A RESSOCIALIZAÇÃO DO ADICTO NO ÂMBITO FAMILIAR E SOCIAL · LETICIA MACIEL DE SOUZA STEPHAN A...
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UNIVERSIDADE DE CUIABÁ
LETICIA MACIEL DE SOUZA STEPHAN
A RESSOCIALIZAÇÃO DO ADICTO NO ÂMBITO FAMILIAR E SOCIAL
Cuiabá 2018
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LETICIA MACIEL DE SOUZA STEPHAN
A RESSOCIALIZAÇÃO DO ADICTO NO ÂMBITO FAMILIAR E SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado á Universidade de Cuiabá (campus-Pantanal), como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito.
Orientador: Prof. Esp. Tamilis T. Gonçalves
Cuiabá 2018
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LETICIA MACIEL DE SOUZA STEPHAN
A RESSOCIALIZAÇÃO DO ADICTO NO ÂMBITO FAMILIAR E SOCIAL
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Universidade de Cuiabá, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Direito.
BANCA EXAMINADORA
Prof(ª).
Prof(ª).
Prof(ª).
Cuiabá, de de 2018
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DEDICATÓRIA
Dedico aos meus pais pela dedicação e formação do meu caráter, ao grupo de nar-anon onde me fortalece e me sustenta, a todos os meus amigos, aos meus mestres não só pelo ensino da ciência jurídica, mas pelo empenho que se tem em transmitir o conhecimento e ensinar as pessoas.
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AGRADECIMENTOS
Primeiramente а Deus por ter me dado forças para superar todas as dificuldades,
a esta Universidade(UNIC), seu corpo docente, direção e administração que
oportunizaram eu chegar até aqui. E a todos que direta ou indiretamente fizeram parte
da minha formação, o meu muito obrigado.
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STEPHAN, Leticia Maciel de Souza. Ressocialização: Em seu âmbito familiar e social. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Direito) – Universidade de Cuiabá (campus-Pantanal), Cuiabá, 2017.
RESUMO
O objetivo deste trabalho visa demonstrar a Ressocialização do adicto no âmbito da jurisdição penal, perante seu núcleo familiar e social, enfatizando a recuperação juntamente ás penas alternativas de liberdade e também observará para o fato da informação e conscientização social referente à essa doença. Assim, a adicção pode ser conceituada como uma doença reconhecida pela Organização Mundial da Saúde onde afeta ao dependente químico e principalmente à toda sua família, A família vem a ser o berço da socialização, é possível dizer que, além de ser a maior afetada pela doença da drogadição, geralmente tende a facilitar e prorrogar esse processo. Para melhor compreender esse fenômeno, este trabalho apoia-se nos paradigmas da complexidade da doença baseando-se em diversos pensadores á respeito do tema, sendo assim dispostos no decorrer do trabalho. Inicialmente, aborda-se a complexidade histórica da drogadição e os meios alternativos de tratamento disposto na legislação penal brasileira. E por fim, relacionam-se as questões referentes sociais, questionando-se a impotência do Poder Judiciário gerado por tais problemas em toda sua complexidade, buscando por políticas públicas em se tratando do tema.
Palavras-chave: Ressocialização; Drogadição e Família.
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STEPHAN, Leticia Maciel de Souza. Resocialization: In their Family and Social environment. 2017. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Universidade de Cuiabá ( campus-Pantanal), Cuiabá, 2017.
ABSTRACT
The objective of this work is to demonstrate the Ressocialization of the addict within the criminal jurisdiction, before its family and social nucleus, emphasizing the recovery together with the alternative penalties of freedom and also observe for the fact of information and social awareness related to this disease. Thus, addiction can be conceptualized as a disease recognized by the World Health Organization where it affects the chemical dependency and especially the whole family. The family becomes the cradle of socialization, it is possible to say that, besides being the biggest one affected by drug addiction, generally tends to facilitate and prolong this process. To better understand this phenomenon, this work is based on the paradigms of complexity of the disease based on several thinkers on the subject, and thus are arranged in the course of the work. Initially, it addresses the historical complexity of drug addiction and the alternative means of treatment established in Brazilian criminal law. And finally, social issues are related, questioning the impotence of the Judiciary generated by such problems in all its complexity, searching for public policies on the subject.
Key-words: Resocialization, Drug Addiction and Family
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................. 9
2. RESSOCIALIZAÇÃO HISTÓRICA DO PRESO ............................................ 11
2.1 A drogadição e o processo de ressocialização ..................................................................... 13
3. MEIOS ALTERNATIVOS DE TRATAMENTO ............................................... 17
4. A FAMILIA E A DEPENDÊNCIA QUÍMICA ................................................... 22
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................... 27
REFERÊNCIAS .................................................................................................... 30
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1 INTRODUÇÃO
Esta pesquisa, tem por objetivo alcançar alternativas referentes á
ressocialização do Dependente Químico que comete algum ato delituoso associado a
crime ou violência, através de maneiras que se fazem eficazes para a sua reinserção
em seu núcleo familiar e social; A palavra adicto origina-se do Latim ‘’addictu ‘’onde
se caracterizava por ‘’escravo por dívidas; entregue; dedicado A’’ que atualmente vêm
a ter o respectivo significado de dependente; A dependência Química é uma doença
reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) onde todos os envolvidos
são afetados emocionalmente, e as vezes fisicamente.
Esta perspectiva gera por sua vez consequências em diversas esferas do
direito Brasileiro, mais precisamente em seu âmbito Penal pelo grande número de
incidentes ocorridos por decorrência desse uso abusivo de psicoativos, com isso para
que seja solucionado os delitos o direito sozinho não têm instrumentos necessários
para a reinserção desse indivíduo e para o devido tratamento à sua enfermidade,
sendo necessário recorrer a saúde para que juntos provoquem uma solução de
continuidade nesse binômio droga-crime que é interminável.
Assim como o Dependente Químico adquire uma série de conturbações, as
pessoas com quem ele convive também ,de maneira a se tornar uma situação caótica
social, também comparado com a diabetes a adicção não tem cura, porém é
controlável, assim como o programa de dose passos de Narcóticos Anônimos,
Alcoólatras Anônimos entre outros) que são de extremo auxilio para que os mesmos
tenham uma recuperação e consigam se ressocializar a sociedade, vendo por esse
ângulo é notório a falta de informação levada a seus familiares e a sociedade, nota-
se a imensa falta de conhecimento por essa doença; A Família assim como para o
direito brasileiro é a base da sociedade é observada a extrema importância de um
amparo a elas para que saibam lidar com a adicção de seus entes familiares. Seus
reflexos atingem a sociedade diretamente e por isso a importância do Estado em
tomar medidas para reprimir o tráfico, esclarecer preventivamente a população acerca
dos malefícios das drogas e possibilitar o tratamento e a reabilitação dos usuários ou
dependentes químicos.
O presente trabalho de pesquisa tem por objetivo analisar, se de fato está
ocorrendo de maneira eficaz a ressocialização do Dependente Químico dentro e fora
do âmbito carcerário para consigo próprio, sua família e com a sociedade;
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questionando também a estrutura de base e auxilio para com as famílias que sofrem
juntamente com seus entes dependentes reflexos de sua adicção, para que seja justo
serão analisadas Doutrinas, Jurisprudências e bem como o comportamento legislativo
quanto ao tema.
Inicialmente busca compreender sobre a problemática da drogadição para a
Constituição Brasileira, desde suas origens, e todas as alterações em seu decorrer
dos anos até os dias de hoje, como é tratado a ressocialização do dependente químico
no âmbito Penal Brasileiro, a importância para a sociedade, o amparo do Estado aos
mesmos e em relação a sociedade; após buscaremos meios alternativos que podem
ser utilizados para a satisfação da ressocialização do adicto e para a conscientização
social como todo.
Primeiramente busca entender seu processo histórico, e suas alternativas que
foram eficazes ou não para o direito penal brasileiro, denotando também quais as
melhores maneiras de ressocialização do dependente Químico para com a família e
a sociedade, e por fim questionar a fim de obter uma maior claridade referente ao
estado, se de fato a sociedade tem o conhecimento sobre a doença adiccção, afim de
buscar soluções á essa enorme problemática.
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2 RESSOCIALIZAÇÃO HISTORICA DO PRESO
Para que haja o devido entendimento sobre o funcionamento da
ressocialização no sistema penal nos dias atuais, é necessário voltar á sua origem,
para que seja observado o berço de onde tudo originou-se primeiramente as prisões,
e em sequência outros métodos ilustrando a interpretação para cada época até os
dias atuais.
A existência das prisões vem a ser mais antiga do que o sistema penal.
Originada do Direito Canônico tinham por objetivo curar o homem criminoso e também
pecador através de direitos decorridos do Código de Hamurabi ou também pela Lei
do Talião, "olho por olho, dente por dente", utilizando-se de cunho religioso. Na
antiguidade o encarceramento de delinquentes não obtinha caráter de pena entendida
nos dias atuais, mas sim objetivando a preservação dos réus até sua execução ou
seu julgamento, obtendo como métodos nesse período penas corporais, penas de
morte e infamantes.
Em meiado do séc XVI iniciou um movimento de tamanho alcance no
desenvolvimento das penas privativas de liberdade, na construção e criação de
prisões organizadas para a correção daqueles que eram apenados e, diante dessa
fase, a devida finalidade das instituições consistiria na reforma dos delinquentes
através da disciplina e do trabalho, desenvolvendo assim objetivos relacionados com
a prevenção em geral, que por hora pretendia desalentar a outros de retornar a
cometer novamente atos delituosos.
De acordo com Magnabosco (2003, p. 4)
A arquitetura carcerária mais antiga é datada de 1596 e teve sua construção na cidade de Amsterdã, destinada, inicialmente, a homens malfeitores e mendigos, utilizando penas leves e longas com auxílio de trabalho obrigatório, exortações, leituras espirituais.
Em meados de 1597 e 1600, foram criados também em Amsterdã, prisões para
mulheres e uma seção especial para meninas adolescentes. Os Castigos corporais;
tortura, sevícia sempre estiveram presentes nas prisões e utilizavam dessa pratica
constantemente no exercício de cumprimento da pena. Entretanto, a contar da
segunda metade do séc. XVIII, iniciou, em toda a sociedade, sucessivos protestos em
desfavor dos suplícios, que passaram a não ser tolerados e bastante vergonhosos.
Com isso nota-se as primeiras movimentações humanistas e o desenvolvimento das
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primeiras premissas com isso suavizando os suplícios e não havendo a necessidade
de castigos como objetivo de punir.
Essa nova teoria da penalidade engloba compreende uma nova “economia
política” que obtém o poder punitivo. É a partir desse período que as origens do Direito
Penitenciário originam- se, resultando à premissa ética de respeito a dignidade do
homem como pessoa moral; Gera junto ao direito moderno, a penalidade da detenção.
Com isso a prisão torna-se a penalidade das sociedades civilizadas,
concebendo lugar essencial no concomitante das punições e assinalando um
momento importante na história da justiça penal a humanidade." Advindo disso a
prisão converte assim, em um modelo disciplinar árduo, devendo assim a seu cargo
todos os aspectos referentes ao indivíduo, sua aptidão física e para o trabalho, atitude
moral e comportamental, e suas disposições. Nas palavras de Muito mais que a
escola, a oficina ou o exército, a prisão implica sempre numa certa especialização
respeitando os princípios do isolamento, do trabalho, da privação da liberdade
individual "(FOUCAULT, 1987).
O dominante meio de punição existente nos modelos penais vigentes, o
sistema carcerário, obteve em seu desenvolvimento, diversas transformações e
numerosos problemas a serem superados e, hoje procura buscar equilíbrio e eficácia,
objetivando a retirada do infrator do seio da sociedade e mantê-lo à margem do
convívio social, em decorrência de culpabilidade e também periculosidade, atuando
de forma a oferecer condições para sua recuperação e vida em sociedade.
Atualmente, no Brasil, a legislação criminal, processual e de execução penal (''
a Lei de Execução Penal brasileira '') se caracteriza vanguardista, e sua filosofia é
baseada na efetivação da execução penal agindo para preservar os bens jurídicos e
de forma a ressocializar o homem que cometeu um delito de volta à comunidade. A
execução penal é erigida à categoria de ciência jurídica e o princípio da legalidade
domina o espírito do projeto como forma de impedir que o excesso ou o desvio da
execução penal venha a comprometer a dignidade ou a humanidade na aplicação da
pena (ASSIS, 2007).
Por certo, a Lei de Execução Penal é desenvolvida e a frente, acordando junto
a filosofia ressocializadora de pena privativa de liberdade. Contudo, após tanta
controvérsia e equívocos para que o país viesse a ter uma legislação que tivesse por
objetivo tratar de forma específica e satisfatória tal temática, o grande a dificuldade
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enfrentada atualmente é a ausência de efetividade em cumprir a aplicação da Lei de
Execução Penal.
Porém, cotidianamente é notório a imprensa noticiar o estado precário dos
estabelecimentos já existentes, demonstrando estar cada vez mais longe o ideal da
sociedade justa e distante de violência. Por essa perspectiva, deterioram-se as
esperanças de recuperação dos presos, além do que, também é sabido que o alto
custo para a criação e a manutenção dos estabelecimentos carcerários determina um
terrível desgaste da responsabilidade do Governo pela questão (Diniz, 2007). Com
isso, não obstante a norma em execução nas entidades prisionais brasileiras, as
condições se encontram extremamente precárias, não cumprindo a respeito das
normas e nem mesmo das garantias essenciais legitimada na Constituição Federal.
2.1 A DROGADICÃO E O PROCESSO DE RESSOCIALIZAÇÃO
A ressocialização para o âmbito penal remete-se em sua maioria a uma falta
de clareza perante a sociedade, primeiramente observará a sua etimologia. A noção
etimológica do termo Ressocialização recobre um amplo campo semântico:
reabilitação, recuperação, readaptação, reinserção, entre outros léxicos correlatos
(BECHARA, 2004).
A chamada Ressocialização implica, o sentido de novamente repetir a
socialização, lidando novamente com os outros, retomar a vida em sociedade. Em sua
visão do Direito Penal, ressocialização vem a ser a reeducação social daquele que
cumpre pena durante e depois do seu cumprimento de pena.
Em amplo sentido envolve um grupo de ações objetivando à readaptação do
preso na sociedade, logo assim contribui nos aspectos psicossociais, profissionais e
educacionais, objetivando inibir atos reincidente de espécie criminal.
Para compreender um pouco sobre esse fenômeno da Drogadicção e como
vem sendo tratado voltaremos á suas primeiras intervenções realizadas pelo direito
brasileiro com origens datadas do início do séc. XX quando se fez necessário um
aparato jurídico-institucional inicializando o controle pelo uso e do tráfico de drogas
com o objetivo a garantir a segurança do País (MACHADO; MIRANDA, 2007); Sendo
ela uma abordagem repressiva e proibicionista, influenciada por convenções
internacionais, concentrava- se basicamente na Lei nº. 6368.76 que revelava cunho
claramente repressivo.
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Em janeiro de 2002 uma nova lei anti drogas (Lei nº. 10.409/02) entra em vigor,
pretendendo substituir a antiga entretanto aparece vícios de inconstitucionalidade e
defeitos técnicos encontrados em seu projeto, teve toda sua parte penal vetada com
isso adveio a Lei nº. 11.343/06 revogando os antigos diplomas legais.
Dentre elas, merece destaque as penas para o usuário de drogas, uma das
principais mudanças é que quem “adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou
trouxer consigo drogas para consumo pessoal”, sem autorização legal, não poderá
mais ser preso; O porte permanece caracterizado como crime, mas o usuário estará
sujeito a medidas socioeducativas, aplicadas por juizados especiais criminais.
O objetivo é articular, integrar, organizar e coordenar as atividades de
prevenção, tratamento e reinserção social de usuários e dependentes de drogas e de
repressão ao tráfico, caracterizada pelo seguinte: a) não associação do uso de drogas
com a “demonização política e social” (leia-se: o usuário de droga não deve ser visto
como um “demônio” ou criminoso); b) a sobrevivência da sociedade não depende só
da política repressiva; c) a política do uso controlado, como o álcool, pode dar bom 4
resultado; d) o uso de droga não é assunto prioritário da polícia (e sim, da saúde
publica)
Como já fora observado, a pena privativa de liberdade é ineficaz, o
encarceramento provoca males ao preso, como as dificuldades de um retorno à vida
social, o preso é incapaz de viver em sociedade com outros indivíduos, por se
compenetrar tão profundamente na cultura carcerária, o que ocorre com o preso de
longa duração.
A prisonização constitui grave problema que aprofunda as tendências criminais
e antisociais”;Desta forma, devem ser estabelecidos outros tipos de pena que
funcionem como alternativas à pena privativa de liberdade. A crise instalada na
execução penal se reflete na segurança pública.
É certo que, na medida em que não se efetivam as regras da execução penal,
pune-se o condenado duas vezes.A pronúncia da sentença e o sentimento de perda
da liberdade produzem consequências psicológicas arrasadoras, e a exposição
prolongada em sistema prisional contribui para a formação de cenário devastador para
a vida do preso (MIRABETE 2008).
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Por isso, se faz necessária a aplicação de penas que realmente cumpram
seu papel de fonte ressocializadora, possibilitando assim, que aquele infrator volte
ao convívio social, sem a expectativa de cometer novos delitos.
O encaminhamento do usuário, estabelecido pelo juiz, à instituição na qual será
realizada a medida de tratamento, com o envolvimento de médicos, psicólogos,
ONG´s e uma série de outros profissionais, além do juiz que deve acompanhar o
desenvolvimento, por meio de relatórios.
Esse novo diploma possibilitou a aplicação de medidas socioeducativas para
jovens envolvidos no mundo das drogas e as medidas protetivas, que prevê requisição
de tratamento médico, psicológico e psiquiátrico, além de inclusão em programa oficial
ou comunitário de auxilio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos; Como
forma de alternativa à pena privativa de liberdade ao usuário/dependente de droga,
visa antes de qualquer coisa, a redução do dano, seja ele individual (da pessoa do
usuário) seja ele social.
Essas medidas representam um significativo avanço na possibilidade de
minimização da atual criminalidade, pois, além de oferecer ao usuário de drogas uma
intervenção específica para o seu problema de saúde, evita, igualmente, que o mesmo
seja exposto à pena de encarceramento quando a lei assim o prevê.
Nesses casos, o papel do tratamento é uma significativa contribuição na
redução do crime, e também importante observar por ser um problema familiar ser
necessário a sua família a frequência em algum desses grupos para que os mesmos
se fortifiquem e tenham uma transparência melhor sobre essa doença ,sendo de
extrema atenção apoio jurídico brasileiro em relação á dar a base e estrutura ao adicto
e a essa família também, pois de nada adianta oferecer a recuperação e
ressocialização apenas ao dependente sendo que a família do mesmo esteja sem
amparo para lidar com essa doença, pois em um ciclo viciado se não tratado tudo
tende a voltar a ocorrer novamente, e como a legislação busca tratar apenas o
dependente em si, há essa 5 escassez de alicerce á família.
A Família assim como para o direito brasileiro é o pilar de tudo está mal
orientada a esse respeito e é para isso que venho elucidar a extrema importância de
um amparo a elas para que saibam lidar com a adicção de seus entes familiares.
Assim como o Dependente Químico adquire uma série de conturbações, as
pessoas com quem ele convive também ,de maneira a se tornar uma situação caótica
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social, também comparado com a diabetes a adicção não tem cura, porém é
controlável, assim como o programa de dose passos de Narcóticos Anônimos,
Alcoólatras Anônimos entre outros) que são de extrema necessidade para que os
mesmos tenham uma recuperação e consigam se ressocializar a sociedade, vendo
por esse ângulo é notório a falta de informação levada a seus familiares e a sociedade,
nota-se a imensa falta de conhecimento por essa doença.
A Família assim como para o direito brasileiro é a base da sociedade é de
extrema necessidade elucidar a importância de um amparo a elas para que saibam
lidar com a doença da adicção de seus entes familiares. Seus reflexos atingem a
sociedade diretamente e por isso a importância de o Estado tomar medidas para
reprimir o tráfico, esclarecer preventivamente a população acerca dos malefícios das
drogas e possibilitar o tratamento e a reabilitação dos usuários ou dependentes
químicos.
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3 MEIOS ALTERNATIVOS DE TRATAMENTO
A lei brasileira referente ás drogas concentrava-se basicamente na Lei nº.
6368.76 que se tinha abordagem repressiva, como já visto; Fernando Capez, em
artigo publicado na Revista Consultor Jurídico afirma que:
O crime previsto no revogado art. 16 da Lei nº. 6368/76 era punido com pena
de detenção, de 06 meses a 02 anos, e a pena de multa, de 20 a 50 dias-
multa, calculados na forma do revogado art. 38 da Lei nº. 6368/76. Tratava-
se, no entanto, de crime de menor potencial ofensivo, sujeitando-a ao
procedimento da Lei nº. 9.099/95, incidindo igualmente seus institutos
despenalizadores, desde que preenchidos os requisitos legais.
Nesse entendimento, a pena vem se transformando ao decorrer da historia. O
sistema punitivo deixou para trás as penas corporais, a tortura e a morte, utilizando-
se como forma principal de sanção a pena privativa de liberdade; Contudo, a pena de
prisão deveria atender ao seu propósito, sendo assim, fora instituída com a intenção
de oferecer punição retributiva do mal causado pelo criminoso, prevenção da prática
de novos delitos e a ressocialização do preso, porém, não é essa a realidade que
vemos todos os dias no país.
A pena privativa de liberdade é ineficaz; O encarceramento provoca males ao
preso, como as dificuldades de um retorno à vida social, nas palavras de Rafael
Damaceno de Assis:
O preso é incapaz de viver em sociedade
com outros indivíduos, por se compenetrar tão profundamente na cultura
carcerária, o que ocorre com o preso de longa duração.
O cárcere instala um grave transtorno uma vez que incentiva o caminho anti-
social e criminal” diante disso, a instalação de outros tipos de pena torna-se mais
eficientes pois buscam a possibilidade referente a pena privativa de liberdade.
Considerando a Lei nº. 9.714/98 (Lei dos Substitutivos Penais), e também a Lei nº.
9.099/95 (Lei dos Juizados Especiais), implementaram alternativas à pena de prisão,
tendo como exemplo: a pena de multa, as restritivas de direito, livramento condicional
a suspensão condicional da execução da pena, a suspensão condicional do processo
entre outras, entretanto, é de necessidade social que haja aumento do referido rol de
alternativas e as penas assim serem empregadas em conformidade aos delitos
cometidos.
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Em Agosto de 2006 foi sancionada a Lei n. 11.343 (Brasil, 2006a). A atual
legislação sobreveio as leis antecedentes, percebendo avanços, com foco no que se
refere à exclusão da pena de prisão para o usuário de drogas, associando o uso de
SPA deferindo á uma problemática de saúde pública e afastando da alçada policial.
Nesse princípio, fora instaurado o SISNAD Sistema Nacional de Políticas
Públicas sobre Drogas, que objetiva articular, incorporar, organizar e coordenar as
atividades relativas á precaução do uso indevido, juntamente a atenção e reinserção
social de drogaditos, juntamente a repressão da produção do tráfico ilícito de drogas
Integram o SISNAD: CONAD sendo ele o Conselho Nacional Antidrogas , órgão
regimental e de resolução coletiva do sistema, vinculado ao Gabinete de Segurança
Institucional da Presidência da República; a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD),
na qualidade de secretaria-executiva do colegiado; o conjunto de órgãos e entidades
públicos que exerçam atividades referentes ao problema da drogadição;
Muito embora haja esta organização, o regime do Ministério da Saúde para a
precaução integral aos dependentes de álcool e outras drogas reconhece um certo
atraso, elucidando, ainda, para uma concepção variada em benesses terapêuticas,
reabilitadoras, educativas, preventivas e fomentadora da saúde que possam permitir
reconhecer o dependente usuário, suas necessidades e vínculos com seus familiares.
Essa política também direciona referente ao paradigma de Redução de Danos
como meio de saúde pública visando a diminuição dos prejuízos acarretados pela
drogadição. A Redução de Danos vem a tratar o usuário na sua devida perspectiva,
sem julgamento, com corresponsabilidade entre ele e o agente de saúde.
Observado a referida política do Ministério da Saúde vem a sugerir a
regulamentação de Comunidades Terapêuticas, as quais se multiplicaram em virtude
do “vazio de possibilidades para a reabilitação das pessoas com dependência ao
álcool ou a outras drogas” (Brasil, 2003, p. 46). Essa espécie de tratamento vem a
caracterizar a dependência química como doença e o trabalho terapêutico é focado
na ressocialização e em sua abstinência.
Encontra-se enorme respaldo referente á grupos de mútua-ajuda. No entanto,
Bravo (2003) ressalta que essas variadas sugestões, iniciativas e avaliações
recorrentes ainda não se tornaram eficazes diante da enorme dimensão do problema.
E, ainda se interroga para a perspectiva de que tal conteúdo de tamanha importância,
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possa vir abordar por uma delimitação específica, importando integrar fundamentos
com sua particularidade em diversas áreas do saber: saúde, sociologia, direito, entre
outras.
A própria Lei nº 11.343/2006, que regula o tema no Brasil, estabeleceu como
um de seus princípios nas atividades de atenção e reinserção social de usuários e
dependentes a redução de riscos e danos sociais e à saúde, como um instrumento de
orientação para a denição de projetos terapêuticos individualizados.
Essa política de RD (Reduçao de Danos) procura romper com uma construção
histórica, social e econômica em torno das abordagens de "combate às drogas"
baseadas em concepções moralistas e repressoras (Bucher & Oliveira, 1994, p. 137)''.
Dessa forma, a RD é definida como um conjunto de medidas em saúde que
preconizam a diminuição das consequências danosas do uso de drogas (Nardi &
Rigoni, 2005), sem necessariamente produzir uma inibição completa do consumo.
Isso porque esta prática prega como princípio o respeito à liberdade de
escolha, afirmando a responsabilidade do indivíduo perante o seu tratamento e o uso
de drogas. Como já fora elucidado, a dependência química se resulta de um desejo
incomensurável de fugir ou experimentar algo não alcançável sem elas. Neste sentido
passando a droga a ser imprescindível para o indivíduo ,seja do ponto de vista físico
ou psicológico.
Logo, Filho (1999) observa uma série de características que fazem parte dessa
doença. Primeiramente vem a defender que a dependência é uma doença do cérebro.
Com isso , é notório que a ideia fixa de que a pessoa se torna dependente porque
quer, ou não se cura porque não quer, não passa de preconceito e falta de
conscientização. De acordo com o autor, a doença vem a se manifestar na falta de
controle, pelo usuário, de todos os seus atos e de sua capacidade de decidir.
Outra perspectiva apontada por Filho (1999), refere-se a multiplicidade de
causas desta doença. Podendo ser de natureza biológica, psicológica, social ou
resultar na junção de todas. Baseando-se no pensamento do autor, ela pode surgir de
problemas emocionais (medo, ansiedade, etc.), crescer num ambiente hostil (famílias
desintegradas, círculo de amigos drogados), agravar-se no consumo ocasional e
depois sistemático de alguma droga leve (maconha) e depois outra pesada (crack,
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heroína)e, em Último estágio, desencadear no cérebro novos padrões de prazer que
só a droga pode oferecer.
Observando tal aspecto, tão familiar vem sendo comum na realidade brasileira,
de nada adianta resolver tal circunstancia com remédio (a causa biológica), com
psicoterapia (as causas psicológicas) ou com apoio moral (as razões sociais e
ambientais). Nestes casos, em sua maior parte consegue-se uma suspensão
temporária dos efeitos.
O devido processo de ressocialização exige ações e mecanismos introduzidos
do Estado, do apenado e também de sua família, para desde do início da execução
penal já faça parte da ressocialização do preso. Nas palavras de Nery Junior e Nery
(2006, p.164), “tanto quanto possível, incumbe ao Estado adotar medidas
preparatórias ao retorno do condenado ao convívio social”.
Se as reais causas não forem identificadas e tratadas, a dependência acabará
voltando. Filho (1999), afirma que a dependência química é uma doença crônica. Em
sua perspectiva assim como asma, diabetes e hipertensão, pode exigir tratamentos
longos, e por sua vez, cuidados por toda a vida. Neste sentido, é válido lembrar de
que as doenças crônicas não são curadas, mas sim mantidas sob controle.
Conduto, muitos ex-usuarios conseguem dar andamento em uma vida
saudável, Dependendo assim da forma que for abordado o problema. Além destas
características, Esta também presente a questão das razões e efeitos, são peculiares
a cada situação. Sendo cada caso um caso, as vezes o que funciona pra um não seja
o melhor para o outro e é nesse sentido que há variedades de ser tratada; Logo Luiz
David Araújo vem a elucidar:
São Direito Indisponíveis à pessoa humana, necessárias para assegurar à
todos uma existência digna, livre e igual, onde estão reunidos direitos de
defesa do indivíduo perante o Estado, os direitos políticos, os relativos a
nacionalidade, os direitos sociais, dentre outros que possam ser
considerados como tais.
O homem necessita de uma existência digna, direitos de viver com dignidade,
ou seja, viver sem que seus direitos sejam desrespeitados e ter garantido as suas
necessidades vitais básicas. derivam do direito à vida uma série de outros, como o
direito à saúde, pois a manutenção da saúde é essencial para a manutenção da vida.
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Direitos esses que estão no artigo 5º da Constituição Federal, elucidando que
o Estado tem o dever de agir rigorosamente para garantir esses direitos aos cidadãos,
como direito à saúde e direito à vida são bases fundamentais, voltados à garantia da
dignidade da pessoa humana, sem as quais, programas como o da Justiça
Terapêutica não teriam espaço nem sentido, já que é um programa que visa amenizar
dois graves males sociais, o uso indevido de drogas e a incidência criminosa. Nas
palavras de José Afonso Silva:
O respeito à vida humana é a um tempo uma das maiores idéias de nossa
civilização e o princípio da moral médica. Ninguém terá direito de dispor da
própria vida, a fortiori da do outrem e, até o presente momento, o feto é
considerado um ser humano
A nova lei veio abrir mais possibilidades para a aplicação do programa da
Justiça Terapêutica quando tem o propósito de tentar mostrar á sociedade que o
usuário de drogas não é um ''monstro'', e sim um ser humano que merece respeito e
ajuda. Nas palavras de Luis Flavio Gomes:
Resumidamente, a nova posição legislativa sobre o usuário caracteriza-se
pelo seguinte: a) não associação do uso de drogas com a “demonização
política e social” (leia-se: o usuário de droga não deve ser visto como um
“demônio” ou criminoso); b) a sobrevivência da sociedade não depende só
da política repressiva; c) a política do uso controlado, como o álcool, pode dar
bom resultado; d) o uso de droga não é assunto prioritário da polícia (e sim,
da saúde pública).
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4 A FAMILIA E A DEPÊNDENCIA QUIMICA
A palavra família em seu sentido etimológico, origina-se do latim famulus, que
por sua vez tem o significado de escravo passado o tempo, no século XV,a palavra
passou a ser utilizada aos serviçais de donos de propriedades. Com o passar do
tempo, fora ampliando tal significado, passando a abraçar todos os membros de uma
moradia. Inicialmente estabelecendo uma definição sobre família tem por objetivo
transformações advindas da contemporaneidade onde foram modificadas certas
relações interpessoais e, logo trouxe significativas transformações no sistema familiar.
Nas palavras de Zimerman & Osório (1997) afirmando ser um conceito
polissêmico e multifacetado assumindo diversas modalidades na convivência
humanando decorrer em que a família vem a enfrentar situações relacionadas a
drogadição acabam por ficar desamparados.
Devido á doença da dependência química se ampliar na sociedade mais
rapidamente com a globalização, debate-se alternativas sobre as emoções e sentidos
no contexto cultural e social, e também busca perspectivas referentes ao tratamento,
para obter assim a compreensão referente ao problema, ao procurar no sistema
brasileiro práticas eficazes que auxiliem a família no preso, ou a dar um respaldo ao
mesmos, é visto que há escassez de ajuda à população necessitada de auxílio para
conseguir lidar com o drogadito.
Um dos aspectos primordiais a ser notado quando falamos em ressocialização
é a influência que a família vem a acarretar na consequência do uso de drogas, em
todo seu curso e principalmente em sua origem. Essa perspectiva está atrelada
constantemente ao comportamento individualista do uso, porém não exclui a
responsabilidade sociocultural na definição da dependência química.
A maioria dos estudos apontam para a constatação de fatores de risco
tornando-se fundamental vincula-los junto a outras razões sociopolíticas e culturais.
Um exemplo é dado pelo estudo concebido por Stanton e Todd (1998), segundo o
qual a drogadição é o resultado de uma combinação de ausência de limites definidos
contraposta a uma relação pautada pela simbiose emocional e superproteção.
Nota-se que o berço do comportamento adictivo vêm atrelado ao
comportamento de seus pais, não que seja a causa, porém é um ponto de início para
buscar compreender tal comportamento e logo o uso abusivo da droga. Outros
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estudos referem o apego patológico na etiologia da drogadição, considerando o uso
como modo de obtenção de equilíbrio familiar (Zemel, 2001; Bertolote & Ramos,
1997).
Também há outros autores que defendem que a dependência química origina-
se em um meio facilitador, Zampieri (2004) utiliza-se do termo co-dependente á
aquelas pessoas que convivem de forma direta com o dependente, havendo
deturpações comportamentais compulsivos, tornando-se viciosos para todos os
membros gerados através da conviência familiar, onde há apenas ação e reação de
ambos os lados, tornando assim a convivência ainda mais dificultosa.
A pesar de que os estudos apontam que o uso de drogas tenha na família o
seu berço, procura explicação em tal processo que vai muito além de apenas
contextos familiares, A partir do pensamento complexo, busca a compreensão devida
respeito de tal doença. Inicialmente se observa o fato de que a família, individuo,
cultura entre outros estão unidos nessa mesma questão.
A família vem a ser o produto de uma sociedade juntamente ao individual.
Desse modo, métodos de ingerir-se na constituição de modo contemporâneo tem na
família, grande completude o que obriga a ter maior abrangência de articulações e
experienciais.
Esta doença afeta a todos ao redor, em especial a família, vindo a adoece-la
com todas as consequências de seu uso tanto em seu lado físico, financeiro, moral.
Com isto, a família se desarticula e os valores familiares, humanos e morais perdem
espaço para violências de toda ordem, Ocorrendo diversas situações que acabam por
desintegrar a família de forma geral. No meio de tratamentos existentes para a
recuperação de adictos.
Quando se refere ao dinamismo da família que contém a doença da adicção
em algum de seus familiares, alguns autores defendem a tese de que o
comportamento adictivo vem gerado através do reflexo do comportamento de seus
familiares, atribuindo a um desarranjo reflete na dificuldade relação e na dificuldade
de estabelecerem limites aos filhos.
Torna-se um ciclo de obsessão de ambas as partes onde a família muito das
vezes se torna refém da doença tendo ações com o intuito de ajudar o dependente,
porém acabam por alimentar sua doença, assumindo suas responsabilidades, não
deixando que o mesmo sofra as consequências de seu uso, fazendo com que tudo
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gire em torno dessa doença, deixando as próprias necessidades de lado afim de tentar
manter um equilíbrio familiar.
Zampieri(2004) vêm a elucidar que na grande maioria dos casos, a infância de
um co-dependente fora complicada, muito das vezes havendo inversão de papeis
parentais, tendo a consciência sobre cuidar da vida de outros desde muito cedo,
aprendendo a cuidar e ter controle para manter sua sobrevivência, geralmente é
mantido em seus demais relacionamentos.
Durante a trajetória da recuperação, a família e sua participação é de grande
importância, quando em sua vez respaldadas acerca da doença saibam ajudar no
processo e também na prevenção, recaída ou abstinência do dependente.
De acordo com estudos, e depoimentos analisados em salas de nar-anon,
atribui-se á esse apoio grande parcela na trilha da recuperação quando há o apoio á
alguma entidade ou grupo familiar, nas palavras de Edwards & Dare (1999) quando
questionam motivos referentes sobre a família tolerar tais condutas do drogadito
elucida o quão necessário se faz o tratamento em conjunto , pois a família que não
obtém certa ajuda prejudica a recuperação de seu ente e permanece prejudicada,
atentando-se assim para a necessidade de ajuda de ambos os lados.
A família é levada a compreender que nenhum tratamento substitui enfrentar
os conflitos intrafamiliares e consequentemente, o envolvimento. Existem outros tipos
de tratamentos para os dependentes químicos como: Comunidade terapêutica, Grupo
de Apoio, Grupo de N.A (Narcóticos Anônimos), no COMEN (Conselho Municipal de
Entorpecentes) de sua cidade.
Existe o tratamento do Amor Exigente, que é dividido em quatro etapas que
são: processo de mudança. grupo de apoio, amor exigente e reconciliação. (Silva, op.
cit.) E o Projeto Resgate do CREV7 (Centro de Recuperação Esperança e Vida Sete).
A prevenção e recuperação de dependentes químicos não pode ser relegada à uma
única célula social. Deve ser fruto de um trabalho integrado entre os órgãos públicos,
a sociedade e a família
Além disto, a conscientização e vontade de mudar do próprio paciente
fundamental. Neste sentido, Filho (1999) ensina que a participação pessoal do
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dependente é absolutamente indispensável para qualquer progresso no tratamento.
Esta é uma verdade antiga e, na maioria dos casos, a mais importante.
Perceber que o problema nunca será resolvido pelos outros, sentir o apoio de
familiares e amigos, recuperar a autoestima, aderir a uma fé religiosa e as rotinas
novas e saudáveis tem sido a grande arma, usada com inegável sucesso, por
multidões de frequentadores de grupos comunitários. igrejas dos mais variados credos
e de instituições como os Narcóticos Anônimos, para os quais a força espiritual é um
recurso insubstituível.
Assim, ciente do papel de todos os atores (Estado, Comunidade, Profissionais,
Família, etc.) envolvidos no processo de busca da igualdade social e combate às mais
diferentes formas de degradação e dependência (com destaque a dependência
química) das famílias e seus membros, faz-se necessária uma confrontação da teoria
com a prática.
Em parceria com a política penal, a família surge como suporte de extrema
importância na ressocialização do apenado, pois a reabilitação e a ligação afetiva
familiar podem vir a ajudar o preso na superação e em sua recuperação, dando força
em seu lado emocional, pois quando encarcerado o apenado acaba perdendo
algumas referências. Após o cumprimento da pena, o detento precisa encontrar
suporte psicossocial e material para retomar a vida, e as medidas de ressocialização
constituem mecanismo importante para a restituição de direitos e de vida social do
sentenciado (VEIRA, 2011).
Para os casos de drogadição, a literatura tem referido que a terapia familiar e
de casal produz melhor desfecho, quando comparada com tratamentos que não
incluem as famílias, pois a abordagem familiar propõe a inserção de redes de apoio
que poderão auxiliar na descoberta dos recursos emancipatórios (Steinglass,1987;
Stanton & Todd, 1998; Baptista, Cruz & Matias, 2003; Molina, 2008; Rocha Brasil,
2008).
É notório que recentemente ampliaram a visão referente aos familiares do
dependente químico em seu contexto social, porém visto as diferentes alternativas de
liberdade 'a ressocialização do dependente químico no ambiente penal, não se vÊ um
acompanhamento referente ás famílias dos mesmos, um controle maior e cuidado
minucioso em seus entes, não assegurando assim um aumento na perspectiva de
recuperação.
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Nesse sentido, compreender a dinâmica da família do dependente químico
possibilita não apenas o entendimento que o sintoma exerce sobre seus membros,
como pode ser capaz de apontar posteriores possibilidades de intervenção. Após a
identificação da dinâmica familiar predominante na dependência química, pode-se
pensar em recuperação, não apenas do indivíduo usuário/abusador/dependente
químico, mas do sistema familiar em que está inserido.
Assim, ao ampliar a compreensão do fenômeno da dependência química para
o dependente químico e seu contexto familiar, identificando aspectos que favorecem
e perpetuam a sintomatologia, parece-nos possível construir novas possibilidades de
intervenção, de modo a minimizar o sofrimento e restaurar relações afetivas e
individualidades prejudicadas pelo contexto de uso e/ou abuso de substâncias. A
intervenção na família torna possível a transformação nesse contexto.
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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
É sabido que a dependência química, vêm sendo causa de preocupação em
diversas áreas do direito, mais precisamente no direito penal, com o elevado uso de
entorpecentes maior torna-se as práticas delitivas, atentando-se para o fato da
dependência química ser uma doença reconhecida pela OMS (Organização Mundial
da Saúde), onde atinge de maneira árdua ao núcleo familiar fazendo com que essa
base se desestruture, dessa maneira o direito deve respaldar nas letras da
Constituição Federal a total proteção do Estado a família.
Atualmente inúmeras tentativas vêm sendo empregadas com o propósito de
amenizar, ou até quiçá sanar, a crise pela qual atravessa o Poder judiciário.
Importante, neste passo, é a contribuição dos demais Poderes, a exemplo do
Legislativo que por meio de alterações na legislação visa facilitar a tutela jurisdicional
para que esta seja prestada da forma mais adequada possível e em tempo razoável.
São perceptíveis as significativas mudanças estruturais pelas quais está
passando o Poder Judiciário, tendentes a reformular a identidade e o perfil desse
importante poder, vez que afincado na tradição, encontrava nesta salvaguarda contra
inovações.
Com a evolução social e o aumento populacional, os conflitos sociais tendem
a se proliferar cada vez mais, intensificando o aumento de delitos no Judiciário
procurando assim a solução desses conflitos, haja vista que a cultura jurídica brasileira
é marcada pelo respaldo de seus poderes.
Acontece que não é só o aspecto quantitativo das demandas que provocaram
a crise da Justiça, Nesse contexto de crise, surgem as ondas renovatórias do acesso
à justiça, que se dividem em três aspectos, quais sejam: assistência judiciária,
representação jurídica dos interesses difusos e enfoque de acesso à justiça, que
visam acabar ou pelo menos amenizar, tais obstruções ao acesso à distribuição de
justiça. As referidas ondas ainda continuam progredindo, revelando que estão
relacionadas e numa finalidade comum, qual seja a efetividade do acesso à justiça.
Como já constado o processo histórico de ressocialização do preso vêm de
muito antes sendo analisado, inicialmente obtendo o seu cunho repressor, com o
passar do tempo ganha reconhecimento devido, sendo necessário um estudo afundo
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em buscas de tratamentos alternativos a carcerização priorizando a ressocialização
do preso usuário de drogas.
A prisonização constitui grave problema que aprofunda as tendências criminais
e antissociais; Desta forma, devem ser estabelecidos outros tipos de pena que
funcionem como alternativas à pena privativa de liberdade. A crise instalada na
execução penal se reflete na segurança pública. É certo que, na medida em que não
se efetivam as regras da execução penal, pune-se o condenado duas vezes.
Atualmente encontra-se diversos meios alternativos de pena de liberdade para
tratar da dependência química, enfatizando a ressocialização do preso assim como
os grupos de Na (Narcóticos Anonimos), Justiça Terapeutica, entre outros programas,
essas medidas representam um significativo avanço na possibilidade de minimização
da atual criminalidade, pois, além de oferecer ao usuário de drogas uma intervenção
específica para o seu problema de saúde, evita, igualmente, que o mesmo seja
exposto à pena de encarceramento quando a lei assim o prevê.
A drogadição em seu âmbito familiar e social, o direito atualmente
reconhecendo a doença onde a mesma afeta a todos ao redor, em especial a família,
vindo a adoece-la com todas as consequências de seu uso, aliada a outras áreas
procura medidas e soluções capazes de dar respaldo a população de maneira a
diminuir o elevado número de criminalidade decorrente do uso de entorpecentes.
Um dos aspectos iniciais a ser notado quando falamos em ressocialização é a
influência que a família vem a acarretar na consequência do uso de drogas, em todo
seu curso e principalmente em sua origem. Essa perspectiva está atrelada
constantemente ao comportamento individualista do uso, porém não exclui a
responsabilidade sociocultural na definição da dependência química
Nesse cenário de incentivos a uma nova roupagem ao Poder judiciário,
observa-se que os institutos e meios alternativos de cumprimento de pena vêm
ganhando cada vez mais espaço no âmbito penal, haja vista a mudança de paradigma
no contexto brasileiro, devido em muito a insatisfação da população com o Poder
Judiciário em geral.
Outra perspectiva é a necessidade de coletivamente haver a busca de
informações, procurar a produção de maiores conhecimentos e perspectivas aliado a
oportunidades de debates acerca do assunto, e, por conseguinte, ter a compreensão
maior acerca da drogadição nesse mundo globalizado.
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Busca-se assim a inserção de meios a serem correlacionados á familiares
juntamente aos seus entes, para complementar e trazer equilíbrio ao processo de
tratamento da drogadição, Portanto é imprescindível a disseminação e divulgação
dessa doença a fim de conscientizar a população da relevância de tais métodos
complementares, efetivamente capazes de suprir os anseios da sociedade atual por
soluções adequadas á essa doença, pois o que importa é a obtenção de um equilíbrio
harmônico e um tratamento ideal á esses casos em especial.
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