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Coletânea de Artigos Técnicos ANAPRE ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE PISOS E REVESTIMENTO DE ALTO DESEMPENHO

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  • Coletnea de Artigos Tcnicos

    ANAPREASSOCIAO

    NACIONALDE PISOS E

    REVESTIMENTODE ALTO

    DESEMPENHO

  • 1Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    Diretoria

    Diretoria ExecutivaPresidente: Wagner Edson Gasparetto

    Vice-presidente: Ademar Paulino de Arantes FilhoDiretor Administrativo: Hernando Macedo Faria

    Diretor de Comunicao: Eduardo Guida TartuceDiretor Tcnico: Levon Hagop Hovaghimian

    Diretores AdjuntosAdemir Teixeira dos Santos

    Ariovaldo Paes JuniorGeorgia Palermo Cunha

    Jefferson Bomfim dos ReisJulio Portella MontardoPaulo Roberto Grimaldi

    ConselhoClaudio Pinheiro de Freitas

    Leandro Tadeu Bittencourt LaraMarco Antonio Pereira Fagim da Silva

    Pblio Penna Firme RodriguesRoberto Jos Falco Bauer

    Apoio:

  • 3Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    Apresentao

    Caros participantes do mercado de pisos e pavimentos,

    Temos feito um grande esforo para apresentar ao mercado informaes sempre compatveis com as necessidades tcnicas dos nossos associados e dos profissionais atuantes no mercado de pisos e revestimentos de alto desempenho.

    A coletnea de artigos tcnicos, que ora editamos e temos a honra de fazer chegar s suas mos com o apoio da BASF, contendo textos produzidos por profissionais do mercado e que, com sua bagagem de conhecimento, tm muito a contribuir para o aprofundamento do conhecimento tcnico.

    Conhecimento este que deve ser, diante da alta competitividade do mercado de trabalho, cada vez mais aperfeioado e embasado em novos recursos e tecnologias, ferramentas fundamentais para o desenvolvimento e progresso do setor de pisos e revestimentos de alto desempenho e da prpria cadeia da construo civil.

    Nos ltimos anos, temos percebido uma evoluo significativa da formalidade e notado a crescente busca pelo uso da melhor tcnica para o alcance dos objetivos de qualidade dos clientes e investidores. Este importante marco demonstra que a ANAPRE est no caminho certo e que devemos incrementar cada vez mais o uso de prticas adequadas e promover a capacitao do mercado.

    Justamente pela constante e necessria evoluo do conhecimento tcnico, desenvolvemos um formato para publicar os artigos tcnicos produzidos pela ANAPRE que facilita a incluso futura de novas produes textuais, que esto sendo planejadas para os prximos anos.

    Por outro lado, a contribuio de todos na ampliao da coletnea dos artigos sempre bem-vinda e deveria ser uma constante. Assim, convido a todos que participem deste projeto da ANAPRE, apresentando temas e artigos a serem apreciados pelo corpo diretivo da associao.

    Agradeo, sobremaneira, o apoio de todos nesta importante iniciativa em difundir o conhecimento tcnico sobre o mercado de pisos e revestimentos de alto desempenho e tambm a confiana no trabalho que a ANAPRE est desenvolvendo.

    Espero que faam bom proveito do contedo desta coletnea.

    Cordialmente,

    Wagner GasparettoPresidente da ANAPREBinio 2008-2010

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    Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    ndice

    Cura do concreto ............................................................................................................................... 01

    Teste de abraso Taber ...................................................................................................................... 03

    Concreto com finos recuperados: uma opo na construo civil ................................................... 05

    Especificao e medio de F-Numbers ........................................................................................... 07

    O sistema pavimento industrial .......................................................................................................... 09

    Concreto borrachudo ......................................................................................................................... 11

    O solo do subleito e sua importncia para os pavimentos industriais .............................................. 13

    Projeto de piso industrial .................................................................................................................... 15

    A nova norma brasileira sobre fibras de ao para concreto .............................................................. 17

    Revestimentos especiais para salas de baterias ............................................................................... 19

    Salas limpas, entenda esse conceito ................................................................................................. 21

    Concreto para pisos industriais.......................................................................................................... 23

    Posicionamento de armaduras em pisos e pavimentos de concreto ................................................ 25

    Lapidao em pisos cimentcios ........................................................................................................ 27

    Subleito e sub-base: suas especificaes ......................................................................................... 29

    A retrao do concreto ....................................................................................................................... 31

    Revestimentos cura UV ...................................................................................................................... 33

    Procedimentos executivos de um piso ou pavimento de concreto ................................................... 35

    Ensaios de tenacidade para concreto reforado com fibras ............................................................. 37

    Pisos protendidos - processo executivo ............................................................................................ 39

    Fibras sintticas para concreto e argamassa .................................................................................... 41

    Inibidores de corroso ........................................................................................................................ 43

    A tal da retrao autgena ................................................................................................................. 45

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    Cura do concreto

    A cura do concreto sempre um assunto em pauta, pois uma boa parcela de patologias, como fi ssuras e desgaste superfi cial, acabam sendo imputadas a ela. Na realidade, ela , de fato, capaz de promover essas patologias, prin-cipalmente as fi ssuras, mesmo quando o executor afi rma que efetuou a cura do concreto.

    As fi ssuras esto muitas vezes associadas perda de gua do concreto, que promove a retrao hidrulica, hoje subdividida em retrao hidrulica inicial, que acontece nas primeiras 24 horas, e a retrao complementar. Obser-vamos, atualmente, que o conceito de cura est bastan-te disseminado nas obras, mas o pecado que se comete muitas vezes est ligado ao tempo em que os processos de cura so efetivamente iniciados.

    Este atraso acontece principalmente porque, em pisos, h um longo perodo de trabalho de acabamento, que acaba durando de 8 a 12 horas, onde o concreto fi ca normalmen-te desprotegido, e o que pode acontecer com a retrao hidrulica pode ser visto na fi gura abaixo:

    Fonte: Holt, Erika: Where did These Cracks Came From? Concrete International Mag, Sept, 2000

    Nesta fi gura podemos observar que com a concretagem efetuada sob ao de vento, a retrao inicial pode ser muitas vezes mais elevada do que em ambientes fecha-dos. Portanto, a alternativa que o executor tem para con-trolar a fi ssurao trabalhar sempre protegendo o con-creto do vento, principalmente no perodo em que se est aguardando que ele tenha rigidez para receber as opera-es de acabamento.

    Essa proteo pode ser, por exemplo, com aplicao de produtos de cura especialmente formulados para esta fase da concretagem, que retardam a evaporao da gua ou, mais simplesmente, cobrindo-se a placa de concreto com um plstico (lona plstica) at que o acabamento possa ser feito.

    Autor: Pblio Penna Firme RodriguesData: Julho/2006

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

  • 2Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

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    Teste de abraso Taber

    O ensaio de Abraso Taber utilizado para avaliar a resis-tncia a abraso de diversos materiais, tais como couro, papel e revestimentos orgnicos. No caso de Revestimen-tos de Alto Desempenho (RAD), os valores obtidos pelo teste de Taber so utilizados mundialmente como um dos dados para avaliao de desempenho de sistemas basea-dos em resinas epoxdicas.

    O equipamento consiste de 1 ou 2 pratos giratrios, sobre o(s) qual(is) so colocadas as amostras aplicadas do re-vestimento. Sobre a amostra so colocados 2 discos abra-sivos. Completa o equipamento o sistema de vcuo que tem como objetivo remover as partculas geradas durante a abraso. O peso que os abrasivos exercem tambm controlado, sendo o mais comum para revestimentos o peso total de 1 kg.

    Os resultados obtidos no ensaio podem ser expressos de diversas formas:

    1. ndice de desgaste I = (A B) X1000 C

    Autor: Selmo SoaresData: Setembro/2006

    A = Peso da amostra antes da abraso, mg.B = Peso da amostra depois da abraso, mg.C = Nmero de ciclos de abraso.

    2. Perda de Peso: L = A - B

    Para revestimentos de alto desempenho a base de epxi a perda de peso utilizada em conjunto com a indicao do disco abrasivo, do nmero de ciclos e do peso; por exemplo: 170 mg (CS17, 1000 ciclos, 1000 g).

    Os ensaios so de difcil reproduo e, portanto, os seus valores so considerados apenas como indicadores. Quando necessrio comparar com maior exatido, os ensaios devem ser realizados no mesmo aparelho e pelo mesmo operador. O equipamento dotado de dois discos permite uma comparao mais efi ciente entre produtos diferentes.

    Ref: ASTM D 4060.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

  • 4Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

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    Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    No mercado atual da construo civil, os valores dos pro-dutos e servios dependem cada vez mais do percentual de inovaes e tecnologias a eles incorporados. Inmeras difi culdades so encontradas no gerenciamento destas inovaes e, por tal motivo, a empresa que souber trat-los de forma efi ciente estar sempre em posio de vanta-gem em relao concorrncia e ser mais competitiva.

    Neste ambiente onde h a presena de inmeros concor-rentes, inclusive multinacionais, o ciclo de inovao tem que ser cada vez mais curto. A empresa precisa desen-volver produtos e processos com custos baixos, que se-jam competitivos e possuam maior valor agregado. Desta forma h a exigncia da empresa em assumir um papel inovador no desenvolvimento de suas atividades, como afi rma Santiago & Kalintzis (2004).

    A Resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA n. 307 de 5 de julho de 2002, em vigor desde o dia 2 de janeiro de 2003, impe s geradoras de resduos um perodo mximo de 24 meses para se enquadrarem nesta resoluo. Estabelece diretrizes, critrios e procedi-mentos para a Gesto dos Resduos da Construo Civil e cria a cadeia de responsabilidades: gerador/transportador /municpios. As responsabilidades dos resduos gerados na construo civil sero: dos geradores que so pesso-as fsicas ou jurdicas, pblicas ou privadas, responsveis por atividades ou empreendimentos que gerem os resdu-os; dos transportadores que so as pessoas fsicas ou jurdicas, encarregadas da coleta e do transporte dos res-duos entre as fontes geradoras e as reas de destinao e dos municpios.

    A preocupao ambiental tornou-se fator crtico no desen-volvimento dos processos de qualquer empresa. O resduo de concreto fresco originado da produo nas centrais de concreto e no transporte via caminhes betoneiras um assunto muito questionado na construo civil.

    Habitualmente o processo de produo de concreto nas grandes concreteiras contemplava o uso de centrais do-sadoras, cuja funo era efetuar apenas a dosagem dos agregados, cimento e gua, componentes bsicos do con-creto, para a posterior mistura em caminhes betoneiras. A aplicabilidade deste tipo de equipamento em projetos de hidreltricas era muito questionada, principalmente devido necessidade de produo de concreto com maior resis-tncia e menor variabilidade, fatos que no aconteciam com o uso de centrais dosadoras.Segundo o Sindicato Nacional da Indstria do Cimento (SNIC), o consumo de cimento no setor em 2003, foi de 33.561.690 toneladas de cimento no Brasil, deste mon-tante somente 4.665.489 toneladas foram utilizadas nas concreteiras.

    Se adotado o trao mdio, resistncia 25 MPa no Brasil,

    cujo consumo mdio de 300 kg/m de cimento, deduz-se que a produo brasileira de 15.551.630 m de con-creto por ano. Com os dados citados anteriormente, a respeito da perda de concreto em seu estado fresco, seu volume pode atingir o equivalente a 1.299.646 m por ano em todo o Brasil.

    Conforme Rezende, Levy & Djanikian (1996), algumas es-timativas fornecidas pela ABESC (Associao Brasileira das Empresas de Servios de Concretagem), para a regio metropolitana de So Paulo apontam um volume de apro-ximadamente 3500m a 7000m de concreto residual ge-rados mensalmente nas centrais dosadoras, isto equivale de 4,5 a 9,5% da sua produo mensal.Para atender a Resoluo do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA n. 307 de 5 de julho de 2002 e re-verter este quadro, perda mensal de resduo de concreto, existe hoje, uma tecnologia mundialmente reconhecida e j disponvel para o mercado brasileiro. Esta tcnica consiste na separao de agregados e reuso de fi nos do concreto por meio de um equipamento denominado Sepa-rador de Agregado.

    O concreto residual e a gua utilizada para a limpeza das betoneiras so escoados para o equipamento, por meio de uma calha de alimentao (fi gura1).

    1. Entrada do concreto fresco a ser reciclado, 2.Sada de gua de lavagem com fi nos, 3.Processo de lavagem e separao dos fi nos dos agregados e 4. Sada dos agregados. Figura 1 Equipamento utilizado para a reciclagem do concreto fresco.(FONTE: SCHWING STETTER, 2000)

    Em seguida o processo de separao gua de lavagem/agregado executado no tambor, que possui uma espiral girando no sentido contrrio ao fl uxo de gua, at a che-gada dos agregados, j lavados, calha de descarga e posteriormente reclassifi cados e encaminhados central de concreto onde so reutilizados.

    A gua de lavagem escoada para um tanque de arma-zenagem que possui um agitador para manter os fi nos em suspenso, a mesma bombeada para a central de concreto, onde utilizada na produo de concreto que juntamente com a gua potvel forma-se a gua total de mistura do trao.

    A seguir ensaios laboratoriais so realizados para a verifi -cao da resistncia compresso e o tempo de pega do

    Autor: Eduardo Guida TartuceData: Novembro/2006

    Concreto com fi nos recuperados: uma opo na construo civil

  • 6Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    concreto, cujos resultados foram semelhantes aos concre-tos produzidos somente com gua potvel.

    No entanto, no h at o momento normas brasileiras quanto aos requisitos para a reutilizao da gua de la-vagem. Contudo, trabalhos desenvolvidos nos Estados Unidos, Noruega e outros pases europeus convergem basicamente para os mesmos requisitos que necessitam

    ser avaliados para a reutilizao da gua de lavagem na produo do concreto.

    A reciclagem de materiais na construo civil uma tecnologia pouco explorada e com reais possibilidades para contribuio preservao ambiental. A metodologia aplicada demonstrou ser um possvel processo produtivo e um campo a ser explorado.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    Especifi cao e medio de F-Numbers

    Certamente que pisos mais planos e nivelados so este-ticamente melhores. Entretanto, o controle da qualidade da superfcie do piso com relao a planicidade e nivela-mento tem um fundamento muito mais funcional do que esttico. A operao de equipamentos de preciso, tais como as empilhadeiras tipo tri-lateral e veculos tipo AGV (auto guided vehicles), fortemente infl uenciada pelas ca-ractersticas da superfcie do piso.

    Pisos com problemas no nivelamento e planicidade acar-retam menor perfomance das operaes de logstica: per-da de produtividade (menor velocidade de operao na movimentao de cargas), menor segurana (risco de coli-ses das empilhadeiras contra a estrutura de porta-pallets em corredores estreitos), alm de maior manuteno dos veculos.

    At 1987, o sistema empregado para certifi cao da quali-dade da superfcie do piso consistia na verifi cao da m-xima abertura entre o piso e uma rgua de 3 m.

    Com base nos resultados das aberturas classifi cava-se o piso com relao a planicidade:

    Superfcie plana at 5 mm

    Superfcie muito plana at 3 mm

    Este mtodo de avaliao apresenta as seguintes restri-es: no avalia o nivelamento da superfcie do piso; ava-liao imprecisa da planicidade, pois no avalia a frequn-cia das imperfeies (ondulaes); s avalia a amplitude; difi culdade em reproduzir os resultados e em ensaiar gran-des reas.Uma grande inovao surgiu com a introduo do con-ceito F-Number (F-Number system) em 1987. A partir da, passou-se a realizar a especifi cao e medio da plani-cidade e do nivelamento dos pisos industriais, com base nesta metodologia denominada F-Numbers, que deta-lhadamente descrita pela norma ASTM E 1155 / 96i .

    De acordo com esta norma, pode-se defi nir F-Numbers como sistema normalizado (ACI 117, 1990)iii de especifi -cao e medio da planicidade e nivelamento de pisos de concreto sujeitos ao trfego randmico.

    A especifi cao dos F-Numbers deve contemplar dois pa-rmetros:

    FF para planicidade (fl atness), defi nido pela mxima curvatura no piso em 600 mm, calculada com base

    em duas medidas sucessivas de elevaes diferen-ciais, tomadas a cada 300 mm;

    Nos casos de pisos inclinados ou em lajes suspensas (por causa de eventuais deformaes) no faz sentido especi-fi car ou medir o FL para controle da execuo. No caso de lajes, se realizada, a medio para avaliao do executor dever, obrigatoriamente, ser feita com a estrutura ainda escorada.

    Quando empregado o sistema F-Numbers, devem-se ado-tar dois requisitos para cada F-Number (FF ou FL):

    Valor global (specifi ed overall value SOV), que o valor do ndice de planicidade ou nivelamento a ser atingido, calculado com base na mdia ponderada com a rea dos resultados individuais de cada faixa de concretagem (seo de teste);

    Valor mnimo local (minimum local value MLV), que representa o menor valor aceitvel de planicidade ou nivelamento para qualquer trecho do piso, faixa de concretagem ou parte dela. Este parmetro no deve ser confundido com o conceito de Fmn empregado exclusivamente na medio de pisos sujeitos ao trfego defi nido de veculos.

    A principal funo do valor mnimo local garantir ao clien-te que todas as partes do piso estejam em conformidade com uma qualidade mnima, que garanta sua funcionali-dade. As reas (a placa como um todo ou parte dela) que apresentarem resultados de F-Numbers inferiores aos va-

    Autor: Marcel Aranha ChodounskyData: Maio/2007

    FL para nivelamento (levelness), defi nido pela con-formidade relativa da superfcie com um plano de referncia (geralmente o plano horizontal), medido a cada 3 m.

  • 8Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    lores mnimos, devero obrigatoriamente ser reparadas ou reconstrudas (Tipping, 1996) .

    Um procedimento prtico defi nir um valor mnimo que representa uma qualidade mnima exigida pelo cliente e/ou que garanta a funcionalidade do piso (operaes dos equipamentos), e ento defi nir os valores mdios (valores globais) com certa margem de segurana. Recomenda-se que os valores mdios sejam 50% maiores que os valores mnimos, ou inversamente, que os valores mnimos sejam 2/3 dos valores globais.

    Como h uma sensvel diferena entre os valores mnimos e os valores globais, uma especifi cao que contenha apenas um valor para FF ou FL deixa margem de dvidas quanto a qualidade realmente objetivada (Fricks, 1996). Por exemplo, um projeto que especifi que apenas FF > 50 pode causar grandes confuses nas empresas executo-ras no momento do oramento, e pior, pode gerar grandes transtornos durante a execuo. O nmero e qualidade dos operrios, de equipamentos e dos procedimentos executivos so totalmente diferentes para se executar um piso com valor mnimo exigido de 50 ou um piso com valor global (mdio) de 50.

    Para a medio dos F-Numbers comumente se emprega equipamento especfi co denominado dipstick fl oor profi ler, enquadrado no item 3.1.5 da norma ASTM E 1155 como equipamento inclinmetro tipo II.

    Figura - Equipamento para medio dos F-Numbers (dipstick)

    Quanto s medies da planicidade e nivelamento, al-tamente recomendvel que sejam realizadas dentro de 24 horas aps o trmino das operaes de acabamen-to superfi cial do concreto, ou no mximo, at 72 horas, conforme orientao da ASTM, permitindo que ajustes e alteraes nos procedimentos de execuo sejam efetu-ados em tempo hbil. Outra razo que o empenamento (curling) da placa de concreto afeta o resultado do nive-lamento, o que poderia indicar um problema de projeto, de material (concreto com retrao excessiva) ou de cura inadequada, e no uma defi cincia da execuo, que o objetivo principal da avaliao.

    A norma ASTM citada defi ne todos os procedimentos para a tomada de medidas, quer para linhas de medida

    perpendiculares s juntas ou em diagonais (45) confor-me a largura da faixa. A rea de medio deve, salvo uma exceo descrita na norma, estar afastada de 60 cm das juntas construtivas e das interferncias (pilares, caixas de passagem). As linhas de medida podem cruzar as juntas serradas.

    Para cada linha de medida so determinados valores de FF e FL, que por sua vez so combinados para obteno do valor fi nal que caracterizar a placa em questo.

    A avaliao no feita em 100% da placa, o que seria impossvel. So tomadas linhas de medida (amostras) dis-tribudas ao longo de toda a placa, admitindo-se que o piso em uma pequena distncia ao redor (dos dois lados) da linha apresente a mesma qualidade.

    Podemos ento, ter duas situaes de no conformidade. A primeira, com reas do piso que no atendem aos va-lores mnimos. Medidas corretivas, como a recuperao ou reconstruo destas reas, devem ser exigidas. No se-gundo caso, podemos ter um piso em que todas as reas atendem aos valores mnimos, mas o resultado global inferior ao especifi cado. Uma vez garantida a funcionali-dade do piso (de acordo com o conceito de valor mnimo local), considera-se justo que o executor seja penalizado em razo da defi cincia executiva.

    O ACI 302 apresenta alguns valores tpicos de F-Numbers em funo da utilizao do piso e que podem ser utiliza-dos como uma referncia inicial:

    Aplicao tpica FF FLPisos de garagens, estacionamentos, contra-piso para pisos elevados

    20 15

    Edifcios comerciais e industriais, pisos com revestimento de carpete

    25 20

    Depsitos convencionais 35 25

    Depsitos especiais (estrutura de porta-pallets com grande altura), pistas de patinao

    45 35

    Estdios de cinema ou televiso 50 50

    Alm deste guia, para especifi cao dos valores mais ade-quados a uma obra especfi ca podem ser buscadas refe-rncias extras atravs:

    Dos fabricantes de equipamentos (empilhadeiras, trans-elevadores, etc) que sero utilizados na opera-o do galpo;

    De empresas de consultoria em pisos industriais que realizem as medies dos F-Numbers;

    Da obteno direta dos F-Numbers pela medio de pisos existentes que operem satisfatoriamente e com equipamentos similares obra em questo.

    American Society for Testing and Materials ASTM E 1155-96: Standard Test Method for Determining FF Floor Flatness and FL Floor Levelness Numbers.

    American Concrete Institute ACI 117-90: Standard Specifi cations for Toleran-ces Concrete Construction and Materials.

    Eldon Tipping: Using the F-Number system to manage fl oor installations. Con-crete Construction Magazine, January, 1996.

    Terry Fricks: Misunderstandings and abuses in fl atwork specifi cations. Concre-te Construction Magazine, June, 1996.

    American Concrete Institute ACI 302.1R-96: Guide for Concrete Floor and Slab Construction Floor fl atness and levelness (section 8.15).

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    O sistema pavimento industrial

    As pessoas tm enorme facilidade de julgar as coisas pelo seu exterior e quando se trata de pavimentos industriais essa avaliao subjetiva ainda mais fcil, pois o que est mostra apenas a sua superfcie: por exemplo, um piso com o RAD solto quem imediatamente rotulado o aplicador, quando na realidade podem haver outros fa-tores importantes que conduzem a essa patologia, sem que seja necessariamente culpa da aplicao, ou quando vemos uma fi ssura de ordem estrutural, como uma quebra de canto de placa, automaticamente o projetista o alvo das crticas.

    Mas a realidade outra; o piso industrial um elemen-to estrutural bastante complexo composto por diversas camadas superpostas, compostas por materiais bastan-tes distintos, como podemos ver na fi gura abaixo e que geralmente composto de: subleito, sub-base (ou base), barreira de vapor, placa de concreto e revestimento. Mui-tas vezes, outras camadas so introduzidas para resolver problemas especfi cos, como uma drenagem sub-super-fi cial, camada de bloqueio, etc e outras vezes algumas so suprimidas, como o subleito de um piso estaqueado. Finalmente, para completar, temos que olhar o piso sob o ponto de vista horizontal para ento vermos outro com-ponente muito importante: as juntas.

    A falha de um desses componentes estruturais no ne-cessariamente compensado por outro; assim, se o sublei-to mal compactado, uma placa de concreto bem dimen-sionada pode romper com carga muitas vezes bem abaixo da prevista em projeto e, embora o defeito se apresente de forma estrutural, na realidade foi causado por uma falha executiva. Neste artigo, vamos fazer uma breve introduo dos principais componentes, que no futuro sero melhor detalhados.

    Autores: Levon Hagop Hovaghimian Pblio Penna Firme RodriguesData: Maio/2008

    ensaio adequado: solos de natureza latertica, tpicos de partes bem drenadas de regies tropicais midas, so me-lhor caracterizados pelos ensaios MCT, enquanto que os saprolticos, oriundos da decomposio in situ de rocha, so caracterizados pela metodologia tradicional.

    Sub-base (ou base)A sub-base, que no passado foi muito controversa, hoje um elemento fundamental para o piso, seja sob o ponto de vista estrutural, homogeneizando a condio de suporte e controlando o bombeamento, como funcional, agindo como uma camada de isolamento restringindo a ascenso de umidade, facilitando as aplicaes do RAD. Podem ser cimentadas, como brita graduada tratada com cimento, concreto compactado com rolo, solo-cimento, etc, mas mais comuns so as estabilizadas granulometricamente, como as britas graduadas.

    Barreira de vaporAs barreiras de vapor formadas por camadas imperme-veis, tais como lonas plsticas ou imprimaes imperme-abilizantes so geralmente empregadas quando o projeto prev aplicao de RAD ou quando o local apresenta pro-blemas crnicos oriundos de umidade ascendente.

    De fato, a nica garantia de no ocorrncia de patologias decorrentes de umidade, tais como bolhas, a presena deste componente, mas a sua adoo deveria ser genera-lizada por proteger o prprio concreto.

    Placa de concreto, sem dvida, o elemento estrutural mais importante, pois ela que vai absorver todos os carregamentos do piso, transferindo-os para a fundao, de modo que esta tra-balhe sempre no regime elstico, isto , sem deformaes permanentes. Alm disso, a responsvel pela ancora-gem dos revestimentos. Pode ser de concreto simples ou reforada, sendo este tipo o preferido no nosso meio, j que nele a quantidade de juntas bem menor.

    Os reforados podem ser com armaduras de ao, tipo as telas soldadas, fi bras ou protendido. Como o concreto um material que durante as primeiras idades apresenta variaes causadas pela retrao hidrulica e de outros tipos, estas tm que serem consideradas no dimensiona-mento e comportamento da placa em servio e, a tecno-logia do concreto matria obrigatria, tanto no projeto como na execuo.

    RevestimentoOs revestimentos de alto desempenho ou RADs tem como objetivo acrescentar caractersticas especfi cas ao sistema piso, conforme a necessidade do projeto em questo; entre outros agregam melhoria das condies de higienizao, da resistncia superfi cial e mecnica em geral, resistncia qu-mica, facilitam as demarcaes de reas e a esttica.

    De um modo geral, os RADS se dividem em trs grandes

    SubleitoO subleito composto pelo terreno de fundao do piso sendo, portanto, o solo local. Em pases de clima quente e mido como o Brasil e, portanto de grande atividade de decomposio de rochas, solos de mesma origem podem ter comportamentos muito distintos quando so formados, por exemplo na Serra do Mar ou no planalto central.

    Portanto, suas propriedades devem ser previamente co-nhecidas e lembrando que nem sempre o mesmo tipo de

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    Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    grupos: os autonivelantes, os multicamadas e os argamas-sados ou espatulados. As bases qumicas adotadas com maior frequncia so a resina epxi e o poliuretano.

    JuntasAs juntas so elementos introduzidos para o controle das variaes higro-trmicas do concreto alm de servirem como elementos auxiliares na execuo. Devem apresen-

    tar a caracterstica de permitir a continuidade estrutural do piso, mas mesmo assim so sempre a parte mais fraca e quando h problemas estruturais, nela que eles se mani-festam inicialmente.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Concreto borrachudo

    Esta patologia caracterizada pelo enrijecimento prema-turo da camada superfi cial do concreto (da o termo em ingls crusting que signifi ca casca), sendo que as ca-madas inferiores no apresentam a mesma rigidez ou re-sistncia, fazendo com que haja grandes deformaes da casca superfi cial com a entrada das acabadoras mec-nicas. Este fenmeno conhecido como borrachudo des-creve o comportamento elstico do concreto, semelhante ao que ocorre na compactao de solos com excesso de umidade.

    O problema ocorre com o ressecamento superfi cial do concreto, que cria a falsa impresso de que o momento correto para incio da fl otao. Tentando-se ento, iniciar as operaes de acabamento neste momento, verifi ca-se que o concreto das camadas inferiores no suporta os pe-sos das acabadoras, tendo como conseqncia a ruptura desta casca, resultando em uma superfcie bastante fi ssu-rada e ondulada (h perda acentuada de planicidade). Na grande maioria das vezes, h comprometimento esttico (fi ssuras e ondulaes) e funcional (nveis de planicidade extremamente baixos).

    Esta patologia est associada ao emprego de acabado-ras mecnicas, que, devido ao grande peso, conduzem ruptura da camada superfi cial nos casos de borrachudo. Portanto, pouco provvel que este tipo de problema seja verifi cado em concretagens de pisos ou pavimentos de concreto com acabamento vassourado ou lonado, no qual no h a utilizao de equipamentos pesados sobre o concreto recm-endurecido.

    A origem desta patologia est relacionada com fatores que conduzem a um endurecimento diferencial, entre a fi na ca-mada superfi cial e o restante do concreto. Temperatura da sub-base, condies climticas (temperatura, umidade relativa, vento e sol) e a prpria dosagem do concreto in-tegram a lista de fatores que podem gerar condies para a ocorrncia do fenmeno do borrachudo (Suprenant, 1997,a).

    Concretagens sobre sub-bases frias acarretam em um en-durecimento mais lento da camada inferior do que o con-creto prximo da superfcie. Na parte inferior, alm da tem-peratura menor (causada pela baixa temperatura da base), no caso de lanamento do concreto diretamente sobre

    Figura 1: Aspecto da superfcie fi ssurada do concreto devido a ocorrncia de borrachudo.

    Autor: Marcel Aranha ChodounskyData: Junho/2008

    uma camada deslizante (lona plstica), no ocorre a perda de gua o que conduz a uma velocidade menor de endu-recimento. Na superfcie exposta do concreto (face supe-rior), ocorre a subida de gua de exsudao com posterior perda por evaporao, alm do aumento da temperatura gerada pela temperatura ambiente.

    Temperatura elevada do ar, baixa umidade relativa, expo-sio direta da placa ao sol e vento, podem conduzir para o aparecimento do problema de borrachudo com o res-secamento prematuro e rpido da superfcie do concreto. Logo, em concretagens a cu aberto h uma probabilida-de maior de ocorrncia deste tipo de patologia.

    Algumas caractersticas do trao do concreto podem con-tribuir para a ocorrncia de borrachudo, particularmente quelas relacionadas exsudao do concreto. Concretos com baixa taxa de exsudao tendem a favorecer o apare-cimento desta patologia (Suprenant, 1997,a). A exsudao do concreto reduzida com incorporao de ar, elevado teor de fi nos, uso de adies minerais de elevada fi nura (slica ativa ou metacaulim, por exemplo) e com a utilizao de concretos com consistncia mais seca (s vezes asso-ciado ao emprego de aditivos superplastifi cantes). Os adi-tivos retardadores podem ser teis para atrasarem o incio de pega do concreto ou para estender o tempo disponvel para realizao das operaes de acabamento (janela de acabamento). Contudo, o retardamento excessivo pode causar o aparecimento de borrachudos (crusting) ou fi s-suras de retrao plstica.

    A recuperao do piso com problemas de fi ssurao e perda de planicidade ocasionada pelo fenmeno de bor-rachudo, compreende na remoo parcial (reparos de pequena profundidade) ou na remoo total do concreto na rea afetada, sendo ambas as solues bastante one-rosas.

    Algumas medidas podem ser tomadas com intuito de mi-nimizar o risco de aparecimento da patologia, ou mesmo como forma de minimizar a sua incidncia. Com relao questo da temperatura baixa da base (em regies frias), pode-se adotar o procedimento de atrasar as concreta-gens para o perodo de temperatura maior. Em situaes de temperatura elevada e baixa umidade relativa do ar, po-de-se realizar asperso de gua (ou preferencialmente adi-tivo redutor de evaporao) sobre o concreto (nebulizao) com objetivo de elevar a umidade ao redor da placa de concreto, atentando-se para no lanar gua diretamen-te sobre o concreto, mas sim para cima (o objetivo no molhar o concreto e sim aumentar a umidade no entorno do piso). Aps o lanamento, com o concreto ainda fresco e antes do acabamento, pode-se cobrir com lona plstica a placa, evitando a incidncia direta de sol e vento, alm de reduzir a perda de gua do concreto (Suprenant, 1997,a) (Suprenant, 1997,b). Estas medidas alm de contriburem para reduo do risco de ocorrncia de borrachudo, mi-nimizam a ocorrncia de fi ssuras de retrao plstica.

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    Concretos com tempo de incio de pega longo so mais susceptveis aos efeitos das condies climticas (sol, vento, temperatura e umidade relativa). Recomenda-se neste caso, reduzir o tempo de incio de pega do concreto ao mnimo, tempo este compatvel com o processo de lan-amento e acabamento.

    Referncias: SUPRENANT, Bruce A, Troubleshooting Crusted Concrete, Concrete

    Construction Magazine, April, 1997.

    SUPRENANT, Bruce A, Curing during the pour, Concrete Construc-tion Magazine, June, 1997.

    CHODOUNSKY, Marcel. A. & VIECILI, Fbio A., Pisos Industriais de Concreto: Aspectos Tericos e Executivos, Editora Reggenza, 2007.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    O solo do subleito e sua importncia para os pavimentos industriais

    A correta interpretao das caractersticas do solo ocor-rentes em uma obra, vo nos auxiliar no desenvolvimento de um projeto otimizado de pavimento industrial. Parale-lamente execuo, o acompanhamento tecnolgico se torna fundamental para a garantia do bom funcionamento do pavimento ao longo de sua vida til.

    Para anlise das caractersticas do terreno sobre o qual estar assentado o pavimento, necessria a realizao de ensaios que fornecero nmeros que permitiro a ava-liao de seu comportamento frente s solicitaes im-postas pelo pavimento industrial. Alguns dos ensaios mais corriqueiros so:

    Sondagem de simples reconhecimento com SPT - ABNT NBR 6484: 2001

    Ensaio de ndice de Suporte Califrnia ( CBR ) - ABNT NBR 9895: 1987

    Ensaio de compactao ( PN ) - ABNT NBR 7182: 1986

    Ensaio de anlise granulomtrica - ABNT NBR 7181: 1984

    Ensaio de determinao dos limites de Liquidez (LL) e Plasticidade (LP) - ABNT NBR 64590: 1984 e ABNT NBR 7180: 1984

    A interpretao dos resultados desses ensaios permitir a defi nio da estratgia mais adequada para que possa-

    Autor: Jos Henrique de OliveiraData: Julho/2008

    mos obter o melhor desempenho do solo que constituir o sub-leito do pavimento. Existem solos problemticos para os quais muitas vezes necessrio o emprego de tcni-cas de estabilizao para neutralizar efeitos indesejveis como, por exemplo, a expanso volumtrica. Alguns tipos de solos mesmo que bem compactados no tm boa ca-pacidade de suporte (CBR).

    O controle tecnolgico da compactao dos aterros (ABNT NBR 5681: 1980) bem como das camadas superfi ciais em reas de corte, devem seguir rigorosos critrios de inspeo.

    A freqncia de anlise dever levar em considerao principalmente o grau de homogeneidade do solo (ABNT NBR 12307: 1991). Um bom controle deve estender sua atividade ao acompanhamento dos processos executivos de forma a adequar os procedimentos obteno de um produto fi nal dentro dos parmetros assumidos no projeto da obra.

    Ainda na fase construtiva dos aterros podem se estudadas formas de explorao dos materiais nos cortes fazendo com que os solos de melhor qualidade sejam reservados para as camadas fi nais onde o pavimento estar apoiado. Geralmente, os investimentos feitos na melhoria do sub-leito so menos onerosos, acarretando economia para as camadas mais nobres (base e sub-base).

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    Projeto de piso industrial

    A execuo de um piso industrial compreende a realizao de uma srie de etapas e servios e envolve uma equipe de profi ssionais multidisciplinares. O projetista do piso de concreto deve possuir um conhecimento amplo de todas essas etapas e servios de modo que ele possa com essa viso holstica, especifi car os parmetros de desempenho e critrios de aceitao de cada elemento do sistema. De modo simples pode-se dizer que o projeto do piso deve contemplar no seu dimensionamento e detalhamento qua-tro questes bsicas que determinam o desempenho do piso industrial:

    Fissuras e recalques:A ocorrncia de recalques e fi ssuras estruturais pode en-volver problemas relacionados ao solo, sub-base, dimen-sionamento do piso e ao carregamento atuante. O proje-tista deve ser capaz de identifi car em cada obra todos os carregamentos atuantes e mediante anlise profunda do solo, defi nir pela necessidade de reforo do subleito e o tipo de sub-base, avaliar os diferentes sistemas construti-vos e dimensionar o piso para cada uma das alternativas possveis. Deve ainda conhecer as caractersticas e limita-es de cada um destes sistemas a fi m de que a fi ssura-o por retrao seja minimizada. Isto requer um conheci-mento das propriedades do concreto alm do emprego de detalhes construtivos especfi cos. Por outro lado, a falta de experincia de campo na execuo de pisos industriais em diferentes condies tem se mostrado responsvel por projetos pouco detalhados, materiais inadequados e in-compatveis com o processo de execuo adotado.

    Tolerncias superfi ciais:A qualidade da superfcie do concreto (ou revestimento) defi nida pelo tipo de acabamento, resistncia mecnica e pelas exigncias com relao aos nveis sero fatores de-terminantes no desempenho do piso. Desta forma, o pro-jetista deve ser municiado pelo cliente/usurio de todas as exigncias do piso para que a operao fabril ou logstica sejam garantidas. Os fornecedores dos equipamentos de-vem ser consultados e interagir com o projetista do piso.

    O conhecimento da futura utilizao do piso, suas neces-sidades e tolerncias em termos de nivelamento e plani-cidade, bem como o conhecimento extenso dos proce-dimentos executivos necessrios para superao dessas necessidades e da capacidade dos diferentes executores, permite ao projetista defi nir o melhor sistema construtivo (piso de concreto simples, armado, com fi bras ou proten-didos) e a forma de execuo (em faixas estreitas, largas ou jointless) mais adequada em cada caso. No so raras as situaes onde o projeto mal concebido defi ne siste-mas e formas de execuo confl itantes com as condies de execuo e as tolerncias exigidas. Sabendo-se que o empenamento das placas uma patologia presente na maioria dos pisos e que interfere na utilizao do piso, o projetista deve ter conhecimento dos fatores envolvidos e

    das ferramentas disponveis para minimizao do proble-ma e das suas conseqncias.

    Resistncia abraso:No basta um grande conhecimento das teorias de dimen-sionamento para que o projetista garanta um elevado nvel de serventia de um piso de concreto ao longo de sua vida til. O desgaste superfi cial uma patologia muito mais fre-quente em pisos industriais do que os recalques ou fi ssu-ras estruturais, e podem facilmente comprometer seu va-lor funcional ou esttico. Ainda assim, muitos profi ssionais preocupam-se exageradamente somente com o clculo da espessura do piso. Por isso, uma boa noo de tecnologia de materiais (cimento, adies minerias, aditivos, etc), das propriedades do concreto, de diferentes sistemas de en-durecimento superfi cial e dos procedimentos executivos fundamental para que o piso seja corretamente projetado. O projeto deve contemplar materiais e procedimentos exe-cutivos que sejam apropriados s condies da obra.

    Por exemplo, enquanto que na maioria das situaes a utilizao das adies minerais pode resultar num grande incremento do desempenho do concreto, especifi camente em condies climticas muito adversas as desvantagens podem igualar os benefcios na aplicao em pisos indus-triais desempenados mecanicamente. Da mesma forma, os endurecedores cimentcios (minerais ou metlicos) que proporcionam grande incremento da durabilidade da su-perfcie do piso devem ser especifi cados somente quando h condies para que sejam devidamente lanados e in-corporados na superfcie do concreto.

    Esse discernimento do projetista dos diferentes materiais e seu comportamento em condies distintas de execuo ajuda a evitar que problemas de concepo equivocada do piso sejam transferidos para a obra.

    Durabilidade das juntas:Mais do que calcular ou defi nir as dimenses das placas, o projetista deve saber avaliar as consequncias de tal esco-lha. A simples execuo de um piso com placas grandes no garante que os problemas de juntas sejam minimiza-dos. Cuidados especiais na especifi cao, seleo de ma-teriais e dosagem do concreto devem ser tomados a fi m de que a retrao seja reduzida, e com ela os problemas de fi ssurao e empenamento. A retrao excessiva pode acarretar a abertura excessiva das juntas bem como cau-sar o empenamento demasiado de bordas e cantos das placas. Em placas empenadas as juntas muito abertas so difceis de tratar e normalmente apresentam desempenho insatisfatrio frente ao trfego de veculos.

    O projetista deve se basear no layout da futura utilizao do galpo para defi nio do projeto geomtrico, procuran-do esconder as juntas, principalmente as construtivas, dos corredores de maior trfego. No projeto do piso devem

    Autor: Marcel Aranha Chodounsky Data: Agosto/2008

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    estar indicados claramente os materiais e procedimentos para o tratamento das juntas. O esborcinamento de jun-tas, em parte, fruto de um projeto geomtrico falho e do selamento inadequado, talvez a mais frequente e sria patologia em galpes logsticos.

    Todas as questes abordadas anteriormente so infl uen-ciadas tanto pelo projeto do piso industrial como pela exe-cuo em si. Ao longo das publicaes da Anapre procu-rar-se- discutir os elementos de projeto e de construo que podem maximizar o desempenho do piso e minimizar a possibilidade de ocorrncia das situaes abordadas acima.

    Dada a complexidade e particularidade do tema que con-sideramos que o projeto de piso uma especialidade di-ferente do projeto de edifi caes verticais. Envolve conhe-cimentos especfi cos que o calculista de concreto armado comum normalmente no possui. Ao passar a projetar pisos industriais tal profi ssional deve buscar a especializa-o necessria para que projetos bem detalhados possam ser elaborados e as necessidades dos clientes e usurios dos pisos sejam superadas.

    Alm dos aspectos abordados, espera-se do projetista: apresentao de solues otimizadas conciliando redu-o de custo e segurana (durabilidade), imparcialidade (independncia de fornecedores e aplicadores) e busca contnua de novas tecnologias (aprimoramento).

    Dados de caracterizao

    do solo

    Informaes das solicitaes mecnicas

    Informaes da agressividade

    qumica

    Projeto do piso industrial

    Espessuras de piso, sub-base e reforo do

    subleito

    Projeto geomtrico (lay- de juntas)

    Materiais e procedimentos de cura

    Materiais e procedimentos de

    tratamento superficial

    Apresentao de alternativas estruturais

    (tipos) de pisos

    Materiais e procedimentos de

    tratamento das juntas

    Especificao das tolerncias superficiais

    (F-Numbers)

    Lay-out de utilizao do piso

    Projeto de fundaes e de

    hidrulica

    Procedimentos mnimos de controle

    tecnolgico

    Dados de entrada (informaes mnimas necessrias para elaborao do projeto)

    Projeto arquitetnico (planta baixa)

    Dados de sada (informaes mnimas a serem contempladas no projeto do piso)

    Figura 1: Fluxograma de informaes para elaborao do projeto do piso industrial.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

    out

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    A nova norma brasileira sobre fi bras de ao para concreto

    A utilizao do concreto reforado com fi bras de ao ocor-re no Brasil h vrios anos. As aplicaes so bem varia-das, indo da utilizao em concreto para revestimento de tneis, passando pelo concreto para pavimentos e che-gando mais recentemente ao concreto pr-moldado (como os tubos de esgoto). No entanto, isto vem acontecendo sem que se tivesse disposio qualquer norma nacional sobre o assunto. Ou seja, a produo de fi bras no preci-sava atender nenhum requisito e o controle do material em si era praticamente inexistente.

    Naturalmente, esta condio expunha o mercado a riscos de insucesso causados pela falta de parmetros mnimos que servissem de referncia para balizar a especifi cao e seleo do material. Esta situao mudou ao fi nal de 2007, quando a ABNT publicou a norma NBR 15530:07 Fibras de ao para concreto - Especifi cao que esta-belece parmetros de classifi cao das fi bras de ao de baixo teor de carbono. Nesta classifi cao esto previstos trs tipos bsicos de fi bras, divididos segundo a geometria da mesma.

    O primeiro, Tipo A, o das fi bras com ancoragem em gan-cho, que um dispositivo utilizado para melhorar a anco-ragem da mesma dentro do concreto. O segundo a fi bra Tipo C, corrugada, e o terceiro a fi bra Tipo R, que possui uma geometria reta. Esta classifi cao geomtrica, asso-ciada a cada tipo de fi bra, no contempla o formato da seo transversal, mas somente o perfi l da fi bra. O formato da seo transversal ir depender do tipo de ao utilizado na produo da fi bra que pode ser trefi lado ou laminado. Assim, alm dos tipos de fi bras, a especifi cao para fi bras de ao prev trs classes de fi bras, as quais foram asso-ciadas ao tipo de ao que deu origem s mesmas:

    Classe I: fi bra oriunda de arame trefi lado frio;

    Classe II: fi bra oriunda de chapa laminada cortada frio;

    Classe III: fi bra oriunda de arame trefi lado e escarifi cado.

    Autor: Antonio Domingues de FigueiredoData: Outubro/2008

    Associada a esta classifi cao, so defi nidos tambm, os requisitos mnimos de forma geomtrica, tolerncias dimensionais, defeitos de fabricao, resistncia trao e dobramento. Procurou-se garantir que qualquer produ-to em conformidade com estes requisitos tenha potencial para proporcionar um desempenho adequado ao concreto reforado com fi bras de ao. A norma se atm ao produto fi bra, sem regular a verifi cao de desempenho da mesma no concreto, o que dever ser objeto de normalizao futura. No entanto, a nova especi-fi cao de fi bras de ao para concreto, que foi produzida pela ABNT, pode ser considerada um marco da tecnologia do CRFA no Brasil. Isto porque ela traz alguns avanos tecnolgicos incorporados, como o nvel elevado de exi-gncia para a resistncia do ao, o que perfeitamente compatvel com a condio de produo de fi bras hoje instalada no pas. Alm disso, os requisitos especifi cados, alm de atenderem a condio nacional, podem ser con-siderados em conformidade com o mercado externo, ou seja, uma fi bra produzida no Brasil e que atenda aos re-quisitos desta especifi cao, estar em condies de ser aceita em qualquer mercado internacional. No entanto, a recproca no verdadeira, pois as normas internacionais so mais fl exveis que a brasileira no que diz respeito a vrios fatores como as tolerncias dimensionais e a resis-tncia mnima do ao.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Revestimentos especiais para salas de baterias

    Para um bom projeto de revestimentos especiais de prote-o dos pisos de salas de baterias, temos que passar pela anlise do substrato existente e posteriormente anlise do futuro revestimento. Anlise do substrato:

    1) Substratos Antigos: Devemos verifi car o nvel da estabilidade e resistncia estrutural, analisando as contaminaes e degradaes ocorridas pelas solicitaes mecnicas, qumicas e trmicas que este piso sofreu no perodo antes da nova utiliza-o. Todas as anomalias e patologias encontradas, devero ser sanadas antes da aplicao do novo revestimento.

    2) Substratos Novos: A anlise passa a ser mais simples uma vez que detm-se o conhecimento do material e sistema de aplicao utilizado.

    Anlise do revestimento:

    Para um bom desempenho do revestimento quatro so as anlises a serem feitas:

    1) Ataque qumico - Levantar junto ao cliente fi nal quais produtos estaro em contato com o revesti-mento, sua concentrao, e tempo de exposio.

    Autor: Marcus Cortines LaxeData: Dezembro/2008

    2) Para a questo ataque mecnico, deveremos obter a informao de quais tipos de veculos estaro tendo acesso ao local, tipos de rodzios (roda macia ou pneumtica) e anlise de choques mecnicos.

    3) Para a questo temperatura sabido que determinados tipos de produtos qumicos em contato com a atmosfera ou com outros produtos qumicos reagem e so geradores de calor, ento deveremos neste caso escolher um revestimento que suporte este tipo de solicitao.

    4) Vida til desejada Est associada ao investimen-to que se prope a fazer. Isto ser determinante no desempenho e tempo de vida da proteo do substrato existente. Por exemplo: Uma simples pintura poder atender uma necessidade de tem-po curto com baixo investimento, mas exigir uma manuteno mais constante em contrapartida a um revestimento argamassado especial.

    Somente aps todas estas anlises que poderemos especifi car um revestimento correto, buscando sempre especifi cadores tcnicos, produtos e aplicadores com-provadamente capacitados realizao dos trabalhos.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Salas limpas, entenda esse conceito

    A evoluo dos padres de qualidade e aceitao trans-formou muitas atividades da sociedade moderna e gerou uma constante busca por produtos cada vez mais sofi s-ticados, com ndices de rejeio reduzidos, aliada alta produtividade de um modo geral. O refl exo imediato deste quadro foi o surgimento de processos de alta performan-ce, utilizando equipamentos de alta preciso, com contro-les eletrnicos de ltima gerao operando, muitas vezes, em reas livres de contaminantes particulados.

    Este efeito colateral do progresso criou a necessidade de Salas Limpas, ambientes livres de impurezas, onde partculas contaminantes, velocidade do ar, temperatura, presso e umidade so mantidos e controlados sob rgidas especifi caes. Surgidas inicialmente nos centros cirrgi-cos, hoje so adotadas nos mais diversos setores de ati-vidade: da indstria de semicondutores indstria farma-cutica, passando por reas e processos onde partculas em suspenso e demais elementos contaminantes podem comprometer o processo produtivo acarretando inmeros prejuzos materiais, fi nanceiros e at mesmo humanos.

    Classifi cao

    As Salas Limpas so classifi cadas pela pureza do ar (n-mero de partculas presentes por unidade de volume de ar) e dependem da natureza e procedimentos de operao da sala, assim como dos materiais de sua construo. Atualmente a norma ISO 14644-1 as classifi ca em nove classes, embora o mtodo ainda mais comum seja a clas-sifi cao mais antiga do Federal Standard: US.FED STD 209D e US.FED STD 209E (SI Sistema Internacional). A ABNT adota desde abril de 2005 a NBR ISO 14644-1 em substituio a antiga NBR 13700 Classifi cao e Contro-le de Contaminao.

    A tabela abaixo compara a classifi cao das salas nesses diferentes sistemas.

    Classe Limite de contagem

    de partcula*US.FED

    209DUS.FED

    209E Padro ISO

    Class 1 M 1.5 ISO 3 1

    Class 10 M 2.5 ISO 4 10

    Class 100 M 3.5 ISO 5 100

    Class 1000 M 4.5 ISO 6 1000

    Class 10.000 M 5.5 ISO 7 10.000

    Class 100.000 M 6.5 ISO 8 100.000

    * partculas de 0,5 microns ou maiores em um p cbico de ar

    Na Europa, o British Standard 5295:1989 e o WHO Te-chnical Report Series 902/2002 se destacam entre os mais utilizados, sendo este ltimo, editado pela World Health Organization, voltado exclusivamente rea far-macutica e adotado, tambm , pela legislao regulat-ria brasileira, que o transcreve na RDC 210/2003. A tabela abaixo apresenta a classifi cao segundo WHO Technical Report Series 902/2002.

    Grau

    Em descanso Em operao

    Nmero mximo per-mitido de partculas/

    m3

    Nmero mximo per-mitido de partculas/

    m3

    0,5 5,0m

    Acima de

    5,0m

    0,5 5,0m

    Acima de

    5,0m

    A 3.500 0 3.500 0

    B 3.500 0 350.000 2.000

    C 350.000 2.000 3.500.000 20.000

    D 3.500.000 20.000 No defi nidoNo

    defi nido

    No Brasil frequente adotar pelas indstrias farmacuti-cas, cosmticas e alimentcias as recomendaes do FDA Food and Drog Administration e da ANVISA na forma das RDCs que estabelecem guias gerais para elaborao de projeto, construo e prticas de fabricao em diversos ambientes, inclusive as salas limpas.

    Para as diferentes indstrias, a classifi cao requeri-da para uma sala limpa depende do tipo de atividade e concentrao de partculas permitidas. A relao a seguir exemplifi ca, baseado na Federal Standard, as diferentes classes de concentrao pela natureza da atividade indus-trial e cientfi ca.

    Classe 1 Utilizadas para manufatura de circuitos inte-grados com desenvolvimento de geometrias sub-mcron.

    Classe 10 Classe destinada fabricao de semicondu-tores produzidos em larga escala e circuitos integrados com linhas menores que 2 m.

    Classe 100 Utilizada quando se deseja ambientes livres de partculas e bactrias como no caso de manufatura de produtos farmacuticos inje-tveis e de Biotecnologia. Requerido para operaes mdicas de implantes ou trans-plantes cirrgicos. Fabricao de circuitos integrados e de Satlites. Isolamento de pa-cientes imunodeprimidos e pacientes com operaes ortopdicas.

    Autores: Levon Hagop Hovaghimian Ariovaldo Paes JuniorData: Fevereiro/2009

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    Classe 1000 - Fabricao de equipamento de alta quali-dade. Montagem e teste de giroscpios de preciso. Montagem de mancais miniaturi-zados

    Classe 10.000 - Montagem de equipamentos hidrulicos e pneumticos de preciso, vlvulas servo-controladas, dispositivos de relgios de preciso, engrenamento de alto grau.

    Classe 100.000 - Trabalhos ticos em geral, montagem de componentes eletroeletrnicos, monta-gem hidrulica e pneumtica, linhas de embalagem.

    Construo

    A construo de uma sala limpa comea com o piso, pa-redes e teto e esses componentes devem assegurar o m-ximo de limpeza e um mnimo de contaminao. O piso um dos mais importantes: o processo produtivo acaba acontecendo sobre o mesmo, elevando sobremaneira sua relevncia.

    Os pisos para salas limpas precisam ser de fcil limpeza e manuteno, possuir aparncia atrativa e cores claras de modo a facilitar a visualizao de sujidades, apresen-tar superfcie lisa com porosidade o mais prximo quanto possvel de 0% e estar isenta de juntas e trincas que evi-tem acmulo de partculas e germes. Em determinadas si-tuaes, o piso necessita tambm, de caractersticas adi-cionais, tais como controle de eletricidade esttica (pisos condutivos e antiestticos), resistncias qumicas espec-fi cas e ndices adequados de planicidade e nivelamento. Outro fator importante que durante o uso, a formao de poeira pela abraso deve ser mnima.

    Por estas e outras razes tais como inexistncia de juntas e rapidez da aplicao e liberao de reas os revestimen-

    tos monolticos a base de resinas sintticas, tais como o epxi e o poliuretano so, atualmente, os sistemas mais adotados para revestimentos de piso em salas limpas.

    Para a sua aplicao, inspees prvias acabam sendo de grande importncia de modo a eliminar o risco de falta de capacidade de suporte, irregularidades e salincias loca-lizadas no substrato, que podem colocar em risco toda a condio operacional pelo aparecimento de trincas, fi ssu-ras, impregnao de sujidades e consequente proliferao de microorganismos nestes locais. Variando conforme a classifi cao das salas, a tendncia a adoo de siste-mas com textura fi nal mais lisa, tal como os autonivelantes em salas com limite de partculas abaixo de 100.

    Alm destas caractersticas, a realizao de ensaios de desempenho bsicos como resistncia compresso, abraso, fl exo na trao, ndices de permeabilidade e de-mais testes que podem ser encontrados na NBR 14050, que regulamenta o uso de revestimentos monolticos a base de resinas epxi, so pontos importantes para asse-gurar sua performance e adequao em ambientes con-trolados.

    Operao

    Um ponto relevante quando a sala estiver pronta e posta em operao a manuteno, com limpeza peridica do local. Assim, comum, pelo pessoal de limpeza, empregar os mesmos sanitizantes utilizados nos procedimentos de limpeza e higienizao dos equipamentos e utenslios que dela fazem parte. Muitas vezes, essas substncias so agressivas ao revestimento do piso causando degrada-es e reduzindo sua vida til. Embora seja parte do pro-cesso, o piso no participa diretamente do mesmo e deve haver procedimentos especfi cos para essa rea da sala. Desse modo, importante que ao trmino da instalao, o aplicador fornea ao usurio um guia geral de procedi-mentos de resistncia qumica do revestimento utilizado.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Coletnea de Artigos Tcnicos ANAPRE - Associao Nacional de Pisos e Revestimentos de Alto Desempenho

    O melhor trao de concreto para pisos aquele que con-segue incorporar a combinao mais econmica de mate-riais com a trabalhabilidade, resistncias abraso e com-presso, durabilidade e retrao requeridas no projeto.

    Segundo o Instituto Americano do Concreto, em seu Comi-t de nmero 302, em sua introduo cita que a qualidade de um piso de concreto depende da obteno de uma su-perfcie plana, relativamente livre de fi ssuras, na inclinao e nvel desejados. As propriedades da superfcie so de-terminadas pelo trao em si assim como pelas operaes de lanamento, acabamento e corte de juntas. O tempo, especialmente nas operaes de acabamento e corte de juntas, crtico. No dar a devida ateno a estes pontos pode fatalmente levar a diversos tipos de patologias, entre elas o fi ssuramento, baixas resistncias abraso, des-placamentos, desnivelamentos, empenamentos acima do esperado e excesso de formao de p na superfcie.

    O Concreto

    Quando se desenvolve traos de concreto especifi camen-te direcionados s aplicaes de pisos, deve-se procurar sempre:

    Minimizar a retrao;

    Maximizar a resistncia abraso;

    Adicionar uma quantidade de fi nos que seja so-mente sufi ciente para permitir uma bombeabilidade adequada e facilitar as operaes de acabamento, lembrando sempre que uma parte destes fi nos po-dem ser substitudos por aditivos modifi cadores de viscosidade;

    Minimizar o uso de aditivos que promovam retardos, evitando-se assim a pega diferencial e os conse-quentes borrachudos.

    Sempre indicada a realizao de uma placa teste, seja na prpria rea que ser concretado o piso em si, seja em ou-tro ponto do terreno. Na placa teste, todos os envolvidos no processo podero avaliar se o concreto especifi cado atende aos requisitos necessrios pelo cliente fi nal, em-presa aplicadora e eventualmente o fabricante de endure-cedores de superfcie.

    No caso especfi co do combate retrao, duas alterna-tivas esto disponveis em nosso mercado. Uma delas o uso de aditivos redutores de retrao. Estes atuam ao diminuir a tenso superfi cial da gua e consequentemente reduzir as tenses geradas dentro dos capilares do con-creto. A outra o emprego de cimentos, ou aditivos, ex-pansivos. Estes atuam por meio da formao adicional de etringita na matriz causando uma expanso inicial que

    contrabalanceada com a retrao natural sofrida pelo con-creto ao longo de seu processo de cura.

    Os Agregados

    A quantidade ideal de agregados midos no concreto est diretamente relacionada com a trabalhabilidade e resis-tncia abraso que se deseja obter. O concreto dever ser coeso e plstico sufi ciente para mitigar exsudao e segregao.

    Menores quantidades de agregados midos tipicamente levam a resistncias abraso mais elevadas caso o con-creto no apresente exsudao signifi cativa. A exudao fragiliza a camada superfi cial do concreto por alterar a re-lao gua/cimento naquela regio.

    As Fibras

    As fi bras de ao so utilizadas para substituir parcial ou completamente as armaduras em pisos de concreto. Tal qual ocorre com as armaduras, estas fi bras no iro pre-venir eventual fi ssuramento, mas, quando em quantidade sufi ciente podero manter as fi ssuras que surgirem fecha-das.

    Por outro lado, as fi bras sintticas, sejam elas de Polipro-pileno, Polietileno ou Poliamida (Nylon), tm como princi-pais caractersticas trazidas ao concreto a reduo da se-gregao e da formao de fi ssuras enquanto o concreto ainda est em seu estado plstico. medida que o mdulo de elasticidade aumenta, a maioria das fi bras disponveis no mercado, nas dosagens recomendadas pelos fabricantes no oferecero restrio sufi ciente para manter as fi ssuras fechadas.

    Existem tambm as chamadas Macrofi bras, que so fi bras sintticas com as caractersticas estruturais semelhantes ao de fi bras metlicas.

    Os Aditivos

    Normalmente, para traos elaborados para pisos de con-creto emprega-se plastifi cantes ou plastifi cantes polifun-cionais. Os aditivos tm como principal funo reduzir a quantidade de gua de amassamento necessria para se obter uma determinada trabalhabilidade. Com isto, a quantidade de cimento do trao tambm pode ser reduzi-da, uma vez que o fator a/c tambm menor. Com menos cimento no trao, para uma mesma resistncia, a retrao potencial do concreto tambm reduzida.

    Superplastifi cantes tambm podem ser empregados em traos para pisos de concreto, observando, porm, que o corte de gua e a reduo nos potenciais de retrao no esto relacionados linearmente. Outro ponto a observar

    Autor: Paul Horst SeilerData: Maro/2009

    Concreto para pisos industriais

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    quando do emprego dos aditivos superplastifi cantes a eventual segregao que pode ser incorporada s carac-tersticas do concreto.

    Aditivos retardadores de pega podem e devem ser utiliza-dos em concretagens em climas quentes, visando esten-der o tempo de trabalhabilidade do concreto. As dosagens dos aditivos e, especialmente, o retardo devem ser cui-dadosamente estudados em laboratrio e acompanhados em obra para evitar assim o aparecimento de pontos com pega diferencial, assim como fi ssuras de retrao plstica, pelo tempo em que o concreto perde gua por evapora-o, antes de ter resistncias mecnicas sufi cientes para suportar esta perda de volume.

    Um cuidado especial deve ser tomado tambm em relao ao ar incorporado nos concretos para pisos. Recomenda-se que este no ultrapasse os 3% quando se desejar um acabamento polido, de superfcie mais dura e densa. Este ar pode formar pequenas bolsas sob a superfcie sendo acabada que levar a desplacamentos signifi cativos no piso.

    Por fi m, recomenda-se tambm que, caso mais de um adi-tivo seja utilizado no mesmo trao de concreto, a adio de ambos seja feita em separado, aps a compatibilidade entre ambos, comprovada em testes laboratoriais.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Posicionamento de armaduras em pisos e pavimentos de concreto

    O controle de qualidade uma atividade de extrema im-portncia na garantia da qualidade dos pisos e pavimentos de concreto, ocorrendo em diversos momentos da obra, inclusive com uso de recursos laboratoriais. Enfocaremos apenas o controle efetivo na obra, quanto ao posiciona-mento e preparo das armaduras.

    importante ressaltar que diversos outros fatores devem ser observados durante o processo de construo de um piso, como o de preparo do solo e da sub-base, a quali-dade do concreto, alm das espessuras das camadas e outras etapas. O acompanhamento tcnico na obra por profi ssional capacitado indispensvel para a obteno da qualidade desejada. Devemos atentar ao posicionamento de todas as arma-duras, respeitando as especifi caes dos projetistas e das condies executivas. Nesse momento, importante considerar que no so recomendadas algumas prticas e solues de obra, tais como:

    Posicionar armadura e posteriormente tentar pux-la;

    Lanar o concreto at a cota da armadura, lanar a armadura e completar o lanamento do concreto;

    Concretar toda espessura e depois tentar empurrar a armadura para a posio adequada.

    Estas prticas tm se mostrado inadequadas, pois no ga-rantem o posicionamento correto e to pouco so factveis em alguns casos.

    Autor: Jefferson Bomfi m dos ReisData: Abril/2009

    Armadura Inferior

    No caso dos pisos e pavimentos estruturalmente arma-dos, a armadura inferior tem fundamental importncia na capacidade estrutural. A tendncia natural, neste caso, de que a armadura fi que muito prximo da face inferior da placa de concreto, posicionamento este condenvel.

    Esta armadura deve ser posicionada entre 20 e 40 mm da face inferior conforme especifi cado em projeto, lembrando que os pisos de concreto devem ser compostos com uma camada de sub-base, normalmente em brita graduada,

    que estar oferecendo importante contribuio proteo da armadura.

    A no observncia do adequado cobrimento representa fator comprometedor da vida til das estruturas, sendo este reduzido signifi cativamente. Para que o cobrimento seja respeitado no basta a especifi cao em projeto; necessrio ainda a utilizao de espaadores adequados. Dentro das alternativas mais utilizadas esto as pastilhas argamassadas, espaadores plsticos e espaadores sol-dados.

    Os de argamassa, produzidos na obra, geralmente no possuem qualidade sufi ciente e normalmente se rompem ao passar de equipamentos e andar de operrios, alm de ser necessrio longo espao de tempo para o preparo de milhares de espaadores. J os espaadores plsticos e os espaadores soldados contribuem decisivamente para a garantia de posicionamento das armaduras disponveis no mercado em grande escala.

    Para decidir pelo tipo de espaador, o profi ssional dever levar em considerao o tipo de apoio (brita, brita gradu-ada, solo, concreto, etc), o dimetro do fi o ou barra e o cobrimento especifi cado.

    Armadura Superior

    Sendo responsvel pelo controle de retrao nos pisos ar-mados, a armadura superior deve ter seu posicionamento controlado e verifi cado durante todo o processo de con-cretagem, principalmente naqueles em que o slump do concreto for reduzido e ainda nos casos de grandes es-pessuras.

    Diversas literaturas internacionais tratam deste tema; po-rm nossa recomendao de carter prtico, dentro das possibilidades reais das obras e equipamentos utilizados. O posicionamento destas armaduras no deve variar mais do que 10 mm do seu posicionamento especifi cado em projeto.

    Cuidado especial dever ser tomado na regio de emen-das para o caso de uso das telas eletrosoldadas, defa-sando, quando possvel, as emendas dos painis. Quando o projeto do piso prev a utilizao de armadura dupla, normalmente com a utilizao de tela eletrosoldada, o po-sicionamento pode se dar, normalmente por uso de espa-adores soldados entre elas. Essa soluo tem sido muito utilizada desde o fi m da dcada de 90 e consiste em dis-tribuir linhas ou colunas de espaadores soldados, afasta-dos aproximadamente 80 cm uma das outras.

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    Dentro de suas principais caractersticas, vantagens e be-nefcios, esto:

    Disponibilidade nas obras, principalmente na proxi-midade dos grandes centros urbanos;

    Baixo custo;

    No requer mo-de-obra para preparar os espaa-dores;

    Disponvel em diversas alturas;

    Altura reduzida com a presena de armadura inferior;

    Consome 1 metro a cada 0,8/m, ou seja, 1,25 m de espaadores por m;

    Possuem alta estabilidade, permitindo pouca ou nenhuma amarrao com arame recozido;

    Alta produtividade para posicionamento da armadura.

    Atualmente no h dvidas, sob o ponto de vista executivo e de garantia da qualidade do piso, que a utilizao dos espaadores soldados traz uma grande contribuio para a obteno dos parmetros almejados.

    Barras de Transferncia

    As barras de transferncia so dispositivos de transfe-rncia de carga vertical e restrio ao empenamento que permitem a movimentao horizontal entre placas de con-creto. Devem ser preparadas em ao liso, sejam em CA 25 ou barras mecnicas, retilneas, isentas de rebarbas nas extremidades, com aplicao de graxa ou leo lubrifi cante em metade de seu comprimento adicionado de 5 cm e a outra metade protegida contra oxidao.

    O emprego de barras de transferncia produzidas indus-trialmente recomendado por possurem padro de pro-duo adequado para as necessidades dos pisos ou pavi-mentos de concreto.

    Na utilizao, as barras devem ser posicionadas parale-lamente uma das outras mantendo um distanciamento e comprimento, conforme especifi cado em projeto, e a tole-rncia deve ser de 25 mm. Para que no ocorram defi cin-cias localizadas de transferncia de carga em relao ao plano horizontal, as barras devem estar no plano mdio, com tolerncia de 7 mm (ACI, 1990).

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Lapidar um diamante possvel pela utilizao da cincia e arte milenar e, claro, pelo talento do profi ssional.

    No processo de lapidao, inspecionada a qualidade do mineral (diamante bruto), estudados quais e a qualidade das ferramentas de corte e polimento a serem utilizadas para obter a lapidao ideal e o resultado fi nal: ter o me-lhor brilho do diamante.

    Isto no nada diferente da lapidao como sistema: par-te mecnica e parte qumica. Lanado comercialmente nos EUA em 2004 para pisos cimentcios (concreto, placa vibro-prensada e revestimentos de alta resistncia), vem ganhando espao cada vez maior no Brasil.

    Vale ressaltar que para o desempenho ideal dos proces-sos de lapidao de pisos cimentcios torna-se obrigatria a utilizao de mquinas prprias de lapidao, unidades aspiradoras sofi sticadas com fi ltros auto-limpantes e ou-tros acessrios que possibilitam obter um brilho prximo ao porcelanato, sistema a seco sem poeira e lama, que torna possvel trabalho em reas de atividades comerciais com liberao rpida das mesmas.

    Faz-se necessria a utilizao de ferramentas diamanta-das metlicas e diamantadas resinadas de excelente qua-lidade e rendimento, responsveis diretas pela qualidade do brilho na lapidao do piso.

    Autor: Angelo Roncalli de OliveiraData: Abril/2009

    Lapidao em pisos cimentcios

    A parte qumica do sistema tambm deve ser de excelente qualidade e aplicada corretamente conforme instrues do fabricante. ela que tem o menor custo por m e tem a funo primordial de enriquecer o brilho e mant-lo por proporcionar resistncia abraso por pedestres (lojas) at empilhadeiras (fbricas e centros de distribuio).

    Em pisos novos, temos oportunidade de controlar a gra-nulometria, formato e cor dos agregados e a planicidade; porm, em pisos velhos, a parte crtica a qualidade da especifi cao e execuo da recuperao do piso por em-presas certifi cadas e bem treinadas adotando os materiais mais adequados para cada caso.

    O custo-benefcio destes sistemas que no so formado-res de pelculas dispensam seladores, ceras, etc. A ma-nuteno e limpeza se do pela simples lavagem com produtos adequados e formulados para este sistema com o custo bem baixo e sem tornar o piso escorregadio, con-forme testes feitos no NFSI National Floor Safety Institute (EUA).

    Mais recentemente, foram lanados tambm no Brasil os produtos de tingimento para pisos, especialmente para pisos velhos, uma vez que como acid stain capaz de realizar esta tarefa sem formao de pelcula. No entanto, ao contrrio do acid stain, eles no dependem da reao qumica pigmento reagente - agregado - cimento obten-do cores vivas e uniformes. Esto disponveis em base dagua e solvente, com 24 cores e suas derivaes.

    Finalmente, para maior qualidade, de suma importncia que os pisos cimentcios a serem lapidados tenham a re-comendao de um projetista e uma relao planicidade e nivelamento de qualidade.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Subleito e sub-base:Suas especifi caes

    Denominamos subleito o terreno de fundao preparado para receber o pavimento industrial. No Brasil, que segue a escola europia de trabalhar com pisos delgados, o subleito, que na maioria das vezes exerce o papel de fundao direta, uma camada bastante exigida pela transmisso de esforos do pavimento industrial ao solo.

    Na fase preliminar ou de projeto do pavimento impor-tante realizar ensaios com intuito de se conhecer as ca-ractersticas do terreno, atravs de sondagens (SPT), e ensaios de caracterizao do solo superfi cial atravs da realizao de ensaios de limites de liquidez (NBR 6459), limite de plasticidade (NBR 7180), anlise granulomtrica por peneiramento e/ou sedimentao (NBR 7181), ndice de Suporte Califrnia (C.B.R.) (NBR 9895) e coefi ciente de recalque (K), sendo que esses dois ltimos podem ser cor-relacionados atravs de tabelas bastante usuais para esse tipo de servio.

    Na fase de execuo fundamental o controle tecnolgi-co, com a realizao dos ensaios de laboratrio especiali-zado para comprovar exigncias de projeto e acompanha-mento da compactao da camada atravs dos ensaios de compactao (NBR 7182), densidade in situ (NBR 7185 ou 12102) e umidade in situ (DER M28), ocorrendo a liberao da camada somente quando os parmetros de projeto forem alcanados.

    Sub-bases so elementos estruturais intermedirios entre o piso em concreto e o subleito, e dentre diversas funes tem como principal o controle de deformaes oriundas do piso, de forma a compatibilizar o comportamento me-cnico das placas com o subleito. Em outras palavras a sub-base responsvel pela transferncia dos esforos gerados pelo piso para a fundao - subleito.

    Autor: Ioel LevyData: Maio/2009

    Elas podem ser divididas em dois grupos: granuladas e estabilizadas. As granulares podem ter granulometria fechada ou aberta, sendo a ltima mais usual em pisos industriais. Quanto s estabilizadas as mais comuns so constitudas por solo cimento e brita graduada tratada com cimento (B.G.T.C.).

    importante que a efi cincia do material a ser utilizado na sub-base, independentemente do tipo, seja controlada em laboratrio especializado, visando a verifi cao dos pa-rmetros de projeto. Os ensaios de controle tecnolgicos a serem realizados nas sub-bases granulares so anlise granulomtrica (DNER ME083) e ndice de Suporte Califr-nia (C.B.R.) (NBR 9895).

    Quando os parmetros so estipulados em projeto, alm dos ensaios j citados, as sub-bases estabilizadas de-vem ser ensaiadas resistncia a compresso axial (NBR 5739).

    Na fase de execuo fundamental o controle tecnolgico, com a realizao dos ensaios de laboratrio especializado para comprovar exigncias de projeto e acompanhamento da compactao, ensaios de compactao (NBR 7182), densidade in situ (NBR 7185) e umidade in situ (DER M28) e desde que solicitado moldagem de corpos de prova para a realizao dos ensaios a compresso axial. A liberao das respectivas camadas dar-se- somente quando os parmetros de projeto forem alcanados. Caso seja solicitado pelo projeto, pode ser realizado o ensaio de placa para determinar o coefi ciente de recalque (K) no topo da sub-base para avaliar o conjunto sub-base e subleito.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    A retrao do concreto

    O tema retrao do concreto complexo. Tal complexi-dade se deve em funo dos tipos de retrao existentes, suas respectivas causas e consequncias, estruturas mais suscetveis a sofrerem os danos da retrao, alm dos meios de minimiz-la. Embora controverso, o assunto no novo. Por fazer parte do dia-a-dia dos profi ssionais que atuam no setor do concreto, a retrao j foi amplamente discutida em todos os fruns pertinentes rea. Mas en-to... por que escrever este artigo? A ANAPRE tem como uma de suas bandeiras a divulgao e disseminao do conhecimento formal e das boas prticas de engenharia. Neste contexto, sempre bom relembrar alguns conceitos deste que um tema sempre to atual e que afeta nosso cotidiano. Este artigo tcnico, mas no cientfi co. Pro-pomos uma leitura fcil e rpida, com algumas simplifi ca-es conceituais e de interesse do leitor do segmento de pisos industriais.

    De maneira geral, pode-se dizer que o concreto retrai em dois momentos distintos: primeiramente no estado pls-tico e depois no estado endurecido. Quando o concreto ainda se encontra na fase plstica, a secagem rpida do concreto fresco provoca retrao quando a taxa de per-da de gua da superfcie, por evaporao, excede a taxa disponvel de gua de exsudao. Nesta fase, o concreto apresenta baixssima resistncia trao, e as fi ssuras po-dem facilmente aparecer nestas situaes. Por ocorrer no concreto ainda no estado plstico, esta retrao denomi-nada retrao plstica.

    Mesmo no estado endurecido, o concreto continua a per-der gua para o ambiente. Inicialmente, a gua perdida no est presa estrutura dos produtos hidratados por ligaes fsico-qumicas fortes e, portanto, sua retirada do concreto no causa retrao signifi cativa. No entanto, quando a maior parte desta gua livre perdida, prosse-guindo a secagem, observa-se que uma perda adicional de gua passa a resultar em retrao considervel, que por sua vez causa fi ssuras e o empenamento das bordas. Esta retrao denominada de retrao por secagem.

    Sob uma perspectiva ampla, trs so as caractersticas que combinadas levam o concreto a retrair: 1) a geometria da estrutura, 2) o trao do concreto e 3) as condies cli-mticas. Ento vejamos:

    1) Geometria da estrutura: nas peas com elevada relao entre a superfcie exposta e o volume total da pea, tais como pisos, pavimentos e lajes de concreto, a perda de gua para o ambiente se d de maneira muito rpida. Ora, se a retrao do concreto est relacionada perda da gua e se este tipo de estrutura est mais vulnervel a esta perda intuitivo pensar que lajes, pisos e pavimentos de concreto naturalmente sofrem mais com a retrao do concreto. As dimenses das placas (distncias entre juntas) cada dia maiores e a execuo de

    placas cada vez mais esbeltas tornam os pisos e pavimentos extremamente suscetveis aos efeitos da retrao do concreto;

    2) Trao do concreto: diversos fatores relacionados aos materiais que compem o concreto e suas combinaes podem infl uenciar a retrao do concreto, principalmente a retrao por secagem. O tipo, a granulometria e a dimenso mxima do agregado, a relao gua-cimento, a quantidade de gua de amassamento e o emprego de adies minerais e aditivos qumicos so variveis importan-tes que afetam fortemente a retrao do concreto. A literatura e a prtica do dia-a-dia apontam que agre-gados com maior mdulo de deformao conduzem a um menor grau de retrao. Deve-se empregar a menor quantidade de gua de amassamento possvel, assim como deve-se evitar agregados com excesso de material pulverulento e argila. A distri-buio granulomtrica contnua reduz a retrao do concreto quando comparada com uma combinao de agregados midos e grados inadequada;

    3) Condies climticas: a retrao do concreto est intimamente relacionada perda de gua para o ambiente. Os principais fatores climticos que sequestram a gua do concreto so a alta tempera-tura, a baixa umidade relativa do ar e a velocidade do vento que incide sobre a pea recm concreta-da. Segundo a Portland Cement Association (PCA, 1995), uma condio climtica com temperatura do ar em 25C, umidade relativa do ar de 40%, tempe-ratura do concreto de 30C e velocidade de vento de 15 km/h sufi ciente para se atingir um nvel de evaporao de 1litro/m/hora, capaz de provocar importante grau de retrao plstica.

    Acima expusemos uma breve explicao do fenmeno retrao do concreto, suas caractersticas, causas e con-sequncias tcnicas. Mas... o que a retrao do concre-to tem a ver com nossos clientes? Muito. Basicamente, a retrao do concreto leva a dois problemas principais: fi ssuras e empenamento da placa.

    As fi ssuras ocorrem porque ao retrair o concreto encontra restries variao volumtrica. Os elementos de res-trio podem ser o atrito com a base, a armadura e os agregados grados. Tais restries geram tenses de tra-o no concreto em uma fase em que ele ainda no tem resistncia mecnica sufi ciente para absorv-las e por isso surgem as fi ssuras de retrao. Estas fi ssuras causam de pronto um comprometimento esttico ao piso. A mdio-longo prazo pode haver comprometimento da durabilidade da placa fi ssurada e, at mesmo, dependendo das tenses de utilizao - aquelas oriundas dos carregamentos - po-dem conduzir a um comprometimento estrutural do piso.

    Autor: Jlio Portella MontardoData: Maio/2009

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    O empenamento ocorre quando a placa sofre distoro das bordas e cantos para cima, gerado por um gradien-te de umidade e/ou temperatura entre as faces superior e inferior da placa. O empenamento das bordas est bas-tante relacionado com o fenmeno da retrao do concre-to. O empenamento excessivo pode conduzir perda de aderncia de revestimentos, fi ssuras estruturais devido perda de contato da placa com a sub-base, piora do nive-lamento do piso e mau funcionamento das juntas.

    A retrao do concreto deve ser minimizada para que seus malefcios tambm sejam. Como no temos condies de controlar as condies climticas devemos saber trabalhar

    adequadamente os outros fatores que favorecem a retra-o do concreto como a geometria da pea (espaamen-to das juntas, por exemplo) e o trao do concreto. Alm disso, pode-se adotar prticas executivas como proceder a cura do concreto e alterar o horrio das concretagens para perodos de menor temperatura, sol e vento. Medidas como o borrifamento de neblina de gua, a aplicao de agentes redutores de evaporao, a adio de fi bras sin-tticas e o emprego de armadura de combate a retrao, combinadas ou utilizadas isoladamente, so benfi cas para a reduo da fi ssurao por retrao e/ou empena-mento das bordas.

    * O contedo do artigo refl ete a opinio do autor.

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    Revestimentos Cura UV

    No Word of Concrete 2009, realizado em Las Vegas, a grande novidade para o setor de revestimentos foi a apre-sentao dos sistemas de pintura de piso utilizando a tec-nologia da cura por raios Ultra Violeta, ou simplesmente Cura UV.

    A tecnologia de tintas por cura UV no novidade em si. Desde os anos 70 ela usada no exterior, e no Brasil na dcada de 90. Atualmente, largamente utilizada e domi-nante na indstria moveleira, grfi ca, de embalagem e ele-trnica. A inovao para o nosso setor a sua empregabi-lidade no revestimento de pisos industriais e comerciais.

    O princpio das tintas e vernizes por cura UV a polimeri-zao (entenda-se endurecimento) quando submetidas a uma intensa luz com espectro predominante de raios Ultra Violeta.

    As tintas tradicionais para revestimentos possuem dois componentes que reagem entre si. O primeiro, composto por uma resina epxi, poliuretanos, metacrlica ou polis-ter; e o segundo, por um catalisador ou agente de cura e, por este motivo, so denominadas bi componentes. O tempo de cura inicial de uma tinta bi componente varia en-tre 2 e 24 horas, sendo que a cura completa d-se em sete dias, dependendo da resina e do agente de cura.

    As tintas baseadas em cura UV no possuem dois com-ponentes; so mono componentes e quem desempenha o papel do segundo componente so os raios Ultra Violeta. A consequncia uma cura instantnea, pois assim que a resina/tinta for aplicada e receber o bombardeio de raios UV, a tinta cura e j pode ser pisada/utilizada.

    Para o mun