bolsa verde

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 Erradicar a extrema pobreza e conservar o meio ambiente Erradicar a extrema pobreza e conservar o meio ambiente PROGRAMA DE AP OIO À CONSERVAÇÃO AMBIENTAL HISTÓRICO • GESTÃO E MONITORAMENTO • BALANÇO GERAL

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  • Erradicar a extrema pobreza e conservar o meio ambienteErradicar a extrema pobreza e conservar o meio ambiente

    PROGRAMA DE APOIO CONSERVAO AMBIENTAL

    HISTRICO GESTO E MONITORAMENTO BALANO GERAL

  • Raimundo, Leudimar, Jos, Arlete, Marlene, Maria e Edimar:

    guardies da fl oresta

    o ProGraMa bolsa Verde uMa iniciatiVa

    do GoVerno Federal que beneFicia PoVos

    e coMunidades tradicionais que se coMProMeteM

    a conserVar os recursos naturais.

    j so mais De 23 mil famlias beneficiRias

  • Presidncia da rePblica do brasil

    Presidente

    Dilma Vana Rousseff

    Vice Presidente

    michel miguel elias TemeR lulia

    Ministrio do Meio aMbiente

    Ministra

    izabella mnica VieiRa TeixeiRa

    secretaria executiVa

    secretrio

    fRancisco gaeTani

    secretaria de extratiVisMo e desenVolViMento rural sustentVel

    secretrio

    Paulo guilheRme fRancisco cabRal

    dePartaMento de extratiVisMo

    diretora

    clauDia caloRio

    Gerente

    anDRa aRean oncala

    redao

    maRcia binDo

    lay out

    camila lisba

    reViso

    anDRa aRean oncala

    clauDia caloRio

    cecilia manaVella

  • Sumrio1. Apresentao ...................................................................................................... 4

    2. Sumrio executivo ..................................................................................... 6

    3. Histrico do Programa Bolsa Verde ............................... 10Do Plano Brasil sem misria ao Programa Bolsa VerDe ............................. 10

    Da meDiDa ProVisria aProVao Da lei ................................................ 12

    lanamento Do Programa Bolsa VerDe ...................................... 13

    imPlementao em toDo o Pas ................................................. 16

    4. Quem so os beneficirios ........................................................... 17UniDaDes De ConserVao De Uso sUstentVel ................................................ 18

    Projetos De assentamentos amBientalmente DiferenCiaDos .................. 20

    territrios oCUPaDos Por PoVos e ComUniDaDes traDiCionais ............. 23

    5. Condicionalidades ..................................................................................... 25 ConDies soCiais .............................................................................. 25

    ConDies amBientais .................................................................................... 25

    6. Gesto do Bolsa Verde ......................................................................... 27Passo-a-Passo Da gesto .............................................................................................. 28

    termos De aDeso .............................................................................................................. 29

    agente finanCeiro e Pagamentos .............................................................. 29

    7. Monitoramento ambiental ............................................................ 32

    8. Capacitao ambiental dos beneficirios ............... 37

    9. Balano do Programa .............................................................................. 38

    10. Anexos .................................................................................................................... 42

  • 41. ApresentaoA extenso do conceito de sustentabilidade da dimenso ambiental para os

    aspectos econmicos e sociais tem ganhado relevncia e sido abraada com en-

    tusiasmo desde a dcada de 80. Na Declarao do Rio, em 1992, foi reforado que

    a proteo ambiental deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento

    das Naes e que a erradicao da pobreza requisito indispensvel para o de-

    senvolvimento sustentvel.1

    Agora, 20 anos depois, as naes se renem novamente no Rio de Janeiro para

    fazer um balano do que foi realizado e, sobretudo, determinar o que pode ser

    feito para que haja crescimento inclusivo respeitando os limites ambientais do

    planeta. Os dois temas centrais da Rio+20 a economia verde no contexto do

    desenvolvimento sustentvel e da erradicao da pobreza; e a estrutura institu-

    cional para o desenvolvimento sustentvel foram aprovados de forma consen-

    sual entre os 193 pases que integram a ONU.

    nesta direo, o GoVerno Federal brasileiro, sob a coor-

    denao do Ministrio do Meio aMbiente, aPresenta uM Pro-

    GraMa Pioneiro que une a diMenso social e aMbiental ruMo

    ao desenVolViMento sustentVel: o bolsa Verde. lanado eM

    junho de 2011, o ProGraMa busca contribuir Para erradicar a

    Pobreza eM reas rurais ao MesMo teMPo eM que incentiVa a

    conserVao dos recursos naturais do Pas.

    Esta poltica pblica de vital relevncia: o Brasil possui 54% das florestas

    tropicais do mundo e sua variedade de biomas reflete a riqueza da flora e da fau-

    na brasileiras, que se traduz em mais de 20% do nmero total de espcies da

    Terra elevando o Brasil ao posto de principal nao entre os 17 pases megadi-

    versos (ou de maior biodiversidade).2

    No entanto, apesar de tamanha riqueza em recursos naturais, boa parcela dos ha-

    bitantes que vivem em reas rurais se encontram em pssimas condies de vida:

    quase metade das pessoas em situao de extrema pobreza (46,7 %) est no campo. 3

    O Bolsa Verde oficialmente chamado Programa de Apoio Conservao

    1 Declarao do Rio

    sobre Meio Ambiente

    e Desenvolvimento

    http://www.onu.org.br/

    rio20/img/2012/01/

    rio92.pdf

    2 Fonte: Ministrio

    do Meio Ambiente

    3 Fonte: Ministrio do

    Desenvolvimento Social

    e Combate Fome

  • 5Ambiental, voltado exatamente para esses grupos sociais em situao de ex-

    trema pobreza que vivem em reas socioambientais prioritrias, tais como flo-

    restas nacionais, reservas extrativistas federais e reservas de desenvolvimento

    sustentvel federal, projetos de assentamentos ambientalmente diferenciados,

    entre outros. Grupos esses que dependem das matas para viver, atuando como

    verdadeiros guardies da floresta e que muitas vezes se encontram em condies

    sociais bastante precrias.

    o ProGraMa busca Valorizar estas FaMlias que j Prati-

    caM atiVidades de conserVao aMbiental e so resPonsVeis

    Pela Manuteno de reas Verdes e de seus serVios aMbien-

    tais, dando uMa contribuio Financeira e assiM, tirando-as

    da linha da Misria. Deste modo, o Programa mostra que possvel organi-

    zar esforos conjuntos em direo incluso social e conservao ambiental,

    que correspondam s aspiraes de desenvolvimento do pas.

    O Bolsa Verde, para os povos da floresta, para aqueles que

    moram em reas de preservao, significa o reconhecimento do

    Brasil de que isso algo fundamental, que vai contribuir para

    melhorar o nosso modelo de crescimento, e vai beneficiar

    aquela senhora que mora ali, na reserva extrativista e que

    ter uma renda que vai permitir que ela possa fazer o mane-

    jo florestal, obter uma renda dali, e garantir que ela tenha

    uma remunerao por preservar a floresta, por garantir rvo-

    res em p. Eu tenho clareza de que este Programa um dos

    mais efetivos, porque compromete as pessoas e faz esse casa-

    mento. Eu acho que foi dito aqui por um dos governadores

    que o nico casamento possvel entre a melhoria de renda e

    a melhoria do meio ambiente. Pessoas com mais renda, pes-

    soas com mais oportunidades sero sempre pessoas mais

    comprometidas com o mundo em que vivem, com o seu en-

    torno e com a preservao do meio ambiente.

    Discurso da Presidenta

    da Repblica,

    Dilma Rousseff,

    durante cerimnia

    de lanamento do

    Programa Bolsa Verde,

    em Manaus, Amazonas

    (28/09/2011).

  • 62. Sumrio executivoA economia brasileira cresceu nas ltimas dcadas e alavancou avanos im-

    portantes em termos de desenvolvimento social e econmico. Ao mesmo tempo,

    o pas vem enfrentando desafios ambientais, dada a sua rpida urbanizao, au-

    mento populacional e explorao dos recursos naturais, tornando necessrio

    assegurar polticas governamentais apropriadas do ponto de vista de eficincia

    econmica, integridade ambiental e equidade social.

    As principais prioridades para os pases em desenvolvimento ainda so a

    erradicao da pobreza, a proviso de educao bsica, garantindo alimentao e

    servios essenciais de abastecimento de gua e de esgoto. Ao mesmo tempo, a

    maior parte das economias dependente de recursos naturais e frequentemente

    vulnervel aos impactos da mudana do clima. Assim, seu desenvolvimento

    econmico depender da adaptao em tempo e de gerenciamento dos recursos

    naturais, ponto crtico na base dessas economias.

    Resta assim o desafio de preservar ecossistemas valiosos e importantes e,

    concomitantemente, prover melhores condies de vida para as populaes, que

    necessitam de desenvolvimento. Isto , prover um desenvolvimento ambiental-

    mente sustentvel com incluso social.

    O Programa Bolsa Verde foi desenvolvido justamente para atender a esta ques-

    to. Entre seus objetivos esto:

    a a promoo da cidadania, da melhoria das condies de vida e

    a elevao da renda da populao que vive em reas de relevn-

    cia ambiental;

    B o incentivo conservao dos ecossistemas atravs do compro-

    misso das famlias beneficirias com a manuteno da cobertura

    vegetal e do uso sustentvel dos recursos naturais;

    C e o estmulo participao de seus beneficirios em aes de

    capacitao ambiental, social, educacional, tcnica e profissional.

    Como requisitos para ser um beneficirio do Programa Bolsa Verde, a fam-

    lia dever encontrar-se em situao de extrema pobreza e estar inscrito no

  • 7Cadastro nico dos Programas Sociais do Governo Federal (Cadnico); e viver

    em reas rurais prioritrias definidas pelo Programa que tenham cobertura ve-

    getal em conformidade com a legislao ambiental ou estejam em processo de

    regularizao ambiental.

    Entre as reas prioritrias definidas pelo Programa esto:

    a unidades de conservao de uso sustentvel nas categorias

    reservas extrativistas Federais (resex), e reservas de desenvol-

    vimento sustentvel federal (rds) e Forestas nacionais (Flonas)

    geridas pelo instituto chico Mendes de conservao da biodi-

    versidade (icMbio);

    B assentamentos ambientalmente diferenciados da reforma

    agrria geridos pelo instituto nacional de colonizao e refor-

    ma agrria (incra);

    C territrios ocupados por ribeirinhos, extrativistas, populaes in-

    dgenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais

    D alm de outras reas rurais definidas como prioritrias por ato

    do Poder executivo.

    A gesto do Programa Bolsa Verde acontece por meio do Comit Gestor do

    Programa, sob a coordenao do Ministrio do Meio Ambiente (MMA) e parti-

    cipao da Casa Civil da Presidncia da Repblica (CC/PR), do Ministrio do

    Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), do Ministrio do Desenvol-

    vimento Agrrio (MDA), do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto

    (MPOG) e do Ministrio da Fazenda (MF). Isto demonstra o grande arranjo ins-

    titucional envolvido, o qual tambm conta com a participao dos rgos fede-

    rais responsveis pela gesto das reas objeto do Programa, quais sejam o ICM-

    Bio, o INCRA, e a Secretaria do Patrimnio da Unio (SPU/MP).

    O Bolsa Verde um programa de transferncia de renda por conservao am-

    biental. Seu foco na incluso social est em beneficiar somente famlias em si-

    tuao de extrema pobreza que vivem nestas reas de relevncia para a conser-

    vao ambiental. Por sua vez, um programa que se aproxima do conceito usual

    de pagamento por servios ambientais (PSA) ao reconhecer o valor econmico

  • 8da proteo de ecossistemas e dos usos sustentveis promovendo um incentivo

    econmico aos provedores destes servios ambientais. Os servios ambientais

    podem ser entendidos como todos os benefcios proporcionados pelos ecossis-

    temas, que incluem a regulao do clima, o controle contra eroso, o armazena-

    mento de carbono, a ciclagem de nutrientes, gua doce em quantidade e quali-

    dade, a beleza cnica entre muitos outros. Benefcios que so fundamentais para

    a manuteno da vida na Terra.

    O Programa nasceu dentro do Plano Brasil Sem Misria, como uma srie de

    medidas do Governo Federal para elevar a renda e as condies de vida da popu-

    lao, alm de agregar transferncia de renda, acesso a servios pblicos - nas

    reas de educao, sade, assistncia social, saneamento e energia eltrica, e

    incluso produtiva. Nesse sentido, o Bolsa Verde efetua repasses trimestrais no

    valor de R$ 300,00 (trezentos reais) por famlia beneficiria, sendo o agente fi-

    nanceiro do Programa a Caixa Econmica Federal CAIXA.

    Com o objetivo de avaliar o Programa, so previstas as seguintes estratgias:

    a monitoramento da cobertura vegetal por meio do rastreamento

    orbital via satlite;

    B alertas regulares de desmatamento via satlite e com radares de

    focos de calor;

    C monitoramento in loco com visitas peridicas a famlias, visando

    no s avaliar o impacto ambiental como tambm o desempe-

    nho de poltica pblica nas reas.

    Os parceiros no monitoramento da cobertura vegetal das reas so o Institu-

    to Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama/

    MMA) e o Sistema de Proteo da Amaznia (SIPAM/MD).

    Na primeira etapa do Bolsa Verde (de junho a dezembro de 2011), foram inse-

    ridas no Programa mais de 17 mil famlias em 33 Unidades de Conservao e 140

    Projetos de Assentamentos Ambientalmente Diferenciados localizados na Ama-

    znia, abrangendo uma rea total de aproximadamente 11,3 milhes de hectares.

    (Veja rea e porcentagem de cobertura vegetal por unidade de conservao e assenta-

    mentos contemplados pelo Programa no Anexo 6, pg. 80)

  • 9ToTal

    Para a etapa 2012, o pblico foi ampliado para todo o Brasil, envolvendo, alm

    das reas anteriormente listadas, tambm projetos de assentamentos conven-

    cionais e reas de ribeirinhos agroextrativistas, tendo sido identificadas cerca de

    20 mil famlias potencialmente beneficirias dessas, aproximadamente 6 mil

    famlias j foram includas no Programa (totalizando 23.355 famlias em maio de

    2012) e at o evento da Rio+20 espera-se chegar a 25 mil famlias.

    * dados de maio de 2012.

    O Bolsa Verde est em expanso e tem potencial para ser um relevante pro-

    grama de retribuio por servios de conservao em mbito federal no pas,

    com o objetivo de incluir at 2014 cerca de 73 mil famlias, melhorando suas

    condies sociais ao mesmo tempo em que mantm as florestas em p.

    Nmero de famlias beneficirias

    assentaMentos

    unidades de conserVao

    ToTal

    eTaPa 2011 eTaPa 2012*

    10610

    6657

    17267

    3068

    3020

    6088

    13678

    9677

    23355

    Beneficiria da

    Unidade de

    Conservao

    reseX- Vila

    tucum, no Par.

  • 10

    3. Histrico do Programa Bolsa Verde

    Do Plano bRasil sem misRia ao PRogRama bolsa VeRDe

    Nos ltimos anos, 28 milhes de brasileiros saram da pobreza absoluta e 36

    milhes entraram na classe mdia, de acordo com o balano oficial do Governo

    Federal de 2010. Contudo, mesmo com o desenvolvimento econmico e social

    do pas, 16,2 milhes de pessoas ainda permanecem na pobreza extrema. Segun-

    do o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, h uma pobreza

    que mais difcil de ser alcanada pela ao do Estado, perdida em regies rurais

    longnquas do imenso territrio ou em zonas segregadas das grandes cidades.

    So pessoas que no esto inseridas em programas sociais e muitas vezes no

    tm acesso a servios essenciais como gua, luz, educao, sade e moradia.

    Com a finalidade de alcanar esses brasileiros em situao de extrema pobre-

    za que vivem em diferentes regies do pas, o Governo Federal lanou, em junho

    de 2011, o Plano Brasil Sem Misria4, um conjunto de medidas de transferncia

    de renda, ampliao de acesso a servios pblicos e incluso produtiva com o

    objetivo de elevar as condies de vida da populao mais carente, incluindo-as

    nas oportunidades geradas pelo forte crescimento econmico brasileiro.

    Dentro do Plano tambm foi lanada a ao Busca Ativa, que tem como o ob-

    jetivo ir atrs e chegar nas populaes mais carentes que vivem fora da rede de pro-

    teo e promoo social e inclu-las no Cadastro nico, promovendo mutires e

    campanhas de busca de potenciais beneficiados por programas do Governo e qua-

    lificao dos gestores pblicos no atendimento populao extremamente pobre.

    A concepo do Programa Bolsa Verde surgiu durante a elaborao do Plano

    Brasil Sem Misria. De janeiro a junho de 2011, equipes do Ministrio do Meio

    Ambiente (MMA), Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

    (MDS), Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), Ministrio do Planeja-

    mento, Oramento e Gesto (MPOG) e da Casa Civil (CC) se reuniram para pre-

    parar o projeto. Durante seis meses as equipes se dedicaram a analisar as polti-

    cas pblicas j existentes de combate pobreza, propondo maneiras de

    aperfeio-las e novas aes a serem includas.

    4 Institudo pela

    Lei n 12.512, de 14

    de outubro de 2011

  • 11

    Para elaborar um plano efetivo de combate pobreza foi necessrio levar em

    conta multidimensionalidades, tais como as diferentes regies do pas, as dife-

    renas de oportunidades de trabalho e acesso a servios em reas rurais e urba-

    nas, os pblicos de cada localidade, entre outros. na construo do Pla-

    no de atuao do brasil seM Misria, Foi VeriFicado que, aPesar

    de aPenas 15,6 % da PoPulao brasileira residir eM reas ru-

    rais, ainda h aProxiMadaMente 7,5 Milhes de Pessoas extre-

    MaMente Pobres nessas reas, ou seja, quase Metade das Pes-

    soas eM situao de extreMa Pobreza (46,7 %) est no caMPo.

    Ao se analisar as reas rurais do pas, foram identificadas estas populaes

    pobres que vivem em locais de conservao e que contribuem para a manuteno

    de seus recursos naturais. Este foi o indicativo do potencial de realizao de uma

    nova poltica pblica, especfica para essas famlias, trazendo uma inovao: aliar

    a transferncia de renda com conservao ambiental, contribuindo financeira-

    mente com as famlias em vulnerabilidade econmica que se comprometem a

    no realizar atividades de degradao dos recursos naturais.

    Para dar incio elaborao do Programa Bolsa Verde, foram levantadas as

    reas federais do territrio brasileiro onde h planos de conservao ambiental

    e feito um diagnstico da situao econmica das famlias que nelas vivem. As

    famlias rurais em situao de extrema pobreza tm grande parte de seus terri-

    trios inscritos nas florestas pblicas comunitrias e familiares federais desti-

    nadas a povos e comunidades tradicionais, agricultores familiares e assentados

    da reforma agrria.

    De acordo com a legislao brasileira, a gesto de florestas pblicas para pro-

    duo sustentvel, visando conservao e gerao de renda, deve-se dar, den-

    tre outras formas, por meio sua destinao s comunidades locais, entendidas

    estas como os povos e comunidades tradicionais, agricultores familiares e as-

    sentados da reforma agrria.5

    Nesse sentido, o Governo Federal tem realizado um grande esforo em destinar

    reas de florestas pblicas a estas famlias por meio da criao de Unidades de Con-

    servao de Uso Sustentvel, de Projetos de Assentamentos Ambientalmente Dife-

    renciados, de Terras Indgenas, da titulao em favor das comunidades remanes-

    5 De acordo com

    os termos do art. 4

    da Lei n 11.284, de

    02 de maro de 2006

  • 12

    centes de quilombos, do reconhecimento das reas de ribeirinhos agroextrativistas.

    Segundo dados de 2010 do Cadastro Nacional de Florestas Pblicas (CNFP/

    SFB/MMA), tais reas de florestas pblicas comunitrias representam 62% das

    florestas pblicas brasileiras cadastradas, equivalendo a 128.204,200 milhes de

    ha, distribudas da seguinte forma: 76% por Terras Indgenas, 17% por Unida-

    des de Conservao de Uso Sustentvel e 7% pelos projetos de assentamento

    ambientalmente diferenciados. Tais reas somam 213 mil famlias e aproxima-

    damente 1,5 milhes de indivduos. Essas famlias rurais so, portanto, grandes

    responsveis pela conservao dos ecossistemas associados a suas reas, sendo

    atores decisivos para a conservao ambiental no pas.

    Importantes polticas foram institudas visando criao e implementao

    dessas unidades de florestas comunitrias, bem como o fomento ao uso susten-

    tvel dos recursos naturais por essas famlias. Dentre estas esto: a Poltica Na-

    cional de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais

    (PNPCT)6, a Poltica Nacional de Reforma Agrria (PNRA)7, o Plano Nacional de

    Promoo das Cadeias dos Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB)8, e o Pro-

    grama Federal de Manejo Florestal Comunitrio e Familiar (PMCF)9.

    Entretanto, durante a criao do Plano Brasil Sem Misria foi verificado que

    tais polticas no abrangem a totalidade dos estmulos financeiros necessrios a

    garantir a conservao ambiental, ainda mais quando se fala da populao em

    situao de extrema pobreza.

    Por tal razo, no mbito no Programa Brasil Sem Misria, foi editada a Medi-

    da Provisria n 535, de 02 de junho de 2011, instituindo o Programa de Apoio

    Conservao Ambiental, no qual a Unio fica autorizada a transferir recursos

    financeiros a indivduos e famlias em situao de extrema pobreza que desen-

    volvam atividades de conservao de recursos naturais no meio rural.

    Da meDiDa PRoVisRia aPRoVao Da lei

    Em 2 de junho de 2011, foram institudos o Decreto do Plano Brasil Sem Misria

    (anexo 3 pg. 54) e a Medida Provisria do Programa de Apoio Conservao Am-

    biental, regulamentada pelo decreto de 28 de setembro de 2011 (anexo 4 pg. 57).

    Seguindo os trmites regulares de anlise da Medida Provisria pelo Congres-

    so Nacional para converso em Lei, foram apresentadas 77 emendas parlamenta-

    6 Instituda pelo

    Decreto n 6.040,

    de 07, de fevereiro

    de 2007

    7 Instituda pela

    Lei n 4.504, de 30

    de novembro de 1964

    8 institudo pela

    Portaria Interministerial

    MMA/MDA/MDS

    n 239, de 21 de julho

    de 2009

    9 institudo pelo

    Decreto n 6.984,

    de 5 de junho de 2009

  • 13

    res. As emendas concentraram-se em dois grandes temas: a) reas objeto da ati-

    vidade de conservao, relativas ao artigo 3 da MP; e b) a extenso do benefcio

    para atividades no s de conservao, mas tambm de recuperao ambiental.

    No que diz respeito ao artigo 3 da MP, foram propostas emendas visando

    ampliao das reas contempladas pelo Programa para alm das Unidades de

    Conservao de Uso Sustentvel e dos Assentamentos da Reforma Agrria, tais

    como: territrios quilombolas, colnias de pescadores, terras indgenas, ribeiri-

    nhos, extrativistas, ou seja, povos e comunidades tradicionais em sua totalidade.

    Em relao s emendas que previam a extenso do benefcio para atividade de

    recuperao ambiental, entendia-se oportuno que o Programa beneficiasse fa-

    mlias na extrema pobreza e que necessitassem recompor seus recursos naturais,

    j que isso traria benefcios diretos famlia e indiretos a toda sociedade em

    funo dos servios ambientais prestados. Entretanto, o desenho do Programa

    teria de responder a algumas peculiaridades, em especial no que diz respeito ao

    monitoramento dessas reas, de modo que optou-se por no ser inserido no

    texto da Lei neste momento, ficando para uma segunda etapa de implementao.

    Ao final, na Lei aprovada em 14 de outubro de 201210 (anexo 1, pg 43), so-

    mente foi incorporada a ampliao das reas contempladas pelo Programa, dei-

    xando o item de recuperao para um segundo momento do Programa.

    A incluso de novos territrios na Lei visa ampliar o beneficio a outras mi-

    lhares de comunidades tradicionais que vivem em situao de extrema pobreza.

    o caso das Terras Indgenas, que representam aproximadamente 76% das re-

    as de florestas pblicas cadastradas11. H cerca de 35.000 famlias indgenas na

    zona rural que so beneficirias do Programa Bolsa Famlia. No caso dos territ-

    rios quilombolas, j regularizados pelo INCRA, tem-se mais 4.500 famlias e de

    ribeirinhos agroextrativistas so 32.500 famlias j cadastradas pela SPU/MP.

    lanamenTo Do PRogRama bolsa VeRDe

    A implementao do Bolsa Verde teve incio na regio Norte do pas, onde foi

    identificada a maior concentrao de reas de conservao ambiental federais, e

    com o maior pblico elegvel. A regio concentra 8,3% da populao total do

    Pas. No entanto, l vivem 16,3% das pessoas em extrema pobreza. Mais de 2,6

    milhes de moradores da regio vivem com menos de R$ 70 per capita mensais,

    10 Lei N. 12.512 que

    institui o Programa de

    Apoio Conservao

    Ambiental

    11 Segundo a Secretaria

    Nacional de Renda de

    Cidadania (SENARC),

    do Ministrio do

    Desenvolvimento Social

    e Combate Fome,

    responsvel pela

    implementao do

    Programa Bolsa Famlia.

  • 14

    e de cada dez pessoas em extrema pobreza, 5,6 vivem em rea rural no Norte, de

    acordo com o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS).

    O primeiro levantamento das famlias, avaliao e cadastramento como bene-

    ficirias foi realizado durante os meses de julho a setembro de 2011, sendo prio-

    rizadas famlias beneficirias do Bolsa Famlia.

    na PriMeira etaPa do bolsa Verde (de junho a dezeMbro de

    2011), ForaM inseridas no ProGraMa Mais de 17 Mil FaMlias eM

    33 unidades de conserVao e 140 Projetos de assentaMen-

    tos aMbientalMente diFerenciados localizados na aMaz-

    nia, abranGendo uMa rea total de aProxiMadaMente 11,3 Mi-

    lhes de hectares.

    No dia 27 de setembro de 2011, ministros, governadores, prefeitos, empres-

    rios e beneficirios dos programas sociais participaram ao lado da presidenta Dil-

    ma Rousseff, em Manaus, do lanamento do Pacto do Brasil Sem Misria para a

    Regio Norte. Trata-se de uma iniciativa que conmtemplar aes para transfe-

    rncia de renda, fortalecimento da agricultura familiar, parcerias com o setor pri-

    vado e estmulo preservao ambiental (Programa Bolsa Verde), as quais visam

    retirar da extrema pobreza 2,65 milhes de brasileiros que vivem na regio.

    Depoimento da presidenta Dilma Roussef:

    Ns temos um desafio imenso que o de acabar com a misria

    em todo o pas e particularmente na regio norte, onde as fa-

    mlias muito pobres representam 17% da populao. Alm do

    Bolsa Famlia, agora as famlias das reas de assentamentos

    florestais e reservas extrativistas vo receber o Bolsa Verde. Na

    regio Norte, muitas famlias tiram seu sustento da coleta de

    frutos, como ao aa, o bacuri, e tambm da pesca artesanal.

    Essas famlias extrativistas vivem numa integrao muito

    grande com a floresta, e so as maiores defensoras da nossa

    Amaznia. O extrativista vai assinar um compromisso de pre-

  • 15

    servao da floresta onde ele vive e trabalha, e receber 300

    reais a cada trs meses, o que d 100 reais por ms. O progra-

    ma faz um casamento da gerao da renda com a preservao

    ambiental. Por que ele vai combinar essas duas coisas para que

    o pas continue crescendo sempre de forma sustentvel.12

    O lanamento do Programa Brasil sem Misria no Norte do Pas no s teve

    repercusso na mdia como tambm campanha publicitria especfica realizada

    pelo Governo Federal. Um filme sobre o Bolsa Verde foi veiculado nos programas

    de TV locais e foi feita campanha tambm nos jornais e impressos locais como

    seguinte anncio.

    12 Entrevista com

    Dilma Roussef para

    o programa CAF

    COM A PRESIDENTA

    em 03.10.11

  • 16

    imPlemenTao no ResTo Do Pas

    Em 2011 o Programa se estruturou e priorizou os estados da regio Norte. A

    partir de 2012, com o programa j implantado e a operacionalizao ajustada, o

    Bolsa Verde foi ampliado para o resto do Brasil. Para tanto, foram identificadas,

    at maio de 2012, cerca de 20,000 mil novas famlias aptas a ingressarem no

    Programa, sendo 6.400 em Unidades de Conservao, 10.000 em assentamen-

    tos e 4.000 em reas de ribeirinhos agroextrativistas. Dessas, aproximadamente

    6 mil famlias j foram includas no Programa (totalizando 23.355 famlias em

    maio de 2012) e at o evento da Rio+20 espera-se chegar a 25 mil famlias.

    Ademais, nesta segunda etapa, esto em desenvolvimento aes visando es-

    truturar o Programa, tais como: o desenvolvimento de banco de dados, um pro-

    grama de capacitao ambiental para os beneficirios, bem como o sistema de

    monitoramento amostral com visitas s comunidades beneficiadas para avaliar

    se esto sendo cumpridos os compromissos do Programa. Houve tambm uma

    maior aproximao junto ao Busca Ativa para incluso e atualizao de fam-

    lias no Cadastro nico de Programas Sociais do Governo Federal (Cadnico).

    Foram realizadas, ainda, capacitaes especficas para os gestores locais do Pro-

    grama para que possam desempenhar bem seu papel em campo.

    Desde o lanamento do Plano Brasil Sem Misria e do Programa Bolsa Verde,

    acontecem encontros regulares com todos os rgos do governo responsveis

    pelo Programa para acompanhar a implementao e monitorar os resultados.

  • 17

    4. Quem so os beneficiriosOs beneficirios do Programa Bolsa Verde so famlias em situao de extrema

    pobreza que desenvolvam atividades de uso sustentvel dos recursos naturais e

    de manuteno da cobertura vegetal nas seguintes reas federais brasileiras:

    a uniDaDes De conseRVao De uso susTenTVel: sob

    gesto do instituto chico Mendes de conservao da biodiver-

    sidade (icMbio), dentre esses reservas extrativistas (resexs),

    Florestas nacionais (Flonas) e reservas de desenvolvimento

    sustentvel (rds).

    B PRojeTos De assenTamenTos ambienTalmenTe Dife-

    RenciaDos, sob gesto do instituto nacional de colonizao e

    reforma agrria (incra): Projetos de assentamento agroextrati-

    vistas (Paes), Projetos de desenvolvimento sustentvel (Pds) e

    Projetos de assentamentos Florestais (PaFs).

    C TeRRiTRios ocuPaDos PoR PoVos e comuniDaDes

    TRaDicionais como ribeirinhos extrativistas, povos indgenas;

    quilombolas; entre outros

    D ouTRas Reas RuRais DefiniDas como PRioRiTRias

    PoR aTo Do PoDeR execuTiVo.

    comunitrios da

    unidade de

    conservao

    (Resex) Vila Tucum,

    no Par, que

    recebe o benefcio

    do bolsa Verde

  • 18

    uniDaDes De conseRVao De uso susTenTVel

    O governo brasileiro protege as reas naturais por meio de Unidades de Conser-

    vao (UCs), sob gesto do Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversida-

    de (ICMBio), uma autarquia vinculada ao Ministrio do Meio Ambiente, criada em

    28 de agosto de 2007. Para atingir esse objetivo de forma efetiva e eficiente, foi ins-

    titudo o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC), com a

    promulgao da Lei n 9.985, de 18 de julho de 200013. A Lei do SNUC representou

    grandes avanos criao e gesto das Unidades de Conservao nas trs esferas

    de governo (Federal, Estadual e Municipal), possibilitando uma viso de conjunto das

    reas naturais a serem preservadas no territrio brasileiro. Alm disso, estabeleceu

    mecanismos que regulamentam a participao da sociedade na gesto das UCs, de

    forma a potencializar a relao entre o Estado, os cidados e o meio ambiente.

    As Unidades de Conservao dividem-se em dois grupos:

    uniDaDes De PRoTeo inTegRal: reas de cobertura vegetal

    onde as regras e normas so mais restritivas. nesse grupo permiti-

    do apenas o uso indireto dos recursos naturais; ou seja, aquele que

    no envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais. exem-

    plos de atividades de uso indireto dos recursos naturais so: recrea-

    o em contato com a natureza, turismo ecolgico, pesquisa cient-

    fica, educao e interpretao ambiental, entre outras. as categorias

    de proteo integral so: estao ecolgica, reserva biolgica, par-

    que nacional, monumento natural e refgio de vida silvestre.

    uniDaDes De uso susTenTVel: nestas reas o objetivo con-

    ciliar a conservao da natureza com o uso sustentvel dos recursos

    naturais. nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos

    recursos naturais so permitidas, mas desde que praticadas de uma

    forma que a perenidade dos recursos ambientais renovveis e dos

    processos ecolgicos esteja assegurada. as categorias de uso sus-

    tentvel so: rea de relevante interesse ecolgico, floresta nacio-

    nal, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentvel, re-

    serva extrativista, rea de proteo ambiental (aPa) e reserva

    particular do patrimnio natural (rPPn).

    13 Lei do SNUC:

    http://www.planalto.gov.br/

    ccivil_03/Leis/L9985.htm

  • 19

    O Programa Bolsa Verde engloba algumas Unidades de Conservao Federais

    dentro da categoria de Uso Sustentvel, onde vivem famlias fazendo o manejo

    dos recursos naturais e h gestores locais que coordenam as unidades, tais como:

    ReseRVa De DesenVolVimenTo susTenTVel (RDs): rea natural

    onde vivem populaes tradicionais que se baseiam em sistemas

    sustentveis de explorao de recursos naturais. Permite visitao

    pblica e pesquisa cientfica. Pode haver propriedade particular.

    floResTa nacional (flona): rea com cobertura florestal onde

    predominam espcies nativas, visando o uso sustentvel e diversifica-

    do dos recursos florestais e a pesquisa cientfica. admitida a perma-

    nncia de populaes tradicionais que a habitam desde sua criao.

    ReseRVa exTRaTiVisTa (Resex): rea natural utilizada por popu-

    laes extrativistas tradicionais onde exercem suas atividades base-

    adas no extrativismo, na agricultura de subsistncia e na criao de

    animais de pequeno porte, assegurando o uso sustentvel dos re-

    cursos naturais existentes. domnio pblico. Permite visitao pbli-

    ca e pesquisa cientfica.14

    Nestas reas so construdos conjuntamente, entre ICMBio e beneficirios

    da unidade, instrumentos de gesto e regularizao que ordenam o uso e ocupa-

    o do territrio e que levam em considerao a relao das comunidades com os

    recursos naturais. So eles: Plano de Manejo, Plano de Uso, Acordo de Pesca e

    Contrato de Concesso de Direito Real de Uso (CCDRU).

    14 Fonte: Ministrio

    do Meio Ambiente

    unidades de

    conservao resex

    Flona

    rds

    ToTal

    caTegoRia nmeRo De Reas nmeRo De famlias beneficiRias

    37

    6

    1

    44

    9511

    145

    21

    9677

  • 20

    PRojeTos De assenTamenTos ambienTalmenTe DifeRenciaDos

    Tambm podem ser beneficirios do Bolsa Verde famlias que vivem em reas de

    assentamentos ambientalmente diferenciados do Instituto Nacional de Colonizao e

    Reforma Agrria (Incra), autarquia federal criada em 9 de julho de 1970 com a misso

    de realizar a poltica de reforma agrria e o ordenamento fundirio nacional. Entre eles:

    Reas beneficiRias em uniDaDes De conseRVao

    De uso susTenTVel (2011 maio 2012)

  • 21

    PRojeTos De assenTamenTo floResTal (Paf) modalidade

    de assentamento voltada para o manejo florestal de rendimento

    sustentvel dos recursos florestais, em reas com aptido para a

    produo florestal, familiar comunitria e sustentvel, especialmen-

    te aplicvel regio norte. (Portaria incra n 1141/03)

    PRojeTos De assenTamenTo agRo-exTRaTiVisTa (Pae): mo-

    dalidade de assentamento destinada a populaes tradicionais para

    explorao de riquezas extrativistas por meio de atividades econo-

    micamente viveis, socialmente justas e ecologicamente sustent-

    veis, introduzindo a dimenso ambiental s atividades agro-extrati-

    vista e/ou extrativista. (Portaria incra n 627/87)

    PRojeTos De DesenVolVimenTo susTenTVel (PDs): moda-

    lidade de assentamento de interesse socioeconmico e ambiental

    destinada s populaes que j desenvolvem ou que se disponham

    a desenvolver atividades de baixo impacto ambiental, baseado na

    aptido da rea, sobretudo, na oferta ambiental natural de produ-

    tos madeireiros e no madeireiros, bem como, dos servios sociais

    da floresta, tais como, turismo ecolgico, sequestro e comerciali-

    zao de crditos de carbono, piscicultura, entre outros (Portaria

    incra n 1038/02).15

    Para os assentamentos ambientalmente diferenciados tambm so previstos

    instrumentos de gesto e regularizao como: Planos de Uso, Planos de Desen-

    volvimento dos Assentamentos, Contratos de Concesso de Direito Real de Uso

    e Contrato de Cesso de Uso.

    O Incra uma autarquia ligada ao Ministrio do Desenvolvimento Agrrio, com

    superintendncias nas capitais de todos os estados brasileiros. No pas, 10,8% do

    territrio brasileiro de reforma agrria.

    (Lista completa de beneficirios por estado e unidades de assentamento e Unidades

    de Conservao anexo 5, pg. 65).

    14 Fonte: Instituto

    Nacional de

    Colonizao e

    Reforma Agrria

    (INCRA)

  • 22

    assentamentos Pa

    PaF

    Pds

    Pae

    ToTal

    caTegoRia nmeRo De Reas nmeRo De famlias beneficiRias

    63

    3

    2

    141

    209

    1972

    57

    99

    11550

    13678

    Reas beneficiRias em PRojeTos De assenTamenTos

    ambienTalmenTe DifeRenciaDos PaDs 2011 e 2012 (maio)

  • 23

    TeRRiTRios ocuPaDos PoR PoVos

    e comuniDaDes TRaDicionais

    Dentre os povos e comunidades tradicionais, constam famlias de ribeiri-

    nhos j identificados como aptos e em fase de confirmao para sua incluso

    no Programa. Encontra-se, ainda, em fase de desenvolvimento estratgias es-

    pecificas para a incluso de outras comunidades tradicionais.

    Quanto s comunidades ribeirinhas extrativistas, desde 2009 o Projeto

    Nossa Vrzea do Governo Federal vem fazendo o processo de regularizao

    fundirias de familiares localizados em rios federais na Amaznia, dando reco-

    nhecimento da posse das famlias nessas reas, que so de propriedade da

    unio. H um processo de cadastramento onde as equipes das superintendn-

    cias do Patrimnio da Unio nos Estados vo a campo e fazem o reconheci-

    mento da posse, e a partir dele, acontece a emisso dos Termos de Autorizao

    de Uso Sustentvel (TAUS), em que as famlias se comprometem a realizar o

    uso racional e sustentvel dos recursos naturais disponveis na orla martima

    e fluvial. A partir do TAUS as famlias tm comprovao de endereo, para fins

    de aposentadoria, e principalmente ter acesso a politicas pblicas federais.

    H no banco de dados da SPU aproximadamente 32 mil famlias ribeirinhas

    cadastradas vivendo na Amaznia. Destas, 25,4 mil j assinaram os Termos de

    Autorizao de Uso Sustentvel, TAUS. Um dos critrios do Bolsa Verde que

    haja um plano de atuao sustentvel nas reas no caso dos Riberinhos exa-

    tamente o TAUS. As famlias que foram avaliadas como aptas para receber o Bol-

    sa Verde somam 4.099, a partir das condicionalidades sociais e ambientais.16

    A operao do Bolsa Verde encontra-se em campo desde maio de 2012 para

    incluir as famlias nos Termos de Adeso, sendo sua maioria localizadas no Ar-

    quiplago do Maraj, no Par e outras nos estados do Acre, Amazonas, Amap

    e Maranho. Durante a operao do Bolsa Verde foi identificado que 92% dos

    Riberinhos que estavam no Cadnico, e que recebam o Bolsa Famlia, esto em

    situao de extrema pobreza. Contudo, foi avaliado que parte considervel no

    est no CAdnico. Portanto, o Bolsa Verde contribuiu enormemente para mos-

    trar que havia a necessidade de reforar o Busca Ativa para o cadastro das fam-

    lias Riberinhas em situao de misria que no esto no CAdnico.

    16 Fonte: Secretaria

    Nacional do

    Patrimnio da Unio

  • 24

    A maior concentrao de rios federais e a maior bacia hidrogrfica do planeta

    esto localizados na Amaznia Legal onde se localizam um publico considervel

    de Ribeirinhos, e onde foi iniciado a operao do Bolsa Verde. H previso de

    expanso do Programa para as comunidades ribeirinhas no restante do Brasil.

    !

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    FrenchGuiana

    Guyana

    Suriname

    Venezuela

    Bolivia

    Peru

    Colombia

    Belem

    Manaus

    Sao Luis

    Teresina

    Cuzco

    RioBranco

    Iquitos

    Santarem

    PortoVelho

    Villavicencio

    Macapa

    Ayacucho

    Trinidad

    CayenneBogota

    A M A P

    P A R

    B A H I A

    M A R A N H O

    G O I S

    R O N D N I A

    M A T O G R O S S O

    A C R E

    T O C A N T I N S

    P I A U

    A M A Z O N A S

    R O R A I M A

    BR343

    BR421

    BR158

    BR230

    BR414

    BR210

    BR242

    BR135

    BR364

    BR122

    BR020

    BR030

    BR153

    BR222

    BR122

    BR226

    BR010

    BR251

    BR135

    BR163

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    BR343

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    BR316

    BR242

    BR308

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    BR401

    BR122

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    BR429

    BR307

    BR330

    BR174

    BR308

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    BR230

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    BR156

    BR316

    BR135

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    BR343

    BR235

    BR210

    BR135

    BR364

    BR432

    BR135

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    BR316

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    BR010

    BR163

    BR317

    BR010

    BR242

    BR230

    BR330

    BR242

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    BR401

    BR388 BR

    030

    BR343

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    BR156

    BR174

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    BR324

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    BR122

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    BR319

    BR174

    BR163

    BR163

    BR174

    BR242

    BR417

    BR319

    BR030

    BR324

    BR431

    BR319

    BR163

    BR210

    BR174

    Rio Poti

    Rio Manuel

    Alves Grande

    R io Maranho

    Rio Iriri

    Rio Jaua

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    Rio Verde Pequeno

    Ri o Jacara

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    Rio Andir

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    anci

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    Ri beir o Santan a

    Ro Maraon

    R io Itu

    xi

    Rio Amazonas

    Ri o Ba racux i

    R io O

    iap

    oque

    Rio

    Santana

    Rio Culuene

    Rio Tapaj

    s

    Rio M

    oaco

    R io S

    anta

    Rosa

    Rio

    C

    uiab

    Brazo Casiq u iar

    eR

    io Java

    s

    R o Breu

    Ro Paca

    Rio

    B ra

    o N

    ort

    e

    Ro

    Jaqui

    arana

    Rio Acre

    R io Macap

    Rio Ju ru

    Rio P uru

    Rio Gr

    egr

    io

    Rio T

    ar

    aua

    c

    Rio Palma

    Rio Verde Grande

    Igarap Cunha

    R io Pauin i

    Rio Endima ri

    Rio Itag

    uari

    Rio Iqu

    iri

    R io Uatum

    Ro Put uma

    yo

    R

    io Am

    nia

    Rio Abun

    Rio C

    arar ou Ci da de Vel ha

    Rio C

    ristalin

    o

    Rio

    Ia

    Rio Jari

    Rio Xip

    aman

    Ro Va uaps

    Rio Japur

    Ri o M

    am

    or

    PORTOVELHO

    BRASILIA

    BUJARI

    EPITACIOLNDIA

    FEIJ MANOELURBANO

    RIOBRANCO

    SANTA ROSADO PURUS

    SENAMADUREIRA

    TARAUAC

    XAPURI

    PORTOACRE

    ANAM

    ANORI

    BOCADO ACRE

    CAAPIRANGA

    CAREIRO

    CAREIRODA VRZEA

    EIRUNEP

    IRANDUBA

    ITACOATIARA

    JAPUR

    MANACAPURU

    MANAQUIRI

    MANAUS

    MANICOR

    NHAMUND

    PARINTINS

    SANTOANTNIO

    DO I

    SILVES

    URUCAR

    URUCURITUBA

    ABAETETUBA

    ACAR

    AFU

    ALMEIRIM

    ANAJS

    ANAPU

    BAGRE

    BARCARENA

    BELMBENEVIDES

    BOMJESUS DO

    TOCANTINS

    BREVES

    CACHOEIRADO ARARI

    CAMET

    CHAVES

    CONCEIODO ARAGUAIA

    CURRALINHO

    FARO

    GOIANSIADO PAR

    GURUP

    IGARAP-MIRI

    INHANGAPI

    IPIXUNA DOPAR

    JURUTI

    LIMOEIRODO AJURU

    MARAB

    MARITUBA

    MELGAO

    MOJU

    MUAN

    NOVAIPIXUNA

    OEIRASDO PAR

    PACAJ

    PONTA DEPEDRAS

    PORTEL

    PORTODE MOZ

    RONDONDO PAR

    SANTA ISABELDO PAR

    SO FLIXDO XINGU

    SO JOO DOARAGUAIA

    SO SEBASTIODA BOA

    VISTA

    SENADORJOS

    PORFRIO

    TERRASANTA

    VITRIADO XINGU

    MAZAGO

    VITRIADO JARI

    ESPERANTINA

    APICUM-AU

    BACURI

    BACURITUBA

    CAJAPI

    CEDRAL

    CENTRAL DOMARANHO

    CURURUPU

    GUIMARES

    SO JOOBATISTA

    VIANA

    450'0"W500'0"W550'0"W600'0"W650'0"W700'0"W

    50'

    0"N

    00'

    0"5

    0'0"

    S10

    0'0

    "S15

    0'0

    "S

    SISTEMA DE PROJEO GEOGRFICADATUM HORIZONTAL SAD-69

    ELABORAO: MP/SPU/DECAP/CGIPAFONTE: IBGE [2010] ANA [2010] NASA [2009] - SRTMDATA: OUT/2011ESCALA: 1:6.500.000

    R E F E R N C I A SR E F E R N C I A S

    M A P A D E R E F E R N C I A G E R A LM A P A D E R E F E R N C I A G E R A LLEGENDA:

    Relevo Sombreado [SRTM 2009]Altitude

    Menor

    Maior

    Rodovia Federal

    Rios Federais

    Municipios Atingidos

    Estados

    Ribeirinhos CadastradosEstados

    PA - Projeto Nossa Vrzea

    AM - Projeto Nossa Vrzea

    AP - Projeto Nossa Vrzea

    AC - Projeto Nossa Floresta

    MA - Projeto Campos Naturais da Baixada Maranhense

    PB

    PR

    SE

    RJ

    RS

    SC

    SP

    AP

    CE

    DF

    ES

    PA

    PE

    BA

    MA

    MSMG

    GO

    ALRO

    MT

    ACTO

    RNPI

    AM

    RR

    - L O C A L I Z A O D E R I B E I R I N H O S -- L O C A L I Z A O D E R I B E I R I N H O S -A G R O E X T R A T I V I S T A SA G R O E X T R A T I V I S T A S

    CARTOGRAFIA OBTIDA EM FORMATO GEODATABASE ATRAVS DE ACESSO REA DE FTP DOINSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA - IBGE. TAL BASE CARTOGRFICA ORIUNDADE COMPILAO CARTOGRFICA DE CARTAS TOPOGRFICAS DE ESCALA 1:250.000, LEVANTAMENTOSGPS, IMAGENS DE SATLITE E ETC.

    0 125.000 250.000 375.000 500.00062.500

    m

    O c

    e a n o A t l n t i c o

    O ce a

    n o

    At l

    n

    ti

    co

    REGIESNorteNordesteCentro-OesteSudesteSul

    !

    Sao Luis

    M A R A N H O

    BR135

    BR308

    BACURITUBA

    CAJAPI

    CENTRAL DOMARANHO

    GUIMARES

    SO JOOBATISTA

    VIANA 1:1.000.000

    25.349 Ribeirinhos

    662 Ribeirinhos

    2.369 Ribeirinhos

    65 Ribeirinhos

    860 Ribeirinhos

    Reas beneficiRias em Reas De comuniDaDes RibeiRinhas

  • 25

    5. CondicionalidadesComo requisitos para a participao no Programa Bolsa Verde, a famlia deve-

    r atender, cumulativamente, s seguintes condicionalidades:

    a conDies sociais: encontrar-se em situao de extrema

    pobreza, estar inscrito no cadastro nico dos Programas so-

    ciais do Governo Federal (cadnico);

    B conDies ambienTais: viver em reas rurais prioritrias de-

    finidas pelo Programa que cumpram com a legislao ambiental

    e desenvolvam atividades de conservao e uso sustentvel.

    conDies sociais:

    So definidas como famlias em extrema pobreza pelo Governo Federal aque-

    las que recebem at 70 reais mensais per capita. Para a implementao do Pro-

    grama foi definido como estratgia selecionar as famlias em situao de extre-

    ma pobreza j inscritas no Cadastro nico dos Programas Sociais do Governo

    Federal -, o qual conta com uma infraestrutura e logstica de operao j conso-

    lidada pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) e

    em plena atividade em todos os nveis da Federao.

    Num primeiro momento, o Bolsa Verde priorizou as famlias em extrema

    pobreza que j esto cadastradas no Bolsa Famlia17. O carto de pagamento do

    Bolsa Famlia utilizado tambm para receber o pagamento do Bolsa Verde.

    conDies ambienTais:

    Para entrar no Bolsa Verde a famlia tambm deve estar localizada em uma

    das unidades territoriais prioritrias do programa que apresentem diagnsticos

    ambientais que cumpram com a taxa de percentual de cobertura vegetal estabe-

    lecida pelo Cdigo Florestal. De acordo com o Artigo 12 do novo Cdigo Florestal

    Lei 12.651, de 25 de maio de 201218:

    todo imvel rural deve manter rea com cobertura de vegetao

    nativa, a ttulo de reserva legal, sem prejuzo da aplicao das nor-

    17 Programa de

    transferncia direta de

    renda com

    condicionalidades, que

    beneficia famlias em

    situao de pobreza e de

    extrema pobreza, cujo

    benefcio pode variar

    entre R$ 32 a R$ 306

    18 Lei do novo Cdigo

    Florestal: http://www.

    planalto.gov.br/

    ccivil_03/_Ato2011-

    2014/2012/Lei/L12651.

    htm

  • 26

    mas sobre as reas de Preservao Permanente, observados os se-

    guintes percentuais mnimos em relao rea do imvel:

    i - localizado na amaznia legal:

    a) 80% (oitenta por cento), no imvel situado em rea de florestas;

    b) 35% (trinta e cinco por cento), no imvel situado em rea de

    cerrado;

    c) 20% (vinte por cento), no imvel situado em rea de campos

    gerais;

    ii - localizado nas demais regies do Pas: 20% (vinte por cento).

    Os rgos responsveis pela verificao das reas so o IBAMA e o SIPAM,

    conforme detalhado mais adiante. Ademais, as atividades de conservao am-

    biental desenvolvidas pelas famlias devero obedecer ao disposto nos instru-

    mentos de gesto ou regularizao de cada rea. Esses documentos estabelecem

    e descrevem as regras de uso dos recursos naturais, de convivncia dos benefici-

    rios e de ocupao da unidade.

  • 27

    6. Gesto do Bolsa VerdeO Programa de Apoio a Conservao Ambiental conta com um Comit Gestor

    composto pelo Ministrio do Meio Ambiente (MMA), Casa Civil da Presidncia da

    Repblica (CC/PR), Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

    (MDS), Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), o Ministrio do Planeja-

    mento, Oramento e Gesto (MPOG) e o Ministrio da Fazenda (MF). Sua coorde-

    nao realizada pelo MMA, sendo o Programa executado pela Secretaria de Extra-

    tivismo e Desenvolvimento Rural Sustentvel/Departamento de Extrativismo.

    O Comit Gestor responsvel por aprovar o planejamento do Programa, indicar

    reas prioritrias para implementao do Bolsa Verde, articular as aes dos rgos do

    Governo Federal envolvidos, aprovar seu regimento interno e indicar critrios e proce-

    dimentos para: a) seleo e incluso das famlias beneficirias de acordo com as carac-

    tersticas populacionais e regionais e conforme disponibilidade oramentria e finan-

    ceira; b) monitoramento e avaliao do Programa; c) e renovao da adeso das famlias.

    J os gestores locais do Programa gestores das unidades de conservao,

    superintendncias regionais do Incra e superintendncias de patrimnio da

    Unio nos Estados, so responsveis por coletar a assinatura dos termos de ade-

    so ao Programa das famlias previamente identificadas e que atendam s condi-

    cionalidades socioambientais. Alm disso, integram a fora-tarefa de identifica-

    o das famlias na condio de extrema pobreza e que ainda no esto includas

    no Cadastro nico de Programas Sociais do Governo Federal (Cadnico), fazendo

    parte da Busca Ativa, e prestam apoio local para a implementao do Programa,

    como, por exemplo, em aes de monitoramento ambiental.

    Coordenao: Ministrio do Meio Ambiente (MMA) Participao: Casa Civil da Presidncia da Repblica (CC/PR), Ministrio

    do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), Ministrio do

    Desenvolvimento Agrrio (MDA),Ministrio do Planejamento, Oramento

    e Gesto (MP) e o Ministrio da Fazenda (MF)

    Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio) Instituto Nacional de Reforma Agrria (INCRA) Secretaria do Patrimnio da Unio (SPU/MP)

    Comit Gestor do Programa

    Gesto das reas objeto do Programa

    Monitoramento do Programa

    Gesto financeira

    Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteo da Amaznia (Censipam)

    Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama)

    Caixa Econmica Federal

  • 28

    Passo-a-Passo Da gesTo

    1

    base De PoTenciais

    famlias

    8 o benefcio

    2

    checagem no

    caDnico

    5

    TRabalho De camPo

    7

    PagamenTo Do benefcio

    6

    oRienTao Dos

    beneficiRios

    3

    DiagnsTico ambienTal

    4

    TeRmos De aDeso

    1Para compor a

    base de

    benefi cirios, o

    MMA solicita ao

    ICMBio, INCRA e

    SPU os registros

    das famlias que

    vivem nas reas

    prioritrias e que

    realizam

    atividades de

    conservao e

    uso sustentvel.

    2O MMA recebe os

    registros destas

    famlias e envia para o

    MDS, que levanta sua

    situao no Cadnico:

    um cadastro

    informatizado com

    informaes

    detalhadas da

    situao de famlias

    carentes para o

    recebimento de

    benefcios sociais. O

    MDS checa se as

    famlias selecionadas

    esto no Cadnico,

    sua situao de renda

    e se recebem o

    benefcio Bolsa

    Famlia.

    3O Ibama e o Censipam

    realizam a verifi cao

    da cobertura vegetal

    de acordo com a

    legislao federal

    4Com o resultado das

    condicionalidades

    ambientais e sociais, o MMA

    fecha a lista fi nal,

    e elabora o documento

    de Termo de Adeso com o

    nome do responsvel

    familiar (o mesmo do Bolsa

    Famlia)e a unidade onde

    ele est inserido, para ser

    impresso na grfi ca.

    5Os Termos de Adeso

    so distribudos para

    os rgos Gestores

    locais do Programa

    (ICMBio; INCRA e

    SPU), responsveis

    pela ida a campo,

    orientao dos

    benefi cirios e coleta

    das assinaturas.

    6O MDS articula com os

    gestores municipais do

    CAdnico e do Bolsa

    Famlia para ir junto

    a campo realizar

    atualizao e

    cadastros das famlias

    que no esto no

    Cadnico (Busca

    Ativa), e incluir no

    Bolsa Famlia para

    posterior ingresso no

    Bolsa Verde. Os

    agentes locais enviam

    os Termos de Adeso

    assinados para os

    rgos Gestores, que

    repassam para o MMA.

    7A partir dos

    Termos de Adeso

    assinados, o MMA

    prepara um arquivo

    de indicao de

    benefi cirios e envia

    para a Caixa

    Econmica Federal,

    responsvel pela

    gesto operacional

    do CADnico, para

    realizar a incluso

    desses benefi cirios

    na folha de

    pagamento do

    Bolsa Verde.

    8Aps processamento

    de folha de pagamento

    pela Caixa, o recurso

    passa a ser

    disponibilizado

    s famlias, que podem

    sacar o benefcio

    trimestral de 300 reais

    nas agncias da Caixa,

    correspondentes

    lotricos e no lotricos

    e em Terminais de

    Autoatendimento,

    mediante a apresentao

    do carto do Programa

    Bolsa Famlia.

  • 29

    TeRmos De aDeso

    A famlia apta para receber o benefcio deve assinar o Termo de Adeso do Bolsa

    Verde (anexo 2 pg. 52), documento que contm informaes gerais sobre o Programa,

    os objetivos e regras de funcionamento, bem como os compromissos da famlia com

    a conservao ambiental e uso sustentvel dos recursos naturais. O Termo de Adeso

    prev a necessidade de se cumprir o disposto no instrumento de gesto ou regulari-

    zao da unidade onde a famlia est inserida, no caso das Unidades de Conservao

    so os Planos de Utilizao, Planos de Manejo, Contratos de Concesso de Direito

    Real de Uso ou Acordos de Pesca; em projetos de Assentamentos so os Planos de

    Uso, Planos de Desenvolvimento dos Assentamentos, Contratos de Concesso de

    Direito Real de Uso, Contrato de Cesso de Uso); e nas reas de ribeirinhos cadastra-

    dos pela SPU/MP so os Termos de Autorizao de Uso Sustentvel TAUS). Esses

    so documentos que reconhecem, estabelecem e descrevem as regras de uso dos re-

    cursos naturais, de convivncia dos beneficirios e de ocupao da unidade.

    O Termo de Adeso impresso com o nome do responsvel familiar previamen-

    te cadastrado no Bolsa Famlia, j que usado o mesmo carto para receber o paga-

    mento do Bolsa Verde. O Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome

    prioriza o cadastro das mulheres como responsvel familiar (o indivduo da famlia

    que vai receber o dinheiro) por ser socialmente tida como a responsvel pelos gastos

    do lar e pelos cuidados com os filhos. No Bolsa Famlia, cerca de 98% dos respons-

    veis familiares que recebem o dinheiro do benefcio social so mulheres.

    Os Termos de Adeso so distribudos para os rgos Gestores locais do

    Programa (ICMBio; INCRA e SPU), responsveis pela ida a campo, orientao

    dos beneficirios e coleta das assinaturas.

    comunitrios

    assinam os Termos

    de adeso para

    o Programa

    bolsa Verde

  • 30

    agenTe financeiRo e PagamenTos

    A Caixa Econmica Federal o agente operador do Programa, a mesma insti-

    tuio que j opera o Programa Bolsa Famlia e gere o Cadastro nico de Progra-

    mas Sociais do Governo Federal o Cadnico. O carto utilizado para saque do

    recurso o mesmo do Bolsa Famlia, sendo apenas aplicado um adesivo com a

    logomarca do Bolsa Verde a este.

    O Programa Bolsa Verde efetua repasses trimestrais no valor de R$ 300,00

    (trezentos reais) por meio do carto do Bolsa Famlia, por um prazo de at dois

    anos, podendo ser renovado por mais dois. O pagamento do benefcio segue o

    calendrio de pagamentos do Programa Bolsa Famlia e os beneficirios do Bolsa

    Verde que tambm so inscritos no Bolsa Famlia recebero os benefcios de

    forma conjunta.

    sobRe os PagamenTos:

    1 o pagamento ocorre sempre nos ltimos 10 dias teis do ms,

    conforme cronograma do bolsa Famlia, escalonado de acordo

    com o final do nis (nmero de identificao social);

    2 o saque do recurso pode ser realizado nas agncias da caixa,

    correspondentes lotricos e no lotricos e em terminais de au-

    toatendimento, mediante a apresentao do carto do Progra-

    ma bolsa Famlia;

    3 o pagamento ocorre de forma integral, no sendo permitidos

    saques parciais e nem compras com a utilizao do carto;

    4 aqueles que eventualmente sarem do Programa bolsa Famlia

    posteriormente ao ingresso no bolsa Verde recebero carto es-

    pecfico para o bolsa Verde;

    5 o recurso disponibilizado trimestralmente (p.ex., as famlias

    recebem em outubro/11 e em janeiro/12, e assim por diante) e

    tem validade de 150 dias, sendo aps esse perodo, caso no

    sacado pela famlia, devolvido ao MMa.

    6 o beneficirio do bolsa Verde tem seu recurso disponibilizado

    por meio de plataforma social, ou seja, no por meio de conta

    bancria, sendo liberado somente por saque.

  • 31

    A famlia excluda do Programa quando deixa de cumprir os requisitos para

    participar do Bolsa Verde (estar em situao de extrema pobreza e inscrita no

    Cadnico); descumprir atividades de conservao ambiental previstas no ter-

    mos de adeso; e vier a ser habilitada para outro Programa Federal de incentivo

    preservao ambiental.

    Os recursos destinados ao programa Bolsa Verde saem do Oramento anual

    do Ministrio do Meio Ambiente (MMA). desde o incio do ProGraMa,

    eM junho de 2011, at Maio de 2012, 23.355 FaMlias esto inscri-

    tas Para receber o beneFcio e j ForaM PaGos Mais de r$12,4

    Milhes do oraMento aos beneFicirios. a PreViso que o

    ProGraMa atenda, at 2014, uM 73 Mil FaMlias, coM recursos

    totais estiMados eM r$ 240 Milhes.

    Pagamento de Beneficirios Pagamento de Servios da Caixa

    out/2011

    noV/2011

    dez/2011

    jan/2012

    FeV/2012

    Mar/2012

    abril/2012

    Maio/2012

    noV/2011

    dez/2011

    jan/2012

    FeV/2012

    Mar/2012

    1.073.100,00

    1.184.700,00

    498.600,00

    3.109.800,00

    1.381.500,00

    566.400,00

    3.183.600,00

    1.413.300,00

    3.178,53

    3.573,35

    2.191,25

    4.968,59

    2.630,63

    ToTal

    ToTal

    ToTal

    ms Do PagamenTo

    ms Do PagamenTo

    ValoR (R$)

    ValoR (R$)

    12.411.000,00

    16.542,35

    12.427.542,35

  • 32

    7. Monitoramento ambientalO programa est desenvolvendo estratgias especficas para monitorar as

    aes das comunidades beneficiadas e avaliar se esto cumprindo com o acordo

    de conservao ambiental das reas em que vivem:

    a moniToRamenTo Da cobeRTuRa VegeTal Das uniDaDes

    onDe esTo localizaDas as famlias beneficiRias Do

    PRogRama, realizado conjuntamente entre o ibaMa e o censi-

    pam, por meio do: 1) rastreamento via satlite trimestral e anual;

    2) alertas regulares de desmatamento nessas unidades via rada-

    res de focos de calor, 3) diagnstico ambiental com o objetivo de

    identificar reas que esto dentro das exigncias ambientais.

    B moniToRamenTo amosTRal in loco realizado por meio de

    visitas peridicas s famlias beneficiadas. a metodologia en-

    contra-se em elaborao, a fim de que se possa avaliar o de-

    sempenho da poltica pblica nessas reas.

    A primeira fase do Bolsa Verde (2011) foi executada somente em reas prioritrias

    dentro da Amaznia Legal, o que corresponde a nove estados brasileiros pertencen-

    tes Bacia Amaznica. A Amaznia Legal corresponde totalidade dos estados do

    Acre, Amap, Amazonas, Mato Grosso, Par, Rondnia, Roraima e Tocantins e parte

    do estado do Maranho, cobrindo uma rea de cerca de 61% do territrio nacional.

    J na segunda etapa (2012) ampliou-se o Bolsa Verde para o restante do pas.

    a reGio norte concentra 64% das reas abranGidas Pelo

    ProGraMa, a reGio nordeste 26%; a reGio sudoeste 6%, e a

    centro-oeste 4%.

    moniToRamenTo Da cobeRTuRa VegeTal

    na amaznia legal

    O monitoramento de desmatamento das reas de atuao do Bolsa Verde loca-

    lizadas na Amaznia Legal realizado por meio do Sistema de Proteo da Ama-

    znia (SiPAM), sendo validado pelo Ibama. So utilizadas as imagens de satlite

  • 33

    disponibilizadas gratuitamente no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espa-

    ciais (INPE) para a metodologia prpria de verificao das zonas de desmatamento.

    sobRe o censiPam

    o centro Gestor e operacional do sistema de Proteo da amaz-

    nia (censipam) o rgo do governo vinculado ao Ministrio da

    defesa, criado pelo decreto n 4.200/2002, para gerir o sistema de

    Proteo da amaznia (siPaM). o siPaM utilizado para monitorar

    a regio da amaznia com foco na defesa e vigilncia do territrio.

    a partir de 2002 ampliou-se a atuao do rgo antes focado em

    monitorar o territrio para garantir sua soberania, para contribuir

    com polticas pblicas ligadas s questes sociais e ambientais da

    regio. desde 2005, tem utilizado as imagens de satlite do inPe

    para monitorar o desmatamento em reas de proteo ambiental na

    amaznia legal. nesta poca, foi criado o Programa de Monitora-

    mento de reas especiais (Proae) a partir de uma demanda do Mi-

    nistrio do Meio ambiente (MMa) e da Funai com o objetivo de

    identificar em unidades de conservao e reservas indgenas reas

    antropizadas - cujas caractersticas originais, tais como solo, vege-

    tao, relevo e regime hdrico, foram alteradas por consequncia de

    atividade humana. alm das reas desmatadas, no Proae so iden-

    tificados os carreadores, trilhas abertas na floresta para facilitar o

    acesso e o escoamento dos produtos madeireiros extrados. quan-

    do foi criado o bolsa Verde, em 2011, portanto, o sipam j era utili-

    zado para o monitoramento de grande parte das reas prioritrias

    do Programa na amaznia legal. a partir do compromisso com o

    bolsa Verde, passou a ampliar as reas e atuao para todas as re-

    gies do Programa na amaznia. o censipam responsvel por

    produzir relatrios trimestrais e anuais de monitoramento da cober-

    tura vegetal na amaznia legal.

  • 34

    exemPlo De DiagnsTicos ambienTal

  • 35

    moniToRamenTo Da cobeRTuRa VegeTal no ResTo Do Pas

    Cabe ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-

    vveis (Ibama) o monitoramento ambiental de todas as reas fora da Amaznia

    Legal para o Programa Bolsa Verde, bem como a ratificao por meio de Laudo

    Tcnico dos relatrios produzidos a partir do SiPAM na rea da Amaznia Legal.

    sobRe o ibama

    o ibama um autarquia federal, criada em 22 de fevereiro de 1989,

    e entre suas atribuies est a de propor e editar normas e padres

    de qualidade ambiental; a gerao e disseminao de informaes

    relativas ao meio ambiente; a fiscalizao e monitoramento ambien-

    tal, principalmente no que diz respeito preveno e controle de

    desmatamentos, queimadas e incndios florestais, dentre outros.19

    o inPe produz desde 1988 relatrios anuais sobre o desfloresta-

    mento no brasil a partir de informaes fornecidas por satlite e, a

    partir de 2002, passou a disponibilizar gratuitamente imagens, ma-

    pas de desmatamento e estatsticas, que abastecem as aes do

    ibama quanto ao monitoramento ambiental. em 2010, o ibama lan-

    ou o programa de Monitoramento dos biomas brasileiros (Mbbs),

    com a finalidade de identificar o uso e ocupao do solo por sat-

    lite, o quanto se tem de cobertura natural vegetal e o quanto foi

    convertido em pasto. os dados base utilizados pelo Programa bolsa

    Verde o Marco zero foram usados a partir do mapeamento feito

    pelo Mbbs. Foram identificadas nesses mapas as reas prioritrias

    que esto cumprindo em manter a cobertura vegetal prevista por lei

    para receber o benefcio. depois de um ano, novas imagens sero

    usadas para comparao e avaliao de desmatamento

    19 Fonte: Ibama

    http://www.ibama.gov.br

  • 36

    moniToRamenTo amosTRal

    O monitoramento amostral ser realizado a partir de visitas peridicas s

    famlias, visando no s avaliar o resultado do programa como tambm a ade-

    quao e o respeito s regras da poltica pblica. O monitoramento amostral

    tambm importante para a checagem dos casos em que verificado desmata-

    mento nas imagens de satlite. Antes de realizar a suspenso do pagamento do

    Bolsa Verde para as famlias beneficiadas que vivem na rea, agentes locais deve-

    ro verificar o agente causador e os motivos do desmatamento. A metodologia

    se encontra em construo.

    banco De DaDos

    O Censipam o responsvel por desenvolver, aperfeioar e manter o banco de

    dados para integrao de informaes espaciais e cadastrais das famlias benefi-

    ciadas pelo Programa Bolsa Verde seguindo a poltica de transparncia. O cadas-

    tro ambiental contm todas as informaes georreferenciadas, ou seja de acordo

    com a referncia geogrfica dos participantes. Pretende-se concluir o desenvol-

    vimeto do banco de dados (Sisverde) at o final de 2012, o qual recepcionar os

    seguintes dados:

    a) cadastrais: de pessoa, de unidade e de parcela (georreferenciados );

    b) de monitoramento: de unidade e de parcela (georreferenciados);

    c) de pagamento de famlias;

    O Censipam, portanto, ir validar, armazenar e disponibilizar os dados (rela-

    trios, mapas, folha de pagamento) no website.

    (Lista das rea em hectares das unidades de Conservao e assentamentos contempladas

    com o Bolsa Verde e respectivas porcentagens de cobertura vegetal anexo 6, pg. 74).

  • 37

    8. Capacitao ambiental dos beneficiriosSeguindo o objetivo do Programa Bolsa Verde de incentivar a participao de

    seus beneficirios em aes de capacitao ambiental, social, educacional, tcni-

    ca e profissional, encontra-se em elaborao a metodologia de capacitao am-

    biental para as famlias beneficiadas.

    O desenvolvimento desta metodologia est a cargo do Instituto Internacional

    de Educao do Brasil (IIEB), organizao civil sem fins lucrativos voltada para a

    capacitao e formao na rea da conservao ambiental com ampla experincia

    em trabalhos com povos e comunidades tradicionais. O trabalho conta com fi-

    nanciamento da Embaixada Britnica.

  • 38

    9. Balano do Programa a instituio do ProGraMa bolsa Verde uM Marco diFeren-

    cial a FaVor dos PoVos e coMunidades tradicionais e aGricul-

    tores FaMiliares, rePresentando uM Passo iMPortante na di-

    reo de reconhecer e coMPensar esses GruPos Pelos serVios

    de conserVao aMbiental que PrestaM a sociedade.

    Alm disso, o desenho do Programa gera interao entre os diferente rgos go-

    vernamentais, responsveis por outras polticas tambm destinadas s regies con-

    templadas pelo Bolsa Verde. Essa interao acaba por qualificar indiretamente a ao

    governamental, permitindo o desenvolvimento de estratgias diferenciadas, dadas

    as dificuldades especficas relacionadas s condies geogrficas da regio, que re-

    sultem na ampliao do acesso dessas famlias a importantes polticas pblicas.

    Na primeira etapa do Bolsa Verde (de junho a dezembro de 2011), foram inse-

    ridas ao Programa mais de 17 mil famlias em 33 Unidades de Conservao e 140

    Projetos Ambientalmente Diferenciados localizados na Amaznia, abrangendo

    uma rea total de 11,3 milhes de hectares.

    Para a etapa 2012, o pblico foi ampliado para todo o Brasil, envolvendo, alm

    das reas anteriormente listadas, tambm projetos de assentamento convencio-

    nais e reas de ribeirinhos agroextrativistas, tendo sido j identificadas cerca de

    20 mil famlias potencialmente beneficirias, alcanando aproximadamente 25

    mil famlias at o evento da Rio+20.

    ToTal

    Nmero de famlias beneficirias

    assentaMentos

    unidades de conserVao

    ToTal

    eTaPa 2011 eTaPa 2012*

    10610

    6657

    17267

    3068

    3020

    6088

    13678

    9677

    23355

  • 39

    eVoluo Do nmeRo De famlias beneficiRias em 2011/2012

    5.000

    10.000

    15.000

    20.000

    25.000

    ouT/2011 noV/2011 Dez/2011 jan/2012 feV/2012 maR/2012 abR/2012 mai/2012

    13.678

    9.677

    10.520

    6.639

    10.305

    6.562

    10.299

    6.334

    9.865

    6.112

    4.727

    4.461

    3.565

    3.961

    -

    3.577

    famlias beneficiRias PaDs

    famlias beneficiRias ucs

    15.977

    9.180

    7.526

    3.577

    16.630 16.860 17.159

    23.355

  • 40

    bolsa VeRDe nmeRo De famlias beneficiRias PoR esTaDo

    Pa 17.444

    aM 899

    Pb 113

    rj 25

    ro 70

    aP 559se 73

    to 479 ba 452sP 4

    MG 622

    Ma/Pi 810

    Ma 317

    al 224 Go 112

    es 52

    1015

    224

    899

    559

    452

    52

    ac

    al

    aM

    aP

    ba

    es

    Go

    Ma

    Ma/Pi

    MG

    Pa

    Pb

    112

    317

    810

    622

    17.444

    202

    rj

    ro

    se

    sP

    to

    24

    67

    73

    4

    479

    Nmero de famlias benefi ciriasuf uf ufquanTiDaDe quanTiDaDe quanTiDaDe

  • 41

    O Bolsa Verde tem potencial para ser um relevante programa de retribuio

    por servios de conservao em mbito federal no pas, com o objetivo de in-

    cluir at 2014 cerca de 73 mil famlias melhorando suas condies sociais ao

    mesmo tempo em que mantm as florestas em p.

    PRogRama bolsa VeRDe

    ToTal De Reas beneficiRias (2011 maio 2012)

  • 42

    Anexos

    Anexo 1 lei que insTiTui o PRogRama De conseRVao ambienTal .............................................. 43

    Anexo 2 TeRmo De aDeso Do PRogRama bolsa VeRDe ............................................... 52

    Anexo 3 DecReTo que insTiTui o Plano bRasil sem misRia ................................................ 54

    Anexo 4 DecReTo que RegulamenTa DisPosiTiVos Da meDiDa PRoVisRia que TRaTa Do PRogRama De aPoio conseRVao ambienTal ......................... 57

    Anexo 5 beneficiRios Do bolsa VeRDe PoR esTaDo e assenTamenTo/uniDaDe De conseRVao .......................................................................... 65

    Anexo 6 Rea e PoRcenTagem De cobeRTuRa VegeTal Das uniDaDes De conseRVao e assenTamenTos conTemPlaDas com o bolsa VeRDe ................................................................... 74

  • 43

    Anexo 1 lei que insTiTui o PRogRama De conseRVao ambienTal PResiDncia Da RePblica

    casa ciVil

    subcheFia Para assuntos jurdicos

    lei n 12.512, De 14 De ouTubRo De 2011.

    conVerso da Medida ProVisria n 535, de 2011

    Institui o Programa de Apoio Conservao Ambiental e o Programa de Fomento s Atividades Produtivas

    Rurais; altera as Leis ns 10.696, de 2 de julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de

    julho de 2006.

    a Presidenta da rePblica Fao saber que o congresso nacional

    decreta e eu sanciono a seguinte lei:

    caPTulo i

    Do PRogRama De aPoio conseRVao ambienTal

    art. 1 Fica institudo o Programa de apoio conservao ambiental, com os seguintes objetivos:

    i - incentivar a conservao dos ecossistemas, entendida como sua manuteno e uso sustentvel;

    ii - promover a cidadania, a melhoria das condies de vida e a elevao da renda da populao em

    situao de extrema pobreza que exera atividades de conservao dos recursos naturais no meio rural

    nas reas definidas no art. 3; e

    iii - incentivar a participao de seus beneficirios em aes de capacitao ambiental, social,

    educacional, tcnica e profissional.

    Pargrafo nico. a execuo do Programa de apoio conservao ambiental ficar sob a responsabilidade

    do Ministrio do Meio ambiente, ao qual caber definir as normas complementares do Programa.

    art. 2 Para cumprir os objetivos do Programa de apoio conservao ambiental, a unio fica

    autorizada a transferir recursos financeiros e a disponibilizar servios de assistncia tcnica a famlias em

    situao de extrema pobreza que desenvolvam atividades de conservao de recursos naturais no meio

    rural, conforme regulamento.

    Pargrafo nico. Fica atribuda caixa econmica Federal a funo de agente operador do Programa

    de apoio conservao ambiental, mediante remunerao e condies a serem pactuadas com o

    Governo Federal.

  • 44

    art. 3 Podero ser beneficirias do Programa de apoio conservao ambiental as famlias em

    situao de extrema pobreza que desenvolvam atividades de conservao nas seguintes reas:

    i - Florestas nacionais, reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentvel federais;

    ii - projetos de assentamento florestal, projetos de desenvolvimento sustentvel ou projetos de

    assentamento agroextrativista institudos pelo instituto nacional de colonizao e reforma agrria - incra;

    iii - territrios ocupados por ribeirinhos, extrativistas, populaes indgenas, quilombolas e outras

    comunidades tradicionais; e

    iV - outras reas rurais definidas como prioritrias por ato do Poder executivo.

    1 o Poder executivo definir os procedimentos para a verificao da existncia de recursos naturais

    nas reas de que tratam os incisos i a iV.

    2 o monitoramento e o controle das atividades de conservao ambiental nas reas elencadas nos

    incisos i a iV ocorrero por meio de auditorias amostrais das informaes referentes ao perodo de

    avaliao, ou outras formas, incluindo parcerias com instituies governamentais estaduais e municipais,

    conforme previsto em regulamento.

    art. 4 Para a participao no Programa de apoio conservao ambiental, a famlia interessada

    dever atender, cumulativamente, s seguintes condies:

    i - encontrar-se em situao de extrema pobreza;

    ii - estar inscrita no cadastro nico para Programas sociais do Governo Federal; e

    iii - desenvolver atividades de conservao nas reas previstas no art. 3.

    art. 5 Para receber os recursos financeiros do Programa de apoio conservao ambiental, a famlia

    beneficiria dever:

    i - estar inscrita em cadastro a ser mantido pelo Ministrio do Meio ambiente, contendo informaes

    sobre as atividades de conservao ambiental; e

    ii - aderir ao Programa de apoio conservao ambiental por meio da assinatura de termo de adeso

    por parte do responsvel pela famlia beneficiria, no qual sero especificadas as atividades de conservao

    a serem desenvolvidas.

    1 o Poder executivo definir critrios de priorizao das famlias a serem beneficiadas, de acordo

    com caractersticas populacionais e regionais e conforme disponibilidade oramentria e financeira.

    2 o recebimento dos recursos do Programa de apoio conservao ambiental tem carter

    temporrio e no gera direito adquirido.

    art. 6 a transferncia de recursos financeiros do Programa de apoio conservao ambiental ser

    realizada por meio de repasses trimestrais no valor de r$ 300,00 (trezentos reais), na forma do regulamento.

    Pargrafo nico. a transferncia dos recursos de que trata o caput ser realizada por um prazo de at

  • 45

    2 (dois) anos, podendo ser prorrogada nos termos do regulamento.

    art. 7 so condies de cessao da transferncia de recursos do Programa de apoio

    conservao ambiental:

    i - no atendimento das condies definidas nos arts. 4 e 5 e nas regras do Programa, conforme

    definidas em regulamento; ou

    ii - habilitao do beneficirio em outros programas ou aes federais de incentivo conservao ambiental.

    art. 8 o Poder executivo instituir o comit Gestor do Programa de apoio conservao ambiental,

    sob a coordenao do Ministrio do Meio ambiente, com as seguintes atribuies, sem prejuzo de outras

    definidas em regulamento:

    i - aprovar o planejamento do Programa, compatibilizando os recursos disponveis com o nmero de

    famlias beneficirias;

    ii - definir a sistemtica de monitoramento e avaliao do Programa; e

    iii - indicar reas prioritrias para a implementao do Programa, observado o disposto no art. 3.

    Pargrafo nico. o Poder executivo definir a composio e a forma de funcionamento do comit

    Gestor, bem como os procedimentos e instrumentos de controle social.

    caPTulo ii

    Do PRogRama De fomenTo s aTiViDaDes PRoDuTiVas RuRais

    art. 9 Fica institudo o Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais, com os seguintes

    objetivos:

    i - estimular a gerao de trabalho e renda com sustentabilidade;

    ii - promover a segurana alimentar e nutricional dos seus beneficirios;

    iii - incentivar a participao de seus beneficirios em aes de capacitao social, educacional, tcnica

    e profissional; e

    iV - incentivar a organizao associativa e cooperativa de seus beneficirios.

    1 o Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais ser executado em conjunto pelos Ministrios

    do desenvolvimento agrrio e do desenvolvimento social e combate Fome, conforme o regulamento.

    2 o Poder executivo dispor sobre a participao de outros Ministrios e outras instituies

    vinculadas na execuo do Programa de que trata o caput deste artigo.

    3 o Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais ser executado por meio da transferncia

    de recursos financeiros no reembolsveis e da disponibilizao de servios de assistncia tcnica.

    art. 10. Podero ser beneficirios do Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais:

    i - os agricultores familiares e os demais beneficirios que se enquadrem nas disposies da lei n

  • 46

    11.326, de 24 de julho de 2006; e

    ii - outros grupos populacionais definidos como prioritrios por ato do Poder executivo.

    art. 11. Para a participao no Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais, a famlia

    interessada dever atender, cumulativamente, s seguintes condies:

    i - encontrar-se em situao de extrema pobreza; e

    ii - estar inscrita no cadastro nico para Programas sociais do Governo Federal - cadnico.

    art. 12. Para o recebimento dos recursos financeiros do Programa de Fomento s atividades Produtivas

    rurais, a famlia beneficiria dever aderir ao Programa por meio da assinatura de termo de adeso pelo seu

    responsvel, contendo o projeto de estruturao da unidade produtiva familiar e as etapas de sua implantao.

    1 no caso de beneficirios cujas atividades produtivas sejam realizadas coletivamente, o projeto

    poder contemplar mais de uma famlia, conforme o regulamento.

    2 o Poder executivo definir critrios de priorizao das famlias a serem beneficiadas, conforme

    aspectos tcnicos e de disponibilidade oramentria e financeira.

    3 o recebimento dos recursos do Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais tem carter

    temporrio e no gera direito adquirido.

    art. 13. Fica a unio autorizada a transferir diretamente ao responsvel pela famlia beneficiria do

    Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais os recursos financeiros no valor de at r$ 2.400,00

    (dois mil e quatrocentos reais) por famlia, na forma do regulamento.

    1 a transferncia dos recursos de que trata o caput dar-se em, no mnimo, 3 (trs) parcelas e no

    perodo mximo de 2 (dois) anos, na forma do regulamento.

    2 na ocorrncia de situaes excepcionais e que impeam ou retardem a execuo do projeto, o

    prazo a que se refere o 1o poder ser prorrogado em at 6 (seis) meses, conforme o regulamento.

    3 a funo de agente operador do Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais ser atribuda

    instituio financeira oficial, mediante remunerao e condies a serem pactuadas com o Governo Federal.

    art. 14. a cessao da transferncia de recursos no mbito do Programa de Fomento s atividades

    Produtivas rurais ocorrer em razo da no observncia das regras do Programa, conforme o regulamento.

    art. 15. o Poder executivo instituir o comit Gestor do Programa de Fomento s atividades Produtivas

    rurais, com as seguintes atribuies, sem prejuzo de outras definidas em regulamento:

    i - aprovar o planejamento do Programa, compatibilizando os recursos disponveis ao nmero de

    famlias beneficirias; e

    ii - definir a sistemtica de monitoramento e avaliao do Programa.

    Pargrafo nico. o Poder executivo definir a composio e a forma de funcionamento do comit

    Gestor, bem como os procedimentos e instrumentos de controle social.

  • 47

    caPTulo iii

    Do PRogRama De aquisio De alimenTos - Paa

    art. 16. Podem fornecer produtos ao Programa de aquisio de alimentos - Paa, de que trata o art. 19

    da lei n 10.696, de 2 de julho de 2003, os agricultores familiares e os demais beneficirios que se

    enquadrem nas disposies da lei n 11.326, de 24 de julho de 2006.

    1 as aquisies dos produtos para o Paa podero ser efetuadas diretamente dos beneficirios de

    que trata o caput ou, indiretamente, por meio de suas cooperativas e demais organizaes formais.

    2 nas aquisies realizadas por meio de cooperativas dos agricultores familiares e dos demais

    beneficirios que se enquadrem nas disposies da lei n 11.326, de 24 de ju