117-21, 1907.
36. Markley MR. Pin retained and pin reinorced amalgam. J Am Dent
Assoc.v.73, p.1295-300, 1966.
37. Dawson PE. Pin retained amalgam. Dent Clin North Am. v.14,
p.63-71, 1970.
38. Ross IF. Fracture susceptibility o endodontically treated teeth. J En-
dod.v.6, 560-5, 1980.
39. Christian GW. Post core restoration in endodontically treated poste-
rior teeth. J Endod. v. 7, p. 182-85, 1981.
40. Kern SB, Fraunhoer JA, Mueninghof LA. An in vitro comparison
o two dowel and core techniques or endodontically treated molars. J
Prosthet Dent.v. 51, p. 509-14, 1984.
41. Summitt JB, Robbins JW, Schwartz RS. Fundamentals o Operative
Dentistry. Quintessence, 2.ed, p. 546-66, 2001.
42. Dean JP, Jeansonne BG, Sarkar NS. In vitro evaluation o a carbon
ber post. J Endod. v. 24, p. 807-10. 1998.
43. Molinari F, Albuquerque RC. Reteno de pinos de bra de vidro: in-
uncia dos tratamentos de supercie e sistemas adesivos. Clnica Int J
Br Dent. 2007; 3(3):282-7.
44. Isidor F, Odman P, Brondum K. Intermittent loading o teeth restored
using preabricated carbon ber posts. Int J Prosthodont.v.9, p. 131-6, 1996
45. Morgan LFSA, Peixoto RTRC, Albuquerque RC, Corra MFS, Poletto
LTA, Pinotti MB. Light Transmission through a Translucent Fiber Post. J
Endod. 2008, 34(3):299-302.
46. Lthy H, Schrer P, Gauckler L. New materials in dentistry: zirconia
posts (abstract IV-2). Presented at the Monte Verita Conerence on
Biocompatible Materials Systems, Ascona, Switzerland, 11-14, Oc-
tober, 1993.
47. Holmes DC, Diaz-Arnold AM, Leary JM. Inuence o post dimension
on stress distribution in dentin. J Prosthet Dent.v. 75, p. 140-7, 1996.
48. Wu MK, et al. Microleakage along apical root llings and cemented
posts. J Prosthet Dent. v.79, n. 3, p. 264-9, March, 1998.
49. Ferrari M, Vichi A, Grandini S. Standardized adhesive technique to
root canal walls: a SEM investigation. Proceedings rom the IV Interna-tional Simposium Adhesion and Reconstruction in Modern Dentistry.
S.Margherita Ligure, Italy, 2-9, 2000.
50. Bouillaguet S, Troesch S, Wataha JC, Krejci I, Meyer JM, Pashley DH.
Microtensile bond strength between adhesive cements and root canal
dentin. Dent Mater. 2003 19(3):199-205.
51. Tanomaru M, et al. Inuncia dos meios de limpeza das paredes
do canal radicular na reteno de ncleos protticos cimentados. Rev
Odontol UNESP, v. 25 p.291-97, 1996.
52. Engelman MJ. Core Materials. J Cali Dent Ass. v.16 p. 41-5, 1988.
53. Yagadish S, Yogesh BG. Fracture resistance o teeth with class 2 sil-
ver amalgam, posterior composite, and glass cermet restorations. OperDent. v.15, p. 42-7, 1990.
54. Tjan AH, Dunn JR, Lee JK. Fracture resistance o amalgam and com-
posite resin cores retained by various intradentinal retentive eatures.
Quintessence Int.v.24, p.211-7, 1993.
55. Wilson AD, Kent BE. The glass ionomer cement, a new translucent
dental lling materials. J Appl Chem Biotechnol. v.21, p.313, 1971.
56. Phillips RW. Skinner Materiais Dentrios.9.ed. Rio de Janeiro: Gua-
nabara-Koogan, 1993, p.258-89.