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Erradicar a extrema pobreza e conservar o meio ambienteErradicar a extrema pobreza e conservar o meio ambiente
PROGRAMA DE APOIO CONSERVAO AMBIENTAL
HISTRICO GESTO E MONITORAMENTO BALANO GERAL
-
Raimundo, Leudimar, Jos, Arlete, Marlene, Maria e Edimar:
guardies da fl oresta
o ProGraMa bolsa Verde uMa iniciatiVa
do GoVerno Federal que beneFicia PoVos
e coMunidades tradicionais que se coMProMeteM
a conserVar os recursos naturais.
j so mais De 23 mil famlias beneficiRias
-
Presidncia da rePblica do brasil
Presidente
Dilma Vana Rousseff
Vice Presidente
michel miguel elias TemeR lulia
Ministrio do Meio aMbiente
Ministra
izabella mnica VieiRa TeixeiRa
secretaria executiVa
secretrio
fRancisco gaeTani
secretaria de extratiVisMo e desenVolViMento rural sustentVel
secretrio
Paulo guilheRme fRancisco cabRal
dePartaMento de extratiVisMo
diretora
clauDia caloRio
Gerente
anDRa aRean oncala
redao
maRcia binDo
lay out
camila lisba
reViso
anDRa aRean oncala
clauDia caloRio
cecilia manaVella
-
Sumrio1. Apresentao ...................................................................................................... 4
2. Sumrio executivo ..................................................................................... 6
3. Histrico do Programa Bolsa Verde ............................... 10Do Plano Brasil sem misria ao Programa Bolsa VerDe ............................. 10
Da meDiDa ProVisria aProVao Da lei ................................................ 12
lanamento Do Programa Bolsa VerDe ...................................... 13
imPlementao em toDo o Pas ................................................. 16
4. Quem so os beneficirios ........................................................... 17UniDaDes De ConserVao De Uso sUstentVel ................................................ 18
Projetos De assentamentos amBientalmente DiferenCiaDos .................. 20
territrios oCUPaDos Por PoVos e ComUniDaDes traDiCionais ............. 23
5. Condicionalidades ..................................................................................... 25 ConDies soCiais .............................................................................. 25
ConDies amBientais .................................................................................... 25
6. Gesto do Bolsa Verde ......................................................................... 27Passo-a-Passo Da gesto .............................................................................................. 28
termos De aDeso .............................................................................................................. 29
agente finanCeiro e Pagamentos .............................................................. 29
7. Monitoramento ambiental ............................................................ 32
8. Capacitao ambiental dos beneficirios ............... 37
9. Balano do Programa .............................................................................. 38
10. Anexos .................................................................................................................... 42
-
41. ApresentaoA extenso do conceito de sustentabilidade da dimenso ambiental para os
aspectos econmicos e sociais tem ganhado relevncia e sido abraada com en-
tusiasmo desde a dcada de 80. Na Declarao do Rio, em 1992, foi reforado que
a proteo ambiental deve ser parte integrante do processo de desenvolvimento
das Naes e que a erradicao da pobreza requisito indispensvel para o de-
senvolvimento sustentvel.1
Agora, 20 anos depois, as naes se renem novamente no Rio de Janeiro para
fazer um balano do que foi realizado e, sobretudo, determinar o que pode ser
feito para que haja crescimento inclusivo respeitando os limites ambientais do
planeta. Os dois temas centrais da Rio+20 a economia verde no contexto do
desenvolvimento sustentvel e da erradicao da pobreza; e a estrutura institu-
cional para o desenvolvimento sustentvel foram aprovados de forma consen-
sual entre os 193 pases que integram a ONU.
nesta direo, o GoVerno Federal brasileiro, sob a coor-
denao do Ministrio do Meio aMbiente, aPresenta uM Pro-
GraMa Pioneiro que une a diMenso social e aMbiental ruMo
ao desenVolViMento sustentVel: o bolsa Verde. lanado eM
junho de 2011, o ProGraMa busca contribuir Para erradicar a
Pobreza eM reas rurais ao MesMo teMPo eM que incentiVa a
conserVao dos recursos naturais do Pas.
Esta poltica pblica de vital relevncia: o Brasil possui 54% das florestas
tropicais do mundo e sua variedade de biomas reflete a riqueza da flora e da fau-
na brasileiras, que se traduz em mais de 20% do nmero total de espcies da
Terra elevando o Brasil ao posto de principal nao entre os 17 pases megadi-
versos (ou de maior biodiversidade).2
No entanto, apesar de tamanha riqueza em recursos naturais, boa parcela dos ha-
bitantes que vivem em reas rurais se encontram em pssimas condies de vida:
quase metade das pessoas em situao de extrema pobreza (46,7 %) est no campo. 3
O Bolsa Verde oficialmente chamado Programa de Apoio Conservao
1 Declarao do Rio
sobre Meio Ambiente
e Desenvolvimento
http://www.onu.org.br/
rio20/img/2012/01/
rio92.pdf
2 Fonte: Ministrio
do Meio Ambiente
3 Fonte: Ministrio do
Desenvolvimento Social
e Combate Fome
-
5Ambiental, voltado exatamente para esses grupos sociais em situao de ex-
trema pobreza que vivem em reas socioambientais prioritrias, tais como flo-
restas nacionais, reservas extrativistas federais e reservas de desenvolvimento
sustentvel federal, projetos de assentamentos ambientalmente diferenciados,
entre outros. Grupos esses que dependem das matas para viver, atuando como
verdadeiros guardies da floresta e que muitas vezes se encontram em condies
sociais bastante precrias.
o ProGraMa busca Valorizar estas FaMlias que j Prati-
caM atiVidades de conserVao aMbiental e so resPonsVeis
Pela Manuteno de reas Verdes e de seus serVios aMbien-
tais, dando uMa contribuio Financeira e assiM, tirando-as
da linha da Misria. Deste modo, o Programa mostra que possvel organi-
zar esforos conjuntos em direo incluso social e conservao ambiental,
que correspondam s aspiraes de desenvolvimento do pas.
O Bolsa Verde, para os povos da floresta, para aqueles que
moram em reas de preservao, significa o reconhecimento do
Brasil de que isso algo fundamental, que vai contribuir para
melhorar o nosso modelo de crescimento, e vai beneficiar
aquela senhora que mora ali, na reserva extrativista e que
ter uma renda que vai permitir que ela possa fazer o mane-
jo florestal, obter uma renda dali, e garantir que ela tenha
uma remunerao por preservar a floresta, por garantir rvo-
res em p. Eu tenho clareza de que este Programa um dos
mais efetivos, porque compromete as pessoas e faz esse casa-
mento. Eu acho que foi dito aqui por um dos governadores
que o nico casamento possvel entre a melhoria de renda e
a melhoria do meio ambiente. Pessoas com mais renda, pes-
soas com mais oportunidades sero sempre pessoas mais
comprometidas com o mundo em que vivem, com o seu en-
torno e com a preservao do meio ambiente.
Discurso da Presidenta
da Repblica,
Dilma Rousseff,
durante cerimnia
de lanamento do
Programa Bolsa Verde,
em Manaus, Amazonas
(28/09/2011).
-
62. Sumrio executivoA economia brasileira cresceu nas ltimas dcadas e alavancou avanos im-
portantes em termos de desenvolvimento social e econmico. Ao mesmo tempo,
o pas vem enfrentando desafios ambientais, dada a sua rpida urbanizao, au-
mento populacional e explorao dos recursos naturais, tornando necessrio
assegurar polticas governamentais apropriadas do ponto de vista de eficincia
econmica, integridade ambiental e equidade social.
As principais prioridades para os pases em desenvolvimento ainda so a
erradicao da pobreza, a proviso de educao bsica, garantindo alimentao e
servios essenciais de abastecimento de gua e de esgoto. Ao mesmo tempo, a
maior parte das economias dependente de recursos naturais e frequentemente
vulnervel aos impactos da mudana do clima. Assim, seu desenvolvimento
econmico depender da adaptao em tempo e de gerenciamento dos recursos
naturais, ponto crtico na base dessas economias.
Resta assim o desafio de preservar ecossistemas valiosos e importantes e,
concomitantemente, prover melhores condies de vida para as populaes, que
necessitam de desenvolvimento. Isto , prover um desenvolvimento ambiental-
mente sustentvel com incluso social.
O Programa Bolsa Verde foi desenvolvido justamente para atender a esta ques-
to. Entre seus objetivos esto:
a a promoo da cidadania, da melhoria das condies de vida e
a elevao da renda da populao que vive em reas de relevn-
cia ambiental;
B o incentivo conservao dos ecossistemas atravs do compro-
misso das famlias beneficirias com a manuteno da cobertura
vegetal e do uso sustentvel dos recursos naturais;
C e o estmulo participao de seus beneficirios em aes de
capacitao ambiental, social, educacional, tcnica e profissional.
Como requisitos para ser um beneficirio do Programa Bolsa Verde, a fam-
lia dever encontrar-se em situao de extrema pobreza e estar inscrito no
-
7Cadastro nico dos Programas Sociais do Governo Federal (Cadnico); e viver
em reas rurais prioritrias definidas pelo Programa que tenham cobertura ve-
getal em conformidade com a legislao ambiental ou estejam em processo de
regularizao ambiental.
Entre as reas prioritrias definidas pelo Programa esto:
a unidades de conservao de uso sustentvel nas categorias
reservas extrativistas Federais (resex), e reservas de desenvol-
vimento sustentvel federal (rds) e Forestas nacionais (Flonas)
geridas pelo instituto chico Mendes de conservao da biodi-
versidade (icMbio);
B assentamentos ambientalmente diferenciados da reforma
agrria geridos pelo instituto nacional de colonizao e refor-
ma agrria (incra);
C territrios ocupados por ribeirinhos, extrativistas, populaes in-
dgenas, quilombolas e demais povos e comunidades tradicionais
D alm de outras reas rurais definidas como prioritrias por ato
do Poder executivo.
A gesto do Programa Bolsa Verde acontece por meio do Comit Gestor do
Programa, sob a coordenao do Ministrio do Meio Ambiente (MMA) e parti-
cipao da Casa Civil da Presidncia da Repblica (CC/PR), do Ministrio do
Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), do Ministrio do Desenvol-
vimento Agrrio (MDA), do Ministrio do Planejamento, Oramento e Gesto
(MPOG) e do Ministrio da Fazenda (MF). Isto demonstra o grande arranjo ins-
titucional envolvido, o qual tambm conta com a participao dos rgos fede-
rais responsveis pela gesto das reas objeto do Programa, quais sejam o ICM-
Bio, o INCRA, e a Secretaria do Patrimnio da Unio (SPU/MP).
O Bolsa Verde um programa de transferncia de renda por conservao am-
biental. Seu foco na incluso social est em beneficiar somente famlias em si-
tuao de extrema pobreza que vivem nestas reas de relevncia para a conser-
vao ambiental. Por sua vez, um programa que se aproxima do conceito usual
de pagamento por servios ambientais (PSA) ao reconhecer o valor econmico
-
8da proteo de ecossistemas e dos usos sustentveis promovendo um incentivo
econmico aos provedores destes servios ambientais. Os servios ambientais
podem ser entendidos como todos os benefcios proporcionados pelos ecossis-
temas, que incluem a regulao do clima, o controle contra eroso, o armazena-
mento de carbono, a ciclagem de nutrientes, gua doce em quantidade e quali-
dade, a beleza cnica entre muitos outros. Benefcios que so fundamentais para
a manuteno da vida na Terra.
O Programa nasceu dentro do Plano Brasil Sem Misria, como uma srie de
medidas do Governo Federal para elevar a renda e as condies de vida da popu-
lao, alm de agregar transferncia de renda, acesso a servios pblicos - nas
reas de educao, sade, assistncia social, saneamento e energia eltrica, e
incluso produtiva. Nesse sentido, o Bolsa Verde efetua repasses trimestrais no
valor de R$ 300,00 (trezentos reais) por famlia beneficiria, sendo o agente fi-
nanceiro do Programa a Caixa Econmica Federal CAIXA.
Com o objetivo de avaliar o Programa, so previstas as seguintes estratgias:
a monitoramento da cobertura vegetal por meio do rastreamento
orbital via satlite;
B alertas regulares de desmatamento via satlite e com radares de
focos de calor;
C monitoramento in loco com visitas peridicas a famlias, visando
no s avaliar o impacto ambiental como tambm o desempe-
nho de poltica pblica nas reas.
Os parceiros no monitoramento da cobertura vegetal das reas so o Institu-
to Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama/
MMA) e o Sistema de Proteo da Amaznia (SIPAM/MD).
Na primeira etapa do Bolsa Verde (de junho a dezembro de 2011), foram inse-
ridas no Programa mais de 17 mil famlias em 33 Unidades de Conservao e 140
Projetos de Assentamentos Ambientalmente Diferenciados localizados na Ama-
znia, abrangendo uma rea total de aproximadamente 11,3 milhes de hectares.
(Veja rea e porcentagem de cobertura vegetal por unidade de conservao e assenta-
mentos contemplados pelo Programa no Anexo 6, pg. 80)
-
9ToTal
Para a etapa 2012, o pblico foi ampliado para todo o Brasil, envolvendo, alm
das reas anteriormente listadas, tambm projetos de assentamentos conven-
cionais e reas de ribeirinhos agroextrativistas, tendo sido identificadas cerca de
20 mil famlias potencialmente beneficirias dessas, aproximadamente 6 mil
famlias j foram includas no Programa (totalizando 23.355 famlias em maio de
2012) e at o evento da Rio+20 espera-se chegar a 25 mil famlias.
* dados de maio de 2012.
O Bolsa Verde est em expanso e tem potencial para ser um relevante pro-
grama de retribuio por servios de conservao em mbito federal no pas,
com o objetivo de incluir at 2014 cerca de 73 mil famlias, melhorando suas
condies sociais ao mesmo tempo em que mantm as florestas em p.
Nmero de famlias beneficirias
assentaMentos
unidades de conserVao
ToTal
eTaPa 2011 eTaPa 2012*
10610
6657
17267
3068
3020
6088
13678
9677
23355
Beneficiria da
Unidade de
Conservao
reseX- Vila
tucum, no Par.
-
10
3. Histrico do Programa Bolsa Verde
Do Plano bRasil sem misRia ao PRogRama bolsa VeRDe
Nos ltimos anos, 28 milhes de brasileiros saram da pobreza absoluta e 36
milhes entraram na classe mdia, de acordo com o balano oficial do Governo
Federal de 2010. Contudo, mesmo com o desenvolvimento econmico e social
do pas, 16,2 milhes de pessoas ainda permanecem na pobreza extrema. Segun-
do o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome, h uma pobreza
que mais difcil de ser alcanada pela ao do Estado, perdida em regies rurais
longnquas do imenso territrio ou em zonas segregadas das grandes cidades.
So pessoas que no esto inseridas em programas sociais e muitas vezes no
tm acesso a servios essenciais como gua, luz, educao, sade e moradia.
Com a finalidade de alcanar esses brasileiros em situao de extrema pobre-
za que vivem em diferentes regies do pas, o Governo Federal lanou, em junho
de 2011, o Plano Brasil Sem Misria4, um conjunto de medidas de transferncia
de renda, ampliao de acesso a servios pblicos e incluso produtiva com o
objetivo de elevar as condies de vida da populao mais carente, incluindo-as
nas oportunidades geradas pelo forte crescimento econmico brasileiro.
Dentro do Plano tambm foi lanada a ao Busca Ativa, que tem como o ob-
jetivo ir atrs e chegar nas populaes mais carentes que vivem fora da rede de pro-
teo e promoo social e inclu-las no Cadastro nico, promovendo mutires e
campanhas de busca de potenciais beneficiados por programas do Governo e qua-
lificao dos gestores pblicos no atendimento populao extremamente pobre.
A concepo do Programa Bolsa Verde surgiu durante a elaborao do Plano
Brasil Sem Misria. De janeiro a junho de 2011, equipes do Ministrio do Meio
Ambiente (MMA), Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome
(MDS), Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), Ministrio do Planeja-
mento, Oramento e Gesto (MPOG) e da Casa Civil (CC) se reuniram para pre-
parar o projeto. Durante seis meses as equipes se dedicaram a analisar as polti-
cas pblicas j existentes de combate pobreza, propondo maneiras de
aperfeio-las e novas aes a serem includas.
4 Institudo pela
Lei n 12.512, de 14
de outubro de 2011
-
11
Para elaborar um plano efetivo de combate pobreza foi necessrio levar em
conta multidimensionalidades, tais como as diferentes regies do pas, as dife-
renas de oportunidades de trabalho e acesso a servios em reas rurais e urba-
nas, os pblicos de cada localidade, entre outros. na construo do Pla-
no de atuao do brasil seM Misria, Foi VeriFicado que, aPesar
de aPenas 15,6 % da PoPulao brasileira residir eM reas ru-
rais, ainda h aProxiMadaMente 7,5 Milhes de Pessoas extre-
MaMente Pobres nessas reas, ou seja, quase Metade das Pes-
soas eM situao de extreMa Pobreza (46,7 %) est no caMPo.
Ao se analisar as reas rurais do pas, foram identificadas estas populaes
pobres que vivem em locais de conservao e que contribuem para a manuteno
de seus recursos naturais. Este foi o indicativo do potencial de realizao de uma
nova poltica pblica, especfica para essas famlias, trazendo uma inovao: aliar
a transferncia de renda com conservao ambiental, contribuindo financeira-
mente com as famlias em vulnerabilidade econmica que se comprometem a
no realizar atividades de degradao dos recursos naturais.
Para dar incio elaborao do Programa Bolsa Verde, foram levantadas as
reas federais do territrio brasileiro onde h planos de conservao ambiental
e feito um diagnstico da situao econmica das famlias que nelas vivem. As
famlias rurais em situao de extrema pobreza tm grande parte de seus terri-
trios inscritos nas florestas pblicas comunitrias e familiares federais desti-
nadas a povos e comunidades tradicionais, agricultores familiares e assentados
da reforma agrria.
De acordo com a legislao brasileira, a gesto de florestas pblicas para pro-
duo sustentvel, visando conservao e gerao de renda, deve-se dar, den-
tre outras formas, por meio sua destinao s comunidades locais, entendidas
estas como os povos e comunidades tradicionais, agricultores familiares e as-
sentados da reforma agrria.5
Nesse sentido, o Governo Federal tem realizado um grande esforo em destinar
reas de florestas pblicas a estas famlias por meio da criao de Unidades de Con-
servao de Uso Sustentvel, de Projetos de Assentamentos Ambientalmente Dife-
renciados, de Terras Indgenas, da titulao em favor das comunidades remanes-
5 De acordo com
os termos do art. 4
da Lei n 11.284, de
02 de maro de 2006
-
12
centes de quilombos, do reconhecimento das reas de ribeirinhos agroextrativistas.
Segundo dados de 2010 do Cadastro Nacional de Florestas Pblicas (CNFP/
SFB/MMA), tais reas de florestas pblicas comunitrias representam 62% das
florestas pblicas brasileiras cadastradas, equivalendo a 128.204,200 milhes de
ha, distribudas da seguinte forma: 76% por Terras Indgenas, 17% por Unida-
des de Conservao de Uso Sustentvel e 7% pelos projetos de assentamento
ambientalmente diferenciados. Tais reas somam 213 mil famlias e aproxima-
damente 1,5 milhes de indivduos. Essas famlias rurais so, portanto, grandes
responsveis pela conservao dos ecossistemas associados a suas reas, sendo
atores decisivos para a conservao ambiental no pas.
Importantes polticas foram institudas visando criao e implementao
dessas unidades de florestas comunitrias, bem como o fomento ao uso susten-
tvel dos recursos naturais por essas famlias. Dentre estas esto: a Poltica Na-
cional de Desenvolvimento Sustentvel dos Povos e Comunidades Tradicionais
(PNPCT)6, a Poltica Nacional de Reforma Agrria (PNRA)7, o Plano Nacional de
Promoo das Cadeias dos Produtos da Sociobiodiversidade (PNPSB)8, e o Pro-
grama Federal de Manejo Florestal Comunitrio e Familiar (PMCF)9.
Entretanto, durante a criao do Plano Brasil Sem Misria foi verificado que
tais polticas no abrangem a totalidade dos estmulos financeiros necessrios a
garantir a conservao ambiental, ainda mais quando se fala da populao em
situao de extrema pobreza.
Por tal razo, no mbito no Programa Brasil Sem Misria, foi editada a Medi-
da Provisria n 535, de 02 de junho de 2011, instituindo o Programa de Apoio
Conservao Ambiental, no qual a Unio fica autorizada a transferir recursos
financeiros a indivduos e famlias em situao de extrema pobreza que desen-
volvam atividades de conservao de recursos naturais no meio rural.
Da meDiDa PRoVisRia aPRoVao Da lei
Em 2 de junho de 2011, foram institudos o Decreto do Plano Brasil Sem Misria
(anexo 3 pg. 54) e a Medida Provisria do Programa de Apoio Conservao Am-
biental, regulamentada pelo decreto de 28 de setembro de 2011 (anexo 4 pg. 57).
Seguindo os trmites regulares de anlise da Medida Provisria pelo Congres-
so Nacional para converso em Lei, foram apresentadas 77 emendas parlamenta-
6 Instituda pelo
Decreto n 6.040,
de 07, de fevereiro
de 2007
7 Instituda pela
Lei n 4.504, de 30
de novembro de 1964
8 institudo pela
Portaria Interministerial
MMA/MDA/MDS
n 239, de 21 de julho
de 2009
9 institudo pelo
Decreto n 6.984,
de 5 de junho de 2009
-
13
res. As emendas concentraram-se em dois grandes temas: a) reas objeto da ati-
vidade de conservao, relativas ao artigo 3 da MP; e b) a extenso do benefcio
para atividades no s de conservao, mas tambm de recuperao ambiental.
No que diz respeito ao artigo 3 da MP, foram propostas emendas visando
ampliao das reas contempladas pelo Programa para alm das Unidades de
Conservao de Uso Sustentvel e dos Assentamentos da Reforma Agrria, tais
como: territrios quilombolas, colnias de pescadores, terras indgenas, ribeiri-
nhos, extrativistas, ou seja, povos e comunidades tradicionais em sua totalidade.
Em relao s emendas que previam a extenso do benefcio para atividade de
recuperao ambiental, entendia-se oportuno que o Programa beneficiasse fa-
mlias na extrema pobreza e que necessitassem recompor seus recursos naturais,
j que isso traria benefcios diretos famlia e indiretos a toda sociedade em
funo dos servios ambientais prestados. Entretanto, o desenho do Programa
teria de responder a algumas peculiaridades, em especial no que diz respeito ao
monitoramento dessas reas, de modo que optou-se por no ser inserido no
texto da Lei neste momento, ficando para uma segunda etapa de implementao.
Ao final, na Lei aprovada em 14 de outubro de 201210 (anexo 1, pg 43), so-
mente foi incorporada a ampliao das reas contempladas pelo Programa, dei-
xando o item de recuperao para um segundo momento do Programa.
A incluso de novos territrios na Lei visa ampliar o beneficio a outras mi-
lhares de comunidades tradicionais que vivem em situao de extrema pobreza.
o caso das Terras Indgenas, que representam aproximadamente 76% das re-
as de florestas pblicas cadastradas11. H cerca de 35.000 famlias indgenas na
zona rural que so beneficirias do Programa Bolsa Famlia. No caso dos territ-
rios quilombolas, j regularizados pelo INCRA, tem-se mais 4.500 famlias e de
ribeirinhos agroextrativistas so 32.500 famlias j cadastradas pela SPU/MP.
lanamenTo Do PRogRama bolsa VeRDe
A implementao do Bolsa Verde teve incio na regio Norte do pas, onde foi
identificada a maior concentrao de reas de conservao ambiental federais, e
com o maior pblico elegvel. A regio concentra 8,3% da populao total do
Pas. No entanto, l vivem 16,3% das pessoas em extrema pobreza. Mais de 2,6
milhes de moradores da regio vivem com menos de R$ 70 per capita mensais,
10 Lei N. 12.512 que
institui o Programa de
Apoio Conservao
Ambiental
11 Segundo a Secretaria
Nacional de Renda de
Cidadania (SENARC),
do Ministrio do
Desenvolvimento Social
e Combate Fome,
responsvel pela
implementao do
Programa Bolsa Famlia.
-
14
e de cada dez pessoas em extrema pobreza, 5,6 vivem em rea rural no Norte, de
acordo com o Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS).
O primeiro levantamento das famlias, avaliao e cadastramento como bene-
ficirias foi realizado durante os meses de julho a setembro de 2011, sendo prio-
rizadas famlias beneficirias do Bolsa Famlia.
na PriMeira etaPa do bolsa Verde (de junho a dezeMbro de
2011), ForaM inseridas no ProGraMa Mais de 17 Mil FaMlias eM
33 unidades de conserVao e 140 Projetos de assentaMen-
tos aMbientalMente diFerenciados localizados na aMaz-
nia, abranGendo uMa rea total de aProxiMadaMente 11,3 Mi-
lhes de hectares.
No dia 27 de setembro de 2011, ministros, governadores, prefeitos, empres-
rios e beneficirios dos programas sociais participaram ao lado da presidenta Dil-
ma Rousseff, em Manaus, do lanamento do Pacto do Brasil Sem Misria para a
Regio Norte. Trata-se de uma iniciativa que conmtemplar aes para transfe-
rncia de renda, fortalecimento da agricultura familiar, parcerias com o setor pri-
vado e estmulo preservao ambiental (Programa Bolsa Verde), as quais visam
retirar da extrema pobreza 2,65 milhes de brasileiros que vivem na regio.
Depoimento da presidenta Dilma Roussef:
Ns temos um desafio imenso que o de acabar com a misria
em todo o pas e particularmente na regio norte, onde as fa-
mlias muito pobres representam 17% da populao. Alm do
Bolsa Famlia, agora as famlias das reas de assentamentos
florestais e reservas extrativistas vo receber o Bolsa Verde. Na
regio Norte, muitas famlias tiram seu sustento da coleta de
frutos, como ao aa, o bacuri, e tambm da pesca artesanal.
Essas famlias extrativistas vivem numa integrao muito
grande com a floresta, e so as maiores defensoras da nossa
Amaznia. O extrativista vai assinar um compromisso de pre-
-
15
servao da floresta onde ele vive e trabalha, e receber 300
reais a cada trs meses, o que d 100 reais por ms. O progra-
ma faz um casamento da gerao da renda com a preservao
ambiental. Por que ele vai combinar essas duas coisas para que
o pas continue crescendo sempre de forma sustentvel.12
O lanamento do Programa Brasil sem Misria no Norte do Pas no s teve
repercusso na mdia como tambm campanha publicitria especfica realizada
pelo Governo Federal. Um filme sobre o Bolsa Verde foi veiculado nos programas
de TV locais e foi feita campanha tambm nos jornais e impressos locais como
seguinte anncio.
12 Entrevista com
Dilma Roussef para
o programa CAF
COM A PRESIDENTA
em 03.10.11
-
16
imPlemenTao no ResTo Do Pas
Em 2011 o Programa se estruturou e priorizou os estados da regio Norte. A
partir de 2012, com o programa j implantado e a operacionalizao ajustada, o
Bolsa Verde foi ampliado para o resto do Brasil. Para tanto, foram identificadas,
at maio de 2012, cerca de 20,000 mil novas famlias aptas a ingressarem no
Programa, sendo 6.400 em Unidades de Conservao, 10.000 em assentamen-
tos e 4.000 em reas de ribeirinhos agroextrativistas. Dessas, aproximadamente
6 mil famlias j foram includas no Programa (totalizando 23.355 famlias em
maio de 2012) e at o evento da Rio+20 espera-se chegar a 25 mil famlias.
Ademais, nesta segunda etapa, esto em desenvolvimento aes visando es-
truturar o Programa, tais como: o desenvolvimento de banco de dados, um pro-
grama de capacitao ambiental para os beneficirios, bem como o sistema de
monitoramento amostral com visitas s comunidades beneficiadas para avaliar
se esto sendo cumpridos os compromissos do Programa. Houve tambm uma
maior aproximao junto ao Busca Ativa para incluso e atualizao de fam-
lias no Cadastro nico de Programas Sociais do Governo Federal (Cadnico).
Foram realizadas, ainda, capacitaes especficas para os gestores locais do Pro-
grama para que possam desempenhar bem seu papel em campo.
Desde o lanamento do Plano Brasil Sem Misria e do Programa Bolsa Verde,
acontecem encontros regulares com todos os rgos do governo responsveis
pelo Programa para acompanhar a implementao e monitorar os resultados.
-
17
4. Quem so os beneficiriosOs beneficirios do Programa Bolsa Verde so famlias em situao de extrema
pobreza que desenvolvam atividades de uso sustentvel dos recursos naturais e
de manuteno da cobertura vegetal nas seguintes reas federais brasileiras:
a uniDaDes De conseRVao De uso susTenTVel: sob
gesto do instituto chico Mendes de conservao da biodiver-
sidade (icMbio), dentre esses reservas extrativistas (resexs),
Florestas nacionais (Flonas) e reservas de desenvolvimento
sustentvel (rds).
B PRojeTos De assenTamenTos ambienTalmenTe Dife-
RenciaDos, sob gesto do instituto nacional de colonizao e
reforma agrria (incra): Projetos de assentamento agroextrati-
vistas (Paes), Projetos de desenvolvimento sustentvel (Pds) e
Projetos de assentamentos Florestais (PaFs).
C TeRRiTRios ocuPaDos PoR PoVos e comuniDaDes
TRaDicionais como ribeirinhos extrativistas, povos indgenas;
quilombolas; entre outros
D ouTRas Reas RuRais DefiniDas como PRioRiTRias
PoR aTo Do PoDeR execuTiVo.
comunitrios da
unidade de
conservao
(Resex) Vila Tucum,
no Par, que
recebe o benefcio
do bolsa Verde
-
18
uniDaDes De conseRVao De uso susTenTVel
O governo brasileiro protege as reas naturais por meio de Unidades de Conser-
vao (UCs), sob gesto do Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversida-
de (ICMBio), uma autarquia vinculada ao Ministrio do Meio Ambiente, criada em
28 de agosto de 2007. Para atingir esse objetivo de forma efetiva e eficiente, foi ins-
titudo o Sistema Nacional de Unidades de Conservao da Natureza (SNUC), com a
promulgao da Lei n 9.985, de 18 de julho de 200013. A Lei do SNUC representou
grandes avanos criao e gesto das Unidades de Conservao nas trs esferas
de governo (Federal, Estadual e Municipal), possibilitando uma viso de conjunto das
reas naturais a serem preservadas no territrio brasileiro. Alm disso, estabeleceu
mecanismos que regulamentam a participao da sociedade na gesto das UCs, de
forma a potencializar a relao entre o Estado, os cidados e o meio ambiente.
As Unidades de Conservao dividem-se em dois grupos:
uniDaDes De PRoTeo inTegRal: reas de cobertura vegetal
onde as regras e normas so mais restritivas. nesse grupo permiti-
do apenas o uso indireto dos recursos naturais; ou seja, aquele que
no envolve consumo, coleta ou dano aos recursos naturais. exem-
plos de atividades de uso indireto dos recursos naturais so: recrea-
o em contato com a natureza, turismo ecolgico, pesquisa cient-
fica, educao e interpretao ambiental, entre outras. as categorias
de proteo integral so: estao ecolgica, reserva biolgica, par-
que nacional, monumento natural e refgio de vida silvestre.
uniDaDes De uso susTenTVel: nestas reas o objetivo con-
ciliar a conservao da natureza com o uso sustentvel dos recursos
naturais. nesse grupo, atividades que envolvem coleta e uso dos
recursos naturais so permitidas, mas desde que praticadas de uma
forma que a perenidade dos recursos ambientais renovveis e dos
processos ecolgicos esteja assegurada. as categorias de uso sus-
tentvel so: rea de relevante interesse ecolgico, floresta nacio-
nal, reserva de fauna, reserva de desenvolvimento sustentvel, re-
serva extrativista, rea de proteo ambiental (aPa) e reserva
particular do patrimnio natural (rPPn).
13 Lei do SNUC:
http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/Leis/L9985.htm
-
19
O Programa Bolsa Verde engloba algumas Unidades de Conservao Federais
dentro da categoria de Uso Sustentvel, onde vivem famlias fazendo o manejo
dos recursos naturais e h gestores locais que coordenam as unidades, tais como:
ReseRVa De DesenVolVimenTo susTenTVel (RDs): rea natural
onde vivem populaes tradicionais que se baseiam em sistemas
sustentveis de explorao de recursos naturais. Permite visitao
pblica e pesquisa cientfica. Pode haver propriedade particular.
floResTa nacional (flona): rea com cobertura florestal onde
predominam espcies nativas, visando o uso sustentvel e diversifica-
do dos recursos florestais e a pesquisa cientfica. admitida a perma-
nncia de populaes tradicionais que a habitam desde sua criao.
ReseRVa exTRaTiVisTa (Resex): rea natural utilizada por popu-
laes extrativistas tradicionais onde exercem suas atividades base-
adas no extrativismo, na agricultura de subsistncia e na criao de
animais de pequeno porte, assegurando o uso sustentvel dos re-
cursos naturais existentes. domnio pblico. Permite visitao pbli-
ca e pesquisa cientfica.14
Nestas reas so construdos conjuntamente, entre ICMBio e beneficirios
da unidade, instrumentos de gesto e regularizao que ordenam o uso e ocupa-
o do territrio e que levam em considerao a relao das comunidades com os
recursos naturais. So eles: Plano de Manejo, Plano de Uso, Acordo de Pesca e
Contrato de Concesso de Direito Real de Uso (CCDRU).
14 Fonte: Ministrio
do Meio Ambiente
unidades de
conservao resex
Flona
rds
ToTal
caTegoRia nmeRo De Reas nmeRo De famlias beneficiRias
37
6
1
44
9511
145
21
9677
-
20
PRojeTos De assenTamenTos ambienTalmenTe DifeRenciaDos
Tambm podem ser beneficirios do Bolsa Verde famlias que vivem em reas de
assentamentos ambientalmente diferenciados do Instituto Nacional de Colonizao e
Reforma Agrria (Incra), autarquia federal criada em 9 de julho de 1970 com a misso
de realizar a poltica de reforma agrria e o ordenamento fundirio nacional. Entre eles:
Reas beneficiRias em uniDaDes De conseRVao
De uso susTenTVel (2011 maio 2012)
-
21
PRojeTos De assenTamenTo floResTal (Paf) modalidade
de assentamento voltada para o manejo florestal de rendimento
sustentvel dos recursos florestais, em reas com aptido para a
produo florestal, familiar comunitria e sustentvel, especialmen-
te aplicvel regio norte. (Portaria incra n 1141/03)
PRojeTos De assenTamenTo agRo-exTRaTiVisTa (Pae): mo-
dalidade de assentamento destinada a populaes tradicionais para
explorao de riquezas extrativistas por meio de atividades econo-
micamente viveis, socialmente justas e ecologicamente sustent-
veis, introduzindo a dimenso ambiental s atividades agro-extrati-
vista e/ou extrativista. (Portaria incra n 627/87)
PRojeTos De DesenVolVimenTo susTenTVel (PDs): moda-
lidade de assentamento de interesse socioeconmico e ambiental
destinada s populaes que j desenvolvem ou que se disponham
a desenvolver atividades de baixo impacto ambiental, baseado na
aptido da rea, sobretudo, na oferta ambiental natural de produ-
tos madeireiros e no madeireiros, bem como, dos servios sociais
da floresta, tais como, turismo ecolgico, sequestro e comerciali-
zao de crditos de carbono, piscicultura, entre outros (Portaria
incra n 1038/02).15
Para os assentamentos ambientalmente diferenciados tambm so previstos
instrumentos de gesto e regularizao como: Planos de Uso, Planos de Desen-
volvimento dos Assentamentos, Contratos de Concesso de Direito Real de Uso
e Contrato de Cesso de Uso.
O Incra uma autarquia ligada ao Ministrio do Desenvolvimento Agrrio, com
superintendncias nas capitais de todos os estados brasileiros. No pas, 10,8% do
territrio brasileiro de reforma agrria.
(Lista completa de beneficirios por estado e unidades de assentamento e Unidades
de Conservao anexo 5, pg. 65).
14 Fonte: Instituto
Nacional de
Colonizao e
Reforma Agrria
(INCRA)
-
22
assentamentos Pa
PaF
Pds
Pae
ToTal
caTegoRia nmeRo De Reas nmeRo De famlias beneficiRias
63
3
2
141
209
1972
57
99
11550
13678
Reas beneficiRias em PRojeTos De assenTamenTos
ambienTalmenTe DifeRenciaDos PaDs 2011 e 2012 (maio)
-
23
TeRRiTRios ocuPaDos PoR PoVos
e comuniDaDes TRaDicionais
Dentre os povos e comunidades tradicionais, constam famlias de ribeiri-
nhos j identificados como aptos e em fase de confirmao para sua incluso
no Programa. Encontra-se, ainda, em fase de desenvolvimento estratgias es-
pecificas para a incluso de outras comunidades tradicionais.
Quanto s comunidades ribeirinhas extrativistas, desde 2009 o Projeto
Nossa Vrzea do Governo Federal vem fazendo o processo de regularizao
fundirias de familiares localizados em rios federais na Amaznia, dando reco-
nhecimento da posse das famlias nessas reas, que so de propriedade da
unio. H um processo de cadastramento onde as equipes das superintendn-
cias do Patrimnio da Unio nos Estados vo a campo e fazem o reconheci-
mento da posse, e a partir dele, acontece a emisso dos Termos de Autorizao
de Uso Sustentvel (TAUS), em que as famlias se comprometem a realizar o
uso racional e sustentvel dos recursos naturais disponveis na orla martima
e fluvial. A partir do TAUS as famlias tm comprovao de endereo, para fins
de aposentadoria, e principalmente ter acesso a politicas pblicas federais.
H no banco de dados da SPU aproximadamente 32 mil famlias ribeirinhas
cadastradas vivendo na Amaznia. Destas, 25,4 mil j assinaram os Termos de
Autorizao de Uso Sustentvel, TAUS. Um dos critrios do Bolsa Verde que
haja um plano de atuao sustentvel nas reas no caso dos Riberinhos exa-
tamente o TAUS. As famlias que foram avaliadas como aptas para receber o Bol-
sa Verde somam 4.099, a partir das condicionalidades sociais e ambientais.16
A operao do Bolsa Verde encontra-se em campo desde maio de 2012 para
incluir as famlias nos Termos de Adeso, sendo sua maioria localizadas no Ar-
quiplago do Maraj, no Par e outras nos estados do Acre, Amazonas, Amap
e Maranho. Durante a operao do Bolsa Verde foi identificado que 92% dos
Riberinhos que estavam no Cadnico, e que recebam o Bolsa Famlia, esto em
situao de extrema pobreza. Contudo, foi avaliado que parte considervel no
est no CAdnico. Portanto, o Bolsa Verde contribuiu enormemente para mos-
trar que havia a necessidade de reforar o Busca Ativa para o cadastro das fam-
lias Riberinhas em situao de misria que no esto no CAdnico.
16 Fonte: Secretaria
Nacional do
Patrimnio da Unio
-
24
A maior concentrao de rios federais e a maior bacia hidrogrfica do planeta
esto localizados na Amaznia Legal onde se localizam um publico considervel
de Ribeirinhos, e onde foi iniciado a operao do Bolsa Verde. H previso de
expanso do Programa para as comunidades ribeirinhas no restante do Brasil.
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FrenchGuiana
Guyana
Suriname
Venezuela
Bolivia
Peru
Colombia
Belem
Manaus
Sao Luis
Teresina
Cuzco
RioBranco
Iquitos
Santarem
PortoVelho
Villavicencio
Macapa
Ayacucho
Trinidad
CayenneBogota
A M A P
P A R
B A H I A
M A R A N H O
G O I S
R O N D N I A
M A T O G R O S S O
A C R E
T O C A N T I N S
P I A U
A M A Z O N A S
R O R A I M A
BR343
BR421
BR158
BR230
BR414
BR210
BR242
BR135
BR364
BR122
BR020
BR030
BR153
BR222
BR122
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BR251
BR135
BR163
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BR316
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BR429
BR307
BR330
BR174
BR308
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BR135
BR230
BR230
BR020
BR156
BR316
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BR343
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BR388 BR
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BR343
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BR235
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BR307
BR156
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BR364
BR158
BR324
BR425
BR122
BR330
BR135
BR230
BR319
BR174
BR163
BR163
BR174
BR242
BR417
BR319
BR030
BR324
BR431
BR319
BR163
BR210
BR174
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SANTA ISABELDO PAR
SO FLIXDO XINGU
SO JOO DOARAGUAIA
SO SEBASTIODA BOA
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SENADORJOS
PORFRIO
TERRASANTA
VITRIADO XINGU
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VITRIADO JARI
ESPERANTINA
APICUM-AU
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CAJAPI
CEDRAL
CENTRAL DOMARANHO
CURURUPU
GUIMARES
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VIANA
450'0"W500'0"W550'0"W600'0"W650'0"W700'0"W
50'
0"N
00'
0"5
0'0"
S10
0'0
"S15
0'0
"S
SISTEMA DE PROJEO GEOGRFICADATUM HORIZONTAL SAD-69
ELABORAO: MP/SPU/DECAP/CGIPAFONTE: IBGE [2010] ANA [2010] NASA [2009] - SRTMDATA: OUT/2011ESCALA: 1:6.500.000
R E F E R N C I A SR E F E R N C I A S
M A P A D E R E F E R N C I A G E R A LM A P A D E R E F E R N C I A G E R A LLEGENDA:
Relevo Sombreado [SRTM 2009]Altitude
Menor
Maior
Rodovia Federal
Rios Federais
Municipios Atingidos
Estados
Ribeirinhos CadastradosEstados
PA - Projeto Nossa Vrzea
AM - Projeto Nossa Vrzea
AP - Projeto Nossa Vrzea
AC - Projeto Nossa Floresta
MA - Projeto Campos Naturais da Baixada Maranhense
PB
PR
SE
RJ
RS
SC
SP
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PA
PE
BA
MA
MSMG
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ALRO
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ACTO
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RR
- L O C A L I Z A O D E R I B E I R I N H O S -- L O C A L I Z A O D E R I B E I R I N H O S -A G R O E X T R A T I V I S T A SA G R O E X T R A T I V I S T A S
CARTOGRAFIA OBTIDA EM FORMATO GEODATABASE ATRAVS DE ACESSO REA DE FTP DOINSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATSTICA - IBGE. TAL BASE CARTOGRFICA ORIUNDADE COMPILAO CARTOGRFICA DE CARTAS TOPOGRFICAS DE ESCALA 1:250.000, LEVANTAMENTOSGPS, IMAGENS DE SATLITE E ETC.
0 125.000 250.000 375.000 500.00062.500
m
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REGIESNorteNordesteCentro-OesteSudesteSul
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BR135
BR308
BACURITUBA
CAJAPI
CENTRAL DOMARANHO
GUIMARES
SO JOOBATISTA
VIANA 1:1.000.000
25.349 Ribeirinhos
662 Ribeirinhos
2.369 Ribeirinhos
65 Ribeirinhos
860 Ribeirinhos
Reas beneficiRias em Reas De comuniDaDes RibeiRinhas
-
25
5. CondicionalidadesComo requisitos para a participao no Programa Bolsa Verde, a famlia deve-
r atender, cumulativamente, s seguintes condicionalidades:
a conDies sociais: encontrar-se em situao de extrema
pobreza, estar inscrito no cadastro nico dos Programas so-
ciais do Governo Federal (cadnico);
B conDies ambienTais: viver em reas rurais prioritrias de-
finidas pelo Programa que cumpram com a legislao ambiental
e desenvolvam atividades de conservao e uso sustentvel.
conDies sociais:
So definidas como famlias em extrema pobreza pelo Governo Federal aque-
las que recebem at 70 reais mensais per capita. Para a implementao do Pro-
grama foi definido como estratgia selecionar as famlias em situao de extre-
ma pobreza j inscritas no Cadastro nico dos Programas Sociais do Governo
Federal -, o qual conta com uma infraestrutura e logstica de operao j conso-
lidada pelo Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS) e
em plena atividade em todos os nveis da Federao.
Num primeiro momento, o Bolsa Verde priorizou as famlias em extrema
pobreza que j esto cadastradas no Bolsa Famlia17. O carto de pagamento do
Bolsa Famlia utilizado tambm para receber o pagamento do Bolsa Verde.
conDies ambienTais:
Para entrar no Bolsa Verde a famlia tambm deve estar localizada em uma
das unidades territoriais prioritrias do programa que apresentem diagnsticos
ambientais que cumpram com a taxa de percentual de cobertura vegetal estabe-
lecida pelo Cdigo Florestal. De acordo com o Artigo 12 do novo Cdigo Florestal
Lei 12.651, de 25 de maio de 201218:
todo imvel rural deve manter rea com cobertura de vegetao
nativa, a ttulo de reserva legal, sem prejuzo da aplicao das nor-
17 Programa de
transferncia direta de
renda com
condicionalidades, que
beneficia famlias em
situao de pobreza e de
extrema pobreza, cujo
benefcio pode variar
entre R$ 32 a R$ 306
18 Lei do novo Cdigo
Florestal: http://www.
planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2011-
2014/2012/Lei/L12651.
htm
-
26
mas sobre as reas de Preservao Permanente, observados os se-
guintes percentuais mnimos em relao rea do imvel:
i - localizado na amaznia legal:
a) 80% (oitenta por cento), no imvel situado em rea de florestas;
b) 35% (trinta e cinco por cento), no imvel situado em rea de
cerrado;
c) 20% (vinte por cento), no imvel situado em rea de campos
gerais;
ii - localizado nas demais regies do Pas: 20% (vinte por cento).
Os rgos responsveis pela verificao das reas so o IBAMA e o SIPAM,
conforme detalhado mais adiante. Ademais, as atividades de conservao am-
biental desenvolvidas pelas famlias devero obedecer ao disposto nos instru-
mentos de gesto ou regularizao de cada rea. Esses documentos estabelecem
e descrevem as regras de uso dos recursos naturais, de convivncia dos benefici-
rios e de ocupao da unidade.
-
27
6. Gesto do Bolsa VerdeO Programa de Apoio a Conservao Ambiental conta com um Comit Gestor
composto pelo Ministrio do Meio Ambiente (MMA), Casa Civil da Presidncia da
Repblica (CC/PR), Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome
(MDS), Ministrio do Desenvolvimento Agrrio (MDA), o Ministrio do Planeja-
mento, Oramento e Gesto (MPOG) e o Ministrio da Fazenda (MF). Sua coorde-
nao realizada pelo MMA, sendo o Programa executado pela Secretaria de Extra-
tivismo e Desenvolvimento Rural Sustentvel/Departamento de Extrativismo.
O Comit Gestor responsvel por aprovar o planejamento do Programa, indicar
reas prioritrias para implementao do Bolsa Verde, articular as aes dos rgos do
Governo Federal envolvidos, aprovar seu regimento interno e indicar critrios e proce-
dimentos para: a) seleo e incluso das famlias beneficirias de acordo com as carac-
tersticas populacionais e regionais e conforme disponibilidade oramentria e finan-
ceira; b) monitoramento e avaliao do Programa; c) e renovao da adeso das famlias.
J os gestores locais do Programa gestores das unidades de conservao,
superintendncias regionais do Incra e superintendncias de patrimnio da
Unio nos Estados, so responsveis por coletar a assinatura dos termos de ade-
so ao Programa das famlias previamente identificadas e que atendam s condi-
cionalidades socioambientais. Alm disso, integram a fora-tarefa de identifica-
o das famlias na condio de extrema pobreza e que ainda no esto includas
no Cadastro nico de Programas Sociais do Governo Federal (Cadnico), fazendo
parte da Busca Ativa, e prestam apoio local para a implementao do Programa,
como, por exemplo, em aes de monitoramento ambiental.
Coordenao: Ministrio do Meio Ambiente (MMA) Participao: Casa Civil da Presidncia da Repblica (CC/PR), Ministrio
do Desenvolvimento Social e Combate Fome (MDS), Ministrio do
Desenvolvimento Agrrio (MDA),Ministrio do Planejamento, Oramento
e Gesto (MP) e o Ministrio da Fazenda (MF)
Instituto Chico Mendes de Conservao da Biodiversidade (ICMBio) Instituto Nacional de Reforma Agrria (INCRA) Secretaria do Patrimnio da Unio (SPU/MP)
Comit Gestor do Programa
Gesto das reas objeto do Programa
Monitoramento do Programa
Gesto financeira
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteo da Amaznia (Censipam)
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renovveis (Ibama)
Caixa Econmica Federal
-
28
Passo-a-Passo Da gesTo
1
base De PoTenciais
famlias
8 o benefcio
2
checagem no
caDnico
5
TRabalho De camPo
7
PagamenTo Do benefcio
6
oRienTao Dos
beneficiRios
3
DiagnsTico ambienTal
4
TeRmos De aDeso
1Para compor a
base de
benefi cirios, o
MMA solicita ao
ICMBio, INCRA e
SPU os registros
das famlias que
vivem nas reas
prioritrias e que
realizam
atividades de
conservao e
uso sustentvel.
2O MMA recebe os
registros destas
famlias e envia para o
MDS, que levanta sua
situao no Cadnico:
um cadastro
informatizado com
informaes
detalhadas da
situao de famlias
carentes para o
recebimento de
benefcios sociais. O
MDS checa se as
famlias selecionadas
esto no Cadnico,
sua situao de renda
e se recebem o
benefcio Bolsa
Famlia.
3O Ibama e o Censipam
realizam a verifi cao
da cobertura vegetal
de acordo com a
legislao federal
4Com o resultado das
condicionalidades
ambientais e sociais, o MMA
fecha a lista fi nal,
e elabora o documento
de Termo de Adeso com o
nome do responsvel
familiar (o mesmo do Bolsa
Famlia)e a unidade onde
ele est inserido, para ser
impresso na grfi ca.
5Os Termos de Adeso
so distribudos para
os rgos Gestores
locais do Programa
(ICMBio; INCRA e
SPU), responsveis
pela ida a campo,
orientao dos
benefi cirios e coleta
das assinaturas.
6O MDS articula com os
gestores municipais do
CAdnico e do Bolsa
Famlia para ir junto
a campo realizar
atualizao e
cadastros das famlias
que no esto no
Cadnico (Busca
Ativa), e incluir no
Bolsa Famlia para
posterior ingresso no
Bolsa Verde. Os
agentes locais enviam
os Termos de Adeso
assinados para os
rgos Gestores, que
repassam para o MMA.
7A partir dos
Termos de Adeso
assinados, o MMA
prepara um arquivo
de indicao de
benefi cirios e envia
para a Caixa
Econmica Federal,
responsvel pela
gesto operacional
do CADnico, para
realizar a incluso
desses benefi cirios
na folha de
pagamento do
Bolsa Verde.
8Aps processamento
de folha de pagamento
pela Caixa, o recurso
passa a ser
disponibilizado
s famlias, que podem
sacar o benefcio
trimestral de 300 reais
nas agncias da Caixa,
correspondentes
lotricos e no lotricos
e em Terminais de
Autoatendimento,
mediante a apresentao
do carto do Programa
Bolsa Famlia.
-
29
TeRmos De aDeso
A famlia apta para receber o benefcio deve assinar o Termo de Adeso do Bolsa
Verde (anexo 2 pg. 52), documento que contm informaes gerais sobre o Programa,
os objetivos e regras de funcionamento, bem como os compromissos da famlia com
a conservao ambiental e uso sustentvel dos recursos naturais. O Termo de Adeso
prev a necessidade de se cumprir o disposto no instrumento de gesto ou regulari-
zao da unidade onde a famlia est inserida, no caso das Unidades de Conservao
so os Planos de Utilizao, Planos de Manejo, Contratos de Concesso de Direito
Real de Uso ou Acordos de Pesca; em projetos de Assentamentos so os Planos de
Uso, Planos de Desenvolvimento dos Assentamentos, Contratos de Concesso de
Direito Real de Uso, Contrato de Cesso de Uso); e nas reas de ribeirinhos cadastra-
dos pela SPU/MP so os Termos de Autorizao de Uso Sustentvel TAUS). Esses
so documentos que reconhecem, estabelecem e descrevem as regras de uso dos re-
cursos naturais, de convivncia dos beneficirios e de ocupao da unidade.
O Termo de Adeso impresso com o nome do responsvel familiar previamen-
te cadastrado no Bolsa Famlia, j que usado o mesmo carto para receber o paga-
mento do Bolsa Verde. O Ministrio do Desenvolvimento Social e Combate Fome
prioriza o cadastro das mulheres como responsvel familiar (o indivduo da famlia
que vai receber o dinheiro) por ser socialmente tida como a responsvel pelos gastos
do lar e pelos cuidados com os filhos. No Bolsa Famlia, cerca de 98% dos respons-
veis familiares que recebem o dinheiro do benefcio social so mulheres.
Os Termos de Adeso so distribudos para os rgos Gestores locais do
Programa (ICMBio; INCRA e SPU), responsveis pela ida a campo, orientao
dos beneficirios e coleta das assinaturas.
comunitrios
assinam os Termos
de adeso para
o Programa
bolsa Verde
-
30
agenTe financeiRo e PagamenTos
A Caixa Econmica Federal o agente operador do Programa, a mesma insti-
tuio que j opera o Programa Bolsa Famlia e gere o Cadastro nico de Progra-
mas Sociais do Governo Federal o Cadnico. O carto utilizado para saque do
recurso o mesmo do Bolsa Famlia, sendo apenas aplicado um adesivo com a
logomarca do Bolsa Verde a este.
O Programa Bolsa Verde efetua repasses trimestrais no valor de R$ 300,00
(trezentos reais) por meio do carto do Bolsa Famlia, por um prazo de at dois
anos, podendo ser renovado por mais dois. O pagamento do benefcio segue o
calendrio de pagamentos do Programa Bolsa Famlia e os beneficirios do Bolsa
Verde que tambm so inscritos no Bolsa Famlia recebero os benefcios de
forma conjunta.
sobRe os PagamenTos:
1 o pagamento ocorre sempre nos ltimos 10 dias teis do ms,
conforme cronograma do bolsa Famlia, escalonado de acordo
com o final do nis (nmero de identificao social);
2 o saque do recurso pode ser realizado nas agncias da caixa,
correspondentes lotricos e no lotricos e em terminais de au-
toatendimento, mediante a apresentao do carto do Progra-
ma bolsa Famlia;
3 o pagamento ocorre de forma integral, no sendo permitidos
saques parciais e nem compras com a utilizao do carto;
4 aqueles que eventualmente sarem do Programa bolsa Famlia
posteriormente ao ingresso no bolsa Verde recebero carto es-
pecfico para o bolsa Verde;
5 o recurso disponibilizado trimestralmente (p.ex., as famlias
recebem em outubro/11 e em janeiro/12, e assim por diante) e
tem validade de 150 dias, sendo aps esse perodo, caso no
sacado pela famlia, devolvido ao MMa.
6 o beneficirio do bolsa Verde tem seu recurso disponibilizado
por meio de plataforma social, ou seja, no por meio de conta
bancria, sendo liberado somente por saque.
-
31
A famlia excluda do Programa quando deixa de cumprir os requisitos para
participar do Bolsa Verde (estar em situao de extrema pobreza e inscrita no
Cadnico); descumprir atividades de conservao ambiental previstas no ter-
mos de adeso; e vier a ser habilitada para outro Programa Federal de incentivo
preservao ambiental.
Os recursos destinados ao programa Bolsa Verde saem do Oramento anual
do Ministrio do Meio Ambiente (MMA). desde o incio do ProGraMa,
eM junho de 2011, at Maio de 2012, 23.355 FaMlias esto inscri-
tas Para receber o beneFcio e j ForaM PaGos Mais de r$12,4
Milhes do oraMento aos beneFicirios. a PreViso que o
ProGraMa atenda, at 2014, uM 73 Mil FaMlias, coM recursos
totais estiMados eM r$ 240 Milhes.
Pagamento de Beneficirios Pagamento de Servios da Caixa
out/2011
noV/2011
dez/2011
jan/2012
FeV/2012
Mar/2012
abril/2012
Maio/2012
noV/2011
dez/2011
jan/2012
FeV/2012
Mar/2012
1.073.100,00
1.184.700,00
498.600,00
3.109.800,00
1.381.500,00
566.400,00
3.183.600,00
1.413.300,00
3.178,53
3.573,35
2.191,25
4.968,59
2.630,63
ToTal
ToTal
ToTal
ms Do PagamenTo
ms Do PagamenTo
ValoR (R$)
ValoR (R$)
12.411.000,00
16.542,35
12.427.542,35
-
32
7. Monitoramento ambientalO programa est desenvolvendo estratgias especficas para monitorar as
aes das comunidades beneficiadas e avaliar se esto cumprindo com o acordo
de conservao ambiental das reas em que vivem:
a moniToRamenTo Da cobeRTuRa VegeTal Das uniDaDes
onDe esTo localizaDas as famlias beneficiRias Do
PRogRama, realizado conjuntamente entre o ibaMa e o censi-
pam, por meio do: 1) rastreamento via satlite trimestral e anual;
2) alertas regulares de desmatamento nessas unidades via rada-
res de focos de calor, 3) diagnstico ambiental com o objetivo de
identificar reas que esto dentro das exigncias ambientais.
B moniToRamenTo amosTRal in loco realizado por meio de
visitas peridicas s famlias beneficiadas. a metodologia en-
contra-se em elaborao, a fim de que se possa avaliar o de-
sempenho da poltica pblica nessas reas.
A primeira fase do Bolsa Verde (2011) foi executada somente em reas prioritrias
dentro da Amaznia Legal, o que corresponde a nove estados brasileiros pertencen-
tes Bacia Amaznica. A Amaznia Legal corresponde totalidade dos estados do
Acre, Amap, Amazonas, Mato Grosso, Par, Rondnia, Roraima e Tocantins e parte
do estado do Maranho, cobrindo uma rea de cerca de 61% do territrio nacional.
J na segunda etapa (2012) ampliou-se o Bolsa Verde para o restante do pas.
a reGio norte concentra 64% das reas abranGidas Pelo
ProGraMa, a reGio nordeste 26%; a reGio sudoeste 6%, e a
centro-oeste 4%.
moniToRamenTo Da cobeRTuRa VegeTal
na amaznia legal
O monitoramento de desmatamento das reas de atuao do Bolsa Verde loca-
lizadas na Amaznia Legal realizado por meio do Sistema de Proteo da Ama-
znia (SiPAM), sendo validado pelo Ibama. So utilizadas as imagens de satlite
-
33
disponibilizadas gratuitamente no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espa-
ciais (INPE) para a metodologia prpria de verificao das zonas de desmatamento.
sobRe o censiPam
o centro Gestor e operacional do sistema de Proteo da amaz-
nia (censipam) o rgo do governo vinculado ao Ministrio da
defesa, criado pelo decreto n 4.200/2002, para gerir o sistema de
Proteo da amaznia (siPaM). o siPaM utilizado para monitorar
a regio da amaznia com foco na defesa e vigilncia do territrio.
a partir de 2002 ampliou-se a atuao do rgo antes focado em
monitorar o territrio para garantir sua soberania, para contribuir
com polticas pblicas ligadas s questes sociais e ambientais da
regio. desde 2005, tem utilizado as imagens de satlite do inPe
para monitorar o desmatamento em reas de proteo ambiental na
amaznia legal. nesta poca, foi criado o Programa de Monitora-
mento de reas especiais (Proae) a partir de uma demanda do Mi-
nistrio do Meio ambiente (MMa) e da Funai com o objetivo de
identificar em unidades de conservao e reservas indgenas reas
antropizadas - cujas caractersticas originais, tais como solo, vege-
tao, relevo e regime hdrico, foram alteradas por consequncia de
atividade humana. alm das reas desmatadas, no Proae so iden-
tificados os carreadores, trilhas abertas na floresta para facilitar o
acesso e o escoamento dos produtos madeireiros extrados. quan-
do foi criado o bolsa Verde, em 2011, portanto, o sipam j era utili-
zado para o monitoramento de grande parte das reas prioritrias
do Programa na amaznia legal. a partir do compromisso com o
bolsa Verde, passou a ampliar as reas e atuao para todas as re-
gies do Programa na amaznia. o censipam responsvel por
produzir relatrios trimestrais e anuais de monitoramento da cober-
tura vegetal na amaznia legal.
-
34
exemPlo De DiagnsTicos ambienTal
-
35
moniToRamenTo Da cobeRTuRa VegeTal no ResTo Do Pas
Cabe ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Reno-
vveis (Ibama) o monitoramento ambiental de todas as reas fora da Amaznia
Legal para o Programa Bolsa Verde, bem como a ratificao por meio de Laudo
Tcnico dos relatrios produzidos a partir do SiPAM na rea da Amaznia Legal.
sobRe o ibama
o ibama um autarquia federal, criada em 22 de fevereiro de 1989,
e entre suas atribuies est a de propor e editar normas e padres
de qualidade ambiental; a gerao e disseminao de informaes
relativas ao meio ambiente; a fiscalizao e monitoramento ambien-
tal, principalmente no que diz respeito preveno e controle de
desmatamentos, queimadas e incndios florestais, dentre outros.19
o inPe produz desde 1988 relatrios anuais sobre o desfloresta-
mento no brasil a partir de informaes fornecidas por satlite e, a
partir de 2002, passou a disponibilizar gratuitamente imagens, ma-
pas de desmatamento e estatsticas, que abastecem as aes do
ibama quanto ao monitoramento ambiental. em 2010, o ibama lan-
ou o programa de Monitoramento dos biomas brasileiros (Mbbs),
com a finalidade de identificar o uso e ocupao do solo por sat-
lite, o quanto se tem de cobertura natural vegetal e o quanto foi
convertido em pasto. os dados base utilizados pelo Programa bolsa
Verde o Marco zero foram usados a partir do mapeamento feito
pelo Mbbs. Foram identificadas nesses mapas as reas prioritrias
que esto cumprindo em manter a cobertura vegetal prevista por lei
para receber o benefcio. depois de um ano, novas imagens sero
usadas para comparao e avaliao de desmatamento
19 Fonte: Ibama
http://www.ibama.gov.br
-
36
moniToRamenTo amosTRal
O monitoramento amostral ser realizado a partir de visitas peridicas s
famlias, visando no s avaliar o resultado do programa como tambm a ade-
quao e o respeito s regras da poltica pblica. O monitoramento amostral
tambm importante para a checagem dos casos em que verificado desmata-
mento nas imagens de satlite. Antes de realizar a suspenso do pagamento do
Bolsa Verde para as famlias beneficiadas que vivem na rea, agentes locais deve-
ro verificar o agente causador e os motivos do desmatamento. A metodologia
se encontra em construo.
banco De DaDos
O Censipam o responsvel por desenvolver, aperfeioar e manter o banco de
dados para integrao de informaes espaciais e cadastrais das famlias benefi-
ciadas pelo Programa Bolsa Verde seguindo a poltica de transparncia. O cadas-
tro ambiental contm todas as informaes georreferenciadas, ou seja de acordo
com a referncia geogrfica dos participantes. Pretende-se concluir o desenvol-
vimeto do banco de dados (Sisverde) at o final de 2012, o qual recepcionar os
seguintes dados:
a) cadastrais: de pessoa, de unidade e de parcela (georreferenciados );
b) de monitoramento: de unidade e de parcela (georreferenciados);
c) de pagamento de famlias;
O Censipam, portanto, ir validar, armazenar e disponibilizar os dados (rela-
trios, mapas, folha de pagamento) no website.
(Lista das rea em hectares das unidades de Conservao e assentamentos contempladas
com o Bolsa Verde e respectivas porcentagens de cobertura vegetal anexo 6, pg. 74).
-
37
8. Capacitao ambiental dos beneficiriosSeguindo o objetivo do Programa Bolsa Verde de incentivar a participao de
seus beneficirios em aes de capacitao ambiental, social, educacional, tcni-
ca e profissional, encontra-se em elaborao a metodologia de capacitao am-
biental para as famlias beneficiadas.
O desenvolvimento desta metodologia est a cargo do Instituto Internacional
de Educao do Brasil (IIEB), organizao civil sem fins lucrativos voltada para a
capacitao e formao na rea da conservao ambiental com ampla experincia
em trabalhos com povos e comunidades tradicionais. O trabalho conta com fi-
nanciamento da Embaixada Britnica.
-
38
9. Balano do Programa a instituio do ProGraMa bolsa Verde uM Marco diFeren-
cial a FaVor dos PoVos e coMunidades tradicionais e aGricul-
tores FaMiliares, rePresentando uM Passo iMPortante na di-
reo de reconhecer e coMPensar esses GruPos Pelos serVios
de conserVao aMbiental que PrestaM a sociedade.
Alm disso, o desenho do Programa gera interao entre os diferente rgos go-
vernamentais, responsveis por outras polticas tambm destinadas s regies con-
templadas pelo Bolsa Verde. Essa interao acaba por qualificar indiretamente a ao
governamental, permitindo o desenvolvimento de estratgias diferenciadas, dadas
as dificuldades especficas relacionadas s condies geogrficas da regio, que re-
sultem na ampliao do acesso dessas famlias a importantes polticas pblicas.
Na primeira etapa do Bolsa Verde (de junho a dezembro de 2011), foram inse-
ridas ao Programa mais de 17 mil famlias em 33 Unidades de Conservao e 140
Projetos Ambientalmente Diferenciados localizados na Amaznia, abrangendo
uma rea total de 11,3 milhes de hectares.
Para a etapa 2012, o pblico foi ampliado para todo o Brasil, envolvendo, alm
das reas anteriormente listadas, tambm projetos de assentamento convencio-
nais e reas de ribeirinhos agroextrativistas, tendo sido j identificadas cerca de
20 mil famlias potencialmente beneficirias, alcanando aproximadamente 25
mil famlias at o evento da Rio+20.
ToTal
Nmero de famlias beneficirias
assentaMentos
unidades de conserVao
ToTal
eTaPa 2011 eTaPa 2012*
10610
6657
17267
3068
3020
6088
13678
9677
23355
-
39
eVoluo Do nmeRo De famlias beneficiRias em 2011/2012
5.000
10.000
15.000
20.000
25.000
ouT/2011 noV/2011 Dez/2011 jan/2012 feV/2012 maR/2012 abR/2012 mai/2012
13.678
9.677
10.520
6.639
10.305
6.562
10.299
6.334
9.865
6.112
4.727
4.461
3.565
3.961
-
3.577
famlias beneficiRias PaDs
famlias beneficiRias ucs
15.977
9.180
7.526
3.577
16.630 16.860 17.159
23.355
-
40
bolsa VeRDe nmeRo De famlias beneficiRias PoR esTaDo
Pa 17.444
aM 899
Pb 113
rj 25
ro 70
aP 559se 73
to 479 ba 452sP 4
MG 622
Ma/Pi 810
Ma 317
al 224 Go 112
es 52
1015
224
899
559
452
52
ac
al
aM
aP
ba
es
Go
Ma
Ma/Pi
MG
Pa
Pb
112
317
810
622
17.444
202
rj
ro
se
sP
to
24
67
73
4
479
Nmero de famlias benefi ciriasuf uf ufquanTiDaDe quanTiDaDe quanTiDaDe
-
41
O Bolsa Verde tem potencial para ser um relevante programa de retribuio
por servios de conservao em mbito federal no pas, com o objetivo de in-
cluir at 2014 cerca de 73 mil famlias melhorando suas condies sociais ao
mesmo tempo em que mantm as florestas em p.
PRogRama bolsa VeRDe
ToTal De Reas beneficiRias (2011 maio 2012)
-
42
Anexos
Anexo 1 lei que insTiTui o PRogRama De conseRVao ambienTal .............................................. 43
Anexo 2 TeRmo De aDeso Do PRogRama bolsa VeRDe ............................................... 52
Anexo 3 DecReTo que insTiTui o Plano bRasil sem misRia ................................................ 54
Anexo 4 DecReTo que RegulamenTa DisPosiTiVos Da meDiDa PRoVisRia que TRaTa Do PRogRama De aPoio conseRVao ambienTal ......................... 57
Anexo 5 beneficiRios Do bolsa VeRDe PoR esTaDo e assenTamenTo/uniDaDe De conseRVao .......................................................................... 65
Anexo 6 Rea e PoRcenTagem De cobeRTuRa VegeTal Das uniDaDes De conseRVao e assenTamenTos conTemPlaDas com o bolsa VeRDe ................................................................... 74
-
43
Anexo 1 lei que insTiTui o PRogRama De conseRVao ambienTal PResiDncia Da RePblica
casa ciVil
subcheFia Para assuntos jurdicos
lei n 12.512, De 14 De ouTubRo De 2011.
conVerso da Medida ProVisria n 535, de 2011
Institui o Programa de Apoio Conservao Ambiental e o Programa de Fomento s Atividades Produtivas
Rurais; altera as Leis ns 10.696, de 2 de julho de 2003, 10.836, de 9 de janeiro de 2004, e 11.326, de 24 de
julho de 2006.
a Presidenta da rePblica Fao saber que o congresso nacional
decreta e eu sanciono a seguinte lei:
caPTulo i
Do PRogRama De aPoio conseRVao ambienTal
art. 1 Fica institudo o Programa de apoio conservao ambiental, com os seguintes objetivos:
i - incentivar a conservao dos ecossistemas, entendida como sua manuteno e uso sustentvel;
ii - promover a cidadania, a melhoria das condies de vida e a elevao da renda da populao em
situao de extrema pobreza que exera atividades de conservao dos recursos naturais no meio rural
nas reas definidas no art. 3; e
iii - incentivar a participao de seus beneficirios em aes de capacitao ambiental, social,
educacional, tcnica e profissional.
Pargrafo nico. a execuo do Programa de apoio conservao ambiental ficar sob a responsabilidade
do Ministrio do Meio ambiente, ao qual caber definir as normas complementares do Programa.
art. 2 Para cumprir os objetivos do Programa de apoio conservao ambiental, a unio fica
autorizada a transferir recursos financeiros e a disponibilizar servios de assistncia tcnica a famlias em
situao de extrema pobreza que desenvolvam atividades de conservao de recursos naturais no meio
rural, conforme regulamento.
Pargrafo nico. Fica atribuda caixa econmica Federal a funo de agente operador do Programa
de apoio conservao ambiental, mediante remunerao e condies a serem pactuadas com o
Governo Federal.
-
44
art. 3 Podero ser beneficirias do Programa de apoio conservao ambiental as famlias em
situao de extrema pobreza que desenvolvam atividades de conservao nas seguintes reas:
i - Florestas nacionais, reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentvel federais;
ii - projetos de assentamento florestal, projetos de desenvolvimento sustentvel ou projetos de
assentamento agroextrativista institudos pelo instituto nacional de colonizao e reforma agrria - incra;
iii - territrios ocupados por ribeirinhos, extrativistas, populaes indgenas, quilombolas e outras
comunidades tradicionais; e
iV - outras reas rurais definidas como prioritrias por ato do Poder executivo.
1 o Poder executivo definir os procedimentos para a verificao da existncia de recursos naturais
nas reas de que tratam os incisos i a iV.
2 o monitoramento e o controle das atividades de conservao ambiental nas reas elencadas nos
incisos i a iV ocorrero por meio de auditorias amostrais das informaes referentes ao perodo de
avaliao, ou outras formas, incluindo parcerias com instituies governamentais estaduais e municipais,
conforme previsto em regulamento.
art. 4 Para a participao no Programa de apoio conservao ambiental, a famlia interessada
dever atender, cumulativamente, s seguintes condies:
i - encontrar-se em situao de extrema pobreza;
ii - estar inscrita no cadastro nico para Programas sociais do Governo Federal; e
iii - desenvolver atividades de conservao nas reas previstas no art. 3.
art. 5 Para receber os recursos financeiros do Programa de apoio conservao ambiental, a famlia
beneficiria dever:
i - estar inscrita em cadastro a ser mantido pelo Ministrio do Meio ambiente, contendo informaes
sobre as atividades de conservao ambiental; e
ii - aderir ao Programa de apoio conservao ambiental por meio da assinatura de termo de adeso
por parte do responsvel pela famlia beneficiria, no qual sero especificadas as atividades de conservao
a serem desenvolvidas.
1 o Poder executivo definir critrios de priorizao das famlias a serem beneficiadas, de acordo
com caractersticas populacionais e regionais e conforme disponibilidade oramentria e financeira.
2 o recebimento dos recursos do Programa de apoio conservao ambiental tem carter
temporrio e no gera direito adquirido.
art. 6 a transferncia de recursos financeiros do Programa de apoio conservao ambiental ser
realizada por meio de repasses trimestrais no valor de r$ 300,00 (trezentos reais), na forma do regulamento.
Pargrafo nico. a transferncia dos recursos de que trata o caput ser realizada por um prazo de at
-
45
2 (dois) anos, podendo ser prorrogada nos termos do regulamento.
art. 7 so condies de cessao da transferncia de recursos do Programa de apoio
conservao ambiental:
i - no atendimento das condies definidas nos arts. 4 e 5 e nas regras do Programa, conforme
definidas em regulamento; ou
ii - habilitao do beneficirio em outros programas ou aes federais de incentivo conservao ambiental.
art. 8 o Poder executivo instituir o comit Gestor do Programa de apoio conservao ambiental,
sob a coordenao do Ministrio do Meio ambiente, com as seguintes atribuies, sem prejuzo de outras
definidas em regulamento:
i - aprovar o planejamento do Programa, compatibilizando os recursos disponveis com o nmero de
famlias beneficirias;
ii - definir a sistemtica de monitoramento e avaliao do Programa; e
iii - indicar reas prioritrias para a implementao do Programa, observado o disposto no art. 3.
Pargrafo nico. o Poder executivo definir a composio e a forma de funcionamento do comit
Gestor, bem como os procedimentos e instrumentos de controle social.
caPTulo ii
Do PRogRama De fomenTo s aTiViDaDes PRoDuTiVas RuRais
art. 9 Fica institudo o Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais, com os seguintes
objetivos:
i - estimular a gerao de trabalho e renda com sustentabilidade;
ii - promover a segurana alimentar e nutricional dos seus beneficirios;
iii - incentivar a participao de seus beneficirios em aes de capacitao social, educacional, tcnica
e profissional; e
iV - incentivar a organizao associativa e cooperativa de seus beneficirios.
1 o Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais ser executado em conjunto pelos Ministrios
do desenvolvimento agrrio e do desenvolvimento social e combate Fome, conforme o regulamento.
2 o Poder executivo dispor sobre a participao de outros Ministrios e outras instituies
vinculadas na execuo do Programa de que trata o caput deste artigo.
3 o Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais ser executado por meio da transferncia
de recursos financeiros no reembolsveis e da disponibilizao de servios de assistncia tcnica.
art. 10. Podero ser beneficirios do Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais:
i - os agricultores familiares e os demais beneficirios que se enquadrem nas disposies da lei n
-
46
11.326, de 24 de julho de 2006; e
ii - outros grupos populacionais definidos como prioritrios por ato do Poder executivo.
art. 11. Para a participao no Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais, a famlia
interessada dever atender, cumulativamente, s seguintes condies:
i - encontrar-se em situao de extrema pobreza; e
ii - estar inscrita no cadastro nico para Programas sociais do Governo Federal - cadnico.
art. 12. Para o recebimento dos recursos financeiros do Programa de Fomento s atividades Produtivas
rurais, a famlia beneficiria dever aderir ao Programa por meio da assinatura de termo de adeso pelo seu
responsvel, contendo o projeto de estruturao da unidade produtiva familiar e as etapas de sua implantao.
1 no caso de beneficirios cujas atividades produtivas sejam realizadas coletivamente, o projeto
poder contemplar mais de uma famlia, conforme o regulamento.
2 o Poder executivo definir critrios de priorizao das famlias a serem beneficiadas, conforme
aspectos tcnicos e de disponibilidade oramentria e financeira.
3 o recebimento dos recursos do Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais tem carter
temporrio e no gera direito adquirido.
art. 13. Fica a unio autorizada a transferir diretamente ao responsvel pela famlia beneficiria do
Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais os recursos financeiros no valor de at r$ 2.400,00
(dois mil e quatrocentos reais) por famlia, na forma do regulamento.
1 a transferncia dos recursos de que trata o caput dar-se em, no mnimo, 3 (trs) parcelas e no
perodo mximo de 2 (dois) anos, na forma do regulamento.
2 na ocorrncia de situaes excepcionais e que impeam ou retardem a execuo do projeto, o
prazo a que se refere o 1o poder ser prorrogado em at 6 (seis) meses, conforme o regulamento.
3 a funo de agente operador do Programa de Fomento s atividades Produtivas rurais ser atribuda
instituio financeira oficial, mediante remunerao e condies a serem pactuadas com o Governo Federal.
art. 14. a cessao da transferncia de recursos no mbito do Programa de Fomento s atividades
Produtivas rurais ocorrer em razo da no observncia das regras do Programa, conforme o regulamento.
art. 15. o Poder executivo instituir o comit Gestor do Programa de Fomento s atividades Produtivas
rurais, com as seguintes atribuies, sem prejuzo de outras definidas em regulamento:
i - aprovar o planejamento do Programa, compatibilizando os recursos disponveis ao nmero de
famlias beneficirias; e
ii - definir a sistemtica de monitoramento e avaliao do Programa.
Pargrafo nico. o Poder executivo definir a composio e a forma de funcionamento do comit
Gestor, bem como os procedimentos e instrumentos de controle social.
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caPTulo iii
Do PRogRama De aquisio De alimenTos - Paa
art. 16. Podem fornecer produtos ao Programa de aquisio de alimentos - Paa, de que trata o art. 19
da lei n 10.696, de 2 de julho de 2003, os agricultores familiares e os demais beneficirios que se
enquadrem nas disposies da lei n 11.326, de 24 de julho de 2006.
1 as aquisies dos produtos para o Paa podero ser efetuadas diretamente dos beneficirios de
que trata o caput ou, indiretamente, por meio de suas cooperativas e demais organizaes formais.
2 nas aquisies realizadas por meio de cooperativas dos agricultores familiares e dos demais
beneficirios que se enquadrem nas disposies da lei n 11.326, de 24 de ju