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10 Aplicação de Defensivos Via Água de Irrigação por Aspersão ROGÉRIO FARIA VIEIRA ANTONIO ALBERTO DA SILVA Quimigação é a aplicação de produtos químicos e biológicos na lavoura via água de irrigação. Fertilizante foi o primeiro produto químico distribuído por esse método. A aplicação de defensivos via á- gua de irrigação é tecnologia relativamente recente: as pesquisas foram iniciadas na década de 60. Com a expansão da quimigação, os seguintes termos foram criados: fertirrigação ou fertigação, herbigação, fungiga- ção, nematigação, insetigação (Costa et al., 1994).

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Aplicação de

Defensivos Via

Água de Irrigação

por Aspersão

ROGÉRIO FARIA VIEIRA ANTONIO ALBERTO DA SILVA

Quimigação é a aplicação de produtos químicos e biológicos

na lavoura via água de irrigação. Fertilizante foi o primeiro produto

químico distribuído por esse método. A aplicação de defensivos via á-

gua de irrigação é tecnologia relativamente recente: as pesquisas foram

iniciadas na década de 60. Com a expansão da quimigação, os seguintes

termos foram criados: fertirrigação ou fertigação, herbigação, fungiga-

ção, nematigação, insetigação (Costa et al., 1994).

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HERBIGAÇÃO

A herbigação tem as seguintes vantagens e desvantagens, em

relação aos métodos convencionais (trator e avião).

Vantagens

a) Reduz a compactação do solo, os danos mecânicos à cultura

e os custos de aplicação. Um dos motivos do interesse do agricultor pe-

la herbigação é evitar a entrada de trator na lavoura (para a aplicação e,

ou, a incorporação de herbicidas), para reduzir a compactação do solo,

os danos mecânicos à cultura e os custos com equipamento, mão-de-

obra e combustível (Ogg Jr. e Dowler, 1987).

b) É técnica compatível com o plantio direto. A herbigação po-

de ser opção de distribuição de herbicidas de pré-plantio (veja glossá-

rio) incorporado em gleba com plantio direto.

c) Proporciona boa uniformidade de distribuição. Via pivô-

central, os defensivos normalmente são aplicados com alta uniformida-

de (coeficiente de uniformidade - CU = 80% a 90%). Os CUs das apli-

cações feitas por pulverizadores tratorizados variam de 50% a 92%; nas

aplicações aéreas, ficam em torno de 70% (Threadgill, 1985).

d) Há menor risco de intoxicação do operador. Isso ocorre em

razão da grande diluição do herbicida na água e, também, porque a in-

jeção do herbicida na água de irrigação pode ser realizada em local fe-

chado.

e) Permite imediata incorporação e ativação do herbicida no

solo. A profundidade de incorporação do herbicida no solo pode, em

certos casos, ser controlada pela variação da lâmina d´água aplicada.

Ademais, a irrigação fornece o teor de água necessário para sua ativa-

ção.

Desvantagens

a) Há herbicidas ineficazes. Herbicidas, sobretudo entre os de

pós-emergência, são mais eficientes quando aplicados pelos métodos

convencionais.

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b) É tecnologia pouco estudada. Por ser tecnologia relativa-

mente pouco estudada, notadamente nas condições brasileiras, não há

suporte técnico para seu uso generalizado.

c) Não há herbicida registrado para aplicação via água de ir-

rigação no Brasil. Em razão da pequena área irrigada por pivô-central,

em relação a outros países, ainda não há interesse das empresas fabri-

cantes de registrá-los para a herbigação.

d) Exige investimentos em equipamentos e no treinamento do

operador. O operador deve ter conhecimentos básicos sobre irrigação,

bomba injetora, válvula de retenção, propriedades físico-químicas do

herbicida etc.

e) Há risco de intoxicação oral e dermal. Diferentemente dos

métodos convencionais, há risco de a água de irrigação ser usada para

beber ou banho. Placas de advertência e conscientização dos trabalha-

dores para o perigo reduzem esses riscos.

Herbicidas de pré-plantio incorporado (PPI) e de pré-emergência (PRE)

EPTC, trifluralin, pendimethalin, DCPA e metolachlor perten-

cem a esses grupos de herbicidas e são registrados ou têm potencial pa-

ra uso na cultura do feijão, quando aplicados pelos métodos convencio-

nais. Eles controlam principalmente gramíneas.

A maioria das sementes de plantas daninhas germina na camada

superficial (1 a 5 cm) do solo. Para um controle eficaz, o herbicida deve

concentrar-se nessa camada. A absorção do defensivo dissolvido na

água do solo ou na forma de vapor dá-se pelas raízes e brotos antes da

emergência das plântulas (Hess, 1987).

Na herbigação, o produto é incorporado ao solo com a água, a-

tingindo, em geral, profundidade inferior à alcançada pela água. (Pré-

requisito importante na herbigação é boa uniformidade de aplicação de

água pelo pivô.) Vários fatores influenciam na profundidade que atinge

o herbicida aplicado via água de irrigação no solo. O conhecimento

desses fatores permite ao agricultor estimar a profundidade que ele al-

cança. Quando não se consideram esses fatores, a água pode ser aplica-

da em excesso ou falta, e não se consegue bom desempenho do herbici-

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da. Se muita água é aplicada, parte do produto pode atingir camada do

solo abaixo da qual se deseja posicioná-lo. Logo, o controle das invaso-

ras é inadequado, e pode haver fitotoxicidade. Se pouca água é aplica-

da, o herbicida concentra-se na superfície, posição que favorece a vola-

tilização e a fotodecomposição. A secagem mais rápida dessa camada

do solo também reduz a atividade do herbicida (Ogg Jr. et al., 1983).

Os fatores que afetam a eficácia da herbigação, discutidos a se-

guir, estão relacionados especialmente às propriedades físico-químicas

dos herbicidas e ao ambiente (solo, clima e água).

Propriedades dos herbicidas

Solubilidade

A solubilidade em água pura (geralmente entre 20 e 25 C) é

fornecida em mg/L (Hornsby et al., 1996). Os herbicidas podem ser

classificados em sete classes: 1 - praticamente insolúvel (< 1 mg/L); 2 -

muito baixa (entre 1 e 10 mg/L); 3 - baixa (entre 11 e 50 mg/L); 4 -

média (entre 51 e 150 mg/L); 5 - elevada ( entre 151 e 500 mg/L); 6 -

muito elevada (entre 501 e 5.000 mg/L); e 7 - extremamente elevada

(acima de 5.000 mg/L) (Deuber, 1992). Em geral, herbicidas com alta

solubilidade em água atingem maiores profundidades no solo que os

pouco solúveis. A solubilidade também afeta a quantidade de herbicida

disponível para a absorção pelas plantas; quanto mais herbicida houver

na solução do solo, maior a fitotoxicidade (Ogg Jr. et al., 1983).

Adsorção-dessorção

Esse processo influencia na concentração de herbicida na solu-

ção do solo, a qual afeta a disponibilidade dele para a absorção pelas

plantas, para a degradação química e biológica, para a volatilização e

para a lixiviação (Harper, 1994).

O que mais influencia na adsorção de herbicida é o solo: tipo e

quantidade de argila e de matéria orgânica. Esta, em geral, tem o maior

peso nesse processo. Herbicida fortemente adsorvido aos colóides é

menos degradado, absorvido pelas plantas e lixiviado (Koskinen e Har-

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per, 1987; Hornsby et al., 1996). Assim, em solos argilosos e, princi-

palmente, em orgânicos é necessário aplicar maior dose de herbicida

que em arenosos, para o controle adequado de plantas daninhas. Tam-

bém influenciam na adsorçãodessorção: propriedades dos herbicidas,

e teor de água, temperatura e pH do solo. Com relação ao teor de água,

a adsorção do herbicida geralmente é maior em solo seco, por causa da

menor competição da água pelos sítios de adsorção (Harper, 1994).

Volatilidade

O grau de volatilidade de um herbicida é dado pela pressão de

vapor da molécula. Se herbicida com alta pressão de vapor é distribuído

via água de irrigação por aspersão, parte é perdida na forma de gás an-

tes de atingir o solo, onde também fica sujeito à volatilização, princi-

palmente quando não é incorporado de modo adequado (Ogg Jr. et al.,

1983). A adsorção aos colóides reduz as perdas por volatilização. Estas,

no entanto, dependem de outros fatores além da pressão de vapor, como

solubilidade em água e concentração do herbicida, teor de água do solo,

velocidade do vento, umidade do ar, temperatura, tamanho das gotas

(água + herbicida) aplicadas etc. (Ogg Jr. et al., 1983; Koskinen e Har-

per, 1987).

Fotossensibilidade (Fotodecomposição)

Alguns herbicidas podem ser degradados pela radiação ultra-

violeta da luz solar. Por isso, eles precisam ser incorporados ao solo a

uma profundidade de 5 a 10 cm (Deuber, 1992). Se o herbicida é distri-

buído via água de irrigação, mas é pouco móvel no solo, pode haver

perdas por fotodecomposição, volatilização e erosão (Koskinen e Har-

per, 1987).

Ambiente

Clima

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A velocidade do vento influi na uniformidade de aplicação da

água e, conseqüentemente, na dos defensivos nela dissolvidos. Não é

recomendável a herbigação com pivô quando a velocidade do vento for

superior a 20 km/h; na irrigação por aspersão convencional o limite é

10 km/h (Ogg Jr. et al., 1983). O clima também influencia nas perdas

por volatilização. Estas são intensificadas em alta temperatura, baixa

umidade do ar e ventos fortes (Wiese, 1981; Ogg Jr., 1986).

Solo

A matéria orgânica e, em menor extensão, a argila podem ad-

sorver herbicida, limitando-lhe a movimentação e atividade no solo.

Logo, ele é mais móvel em solos arenosos com baixo teor de matéria

orgânica, nos quais seu deslocamento pode ser feito com lâmina de á-

gua menor, em relação aos argilosos e, ou, com alto teor de matéria or-

gânica (Ogg Jr., 1986). No plantio direto, os resíduos de plantas sobre o

solo podem reter parte do herbicida, reduzindo-lhes a eficácia (Weber e

Lowder, 1985).

Água

A água solubiliza e ativa herbicidas, e pode deslocá-los para a

camada do solo onde ele é mais eficiente (Harper, 1994). Em geral, a

água de irrigação deve atingir 7,5 a 10 cm de profundidade, para a ade-

quada incorporação do herbicida. Para tanto, deve-se aplicar lâmina de

água de 5 a 20 mm, dependendo do solo (Ogg Jr., 1986). Gleba com

problema de escoamento superficial não deve ser usada na herbigação,

sobretudo no caso de defensivos que exigem quantidade relativamente

grande de água para distribuiçãoincorporação.

O teor de água do solo antes da irrigação influencia a profundi-

dade que a água atinge. Em solo seco, a profundidade de penetração da

água e, por conseguinte, a do herbicida, é menor que em solo úmido. O

teor de água do solo também influencia na volatilização: herbicidas vo-

láteis aplicados em solo úmido são menos adsorvidos aos colóides, o

que favorece as perdas na forma de gás (Ogg Jr. et al., 1983).

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Eficiência dos herbicidas de PPI e de PRE na herbigação

Trifluralin

Foram encontrados na literatura quatro artigos em que a eficá-

cia do trifluralin foi testada via água de irrigação por aspersão.

Em solo arenoso de região semi-árida, Smith et al. (1973) estu-

daram o desempenho do trifluralin (0,55 kg/ha) distribuído via água de

irrigação por aspersão convencional (10 mm) no controle de caruru (A-

maranthus sp.). O herbicida foi injetado na água uma hora antes do fi-

nal da irrigação; foram necessários até 15 minutos para sua distribuição.

Houve bom controle inicial de caruru, no entanto o efeito residual foi

curto.

Ogg Jr. (1980) aplicou o trifluralin (0,6 kg/ha) via aspersão

convencional em solo arenoso com 0,9% de matéria orgânica, o qual

havia sido irrigado antes da herbigação. O herbicida foi diluído em

1.136 litros de água e distriuído durante 31 minutos em lâmina de água

de 14 mm. O feijão foi plantado três dias depois. A avaliação do contro-

le de plantas daninhas foi feita aos 52 dias após o plantio. A herbigação

foi ineficiente no controle do capim-arroz (Echinochloa crusgalli) e da an-

çarinha-branca (Chenopodium album), invasoras normalmente controladas

pelo trifluralin.

Dowler et al. (1994) verificaram que o controle das invasoras

com o trifluralin (0,37 kg/h) aplicado via água de irrigação no controle

de plantas daninhas foi, no mínimo, igual ao obtido com barra de pulve-

rização e dose de 0,55 kg/ha. Entre as plantas daninhas presentes na

gleba, foram controladas o capim-tapete (Mollugo verticillata) e o ca-

pim-colchão (Digitaria sanguinalis).

Keeling et al. (1992) estudaram estes tratamentos do trifluralin

em plantio direto (palhada de trigo sobre o solo): (a) herbigação; (b) a-

plicaçãoincorporação em faixas (enxada rotativa); (c) aplicação em

pré-emergência, com incorporação superficial atrás da plantadeira; e

(d) “lay-by” (incorporação superficial após a capina). Na herbigação, a

distribuiçãoincorporação foi realizada com 25 mm de água e foram

usadas as doses de 1,1; 1,7 e 2,2 kg/ha; na aplicaçãoincorporação em

faixas, as doses de 0,56 ou 0,84 kg/ha. Não foi informada a dose usada

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nos outros tratamentos. A combinação dos tratamentos (a) + (b), (a) +

(c) e (a) + (c) + (d) também foi testada. Todos os tratamentos, exceto o

(b), controlaram o caruru no início do ciclo de vida do algodão. O me-

lhor tratamento foi a combinação (a) + (b). No tratamento (a) o efeito

residual foi curto, mesmo com a dose de 2,2 kg/ha. Excelente controle

(>90%) durante o ciclo de vida do algodão foi verificado com a combi-

nação (a) + (b) e (a) + (c). Nestes casos, a germinação do caruru foi mí-

nima após chuvas intensas no final do ciclo dos algodoeiros. Por isso, o

tratamento (d) não melhorou o controle da invasora.

A análise dos resultados de alguns dos estudos supracitados re-

vela que o controle de plantas daninhas com o trifluralin distribuído via

água de irrigação por aspersão pode ser inferior ao obtido com o méto-

do convencional (aplicação com barra de pulverização e incorporação

com grade ou enxada rotativa). Uma das razões do insucesso ou do de-

sempenho insatisfatório da herbigação nos estudos de Smith et al.

(1973) e Ogg Jr. (1980) pode ter sido a aplicação do trifluralin em solo

com alto teor de água. Essa condição promove a competição entre água

e herbicida pelos mesmos sítios de adsorção, o que favorece a volatili-

zação. Esta também ocorre durante o trajeto das gotas de água (mais o

herbicida) dos aspersores ao solo e pode representar de 47% a 85% do

produto (Crutchfield et al., 1977; 1980).

Outras propriedades do trifluralin são muito baixa solubilidade

em água e forte adsorção aos colóides, sobretudo à matéria orgânica

(Quadro 1). Por isso, ele é pouco móvel no solo. Os resultados insatis-

fatórios na herbigação provavelmente se devem ao posicionamento su-

perficial do trifluralin no solo. Quando aplicado em lâmina de água de

33 mm, em solo de textura média, o trifluralin concentrou-se nos 2,5

cm superficiais do solo (Crutchfield et al., 1980).Nessa posição, a vola-

tilização e fotodecomposição podem ser altas, em relação ao posicio-

namento até 5 ou 7,5 cm, que se consegue com grade (Deuber, 1997).

No plantio direto, os restos de cultura sobre o solo adsorvem o

trifluralin, reduzindo-lhe a atividade. Por isso, são necessárias doses a-

cima das normalmente recomendadas para se conseguir controle satis-

fatório de plantas daninhas. Essa solução tem este inconvenciente: há

mais chance de toxicidade do trifluralin a algumas culturas plantadas

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em seqüência ao feijão, pois ele tem persistência média no solo (Qua-

dro 1).

Em condições edafoclimáticas que minimizem a volatilização e

na ausência de restos de cultura sobre o solo, a herbigação do trifluralin

é eficaz, como demonstraram Dowler et al. (1994).

Em geral, apesar de a eficiência da herbigação ser menor, em

relação ao método tradicional, o trifluralin é registrado, nos EUA, para

aplicação via pivô-central em pré-emergência da alfafa, da batata, da

soja e do algodão, e em pós-emergência (antes da emergência das plan-

tas daninhas) da batata, do milho e do sorgo. Além de informações so-

bre medidas e equipamentos de segurança, estas recomendações são

fornecidas no rótulo:

- Injetar o trifluralin puro ou misturado com água. Neste caso,

deve-se, primeiro, adicionar água ao tanque e iniciar a agitação e, em

seguida, o herbicida.

- Distribui-lo com 13 a 25 mm de água, dependendo do tipo de

solo.

- Agitá-lo no tanque durante a herbigação.

Pendimethalin

Pendimethalin e trifluralin pertencem ao grupo químico das di-

nitroanilinas. Ambos são praticamente insolúveis em água e fortemente

adsorvidos aos colóides (Quadro 1). Por isso, o pendimethalin também

é pouco móvel no solo. Segundo Dowler et al. (1982), 24 horas após a

herbigação com 6,3 ou 12,7 mm de água, o pendimethalin concentrou-

se nos 0-5 cm de um solo arenoso. No entanto, ele é menos sujeito à vo-

latilização e à fotodecomposição que o trifluralin (Quadro 1). Em estu-

do conduzido em laboratório, as perdas por fotodecomposição do triflu-

ralin atingiram 59% depois de 20 minutos de exposição ao sol, enquan-

to 2% do pendimethalin foi perdido nesse tempo (Wiese, 1981). Em ou-

tro estudo, as perdas por volatilização foram 47% e 36% do trifluralin e

do pendimethalin, respectivamente (Crutchfield et al.,1980). No entan-

to, segundo Ahrens (1994), as perdas do pendimethalin por volatiliza-

ção são pequenas, mesmo quando as condições ambientes favorecem-

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nas. Por ser menos suscetível à fotodecomposição e à volatilização, o

fato de o pendimethalin deslocar-se pouco no solo não implica perda de

eficiência, situação diferente da do trifluralin. Portanto, ele possui pro-

priedades mais favoráveis ao sucesso na herbigação que o trifluralin.

Alguns estudos confirmam isso. Excelente controle de invasoras foi ob-

tido por Alley et al. (1977), Dowler et al. (1982) e Dowler et al.

(1994). As doses testadas foram 0,84 kg/ha (Dowler et al., 1994) e 1,12

kg/ha (Alley et al., 1977; Dowler et al., 1982).

Certas plantas daninhas são mais bem controladas pela

herbigação, enquanto outras o são pelo método convencional de PPI ou

PRE. Nabiça (Raphanus raphanistrum), Panicum texanum, Setaria

viridis e S. guauca são exemplos do primeiro caso (Ogg Jr., 1984;

Dowler et al., 1994). Entretanto, a aplicação do pendimethalin pelo

método tradicional é mais eficiente no controle da E. crusgalli e de

algumas espécies de caruru (Ogg Jr., 1984).

Nos EUA, o pendimethalin é registrado para aplicação via pi-

vô-central nestas culturas: algodão, amendoim, batata, cebola, girassol,

milho, soja e sorgo. A lâmina de água recomendada para sua aplicação-

incorporação varia de 12,5 a 18,0 mm, dependendo do solo.

DCPA

Semelhantemente ao trifluralin e ao pendimethalin, o DCPA é

praticamente insolúvel em água e fortemente adsorvido aos colóides

(Quadro 1). Por isso, também é pouco móvel no solo. Como o pendi-

methalin, o DCPA é pouco volátil e fotossensível (Quadro 1), proprie-

dades desejáveis para o sucesso de produtos pouco móveis no solo na

herbigação. De fato, as pesquisas de King et al. (1980), Glaze e Phatak

(1981) e Phatak et al. (1981) demonstraram que seu desempenho na

herbigação pode superar o obtido com os métodos tradicionais. Phatak

et al. (1981) empregaram pivô-central, e o defensivo foi aplicado em

6,2 ou 25 mm de água. King et al. (1980) e Glaze e Phatak (1981) usa-

ram irrigação por aspersão convencional. Estes últimos aplicaram o

DCPA em 6 mm de água.

O DCPA também tem registro para a herbigação nos EUA. É

recomendável agitá-lo no tanque durante a aplicação.

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EPTC

O EPTC e o EPTC + trifluralin aplicados via pivô-central para

o controle de invasoras foram testados em solo com 90% de areia e 1%

de matéria orgânica. A distribuição em 12,5 mm de água foi 10 dias

após o plantio da batata. Os herbicidas foram ineficientes no controle

das espécies Echinochloa crusgalli e Chenopodium album (Ogg Jr.,

1976). No entanto, em outro estudo, o EPTC (3,3 kg/ha), o EPTC +

trifluralin (3,3 + 0,6 kg/ha) e o EPTC + oryzalin (3,3 + 0,8 kg/ha)

aplicados por aspersores convencionais em 14 mm de água, em solo

arenoso com 0,9% de matéria orgânica, foram eficazes no controle de

invasoras em feijoal. Entre as plantas daninhas presentes na gleba

estavam as supracitadas (Ogg Jr., 1980). A diferença entre as

metodologias usadas nesses estudos ajuda a explicar os resultados

discrepantes: Ogg Jr. (1980) eliminou o efeito do vento durante a

aplicação do defensivo. Segundo Ogg Jr. (1987), as perdas por

volatilização do EPTC aplicado por aspersor montado a 0,8 m de altura,

com temperatura ambiente de 32C, com a água com 21C, com o

defensivo numa concentração de 18 ppm (v/v) e com proteção contra

ventos, foram de 22%. Quando, no entanto, a velocidade do vento

variou de 6 a 10 km/hora, mantidas constantes as outras variáveis, as

perdas atingiram 38%. Portanto, o vento tem efeito marcante na

volatilização do EPTC. No estudo de Ogg Jr. (1976), a volatilização do

EPTC durante o percurso entre os aspersores e o solo variaram, na

metade final do pivô, de 20% a 30%, e na metade inicial (perto da torre

central), de 30% a 44%.

Nos estudos de Callihan e McMaster (1976) e de Fischbach e

Martin (1976) a herbigação (incluído o pivô-central em ambos os traba-

lhos) foi comparada com a aplicaçãoincorporação tradicional do

EPTC. Neste último estudo, a lâmina de água usada para a distribuição

do EPTC variou de 6 a 19 mm. Em ambos os estudos, o método tradi-

cional foi ligeiramente mais eficiente que a herbigação.

Há indicações de que a aplicação em 33 mm de água (Wiese e

Turner, 1978) ou a distribuição com lâmina pequena, mas seguida de

irrigação de 50 mm após a herbigação (Callihan e Leino, 1979) melhora

o desempenho do EPTC.

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O EPTC tem elevada solubilidade em água e moderada adsor-

ção aos colóides (Quadro 1). Por isso, movimenta-se mais no solo que o

trifluralin, o pendimethalin e o DCPA.. Essas propriedades e a baixa fo-

todecomposição (Quadro 1) são desejáveis na herbigação. No entanto, o

EPTC é mais volátil que o trifluralin (Quadro 1). Alta temperatura, bai-

xa umidade relativa e vento forte intensificam a volatilização durante o

trajeto das gotas de água (mais EPTC) dos aspersores ao solo. Assim, a

herbigação durante o período noturno quando as temperaturas são

mais baixas, a umidade relativa é mais baixa e a velocidade do vento é

menor aumenta a chance de sucesso, em relação ao período diurno.

Deve-se também evitar aplicá-lo em solo com alto teor de água, porque,

nessa condição, sua adsorção aos colóides do solo diminui, o que favo-

rece a volatilização. Empregado em condições edafoclimáticas desfavo-

ráveis à volatilização, as chances de sucesso com a herbigação do

EPTC são maiores que com o trifluralin.

Nos EUA, o EPTC tem registro para aplicação via água de irri-

gação no feijoal e em outras culturas, com a recomendação de iniciar a

herbigação imediatamente após a semeadura do feijão, com água sufi-

ciente para incorporá-lo entre 7,5 e 10 cm de profundidade.

Metolachlor

O metolachlor tem solubilidade em água muito elevada e é mo-

deradamente adsorvido aos colóides (Quadro 1). Por isso, de modo se-

melhante ao EPTC, tem certa mobilidade no solo. Wiese e Turner

(1978) estudaram a lixiviação do metolachlor (3,4 kg/ha) distribuído

por pivô-central, numa lavoura de milho, com duas lâminas de água: 20

e 33 mm. O solo tinha porcentagens semelhantes de areia, silte e argila,

e 1,5% de matéria orgânica, e havia muitos resíduos da cultura anterior

(milho) sobre o solo. Duas semanas após a herbigação, o metolachlor

aplicado com 20 mm de água foi detectado na camada de solo de 0-5

cm, e atingiu 5-10 cm com 33 mm de água. Barnes et al. (1992) avalia-

ram, em solo de textura média, a lixiviação do metolachlor num pe-

ríodo de oito semanas aplicado via água de irrigação (13 mm) ou

com pulverizador costal (250 L/ha). O estudo foi realizado em 1986 e

em 1988, com dose de 0,84 e 2,8 kg/ha, respectivamente. O método de

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 279

aplicação teve pouca influência na movimentação do herbicida, com

tendência de maior lixiviação na herbigação. Até uma semana após a

aplicação, o metolachlor estava concentrado na camada de 0-8 cm. Dois

meses após a aplicação, apenas no experimento de 1988 ele foi detecta-

do abaixo de 22 cm. Nesse ano, o metolachlor foi aplicado em solo re-

lativamente mais úmido, e houve chuvas durante as cinco primeiras

semanas após a instalação do experimento. Em Coimbra, MG, Fontes et

al. (2002) distribuiram o metolachlor (2,4 kg/ha) via pivô (5, 10 ou 15

mm de água) e com pulverizador (200 L/ha), tanto em plantio direto

(palhada de milho) como em plantio convencional. O solo tinha cerca

de 45% de argila e 2,65% de matéria orgânica. Quinze dias após a apli-

cação, o herbicida só foi detectado no plantio convencional e na cama-

da de solo de 0-5 cm. Apesar disso, ele proporcionou excelente controle

de plantas daninhas em ambos os sistemas de plantio.

Vê-se, no Quadro 1, que, entre os herbicidas de PPI e de PRE, o

metolachlor apresenta o maior potencial de contaminação do lençol fre-

ático. No entanto, parece não haver influência significativa do método

de aplicação na intensidade de contaminação do lençol freático.

O metolachlor é mais móvel no solo que o trifluralin, o pendi-

methalin e o DCPA. Essa característica dos herbicidas de PPI e de PRE

é desejável na herbigação, pois, ao se deslocarem com a água no solo,

eles ficam protegidos contra a volatilização, a fotodecomposição e a e-

rosão. As seguintes propriedades do metolachlor não lhe comprometem

a eficácia na herbigação quando ele é incorporado ao solo: volatilidade

baixa a moderada e fotossensibilidade moderada (Quadro 1). Conseqüentemen-

te, o desempenho dele na herbigação é tão bom, ou melhor, em relação a

sua aplicação pelo método tradicional (Dowler et al., 1982; Dowler,

1984; Ogg Jr., 1984; Wesley e Elmore, 1987; Caviness et al., 1988; Barnes et

al., 1992; Fontes et al., 2002).

Nos estudos em que se compararam a distribuição do metolac-

hlor via água de irrigação com o método tradicional foram empregados

mais de 20 tipos de pivô-central (Dowler et al., 1982; Wesley e Elmore,

1987), com lâminas de água que variaram de 6,3 mm (Dowler et al.,

1982; Dowler, 1984) a 18 mm (Wesley e Elmore, 1987). As doses vari-

aram de 0,84 (Barnes et al., 1992) a 6,7 kg/ha (Caviness et al., 1988);

os solos, de arenoso (94% de areia) (Dowler et al., 1982) a argiloso

(Wesley e Elmore, 1987; Fontes et al., 2002); e os teores de matéria or-

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Vieira e Silva 280

gânica no solo, de 0,6% a 2,6% (Dowler et al., 1982; Fontes et al.,

2002). É importante alertar que, no feijão, o metolachlor não deve ser

usado em solo arenoso.

Os excelentes resultados obtidos com o metolachlor aplicado

via água de irrigação têm a seguinte explicação (Ogg Jr. e Dowler,

1987): quando distribuído no solo pelo método convencional, a solução

seca rapidamente, e o herbicida é parcialmente adsorvido ao solo super-

ficial, onde fica, temporariamente, sujeito à volatilização, à fotodecom-

posição e à erosão. A sua dessorção e movimentação no solo só ocor-

rem após chuva ou irrigação. Na herbigação, no entanto, ele é aplicado

em grande volume de água. Por isso, é deslocado no solo com a água,

tornando-se relativamente mais disponível para o controle de plantas

daninhas. Além disso, a lâmina de água permite que se lhe controle a

profundidade de incorporação, criando-se, concomitantemente, condi-

ções quase ideais para ele agir. Em solo argiloso, a lâmina de 15 mm

foi mais eficiente que a de 10 mm. Esta, por sua vez, foi superior à de 5

mm (Fontes et al., 2002).

Nos EUA, o metolachlor tem registro para uso via pivô, sozi-

nho ou em mistura com outros herbicidas de PRE legalizados para esse

método de aplicação. Estas recomendações estão no rótulo: misturá-lo

com água na diluição mínima de 1:1, e manter a solução em agitação

durante a aplicação.

Herbicidas de pós-emergência (POS)

Bentazon, fomesafen e imazamox, usados no controle de plan-

tas daninhas dicotiledônes, e clethodim, diclofop-metil, fenoxaprop-p-

etil, fluazifop-p-butil e sethoxydim, no controle de gramíneas, são os

herbicidas de POS registrados ou com potencial de uso na cultura do fei-

jão.

Para o controle eficaz de plantas daninhas empregando-se os

métodos convencionais (trator e avião) de aplicação, a retenção do her-

bicida nas folhas é imprescindível. Nesses métodos, ele é aplicado em

até 400 L/ha de água, volume que minimiza o escorrimento da calda na

folhagem. Na herbigação, no entanto, a lâmina de água mínima aplicá-

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 281

vel através de alguns pivôs é 2,5 mm (25.000 L/ha). Neste caso, porção

relativamente maior do produto tem o solo como destino.

As formulações dos herbicidas de POS geralmente não são pre-

paradas com o objetivo de melhorar-lhes a retenção foliar, em razão do

pequeno volume de água no qual são aplicados. Por isso, quando o pro-

duto comercial é usado na herbigação, a adição de substância ao herbi-

cida que melhore sua retenção na folhagem pode ser vantajosa. Uma

dessas substâncias é o óleo não-emulsificante (mineral ou vegetal), que

é misturado ao herbicida antes da injeção deles na água de irrigação.

As folhas e os caules são os principais locais de retenção dos

herbicidas de POS. A penetração deles nas plantas dá-se através de es-

tômatos e, sobretudo, da superfície das folhas. Em muitas espécies, os

estômatos localizam-se predominantemente na face abaxial (inferior)

das folhas e cobrem de 0,1% a 0,5% dessa superfície (Devine et al.,

1993). Esses são alguns dos motivos por que os estômatos geralmente

são porta secundária de entrada de herbicidas na planta. Na herbigação,

em razão do grande volume de água empregado, a absorção pelas raízes

pode ser significativa.

Na superfície das folhas, a primeira barreira atravessada pelos

herbicidas é a cutícula camada morta. Externamente, ela é constituí-

da de película lipofílica, mas, após essa película, o ambiente torna-se,

paulatinamente, mais hidrofílico (Wanamarta e Penner, 1989). A absor-

ção radical é mais fácil que a foliar, por causa da quantidade insignifi-

cante de cutícula nos pêlos absorventes.

Conhecimento sobre a propriedade lipofílica/hidrofílica dos

herbicidas é útil para o entendimento da dinâmica de sua absorção pelas

plantas. Essa propriedade é quantificada pelo coeficiente de partição

octanol/água (Kow). Os herbicidas lipofílicos, como os de formulações

CE, penetram na planta por simples difusão através dos componentes

lipofílicos da cutícula. A taxa de movimentação deles nesse local de-

pende das propriedades de transporte (solubilidade e permeabilidade da

cutícula) e do gradiente de concentração (exterior/interior). A difusão

pela camada epicuticular dá-se principalmente através da cera, que é

amorfa. A cutícula é mais fina em determinados locais da folha, como

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Vieira e Silva 282

na base de tricomas e sobre células-guarda, vias preferenciais de pene-

tração de herbicidas solúveis em óleo (Hess, 1995).

Os herbicidas solúveis em água, como os sais, também pene-

tram na planta por simples difusão através da cutícula. Em razão de a

camada epicuticular ser lipofílica, a taxa de movimentação dos herbici-

das hidrofílicos é menor que a dos lipofílicos. No entanto, após os her-

bicidas solúveis em água difundirem-se através da camada epicuticular,

o processo de absorção é facilitado, por causa do aumento dos compo-

nentes hidrofílicos da cutícula. Esses herbicidas dependem da hidrata-

ção da cutícula para ser absorvidos com eficiência (Hess, 1995). Toda-

via, a manutenção da cutícula hidratada por período relativamente lon-

go na herbigação não é suficiente para os herbicidas hidrofílicos serem

eficazes nesse método de aplicação.

Na superfície da cutícula há cargas predominantemente

negativas, o que favorece a retenção e difusão de cátions (Wanamarta e

Penner, 1989). A absorção de ácidos fracos aumenta com a diminuição

do pH, porque compostos não-dissociados atravessam mais facilmente

a cutícula (Devine et al., 1993). O pKa compara o nível relativo de

acidez (mais ou menos fraco) de compostos. Quanto maior o pKa, mais

fraco o ácido, ou seja, menor sua dissociação. Logo, herbicidas com

baixo pKa são mais dissociáveis (formam mais cargas negativas) e, por

isso, têm menor aderência à cutícula e são absorvidos mais lentamente.

A absorção de herbicida também é influenciada pela morfolo-

gia e anatomia das folhas e pelas condições ambientes antes, durante e

após sua aplicação (Wanamarta e Pennner, 1989; Hess, 1995).

Nos métodos convencionais, o herbicida, em concentração rela-

tivamente alta, é aplicado na folhagem de plantas daninhas num único

jato de calda, notadamente na face adaxial (superior) das folhas. Ge-

ralmente, nesse caso, ele é aplicado quando o teor de água do solo é re-

lativamente baixo. Na herbigação pelo pivô, todavia, ocorre aplicação

por vários minutos do defensivo (em baixa concentração) na folhagem.

Embora os efeitos dessa particularidade da herbigação no desempenho

de herbicidas de POS não tenham sido bem esclarecidos, alta umidade

do ar e elevado teor de água no solo ambiente criado pela irrigação

, e o molhamento de ambas as faces das folhas, provavelmente favo-

recem sua absorção e translocação nas plantas. Segundo Wanamarta e

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 283

Penner (1989), a alta umidade relativa do ar retarda a secagem da solu-

ção de herbicida nas folhas, aumenta a hidratação da cutícula e estimula

a abertura dos estômatos. O herbicida também é absorvido com maior

intensidade quando o teor de água do solo é alto (Devine et al., 1993).

Em razão de o movimento através da cutícula ser por difusão, a

absorção do herbicida pela planta só ocorre quando ele se encontra na

forma de solução. No entanto, após a aplicação pelos métodos conven-

cionais, muitos herbicidas formam cristais na superfície das folhas de-

pois da evaporação do solvente. Por causa disso, apenas parte do herbi-

cida aplicado é efetivamente aproveitada (Hess, 1987). Logo, a retarda-

ção da secagem da solução na herbigação, associada ao maior período

em que a cutícula é mantida hidratada, favorece a absorção do defensi-

vo. Esses fatores devem compensar, pelo menos em parte, a grande di-

luição que ocorre na herbigação. Segundo Hess (1987), após a aplica-

ção de herbicida pelos métodos convencionais, a folha tratada, embora

pareça completamente molhada, apresenta, na verdade, uma camada

desuniforme de solução. Na herbigação, todavia, consegue-se um mo-

lhamento mais intenso e uniforme das plantas daninhas, o que favorece

a absorção de herbicida (Devine et al., 1993).

Há indicações de que a eficiência de alguns herbicidas aplica-

dos em POS via água de irrigação é maior quando são aplicados com

luminosidade. No caso do fomesafen, aplicado pelo método convencio-

nal, essa hipótese já foi confirmada (Ferreira e Machado Neto, 1997).

Isso ocorre porque tanto os herbicidas que se movimentam pelo xilema

(via fluxo transpiratório) como pelo floema (via transporte de fotoassi-

milados) têm a absorção e a translocação nas plantas favorecidas pela

presença de luz e por temperaturas altas. A luz, ademais, promove a a-

bertura dos estômatos (Wanamarta e Penner, 1989; Shaner, 1994). Ou-

tro fator importante é a influência da intensidade luminosa no ângulo de

inserção das folhas no caule, em relação ao sol. O ângulo das folhas de

muitas invasoras muda da posição horizontal para a vertical durante o

período noturno, ou quando a intensidade luminosa diminui (tempo nu-

blado ou início da noite) (Hess, 1987). Portanto, a aplicação de herbici-

das de POS com baixa luminosidade ou especialmente durante a noite

pode reduzir sua interceptação e retenção nas folhas.

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Vieira e Silva 284

Para que o herbicida aplicado em POS seja eficaz via água de

irrigação por aspersão ele deve ter pelo menos duas destas característi-

cas: baixa solubilidade em água, rápida absorção pela folhagem e ab-

sorção pelas raízes. Logo, herbicidas com alta solubilidade em água,

com lenta absorção pelos tecidos foliares e que não são absorvidos pe-

las raízes geralmente são ineficazes na herbigação (Vieira et al.,

2003b).

Bentazon

Dowler (1984) avaliou a eficiência de herbicidas depois de a-

plicados por simulador de irrigação com 2,5 ou 6,3 mm de água. Eles

foram misturados com água ou com óleo antes da injeção. Apenas o

bentazon (1,1 kg/ha), o glyphosate e o paraquat foram ineficientes. As

espécies Mollugo verticillata e Ipomoea sp., suscetíveis ao bentazon,

estavam presentes na área experimental.

O bentazon (0,8 kg/ha), misturado com óleo de soja (com ou

sem emulsificante) ou com água, e aplicado com simulador de irrigação

(3,6 mm de água), foi ineficaz no controle de Xanthium pensylvanicum

e de uma espécie de corda-de-viola (Talbert et al., 1983).

Ogg Jr. (1984) obteve 100% de controle de plântulas de Che-

nopodim album com o bentazon (1,1 kg/ha) aplicado com simulador de

irrigação (5 mm de água). A herbigação proporcionou 90% de controle

de uma espécie de caruru, enquanto no método convencional ele foi de

99%.

Em Viçosa, MG, Fontes et al. (1999) verificaram que o benta-

zon (0,9 kg/ha), aplicado por simulador de irrigação em lâmina de 3

mm, não foi eficaz no controle de Raphanus raphanistrum com 4 a 6

folhas.

O bentazon tem solubilidade em água extremamente elevada

(Quadro 1) e log Kow = - 0,45 (Ahrens, 1994). É derivado de ácido fraco

(forma íons de carga negativa), com pKa = 3,45 (Sterling, 1994). Con-

seqüentemente, é menos retido nas folhas e a velocidade de absorção é

lenta, em relação a herbicida lipofílico e não-iônico. Essas devem ser as

principais razões do desempenho insatisfatório do bentazon na herbiga-

ção.

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 285

Fomesafen

Dowler (1984) avaliou o desempenho do fomesafen (0,28

kg/ha) após distribui-lo em 2,5 mm de água com simulador de irriga-

ção. Antes da aplicação, ele foi misturado com óleo de soja. Houve

100% de controle da corda-de-viola (Ipomoea purpurea) e da Jacque-

montia tamnifolia. O controle do carrapicho-beiço-de-boi (Desmodium

tortuosum) e do fedegoso (Senna obtusifolia) foi 80% e 75%, respecti-

vamente. Em estudo conduzido por Dowler (1987), o fomesafen aplica-

do em 2,5 ou 6,3 mm de água proporcionou bom ou excelente controle

destas espécies: D. tortuosum, S. obtusifolia, I. purpurea, Richardia

scabra e Amaranthus sp. O fomesafen foi misturado com óleo não-

emulsificante mineral ou vegetal antes de ser injetado na água de irriga-

ção.

No norte de Minas Gerais, a distribuição do fomesafen (0,20

kg/ha) misturado ao fluazifop-p-butil (0,10 kg/ha) via pivô-central (9

mm de água) controlou o picão-preto (Bidens pilosa) na cultura do fei-

jão de outonoinverno. No entanto, só houve redução significativa da

população de Ipomoea sp. com a aplicação por pulverizador costal (400

L/ha) (Vieira e Fontes, 1995).

Fontes et al. (1999) verificaram que o fomesafen (0,25 kg/ha),

aplicado por simulador de irrigação em 3 mm de água, foi eficaz no

controle de Raphanus raphanistrum com 4 a 6 folhas. Leite et al.

(1999) verificaram que o nível de controle dessa espécie (na fase de 8 a

10 folhas) melhorou com o aumento da lâmina de água de 3 mm para 9

mm. Constataram, ademais, que a mistura de óleo de soja ao fomesafen

na proporção de 1:1 não trouxe benefício.

Em Coimbra, MG, Leite et al. (2002) obtiveram controle de B.

pilosa e de outras espécies de dicotiledôneas com o fomesafen (0,225

kg/ha) aplicado via pivô-central em três lâminas de água: 3, 6 e 9 mm,

tanto no plantio direto quanto no convencional. O melhor controle foi

obtido com 6 e, sobretudo, com 9 mm de água. No plantio direto, o

controle da losna (Artemísia verlotorum) proveninete de sementes

foi melhor com 9 mm de água (88%), semelhante ao alcançado com

o método convencional (91%). Não houve influência dos métodos de

aplicação do herbicida (e das lâminas de água) na sua movimentação e

persistência no solo.

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Vieira e Silva 286

Em casa de vegetação, Ruas (2004) avaliou doses de fomesafen

(60, 120, 180 e 240 g/ha) aplicadas em picão-preto (Bidens pilosa) e

leiteiro (Euphorbia heterophylla) em três fases de desenvolvimento: 1,

7 e 14 dias após a emergência das plântulas (DAE). O herbicida foi a-

plicado por um simulador de irrigação por aspersão (4,75 mm) e por

pulverizador (200 L/ha). A herbigação foi quase tão eficiente quanto a

pulverização no controle do picão-preto. O melhor controle foi alcan-

çado, com ambos os métodos de aplicação, quando essa espécie estava

com 7 DAE e com a dose de 240 g/ha. Quanto ao leiteiro com 1 DAE, a

herbigação, nas doses de 180 e 240 g/ha, matou as todas as plantinha, o

que não ocorreu na pulverização. Quando essa espécie estava com 7 ou

14 DAE, a pulverização proprocionou resultados ligeiramente melho-

res.

O fomesafen é extremamente solúvel em água (log Kow = 2,9,

em pH = 1). Também é derivado de ácido fraco (pKa = 2,7) e, como o

bentazon, pode ser absorvido pelas raízes (Ahrens, 1994). A caracterís-

tica mais lipofílica do fomesafen, em relação ao bentazon, deve ser uma

das razões de seu melhor desempenho na herbigação.

Imazamox

O único estudo com esse herbicida foi realizado por Fontes et

al. (1999). Ele foi ineficaz no controle de Raphanus raphanistrum com

quatro a seis folhas, quando distribuído, na dose de 0,028 kg/ha, por

simulador de irrigação em 3 mm de água.

Uma das características do imazamox é a solubilidade em água

muito elevada. É pouco adsorvido aos colóides e pode ser absorvido pe-

las raízes (em menor grau que pelas folhas) e translocado via xilema e

floema. É possível que, no estudo de Fontes et al. (1999), o imazamox

não tenho tido condições de ser absorvido pelas raízes, devido à peque-

na lâmina de água usada em sua aplicação, à não-irrigação do ensaio e à

ausência de chuvas entre a aplicação e as avaliações de controle. No en-

tanto, nessas mesmas condições, o fomesafen foi eficaz.

Fluazifop-p-butil

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 287

Os resultados de pesquisas revelam que o fluazifop aplicado via

água de irrigação, nas doses de 0,16 a 0,28 kg/ha, é tão eficiente, ou

mais, que quando aplicado pelos métodos convencionais (Dowler,

1984; Dowler, 1987; Guy et al., 1989; Dowler e Sumner, 1993; Hook et

al., 1993; Dowler et al., 1994). Bom controle de invasoras foi obtido

com até 13 mm de água, mas a eficiência é ligeiramente melhor com

lâminas em torno de 3 mm (Guy et al., 1989). Estes pesquisadores

verificaram também que, embora a absorção radical ajude no controle

de plantas daninhas, a folhagem é o local de maior absorção do

herbicida. No caso da Digitaria sanguinalis, e possivelmente no de

outras gramíneas, o grande volume de água da irrigação causa

escorrimento da solução do ápice das folhas para o “cartucho”, local

mais sensível ao fluazifop.

A mistura do fluazifop com óleo não-emulsificante antes da

injeção na água de irrigação melhora-lhe a retenção nas folhas. A

quantidade de óleo adequada parece ser proporcional ao volume de

água da irrigação, pelo menos para D. sanguinalis. Quando se

empregaram 3,2 mm de água, 2,3 L/ha de óleo dobraram a retenção do

fluazifop nas folhas. No entanto, essa quantidade de óleo aumentou-lhe

muito pouco a retenção nas folhas com a lâmina de 12,7 mm (Guy et

al., 1989).

Foram controladas com sucesso via herbigação estas espécies:

Panicum texanum (Dowler, 1984; Dowler, 1987; Dowler e Sumner,

1993; Hook et al., 1993; Dowler et al., 1994), D. sanguinalis (Dowler,

1984; Hook et al., 1993; Dowler et al., 1994), Echinochloa crusgalli,

mão-de-sapo (Dactyloctenium aegyptium) (Dowler e Sumner, 1993),

grama-seda (Cynodon dactylon) (Hook et al., 1993), marmelada

(Brachiaria plantaginea) e capim-colonião (Panicum maximum)

(Vieira e Fontes, 1994). Ademais, tem-se observado, na prática, bom

controle do milho na cultura do feijão. Algumas vezes, no entanto, por

razões ainda pouco conhecidas, a herbigação não controla o milho

(Vieira e Fontes, 1994). A aplicação do defensivo com pouca

intensidade luminosa, ou durante o período noturno, pode ser uma das

razões desse fato. A qualidade da água usada no tanque de pré-mistura

pode ser outro fator envolvido.

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Vieira e Silva 288

A natureza não-iônica e lipofílica (log Kow = 4,5) do fluazifop-

p-butil (Ahrens, 1994; Tomlin, 1994) são características favoráveis a

sua retenção nas folhas e rápida absorção.

Fenoxaprop-p-etil

Este herbicida pertence à família dos ariloxifenoxipropionatos,

a mesma do fluazifop-p-butil. Trata-se, também, de um herbicida não-

iônico e praticamente insolúvel em água (log Kow = 4,12) (Ahrens,

1994). Aplicação em até 25.000 L/ha de água não lhe afetou o desem-

penho (Dowler e Sumner, 1993).

Diclofop-metil

Também pertence à família dos ariloxifenoxipropionatos. Tra-

ta-se de composto não-iônico e de natureza lipofílica (log Kow = 4,6)

(Ahrens, 1994), características semelhantes às de seus pares supracita-

dos. O diclofop foi aplicado, na dose de 1,4 kg/ha, pelo método con-

vencional (280 L/ha) e por simulador de irrigação (5 mm de água) no

controle de gramíneas na cultura do feijão, da batata e do milho-doce.

Não houve diferença entre os métodos de aplicação no controle destas

invasoras que lhe são suscetíveis: Setaria viridis, S. guauca e E. crus-

galli (Ogg Jr., 1984). A dose de diclofop usada nesse estudo foi mais

alta que a recomendada no Brasil (Quadro 1).

Além desses três herbicidas da família dos ariloxifenoxipropio-

natos, outros herbicidas dessa família são seletivos ao feijão: haloxyfop

(Dowler, 1987; Guy et al., 1989) e quizalofop (Guy et al., 1989; Dowler

e Sumner, 1993). Eles também têm potencial para aplicação via água de

irrigação. O haloxifop-metil e o quizalofop-etil, usados por Guy et al.

(1989), têm log Kow semelhante ao de seus pares supracitados (Ahrens,

1994; Tomlin, 1994).

Clethodim

Dowler e Sumner (1993) aplicaram o clethodim em quatro vo-

lumes de água: 206, 1.028, 5.142 e 25.710 L/ha. Os herbicidas foram

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 289

diluídos em surfactante (“Slygard”) ou em óleo não-emulsificante à ba-

se de petróleo (“Exxon Orchex 796”) antes da aplicação. O volume to-

tal da mistura do aditivo com o herbicida foi de 5,0 L. Diferentemente

do fluazifop-p-butil, do quizalofop e do fenoxaprop, sua eficiência di-

minuiu quando o volume de água excedeu a 1.028 L/ha. Os aditivos

não lhe melhoraram o desempenho quando aplicado com 25.710 L/ha

de água. O clethodim tem solubilidade em água muito elevada (Quadro

1) e log Kow=4,18. Seu pKa não está disponível (Ahrens, 1994).

Sethoxydim

Dowler (1984) e Dowler e Sumner (1993) aplicaram o sethoxy-

dim com 2,5 mm de água. Dowler (1984) obteve 95% e 98% de contro-

le de Panicum texanum e Digitaria sanguinalis, com as doses de 0,23 e

0,20 kg/ha, respectivamente. Entretanto, Dowler e Sumner (1993) veri-

ficaram que, como o clethodim (ambos pertencem à família dos ciclo-

hexanodionas), a eficiência do sethoxydim diminuiu quando aplicado

com 5.142 e 25.710 L/ha, em relação a 206 e 1.028 L/ha. A mistura do

sethoxydim com óleo não-emulsificante antes da injeção na água de ir-

rigação não lhe melhorou o desempenho.

O sethoxydim tem solubilidade em água muito elevada. Em pH

7, o log Kow é 1,65 e, em pH 5, 4,5 (Tomlin, 1994). É ácido fraco, mas

menos dissociável (pKa = 4,6) que o bentazon e o fomesafen. Prova-

velmente por causa dessas propriedades, seu desempenho na herbigação

é inferior ao dos graminicidas da família dos ariloxifenoxipropionatos.

FUNGIGAÇÃO

Muitos fungicidas aplicados na folhagem das plantas são prote-

tores. Eles só são eficazes no local de aplicação (ação local) e devem

estar presentes na superfície das plantas antes do patógeno, ou, no mí-

nimo, antes de os esporos germinarem, para prevenir infecção. Por isso

é importante que ele seja distribuído uniformemente sobre as plantas.

Outros fungicidas, no entanto, não exigem distribuição uniforme para

ser eficazes. Eles têm ação erradicante e muitos são absorvidos e trans-

locados sistemicamente na planta (Agrios, 1997).

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Vieira e Silva 290

Nos métodos convencionais (com trator ou avião), os fungici-

das são diluídos em 30 a 1.000 litros de água/ha antes da aplicação. Na

fungigação, no entanto, o volume mínimo de água aplicado por alguns

pivôs é de 2,5 mm (25.000 L de água/ha), o que excede em 25 vezes o

volume máximo de água usado nos métodos convencionais. Na irriga-

ção por aspersão convencional, porém, o volume mínimo de água apli-

cado pode ser de 4.000 L/ha, se o fungicida for distribuído próximo ao

final da irrigação. Com esses sistemas de irrigação, a densidade de resí-

duos de defensivo na folhagem imediatamente após a aplicação (Bren-

neman et al., 1990), ou um ou dois dias depois (McMaster e Douglas,

1976), é menor, em relação à obtido com a aplicação tratoriza (McMas-

ter e Douglas, 1976; Littrell, 1987; Brenneman et al., 1990) ou a aérea

(McMaster e Douglas, 1976). No entanto, essa diferença diminui com o

passar dos dias. McMaster e Douglas (1976) mostraram que, dois e dez

dias depois da aplicação do clorotalonil por avião (28 L/ha), as densi-

dades de resíduos foram de 5,5 e 0,1 g/cm2, respectivamente, enquan-

to na aplicação via aspersão convencional (4.200 L/ha), a densidade de

resíduos não se alterou: 0,1 g/cm2. Na aplicação tratorizada (234

L/ha), a densidade diminuiu de 5,8 para 1,4 g/cm2 no período conside-

rado. Foi feita uma irrigação entre as avaliações.

Segundo Brenneman et al. (1990), embora a quimigação

(17.800 L/ha) resulte em menor densidade de resíduos do clorotalonil

na folhagem que a aplicação tratorizada (120 L/ha), a diferença não é

tão grande como se poderia antecipar apenas com base no volume de

água. Por exemplo, nesse estudo, o volume de água empregado na fun-

gigação foi 148 vezes maior que no método convencional. Portanto,

poder-se-ia teorizar que haveria 148 vezes mais clorotalonil na folha-

gem com a aplicação tratorizada. No entanto, a diferença foi de 25,7;

15,3 e 5,0 na posição superior, média e inferior do dossel das plantas,

respectivamente.

Com relação aos fungicidas sistêmicos, há evidências de que

grande volume de água compromete menos seu desempenho que o dos

fungicidas protetores. Segundo Culbreath et al. (1993), o cyproconazole

compensa o potencial de “lavagem” na fungigação pela rápida absorção

pelas folhas e, ou, pela absorção radical.

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 291

Os seguintes fatores favorecem o controle de doenças na

fungigação e, considerados em conjunto, compensam, pelo menos em

parte, o potencial de “lavagem” causado pelo grande volume de água:

a) a folhagem é molhada por vários minutos, favorecendo a atividade

do fungo e, conseqüentemente, seu controle (Kaufman e Lee, 1990); b)

a cobertura do dossel das plantas com o fungicida é quase completa, por

causa de sua redistribuição na folhagem advinda do molhamento

ininterrupto por vários minutos (Kaufman e Lee, 1990); c) a redução

de inóculo na lavoura é maior, em razão da uniformidade de

distribuição do fungicida no dossel das plantas e, também, sobre o solo

(Brenneman et al., 1990; Kaufman e Lee, 1990); d) o controle de

patógenos do solo pode ser maior (Brenneman et al., 1994); e) os danos

mecânicos à cultura, que predispõem as plantas a doenças (Brenneman

e Sumner, 1989, 1990; Potter, 1981), não ocorrem; e f) em geral a

distribuição via pivô-central é mais uniforme que nos métodos

convencionais.

As principais vantagens da quimigação são: evitação da

compactação do solo, que pode reduzir o rendimento da cultura

(Littrell, 1987; Potter, 1981; Potter e Kidder, 1978), e baixo custo de

aplicação (Costa et al., 1994). No entanto, essa tecnologia também tem

desvantagens: a) é relativamente pouco estudada; b) pode ser menos

eficiente que o método convencional, dependendo do fungicida, da

lâmina de água, da doença e de sua intensidade (Sumner et al., 1981;

Littrell et al., 1984; Wyman et al., 1986; Brenneman e Sumner, 1990;

Culbreath e Brenneman, 1992; Brenneman et al., 1994; Vieira e

Sumner, 1999); c) é maior o tempo de aplicação, sobretudo em relação

à aérea; e d) são feitas simultaneamente a irrigação e a aplicação do

fungicida, mesmo quando não há necessidade de irrigar. Excesso de

água no solo no início do ciclo de vida do feijão pode favorecer

patógenos de solo; mais tarde, favorece o desenvolvimento de doenças

da parte aérea.

A preocupação em relação ao efeito nocivo dessa tecnologia

sobre os microrganismos antagônicos do solo parece não se justificar,

como demonstraram Sumner e Littrell (1989) e Sumner et al. (1991),

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Vieira e Silva 292

que trabalharam com os fungicidas clorotalonil e tebuconazole

aplicados via água de irrigação.

Pesquisas com Fungigação na Cultura do Feijão

Há estudos realizados com estas doenças: mancha-de-alternária

(Alternaria spp.) (Oliveira et al., 1992b; Cunha et al., 2001a; Vieira e

Pinto, 2001), oídio (Erysiphe polygoni) (Oliveira et al., 1992b; Sartora-

to e Rava, 1993), mancha-angular (Phaeoisariopsis griseola) (Oliveira

et al., 1992a; Sartorato e Rava, 1998; Cunha et al., 2001a; Vieira e Pin-

to 2001; Vieira et al. 2003a), ferrugem (Uromyces appendiculatus)

(Pinto e Costa, 1999; Oliveira et al., 1992a) e mofo-branco (Sclerotinia

sclerotiorum) (Forster, 1981, 1983, 1984; Forster e Samson, 1984; La-

mey et al., 1990; Oliveira et al., 1995; Botelho e Costa, 1997; Kimura

et al., 1997; Vieira et al. 2001; Vieira et al., 2003a).

Em Guaíra, SP, Oliveira et al. (1992b) conduziram dois ensaios

em que os fungicidas benomil + mancozeb (0,15 + 2,0; 0,25 + 2,0; ou

0,35 + 2,0 kg/ha) e tiofanato metílico + clorotalonil (0,28 + 0,70 kg/ha)

foram aplicados via pivô-central com 4,95 mm de água ou com

pulverizador de CO2. As aplicações iniciaram-se, preventivamente, aos

34 DAE e foram repetidas aos 49 e aos 63 DAE. Os tratamentos foram

eficazes no controle do oídio e da mancha-de-alternária. A aplicação

com pulverizador foi mais eficiente que a fungigação no controle da

mancha-de-alternária. Entretanto, a fungigação proporcionou melhor

controle do oídio nas vagens, menor percentagem de sementes

manchadas, sementes mais pesadas e maior rendimento de grãos (1.356

vs. 1.091 kg/ha).

Em ensaio conduzido por Sartorato e Rava (1993), benomil +

mancozeb (0,25 + 1,6 kg/ha), tiofanato metílico + clorotalonil (0,28 +

0,70 kg/ha) e tebuconazole (0,25 kg/ha) aplicados três vezes via pivô-

central foram eficazes no controle do oídio. No entanto, os melhores

resultados com triforine (0,285 kg/ha) e clorotalonil (1,5 kg/ha) foram

obtidos quando, um dia após as fungigações, eles também foram

aplicados pelo método convencional. Não houve efeito dos tratamentos

no rendimento, porque a doença apareceu no final do ciclo de vida do

feijão e em baixa intensidade.

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 293

Em Coimbra, MG, o epoxiconazol foi aplicado via pivô-central

aos 45, 59 e 73 DAE, em três lâminas de água (3, 5 e 7 mm), para o

controle de doenças do feijoeiro. Aos 84 DAE, a percentagem de área

foliar afetada pela mancha-angular na testemunha que não recebeu

fungicida foi de 6%, ao passo que as plantas que receberam

fungigações e pulverizações apresentaram 1,56% e 0,87%,

respectivamente. Quanto à mancha-de-alternária, as áreas foliares

doentes foram de 7,08%, 2,35% e 1,85%, respectivamente. O fungicida

não aumentou significativamente o rendimento, por causa do

aparecimento tardio das doenças com severidade leve a moderada

(Cunha et al., 2001a). A fungigação propiciou boa uniformidade de

aplicação do ingrediente ativo ao longo da área tratada,

independentemente da lâmina de água (Cunha et al., 2001b).

Em Viçosa, MG, o controle da mancha-de-alternária foi

semelhante com o azoxystrobin (60 g/ha) aplicado com pulverizador

(400 L/ha) ou via água de irrigação (3,5 mm). No caso da mancha-

angular, embora ambos os métodos tenham reduzido a severidade, a

aplicação com pulverizador foi mais eficiente. Os tratamentos não

aumentaram o rendimento de grãos por causa do aparecimento tardio

das doenças (os primeiros sintomas foram observados aos 83 DAE). A

severidade foi moderada aos 93 DAE, e a colheita deu-se aos 111 DAE

(Vieira e Pinto, 2001).

Vieira et al. (2003a) verificaram que o benomyl aplicado para o

controle do mofo-branco do feijoeiro também reduziu a severidade da

mancha-angular. O controle com pulverizador (667 L/ha) foi

semelhante ao alcançado com regador (3,5 mm), e ambos

proporcionaram controle mais eficiente que a aplicação apenas no solo

(3,5 mm), também com regador. A avaliação da doença foi aos 93

DAE, e a severidade na testemunha sem fungicida foi leve/moderada.

Com relação ao fungicida fluazinam, apenas a aplicação com

pulverizador reduziu a severidade da mancha-angular.

Oliveira et al. (1992a) compararam, em dois ensaios conduzi-

dos sob pivô-central, o desempenho destes fungicidas na fungigação:

benomil + clorotalonil (0,15 + 0,70 kg/ha), benomil + mancozeb (0,20

+ 1,6 kg/ha), benomil + captan (0,25 + 1,20 kg/ha) e clorotalonil (1,0

kg/ha). Os fungicidas, independentemente do método de aplicação, fo-

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Vieira e Silva 294

ram eficazes em reduzir a severidade da ferrugem e da mancha-angular.

No entanto, os aplicados pelo método convencional proporcionaram

melhor controle da mancha-angular.

Em três ensaios conduzidos em Goiás (Jussara, Acreúna) e em

Minas Gerais (Unaí), Sartorato e Rava (1998) verificaram que houve

redução da severidade da mancha-angular com fungicidas ou misturas

de fungicidas aplicados, preventivamente, via pivô-central. Foram fei-

tas duas ou três aplicações em lâminas de água de 4,9; 7,2; 7,5 ou 9,8

mm. Os fungicidas testados foram: tiofanato metílico, clorotalonil, be-

nomil, mancozeb, trifenil hidróxico de estanho, tebuconazole, propico-

nazole, carbanzazin e difenoconazole. Os autores concluíram que os

fungicidas foram eficazes no controle da mancha-angular do feijoeiro.

Apenas no ensaio de Unaí e com o fungicida tebuconazole houve au-

mento significativo da produtividade, em relação à testemunha que não

recebeu fungicida.

Pinto e Costa (1999) testaram os fungicidas bitertano,

mancozeb, benomil e iprodione, aplicados quatro vezes em 3,4 mm de

água (aspersores setoriais). Eles reduziram a severidade da ferrugem,

mormente com o bitertanol (0,75 kg/ha), eficaz no controle dessa

doença (Vieira et al., 1993). O rendimento das plantas com ele tratadas

foi de 1.550 kg/ha, 462 kg/ha mais que o da testemunha sem fungicida.

O mancozeb (1,6 kg/ha), embora tenha reduzido a severidade da doença

pela metade, só aumentou o rendimento em 150 kg/ha.

O mofo-branco é a doença do feijão mais estudada na fungiga-

ção. Os fungicidas testados individualmente foram: benomil (0,5 ou 1,1

kg/ha) (Forster, 1981; Forster e Samson, 1984; Lamey et al., 1990; Oli-

veira et al., 1995; Vieira et al., 2001b; Vieira et al., 2003a), tiofanato

metílico (1,1 a 2,2 kg/ha) (Forster, 1983, 1984; Oliveira et al., 1995;

Kimura et al., 1997), procimidone (0,5 a 1,0 kg/ha) (Botelho e Costa,

1997; Kimura et al., 1997; Vieira et al., 2001b), fluazinam (0,5 kg/ha)

(Botelho e Costa, 1997; Vieira et al., 2001b; Vieira et al., 2003a), ipro-

dione (0,75 kg/ha) (Oliveira et al., 1995; Vieira et al., 2001b) e clorota-

lonil (1,0 kg/ha) (Oliveira et al., 1995). As seguintes misturas também

foram estudadas: benomil + mancozeb (0,2 ou 0,5 + 1,6 kg/ha), beno-

mil + iprodione (0,5 + 0,37 kg/ha), benomil + clorotalonil (0,15 + 0,70

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 295

kg/ha) e benomil + captan (0,25 + 1,20 kg/ha) (Oliveira et al., 1995). O

volume de água usado na fungigação foi citado em cinco estudos: 3,1

mm (Oliveira et al., 1995), 3,5 mm (Vieira et al., 2001b; Vieira et al.,

2003a), 4 mm (Kimura et al., 1997), 5 mm (Lamey et al., 1990) e 6 mm

(Botelho e Costa, 1997) . Nos estudos de Oliveira et al. (1995), Botelho

e Costa (1997), Kimura et al. (1997), Vieira et al. (2001b) e Vieira et al.

(2003a), os fungicidas foram aplicados duas ou três vezes: a primeira

entre 39 e 45 DAE. Os resultados desses estudos revelam que a fungi-

gação é tão eficiente, ou mais, que os métodos convencionais. No en-

tanto, a quantidade de escleródios formados nas plantas colhidas é mai-

or na fungigação que na pulverização (Vieira et al., 2003a).

O mofo-branco difere das outras doenças do feijão em relação à

época de aplicação do fungicida e à parte da planta a ser protegida. A

primeira aplicação deve ser feita no início da floração, e o objetivo é

proporcionar boa cobertura das flores (local onde, em geral, tem início

a doença). Na fungigação, o fungicida que cai no solo também ajuda no

controle da doença (Vieira et al., 2001b; Vieira et al., 2003a).

O fechamento do vão entre as fileiras no início da fase reprodu-

tiva dos feijoeiros dificulta a entrada de tratores na lavoura para a apli-

cação de fungicidas. O uso de avião não traz resultados satisfatórios,

em razão da pequena quantidade de água usada (Vieira, 1994). Portan-

to, a fungigação, além de eficaz, também é prática no controle do mofo-

branco.

Os melhores resultados de controle do mofo-branco são obtidos

quando a primeira fungigação é realizada no início da floração, mas

bom controle foi alcançado com o benomil aplicado depois dessa fase

(plantas com vagens pequenas). Diferentemente do benomil, o tiofanato

metílico não proporcionou controle satisfatório da doença quando apli-

cado tardiamente (Forster e Samson, 1984).

Apesar do número limitado de trabalhos relacionados à fungi-

gação na cultura do feijão, os resultados demonstram que ela reduz a

severidade de doenças, quando comparada à testemunha sem fungicida.

No entanto, quando a comparação é feita com o método convencional, a

fungigação pode proporcionar controle inferior da mancha-angular e da

mancha-de-alternária. Falta esclarecer se esse fato tem influência no

rendimento de grãos. No amendoim, o controle da mancha-de-

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Vieira e Silva 296

cercospora (Cercosporidium personatum) com fungicidas protetores a-

plicados via água de irrigação geralmente é menor em relação ao méto-

do tradicional, e pode ocorrer, ademais, redução do rendimento (Bren-

neman et al., 1990; Culbreath e Brenneman, 1992). Com fungicidas sis-

têmicos, como propiconazole e tebuconazole, o controle proporcionado

pela fungigação é quase tão bom quanto o obtido pelos métodos tradi-

cionaies, e sem redução de rendimento do amendoim (Brenneman e

Sumner, 1989; Brenneman et al., 1994).

Prática que merece atenção é o uso dos dois métodos de aplica-

ção (convencional e fungigação) durante o cultivo do feijão: em alter-

nância, ou pelo método convencional enquanto não há fechamento do

vão entre as fileiras de feijão (o que facilita o uso do trator), seguida de

fungigações.

A mistura de fungicida com óleo não-emulsificante antes da in-

jeção na água de irrigação pode melhorar sua retenção nas folhas, au-

mentando-lhe a eficiência. Essa prática é benéfica na insetigação. No

entanto, na fungigação, há poucas pesquisas sobre o tema. A mistura do

tebuconazole com óleo não-emulsificante, seguida da aplicação em

2,54 mm de água, para o controle da mancha-de-cercóspora do amen-

doim, foi benéfica. Foram sete fungigações, e a proporção fungici-

da:óleo foi de 1:1,7 (v/v) (Brenneman e Sumner, 1989). No entanto, a

mistura de óleo com o clorotalonil não foi vantajosa, pois, embora a

concentração inicial do fungicida na folhagem do amendoim tenha do-

brado, em relação à aplicação sem óleo, sua meia-vida foi menor

(Brenneman et al., 1990). Segundo esses autores, uma possível razão

disso foi uma interação detrimental entre óleo e adjuvantes da formula-

ção do defensivo, o que pode ter tornado o produto mais “lavável”.

Nos EUA, vários fungicidas têm registro para aplicação via á-

gua de irrigação por aspersão. Entre os que são usados no Brasil na cul-

tura do feijão, têm registro naquele país, para algumas culturas, os se-

guintes: benomil, clorotalonil, mancozeb, iprodione, propiconazole, tio-

fanato metílico, triforine e alguns produtos à base de cobre.

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 297

NEMATIGAÇÃO

Em solo arenoso, o nematicida fenamiphos (6,7 kg/ha) foi

aplicado via água de irrigação por aspersão (convencional ou pivô-

central) para o controle de Meloidogyne incognita em feijão-vagem

plantado na primavera e no outono. A distribuição foi feita com 28 mm

de água no dia seguinte ao plantio. A nematigação aumentou o

rendimento em até 409% (Smittle e Johnson, 1982).

Johnson et al. (1986) estudaram, em abóbora e em milho, a

nematigação com fenamiphos (6,7 kg/ha) distribuído em diferentes

lâminas de água (2,5; 6,4; 12,7 e 19,1 mm) e épocas. Ele foi aplicado

um dia após o plantio (ambas as culturas), uma semana após o plantio

(milho) ou duas semanas após o plantio (abóbora). Os ensaios foram

conduzidos em solo arenoso e com simulador de irrigação por aspersão.

As aplicações foram realizadas em solo com teor de água próximo à

capacidade de campo. Não houve vantagem de se aplicar o nematicida

em lâmina de água superior a 2,5 mm, e ele foi mais eficiente quando

distribuído logo após o plantio. No entanto, a aplicação uma ou duas

semanas mais tarde também aumentou o rendimento das culturas (Qua-

dro 2). O custo da nematigação com 2,5 mm de água foi US$ 1,08/ha;

pelo método convencional, US$ 13,5/ha.

Estudos com milho, caupi, abóbora (Johnson et al., 1981) e to-

mate (Johnson, 1978), em solo arenoso, mostraram que o carbofuran

também é eficaz na nematigação. Johnson (1978) usou a dose de 11,2

kg/ha e 12,4 mm de água; Johnson et al. (1981), 6,7 kg/ha e 12,3 mm.

INSETIGAÇÃO

Estudos de insetigação para o controle de pragas na camada

superficial do solo são escassos. O chlorpyriphos aplicado para o con-

trole de pragas da parte aérea das plantas também pode controlar com

eficácia algumas pragas no solo (Threadgill, 1991; Costa et al., 1994).

Em Florestópolis, PR, Schmidt e Carneiro (1997) obtiveram bom con-

trole da larva-alfinete (Diabrotica speciosa) na cultura do milho com o

chlorpyriphos (1.200 g i.a./ha) aplicado via pivô-central. No entanto, os

melhores resultados foram com o inseticida distribuído no sulco de

plantio. Segundo agricultores da região de Barreiras, BA, o chlorpyri-

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Vieira e Silva 298

phos aplicado via pivô-central proporciona controle adequado da lagar-

ta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus) e da lagarta-rosca (Agrotis ipsi-

lon).

Entre os defensivos aplicados na parte aérea das culturas por in-

termédio da água de irrigação, é com os inseticidas que se tem alcança-

do os resultados mais positivos. No entanto, com relação especifica-

mente à cultura do feijão, há poucos estudos.

Infere-se, dos resultados de pesquisas disponíveis, especialmen-

te com milho, algodão, soja e hortaliças, que os defensivos eficazes na

insetigação são pouco solúveis em água ou solúveis em óleo (Knutson e

Patrick, 1990). Em geral, os seguintes inseticidas e, ou, acaricidas são

eficazes: bifenthrin, cyfluthrin, cypermethrin, esfenvalerate, fenvalera-

te, lambdacyhalothrin, permethrin (piretróides), chlorpyriphos, diazi-

non, malathion, parathion metil, triazophos (organofosforados), carbar-

yl, thiodicarb (carbamatos), dicofol, endosulfan (organoclorados) e

propargite (Chalfant e Young, 1981; Chalfant et al., 1985; Young e

Chalfant, 1985; Young, 1988; Knutson e Patrick, 1990; LaHue, 1990;

Martin et al., 1990). Chalfant e Young (1981) obtiveram redução de

74% e 98% na população do pulgão Myzus persicae com a aplicação do

naled e do pirimicarb na cultura do pêssego. Esses dois inseticida são os

mais solúveis em água entre os que têm proporcionado bom controle de

pragas na insetigação (Quadro 3).

Estudo com o feijão foi conduzido por Schmidt e Martins

(1998) em Nova Fátima, PR. Eles testaram o chlopyriphos (450, 675 e

720 g/ha) e o triazophos (400 g/ha), aplicados duas vezes via pivô-

central (3 mm) no estádio R6 da cultura, no controle do ácaro-branco

(Polyphagotarsonemus latus). Com uma aplicação, o controle só foi e-

ficaz com as doses de 675 e 720 g/ha de chlorpyriphos; com duas, todos

os tratamentos proporcionaram 95% ou mais de controle.

Em geral, os inseticidas methomyl, monocrotophos e methami-

dophos apresentam desempenho insatisfatório na insetigação (Chalfant

e Young, 1981; Wyman e Walgenback, 1984; Young e Chalfant, 1985),

porque têm alta solubilidade em água (Quadro 3). Segundo Young e

Chalfant (1985), a aplicação do acephate (solubilidade em água de

818.000 mg/L) e do dimethoate (39.800 mg/L) via água de irrigação

também não é recomendável. No entanto, Chalfant e Young (1981) ob-

tiveram bom controle do tripes Frankliniella spp. com o dimethoate em

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 299

feijoal com densa folhagem. Quanto ao acephate, Wyman e Walgen-

back (1984) verificaram que a insetigação e a aplicação tratorizada pro-

porcionaram controle semelhante da Empoasca fabae na cultura da ba-

tata.

A aplicação de produto à base de Bacillus thuringiensis via á-

gua de irrigação no feijoal é mais promissora na irrigação por aspersão

convencional do que pelo pivô-central (Costa et al., 1994), porque na-

quele sistema é possível aplicá-lo em menor volume de água.

Os inseticidas podem ser injetados na água de irrigação sem di-

luição, ou podem ser diluídos em água ou em óleo não-emulsificante

até volume que fique dentro da capacidade de funcionamento da bomba

injetoradosadora. A mistura com óleo não-emulsificante melhora-

lhes o desempenho em relação à mistura com água. A razão é a seguin-

te: eles são distribuídos na forma de gotas (óleo e defensivo) com a á-

gua, mas sem se misturar com ela. Quando a água (e os produtos por

ela carreados) atinge folhas e insetos, o inseticida diluído em óleo é

retido, enquanto a água escorre para o solo. Óleos vegetais (soja, algo-

dão) ou à base de petróleo, na proporção de 1:1 (inseticida:óleo), têm

sido empregados com sucesso. Os óleos vegetais brutos, refinados uma

vez, são os preferidos (Costa et al., 1994). Os inseticidas formulados

como suspensão concentrada, como o thiodicarb, geralmente podem ser

injetados em mistura com óleo. No entanto, essas formulações podem

danificar a bomba dosadora (Young e Chalfant, 1985). Segundo Knut-

son e Patrick (1990), para inseticidas com baixa solubilidade em água,

como os piretróides (0,1 a 0,002 mg/L) e o chlorpyriphos (0,4 mg/L), o

uso de óleo nem sempre é necessário.

É recomendável, na insetigação, usar o pivô-central na

velocidade máxima (100%). É imprescidível, ademais, que o sistema de

irrigação apresente boa uniformidade de distribuição de água. A

mistura de inseticida com óleo não-emulsificante, antes da injeção na

água, reduz os efeitos indesejáveis do uso de lâminas de água maiores

de 6 mm. No entanto, essa mistura pode provocar aplicação do

inseticida mais desuniforme que a da água. Por isso, deve-se minimizar

a causa dessa dusuniformidade, que é o tamanho grande das gotas (óleo

+ inseticida) levadas pela água. Estas são mais sujeitas a flutuar na água

e, conseqüentemente, ser liberadas em maior proporção, nas

proximidades do centro do pivô, em comparação com as gotas

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Vieira e Silva 300

pequenas. Para contornar esse problema, recomenda-se injetar o

inseticida diluído em óleo somente quando a velocidade da água dentro

da tubulação no ponto de injeção do defensivo for superior a 1,5 m/s. A

injeção no centro da tubulação, onde a velocidade da água é maior,

também favorece a quebra de gotas (Costa et al., 1994). O uso de

bomba dosadora de precisão é outra medida que ajuda na obtenção de

boa uniformidade de aplicação (Stone et al., 1994).

INFLUÊNCIA DA QUALIDADE DA ÁGUA NA

QUIMIGAÇÃO

O tanque de pré-mistura geralmente é abastecido com a água de

irrigação, e sua qualidade pode influenciar na eficiência da quimigação.

O conhecimento das características da água de irrigação, mormente

com relação ao pH, à dureza e ao teor de argila e de compostos orgâni-

cos em suspensão, é útil para o sucesso dessa tecnologia.

pH

A água pura tem pH = 7,0, mas, em razão da presença de gases,

outros líquidos e sólidos nela dissolvidos, o pH geralmente difere de

7,0. Segundo Kissmann (1997), o pH das caldas influencia na estabili-

dade e no resultado da aplicação pelos seguintes motivos: o pH da água

pode acelerar a degradação por hidrólise (alcalina) de defensivos; e a

constante de dissociação de muitos deles depende do pH da calda, e a

taxa de absorção do produto pelos tecidos vegetais varia na dependên-

cia de a molécula ser íntegra ou dissociada em cátions e ânions. Os de-

fensivos são formulados para tolerar alguma variabilidade de pH da

calda, mas pHs extremos podem afetar-lhes a estabilidade física. Em

geral, os defensivos apresentam maior eficiência quando a calda tem

pH entre 6,0 e 6,5. No caso dos fungicidas benomil, carbendazin, man-

cozeb, triadimefon, triforine, bitertanol, propiconazole, difenoconazole,

clorotalonil e tiofanato metílico o pH ideal da água é 5,0. A vida média

do benomil e do carbendazin aumenta de 12 minutos para 30 horas

quando o pH da água é reduzido de 7,0 para 5,5 (Zambolim et al.,

1997).

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 301

Dureza

A água captada em zonas rurais apresenta sais dissolvidos, os

quais se originam da rocha e do solo e, ou, de corretivos e fertilizantes

utilizados pelos agricultores. Os principais causadores da dureza da á-

gua são os cátions Ca++

e Mg++

originados de carbonatos, bicarbonatos,

cloretos e sulfatos.

A água dura interfere na qualidade da calda de defensivos das

seguintes maneiras (Kissmann, 1997): 1) muitas formulações têm sur-

factantes aniônicos (com presença de Na+

ou K+); estes cátions podem

ser substituídos por Ca++

ou Mg++

presentes na água dura, o que dá ori-

gem a compostos insolúveis; 2) compostos insolúveis são formados

quando o ingrediente ativo do defensivo é à base de ácido ou de sal. As

indústrias geralmente formulam seus produtos para ser compatíveis

com até 320 ppm de CaCO3 na água. Em calda preparada com grande

volume de água como na quimigação , o problema causado pela

dureza da água é agravado, em razão da maior disponibilidade de cá-

tions.

Argila e compostos orgânicos em sus-pensão

Argila e compostos orgânicos em suspensão na água emprega-

da para dissolver o defensivo podem adsorver substâncias, inclusive in-

gredientes ativos de defensivos, reduzindo-lhes a eficácia. O uso de

tanque pequeno para a pré-mistura, onde o defensivo é diluído em pou-

ca água (de boa qualidade) ou em óleo, associado a bomba com capa-

cidade de trabalhar de maneira compatível com a capacidade do tanque,

elimina o problema.

LITERATURA CITADA

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GLOSSÁRIO

Absorção:

processo pelo qual um defensivo passa de um sistema para outro, ou

seja, da solução do solo para as células das raízes (absorção radical)

ou da superfície das folhas para as células (absorção foliar).

Adjuvante:

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Vieira e Silva 312

material sem propriedades herbicidas que, quando adicionado ao her-

bicida ou à calda, aumenta-lhe a atividade. Pode apresentar cargas

negativas ou positivas, ou não-ionizar.

Adsorção:

é a remoção do herbicida do ar ou da água e a sua subseqüente reten-

ção pelos colóides do solo.

Arenosos:

solos com menos de 15% de argila.

Argilosos:

solos com mais de 35% de argila.

Camada epicuticular:

camada mais externa da cutícula com propriedades altamente lipofíli-

cas.

Células-guarda:

células especializadas da epiderme responsáveis pela abertura e fe-

chamento do ostíolo (pequena abertura do estômato).

Cera:

está presente na superfície das folhas de duas formas: cristalina e a-

morfa. Geralmente folhas com cera na forma amorfa são relativamente

mais fáceis de molhar. A forma cristalina ocorre em muitas espécies de

gramíneas.

Coeficiente de uniformidade (CU):

estima a uniformidade de distribuição da água sobre o solo, conside-

rando o grau de dispersão com que a água é aplicada pelo sistema de

irrigação em relação a um valor médio.

Colóides:

materiais extremamente subdivididos e que possuem cargas elétricas de

superfície. No solo, o sistema coloidal consiste especialmente de argila

e matéria orgânica, as quais possuem cargas predominantemente

negativas.

Cutina:

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 313

principal componente estrutural da cutícula. Possui grupos de polari-

dade variáveis que funcionam como resina de troca de cátions.

Dessorção:

é a liberação do herbicida dos colóides para a solução do solo ou para

o ar. Esse processo mantém o controle de plantas daninhas após irri-

gação ou chuva. Parte do herbicida é resistente à dessorção ou é libe-

rado lentamente ao longo do tempo.

Edafoclimática:

relativo a solo e clima.

Emergência:

aparecimento da plântula ereta na superfície do solo.

Emulsão:

mistura em que as gotículas de um líquido se encontram em suspensão

noutro líquido, normalmente óleo em água.

Escoamento superficial:

é a movimentação da água (e de defensivos nela dissolvidos) sobre o

solo, que acontece quando a intensidade de precipitação (mm/hora)

supera a capacidade de infiltração da água no solo.

Floema:

conjunto de tubos crivosos das plantas pelos quais é feito o transporte

da seiva elaborada.

Formulação:

é a composição do defensivo: ingrediente ativo (i.a.) mais ingredientes

inertes. Estes últimos podem ser solventes, estabilizantes, dispersantes

etc. As seguintes formulações são comuns: concentrado emulsionável

(CE), pó molhável (PM), pó solúvel (PS), solução aquosa (SA) e sus-

pensão concentrada (SC) (exemplo: Dik 185 CE o número 185 re-

presenta a concentração do i.a., e CE, a formulação).

Fotodecomposição:

degradação de um produto pela ação da luz.

Fungicidas protetores:

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Vieira e Silva 314

devem estar presente sobre a superfície da planta antes do patógeno,

para prevenir infecção.

Fungicidas erradicantes:

têm efeito direto sobre patógenos que já invadiram a planta, ou seja,

eles matam o fungo dentro do hospedeiro ou podem impedir a esporu-

lação do fungo sem matá-lo.

Hidrofílico:

substância que tem atração pela fase aquosa.

i.a. (ingrediente ativo):

substância que entra na formulação dos defensivos em concentração

determinada, é o responsável direto pelo controle de fungos, insetos ou

plantas daninhas (exemplo: Dik 185 CE. o número 185 indica que o

defensivo é composto de 185 g de dicofol (i.a.) por 1 L do produto).

Inóculo:

patógeno ou parte do patógeno que causa infecção.

Koc (coeficiente de partição carbono orgânico/água):

quantifica a tendência do defensivo químico em solução de ser adsorvi-

do à matéria orgânica. Quanto maior o Koc do defensivo mais ele é ad-

sorvido à matéria orgânica.

Kow (coeficiente de partição octanol/água):

herbicidas lipofílicos têm altos valores de Kow e os hidrofílicos, baixos.

Esses valores também podem ser expressos como log Kow e variam de

-5 a +5.

Lipofílica:

substância que tem atração por substâncias oleosas.

Meia-vida:

tempo necessário para que o defensivo aplicado atinja metade da con-

centração inicial.

Microrganismos antagônicos:

microrganismos, como os fungos Trichoderma e Penicillium, ou bacté-

rias dos gêneros Pseudomonas e Bacillus, capazes de controlar, parci-

al ou totalmente, populações de patógenos.

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Aplicação de Defensivos via Água de Irrigação por Aspersão 315

Óleo não-emulsificante:

óleo puro, sem adição de emulsão. A emulsão, quando misturada ao ó-

leo, permite que defensivos à base de petróleo se misturem com água,

condição indesejável na quimigação quando o defensivo visa à parte

aérea da planta.

Patógeno:

organismo capaz de causar doença.

pKa (constante de dissociação):

é o pH em que metade das moléculas estão protonadas e metade, ioni-

zadas. Quanto maior o pKa do defensivo, mais fraco é o ácido, ou seja,

menor a tendência de ele se dissociar.

Pós-emergência:

aplicação de herbicida sobre as plantas daninhas já emergidas.

Pré-emergência:

o herbicida é aplicado antes da germinação das sementes das plantas

daninhas, ou da cultura, ou de ambos.

Pré-plantio:

o herbicida é aplicado antes da semeadura da cultura.

Pressão de vapor:

é a tendência de um defensivo de volatilizar. A pressão de vapor a 20-

25 C é fornecida em mm de Hg. Quanto maior a pressão de vapor,

maior a probabilidade de o produto aplicado transformar-se em gás.

Solvente:

líquido em que uma ou mais substâncias são dissolvidas para formar

uma solução.

Surfactante:

qualquer substância que apresenta ação modificadora sobre forças de

superfície, por meio de seu posicionamento entre as interfaces hidrofí-

licas e lipofílicas, possibilitando contato mais íntimo entre elas.

Suspensão:

mistura que contém partículas sólidas finamente divididas, dispersas

em um líquido.

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Vieira e Silva 316

Translocação:

depois da absorção, há movimentação de muitos defensivos dentro da

planta, podendo atingir órgãos distantes do ponto de aplicação. A

translocação pode ser acrópeta (via xilema) se os produtos se movi-

mentam dos órgãos inferiores para os superiores e, ou, basípeta (via

floema), quando a movimentação é dos órgãos superiores para os infe-

riores.

Tricoma:

qualquer prolongamento, como pêlos, da parede externa das células

epidérmicas.

Volatilização:

situação em que o herbicida passa do estado sólido ou líquido para o

gasoso.

Xilema:

conjunto dos vasos lenhosos pelos quais é transportada a seiva bruta

das raízes para os órgãos aéreos das plantas.