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AO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO, SP A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO , por seu Núcleo Especializado de Defesa do Consumidor (NUDECON), pelo Defensor Público e Defensora Pública que o coordenam e esta subscrevem, com lastro no artigo 5º, inciso LXXIV e art. 134 da Constituição Federal, artigo 5º, inciso II da Lei nº 7.347/1985, Lei nº 8.078/90, artigo 4º, inciso XI da Lei Complementar Federal nº 80/1994 e artigo 5º, inciso VI, alínea ‘d’ da Lei Complementar Estadual nº 988/2006, vem, perante V. Excelência, propor a presente AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA em face das empresas: AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A , inscrita no CNPJ sob o n.º 29.309.127/0001-79, com sede na Avenida Brasil, 703, Jardim América, São Paulo/SP, CEP 01431-000; BRADESCO SAÚDE S/A , inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 92.693.118/0001-60, com endereço na Avenida Ipiranga, nº 210, 2º/4º/13º andar, República, São Paulo/SP andar, República, São Paulo/SP – CEP: 01046-010; CENTRAL NACIONAL UNIMED COOPERATIVA CENTRAL , sociedade cooperativa, inscrita no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda (“CNPJ/MF”) sob o nº 02.812.468/0001-0, com sede na Alameda Santos, nº 1827, andar 3 – CJ 31 e 32, andar 4 – CJ 41 e 42, andar 5 – CJ 51 e 52 e andar 16 – CJ 161 e 162, Cidade e Estado de São Paulo/SP, CEP: 01418-102; Rua Boa Vista, 150, mezanino, centro. São Paulo - SP 1 Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1029663-70.2020.8.26.0100 e código 8DE6FC7. Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por ESTELA WAKSBERG GUERRINI e Tribunal de Justica do Estado de Sao Paulo, protocolado em 07/04/2020 às 17:11 , sob o número 10296637020208260100. fls. 1

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AO JUÍZO DA __ VARA CÍVEL DA COMARCA DE SÃO PAULO, SP

A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO , por seu Núcleo Especializado de

Defesa do Consumidor (NUDECON), pelo Defensor Público e Defensora Pública que o

coordenam e esta subscrevem, com lastro no artigo 5º, inciso LXXIV e art. 134 da

Constituição Federal, artigo 5º, inciso II da Lei nº 7.347/1985, Lei nº 8.078/90, artigo 4º,

inciso XI da Lei Complementar Federal nº 80/1994 e artigo 5º, inciso VI, alínea ‘d’ da Lei

Complementar Estadual nº 988/2006, vem, perante V. Excelência, propor a presente

AÇÃO CIVIL PÚBLICA COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA

em face das empresas:

AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A , inscrita no CNPJ sob o n.º

29.309.127/0001-79, com sede na Avenida Brasil, 703, Jardim América, São Paulo/SP, CEP

01431-000;

BRADESCO SAÚDE S/A , inscrita no CNPJ/MF sob o n.º 92.693.118/0001-60, com endereço

na Avenida Ipiranga, nº 210, 2º/4º/13º andar, República, São Paulo/SP andar, República,

São Paulo/SP – CEP: 01046-010;

CENTRAL NACIONAL UNIMED – COOPERATIVA CENTRAL, sociedade cooperativa,

inscrita no Cadastro Nacional das Pessoas Jurídicas do Ministério da Fazenda (“CNPJ/MF”)

sob o nº 02.812.468/0001-0, com sede na Alameda Santos, nº 1827, andar 3 – CJ 31 e 32,

andar 4 – CJ 41 e 42, andar 5 – CJ 51 e 52 e andar 16 – CJ 161 e 162, Cidade e Estado de São

Paulo/SP, CEP: 01418-102;

Rua Boa Vista, 150, mezanino, centro. São Paulo - SP 1

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NOTRE DAME INTERMÉDICA SAÚDE S.A ., pessoa jurídica de direito privado,

regularmente inscrita no CNPJ/ME sob o nº 44.649.812/0001-38, com sede na Av. Paulista,

nº 867, Bairro Bela Vista, CEP 01311-100, cidade de São Paulo, Estado de São Paulo/SP;

PREVENT SENIOR PRIVATE OPERADORA DE SAÚDE LTDA. (“PREVENT SENIOR”),

sociedade empresária limitada inscrita no CNPJ/MF sob n 00.461.479/0036-93, com sede

na Rua Lourenço Marques, n. 158, Vila Olímpia, São Paulo/SP, CEP 04547-100;

SUL AMÉRICA SEGUROS SAÚDE S/A , inscrita no CNPJ nº 86.878.469/0001-43, com sede

na Rua dos Pinheiros, nº 1673, Pinheiros, na cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, CEP

05422-012;

a serem citadas da presente ação nas pessoas de seus respectivos representantes legais,

aduzindo em seu favor as razões de fato e de direito que abaixo expõe:

I.- DOS FATOS

A Organização Mundial de Saúde, em 11 de março de 2020, declarou que a

contaminação com o coronavírus (COVID-19) caracteriza-se como pandemia, significando o

risco potencial da doença infecciosa atingir a população mundial de forma simultânea, sem

limitação a locais que já tenham sido identificados como de transmissão comunitária. (DOC

1)

A Portaria nº 188/2020 (DOC 2) do Ministro de Estado da Saúde declarou

Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN).

O Governo do Estado de São Paulo, por sua vez, decretou no dia 22 de março de

2020 quarentena em todo o estado em decorrência da pandemia do COVID-19 (Decreto nº

64.881/2020 - DOC 3) e no dia 6 de abril foi anunciada pelo governador a prorrogação da

quarentena até o dia 22 deste mês, com a publicação no dia 7 do Decreto 64.920/2020

(DOC 4). Esses decretos visam restringir a circulação de pessoas no estado, determinando o

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fechamento de vários estabelecimentos comerciais e recomendando que a circulação de

pessoas se dê estritamente dentro do necessário.

Além disso, são notórias as declarações prestadas à imprensa por autoridades

vinculadas ao Ministério da Saúde de alerta sobre o risco de crescimento exponencial de

casos confirmados nas próximas semanas. É dizer: o crescimento exponencial, inclusive

com óbitos, já é declarado oficialmente como inevitável, de modo que o isolamento social é

medida de diminuição de danos às pessoas e ao sistema de saúde.

As medidas de distanciamento são recomendadas e adotadas em âmbito nacional e

internacional para que o alastramento das infecções e a consequente necessidade de

internações sejam diluídos no tempo, de forma a não sobrecarregar o sistema de saúde,

tanto pública quanto privada.

No entanto, apesar dessas medidas restritivas de circulação, é certo que haverá

um pico de casos. Serão, portanto, inúmeras as ações individuais semelhantes ao

objeto da presente ação, caso uma solução, que ora se busca, não venha a ser dada de

forma preventiva e concentrada .

Também já é de conhecimento, com base nas experiências de outros países,

que a internação no caso do COVID-19 pode durar até 20 dias em casos graves, 1

restando provado que o tempo máximo de 12h para a internação nos casos em que

ainda há carência é completamente insuficiente e desarrazoado .

A par desse fato, existe a concreta dificuldade e demora no diagnóstico em razão de

a doença ser muito pouco conhecida no mundo científico, inexistindo certeza quanto à

manifestação de todos os sintomas. Há falta de testes disponíveis e mesmo quando ele é

feito a demora no resultado é uma realidade.

1 https://brasil.elpais.com/brasil/2020-04-02/o-que-ja-se-sabe-ate-agora-sobre-o-novo-coronavirus-no-brasil.html. Acesso em 06.04.2020.

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Além desse cenário atual, é certo que existe uma recorrência de ações judiciais

em face de operadoras de plano de saúde que versam sobre negativas de liberação

de tratamento médico fundadas em suposta carência contratual de 180 dias, mesmo

em casos de emergência e urgência, em que, como se verá, limita-se a 24 horas, nos

termos da lei .

A própria FENASAÚDE traz em sua página na internet o seguinte: “Em casos

indicados, isto é, de maior gravidade, o beneficiário terá direito a internação caso tenha

contratado cobertura para atendimento hospitalar (segmentação hospitalar) e desde que

tenha cumprido os períodos de carência, se houver previsão contratual.” (DOC 5)

Vejamos alguns exemplos de ações extraídos do Tribunal de Justiça em face de

grandes operadoras que atuam no estado:

1) AMIL

“Alega que foi acometida de uma grave hemorragia vaginal em 12 de janeiro

do presente ano, o que resultou no seu encaminhamento para a realização de

procedimento cirúrgico de urgência, dado que o sangramento não estancava

com a exclusiva ministração dos fármacos pertinentes.

Contudo, em que pese a expressa determinação médica para a realização do

tratamento indicado de forma urgente, houve a recusa da Empresa Agravante

para o cobrir sob o pretexto de exclusão em razão do não implemento do

prazo de carência, razão pela qual ajuizou os Autos principais, no qual houve

o deferimento da tutela antecendente antecipada, nos termos do relatório

supra, objeto da insurgência da Recorrente.

(...)

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Verifica-se o “fumus boni iuris” com a pertinente prescrição médica indicada

pelo Profissional Médico atribuído ao cuidado da Autora, o qual apontou de

forma indubitável tratar-se de procedimento de urgência, diante do grave

quadro clínico da

Neste sentido, deve ser lembrado o teor da Súmula n° 103 deste E. Tribunal

de Justiça:

É abusiva a negativa de cobertura em atendimento de urgência e/ou

emergência a pretexto de que está em curso período de carência que não seja

o prazo de 24 horas estabelecido na Lei n. 9.656/98.

Não obstante, a presença do perigo de dano ou o risco à saúde da Autora é

evidente, pois se trata de hemorragia que não foi contida com a simples

aplicação dos medicamentos necessários, ou de outras medidas menos

invasivas, sendo certo que inibir a realização da intervenção médica poderia

levar a Requerente a sofrer graves sequelas, ou ainda, ao óbito”. (TJSP,

Agravo de Instrumento nº 2020807-12.2020.8.26.0000, 2ª Câmara de Direito

Privado, Relator Penna Machado, 30 de março de 2020).

2) BRADESCO SAÚDE

“Segundo o relatório médico (fls.60/61), o paciente havia sido internado em

regime de urgência, sendo constatado o quadro grave de câncer relatado.

A parte autora comprovou a progressão da doença desde o primeiro

atendimento até o óbito de Francisco pelos relatórios médicos anexos (fls.

59-67).

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A parte ré não alegou nem demonstrou existência de doença preexistente, de

conhecimento do paciente.

A apólice (fls. 308/370) indicou, em seu item 6.1 “a”, o prazo de carência de

24 horas para cobertura de atendimento de urgência e emergência (fls. 329).

(...)

Então, reconhece-se tratar-se de causa afeta à emergência e uma vez

ultrapassado o prazo de 24 horas, é obrigatória a cobertura de atendimento.

(...)

Portanto, tendo em vista que a assinatura da Apólice se deu no dia 26 de

fevereiro de 2016 e a internação de Francisco ocorreu no dia 05 de maio de

2016, embora não cumprido o período de carência contratual, não há falar

em negativa de cobertura, dada a constatação de emergência.

Ademais, ainda quanto ao tema, pelo tempo de internação e procedimentos,

decidiu o Colendo Superior Tribunal de Justiça:

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. PLANO DE SAÚDE. AÇÃO DE

COBRANÇA DE DESPESAS MÉDICO HOSPITALARES. PROCEDIMENTO DE

EMERGÊNCIA. LIMITAÇÃO DA INTERNAÇÃO POR TEMPO DETERMINADO.

DESCABIMENTO. SÚMULA 302 DO STJ. SENTENÇA E ACÓRDÃO

REFORMADOS. IMPROCEDÊNCIA DA DEMANDA QUE SE IMPÕE. AFERIÇÃO

DO PERÍODO PELO QUAL PERDUROU A SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA.

NECESSIDADE DE REEXAME DE FATOS E PROVAS. IMPOSSIBILIDADE.

SÚMULA 7/STJ. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO. 1. A jurisprudência pacífica

desta Casa dispõe que "a cláusula contratual que prevê prazo de carência

para utilização dos serviços prestados pelo plano de saúde não é considerada

abusiva, desde que não obste a cobertura do segurado em casos de

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emergência ou urgência" (AgInt no AREsp 1.269.169/SP, Rel. Ministro Luis

Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 11/9/2018, DJe 18/9/2018). 2.

Outrossim, o prazo de internação não se limita às 12 (doze) primeiras horas,

segundo estabelece a redação da Súmula 302 do STJ: "é abusiva a cláusula

contratual de plano de saúde que limita no tempo a internação hospitalar do

segurado". 3. A modificação da conclusão delineada no acórdão recorrido, no

sentido de que PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO Apelação Cível nº 1003864-78.2016.8.26.0063 -Voto nº 2088 11

a situação de emergência subsistiu de 11 a 20/2/2006, e o acolhimento da

tese da agravante, de que a circunstância de urgência se deu apenas no dia

11/2/2006, demandariam necessariamente o revolvimento dos fatos e das

provas dos autos, atraindo, assim, o óbice disposto na Súmula 7 do STJ.4.

Agravo interno desprovido. (AgInt no REsp 1796795 / RJ, Rel. Ministro

MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 17/06/2019,

DJe 25/06/2019)”. (TJSP, Apelação Cível nº 1003864-78.2016.8.26.0063, 3ª

Câmara de Direito Privado, Relatora Maria Salete Corrêa Dias, 9 de setembro

de 2019).

3) CENTRAL NACIONAL UNIMED

“A necessidade da internação do autor em caráter de urgência restou

devidamente comprovada pelas guias de solicitação de fls. 20/21 e 54, o que

não foi impugnado pela ré…

Comprovada a situação de urgência/emergência da internação e

procedimento cirúrgico do autor, mostra-se abusiva a recusa da ré em

custear o tratamento sob fundamento de incidência do prazo de carência

prevista em contrato.

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A Lei nº 9.656/98 estabelece em seu artigo 12, inciso V, alínea “c”, que o

prazo máximo de carência para atendimentos de urgência ou emergência

será de 24 horas:

´c) prazo máximo de vinte e quatro horas para a cobertura dos casos de

urgência e emergência;´

A respeito, este Egrégio Tribunal de Justiça editou a Súmula nº 103:

´É abusiva a negativa de cobertura em atendimento de urgência e/ou

emergência a pretexto de que está em curso período de carência que não seja

o prazo de 24 horas estabelecido na Lei nº 9.656/98´

(...)

Repita-se: a recusa era totalmente injustificável em face da urgência

caracterizada, vez que decorrido o prazo de 24 (vinte e quatro) horas

previsto em lei, denotando a atitude reiterada de operadoras de plano de

saúde na negativa de cobertura de procedimentos necessários no momento

em que o consumidor se encontra mais fragilizado.

A ré, diga-se, não impugna a situação de urgência em seu apelo, mas insiste

na cobertura por apenas 12 horas com base na Resolução da CONSU nº 13.

Sua alegação não prospera porque a aplicação de normas administrativas

deve ser pautada pelo disposto na Lei nº 9.656/98 e nos princípios da boa-fé

e lealdade processual, especialmente porque não é permitido aos órgãos

reguladores estabelecer restrições não previstas em lei, em detrimento do

consumidor.

A negativa da ré, portanto, mostra-se totalmente abusiva e afronta a boa-fé

objetiva que deve nortear o cumprimento dos contratos, colocando o

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consumidor em situação de vulnerabilidade, em especial em ocasião em que

sua saúde se encontra debilitada.

(...)

… a interpretação das cláusulas restritivas de direito nos contratos de plano

de saúde deve ser relativa, tendo em vista, em especial, a natureza do bem

jurídico tutelado na relação contratual, qual seja, a preservação da vida do

paciente, sendo que, em casos excepcionais de tratamento de urgência e/ou

emergência, permite-se afastar o prazo de carência contratual a fim de

resguardar os direitos fundamentais à saúde, à proteção da vida e da

dignidade do segurado.” (TJSP, Apelação Cível nº

1060140-13.2019.8.26.0100, 1ª Câmara de Direito Privado, Relatora

Christine Santini, 31 de março de 2020).

4) NOTREDAME INTERMÉDICA SISTEMA DE SAÚDE S.A

“Com efeito, transcorridas vinte e quatro horas da contratação e uma vez

demonstrada a situação inicial de emergência ou urgência, INEGÁVEL no

caso relatado na inicial, o plano de saúde deve cobrir todo o atendimento que

o beneficiário necessitar até cessar o risco á [sic] vida.

É bem verdade que a Resolução CONSU nº 13, de 1998, traz norma limitativa

desse tipo de atendimento, garantindo cobertura de urgência e emergência

até as primeiras 12 (doze) horas do atendimento.

Todavia, a espécie normativa que trata da questão é norma hierarquicamente

inferior à Lei nº 9.656/98 e, portanto, não pode, sob o pretexto de

regulamentá-la, criar limitações que não foram estabelecidas legalmente. Em

outras palavras, compete à lei, e não aos regulamentos, decretos, portarias,

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instruções e resoluções indicar as condições para aquisição ou restrição de

direitos.

Logo, a limitação de cobertura imposta pelo contrato, com fundamento na

Resolução nº 13, não pode prevalecer, posto que contraria a Lei nº 9.656/98,

a qual garante a cobertura de atendimento para os casos de emergência e de

urgência, sem dispor sobre qualquer limitação

(...)

Não se olvide, ainda, que a matéria versada nestes autos é regida também

pela Lei nº 8.078/90, uma vez que se trata de fornecimento de serviços

médicos. E, em se tratando de contrato tipicamente de adesão, cumpre

repelir da avença toda e qualquer cláusula que implique em contrariedade à

boa-fé e ao equilíbrio contratual, notadamente diante da tutela privilegiada

que o legislador constitucional dedicou aos bens envolvidos nos serviços

prestados pela recorrente (vida, saúde, integridade física, etc), os quais tem

primazia sobre qualquer interesse patrimonial envolvido”. (TJSP, Apelação

Cível nº 1000119-86.2017.8.26.0635, 5ª Câmara de Direito Privado, Relator

Erickson Gavazza Marques, 31 de março de 2020).

5) PREVENT SENIOR

“A hipótese versa sobre situação emergencial, referente à necessidade de

internação de urgência do autor diagnosticado com Hepatopatia Crônica

(cirrose), conforme ficha de internação de fls. 57 e declaração médica de fls.

69, mas que foi recusada pela ré, sob o argumento de existência de carência e

doença preexistente.

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(...)

Nos casos de atendimento de urgência e emergência, não é permitida a

adoção de qualquer restrição por parte da empresa de plano de saúde, eis

que a questão de carência deve ser abstraída diante da possibilidade de

lesões irreparáveis ao paciente.

(...)

No caso dos autos, portanto, não há que se falar em período de carência,

tendo em vista o quadro do autor de hemorragia digestiva alta por varizes de

esôfago associado à encefalopatia hepática, necessitando de internação de

urgência no Pronto Socorro nos dias 02/09/17 e 25/09/17, com diagnóstico

de Hepatopatia Crônica (fls. 57/60, 69 e 61).

De ser anotada a abusividade da recusa de atendimento da empresa ré em

hipóteses de urgência/emergência, seja pelo disposto no artigo 12, V, “c”, da

Lei nº 9.656/98, seja pela regra contida no artigo 51, IV do Código de Defesa

do Consumidor. Há súmula deste E. TJ/SP nesse sentido: Súmula nº 103:

`É abusiva a negativa de cobertura de atendimento de urgência e/ou

emergência a pretexto de que está em curso período de carência que não seja

o prazo de 24 horas estabelecido na Lei n. 9.656/98.`” (TJSP, Apelação nº

1014367- 95.2017.8.26.0008, 8ª Câmara de Direito Privado, Relator Pedro de

Alcântara da Silva Leme Filho, 31 de outubro de 2018).

6) SUL AMÉRICA SEGURO SAÚDE S.A

“Segundo se infere, em 24 de maio de 2017 o autor firmou contrato de plano

de saúde com a operadora ré. Em 9 de outubro 2017, compareceu ao hospital

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credenciado á ré, queixando-se de fortes dores na região abdominal. Após

primeiro atendimento emergencial foi constatada a necessidade de

realização de cirurgia de “herniorrafia umbilical” em caráter de emergência,

o que foi rejeitado pela ré, ante o não escoamento do prazo de carência

contratual.

Com efeito, transcorridas vinte e quatro horas da contratação e uma vez

demonstrada a situação inicial de emergência ou urgência, INEGÁVEL no

caso relatado na inicial, o plano de saúde deve cobrir todo o atendimento que

o beneficiário necessitar até cessar o risco á [sic] vida. É bem verdade que a

Resolução CONSU nº 13, de 1998, traz norma limitativa desse tipo de

atendimento, garantindo cobertura de urgência e emergência até as

primeiras 12 (doze) horas do atendimento.

Todavia, a espécie normativa que trata da questão é norma hierarquicamente

inferior à Lei nº 9.656/98 e, portanto, não pode, sob o pretexto de

regulamentá-la, criar limitações que não foram estabelecidas legalmente. Em

outras palavras, compete à lei, e não aos regulamentos, decretos, portarias,

instruções e resoluções indicar as condições para aquisição ou restrição de

direitos.

Logo, a limitação de cobertura imposta pelo contrato, com fundamento na

Resolução nº 13, não pode prevalecer, posto que contraria a Lei nº 9.656/98,

a qual garante a cobertura de atendimento para os casos de emergência e de

urgência, sem dispor sobre qualquer limitação.

(...)

Não se olvide, ainda, que a matéria versada nestes autos é regida também

pela Lei nº 8.078/90, uma vez que se trata de fornecimento de serviços

médicos. E, em se tratando de contrato tipicamente de adesão, cumpre

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repelir da avença toda e qualquer cláusula que implique em contrariedade à

boa-fé e ao equilíbrio contratual, notadamente diante da tutela privilegiada

que o legislador constitucional dedicou aos bens envolvidos nos serviços

prestados pela recorrente (vida, saúde, integridade física, etc), os quais tem

primazia sobre qualquer interesse patrimonial envolvido. Não há, portanto,

qualquer fundamento que sustente a recusa da ré, logo, forçoso reconhecer

que a negativa da operadora do plano de saúde de custear a internação e

demais procedimentos prescritos ao autor constitui ato ilícito indenizável”.

(TJSP, Apelação Cível nº 1065641-19.2017.8.26.0002, 5ª Câmara de Direito

Privado, Relator Erickson Gavazza Marques, 31 de março de 2020).

Como se pode ver, apesar da existência de súmula deste Tribunal e de

jurisprudência pacificada a respeito, as operadoras de plano de saúde seguem

insistindo em negar ao paciente que ainda não cumpriu a carência ou limitar o prazo

de internação a 12h quando há recomendação médica.

Portanto, o manejo da presente tutela coletiva se faz essencial para a

racionalização da prestação da tutela jurisdicional, evitando-se, assim, o

ajuizamento de inúmeros casos individuais que viriam a comprometer a celeridade e

funcionalidade do Sistema de Justiça, salvaguardando a vida e a saúde de milhares e de

usuários de planos de saúde privado e também de usuários do próprio sistema público de

saúde, como será justificado a seguir, dando, assim, concretude ao disposto nos art. 5º,

caput , e 6º, caput , da Constituição Federal, verbis:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a

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inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à

propriedade, nos termos seguintes: [...]

Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a

moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à

maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta

Constituição.

II.- DA LEGITIMIDADE ATIVA

A Defensoria Pública, na esteira do que preceitua o artigo 134 da Constituição

Federal, é a instituição incumbida da densificação dos direitos fundamentais. Assim, em seu

principal, mas não único mister está a proteção e promoção de todo o corpo de direitos

humanos previsto na Carta Magna e em qualquer outro ato normativo, aí incluídos os

tratados internacionais.

Seguindo a imposição da Carta Maior, a Lei Complementar nº 80 de 1994, que

organiza a Defensoria Pública da União e prevê normas gerais para as Defensorias

estaduais, tida, assim, pois, como norma geral da Defensoria, descreve em seu artigo 4º

todo o rol de atribuições da Instituição, em especial, a defesa de interesses do consumidor

lesado.

“Art. 4º São funções institucionais da Defensoria Pública, dentre outras:

...

XI - patrocinar os direitos e interesses do consumidor lesado; ”

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Em invejável avanço legislativo e social, o Estado de São Paulo e, por conseguinte

seu povo, em 09 de janeiro de 2006 foi presenteado com a Lei Estadual 988, que cria e

organiza a Defensoria Pública do Estado de São Paulo, tendo, como atribuições, o extenso

rol do artigo 5º.

Eis, em breve pincelada, algumas das atribuições que por ora são pertinentes:

“Artigo 5º - São atribuições institucionais da Defensoria Pública do Estado,

dentre outras:

...

III - representar em juízo os necessitados, na tutela de seus interesses

individuais ou coletivos, no âmbito civil ou criminal, perante os órgãos

jurisdicionais do Estado e em todas as instâncias, inclusive os Tribunais

Superiores;

...

VI - Promover:

...

b) a tutela dos direitos humanos em qualquer grau de jurisdição, inclusive

perante os sistemas global e regional de proteção dos Direitos Humanos;

...

d) a tutela individual e coletiva dos interesses e direitos do consumidor

necessitado;

...

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g) ação civil pública para tutela de interesse difuso, coletivo ou individual

homogêneo; ”

Não bastando o claro texto da Lei Estadual, que mune a Instituição Autora de

amplíssimas prerrogativas e atribuições, houve por bem o Congresso Nacional alterar a Lei

7347 de 1985, que apesar da idade encontra-se atual em seus propósitos, inserindo entre

os legitimados para a propositura de Ação Civil Pública a Defensoria Pública. Eis, pois, o

texto atual do artigo 5º da referida Lei, alterado pela Lei 11.448 de 2006:

Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a

ação cautelar:

I - o Ministério Público;

II - a Defensoria Pública; (grifamos e negritamos)

III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios;

IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de

economia mista;

V - a associação que, concomitantemente:

a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos

da lei civil;

b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao

meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre

concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico,

turístico e paisagístico.

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E, salvo melhor Juízo, a Defensoria Pública encontra-se no estreitíssimo rol dos

legitimados universais, ou seja, daqueles que não precisam provar pertinência temática. É

que, ante seu amplo rol de atribuições, em especial previstas na lei estadual paulista, pouca,

ou nenhuma, coisa escapa da possibilidade de atuação da Defensoria Pública.

No presente caso, e isto será melhor aclarado no correr da peça, a atuação vem a

beneficiar e amparar, inegavelmente, a população hipossuficiente, os consumidores

lesados, todos aqueles que tiveram sua dignidade atingida. Indiretamente, os usuários do

SUS também serão beneficiados, com a redução da sobrecarga sobre o sistema público,

aumentando a quantidade de leitos disponíveis e favorecendo grande contingente da

população brasileira, carente de recursos financeiros, que tem na rede pública a única

alternativa para obtenção de tratamento médico, diante da atual pandemia.

Assim, a legitimidade ativa resta demonstrada, não havendo, pois, qualquer óbice

processual neste ponto.

III.- DOS DIREITOS TUTELADOS

A recusa das operadoras de plano de saúde em garantir a continuidade do custeio da

internação por urgência ou emergência, quando há recomendação médica, em especial

decorrente de diagnóstico/suspeita de COVID-19 é injustificada, principalmente no atual

cenário de pandemia.

Necessário reconhecer que se trata de situação de emergência, nos termos do art.

35-C, I, da Lei nº 9.656/98:

Art. 35-C. É obrigatória a cobertura do atendimento nos

casos: (Redação dada pela Lei nº 11.935, de 2009)

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I - de emergência, como tal definidos os que implicarem risco

imediato de vida ou de lesões irreparáveis para o paciente,

caracterizado em declaração do médico assistente; (Redação

dada pela Lei nº 11.935, de 2009)

(...)

Parágrafo único. A ANS fará publicar normas regulamentares

para o disposto neste artigo, observados os termos de

adaptação previstos no art. 35. (Incluído pela Medida

Provisória nº 2.177-44, de 2001)

Com efeito, a recusa de continuar o tratamento pode levar ao óbito ou a lesões

irreparáveis.

No caso da carência para cobertura de emergências, a Lei nº 9.656/98 é clara ao

fixar que o prazo é de, no máximo, vinte e quatro horas da celebração do contrato:

Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação e a vigência

dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o

desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste

artigo, respeitadas as respectivas amplitudes de cobertura

definidas no plano-referência de que trata o art. 10, segundo

as seguintes exigências mínimas: (Redação dada pela Medida

Provisória nº 2.177-44, de 2001)

V - quando fixar períodos de carência:

(...)

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c) prazo máximo de vinte e quatro horas para a cobertura

dos casos de urgência e emergência; (Vide Medida Provisória

nº 1.665, de 1998) (Incluído pela Medida Provisória nº

2.177-44, de 2001)

O Conselho de Saúde Suplementar (CONSU), por meio de sua Resolução nº 13, de 03

de novembro de 1998, restringiu a cobertura dos planos de saúde em hipóteses de

internação às primeiras 12 (doze) horas.

Essa restrição, necessário apontar, não merece ser validada pelo Poder Judiciário,

uma vez que restringe a responsabilidade da operadora de planos de saúde e cria uma

obrigação desproporcional ao consumidor em momento de extrema vulnerabilidade.

É importante ressaltar que a regulamentação administrativa está subordinada aos

limites legais existentes, não podendo afastar a aplicação da lei em determinados casos, se

essa hipótese não está expressamente prevista em uma lei.

Nesse sentido, o Código de Defesa do Consumidor entende que são nulas de pleno

direito:

Art. 51. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas

contratuais relativas ao fornecimento de produtos e serviços que:

(...)

IV Estabeleçam obrigações consideradas iníquas, abusivas, que

coloquem o consumidor em desvantagem exagerada, ou sejam

incompatíveis com a boa-fé ou a equidade.

(...)

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§ 1º Presume-se exagerada, entre outros casos, a vantagem que:

(...)

II - restringe direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza

do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual;

Por sinal, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo já se manifestou em diversas

oportunidades reconhecendo a ilegalidade da restrição da cobertura de internação

hospitalar para casos de emergência a 12 horas.

Ementa: AGRAVO DE INSTRUMENTO. Ação Cominatória e Indenizatória

com pedido liminar. Plano de saúde. Decisão que deferiu a tutela de

urgência para determinar que a Empresa Ré mantenha o Agravado

internado, pelo período que for necessário ao tratamento da doença

acometida pelo Autor, menor impúbere, sob pena de incidência de

multa diária. Prescrição médica para o tratamento. Recusa de

tratamento médico de caráter de urgência fundada em vigência de

período de carência contratual. Descabimento da negativa. Aparente

abusividade. Inteligência da Súmula nº 103, deste Egrégio Tribunal de

Justiça. Necessidade caracterizada. Presença dos requisitos

indispensáveis à concessão da tutela pleiteada. Decisão mantida.

RECURSO NÃO PROVIDO. (TJSP – Agravpo de instrumento nº

20008693-41.2020.8.26.0000 – 2ª Câmara de Direito Privado – Rel. Des.

Penna Machado – Data do julgamento: 25/03/2020)

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Ementa: Apelação. Plano de saúde individual/familiar. Recusa de

cobertura para tratamento em pronto-socorro e internação com

cuidado de neurocirurgia a paciente portador de hidrocefalia, criança

de nove anos, ao motivo de fluência de período de carência. Sentença de

procedência. Inconformismo da parte ré. Não provimento. Sentença

mantida por seus próprios fundamentos (artigo 252, RITJSP). 1.

Caracterizada a situação de urgência, fixada por relatório médico,

indevida a recusa de cobertura se já transcorrido o prazo máximo de 24

horas da adesão ao contrato – artigo 12, inciso V, alínea "c", e artigo

35-C da Lei 9.656/98. Aplicação da Súmula nº 103 deste E. Tribunal e da

Súmula 597 do STJ. 2. Orientação jurisprudencial pacífica a reconhecer

dano moral indenizável em virtude de negativa indevida de cobertura

por parte das operadoras de planos de saúde em situações urgentes e

emergenciais, em especial considerada a idade da usuária. Dano moral

configurado, ante a angústia e sofrimento extremos infligidos à pessoa

dos autores. Arbitramento em R$ 10.000,00 (dez mil reais),

proporcional ante a particularidade do caso retratado. 3. Recurso de

apelação da ré desprovido. (TJSP – Apelação nº

1048068-20.2017.8.26.0114 – 9ª Câmara de Direito Privado – Rel. Des.

Piva Rodrigues – Data do julgamento: 25/03/2020)

O entendimento se encontra consolidado, tendo originado a Súmula 103 do TJSP:

Súmula 103: É abusiva a negativa de cobertura em atendimento de

urgência e/ou emergência a pretexto de que está em curso período

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de carência que não seja o prazo de 24 horas estabelecido na Lei n.

9.656/98.

Não é outro o entendimento do Egrégio Superior Tribunal de Justiça sobre a

questão, cristalizado no enunciado da súmula nº 597 , litteris:

A cláusula contratual de plano de saúde que prevê carência para

utilização dos serviços de assistência médica nas situações de

emergência ou de urgência é considerada abusiva se ultrapassado

o prazo máximo de 24 horas contado da data da contratação.

(Súmula 597, STJ, SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 08/11/2017, DJe

20/11/2017).

Especificamente para os casos do COVID-19, já há um precedente recente no

Distrito Federal, no qual o juízo concedeu a liminar para

determinar às Rés que prestem atendimento de urgência e de

emergência aos beneficiários de seus planos de saúde, sem

exigência de prazo de carência, exceto o prazo de 24 (vinte e

quatro) horas, previsto no art. 12, V, "c", da Lei nº 9656/98, em

especial para aqueles com suspeita de contágio ou com resultados

positivos pelo novo coronavírus. (TJDF, Ação Civil Pública nº

0709544-98.2020.8.07.0001, 15ª Vara Cível de Brasília, Juiz Joao

Luis Zorzo, 2 de abril de 2020). (DOC 6)

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Assim, a internação por tempo ilimitado é medida necessária para a preservação da

saúde e da vida dos consumidores usuários de planos que estejam em situação de urgência

ou emergência, em especial aqueles que estejam sob suspeita ou já tenham tido o

diagnóstico do COVID-19 e que possuem indicação médica de internação, não podendo as

requeridas recusar custear o tratamento sob a alegação de ainda estarem em período de

carência.

IV.- DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA

Discute-se nesta ação o direito fundamental da população à saúde.

Aguardar o julgamento definitivo da presente ação seria dar azo a danos definitivos,

irreparáveis.

No caso especificamente do CoronaVírus, os esforços para contenção da expansão

de pessoas infectadas pelo COVID-19 e para tratar aquelas com suspeita ou diagnóstico são

imediatos, sendo que a demora em uma ou duas semanas poderá trazer um cenário de

catástrofe irreparável.

A probabilidade do direito fora cabalmente evidenciada na fundamentação jurídica

acima deduzida.

De outro lado, o risco de dano é iminente, tendo em vista que a ausência de

tratamento adequado às pessoas, em especial àquelas que contraíram o novo coronavírus

já levaram à morte mais de 75,973 pessoas no mundo . 2

Assim, comprovados os requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil,

pede-se a antecipação dos efeitos da tutela, para que as Requeridas sejam compelidas a

promover a imediata liberação para seus segurados do tratamento médico prescrito,

2 https://google.com/covid19-map/?hl=en . Acesso em 07.04.2020

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independentemente do cumprimento do prazo de carência de 180 dias, quando atestada

pelo médico responsável a situação de urgência ou emergência, sob pena de multa diária de

R$ 10.000,00 (dez mil reais), sem prejuízo de eventual responsabilização cível por danos

morais e materiais; a partir do dia do recebimento da citação/intimação do decisório

emanado deste E. Juízo.

Subsidiariamente , pede-se a antecipação dos efeitos da tutela, para que as

Requeridas sejam compelidas a promover a imediata liberação para seus segurados do

tratamento médico prescrito, independentemente do cumprimento do prazo de carência de

180 dias, quando atestada pelo médico responsável a situação de urgência ou emergência

nos casos de contágio ou suspeita de contágio pelo novo coronavírus , sob pena de multa

diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sem prejuízo de eventual responsabilização cível por

danos morais e materiais; a partir do dia do recebimento da citação/intimação do decisório

emanado deste E. Juízo.

Requer-se, desde já, o afastamento dos óbices previstos nos artigos 1º e 2º da Lei

8437/92, por inconstitucionais, eis que agressores ao direito à efetividade da tutela

jurisdicional e da isonomia no presente caso.

V-. DO PEDIDO

Ante todo o exposto, requer-se:

a) a concessão da tutela de urgência, inaudita altera parte , a fim de

que seja ordenado às Rés:

a.1) que promovam a imediata liberação para seus segurados do

tratamento médico prescrito, independentemente do cumprimento do prazo de carência de

180 dias, quando atestada pelo médico responsável a situação de urgência ou emergência,,

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sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sem prejuízo de eventual

responsabilização cível por danos morais e materiais;

a.2) subsidiariamente, que promovam a imediata liberação para seus

segurados do tratamento médico prescrito, independentemente do cumprimento do prazo

de carência de 180 dias, quando atestada pelo médico responsável a situação de urgência

ou emergência nos casos de contágio ou suspeita de contágio pelo novo coronavírus , sob

pena de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sem prejuízo de eventual

responsabilização cível por danos morais e materiais;

a.3) que criem canais de atendimento prioritário para os Órgãos do

Sistema de Justiça – via email, telefone e whatsapp – a fim de viabilizar o contato

extrajudicial para a solução de casos individuais que se amoldem à situação acima elencada

e cuja liberação não tenha sido efetuada voluntariamente, a serem informados nos autos no

prazo de 3 dias, sob pena de multa diária de R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais);

a.4) em caso de não atendimento da solicitação feita por meio do

canal de atendimento prioritário mencionado no item anterior, que haja majoração da

multa diária para R$ 30.000,00 (trinta mil reais), sem prejuízo de eventual

responsabilização cível por danos morais e materiais;

b) a citação das Rés para que compareçam à audiência de conciliação

ou mediação que Vossa Excelência venha a designar, e, restando frustrada, que seja

oferecida resposta, caso queiram, no prazo de 15 dias;

c) a advertência de que o descumprimento injustificado da ordem

pode gerar eventual processo crime com base no artigo 330 do Código Penal brasileiro em

face do responsável pela empresa, tudo já na antecipação de tutela, para dotar de ampla

eficácia a r. decisão e coibir o descumprimento injustificado por parte das Rés;

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d) a citação das Requeridas para, querendo contestar a presente

ação;

e) a intimação do Ministério Público do Estado para acompanhar

a presente ação;

f) após a instrução probatória, seja a presente ação julgada

procedente, confirmando-se a medida liminar requerida, para:

f.1) que as Requeridas promovam a imediata liberação para seus

segurados do tratamento médico prescrito, independentemente do cumprimento do prazo

de carência de 180 dias, quando atestada pelo médico responsável a situação de urgência

ou emergência, sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sem prejuízo de

eventual responsabilização cível por danos morais e materiais;

f.2) subsidiariamente, que as Requeridas promovam a imediata

liberação para seus segurados do tratamento médico prescrito, independentemente do

cumprimento do prazo de carência de 180 dias, quando atestada pelo médico responsável a

situação de urgência ou emergência nos casos de contágio ou suspeita de contágio pelo

novo coronavírus , sob pena de multa diária de R$ 10.000,00 (dez mil reais), sem prejuízo de

eventual responsabilização cível por danos morais e materiais;

g) a condenação das Requeridas ao pagamento de honorários

advocatícios à Defensoria Pública, com a destinação dos valores ao FUNDEPE.

Outrossim, informa da previsão legal contida no artigo 186 § 1º, do atual Código de

Processo Civil, bem como artigo 128, inciso I, da Lei Complementar Federal nº 80/1994,

quanto a necessidade de intimação pessoal, bem como da contagem em dobro dos prazos,

devendo ser observadas ainda todas as demais prerrogativas previstas na referida lei

orgânica da Defensoria Pública.

Rua Boa Vista, 150, mezanino, centro. São Paulo - SP 26

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Requer-se que o processamento da presente ação se dê independentemente do

recolhimento de quaisquer custas pelos autores, por gozarem da ampla isenção conferida

pelo artigo 87 do Código de Defesa do Consumidor e pelo artigo 18 da Lei da Ação Civil

Pública.

Protesta pela produção de todos os meios de prova admitidos em direito, em

especial pela prova documental suplementar, prova testemunhal e pericial, estudo social,

além de outras provas que se fizerem necessárias.

Declara-se, para os fins do art. 319, inc. VII, do CPC, que a autora não tem interesse

na audiência de conciliação e/ou mediação.

VI.- DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais).

São Paulo, 7 de abril de 2020

Luiz Fernando Baby Miranda

Defensor Público do Estado de São Paulo

Núcleo Especializado de Defesa do Consumidor

Estela Waksberg Guerrini

Defensora Pública do Estado de São Paulo

Núcleo Especializado de Defesa do Consumidor

Rua Boa Vista, 150, mezanino, centro. São Paulo - SP 27

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07/04/2020 Organização Mundial da Saúde classifica novo coronavírus como pandemia | ONU Brasil

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Organização Mundial da Saúde classi�ca novocoronavírus como pandemiaPublicado em 11/03/2020 Atualizado em 12/03/2020

TAMANHO DA LETRA

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11) a doençaprovocada pelo novo coronavírus COVID-19 como uma pandemia. A decisão foianunciada pelo chefe da agência, Tedros Ghebreyesus, em Genebra.

Tedros disse que queria deixar uma mensagem bem clara: “os países ainda podemmudar a trajetória desta pandemia”.

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Diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus. Foto: OMS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11) a doença provocada pelonovo coronavírus COVID-19 como uma pandemia. A decisão foi anunciada pelo chefe da agência,Tedros Ghebreyesus, em Genebra.

A doença, que surgiu no �nal do dezembro, na China, está presente agora em 114 países. Segundo ochefe da OMS, nas últimas duas semanas, o número de novos casos diários fora da China aumentou13 vezes. E a quantidade de países afetados triplicou.

Até esta quarta-feira, foram registrados mais de 118 mil casos e 4.291 mortes no mundo. Ghebreyesusa�rmou que “milhares de pessoas estão lutando pela vida em hospitais” e que “nos próximos dias esemanas, espera-se que o número de casos, de mortes e de países afetados suba ainda mais.”

O diretor-geral disse que a OMS está acompanhando o vírus 24 horas por dia e está “profundamentepreocupada com os níveis alarmantes de contágio e de falta de ação.”

Tedros explicou que a palavra pandemia “não é usada de forma fácil ou sem cuidados.” E que é umtermo que “se for usado erroneamente pode causar medo e desistência de lutar contra o vírus, levandoa sofrimentos e mortes desnecessárias.”

Avaliação

O chefe da OMS esclareceu que a pandemia “não muda a avaliação da OMS sobre a ameaça, aquiloque a agência tem feito ou o que os países devem fazer” para vencer a COVID-19.

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Esta é a primeira vez que uma pandemia é decretada devido a um coronavírus. A OMS repetiu o pedidode “ação urgente e agressiva.”

Para Tedros, não é su�ciente olhar para os dados globais. De todos os casos mundialmente, mais de90% foram noti�cados em apenas quatro países. Depois da China, os países mais afetados são Itália,Coreia do Sul e Japão. Neste momento, Coreia do Sul e China têm “epidemias em declíniosigni�cativo.”

Em todo o mundo, 81 nações ainda não tiveram qualquer caso. Cerca de 57 países con�rmarammenos de dez casos.

Tedros disse que queria deixar uma mensagem bem clara: “os países ainda podem mudar a trajetóriadesta pandemia”.

Larga escala

Se detectarem, testarem, tratarem, isolarem, acompanharem os casos e mobilizarem as pessoas paraa resposta, os países com poucos casos podem prevenir focos da doença.

Mesmo os países com grandes focos e transmissão em larga escala podem inverter a situação, dissea OMS. Vários países já mostraram que o vírus pode ser reprimido e controlado.

OMS classi�ca novo coronavírus como pandemiaOMS classi�ca novo coronavírus como pandemia

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Segundo o chefe da OMS, “alguns (países) estão lidando com falta de capacidade, outros com umafalta de recursos e alguns com falta de vontade.”

Ele disse que os governos de todo o mundo devem preparar seus hospitais e proteger e treinar seustrabalhadores de saúde.

A�rmou ainda que “todos os países devem conseguir um equilíbrio entre proteger a saúde, minimizar ainterrupção econômica e social e proteger os direitos humanos.”

Medidas

Desde a terça-feira, a Itália está observando uma quarentena após ser declarada pelo governo uma“zona vermelha” pelo alto risco de contaminação com a nova cepa do corononavírus.

Segundo agências de notícias, milhares de pessoas estão contaminadas no país.

Nos Estados Unidos, o governador do estado de Nova Iorque, Andrew Cuomo, declarou estado deemergência no �m de semana após o condado de Westchester ter sido identi�cado como um foco denovas infecções. A decisão foi anuncia dias após a Califórnia ter declarado emergência pela COVID-19.

Nesta quarta-feira, a sede da ONU fechou suas portas para as visitas guiadas e pediu à metade dosfuncionários que trabalhe de casa pelo menos três vezes por semana para tentar conter o vírus.

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07/04/2020 PORTARIA Nº 188, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2020 - PORTARIA Nº 188, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2020 - DOU - Imprensa Nacional

www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-188-de-3-de-fevereiro-de-2020-241408388 1/2

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃOPublicado em: 04/02/2020 | Edição: 24-A | Seção: 1 - Extra | Página: 1

Órgão: Ministério da Saúde/Gabinete do Ministro

PORTARIA Nº 188, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2020

Declara Emergência em Saúde Pública de importância Nacional(ESPIN) em decorrência da Infecção Humana pelo novoCoronavírus (2019-nCoV).

O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II doparágrafo único do art. 87 da Constituição, e

Considerando a Declaração de Emergência em Saúde Pública de Importância Internacional pelaOrganização Mundial da Saúde em 30 de janeiro de 2020;

Considerando que o evento é complexo e demanda esforço conjunto de todo o Sistema Únicode Saúde para identificação da etiologia dessas ocorrências e adoção de medidas proporcionais e restritasaos riscos;

Considerando que esse evento está sendo observado em outros países do continenteamericano e que a investigação local demanda uma resposta coordenada das ações de saúde decompetência da vigilância e atenção à saúde, entre as três esferas de gestão do SUS;

Considerando a necessidade de se estabelecer um plano de resposta a esse evento e tambémpara estabelecer a estratégia de acompanhamento aos nacionais e estrangeiros que ingressarem no país eque se enquadrarem nas definições de suspeitos e confirmados para Infecção Humana pelo novoCoronavírus (2019-nCoV); e

Considerando que a situação demanda o emprego urgente de medidas de prevenção, controlee contenção de riscos, danos e agravos à saúde pública, resolve:

Art. 1º Declarar Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional conforme Decreto nº7.616, de 17 de novembro de 2011;

Art. 2º Estabelecer o Centro de Operações de Emergências em Saúde Pública (COE-nCoV)como mecanismo nacional da gestão coordenada da resposta à emergência no âmbito nacional.

Parágrafo único. A gestão do COE estará sob responsabilidade da Secretaria de Vigilância emSaúde (SVS/MS).

Art. 3º Compete ao COE-nCoV:

I- planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas durante a ESPIN,nos termos das diretrizes fixadas pelo Ministro de Estado da Saúde;

II- articular-se com os gestores estaduais, distrital e municipais do SUS;

III- encaminhar ao Ministro de Estado da Saúde relatórios técnicos sobre a ESPIN e as açõesadministrativas em curso;

IV - divulgar à população informações relativas à ESPIN; e

V - propor, de forma justificada, ao Ministro de Estado da Saúde:

a) o acionamento de equipes de saúde incluindo a contratação temporária de profissionais, nostermos do disposto no inciso II do caput do art. 2º da Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993;

b) a aquisição de bens e a contratação de serviços necessários para a atuação na ESPIN;

c) a requisição de bens e serviços, tanto de pessoas naturais como de jurídicas, nos termos doinciso XIII do caput do art. 15 da Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990; e

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07/04/2020 PORTARIA Nº 188, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2020 - PORTARIA Nº 188, DE 3 DE FEVEREIRO DE 2020 - DOU - Imprensa Nacional

www.in.gov.br/en/web/dou/-/portaria-n-188-de-3-de-fevereiro-de-2020-241408388 2/2

d) o encerramento da ESPIN.

Art. 4º Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

LUIZ HENRIQUE MANDETTA

Este conteúdo não substitui o publicado na versão certificada.

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07/04/2020 Decreto nº 64.881, de 22 de março de 2020 - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

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Ficha informativa

DECRETO Nº 64.881, DE 22 DE MARÇO DE 2020

Decreta quarentena no Estado de São Paulo, no contexto da pandemia do COVID-19 (NovoCoronavírus), e dá providências complementares.

JOÃO DORIA, GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO, no uso de suas atribuições legais,Considerando a Portaria MS nº 188, de 3 de fevereiro de 2020, por meio da qual o Ministro deEstado da Saúde declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN) emdecorrência da Infecção Humana pelo Novo Coronavírus;Considerando que a Lei federal nº 13.979, de 6 de fevereiro de 2020, ao dispor sobre medidaspara o enfrentamento da citada emergência, incluiu a quarentena (art. 2º, II), a qual abrange a“restrição de atividades [...] de maneira a evitar possível contaminação ou propagação docoronavírus”;Considerando que, nos termos do artigo 3º, § 7º, inciso II, da aludida lei federal, o gestor local desaúde, autorizado pelo Ministério da Saúde, pode adotar a medida da quarentena;Considerando que nos termos do artigo 4º, §§ 1º e 2º, da Portaria MS nº 356, de 11 de março de2020, o Secretário de Saúde do Estado ou seu superior está autorizado a determinar a medida dequarentena, pelo prazo de 40 (quarenta) dias;Considerando o disposto no Decreto federal nº 10.282, de 20 de março de 2020, em especial o rolde serviços públicos e atividades essenciais de saúde, alimentação, abastecimento e segurança;Considerando a recomendação do Centro de Contingência do Coronavírus, instituído pelaResolução nº 27, de 13 de março de 2020, do Secretário de Estado da Saúde, que aponta acrescente propagação do coronavírus no Estado de São Paulo, bem assim a necessidade depromover e preservar a saúde pública;Considerando a conveniência de conferir tratamento uniforme às medidas restritivas que vêmsendo adotadas por diferentes Municípios,Decreta:Artigo 1º - Fica decretada medida de quarentena no Estado de São Paulo, consistente emrestrição de atividades de maneira a evitar a possível contaminação ou propagação docoronavírus, nos termos deste decreto.Parágrafo único - A medida a que alude o “caput” deste artigo vigorará de 24 de março a 7 deabril de 2020.Artigo 2º - Para o fim de que cuida o artigo 1º deste decreto, fica suspenso:I - o atendimento presencial ao público em estabelecimentos comerciais e prestadores deserviços, especialmente em casas noturnas, “shopping centers”, galerias e estabelecimentoscongêneres, academias e centros de ginástica, ressalvadas as atividades internas;II - o consumo local em bares, restaurantes, padarias e supermercados, sem prejuízo dos serviçosde entrega (“delivery”) e “drive thru”.§ 1º - O disposto no “caput” deste artigo não se aplica a estabelecimentos que tenham por objetoatividades essenciais, na seguinte conformidade:1. saúde: hospitais, clínicas, farmácias, lavanderias e serviços de limpeza e hotéis;2. alimentação: supermercados e congêneres, bem como os serviços de entrega (“delivery”) e“drive thru” de bares, restaurantes e padarias;3. abastecimento: transportadoras, postos de combustíveis e derivados, armazéns, oficinas deveículos automotores e bancas de jornal;4. segurança: serviços de segurança privada;5. comunicação social: meios de comunicação social, inclusive eletrônica, executada porempresas jornalísticas e de radiofusão sonora e de sons e imagens;

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07/04/2020 Decreto nº 64.881, de 22 de março de 2020 - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

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6. demais atividades relacionadas no § 1º do artigo 3º do Decreto federal nº 10.282, de 20 demarço de 2020.§ 2º - O Comitê Administrativo Extraordinário COVID19, instituído pelo Decreto nº 64.864, de 16de março de 2020, deliberará sobre casos adicionais abrangidos pela medida de quarentena deque trata este decreto.Artigo 3º - A Secretaria da Segurança Pública atentará, em caso de descumprimento destedecreto, ao disposto nos artigos 268 e 330 do Código Penal, se a infração não constituir crimemais grave.Artigo 4º - Fica recomendado que a circulação de pessoas no âmbito do Estado de São Paulo selimite às necessidades imediatas de alimentação, cuidados de saúde e exercício de atividadesessenciais.Artigo 5º - Este decreto entra em vigor em 24 de março de 2020, ficando revogadas asdisposições em contrário, em especial:I - o inciso II do artigo 4º do Decreto nº 64.862, de 13 de março de 2020;II - o artigo 6º do Decreto nº 64.864, de 16 de março de 2020, salvo na parte em que dá novaredação ao inciso II do artigo 1º do Decreto nº 64.862, de 13 de março de 2020;III - o Decreto nº 64.865, de 18 de março de 2020.Palácio dos Bandeirantes, 22 de março de 2020.JOÃO DORIAGustavo Diniz JunqueiraSecretário de Agricultura e AbastecimentoPatrícia Ellen da SilvaSecretária de Desenvolvimento EconômicoSergio Henrique Sá Leitão FilhoSecretário da Cultura e Economia CriativaRossieli Soares da SilvaSecretário da EducaçãoHenrique de Campos MeirellesSecretário da Fazenda e PlanejamentoFlavio Augusto Ayres AmarySecretário da HabitaçãoJoão Octaviano Machado NetoSecretário de Logística e TransportesPaulo Dimas Debellis MascarettiSecretário da Justiça e CidadaniaMarcos Rodrigues PenidoSecretário de Infraestrutura e Meio AmbienteCelia Kochen ParnesSecretária de Desenvolvimento SocialMarco Antonio Scarasati VinholiSecretário de Desenvolvimento RegionalJosé Henrique Germann FerreiraSecretário da SaúdeJoão Camilo Pires de CamposSecretário da Segurança PúblicaNivaldo Cesar RestivoSecretário da Administração PenitenciáriaAlexandre Baldy de Sant’Anna BragaSecretário dos Transportes MetropolitanosAildo Rodrigues FerreiraSecretário de EsportesVinicius Rene Lummertz SilvaSecretário de TurismoCelia Camargo Leão EdelmuthSecretária dos Direitos da Pessoa com DeficiênciaJulio SersonSecretário de Relações InternacionaisAntonio Carlos Rizeque Malufe

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07/04/2020 Decreto nº 64.881, de 22 de março de 2020 - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

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Secretário Executivo, Respondendo pelo Expediente da Casa CivilRodrigo GarciaSecretário de GovernoPublicado na Secretaria de Governo, aos 22 de março de 2020.

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07/04/2020 Decreto nº 64.920, de 06 de abril de 2020 - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2020/decreto-64920-06.04.2020.html 1/2

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Ficha informativa

DECRETO Nº 64.920, DE 06 DE ABRIL DE 2020

Estende o prazo da quarentena de que trata o Decreto nº 64.881, de 22 de março de 2020, e dáprovidências correlatas

JOÃO DORIA, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais,Considerando as recomendações do Centro de Contingência do Coronavírus, instituído pelaResolução nº 27, de 13 de março de 2020, da Secretaria da Saúde, eConsiderando a necessidade de conter a disseminação da COVID-19 e garantir o adequadofuncionamento dos serviços de saúde,Decreta:Artigo 1º - Fica estendido até 22 de abril de 2020 o período de quarentena de que trata oparágrafo único do artigo 1º Decreto nº 64.881, de 22 de março de 2020, como medida necessáriaao enfrentamento da pandemia da COVID-19 (Novo Coronavírus), no Estado de São Paulo.Artigo 2º - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.Palácio dos Bandeirantes, 6 de abril de 2020JOÃO DORIAGustavo Diniz JunqueiraSecretário de Agricultura e AbastecimentoPatrícia Ellen da SilvaSecretária de Desenvolvimento EconômicoSergio Henrique Sá Leitão FilhoSecretário da Cultura e Economia CriativaRossieli Soares da SilvaSecretário da EducaçãoHenrique de Campos MeirellesSecretário da Fazenda e PlanejamentoFlavio Augusto Ayres AmarySecretário da HabitaçãoJoão Octaviano Machado NetoSecretário de Logística e TransportesPaulo Dimas Debellis MascarettiSecretário da Justiça e CidadaniaMarcos Rodrigues PenidoSecretário de Infraestrutura e Meio AmbienteCelia Kochen ParnesSecretária de Desenvolvimento SocialMarco Antonio Scarasati VinholiSecretário de Desenvolvimento RegionalJosé Henrique Germann FerreiraSecretário da SaúdeJoão Camilo Pires de CamposSecretário da Segurança PúblicaNivaldo Cesar RestivoSecretário da Administração PenitenciáriaAlexandre Baldy de Sant’Anna BragaSecretário dos Transportes MetropolitanosAildo Rodrigues Ferreira

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07/04/2020 Decreto nº 64.920, de 06 de abril de 2020 - Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo

https://www.al.sp.gov.br/repositorio/legislacao/decreto/2020/decreto-64920-06.04.2020.html 2/2

Secretário de EsportesVinicius Rene Lummertz SilvaSecretário de TurismoCelia Camargo Leão EdelmuthSecretária dos Direitos da Pessoa com DeficiênciaJulio SersonSecretário de Relações InternacionaisAntonio Carlos Rizeque MalufeSecretário Executivo, Respondendo pelo Expediente daCasa Civil Rodrigo GarciaSecretário de GovernoPublicado na Secretaria de Governo, aos 6 de abril de 2020.

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07/04/2020 CNseg | Orientações e esclarecimentos sobre a cobertura de exames e tratamentos do coronavírus

fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 1/11

Orientações e esclarecimentos sobre a coberturade exames e tratamentos do coronavírus13 de Março de 2020 - FenaSaúde

Informações atualizadas até 27/03/2020.

A FenaSaúde (Federação Nacional de Saúde Suplementar) disponibiliza as orientações e os

esclarecimentos abaixo a respeito da cobertura de exames e tratamentos do novo coronavírus por

parte dos planos de saúde, segundo resolução normativa publicada pela Agência Nacional de Saúde

Suplementar em 13 de março de 2020 e demais instruções emitidas por órgãos de saúde

competentes.

Nosso objetivo é auxiliar os bene�ciários a obter a melhor assistência diante da pandemia e contar

com as informações mais claras, seguras e �dedignas disponíveis no momento, sempre

acompanhando as orientações o�ciais e o desenrolar da doença no país.

Considerando que o conhecimento sobre a infecção pelo covid-19 ainda é um processo em

construção entre as autoridades sanitárias, tanto no Brasil, quanto no resto do mundo, é

importante ter presente que protocolos e diretrizes podem ser revistos a qualquer tempo pelos

órgãos públicos e regulatórios de saúde competentes.

As informações abaixo serão atualizadas de acordo com a evolução da doença e com eventuais

mudanças nas orientações das autoridades de saúde do país.

 

1- O exame especí�co para detecção do novo coronavírus, o covid-19, será coberto pelos planos de

saúde?

2- Todos os bene�ciários de planos de saúde terão direito a fazer o exame especí�co para detecção

do covid-19?

3- Em que situações o paciente se enquadra na de�nição de caso suspeito da doença?

4- Em que situações o paciente se enquadra na de�nição de caso provável da doença?

5- Qual a diferença entre transmissão local e transmissão sustentada ou comunitária?

6- Qualquer bene�ciário pode se dirigir a um laboratório para fazer o exame especí�co para

detecção do covid-19 a ser coberto pelos planos?

7- O que devo fazer se estiver com os sintomas do coronavírus? Devo ir direto a uma emergência

hospitalar?

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07/04/2020 CNseg | Orientações e esclarecimentos sobre a cobertura de exames e tratamentos do coronavírus

fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 2/11

8- Onde o exame especí�co para detecção do covid-19 deve ser realizado?

9- Meu exame para o covid-19 deu positivo, ou seja, tenho o vírus. Os planos de saúde cobrem o

tratamento do novo coronavírus?

10- A ANS orienta a consultar minha operadora antes de me dirigir a hospitais ou outras unidades

de saúde. Onde e como consigo fazer isso?

11- Tenho uma cirurgia marcada pelo meu plano de saúde. Ela está mantida ou devo adiar?

12- Em razão da epidemia e das medidas de isolamento social, recebi orientação para evitar a ida a

ambulatórios, consultórios e hospitais. Há outras formas de ser atendido, já que tenho

procedimentos médicos de rotina para manter?

13- Alguns pacientes contaminados pela covid-19 estão sendo orientados a fazer isolamento

domiciliar. Em vários locais, as autoridades estão determinando outra medida de alcance geral:

quarentena. Qual a diferença entre isolamento e quarentena?

14 - Os prazos máximos para atendimento aos bene�ciários de planos de saúde mudam com o

cenário do coronavírus?

 

 

 

O exame especí�co para detecção do novo coronavírus, o covid-19, será coberto pelos planos de

saúde?

Sim, conforme protocolo e diretrizes de�nidas pelo Ministério da Saúde e de acordo com o

estabelecido na resolução normativa n° 453, de 12/03/2020, da Agência Nacional e Saúde

Suplementar (ANS).

O exame coberto obrigatoriamente pelos planos de saúde é o RT-PCR especí�co para detecção da

covid-19. A resolução da ANS não abarca outros tipos de exames, como testes rápidos (sorologia).

Fontes: Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde Suplementar

 

 

Todos os bene�ciários de planos de saúde terão direito a fazer o exame especí�co para detecção

do covid-19?

Não. De acordo com a diretriz da ANS, a cobertura do exame especí�co pelos planos de saúde é

obrigatória apenas para casos classi�cados como suspeitos ou prováveis de doença pelo covid-19.

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07/04/2020 CNseg | Orientações e esclarecimentos sobre a cobertura de exames e tratamentos do coronavírus

fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 3/11

No entanto, com o agravamento da situação da covid-19 no país e em razão da impossibilidade de

ampla testagem populacional, em 20/3, por meio da portaria n° 454, o Ministério da Saúde

declarou todo o território nacional como sendo de transmissão comunitária (veja mais detalhes

em item especí�co a seguir) da covid-19.

Nestes casos, os exames de detecção da doença são reservados apenas a pessoas internadas em

grave condição de saúde.

Fontes: Agência Nacional de Saúde Suplementar e Ministério da Saúde

 

 

Em que situações o paciente se enquadra na de�nição de caso suspeito da doença?

Conforme protocolo e diretrizes de�nidas pelo Ministério da Saúde, há dois tipos de grupos de

casos suspeitos.

O primeiro são pessoas com histórico de viagem para países com transmissão sustentada ou área

com transmissão local nos últimos 14 dias. O segundo são pessoas que tenham tido contato com

caso suspeito ou con�rmado para covid-19 nos últimos 14 dias.

No primeiro caso, a pessoa tem que apresentar ocorrência de febre (acima de 37,8° C) e pelo menos

um dos seguintes sinais ou sintomas respiratórios: tosse, di�culdade para respirar, produção de

escarro, congestão nasal ou conjuntival, di�culdade para deglutir, dor de garganta, coriza, dispneia

(falta de ar), saturação de oxigênio menor que 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz,

tiragem intercostal.

No segundo, a pessoa tem que apresentar ocorrência de febre (acima de 37,8° C) ou pelo menos um

dos seguintes sinais ou sintomas respiratórios: tosse, di�culdade para respirar, produção de

escarro, congestão nasal ou conjuntival, di�culdade para deglutir, dor de garganta, coriza, dispneia

(falta de ar), saturação de oxigênio menor que 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz,

tiragem intercostal.

Fonte: Ministério da Saúde

 

 

Em que situações o paciente se enquadra na de�nição de caso provável da doença?

Conforme protocolo e diretrizes de�nidas pelo Ministério da Saúde, são considerados prováveis

casos em que a pessoa tenha tido contato domiciliar com caso con�rmado por covid-19 nos últimos

14 dias.

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07/04/2020 CNseg | Orientações e esclarecimentos sobre a cobertura de exames e tratamentos do coronavírus

fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 4/11

A pessoa tem que apresentar ocorrência de febre (acima de 37,8° C) ou pelo menos um dos

seguintes sinais ou sintomas respiratórios: tosse, di�culdade para respirar, produção de escarro,

congestão nasal ou conjuntival, di�culdade para deglutir, dor de garganta, coriza, dispneia (falta de

ar), saturação de oxigênio menor que 95%, sinais de cianose, batimento de asa de nariz, tiragem

intercostal.

Nesta situação, é importante observar a presença de outros sinais e sintomas como: fadiga, mialgia

(dor muscular), artralgia (dor articular), dor de cabeça, calafrios, manchas vermelhas pelo corpo,

gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito, desidratação e inapetência (falta de

apetite).

Fonte: Ministério da Saúde

 

 

Qual a diferença entre transmissão local e transmissão sustentada ou comunitária?

A transmissão é local quando o paciente infectado com o covid-19 não esteve em nenhum país com

registro da doença. Neste caso, a doença foi contraída por meio de contato com outra pessoa

infectada fora do país. Foi desta forma que o covid-19 chegou ao Brasil.

A transmissão sustentada ou comunitária ocorre quando uma pessoa que não esteve em nenhum

país com registro da doença é infectada por outra pessoa que também não viajou.

A partir de 20/3, todo o território nacional passou a ser considerado em estado de transmissão

comunitária da doença.

Fonte:  Ministério da Saúde (1) e (2)

 

 

Qualquer bene�ciário pode se dirigir a um laboratório para fazer o exame especí�co para

detecção do covid-19 a ser coberto pelos planos?

Não. Seguindo o estabelecido na resolução normativa n° 453, de 12/03/2020, da ANS, o exame

especí�co será feito apenas nos casos em que houver indicação médica para casos classi�cados

como suspeitos ou prováveis de doença pelo covid-19.

Mas, desde 20/3, quando todo território nacional foi considerado em estado de transmissão

comunitária, a orientação do Ministério da Saúde é realizar o exame especí�co para o covid-

19 apenas em casos graves de pacientes internados.

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar e  Ministério da Saúde

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07/04/2020 CNseg | Orientações e esclarecimentos sobre a cobertura de exames e tratamentos do coronavírus

fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 5/11

 

 

O que devo fazer se estiver com sintomas do coronavírus? Devo ir direto a uma emergência

hospitalar?

Em 80% dos casos, os sintomas do coronavírus são leves, semelhantes a uma gripe.

Nestes casos, se você tem uma coriza e mal-estar momentâneo, a orientação da Organização

Mundial da Saúde é evitar sair de casa e aguardar. Alimente-se bem, mantenha-se hidratado e

durma bem. Analgésicos e antitérmicos ajudam a aliviar o mal-estar.

Se apresentar febre e tosse, não espere agravar: procure o seu médico do plano de saúde. Essa

orientação vale para sempre que o paciente estiver em dúvida quanto a seu estado de saúde.

Caso você tenha alguma di�culdade respiratória (falta de ar), com ou sem febre, o seu caso é

considerado grave! Procure imediatamente um serviço de emergência. Você será submetido a

alguns procedimentos e, havendo con�rmação da doença, será encaminhado a um hospital de

referência para tratamento. 

Fonte: Ministério da Saúde

 

 

Onde o exame especí�co para detecção do covid-19 deve ser realizado?

O bene�ciário não deve se dirigir a laboratórios, hospitais ou outras unidades de saúde sem antes

consultar um médico e sua operadora de plano de saúde para informações sobre o local mais

adequado para a realização de exame ou para esclarecimento de dúvidas sobre diagnóstico ou

tratamento da doença (links para páginas de orientação e contato estão disponíveis abaixo).

Seguindo orientações das autoridades sanitárias, a coleta de material para o exame, quando for o

caso e se disponível, será feita em domicílio ou ambiente hospitalar, a �m de evitar contaminação

de outras pessoas. 

Com a declaração, ocorrida em 20/3, de que todo o território nacional está em estado de

transmissão comunitária, a orientação do Ministério da Saúde é realizar o exame especí�co para o

covid-19 apenas em casos graves de pacientes internados.

Fontes: Agência Nacional de Saúde Suplementar e Ministério da Saúde

 

 

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07/04/2020 CNseg | Orientações e esclarecimentos sobre a cobertura de exames e tratamentos do coronavírus

fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 6/11

Meu exame para o covid-19 deu positivo, ou seja, tenho o vírus. Os planos de saúde cobrem o

tratamento do novo coronavírus?

Importante registrar que não há tratamento especí�co para infecções causadas por coronavírus.

Em casos mais simples, pacientes infectados recebem medicação para aliviar os sintomas, como

analgésicos e antitérmicos, com indicação também de repouso e ingestão de bastante água e

líquidos, conforme protocolo do Ministério da Saúde.

A cobertura do tratamento a pacientes diagnosticados com covid-19 já é assegurada a

bene�ciários de planos de saúde, conforme a segmentação (ambulatorial, hospitalar

ou referência) contratada.

Em casos indicados, isto é, de maior gravidade, o bene�ciário terá direito a internação caso tenha

contratado cobertura para atendimento hospitalar (segmentação hospitalar) e desde que tenha

cumprido os períodos de carência, se houver previsão contratual.

Fontes: Ministério da Saúde e Agência Nacional de Saúde Suplementar

 

 

A ANS orienta a consultar minha operadora antes de me dirigir a hospitais ou outras unidades de

saúde. Onde e como consigo fazer isso?

As empresas associadas à FenaSaúde disponibilizaram diversos canais de comunicação para

informar bene�ciários e prestadores, orientando empresas clientes e pacientes sobre como

proceder, bem como divulgando medidas de prevenção. Links para páginas de orientação e

contato estão disponíveis abaixo.

 

 

Tenho uma cirurgia marcada pelo meu plano de saúde. Ela está mantida ou devo adiar?

A Agência Nacional de Saúde Suplementar orientou operadoras de planos de saúde a adiarem

consultas, exames ou cirurgias que não se enquadrem em casos de urgência e emergência.

A medida visa liberar leitos para pacientes infectados pelo novo coronavírus, bem como evitar que

pessoas saudáveis frequentem unidades de saúde e possam vir a se contaminar.

Mas se o seu caso for de urgência ou emergência, nada muda: o procedimento deverá ser realizado

normalmente.

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar

 

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07/04/2020 CNseg | Orientações e esclarecimentos sobre a cobertura de exames e tratamentos do coronavírus

fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 7/11

 

Em razão da epidemia e das medidas de isolamento social, recebi orientação para evitar a ida a

ambulatórios, consultórios e hospitais. Há outras formas de ser atendido, já que tenho

procedimentos médicos de rotina para manter?

Durante a pandemia da covid-19, a orientação das autoridades de saúde é que o paciente evite a ida

a estabelecimentos de saúde. Agindo assim, ele reduz risco de se contaminar e, ao mesmo tempo,

permite que mais recursos médicos e clínicos sejam reservados para o atendimento de quem está

acometido pela doença.

Uma alternativa para quem precisa de atendimento é a telemedicina. O procedimento permite que

os médicos atendam pacientes à distância, por meio de recursos tecnológicos.

A telemedicina foi autorizada no país, em caráter excepcional, pelo Ministério da Saúde, por meio

da portaria n° 467, de 20/3/2020. A medida foi tomada em consonância com o Conselho Federal de

Medicina, que reconheceu a possibilidade e a eticidade da utilização da telemedicina enquanto

durarem as medidas de enfretamento ao coronavírus – a regulamentação em vigor data de 2002.

Em linhas gerais, a regulamentação prevê as seguintes modalidades de

telemedicina: teleorientação (orientação à distância); telemonitoramento (supervisão à distância)

e a teleinterconsulta (permite a troca de informações e opiniões entre médicos, para auxílio

diagnóstico ou terapêutico), atendimento pré-clínico, atendimento de suporte

assistencial, atendimento de consulta e diagnóstico, por meio de tecnologia da informação e

comunicação.

Fontes: Ministério da Saúde e Conselho Federal de Medicina

 

 

Alguns pacientes contaminados pela covid-19 estão sendo orientados a fazer isolamento

domiciliar. Em vários locais, as autoridades estão determinando outra medida de alcance geral:

quarentena. Qual a diferença entre isolamento e quarentena?

 Ambas são medidas de saúde pública, mas são diferentes.

No isolamento, há separação de pessoas, evitando a transmissão e propagação da infecção, mas não

há controle de entrada e saída do local. São recomendações para pacientes com síndromes gripais.

Preferencialmente, o isolamento é em domicílio, mas, em casos mais graves, pode ocorrer em

hospitais públicos ou privados. O prazo é de 14 dias, podendo se estender por até igual período,

dependendo da evolução da doença.

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fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 8/11

Na quarentena, há restrição da movimentação das pessoas, podendo, em casos extremos, haver

policiamento e controle ostensivo. O objetivo é reduzir a transmissão comunitária. A quarentena

demanda um ato administrativo baseado em lei e pode ser adotada por prazo de até 40 dias ou

estender-se por mais tempo.

Tanto num caso quanto no outro, medidas de isolamento social são as únicas atitudes, até o

momento, capazes de conter a evolução da covid-19 e, consequentemente, reduzir o número de

mortes. Então, mais que nunca, �que em casa!

Fontes: Ministério da Saúde

 

 

Os prazos máximos para atendimento aos bene�ciários de planos de saúde mudam com o cenário

do coronavírus?

Sim. A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) determinou a ampliação dos prazos

máximos de atendimento de bene�ciários em casos de realização de consultas, exames, terapias

e cirurgias que não sejam consideradas urgentes.

Os objetivos são garantir que as operadoras de planos de saúde priorizem atendimentos a

pacientes acometidos pela covid-19, reduzir a sobrecarga das unidades de saúde e evitar a

exposição desnecessária de bene�ciários ao risco de contaminação pelo novo coronavírus.

A medida passou a vigorar em 25/3, é válida em caráter excepcional e será reavaliada

periodicamente pela ANS, que poderá fazer novas alterações a qualquer tempo, caso necessário.

É importante ressaltar que os bene�ciários não serão prejudicados com a dilação destes prazos,

na medida em que �cam garantidos tratamentos de urgência e emergência, assim como os prazos

para casos em que os tratamentos não podem ser interrompidos ou adiados, por colocarem em

risco a vida do paciente.

Enquadram nesta condição e, portanto, não terão seus prazos de atendimento afetados:

relacionados a pré-natal, parto e puerpério; doentes crônicos; tratamentos continuados; revisões

pós-operatórias; diagnóstico e terapias em oncologia, psiquiatria e aqueles tratamentos cuja não

realização ou interrupção coloque em risco o paciente, conforme declaração do médico assistente

(atestado).

Veja neste link como �cam os prazos a partir de agora.

Fonte: Agência Nacional de Saúde Suplementar

 

 

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fenasaude.org.br/noticias/orientacoes-esclarecimentos-cobertura-de-exames-tratamentos-coronavirus.html#Exame 9/11

 

Abaixo estão links para as páginas de cada uma das associadas da FenaSaúde que trazem

orientações a seus bene�ciários:

Allianz Saúde

Amil Assistência Médica Internacional

Grupo Bradesco Saúde

Care Plus Medicina Assistencial

Gama Saúde

Golden Cross

Itauseg Saúde

MetLife Planos Odontológicos

Grupo NotreDame Intermédica Saúde

OdontoPrev

Omint Serviços de Saúde

Porto Seguro - Seguro Saúde

Sompo Saúde Seguros

Grupo SulAmérica Saúde

Unimed Seguros Saúde 

Para tirar outras dúvidas e saber mais sobre o coronavírus, consulte:

Ministério da Saúde

Agência Nacional de Saúde Suplementar

Fiocruz

Organização Mundial da Saúde

Organização Pan-Americana de Saúde

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O Globo

Folha de S.Paulo

Folha de S.Paulo (2)

O Estado de S.Paulo

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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comunicado Coronavírus fenasaude Orientações

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02/04/2020

Número: 0709544-98.2020.8.07.0001

Classe: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL

Órgão julgador: 15ª Vara Cível de Brasília

Última distribuição : 27/03/2020

Valor da causa: R$ 500.000,00

Assuntos: Contratos de Consumo

Segredo de justiça? NÃO

Justiça gratuita? SIM

Pedido de liminar ou antecipação de tutela? SIM

Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos TerritóriosPJe - Processo Judicial Eletrônico

Partes Advogados

DEFENSORIA PUBLICA DO DISTRITO FEDERAL (AUTOR)

AMIL ASSISTENCIA MEDICA INTERNACIONAL S.A. (RÉU)

BRADESCO SAÚDE S/A (RÉU)

CENTRAL NACIONAL UNIMED - COOPERATIVA CENTRAL

(RÉU)

GEAP AUTOGESTÃO EM SAÚDE (RÉU)

SAUDE SIM LTDA (RÉU)

UNIMED FEDERACAO INTERFEDERATIVA DAS

COOPERATIVAS MEDICAS DO CENTRO-OESTE E

TOCANTINS (RÉU)

Outros participantes

MINISTERIO PUBLICO DO DISTRITO FEDERAL E DOS

TERRITORIOS (FISCAL DA LEI)

Documentos

Id. Data daAssinatura

Documento Tipo

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Num. 60625510 - Pág. 1Assinado eletronicamente por: JOAO LUIS ZORZO - 02/04/2020 14:42:48https://pje.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20040214424888400000057864464Número do documento: 20040214424888400000057864464

Poder Judiciário da UniãoTRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOSTERRITÓRIOS

15VARCVBSB15ª Vara Cível de Brasília

Número do processo: 0709544-98.2020.8.07.0001

Classe judicial: AÇÃO CIVIL PÚBLICA CÍVEL (65)

AUTOR: DEFENSORIA PUBLICA DO DISTRITO FEDERAL

RÉU: AMIL ASSISTENCIA MEDICA INTERNACIONAL S.A., BRADESCO SAÚDE S/A,CENTRAL NACIONAL UNIMED - COOPERATIVA CENTRAL, GEAP AUTOGESTÃO EMSAÚDE, SAUDE SIM LTDA, UNIMED FEDERACAO INTERFEDERATIVA DAS COOPERATIVASMEDICAS DO CENTRO-OESTE E TOCANTINS

DECISÃO INTERLOCUTÓRIA

Cuida-se de Ação Civil Pública ajuizada pela DEFENSORIA PÚBLICA DO DISTRITO FEDERAL emface desfavor da AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A, do BRADESCO SAÚDES/A, da CENTRAL NACIONAL UNIMED – COOPERATIVA CENTRAL, da GEAP AUTOGESTÃOEM SAÚDE, da SAÚDE SIM LTDA e da UNIMED FEDERAÇÃO INTERFEDERATIVA DASCOOPERATIVAS MEDICAS DO CENTRO-OESTE E TOCANTINS (UNIMED CENTRO-OESTE ETOCANTINS), contendo pedido de tutela provisória de urgência.

A Autora alega que os planos de saúde Réus negam atendimento de urgência e de emergência dentro doprazo de carência de 24 (vinte quatro) horas, argumentando que os beneficiários estariam em período decarência contratual de 180 (cento e oitenta) dias.

Sustenta que a situação atual é extremamente grave, diante da situação de pandemia vivenciada, além dorisco exponencial crescente de propagação e contaminação causadas pelo Covid-19, podendosobrecarregar todo sistema público de saúde, tece considerações acerca da necessidade de racionalizaçãodo sistema público de saúde, fazendo com que os beneficiários de planos privados de saúde, comsuspeitas de contágio ou atestadamente infectados, sejam por elas assistidos, a fim de que seja priorizado,no atendimento público de saúde, somente aquelas pessoas que não possuem amparo assistencial emplanos privados de saúde.

Requer, ao final, seja determinado aos requeridos que prestem atendimento imediato aos beneficiários deseus planos de saúde que estejam em prazo de carência contratual e necessitem de tratamento médico deemergência ou urgência, em especial para aqueles com suspeita de contágio ou com resultados positivospelo novo coronavírus, estabelecendo-se, para tanto, canais de atendimento prioritário para os Órgãos doSistema de Justiça – via e-mail, telefone e whatsapp – a fim de viabilizar o contato extrajudicial para asolução de casos individuais, ambos, sob pena de multa diária.

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios - MPDFT ofertou parecer favorável à concessão detutela provisória de urgência (ID 6060602).

É a síntese.

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Num. 60625510 - Pág. 2Assinado eletronicamente por: JOAO LUIS ZORZO - 02/04/2020 14:42:48https://pje.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20040214424888400000057864464Número do documento: 20040214424888400000057864464

Passo a fundamentar e decidir.

Para concessão da tutela provisória de urgência, há a necessidade de preenchimento de pelo menos doisrequisitos, quais sejam: a probabilidade do direito e o perigo de dano, conforme se depreende do art. 300do Código de Processo Civil.

Existe nos autos elementos capazes de demonstrar a probabilidade do direito invocado pela parte Autora.

O art. 12, V, "c", da Lei nº 9.656/98 estabelece que:

“Art. 12. São facultadas a oferta, a contratação e a vigência dos produtos de que tratam o inciso I e o § 1ºdo art. 1º desta Lei, nas segmentações previstas nos incisos I a IV deste artigo, respeitadas as respectivasamplitudes de cobertura definidas no plano-referência de que trata o art. 10, segundo as seguintesexigências mínimas:

(...)

V - quando fixar períodos de carência:

a) prazo máximo de trezentos dias para partos a termo;

b) prazo máximo de cento e oitenta dias para os demais casos;

”.c) prazo máximo de vinte e quatro horas para a cobertura dos casos de urgência e emergência(g.n.)

Dispõe, além disso, o artigo 35-C, inciso I, da lei de regência dos planos de saúde que "é obrigatória acobertura do atendimento nos casos de emergência, como tais definidos os que implicarem risco imediatodevida ou de lesões irreparáveis para o paciente, caracterizado em declaração do médico assistente.” (g.n.)

A par disso, conforme bem destacado pela parte Autora e pelo Ministério Público, há entendimento do c.Superior Tribunal de Justiça e do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, no sentido de que

qualquer prazo de carência deveria ser afastado em casos de urgência ou emergência no tratamento de .alguma doença grave, tendo em vista a prevalência do direito à saúde sobre os demais

Nesse sentido:

"AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PLANODESAÚDE.EMERGÊNCIA. RECUSA NO ATENDIMENTO. PRAZO DE

CARÊNCIA.CLÁUSULA.ABUSIVIDADE.PRECEDENTES.SÚMULANº568/STJ. INCIDÊNCIA. 1.Esta Corte Superior firmou o entendimento de que o período de carência contratualmente estipuladopelos planos de saúde não prevalece diante de situações emergenciais graves nas quais a recusa decobertura possa frustrar o próprio sentido e a razão de ser do onegócio jurídico firmad . Incidênciada Súmula nº 568/STJ. 2. Agravo internon ão provido. (STJ. AgInt. no AREsp n. 858013/DF. TerceiraTurma. Relator Ministro Ricardo Villas Boas Cueva. Julgado em 09/08/2016)

(...)

APELAÇÃO CÍVEL. CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE COLETIVO. APLICAÇÃO DO CDC. C IRURGIA DE EMERGÊNCIA. INTERNAÇÃO. NEGATIVA DE AUTORIZAÇÃO.DANO MORAL.

(...). 2. A cobertura, nos casos de urgência e emergência, não poderá ter período de carência superior a 24 (vinte e quatro) horas, art. 12, V, "c", da Lei 9.656/98. Além disso, a cobertura do

atendimento e internação, nos casos de emergência, é obrigatória, nos termos do inciso I, do artigo 35-C, da Lei 9.656/98, garantindo-se ao consumidor a proteção de sua saúde e de sua integridade

física. Precedentes do c. STJ.3. Segundo a Súmula 302 do STJ, é abusiva a cláusula de contrato de plano de saúde que limita o tempo de internação, uma vez que essa limitação restringe direitos

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Num. 60625510 - Pág. 3Assinado eletronicamente por: JOAO LUIS ZORZO - 02/04/2020 14:42:48https://pje.tjdft.jus.br:443/pje/Processo/ConsultaDocumento/listView.seam?nd=20040214424888400000057864464Número do documento: 20040214424888400000057864464

. (...)inerentes à própria finalidade do contrato . (Acórdão n.1172345, 07125818620188070007, Relator: CESAR LOYOLA 2ª Turma Cível, Data de Julgamento: 22/05/2019, Publicado no DJE:

04/06/2019. Pág.: Sem Página Cadastrada. No mesmo sentido: Acórdão n.1159152, 07178754320188070000, Relator: ALVARO CIARLINI 3ª Turma Cível, Data de Julgamento:

20/03/2019, Publicado no DJE: 27/03/2019. Pág.: Sem Página Cadastrada.) e Acórdão n.849285, 20130310346460APC, Relator: GILBERTO PEREIRA DE OLIVEIRA, Revisor: ALFEU MACHADO,

3ª Turma Cível, Data de Julgamento: 11/02/2015, Publicado no DJE: 27/02/2015. Pág.: 233).

Presente também a existência de perigo de dano caso a tutela provisória de urgência não seja deferida, tendo em vista os graves danos que poderão resultar da ausência de tratamento adequado às pessoas

expostas ao coronavírus.

Assim, há, nos autos, elementos suficientes para concessão de tutela provisória de urgência.

Conclusão

Diante do exposto, CONCEDO A TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA postulada pela parte Autorapara:

a) determinar às Rés que prestem atendimento de urgência e de emergência aos beneficiários de seusplanos de saúde, sem exigência de prazo de carência, exceto o prazo de 24 (vinte e quatro) horas, previstono art. 12, V, "c", da Lei nº 9656/98, em especial para aqueles com suspeita de contágio ou comresultados positivos pelo novo coronavírus;

b) determinar à Rés que estabeleçam canais de atendimento prioritário para os Órgãos do Sistema deJustiça– via e-mail, telefone e whatsapp –, especialmente para Defensoria Pública, Ministério Público eProcuradorias, a fim de viabilizar o contato extrajudicial para a solução de casos individuais.

Fixo o prazo de 24 (vinte e quatro) horas para cumprimento da obrigação, contado da intimação pessoal,sob pena de multa de R$ 10.000,00 (dez mil reais) para cada recusa de atendimento.

Deixo para momento oportuno a análise da conveniência da audiência de conciliação.

Cite-se e intime-se a parte Ré, , para cumprir a presente decisão e contestar o feito no prazocom urgênciade 15 (quinze) dias úteis.

Concedo à presente decisão FORÇA DE MANDADO.

A ausência de contestação implicará revelia e presunção de veracidade da matéria fática apresentada napetição inicial.

As intimações da Defensoria Pública deverão ser enviadas ao Núcleo de Defesa do Consumidor –NUDECON, conforme requerido na inicial.

Int.

BRASÍLIA, DF, 2 de abril de 2020 12:09:14.

JOAO LUIS ZORZO

Juiz de Direito

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL CÍVEL32ª VARA CÍVELPraça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP 01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]ário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

Fls. 1

DECISÃO

Processo Digital nº: 1029663-70.2020.8.26.0100

Classe - Assunto Ação Civil Pública Cível - Tratamento médico-hospitalar

Requerente: Defensoria Pública do Estado de São Paulo

Requerido: Amil Assistência Médica Internacional LTDA e outros

Juiz(a) de Direito: Dr(a). FABIO DE SOUZA PIMENTA

Vistos.

Tratando-se de ação civil pública, abra-se vista ao Ministério Público

com urgência.

Após, tornem conclusos.

Intime-se.

São Paulo, 07 de abril de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL CÍVEL32ª VARA CÍVELPraça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP 01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]ário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

ATO ORDINATÓRIO

Processo Digital n°: 1029663-70.2020.8.26.0100

Classe Assunto: Ação Civil Pública Cível - Tratamento médico-hospitalar (COVID-19)

Requerente: Defensoria Pública do Estado de São Paulo

Requerido: Amil Assistência Médica Internacional LTDA e outros

Ato Ordinatório

Vista ao Ministério Público.

São Paulo, 08 de abril de 2020.Eu, ___, Andrea Campmany Vieira, Escrevente Técnico

Judiciário.

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL CÍVEL32ª VARA CÍVELPraça João Mendes s/nº, 11º andar - salas nº 1119/1121, Centro - CEP 01501-900, Fone: 21716223, São Paulo-SP - E-mail: [email protected]

CERTIDÃO DE REMESSA PARA O PORTAL ELETRÔNICO

Processo n°: 1029663-70.2020.8.26.0100

Classe – Assunto: Ação Civil Pública Cível - Tratamento médico-hospitalar (COVID-19)

Requerente: Defensoria Pública do Estado de São Paulo e outro

Requerido: Amil Assistência Médica Internacional LTDA e outros[ ]

[ ]Justiça PúblicaJustiça Pública[][]

CERTIFICA-SE que em 08/04/2020 o ato abaixo foi encaminhado ao

portal eletrônico.

Teor do ato: Vista ao Ministério Público.

São Paulo, (SP), 08 de abril de 2020

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EXMO. SR. JUIZ DE DIREITO DA 32ª VARA CÍVEL DO FORO CENTRAL DA COMARCA DE SÃO

PAULO

Processo nº 1029663-70.2020.8.26.0100

AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S.A. AMIL , sociedade

anônima inscrita no CNPJ/MF sob o nº 29.309.127/0001-79, com endereço na Rua Arquiteto

Olavo Redig de Campos, 105, 6º ao 21º andares, Torre B, Vila São Francisco, São Paulo/SP, CEP

04.711-904, nos autos da ação coletiva acima indicada, ajuizada pela DEFENSORIA PÚBLICA

DO ESTADO DE SÃO PAULO Defensoria , ve a V.Exa., po seus advogados doc. 1),

requerer a CONCESSÃO DE PRAZO para que, caso desejem, as rés possam exercer o

contraditório prévio em relação ao pedido de tutela antecipada formulado às fls. 24/25, pelas

razões que passa a expor.

I – NECESSIDADE DE PRÉVIA MANIFESTAÇÃO DAS RÉS:

DEMANDA SENSÍVEL QUE NÃO PODE NEGLIGENCIAR BALIZAS TÉCNICAS RELEVANTES.

PRECEDENTE DO STJ

1. A presente demanda tem contornos graves. Extremamente graves.

2. Em um dos momentos mais delicados da saúde brasileira, poderá impactar

severamente a prestação de serviços médicos no Estado de São Paulo, comprometendo a rede

privada e suplementar de saúde, indispensável para não sobrecarregar o Sistema Único e,

sobretudo, para o adequado atendimento daqueles que dela necessitam.

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3. Exatamente por isso, tomando ciência da propositura da ação, a AMIL vem, em

caráter de máxima urgência e com todas as vênias, requerer a esse MM. Juízo a concessão

de prazo para que, antes de decidir sobre os pedidos de antecipação de tutela, as corrés

possam trazer suas considerações a respeito do requerimento liminar formulado na petição

inicial.

4. No caso concreto, a concessão de prazo para justificação prévia:

i) caminha em linha com o maior prestígio conferido pelo CPC/15 ao princípio do

contraditório, que só deve ser afastado em hipóteses bastante singulares e em

que realmente não seja possível aguardar a prévia manifestação das partes;

ii) deriva da complexidade das pretensões, da relevância da matéria e da

indispensabilidade de uma visão mais abrangente possível sobre o objeto da

demanda; e

iii) será extremamente importante para que diversas questões técnicas, jurídicas

e econômicas possam ser adequadamente expostas pelas operadoras-rés,

contribuindo para a formação da convicção desse MM. Juízo.

5. Por certo, considerando a suspensão de prazos processuais determinada pelo

CNJ até o dia 30/04/2020, a AMIL adianta que não se opõe a que esse MM. Juízo opte por

estabelecer data fixa (v.g., 20/04/2020) para que se pronunciem as rés que venham a ter

conhecimento da demanda e considerem pertinente a oferta de considerações preliminares.

6. Com efeito, exemplo da pertinência do exercício prévio do contraditório pode-

se extrair da própria maneira absolutamente generalista e abstrata, data venia, como a

Defensoria trata na petição inicial os beneficiários dos planos operados pelas rés.

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3 de 10

7. Na forma da lei e das normas que a regulamentam, o sistema contempla balizas

e parâmetros para os atendimentos de urgências e emergências, os quais respeitam a critérios

vários, dentre eles a espécie de plano contratado. Ilustrativamente, os consumidores que

optam por contratar planos apenas ambulatoriais não se submetem ao mesmo regime

daqueles que contratam planos hospitalares, com direito a cobertura de internações, v.g.1

8. Desde logo é preciso dizer que a querela instaurada neste processo está

distante de se resolver com uma simples invocação dos precedentes citados na petição inicial,

decisões em que apenas se afirma que cláusulas contratuais que afastem a cobertura de

urgências e emergências durante a carência seriam abusivas.

9. A questão não é essa, mas outra e que pode ser assim sintetizada: ainda que

se trabalhe com a premissa de que tais casos precisariam ser cobertos, isso não significa que

se deva dar tudo a todos, tal como pretende a Defensoria Pública na inicial.

10. É necessário que os critérios fixados pelo Poder Executivo (e seus órgãos

normativos) precisamente para estas situações de urgência e emergência sejam observados,

em vez de descartados por completo, num fenômeno que significaria – sempre com todo o

respeito e acatamento – fixar por decisão judicial liminar nova política pública de impacto

colossal para todo um segmento regulado.

11. Em linha com tal distinção, confira-se logo aqui que a jurisprudência oferece

amostras de precedentes que, embora não neguem eficácia à jurisprudência quanto à

nulidade de cláusulas que excluam o atendimento de urgências e emergências, explicitam que

1 As distinções podem ser visualizas, por exemplo, na Resolução nº 13 do Conselho de Saúde Suplementar – CONSU, norma editada pelo Executivo em cumprimento à ordem constante do próprio art. 35 da Lei Federal nº 9.656/98, diploma citado pela Defensoria na ini ial: Pa ág afo único. A ANS fará publicar normas regulamentares para o disposto neste artigo, observados os termos de adaptação previstos no art. 35 . Co efeito, e sem prejuízo do aprofundamento que virá, o art. 2º da Resolução nº 13/98 do CONSU estabelece que A t. º O pla o a ulato ial deve á ga a ti o e tu a de u g ia e e e g ia, li itada at as p i ei as doze ho as do ate di e to , e ua to o a t. º, da es a Resolução, uida dos pla os hospitala es e p ev : A t. ° Os o t atos de plano hospitalar devem oferecer cobertura aos atendimentos de urgência e emergência

que evoluírem para internação, desde a admissão do paciente até a sua alta ou que sejam necessários à p ese vação da vida, ó gãos e fu ções .

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4 de 10

o regime de cobertura desses atendimentos não pode abstrair da aplicação dos parâmetros

legais a eles pertinentes.

12. O próprio Superior Tribunal de Justiça, após a edição da Súmula 597, já teve a

oportunidade de examinar a questão:

RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE ABUSIVIDADE DE CLÁUSULA

CONTRATUAL DE PLANO DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. ESTABELECIMENTO DE

COBERTURA, PARA OS CASOS DE URGÊNCIA E DE EMERGÊNCIA, NO SEGMENTO

ATENDIMENTO AMBULATORIAL, LIMITADA A 12 (DOZE) HORAS. CONVERGÊNCIA

COM O TRATAMENTO LEGAL E REGULAMENTAR. RECONHECIMENTO. A

COBERTURA OBRIGATÓRIA DOS PROCEDIMENTOS DE URGÊNCIA E DE

EMERGÊNCIA EM TODOS OS PLANOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE HÁ DE OBSERVAR,

NECESSARIAMENTE, A ABRANGÊNCIA DA SEGMENTAÇÃO EFETIVAMENTE

CONTRATADA. INAPLICABILIDADE DO ENUNCIADO N. 302 DA SÚMULA DO STJ.

RECURSO ESPECIAL PROVIDO ...)

3. Em regulamentação específica do art. 35-C da Lei n. 9.656/1998 e, em

consonância com a Resolução CONSU n. 13, que disciplinou a cobertura do

atendimento (obrigatório) nos casos de urgência e de emergência, sobreveio a

Resolução n. 387, posteriormente revogada pela Resolução n. 428, da Agência

Nacional de Saúde. Essas resoluções, é certo, ratificaram, in totum, a obrigação

de cobertura das operadoras de plano de saúde às situações de emergência e de

urgência, que, no segmento de atendimento ambulatorial, é limitada a 12 (doze)

horas. Caso ultrapassado esse espaço de tempo e haja a necessidade de

internação hospitalar (atendimento não coberto pelo plano ambulatorial), cessa

a responsabilidade da operadora, porém ela deverá zelar para que o paciente

seja conduzido para unidade hospitalar (da rede pública ou privada, indicada

pelo paciente ou familiar) no qual seja possível o prosseguimento do

atendimento hospitalar, se, no local, não houver condições para tanto.

4. A partir do tratamento legal e regulamentar da cobertura obrigatória dos

procedimentos de urgência e de emergência, afeta a todos os planos de assistência

à saúde, observada a segmentação de atendimento, pode-se concluir, sem

nenhuma margem de dúvidas, que o contrato celebrado entre as partes, o qual

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5 de 10

abrange, conjuntamente, as segmentações de atendimento ambulatorial e

hospitalar, observa detidamente as correlatas diretrizes legais. (....).

6. De todo modo, afigura-se absolutamente descabido inserir na segmentação

ambulatorial, que pressupõe justamente a não cobertura de internação e

atendimento hospitalar, as regras próprias dessa segmentação, em absoluta

revelia da lei.

6.1 Compreende-se, pois, que, nos casos de urgência e emergência, após o lapso

temporal de 12 (doze) horas, no qual se prestou todos os serviços médicos próprios

do segmento ambulatorial, a eventual necessidade de internação hospitalar, por

definição legal e regulamentar, refoge daquela segmentação ajustada. A

operadora de saúde, a partir de então, não mais se responsabiliza, exceto quanto

à obrigação de promover a remoção do paciente para unidade hospitalar (da rede

pública ou privada, indicada pelo paciente ou familiar) na qual seja possível o

prosseguimento do atendimento hospitalar, se, no local, não houver condições

para tanto.

6.2. A cobertura de internação hospitalar pressupõe a correlata contratação, com

proporcional contraprestação por parte do segurado. Se assim é, não há como se

exigir coberturas próprias de segmentação de atendimento não ajustada, do que

não decorre nenhuma abusividade contratual ou ilicitude, como quer fazer crer a

parte demandante.

7. O disposto no art. 12, II, a, da Lei n. 9.656/1998, que veda a limitação de tempo

para a internação hospitalar, e o teor do enunciado n. 302 da Súmula do STJ, que

dispõe ser abusiva a cláusula contratual de plano de saúde que limita no tempo a

internação hospitalar do segurado, referem-se, expressamente, à segmentação

hospitalar, e não à ambulatorial.

8. Recurso especial provido.

(STJ, REsp 1764859, 3ª T., Rel. Min. Marco Antonio Bellizze, j. em 06.11.2018)

13. Seguindo essa mesma linha:

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL. PLANO DE SAÚDE AMBULATORIAL. ATENDIMENTO

DE EMERGÊNCIA. INTERNAÇÃO EM UTI. LIMITAÇÃO DA COBERTURA. CLÁUSULA

CONTRATUAL EXPRESSA. ILICITUDE NÃO RECONHECIDA. SENTENÇA REFORMADA.

I. No plano de saúde ambulatorial a cláusula contratual que limita a cobertura de

internações, nos casos de atendimento de urgência ou de emergência, não

desponta, prima facie, abusiva ou nula de pleno direito.

II. Planos de saúde com a segmentação ambulatorial encontram respaldo no artigo

12, caput e inciso I, da Lei 9.656/98, e são regulamentados, por força desta mesma

lei, pela Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS.

III. De acordo com os artigos 6º e 21 da Resolução 387/2015, da ANS, e 2º da

Resolução 13/1998, do Conselho de Saúde Suplementar - CONSU, nos planos

ambulatoriais a garantia de cobertura de urgência e emergência é limitada às

primeiras doze horas do atendimento.

A limitação da internação, tal como disposta nas normas regulamentares e no

contrato, não traduz restrição arbitrária. Pelo contrário, está em consonância com

os caracteres do plano ambulatorial e é expressamente contemplada nas normas

da ANS que, em conformidade com o parágrafo único do artigo 35-C da Lei

9.656/1998, regulamentam a matéria".

(TJDFT, Ap. Cível nº 0007267-92.2016.8.07.0001, 4ª T.Cível, Rel. Des. James

Eduardo Oliveira, j. em 06.12.2017).2

2 No es o se tido: Operadora que, efetivamente, não está obrigada a autorizar, sem qualquer critério ou sem limite temporal, a internação de pacientes contratantes de planos ambulatoriais, sobretudo quando demonstra que ofereceu o produto completo, de acordo com o plano referência, e o consumidor optou por contratação mais enxuta e com preço bem mais baixo. Todavia, nos casos de urgência e de emergência, deverá, ao receber o paciente, prestar-lhe o atendimento necessário e adequado, seja em ambulatório ou por meio de internação, bem como autorizar a realização de todos os procedimentos imprescindíveis para a preservação da vida, órgãos e funções, até que possa ser realizada a sua remoção, com segurança, para hospital da rede pública, de modo que se torna inteiramente responsável pelo usuário do plano até que seja viabilizada a mencionada transferência. Interpretação da situação existente e das normas regulamentares atinentes à espécie com prestígio aos princípios da função social, da boa-fé e da cooperação, que devem estar presentes nas relações contratuais, com o intuito de reequilibrar-se a relação jurídica entre os demandantes. Indivíduo que, quando se sente mal, não possui capacidade de prever os desdobramentos dos problemas de saúde apresentados, ou seja, se necessitará de atendimento ambulatorial ou de internação hospitalar. Sua primeira opção, claro, é buscar o tratamento junto à rede credenciada do plano de saúde contratado. E, não é razoável que, em uma situação emergencial, seja impedido de receber o atendimento que preservará sua vida e sua saúde, em decorrência de limitações impostas pela operadora. Assim, uma vez mais, cabe destacar que a operadora não está obrigada a fornecer um serviço não contratado, ou seja, manter o consumidor, por tempo indeterminado internado. Não

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7 de 10

14. De resto, é certo que todas as operadoras enfrentarão – rectius: já estão

enfrentando – o grande desafio de, com base nos recursos que gerem atualmente3 (moldados

para uma realidade distinta daquela hoje experimentada), garantir o pagamento de médicos,

hospitais, testes e todos os demais serviços médicos em meio à maior pandemia de que se

tem notícia na história mundial recente. A despeito disso, mantém-se intacta em suas

obrigações e segue ofertando tudo quanto tenha sido pactuado ou lhe possa ser exigido.

15. A atividade securitária, lembre-se, é de importância ímpar para um país e sua

população. E o a o segu o não possa substituir as estruturas sociais, ele pode aliviar o

ônus; não pode e não deve assumir o papel do Estado de fazer frente aos desafios da

sociedade, mas pode ajudar a encontrar soluções adequadas .4

16. Todavia, como também é cediço, os sistemas de seguro dependem,

inexoravelmente, de um equilíbrio que lhes ofereça base. A AMIL, em última análise, é apenas

a gestora de um fundo mutual, ou seja, dos recursos reunidos por toda essa coletividade de

beneficiários. E é mediante a alocação desses valores que consegue garantir a devida

assistência médica a todos e promover o pagamento de seus inúmeros prestadores de

serviços em todo o País.

17. Portanto, se nesse período já dramático a AMIL e todas as operadoras terão de

arcar com uma alta sinistralidade totalmente imprevista, decorrente do grande acionamento

dos seguros de saúde num contexto de pandemia (que as onera sobremaneira, tendo em vista

que o aumento de custos não está refletido no volume arrecadado com as mensalidades), os

impactos serão ainda maiores se houver uma decisão judicial obrigando-a – de forma

por outra razão tem o direito de buscar vaga em hospital da rede pública e removê-lo, desde que possível e com toda a segurança, para que prossiga no tratamento, como prevê a Resolução 13 do CONSU" (TJRJ, AI nº 000416124.2018.8.19.0000, 20ªC.C., Rel. Des. Alcides da Fonseca Neto, j. em 13.06.2018). 3 A imprevisão poderá ser apurada em outro momento. 4 HOPPE, Kathrin. A importância do seguro para a sociedade. The Geneva Association – Risk & Insurance

Economics, p. 7. Disponível em < https://www.genevaassociation.org/>.

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indiscriminada e sem a observância das normas regulamentares – a cobrir qualquer urgência

ou emergência, a quem quer que seja, bastando a apresentação de um laudo médico.5

18. Em demanda de feições parecidas, pela qual se buscava garantir a manutenção

dos serviços essenciais de telecomunicações mesmo a consumidores que estivessem em

mora, o e. TJRS indeferiu, no último dia 07 de abril, pedido de antecipação de tutela formulado

por entidade de classe.

19. Na ocasião, ponderou, por exemplo, que a medida poderá inclusive

comprometer o fornecimento dos serviços (...) como um todo no Brasil, uma vez que sua

principal fonte de custeio é o pagamento por parte dos usuários, o que também merece ser

levado em consideração, a fim de evitar que uma decisão tomada em favor de alguns acabe

prejudicando a todos os consumidores .6

20. Ressalvou, ainda, que a prese te de isão ão prejudi a a i terposição de

eventuais pedidos individuais relativos à suspensão do pagamento das faturas em razão da

pa de ia, a sere a alisados asuisti a e te .7

21. A decisão se revela proveitosa principalmente no aspecto em que joga luzes

sobre as repercussões indesejadas das medidas de exceção, possivelmente perniciosas para

todo o sistema, com reflexos negativos para os seus próprios consumidores.

22. Pela envergadura do tema que está sob análise igualmente aqui, e pelos efeitos

que o acolhimento do pedido formulado pela Defensoria pode produzir, revela-se prudente,

5 Em rigor, trata-se de questão que demandaria adequado enfrentamento nos âmbitos deliberativos próprios. Ainda mais por avançar no sensível segmento dos planos de saúde, com tamanha envergadura e repercussão social, a intervenção judicial ora postulada invade a esfera de atribuição do Poder Legislativo, que, aliás, já se apressou em regular variadas questões de Direito Privado por meio do Projeto de Lei n° 1179, de 2020, que dispõe so re o Regi e Jurídi o E erge ial e Tra sitório das relações jurídi as de Direito Privado RJET o

período da pandemia do Coronavírus (Covid-19 . 6 TJRS, 17ª C.C., A.I. 5011984-85.2020.8.21.7000, Rel. Des. Giovanni Conti, proferida em 07.04.2020. 7 Idem.

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9 de 10

quando menos, abrir espaço para que as operadoras possam se manifestar sobre o pleito de

antecipação formulado na petição inicial.

23. E, a esse respeito, quanto ao periculum anunciado como apoio para o pedido

de antecipação, leve-se em conta que a concessão de prazo para a oitiva das rés de forma

alguma impedirá que, em eventuais ações individuais, sejam desenvolvidos juízos singulares

para as urgências de cada caso, como continuamente é feito.

II – CONCLUSÃO

24. Pelo exposto, a AMIL vem requerer a esse MM. Juízo que:

(i) conceda prazo razoável para que, querendo, as rés possam apresentar suas

considerações sobre o descabimento dos pleitos liminares. Registra-se, no

ponto, que, diante da suspensão dos prazos processuais ordenada pelo CNJ, a

ora peticionante não se opõe a que esse prazo seja estabelecido em data fixa

(v.g., até o dia 20/04/2020); ou

(ii) caso entenda cabível desde logo, já promova o pronto indeferimento dos

pedidos liminares, que poderão trazer danos substanciais para a assistência

médica privada no País.

25. Ainda, a AMIL se reserva no direito, de, oportunamente, apresentar

contestação no prazo legal, ou seja, em até 15 (quinze) dias de eventual audiência de

conciliação ou de mediação (art. 335, I, do CPC) ou no prazo estipulado por esse MM. Juízo,

caso opte pela não realização da mencionada audiência.

26. Por fim, requer-se a juntada dos instrumentos de mandato anexos (doc. 1),

postulando que todas as suas futuras intimações sejam promovidas exclusivamente em nome

do advogado SÉRGIO MACHADO TERRA (OAB/RJ 80.468), com escritório na Rua da

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Assembleia 77, 11º andar, Rio de Janeiro, CEP 20.011-001, e o seguinte endereço de e-mail:

[email protected].

Nestes termos, p. deferimento.

São Paulo, 09 de abril de 2020.

Sérgio Machado Terra OAB/SP 356.089

Willie Cunha Mendes Tavares OAB/SP 261.217

Márcio Fernando Elias Rosa OAB/SP 83.744

Bernardo Salgado OAB/RJ 217.432

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TJ/SP - COMARCA DE SÃO PAULO Emitido em: 13/04/2020 14:42 Certidão - Processo 1029663-70.2020.8.26.0100 Página: 1

CERTIDÃO DE PUBLICAÇÃO DE RELAÇÃO

Certifico e dou fé que o ato abaixo, constante da relação nº 0147/2020, foi disponibilizado na página 566/578 do Diário da Justiça Eletrônico em 13/04/2020. Considera-se data da publicação, o primeiro dia útil subseqüente à data acima mencionada.

Advogado Defensoria Pública do Estado de São Paulo (OAB 999999/DP)

Teor do ato: "Vistos. Tratando-se de ação civil pública, abra-se vista ao Ministério Público com urgência. Após, tornem conclusos. Intime-se."

SÃO PAULO, 13 de abril de 2020.

Rick Shodi Shikai Coordenador

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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOCOMARCA DE SÃO PAULOFORO CENTRAL CÍVEL32ª VARA CÍVELPRAÇA JOÃO MENDES S/Nº, São Paulo-SP - CEP 01501-900Horário de Atendimento ao Público: das 12h30min às19h00min

DESPACHO

Processo Digital nº: 1029663-70.2020.8.26.0100

Classe – Assunto: Ação Civil Pública Cível - Tratamento médico-hospitalar (COVID-19)

Requerente: Defensoria Pública do Estado de São Paulo

Requerido: Amil Assistência Médica Internacional LTDA e outros

Juiz(a) de Direito: Dr(a). FABIO DE SOUZA PIMENTA

Vistos.

Fls. 58/67: aguarde-se manifestação do Ministério Público, inclusive sobre a

petição ora formulada.

Há de se ressaltar que, em razão da suspensão de prazos por este e. TJSP,

impossível se falar em concessão de prazo para manifestação, o que sobrestaria

indeterminadamente o prosseguimento do feito, o que não inviabiliza manifestação dos

interessados nestes autos.

Int.

São Paulo, 13 de abril de 2020.

DOCUMENTO ASSINADO DIGITALMENTE NOS TERMOS DA LEI 11.419/2006, CONFORME IMPRESSÃO À MARGEM DIREITA

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