ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA: CONTRIBUIÇÕES PARA...

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA: CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DO CUIDADO

Espaços de formação, pesquisa e produção de conhecimento articulada as práticas de saúde egestão, permitido possibilidade de sistematização e aprofundamento dos principais assuntosrelacionados ao campo da saúde coletiva:

Programa Integrado de Pesquisa e Cooperação Técnica emFormação e Avaliação da Atenção Básica (GRAB) – ISC /UFBA

Eixo- Estudos e Pesquisas em Atenção Primária e Promoção daSaúde

Observatório Baiano de Redes de Atenção em Saúde (OBRAS) –UFBA (Instituto Multidisciplinar em Saúde – Campus AnísioTeixeira – Programa de Mestrado em Saúde Coletiva (IMS/UFBA).

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA ATENÇÃO BÁSICA: CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DO CUIDADO

PREÂMBULO

1.Organização e desenvolvimento do serviço de atenção farmacêutica na AB: modelos decapacitação, estratégias de integração, instrumentos de apoio, monitoramento e avaliação;

2. Atenção farmacêutica individual e compartilhada em USF e NASF, com foco na integralidade daspráticas na AB;

3. Impacto social e clínico da atenção farmacêutica na AB e os desafios para a perspectiva deintegração a rede de atenção à saúde.

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA INTERNACIONAL : CONTRIBUIÇÕES PARA A INTEGRAÇÃO DO CUIDADO

Alguns países como os Estados Unidos, Canadá, Alemanha, França, Suécia e Espanha:

▪ Mikel et al. (1975) - construção inconsciente do conceito de Atenção Farmacêutica: “a atenção queum dado paciente requer e recebe com garantia do uso seguro e racional dos medicamentos”.

▪ 1981- Programa de Ação de medicamentos (OMS)- diminuir a morbimortalidade das doenças maisfrequentes: discussões no âmbito internacional sobre Atenção Farmacêutica, articulada aosmodelos de atenção à saúde de cada país (IVAMA et al, 2002);

▪ Hepler (1990) - termo “Pharmaceutical Care”, traduzido em nosso país para Atenção Farmacêutica:“provisão responsável do tratamento farmacológico com o objetivo de alcançar resultadossatisfatórios na saúde, melhorando a qualidade de vida do paciente”.

• Johnson e Bootman (1997)- modelo custo da morbidade e mortalidade em relação aos fármacos :“até que ponto o cuidado farmacêutico conseguiria minimizar os resultados terapêuticosnegativos?”. A atenção farmacêutica como ferramenta capaz de reduzir os problemas relacionadosaos medicamentos;

• Cipolle, Strand e Morley (2012) (PharmacoterapyWorkup – PW) – acompanhar todos os problemasque um indivíduo pode experimentar ao utilizar medicamentos.

SOARES et al., 2014; WANAMACHER et al., 2008).

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COMO A ATENÇÃO FARMACÊUTICA PODE SE ALINHAR AOS PRINCÍPIOS DO SUS E DA APS?MODELOS DE CAPACITAÇÃO INSPIRADOS EM EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS

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COMO A ATENÇÃO FARMACÊUTICA PODE SE ALINHAR AOS PRINCÍPIOS DO SUS E DA APS?MODELOS DE CAPACITAÇÃO INSPIRADOS EM EXPERIÊNCIAS INTERNACIONAIS

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SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE E A ORGANIZAÃO DOS SERVIÇOS E AÇÕES DE ASSISTÊNCIA FARMACÊUTICA NO BRASIL

No BRASIL: A elevada prevalência das condições crônicas no Brasil tem exigido transformações naorganização dos serviços de saúde de modo a promover melhorias em sua integração.

• A assistência terapêutica integral (artigo 6º da Lei nº8.080, de 19 de setembro de 1990):

▪ O medicamento é a principal tecnologia utilizada no SUS esua disponibilidade e acesso é essencial para assegurar aintegralidade das ações de saúde.

• “a assistência farmacêutica engloba os cuidadosindividuais ou coletivos, sendo o medicamento insumoessencial, tendo a sua acessibilidade garantida de maneiraracional”. (PNAF, 2004).

▪ ESF, estratégia prioritária da atenção primária, nasunidades de saúde, a produção e a gestão do cuidadoprevê as dimensões: individual, familiar, profissional,organizacional, sistêmica e societária (CECÍLIO, 2002).

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA NO BRASIL

No BRASIL: Consenso Brasileiro de Atenção Farmacêutica (2002): “um modelo de prática farmacêutica,desenvolvida no contexto da Assistência Farmacêutica. É a interação direta do farmacêutico com o usuário, visandouma farmacoterapia racional e a obtenção de resultados definidos e mensuráveis, voltados para a melhoria daqualidade de vida. Esta interação também deve envolver as concepções dos seus sujeitos, respeitadas as suasespecificidades bio-psico-sociais, sob a ótica da integralidade das ações de saúde”.

❑ Atenção Farmacêutica É DIFERENTE de Assistência Farmacêutica: o cuidado farmacêutico, mudança deênfase/foco do produto (medicamento) para o indivíduo.

❑ Macros componentes da prática profissional para o exercício da Atenção Farmacêutica, tais como:educação em saúde (promoção do uso racional de medicamentos), orientação farmacêutica, dispensaçãode medicamentos, atendimento farmacêutico, acompanhamento/seguimento farmacoterapêutico eregistro sistemático das atividades (IVAMA et al., 2002).

❑ Pluralidade de abordagens teóricas utilizadas: Serviço de gerenciamento da terapia medicamentosa,Gestão da clinica farmacêutica, Atenção farmacêutica, Atendimento farmacêutico, Seguimentofarmacoterapêutico ou Acompanhamento farmacoterapêutico.

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB:MODELOS DE CAPACITAÇÃO

Metodologias: Método Dáder; Pharmacotherapy WorkUp; Therapeutic Outcomes Monitoring (TOM); Gerenciamento daTerapia Medicamentosa (GTM); dentre outras.

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO E MODELOS DE CAPACITAÇÃO

RESOLUÇÃO 499/08 –Prestação de serviços farmacêuticos

❑ Acompanhamento farmacoterapêutico; Aferição de PA, Glicemiacapilar; Realização de curativos de pequeno porte e aplicação deinjetáveis; Assistência Farmacêutica domiciliar

CFF Resolução 585/2013:

❑ recuperação da saúde do paciente, família e comunidade ao promovero uso racional de medicamentos e otimizar a farmacoterapia, com oobjetivo de elevar a qualidade de vida, em todos os estabelecimentos eníveis de atenção, seja público ou privado.

Lei nº 13021/14: conjunto de ações e de serviços que visa a assegurar aassistência terapêutica integral e a promoção, a proteção e a recuperaçãoda saúde nos estabelecimentos públicos e privados que desempenhematividades farmacêuticas, tendo o medicamento como insumo essencial evisando ao seu acesso e ao seu uso racional (BRASIL, 2014a).

Fevereiro de 2018, anunciou a inclusão da função do farmacêutico naClassificação Brasileira de Ocupações (CBO) e de uma tabela deprocedimentos: vinculando-o à equipe de saúde do SUS, e 49procedimentos, realizados pelo farmacêutico, inclusive na AB;

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO E MODELOS DE CAPACITAÇÃO

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO E MODELOS DE CAPACITAÇÃO

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: MODELOS DE CAPACITAÇÃO- “MATRIZ DE COMPETÊNCIAS PARA A ATUAÇÃO CLÍNICA DO FARMACÊUTICO”

Por não haver modelo consolidado no qual se espelhar, a definição dascompetências é essencial, quanto às novas perspectivas eresponsabilidades como membro da equipe de saúde e seu papel nouso racional e apropriado dos medicamentos.

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: MODELOS DE CAPACITAÇÃO- “MATRIZ DE COMPETÊNCIAS PARA A ATUAÇÃO CLÍNICA DO FARMACÊUTICO”

Quais habilidades e conhecimentos são necessários ao farmacêuticoclínico para atuar na atenção primária? Seria importante reestruturar ocurrículo para preparar o profissional farmacêutico para atuar nesse novonível de atenção à saúde?

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: MODELOS DE CAPACITAÇÃO- “MATRIZ DE COMPETÊNCIAS PARA A ATUAÇÃO CLÍNICA DO FARMACÊUTICO”

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: MODELOS DE CAPACITAÇÃO- “MATRIZ DE COMPETÊNCIAS PARA A ATUAÇÃO CLÍNICA DO FARMACÊUTICO”

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA INDIVIDUAL E COMPARTILHADA EM USF E NASF, COM FOCO NA INTEGRALIDADE DAS PRÁTICAS NA AB

Serviços Farmacêuticos baseado na APS, nocontexto da inter, intra e multiprofissionalidade

❑ Considerar a APS como primeiro contato dousuário com os serviços de saúde

❑ Oferecer e coordenar a atenção integral,integrada e continuada aos usuários e famíliasno território de atuação;

❑ Romper modelos de atenção fragmentados;

❑ Abordagem individual, coletiva e familiar -permite um entendimento ampliado doprocesso saúde/doença, bem comointervenções com maior significado social.

❑ Priorizar o trabalho multiprofissional

❑ Favorecer a autonomia dos usuários

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA INDIVIDUAL E COMPARTILHADA EM USF E NASF, COM FOCO NA INTEGRALIDADE DAS PRÁTICAS NA AB

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ATENÇÃO FARMACÊUTICA INDIVIDUAL E COMPARTILHADA EM USF E NASF, COM FOCO NA INTEGRALIDADE DAS PRÁTICAS NA AB

Principal diretriz – integralidade : atividades de apoio àgestão e de apoio à atenção à saúde.❑ Reconhecimento do território (aspectos geográficos,

demográficos, indicadores sociais) e prioridades;❑ desenho das operações: revisão da farmacoterapia,

conciliação medicamentosa, adesão terapêutica;- dispensação na farmácia da USF ou UBS- abordagem inicial;❑ Atenção multidisciplinar: participar das reuniões de equipe,

discussões de casos, realizar consultas compartilhadas evisitas domiciliares e PTS para a condução de casos demaior complexidade e vulnerabilidade.

- Definição de objetivos- atendimento coletivo; realização degrupos terapêuticos- rede de apoio e cuidado;

❑ Incentivo ao autocuidado apoiado - pactuação decolaboração entre usuários e equipe de saúde, metas,monitoramento e resolução de problemas;

❑ Regulação da Rede de Atenção- matriciamento- critérios efluxos de encaminhamento, linhas de cuidado pré-definidas;

❑ Definição instrumentos de avaliação e monitoramento;(Brasil, 2013)

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: EXPERIÊNCIAS

Planejamento e implantação deserviços de cuidado farmacêuticona Atenção Básica à Saúde: aexperiência de Curitiba (BRASIL,2014).

Com a inserção do farmacêutico nessas unidades de saúde, trabalhando de forma integrada à equipe, observou-se: mais de 60% dospacientes melhora na adesão ao tratamento, 62% fizeram novos exames relacionados a doenças que estavam sem assistência adequada, e37% tiveram mudanças feitas em sua terapia, graças à intervenção do farmacêutico.

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: EXPERIÊNCIAS

Diversos estudos avaliaram o impacto do cuidado farmacêutico (AMARANTE et al., 2010;ANDRADE; PELÁ, 2005; BORGES et al. 2010; BORGES et al., 2011; CORRER et al.,2011a; CORRER et al. 2009a; CORRER et al., 2009b; CASTRO et al., 2006; MORI et al.,2010; NETO et al., 2011; PLASTER et al., 2012; SANTOS et al., 2010).

As evidências mostram benefícios desses serviços para a adesão ao tratamento, para asatisfação dos usuários e para os resultados do uso dos medicamentos, pacientepolimedicados, em diversos grupos de usuários, entre eles: idosos, diabéticos, hipertensos,pessoas com alto risco coronariano, síndrome metabólica, dislipidemia, asmáticos, comdepressão e insuficiência cardíaca.

A maioria desses estudos foi realizada em ambiente ambulatorial ou em farmáciascomunitárias (públicas ou privadas), independente do contexto da AB. (SOLER et al., 2010;GOMES et al., 2010; MINAS GERAIS, 2010; CONSELHO..., 2013; BRASIL, 2007).

A inserção do cuidado farmacêutico possibilita o aumento daresolutividade do uso dos medicamentos e do conhecimento dos principaisproblemas relacionados aos medicamentos, criando novos indicadores aosgestores e a outros profissionais de saúde?

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: EXPERIÊNCIAS

❑ A função principal da assistênciafarmacêutica clínica se concentra ematividades educativas, apropriadas deoutros saberes e práticas, dando aospacientes condições de melhorcompreender a sua doença oucondição, a importância do seguimentoadequado do seu plano de cuidado, aproposta terapêutica e uso correto dosmedicamentos.

❑ Em seu conjunto de atividades educa,auxilia e dá suporte ao paciente noautocuidado planejado e na avaliaçãodos resultados de seu tratamento.

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB: EXPERIÊNCIAS

❑ As funções mais frequentes desempenhadasem atividades de natureza clínica foram:dispensação de medicamentos (93,6%), eatividades com a equipe de saúde (61,2%).

❑ Quando interrogados sobre a importânciaque atribuem a tais atividades:

▪ a maioria dos farmacêuticos que realizamatividade de natureza clínica consideroumuito importante (85,5%) ou importante(14,2%).

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO AB: ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO E INSTRUMENTOS DE APOIO

Atenção farmacêutica nas Redes de Atenção à saúdearticuladas a AB:

❑ A coordenação do cuidado pela Atenção Primária àSaúde (APS), atributo fundamental, para provermelhorias na prestação do cuidado, seja integrandoserviços e ações entre diferentes níveis, seja nointerior de um mesmo nível do sistema de saúde(Almeida; Giovanella; Lunan, 2012).

❑ A Assistência Farmacêutica, fundamental para aorganização das RAS, envolve uma conformaçãocomplexa de atividades: a logística dos medicamentos ea farmácia clínica.

❑ Em geral, no Brasil, prevalecem os esforços relativos àorganização dos ciclos logísticos e coloca-se, ainda,pouco esforço no componente assistencial e devigilância da farmácia clínica (MENDES, 2011, p. 126).❑ Na Portaria nº 4.279/2010, AF um dos elementos das RAS, sistema

de apoio na estrutura operacional (BRASIL, 2010b).

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO AB: ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO E INSTRUMENTOS DE APOIO

Atenção farmacêutica nas Redes de Atenção à saúdearticuladas a AB:

❑ No Brasil, o modelo vigente da assistênciafarmacêutica, não atende aos princípios propostospela RAS em sua totalidade, que preconiza queestejam inseridos na atenção primária e nos pontosde atenção secundários e terciários.

❑ Modelos diversificados de estrutura: farmáciasvinculadas a USF/UBS; farmácias independentes –distritais; farmácias em serviços de referência.

Nessa lógica de atendimento nas RAS, é preciso repensar aestrutura dos serviços farmacêuticos. Quais as vantagens detrabalhar com um serviço centralizado de dispensação demedicamentos? E quais as vantagens e desvantagens de umserviço descentralizado?

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ORGANIZAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DO SERVIÇO DE ATENÇÃO AB: ESTRATÉGIAS DE INTEGRAÇÃO E INSTRUMENTOS DE APOIO

❑ Ponto de atenção e apoio terapêutico (DAF/MS, 2011): • Integração dos serviços ordenados pela AB; Apoiar odesenvolvimento da clínica farmacêutica nas unidades desaúde;• Apoiar o fortalecimento das atividades de farmacovigilância efarmacoepidemiologia;• Desenvolver e aplicar instrumentos -organização, qualificaçãoda clínica farmacêutica, tais como: protocolo de classificação deriscos PRM, notificação de falta de adesão ao tratamentomedicamentoso e não medicamentoso, notificação de reaçãoadversa a medicamentos, protocolos clínicos; informes obrequalidade e a efetividade dos medicamentos;❑ sistema de governança da RAS:• Apoiar por meio de informações e indicadores, de forma

que contribuam no diagnóstico, monitoramento, avaliação equalificação dos serviços (integrar formulário SUS);

• Desenvolver instrumentos que auxiliem na organização,agilização e qualificação da gestão das práticas;

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DESAFIOS MACROORGANIZACIONAIS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB E A PERSPECTIVA DE INTEGRAÇÃO A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE.

1. A provisão de serviços e produtos para o cuidado das pessoas constitui um problema de saúde coletiva, pois a necessidade de acesso eutilização de recursos terapêuticos e propedêuticos é frequentemente superior à capacidade de financiamento e provisão dossistemas de saúde;

2. A organização e a gestão do trabalho no campo da saúde são marcadas pela necessidade de cooperação entre os profissionais daequipe multiprofissional, a fim de propiciar ao paciente atendimento holístico das suas necessidades de vida, notadamente daquelasrelativas à saúde.

3. Superar o modelo de atenção calcado na fragmentação entre os serviços se configura como uma realidade persistente, caracterizadapela atenção desarticulada, com deficiências comunicacionais; baixa disponibilidade de prontuários eletrônicos compartilhados;

4. Fundamental que os membros da equipe reconheçam o processo de trabalho dos seus pares, a fim de otimizar os resultados;

5. Institucionalizar a atuação do farmacêutico no cuidado direto ao paciente, à família e à comunidade, a fim de reduzir amorbimortalidade relacionada ao uso dos medicamentos, promover a saúde e prevenir a doença e outras condições, assegurandoestrutura adequada, qualificação dos profissionais, financiamento e avaliação dos resultados.

6. A etapa da formação profissional incluir metodologias de ensino-aprendizagem, tendo como foco o cuidado centrado no paciente, nafamília e na comunidade, notadamente para a provisão de serviços na atenção primária à saúde, de forma articulada ao SUS,

interdisciplinar e contribuir para a educação continuada e permanente dos profissionais dos serviços de saúde. Incluir competênciasavançadas: aprendizagem baseada na comunidade e estágio supervisionado (tradicional ou na modalidade de internato).

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DESAFIOS MICROORGANIZACIONAIS DA ATENÇÃO FARMACÊUTICA NA AB E A PERSPECTIVA DE INTEGRAÇÃO A REDE DE ATENÇÃO À SAÚDE.

1. Ampliar a participação do farmacêutico no sistema de saúde, bem como para harmonizar termos, conceitos e processos de trabalhorelacionados à atuação clínica.

2. Elaboração do projeto técnico da prática clínica em Serviços farmacêuticos com base no indivíduo, na família e na comunidade- com definiçãooperacional do público-alvo na configuração do cuidado farmacêutico nas unidades de saúde, no relacionamento deste serviço com outros daRede Municipal e na metodologia para avaliação dos seus resultados.

3. Gestão com atenção integral e integrada- Capacitar os profissionais para atuar em clínica fundamentada nas necessidades de saúde dapopulação, inserindo-as, claramente, como atividades próprias das unidades funcionais das redes de atenção à saúde.

4. Criar uma nova cultura operacional, pois as ações do farmacêutico, no modelo de atenção farmacêutica, na maioria das vezes, são atos clínicosindividuais.

5. Superar o modelo vigente de assistência farmacêutica e integrar às ações na AB: as farmácias públicas estão muito distantes dessas diretrizes edas políticas de promoção da saúde, intervindo de forma isolada e dissonante da organização do SUS: sem uma estratégia de trabalho, queaproxime o serviço farmacêutico das unidades de saúde, pode-se perder o contato com a comunidade, com as unidades de saúde e com osprofissionais, especialmente da Estratégia de Saúde da Família, sendo que esse contato é fundamental para o desenvolvimento de estratégiasvisando o uso racional de medicamentos.

6. Definir o modelo de serviço a ser implantado (serviço de clínica farmacêutica, individual ou compartilhado com as equipes de saúde), coerentecom os princípios do SUS.

7. Institucionalizar as atividades clínicas assegurando estrutura adequada, qualificação dos profissionais, financiamento e avaliação dos resultados.

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REFERÊNCIAS

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Obrigada!

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“A redefinição dos modelos de cuidados prestados por farmacêuticos não irá acontecer se nós simplesmentecontinuarmos fazendo o mesmo que temos feito e investindo nossos escassos recursos da mesma forma. É horade sermos ousados e contundentes em nossas ações. Precisamos de uma revolução na maneira de pensar aprática farmacêutica, que nos coloque na vanguarda dos cuidados ao paciente”. (Henri R Manasse)

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