CASOS CONCRETOS

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CASOS CONCRETOS 2ª FASE TRIBUTÁRIO - CASO CONCRETO 1 (MODELO) - RECURSOS QUESTÃO 1: José, após citado em Execução Fiscal ajuizada pela União, indicou, por via de seu advogado, bens à penhora dois dias após receber a citação pela via postal. Quinze dias depois foi ajuizada ação de Embargos à Execução Fiscal, a qual foi julgada improcedente. Três dias após intimado da sentença, José pede a você, advogado, que adote a medida judicial adequada pra que promova o questionamento da sentença, dando  prosseguimento ao processo e tentando obter uma decisão favorável, substitutiva da decisão sentenciada. No caso concreto, trata-se de execução de pequeno valor, em que a União, no dia 01/10/2009 ajuizou a demanda cobrando R$ 300,00 referente a suposta dívida de ITR, alegando que José estaria inadimplente com o débito. Por se tratar de imóvel situado em zona rural, entendeu a PFN ser legítima a execução, porquanto José, em sede de Embargos, alegou ser devida a incidência do IPTU e não do ITR, pedindo a extinção da execução com seu julgamento de improcedência, dando-se  procedência aos Embargos. Como o imóvel de José é um pequeno lote destinado ao comércio agrícola, em loteamento oficial aprovado pela  prefeitura, em área definida pela Câmara de Vereadores por via de lei ordinária municipal como área de “expansão urbana”, ele realmente crê que não deve se sujeitar à exação fiscal federal, pelo que pede a você que, como advogado, prossiga na defesa e questione a sentença que julgou improcedente os Embargos, ciente que não há vícios de obscuridade, contradição ou omissão no decisum, mas apenas um conteúdo que se entende estar acometido por error in judicando.

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    CASOS CONCRETOS

    2 FASE TRIBUTRIO - CASO CONCRETO 1 (MODELO) -

    RECURSOS

    QUESTO 1:Jos, aps citado em Execuo Fiscal ajuizada pela Unio,

    indicou, por via de seu advogado, bens penhora dois dias aps receber a

    citao pela via postal. Quinze dias depois foi ajuizada ao de Embargos

    Execuo Fiscal, a qual foi julgada improcedente. Trs dias aps intimado

    da sentena, Jos pede a voc, advogado, que adote a medida judicialadequada pra que promova o questionamento da sentena, dando

    prosseguimento ao processo e tentando obter uma deciso favorvel,

    substitutiva da deciso sentenciada. No caso concreto, trata-se de execuo

    de pequeno valor, em que a Unio, no dia 01/10/2009 ajuizou a demanda

    cobrando R$ 300,00 referente a suposta dvida de ITR, alegando que Jos

    estaria inadimplente com o dbito. Por se tratar de imvel situado em zonarural, entendeu a PFN ser legtima a execuo, porquanto Jos, em sede de

    Embargos, alegou ser devida a incidncia do IPTU e no do ITR, pedindo a

    extino da execuo com seu julgamento de improcedncia, dando-se

    procedncia aos Embargos. Como o imvel de Jos um pequeno lote

    destinado ao comrcio agrcola, em loteamento oficial aprovado pela

    prefeitura, em rea definida pela Cmara de Vereadores por via de leiordinria municipal como rea de expanso urbana, ele realmente cr que

    no deve se sujeitar exao fiscal federal, pelo que pede a voc que, como

    advogado, prossiga na defesa e questione a sentena que julgou

    improcedente os Embargos, ciente que no h vcios de obscuridade,

    contradio ou omisso no decisum, mas apenas um contedo que se

    entende estar acometido por error in judicando.

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    RESPOSTA AO CASO CONCRETO

    1. DA MEDIDA JUDICIAL ADEQUADA: Recurso de Embargos

    Infringentes de Alada, com fundamento no art.34 da Lei 6.830/80, a ser

    interposto pelo executado embargante, no prazo de dez dias, direcionando-

    o ao prprio Juiz da causa para que receba-o, conhea-o e promova o

    julgamento de mrito, revendo sua prpria deciso.

    2. DA QUESTO DE MRITO:

    Quanto questo de mrito sobre a qual versa a causa, assiste razo a Jos,

    j que o imposto a incidir sobre a sua propriedade o IPTU e no o ITR,

    por fora na norma prevista no art.32,2 do CTN. Desse modo, no

    incidindo o ITR, correto afirmar que inexiste relao jurdica obrigacional

    tributria entre Jos e a Unio, pelo que no h que se falar de existncia dedbito fiscal, e, esses termos, a Execuo Fiscal nula, no podendo

    produzir qualquer efeito vlido, j que no se funda em ttulo executivo

    lastreado em dvida lquida, certa e exigvel. o que se depreende da

    leitura dos arts.580, 586 e 618, I do CPC.

    O Juiz deveria ter sentenciado pela procedncia dos Embargos j que

    realmente o melhor direito protege o executado, sendo, de fato, incorreta aexecuo em tela. Importante frisar que como regra, o imposto que incide

    sobre imveis situados na zona rural do Municpio de fato o ITR.

    Todavia, quando se materializa a situao prevista no pargrafo segundo do

    art.32 do CTN, afasta-se essa regra e o IPTU passa a incidir, sendo esse o

    tributo devido.

    No caso em tela, de se observar que foi cumprido o requisito de existir lei

    municipal estabelecendo a rea da zona rural que ficou definida como rea

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    de expanso urbana, bem como, observou-se tambm o requisito de o

    imvel integrar loteamento aprovado por rgo competente e destinado ao

    comrcio. Cumpridos os requisitos estabelecidos no art.32,2, CTN,

    realmente o imposto a incidir o IPTU, mesmo se tratando de imvel

    situado na zona rural do Municpio.

    3. COMENTRIOS SOBRE A IDENTIFICAO DA MEDIDA

    JUDICIAL ADEQUADA:

    No caso em tela a medida judicial a ser adotada necessariamente umrecurso, meio que se revela adequado para promover a impugnao do ato

    judicial decisrio, no prprio processo, evitando a coisa julgada e

    possibilitando a chance de se conseguir uma deciso substitutiva da que

    fora sentenciada. Logo, o caso realmente desafia interposio de recurso

    para questionar a sentena.

    Por se tratar de Execuo Fiscal ajuizada no ano de 2009 e com valor de R$300,00 ao tempo do ajuizamento, inequvoca a certeza de que a causa

    trafega dentro da alada, pelo que o recurso unicamente cabvel o recurso

    previsto no art.34 da Lei 6.830/80 (Lei de Execues Fiscais), qual seja, o

    recurso de Embargos Infringentes de Alada. Fundamental destacar ser

    totalmente incabvel o recurso de Apelao. Como sabido, as sentenas

    prolatadas em Execues Fiscais ajuizadas para cobrana de valor inferiorou igual ao limite da alada so atacveis exclusivamente por via de

    Embargos Infringentes de Alada, somente sendo cabvel o recurso de

    Apelao quando a causa tem valor superior ao teto da alada, sendo

    apurado o valor no momento do ajuizamento da ao.

    Oportuno lembrar que a Lei 6.830/80 fixou o limite da alada no seu art.34,

    definindo que se o valor da causa fosse inferior ou equivalente a 50

    ORTNs, o recurso cabvel para questionar a sentena seria o previsto no

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    aludido dispositivo, restando cabvel a Apelao para as causas com valor

    superior a 50 ORTNs. Logo, para se identificar o recurso cabvel

    fundamental analisar se ao tempo do ajuizamento o valor do dbito

    exequendo estava dentro ou acima da alada. Necessrio, portanto, fazer a

    converso da referncia de 50 ORTNs para a moeda corrente, no caso, o

    REAL, e encontrar o valor equivalente em reais.

    A ORTN foi substituda pela OTN, e, essa, por sua vez, pelo BTN, o qual

    foi posteriormente substitudo pela UFIR. A UFIR foi extinta no final do

    ano 2000, de modo a que atualizando, em Dezembro do ano de 2000, o

    valor que equivaleria a 50 ORTNs, esse valor, em REAIS, significaria R$

    328,27 (trezentos e vinte e oito reais e vinte e sete centavos). Ou seja, em

    dezembro de 2000 o equivalente a 50 ORTNs traduziria 308,5 UFIRs e

    essa quantia gerava o valor de R$ 328,27. Desse modo, a partir de Janeiro

    de 2001, a alada nacional foi fixada em R$ 328,27, sendo esse montante

    atualizvel quatro vezes por ano, sempre ao fim dos meses de Maro,

    Junho, Setembro e Dezembro (meses 3, 6, 9 e 12), pelo IPCA-E (ndice dePreos ao Consumidor Amplo Especial), regulado pelo IBGE.

    O Valor de R$ 328,27 aumentou a cada ano, de modo a que no ano de

    2013, superou a quantia dos R$ 700,00, caminhando para se aproximar dos

    R$ 800,00 no decorrer do ano de 2014. Com isso, uma certeza se revela

    bvia: desde o final do ano de 2000, qualquer execuo fiscal no Brasil

    ajuizada para cobrana de dvida com montante igual ou inferior a R$328,27 estaria obrigatoriamente dentro da alada, pelo que das sentenas

    prolatadas em tais processos jamais seria cabvel interposio de recurso de

    Apelao mas unicamente o recurso de Embargos Infringentes de Alada.

    E foi exatamente o que ocorreu no caso em tela, em que a execuo fiscal

    federal ajuizada no ano de 2009, teve como valor exequendo a quantia de

    R$ 300,00.

    Na prtica, sempre que se ajuza execuo fiscal de pequeno valor

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    essencial que se observe, ao tempo do ajuizamento, se o valor constante na

    CDA est acima ou dentro da alada, pois essa informao ser

    determinante para identificar o recurso por via do qual ser possvel

    questionar a sentena, lembrando, desde logo, que existem profundas

    diferenas entre o recurso do art.34 da LEF (Embargos Infringentes de

    Alada) e o recurso do art.496,I, CPC (Apelao).

    4. DA DIFERENA ENTRE OS EMBARGOS INFRINGENTES DE

    ALADA E A APELAO

    Aps ficar bem delimitado quando cabvel a interposio dos Embargos

    Infringentes de Alada e quando cabvel a interposio da Apelao,

    diante das sentenas prolatadas nas execues fiscais, tracemos um paralelo

    comparativo, apontando as principais distines entre cada uma das duas

    espcies recursais.

    Acredito que o primeiro trao diferenciador a ser evidenciado aquele querevela a competncia para julgamento. Ou seja, a identificao do rgo

    responsvel pelo exerccio do chamado Juzo Meritrio. Noutras palavras,

    reconhecermos quem ser competente para efetivamente julgar o recurso.

    No caso da Apelao, o julgamento ser feito pelo Tribunal ao qual se

    vincula a vara onde tramita a ao executiva. Nesse compasso, tratando-se

    de Justia Estadual, a Apelao ser julgada por uma das Cmaras doTribunal de Justia daquele determinado Estado da federao (ou o TJ do

    DF, se for o caso). J nas execues ajuizadas na justia federal, o

    julgamento da Apelao ser feito pelo TRF a que se vincula aquela vara

    federal onde atua o Juiz federal sentenciante. No caso do TRF, que ao invs

    de Cmaras, possui Turmas, caber ao Desembargador Federal relator, na

    Turma para a qual for distribudo o recurso, julg-lo.

    Perceba-se, portanto, que apesar de a Apelao ser dirigida ao Juiz da

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    causa, prolator da sentena, para que exera o chamado Juzo de

    Admissibilidade e ento, checando que esto respeitados os requisitos para

    admitir o recurso (conhecer do recurso, na linguagem adequada),

    encaminhe para o Tribunal, o julgamento da Apelao feito pelo

    Tribunal, por Desembargadores. Juiz singular no julga Apelao, recurso

    que somente tem seu mrito apreciado por Desembargadores da segunda

    instncia do Poder Judicirio.

    Ao contrrio, quando falamos dos Embargos Infringentes de Alada, o

    prprio Juiz prolator da sentena ser o rgo competente para o

    julgamento. Isso mesmo! E aqui est a mais importante diferena para aApelao. Nessa ltima, o julgamento recursal colegiado, exercido em

    sede de Tribunal, na segunda instncia. J no recurso interponvel nas

    causas de pequeno valor, dentro da alada, o julgamento recursal

    singular, o recurso no sobre para o Tribunal. por isso que no raro se

    escuta falar, na linguagem corriqueira da militncia forense, que o recurso

    de Embargos Infringentes de Alada nada mais que um pedido dereviso ao prprio Juiz prolator da sentena. No fundo, pedindo vnia aos

    mais rigorosos com as terminologias e formalismos, exatamente isso.

    Constate-se que a interposio de ambos os recursos se d perante o Juiz da

    causa, logo, so endereados, em ambos os casos, ao prprio Juiz prolator

    da sentena e devem ser protocolizados na prpria vara em que tramita a

    execuo fiscal. Todavia, no caso da Apelao, o Juiz da causa apenasexerce o Juzo de Admissibilidade, encaminhando, se for caso de conhecer

    do recurso, a pea apelante, para apreciao e julgamento no Tribunal,

    onde ser exercido o juzo meritrio. J nos Infringentes de Alada, o

    prprio Juiz da execuo exerce cumulativamente, o juzo de

    admissibilidade e o juzo meritrio.

    Observe-se que, como decorrncia dessa percepo, algumas distines so

    fundamentais de serem apontadas. Em julgamento de Embargos

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    Infringentes de Alada, por se tratar de deciso singular e exercida na

    primeira instncia, jamais ser cabvel interposio de Recurso Especial

    para o STJ, j que tal modalidade de recurso excepcional s cabvel

    diante de decises exaradas em Tribunais (vide, art.105, III, CRFB/88 e

    consolidada jurisprudncia nesse sentido), porquanto dos julgamentos de

    Apelaes pode ser cabvel a interposio do REsp. No mesmo sentido, por

    se tratar de deciso monocrtica, no exercida em rgo colegiado, nos e

    cogita de Agravo Regimental no julgamento dos Embargos Infringentes de

    Alada, j que o agravinho recurso aplicvel apenas a decises de

    Reatores dentro de rgos colegiados, sempre nos Tribunais. Ainda namesma linha de percepo, enxergue-se que jamais se cogitar de

    interposio de Embargos Infringentes (do CPC) diante de deciso de

    Embargos Infringentes de Alada (da LEF), porquanto tal modalidade de

    recurso de desempate cabvel no julgamento de algumas Apelaes.

    Conclua-se, face o exposto, que no julgamento de Embargos Infringentes

    de Alada, somente se podem interpor dois tipos de recursos, e, desde queobservadas as condies especficas de admissibilidade de cada um deles,

    quais sejam: os Embargos Declaratrios e o Recurso Extraordinrio para o

    STF.

    Oportuno ainda destacar que da deciso que inadmite o recurso, por se

    entender que o mesmo no cumpre um dos requisitos de admissibilidade,

    cabe Agravo de Instrumento para o Tribunal, e aqui, tanto faz se o caso foide deciso de inadmissibilidade de Apelao ou Embargos Infringentes de

    Alada. Perceba-se que, nesse caso especfico, o recurso no foi julgado,

    sequer foi admitido. A deciso de no conhecer do recurso, seja l por qual

    motivo for (ex: intempestividade; inadequao em razo do valor da

    alada; falta de interesse; desero, no caso da apelao; etc), desafia o

    Agravo de Instrumento para o Tribunal, a ser interposto no prazo de dez

    dias com feitio do regular preparo.

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    Acrescente-se tambm a importante diferena no que tange ao prazo de

    interposio do recurso, que no caso da Apelao ser de quinze dias,

    seguindo-se a regra tradicional para recorribilidade, porquanto no caso do

    recurso do art.34 da Lei 6.830/80 o prazo se reduz em um tero, caindo

    para apenas dez dias.

    Lembre-se, por fim, a diferena no que tange ao requisito extrnseco de

    admissibilidade recursal do preparo, o qual exigvel na Apelao e

    dispensado nos Embargos Infringentes de Alada, especialmente pelo fato

    de que, nesse ltimo, como no h subida do recurso para o Tribunal, no

    h custos com porte de remessa e de retorno (como seria na Apelao),tambm no h necessidade de formao de instrumento para novos auto

    (como seria no Agravo de Instrumento), optou o doutrina com a guarida da

    jurisprudncia, por reconhecer que o recorrente deveria ficar desonerado

    das custas de preparo quando o recurso interposto nas causas de valor

    dentro da alada.

    5. COMENTRIOS SOBRE A ESTRUTURA DO RECURSO CABVEL

    A estruturao do Recurso de Embargos Infringentes de Alada se revela

    extremamente simples. Redige-se uma nica petio, destinada ao prprio

    Juiz da causa, prolator da sentena questionada, para que ele mesmo exera

    tanto o Juzo de Admissibilidade como o Juzo de Mrito recursal.Diferentemente do que ocorre na maioria dos recursos, em que a pea

    processual estruturada com o conjunto de duas peties, uma direcionada

    ao chamado rgo a quo (que exerce o juzo primrio de admissibilidade) e

    outra ao denominado rgo ad quem (que renova o juzo de admissibilidade

    e, se admitido o recurso, exerce o juzo de mrito), no recurso em comento

    se abdica dessa tradicional estrutura, inexistindo a aposio de uma folha

    de rosto (petio dirigida ao rgo a quo) e uma estrutura recursal anexa

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    (a Sr encaminhada ao rgo ad quem), bastando que se rediga, como dito,

    uma nica petio, direcionada a uma nica autoridade julgadora, a qual

    ser responsvel, como supra frisado, por ambos os julgamentos recursais

    (de admissibilidade e de mrito). que essa , precisamente, uma das

    caractersticas mais marcantes do recurso previsto no art.34 da LEF: o

    prprio Juiz que expede a sentena quem julga o recurso interposto em

    face do seu prprio ato decisrio. Da alguns cogitarem, em raciocnio

    analgico, que a ferramenta recursal em apreo funcionaria como um

    grande pedido de reviso sui generis.

    O advogado, ao redigir a pea, deve enderea-la ao Juiz da vara em quetramitam as aes de Execuo Fiscal e de Embargos Execuo Fiscal. A

    qualificao do recorrente j segue nos autos, assim como a procurao que

    estabelece poderes representativos ao advogado, pelo que, caso seja o

    mesmo advogado a prosseguir na causa, desnecessrio apresentar nova

    procurao.

    A fundamentao legal que autoriza a interposio do presente recurso oart.34 da Lei 6.830/80, devendo ser tal artigo citado na petio.

    O recurso se interpe em face da sentena prolatada pelo magistrado, sendo

    o ato judicial decisrio o objeto da impugnao recursal. O advogado deve

    fazer expressa meno a tal objeto, afirmando estar sendo interposto o

    recurso em face do mesmo, especificando as folhas dos autos em que

    consta o referido ato.Como em qualquer pea recursal, deve o advogado, ao redigir a pea

    processual, expor os fatos, os fundamentos jurdicos do pedido principal

    (referente ao mrito recursal), e evidentemente, formalizar esse pedido.

    Todavia, em se tratando de uma prova de concurso pblico ou Exame de

    Ordem, oportuno que se abram alguns tpicos, em destaque, na

    estruturao do recurso. De tal forma, a petio redigida e endereada ao

    Juiz (e submetida avaliao imposta pela Banca corretora) conteria um rol

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    maior do que apenas os trs tradicionais tpicos dos fatos, do direito e

    do pedido.

    O primeiro ponto a ser destacado, logo aps a narrativa dos fatos e antes da

    exposio dos fundamentos jurdicos do pedido, o que diz respeito

    adequao do recurso em tela. de bom alvitre que o candidato deixe claro

    para a banca Examinadora que optou por interpor o recurso de Embargos

    Infringentes de Alada ao invs do recurso de Apelao por ter constatado

    que se tratava de aa que fora ajuizada dentro do limite da alada,

    explicando, ainda, como se fixa a alada. A ttulo exemplificativo, esse

    tpico poderia ser denominado da adequao do presente recurso. o valor

    da alada, o valor da causa e o no cabimento do recurso de apelao.

    Num segundo momento, deve o candidato, aps j ter narrado os fatos e

    inserido o tpico supra aludido a respeito da adequao recursal, o

    recorrente deve expor comentrios sobre os demais requisitos de

    admissibilidade recursal, afirmando estarem todos eles devidamente

    observados. Oportuno que se destaque o requisito da tempestividade (queno caso do recurso em anlise fixa em dez dias o prazo mximo para a

    recorribilidade), afirmando estar tempestiva a interposio, bem como, que

    tambm se registre ser inexigvel o preparo, j que o mesmo no fora

    exigido no art.34 da LEF, e, pelo fato de o processo no se deslocar para

    qualquer outra instncia recursal, realmente desnecessria sua exigncia.

    De bom grado que se registre um tpico para esse comentrio. Por fim,aps abertos esses dois tpicos, um referente tempestividade e o outro

    fazendo aluso inexigibilidade de preparo, salutar que se insira um ltimo

    tpico apenas para registrar que restam cumpridos todos os demais

    requisitos intrnsecos e extrnsecos de admissibilidade recursal. Dessa

    forma, os trs tpicos a serem apostos na pea recursal, ligados ao controle

    de admissibilidade, poderia ser, a ttulo exemplificativo, escritos da

    seguinte maneira: da tempestividade da presente interposio; da

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    desnecessidade do preparo; da observncia aos demais requisitos de

    admissibilidade.

    Aps a sequncia dos tpicos at ento sugeridos, deve o recorrente se

    destacar aos dois mais importantes pontos estruturais do seu recurso, quais

    sejam: primeiramente, o item relativo ao mrito, quando ento expor a

    argumentao jurdica que entende correta para justificar o pedido de

    provimento do recurso para fins de modificar a deciso recorrenda; a

    seguir, deve formalizar o pedido.

    Quanto ao item da fundamentao jurdica, para fins de realizao de uma

    Prova de Concurso Pblico ou Exame de Ordem, saudvel que o candidatoexponha toda a fundamentao jurdica para defender o interesse do

    executado, demonstrando a tese e citando os dispositivos legais pertinentes,

    e, havendo smula do STF ou STJ pertinente ao tema, as mesmas devem

    ser citadas (no o caso na questo presente).

    Quanto ao pedido, o mesmo, certamente, ser o pedido de provimento do

    recurso para fins de reforma da sentena, em razo de error in judicando(vcio de qualidade do contedo do julgamento atacado). Somente se fosse

    hiptese de error in procedendo que o pedido seria de anulao da

    sentena. Para fins de uma prova de Concurso Pblico ou Exame de

    Ordem, no se deve presumir um erro de procedimento do magistrado, de

    modo a que se o mesmo no expressamente narrado na questo proposta

    pela Banca Examinadora, o recorrente deve considerar apenas o error injudicando evidenciado na deciso incorreta narrada na questo, e, no

    pedido principal, pleitear, portanto, a reforma da sentena. Pedindo a

    reforma, deve pedir que, como consequncia dela, se prolate nova deciso,

    substitutiva da sentena recorrida. A ttulo exemplificativo, o pedido pode

    ser feito da seguinte maneira: requer o recorrente possa V.Ex da

    provimento ao presente recurso para fins de reformar a emrita sentena

    por V.Ex prolatada, substituindo-a por nova deciso, que reconhea o

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    direito do recorrente e declare....

    Por fim, oportuno lembrar que em sede de recurso no se valora a causa, o

    que se faz exclusivamente nas peties iniciais, quando a ao proposta.

    Logo, aps o item do pedido, no se insere item de valor da causa.

    Para finalizar a pea recursal, aps o item do pedido, basta que o advogado

    registre breve saudao de despedida, o que evidencia postura de

    cordialidade e respeito. Algo simples como, exemplificativamente, face o

    exposto, aguarda deferimento. Abaixo de tal registro, coloca o local, a

    data, e assina seu nome e informa o nmero da sua identidade profissional

    (numa prova de Concurso Pblico ou Exame de Ordem o candidato jamaisdeve se identificar, no podendo anotar o seu prprio nome e nem o

    nmero de sua inscrio de estagirio ou profissionaldeve apenas

    escrever Local ... Data... Advogado ... OAB ....

    6. MODELO ESTRUTURAL DO RECURSO DE EMBARGOS

    INFRINGENTES DE ALADA

    Exm Sr. Dr. Juiz Federal da ... Vara Federal (competente para a execuo

    fiscal) da Seo Judiciria do Estado ...

    (10 linhas)

    Pedro Barretto, executado embargante, ora embargante recorrente, j

    devidamente qualificado nos autos da presente ao na forma do art.282,

    CPC, vem, por meio de seu advogado, procurao j anexada nos autos

    com qualificaes e endereo para os fins do art.39, I, CPC, respeitosa e

    tempestivamente, perante V. Ex, nos termos do art.34 da Lei 6.830/80,

    interpor o presente recurso de

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    EMBARGOS INFRINGENTES DE ALADA

    Em face da honrosa sentena prolatada por V.Ex nas folhas n ... dos

    presentes autos, contra a qual, todavia, se insurge por meio do recurso em

    apreo, almejando que V. Ex, aps intimar o recorrido para que se

    manifeste em prazo de dez dias, reconsidere sua deciso, para fins de,

    dando provimento ao presente recurso, reform-la, julgando procedente os

    Embargos Execuo Fiscal ajuizados pelo recorrente, reconhecendo ser

    indevida a pretenso executria da recorrida embargada, afirmando pela

    nulidade do ttulo executivo, extinguindo a execuo fiscal e reconhecendono ser a dvida exequenda oponvel ao recorrente, em razo dos fatos e

    fundamentos recursais a seguir expostos.

    DOS FATOS.

    DA ADEQUAO DO PRESENTE RECURSO. O VALOR DAALADA, O VALOR DA CAUSA E O NO CABIMENTO DO

    RECURSO DE APELAO.

    DA TEMPESTIVIDADE DA PRESENTE INTERPOSIO.

    DA DESNECESSIDADE DO PREPARO.

    DA OBSERVNCIA AOS DEMAIS REQUISITOS DE

    ADMISSIBILIDADE.

    DOS FUNDAMENTOS JURDICOS DO PEDIDO DE REFORMA DA

    SENTENA.

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    DO PEDIDO DE REFORMA

    Termos em que pede deferimento.

    Local ... Data ...

    Advogado ... OAB ...

    7. O RECURSO PARA O CASO CONCRETO APRESENTADO

    Exm Sr. Dr. Juiz Federal da ... Vara Federal (competente para a execuo

    fiscal) da Seo Judiciria do Estado ...

    (10 linhas)

    Pedro Barretto, executado embargante, ora embargante recorrente, j

    devidamente qualificado nos autos da presente ao na forma do art.282,

    CPC, vem, por meio de seu advogado, procurao j anexada nos autoscom qualificaes e endereo para os fins do art.39, I, CPC, respeitosa e

    tempestivamente, perante V. Ex, nos termos do art.34 da Lei 6.830/80,

    interpor o presente recurso de

    EMBARGOS INFRINGENTES DE ALADA

    Em face da honrosa sentena prolatada por V.Ex nas folhas n ... dos

    presentes autos, contra a qual, todavia, se insurge por meio do recurso em

    apreo, almejando que V. Ex, aps intimar o recorrido para que se

    manifeste em prazo de dez dias, reconsidere sua deciso, para fins de,

    dando provimento ao presente recurso, reform-la, julgando procedente os

    Embargos Execuo Fiscal ajuizados pelo recorrente, reconhecendo ser

    indevida a pretenso executria da recorrida embargada, afirmando pela

  • 5/26/2018 CASOS CONCRETOS

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    nulidade do ttulo executivo, extinguindo a execuo fiscal e reconhecendo

    no ser a dvida exequenda oponvel ao recorrente, em razo dos fatos e

    fundamentos recursais a seguir expostos.

    DOS FATOS

    Fora ajuizada ao de Execuo Fiscal pela Unio, em face do ora

    recorrente, o qual embargou a citada execuo regular e tempestivamente.

    Foi prolatada sentena julgando improcedentes os Embargos, acolhendo a

    pretenso executria externada pela demandante. A questo de mrito versasobre cobrana de ITR por parte da Fazenda Nacional, sendo que o

    executado ora recorrente entende ser devido o IPTU e no o imposto

    federal exigido, com base nos fundamentos j expostos na petio da Ao

    de Embargos Execuo Fiscal e renovados adiante na presente pea

    recursal.

    DA ADEQUAO DO PRESENTE RECURSO. O VALOR DA

    ALADA, O VALOR DA CAUSA E O NO CABIMENTO DO

    RECURSO DE APELAO.

    No caso presente o recurso unicamente cabvel para questionar a sentena

    prolatada por V.Ex o recurso previsto no art.34 da Lei 6.830/80,chamado de Embargos Infringentes de Alada, sendo inadequada a

    interposio de recurso de Apelao.

    que quando do ajuizamento da ao, verifica-se que o valor da dvida

    exequenda, apurado ao tempo da propositura da demanda executiva, no

    extrapolava o limite da alada, fato que determina o cabimento do recurso

    ora interposto.

    Como sabido, nas execues pospostas com causas de valor equivalente at

  • 5/26/2018 CASOS CONCRETOS

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    o montante de 50 ORTNs, a sentena no apelvel, sendo a

    recorribilidade unicamente vivel por meio dos Embargos Infringentes do

    art.34 da Lei de Execues Fiscais.

    Desde que se extinguiu a UFIR, substitutiva do BTN, que por seu turno

    substituiu a OTN, unidade de referncia que se colocou no lugar da velha

    ORTN a que se refere a Lei 6.830/80, se fixou a alada mnima em R$

    328,27 (trezentos e vinte e oito reais e vinte e sete centavos), o que se deu a

    partir do ms de Dezembro do ano 2000. Dali em diante, o valor da alada

    passou a ser atualizado quatro vezes por ano, mediante aplicao do ndice

    corretivo IPCAE (ndice de Preos ao Consumidor Amplo Especial),regulado pelo IBGE, j tendo superado, no ano de 2013, montante superior

    a setecentos reais. Como a ao em tela foi ajuizada no ano de 2009 e o

    valor constante na CDA de apenas R$ 300,00, quantia inferior alada

    mnima fixada ao final do ano 2000 (R$ 327,28), inequvoca a concluso

    que a ao tramita dentro da alada, o que determinante para evidenciar

    que o recurso cabvel realmente o que se interpe.

    DA TEMPESTIVIDADE DA PRESENTE INTERPOSIO.

    O recorrente registra que o presente recurso se interps tempestivamente,

    com observao ao prazo de dez dias fixado no art.34,2 da Lei 6.830/80.

    DA DESNECESSIDADE DO PREPARO.

    Esclarece o recorrente que a ausncia de preparo se d em razo da sua

    desnecessidade quando da interposio de recursos como o presente, pelo

    que no se deve cogitar de aplicao de pena de desero recursal.

    DA OBSERVNCIA AOS DEMAIS REQUISITOS DE

  • 5/26/2018 CASOS CONCRETOS

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    ADMISSIBILIDADE.

    Enfatiza o recorrente que alm do cabimento e da tempestividade, todos os

    demais requisitos de admissibilidade recursal restam devidamente

    obedecidos, tanto os intrnsecos como os extrnsecos, razo pela qual pede

    V.Ex conhea do presente recurso, admitindo-o.

    DOS FUNDAMENTOS JURDICOS DO PEDIDO DE REFORMA DA

    SENTENA.

    A questo de mrito simples e bastante conhecida, evidenciando anecessidade de reforma da deciso sentenciada. que em casos como o

    presente, em que o imvel do proprietrio situado na rea da zona rural

    que ficou definida por lei municipal especfica como rea de expanso

    urbana, bem como, estando o imvel a integrar loteamento aprovado por

    rgo competente e destinado ao comrcio, o imposto a incidir o IPTU e

    no o ITR, por fora do disposto no art.32,2 do CTN.Na situao em apreo, o imvel do executado embargante, ora recorrente,

    se insere exatamente na moldura ftica acima descrita. No obstante

    situado em zona rural, localizado em parte dessa zona que fora definida

    como rea de expanso urbana, integrando loteamento regularmente

    aprovado pela Administrao Pblica e com destinao ao comrcio. Todos

    os dados ora afirmados ficaram devidamente provados no curso doprocesso. Por ser dessa forma, no h razo para ignorar a norma emanada

    do citado art.32,2 do CTN, e reconhecer que o imposto a incidir o

    IPTU, previsto no art.156, I e 1 da CRFB/88 e regulado nos arts.32, 33 e

    34 do CTN, inexistindo relao jurdica obrigacional tributria entre o

    proprietrio e a Unio, no incidindo o ITR.

    Face o exposto que pede possa V.Ex rever sua prpria deciso para fins

    de reform-la, acolhendo o pleito do ora recorrente.

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    DO PEDIDO DE REFORMA

    Pede o recorrente possa V.Ex, primeiramente, conhecer do presente

    recurso, e, no julgamento de mrito, dar provimento ao mesmo, para fins de

    proferir deciso substitutiva da sentena infirmada, reformando-a,

    declarando ser indevida a incidncia do ITR por inexistir relao jurdica

    obrigacional tributria envolvendo a exequente e o executado, para fins de

    que seja extinta a ao de Execuo Fiscal com o reconhecimento de sua

    improcedncia, restando julgados procedentes os Embargos Execuo,extinguindo-se o crdito tributrio cobrado pela Unio nos termos do

    art.156, X do Cdigo Tributrio Nacional, declarando-se a nulidade do

    ttulo executivo e ordenando-se o cancelamento do termo de inscrio em

    dvida ativa.

    Termos em que pede deferimento.Local ... Data ...

    Advogado ... OAB ...

    2 FASE TRIBUTARIO

    QUESTO 2:Sociedade ABC, aps citada em Execuo Fiscal ajuizadapelo pequenino Municpio x da federao, onde sediada, efetivou, por

    via de seu advogado, depsito bancrio na quantia referente ao valor do

    dbito exequendo, quatro dias aps receber a citao pela via postal. Trs

    semanas aps efetivar o depsito em estabelecimento bancrio oficial e

    aps j ter juntado o comprovante nos autos da Execuo Fiscal, a

    executada ajuizou ao de Embargos Execuo Fiscal, a qual foi julgada

    procedente. Trs dias aps intimadas as partes da sentena, voc,

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    Procurador nomeado do Municpio x, recebe pedido do Prefeito que

    prossiga na defesa da arrecadao, solicitando-lhe que adote a medida

    judicial adequada pra que promova o questionamento da sentena que

    acolheu os Embargos do contribuinte, dando prosseguimento ao processo e

    tentando obter uma deciso favorvel fazenda municipal, substitutiva da

    deciso sentenciada. No caso concreto, trata-se de execuo que, para o

    porte do errio local, considerada de grande valor. Na questo em tela, o

    Municpio x, no dia 05/06/2008 ajuizou a demanda cobrando R$

    300.000,00 referente a suposta dvida de ISS, alegando ser a Sociedade

    ABC a responsvel pelo adimplemento, o qual no houve, sustentandoportanto que a referida pessoa jurdica estaria inadimplente com o dbito, o

    qual j havia sido cobrado mediante lanamento de ofcio em Setembro de

    2005 e tendo ocorrido inscrio em dvida ativa municipal em novembro do

    mesmo ano. Quanto relao de direito material que ensejou o imbrglio

    judicial, trata-se de contrato de prestao de servios em que a Sociedade

    ABC, sediada no Municpio x, tomadora do servio, tendo contratado,na qualidade de consumidora, a prestao do servio de reparao na

    estrutura fsica de seus imveis, servio esse executado pela prestadora

    Sociedade Reparadora XYZ, sediada no municpio vizinho, o Municpio

    w.

    Ao ajuizar a ao de Embargos Execuo Fiscal o executado, alm de

    sustentar sua ilegitimidade passiva, provando no ser o prestador e sim oconsumidor do servio, comprovou que a prestadora do servio recolheu

    corretamente o ISS referente a tal prestao em favor do Municpio w,

    onde sediada, sustentando inexistncia de crdito tributrio pendente em

    relao ao referido fato gerador, o qual j estaria devidamente extinto pelo

    pagamento. Alegou ainda que mesmo que no se considerasse extinto pelo

    pagamento, o dbito estaria extinto pela prescrio, j que a execuo do

    servio se deu no ms de Maio do ano de 2002 e o ajuizamento da

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    execuo se deu apenas em Junho do ano de 2008, mais de seis anos

    depois, sendo que o Municpio w no realizou qualquer ato formal de

    cobrana extrajudicial, no tendo ocorrido qualquer notificao para

    recolhimento do imposto pela referida municipalidade, a qual se sustentou

    ser a legtima credora. O juiz da causa acolheu a tese de ilegitimidade

    passiva, bem como declarou o crdito extinto pelo pagamento,

    reconhecendo a ilegitimidade ativa do Municpio x na relao material e

    processual, concordando ainda que estaria prescrita a dvida.

    Diante do quadro narrado, voc como Procurador, deve apresentar a

    medida processual adequada para questionar a sentena que julgouprocedente os Embargos, ciente que no h vcios de obscuridade,

    contradio ou omisso no decisum, mas apenas um contedo que se

    entende estar acometido por error in judicando, atacando todos os itens da

    deciso. Interponha a pea processual correta

    Gabarito do CASO CONCRETO 2 - "Recursos"

    1. MEDIDA JUDICIAL ADEQUADA: Recurso de Apelao, nos termos

    dos arts.496, I, 513 a 521 e 558 do CPC, a ser interposto pelo exequente

    embargado, no prazo de quinze dias, direcionando-o ao prprio Juiz da

    causa para que receba-o, conhea-o e encaminhe ao Tribunal de Justia

    para que exera o julgamento de mrito, pedindo-se a reforma de deciso

    recorrenda.

    2. QUESTO DE MRITO: O bom direito assiste ao exequente, apelante,

    de sorte a que a Execuo Fiscal deveria ter sido julgada procedente, com

    improcedncia aos Embargos, diferentemente do que fora decidido. que

    quando se trata de servios de reparao de imveis, vigora normatizao

    especial para determinao do sujeito ativo e do sujeito passivo, pelo que

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    realmente o sujeito ativo o Municpio x, exequente, bem como, o sujeito

    passivo, a Sociedade ABC, executada. Importante esclarecer, tambm,

    no ter se consumado o fenmeno da prescrio. Logo, de se constatar que

    a sentena merece total reparo.

    O servio prestado pela Sociedade XYZ previsto no subitem 7.05 da

    lista anexa da LC 116/03, e, para tal servio, fica previsto, no art.3, V que

    o ISS devido em favor do Municpio em que executado o servio, o

    qual, no caso, exatamente o exequente. Quanto sujeio passiva, deve

    ser observada a norma do art.6,2, II da LC 116/03, o que demonstra que

    realmente o executado o legtimo sujeito passivo, por ser pessoa jurdica eno pessoa fsica. Nenhum equvoco portanto na tributao imposta pelo

    Municpio x.

    Quanto ao fenmeno da prescrio, visvel tambm que o mesmo no se

    consumou, pois, para tanto, seria necessrio que tivesse se vencido prazo

    de cinco anos contados a partir da constituio definitiva do crdito

    (art.174, CTN), o que no se materializou, j que o lanamento ocorreu noano de 2005 e o ajuizamento da ao se edificou em 2008, no sendo

    possvel falar do quinqunio prescricional.

    Oportuno ainda frisar que o fato de o prestador do servio (Sociedade

    XYZ) ter feito, em erro, pagamento do valor referente ao dbito em favor

    do Municpio w, em nada afeta o direito de crdito do Municpio x,

    exequente.

    3. COMENTRIOS SOBRE A IDENTIFICAO DA MEDIDA

    JUDICIAL ADEQUADA:

    No caso em tela a medida judicial a ser adotada necessariamente um

    recurso, meio que se revela adequado para promover a impugnao do ato

    judicial decisrio, no prprio processo, evitando a coisa julgada e

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    possibilitando a chance de se conseguir uma deciso substitutiva da que

    fora sentenciada. Logo, o caso realmente desafia interposio de recurso

    para questionar a sentena.

    Por se tratar de Execuo Fiscal ajuizada no ano de 2008 e com valor de R$

    300.000,00 ao tempo do ajuizamento, inequvoca a certeza de que a causa

    trafega acima do limite da alada, pelo que o recurso unicamente cabvel

    o recurso de Apelao, previsto nos arts. 496, I e 513 do CPC. Fundamental

    destacar ser totalmente incabvel o recurso de Embargos Infringentes de

    Alada, previsto no art.34 da Lei 6.830/80 (Lei de Execues Fiscais).

    Como sabido, as sentenas prolatadas em Execues Fiscais ajuizadas paracobrana de valor inferior ou igual ao limite da alada so atacveis

    exclusivamente por via de Embargos Infringentes de Alada, somente

    sendo cabvel o recurso de Apelao quando a causa tem valor superior ao

    teto da alada, sendo apurado o valor no momento do ajuizamento da ao.

    E conforme as caractersticas do caso em tela, o apelo previsto no CPC o

    meio de impugnao adequado, j que o valor da causa, ao tempo doajuizamento, bem superior ao nfimo patamar da alada.

    Oportuno lembrar que a Lei 6.830/80 fixou o limite da alada no seu art.34,

    definindo que se o valor da causa fosse inferior ou equivalente a 50

    ORTNs, o recurso cabvel para questionar a sentena seria o previsto no

    aludido dispositivo, restando cabvel a Apelao para as causas com valor

    superior a 50 ORTNs. A contraio sendo, se o valor supera o limite das 50ORTNs, o recurso vivel a Apelao. Logo, para se identificar o recurso

    cabvel fundamental analisar se ao tempo do ajuizamento o valor do dbito

    exequendo estava dentro ou acima da alada. Necessrio, portanto, fazer a

    converso da referncia de 50 ORTNs para a moeda corrente, no caso, o

    REAL, e encontrar o valor equivalente em reais.

    A ORTN foi substituda pela OTN, e, essa, por sua vez, pelo BTN, o qual

    foi posteriormente substitudo pela UFIR. A UFIR foi extinta no final do

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    ano 2000, de modo a que atualizando, em Dezembro do ano de 2000, o

    valor que equivaleria a 50 ORTNs, esse valor, em REAIS, significaria R$

    328,27 (trezentos e vinte e oito reais e vinte e sete centavos). Ou seja, em

    dezembro de 2000 o equivalente a 50 ORTNs traduziria 308,5 UFIRs e

    essa quantia gerava o valor de R$ 328,27. Desse modo, a partir de Janeiro

    de 2001, a alada nacional foi fixada em R$ 328,27, sendo esse montante

    atualizvel quatro vezes por ano, sempre ao fim dos meses de Maro,

    Junho, Setembro e Dezembro (meses 3, 6, 9 e 12), pelo IPCA-E (ndice de

    Preos ao Consumidor Amplo Especial), regulado pelo IBGE.

    O valor de R$ 328,27 aumentou a cada ano, de modo a que no ano de 2013,superou a quantia dos R$ 700,00, caminhando para se aproximar dos R$

    800,00 no decorrer do ano de 2014. Com isso, uma certeza se revela bvia:

    uma execuo fiscal na qual se cobra dvida de R$ 300.000,00 est

    quantificada em montante infinitamente superior ao limite da alada, pelo

    que, sem qualquer chance de erro, possvel afirmar ser o recurso de

    Apelao o que deve ser interposto pelo recorrente para exercer arecorribilidade em face da sentena.

    4. COMENTRIOS SOBRE A ESTRUTURA DO RECURSO CABVEL

    O recurso de Apelao um dos recursos que se estrutura mediante a

    escrita de duas peties, uma delas, a primeira, direcionada ao prprio Juizsentenciante, e, a outra, para o Tribunal de segunda instncia, responsvel

    pelo julgamento de mrito do recurso, caso o mesmo seja admitido. Logo,

    diferentemente dos Embargos Infringentes de Alada (que se estrutura com

    uma nica petio), o Apelo deve ser redigido com a folha inicial (dirigida

    ao juzo a quo) e com a segunda folha (endereada ao juzo ad quem).

    Em recursos como o de apelao, o procedimento de fcil entendimento:

    primeiramente, o recorrente enderea o recurso ao prprio Juiz prolator da

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    sentena apelada, para que ele atue como rgo jurisdicional responsvel

    por realizar o primeiro juzo de admissibilidade do recurso, verificando se

    os requisitos para sua admisso foram respeitados (cabimento, interesse,

    tempestividade, preparo, regularidade formal, etc). Dessa forma, o

    endereamento da pea para o prprio Juiz que proferiu a sentena. Nessa

    petio, o recorrente pede apenas que o magistrado admita o recurso, que

    abra vistas ao recorrido para que possa apresentar as contrarrazes (no

    mesmo prazo de quinze dias) e que encaminhe ao Tribunal para julgamento

    de mrito.

    Na estruturao da folha de rosto, endereada ao Juiz sentenciante,

    oportuno que alm de se nominar, se tenha o zelo de qualificar as partes,

    pois assim exige o art.514 do CPC, mesmo sabendo-se que tais

    qualificaes j constam dos autos do processo. Ainda que a omisso em

    tal comportamento, na vida real, nem sempre acarrete maiores problemas,

    para fins de uma prova de concurso ou Exame de Ordem recomendvel

    que o candidato, ao redigir o recurso, qualifique as partes, obedecendo aformalidade imposta pelo citado art.514. Deve pedir ainda que seja

    atribudo o efeito suspensivo com base no art.558 do CPC.

    Na segunda petio, endereada ao Tribunal, o recorrente, curvando-se ao

    bom costume, deve cumprimentar o Tribunal, tanto seu Presidente, como

    os desembargadores da Cmara (ou Turma, quando se trate de um TRF) e

    por fim o prprio relator. Aps, deve expor a descrio dos fatos, e, nasequncia, deve apresentar a fundamentao jurdica do pedido de

    provimento recursal, formalizando, por fim, o referido pedido.

    Na estruturao dessa segunda petio, oportuno, pelo menos para fins de

    uma prova de Concurso ou do Exame de Ordem, que o candidato, ao

    redigir a pea, insira um tpico referente ao cabimento da Apelao e no

    dos Embargos Infringentes de Alada, destacando o ponto pertinente

    determinao do recurso cabvel em razo do valor da causa, j que nas

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    execues fiscais imprescindvel que assim se haja, vide regra do art.34

    da Lei 6.830/80. De bom grado, tambm, que se insiram tpicos referentes

    ao cumprimento dos requisitos de admissibilidade recursal, destacando a

    efetivao correta do preparo e a obedincia tempestividade. Por fim, por

    se tratar de sentena proferida em julgamento de Embargos Execuo,

    de bom grado que se formalize o pedido de atribuio do efeito suspensivo

    nos termos do art.558 do CPC, j que o art.520 exclui o efeito suspensivo

    automtico em tais situaes, de sorte a que, caso o Juiz no reconhea o

    efeito suspensivo, pode o mesmo ser requerido ao Tribunal na prpria

    Apelao, assim como tambm o poderia mediante interposio de recursoautnomo de Agravo de Instrumento.

    5. MODELO ESTRUTURAL DO RECURSO DE APELAO

    INTERPOSTO PELA FAZENDA PBLICA

    Exm Sr. Dr. Juiz da ... Vara (do ajuizamento da aoFazenda Pblica /Cvel / Especializada / nica) da Comarca do Municpio ...

    Ao de Execuo Fiscal com Embargos Execuo

    Recorrente: Municpio x

    Recorrido: Sociedade ABC

    Municpio x, por via de seu legtimo Procurador, vem, respeitosamente

    perante V.Ex, nos termos dos arts. 496, I, 188 c/c 508, 511,1, 513 e

    seguintes do CPC, interpor o presente recurso de

    APELAO

    em face da emrita sentena prolatada por V.Ex ... nas folhas n ... dos

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    autos da presente ao, em que o apelante litiga com a Sociedade ABC,

    pessoa jurdica de direito privado, CNPJ, endereo, j qualificada nos

    autos, pedindo que possa V.Ex conhecer do recurso, verificando estarem

    presentes todos os requisitos de admissibilidade, destacando-se a

    adequao e a tempestividade, para ento, aps intimado o recorrido para

    apresentar contrarrazes, encaminhar em seus normais efeitos, para

    julgamento no colendo Tribunal de Justia do Estado ...

    Face o exposto,

    Pede deferimento.

    Local ... Data ...

    Procurador ... Inscrio n ...

    DAS RAZES RECURSAIS

    Egrgio Tribunal de Justia do Estado ...

    Exm Sr. Dr. Desembargador Presidente, Doutos Desembargadores;

    Dignssimo Desembargador Relator;

    Ao de Execuo Fiscal com Embargos Execuo

    Processo n ...Apelante: Municpio x

    Apelado: Sociedade ABC

    DOS FATOS

    DA TEMPESTIVIDADE

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    DA DESNECESSIDADE DO PREPARO

    DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

    DO EFEITO SUSPENSIVO (DOS ARTIGOS 520 E 558 DO CPC)

    DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS JURDICOS DO PEDIDO DE

    REFORMA

    DO PEDIDO

    Face o exposto,

    Pede deferimento.

    Local ... Data...

    Procurador ... Inscrio n ...

    6. O RECURSO PARA O CASO CONCRETO APRESENTADO

    Exm Sr. Dr. Juiz da ... Vara (do ajuizamento da aoFazenda Pblica /

    Cvel / Especializada / nica) da Comarca do Municpio ...

    Ao de Execuo Fiscal com Embargos Execuo

    Recorrente: Municpio x

    Recorrido: Sociedade ABC

    Municpio x, por via de seu legtimo Procurador, vem, respeitosamente

    perante V.Ex, nos termos dos arts. 496, I, 188 c/c 508, 511,1, 513 e

    seguintes do CPC, interpor o presente recurso de

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    APELAO

    em face da emrita sentena prolatada por V.Ex ... nas folhas n ... dos

    autos da presente ao, em que o apelante litiga com a Sociedade ABC,

    pessoa jurdica de direito privado, CNPJ, endereo, j qualificada nos

    autos, pedindo que possa V.Ex conhecer do recurso, verificando estarem

    presentes todos os requisitos de admissibilidade, destacando-se a

    adequao e a tempestividade, para ento, aps intimado o recorrido para

    apresentar contrarrazes, encaminhar para julgamento no colendo Tribunalde Justia do Estado, atribuindo o efeito suspensivo nos termos do art.558

    do CPC .

    Face o exposto,

    Pede deferimento.

    Local ... Data ...

    Procurador ... Inscrio n ...

    DAS RAZES RECURSAIS

    Egrgio Tribunal de Justia do Estado ...Exm Sr. Dr. Desembargador Presidente, Doutos Desembargadores;

    Dignssimo Desembargador Relator;

    Ao de Execuo Fiscal com Embargos Execuo

    Processo n ...

    Apelante: Municpio x

    Apelado: Sociedade ABC

  • 5/26/2018 CASOS CONCRETOS

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    DOS FATOS

    O apelante ajuizou ao de Execuo Fiscal em face do apelado, o qual

    ajuizou ao de Embargos Execuo Fiscal, tendo sido essa ltima ao

    julgada procedente, vide sentena prolatada pelo MM Juiz ... da ... Vara ...

    (na qual tramitaram os feitos), acostada nas folhas ... dos autos.

    Na relao de direito material, o apelante exequente demandou a apelada

    por entender ter ocorrido sonegao fiscal de ISS, devido e no pago pela

    mesma, referente a contrato de prestao de servios de reparao em seusimveis. Por no concordar com a sentena proferida na primeira instncia,

    na qual se reconheceu ser indevida a exao fiscal exigida, que interpe o

    presente recurso, almejando, com base nos fundamentos a seguir expostos,

    obter a reforma da deciso para fins de ver a execuo ser julgada

    procedente.

    DA TEMPESTIVIDADE

    A interposio do presente recurso se faz de modo tempestivo, j que

    dentro do prazo de trinta dias a que se referem os arts.188 e 508 do CPC,

    contados de acordo com as regras estabelecidas no art.506 do mesmo

    Cdigo.

    DA DESNECESSIDADE DO PREPARO

    Por ser o recorrente um Municpio, dispensada a obedincia ao requisito

    de admissibilidade do feitio de regular preparo, j que, nos termos do

    disposto no art.511,1 do CPC, vigora norma de iseno legal.

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    DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE

    O recorrente enfatiza que todos os demais requisitos de admissibilidade

    recursal restam devidamente obedecidos, tanto os intrnsecos como os

    extrnsecos, pelo que pede a renovao do juzo positivo de admissibilidade

    recursal.

    DO EFEITO SUSPENSIVO (DOS ARTIGOS 520 E 558 DO CPC)

    Por se tratar de interposio de recurso de Apelao em face de sentenaproferida em julgamento prolatado em sede de Embargos Execuo

    Fiscal, pede o apelante possa V. Ex verificar se fora atribudo pelo egrgio

    magistrado prolator da sentena, quando do juzo inicial de admissibilidade

    do presente recurso, o efeito suspensivo requerido, nos termos do art.558

    do CPC, j que o mesmo fica, a priori, excludo, por fora do art.520 do

    estatuto processual, e, caso no o tenha sido deferido, que possa V.Exatribu-lo de plano, tornando desnecessria a interposio de recurso

    autnomo de agravo de instrumento em face da eventual deciso de negar a

    atribuio de tal efeito ao presente apelo.

    DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS JURDICOS DO PEDIDO DE

    REFORMA

    A questo de mrito bastante conhecida, de sorte a que no merece

    prosperar a deciso sentenciada, ora infirmada. Trata-se, no mbito do ISS,

    imposto de competncia municipal previsto no art.156, III da CRFB/88, de

    aplicao de regra de responsabilizao tributria aplicvel a pessoa

    jurdica tomadora de servio no mbito de contrato de prestao de servio

    de reparao de edifcios, bem como, tambm, de reconhecimento do

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    direito de figurar como sujeito ativo da relao tributria o Municpio no

    qual o aludido servio fora devidamente prestado.

    A matria pertinente ao caso em tela resta normatizada na LC 116/03, no

    art.3, V e no art.6,2, II, quando ambos fazem aluso ao subitem 7.05 da

    lista anexa da referida lei, subitem esse que prev a incidncia sobre a

    modalidade de prestao de servio que fora prestado no caso presente.

    No caso em tela, por fora dos citados dispositivos legais, o ISS devido

    pelo tomador do servio e no pelo prestador, j que a prestao foi

    oferecida a uma pessoa jurdica; do mesmo modo, sujeito ativo o

    Municpio no qual ocorreu a execuo do servio, sendo essa a tesedefendida pela municipalidade ora apelante.

    A situao em apreo revela hiptese de afastamento da regra de definio

    tanto do sujeito ativo como do sujeito passivo do ISS, o que ocorre quando

    se trata de algumas especficas modalidades de prestao de servios,

    sempre com expressa previso na LC 116/03.

    Como de notrio saber, a ttulo de ISS, o sujeito passivo na relaotributria que nasce com a ocorrncia do fato gerador, , de regra, o prprio

    prestador de servios, considerado ordinariamente o contribuinte na aludida

    relao jurdica, mxime norma do art.5 da LC 116/03. Todavia, tal regra

    afastada em algumas hipteses, o que ocorre quando fixada em lei norma

    de responsabilizao tributria contra o tomador do servio, nominando-o

    como o sujeito passivo responsvel pelo adimplemento do dbito, passandoa figurar, o adquirente, no polo passivo do liame obrigacional. Fora de tal

    possibilidade, no art.6,2, II da LC 116/03 o legislador nacional de

    normas gerais selecionou alguns servios e determinou que, na prestao

    deles, quando o adquirente fosse uma pessoa jurdica, ainda que imune ou

    isenta, o ISS seria devido por essa pessoa jurdica tomadora do servio, a

    qual figuraria no polo passivo da relao obrigacional, substituindo o

    prestador em tal figurao. Dentre os servios ali constantes, encontra-se o

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    servio que fora prestado apelada, qual seja, o servio de reparao de

    edifcios, previsto no item 7, subitem 7.05 da Lista Anexa da LC 116/03, de

    sorte a que a executada embargante, ora recorrida, h de ser reconhecida

    como a legtima figurante na base passiva do vnculo obrigacional. O ISS

    deveria ter sido por ela recolhido, cabendo mesma, como de prxis em

    tais situaes de aplicao de regras de substituio tributria, reter o valor

    do imposto quando do pagamento da remunerao pactuada no contrato em

    favor do prestador de servios, repassando-o apenas do montante lquido, j

    retida a verba referente ao valor do ISS devido, encaminhando tal montante

    retido ao fisco municipal credor. No o fez, se inserindo, portanto, emmoldura ftica de sonegao fiscal, legitimando a propositura da ao de

    execuo fiscal que fora devidamente proposta em face de sua pessoa,

    tendo sido equivocada a emrita sentena de primeira instncia ao

    reconhecer a ilegitimidade passiva da apelada.

    Quanto sujeio ativa, igualmente pblico o conhecimento de que a

    regra para apurar o local em que o servio se considera prestado eidentificar ento para qual Municpio o mesmo devido, a regra prevista

    no caput do art.3 da LC 116/03, regra essa, todavia, que fica afastada

    quando se trata de servios listados no catlogo de incisos enumerados

    abaixo do referido caput.

    Dita regra define que o ISS ser recolhido em favor do Municpio em que

    tem estabelecimento o prestador, e, na ausncia de titularidade deestabelecimento, no do seu domiclio. Unvoca a compreenso que aps a

    vigncia da Lei Complementar 116 em 2003, adotou-se a regra do ISS

    devido na origem da operao negocial, no mais valendo como regra,

    portanto, o antigo entendimento que vinha sendo prestigiado pelo STJ, o

    qual assegurava ao municpio no qual ocorria a execuo do servio o

    direito de arrecadar o imposto, sendo, com base em tal entendimento,

    irrelevante analisar o aspecto referente definio de em qual municpio

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    tinha estabelecimento o prestador. Com a novel legislao passou-se a

    seguir raciocnio inverso, ficando realmente definido que o ISS seria

    devido na origem, somente se mantendo o antigo posicionamento nas

    hipteses em que a prpria lei assim definia, o que o fez, todavia, a ttulo

    de exceo, no mais sendo tal orientao a regra a reger o sistema.

    Tais excees foram taxativamente expostas nos vinte e dois incisos

    listados no art.3, tendo sido dois deles vetados, sobrevivendo vinte, dentre

    os quais, o inciso V, exatamente o que faz expressa meno ao servio que

    fora prestado no caso concreto, e, prestado dentro da rea municipal do ora

    apelante. A leitura do referido comando legal de clarividncia solar aodeterminar que o imposto devido em favor do municpio em que se

    situam as edificaes nas quais ocorre a execuo do servio de reparao

    descrito no subitem 7.05, tendo ficado comprovado nos autos que o imvel

    de titularidade da apelada, no qual ocorreu a atividade de reparao

    desenvolvida pelo prestador, fica na rea municipal do exequente.

    Por derradeiro, necessrio esclarecer que quanto ao fenmeno daprescrio, suscitado em sede de Embargos Execuo Fiscal pela

    executada, visvel tambm que o mesmo no se consumou, pois, para tanto,

    seria necessrio que tivesse se vencido prazo de cinco anos contados a

    partir da constituio definitiva do crdito (art.174, CTN), o que no se

    materializou, j que o lanamento ocorreu no ano de 2005 e o ajuizamento

    da ao se edificou em 2008, no sendo possvel falar do quinqunioprescricional.

    No resta dvida, portanto, diante das argumentaes expostas, que o ISS

    devido pela apelada e em favor do apelante, evidenciando flagrante error in

    judicando na deciso questionada, ficando a mesma a merecer a reforma do

    seu integral teor, pelo que o apelante formaliza, linhas a seguir, o referido

    pedido.

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    DO PEDIDO

    Pede o recorrente, possa V.Exa, bem como esse egrgio colegiado, aps

    renovarem a admissibilidade recursal, darem provimento ao presente

    recurso, para fins de reformar a sentena recorrida, prolatando acrdo

    substitutivo que reconhea o bom direito do apelante, declarando a

    existncia da dvida do ISS alegada e imputando julgamento de

    procedncia para a ao de Execuo Fiscal proposta, reconhecendo a

    improcedncia dos Embargos Executivos.

    Face o exposto,

    Pede deferimento.

    Local ... Data...

    Procurador ... Inscrio n ...

    2 FASE TRIBUTRIO

    QUESTO 3:Fabiano, executado pelo Estado Alfa da Federao, em

    cobrana de Imposto sobre Doaes, ficou inerte aps citado e teve, vinte

    dias aps a citao, imvel de sua titularidade penhorado. Aps receberintimao da penhora feita, continuou inerte, somente tomando a deciso

    de questionar a medida constritiva e a cobrana judicial trs meses aps ter

    sido intimado do gravame. Nesses termos, te contratou como advogado, e

    voc, como procurador de Fabiano, ops medida de Exceo de Pr-

    Executividade, pedindo a extino da Execuo Fiscal e o reconhecimento

    da inexistncia do dbito fiscal exequendo. A EPE foi sumariamente

    inadmitida pelo Juiz da Vara de Execues Fiscais em que tramita o feito,

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    sob a alegao de que diante de penhora j regularmente efetivada no seria

    cabvel a oposio de Exceo de Pr-Executividade, bem como, tambm,

    sob o argumento de que como j havia se passado o prazo para o

    oferecimento de Embargos, a defesa proposta tambm estaria ferida pelo

    vcio da intempestividade. Apesar de sequer enfrentar o mrito, o Juiz,

    durante seu pronunciamento, cogitou ainda que poderia ser devido o

    imposto estadual objeto da execuo, o que, todavia, no estava sendo

    objeto de julgamento, vide a inadmissibilidade da defesa.

    Aps inadmitir a EPE, o Juiz intimou as partes do natural prosseguimento

    da Execuo Fiscal para fins de liquidao do bem penhorado.Intimado da deciso, voc, como advogado de Fabiano na causa, deve

    adotar a medida judicial adequada para questionar o ato decisrio de

    inadmissibilidade da EPE, almejando provimento jurisdicional favorvel

    que reverta a deciso questionada, substituindo-a, ordenando o recebimento

    da medida incidental de defesa pelo Juiz da causa e seu regular julgamento

    definitivo.Quanto questo tributria em voga, trata-se de cobrana de imposto pelo

    fisco estadual em razo de cesso de direitos hereditrios realizada por

    Joana, irm de Fabiano, para ele, no curso de Ao de Inventrio relativo

    ao falecido pai de ambos. Como Fabiano no recolheu o imposto estadual,

    houve cobrana, e, diante da inrcia e no impugnao ao lanamento por

    parte de Fabiano, houve inscrio em dvida ativa e ento se ajuizou aexecuo fiscal em comento. Na sua defesa Fabiano alega que a cesso se

    deu mediante torna integral, havendo reposio plena em favor de

    Joana, pelo que sustenta inexistir dbito para com o fisco estadual,

    alegando, inclusive, ter recolhido o dbito fiscal correto em favor do

    Municpio. Por fim, apresenta rol de documentos que evidenciam de modo

    incontroverso tudo que alega, demonstrando ser desnecessria qualquer

    dilao probatria quanto questo meritria.

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    GABARITO DO CASO CONCRETO 3 (RECURSOS)

    1. MEDIDA JUDICIAL ADEQUADA: Recurso de Agravo de

    Instrumento, endereado diretamente ao Tribunal de Justia, no prazo de 10

    dias, nos termos dos arts.496, II, 522, 524 a 529, e, ainda, 558, todos do

    CPC.

    2. QUESTO DE MRITO: O mrito recursal no caso em tela se revela

    atinente inadmissibilidade da EPE. A questo simples: a EPE defesaque se torna cabvel quando se trata de matria de ordem pblica e que

    torna desnecessria a dilao probatria, no se submetendo, todavia, a

    requisito de ordem temporal, sendo admissvel sua oposio ainda que

    esgotado o prazo para ajuizamento de ao de Embargos, sendo ela, a EPE,

    uma defesa atemporal. O fato de j existir penhora feita tambm no

    impede a proposio da EPE, no havendo qualquer previso legal nosentido de obstar tal defesa por fora da realizao de penhora. Para que

    caiba a EPE basta, realmente, que o executado possa demonstrar a nulidade

    do ttulo executivo, seja pela falta de certeza, liquidez ou exigibilidade, sem

    que haja a necessidade de produo de provas para tanto. Logo, no caso em

    apreo, deve o agravante, para obter xito na tutela recursal pretendida,

    alegar que a existncia de penhora no bice ao cabimento da EPE, comotambm no o o fato de j se ter transcorrido lapso temporal que torna

    intempestiva a defesa de por Embargos, reafirmando, ainda, que os

    requisitos unicamente necessrios de serem obedecidos para o cabimento

    da EPE, restam devidamente cumpridos, nos termos da Smula 393 do

    STJ.

    Obs: em se tratando de uma Prova de Concurso Pblico ou Exame de

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    Ordem, seria salutar que o candidato comentasse a questo de mrito na

    ao principal, a qual envolve a cobrana do ITCMD que fora feita e deu

    causa Execuo Fiscal. No obstante tais argumentaes sejam relativas

    ao mrito atacado na EPE e no necessariamente no recurso de Agravo,

    seria bom, para fins de precauo quanto possibilidade de a Banca

    Examinadora eventualmente atribuir graus de pontuao ao candidato no

    que diz respeito ao enfrentamento do tema, que s fizesse abordagem sobre

    o feito. Nesse sentido, deveria o agravante, ainda que a ttulo de tecer mero

    comentrio, afirmar que o imposto a incidir sobre a cesso de direitos

    hereditrios realizada seria o ITBI de competncia municipal, e no oITCMD que fora imposto, j que a cesso se deu mediante torna plena.

    Ou seja, quando h, por parte do cessionrio, adquirente do quinho cedido,

    pagamento, remunerando o herdeiro cedente, propiciando-lhe a reposio

    pela perda decorrente dos direitos onerosamente alienados, no se

    configura hiptese de doao, mas sim de venda, pelo que resta afastada a

    incidncia do imposto estadual, o qual somente poderia incidir se a cessofosse totalmente gratuita, sem torna, sem reposio. O imposto que

    incide em tais situaes realmente o ITBI, por se tratar de transmisso

    inter vivos onerosa de bens imveis, lembrando-se sempre que os direitos

    hereditrios, at a partilha, possuem natureza de bem imvel, por expressa

    determinao legal, vide art.80, II do Cdigo Civil.

    3. COMENTRIOS SOBRE A IDENTIFICAO DA MEDIDA

    JUDICIAL ADEQUADA:

    Por se tratar de um ato decisrio, prolatado por Juiz em exerccio da funo

    jurisdicional, a pea processual adequada para questionar tal ato o

    Recurso, meio de impugnao de deciso judicial no curso do prprio

    processo e oriundo da prpria vontade do impugnante.

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    No caso em tela, por se tratar de deciso interlocutria e no de sentena, o

    nico recurso cabvel o recurso de Agravo. A deciso de inadmitir a

    Exceo de Pr Executividade se revelou como uma deciso que no teve o

    condo de extinguir o processo, sequer exaurindo o mdulo executivo na

    instncia, pelo contrrio, dando seguimento ao mesmo. Logo, visvel no se

    tratar de deciso revestida do carter de sentena mas sim de ato

    meramente interlocutrio, atacvel unicamente pelo recurso do art.496, II

    do CPC, o Agravo.

    Como sabido, em sede de Execuo Fiscal quando se agrava de decises

    interlocutrias em processos de tal natureza o procedimento a ser seguido o do Agravo por Instrumento, no se agravando de modo retido em tais

    situaes. A urgncia para o agravante presumida e o risco de dano em

    tais processos tambm.

    4 . COMENTRIOS SOBRE A ESTRUTURA DO RECURSO CABVEL

    O Agravo, quando feito por instrumento, se apresenta como recurso de

    pea nica, no se decompondo nas habituais duas peas estruturais (folho

    de rosto e folha de razes) com as quais se estrutura o recurso de Apelao

    e tambm os Recursos Constitucionais, e, at mesmo, o Agravo Retido. No

    Agravo por Instrumento redige-se pea nica, endereada diretamente ao

    Tribunal de Segunda Instncia, que o receber para exercercumulativamente o juzo de admissibilidade e mrito.

    O procedimento aplicvel a tais Agravos faz com que se concentre na

    segunda instncia o duplo juzo, de sorte a que nos e deve falar de Juzo a

    quo ou Juizo ad quem, sendo certo que h apenas que se falar em Juzo

    nico, concentrando ambas as competncias decisrias, tanto aquela em

    que se decide por admitir (ou no) o recurso, como, prov-lo (ou no), caso

    admitido.

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    O agravante deve enderear a pea ou ao Tribunal de Justia (quando o

    processo corre a justia estadualcomo no caso em apreo) ou ento ao

    TRF (hiptese de ao tramitando na Justia Federal, ou,

    excepcionalmente, quando corre na primeira instncia da justia estadual

    processo de jurisdio federal).

    Na redao do Agravo, deve o advogado qualificar as partes e fazer

    expressa referncia aos advogados de ambas, j que, rememore-se, os autos

    originrios no saem da primeira instncia, sendo vital que anexe no

    instrumento todo o rol de documentos exigido pelo legislador nos arts.524

    e 525 do CPC e faa todas as referncias por ele impostas. Deve afirmarque o recurso se interpe em face da deciso interlocutria que lhe deu

    causa, o que, no caso presente, a deciso de inadmissibilidade da Exceo

    de Pr Executividade.

    Lembre-se que o prazo para recorrer de dez dias, vide norma do art.522,

    que o Agravo no tem efeito suspensivo, vide regra do art.497 e, ainda, que

    por no se tratar de Agravo Retido, deve ser recolhido o regular preparopara que no se aplique a pena de desero a que se refere o art.511, j que

    no se estende ao Agravo por Instrumento o benefcio do art.522, p.nico,

    todos os artigos ora citados do Cdigo de Processo Civil.

    No corpo da pea processual redigida, importante que o recorrente, pelo

    menos para fins de uma Prova de Concurso Pblico ou Exame de Ordem,

    faa aluso a tais requisitos de admissibilidade, afirmando estarem todosdevidamente cumpridos, justificando o merecimento do conhecimento do

    recurso.

    De bom grado que abra tpico especial pedindo deferimento de tutela

    antecipada recursal, nos moldes do art.527, III c/c art.273 do CPC. Frise-se,

    que por se tratar de provimento interlocutrio de carter negativo

    (inadmissibilidade da EPE) o correto pedir tutela antecipada e no efeito

    suspensivo (o qual somente se deve pedir quando o provimento

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    jurisdicional interlocutrio tem carter positivo).

    Deve tambm, no corpo da pea processual redigida, o agravante abrir

    tpicos para fazer meno expressa que apresenta em anexo as peas

    obrigatrias e as facultativas, curvando-se ao exigido nos arts.524 e 525 do

    CPC.

    Para fins de Prova, em que a Banca Examinadora pode avaliar todo tipo de

    detalhamento, recomendo que se insira pequeno tpico para afirmar que

    ser devidamente observada a regra do art.526 do CPC, o que, por certo,

    apenas serviria para demonstrar comisso examinadora o conhecimento

    da regra, elementar na rbita dos agravos de instrumento.Quanto ao tpico das razes do pedido de reforma, dever expor a questo

    de mrito, fundamentando-a.

    No item relativo ao Pedido, deve o agravante pedir, primeiramente, o

    conhecimento do recurso; deve pedir tambm que seja dada abertura de

    vistas ao recorrido para que possa apresentar as contrarrazes recursais;

    deve reforar o pedido de concesso da tutela recursal de forma antecipada,nos termos do art.527, III c/c 273, ambos do CPC, e sua manuteno ao

    final; deve, por fim, pedir o provimento do recurso, para fins de que seja

    prolatado acrdo reformador a substituir a deciso agravada, revertendo-a,

    o que, no caso presente, seria para fins de ordenar o recebimento da EPE e

    a anlise de seu contedo, para fins de apreciao e julgamento dos pedidos

    nela expostos.Por fim, relembre-se que no se valora a causa em sede recursal, nus

    autoral que se cumpre quando da redao das peties iniciais.

    5. MODELO ESTRUTURAL DO RECURSO DE AGRAVO DE

    INSTRUMENTO INTERPOSTO PELO CONTRIBUINTE

    Egrgio Tribunal de Justia do Estado ...

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    Doutos Desembargadores da ... Cmara Cvel

    Dignssimo Desembargador Relator

    Ao de Execuo Fiscal com inadmissibilidade de EPE

    Processo n ...

    (10 linhas)

    Fabiano, executado agravante, nacionalidade, estado civil, profisso, CPF e

    Identidade, Domiclio e Residncia, vem, por meio de seu advogado,procurao em anexo com qualificaes e endereo para os fins do art.39, I,

    CPC, respeitosamente, perante V. Ex, nos termos dos artigos 496, II, 508,

    522, 524, 525, 526, 527 e 558, todos do CPC, interpor o presente

    AGRAVO DE INSTRUMENTO

    em face da deciso interlocutria de inadmissibilidade de Exceo de Pr

    Executividade proposta pelo executado em ao de Execuo Fiscal,

    proferida pelo MM Juiz ..., vide folhas n ... dos presentes autos, almejando

    obter sua reforma, caso no haja a reconsiderao, pelo que pede possa

    V.Ex conhecer do presente recurso, observando estarem respeitados todos

    os requisitos de admissibilidade, a destacar a tempestividade, o preparo e aregularidade formal, e, aps abrir vistas ao agravado para juntar suas

    contrarrazes, passar ao julgamento de mrito, para ento dar provimento

    ao presente recurso.

    DAS RAZES RECURSAIS

    DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO. Arts.511 e 522 do CPC.

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    DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE.

    DOS NOMES COMPLETOS E ENDEREOS DOS ADVOGADOS. DA

    OBEDINCIA AO ART.524,III, CPC.

    DAS PEAS OBRIGATRIAS. DA OBEDINCIA AO ART. 525, I,

    CPC.

    DAS PEAS FACULTATIVAS. DO ART. 525, II, CPC.

    DA OBEDINCIA REGRA DO ART.526, CPC.

    DOS FATOS.

    DO DIREITO.

    DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL. DO ART.527, III c/c

    ART.273, AMBOS DO CPC.

    DO PEDIDO.

    Termos em que pede deferimento.

    Local ... Data...

    Advogado ... OAB ...

    6. DO RECURSO DE AGRAVO NO CASO PRESENTE

  • 5/26/2018 CASOS CONCRETOS

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    Egrgio Tribunal de Justia do Estado ...

    Doutos Desembargadores da ... Cmara Cvel

    Dignssimo Desembargador Relator

    Ao de Execuo Fiscal com inadmissibilidade de EPE

    Processo n ...

    (10 linhas)

    Fabiano, executado agravante, nacionalidade, estado civil, profisso, CPF eIdentidade, Domiclio e Residncia, vem, por meio de seu advogado,

    procurao em anexo com qualificaes e endereo para os fins do art.39, I,

    CPC, respeitosamente, perante V. Ex, nos termos dos artigos 496, II, 508,

    522, 524, 525, 526, 527 e 558, todos do CPC, interpor o presente

    AGRAVO DE INSTRUMENTO

    em face da deciso interlocutria de inadmissibilidade de Exceo de Pr

    Executividade proposta pelo executado em ao de Execuo Fiscal,

    proferida pelo MM Juiz ..., vide folhas n ... dos presentes autos, almejando

    obter sua reforma, caso no haja a reconsiderao, pelo que pede possa

    V.Ex conhecer do presente recurso, observando estarem respeitados todosos requisitos de admissibilidade, a destacar a tempestividade, o preparo e a

    regularidade formal, e, aps abrir vistas ao agravado para juntar suas

    contrarrazes, passar ao julgamento de mrito, para ento dar provimento

    ao presente recurso.

    DAS RAZES RECURSAIS

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    DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO. Arts.511 e 522 do CPC.

    O agravante esclarece ser tempestiva a presente interposio, j que dentro

    dos dez dias a que se refere o art.522 do CPC. Registra, por oportuno, que

    realizou previamente o regular preparo, conforme comprova com guia de

    recolhimento devidamente juntada aos autos, vide doc ... em anexo, pelo

    que no deve o presente recurso sofrer da pena de desero.

    DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE.

    Pede o agravante observe V.Ex que todos os demais requisitos de

    admissibilidade restam devidamente cumpridos, tanto os intrnsecos como

    os extrnseco, a destacar o cabimento e a regularidade formal pelo que o

    presente recurso merece ser conhecido.

    DOS NOMES COMPLETOS E ENDEREOS DOS ADVOGADOS. DAOBEDINCIA AO ART.524,III, CPC.

    Segue em anexo no doc ... o nome completo dos advogados de ambas as

    partes, recorrente e recorrido, com as devidas indicaes de endereos,

    obedecendo-se exigncia do disposto no art.524, III, CPC.

    DAS PEAS OBRIGATRIAS. DA OBEDINCIA AO ART. 525, I,

    CPC.

    Segue em anexo no doc ... o conjunto de peas obrigatrias, obedecendo-se

    exigncia do disposto no art.525, I, CPC, destacando-se a cpia da

    deciso agravada, da certido da respectiva intimao e das procuraes

    outorgadas aos advogados do agravante e do agravado.

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    DAS PEAS FACULTATIVAS. DO ART. 525, II, CPC.

    Segue em anexo no doc ... o conjunto de peas facultativas que o agravante

    entende ser necessrio apresentar, o que se faz com base no permissivo

    emanado do art.525, II, CPC.

    DA OBEDINCIA REGRA DO ART.526, CPC.

    Informa o agravante que no deixar de cumprir a regra imposta no art.526

    do CPC, pelo que no prazo de 3 (trs) dias, requerer juntada, aos autos doprocesso na primeira instncia de cpia da petio do presente agravo de

    instrumento e do comprovante de sua interposio, assim como a relao

    dos documentos que ora instruem o recurso em tela.

    DOS FATOS.

    Foi ajuizada ao de Execuo Fiscal pelo Estado Alfa da federao

    brasileira, em face do ora agravante, que para se defender da demanda

    executiva proposta, apresentou Exceo de Pr Executividade, a qual foi

    inadmitida pelo MM Juiz responsvel pela conduo e julgamento do feito.

    Dois foram os argumentos expostos pelo magistrado para fundamentar a

    interlocutria deciso de no admisso do incidente processual de defesaapresentado: primeiramente, pelo fato de j ter sido realizada penhora sobre

    bens do executado; em segunda linha de fundamentao, pelo fato de j se

    ter esgotado o prazo para ajuizamento de ao de Embargos. Quanto

    suposta dvida alegada pelo exequente como devida por parte do executado

    excipiente, ora agravante, a mesma seria, segundo o Estado demandante,

    relativa a Imposto sobre Doao, o qual alega ser devido por fora de

    ocorrncia de cesso de direitos hereditrios em favor do executado aqui

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    recorrente, sendo que a referida cesso se deu mediante torna integral. O

    ilustre magistrado, MM Juiz ... entendeu ser indevida a via eleita para

    exortao da defesa, pelo que decidiu pela inadmissibilidade da petio

    interposta, deciso essa que o objeto do presente Agravo.

    DO DIREITO.

    O direito em voga simples demanda breve e assertiva explanao. Trata-

    se da possibilidade de que goza o executado de se defender por via de

    Exceo de Pr Executividade em sede de Execuo Fiscal contra siproposta, quando se trata de matria de ordem pblica e quando esse

    executado no necessita de qualquer dilao probatria para demonstrar

    que no merece prosperar a pretenso executiva do exequente.

    Noutras palavras, o que est em questo no presente caso o

    reconhecimento do direito de se poder exteriorizar defesa mediante tal via

    processual, a chamada Exceo de Pr Executividade, tambm nominadamodernamente como Objeo de No Executividade, e, em especial,

    quando j h penhora realizada na Execuo questionada, bem como

    quando j se deu por esgotado o lapso temporal do trintdio embargante

    assegurado no art.16 da Lei de Execues Fiscais (Lei 6.830/80).

    O objetivo do presente recurso reformar a deciso que reconheceu no se

    admitir a oposio da EPE quando qualquer dessas duas circunstnciasresta evidenciada, seja a efetivao da constrio sobre bens do executado,

    seja o esgotamento do prazo de trinta dias para a propositura da ao de

    Embargos. que, a bem da verdade, nenhum dos dois acontecimentos deve

    ser entendido como bice ao cabimento da via de defesa ora em apreo, a

    qual, para que se torne cabvel, independe do dever de obedincia ao prazo

    estipulado para ajuizamento dos Embargos, bem como, pode ser deduzida

    ainda que com o gravame da penhora j materializado.

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    Para que seja cabvel a defesa mediante aduo de Exceo de Pr

    Executividade, apenas dois requisitos precisam ser observados, havendo,

    inclusive, os que sustentem no serem eles sequer cumulativos, bastando a

    existncia ou um ou de outro para que o incidente processual em anlise

    encontre seu fluxo de adequao. Nesse vis, para que seja vivel o manejo

    da Exceo incidental, basta que se tenha matria de ordem pblica sendo

    arguida e que no haja qualquer necessidade de produo de provas para

    evidenciar a veracidade das alegaes feitas.

    Sendo desnecessria a dilao probatria, seja por se tratar de fato pblico

    e notrio, seja porque todas as provas que seriam necessrias paraevidenciar o equvoco da Execuo proposta so de carter meramente

    documental e as possui o executado, o fato que no faria sentido algum

    exigir do demandado que ajuizasse ao de Embargos para demonstrar a

    inviabilidade da pretenso executria da fazenda se ele pode demonstrar tal

    patologia com uma simples petio atravessada nos autos da prpria ao

    executiva. No seria razovel imp-lo o nus da garantia prvia,submetendo seu patrimnio constrio, para que ento pudesse embargar

    e assim alegar e provar na mera alegao que seu patrimnio jamais

    deveria ter sido constrangido, fora de ser infundada a execuo contra ele

    proposta.

    Frise-se que no h qualquer regulamentao legal atinente ao

    procedimento do uso da EPE, nem mesmo quanto sua estruturaocorprea e regularidade formal, j que a mesma surgiu pelos caminhos da

    prpria advocacia, se fortaleceu na doutrina e foi ento reconhecida nos

    Tribunais, ao alvedrio da total omisso do legislador em disciplin-la nos

    mnimos parmetros que fossem.

    Face total omisso legislativa para disciplinar o instituto em tela, o

    Superior Tribunal de Justia homologou e assumiu pblico entendimento

    no sentido de que a pea em anlise seria cabvel sim em sede de

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    Execues Fiscais e que sua admissibilidade realmente estaria submetida

    apenas ao controle dos dois requisitos supra citados, quais seja, se tratar de

    matria de ordem pblica e ser desnecessria a dilao probatria, no

    valorando, o especial Tribunal de Superposio, qualquer outro requisito

    para viabilizar o uso da ferramenta ora abordada. Vale a leitura da Smula

    393 do STJ, na qual se consubstancia o entendimento ora exposto.

    O fato de ter se efetivado penhora sobre bens do executado no causa

    impediente para possa o mesmo expor, por via de Exceo de Pr

    Executividade, vcios insanveis que nulificam o ttulo executivo, o que

    evidenciando nulidade, se reveste do carter de matria de ordem pblica,podendo inclusive o Juiz conhecer de ofcio a qualquer tempo. O prprio

    STJ, em diversos julgamentos (valendo-se a citao, por todos, do AgRg no

    AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL N 12.591RJ julgado no ano de

    2012), j firmou e afirmou tal posicionamento, reconhecendo o cabimento

    da alegao em sede de EPE de tais vcios, desde que, comprovadamente

    no seja necessria qualquer dilao probatria quanto ao vcio suscitado.No mesmo linear, a Corte de terceira instncia reconheceu, tambm, ser a

    EPE uma defesa atemporal, no sujeita a critrio de tempestividade,

    diferenciando-se tanto dos Embargos Execuo Fiscal como dos recursos

    em espcie. Vale, por muitos, a lembrana do julgamento realizado na

    deciso do AgRg no AgRg no RECURSO ESPECIAL N 1.028.879SP,

    no ano de 2009, quando o Tribunal mais uma vez reafirmou esseentendimento.

    Por fora disso, entende o agravante que no merece prosperar a deciso do

    magistrado que inadmitiu na instncia inaugural a pea excipiente, j que

    criou requisitos negativos de admissibilidade, restringindo o cabimento da

    via de defesa escolhida pelo executado, bem como, diminuindo a

    possibilidade de exerccio das garantias constitucionais do contraditrio e

    da ampla defesa, e tudo ao arrepio de nada ser previsto nesse sentido, seja

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    nas leis, seja na jurisprudncia pacificadora do tema no Superior Tribunal

    de Justia.

    Por fim, oportuno ainda asseverar que a no aceitao da EPE deixaria o

    executado sem meios para se defender, especialmente por j restar

    intempestiva a via embargante, de sorte a que o exequente obteria xito

    numa demanda executiva flagrantemente indevida, j que exigindo valor de

    Imposto sobre doao que se pretendeu fazer incidir sobre cesso onerosa

    de direitos hereditrios, conduta que materializa o fato gerador do ITBI e

    no da exao fiscal estadual objeto da execuo. Pblico o entendimento

    que quando o cessionrio dos direitos hereditrios remunera o cedente paraobter tal aquisio, propiciando-lhe a chamada torna, tambm apelidada

    como reposio, no se materializa a hiptese de incidncia do imposto

    estadual, face a inexistncia de doao, somente sendo possvel a

    incidncia do imposto muncipe sobre aquisio inter vivos e onerosa de

    bens imveis.

    Por todo o exposto, que agrava da indigitada deciso ora infirmada,almejando obter provimento jurisdicional que determine a acolhida da EPE

    para que seja apreciada e julgada, legitimando-se a possibilidade de ser

    extinta a Execuo com o julgamento de improcedncia, conforme pedidos

    adiante formulados.

    DA TUTELA ANTECIPADA RECURSAL. DO ART.527, III c/cART.273, AMBOS DO CPC.

    No caso em tela, pede o agravante possa V.Ex, nos termos do disposto no

    art.527, III do CPC, combinado com art.273 do mesmo Codex, conceder a

    tutela recursal pretendida de modo antecipado, para fins de ordenar, desde

    logo, o recebimento da Exceo de Pr Executividade na instncia a quo,

    mantendo essa deciso ao final tornando-a definitiva.

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    Como sabido, o recurso de Agravo, mxime norma estampada no art.497

    do Estatuto Processual maior, no tem efeito suspensivo, no sendo capaz

    de obstar que a deciso atacada siga produzindo seus normais efeitos, os

    quais, todavia, alm de inoportunos, podem causar risco de difcil e incerta

    reparao para o executado ora recorrente.

    Como se apoia no bom direito, sendo relevante o fundamento da pretenso

    recursal, amparada no carter verossmil, evidenciando forte juzo de

    probabilidade de que seja acolhida em definitivo ao final, fica demonstrado

    o fumus boni iuris, requisito de observncia obrigatria para que seja vivel

    o xito no pedido ora formulado.Do mesmo modo, enfatiza que o periculum in mora tambm se faz

    igualmente presente, j que existe risco visvel de ser suportado dano de

    difcil, qui incerta reparao, por parte do agravante, caso no seja

    deferido o provimento da tutela recursal reformadora de modo

    antecipatrio como ora se pleiteia.

    Por assim ser, respeitados os requisitos de observncia obrigatria para queseja cabvel o deferimento da tutela recursal em sede liminar, formaliza o

    agravante pedido em tal sentido, aguardando o deferimento.

    DO PEDIDO.

    Face todo o exposto, pede o agravante possa V.Ex, primeiramente, apsconstatar que restam observados todos os requisitos de admissibilidade, a

    destacar o cabimento, a tempestividade, o regular preparo e a regularidade

    formal, conhecer do presente recurso, admitindo-o. Na sequncia, que

    conceda ao agravado o direito de apresentar as contrarrazes recursais, e,

    depois, que possa conceder a tutela jurisdicional recursal reformadora de

    forma antecipada, conforme ante exposto, nos termos do art.527, III do

    CPC c/c art.273 do mesmo estatuto normativo. Por fim, pede possa V.Ex

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    quando do exerccio do juzo de mrito, dar provimento ao presente

    recurso, para fins de reformar integralmente a deciso interlocutria

    questionada, prolatando acrdo substitutivo que ordene o recebimento da

    EPE para fins de que seja avaliada e tenha seus pedidos devidamente

    julgados, propiciando-se ao executado excipiente ora agravante a chance de

    tendo a sua defesa apreciada poder obter xito no seu intuito de ver a ao

    de Execuo Fiscal ser julgada improcedente.

    Termos em que pede deferimento.

    Local ... Data...

    Advogado ... OAB ...

    2 FASE TRIBUTRIO

    QUESTO 4:Na 1 Vara de Execues Fiscais Federais na SeoJudiciria do Estado x, o magistrado Tcio Romano prolata sentena

    negando provimento a Embargos Infringentes de Alada interpostos pela

    Associao XY, mantendo o teor da sentena que julgou improcedente a

    ao de Embargos Execuo Fiscal ajuizada pela referida entidade. A

    Execuo Fiscal foi proposta sob a alegao de dbito de COFINS sobre

    faturamento auferido pela referida Associao. Nos Embargos ExecuoFiscal a executada alegou que no deveria se sujeitar cobrana,

    sustentando no estar inadimplente, afirmando que quando aufere

    faturamento no exerccio de suas atividades no est praticando fato

    gerador de relao jurdica obrigacional tributria. Para tanto, demonstrou

    que seu objeto social se restringe exclusivamente prestao de atividades

    em prol do amparo s crianas e adolescentes carentes, e que, em tal

    persecuo, atua de modo totalmente beneficente, o que inclusive, provou

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    no processo. Apesar, o Juiz da causa entendeu que o fato de atuar de modo

    beneficente no ramo demonstrado no seria argumento idneo para afastar

    a incidncia da COFINS sobre seu faturamento, mas, quando muito, para

    impedir a incidncia de impostos sobre patrimnio, renda e servios

    vinculados a tais finalidades. Por discordar dos argumentos do executado, o

    juiz sentenciou a improcedncia dos Embargos Executivos. Inconformada,

    a entidade interps recurso de Embargos Infringentes de Alada, j que a

    causa versava sobre