Post on 17-Nov-2020
AJES-INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR COM ÊNFASE EM GESTÃO
DE PESSOAS
8,0
UM OLHAR CRÍTICO SOBRE PROBLEMAS AMBIENTAIS ATRAVÉS DE AULA
DE CAMPO EM GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Denildo Gonçalves Alvarenga
denildo_alvarenga@hotmail.com
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
JUÍNA/2014
AJES-INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO DO VALE DO JURUENA
ESPECIALIZAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR COM ÊNFASE EM GESTÃO
DE PESSOAS
UM OLHAR CRÍTICO SOBRE PROBLEMAS AMBIENTAIS ATRAVÉS DE AULA
DE CAMPO EM GEOGRAFIA NO ENSINO FUNDAMENTAL
Denildo Gonçalves Alvarenga
Orientador: Prof. Ilso Fernandes do Carmo
“Monografia apresentada como exigência parcial para a obtenção do título de Especialização em Administração Escolar com Ênfase em Gestão de Pessoas".
JUÍNA/2014
AGRADECIMENTO
Agradeço primeiramente a Deus por tudo que tem me iluminado durante
todo o curso e em toda minha vida. Os meus familiares que estiveram ao meu lado
nos momentos conturbadores do meu curso de especialização. Às pessoas que
colaboraram para o meu crescimento pessoal e profissional.
DEDICATÓRIA
Aos meus pais Ailton Santana de Alvarenga e Leci Gonçalves Alvarenga
que me incentivaram e me apoiaram ao longo do curso de especialização não
deixando desistir nos momentos de correria de dificuldade, aos meus irmãos
Dionizio Gonçalves Alvarenga, Leciene Gonçalves Alvarenga, Leciney Gonçalves
Alvarenga e Delzimar Santana de Alvarenga que se fizeram e são importantes na
minha vida.
O mundo tornou-se perigoso, porque os homens aprenderam a
dominar a natureza antes de se dominarem a si mesmos.
Albert Schweitzer
RESUMO
Atualmente percebe-se que a ação antrópica está cada vez mais intrínseca à
natureza, determinando uma acelerada transformação da mesma. Neste sentido o
âmbito escolar tem uma finalidade de viabilizar o conhecimento científico para as
futuras gerações, que serão os transformadores do meio ambiente, para que tenham
conscientização de agir de forma menos prejudicial ao meio ambiente e
consequentemente a própria sociedade. Com isso foi realizada uma pesquisa de
campo com educandos do 6º e 7º anos do ensino fundamental, nos arredores da
área urbana do município de JUÍNA-MT. A finalidade do estudo foi mostrar por meio
a uma visão in loco a conseqüência da atividade humana, na formação acelerada
dos processos erosivos e no assoreamento provocado pelo desmatamento
associado à inserção da criação bovina na área desmatada, mesmo que seja uma
Área de Preservação Permanente (APP). Os educandos compreenderam a
realidade ambiental local através das ações antrópicas, desenvolvendo uma
percepção crítica para formular suas próprias ideias. Pôde-se verificar que os
educados perceberam a necessidade da preservação do meio natural, através da
recuperação das áreas, do reflorestamento e a proteção da fauna local, contribuindo
para a manutenção de um maior equilíbrio do meio ambiente.
Palavras Chaves: Ação antrópica, Meio ambiente, visão in loco
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...........................................................................................................07
1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA..............................................................................09
1.1 DEGRADAÇÕES DO MEIO AMBIENTE.............................................................09
1.2 A AÇÃO DO HOMEM SOBRE O MEIO..............................................................10
1.2.1 DEGRADAÇÃO DO SOLO, NASCENTES HÍDRICAS E MATA
CILIAR........................................................................................................................11
2 METODOLOGIA.....................................................................................................14
3 RESULTADOS E DISCUSSÕES............................................................................15
3.1 O TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO DE GEOGRAFIA...............................15
3.2 AULA DE CAMPO ..............................................................................................16
CONCLUSÃO ...........................................................................................................21
REFERÊNCIAS..........................................................................................................22
INTRODUÇÃO
O trabalho tem como finalidade demonstrar, a potencialidade de aulas de
campo in loco para evidenciar aos educandos como o ser humano interfere ao meio
natural, descrevendo as principais degradações que a natureza sofre sobre a
interferência que é promovida as mesmas. Demonstrando por meio de aulas de
campo com educandos do ensino fundamental, as degradações encontradas no
local, como degradação do solo, das nascentes e da mata ciliar, pode-ser verificado
que pós as verificações por meio de aulas explicativas e demonstrativas, os
educandos começam a ter uma visão critica das degradações que o ser humano
pode ocasionar a partir a alteração que os mesmos praticam ao promover a
ocupação do espaço natural.
Segundo LATINI; ARAÚJO (2009), o trabalho de campo é essencial na
interação dos conhecimentos adquiridos em ambiente escolar e acadêmico como
objeto de estudo, pois a viabilidade dos educandos, in loco traz para os mesmos a
oportunidade e aplicar pesquisas utilizando materiais técnicos, fazendo pesquisas
com materiais coletados entre outros.
De acordo com o PCN de Geografia (BRASIL, 1998), As aulas de campo
devem ser visto como conjunto de práticas que fundamentam as teorias aplicadas
nas aulas de geográfica, pois vão contribui para a formação critica dos educandos,
auxiliando a produção de conhecimentos que deverão reproduzir nos seus dia dia,
auxiliam na leitura das paisagens. Pois, os alunos possuem capacidade de adquirir
conhecimento a partir de trabalho a campo, a partir do olhar geográfico das relações
existentes entre homem e a natureza. (CARNEIRO, 2008).
O trabalho de campo, no ensino de geografia é prática que está sendo muito
valorizada pela ciência moderna, como procedimento fundamental na construção do
conhecimento, pois os educandos vão partir da teoria e aplicar a prática.
(SANSOLO, 1997).
Segundo FERREIRA; RODRIGUES; JESUS (2011), a inserção da aula de
campo na formação do professor, de geografia é essencial, pois na pratica que o
profissional da área deverá observar sentir e tocar, em elementos matérias primas
vai aplicar a teoria utilizando o maio natural dando o embasamento, nas pesquisas.
O trabalho de campo para não é somente um olhar empírico, mas sim uma
articulação de conhecimentos uma formulação teórica que é indispensável. Saber
pensar agir sobre o espaço natural não é colocar somente os problemas no quadro
local, mas também articulá-los aos fenômenos que se desenvolvem sobre
extensões muito mais amplas. (LACOSTE, 1985). Através da prática de ensino de
geografia, que podemos conhecer melhor quais os métodos que deverão ser
aplicado com os educandos em diferentes níveis escolares, fazendo uma iteração
entre a realidade extra sala e a vivencia do dia-dia dos mesmos.
Nesse trabalho está sendo abordada a importância de aulas de campo no
processo de ensino e aprendizagem, os resultados demonstram que as aulas de
campo e a metodologia mais utilizada em aulas praticam no ensino de geografia,
nas fases do fundamental e médio, pode ser observado que os educandos ao
observar in loco foram constatados que o conhecimento e o desenvolvimento crítico
dos alunos acerca do tema estudado e maior que em sala de aula.
No primeiro capítulo se apresenta uma fundamentação teórica sobre o tema.
No segundo capítulo se apresenta a metodologia do trabalho e no terceiro capítulo
se apresentam os resultados alcançados e a sua discussão.
08
1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A maior parte da humanidade vive e transforma o espaço natural sem se
preocupar com as futuras gerações que habitarão o planeta Terra, não se importam
com o meio ambiente não percebem que suas atitudes vão influenciar diretamente
na qualidade de vida de seus filhos netos etc. A qualidade de vida do homem
depende da qualidade e estabilidade do ambiente onde se vive trabalha e detém o
seu sustento. Se a humanidade não se importar com a preservação do meio
ambiente, tudo o que nos norteia poderá sofre alterações possibilitando assim a não
sobrevivência de muitas espécies tanto da fauna quanto da flora alterando assim o
ecossistema, que afetará diretamente a qualidade de vida de toda uma sociedade.
A humanidade deve sempre lembrar e refletir sobre a sua própria espécie,
pois juntamente com os elementos bióticos e abióticos que compõem o meio
ambiente formando um todo ecossistema. Quando há a alteração um órgão, todo o
ser fica debilitado, levando em alguns casos, a impossibilidade de sua
sobrevivência, portanto a preservação de todo o ciclo dos elementos do
ecossistema, incluindo, é indispensável para o equilíbrio das relações
homem/natureza formado um único ciclo.
1.1 DEGRADAÇÕES DO MEIO AMBIENTE
Segundo ALVARENGA (2012), degradação ambiental é caracterizada como
atividade de efeitos negativos com relação ao meio ambiente, tais ações sobre o
espaço natural são causadas principalmente pelo homem. O crescimento desse
processo acentua de acordo com a evolução do campo e do conhecimento
científico, fazendo com que a paisagem natural se altere. Para Belo (2009) A
influencia do homem com a natureza não é algo tal recente, mas sim histórica esta
no sangue do homem a necessidade de reprodução social e econômica, pois os
mesmos estão sempre em processo de evolução, com o passar do tempo a
necessidade de ocupação do espaço e aprimoramento dos métodos rudimentares o
homem acaba influenciando diretamente no meio ambiente.
A relação do homem e natureza, segundo MENDES (2010), se dava de
forma mais harmoniosa até a Revolução Industrial, quando se tem a necessidade de
extrair matéria prima para o consumo nas grandes industrias assim o homem acaba
influenciando diretamente na natureza, dando início aos problemas ambienteis.
Deste modo, a Revolução Industrial marca o início do processo de degradação
ambiental, até então inexistente, como conseqüência do modo de produção
instalado para a geração de conforto e progresso para uma minoria no período da
revolução industrial.
O inicio da Revolução Industrial promoveu grandes mudanças tanto no meio
social quanto no crescente processo de transformação do espaço natural afetando
diretamente o planeta terra, pois os homens do período não se preocupavam do o
meio ambiente só com o progresso de uma minoria da sociedade. Essas mudanças
significativas afetaram e continua afetando diretamente das condições da saúde da
humanidade e da sustentabilidade ambiental. A notável expansão da capacidade
produtiva, com escalas de produção inéditas para a humanidade, provocou um uso
crescente dos recursos naturais e a geração de quantidades cada vez maiores de
resíduos industriais de maior ou menor grau de risco para a vida humana (FRANCO
e DRUCK ,1998).
Segundo ROSEIRO; TAKAYANAGUI (2004), a industrialização, pós
Revolução Industrial, ocasionou conseqüências drásticas ao meio ambiente
provocando vários problemas ecológicos no planeta terra, através da intensa
transformação da natureza ouve alteração no clima da Terra, surgiu o chamado
efeito estufa, o esgotamento de recursos naturais em diversas regiões, fez com que
a qualidade do ar, do solo e das águas sofresse transformações negativas tanto
para a natureza quanto para a sociedade em geral.
1.2 A AÇÃO DO HOMEM SOBRE O MEIO
Ação antrópica, segundo BELO (2009), é a ação feita pelo ser humano, ao
meio ambiente. Essa expressão ficou mais conhecida em decorrência dos,
problemas ambientais. Hoje essa discussão é constante, e encontra-se em ampla
divulgação promovida pelos meios de comunicações, (radio, televisão, entre outros
atuais), sendo também uma expressão utilizada em trabalhos técnicos e científicos
10
sobre as temáticas dos problemas ambientais, intervenções do homem sobre o meio
e a sustentabilidade pela vida.
Essa relação do homem com o meio, e principalmente a intervenção do
primeiro sobre último, a ação pode se desenvolver tanto de forma benéfica, quando
maléfica. Como exemplo pode-se citar que pode tanto plantar uma árvore ou
derrubar uma floresta inteira, sob a denominação de ação antrópica porque a ação
foi promovida pelo ser humano.
Cada ação do homem, inevitavelmente, vai promover um impacto distinto ao
meio natural, porém quando realizada de forma constante o impacto poderá ser
catastrófico, podendo atingir todo um ecossistema, fauna e flora, os recursos
hídricos, entre outros elementos. (CORTEZZI, et.al. 2009).
Segundo RANHE; LEMES (2011), na junção entre os agentes naturais e a
ação antrópica, os resultados não serão maleável, pois são os principais causadores
da degradação ambiental, nunca cessando a interferência no meio ambiente,
provocando sua degradação. Sobre isso TAVARES (2008), reforça que essa ação é
caracterizada como uma atividade de efeito negativo com relação ao meio ambiente.
Essa ação ao meio ambiente é caracterizada principalmente como ação antrópica e
dificilmente estará relacionada unicamente aos processos naturais. De acordo
autores a degradação ambiental aumenta com a evolução do campo cientifico do ser
humano, uma vez que com esse conhecimento o homem aumenta cada vez mais o
seu potencial de desenvolvimento econômico e social.
1.2.1 DEGRADAÇÃO DO SOLO, NASCENTES HÍDRICAS E MATA CILIAR
O homem, vivendo no Planeta Terra, altera todo o meio ao seu redor sem
medir as consequências, modificando intensamente as paisagens naturais
modeladas por rios, montanhas, pelo vento e pela água. A geografia tem se
preocupado com o espaço natural, pois essa constante intervenção humana está
provocando alterações sob o ambiente e que juntas com os movimentos e
fenômenos naturais acarretam uma variedade de problemas naturais, e entre eles a
chamada erosão. (SUGUIO, 2003).
11
Segundo CASTRO (1998), o processo erosivo se dá partir da desagregação
e remoção de partículas do solo ou fragmentos de rocha, essa ação se dá com a
combinação da gravidade, o escoamento da água, vento, entre, outros agentes. Em
outras palavras, os processos erosivos são condicionados basicamente por
alterações do meio ambiente, e intensificadas pelo uso do solo nas suas várias
formas, desde o desmatamento e a agricultura, até obras urbanas e viárias, que, de
alguma forma, propiciam a concentração das águas de escoamento superficial e a
aceleração do processo.
Sendo assim segundo GONÇALVES (2004), devido à ação do ser humano
sobre o meio ambiente haverá uma aceleração no processo erosivo trazendo como
consequências, a perda de solos férteis, a poluição da água, o assoreamento dos
cursos d'água e reservatórios nos lesões freáticos e redução da produtividade dos
ecossistemas terrestres e aquáticos. A erosão é a principal causa da degradação
acelerada do solo. As enxurradas, proveniente das águas da chuva que escoa na
superfície da terra, faz o transporte das partículas do solo e nutrientes promovendo
os mais diversos tipos de erosão. Outras vezes, esse transporte de partículas de
solo verifica-se, também por ação do vento. A erosão é ocasionada pela abrasão
proporcionada pela areia e partículas mais finas em movimento.
A colocação desses tópicos em âmbitos escolares é muito importante para a
formação critica dos educandos sobre o meio ambiente, pois ao expor os mais
diversos problemas que o homem faz ao degradar a natureza os educandos vão
promover futuramente uma exploração sustentável, dando possibilidade das
gerações futuras se beneficiarem do meio natural. Também pode proporcionar uma
reavaliação de valores e atitudes que deverão promover na convivência coletiva e
individual fazendo diferença no futuro, assim demonstrar a necessidade de ser e agir
como cidadão na busca de soluções para problemas ambientais locais e nacionais
que prejudiquem a qualidade de vida da população atual como as novas gerações.
(ABÍLIO; FLORENTINO; RUFFO, 2010).
As nascentes hídricas são manifestações superficiais de água armazenada
em reservatórios subterrâneos, denominado como lençóis freáticos de água ou
aqüífero, que origem a os chamados olhos de águas, que são manifestações fluviais
aflorado na superfície terrestre. Nos dias atuais a degradação das nascentes é
visíveis nas mais diversas propriedades tanto rural como urbano. A degradação da
12
floresta para a prática da agricultura e a agropecuária são os principais causadores
de erosões e sedimentação de rios, córregos e lagos, causando o arrastem de
sedimentos junto com produtos tóxicos, provocando a perda do ph da água,
inutilizando-a ao consumo humano vegetal e animal ALVARENGA (2012).
Afloramento do lençol freático, que vai dar origem a uma fonte de água de acúmulo (represa), ou cursos d’água (regatos, ribeirões e rios). Em virtude de seu valor inestimável dentro de uma propriedade agrícola, deve ser tratado com cuidado todo especial (grifo nosso). A nascente ideal é aquela que fornece água de boa qualidade, abundante e contínua, localizada próxima do local de uso e de cota topográfica elevada, possibilitando sua distribuição por gravidade, sem gasto de energia. (CALHEIROS, 2004 p. 13).
De acordo com LUZ (2010), mata ciliar é a cobertura vegetal que influencia
na renovação da fauna e flora. Também é um elemento básico de proteção dos
recursos hídricos, preserva e equilibra o meio ambiente, e consequentemente a
biodiversidade. FERREIRA (2004), afirma que a preservação da mata ciliar e a
proteção das nascentes são de suma importância, pois a qualidade e a manutenção
dos cursos de rios, córregos e lagos é influenciado diretamente sobre esses
equilíbrios quando tem uma quebra nessa corrente todo um ecossistema sofre. A
vegetação em torno destas áreas exerce um grande papel de fixação do solo nas
margens dos cursos de água essa fixação e feita pela pressão das raízes das
vegetações sobre o solo, não deixando promover o deslocamento da terra para o
leito dos rios. Portanto as raízes desempenham um papel de filtro contra o
assoreamento, além disso, esta é uma área rica em biodiversidade, que se for
mantida em todas as margens, têm a função de corredores ecológicos.
13
2. METODOLOGIA
Para conseguir uma melhor compreensão da importância do tema proposto
e facilitar o desenvolvimento e entendimento do estudo, faz-se necessário
apresentar a metodologia aplicada para desenvolvê-lo.
O presente trabalho teve origem a partir da formulação do pré-projeto sobre
o tema “Um olhar crítico sobre problemas ambientais através de aula de campo em
geografia no ensino fundamental” para ser desenvolvimento de monografia para
conclusão de especialização “Em administração escolar com ênfase em gestão de
pessoas”.
Inicialmente foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre o tema, para a
formulação de referencial que desse uma base teórica necessária para o projeto.
Com isso foram consultados livros disponíveis na biblioteca da AJES - Instituto
Superior de Educação do Vale do Juruena, além de consultas de portais eletrônicos
de periódicos em busca de artigos científicos. Em seguida foi finalizado o pré-projeto
e passado para a formulação da monografia.
3. RESULTADOS E DISCUSSÕES
3.1. O TRABALHO DE CAMPO NO ENSINO DE GEOGRAFIA
O trabalho de campo é de suma importância para o processo ensino e
aprendizagem dos educandos na disciplina de Geografia, isso porque para que ele
ocorra é necessário trabalhar tanto com a teoria quanto com a prática. Isso se dá ao
propor uma metodológica de construção do conhecimento, partindo da realidade
vivenciada pelos alunos no âmbito escolar para alcançar o objetivo através da
realização de aulas de campo. (MARCOS, 2006).
De acordo com MARTINEZ; LEME (2008), a importância da aula de campo
para o ensino de geografia, visão (in loco), pode ser considerada como um
instrumento importante para o desenvolvimento dos saberes espaciais,
independentemente dos objetivos que possam justificá-lo. A inserção da aula de
campo na prática de ensino é de suma necessidade na compreensão dos lugares,
das paisagens, desde que acompanhados de conhecimentos teóricos, e podem
constituir-se de indispensável instrumento na ampliação das perspectivas
conceituais dos educandos.
No processo de ensino e aprendizagem em geografia são indissociáveis as
aulas teóricas e posteriormente práticas, pois o professor na elaboração do
planejamento da aula destaca a importância da pesquisa no aprendizado dos
educandos, apresentar um conjunto de materiais didáticos que possibilitem boas
experiências e boas formas de ensinar, contribuindo para o aprimoramento do
ensino de Geografia em sala de aula e posteriormente em campo demonstrado aos
educandos os devidos problemas ambienteis que estão ocorrendo diariamente ao
interno da humanidade. (PIMENTA 2002).
A prática no ensino-aprendizagem, ou seja, garantir que a aprendizagem
ocorra como conseqüência da atividade teórica e em seguida aulas in loco. A prática
envolve conhecimento do objeto, conhecimento esse que deverão ser transmitido
em aulas teóricas, o professor deverá trabalhar os fundamentos a ser aplicada
posteriormente em campo, como problemas ambientais, como o homem influencia
diretamente no meio natural entre outros problemas adversos que os educando irão
encontrar em campo. (PIMENTA 2001).
Segundo SERPA (2006), existem discussões nos âmbitos científicos sobre
as aulas de campo na Geografia, pois a preocupação é para que o mesmo não
tornasse meramente um processo empírico de conhecer. Com isso FREIRE (1998),
diz que a experiência empírica não deve ser desprezada, pois em determinados
momentos ela pode estabelecer uma ponte entre o conhecimento do senso comum
e o conhecimento produzido através de recursos da epistemologia científica. Saindo
do conhecimento teórico para a visão in loco, promover o contato com o objeto de
estudo é sempre necessário para que não se perda a realidade de vista.
3.2. AULA DE CAMPO
O trabalho de campo foi realizado em uma chácara próxima a área urbana
de Juína, para onde foram levados os educandos do 5ª e 6ª ano do ensino
fundamental, tendo uma faixa de idade que varia de 10 a 12 anos. Os educandos
foram orientados a fazer anotações das explicações que foram feitas durante as
paradas em pontos que estavam apresentando degradações.
Como pode ser observado na Figura 01, 02 um processo erosivo que foi
avaliado como voçoroca foi explicado todo o processo de formação dessa erosão
ate a mesma chega a esse porte. Esse processo se dá pelo escoamento da água da
chuva e é considerada como voçoroca quando atinge o lençol freático, então acaba
não tendo uma profundidade específica. Foi feita a explicação e as devidas
medições para demonstrar aos educandos.
16
Figura01 – Erosão do solo voçoroca. Fonte – ALVARENGA 2012.
Como pode-ser observado na figura 02 os educandos participaram da
medição fizeram as anotações sobre as medidas colidas e as explicações sobre o
processo erosivo, que estava sendo analisando, pelos mesmos.
Figura02 – Erosão sobre nascente. Fonte – ALVARENGA 2012.
Na Figura 03, 04 pode-se descrever para os educandos o processo de
represamento ilegal que o proprietário está fazendo sobre a nascente.
Represamento esse que por lei não deveria existir, pois está impedindo o fluxo
normal da água para o leito do córrego. Ali, os educandos fizeram as suas
anotações onde se pode perceber que os mesmo entenderam que o proprietário não
poderia realizar essa ação naquele local, pois ali estava prejudicando não, só o fluxo
da água para o córrego, mas sim a flora. Uma vez que já não apresentava boas
condições, o alagamento da represa está alcançou uma área que ainda tem vestígio
de vegetação, com o alagamento posteriormente ira morrer promovendo uma
degradação não só para a nascente, mas sim para a fauna que ali está presente.
17
Figura03 – Alagamento de represa em nascente. Fonte – ALVARENGA 2012.
Ainda na figura 04 os educandos puderam observar a degradação da
nascente que ali foi represada pelo proprietário, essa mesma represa tem o objetivo
de fornece água para o gado, mas o acesso contínuo do gado por um longo período
a esse local provocara a compactação desse solo devido ao pisoteio, causando
também o assoreamento desta nascente pela desfragmentarão do solo, fato que
prejudicou o fluxo da água para o leito do córrego degradando todo um ecossistema
local. BASTOS (2010), afirma que no local de estudo e análise do seu trabalho
cientifico, aonde o gado bebia água, o crescimento da forragem se tornou cada vez,
mais lento prejudicado assim a nascente, pois a proteção natural da mesma é a
vegetação ao seu redor, quando não á vegetação ou mesmo forragem acaba
promovendo o assoreamento devido o pisoteio e a desfragmentarão do solo.
Figura04 – Barragem e alagamento de represa em nascente. Fonte – ALVARENGA 2012.
18
No decorrer da margem do córrego pode-ser observado pelos educandos a
degradação da mata ciliar, pois foi verificado que a partir a extração o córrego fica
desprotegido, foi feito apontamentos pelos educados sobre o processo de
assoreamento no leito do córrego, prejudicando assim a fauna e a flora local (Figura
05, 06). Como foi descrito na fundamentação, a mata ciliar tem um papel
fundamental na preservação do leito dos rios, córregos e lagos, pois a vegetação
serve como fixador do solo não deixando escoar para o leito de rios, córregos e
lagos, e serve como corredor ecológico. Os corredores ecológicos ou corredor de
biodiversidade é denominado à faixa de vegetação que liga grandes fragmentos
mata ou florestas, unidades de conservação que foram separadas pelas ações do
homem na natureza, proporcionando à fauna o livre trânsito entre as áreas
protegidas e, conseqüentemente, a troca genética entre as mesmas não deixando
entre em extinção nenhuma espécie da fauna local.
Figura05 – Degradação da mata ciliar. Fonte – ALVARENGA 2012.
Pode-ser observado pelos educados na Figura 06, uma área que a
vegetação foi quase totalmente extraída, e ali a fauna que deveria ser abundante
não tem mais, ou diminuindo drasticamente causando a extinção de varias espécies
nativo da região. Segundo KAGEYAMA (1989), as matas ciliares vêm sofrendo
19
alterações há várias décadas essas alterações que o homem faz com esse espaço
natural é para dar lugar a culturas agrícolas, devido à retirada de madeira e também
pela ação antrópica, apesar de serem consideradas áreas de preservação
permanente pelo código florestal, todos os anos milhares alqueires de terras são
devastados pelo homem.
Figura06 – Degradação da mata ciliar. Fonte – ALVARENGA 2012.
A aula de campo teve duração de quatro horas tendo finalização na sede da
chácara visitada, sendo feita a finalização com um debate entre os educandos e os
professores que organizaram a aula de campo. Esse momento foi muito importante,
pois ali pode constatar que os educando compreenderam o propósito da aula e os
objetivos, verificando-se os avanços alcançados com a aula de campo pelas
respostas dadas pelos alunos aos professores.
20
CONCLUSÃO
Pode ser notado, após a aula de campo que os educandos tiveram um olhar
diferente sobre os impactos que o ser humano realiza sobre o meio natural e como
toda a sociedade sofrerá as consequências se não abrir os olhos em prol do meio
ambiente.
O trabalho foi muito gratificante e muito importante para a formação dos
critica dos educandos, pois o resultado que foi atingido com os alunos poderá mudar
a atitude de muitos no futuro próximo.
Ao se observar os resultados do trabalho realizado com os mesmos, foram
verificados pelo texto descritivo que escreveram a importância de preservar o meio
ambiente para que no futuro as próximas possam usufruir das mesmas condições
que a sociedade usufrui no presente.
REFERÊNCIAS
ABÍLIO, Francisco José Pegado; FLORENTINO, Hugo da Silva; RUFFO, Thiago Leite de Melo. Educação ambiental no bioma caatinga: formação continuada de professores de escolas públicas de São João do Cariri, Paraíba, Pesq. Educ. Ambient. vol.5 no.1 Ribeirão Preto. 2010. Disponível em: <http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?pid=S19801652010000100009&script=sci_arttext>. Acesso em 30 de nov. 2012. AGENCIA Embrapa informações tecnológicas. Disponível em: <http://www.agencia.cnptia.embrapa.br/gestor/agricultura_e_meio_ambiente/arvore/CONTAG01_60_210200792814.html#>. Acesso em: 20 ago. 2104. ALVARENGA, Denildo Gonçalves. Impactos ambientais causados pela pecuária em área de preservação permanente (APP) do córrego Palmiteira do município de Juína – MT.
Juína, 2012. Trabalho de Conclusão de Curso (licenciatura em geografia), Instituto Superior de Educação Vale do Juruena. BASTOS, C. A. N. P. Impactos ambientais causados pela pecuária bovina de corte no município de Juína-MT: uma análise de caso de dois proprietários de fazenda. Juína, 2010. Trabalho de Conclusão de Curso (licenciatura em geografia), Instituto Superior de Educação Vale do Juruena. BELO, Diego carvalhal. Degradação ambiental e escassez de recursos: análise comparada das mudanças sócio-ambientais ocorridas entre os pescadores dos municípios de São Fidélis e São João da Barra após o acidente da Cataguases papel. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Ciências Sociais), Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro – UENF 2009. Disponível em: <http://www.inct-tmcocean.com.br/pdfs/Monografias/14_Belo2009.pdf>. Acesso em 14 fev. 2014. BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais (5ª a 8ª série): Geografia. Brasília: MEC/SEF, 1998. CALHEIROS, R. O. Preservação e recuperação das nascentes. Piracicaba: Comitê das bacias hidrográficas dos rios. PCJ - CTRN, 2004. CARNEIRO, C Dal R. Docência e trabalhos de campo nas disciplinas Ciência do Sistema Terra I e II da UNICAMP. Campinas, 2008. Depto. Geociências Aplicadas ao Ensino, Instituto de Geociências, Universidade Estadual de Campinas, UNICAMP. CASTRO, Antonio Luiz Coimbra de. Glossário de defesa civil estudo de riscos e medicina de desastres, 1998. Disponível em:<http://www.aguasparana.pr.gov.br/arquivos/File/PLERH/Produto1_2-ParteD-Revisao_Final_2.pdf>. Acesso em 25 out. 2012.
CÍLIOS do ribeirão. Disponível em: http://www.ciliosdoribeira.org.br/matas-ciliares/valeribeira. Acesso dia: 20 ago. 2014. CORTEZZI, Sara S. Influência da ação antrópica sobre a fauna de macroinvertebrados aquáticos em riachos de uma região de cerrado do sudoeste do Estado de São Paulo:[et al.] p. 1 – 8. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre, 99(1): 36-43, 30 de março de 2009. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/isz/v99n1/v99n1a05.pdf>. Acesso em 30 out. 2012. FERREIRA, A. A. RODRIGUES, S. X.C. JESUS, J. N. A importância da prática de ensino em geografia, 2011. Disponível em: http://www.ceped.ueg.br/anais/ivedipe/pdfs/geografia/co/114-187-1-SM.pdf. Acesso 22 mar. 2013. FERREIRA, D. A. C; DIAS, H. C. T. Situação atual da mata ciliar do ribeirão São Bartolomeu em Viçosa, MG. R. Árvore, Viçosa-MG, v.28, n.4, p.617-623, 2004. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/%0D/rarv/v28n4/22611.pdf>. Acesso em 14 set. 2004. FRANCO, Tânia and DRUCK, Graça. Padrões de industrialização, riscos e meio ambiente. Ciênc. Saúde Coletiva [online]. 1998, vol.3, n.2, pp. 61-72. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S141381231998000200006&script=sci_abstrac&tlng=pt>. Acesso em: 18 jan. 2014. FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1998. GONÇALVES, Edson F.; MOLLERI, Gustavo Souto Fontes; RUDORFF, Frederico de Moraes. Distribuição dos desastres naturais do estado de Santa Catarina: Estiagem (1980 – 2003). In: SIMPÓSIO BRASILAIRO DE DESASTRES NATURAIS, 1, 2004, Florianópolis. Anais. Florianópolis: GEDN/UFSC, 2004. p. 773-786. (CD-ROM) Disponível em: <http://www.cfh.ufsc.br/~gedn/sibraden/cd/EIXO%204_OK/4-60.pdf>. Acesso em 24 out. 2012. KAGEYAMA, P. Y. Implantação de matas ciliares: estratégias para auxiliar a sucessão secundária. In: Simpósio sobre mata ciliar, 1, Campinas, Fundação Cargill. Anais, São Paulo,1989. LACOSTE,Y. Geografia do subdesenvolvimento. São Paulo: DIFEL, 1985. LATINI. K.M: ARAÚJO. A. F: A importância do trabalho de campo no planejamento curricular da geografia para educação básica: um exemplo das Escolas do Município de Nova Friburgo. 100 encontro nacional de geografia 2009. Disponível em: <http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/Poster/P%20(3).pdf>. Acesso em 21 mar. 2013. LUZ, E. F. Da. Área de preservação permanente (APP) Módulo 05 e Setor j localizado no município de JUÍNA-MT. Juína, 2010, Trabalho de Conclusão de Curso (licenciatura em geografia), Instituto Superior de Educação Vale do Juruena.
23
MARCOS, Valéria de. Trabalho de campo em geografia: reflexões sobre uma experiência de pesquisa participante. IN: Boletim Paulista de Geografia. São Paulo: AGB, n. 84, p. 105 – 136, 2006. Disponível em: <www.agbsaopaulo.org.br/>. Acesso em: 29 out. 2012. MARTINEZ, Adilson; LEME. Ricardo Carvalho. O trabalho de campo como metodologia de ensino de geografia o estudo de caso da Vila Malvina – Guaíra/PR - 2008. Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/435-4.pdf>. Acesso em 24 out. 2012. MENDES, A. S. V. A relação homem-natureza através dos tempos: a necessidade da visão transdisciplinar como fundamento do direito ambiental. Trabalho publicado nos Anais do XIX Encontro Nacional do CONPEDI realizado em Fortaleza - CE nos dias 09, 10, 11 e 12 de Junho de 2010. PIMENTA, Selma Garrido. (Coord.). Pedagogia, ciência da educação? 4. ed. São Paulo: Cortez, 2001. PIMENTA, Selma Garrido. O estágio na formação de professores: unidade teoria e prática? 5. ed. São Paulo: Cortez, 2002. RANHE, Francimar dos Santos.; LEMES, Denise Peralta. Análise e recuperação de áreas susceptíveis as dinâmicas dos processos erosivos no entorno urbano de Juína – MT, Brasil. Revista Científica da AJES, Juína, 6 ed. p. 01-10, 2011. ROSEIRO, M. N. V.; TAKAYANAGUI, A. M. M. Meio ambiente e poluição atmosférica: o caso da cana-de-açúcar. Saúde, Viçosa, vol. 30 (1-2): 76-83, 2004. SANSOLO; D. G. A importância do trabalho de campo no ensino de geografia e para a educação ambiental. 1997. Disponível em http://observatoriogeograficoamericalatina.org.mx/egal6/Teoriaymetodo/Metodologicos/549. Acesso em 21 mar. 2013. SERPA, A. O trabalho de campo em geografia: uma abordagem teórica metodológica. In: Boletim Paulista de Geografia. São Paulo: AGB, n. 84, p. 7 – 24 2006. Disponível em: <www.agbsaopaulo.org.br/>. Acesso em 29 out. 2012. SUGUIO, Kenitiro. Geologia sedimentar. São Paulo: Editora EdgrandBlücher LTDA, 2003. TAVARES, Sílvio Roberto de Lucena et al, In: Curso de recuperação de áreas degradadas: a visão da ciência do solo no contexto do diagnóstico, manejo, indicadores de monitoramento e estratégias de recuperação. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2008, p. 1 - 238. Disponível em: <http://www.cnps.embrapa.br/publicacoes/pdfs/curso_rad_2008.pdf>. Acesso em 30 out. 2012.
24