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Como um má- 9 i e o que adquiritie muitai cartolas, para Ir delat tirando, conforme a con- veniência, cobras e lagartos. Ot comunistas, que não te orien- tam pelai aparências, denunciaram desde o início as trapaças do presti- digitador, mostrando que na realidade Ile nSo panava de um títere manejado pelos Inimigoi de nosso progresso e nona independência. Suas jurai de amor à democracia e ao nacionalismo •ram completamente falsai.. Ot fatos vieram «oitrar que etsa ê a verdade. t-Ueia reportagem na 3* pág. do I' caderno).^W" O Clube da Lanterna defende a candidatura de Mendes de Morais A CAMPANHA eleitoral no Estado da Guanabara entrou numa faie de- cisiva. Não dúvida de que a eandi- datura do ir. Sérgio Magalhães vem conquistando crescente apoio popular. E itto não acontece por acaso. Além do passado limpamente nacionalista do candidato, ocorre qu» o povo carioca passou a identificar no deputado pett- biita o antilacerda, o homem capaz de polarizar as forjas interessadas eén que o primeiro governador da Guértabara não seja um carreirista da traição >e entreguista confesso. Por its» rapul- ia ao divisionitmo da ir. Mendes de Morais. Por isso, também,,» esfêrco Club* da lanterna para que sejo man» tida a candidatura petsedista (Leia na 3' pág.Trfo -Jr caderno. LACERDA. O CORVO ENTREGUISTA, ESCREVEU: A Petrolbrãs m Uma» Criação Delirante O Monopólio Estatta.1 é um Erro (I* pagina do 2* caderno) *^JJI _________________* ________1'__________________________.^________BjhI_____¦' .¦jjà T ____Év> flJ_____F ______________ r fl \\m\\\\\\\\W ¦Tmmlm\ fll ____¥____¦ ________________-"--'' ______fl^fc^-iS ISHsllm. 11 ¦____¦ WSt^mw __________________í_____r- -,/ mmm\\mW&w- *táw. i-MWm J ^1 mw^m >f?^ Wt ________________r'' mmmmWvWfÍ^ W ¦tmmtmm W-. 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Leia, na 8' pá- gina de 1? caderno, ampla reportagem tòbre etia grande festa de congraca- mento da humanidade. JEAN-PAUL SARTRE, o mundialmente consagrado romancista, filósofo, teatrólogo, ensaísta o papa do exis- tencialismo transformou-se, em sua estada entre nós, no centro de todas as atenções do mundo intelectual brasilei- ro. Engajado na luta em que se empe- nha a humanidade pela conquista de melhorei dias, Sartre dedica enorme parte de suas atividades no combate decidido dos males do colonialismo que ainda hoje esmaga parte da popula- ção do mundo. Tendo visitado Cuba pouco tempo, estudou a revolução dos «barbudos» e chegou à conclusão de que esta é a forma de os povos se libertarem do jugo colonialista. Esta- belecendo um paralelo entre a situa- Cão de Cuba antes da revolução e a atual situação da Argélia, cujo povo é oprimido pelos colonialistas franceses, Sartre viu problemas semelhantes em ambos os paises, preconizando para os africanos a mesma medida adotada pelos cubarjos. Na 5' página deste ca- derno o leitor encontrará reportagem sobre as conferências realizadas pelo grande pensador francês na Faculda- de de Filosofia e no ISEB, a respeito dos temas «Literatura Popular* e «Co- lonialismo». Pedra e Foguete ORLANDO BOMFIM JR. CTRIELKA e Bielka fizeram a grande viagem por arei nunca dantes na- vegadot... Andaram pelo Cosmos, na segunda nave-tputnik loviética. F o i uma viagem longa e ao mesmo tempo rápida, a.centenas de quilômetros de distância da Terra. Enfrentaram condi- (.ões as mait perigosas. Mat tudo cor- reu magnificamente bem. Strielya e Bielka não se limitaram a colher pre- ciotot elementos p a r a o estudo dot cientittas, numa colaboração para que ot homem possam imitar o seu exem- pio. Enviaram do Cosmos sua foto- grafia, pela televisão, para a Terra. E, depois de uma aterrissagem realizada com inteiro êxito (nenhum arranhão so- freram), foram para Moscou, a fim de «falar» pelo rádio... 500 LÍDERES APLAUDIRAM VITÓRIA COMPLETA: Previdência Sem Veto / (Reportagem na 2?. página ds eadepoe) OARA o enviado especial do «Jornal do Brasil* a Costa Rica, a VII Reunião de Consulta dos Chan- céleres da OEA terminou melancòlicamente. O minis- tro Raul Roa se havia retirado. O representante da Venezuela, Inácio Luís Arcaya, que «se batera ao lado de Cuba», foi substituído por uma ordem telefônico, assinando em seu lugar outro cidadão. O embaixo- dor do Peru, Raul Boronechoa, alegou doença para não subscrever o documento. Mos, esse final não foi apenas melancólico, isto é, num ambiente de depres- são e tristeza. Pois, segundo informação do mesmo correspondente, os membros da delegação cubano chegaram ao hotel cantando hinos revolucionários. E a polícia de Cosia Rica teve que se mobilizar às pres- sas para impedir manifestações populares de solida- riedade aos homens de Fidel Castro. Assim, como tudo na vida, a Conferência pode ser vista de dois lados. E' certo que a subserviência deprime e às vezes provoca tristeza. E esse devia ser o estado de espírito daqueles que, esquecidos de seus povos (entre eles Mr. Horace Lafer), se submeteram às imposi- ções do representante dos colonialistas norte-ameri- canos. Também houve, entretanto, os que se porta- ram com dignidade e independência, o que justifica a alegria estimulante das canções revolucionárias. A «DECLARAÇÃO de São José* é um documento contra os povos latino-americanos, e não sò- mente contra Cuba. Nela se repele a «intervenção» da União Soviética nos «assuntos das Repúblicas ame- ricanas-, Isso porque Kruschiov declarou que o go- vêrno da URSS prestará o necessário apoio a Cuba em sua justa luta pela independência nacional, pelo desenvolvimento da economia do pais e pela elevação do bem-estar de seu povo, acrescentando que esse apoio também será dado no caso de os imperialistas dos EUA empreenderem ações agressivas. A isso o Deparlamento de Estado chama de intervenção. ANTES de mais nada, deve-se considerar que Cuba aceitou esse apoio. E, assim agindo, praticou um ato inerente à sua própria soberania. Querer impor ao governo cubano a não aceitação dessa ajuda é que vem a ser uma intervenção nos assuntos internos do pais. Por outro lado, a verdade é que a atitude soviética representa um fortalecimento da independência de Cuba. E oi fatoi estão ai para mostrar. Foi exatamente o governo norte-americano que, para defender os interesses dos trustes, tentou sufocar, pelo estrangulamenlo econômico, a revolução de Fidel Castro. E por que não conseguiu seus cri- minosos e intervencionistas intentos ? Por que não con- seguiu impor sua vontade ao povo cubano ? Porque a ajuda soviética foi completa e eficaz. A valente ilha não ficou sem petróleo e leve aonde vender seu açúcar. Pôde, assim, continuar a marchar para a frente, no caminho que escolhera, levando à prática suas decisões. Nem mesmo a ameaça de agressão militar serviu para barrar seu avanço. QAl o desespero dos imperialistas, que sentem a presa fugir definitivamente de suas mãos. E o desespero é acrescido pelo medo de que o exemplo se repita. E não dúvida de que se repetirá mes- mo... Por isso procuram defender-se, tentam conser- var o que ainda têm nas mãos. Esse o verdadeiro sen- lido da «Declaração de São José;. ^0 -MUNDO 0A LUA", de Monteiro Lobalo, existe, sob o título «Despotismo», esla pequena jóia : «Eduardico está, de pedra na mão, a berrar e espernear, em furioso aceito de cólera infantil. A mulatinha pagem negaceia-o de longe. ²Que é isso, Dico ? pergunta-lhe. Ele soluça : ²Aquela peste nã-ão quer parar... ²Parar, para quê ? ²Para eu jogar esta pe-edra nela !..,» ^|0 CASO de Cuba, a história é um pouco dife- rente. Há, para maior cólera dos Eduardicos, um outro personagem, que pode garantir ao que não quer parar i QONTINUE tranqüilo. Se ele jogar a pedra, eu tolto um foguele.

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Rio de Janeiro, semana d» 2 a 8 de setembro de 1960 N'.79Diretor '•*— Mário Alves Gerente — Guttemberg Cavalcanti

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DE JÂNIO:DE VOTOS

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i .. . O parto da montanha

Q PLANO demagógico do ir. JânioQuadros foi preparado nos seus

menores detalhei. E tua campanha elei-»oral começou, concretament», com a5o celebre «volta ao mundo de umaventureiro». Sob o pretexto de conhe-eer 0 realidade de outros países, a fimd» ie preparar para «governar bem oBrasil», o homem da vassoura foi naverdade recolhendo material (e domaii variado) que lhe possibilitasseusar de todos os truques para enga-nar oi deiprevenidos. Como um má-9 i e o que adquiritie muitai cartolas,para Ir delat tirando, conforme a con-veniência, cobras e lagartos.

Ot comunistas, que não te orien-tam pelai aparências, denunciaramdesde o início as trapaças do presti-digitador, mostrando que na realidadeIle nSo panava de um títere manejadopelos Inimigoi de nosso progresso enona independência. Suas jurai deamor à democracia e ao nacionalismo•ram completamente falsai.. Ot fatosvieram «oitrar que etsa ê a verdade.t-Ueia reportagem na 3* pág. do I'caderno). ^W"

O Clube da Lanternadefende a candidaturade Mendes de Morais

A CAMPANHA eleitoral no Estado daGuanabara entrou numa faie de-

cisiva. Não há dúvida de que a eandi-datura do ir. Sérgio Magalhães vemconquistando crescente apoio popular.E itto não acontece por acaso. Alémdo passado limpamente nacionalista docandidato, ocorre qu» o povo cariocapassou a identificar no deputado pett-biita o antilacerda, o homem capaz depolarizar as forjas interessadas eén queo primeiro governador da Guértabaranão seja um carreirista da traição >eentreguista confesso. Por its» • rapul-ia ao divisionitmo da ir. Mendes deMorais. Por isso, também,,» esfêrco dòClub* da lanterna para que sejo man»tida a candidatura petsedista (Leia na3' pág.Trfo

-Jr caderno.

LACERDA. O CORVO ENTREGUISTA, ESCREVEU:

A Petrolbrãs m Uma» Criação DeliranteO Monopólio Estatta.1 é um Erro

(I* pagina do 2* caderno)

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Jogos o/ímpicos:confraternização

e enfencf/menfo

j^S OLIMPÍADAS modernas, inspiradas~" - -nos ideais da* jogos diiputador.

de quatro em quatro anos durante do-xe séculos na Grécia Antiga, são agrande atração esportiva do momento,quando se realiza em Roma sua XVIIedição. Paralelamente às grandesdisputai, onde caem recordei após re-cordes, sendo alcançadas quase sempremarcas até então considerada* impôs-líveii, at Olimpíadai, tal como em suaorigem remota, servem para aproximarot povot uns doi outrot, para que tetorne mait fácil a tolução de proble-mas que ot teparam. Leia, na 8' pá-gina de 1? caderno, ampla reportagemtòbre etia grande festa de congraca-mento da humanidade.

JEAN-PAUL SARTRE, o mundialmente

consagrado romancista, filósofo,teatrólogo, ensaísta — o papa do exis-tencialismo — transformou-se, em suaestada entre nós, no centro de todas asatenções do mundo intelectual brasilei-ro. Engajado na luta em que se empe-nha a humanidade pela conquista demelhorei dias, Sartre dedica enormeparte de suas atividades no combatedecidido dos males do colonialismo queainda hoje esmaga parte da popula-ção do mundo. Tendo visitado Cubahá pouco tempo, estudou a revoluçãodos «barbudos» e chegou à conclusãode que esta é a forma de os povos selibertarem do jugo colonialista. Esta-belecendo um paralelo entre a situa-Cão de Cuba antes da revolução e aatual situação da Argélia, cujo povo éoprimido pelos colonialistas franceses,Sartre viu problemas semelhantes emambos os paises, preconizando paraos africanos a mesma medida adotadapelos cubarjos. Na 5' página deste ca-derno o leitor encontrará reportagemsobre as conferências realizadas pelogrande pensador francês na Faculda-de de Filosofia e no ISEB, a respeitodos temas «Literatura Popular* e «Co-lonialismo».

Pedra e FogueteORLANDO BOMFIM JR.

CTRIELKA e Bielka fizeram a grandeviagem por arei nunca dantes na-

vegadot... Andaram pelo Cosmos, na

segunda nave-tputnik loviética. F o i

uma viagem longa e ao mesmo tempo

rápida, a.centenas de quilômetros de

distância da Terra. Enfrentaram condi-

(.ões as mait perigosas. Mat tudo cor-

reu magnificamente bem. Strielya e

Bielka não se limitaram a colher pre-ciotot elementos p a r a o estudo dot

cientittas, numa colaboração para queot homem possam imitar o seu exem-

pio. Enviaram lá do Cosmos sua foto-

grafia, pela televisão, para a Terra. E,

depois de uma aterrissagem realizada

com inteiro êxito (nenhum arranhão so-

freram), foram para Moscou, a fim de

«falar» pelo rádio...

500 LÍDERES APLAUDIRAM VITÓRIA COMPLETA:

PrevidênciaSem Veto

/

(Reportagem na 2?. página ds S» eadepoe)

OARA o enviado especial do «Jornal do Brasil* aCosta Rica, a VII Reunião de Consulta dos Chan-

céleres da OEA terminou melancòlicamente. O minis-tro Raul Roa se havia retirado. O representante daVenezuela, Inácio Luís Arcaya, que «se batera ao ladode Cuba», foi substituído por uma ordem telefônico,assinando em seu lugar outro cidadão. O embaixo-dor do Peru, Raul Boronechoa, alegou doença paranão subscrever o documento. Mos, esse final não foiapenas melancólico, isto é, num ambiente de depres-são e tristeza. Pois, segundo informação do mesmocorrespondente, os membros da delegação cubanochegaram ao hotel cantando hinos revolucionários. Ea polícia de Cosia Rica teve que se mobilizar às pres-sas para impedir manifestações populares de solida-riedade aos homens de Fidel Castro. Assim, comotudo na vida, a Conferência pode ser vista de doislados. E' certo que a subserviência deprime e àsvezes provoca tristeza. E esse devia ser o estado deespírito daqueles que, esquecidos de seus povos (entreeles Mr. Horace Lafer), se submeteram às imposi-ções do representante dos colonialistas norte-ameri-canos. Também houve, entretanto, os que se porta-ram com dignidade e independência, o que justificaa alegria estimulante das canções revolucionárias.

A «DECLARAÇÃO de São José* é um documentocontra os povos latino-americanos, e não sò-

mente contra Cuba. Nela se repele a «intervenção»da União Soviética nos «assuntos das Repúblicas ame-ricanas-, Isso porque Kruschiov declarou que o go-vêrno da URSS prestará o necessário apoio a Cubaem sua justa luta pela independência nacional, pelodesenvolvimento da economia do pais e pela elevaçãodo bem-estar de seu povo, acrescentando que esseapoio também será dado no caso de os imperialistasdos EUA empreenderem ações agressivas. A isso oDeparlamento de Estado chama de intervenção.

ANTES de mais nada, deve-se considerar que Cubaaceitou esse apoio. E, assim agindo, praticou

um ato inerente à sua própria soberania. Quererimpor ao governo cubano a não aceitação dessa

ajuda é que vem a ser uma intervenção nos assuntosinternos do pais. Por outro lado, a verdade é quea atitude soviética representa um fortalecimento daindependência de Cuba. E oi fatoi estão ai paramostrar. Foi exatamente o governo norte-americanoque, para defender os interesses dos trustes, tentousufocar, pelo estrangulamenlo econômico, a revoluçãode Fidel Castro. E por que não conseguiu seus cri-minosos e intervencionistas intentos ? Por que não con-seguiu impor sua vontade ao povo cubano ? Porquea ajuda soviética foi completa e eficaz. A valenteilha não ficou sem petróleo e leve aonde vender seuaçúcar. Pôde, assim, continuar a marchar para afrente, no caminho que escolhera, levando à práticasuas decisões. Nem mesmo a ameaça de agressãomilitar serviu para barrar seu avanço.

QAl o desespero dos imperialistas, que sentem apresa fugir definitivamente de suas mãos. E o

desespero é acrescido pelo medo de que o exemplose repita. E não há dúvida de que se repetirá mes-mo... Por isso procuram defender-se, tentam conser-var o que ainda têm nas mãos. Esse o verdadeiro sen-lido da «Declaração de São José;.

^0 -MUNDO 0A LUA", de Monteiro Lobalo, existe,sob o título «Despotismo», esla pequena jóia :

«Eduardico lá está, de pedra na mão, a berrare espernear, em furioso aceito de cólera infantil.

A mulatinha pagem negaceia-o de longe.Que é isso, Dico ? pergunta-lhe.

Ele soluça :Aquela peste nã-ão quer parar...Parar, para quê ?Para eu jogar esta pe-edra nela !..,»

^|0 CASO de Cuba, a história é um pouco dife-rente. Há, para maior cólera dos Eduardicos, um

outro personagem, que pode garantir ao que nãoquer parar i

— QONTINUE

tranqüilo. Se ele jogar a pedra, eutolto um foguele.

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NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1960 —*

500 Líderes AplaudirVitória CompletasPrevidência Sem Veto

^âiiJ

Mais de 500 dirigentes sindicais.de todo o Pais deixaram Brasília, natarde do último dia 26, levando paraos seus Estados à notícia de uma dasmaiores conquistas do movimento ope-rário brasileiro: — o presidente Kubi-tschek tinha sancionado, sem veto, a no-va Lei Orgftiica da Previdência So-ciai.

Desde às 9 horas da manhã quecentenas de líderes sindicais passeavampelo amplo e belíssimo saguão do Pa-lácio dos Despachos. Embora empol-

gados pelo aspecto monumental deBrasília, os líderes sindicais mantinham-se preocupados ante as noticias que cir-culavam sobre a existência de váriosvetos ao projeto originário da CâmaraFederal. A luta de uns e a expectativade outros duraram vários dias e cresce-ram até o momento em que o presiden-te Kubitschek anunciou, sob um verda-deiro delirio de aplausos, a sanção dalei Orgânica da Previdência Social, semveto.

Solenidade acidentadaO presidente Kubitschek, o vice

João Goulart e o ministro Batista Ra-mos chegaram ao saguão do Palácioexatamente às II horas e 20 minutos, eforam logo ilhados pela pequena mui-tidão de dirigentes sindicais que oscercaram de todos os lados, deixando-oi num minúsculo círculo, em torno deuma mesinha colocada do lado direitodo salão.

O ministro Batista Ramos,autor do substitutivo vitorioso, fêz umdiscuno lôbre o significado da novaLei, e passou a palavra ao lider Clodis-mlth Riani, que falou em nome dos tra-balhadores brasi.eiros, por designaçãodá Comissão Executiva Pró IV Congres-so Sindical Nacional. Riani foi saudadocom uma impressionante explosão deaplausos.

Os presidentes da CNTI, CNTC eCNTTT, srs. Deocleciano de Holanda Ca-valcanti, Ângelo Parmigiani e Sindulfode Azevedo Pequeno, acostumados du-rante longos anos a receber todas ashonras de líderes, e a falar em nomedos trabalhadores nas solenidades pa-lacianas, esbravejaram, indignados coma nova situação. Eles haviam abando-nado os trabalhadores no III CongressoSindical Nacional, e os trabalhadoresdeilgnaram Riani, que ficou no Con-

gresto, para falar em seu nome. E asautoridades reconheceram no lider sin-dical mineiro, naquele momento, o ver-dadeíro porta-voz das massas trabalha-dorai do Brasil.

A massa de dirigentes sindicais

comprimia-se mais ainda em torno damesa presidencial, aplaudindo calorosa-mente a palavra de Clodismith Riani.Ângelo Parmigiani, o mais afoito dosdesertores, conseguiu a custo, espre-mendo-se entre a multidão, chegar jun-to à mesa presidencial e pediu a pala-vra «pela ordem». Riani, que começaraa falar, fêz uma pausa. Parmigiani, co-lérico, arfando e suando por todos osporos, berrou:

Sr. Presidente, quero declararque, como presidente da CNTC...

Presidente fujão! Traidor doscomerciáriosj Desertor! Abandonou seuscompanheiros no Congresso! Gritaramos dirigentes sii dicais de todos os Es-tados.

Parmigiani, suando mais ainda,tentou continuar, mas a massa de diri-gentes sindicais continuou:

Fala Riani! Riani! Riani!E' um aparte pela ordem, sr.

Presidente. E' um aparte. Eu quero di-zer que não autorizei ninguém a falarem nome dos comerciários.

Novas manifestações dos dirigentessindicais repudiando o presidente daCNTC que, como os da CNTI e CNTTT,até hoje não resolveu reconsiderar suaconduta antiunitária no III CongressoSindical Nacional. Fato curioso é que,enquanto Parmigiani desautorizava Ria-ni a falar em nome dos con.erciários, opresidente do Sindicato dos Comerciáriosdo Estado da Guanabara, sr. Jaime Cor-reia, e os presidentes dos Sindicatos dosComerciários de Vitória e dt Recife, queestavam bem perto do repórter, davamtodo o apoio ac lider Riani, juntando-seàs manifestações dos dirigentes sindi-cais presentes.

Encerrada a intervenção perturba-dora do sr. Paimigiani, Riani conti-nuou:

Srs. presidente e vice-presidenteda República, sr. ministro do Trabalho,eu falo por delegação dos meus com-panheiros, em nome de todos aquelesdirigentes sindicai, dignos e honestosque participaram do III Congresso Sindi-cal Nacional, representando os interês-ses da imensa massa dos trabalhadoresbrasileiros.

O discurso de Riani foi entrecorla-do de vivas e de aplausos.

A vez do outroQuero falar, sr. presidente.

Dessa vez era o sr. Deocleciano deHolanda Cavalcanti que, como o sr. Par-migiani, estava fora do programa.

Jangol Jangol Jangol Foi a res-posta dos trabalhadores.

Deocleciano Insistiu: Quero falar.

INSTITUTO DE APOSENTADORIA E PENSÕESDOS EMPREGADOS EM TRANSPORTES E CARGAS

Edital de Concorrência Publica n 16/60Chama-se a atenção dos interessados para o Edital de Concorrência

Pública 16/óü, para a venda de cartões I.B.M. inservíveis, publicado no

Diário Oficial do Estado da Guanabara — Parte I — Seção I — dos dias

16, 17 e 18 do corrente.

Defende Teu DireitoRELAÇÃO DE EMPREGO — Os vendedores de pules, betlngues e

concursos do Jockey Clube Brasileiro são empregados, em face das leis deproteção ao trabalho. Se o empregador deixou de recolher as contribui-ções do empregado ao Instituto, deve assegurar-lhe a remuneração durantea licença para tratamento de saúde, até que seja regularizada a situação doseu seguro social e lhe seja garantida a licença, oii a aposentadoria previ-dencial. Ac. TRT, Ia. Região iProc. 1606/53), Relator: Amaro Barreto.

O contador que presta serviços a diversas firmas, por intermédio de umaorganização especializada, é empregado desta c não das empresas para asquais prestava assistência técnica, sem qualquer vinculo de subordinação edependência. Ac. TRT, Ia. Região (Proc. 1941/53), Relator: Celso Lanna.

E' de se reconhecer a relação de emprego no caso de motorista decarro de aluguel que trabalha à base de comissão, máxime quando tem suaatividade profissional dirigida o sofre rígido controle da féria diariamenteobtida. Ac. TRT, 2a. Região (Proc. 2.068/591. Relator: Carlos Bandeira Lins.

RENÚNCIA - A Junta indeferiu o pedido, formulado pelo om'n'p3»'do para que fosse homologada a renúncia ao tempo de serviço prestado àempresa, a íim de que, depois, pudesse ser readmitido sem a contagem doprimeiro período do trabalho, Recurso a que se nega provimento. A Jus-tiça do Trabalho é Incompetente para apreciar atos dessa natureza, de ju-risdiçâo graciosa ou voluntária. Só os atos cuja eficácia dependem da rati-ficaçào pelo órgão do poder judiciário é que devem a éste ser submetidos.Não é o caso da renúncia, cuja validado não está condicionada ao pronun-ciamento homologatório, sendo, assim, inócua a medida. Ac. TRT, 3a. Re-gião (Proc 1.772/59), Relator: Vieira de Melo, v-Ementário Trabalhista»,julho de 1960.

Somente é admissível a renúncia, quando manifestada de forma Inso-fismável e dentro dos limites do razoável, principalmente dentro da espiritoda doutrina jurídica trabalhista, que se orienta no sentido do acautelarn Interesse do economicamente fraco diante da superioridade econômica tiaempresa. Ac. TST, 3a. Turma (Proc. 1.276/57), Relator: Illldebrando Bisa.glia.

E' nulo de pleno direito o ato de renúncia ao emprego pelo empregadoestável, feito sem a observância do disposto no art. 500 da Consolidação dasLeis do Trabalho. Ac. TST (Proc. 1.743/50). Relator: Waldemar Marques.

REPOUSO REMUNERADO — A decisão trabalhista afirmou que oprêmio estabelecido com a finalidade de estimular a assiduidade e a pro-duçâo integra-se aa salário para efeito do pagamento do repouso remune-rado. A Lei (J05 determina que o descanso remunerada seja calculado sobrea remuneração em sentido lato, e o abono ou prêmio assiduidade ou pro-dutividade, não Importa a denominação, traduz o pagamento pelo trabalhoprestado. Ac. STF, Ia. Turma (Rec. ext. '13.802), Relator: Luiz Gallotti.

Desde que a remuneração do repouso deve ser igual à de um dia útilde trabalho, a empresa deve computar para o cálculo dessa remuneraçãoa parte variável recebida pelo empregado, sob o titulo de abono, de vezque os abono» integram o salário, nos termos do disposto no art. 457 daConsolidação. Ac. TRT, 2a. Região (Proc, 533/561, Relator: José Penteado.

Sendo o empregado menaallsta, rèpu-tam-se remunerados os seus dias de des-canso. Assim, o serviço prestado em tais diasdeve ser pago do forma simples e não emdobro. Ac. TRT. '2a. Rog, (Proc. 2.797/57), Re-lator; Wilson Batalha.

B, Çalheifos Bomfi

NILSON AZEVEDOEnviado especial de NR a Brasília

Mas o seu gritinho era abafado pelavoz dos trabalhadores que exigiam apalavra de Jango.

E o vice-Presidente da Repúblicaocupou o microfone, sob os aplausosdos trabalhadores.

Deocleciano, mal Jango acabou defalar, voltou à cena:

Quero falar, sr. presidente. Euquero falar...

—JKI JK! JKI responderam emcoro as delegações dos trabalhadoresde todo o País.

Vamos deixar o homem falar— disse o presidente da República,agradecendo às manifestações des li-deres sindicais. Mas os trabalhadorescontinuavam exigindo a palavra do pre-sidente Kubitschek.

As manifestações começaram acessar quando o Presidente da Repú-blica fêz um novo apelo para que sedesse uma oportunidade ao aparteante

Nervoso, pálido, com a roupa emdesalinho e os cabelos alvoroçados,faiscando ódio, quase histérico, Deocle-ciano começou a enrolar palavras sobo silêncio de protesto dos trabalhado-res, que queriam ouvir o Presidente daRepública, uma vez que o líder Clodis-mith Riani |á havia falado em nome dosdirigentes sindicais e das massas traba-lhadoras do Brasil.

E foi depois dessas demonstraçõesde repúdio aos presidentes das Confe-derações que abandonaram o III Con-gresso Sindical Nacional, que o presi-dente Kubitschesk anunciou a sanção,sem veto, da Lei Orgânica da Prêvidên-cia Social.

Uma vitória autênticaSe alguma lei foi conquistada pelo

esforço, o trabalho e a vigilância domovimento sindical, pode-se afirmar quea Lei Orgânica da Previdência Social,foi uma delas. Os trabalhadores, reu-nidos em seu Congresso Nacional dePrevidência Social, em setembro de1953, traçaram as bases fundamentaisda nova Lei que pretendia para regeros destinos de suas instituições de prê-vidência. Em 1958, na I ConferênciaSindical Nacional, os trabalhadores ele-geram uma Comissão, presidida pelo li-der Erico Figueiredo e secretariada pe-Io dirigente bancário Olímpio Fernandelde Melo, para estudar o Projeto que seencontrava no Senado, • apresentar asemendas necessárias. Essa Comissão,composta de vários lideres, realizou umtrabalho estafante, e a justeza dassuas sugestões foram reconhecidas pelossenadores, que em diversas oportunida-des louvaram a capacidade e o empe-nho dos dirigentes sindicais. Uma dassuas emendas vitoriosas foi a que deter-mina o recolhimento aos cofres dosIAPS de uma taxa de 5% sobre a ren-da do Jóquei Clube. Outras emendasapresentadas pelos trabalhadores pre-valeceram na nova Lei. Esse foi o resul-tado de um movimento que empolgouas massas trabalhadoras nas fábricas,nas assembléias e nas convenções e con-gressos regionais e nacionais, culminan-do com o III Congresso Sindical Nacio-nal, donde saiu a palavra-de-ordem vi-toriosa de conquistar a Lei Orgânica daPrevidência Social sem nenhum veto.

A luta nos bastidoresJá na Câmara dos Deputados,

quando o Projeto encontrava-se em vo-tacão final, a luta nos bastidores eragrande. Duas semanas antes da suaaprovação, dirigiram-se a Brasília e lápermaneceram oté o fim, os dirigentessindicais Osmildo Stafford da Silva, JoséBenlcio de Melo, Newton Eduardo deOliveira, Eufrasiano Nunes Galvão, Nel-son Mendes, Paulo César, Geraldo Cos-Ia, Waldemar Luis Alves e Manoel Pai'xõo que colaboraram, inclusive, na re-dação final do projeto.

Mas a lula se tornou mais séria nosbastidores do Palácio da Alvorada, de-pois que o projeto subiu à sanção presi-dencial. Grupos patronais e de políticosinteressados em defender seus interês-ses exclusivistas, cercaram os assessô-res do presidente da República, pro-curando introduzir inúmeros vetos noprojeto. As tramas eram urdidas comtal intensidade que se sabia, às véspe-ras da sanção, que o presidente JK es-lava propenso a vetar 40 dispositivosda Lei Orgânica, desfigurando-a com-pletamente.

Os lideres sindicais intensificaram amobilização das massas trabalhadoras,que passaram a enviar delegações,mensagens e telegramas de todo o País,exigindo a sanção do projeto sem veto.A Comissão Executiva Pró IV CongressoSindical Nacional, em sua primeira reu-nião, enviou os seus representantes ofi-ciois a Brasília, para transmitir ao pre-sidonle da República a decisão adotadapelos trabalhadores no seu III Congres-so Sindical. 24 horas antes da sançãosabia-se que o número de vetos haviabaixado para três. A luta continuava.Os vrs. João Goulart, Batista Ramos eOswa'do Penido não tiveram descan-so.

Quando chegamos a Brasília, natarde do dia 25, corria a noticia de queo presidente havia aberto mão de todosos velos, com exclusão daquele refe-rente aos 5°/. sobre a renda do JóqueiClube. Travou-se, então, em torno des-se veto, uma luta que entrou pela ma-drugada a dentro e se prolongou pelamanhã do dia 26, culminando com aatitude dos srs. Batista Ramos, ministrado Trabalho, e Oswaldo Penido, chefeda Casa Civil da Presidência da Repú-blica, que ameaçaram renunciar aosseus cargos se fosse aposto qualquerveto ao projeto.

As 10 horas da manhã, hora mar-cada para a solenidade da sanção, oambiente no saguão do Palácio era deintensa expectativa. A oposição eraforte. Juscelino vacilava em torno deúnico veto. Mas o bom senso predami-nou. A posição firme dos trabalhado-res, e a conduta dos srs. João Goulart,Batista Ramos e Oswaldo Penido desem-penharam um papel decisivo para aresolução final do presidente da Repú-blica, que acabou atendendo plenamen-le à reivindicação dos trabalhadores,sancionando integralmente a Lei Orgâ-nica da Previdência Social.

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sII ConS i n d icTêxteis

Falou cm nome dosdignos c honestos

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Riani afirmou que falava em nome dostrabalhadores e dos dirigentes sindicaisdignos e honestos que permaneceram noIII Congresso Sindical Nacional, o queféz engolirem cm seco derertores comoÂngelo Parmigiani, que lá se encontrava

I DM

osineiros

A Federação dos Trabalhadores emFiação c Tecelagem do Estado de MinasGerais, que congrega 22 Sindicatos emsuas fileiras, convocou o II Congressodos Trabalhadores Têxteis Mineiros, queserá realizado de 5 a 7 de setembro

próximo.Sinval Bambirra, presidente da po-

ejerosa Federação, declareu à reporta-

gem de NR que o conclave dos fece-lõei mineiros constituirá uma dai maisImportantes manifestações de unidadedos trabalhadores têxteis, que tomarãoconhecimento oficial das resoluções doIII Congresso Sindical Nacional e discu-tirão os meios para levá-las à prática• tomá-las vitoriosas em breve tempo.

Serão discutidos especificamenteno conclave os seguintes assuntos: re-visão dos atuais níveis do salário mi-nimo, salário profissional, estrutura sin-dical brasileira, carettia de vida, refor-ma agrária, problemas nacionais, pro-blemat da indústria têxtil, higiene e se-

gurança do trabalho, além de outras

questões de interesse dos trabalhadores.

EntusiasmoSinval Bambirra declarou que é

realmente grande o entusiasmo dos te-celões pelo seu II Congresso. Milharesde bônus estão sendo vendidos nos lo-cais de trabalho e nos bairros operárioide todos os municípios, com a finalida-de de custear a pastagem doi delega-dos que se deslocarão de lugares dis-tantes.

Os tecelões mineiros colocaram na

presidência de honra do Congresso ossrs. Batista Ramos, Tancredo Neves,João Goulart, Clodismith Riani, Iné-sio Viana, prefeito Amintas de Bar-ros, e o presidente da ConfederaçãoGeral dos Trabalhadores de Cuba.

No decorrer do Congresso serãorealizadai duas conferênciai: a primei-ra, do líder bancário Armando Ziler,

sobre «O Movimento Sindical»; a se-

gunda, do líder têxtil Antônio Cl.amor-

ro, sobre «O Movimento Sindical Têxtil

Brasileiro».

Associação

campineira

de imprensa

A Associação Campineira de Im-

prensa elegeu a sua nova diretoria pa-ra o exercício de 1960 a 1961. São oiseguintes os membros da nova direto-ria, que foram empossados solenemen-te: João Rodrigues Serra, presidente;Mário Erbolato, vice-presidente; JoãoLanaro, secretário; Carlos Tontoli, te-soureiro; Arthur Nazareno Pereira Vil-lagelin, diretor-social e João de Olivei-ra Toledo, presidente do Conselho.

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Voltaram coma lei sancionada

Os líderes sindicais de todos o$ Estado s, que lutaram durante longos anos ã frentedas massas trabaihadocas, liderando a campanha pela conquista da Lei Orgânicada Previdência Social, foram a Brasília colher o resultado dos seus esforços esaíram de lá inteiramente vitoriosos, conseguindo que JK sancionasse a Lei, semveto

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Page 3: ano II RETRATO DE JÂNIO: CflÇBDOR DE VOTOS … · O parto da montanha Q PLANO demagógico do ir. Jânio Quadros foi preparado nos seus menores detalhei. E tua campanha elei- ...

• à ir. B11 r.

— Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1960

0 Marechal lotte o Neutralismo

Falando em unia emissora carioca de TV. 0 marechal Loll, fé/, quinta-•feira passada um pronunciamento sobre política externa que merece a maistranca desaprovação dos nacionalistas e democratas que o apoiam, iimiioracontraditório em seus termos, esse pronunciamento do candidato nacionnlis-ta — anunciado como mais um elemento de sua justa campanha ile deniin-cias contra o candidato dos trustes Jânio Quadros — teve o objetivo de apre-sentar Jânio como uni partidário do neutralismo, no campo interiiacii I, e• ondeim-lo por isso. Km contrapartida, o marechal Lott se apresentou coniouni adepto convicto dos «slogans» fabricados e difundidos pelo Departanien-Io de listado de Washington, tais como a «defesa dus valores morais du num-«Io Hvre» e o leforcaniento du «paii-amerieaiiisnío», que não têm servido particularnieiil:!' em nosso pais, senão para mislificar a opinião pública e caniu-liar a política de subserviência em relação aos inlerêsw»s imperialistas dusgrandes grupos econômicos iinrtc-aniericniijs,

O niarechal Lott, revela assim, desde logo, unia profunda incompreensãoduque seja a política de neutralidade na chamada «guerra Iria», adotada hojepor díwenas de paises da Ásia o da África., especialmente os que se liberta-sin da oprrssão colonial da imperialismo após a II Guerra Mundial. Uma vezindepw\ lentes, os governos desses paises compreenderam que, para mantersua independência e pnra seguir uma política de soberania e de progressonacional, era indispensável romper ou evitar qualquer vinculação com a má-quina militarista montada pelo imperialismo norte-americano em qunün todoo mundo. Por isso se tornaram neutros, e partidários da política de coexis-tencia pacífica entre iodos os paises. O ncutrálisino para cles surgiu comouma exigênc'.» de sua própria política interna de desenvolvimento econômicoé social.

15' justamente por esta razão que a política de neutralidade, consagradapelos governos nacionalistas da grande maioria dos paises aslátitus e africi-nos, está empolgando a consciência das amplas massas do povo brasileiro;que também já estão ganhas pelas idéias nacionalistas K é mais do queestranho que seja precisamente o marechal Lott; candidata das corrciiicsnacionalistas de nosso povo â Presidência da República, quem pretmulu agoraressuscitar velhos chavões, que a diplomacia ianque pôs cm voga nos (mil-pos do «niacartismo», para caluniar Ncliru e Sukarno, mas que os própriosagentes da propaganda de Washington já abandonaram, por se lerem (or-nado coiitra.produceiiles.

Daí vem outro erro gritante cometido pelo candidato nacionalista. Apre-sentando Jânio como um partidário do iieiiiralisnío, o marechal faz exa-lamente o jogo do candidato da vassoura e dos trust<s. Jânio compreendeu apopularidade do neutralismo em nosso país, <• por isso se tem enipenhadocm gestos demagógicos, de apoio à luta dos povos asiáticos e africanos. iV re-volução cuhaiia, c à política de coexistência pacifica. Sua verdadeira politi-cá externa, entretanto, foi definida no discurso que pronunciou na revista«Manchete»: é a mesma política iràdicionaliiu-iMn seguida pelo Ilamarati, deobediência h OKA e de submissão a Washington; a mesma política que o ma-rcclial Lott procurou agora, desastradamente, defender.Defendendo contra uni falso inimigo a política externa de pires na mãoe Joelhos dobrados, — pois a oulm coisa nã» (cm levado, nem pode levar,a diplomacia caiídatária de Washington — <¦ acusando Jânio de ser partida-rio du política de independência n neutralidade que deve ser sua, como can-«Mato nacionalista, o niarechal Lott mostra que não conhece ainda 0 seuadversário. E mostra, mais, que não compreendeu ainda que as idéias nacio-niilistas, de que êle inegavelmente se tornou um representante e um baluarte,cm nosso pais, são incompatíveis com as concepções de política externa di-luiidiiliis pela hsso c pela Liglit. Iss„ fica evidenciado nesse mesmo proiiun-clanienlq do candidato nacionalista. Sem compreender a contradição existenteentre as duas coisas o marechal Lott defende, ao mesmo tempo, que o Brasilseja mantido no bloco militarista ianque, e «que a política externa do Brasilnunca se esqueça ' '• ideais nacionalistas que alimentam hoje a consciência

política brasileiraPara realmente con(rapor-se a Jânio, c desmascarar a candidatura en-trcguisla do amigo de Rockefcllor, o marechal Lott não precisava senãomanter a posição que assumiu, dias atrás, na resposta ao questionário do< ONCLAPj quando afirmou que o Brasil não deve marchar atrás de pais ai-

gum, e deve. isto sim, seguir a política externa ditada pelos seus própriosinteresses nacionais. Ou precisava apenas limitar-se a êste trecho do seupronunciamento diante da TV:, «O Brasil tem hierarquia bastante para atuarno plano internacional de forma vigorosa e independente e contribuir comsuas iniciativas e criticas para a formulação de uma política de paz, de delesa ou promoção de seu desenvolvimento econóin'-

Isso é o que basta para derrotar Jânio;nuis essa é também uma definição de diplo-macia que, posi a em prática, levará o murechal Loll necessariamente k rejeição da

NOVOS RUMOS

Ret rato de Jânio:emagogo Vulgaracador de Votos

política militarista Ianque, e ao neutra-Renato Guímflí&es

Estourou como um tremendo tjs-cãntlalo na opinião pública a re-velaçãb pela imprensa da atitudede duplicidade assumida por JânioQuadros, diante da Convenção Na-cional do PRP, encerrada sábadoultimo no Rio de Janeiro. ooisde afirmar, em carta diri^, a aesse Partido, que era favorável aoreatamento de. relações diploma-ticas com a União Soviética e àlegalidade para o Partido Comu-nista, e percebendo que esta de-ela ração clava motivo a que setoresdo integralismo não quisessemapoiá-lo, Jânio se prontificou a cs-crever nova carta, dèsmentinco--se, e manifestando opinião con-traria tanto às relações com aURSS como à legalidade do PCB.

A noticia veio a público na edi-ção de domingo do "Jornal doBrasil". Toda a história da ri-dicula reviravolta de Jânio haviasido narrada no relatório sigilosodo Diretório Nacional do PRP àConvenção. Ao receberem doismeses atrás a carta de Jânio, osintegralistas não se deram por sa-i/isfeitós, sobretudo em relaçãoàqueles dois pontos citados, e en-viaram o deputado Oswaldo Zanel-lo para parlamentar com o candi-dato entreguista.

A pedido de Jânio o deputadoZanello promoveu então um en-con tro — realizado quarta-feirapassada em São Paulo — de PlínioSalgado com o candidato da vas-soura, e com o dirigente da cam-panha janista Oscar Pedrosod'Horta. Neste encontro Jânio re-

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Os divisionistasnão dividiram

Os elementos divisionistas da sr. .Mendes ile Murais foram a causa dos nfrilos.guando chegaram (estrategicamente) por dêlriis do palanque, começaram os atri-tos, que foram crescendo ale virar pancadaria. I'.' que ns cariocas já comjireen.deram a quem serve, reiilincnle, a candidatura do ex prefeito. Com a fuga dosdivisionistas ' ....Sérgio.

tudo acalmou, rcali/andá-se um grande comicío pró Lott-Jango-

Povo Carioca Repudiouo Divisionlsta Mendes

Os incidentes ocorridos domin-go 'Utimo. no comício Lott-Jangono Largo do Machado, serviram,antes de tudo, para evidenciar umlato que ii domina o panoramada campanha eleitoral na Guanabara: a existência de uma ampl;e vigorosa união popular em tôrnda candidatura Sérgio Magalhãe .Esta união defendida no concio pela grande maioria da multi-dão presente, demonstra que o po-vn carioca já compreendeu o ca-ráfcer clivisionista da candidaturaMendes de Morais e por isso serevolta contra a atitude dos res-pónsàveis pelo PSD carioca, queinsistem em inanlti ira,

•r essa cândida-

Outro não foi " sentido das vaia.1r 'igressões de que íoi alvo duran{..' o comício o .sr. Augusto d'Amaral Peixoto, prinoinai responpvfèl pala ínahuí ?nção da canclít ura Mendes. Eiw.mlo a mas< iidiiu''ir gri*ava a n eessKlad

iipTío r.oníra './.".""'d-1, em t jido \\\-, 'd ••-" "¦'" n riuci nesl

ura da campanha, tem reapüoái Jiliclades de tu, na-

(ianum.

vitoriosa — o deputado Sérgio Ma-galhães, o sr. Amaral Peixoto u.-sistia em sua tentativa dé divisãodas forças nacionalistas c popu la-res.

Se a candidatura Mendes naotivesse esse caráter divisionista,não teriam ocorrido os inc!d u^.s.Estes só tiveram lugar porque umpequeno, mas bem pago, grupo de"adeptos" do sr. Amaral Peixotoquis expulsar à força da frente dopalanque a massa popular quemanifestava a sua adesão a SérgioMagalhães. E, uma vez cessadaesta ação de violência contra amassa, por parte do grupo pesse-dista, também cessaram imediata-mente os incidenets.

Pouco impo-'"tu os aspectos se-eunciárips do fato: que cie tenhaservido ao desejo de projeção dealguns candidatos desconhecidos;ou que seja também um reflexo daatitude impatriótica de alguns ati-vistas da campanha de Sérgio, queprocuram afastar da candidaturaLott o candidato nacionalista daGuanabara. O que importa é queaquela grande manifestação po-pular em lavor de Sérgio, num co-,

mício de Lott-Jango, uemonstroua profunda e indissolúvel vincula-ção que já existe, no seio do povocarioca, entre as candidaturas na-cionalisfas nos planos federal e cs-tadual; demonstrou a enorme pe-nefcração popular da candidaturaSérgio, e a completa artificialicla-de e- vacuidade da candidaturaMendes; c demonstrou, finalmen-

a urgência da retirada da can-didatura do marechal Mowles deMorais, para que o povo cariocapossa exprimir, nas urnas, o seui' magador repúdio à candidaturaentreguista e reacionária de La-çerda.

Hoje, além do s>\ Angus'o fioAmaral Peixoto c do pequeno gru-po que o acompanha, so i "Tnbu-na de Imprensa" defende a ma-nutenção da candidatura Mendes.Em sua edição ei: terça-•'elih ojornal de Lacerda sai em campo,desesperado, defendendo o candi-dato do PSD contra os que que-i'cm "forçá-lo à renúncia". Issoi'3v.cla concretamente a quem ser-ve, na realidade, a candidaturaM 'nVles: ao campo entreguista ereacionário do Lai cj j&

velou que tudo o que escreveranão tinha valor algum, e se pron-tificou a escrever nova carta, aogosto dos integralistas. Jânio as-sumiria, nesta carta, o compro-misso de «manter cortadas as re-lações com a Um Io Soviética, nãopermitir a volta do PC à legaíida-de, reprimir severamente o movi-mento comunista no Brasil e fa-zer uma política internacionalvinculada exclusivamente ao blo-co americano .

A carta não foi assinada por-que o sr. Pedroso d'Horta, inter-vindo na conversa, disse a Jânioque a revelação pública de talcompromisso iria «provocar unitremendo impacto na opinião pú-blica e liqüidar, talvez, a sua can-didatura". Jânio, entretanto, fêzquestão de assumir o compromis-so verbal com Plínio Salgado deperseguir os comunistas e mantera política externa do país atadaao imperialismo norte-americano.Disse, mais, que Plínio "será go-vémo comigo, até o último dia demeu mandato".

O caráter carreirista e desaver-gonhado de Jânio pode ser deli-niclo numa conversa que o Pedro-so dTIorta teve, à parte, com Pli-nio Salgado. "O senhor — disseo dirigente janista ao chefe inte-gralista — é grande demais paraa nossa época. Exerce tamanhofascínio sobre o dr. Jânio que se-ria capaz de arrancar-lhe até a.calças".

Plínio e Zanello confirmamTodos estes detalhes da conver-

sa de Jânio foram confirmados,na segunda-feira, através de "Últi-ma Hora", por Plínio Salgado cOswaldo Zanello. O chefe integra-lista, além de afirmar que são exa-tas as informações divulgadas só-bre o encontro de Sáo Paulo, disseque "Jânio não me enviou outracarta porque eu mesmo recusei", eexplicou a razão de sua recusa:"Uma vez que se alegou quecertas áreas da opinião brasileiraseriam infensas à afirmação de talinoportunidade (do reatamentocom a URSS e da legalidade pa-ra o PCB), tínhamos de procedercomo procedi", isto é. recusando acarta.

O vereador Thiers Coutinho, re-presentante do PRP na Câmarrda Guanabara, por seu lado, afir-mou que "o relatório do DiretórirNacional (do PRP) sobre os en-tendimentos sucessórios, lido n;Convenção Narion.nl, rovcla o srJânio Quadros de corpo inteirocandidato dúbio, manobreiro e cacador de votos".

Jânio desmascaradoEsse novo desmascaramento de

Jânio Quadros, como demagogovulgar e boneco dos trustes, vemacentuar e aprofundar o desgastecio candidato entreguista, dianteda opinião pública. Jânio aparececada dia mais, para as grandesmassas, em sua verdadeira fisio-nomia de homem falso, de menti-roso, e de instrumento políticoutilizado pelos grupos econômicosimperialistas ianques.

' Quase nada resta hoje dos ges-'os demagógicos de Jânio, poucos

meses atrás, quando o amigo deRockefeller visitou a URSS e foiabraçar Fidel Castro, manifestou--se escandalizado pela inexistênciade reiações intensas e amistosasentre o Brasil e a URSS, afirmoua necessidade do apoio incondicio-nal do Brasil à luta antiimperia-lista dos povos asiáticos e africa-nos, e particularmente do povocubano, e não poupou elogios àreforma agrária realizada emCuba. Pouco a pouco, amarradoà política imperialista e reacioná-ria dos grupos que sustentam asua candidatura, êle foi sendoobrigado a se desmentir e a sedesdizer.

Já confessou a sua fidelidade eobediência à diplomacia ianque(no discurso cm "Manchete"),tanto no caso de Cuba como naguerra fria"; p já confessou que aúnica "reforma agrária" em quepensa é a que desvie os recursos

públicos para "estimular a pvxlu-ção" dos latifundiários (nas res-postas ao CONPLAP). Agora con-fessa que pretende manter o mo-nopólio ianque sobre o comércioexterior brasileiro, .impedindo ocrescimento das relações com ospaíses socialistas, e se dispõe aempreender, no governo federal, amesma onda de terrorismo e per-seguições contra o movimentooperário que caracterizou o seugoverno cm São Paulo. Para com-pletar, acaba de declarar emGoiânia que o marechal Loit cm-meteu "uma calúnia" quando ochamou de neutralista em politi-ca internacional; com isso, aomesmo tempo em que mostra oequivoco cometido pelo marechal.Jânio revela as suas verdadeirasintenções como candidato à Pre-sidência da República: deixar oBrasil a reboque do carro de guer-ra de Washington.

Lott: FMI Não PodeDitar Normas ao brasil

Dizendo que o i«'uiulo Monctá-rio Internacional não pode ditarnormas ao Brasil", o marechalTeixeira Lott reafirmou, na quin-ta-feira passada, em Santos, pe-rante mais de vinte mil pessoas,a sua disposição de realizar umgoverno nacionalista e de preser-var, diante da permanente agres-são econômica dos trustes, os in-teresses do povo brasileiro.

Lott havia iniciado no dia ante-rior. na capital bandeirante, maisuma 'toürnée" de propaganda dasua candidatura, ampliando en-tão as denúncias sobre a corrup-ção patrocinada por grupos eco-mímicos estrangeiros em prol daeleição do sr. Jânio Quadros, aorevelar que cm Aracaju os parti-dários do candidato da vassourajá contrataram todos os veículosda cidade para o transporte (ieeleitores no dia 3 de outubro, àbase de CrS 15 000.00 por unida-de. A seguir, em São José do Rio'reto, o candidato nacionalista•om poucas palavras deitou umapá de cal sobre as alegadas pro-cedências do dinheiro da campa-nha de Jânio, afirmando: 'Seriainteressante que o Brasil arran-jasse com êle. emprestados, algunsdesses garrafões para pagar assuas dividas c pôr Um às suas di-ficuldades financeiras".

Ameaça entreguista

Já em Tüpán, no roteiro de suavitoriosa excursão, o marechalLott tomou conhecimento do aten-tado ant [nacionalista praticadopelos partidários do sr. Jânio Qua-dros em Belo Horizonte, ao poremabaixo uma torre simbólica de pe-tróleo. "Eis o que aguarda o Bra-sil se as urnas de 3 de outubro Ie-varem ao poder o demagogo qüese diz nacionalista c amigo dostrabalhadores", advertiu o mure?chal Lott, destacando que a ira

dos janistas fora dirigida contraa torre que simbolizava a Petro-brás, c suas violências contra osoperários que pregavam os ideaisnacionalistas.

Solidariedade irrestrita

Vcrberando o aienvauu, 't,ainda naquela cidade paulista, en-viou ao governador Bias Fortes oseguinte telegrama: "Acabo de to-mar conhecimento, através da im-prensa paulista, áa? revolta'.tesviolências de que foram vitimascm Belo Horizonte os partidáriosda minha candidatura, por parlede nossos adversários. Estou certode que V. Excia. já tomou as ade-qnadas providências no sentido degarantir a propaganda naciona-lista em favor de seus candidatos.Peço ao eminente amigo informa-ções sobre o referido incidente,que poderão ser enviadas paraVarginha. onde estarei amanhã.Confiando embora, plenamente, naautoridade do Governo de V.Excia.. quero acentuar que estareiao lado de meus companheiros naluta pela emancipação econômicanacional onde quer que êles se-jam ameaçados em seus direitosde manifcslar-rc cm pinça púbii-ca pregando suas idéias".

0 almoço na "Manchete"

Ao almoço de boje no restauramte da revista "Manchete", o ma-rechal Lott comparecerá acompa-nhado de vários governadores uneapoiam a sua candidatura, bemcomo de numerosos dirigentes queatuam cm seu estado-maior ciei-toral.

Em seu discurso, Lott revelaráas suas metas preferenciais e faráimportantes pronunciamentos li-gados à campanha em curso c ;ioutros aspectos de seus planos degoverno.

Fora de Rumo Poulo Motta Líma'

I). .Ihíiiip (iiinnrn, nu sou úl-limo pronr-—: radiofônico, procla-uniu ijuc levantava o coração ao(tu, uniu «Deu Bradas», nor doismotivos de júbilo especial. Prliiici-ro, por causa d.i «fracasso do eu-iininisnío uo Congresso dos Sindi-catos»; depois, devido às medidasadotadas contra as rt>vistas csian-iliilosas. Km atitude de humildado,admirável num habitante de doispalácios, I). Jaime perguntou aosouvintes se não concordavam con

K.stanios entre os discorcliuncrNo Congresso Sindical n;'i0 limivfracasso tio comunismo g sim ripelcguismo. Os pelegos. aíerrandse a preconceitos anticomunistiaparentados com >>.s do cardoa,,perderam o apoio tia massa, isola-ram-sG. D, Jáimc parece não lormandado olheiros de confiança aoTeatro João Caetano, Fív. mal. Suaobservação ó a de um inoccnlr lei-tor tlò U Globo , onde tambémgrassa a coqueluche anlíepmunisla,

Se 1). .Jaime tivesse mandadobons obsorv.ulores ao CongressoSindical, não eslaria agora assuiiiindn uma posição, quanto ao cou-clave, semelhante ã dos pelemos. Ospolcgos são os fariseus da épocada bossa.novn, que ostentam anéisde ciçano c fumam eharutõe.s rmeio dólar... Quanto às revistasde escândalo e de chantagem, pori|iie não guardamos o «Deo gra-lias., para o Dia de Jui/.o de todaa imprensa de eseànd»1" > ¦'¦• "'<íui.tagem?

Por sinal, a chantagem, a dis-simulação e a hipocrisia surgem acada passo na área perigosa do anti-ròmunlsmò. Não viu D. Jaime o pa-pelão do candidato do PDC quandoos integralistas fizeram a ofereren-da de seus votos, em troca de in-diligência do poder temporal'.' Queachou D. Jaime da resposta de J6-nio aos Integralistas, declaraiid,o-sea principio favorável às relaçõescom a URSS e a legalidade do PCB,

para logo em seguida, diante deum simples trejeito dé Plínio; con-tramarchar desesperadainonle. aíir-mando que eni seu governo não ha-veria relações com a URSS hem legalldade para o PCB e que, emmatéria de política exterior, se elei.lo, iria incorporar-se aò tropel dacarneirada de Panurgiò, que mar-eha ao toque da flauta dos pastoresde Wall Street?

Veja D. Jaime, com sim mi u-sa auloriiladt de pregador radioló-nico, quanta fraqueza humana sepode notar na área do anticomu-nisnío. A pretensa derrota dos co-munistas no Congresso Sindical eas medidas contra o escâiulatomi-'ini e a ehatilageiu-niiriiii, no casjde D. Jaime, não deveriam, rigoro-samente, ser motivo de júbilo. O«Deo gratias» do ilustre cardeal-arcebispo é assim uma glrandòi*que sobe ao ar antes de tempo esem propósito.

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Page 4: ano II RETRATO DE JÂNIO: CflÇBDOR DE VOTOS … · O parto da montanha Q PLANO demagógico do ir. Jânio Quadros foi preparado nos seus menores detalhei. E tua campanha elei- ...

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Capitais do Jaguaribe eOcupam Posiçõesda Anderson Clavton

NOVOS RUMOS

CaririRio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1960 —

As ó horas em ponto o ônibus deixaFortaleza rumo a Iguatu, no Vale doJaguaribe. Serão 12 horas de yiagem.Somos 50 pessoas num ônibus relativa-mente confortável. Mal o veículo semove, começa a funcionar o receptorde rádio, transmitindo músicas dolen-tts. Observo os passageiros. São mu-lheres » homens, a grande maioria jo-

vens, vestidos com grande simplicida-de. Quase todos com uma toalha derosto passada ao pescoço. Logo adian-tt vejo a utilidade dessa toalha quaseinfalível nos transportes do interior doCeará: para limpar a poeira do rosto• das mãos, para cobrir o rosto quan-do passam as nuvens de pó lançadaspor um veículo em sentido contrário.

A estrada asfaltada termina mais cmenos a uns 100 quilômetros de For-taleza, nas proximidades da cidade deRussas. Daí por diante corremos pelavárzea do Jaguaribe atapetada pelamais btla das palmeiras: a carnaúba.Os carnaubais se perdem de vista. Des-de Pacajus vemos carnaubais novosque oferecem aos olhos um espetáculobelíssimo com suas copas harmoniosas.São as plantações (antes eram intei-ramente nativas) estimuladas poos ele-vados preços dos últimos tempos.

As 9,30 paramos em Russas para to-mar café e comer as mais famosas la-ranjas do Estado.

Depois a viagem vai se tornando mo-nótona e cansativa, intercalada por umou outro incidente pitoresco. Assim, nopovoado de Peixe Gordo duas moçasinterceptam a estrada ao ônibus com

«O diabo

è meu

amigo»

Anunciada desde 1958, deve serlançada dentro em breve pelo Servi-go Nacional de Teatro a peça deMilton Pedrosa O Diabo é meu ami-go. Ainda êste ano será também le-vada à cen..

A propósito, anuncia-se que o co-nhecido. cpntista vai processar a em-presa cinematográfica inglesa J. Ar-thur Rank por ter utilizado o mes-mo titulo num flme já nos cartazesdo Rio. O autor da peça teatral pre-tende acionar a referida empresajudidalmente, sustar a exibição dapelícula e reclamar uma indenizaçãopor apropriação indébita.

n!a 6, na ABI:

Marxismo c

Existencialismi

Sob o patrocínio da revista «Es-tudos Sociais», o jornalista JacobGorender proferirá na ABI, às 20horas do próximo dia 6 de setembro,uma conferência sobre o tema: Mar-xismo e Exlstencialismo. A entradaserá franca.

uma corda alevanlada. O çnibus obe-dece e pára. As moças largam a cor-da e entram no veiculo. Pedem esmo-Ias para a capela de São Francisco deAssis que está sendo construída. Nãoparece uma capela e sim uma igreja,pelas suas proporções. Contrasta cho-cantemente com as casinholas de taipa;emparelha-se apenas com um posto degasolina de uma companhia estrangei-ra, logo adiante. São as duas potên-cias locais. Repartem o domínio da-quela gente pobre, de pés descalços,que no entanto tem outros senhores: osgrandes proprietários dos carnaubais.

Em Iguati

Às 13 horas estamos em Iguatu, cen-tro econômico do Vale do Jaguaribe.Não é porém a carnaúba a sua fontede rendas, e sim o algodão. Iguatu éo principal município algodoeiro doCeará. As conversas giram em tornoda safra deste ano, que se espera dasmelhores, uns 15 milhões de quilos.Vi as plantações à margem da estrada.Estão bonitas, os galhos do arbustopendem ao peso das maçãs, emalguns sítios os capuchos desabrochamcorno flocos dc nev

Nos últimos anos o chamado «ourobranco» dobrou quase a renda do mu-nicipio de Iguatu. De 14 e meio mi-Ihões em 1958 subiu para cerca de 24milhões no ano passado e (segundo in-formações do exator estadual AírtonPinheiro) deve elevar-se a 30 milhõesêste ar

Indago sobre o tipo de propriedadepredominante.

— A pequena e a média, respon-dem-n

Mas tudo indica que, embora aque-Ias sejam a maioria, o poder da gran-de propriedade se mantém em toda alinha. Ainda existem no municípiograndes fazendas como a Mata Fresca,da família Gomes de Araújo (os famo-sos Pedroca) com suas 2.400 braças,ou seja, aproximadamente uma légua;a Água Fria, com 1.200 braças, de Teo-baldo da Costa; a Santa Clara, com400 braças, dt Chagas Neves, o «reido algodão» local; a Jiqui, da famíliaMarcelino, com 600 braças, além deoutras com aproximadamente meia lé-

gua de fundo.Estas grandes fazendas quase não

pagam imposto territorial. Eram cadas-tradas algumas delas pelo ridículo valorde 10 mil cruzeiros, quando na reali-dade podem ser avaliadas moderada-mente — disse-me o exator — em ummilhão de cruzeiros.

Novidade de um ano

Em todo o Nordeste o ritmo de vidaainda é lento, moroso, o ritmo de seu

precário desenvolvimento. Por isso, cer-tas notícias que no Sul já seriam coisado passado, aqui ainda estão na or-dem do dia. Os iguatuenses com quemconverso gostam de falar num assunto

que lhes é caro: a compra da usina debeneficiamento de algodão da Ander-son Clayton que operava nesta zona etinha suas filiais em Juazeiro e Crato.Há um ano aproximadamente foi ven-dida a capitalistas locais.

Essa usina era um dos tentáculos do

poderoso truste norte-americano do ai-

godão e do café. Controlava não sóo comércio como a cultura do algodão,ditava os preços, influenciava decisiva-mente na vida de milhares e milhares

de pessoas ligadas às plantações dealgodão no Ceará.

Agora, suas instalações se encontramnas mãos de capitalistas locais. Emseu lugar fundou-se a ICASA (Indústriae Comércio de Algodão Sociedade Anô-nima), formada por capitalistas deIguatu e do Cariri. Compra ela hojegrande parte da produção algodoeirada região. Seu capital atual é da or-dem de 30 milhões de cruzeiros.

Depois da compra da Clayton, aICASA, que beneficiava l.óOO.OOOquilos de algodão, passou a 4 milhõesde quilos. Adquire o produto direta-mente ao agricultor e o vendo direta-mente a grandes fábricas de Pernam-buco. Minas, Rio, São Paulo e Paraíba.

Fala um industriai

Encontro-me com um dos sócios daICASA em Iguatu, o sr. Teodoro Ger-mano, diretor da empresa nesta cidade.

Êle confirma estes dados e amável-mente me fornece outror

Por que a Clayton vendeu suasinstalações aqui? — pergunto-lhe.

Não está bem claro ainda...Que quantidade de algodão com-

prava?Uns 8 milhões de quilos.Uma vez que a ICASA compra

apenas metade, para onde vão os ou-tros 4 milhões'

Para a usina de Eliseu Batista, emOrós.

No entanto, a produção algodoeirasomente de Iguatu, êste ano, é esti-mada em 15 milhões de quilos. Diantede uma safra de tais proporções, pre-vê-se uma queda nos preços

Outra perguntoA Clayton abandonou todo o

Nordeste?Não, Permanece em Patos, na

Paraíba, onde tem grandes instalaçõese inclusive uma usina de extração deóleo e de onde continua a influenciaro comércio de algodão dos demais Es-lados nordestinos.

Indago das relações de produção do-minantes na cultura algodoeira local.Obtenho a resposta de que se trata dameia. Mesmo os grandes fazendeirosou os fazendeiros ricos harmonizam osistema da mela e do salariato. O sa-lário é mísero: 50, 60 cruzeiros por dia.Alguns fazendeiros exigem do meeiro

que lhe venda a sua parte da safra.E à falta de transporte barato êstenão tem outro remédio que submeter--se à vontade do dono da terra.

A qualidade do algodão

Um problema sério na cultura algo-doeira do Ceará — mas particular-mente do Iguatu — é um grande retar-damento na melhoria da qualidade do

Carta do SertãoPrisidente J.K.:farta só trinta e doit diapru Marcchi Texêra Lotetumi conta de Brasia.

O zarôl de Mato.Grosso•abe qui ti derrotado.Há um Jeito pra Ademádi ku« voto ao Marechápara floá bem vingado!

O dlnhêro dos banquêrofoi pfleo pra transação.Ta na hora, «eu douto,lie sarvá nossa Naçãovotando Im gente qui prestapra derrotA «tubarão».

Marechá Texêra Lotefoi quem II fez Prisidente.Come Ministro da Guerra,honrado, bom e valente,mande o «bicho» aalpra vasaamleê subitnlelte pru nossa gente.

Pur esses feitos briantenosso louvft mereceu.O deutO vai 1'intregâaquilo qu'êle li deu.

Venha para Praça púbrlcapra dizé prus brasilêro:votemo no MarechalValoroso e Justicêrol

Quantas vez, o Generá.arriscando a sua vidavèi cumpri o seu devepra liberdade se têim nossa terra quirida.

Venha douto Jucllino!Com ou sem PSD.,pra sarvâ nosso Brasidos gorpe da UDnê,Mecê dizendo qui façamunta gente vai fazê.

Douto Serjo Magalhán-.Ingenhêro de valo,perolsa no dia TRÊSse nosso Guvernadô.Arguém vai té compaxãode vê morre «tubarão»nas mão dum bom pescadO.

Venha douto JucillnolIscrarecé nossa gente,Basta vim o prefessôqui Lote fez Prisidente!

RUI FACu

pVoduto. Ainda predomina o algodãod|j fibra curta, o herbáceo, sendo maisrqro o de fibra longa, o «moco».

í Pergunto a várias pessoas o motivodessa persistência no cultivo de uma

qualidade inferior. A resposta em ge-ral não convence:

Ê que o meeiro prefere o herbá-ceo.

Não se explica por que. Depois, nasdemorados conversas, é que sabemosda uma particularidade importante: oherbáceo produz rapidamente, logo no

primeiro ano. enquanto o «moco» sódá com dois, três anos. E como a gran-de maioria dos plantadores de algodãonão têm terra, são meeiros, não pos-suem nenhuma garantia de que farãonem sequer a primeira colheita do fru-to de seu trabalho. Preferem portantoo algodão da pior espécie, pois êste

produz mais cedo, atende suas exigên-cias imediatas, assegura-lhes pelo me-nos uma safra. ¦

Aí temos um exemplo a mais de co-mo o monopólio da lerra é um obs-táculo à simples melhoria dos cultivos.

Mas há outro motivo: os uiineirbeneficiadores que compram o algodãoem caroço pagam a ridicularia de 5cruzeiros pelo moco sobre o herbáceo:a diferença é de 25 cruzeiros o quilopara êste e 30 cruzeiros para aquile.

Um homem emprendedor

O industrial Eliseu Batista, de quemme tinha falado Teodoro Germano emIguatu, vou encontrá-lo na cidadezinhade Orós, próximo ao grande açude.

Sua fábrica domina a cidade. Visi-to-o também em companhia de meuamigo e antigo colega de Liceu, o mé-dico Humberto Gouveia. Numa tardenordestina ensolarada e quente, emmeio a montanhas de pedra • nuvensde poeira, êle me recebe num escritório

que funciona com ar refrigerado. Quealivio para o nosso cansaço • o calor

que nos banha em suor!

Começamos a conversar sabre algo-dão, sua cultura t indústria local.

Eliseu Batista, homem de uns 45 anos,estatura média, tez morena, fisionomiatranqüila mas decidida, mt conta embrevrs palavras a história da fabricoque encravou naqueles ermos. Em 1946comprou uma simples prema dt algo-dão. Trabalhava com alguns milharesde quilos. Ampliou gradativamenltsuas instalações. Construiu mais tardeuma nova unidade: dt extração doóleo do algodão. Depois, uma tercei-ra, para fabricação de sabão aprovti-tando o óleo. Está concluindo uma

quarta unidade: a fábrica dt ólto co-mestível. Importou técnicos do Rio tSão Paulo para a ampliação dt suaempresa. Lá encontrei um operário cal-deireiro, João Rodrigues dt Mtlo, ga-nhando 70 cruzeiros por hora t traba-lhando como um mouro: êle próprio modisse — 13 a 15 horas por dial E Ga-

ItHv.oh mm\\mWM*»vÊ tfliH^KI^taV^H ^WfV^iaVr^^EvU^^I ^B^r

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Infânciatrabalhadorabriel Francisco dos Santos, ali dt Cas-cadura, técnico qualificado também,com o mesmo salário t a mesma jor-nada média dt trabalho.

Ptrgunlti-lhts como suportavam umtrabalho tão tstafantt. Rtspondtram--me que não podia str de outra forma

para a execução do plano traçado, istoé, pôr a nova unidade da fábrica emfuncionamtnto dtntro dt um ano.

O rosto dt ambos brilhava dt suor.Suas roupas estavam tmpastadas dt

graxa. Ttm à sua disposição uma ofi-cina mecânico ondt fazem todas as

pecas dt que necessitam. A tmprêsadispõe dt três gtradores elétricos de200 cavalos-vapor. Quast tudo tstátlttrificad'

Dtpois dt ptrcorrtr a tmprêsa, façoalgumas ptrguntas ao industrial ENseuBotistf

Qual a capacidadt dt beneficia-mtnta dt sua fábrice"

No ano passado comprti á mi-Ihõts dt quilos dt algodão, tm Icó,Iguatu, Stnador Pomptu t Ctdro.

Qut mt diz quanto à qualidadtdo algodão'

Prtvtjo, na marcha tm qut va-mos. uma piora das culturas, dtvido àmistura do htrbácto com o moco. (Emenciona as varitdodts más dt algo-dão resultantes: o vtrdttt, o vtrdão to azul).

Quantos operários trabalham nasua usina?

Uns 100 optrárioi permanentes.E quanto aos salários?100 cruzeiros por dia. Os espe-

cializados 150 cruztiros. Durantt certa

A cena qut ¦ foto not aprtttntt, temuma criança eolhendo algodlt, 4 ttmumna lavtuna brasileira, ondt ttdtt ti»«brigados a empunhar a enxada para

podsr oomí"

época da safra fazem extraordinário.Alguns são acionistas da empresa.

A uma ptrgunto qut Iht dirijo sobraa prtftrência de agricultor mttiro ptlohtrbácto, Elistu Batista confirma qutisto st dtvt à falta dt ttrra garantidaao trabalhador rural. Êlt nao sabt st

plantando a algodão dt fibra longaconseguirá colhi-

Ptrgunto-lho ainda sôbrt a vtndadas usinas da Andtrson Clayton.

Eis a resposta ttxlual dt Elistu Ba-lista:

— O qut a Clayton vtndtu tra su-cata.

Mas aertietnta qut tia não fêz ne-nhuma falta. Ntm a cultura ntm • bt«ntficiamtnto do algodão no Ctaré ft-ram abalados pela sua saída. Enquan-to os usineiros locais financiam as cul-turas, a Clayton não as financiava.'Quanto à SANIRA, não ttm ntm

prtço.Opina Elistu Batista qut a faeilidadt

dos transportas rodoviários — não obs-tantt • mau tstodo dai rodagtns —

colocou tm pá dt igualdadt ai tmprl-sas dt capitais nacionais do Nordtstacom as companhias tstrangtiras, Clay-ton t SANBiV

Em sínttst, os capitalistas do Jagua-riba t do Cariri tstão gradativamtnttganhando ttrrtno na compttição eomo capital tstrangtiro qut vtm txploraras riqutzas locais. Um industrial Mm»Elistu Batista pana hojt por dma daClayton t vende stu algodão dirtta-mtntt a paísts da Europa t a indus-triais do Sul.

Iguatu (Coará) — agosto — 1940

GOMO VOTAR'

Número do Candidatoao Lado do Partido

O Poeta Vaqueiro

O tleitor da Guanabara votará comduas cédulas nas eleições de 3 de ou-tubro próximo: uma primeira cédulaúnica, para Presidente e Vice-Presiden-tt da República t Governador do Es-tado, t uma stgunda cédula única, pa-ra Dtputados à Assembléia Legislativa,sendo que nesta o voto ao candidatostrá dado com a inscrição do respecti-vo númtro, no retàngulo ao lado dalegenda dt seu Partido.

No que se refere à primeira, comost sabt, não há novidade alguma. Norttãngulo ao lado dos nomts dos can-didatos o tltitor, como das vezes an-ttriorts, apenas assinalará com umacruz os candidatos dt sua preferência.E tsfará tudo ftito.

A votação para Deputado pode pa-recer dlficil à primeira vista. Mas, comum minimo dt atenção as dúvidas de-sapartetm. E isto porque o TribunalEleitoral vtm cuidando de simplificarao máximo a aplicação de suas instru-

ções sôbrt a matéria.

A ordem dos partidos

Assim, dt acordo com a ordem ao-nológica dos registros dos Partidos, acédula única para a Constituinte seráencabeçada pelo Partido Social Demo-crático, seguido pela União Democráti-ca Nacional, Partido Republicano, Co-ligação Nacionalista (PRP-PST), Parti-do Trabalhista Brasileiro, Partido De-mocrata Cristão, Partido RepublicanoTrabalhista, Partido Social Progressista,Partido Socialista Brasileiro e PartidoTrabalhista Nacional. •'

0s números dos candidatos

No retàngulo qut antecede, na cé-dula única, cada uma dtssas Itgtndas,o eleitor, na cabine indevassável, indi-cará o número de stu candidato aDeputado.

Os números dos candidatos, já fixa-dos pelo Tribunal Eleitoral, são dt 101a 500, e obedecem à mesma ordem.Assim os candidatos do PSD são os dtnúmeros 101 a 140; da UDN, dt 141a 180; do PR, dt 181 a 220; do PRP,de 221 a 260; do PTB, dt 261 a 300;do PDC, de 301 a 340; do PRT, dt 341a 380; do PSP, dt 381 a 420; do PSB,de 421 a 460 t, finalmtntt, do PTN,de 461 a 500.

Equívocos

Embora as instruções stjam claras,são previstos também os tquivocos, co-mo, por exemplo, ser assinalado no rt-tângulo ao lado da legtnda dt um

partido o número de um candidato dtoutra agremiação política, Nestt caso,o voto dado ao candidato strá anula-do, valendo no entanto para a Itgtn-da que figura na mtsma linha.

Também o eleitor podt votar aptnasna legenda, assinalando, nestt caso,apenas uma cruz no rtsptctlvo rttãn-

guio.

Detalhes

Ainda de acordo com as instruçõesbaixadas pelo Tribunal Eleitoral, «o

eleitor admitido a votar apresentará,com o stu titulo eleitoral, a cédula dt

qut st houver munido, ao prtsidenttda mtsa rtctptora, o qual, vtrificandoestar a cédula tm ordem t não assina-lada, dtpois dt, ntsst ato, rubricá-lacom os mtsários presentes t dar-lhe onúmtro corrtspondtnte (séries dt 1 a9) a devolverá ao tltitor para qut, nacabint indtvassávtl, tscrtva no retân-

guio 9 númtro correspondente ao can-didato dt sua escolha.

A cédula tm rtftrincia constitui-rá a própria sobrtearta, dt mtdo aresguardar-st o sigilo do voto, devtn-do as rubricas str apostas na parta ex-te

St o tltitor não apresentar cé-dula, qut também podará str imprts-sa t distribuída pelos Partidos, o pre-sidentt da mtsa tnlrtgar-lht-á a cé-dula distribuída ptla Justiça Eleitoral.

O presidtntt da mtsa tambémtntrtgará ao tltitor a cédula distribui-da ptla Justiça Eleitoral, caso o votan-tt aprtstntt cédula |á assinalada oucom vícios outros qut comprometam osigilo do voto, ou ainda qut não cor-rtsponda ao modelo adotado oficial-mtntt. Nessa hipáttst, o presidenta damesa ratará a cédula aprtstntada pelotltitor» Inutlllzando-a tm stguida.

Ao tntrtgar ou restituir a cédulaao tltitor, o presidente da mesa rt-ceptora mostra-la-á antes aos fiscaisde partido prtsentts ao ato, para quepossam verificar st tstá conforme asinstruções.

A rubrica da cédula em outra opor-tunidadt que não a da entrega ou res-

tlluição da mesma ao tltitor, no atadt votar, constitui o dtlito previsto naittm 19 do art. 175 da Código Eltl-toral.

— Ao dtposilar a cédula na uma,o votante devtrá fazê-lo por maneiraa mostrar a parte rubricada à mtsa •aos fiscais dt partido presentes.

NOVOS RUMOS

Diretor — Mário AlvtaGerente — Gnttemberg Cavalcanti

Redator-chefe — OrlandoBomflm Jr.

Secretário — Fragmon BorgesREDATORES

Rui Facó, Paulo Mota Llm»,Maria da Graça, Luís Gullhardlnl.

MATRIZRedação: Av. Rio Branco, 257. IV

andar, S/1713 — Tel: 42-7844Gerência: Av. Rio Branco, 257,

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tNOVOSRUMOS»

ASSINATURASAnual Cr$ 230,00Semestral > 130,00Trimestral > 70,00Aérea anual, mais Cr$ 100,00;semestral, Cr$ 50.00; trimestral,

Cr$ 30,00.Número avulso Cr$ 5,00.Número atrasado > 8,00

Page 5: ano II RETRATO DE JÂNIO: CflÇBDOR DE VOTOS … · O parto da montanha Q PLANO demagógico do ir. Jânio Quadros foi preparado nos seus menores detalhei. E tua campanha elei- ...

— Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 19Ó0

Notas Sobre LivrosMéis unia yta. as cansadas coronárlas Jogaram o cronista na cama. «

Kl SffiíS'f • Arí!,,d0 dc clêncIa- "ml«d« • h«P«in». •"&«•_£« ii 2*° otlm*smo- ° «"«• <»wo «o paciente fte òresto.Foram três ou quatro dias de iu*« braba. DenokT I«r__L !«!.__.__. _i.

efcX LSnlPareC° íuncl0"»>-nielhor. Um pouco de febre prodwlíL™ Cert_*

» « *h„ ,-J?1!"1 dêss_. momentos o lmpenltente machadlano armou toda uma sírÍLSUrtSfre ? destino de Brás Cuba« e a AlSSSSiSSiróstumas. Se pesquisas a fazer abonarem as ditas conleturas ai tér*mo<CuSf. Para Um CEnSal° SÔbre a Gênese das Memórff PósTuU Se Brás

nha- «oTil^n.^5 PPfa„noVOS c2íai.os machadianos, inculcados pela íebri-AÍVa0mTmul^:0oCSTiS^^ da RaZâQ ImpU,'a^ «D°is Num S6>-

* «

v* Mo™**™ deliran<c: ° "o™'* é >""» "h» ccrcul» de Injeçõea por todos

fin.i h™'!h?,I.° "a° í!,!l,ir"n,e: » ^'"ír» « » «comadre. - e|s » llquiduono"nal dos últimos vestígios de dignidade. «quiiwyii.? •

,_„m ?s brac,°,. ?stavam »°g''0s de tanta injeção, e doíam - a dor da cura aSE5 massa.Sa.^mfiSi/f ? lembrou q\e seria bom SáSÍSS?¦-npnh,.m_ffi.A l ma .olsa (le agua <luente- Mas "So havia na momentoSKnt^íoiS SflbC ° ím° de eng0mar? Fèzse a «TO*»*? «'oo defunto^"16 "ãQ P^de eVÍlBr Uma idéte estranha: e #° passando a ferro

». ?

n,«_»J_,.em * P€rsPect,v» «'o defunto estava excluída, pelo contrário Em doismomentos - no primeiro dia, quando a dor da aiglna «S?dois dias depois, quando a hcparina fêz Iwix.r « prJL a% - a mtèmoSWo*

C°n8,derar re»l,stlc«Tnt« • Possibilite dreScír a çwelféS"sem lâã^iSS"' ?. F"" d* ve^"í<le' que ° P°ss,vel ««ttd» foi encarado•wi nenhum medo físico ou metafísico, sem nenhuma preocupado com o«outro mimdo», mas apenas com certo desgosto de nio j^aJüStaSaí

• *H, p»m.ma !Ín!lora, df_ vlz,nh«nC« VPm visitar o convalescente. Senta-se ao péfl« cama, estendendolhe as mãos e dizendo: v•"" Íu .ei ?ue esta melhoiv.inlio. Graças a Deus Graças a Deus

... °,brlSad°. obrigado. Vou me refazendo pouco a poucoEla insiste: . .."- Graças a Deus. Graças a Deus.Ai o doente não resistiu:Graças ao dr. Bessa e à heparina.—-SSngU' DeUS aJUda Sempre' adverliu " boa "nlw". «""'«

O enfermo tentou uma saída conciliatória:Bem, como ajudante, vá lá.* *

ni.„ °AvXol ue,tfudo é que ° «"S"1?® do motor cardíaco desmantelou-me oapianos de trabalho em curso, obrlgando-nie a cinco serramac de pasmaceiraabsoluta, • a nao tel quantas semanas mais de P-umaoeira relativa««. u wLdeJouteM C_,|SM' S. U Tedlglr »"** » «Mm» *• Debato» o ar-ti«o Já elaborado na cabeça, fique Isto registrado aqui, para que nio ee su-l&'SS!Jaa mÚÜ .d.e_.CMO íü_w*d0- Fh,ue iãmhém *******> que estou d»Pleno acordo com a linha política traçada nas Teses. O texto do documentoe»«vae está sujeito a emendas e correções, com vistas a melhorar com for-mulaçCes, tornando-as quanto possível mais clarm e precisas, de sorte a facl-Htár a compreensão da linha geral e a sua«pltcaçio prática em cada caso particular.De resto, é a própria prática da vida quetem confirmado o acerto da linha atual, •a prática da vida tem sempre razão.

CERTO CANSAÇOSinceramente nio sou ranheta nem cultivo ranhetices maa ando muitocansada de muitas coisas que acontecem; coisas que pareo-m nascer com agente, vivem com a gente e quando se morre elas continuam existindo para osque estaj nascendo. Como enchem.Tor exemplo: os discursos. Desde os de propaganda eleitoral aos dlscur-sos sem razão de ser, sem mais nem menos. Por exemplo: somos convida**para um almoço c na sobremesa lá vem discurso. Para qué? No começo eupensava que só nós brasileiros gostávamos de discursar sem que nem mais.Agora, depois de minha visita aos paises socialistas — ÜltSS, Tcheòoslováqula,China — vi que o hábito é nlversal. Paraoe que oa homens em geral adoramouvir suas próprias vozes.Quando um cidadão da Amazônia — Pará e Amazonas — fas um dia-curso já sei que vou ouvir falar em «floresta virgem cheia de mistérios» emlendas «orno a do boto (um safardana que se apresenta como homeiun em noi-tes de lua cheia — calça branca, paletó preto — seduzindo donzelas) e por aivai parque somos um povo imagista e nós da Amazônia demasiadamente ima-gistas. Ninguém fala nos problemas econômicos da região, ninguém propõe ao-luçõe», ninguém fala em desbravamcn_o das florestas, ninguém diz nada a não«er exclamações patéticas, as velhíssimas exclamações que ouço d«_de quenasci. K olhem que não nasci ontem.

Há velhas frases que começam a me Irritar: «estamos a beira de um al»l«-me», unosso pais nào é mais aquele cantado por Casemiro de Abreus (feliz-mente, hein?) e por aí vai que há frases tão sediças que quando um orador ascomeça já sei o fim. E ninguém faz nada para sair dessa incômoda posiçãoda beira do abismo, etc. Agora ciom os candidatos, nunca vi tanta promessa vãImpossível de ser realizada.Afinal somos um povo jovem mas afoito, ávido por tomar conhecimentodos problemas gerais do povo, queremos saber por que sobe a carne, por queo aumento do leite vem logo depois que ôle falte, isto para falar em leite pontueo resto é a mesma coisa. Merecíamos mais respeito. Precisávamos que os ora-ohjetiva e mandassem ás favas os velhos chavões que ninguém maia agüenta.Ou então parassem de fazer discursos inúteis, absolutamente conhecidos detodas.Por isso mesmo quando estou em qualquer lugar e alguém diz: —

«peço a palavra», um suor fri0 corre pela minha espinha dorsal E pela carado orador, mesmo quando não scl dc suas opiniões políticas já sei o que vaisair. O suor aumenta e se agüento firme ai-gumas vezes, em outras minha paciência nãoresiste mais.

Naturalmente que ainda hii oradoresdizendo alguma coisa. (Estou falando noslocais) Mas a maioria enche.

NOVOS RUMOS 5 —

SARTRE NO BRASIL: ,,-f?.

__l -^-FvnMllfá-r^HH HffH

Em longo artigo na TRIBUNA I)A IMPRENSA de 27-8-ÇO vem o «co-X«"J.I> de™,xIarx' aqilôle l»âlM,elfo °_«e se assina João Camilo (ou' camelo) deOliveira Torres, com unia citação do «saudoso mestre mineiro Lúcio Josédos tantos», frase que poderiH, aliás, servir de epígrafe a rodas as especula-çoes d.. Oliveira Torres e seus similares:

«Só o passado nos pertence; nele é que verdadeiramente vivemos.»E isso mesmo — o caso dessa gente é o passado. O passado e o ultra-passado, ainda mais. hão fantasmas que pernmbulam no sótão da culturabrasileira.*

A presença de Sartre tem provocado uma colossal onda dc asneirasentre os intelectuais» da nossa imprensa. No CORREIO DA MANHA en-con iramos a seguinte consideração sobre o óbvio:«Existo! Dai a fórmula-chave do existencialismo sartreano: a exis-tencia precede e cria a essência,»Ora vejam só! A que existencialismo não se aplica essa fórmula? Poroutro laoo. o presunçoso e aflito Paulo Francisco, na ÚLTIMA HORA de23-8-GO, postula:

«0 teatro de Sartre não ô grande coisa como teatro — não sai rioterreno do melodrama filosófico..,* . *

E' verdade que logo adiante êle confessa não ter lido «Ce Diable _t LeBon Dleu» e a ultima peça do autor (o título c .Les Seqüestres d'Altona_cm português «Os Seqüestrados de Alton»», viu Francis?). Alas isso não temImportância — o moço SABE..No DIÁRIO CARIOCA dc 28-8 - sem assinar, é evidente - outro pe.ralvilho doutrina: '

«Sartre está tã„ superado no (empo e no espaça com,, os sistemasde lucias que fascinaram os escritores medievais c os alquImisUsda felicidade humana.»Par» quem escreve uma calamidade dessas, não há alquimia qu„ dê1/ um infeliz de nascenya.

*Oí.v^iw.,iyt_enl-'oadepto cla '«"«-.tonalidade intuitivisla de Max Schcter, no O GLOBO de 27-8, escreve sobre _A Essência da Poesia-' •

«A mulher que amamos não nos parece simplesmente a fêmea.Alem do que Inconscientemente almejamos — a reprodução da es-pncie — nossa sensibilidade artística é tocada por sua formosuraou por seu caráter e bondade. Até mesmo por sua indiferença oudesprezo.»Deixa de bobagem, major. Isso acontece.

* 'Durante o comício que consagrou Sérgio Magalhães, no Largo d0 Ma-cbado, o Marechal Lott referiu-se a entreguistas notórios, chamando-os «esseseconomistas de fancaria». O discurso esta-

va sendo transmitido pelo rádio. EugênioGudin. que o «mvia em casa, desligou ràpi-mente o aparelho.

jeito.

"Estamos Diante da Falênciado Sistema Colonialista

Declarando-sc marxista e irres-trito admirador da revolução cuba-na, que conheceu de perto, Jean-Paul Sartre, o eminente filósofo en-saísta e revolucionário da resistên-cia francesa, proferiu duas confe-rendas no Rio. Uma na FaculdadeNacional de Filosofia e a segundano Instituto Superior de EstudosBrasileiros.

Recebido pela Direção da Fa-culdadc Nacional de Filosofia, quelhe dirigiu convite especial, Sartrepôde expor durante algumas horassuas concepções sobre literatura.

Literatura popularPara o pensador francês a litera-

tura atual, tema de sua primeiraconferência, tem apenas uma possi-bilidade de subsistência: vincular-seestreitamente à totalidade social doPais em que surge, apreendendo aproblemática política de seu povo etranscrevendo seus problemas con-cretos.;

Sobre esta questão salientou aexigência estética implicada na li-teratura popular, muito mais difícil,segundo Sartre, do que a solicitadapor uma literatura que vive daomissão dos detalhes variados quecompõem as contradições sociais.

Focalizando o grave encargo dosescritores atuais disse o filósofo desua necessária tomada de posição,de seu engajamento em sua lin-guagem, em face das questões deseu tempo. Salientou que a litera-tura burguesa, por ser partidáriade uma dominação existente, seapressa em ocultar os problemasfundamentais, dirigindo-se para te-mas de valor duvidoso e superficial.

A assistência, composta em suamaioria de jovens, utilizou o tempofinal da conferência para um fecun-do debate com o autor de «L'êtreet le néant».

Sartre respondeu às mais delica-da. questões com absoluta franque-za, não omitindo sequer as críticascontundentes ao sr. De Gaulle. Só-bre Cuba e Fidel Castro suas opi-niões mostram uma compreensãomuito nítida do caráter da revolu-cão popular cubana e do papel de-sempenhado por seu» líderes. Con-.sidera que «a revolução cubana évitoriosa porque se apoia e foi for-jada pelo povo, cansado da espo-liação imposta pelo imperialismonorte-americano».

esta concepção que, para ser man-tida, exige a colaboração do pró-prio governo central, metropolita-no, o qual fornece até mesmo o po-deroso exército de 500 mil homensem luta contra o povo argelino, con-tra a F.L.N. Por outro lado, para semanter a pressão que permita a ma-nutenção de um exército que custa1 bilhão de francos por dia é indis-pensável iludir a opinião publicafrancesa, o povo francês, no sentidode estabelecer um regime prática-mente fascista que sustente uma lu-ta abominável.

Fim do colonialismoEsta situação, porém, não podeser eterna, pois nem o povo francês

suporta o pesado ônus de guerra ar-gelina, nem é de seu desejo conser-var-se em luta contra seu povo,

«Desse modo, o sistema colônia-lista está condenado ao esfaccla-mento», segundo Sartre.

Em Cuba a situação era poucodiferente. Lá havia uma scmi-colô-nia, isto é, não era necessária a do-minação ostensiva, através dc tro-pas em constante luta. Os aliadosinternos dos exploradores externosse encarregavam de sustentar asposições que convinham aos interes-ses destes. No mais a situação eraa mesma.

Como a Argélia e os preços doproduto básico de Cuba, o açúcar,

ff

eram regulados pelos imperialistas.Mostrou Sartre que o pagamento dapreços mais altos que os vigentes namercado mundial antes de ser umbenefício aos cubanos, era, na na-lidade, uma proteção doa produto-res americanos ao mesmo tempo emque significava um estímulo a pra*dução de um único meio de obterrecursos, o que atrelava mais e maiaa estrutura agrícola cubana aoa In-terêsses norte-americanos. A au*Krenta ditadura de Batista era •exército americano de dominação.Também em Cuba veriftooa-M, por-tanto, o fenômeno observado oa Ar-gélia. Seu povo cansou-se d» expie-ração e «temendo mala a fome qa*os fuzis, iniciou a revolução».

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¦• ^mmmmw ^« mm^mimmmmmmw'i*fi «l -Bui k_*

Pedro Severino— Insultos iiessoais, não.

Sartre no ISEBA sede do Instituto Superior de

Estudos Brasileiros foi pequena pa-ra acolher a assistência que queriaouvir a conferência sobre «Colônia-lismo», segunda de Sartre no Bra-sil.

O tema abordado possibilitoupor um lado, a descrição por umpensador do gabarito de Sartre dasituação existente entre as colôniase seus exploradores, os países co-lonialistas. Pôr outro lado, possib-litou para os que o ouviam o co-nhecimento claro da odiosa engre-nagem montada pelos países quetêm grande parcela de sua receitaobtida pela morte e miséria de ou-tros.

A descrição desenvolvida mos-trou fundamentalmente a identida-tle essencial existente entre o anti-go domínio de Cuba pelos Estados1 nidos e o ainda vigente nn Arjçé-lia, sob domínio francês.Facismo Francês na Argélia

Mostrou Sartre que. na Argéliaocorre um fato contraditório, origi-nário da própria forma de espolia-cão realizada pelos franceses. Tra-ta-se do conteúdo fascista da ideo-logia professada pelos colonos, quesão obrigados pela forma de expio-ração a que submetem os argelinosa recusar qualquer democratizaçãopolítica. Primeiro porque isto signi-ficaria, no caso de eleições e repre-sentação no Parlamento Francês, aexistência de um bloco de pelo me-nos 100 deputados que poderia socoligar, por exemplo, aos comunis-tas, e determinar uma correlação deforças na Casa Legislativa favorá-vel inclusive á auto-determinaçãoargelina. Depois porque um estatu-to avançado para a Argélia seriaacompanhado de direitos mais con-dizentes com o mundo atual o quesignificaria, ao mesmo tempo, o pa-gamento de salários aos camponc-ses que trabalham quase de graça.Isto, por sua vez, não convém aoscolonos, que de resto obtêm seus fa-bulosos lucros precisamente pelopagamento vil da mão-de-obra doscolonizados

Assim, as propostas de De Gau-le sobre auto-determinação não pas-sam de gestos demagógicos, poisnão atendem aos fascistas comoJacques Soustelle que são homensde seu governo. Salientou a drama-tica contradição entre estes mesmosfascistas e o povo francês. Por umlado, a posição de colonos produz

Multidõesouviram Sartre

CINEMAUMA RE

Publicamos hoje a segunda par-te do "artigo dc Paulo Perdigão,iniciado no número anterior, ondeêle analisa o trabalho dos que fa-zem cinema praticamente por amorà arte.

Como trabalham os pequenosAntes que nos estendamos no

nível profissional, nessa superficialanálise, vale acentuar o papel de-sempenhado — em última palavra,apenas por «amor à arte», sem com-pensações além da satisfação inte-lectual — na zona dos ensaios porfilmes que, certamente, nunca o pú-blico poderá apreciar nos cinemas,porém que, racionalizados sobre vi-gas sólidas de possibilidades profis-sionais, estariam abrindo portas pa-ra novos realizadores, acanhados noanonimato do amadorismo, com re-ceio, por certo, de arriscar nome edinheiro no mercado aberto. O ris-co do insucesso — incontornável,quase sempre, na nossa indústria— afugenta essa turma de avant-Barde, formada no seu núcleo porcineclubistas, críticos e, de resto,amantes do cinema e que nele têmalguma coisa para dizer, Animadospela idéia de «fazer cinema», quan-do lhes satura a posição passiva dcobservador, esses jovens levam, pa-ra praticar, a natural queda pelasinfinitas possibilidades de uma cã-mera. A insegurança, a ousadiaeufórica, o entusiasmo — essas asarmas que carregam para uma ouduas bobinas dc vanguarda. O re-sultado, bom ou mal, não importatanto quanto pôr na película umaboa intenção.

Não poucas vezes, surpreendeque sintamos um cineasta atrás dac&mera. E' o caso dc Joaquim Pe-dro de Andrade, autor de O Poelado Castelo e de O Mestre de Api-pncos, a respeito de Manuel Ban-deira e de Gilberto Freyre respec-tivamente, e que roda agora Courode Gnto, sua primeira ficção, nosmorros e nas ruas da zona sul. JPApretende negociar este filme na Eu-ropa, pura onde rumará em breve,após a fase de montagem e sonori-zação. E' porque lá há público cer-to para filmes experimentais (entronós, o veredicto que os aguarda éo mesmo que esmagou, em poucosdia* de exibição pelo «cinema dearte», o Arraial do Cabo de Saraco-ni & Carneiro, do qual nos ocupa-mos em seguida). Ou não seria deoutra forma, não seriam nos fesli-vais de curta-metragem, que lio-mens como Mac Luren e Man Kayforam revelados?

Couro de Gato acompanha umgrupo de meninos das favelas ça-riocas na caça aos gatos que ven-deriam, na época do carnaval, purao fabricante de tamborins. Mas, en-

Quem chegou atrasado à conferência do Jean-Pau] Sartre na Faculdade Nacionalde Filosofia (foto), nfto pôde entrar e ouvir o que ôle disse a respeito de litera-tura popular. O mesmo aconteceu no pequem) salão do ISEB, onde centenas depessoas se acotovelaram, muitos obrigados a permanecer nos jardins, ouvindo oaalto-falantes.

BRASILFORMO

EIRO:(II)

quanto cada moleque furta o seuhichano e é perseguido, o único queconsegue ficar com a presa (uni an-gora) toma afeição por ela, lia horada venda — e estará chorando,quando a fita acaba. O tom dessahistória é mesclado de comédia ede ternura — comédia de correrius,no melhor estilo da velha Keystõ-ne, ternura das coisas singelas, daamizade de um garoto por um ga-to, que pode ser tão palpável nasmãos de um poeta como JoaquimPedro. Conhecemos o roteiro, a lil-mageni dc alguns takes e uma ououtra bobina já revelada — assim,parece-nos que JPA reeditará o êxí-to do Mestre e do Poeta, apresen-lados no GEC, e dos quais DavidE. Neves nos traz referências elo-giosas: «Foram, para os nossosolhos desiludidos com o atual pano-rama do cinema brasileiro, outrosmarcos, entre o escasso alinliameii-to desses pontos pelos quais apare-ce-nos o desejo de olhar pura o fu-turo. (...) O roteiro já se apre-senta, êle próprio, eivado do certaoriginalidade. (...) A clareza fo-tográfica fornece uma documenta-ção genuína. (...) Entre outrasmignjlias de vida, que o cinema sa-bé tão bem explorar, salientemos,no Mestre, o paralelismo dfi algu-mas reações do sociólogo, da cozi-nheini e, finalmente, do gato quese encontra, depois de um pulo notempo, postado na rede do repou-so vespertino. (...) O empregocomedido dos grandes planos e suuharmônica reunião durante umapassagem, a utilização válida daMibjetivação, os enquadramentospouco rebuscados, ensinam a arteda clareza que é o cinema».

O cameraman que agora colaho-ra com JPA, Mário Carneiro, é oní e s in o de Arraial do Cabo, dó-cumcntárlo de Paulo Saraceni sô-bre a pesca de Cabo Frio. Naquelefilme, como neste, MC exibe a ciiu-tela na minúcia, a composição eui-dada das imagens, porque, antes deser um especialista na câmera, êleé arquiteto e exímio.gravador (1)

Arraial do Cabo talvez seja unidos momentos fotográficos mais fc-li/.es do nosso cinema — o mar, cen-tro de tudo c razão dc ser dos pes-cadores que o enfrentam (c aosquais dá condição humana), nuncase apresenta como aquele símbolotão estereotipado após o Moana oithe South Soas. Nâo sendo umenigma, mas um germe atuante dadescrição meditativa do cotidianodaquela ente, mostra o quanto Sa-raceni e Carneiro fugiram ao lugar-comum. A monotonia do ritmo éextremamente funcional, por ou-tro lado, na junção dos três eupí-lulo. distintos componentes da nar-cativa, como observou Glauber Ko-

chn, (2) Aliás, a lentidão devaconstituir elemento do estilo do di-retor. No primeiro ensaio de Sara-ceni, Caminhos, em que êle tambématua, ao lado de Lizete Fernandese Adila Araújo, notava-se determi-nada linha interior que o aproxima-va do cinema-literário (ou camera-st.vio, como quer Alexandre Astruc)tão em voga entre Truffaut, Mallec outros franceses. (3)

Caminhos reúne na sua equipeoutros entusiastas provindos dos d-ne-clubes: Luís Lima, Marcos Faria,Haroldo Martins e Cláudio Mello tSouza, que hoje assina a coluna dccinema do «Diário Carioca». Foi aprimeira sondagem realmente, sé-

ria do meio ensaísta com a finalida-de de decifrar as hipóteses de su-cesso vinculadas sub-reptíciamentepor lá.

Portanto, tudo leva a crer nu-ma era de revolução e mudança,t) pior ainda está para vir — nãosc trata, enfim, de procurarmosgente dc talento para manejar mcâmeras, Ela se espalha por aí, emqualquer grupo de cinema. O pro-blema, também (embora este exis-Ia), não consiste em financiar essesteóricos c levá-los à prática. Por-(pie, no fim de contas, estimulandouma cultura cinematográfica pró-pria, nada estará feito com o públi-co que a receberá. A grande refor-ma será a do público. Acabandocom a stibchanchada, extrairemoso tumor que o engasga.

NOTAS(I): Con Ia-se em cerca de umadezena os 10 mm, de MC. Numdeles, realizado na Suíça, a câmeradesce o rio com uma boneca, quese vai doscompondo até atingir olago imenso. Noutro, Mário fixa emcôre.s o nascer do sol ocupando oquadro Indo. Fssas P outras expe-ciências, curiosas à prjori, jão noentanto desconhecidas

Vi): Infelizmente, a falia de bábi-to de ver bons filmes é regra geralno seio do grande público brasilei-ro. O Arraial teve vida efêmera u<»«cinema de arte», quando comple-montava Les Vacances de M. Hu-lot, já que a pasmaoeira de algunsexpectadores, omissos do pensarconscientemente, obrigou-o a mo-far na estante do exibidor. Arraialfoi executado, sem julgamento.

(3): A introspecção, a «procurametafísica dos objetos» no sentidobrcsonnittiios, foi igualmente tenta-da poi David E, Neves e CarlosDiégues, em brevíssimo rascunhointitulado A Fuga, 16 mm. em cõ-resL e que recomendamos para exl-bicão nos cine-clubes que se dedi-quem ao filme experimental.

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NOVOS RUMOSVITÓRIA DOS FERROVIÁRIOS GAÚCHOS

Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de seteir.' o de 1960 —¦

iKffl V^J^revés cie Âdverteoapararam a Vitória

89

i asseatadepois da luta

Depois de assinado o acordo que pósfim à greve, os ferroviários gaúchos,liderados pelas suas entidades sindicais,e tendo à frente o sr. João Goul.irt, de-ram inicio á passeata cia vitória

Com a Ircidicional passeata cia vi-tó.ia, os ferroviários do Rio Grande cioSul comemo.cram, na noite do dia 21ultimo, o êxito da greve que lhes pro-porcionou as maiores vantugens atého|s alcançadas pela numerosa cale-'cjoria.

Cs 18 mil trabalhadores da Via-çcio Férrea Gaúcha entraram em grevena manhã Co dia 16, reclamando oalendimcnlo c'o son Carta de Reivindi-cações, composta de 10 itens. Anterior-mente, nos dias 10 de março e 6 díjulho, os ferroviários já haviam reali-zado greves de cici"ortência com a du-ração cia 24 ho:c:s cada uma. Essesmovimenlos parciais desempenharam uripepd do grande importância para õexilo da greve geral, que paralisou oIrânsiio ferroviódo, durante seis dirv,em lodo o Estado Co P.io Grande CiSul.

As reivindicações

Depois de seis dias de greve, csferroviários conquistaram as seguintesreivindicações: I ) referendação do têi-mo rescisório por parle do CongressoNacional <na prática foi posto em vi-gor); 2) pagamento imediaio de tô-das as vantagens aos ferroviários ali-vos e inativos, por parte do Estado edo Rede,- 3) pagamento do aumentodas gratificações de funções, de acôr-do com a Lei 275*59; 4) pagamento

das vantagens da lei 3772 aos ferro-viáiios ex-combatentes; 5,! restabeleci-mento cia conesfrão de terrenos, de

propriedade da Rede, mediante paga-mento do pisos, para construção demoradias dos servidores ferroviários; 6)

promoção imcdiala de todos os ferro-viários aprovados cm concutro ou pro-va de habilitação; 7) nbonamento dosdias cie greve, e nenhuma represáliacontra qualquer grevista, seja qual fôro seu tempo de ssrviço.

Início da greve

Dia 3 no Rior^o EVIovimertt©

3 1 Convençãoacãonalista

Com a piesença de pelo menosdois governadores de Estado, os srs.Leonel Brizzola e Roberto Silveira, alémde inúmeras personalidades e centenasde delegados de todas as unidades daFederação, será solenemente instaladanesta capital, no Palácio Tiradentes, nopróximo dia 9, a I Convenção Nacionaldo Movimento Nacionalista, de cujo te-mário também consta a homologaçãodas candidaturas Lott e Jango à Presi-dência e Vice-Presidência da Repú-blica.

Temário

Teatro BeatrizBANDEIRA

"Os Justos"- Leiturano Tablado* PESAR de já nSo ser possível ao?" leitores que náo o fizeram, assistir k

leitura dessa peça pelo grupo do Tabla-do, pois ela foi realizada apenas duasvezes, n.ns noites de 22 e 26, não pode.mos deixar sem registro acontecimentode tanta importância. E oxalá os diri-gentes do Tablado compreendam a ne-cessidade de repetir o feito a fim de pos-sibilitar maior divulgação de obra tãobela. A ação da peça de Albert Camuspassa.se na Rússia, na convulsionadaMoscou do ano 1905. Os 3 primeiros atoscurtos fa peca é em 5 atos) se desen-rolam no apartamento dos terroristas rioPartido Socialista Revolucionário onde sedicute sobre quem recairá a incumbén-ei' de exterminar o grao-duque. O jovempo-ta Yanek é o encarregado da tarefatSo duri quão decisiva para os destinoscU revolução. Na rala além. dele, estãomais 3 homens e Dora a jovem a quemama. Todos se revelam antes de maisnída, humanos apesar da rispidez apn-rente indispensável à dureza de suas vi-das devotadas A causa da Revolução. Sò-mente Stepan parece incomovível, inca-paz de compreender ou admitir qualquersintoma tle sentimentalismo, para éle im-pertloávcl fraqueza. Por isso mesmo, nSoconfia muito no jovem poeta sensível,humano e terno. Mas os outros confiame mantém a decisáo. Yanek parte acom-panhado do jovem Alexis Voinov. De-ve-So lançar a bomba na carruagem dogrão-Duque, quando esse se dirigir aoTeatro. Tensos, ansiosos, os companhei-ros permanecem no apartamento à espe-ra do estouro que os avisará de que tudofoi consumado com êxito. Passa-se o tem-po, porém, sem que nada se ouça. Daj.-.nela, Stepan informa a chegada dosjovens, primeiro Alexis, depois Yanek. Opoeta, desolado, confessa que nSo tiveracoragem, pois, ao contrário do que estavaprevisto o déspota náo estava só. Acom-panhavam-no seus sobrinhos, duas crian.ças de olhar triste e grave, esse olharque as crianças tèm às vezes. Sente-seculpado, cheio de vergonha, julga-se umfnco por haver vacilado ante a Inocên-cn de duas crianças, nâo responsáveispelo despotismo e tirania dos de suaclasse. E pôe seu destino em mãos doscompanheiros: se eles julgarem necessá-ria' a morte do tirano, mesmo com o sa.crificio das crianças, éle esperará a car-ruagem à volta do teatro e a missáoserá cumprida. Com exceção de Stepan,os demais o compreendem e apoiam. Edeliberam esperar a próxima oportuni-dade. Stepan entre todo* é, talvez, o únl-co que sofreu na própria carne os hor-rores cometidos pelos representantes doczarismo e náo se conforma em que setenha tantos escrúpulos com duas crlan-ças, quando outras morrem diariamentede frio, de fome, de maus tratos. Oscompanheiros, entretanto, querem salvara Rússia, querem que ca Rússia seja te.liz. um dia», que a «Rússia seja grandee livre» e sabem que para Isso é neces-sário que êles façam todos os sacrifícios,inclusive o maior deles: ser violentos edesumanos quando, em realidade, suamissão é de amor. A revolução í umaobra de amor c não de ódio. Êles queremconstruir, criar uma Paíria feliz, de gen-te alegre e fraterna. E para isso devemrlclruir e por isso sofrem, (continua nopróxiiho número)

A convenção, cujo encerramentoestá previsto para o dia 11 à noite, foiconvocada pela Comissão Executiva doMovimento Nacionalista, que tem àsua frente a sra. Edna Lott, parlamen-tares, líderes sindicais e estudantis, eno seu temário geral debaterá princi-palmente os fundamentos do naciona-lismo, política de desenvolvimento eco-nômico e capitais estrangeiros no Bra-sil.

Como temas específicos do conda-ve figuram: indústria em geral, políticaexterior, política financeira, políticaeleitoral, saúde, educação e cultura,transportes e comunicações; trabalho,assistência e previdência social; abas-tocimento e custo de vida, sucessão pre-sidencial e eleição da Comissão Execu-tiva Nacional.

Convenções estaduais

Nas últimas semanas foram reali-zadas convenções estaduais do movi-mento nacionalista em todos os Esta-dos, já se encontrando eleitos os dele-

gados à Convenção Nacional.Por outro lado, a fim de coman-

dar a realização da Convenção Nacio-nal, a Comissão Executiva designou re-

centemente uma Comissão especial, quese encontra em plena atividade.

Programa

A Convenção será instalada às 6horas do dia 9, com entrega de cre-dtnciais, indicação da Mesa i nomea-ção de Comissões, iniciando-se às 14horas as suas sessões plenárias. A noi-te, em sessão presidida pelo governa-dor Roberto Silveira, prosseguirá o de-bale das leses.

Os trabalhos prosseguirão pelamanhã, à tarde e à noite do dia se-guinte, quando deverá estar na presi-dência dos trabalhos o governadorLeonel Brizzola.

No dia 11, depois da votação fi-nal das matérias em debate, será rea-lizada à tarde a eleição da ComissãoExecutiva Nacional para o biênio ..1900/1962, e à noite, em sessão so-Iene com início às, 20 horas, sob a pre-sidência do deputado Bento Gonçal-ves, presidente da Frente ParlamentarNacionalista, os trabalhos serão ençer-rados, com uma homenagem especialdos convencionais aos candidatos na-cionalistas marechal Teixeira Lott e sr.João Goulart, bem como ao marechalJúlio Caetano Horta Barbosa, todospresidentes de honra do conclave.

A greve vitoriosa te"e início exa-tam-nle às 7,20 da manhã do dia 16,ao sinal dos apitos ensurdecedores deIodar, as locomolivas da Viação Fér-rra. Em Sania A\aria, onde está le;'•*;•lizado o maior núcleo ferroviária, commais de seis mil trabalhadores, os gre-vi-tas sairem em passeata rumo aoQuartel G:neral da campanha, situa-do no Palácio Rosado, sede tradicio-nal de todas as lutas ferroviárias. Namanhã do dia 17, a Comissão Centraldava o balanço do movimento, consta-

Deveza mostra

o que

pintou na Europa

Desde o dia 1' do corrente estãoexpostos no Salão de Exposições doPalácio da Cultura (ex-Ministérioda Educação), numerosos trabalhosdo consagrado pintor brasileiroChlau Deveza. balizados na Europanestes dois últimos anos. Deveza,que em 1957 conquistou o prêmiodo viagem do Salão Nacional de Be-Ias Artes, tem .esta sua exposiçãopatrocinada pela Comissão Nacionalde Belas Artes.

Regressou

escritorabúlgara

Voltou para sua terra, semanapassada, a poetisa Elizabeth Bagríana,que representou a República Popular daBulgária no Congresso Internacional doPen Clube. A tscriiora visitou o Rio,S. Paulo, Brasília, e cidades dos Esta-dos do Rio e de Minas. Bagriana é mem-bro da Diretoria da União dos Escrito-res Búlgaros e do Pen Clube da Bulgá-ria, além de componente da ComissãoNacional da UNESCO. A poetisa, du-rante sua estada em nosso país, reco-lheu material pura escrever um livro sô-bre o Brasil. Ao seu embarque compa-receram dezenas de pessoas, entre elaso Secretário da Associação de Inter-câmbio Cultural Brasil-Bulgária, sr. JohnDobrew.

Jornalistas Chinesesem Visita ao BrasilDepois de percorrer vários países daAmérica do Sul, encontra-se atualmen-te no Brasil uma delegação de jorna-listas da República Popular Chinesa.São êles os srs. Chu Mu-chi, presidenteda delegação, vice-presidente da As-sociação Nacional de Jornalistas daChina, sub-diretor da Agência NovaChina e deputado à Assembléia Nacio-

nal Chinesa; Sao Tsung-han, membrodo conselho diretor da Associação Na-cional de Jornalistas e diretor-de umarevista sobre assuntos estrangeiros;Sui-chi, redator do diário «Jenminji-bao», de Pequim, e H u a n Chi-kang,jornalista e intérprete da delegação.Os visitantes, depois de haverem per-maneado quatro dias nesta capital, se-

guiram para Belo Horizonte, Brasíliae S. Paulo, retornando em seguida aoRio, de onde seguirão para a Europa.

O prof. Mário Fabião (na foto, com os

jornalistas chineses) ofereceu em suaresidência um «cock-tail» aos visitan-

tes, tendo comparecido elevado nume-

ro de personalicaies.

tando que todos os núcleos ferrovia-rios do Estado haviam atendido a suapalavra de ordem, paralisando comple-lamente o trabalho. A greve era total.

Desde então, iniciou-se a novafase dos enlondimcntos enlrc os lide-res operários e os representantes go-vcrnamcnlais. O sr. Clciy de Araújo, ss-crcíário do Trabalho e Habitação doEstado, e o sr. Jcão Goulart, vice-p,'e-sidenle c,'a República, que haviam par-licipado das «demarches», visando aoatendimento des reivindicações dos fer-roviários, eslivorum presentes até o fimda lula, participando, inclusive, da so-

lenidade de assinatura do acordo vi-lorioso que pôs fim ao movimento gre-visla. A unidade rios ferroviários cmtomo da Comissão Central da Grevef.?i o fa;or fundamental do êxito dacampanha, quo empolgou lodo o povodo Rio Grande do Sul. As autoridadesgovernam--.lois, por determinação di-rela do cj verncr'cr Brizzola, assegura-ram levas as liberdades constitucio-nais aos grcvislas. As entidades sindi-cais das demais categorias profissio-nais apoiarem o movimento dos ferro-viário:, emprcstcndo-lhes toda a soli-daricVacK

mt WSam mwít-t:-' < mÊHa^ÊB^M'-V*:< ¦¦'<*;¦ ¦"¦ :.:::¦,¦m^m0ÊMm BP.1--':-» \ : ; ¦m^SM i^l^li^K¦ ?* ' ~';'-;«K HÉ>v ¦/¦'¦¦:'9M¦MM mmmztâ-:::m>.fiixmsiam B--:-i.;.j:'. HH BÉii^ b' li

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Para Que o CrimeNao se RepitaMilhares de pessoas se reuniramna Praça da Sc (São Paulo), dia 24último, a fim de comemorar a passa-gem de mais um aniversário da datado assassínio de Vargas. Numerososoradores lembrarem as vigorosas ma-nifestações antiimperialistas que se de-sencadearam, então, em todo o Brasil,e conclamaram à união dos patriotasagora, mais uma vez, para impedir queos mesmos homens que tramaram o 24de agosto fiquem em condições de co-meter novos crimes, A participação de

Jânio e de todos os elementos que hojeo apoiam na conspiração que levou àmorte de Vargas, foi mais uma vez de-nunciada, enquanto o nome do ma-rechal Lott era vivamente aplaudido.O discurso de D. Edna Lott, a princi-pai oradora da noite, despertou gran-de entusiasmo, particularmente quandose referiu à necessidade da união dos

patriotas em tô no do candidato na-cionalista. (Na foto, aspecto do pa-Ianque).

Soltou o GadoPlantações

SÂO PAULO (Da Sucursal) —Em Santa Fé do Sul, o latifundiárioZico Diniz soltou o gado, nas planta-ções dos camponeses, atingindo apro-ximadamente quatrocentas famílias. AAssociação dos Lavradores e Trabalha-dores daquela cidade recorreu à Jus-tiça e, novamente, o Juiz de Jaies, dr.José Gonçalves Sobrinho, decidiu a fa-vor do fazendeiro. Esse fato vem agra-var a situação desesperadoia daque-les camponeses, cujas roças t-slão sen-do destruídas e que são impedidos defazer as novas plantações. A fomeronda os lares daquelas centenas defamílias.

Essa atitude arbitrária de Zico Di-niz, apoiada pelo juiz comprado, vem

contrariar os entendimentos havidos en-tre o mesmo e a comissão de dirigen-tes sindicais, lavradores e represenlan-te do governo, dr. Euclides Buchala,que lá estiveram no inicio do mês cor-rente. Segundo acordo verbal entãoefetuado, as 42 famílias em cujasplantações havia sido colocado o ga-do deveriam ser indenizadas pelos pre-juízos causados e retirados os bois dassuas roças. Deveria ser pago oitentamil cruzeiros para cada um, valor esseatribuído aos danos havidos, atingindoum total aproximado de CrS 3.500.000,00. Em vez de cumprir oacordo, o latifundiário colocou 1.500bois nas 400 roças das fazendas Ma-riana e São João.

Palavras CruzadasF. Lemos

PROBLEMA N' 25HORIZONTAIS: 1 - Andar. 3 -

Atmosfera. 5 — Dama de Companhia.7 — Nome próprio masculino. 8 — Pre-fixo: hombro. 10 — Fruto da Ateira.11 — Re:pcito, aceito. 12 — Separe.14 — Anel. 15 — Fileira. 17 — Pri-meira mulher, segundo a Biblia. 18 —Rio da União Soviética. 20 — Sextanota da escala musical. 21 — Ri0 daFrança,

VERTICAIS: 1 — Andava. 2 —Grande curso de água natural. 3 —Mtar do sacrifício. 4 — Achei graçai ¦¦ Mulher que amamenta criança alheia.

— Divisão de peça teatral. 9 — opôr do Sol. 10 — Mete cm atoleiro.12 — Cólera. 13 — Anel de cadeia.14 — Artista do cinema americano(Gardncr). 1G — Rebordo de chapéu.17 — Forma arcaica do artigo 0. 19 —Andava.

RESPOSTA DO PROBLEMA N' 24HORIZONTAIS: 1 — Ar: 3 — Ia: 5 — Ária; 7 — Anil: 9 - Sã; 10 —

Risada; 12 — Rama; 14 — Pá: 15 — Má: 16 — lt; 17 — Ao; 18 — Ural;20 — Arruma; 22 — In: 23 — A'.r': 24 Rima; 26 — El; 27 — Dn VERTICAIS:1— Arar: 2 — Ri; 3 - Inapf 4 — Aida; 5 — As; 6 — Arma' 7 — As-

_ Lá: n - Ia: 13 • ,- -| -fi'. I;'¦"; 17 — Arte; 18 — Um; 19 — Lima!20 — Aa; 21 — Ur; 22 A — Na; 25 — Id.

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— Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1960 NOVOS RUMOS 7 —

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No dia 17 de agosto, 21 minis-tros do exterior daa três Américasse encontravam no Teatro Nacionalde São José da Costa Rica para ini-ciar os trabalhos da VI, e depoisda VII, Conferência de Consulta dosChanceleres da OEA. Doze dias de-pois, quando seria assinada a «de-claração de São José» eram dezes-sete apenas. Na última hora, o ora-dor oficial da sessão de encerramen-to teve que ser substituído porqueo chanceler do Peru, Raul PorrasBerenechea, que, na qualidade derepresentante do pais que convocoua conferência, deveria fazer o dis-

curso final, se recusou a compare-cer à cerimônia, alegando seu.«es-tado de saúde».

No dia anterior, quando o minis-tro do exterior de Cuba, Raul Roa,anunciou que sua delegação iriaabandonar a Conferência, a grandemultidão que lotava as galerias doTeatro Nacional aplaudiu vivamenteos representantes cubanos aos gri-tos de «Cuba si, ianques no!» Ochanceler da República Dominica-na, condenada pela VI Conferênciapor sua intervenção na política ve-nezuelana, já havia abandonado areunião da OEA. Finalmente, o

chanceler da Venezuela, IgnacioLuis Arcaya, pertencente ao PartidoUnião Republicana Democrática queapoia o presidente Bettancourt, masapoia muito mais o Governo cubano,declarou que não assinaria a decla-ração final da conferência.

Foi, de fato, uma conferêncamuito diferente das anteriores, ondeo representante dos Estados Unidossolava e os latino-americanos entoa-vam em coro...Fogo já começou

Durante toda a VII Conferência,o chanceler venezuelano se opôs fir-

FRENTE PARLAMENTAR NACIONALISTA:

Manobras Dos Trustes ContraCuba Não Podem Prevalecer

A farsa preparada pelos EstadosUnidos para condenar Cuba naConferência de chanceleres daOEA em São José da Costa Ricanio passou em brancas nuvens.Em todos os paises da AméricaLatina grande número de estu-dantes, operários, intelectuais trepresentantes do novo, realiza-'ram manifestações de uohüarieJa-'de à Cuba « de condenação ás ma-sobras norte-americanas.

Na semana passada, o Senadoda Bolívia, seguindo o exemplo da-do recentemente pelo Congwsoda Venezuela, aprovou uma moçãode apoio ao povo e à revoluçãocubana, ein sua luta contra o im-

' perialismo ianque. Mesmo nos dois

Íiaíses cujos chanceleres, os srs. La-

er e Taboada, intiis ajudaram osEUA, grupos políticos consideráveismanifestaram oUáimèvite sua ton-denação a agressão ianque contrao povo cubano. O próprio partidodo sr. Frondisi, a União Civira Ra-íi»al Intransigente, eimo;. umamensagem a :ocf «vencia rondeliando qual pi «r violação ao prin-p.ic de não-totorvenção. O Fm ti-do Socialista Argentino e a UniãoCívica Radical do Povo foram maislonge e manifestaram aos oartici-

portes da re.i.iv»o da OEA sua in-te.»a soli-.iatitd-uli! à revoluçãocubana e sua conden:v;ão às ten-tativas norte-americanas de calo-car a América Latina contra Cuba.

FPN apoia Cubaj No Brasil, coube à Frente Parlamentar Nacionalista, que con-grega uma centena 'le deputadosfederais, representar a vontade denosso povo que o governo orasi-leiro está desconhecendo ao per»mitir que o sr. Láfer se transior-me em moço de recados e júmnli-ce de Herter. Fm documento lidopelo deputado Gabriel Passos aFrente Parlamentar Nacionalistacondena a atividade agresssva dogoverno e dos monopólios norte-americanos contra Cuba, basean-do-se na própria Carta da OEA eem vários convênios inter-ameri-canos que condenam toda e qual-quer forma de agressão econômi-ca para forçar um pais a modifi-car sua política em proveito deoutro.

Diz a declaração da FPN que«não podem prevalecer as mano-bras das companhias açucareirasamericanas, que dominavam o solo,a plantação e a industrialização do

produto básico da economia cuba-na, destarte absorvida por fô/casalienígenas cm troca de miseráveissalários aos pobres trabalhadorescubanos. A essas manobras se so-maram às _' ' trustes do petróleo,que empinan. n a crista contra ogoverno cubano, empenhado emresguardar a economia do Estadodos atentados dos descontentes edos colonialistas recalcitrantes. Aaceitação do auxílio da Rússia nahora difícil em que o País sofre coa-ção de forças econômicas poderosas,oriundas de outro país continental,é ato de legítima defesa. Não setrata de adotar ideologia estrangei-ra, nem de aceitação de doutrinaantidemocrática, e sim de salvar oPaís do um esmagamento iminentepor uma poderosa democracia.»

«Se os Países da América Lati-na fecharem os olhos a essa reali-dade, buscando disfarçar a eviden-te pressão econômica e política, eacusando a luta contra a opressãocomo manifestação comunista esta-rão decretando a falência da OEAe preparando o caminho para ou-trás violações do princípio de au-todeterminação e para o engrossa-mento das raízes colonalistas nocontinente.»

Adenauer Quer Realizar (Agora)Sonhos Fracassados de Hitler

I

Na semana passada, o governoâlemâo ocidental de Adenauer re-conheceu oficialmente quo pieten-de começar imediatamente seuspreparativos para a guerra atô-mlca com a constlUt.ã.) de umarsenal de armas cie destruiçãomaciça e foguetes. Esses pianosbelicistas da R.F.A., repetida» vê-zes desmentidos peioa imperialis^tas de Bonn, Londres, Paiis eWashington e mascarados alitfsda cortina da OTAN, apareceu:agora como a própria política de-clarada da Alemanha Ocidental.E, o que é sintomático, .sua apre-sentação oficial numa uu'31.ü.4_ãodo Estado Maior da R.F.A., logoendossada pelo governo, coincidecom a revelação do "plano peque-no" elaborado pelo Estado Maiorpara "unificar" a Alemanha e "re-conquistar" os territórios entreguesà Polônia depois da SegundaGuerra Mundial.

O "plano pequeno" foi deram-ciado pelo major Bruno Winzer,que trabalhava no Estado Maioroa Alemanha Oc' 'nital e se reíu-giou recentemente na R.D.A. por-que, como êle mesmo disse: "Com-

preendi que o Ministério da De-íesa da R.F.A., apesar do que pos-sa dizer, prepara uma guerra deagressão. Segundo o "plano pe-queno", o grupo A das tropas daBundeswehr avançaria, a partircio sul da R.F.A., pela fronteiraentre a Alemanha Oriental e aTcheco-Eslováquia até a fronteiraentre a R.DA. e a Polônia, avan-çando depois para o norte ate cer-car inteiramente a R.D.A., isolan-do-a dos demais países socialrtas.Este isolamento seria completadouelo grupo B da Bundeswehr que,violando o território austríaco,irromperia na Hungria, dirigindo-se depois para o norte atacando aTcheco-Eslováquia e a Polônia.Enquanto isto, seriam lançadosataques na fronteira norte entrea R F A. e a R.D.A. para distraira atenção. Segundo ainda o majorWinzer, todo o plano do EstadoMaior germano-ocidental se Da-Teia nos métodos de "guerra re-lâmpago".empregados, por Hitler.

Espionagem e agressãoAs revelações do major Win-

zer e outros oficiais e suboficiaisdo serviço de inteligência e do Es-tado Maior da R.F.A. que se asila-ram na República DemocráticaAlemã levaram também à prisãoimediata de mais de 150 espiõesde Bonn na R.D.A. e lançaramnovas luzes sobre as manobrasagressivas do governo de Ade-nauer. O ambiente de preparaçãode guerra existente nas fileiras donovo exército faseista-alemão, aBundeswehr, tem sido revelado hábastante tempo pelas centenas dejovens que diariamente cruzam afronteira e se asilam na R.D.A.Esses jovens fogem para não pres-tar serviço num exército coman-dado por oficiais nazistas que ser-viram à Hitler.

Desobedecendo as disposiççõesdos acordos de Pottsdan, que proi-biam o rearmamento da Alemã-nha, os pares imperialistas incen-tlvaram a remilitarização da Ale-manha Ocidental, ao mesmo tem-po que procuravam "tranqüilizar"a opinião pública européia, afir-mando que o novo exército daR.F.A. estaria sob o controle daOTAN e não possuiria armas atô-micas ou de destruição maciça,como foguetes, submarinos e na-vios pesados, etc. Nos últimos anos,porém, os militaristas de Bonncomeçaram a mostrar suas inten-ções agressivas, exigindo partiei-pàçao maior e mesmo controle daOTAN pelos chefes militares ciaAlemanha Ocidental, a instalaçãode bases da R.F.A. na Espanha,França, Bélgica, a criação de umapoderosa frota submarina e de su-perfície e a entrega de armas atô-micas aos neonazistas da Bun-dèswehr.

O próprio Adenauer e outrosmembros de seu governo declara-ram várias vezes que não reconhe-cem a validade dos acordos dePottsdan e das novas írohc iraseuropéias. NR publicou recente-mente um mapa distribuído pelaEmbaixada da Alemanha Ocklen-

tal em nosso pais que consideracomo teritórios alemães "sob ad-ministraçào polonesa" e "sob ad-ministração soviética" os territo-rios ocidentais e a antiga PrússiaOriental, integrados na Polônia, ea região da antiga cidade de Koe-nigsberg, hoje território soviéticode Kaliningrado. Além disso, ain-da segundo o "mapa" germano-ocidental, a República Democráti-ca Alemã não passa de território"provisoriamente administraria",pela URSS, mas que será integra-do na República Federal Alssmãpelas armas da Eundeswchr. favapôr em prova seus planos demen-tes, o governo rie Bonn pYupa.aagora, uma reunião do parlíuncn-to da R.F.A. em Berlim Ocidental,em pleno território da R.DA.. nu-ma provocação consciente z pia-nejada. Os novos discípulos deHitler, com Adenauer à frente,procuram em vão realizar us s>o-nhos de seu mestre, mas comodisse Kruschiov em Paris, destavez serão esmagados em seu pie-prio território.

O mapa que ilustra a matériamostra os planos rie Adenauei'.

memente às imposições dos Estadosunidos, documente endossadas peloBrasil, Argentina e Chile. Quandoficou claro que os Estados Unidosconseguiriam forçar a aprovação deuma declaração contra Cuba, Ar-caya consultou Jovito VUlalba, pre-sidente da União Republicana De-mocrática, recebendo então ordempara abandonar a conferência. Opresidente Bettancourt, que depen-de em grande parte do apoio daURD para conseguir manter-se nogoverno, uma vez que seu partido éabsolutamente minoritário nas prin-cipais cidades venezuelanas, fêz tu-do o que pôde para impedir que adireção da URD exigisse a volta deArcaya. Colocado entre os fogos doimperialismo norte-americano, porum lado, e dos democratas venezue-lanos que apoiam Cuba, por outro,Bettancourt acabou por cumprir asordens do Departamento de Estado.

Com isso, entretanto, deu inicioa uma crise política que poderá aca-bar com a derrubada de seu govêr-no. O ministro do exterior, junta-mente com outros membros da de-legação venezuelana na Costa Rica,inclusive o embaixador no México,retiraram-se da conferência e re-nunciaram aos seus cargo». O almi-rante Wolfang Larrazabal, presi-dente da Junta Militar que derru-bou o ditador Perez Jimenez t can-didato da URD no pleito em queBettancourt foi eleito contra os vo-tos da maioria da população dascidades venezuelanas, renunciou aoseu posto de embaixador no Chile.

Enquanto isto, nas ruas de Cara-cas, Maracay e outras cidades dopaís, grandes multidões desfilavamprotestando contra a traição de Bet-tancourt aos revolucionários cuba-nos. Na capital, dois jornais contra-rios ao Governo Cubano foram de-prédados e um grupo de oficiais daMarinha norte-americana foi rude-mento vaiado pelo povo e teve quese refugiar para evitar o castigo po-pular. Ao mesmo tempo, 66 parla-mentares protestaram contra a po-sição final da Venezuela. Era acomprovação do que tinha dito ochanceler Raul Roa: «Abandono aconferência junto com o povo demeu país e com os povos da Amé-rica Latina».

De Brucker a HerterEnquanto o México, a Venezue-

Ia, o Panamá, a Bolívia e outros pai-ses demonstravam ao sr. Herter su:.resistência aos planos norte-ameri-canos de empurrar a Conferêncirpara o caminho da provocação contra Cuba, nos Estados Unidos doi.rios maiores representantes dos mo-nopólios belicistas faziam declara-ções bastante significativas. O vice--presidente Richard Nixon, falandoaos veteranos de guerra, afirmouque os EUA poderiam «esmagarCuba quando quisessem», uma clarademonstração de que as pedradasque sofreu em sua viagem pelaAmérica Latina há dois anos nãolhe ensinaram nada. Disse ainda Ni-xon que, embora os Estados Unidosnão estivessem interessados em in-tervir militarmente em Cuba, ti-nham meios para fazer com que ogoverno revolucionário de FidelCastro fosse derrubado. O sr. Nixonnâo revelou isso, mas um dessesmeios era exatamente a VII Confe-rência da OEA, cuja convocação foicomprada por 53 milhões de dóia-res «cedidos» ao Peru.

Pouco mais tarde, o conhecidoprovocador do Pentágono almiran-le Arleigli Burke, chefe de opera-ções navais e membro do EstadoMaior Conjunto dos EUA, reafirma-va suas declarações anteriores deque os Estados Unidos iriam à guer-ra contra Cuba pela base miltar deGuantánamo e apoiava inteiramen-te as declarações de Nixon. O sr.

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A chegadados cubanos

Herter, porém, afirmava pomposa-mente em São José que o governonorte-americano nunca tinha pensa-do em agredir Cuba e que não ali-mentava a menor intenção de inter-vir militarmente na ilha. Náo se tra-ta apenas de um despistamento. Pa-ra que Herter conseguisse a vota-ção de uma declaração condenandoa «infiltração comunista no hemis-ferio» tinha que acalmar certos de-legados latino-americanos que esta-vam dispostos a obedecer, mas sem-pre que fossem guardadas as apa-rências.

Osso duro de roer

Para que se tenha uma idéia daidificuldades dos norte-americanosna conferência de Costa Rica, bastaque se diga que durante a primeiraparte da reunião os Estados Unidossofreram uma derrota total, quandonão conseguiram que ficasse consu-mada a violação rio principo de nãointervenção. A própria declaraçãofinal da VII Conferência teve quereafirmar a contradição entre os«princípios» da OEA e qualquer in-tervenção de um pais nos assuntosinternos de outro, bem como a ab-soluta liberdade de todos os paises

NotaInternacional

Quando Raul ftoa, chanceler cuba.no desceu as escadas do avião que aconduziu a Costa Rica juntamente comos demais membros da delegação cuba.na, fèz-se ouvir verdadeira aclamaçãopopular iu) aeroporto.

na determinação da política quemais convenha aos seus interesses.

Essa declaração foi elaboradapor uma comissão especial que semostrou incapaz para aprovar qual-quer proposta, empatando semprepor cinco a cinco, até que o Chilefoi acrescentado aos 10 paises ini-cias, chegando-se então à votação.Mesmo assim, foi preciso que o sr.Rubotton «chamasse às falas» todosos chanceleres latino-americanos,antes da votação final na sessão pie-nária, para que a Conferência apro-vasse o projeto da comissão. "--¦'"'

Terminada a luta, Herte_t estavatão satisfeito que andou sem suasmuletas até a mesa onde estava adeclaração, que êle seria o primei-ro a assinar. De fato, os EstadosUnidos tinham conseguido fazercom que a OEA aprovasse um peda-e/> 'le papel e o sr. Herter tinhacumprido o seu dever de defensordos trustes do açúcar, do petróleo edos outros monopólios ianques as-sustados com a perspectiva que arevolução cubana abriu para todoso.s paises latino-americanos. Assina-do o papel, resta, entretanto, o maisdifícil: fazer a intervenção em Cubae conseguir que os povos da Amé-rica Latina, os países afro-ásiáticoso o campo socialista assistam indi-ferentes à agressão..

Cuba:Crise na OEA

Com o ílnal cia VII Conferência de Consultas do Chanceleres daOEA abre-se um novo período na história das relações entre os

"fcMa<losUnidos e os paises latino-americanos. Apesar da vitória aparente que oImperialismo ianque conseguiu obter no problema decisivo da RevoluçãoCubana, nâo se pode alimentar qualquer dúvida a respeito do verdadeirosignificado da Conferência. Em primeiro lugar, a «Declaração de São José»foi arrancada a duras penas e era o mínimo que os EUA poderiam aceitar.Qualquer concessão além das que foram feitas quanto à não-intervoneãoe à autodeterminação tornaria claro o fato de que não 6 mais possível aosEstados Unidos trazer a América Latina amarrada a sua cauda. Por outrolado, é preciso assinalar que esta foi a primeira vez que se verificou umaresistência séria às Imposições ianques e em que os norte-americanos seviram, na realidade, obrigados a assumir uma atitude defensiva: o centroda conferência nâo foi o sr. Herter, e sim o chanceler cubano e seus colegasdo México e da Venezuela.

ü lato de que os países latino-americanos quo Inicialmente se opuse*pressões Ianques, apesar de grave, não deve ser superestimada; Os EstadosUnidos entraram na Conferência de Costa Rica enterrados até o pescoçocm sua política imperialista na América Latina. Sua hegemonia no conti-nente, até então Incontestável, foi posta cm jogo pelo confisco das Inver-ssões ianques cm Cuba e pela política absolutamente independente do üo.vêrno Revolucionário Cubano. Se ã derrota sofrida na VI Conferência emrelação à República Dominicana se seguisse uma derrota na Vil. todo odispositivo de comando do Departamento de Estado na América Latina ficariaabalado. O desespero norte-americano pode ser observado na atitude do sr.Roy Rubotton, ex-sub-socretãrio de Estado para o.s assuntos inier-amerlca-nos. Rubotton nâo somente obrigou Laíer a sair do Teatro Nacional'para Irencontrar-se com êle num restaurante vizinho várias vezes durante as reu-riiôes, como pressionou pessoalmente todos os chanceleres momentos antesda votação, sob as vi"'-- d» todos.

Encerrada a VII Conferência com a aprovação da resolução conde-nando a «infiltração soviética» e a Revolução Cubana, o passo seguinte aser dado pelos Estados Unidos, a exemplo do que aconteceu depois da Con-íerència de Caracas, será a intervenção direta, mesmo que oculta para der-rubar a Governo de Fidel Castro. O governo norte-americano sabe entre-tanto, que a advertência feita pela União Soviética nada tem de formal oude vazia. Sabe, igualmente, que Raul Roa disso a pura verdade quandoafirmou que os povos latino-americanos abandonavam a Conferência juntocom a delegação cubana. Os acontecimentos que já se desenrolam na Ve-nezuela, são uma antecipação do que ocor-rerá desde o México até a Argentina e oChile se os Estados Unidos náo se contou-tarem com a simples aprovação da, infame«Declaração de São José* e se resolverem atirar a prova dos nove.

Fausto Cupertino

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Page 8: ano II RETRATO DE JÂNIO: CflÇBDOR DE VOTOS … · O parto da montanha Q PLANO demagógico do ir. Jânio Quadros foi preparado nos seus menores detalhei. E tua campanha elei- ...

JOGOS OI *WO

Confraternização

e Entendimento

Presidem as Grande

Disputas Esportivas

O juiz esticou a (rena «obre a pista,examinou a marca e comunicou o re-sullado ao homem do placard, admi-rodo:

— Dezesseis e vinte e doisíO vencedor, negro, alto, magro, ves-

tia a camiseta do Brasil e se chamavaAdhemar Ferreira da Silva. Até entãodesconhecido, sem muita projeção mes-mo entre nós, Adhemar tornou-se cam-peão olímpico em Helsinki e uma gló-ria do esporte brasileiro, sendo con-siderado ainda hoje o maior nome denosso atletismo.

Em 1956, quatro anos depois do fei-to de Helsinki, Adhemar iria repeti-loem Melbourne, já então com a famade recordista mundial, com sua excep-cional marca de 16,56 m. Na Austrália,bateu novamente o recorde olímpico,desta vez com 16,35 m. Suas façanhasno salto triplo lhe valeram a alcunha,respeitosamente dedicada por seus ad-versários, de «o canguru brasileiro». .

Mais significativas se tornam as per-formances do atleta brasileiro quan-do nos lembramos que suas condiçõesde vida só o permitiam treinar às vés-peras das competições. Funcionário doEstado em São Paulo, Adhemar sofreua perseguição de Jânio Quadros, que,em nome de sua «moralização», aca-

bou afastando-o da função pub.ica,porque êle «treinava demais» e fal-tava ao serviço.

Bicampeão oumpico, façanha depoucos, Adhemar irá tentar este anoo Iricampeonato em Roma, feito con-seguido apenas pelo pugilista húnga-ro Laslo Papp, vencedor em Londres,Helsinki e Melbourne, e o corredor fin-landes, Paavo Nurmi, de quem fala-remos adiante.

Da Grécia antiga aos jogosmodernos

Os jogos olímpicos nasceram na Gré-cia de trinta séculos atrás. Com váriasversões — tôJas concordando que defundo religioso, em homenagem aosdeuses habitantes do Olimpo — sobreluas origens, os jogos foram disputa-dos regularmente de quatro, em quatroanos na cidade de Olímpia, de 884A.C. até "?4 de nossa era. Tambémnão são muito precisas as razões deseu desaparecimento em 394. Ao quetudo indica, sua degeneracão começoucom o aparecimento dos cristãos, poisos espetáculos se converteram, muitasvezes, nas desiguais lutas destes con-tra as feras na arena, as carnificinas«ontra os seguidores da religião quesurgia. Além do mais, em 394, plenaera cristã, não era admissível mais rprática de competições que festejavamos deuses da Antigüidade.

Em 1896, por iniciativa do BarãoPierro de Coubertin, as Olimpíadas re-

. jrgiram, realizando-se em Atenas suaprimeira edição moderna.

O ideal do Barão de Coubertin eramanter em nossa época o mesmo es-pírito que presidia a celebração dosjogos na Antigüidade, quando o senti-mento de paz e confraternização eradominante, a ponto de haver, para arealização das Olimpíadas, trégua ge-ral em todas as lutas e combates. Eisso, modernamente, as Olimpíadas re-presentbm.

Haz e entendimentoEm encontros entre paises que se co-

locam, como hoje, em campos poli ti -cos e sociais diferentes, não poderiadeixar de haver rivalidades que pudes-sem comprometer o brilho dos jogos.E há. Todavia, o ideal olímpico temvencido todas as barreiras, e mais, temservido para aproximar os povos quese mantêm afastados uns dos outros.

Nem mesmo Hitler conseguiu trans-formar os jogos, como era seu desejo,numa demonstração politica, de exal-tação do nazismo, com a comprovaçãona prática da sua teoria de superiori-dade rácica ariana. Em 1936, quandose encontrava no poder, Hitler teveseus desejos frustrados por um um atle-ta negro (e logo negrol) norte-ameri-cano, até hoje considerado o maior detodos os tempos: James. ClevelanclOwens — o famoso Jesse Owens. Oexliaordinário Owens, 21 anos, levoude Berlim 4 medalhas de ouro, conse-guidas nas quatro provas de qúe par-ticipou: 100 metros, 200 m, revezamen-to de 4x100, e salto em extensão, estaúltima com a marca excepcional de8,13 m, que só agora no segundo se-mestre deste ano, quase um quarto deséculo depois, veio a ser melhorada.O atual recorde é do norte-americanoRalph Boston, com 8,21 m.

Em 1956, houve um grande exemplode cumprimento dos ideais olímpicos,quando os húngaros, envolvidos naslutas de sua pátria, fizeram tréguaspara participar dos jogos de Mel-boui

As Olimpíadas de Helsinki (1952)foram marcadas por outro fato dessanatureza. Estava em pleno curso aguerra da Coréia, e a «guerra fria ^era a mais «tuente» possível. Poisnem assim a participação, pela pri-meira vez, dos soviéticos nos jogos mo-demos veio causar qualquer embaraçopolítico em virtude do confronto dosatletas da URSS t dos EUA. Pelo con-Irário, serviu para aproximá-los e, mes-mo, criar grande camaradagem entreêle- *

Os recordesE imprevisível a capacidade do ho-

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sullados atléticos. Cada novo recordeque cai assombra o mundo esportivo,disposto quase sempre a encarar cer-tos resultados como insuperáveis. Ago-ra mesmo, este ano, acabou de acon-tecer algo surpreendente em relaçãoà velocidade das pernas do homem. Ojovem, estudante alemão Armin Haryestabeleceu em 10 segundos o tempodos 100 metros rasos, ou seja, a es-pantosa proeza de vencer 10 metrospor segundol Outra façanha que as-sombrou o mundo esportivo, tambémeste ano, foi a do jovem negro norte--americano John Thomas, ultrapassan-do o sarrafo em 2,228 m no salto emaltura. E Don Bragg, seu compatriota,no salto com vara, quase chegou aos5 metros (4,806) .

A titulo de curiosidade, daremos arelação das marcas obtidas pelos atle-tas na I Olimpíada Moderna, de Ate-nas (1896), acompanhadas, entre pa-rênteses, dos recordes homologados atéjulho de 1960:

100 m 12" 110"); 400 m — 54"2 10 145" 2 10), 800 m — 2' 11"()' 45" 7 10); 1500 m — 4' 33"2 10 (3' 36"); 110 m com barreira— 17" 6 10 (13" 2 10),- salto emaltura — 1,81 in (2,228 m) — saltoem extensão — 6,35 m (8,13 m); sal-to com vara — 3,30 m (4,806 m) —salto triplo — 13,71 m (16,70 m);arremesso do peso— 11,22 m (19,99m); arremesso do disco — 29,15 m(59,91 m).

mais famosos

Cada Olimpíada costuma apresentarum atleta considerado fenômeno. En-tre eles, há alguns que se destacam detal modo, que chegam a se transfor-mar em verdadeiras glórias nacionais.Já citamos os casos de Adhemar Fer-reira da Silva e Jesse Owens. Lembre-mos outrc

Nos jogos de 1920 (Antuérpia), aequipe da Finlândia trouxe um corre-dor que seria cognominado de «ho-mem-cronômetro» — Paavo Nurmi.Ganhou os 10.000 m e o «cross-coun-try» (corrida através do campo) . Nasduas Olimpíadas seguintes (Paris em1924 e Amslerdam em 1928) Nurmivenceu os 1.500 m, os 5.000 m e o«cross-country» na primeira, e os

10.000 m na segunda. O fundisla fin-landes estabelecia antes da competiçãoum esquema rígido de tempo na corri-da, respeitando-o rigorosamente duran-te o transcurso da prova, através deum cronômetro que levava numa dasmãos. E cumpria seus tempos estabe-lecidos, sem importar-se com o compor-lamento dos adversários, deixando-oscorrer à vontade, certo de que vence-ria. E vencia. E considerado herói na-cional na Finlândia, com estátua na

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A maravilha negraque abalou Berlim

•'••¦>r-,rJ8^s®feffraSaS

Ninguém • atí hoje conseguiu superar a fama de Jesse Owens, considerado omaior atleta de todos os tempos.' Em- Berlim, 1936, quando Hitler preparouuma granile encenação para provar5 a superioridade ariana, o jovem norte-ame-rioano venceu todas as provas de que pa rtocipou, estabelecendo um recorde (saltoem extensão) que só este ano foi supe rad , .

principal praça de esportes t}a capitaldo pais.

Em Londres, nos jogos de 1948, sur-giu a antítese de Nurmi — o tchecos-lovaco Emil Zatopeck. Correndo meiodesengonçado, num estilo nada esféti-co, impôs-se nos 10.000 metros. Qua-tro anos depois, em Helsinki, venceu os5.000 m, os 10.000 m • a maratona(42.000 m).

No mesmo ano em que surgiu Nur-mi, em Paris, outro atleta maravilhouo mundo. Vítima de poliomielite emcriança, Johnny Weissmuller, que seriamais tarde «Tarzan» nas telas de Hol-lywood, conseguiu, graças aos cuida-dos excepcionais de um médico norte-americano e de sua própria espanto-

sa força de vontade, tornar-se, em1924, o primeiro homem do mundo apercorrer os cem metros, nado livre,em menos de um minuto (59") . Alémdessa vitória, quebrou ainda o recor-de dos 400 m, com 5' 4" 2/10, e co-laborou na vitória do revezamento de4x200

Quando Adhemar obteve sua pri-meira vitória olímpica, em Helsinki,destacou-se com êle o lançador de pé-so norte-americano Parry 0'Brien, coma marca de 17,41 m. Ambos repeli-riam o feito em Melbourne

Vladimir Kuts, oficial da marinha so-viética, é considerado o melhor corre-dor de fundo que o mundo já conhe-ceu. Em Melbourne, estabeleceu as ex-cepcionais marcas de 13' 39" 6/10para os 5.000 m e 28' 45" 6/10 paraos 10.000 m. Junto com êle, alcançoufama o velocista norte-americano BobMorrow, vencedor dos 100 m, 200 me 4x100. Os dois esperam bisar emr

E interessante salientar que os me-lhores velocistas. encontram-se sempreentre ot americanos, enquanto oi eu-ropeus vencem a maioria das provasdi fundo. Australianos e japoneses sa-lientam-se na natação.

As mulheresAs mulheres sofreram restrições até

1928, quando tiveram permissão paraparticipar integralmente das Olímpia-das. Anteriormente, disputaram sòmen-te tênis (em 1900) e natação (a par-tir de 1912).

Aliás, na Grécia antiga, quando oshomens disputavam as provas inteira-mente nus, as mulheres casadas nãopodiam nem assistir aos jogos, paranão fazer comparações físicas que pu-dessem prejudicar seus maridos. Asdonzelas permitia-se o comparecimentoao estádio.

A mais famosa atleta que já se apre-sentou nos jogos modernos foi FannyBlankers-Koen, holandesa que, em Lon-dres, enquanto levantava as provas de100 m, 200 m, 80 m com barreira erevezamento, tinha um filho no colégioe uma menina nos braços de uma as-sistente.

0 grande confrontoAs nações mais desenvolvidas, por

razões óbvias, apresentam sempre osmelhores atletas. E essas duas naçõeslideram também os dois campos emque vive hoje a humanidade — o so-cialista e o capitalista — o que tornaas disputas esportivas muito mais inte-ressantes.

Em Helsinki, quando os soviéticos seapresentaram pela primeira vez, a vi-tória coube aos Estados Unidos. Já emMelbourne, a URSS levou alguma van-tagem, ganhando no setor feminino,perdendo no masculino e somandomaior número de pontos no geral.Agora em Roma, espera-se que essarivalidade venha a acentuar-se, permi-tindo giandes disputas e muitas que-bras de recordes

NósNossas probabilidades são bastante

limitadas. País subdesenvolvido, ondeos atletas mal têm tempo de ganhar avida para comer, não há condições detreinamento que possam garantir-nosgrandes exibições. Contudo, não hápor que deixar de acreditar que, entreos «ricordi» que virão na bagagem denossos representantes, venham tambémalgumas medalhas.

No mais, é torcer pelo tricampeona-to do Adhemar.

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0 «canguru»em 3 tempo.

A seqüência apresenta o mais famosoolímpico brasileiro, Adhemar Ferreirada Silva, em pleno vôo para a superaçãodos dezesseis metros no salto triplo, fa-çanha que éle foi o primeiro a realizar

NOVOS RUMOSFilosofiae Transporte

Qualquer viciem num ônibus desta cidade reduz a cinzas toda aíilosüfia individualista de Nietzsché. Porque ninguém abrirá o seu própriacaminho, mesmo onde não houver, como proclamava o filósofo alemão. Nemfará o seu próprio destino, o caminho, até à poria de saída, dependerá daboa vontade de dezenas de passageiros, que se empurram, acotovelam-se,suam e resmungam, na ida e na volta para o trabalho.'. O destino de todosfica entregue aos freios que nem sempre funcionam, e à perícia do choferque precisa correr, correr muito para fazer a féria. Duas coisas o perse-guem: a necessidade de dinheiro e o cansaço. E a quem poderão os passa-geiros queixar-scV Lá na minha terra, onde não havia ônibus cuspindo gentepelas portas, mas existiam outras misérias, era costume mandar que osdescontentes se queixassem au bispo. Mas os bispos, geralmente, sà0 fa-varáveis à propriedade privada, Nada. farão contra os donos das empresas.

E vamos continuar, apesar cio aumento das passagens em perspectiva,mais apertados dentro dus ônibus desta cidade riu que os animais em tremcarga. E> que os animais valem o dinheiro dos fazendeiros. Mas essa huma-nidade toda que não tem onde botar os pós, que não tem ar para respl-rar e que se ajeita como pode. de braços levantados ou empurrando as mãosnum encosto cie banco, não vale grande coisa. Não pertence aos fazendeiros.Doutro de um ônibus se acabam, por algum tempo, as boas coisas da vidaA segurança, o bom humor, a solidariedade, e até a beleza das moças quesaem aos trancos e barrancos, de cabelos desfeitos e vestidos amarrotados.E a isso a burguesia e seus filósofos chamam de liberdade. Uma liberdadeque se limita a uma frosta na janela de vidro sujo e sempre mal aberta,por onde o ar mal passa para servir a dezenas de narizes

O homem de vassoura no peito e ares de doutor teima em abrir ojornal, onde as manchetes proclamam aquela espécie de liberdade. Melhorfora para suas idéias enlatadas, em cujo rótulo de cada lata pode-se ler«nade.in V- &• A.», que éle escondesse o jornal. Poderia ler esses jornaisque defendem a liberdade dos proprietários das empresas de -transporte emqualquer lugar, menos nesses ônibus, em que Iodos tem o mesmo destinoiodos os dias. ü destino de curar e sair. por uma porta mais estreita doque o entendimento do homem da vassoura, aos empurrões. Por'isso todaa minha simpatia vai para o troeador que dá ordens: mais um! mais um'Atinai de contas todos têm que trabalhar e todos têm que voltar paracasa. Por isso toda a minha simpatia vai para o chofer que corre comoum desesperado, porque o obrigam a Isso. Afinal de contas somos Iodos vi-mus - passageiros, troeador e chofer - - dessa liberdade que tém algunsde explorar toda a população. Até „ homem de vassoura, que presumonunca tenha ouvido falar de Nietzsché,mas é individualista por conta própria!e por isso abre o seu jornal de idéiasenlatadas, sem pensar que está incomo-dando c mais uma vitima dessa «Jiber-dade».

A'tr^ Mp.fjtienegro

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Umci deis recomendações dos técnicosicinqyes em publicidade que assesso-ram o campanha do Lacerda foi a deque o candidato lanterneiro evitassedefinições públicas contra o nacionalis-mo. Embora lhe custe muito conter oseu ódio pelo movimento emancipadordo nosso povo, Lacerda tem obedecidofielmente a recomendação, Mesmoquando o Interpelam diretamente sobrea questão, êle desconversa e foge. Nosúltimos dias, chegou mesmo a encomen-dar versos, com geito de «quadrinhos»populares, pcira distribuí-los em volan-tes pela cidade, dando-o como um «tra-balhador pelo nacionalismo».

Se Lacerda, por um lado, mostra in-teligência política, ao reconhecer des-sa forma a pujança e a invencibilidadeda movimento nacionalista, contra oqual nenhum candidato com pretensõesdt eleger-se pode voltar-se abertamen-tt, por outro lado, êle demonstra terVista muito grossa, ao acreditar, que po-dt assim enganar o povo. Lacerda édos poucos políticos brasileiros que onosso povo, e especialmente o povo ca-rioca, aprendeu a conhecer como o sim-bolo mesmo do entreguismo e da rea-Ção, pela sua posição intransigente decombate ao nacionalismo e de defesado» grupos econômicos internacionais,am particular dos monopólios imperia-listas que se interessam pelo nosso pe-tróleo. Êsse é, aliás, um dos poucosterrenos em que Lacerda sempre foicoerente, Êle já chamou Jânio de trai-dor e de cópia brasileira de Hitler, pa-ra depois apontar no amigo de Rocke-feller o salvador da pátria; já traiu atudo e a todos, não poupando inclusi-*t os fanáticos lanterneiros da Aero-náutica, que tramaram com êle o golpà

dc Aragcirçcis e que por êle foram dc-nunciados à policia; mas nunca nin-çjuém leu um artigo de Lacerda denun-ciando os crimes da Light, ou manifes-lando fidelidade à política de monopó-lio estatal de petróleo.

Velha fidelidade à EssoA fidelidade de Lacerda, particular-

mente, aos interesses da Esso é, de fa-to, uma das raras atitudes de coerên-cia de que êle pode gabar-se comojornalista e político. Desde que assinoucontrato de vendilhão com ValentimBouças, há 20 anos, Lacerda tem sebatido incansavelmente para que o pe-tróleo brasileiro seja entregue ao Irus-le de Rockefeller. Quando se acendiaem todo o país a luta popular peladefesa do petróleo — quando dezenasde brasileiros caíram fuzilados pela po-licia a serviço da Esso, nas praças pú-b';cas — Lacerda ficou marcado entreos que mais'insuflaram a repressão po-licial contra o povo.

Ê dessa época a famosa série de ar-tigos do corvo no «Correio da Manhã»— famosa pelo descaramento com queo autor defende a entrega do petróleoaos trustes internacionais — intitulada«Guia do petróleo para leitores assí-duos». Nestes artigos, publicados en-tre 11 e 25 de junho de 1947, Lacer-da escreve — com uma serenidadeque já não tem hoje. pois a policia jánão lhe dá tanta segurança contra aira popular:

«Existe petróleo no Brasil. A expio-ração desse petróleo não pode ser fei-ta com capital nacional, apenas, por-que não existe capital nacional sufici-enle. Nem capital, nem técnicos, nem

máquinas*, (Correio tia Manhã», 116.47),

E o entreguismo de Laccida não selimitou então a definir essa posição deprincípio. Seu zelo como defensor daEsso levou-o a especificar detalhes docontrato de entrega do petróleo. As-sim foi que êle estabeleceu («Correioda Manhã», 24.6.47) as «Garar^iasque devemos oferecer ao capital estran-geiro para possibilitar a exploraçãoimediata e intensiva do petróleo doBrasil». Eis as garantias propostas porLacerda (transcrição textual):

«1 — Execução honesta das cláu-subs contratuais firmadas durante oprograma de vigência do respectivocontrato, garanfindo-se recurso finalao judiciário para dirimir desacordos.Esse ponto envolve a revisão de umalegislação monstro que, sob a capade necionalista, suprimiu toda garan-tia jurídica e afastou do Brasil o ca-pitai estrangeiro, principalmente omais honesto e bem intencionado,pois o desonesto sempre arranjou umjeito ds aqui se manter, associando--se à ditadura.

«2 — Margem razoável de rrnu-neração do capital realmente invés-tido nos empreendimentos (juros edividendos) bem como para suaamortização, no prazo de concessão.

«3 — Liberdade de exportaçãopara as parcelas de amortização docapital, de modo a que êle possa seramortizado dentro do prazo da con-cessão e também que os juros dasobrigações (debêntures) e ações pre-ferenciais e dividendos das ações or-dinárias correspondam à parte nãoamortizável do capital».A lista de garantias é longa, pois

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Uma realidadegrandiosa

O filósofo francês Jean-Paul Sartre, visitando outro dia as instalações da Petrobrásna Bahia, mostrou-se tão impressionado com a grandiosidade da empresa que afir-mou: <;Só nos paises socialistas vi coisa semelhante». Para Lacerda, entretanto, «APetrobrás é uma criação híbrida e delir ante». Ate os estrangeiros vècm o Brasilmelhor que o «corvo»

LACERDA, 0 CORVO ENTREGUISTA, ESCREVEU:

e o Monopólio Estatal é um Erro"f " * ^iw^ái - >-¦ ¦¦ «M M^iaal mt? ÊUÊ. àaaaaT-1 'AT-t^^&mt^m

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nada excede o cuidado de Lacerda pa-ra com os interesses da Esso. Vejamosapenas algumas outras, mais importan-tes:

«Direito de recebimento, tm casode encampação da empresa, dt umaindenização correspondente à partedo capital subscrito não amortizado,calculado à base do custo histórico,menos a dtprtciação, t acrescido deuma parcela razoável, a título dt lu-cros cessantes».Vê-se, dessa forma, que Lacerda não

quer apenas a indenização do capital;quer também que o governo dê à em-presa encampada os lucros que ela dei-xou de ter, em virtude da encampação!Mas há mais:

«As empresas autorizadas a ex-portar produtos petrolíferos, uma vezsatisfeitas as exigências integrais doconsumo interno de tais produtos, po-deráo exportar petróleo sem pagarimposto de importação até o limitede três vezes o volume daquele con-sumo interno».Assim, Lacerda, que nem mesmo pre-

via o pagamento da «taxa de vassala-gem* chamada «royalty*, cobrada portodos os países que entregaram o seupetróleo aos trustes internacionais, ain-da propõe insenção de impostos paraos trustes milionários.Chantagista e falsificador

A desfaçatez de Lacerda, na série deartigos citados, chega entretanto aoauge quando êle dá o seu grande ar-gumento para a entrega do petróleoaos trustes ianques: o chantagem daguerra.

«O interesse americano pelo nos-so petróleo — escreve êle — preci-somente dessa necessidade tm quese encontram de assegurar, numaemergência suprimentos capazes decompensar a sua situação interna,pois em caso de guerra os EstadosUnidos, na eventualidade da perdado Oriente Médio, ficariam reduzi-dos, com Venezuela e tudo, a 40%de suas necessidades.»Aí está, ao mesmo tempo, uma chan-

tagem e uma falsificação. A chanta-gem é óbvia: para justificar a entregado petróleo, Lacerda levanta o fantás-ma da guerra. A falsificação foi de-monstrada, na época, pelo engenheiroLobo Carneiro, em artigo publicado no«Jornal de Debates»: está na afirma-ção de que os Estados Unidos perde-riam 40% de suas necessidades em pe-tróleo, enquanto a produção do Orien-te Médio, em vez de 60% da produ-ção controlada pelos trustes interna-cionais, representava menos de 10%dessa produção.

Dessa falsificação e dessa chanta-gem se valeu Lacerda para combatero movimento necionalista pela defesado nosso petróleo, ao qual êle acusoude visar, apenas, a «ajudar a Rússia aenfrentar os Estados Unidos, privandoa estes a possibilidade de obter, emcaso de ameaça ou perda temporáriado petróleo do Oriente Médio, com-buslível na própria América do Sul .

Combate persistenteà Petrobrás

Até ser candidato a governador daGuanabara Lacerda nunca fêz segredode sua posição de defensor da Esso.Pelo contrário, sempre se caracterizoucomo o mais odioso e descarado adver-sário da Petrobrás e da política esta-tal da exploração do petróleo, defen-dida pelos nacionalistas. Depois des-sa série de artigos citados no «Correioda Manhãs, em 47, êle periòdicamen-te voltou ao assunto, em discursos e ar-tigos escritos, para combater a Petro-brás t defender a entrega dos nossosrecursos petrolíferos à espoliação dostrustes.

Eis, por exemplo, algumas frases deartigos seus, na «Tribuna da Imprensa-,quando era discutido no Congresso oprojeto da Petrobrás: «A Petrobrás écriação híbrida e delirante, espécie dehermafrodita econômico» (2.2.52);

• A Petrobrás 6 um piojelo .contradito-lio, incompleto e doidivanas» (26.352); «Estamos cm face de dois erros:o monopólio estatal, que um projetooficioso institui, e a Petrobrás, que é adinamização desse êrro> (25.6.52);«A Petrobrás não resolve o problemaque interessa na questão do petróleo,que é êste: ter petróleo» (1.9.52).

Depois, formada e consolidada aPetrobrás, que se tornou símbolo daprópria soberania nacional, Lacerdacompreendeu que não podia mais ata-car tão aberta e publicamente o órgãoestatal, que passnú a ser defendido in-clusive na áieci i.o eleitorado udenista.Sem deixar passar qualquer opórluni-c'~de para intrigai ou pára publicar ca-li.nicis contra a Petrobrás, o Corvo doLaviadio passou entretanto a cenliali-zar os seus ataques contra o naciona-lismo, que é o sustenlaculo do monopólio estatal. "O nacionalismo — dizêle — não é uma causei. E um prelex-to. Porque serve de manto para cobrire exculpar a corrupção ( Tribuna daImprensa , 1 7. 53 I.

Este é o corvo Lacerda, inimigo mor-tal do nacionalismo e da luta emanei-padora do povo brasileiro, que agoraencomenda versos a um qualquer ¦ ce-go Aderaldo., paia apresentar-se co-mo nacionalista. Isto ó um insulto à in-teligência do povo carioca, que saberácomo respondê-lo, em 3 de outubro.

0 corvo fingede cego

O pior cegn e o que níio quer ver», eLacerda insiste em fechar os olhos para averdade e a grandeza da Petrobrás. Masfoi a Esso que pós nele as vlselras doentreguismo

Os operáriosdesmentem Lacerda

Enquanto os operários brasileiros construíam a empresa gigantesca que é hoje aPetrobrás, Lacerda se obstinava em des merece,- a capacidade de trabalho dos bra.silciros. para justificar suns teses entre gulst:\3. Não temos 'nem capital, nemtécnico-, nem.máquinas >. dizia, ao propor um contrato de entrega de nosso petróleoaos trustes internacionais

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ANO Hio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1960 — — N" 79

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— 2 NOVOS RUM Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1960

IMPERIALISMO NORTE-AMERICANO NO BANCO DOS RÉUS

América Latina SofraQuando há Crisee Sofre Quando Não há

O Congresso dos Estados Uni-dos aprovou, afinal, a verba de üüümilhões de dólares pedida pelo go-vérno Eisenhowèr em nome daprestação de ajuda à América La-tina. É bem verdade que o fez em 'termos tais que a situação é amjjina como se nada tivesse sidoaprovado. Pois, com efeito, a apro-vaçáo está sujeita à ratificação pelopróximo Congresso, após as elei-ções de novembro, o qual somenteautorizará o gasto do dinheirodepois de conhecor-lhe a aplicação.

Ao solicitar a aprovação daverba, Eisenhowèr deixou bem cia-ro que náo se tratava de fomentaro desenvolvimento econômico lati-no-americano, da instalação de' novas indústrias, ou da ampliaçãocLs existentes. De fato, como sali-encaram vários senadores, a verbaVisa a fazer frente à crescente opo-Siçao oferecida pela América Lati-na ao imperialismo norte-america-no, de que Cuba é o melhor exem-pio. É, também, como foi declara-cio por Dilion, fazer com que os Es-tauos Unidos compareçam à próxi-ma reunião do «Comitê dos 21», emBogotá, com algo concreto...

Situação da América LatinaA verdade é que enquanto os

paises socialistas se desenvolvemaos saltos e os paises de capitalismoavançado obtêm relativo progressoem suas economias, a América La-tina vem apresentando, em conjun-to, um quadro totalmente oposto.Quem o afirma é uma fonte tão in-suspeita como a CEPAL. E qual omaior responsável por isto? O im-perialismo norte-americano, comoafirmou em S. José o ministro RaulRoa, falo que os povos da AméricaLatina vêm compreendendo cadadia melhor.

Eis como se inicia recente resu-mo distribuído pelo escritório daCEPAL, em Santiago do Chile, daanálise da economia latino-aineri-cana em 19Õ9: «O Estudo Econô-mico da América Latina. 1959»,preparado pela Secretaria da Co-missão Econômica para a AméricaLatina, das Nações Unidas (CE-PAL), mostra que esta região vol-tou a ter outro ano de débil cresci-mento, àcentuando-se com isto atendência que se vem manifestandodepois de 1955, com uma interrup-ção apenas em 1957 devido aosefeitos transitórios da crise de Suez.

Com efeito, neste qüinqüênio ataxa de desenvolvimento da econo-mia latino-americana em seu con-junto mal ultrapassou o crescimen-to da população, e a taxa de aumen-to do produto por habitante redu-ziü-se de 3,6 e 1,8 por cento em1955 e 1956 respectivamente a ape-nas 1,3 e 0,3 por cento em 1958 o1959; tudo isto — ao lado da di-minuição da renda, resultante deuma evolução adversa do.s preçosde exportação —, réfletiu-se no«aguçamento das tensões econômi-eas e sociais».

Deterioração das relaçõesde troca

Continua o documento afirman-do que em 1959 a economia latino-•americana em conjunto e na maio-

ria de cada um dos paises «enfren-tou uma nova deterioração tia reta-ção de preços de troca e uma menorprodução agrícola de consumo porhabitante, fatores básicos ambos,que tornaram mais difícil a conti-nuação da luta antiinflacionária».

Além disso, «apesar do progres-so realizado na estabilização daseconomias monetárias, a afluêncialiquida de capital de origem estran-gdra íoi menor em 1959».

0 desiquilíbrio externeü petróleo, o café e o açúcar

proporcionam, sozinhos, mais demetade das divisas obtidas pelaAmérica Latina através do comer-cio exterior. Significa que a redu-ção dos preços-ouro desses produtoscistermina uma contração imediatada capacidade de importar dos pai-ses latino-americanos

E tanto o petróleo, como o caféo o açúcar, tiverem em 1959 os seuspreços reduzidos. Os preços do pe-Irólco caíram de 7 a 8 por cento, ocafé viu os seus preços diminuídosem 23 por cento (já entre 1957 e1958 rcgislrara-se uma redução de15 por cenlo) e o açúcar baixou em15 por cento

Se forem considerados os 17principais produtos de latino-ame-ricanos, seu preço médio pondera-do acusa uma baixa de 8,4 por cen-to em relação a 1958. Sobre isio,diz o documento da CEPAL: «Em1958, o descenso dos preços dosprodutos primários podia ser rela-cionado, pelo menos em parte, coma recessão temporária da economianorte-amerciana e com o menor di-namismo do crédito da Europa Oci-dental. Desta vez, pelo contrário, adepressão adicional do.s mercadoscoincide com uma vigorosa recupe-ração da atividade industrial tantonos Estados Unidos como na Euro-pa e com um aumento na demandade produtos importados.»

Em outras palavras: a econo-mia latino-americana sofre quandohá crise no mundo capitalista e so-fre quando não há...

EUA e América LatinaEm 1959, as compras dos Esta-

dos Unidos no exterior aumentaramem 2 bilhões 397 milhões de dôla-res, ou seja, aumentaram em 19por cento; no entretanto, para aAmérica Latina esse aumento foide apenas 26 milhões de dólares, ouseja, 0,7 por cento apenas a maisdo que em 1958. Não que o merca-do norte-americano tenha importa-do uma massa menor de produtosda América Latina; ao contrário,em volume algumas importaçõesforam bem maiores (como é o casodo café), mas o preço é que foi maisbaixo

Mesmo produtos como os metaisnão ferrosos e as fibras têxteis —que experimentaram certa melho-ra no mercado internacional —não se puderam beneficiar disto emvirtude da manutenção de restri-ções nas taxas quantitativas de im-portação (exemplos do chumbo edo zinco), ou o aumento dos subsí-dios do governo americano aos seuspróprios produtores (caso do algo-

dão), refletindo-se negativamentesobre as possibilidades dos produ-tores latino-americanos.

No caso do petróleo e do café,a diminuição dos preços-ouro pôdeser compensada com um certo au-mento nas exportações. Mas ovalor total das exportações de açú-car de Cuba e outros paises foi in-ferior ao de 1958.

A conta de capitaisO estudo da CEPAL considera

como um fator de agravamento dasituação econômica da AméricaLatina a menor afluência de capi-tais dos Estados Unidos para estaregião. As inversões privadas nor-te-americanas reduziram-se de 488milhões de dólares em 1958, para383 em 1959. Dai conclui o estudoque «o capital privado norte-ame-•icano orienta-se cada vez mais

para os paises industriais — o Ca-nada e a.s nações da Europa Oci-dental — em detrimento da Amé-rica Latina e de outras regiõesconsliluidas principalmente por pai-ses subdesenvolvidos.»

Importações e balançode pagamentos

O pequeno aumento da receitacambial obtida pela América Lati-na em 1959, continua o documen-to, foi amplamente superado peloaumento das saídas na conta de ca-pitais. Êste fato e mais: 1) um sal-do negativo de 257 milhões de dó-lares na balança comercial, em1958; 2) a diminuição das reservasinternacionais; 3) as menores recci-tas da exportação e 4) menor aflu-óncia de capitais estrangeiros, fize-ram com que as importações se re-duzissem em quase 900 milhões dedólares, relativamente a 1958, oque representa uma redução de 20por cento em comparação com 1957.De todos os paises da América La-tina, só o Brasil, a Colômbia e Cos-ta Rica aumentaram em escala mi-nima suas importações. Todos osdemais as reduziram.

Em 1959, o déficit do balançode pagamentos dos países latino--americanos foi superior a 509milhões de dólares, fato que, segun-do a CEPAL, • «compara-se favorà-velmente com o de 1 bilhão 107milhões de dólares em 1958». Talredução é o reflexo da modificaçãoda balança comercial, que passoude um déficit de 257 milhões em1958 a um saldo de 729 milhões em1959, através da contenção maciçadas importações.

«Em resumo: à custa da maiorsaida de bens requerida — dadosos preços mais baixos — paramanter o valor das exportações eà custa da séria redução das im-portações — cujos, preços unitáriosnão variaram substancialmente —,a América Latina melhorou em1959 o saldo de suas contas exter-nas, conseguindo em conjunto (ex-cluida a Venezuela) um aumentolíquido da ordem de 240 milhões dedólares em suas reservas».

Eis aí, em linhas sumárias, uminsuspeito quadro do estrangula-mento econômico da América Lati-

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Queda dos preços cdas exportaçõesna pelo imperialismo norte-ameri-cano.

EmpobrecimentoDepois de constatar que a in-

fiação se agravou na América Lati-na em 1959, indica o estudo daCEPAL que continuou no ano pas-sacio a tendência para a diminuiçãodo desenvolvimento econômico lati-no-americano. Assim, o documentorelaciona os seguintes índices de in-cremento do chamado produto bra-to interno: 1955 — 5,9%; 1956 —4,2%; 1958 — 3,8% e 1959 —2,9%.

Quanto à renda nacional, dele-rioroü-se ainda mais, assinala o es-tudo, tendo aumentado em apenas1,2% em 1959 (contra 3,6% em1958) «o isto como conseqüência deuma relação de preços do intercám-bio mais desfavorável que a já de-teriorada do ano anterior.» O fatoé mais grave levando-se em contaa elevada taxa de crescimento de-mográfico da América Latina •—2,6% por ano —, do que resultaum ridículo aumento de 0,3'h noproduto bruto interno por habitan-te e uma séria diminuição (de maisde 1%) na renda bruta por habi-tan.te.

«O fator principal da diminui-ção da renda por habitante em1959 parece ser a forte deteriora-ção da relação dos preços de trocae também o insuficiente progressoda produção agropecuária» — dizo estudo, numa acusação implícitaao imperialismo norte-americano(que predomina no comércio exte-rior da América Latina) e às atra-

No <nso do petróleo «* «lo rafí aindafoi possível compensar as baixas nospreços com o aumento das exportações.Quanto ao açricar, o que as usinas pro-diiziráin ficou cm Ixm parte estocado.Quem mais sofreu o.mi isso foi Cuba.

sadas estruturas agrárias latino--americanas.

AgropecuáriaSegundo os dados publicados no

estudo, a produção agropecuáriaaumentou em 1959 de 1,9% em re-Iação a 1958, sendo de notar quetal incremento se deveu mais à pro-(lução para a exportação (2,2 porcento). Quanto à agropecuária desubsistência, aumentou em somente1,7 por cento, isto é, menos do queo incremento populaeional da Amé-rica Latina. Em conseqüência, adisponibilidade de produtos agrope-diários por habitante diminuiu emcerca de um por cento.Indústria

A indústria latino-americana —com exceção da Argentina, onde seobservou «severo retrocesso» —continuou crescendo, como em todoo após-guerra. Afirma o estudo quevários elementos indicam que ocrescimento real da indústria supe-ra os registros estatísticos, notada-mente em países como o Brasil, aColômbia e o México. Os ramos quemais se expandiram foram a refi-nação de petróleo, a siderurgia, aprodução de papel e celulose e aindústria automobilística (Argenti-na e Brasil). A tendência da indús-tria continua sendo para a diver-sificação.

Por fim, assinala o documentoda CEPAL que aumentou a extra-ção de petróleo e cobre e que come-çam a produzir frutos os esforçospara ampliar a capacidade energé-tica e a rede de transportes.

Classes Sociais eEconomia Política

A Economia Política estuda o pro.cesso de desenvolvimento das forma-ções sociais, como se opera a passa,gem de uma formação inferior • ou.Ira superior, de acordo com a lei dedesenvolvimento da sociedade. Mostracomo todo o curso do desenvolvimentohUtórlco prepara a vitória do mado deprodução socialista. E, estudando aaleis do socialismo, estuda também oadvento do comunismo.

Desse modo, a Economia Política éa ciência do desenvolvimento das rela.ções sociais de produção, isto é, das re*lações econômicas entre os homens. Re-vela as leis que repem a produção e adistribuição dos bens materiais na so-ciedade humana, nos diferentes estágios ¦do seu desenvolvimento

Diferentemente das ciências natu- ¦rais. a Economia Pjlítlca não pode va-ler-se dos métodos experimentais de la-boratório. Disse Marx que na análisedas formas econômicas não é possívelutilizar nem o microscópio nem os rea- 'tivos químicos c que ambos devem sersubstituídos pela força da abstração.

Cada redime econômico é um qua-dro complexo e contraditório e a tare.fa da Investigação científica consisteem descobrir os seus traços essenciaispor trás daquilo que aparece exterior* :mente. O resultado dessa investigação .são as categorias econômicas, isto é, osconceitos que são a expressão teóricadas relações de produção reais de umadada formação social, como, por exem. '|ilo, a mercadoria; o valor, o dinheiro,o custo de produção, etc.

O método da Economia Política mar*xlnta consiste em evoluir das categoriaseconômicas mais simples para aa maiscomplexas. Ao estudar as relações deprodução capitalistas, Marx analisa emprimeiro lugar aquela relação que mais .se repete, a mais comum de todas, istoé, a troca de uma mercadoria por ou*tra. Êle mostra que na mercadoria, cé-lula da economia capitalista, estão con-tidas em embrião a» contradições do -capitalismo.

Estudando as leis da produção e da .distribuição dos bens materiais, o seudesenvolvimento, a passagem de umasformações econOinlcosocials a outras, .>isuperiores, a Economia Política tem ne-ccssãriamente um conteúdo dc classe. .,,li' compreensível que a classe dominamte no regime capitalista, por exemplo,não tenha nenhum interesse em desen- ,volver uma ciência que conclui pela ;bievitabilidade do desaparecimento docapitalismo e do advento do socialismo. ,Por isso, a burguesia, classe dominan- ,_te no capitalismo, «cria» sua própriaeconomia política, cujas conclusões,evidentemente, são tiradas segundosuas conveniências. Dentro d» econo- .mia política burguesa há várias corren-tes e escolas, mas todas elas têm por .denominador comum ajustificação do ,capitalismo, formação econômlco-social ,que pretendem eternizar.

A Economia Política marxista, aocontrário, estudando objetivamente as .leis do desenvolvimento social, é uminstrumento das classes revolucionáriasda sociedade, cuja modificação preconi-k» e justifica, mostrando que nenhumaordem social é eterna — seja o escravis. .mo, o capitalismo ou o socialismo —,mas se modifica, se transforma em ou- ,jtra superior, sempre que as relações de ~]

produção deixem de corresponder ao ca-ráter das forças produtivas. No próxi- >mo número, veremos como surgiu e sedesenvolveu o primeiro itodo de pro*dução — o regime comunitário priml-tivo.

Notatonômua

Geampe: CréditoPara os Pequenos?

As raízes da

pobreza\ • |.

Para obter quase a mesma receita em dólares (apenas 10 por cento mais) oBrasil teve de exportar 50 por cento a mais de café (foto), devido à queda de 23por cento nos preços internacionais do produto em 1959, relativamente a 1958, quan.do já se'observam uma diminuição de 15 por cento em comparação com o anoanterior. Essa c unia situação comum a toda a América Latina,

Foi publicado, ha dias, o decreto presidencial criando o(impo Executivo de Assistência ã Média e Pequena Enipré-su (GEAMPE). De lui muito que se vem falando na necessi-da:le dn erinção do 'tal órguo, cuja finalidade básica cirnsis-tira, teórica meu te, em proporcionar à média e ã pequenaempresa assistência de todo tipo, e antes de tudo assistemcia crediticia.

Já foi dito que a primeira condição para obter-se cré-dito no Brasil é ter dinheiro, pois quem tem dinheiro con-segue levantar niuis dinheiro em buncos. Isto é verdadenãi) apenas paru a agricultura, como para a indústria. Omédio, como o pequeno empresário, geralmente conseguedesenvolver sua empresa até certo ponto mediante a niiibi-lização de recursos de pessoas que. lhe são próximas, paren-tes ou amigos, associados aos seus próprios recursos. En-tretanto, mesmo essas pequenas fontes formadoras de capi-tais vão desaparecendo, pois as pequenas poupanças, atra-vés dos fundos de investimentos, lançamento de ações dt;valor reduzido, etc, vão sendo aspiradas pelos grandes ca-pitais. Os exemplos são inúmeros. Dn oiítra parte, com odesenvolvimento da técnica, é cada vez maior o volume decapital necessário para começar e operar eficazmente umnegócio: máquinas ninis caras e em maior quantidade, orga-nização mais racional do trabalho, etc, de mudo que pos-sam elas competir com us grandes produtores';

Se do ângulo da perspectiva histórica o destino da pe-piena e da média empresas nada têm de promissor, outro,porém, é o quadro, se considerado numa situação concreta— num dado momento e num dado lugar. No Brasil, porexemplo, o grosso do abastecimento de autopeças à indús.tria automobilística provém de pequenas e médias empresas,cm número superior a mil. No setor da indústria da borra-clia, a seis grandes empresas estrangeiras contraipõeni-seduas centenas de pequenas e médias empresas nacionais.Nestes, cimo em muitos outros casos, us empresas peque-nas e médias desempenham uni papel rMiiiinnte positivo.

Mas, porque são fracas, porque não têm ou dificilmentetêm acesso ao crédito bancário, às facilidades pura impor-tação, etc., tornam-se presa fácil dp grande capital, princi-palmente do capital imperialista. I nm das vias mais fre-quentes de desnacionalização da indústria nacional é preci-samente a absorção de empresas nacionais menores pelocapital estrangeiro, Exemplo típico dessa ocorrência, vamosencontrar ainda na indústria automobilística (autopeças,autocorroçarias, etc), A fragilidade da maioria das em-presas nacionais da indústria química, farmacêutica e deperfumadas levou-as a uma situação insustentável eiii faceda pressão estrangeira, Q resultado ê que Ioda um ramo daindústria nacional, ramo iniportiintissinto, acha-se controla-

do por capitais estrangeiros, a ponto de uma empresa doporte da «Gessy», que até aqui vinha resistindo a0 assédioimperialista, ler sido agora levada a capitular, assoclando-seao tinste liolandês-amcricano da «Unilever».

No caso da indústria da borracha, além de não oferecermeios para a defesa das médias e pequenas empresas, oatual governo ajudou a empurrá-las para mais perto da bocado leão, ao suspender o monopólio estatal das importaçõesde borracha. Essa medida persiste até hoje, embora tenhasido atenuada por algumas providências posteriores, resul-tantes da encarniçada resistência oposta pelos pequenos amédios industriais da borracha.

Quanto ao crédito público, que seria o recurso naturalpura a média e pequena empresa, é cada vez mais canali.zado para os empreendimentos de maior vulto. Sem men-ciohar o BNDE, cujos financiamentos se têm dirigido paraos setores básicos da indústria, examinemos como s© pas.sam as coisas com o Banco do Brasil, que, supostamente,estaria mais ao alcance dos pequenos e médios empreendedo.res. Em 1958, a carteira especializada do BB (Carteira daCrédito Agrícola e Industrial), efetuou empréstimos nummontante de 6,5 bilhões de cruzeiros, correspondentes a 1.604contratos. Entretanto, somente 474 contratos, isto é, 80por ei nto dos iMinefieiados, receberam 5,7 bilhões de cruzei.ros, niiiiui média de 12 milhões por contrato. Portanto, osrestantes 1.180 mutuários (70 por cento) receberam em comjunto apenas 0,8 bilhões de cruzeiros, ou em média 720 milcruzeiros por contrato. Se em 1958 foram 474 os mutua-rios que obtiveram empréstimos superiores a 2 milhões decruzeiros, num total de i - 604 contratos, em 1959 a situaçãopiorou ainda mais para os pequenos empresários. Comefeito, enquanto o número total de contratos crescia para1.919 (aumento de 19%), os beneficiados com mais de 2milhões de cruzeiros aumentaram para 782, apresentandoum incremento de <S3%. Em outras palavras: o crédito con-centra-se cada vez muis, beneficiando cada vez menos ospeqir nos e médios produtores industriais.

Se considerarmos sua distribuição pelo pais, vemos que,em 1959, de todos os financiamentos feitos pela CREAI,apenas quatro Estados — S. Paulo, Kio Grande do Sul, Gua-nulwra e Minas Gerais — absorveram mais de 65 por centod'is créditos Industriais,

Portanto, a criação do GEAMPE pelo menos teórica-mente corresponde a unia necessidade. Besta, agora, quose torne eletiva a prometida assistência e, antes de tudo,o crédito barato á pequena e média empresas. Enfim, quea situação atual deixe de existir. E isto não é fácil.

J.A.

Page 11: ano II RETRATO DE JÂNIO: CflÇBDOR DE VOTOS … · O parto da montanha Q PLANO demagógico do ir. Jânio Quadros foi preparado nos seus menores detalhei. E tua campanha elei- ...

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— Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1 960 N©¥OS RUMOS 3 —

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MistifiiGâçao CÂMARA FEDERAL COM OS ESTUDANTES

j O movimento estudantil brasileiio,

desde que passou a pautar sua paifici-Pajão na luta política a poitir da? po-«ições mais defensáveis, vem num crês-eendo de unidade e de fortalecimentotao animador que as força* do obscu-rantismo e os prepostos dos homens que— de uma forma, ou de outio — fazemnegócios com o ensino só encontramduas saídas no seu confronto com o es-tudantado: a fuga para um debate sô-bre o: que não é o fundamental dasquestões, ou a aiiibui-ão aos estudan-tei de uma posição que eles não estãotomando. No primeiro caso situam-sevárioi episódios ocorridos durante acampanha que as entidades estudantisvêm sustentando contra o Projeto deDiretrizes e Bases da Educação Nacio-«ai, como, por exemplo, a tentativa dedeslocar a polêmica da resposta à per-flunta «Como deverá gastar o Governo•i recursos destinados à educação?»para a resposta à inquirição «Deve ou*tão.haver escolas privadas?», quandotodoi estão acordes em que floresçam saascolas particulares, os estudantes ape-«as achando que estas devem de man-ter-se com js seus próprios recursos.

No segunde caso está a afirmativade que os universitários baianos estão•m greve para «derrubar» o reitor Ed-gar Santos. Nada mais falso. Os moçosda Bahia decretarem a parede para quefosse revogada uma suspensão, imposta«os lideres universitários quando estes•xigiam o atendimento de reivindica-jões da massa estudantil. Com o evoluirdos acontecimentos e que foram inclui-das no rói da; exigências grevistas agarantia de que prestarão piovas par-ciais quando o movimento terminar e aformação de uma Comissão Parlamen-tar de Inquérito para apurar a responsa-bilidade do reitor nos escândalos de-nunciados pelos alunos. Cloro que qual-quer estudante responsável na Bahiaquer o Edgar Santos fora da Universi-dade. Mas isto não foi colocado como•bjetivo da greve. E não o foi porque•s estudantes sabem que, após concluir•l trabalhos de investigação, a Comis-•fio Parlamentar de Inquérito exigirá oafastamento do reitor venal e autocra-ta.

Toda a celeuma que se vem fazen-¦O em torno de que a greve é para ti-tar Edgard Santos da Reitoria só temUm sentido: insinuar que, quando osUniversitários voltarem as aulas apóslerem suas solicitações atendidas, hou-Ve fracasso do movimento, uma vez que• reitor permanece, impávido, no seufiôite.

Não estamos inventando nada; Re-«entemente, depois do encerramento da|reve nacional de cinco dias, à qualaderiram 90 % dos estabelecimentos de•nsine superior do país, conhecido ves-pertino queimado em plenário no últi-mo Congresso Nacional dos Estudante,apregoava, em editorial de várias lau-dai, o fracasso (se) do movimento, queêle vinha anunciando antes da eclosãocomo uma parede que permaneceria portempo indeterminado...

M. A.

comissão Parlamentar de InquéritoVai Ap

O libelo iprcsentcido pelos uni--versiláriòs bçiianos denunciando a ad-ministração clienlelisla, medieval e rui-nosa aos interesses nacionais dó reilorEdgar Santos à tela da Universidadeda Bahia repercutiu fundamente emIodas as camadas de nossa população.Como já é do do.ninio públi.o, o sr.Edgar Santos, num rasgo de arbilrarie-dade inédito no? meios univeisnarios dopaís, suspendeu toda o liderança estu-dantil da v:boa terras quando esta, em-penhada em provocar o atendimen.,< doreivindicações de seus ¦ lideiod<"\.rendava atitude de alguns deles eníocupar os quartos vagos de luxuooínsi-ma residência mantida pelo Reitoria daUBA para a hospedagem de oilo ls,u-

, dantes novaiorquinos bolsistas em Sal-vador. O fato acarretou uma greve ge-ral de estudantes na 3ahia, vindo o seconstituir mais rhrde no principal dos fa-tôres deierminanies da parede nacionalde advertência (que durou cinco dias)deflagrada pela União Nacional dosEstudantes no dia 11 de aç,ô:tu. Logono início de seu longo período de re-cesso foi que os universitários baianoselaboraram o extenso relatório cujoconteúdo são as irregularidades de todaordem praticadas pelo sr. Eclgcr Santosnos seus 14 anos de «reinaao> na Rei-'toria da tradicional universidade. Algu-mas das acusações foram publicadas nonúmero passado de «Novos Rumos .

Inquérito parlamentarAgora vêm os estudantes de obter

grande vitória, com a constituição naCâmara dos Deputados de tma Comis-são Parlamentar de Inquérito porá in-véstigar a situação real da Universida-de da Bahia e apurar a responsabilida-de do reitor nos crimes apontados pe-o;moços das escolas. O episódio cresceae significação quando sabemos que osr. Edgar Santos vem usando de todasua enorme influência para impedir queseja constatada a veracidade das afir-mações que os jovens vêm sustentando.Sabe-se inclusive que o governador Ju-racy Magalhães, na última vez em queveio go Rio de Janeiro, o fêz para tra-tar junto ao Presidente da República desustar a formação do organismo parla-mentar de investigação.

Compõe a Comissão os seguintesdeputados; Fernando Santana, CelsoBrant, Osvaldo Ribeiro, Seixas Dona,Ferro Costa, Osmar Cunha e TemperaniPereira. Tal composição agradou sobre-maneira aos universitários.Vitórias e decepção

Ao poilirem para Brasília Roro eiinstalação de seu primeiro ConselhoUniversitário, os lideres estudantis delodo o pais estavam imbuídos de aila

0 MIHUANO NÃO ATRAPALHA

Estudantes de Direito DiscutemSeus Problemas em Porto Alegre

Quem se Faz PresenteDesde domingo I 28 -de agosto) es-tá se realizando em Porto Alegre(RGS) a X Semana Nacional de Eslu-dos Jurídicos, conclave que reúne anual-mente delegações de todas as faculda-des de Direito do país e que é um dosencontros mais prestigiados e imporlan-tes do movimento universitário. Durante7 dias os jovens discutem os Inúmerosprqblemas de seus cursos e escolqs, de-batem o avultado núnteio de toses lo-vadas pelas bancados e-assistem a con-ferências proferidas por professores deDireito.

ConsciênciaO. ponto oito do colóquio, porém,

à o concurso de oratória. Cada delega-cão leva seu orador, escolhido em con-curso preliminar no qual podem se ins-crever todos qs essociados de cada Di-retório AcaJêi, ico. No encerramento da«Semanas tem lugar o grande torneio.Os condidaios d;scorrem, por determina-cio número de minutos, sobre um assun-io sorteado de uma rfacão de temasprèviarriente distribuída a Iodos. UmaComissão Julgadora escolhe, então, ovencedor.

As questões propostas pelo temáriodo concurso de oratória desla X Se-mana são altamente reveladores dograu de amadureemenlo de consciênciajá atingido pelo nosso estudantado. Tô-das versam sobre oroblemas concretospolíticos e econômicos que o paisvem enfrentando na atualidade.Ei-íass 1) A OPENO; 2) Refor-ma. do Ensino Jurírico; 3) Problc-má social do menor; 4) Energia atô-mica para fins pacíficos,- 5) Política doTrigo; ó) Operação Panamericana; 7)legislação do jogo no território nacio-nal; 8) Pena de morte; 9) Desarmamen-to Mundial; 10) Mercado comum Sul-Americano; 11)0 Universitário e a po-iíiica;'12) Subdesenvolvimento e Im-

p»r;alismo;. 13) Aproveitamento das ri-c -zas nacionais, 14)0 ensino no Bra-s") 15) Coexrstêiiçia Pacifico e Paz

Mundial; ió* Vanl/jcjens da Petrobrás eda Eleiioljiús.

A. representação das escolas parlicipantes obedece à seguinte composi-ção: seis (6) tesistas, um oiador, ummembro do Diretório Acadêmico e um¦representante do corpo docente.

As teses abordam as matérias aquirelacionadas: Direilo Constitucional, Ci-vil, Penal, Criminologia, Direito do Tra-balho, Comercial, Internacional Públi-co e Privado, Administrativo, Processual,Economia Polilica, Ciência das Finanças,Medicina Legal, Filosofia de Direilo,Ciências Sociais e Ensino Jurídico.

::-;•>.¦:¦:¦:¦¦¦ .<y&*.

urar Cri mes do Reitor Baianodose de olimisr.io, infundida pelo ando-m-.-nlo sá|isfutório que vinho t-nclo a

•solução da crise universitária do mo-mento.

Assim é que no Pará havia ocorri-do um recuD total do reitor, da suaposição do pretender fechar as esco-Ias poi cie 'cohsioeicidas piejucliciars,aos inleiêssfs Io região ; em São Pauloos olunos da Universidade MacKenziehaviam conseguido a substituição, nacomissão que apura as irreglaridadesque eles apontaiam, do Sr. PascoalCarlos Magno; em Minas Gerais a re-núncia do sr. Ivon Magaihães abrira asperspectivas para o atendimento dasreivindicações dos estudantes de Ciên-cias Econômicas; e em Pelolas, os aca-dêmicos de sua Escola de Agronomia ti-nham conseguido do Ministério da Agri-cultura a abertura de um crédito de trin-ta milhões de cruzeiros porá transferira faculdade para o novo prédio.

Em chegando a Brasília a euforiaaumenta com a confirmação de que a

Câmara havia designado a Comissão deInquérito.

Vem em seguida a' decep',ão: todoum dia de «demo enes» e não foi con-seguido um encontro com o PresidenteJK, ou mesmo com o ministro da Edu-cação.

Vergastando o comodismoNo domingo (28 de agosto), à

ndite, o Conselho distribui á imprensa aseguinte nota:

¦ O Primeiro Conselho Extraordiná-rio da União Nocipnal dos Estudantes,reunido em Brasília com a finalidade detratar da Reforma da Universidade e,especificamente do caso da greve dosesludantes da Universidade da Bahia,já com oitenta dias de duração, expõeao povo brqsileno:

I — A reunião foi mercada pa-ra Brasília por ser esta cidade, pelo me-nos teoricamente, a capital do Brasil,local onde lógica e conseqüentementedeveríamos encontrar o Presidente da

República, bem como o Sr. Ministro daEducação e Cultura, de quem mais di-retamente emanariam providências paraa solução do caso citado.

— A presente reunião segue-sea uma série de advertências, entre asquais uma greve nacionjl dos estudan-tes, deflagrada no dia I 1 do mês pas-sado com a duração de cinco dias, semque as providências solicitadas fossemtomadas, impossibilitando o retorno ásaulos dos esludantes baianos, de vpzque islo significaria a continuação dasirregularidades que medram no seio da-quela universidade.

— Na oportunidade os estu-dantes de lodo o Brasil, aqui reunidos,manifesiam a ccr.cza de que as auioii-dades venham a atentar para a gravi-dade da situação, abandonando o co-modismo até agora demonstredo, sobpena de vire.n a ser responsabilizadospor quaisquer :a'os supervenientes deconseqüências mais graves.

Brasília, em 28 de agosto de 1960.a) Domingos Muchon (Presiden-

le do Conselho e represenlu.de de Mi-nas Gerais).

a) Oliveiros Guanais (Presiden-te da União Nacional dos Estudantes).

Esta nola foi assinada por mais17 presidentes de Uniões Estcduais deEstudantes.

No saguão da Câmara

Na segunda-feira (29-8) à tarde,hora em que redigíamos estas notas, oslíderes iniciavam uma reunião no saguãoda Câmara dos Deputados. Até entãonão tinham discutido sobre o planeja-mento da grande campanha pela re-forma das universidades. Todos estavamempenhados em pressionar o Ministro aintervir na Universidade da Bahia e fa-zer cancelar a suspensão imposta áliderança universitária e garantir a rea-lizaçâo de provas parciais para os gre-vistas.

Congresso da UME ConsagraráReierorma do En sino Superior

Sérgio Magalhães, Tenório Cevai-canti, Mendes de Morais e Carlos La-cerda (candidatos ao Governo da Gua-nabara) falarão cada um duianle trin-ta minutos, e em sessões diferentes, ex-pondo seu programa de trabalho aosestudantes cariocas, na oportunidade daconcretização do próximo CongressoMetropolitano dos Estudantes, marca-do, de início, pqra a semana de 11 a17 de letembro. A iniciativa «bossa no-va» faz parte de uma série de medidasdestinadas a tornar o conclave umarealização mais viva e de maior caráterparticipante.

0 Que é. O Congresso é o órgão supremo dos

universitários guanabarinos. E' convoca-do pela diretoria da UME, que nomeiauma Comissão Organizadora para pre-pará-lo e garantir a sua efetivação.Compõem-no representantes dos direto-rios acadêmicos das 42 escolas superio-res do Rio de Janeiro, eleitos ou indi-cados em número proporcional à quan-tidc.de de alunos de cada faculdade.Vem sendo realizado há mais de umadezena de anos e terá por local ma'<;uma vez,.— o- que já está se tor-nando uma tradição — o velho casarãoque serve de sede à UNE, na Paria doFlamengo, 132.

0 Que FazComo atribuições fundamentais, o

Congresso aprova (ou não!)" o Relato-rio e a Tomada cie Contas da diretoriacujo mandato está exp tando, elabora

um Piograma Mín'mo Administrativopara ser cumprido pela diretoria vin-doura t> dá corpo a uma Carta de Prin-cípios que servirá de orientação políticaa ser seguida pela entidade durante tô-da uma g:stáo. Esta carta de princí-pios é redigida levando-se em conta òque cslá cristalizado em outras carrossemelhantes apresentadas pelas diver-sas boncadas t'e faculdades. Além dis-so, o Congresso discute vários outrosproblemas, todos catalogados num te-mário aprovado em plenário na primei-ra reunião. Tais problemas vão desefe

reivindicações resliilas ao movimentoestudantil até as questões ma s canden-tes de movimento nacionalista, que sãoapreciodas sob a rubrica de Piobhir:-.Nacionais.

Reforma UniversitáriaVai Dar a Nota

No momento ainda não estão arro-lados os assuntos que constituirão otemário do encontro. A Comissão. Or-ganizadora está ainda na fase dos pri-meiros passos. Pode-se acrescentar, en-tretanto, que a tônica do Congresso se-rá a luta pela reforma da Universidade.Tal como nos demais Estados da Fede-ração, o sistema de ensino superior daGuanabara apresenta-se inequívoca-mente deficiente e superado. Há perfei-ta consciência do fato entre os univer-sitários cariocas. Tanto é assim que jáfoi proposta à Comissão Organizadoraa criaçéo de uma Comissão Especial deRafotma Universitária.

Aurélio Viana:Presiiíaníe de Honra

Ma última reunião dos conselheirosda UME (formam o Conselho uni repre-sentante de cada escola) foram clesig-nados Patrono, Presidente de Honra eoutros homenageados do Co:iqres".o. OPatrono será o governador Sette Cama-ra. Para Presidente de Honra os conse-lheiros escolheram unanimemente o de-putado federal (PSB • Alagoas) AurélioViana. Quiseram aisim os universitáriospagar um tributo ao parlamentar so-cialisla pela s'ic atuação mil'' '<• emdefesa da escola pública.'

TEMEDa competência do Congresso é

também a eleição do Tribunal EleitoralMetropolitano (TEME). Este processaráas eleições para a nova diretoria daUME, que serão efetivadas em princípiosde outubro. As eleições são feitas pelosistema de votação direta, com urnasem cada faculdade. O TEME fará a apu-ração do pleito, proclamará e empossa-rá os eleitos, findo o que será dissol-vido.

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Tara afrente

No próximo Congresso da UME os uni-versitârios vão coordenar a arrancadacontra o status quo» dar, nos;a- esco-Ias MÍpcriores. Seiá fl batalh.i para aqual não f;ilt.irão soldado*. O clan dojovem dn foto estará cm todos

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os 2 lados do mundoem 1 instante de leitura

1.° de setembro HOJEnovo completo compacto

problemas do povoa luta contra o crimevida esportiva

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NOVOS RUMOS

Ae a

v^ompandepen

n hias Norte-Americanasd encia d o Congo

MICHEL BOSQUET(Serviço especial l/EXPRESS-PREHSA LATINA)

PARIS (PI.) — A quantidà-de de metais e combustíveis mi-norais utilizados cm nosso paisdesde a primeira guerra mundial csuperior à quantidade total utiliza-da no mundo inteiro desde suas ori-gens ate 1914... Em 1957; os Es-tados Unidos compraram no estran-geiro 80'' de seus manganês, 70'.;de chumbo, 75'- do cobre, _.)'- doferro que consomem...» Estas li-nhas foram extraídas cie um rela-tório dirigido em 1955 ao Presiden-te Eisenhower pelo economistaPaley. No ano seguinte, o yice-Pre-sidente Nixon iniciou uma grande«íournée- pela África. O inventárioque vêm fazendo dos recursos mi-nerais cio mundo é certamente omotivo dominante do vivo interes-se manifestado pelos Eslados Uni-dos a respeito da África nesses qua-tro últimos anos.

O subsolo africano produzatualAiente a totalidade dos dia-mantes (industriais e de jóias) con-sumidos no mundo, a metade cio an-timónio, a terça parte do cobre edo cromo, 40V' do manganês, 15'.do chumbo e do ostanho, 10'- dourânio, 6.Vr do ouro e do coballo.

Esquecer o anticomunismo

A quase totalidade desse cobro,desse cromo, cio coballo, do urânio,o anümónio, os diamantes, o ouro,bem como uma terça parte do es-tanho africano, provêm de três ter-ritórios situados no centro e ao sulda África: A União Sulafricana,Rhodésia do Norte e o Con^o —mais exatamente a província con-golesa de Katanga. Esta última porsi só produz 53f,_ do cobalto, 9';ó docobre e do estanho, 5'/. do zinco edo urânio consumidos no mundo.

Já em novembro de 1959 a co-missão de assuntos estrangeiros doSenado Norte-americano escreveuem um relatório sobre a África.

«Por causa da contribuição doCongo às necessidades industriais emilitares dos Estados Unidos, o es-sencial é que nossas futuras rela-ções com esse país nos garantam acontinuação de suas vendas».

Que se pode entender por isso?A comissão do Senado apressou-.'•. a explicá-lo: Os Estados Unidosdeviam • tomar em consideração asaspirações e os interesses das na-ções africanas. Só os governos au-têntieamente africanos teriam a au-toridade necessária para garantir aestabilidade dos novos Estados. Emparticular, escreveu a comissão,«Devemos acima de tudo livrar-nosdas preocupações passionais a res-peito da penetração comunista, pre-ocupações que determinaram atéagora nossa conduta... uma políti-ca de não-compromisso com os doisblocos é algo que interessa tanto aoOcidente como à África».

Três gruposMas se o Senado norte-ameri-

cano reconhecia lücidamente que osnovos estados africanos não devema nenhum preço misturar-se naguerra fria, as companhias não

achavam a mesma coisa. O Impérioque tinham erigido na África Ccn-trai e Meridional era mais lucrati-vo que qualquer outra exploraçãomineira do mundo. Para se ter umaidéia, basta dizer que «o cinto decobre» (Rhodésia do Norte e Ka-tanga Meridional) produz um mine-ral que contém dc 3 a TA de metal.As jazidas norte-americanas sócontem 0,9'r. As jazidas chilenasl,8'/_. O custo de produção do co-bre Centro-Africano é (conformeas jazidas) de S0 a 135 libras es-terllnas por toneladas. O preço mun-dial do cobre varia entre 420 (co-tação mais elevada) e 170 (cota-ção mais baixa) libras esterlinas;atualmente está em 260 libras, edá de 100 a 200' í de lucros.

O Império Mineral cia Áfricaestá dominado por três grupos, o«Rhodesian Selection Trust» (con-trolado pela American Metal deNew York) que nos bons anos dis-tribui dividendos duas vezes maio-res do que cobram no total em sa-lários 39.000 mineiros da Rodhésia;O grupo Anglo-Americano, presidi-cio por Marry Openheimor que pro-duz 20-í do ouro mundial. 35.< dosdiamantes (comercializa a produ-ção mundial integral) e 10VÍ do co-bre. Ksle grupo, cujo capital é dedois bilhões e quatrocentos milhõesde dólares, obteve em 1959 duzen-tos e setenta milhões de lucros, de-pois de pagar trezentos e sessentamilhões de imposto. Por último, aUnião Mineira do Alio Katanga(U.M.H.K.), filial da Société Gé-nérale Belge, que tem participaçõesnos outros dois grupos, e vice-ver-sa.

Um aliado africanoPara a Société Générale, o

Congo e especialmente Katanga, ti-nham sido até 1952 uma questãode família. A Société Générale de-sempanhava o papel de Banco Cen-trai e de Instituto de Emissão daMoeda Congolesa. Por outro lado,não havia nenhum inconvenienteem que a maioria das ações daUnião Mineira estivessem em poderdo C.S.K. (Comitê Especial deKatanga), que por sua vez estavacontrolado em dois terços pela ad-rninistração congolesa.

Quando a independência doCongo se tomou inevitável, a gran-de preocupação da Société Généra-le foi conservar seu Império deKatanga. O C.S.K. foi dissolvido;o governo do Congo independenteperdeu assim o controle indireto daUnião Mineira; somente se lhe per-mitiu conservar 22,5'/» das ações.

Durante as negociações de Bru-xelas não se especificou se esses22,5'/" iriam para o govêmo centralcongolês ou para o governo daprovíncia de Katanga. De fato, osmembros do Conselho de Adminis-tração da União Mineira, já tinhamcancelado seu plano. Em fins doano passado recrutaram em Bruxe-Ias, como conselheiro o capitãoWaterhouse, que até então tinhasido o líder dos ultra-conservado-res do parlamento Britânico, e quedaí por diante lhes serviu de inter-

mediano ante o governo de Rhodé-sia. Simultaneamente realizam-senegociações com o grupo anglo-americano de Rhodésia e com oSelection Trust. De que se tratava?Sir Roy VVelenski, primeiro minis-tro da Federação Centro-Africa-na (que engloba a Rhodésia doNorte) fêz em 2 de março úl-limo esta confidencia ao «DailyExpress» de Londres: «Alguns se-tores de Katanga recorreram a mimpara sugerir-me que estenda a mãoá esta província, assim que consi-ga sua independência».

O plano da União Mineira con-sistia em tirar do governo centraldo Congo os 22,5'/í de sua partici-pação, provocando a sucessão deKatanga e, para maior segurança,sua Federação com a Rhodésia, do-minio Britânico situado na mesmazona de jazidas, e cujo governo eraum defensor intransigente da «su-premacia branca».

Para que a operação tivesseêxito era necessário um aliado afri-cano. Foi Moise Tschombe que de-clarou de saida em janeiro último,em Bruxelas, o que o «Eco dc Ka-tanga», jornal dos colonos, tinha es-crito um mês antes: «Estamos deci-didos a criar um Estado de Katan-ga independente, agrade ou não aBruxelas».

Um golpe na "mão amiga"Com ésse fim o Partido Conakat

de Tschombe tinha-se aliado naseleições do ano último com o.UCOL

l União dos Colonos Katanguenses),cujo ex-presidente transformou-seem conselheiro técnico do Conakatnas negociações de Bruxelas. Ao

realizarem-se as eleições em Katan-ga, Lumumba estava ainda na pri-são, e seu partido (o MNC) náo pó-de intervir nelas; só se apresentouo Conakat, de M. Tschombe, parti-do alé então pouco conhecido, queconquistou 37 dos 60 assentos par-lamenlares cm disputa.

Em virtude da Constituição,isso era insuficiente para permitira Tschombe formar um governohomogêneo; então o vice-governa-dor geral, Schoeller, çncarregou-sede fazer votar em Bruxelas umamodificação da Constituição.

A operação foi realizada commaestria. A secessão de Katangapermitiria â Société Générale, ma-tar dois coelhos de uma só cajada-da: livrar-se do Congo (cujas mi-das fiscais procediam em terça par-te dos impostos pagos pela UniãoMineira, e cujas imensas necessi—idades agravadas pela fuga de capi-tais, a repatriação da totalidade dasreservas de ouro e de divisas c oconseqüente endividamento, amea-cavam pesar durante muito tempono orçamento geral), e ao mesmotempo conservar Katanga, e porseu intermédio recuperar imediata-mente as outras duas províncias ri-cas: o Kasai e o Kivu. Quanto aosrestos exangues do pais, que sc en-carregasse deles a União Soviética,se tivesse vontade...

A execução déste plano de des-membramento já está muito avan-cada. Os Governos Britânico e Nor-te-Americano, em todo o caso, nãoestavam visivelmente associados nojogo das companhias mineiras. A«mão amiga» que Sir Roy Welénskiia estender a Katanga recebeu rã-

Rio de Janeiro, semona de 2 a 8 de setembro de 1960 —

o — ORO0—COBALTO•¦—CROMO

PLATINO—COBRE

„ — ESTA-0j <>?<-. DIAHANTE9i ? ^INDUSTRIAI©! (g>—-MANGANESO'j H— NICK-L! f«ES! à—AKIW-0

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Três provínciasintocáveispidamente um golpe de régua daparte de Macmillan, e teve que re-tirar-se.

Quanto ao governo norte-ame-ricano, parece julgar que cobriruma operação do mais puro estilocolonial seria a melhor maneira dearrastar a África à guerra fria ecomprometer a aquisição norte-americana de metais não ferrosos,

Apesar da reticência norte-

O grosso das rlqueus do Congo Belga,onde sobressai a produção de minerais,concentra-se em três províncias: Katan»ca, Kasai e Klvu, os Imperialista* fa.... ni questão de manter aa três, contraa Independência do pais.

americana e britânica, os grupe*mineiros conservam mesmo «Mimuma possibilidade de forçar a mioaos governos e de lhes impor outrapolitica. E' que esses grupos dia*põem de uma considerável dlantei-ra. Nem o governo belga nem o go*vêrno americano puderam submete*los a tempo aos imperativos da suapolitica nacional. Essa é a lição maisclara do caso Katanga.

HÁ 21 ANOS DA INVASÃO NAZISTA:

A POLÔNIAAS MISÉRIAS

NAOPOR

ESQUECEUQUE PASSOU

Mais de seis milhões de mor-tos, dos quais apenas dez porcento perderam a vida nas hostili-dades iniciadas pela Alemanha hi-tlerista a 1 de setembro de 1939,eis o saldo trágico registrado pelanação polonesa, durant* a agres-são e o cativeiro que lhe foi im-posto há 21 anos, quando desabousobre a humanidade a tempestadeda II Guerra Mundial.

O povo polonês, cuja supremaaspiração era a paz, foi de fato dosque mais sofreram os horrores daguerra imperialista, eqüivalendo ototal de seus mortos a mais de 22%de sua população, que era de 27milhões de habitantes. O número devitimas que sucumbiram nos cam-pos de concentração atingiu a maisde 3.500.000. Quase dois milhõesde outras pessoas foram liquidadaspelas tropas de ocupação nas pri-soes, submetidas às epidemias, àfome e a um regime brutal de tra-balhos forçados.

Os dirigentes de ocupação ale-mã da Polônia jamais ocultaram seu

orgulho mórbido diante desses mé-todos de extermínio cm massa dapopulação. £m seu diário, o então«General - gouvernement» HansFrank, escreveu com data de 6 desetembro de 1940:

«Pensamos aqui de maneiraimperialista, no melhor estilo detodos os tempos. O imperialismoque desenvolvemos hoje não podeser comparado com os insignifican-tes esforços feitos pelos governosalemães fracos na África».

Qual era a origem do orgulhonazista, orgulho que crescia na pro-porção do número de crimes come-tidos e de vítimas imoladas? Tendoconsiderado, desde os dias de Bis-mark, que a sinceridade cínica éuma virtude, os alemães jamais es-conderam as razões de seu compor-tamento e os objetivos que preten-diam atingir. A 21 de setembro de1944, em discurso pronunciado emJaegerhoeche, disse Himmler, co-mentando o levante de Varsóviacontra a ocupação alemã: «Pore-mos fim a isso dentro de cinco a

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Na noite dc ocupação

que devastou a Polônia

X.is longos anos de ocupação da Polônia, tropas nazistas puseram em prática toda sorte de métodos do tortura indivi-<inal <: cm massa, visando ao extermínio de seu povo. Mais do seis milhões de mortos, quase uma quarta parte da po-pulação, não conseguiu escapar à barbárie implantada por Hitler com a invasão do s.ilo polonês a I de setembro de!!)__. .Na foto, aspecto de unia chamada geral de prisioneiros, todo* inteiramente nus, no campo tle cone .1.ração de-i-untliausen. A besta nazista, no entanto, seria esmagada pouco depois |>eu,_ --furiosos exércitos da União Soviética.

seis semanas. Então Varsóvia serávarrida do mapa — Varsóvia, a ca-pitai, o núcleo central, a floraçãointelectual dos 16 ou 17 milhões depoloneses, da nação que, durante 700anos tem barrado o caminho parao Leste e se nos antepõe desde aprimeira batalha de Tannenberg.Então, o problema da Polônia, bis-tòricamcnte falando, não mais exis-tira para nossos filhos, para todosaqueles que serão nossos sucessorese nem mesmo para nós próprios».

Entretanto, menos de um anoapós este discurso, as tropas polo-nesas e soviéticas expulsavam deVarsóvia os bárbaros ocupantes na-zistas. O plano genocida tinha sidoexecutado apenas em parte.

0 extermínio dos judeuspoloneses

O extermínio dos judeus polo-neses constitui um capítulo à partedo genocídio praticado nos camposde concentração nazistas. De umapopulação de mais de três milhõestle judeus poloneses, muitos forammortos nos ghetos, ou pela fome.A maioria, porém, pereceu nas câ-maras de gás e nos fornos crema-tórios de Oswiecim, Majdanek, Tre-blii-ka e outros campos de morte.A liquidação física dos judeus foiuma campanha nazista levada àprática com rígida crueldade. Em1940 todos os judeus poloneses fo-ram metidos nos ghetos. Em outu-bro de 1941 foram eles proibidos,sob ameaça de pena de morte, desaírem, sob qualquer pretexto, dolimitado espaço a que estavam con-finados. Enquanto isto, os alemãespuseram-se a exterminar os ghetosmenores, das pequenas cidades, as-sassinando no próprio local umaparte da população polonesa etransferindo os sobreviventes paraos ghetos das grandes cidades ou pa-ra os campos de concentração. Oano de 1942 marcou o final da li-quidação dos ghetos. A primeiracampanha de eliminação do ghetode Varsóvia foi montada no verãodesse ano. Na primavera do ano se-gulnte, 1943, durante o LevanteOriental no gheto de Varsóvia. todoacjuêle distrito foi arrasado e to-< os seus habitantes foram mor-

Eis o balanço dessa campanhanazista: de mais de 3 milhões dejudeus poloneses existentes em1939, restavam, em 1945, algumasdezenas de milhares.

Os crimes contra a culturae a economia polonesas

Os embarques de poloneses pa-ra trabalhos forçados na Alemanha

serviram a um duplo objetivo: su-prir de mão de obra na agriculturae na indústria alemães, pois foia Polônia a principal fonte da tra*balho escravo para os naxistaa Jáque, ao fim da guerra, nada menosde 2.460.000 poloneses tinham si-do mandados para a Alemanha; oextermínio dos poloneses, pois istoé o que significava o trabalho for-çado na Alemanha, a fome, as mo-léstias e os maltratos. Além do que,com a transferência para a Alemã-nha de tantos poloneses, o índice denatalidade na Polônia fatalmentecairia. E reduzir o índice de nata-lidade nos países dominados era im-portanto componente dos planos na>zistas de extermínio biológico dês-ses povos.

O extermínio biológico foiacompanhado pela devastação cul-tural e econômica. A erradicaçãopremeditada dos intelectuais polo-neses iniciou a campanha contra acultura nacional do país, a «politis-che Flurbereiningung», ou «políticade limpeza do solo», como a chamouHitler nas resoluções que tomou abordo de um trem, em Itnau, a 12de, setembro de 1939. Esta campa-nha se completava com a destrui-ção em massa e o roubo dos tesou-ros culturais da Polônia.

A devastação econômica exce-dia de muitos os limites da explora-ção para fins militares. As baseseconômicas da existência da naçãopolonesa eram solapadas e destruí-das de maneira planejada, sistema-tica. Segundo relatório da reparti-ção do Reivindicações de Gueri* aoPresidium do Conselho de MlnU-tros, as destruições provocadas peiaguerra totalizaram 49,2 bilhões dedólares, incluídos 16,8 bilhões de dó-lares em prejuízos diretos. Os pre-juízos indiretos, verificados no após-guerra e conseqüentes aqueles in-fugidos durante a guerra, somaram32.4 bilhões de dólares. Os desas-trosos resultados da guerra para aeconomia polonesa podem ser cia-ramente ilustrados com recurso aosdados referentes à renda nacionaldo país no primeiro ano de após-guerra: enquanto que em 1938 estarenda ascendia a 3,37 bilhões dedólares, o índice correspondente a1945 (na mesma relação dc valo-res vigorante em 1938) foi de 1,61bilhões de dólares, ou seja, uma re-dução equivalente a 38,2% da cifrareferente a 1938.

Hoje, vinte e um anos passa-dos do dia em que foi iniciado ocrime nazista contra as terras po-Ionesas, seus filhos não esqueceramas lições do sofrimento e tudo fa-zem para que nâo haja nenhumapossibilidade de sua repetição.

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Page 13: ano II RETRATO DE JÂNIO: CflÇBDOR DE VOTOS … · O parto da montanha Q PLANO demagógico do ir. Jânio Quadros foi preparado nos seus menores detalhei. E tua campanha elei- ...

I " !— Rio de Janeiro, semana de 2 a 8 de setembro de 1960 5 —

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Resolução do CC do PCUSSobre a Conferência de Bucareste

Publicamos a seguir o texlo da re-solução sobre os resultados da Confe-rêncig dos representantes dos partidoscomunistas e operários em Bucareste,aprovada por unanimidade na reuniãoplenária do Comilê Central do PartidoComunista da União Soviética, a 16 dejulho último:

«Ouvido o informe do camaradaF. R. Kozlov" sobre os resultados da Con-ferência dos representantes dos parti-dos comunistas e operários dos paísessocialistas realizada em Bucareste, areunião plenária do CC do PCUS apro-va inteira e completamente a linha po-litica e a atividade da delegação doPCUS, dirigida pelo camarada N. S.Kruschiov, e o comunicado da conferên-cia.

A conferência permitiu aos repre-sentantes dos partidos comunistas eoperários a troca de opiniões sobre osproblemas atuais da situação internacio-nal e sobre as tarefas que dessa situa-ção nascem para o movimento comunis-ta mundial. A conferência confirmou,com nova força, que os partidos comu-nistas t operários apoiam unânimemen-te as conclusões do XX e do XXI Con-gressos do PCUS — as quais exerceramgrande influência sobre a situação in-ternacional, no interesse da paz e dosocialismo — e os princípios da Decla-ração e do Manifesto da Paz aprovadosnas conferências dos partidos irmãosem Moscou, no outono de 1957.

A posição unânime dos partidoscomunistas e operários sobre os proble-mas mais importantes da situação atuali uma nova prova da fidelidade do mo-vimento comunista internacional ao mar-xismo-leninismo, de determinação detodos os partidos irmãos de reforçarema solidez do campo mundial socialista edefender como a pupila dos olhos aunidade do movimento comunista inter-

nacional. Os partidos comunistas e ope-rários confirmaram sua decisão de opor-se aos desvios revisionistas, dogmáticose sectários de esquerda e às manifesta-ções de mesquinhas tendências naciona-listas, e de desenvolver construtivamen-te o marxlsmo-leninismo e levá-lo sábia-mente à prática.

O CC do PCUS confirma sua fideli-dade aos princípios da Declaração edo Manifesto da Paz, carta do movi-mento comunista operário hodierno,programa da lula pela paz e a demo-cracia socialista.

Todas as conclusões da Declara-ção e do Manifesto da Paz foram con-firmadas pelo curso dos acontecimen-tos internacionais e pelo desenvolvi-mento dos países do sistema mundialdo socialismo, e conservam inteiramen-te sua força. Na situação atual, parti-cular importância para o exilo da lutados povos pela paz, a democracia e osocialismo têm as teses marxistas-leninis-tas da Declaração sobre as caracterís-ticas da nossu época, sobre a possibili-dade c!e impedir as guerras e de estabe-lecer uma coexistência pacífica dos Es-tados com regimes sociais diferentes,sobre a necessidade de conservar a vi-

gilância dos povos contra os perigos de

guerra, pois com a existência do impe-rialismo subsistem as bases de guerrasagressivas, sobre as formas de passa-gem dos diversos paises do capitalismo

para o socialismo.Como resultado das conquistas his-

tóricas da União Soviéiica, que entrouno período de avançada construção docomunismo, e do crescimento da forçaüe lodo o sistema mundial do socialis-mo; da luta conseqüente da URSS edos outros países socialistas pela paze a amizade entre os povos, contra asforças imperialistas agressivas; dosêxitos do movimento operário comunis-

ta e de libertação nacional — as posi-ções do socialismo se tornam sempremais firmes, as posições do imperialis-mo se enfraquecem sempre mais, emlôda a parte as forças da paz, da de-mocracia e do socialismo crescem t setornam mais ativas.

O CC do PCUS julga que, num mo-mento em que os círculos imperialistasagressivos dos países capitalistas e prin-cipalmenle dos Estados Unidos, sem le-var em conta a vontade dos povos,procuram impedir a distensão interna-cional e intensificam sua atividade desabotagem à causa da paz, num perio-do em que os imperialistas norte-ameri-canos torpedearam a Conferência decúpula, o Partido Comunista e o govêr-no da União Soviética devem continuara desmascarar sem desfalecimento tô-das as maquinações e planos agressivosdos imperialistas, aumentar a vigilânciados povos, reforçar o poderio e aper-feiçoar a defesa do país, aplicar comfirmeza e coerência a linha leninista dacoexistência pacífica dos Estados comregimes sociais diferentes, procurandoobter a solução pacífica dos proble-mas internacionais em discussão.

O CC do PCUS expressa sua plenasolidariedade à declaração dos parti-dos comunistas e operários que partici-param da Conferência de Bucareste deque a luta pela paz continua a tarefaprincipal do movimento comunista. Hojeconserva pleno vigor a afirmação doManifesto da Paz que diz: «Hoje é pos-sivel não permitir a guerra, é possívelmanter a paz».

A principal condição para libertara humanidade das guerras destruidorasé o reforçamento do campo mundial dosocialismo, a mobilização de todos ospovos na luta pela paz. O sistema mun-dial do socialismo, que cresce e se for-falece, exerce uma influência sempre

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CC do PCUSaprovou Kruschiovmaior sobre o curso do desenvolvimen-to mundial, em favor da paz e do so-cialismo, atua como um bastião indestru-tível da paz, do progresso e da liberda-de dos povos.

O Partido Comunista da União So-viética julga seu dever conduzir uma lu-ta incessante pelo fortalecimento daunidade e da solidez do campo sócia-lista e de todo o movimento comunis-ta internacional, sobre a base dos prin-cípios do marxismo-leninismo e do inter-nacionalismo proletário.

A enérgica luta dos partidos comu-nistas pela pureza da doutrina marxis-

Kruschiov (na foto cumprimentando o dirigente rumeno Sliivu Stoica) chefiou adelegação soviética que participou da Conferência dos partidos comunistas e opera-rios em Bucareste. O Comitê Central do PCUS, em reunião plenária, aprovou unâ-nimemente o informe apresentado por Ko zlov sobre os resultados da Conferênciados rumenos

ta-leninista, contra o revisionismo, con-tra o dogmatismo e o sectarismo contri-buiu para a ulterior solidez do movimen-to comunista mundial, o fortalecimentodas suas fileiras e a depuração dos ele-mentos oportunistas. O êxito no cum-primenlo das tarefas que estão à frentedos partidos comunistas e operáriosexige também para o futuro a lutacontra o revisionismo, o dogmatismoe o sectarismo, que estão em opo-sição ao caráter criador do marxismo-leninismo e impedem a mobilização detodas as forças do campo socialista, domovimento operário revolucionário e do

movimento de libertação para a luta pe-Ia paz e o socialismo, contra o império-lismo.

O Partido Comunista da União So-viética continuará a conduzir inflexível-mente para a frente o nosso povo, pe-lo caminho leninista da incansável .utapela vitória do comunismo no nossopaís, pela paz em todo o mundo,pelo ulterior fortalecimento do sistemasocialista mundial, pela unidade frattr-na e pela solidez do movimento comu-nista internacional, pelo triunfo do mar-xismo-leninismo».

O Imperialismo Continua Como EraMas Não Pode Agora Agir Como Agia

O Partido Comunista Italiano rea-lizou, recentemente, uma reunião doseu Comitê Central, no qual foram de-batidas importantes questões ligadas àsituação internacional. Do discurso en-tão pronunciado por Palmiro Togliati e

publicado no «L'Hnitá» transcrevemoso trecho abaixo, no qual o dirigente ila-liano sustenta e desenvolve a tese de

que a guerra pode ser evitada. O títu-lo e os entre-títulos são de nossa res-

ponsabilidarle.«Esta tese (a guerra pode ser evi-

tada), vem formulada no XX Congressodo P. C. da União Soviética, acolhida esaudada como justa por todo o movi-mento operário, reafirmada na Declara-

ção de novembro de 1957 e nas deci-soes do XXI Congresso do P. C. U. S.Nosso partido desenvolveu esta tese nasdecisões tanto do seu VIII quanto do IXCongresso. Hoje esta tese vem ser re-

posta em discussão. Aqueles que a cri-ficam e desejariam repeli-la apelam pa-ra conceitos que vieram expressos háuns cinqüenta anos, segundo os quais oimperialismo é uma permanente causade guerra e tende a afirmar com a vio-

lência o próprio domínio sôbie o mundointeiro, a submeter os povos e a resol-ver com a guerra o problema da divi-são do mundo entre diferentes gruposcap'talistas rivais. Estes conceitos partemdo conhecimento preciso da natureza dovalor ainda na situação atual. A natu-

reza do imperialismo hoje não mudou.O imperialismo continua a ser uma fôr-

ça que tende a resolver os problemasinternacionais com a guerra e a provo-car as guerras, não se preocupandocom as vítimas, as catástrofes, as imen-

sas destruições de riqueza que são a

conseqüência disso. O próprio carátermundial que tiveram as duas últimasgrandes guerros, distante uma da ou-tra pouco mais de vinte anos, deriva danatureza do imperialismo."

Mas se o imperialismo permaneceaquilo que era antes, isto não quer di-zer que possa agir hoje como agia an-tes, Um bandido é sempre um bandido.Se, porém, se lhe metem as algemas,não pode mais matar. Devemos, pois,ver se não intervieram, na situaçãoaluai mudanças tais que o imperialismomesmo possa ser posto em condições

que não lhe permitam mais desenca-dear a guerra.

A situação em que nos encontra-mos agora é profundamente diversa da-

quela de cinqüenta anos passados. Nãoimperialismo e conservam assim o seuvivemos mais somente na época do im-

perialismo. Vivemos na época em que osocialismo se a irmã e avança, de vitóriaem vitória.

Ora, é para nós princípios essen-ciai de orientação política, de estratégiae de tática, que, em situações diversas,os objetivos e as palavras-de-ordem mu-dem. Exemplo clássico é aquele da pró-pria palavra-de-ordem da luta pela paz.Lenin, durante a primeira guerra mun-dial, repeliu sempre a palavra-de-ordemda luta pela paz. O objetivo que êle pu-nha no movimento operário era, de fato,aquele da transformação da guerra im-

perialista em guerra civil, ile rompia,

pois, com a propaganda pacifista, ten-do chegado à justa conclusão de que a

guerra imperialista tinha criado condi-

ções tais que se colocava e poderia serresolvido o problema da conquista do

poder por parte da classe operária e

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Guerra c pazno CC do PCI

O Comitê Central do PCI voltou a dis-cutir diversas teses de importância cicci-siva para o movimento comunista. Entreelas, a de que a guerra pode ser evi.tada. T.ogliatti fêz um longo discurso arespeito

da revolução socialista. Conquistado opoder e fundado o Estado soviético, aposição de Lenin muda. O objetivo é apalavra-de-ordem da conquista, da de-fêsa e da lula pela paz se põem agorano centro da ação da classe operária edo poder soviético. Basta pensar na po-lêmica com Trotski a propósito da pazde Brest-Litovsk, basta reler os escritosonde Lenin formula pela primeira vez adoutrina da possibilidade da coexistên-cia pacifica de Estados com diferentessistemas políticos e sociais para compre-ender o enorme alcance desta mudan-ça. A coexistência pacífica é necessáriapara manter a paz. A paz é um obje-tivo essencial e vital par a classe ope-rária que conquistou o poder.

Quais são, então, as transforma-ções operadas na situação atual que nosinduzem a afirmar que a guera não sódeve, mas pode ser evitada? Sob duastranformações de decisiva importânciapretendo atrair a atenção: mudou o ca-ráter da guerra e mudou a correlaçãode forças entre o socialismo e o impe-rialismo.

A guerra de hojeAi dos que não tomam conheci-

menlo das novas características que a

guerra hoje assumiu. Corre-se o risco de

permanecer atrasado pelo menos uma

geração no julgamento dos temas da

guerra e da paz. As guerras do passa-do, e também a última, foram de talmaneira que se podia ainda fazer umacerta distinção entre os combatentes nalinha de fogo e a população não com-batente. Hoje, a distinção não é mais

possível. Todos se encontram na mes-ma frente, diretamente na linha da mor-te. Aí se ncontram até, em conseqüên-cia do caráter mortífero das nuvens atô-micas, as populações de países não di-retamente beligerantes. Em segundo lu-

gar, os atuais instrumentos bélicos dedestruição em massa são tais que o seuemprego é destinado a causar a destrui-

ção total de todos os centros da civili-zação humana, além da vida humanaanimal, e vegetal, tornando assim im-

possível, por um tempo hoje não caleu-lavei, a retomada de qualquer ativida-de humana.

Em terceiro lugar, dado que estesmeios de destruição total estão em po-der de ambas as partes, não ó possívelaquele que desse início a uma guerraavaliar quais poderiam ser, em qualquercaso, as conseqüências para êle mesmo.A guerra pode tornar-se, para quem ainicie, um suicídio. Se os Estados Unidosabrem fogo de surpresa, pode aconte-cer que consigem infligir danos incal-culáveis aos países socialistas, mas da-nos maiores sofrerão êles própiios.

Se houvesse destruição total deuma parte, haveria também da ou.ra.Tudo isso muda o caráter da guerra, e,

portanto, deve induzir-nos a refletir econsiderar de modo novo também anossa doutrina da paz e da guerra. Per-

manece absolutamente válida a nossadistinção entre guerra justa t guerrainjusta. Quando se trata de defender aliberdade, a independência nacional, acausa do socialismo, o combate é justoe luta-se para vencer. Se amanhã hou-vesse um conflito mundial sabe-mos muito bem que a razão es-tá do lado não do imperialismo,mas daqueles paises socialistasque sistematicamente combateram,combatem e combaterão pela paz. Masse supusermos as destruições totais quehaveria nas duas partes, é evidente queà definição do caráter justo da guerrase devem acrescentar outras considera-ções. Imaginemos, concrelamente, quesobre nossa Pátria caíssem aqueles vinteou trinta engenhos nucleares suficientespara criar a destruição total e o deser-to: que socialismo poder-se-ia jamaisconstruir, naquelas condições? Nós men-teríamos ao povo se disséssemos queatravés de uma guerra, hoje, nós pode-mos nos aproximar do socialismo. Deve-mos dizer a verdade, e isto significa quese queremos manter aberto ao povoitaliano o caminho do socialismo, deve-mos fazer o necessário para que umaguerra seja evitada.

A correlação de forças

A nossa luta pela paz tem um ca-ráter profundamente humano. Nós, re-presentantes da closse que amanhã go-vernará todo o mundo, compreendemosmais e melhor do que todos os outros aameaça terrível que hoje pesa sobre ahumanidade; devemos salvar aquelepatrimônio de civilização que se acumu-lou durante séculos; empenhamos todasas nessas forças para que a vida e acivilização dos homens continuem, unin-do-se àquele patrimônio, desenvolven-do-o, transformando-o. êste era o senti-do profundo do apôlo por nós dirigidohá alguns anos às fô.-ças católicas, eaquele apelo penetrou piofunàamentena almn de milhões de homens.

Passando ao eame das relações deforça entre o imperialismo e o socialis-mo, vemos qua também aqui interveiouna tal mudança que a situação não émais do nenhum modo semelhante aque-Ia de 50 anos passados.

O imperialismo nunca tinha tidodiante de si, até 1917, um país soda-lista. Quando começou a ter diante desi um país socialista, o desprezou, o con-siderou por muito tempo uma entidadesem importância, que não devia exercerinfluência sobre a política mundial. Hi-tler pensava poder com uma das suasguerras-relâmpago varrer a área dês-te país, e Hifler terminou como termi-nou. Mas nós sabemos quanto sacrifi-cio, quantas perdas, quanta dôr custouaos povos soviéticos alcançar a vitóriasobre o hitlerismo.

Hoje a União Soviética deu, emrelação às forças que possuia no pe-ríodo de 39-40, um enorme salto. Hoje,pois, existem outros países socialistas, a

extraordinária China Popular, que tam-bém está se tornando em país indus-trial, todo o oriente europeu, que avan-ça sobre a estrada do socialismo. Ago-ra já podemos contar os anos que nosseparam do momento em que o peso daindústria socialista será superior nobalanço mundial, ao peso daindústria capitalista, da indústria que es-tá à disposição do imperialismo. Já ho-je todos reconhecem que há, da partedo mundo socialista, uma superiorida-de militar, e é por isso, de resto, queos americanos declaram estar convenci-dos de que em uma gueria com a UniãoSoviética não conseguirão derrotá-la.Isto quer dizer claramente, de fato,a afirmação de Eisenhower de que emcaso de guerra entre os Estados Unidose a União Soviética não haveria nemvencedores nem vencidos. Tudo isso nãopode deixar oe ser levado em contaquando se considera se a guerra podeser evitada. As forças do campo sócia-lista estão, na verdade, empem.adas to-talmente para evitar que haja guerra.

A influência dos paísessocialistas

E' necessário ainda levar emconta a conseqüência política desta

transformação radical na correlação deforças . A principal é que não há mais,no mundo, esferas de influência resei-vadas ao imperial'sr,io. A sua letaguar-da colonial está anuinada. Em todo omundo se expande a influência dos pai-ses socialistas e em particular da UniãoSoviética. Outro dia, um dos mais des-carados e mais ridículos mercenários doimperialismo americano escrevia em umjornal de Turim que o principal inimigoda paz é nada menes que o camaradaKruschiev, porque êle fêz e faz sentir avoz da União Soviética a propósito detodos os problemas de natureza internei-cional, em particular do Congo e deCuba! Que escândalo! O socialismo in-vade as zonas de caça reservada ao im-psrialismo! Pois bem, é preciso que da-qui por diante todos lomom conhecimen-to desta nova realidade.

Não há nenhum problema de poli-tica internacional que possa ser tratadoprescindindo da existência dos paísessocialistas e da sua conseqüente e enér-gea defesa da paz. Cuba, o Congo, aliberdade dos povos africanos, o desar-momento são questões que são exami-nadas e resolvidas todas à luz desta no-vo correlação de forças. Ao serviço dapolítica de paz dos paises socialistasestá, de fato, nao somente o seu pres-tígio crescente. Está uma força materialcapaz de impor-se aos próprios imperia-listas agressores e fazê-los retroceder.E' por isso que no decorrer dos últimosanos vimos a França e a Inglaterra demodo clamoroso derrotadas na suaagressão contra o Egito vimos os Esta-dos Unidos postes na impossibilidade deconduzir o seu intento agressivo contrao Líbano e contra o Iraque. Por issoCuba não pôde ser tratada, pelos Es-

PALMIRO TOGUATTItados Unidos, assim como trataram háalguns anos passados a Guatemala.Desta forma o Congo pode esperar queseja posto término à agressão belga.Novas contradições

Esta é a nova realidade da vida In-ternacional. Isto não quer dizer que avida internacional tenha se tomadomais tranqüila. Os conflitos existem; oscontrastes e as contradições permane-cem; a agressão do imperialismo con-tinua a manifestar-se; mas a correia-ção de forças mudou e continuaininterruptamente a mudar a favordo campo socialista e em prejuízo doimperialismo. No campo do imperialis-mo, em conseqüência desta mesma si-tuação, se abrem novas contradições econtrastes que podem servir também pa-ia tornar mais fácil a luta pela paz •pela coexistência pacifica.

Quando afirmamos que a guerrapode ser evitada, nós dizemos, pois,qualquer coisa que se choca com aafiimação da necessidade de uma lutadas massas contra o imperialismo? Denenhum modo. Ao contrário, dizemosque a guerra poderá ser evitada tantomais facilmente quanto mais conseguir-mos, através de um grande movimentode opinião pública, através dt lutas •manifestações de solidariedade entre ospovos de todas as partes da terra, iso-lar os dirigentes do imperialismo, com-batendo-os. As duas coisas estão poisestreitamente ligadas. Somente quemraciocina de modo esquemático, fora darealidade, pode não discernir esta liga-ção.

Assim, quando dizemos que a gi-r-ra pode ser evitada, não criamos ne-nhuma ilusão nas massas, porque aomesmo tempo as chamamos à luta paraevitar a guerra. Despertamos, sem dú-vida, cspeianças, mas são esporançosque devemos despertar na vilória dapaz e do socialismo no mundo inteiro.Sâo esperanças que de modo legítimoderivam da grande marcha' para frenteo do reforçamento contínuo do socialis-mo no mundo.

O importante é que os objetivosque nós apresentamos e pelos quaischamamos à luta, isto é, a distensão, acoexistência pacífica, o desarmamentoe a paz sejam considerados por nóscomo objetivos reais, islo é, tais quepossam ser alcançados. Se assim nãofosse, se não acreditássemos na possibi-lidade de evitar a guerra, em nome dequo conduziríamos a luta pela disten-são, pelo desarmamento, por uma coe-xistência pacífica? Efetivamente, então,nós enganaríamos as massas • haveriasimulação na nossa luta. Mas nós nãoenganamos e não nos enganamos, jus-lamente porque as nossas posições de-rivam de uma séria e exata apreciaçãodas relações de forças reais. As forçasda paz começam a ser preponderantes.Trabalhamos e combatemos para que osejam sempre mais e para que a guer-ra seja banida das relações enfre ospovos».

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«^•¦,T.,:

NA ESTIVA, NAS PORTAS DE FÁBRICAS, NO RECESSO DOS LARES:

SerCora C

giori o Povoampanhaionalista

O deputado Sérgio Magalhães es-tá alicerçando a sua vitoria nos eleições para o governo da Guanabarano estilo de campanha política tradi-cionalmente adotcclo pelos candidatospopulares, na terra carioca: a conver-sa diária com os operários, nos pró-prios locais de trabalho destes. Desdeas arimeiras horas da manhã, quandocomeça a luta pelo pão de cada dia

para milhares de trabalhadores do Riode Janeiro, alé ao cair da noíV«, acom-

panhado por liúeres sindicais e popu-lares que o apoiam, o candidato na-rionalista ao governo da Guanabarafaz, diariamente, dezenas de comidos

relâmpagos e debates diretos com os

trabalhadores, seja na zona do Pórlo,

seja nas grandes fábricas da zona su-

burbana, seja em pequenas fábricas de

móveis em São Cristóvão.

Se o esforço dispendido é grande,o resultado c mais do que compensa-dor. A opinião geral dos responsáveis

pela cc- :panha sergisla é a de que és-!¦*$ contatos diretos do candidato com ostrabalhadores são os grandes responsa-veis pela sensível e crescente mudança

que se opera no panorama eleitoial daGuanabara, há alguns meses, em favorcie Sérgio Magalhães. Em particular, éatribuído a esta campanha c sério re-cuo observado na ccindidatuia divisionis-Ia de Tenório, que começou reunindocirande simpatia entie as massas Ira-

balhadores anliiacerdislas, mas que jᦠagora upatece abandonada, porcue ostrabalhadores compreendem, cada dia

em maior número, que o único e veicla-

deiro meio de impor n Lacerda esmo-

gadora derrola que êle merece, é dar

a vitória ò candidatura nacionalista cie

Sérgio.

Ao lado desses '^comícios de poriado fábiica ¦, o deputado Sérgio Magti-Ihãcs veiii empreendendo com inegávelêxito popular um programa de grandescomícios de bairro, que revelam igual-mente o crescimento de sua candidalu-ra na simpatia do eleitorado. Sábadoúltimo, seu comício cm Vigário Geral,confirmou plenamente essa ascensão.No próximo dio 3, sábado, êle estaráfalando à população trabalhadora deConjunto Marítimo Saúde, e, domingo,falam em Bangu.

Ao lado do deputado Sérgio Mo-cnlhãcs, nesta campanha popular quedará em 3 de outubro um governo ria-cionalista e democrático para o maisnovo Estado da Federação, estão sem-pre os candidatos a deputado estadualpelo PTB, Hércules Correia e RolondCorbisier, bem como numerosos diri-gentes dos partidos que apoiam a suacandidatura e de sindicatos de traba-lhadores cariocas. Todo o empenho,tanto do candidato como de seus com-panheiros de campanha, é feito no sen-lido de esclarecer os trabalhadores e o

povo carioca sobre a necessidade daunião, pela base, das forças popularese democráticas da Guanabara, que sus-tentam a candidatura nacionalista deLott-Jango no plano federal, paraque seja derrotado e desmoralizado,também no plano regional, o campo en-Ireguista e reacionário de Jânio e La-cerda.

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sBI^^Sf^iVíír.1'^-*'"^/. ^-v9|S^ ÍSk'^.*~"^&*^^^$t- ?! *»«wB«SHBBflEP§8raS^^s

0 apoioda estiva

No <>pier» da Praça Mauá, o deputado Sérgio Magalhães recebeu o apoio entusiásticodos estivadores cariocas, na manhã de sábado último. Os trabalhadores do Rio deJaneiro formarão em 3 de outubro ao lado de seus companheiros de todo o pai»,elegendo os candidatos nacionalistas Lott, Jango e Sérgio Magalhães para a pre-sidéncia, vice-presidência da República e governo do Estado

Um «bate-papo»

que pesará nas urnas

Os '.'comicios-relãmpagos» de Sérgio, co-mo o realizado no cais do Porto, témassegurado ao candidato nacionalistauma ascensão vertical na simpatia dasgrandes massas do eleitorado carioca

Candidato e eleitores

tem a mesma opinião

A campanha de Sérgio está ccntralizacl.1 cm torno de soluções radicais para algu tis dos problemas básicos e mais urgen-tes do povo carioca: luta contra o regime de espoliação e tle privilégios de que goza fl Light, através de soluções nacionalista»para o problema da luz, do gás e do telefone; moralização e reorganização dos serviços cie água c esgotus: reforço a ridetle escolas publicas: contra o projeto tle < Zona Franca» no Porto do Rio, e apoia integralmente o projeto tle lei que dá aosindicato tios estivadores o direito de operar como empreiteiro de serviços nos po rtos

ggrft^ifwyff " mtc t )"«>rn •

^'itiBasBy&iaxBoBÍiS^

•ia iiiftíiin

Os braços descansam

c a cabeça trabalha

Enquanto esperavam o desembarque da carga de um navio norte-americano, os esti-vadores do Armazém 10 do porto carioca rcuniram.se para ouvir a palavracandidato nacionalista c dos dirigentes sindicais que formam a Frente OperáriaNacionalista Lptt-Jango-Sérgio. A cantlitl atura Sérgio ocupou completamente o se-tor dos portuários c.iriucas

*° Os portuáriosesstao com a «FON»

O lider dos trabalhadores na indústria têxtil, Hércules Correia, candidato popularà Câmara Estadual da Guanabara, esté ve com Sérgio Magalhães no encontro desábado com os portuários cariocas. Èle e também um do-, organizadores e maisativos, operadores da Frente Operária Na cionalista Lolt-Jango.Sércjio chapa qusserá eleita pelos trabalhadores cariocas

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