Da lei de igualdade

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Transição manual dos Slides Música: Somewhere in time-Ernesto Cortazar Pesquisa e Formatação Da Lei de Igualdade sexta-feira, 18 de fevereir o de 2022 05:55:10 HELIO CRUZ

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Transição manual dos SlidesMúsica: Somewhere in time-Ernesto Cortazar

Pesquisa e Formatação

Da Lei de Igualdade

1 de maio de 202304:27:45

HELIOCRUZ

Retiramos da questão 803, de O Livro dos Espíritos, o seguinte: Todos os homens estão submetidos às mesmas leis da Natureza. Todos nascem igualmente fracos, acham-se sujeitos às mesmas dores e o corpo do rico se destrói como o do pobre. Deus a nenhum homem concedeu superioridade natural, nem pelo nascimento, nem pela morte; todos, aos seus olhos, são iguais. Portanto, todos os homens são iguais perante Deus, a diferença entre eles está na diversidade dos graus da experiência alcançada e da vontade com que obram, vontade que é o livre-arbítrio. As aptidões são conquistadas à medida que o homem evolui. Nós fomos criados em tempos diferentes, vivemos experiências diferentes, mesmo sendo criados iguais, com as mesmas possibilidades, e fazendo uso de nosso livre-arbítrio.

Porém, a Lei de Causa e Efeito é muito clara, O plantio é livre, mas a colheita é obrigatória, ou seja, somos hoje o resultado de ontem e seremos amanhã o produto de hoje. Daí, compreendermos que cada criatura desenvolve suas aptidões de acordo com suas escolhas, suas vivências; algumas andam mais rápido e mais rápido chegam ao seu objetivo, outras se demoram a caminho, mas todos nós chegaremos ao objetivo maior, a perfeição. Deus nos fez seres gregários, precisamos uns dos outros para crescer, então, observamos que a desigualdade em nosso estado atual, é necessária e útil, o que seria de nós se todos estivéssemos na mesma situação? Seria um tédio, nada se transformaria.

Sabemos que a riqueza não é distribuída igualmente para todos; isto é uma realidade facilmente constatável e que sempre existiu na história da Humanidade. Uns a possuem em abundância, podendo desfrutar até do supérfluo, enquanto a outros falta o necessário. Em O Evangelho segundo o Espiritismo, Kardec mostra que essa desigualdade não acontece por acaso, nem fora do alcance das leis de Deus. Sem o conhecimento da imortalidade do espírito e das vidas sucessivas não é possível compreender a questão. O motivo da desigualdade das riquezas está no fato de serem também desiguais os homens em inteligência, aptidões, disposição para o trabalho e capacidade para conservá-las. Disso resulta que cada um lida com ela de acordo com o seu entendimento e com o grau de progresso realizado.

Com a crença de que vivemos, na Terra, uma única vez não é possível compatibilizar essas diferenças com a justiça de Deus. A diferença entre os homens somente encontraria explicação no fato de terem sido criados diferentes os espíritos, uns mais adiantados que outros. Com a pluralidade das existências tudo se explica. Uns são espíritos mais adiantados, que progrediram mais, o que lhes dá aptidões diferentes de outros, que se aperfeiçoam mais demoradamente. Por outro lado, a posse da riqueza é uma prova necessária ao crescimento do espírito, daí as leis de Deus fazerem com que ela mude constantemente de mãos. O que hoje não a possui, certamente, já a teve em existência passada ou a terá numa existência futura; o que hoje a tem, talvez não a tenha amanhã.

Haverá sempre uns passando pela prova da riqueza e outros pela prova da pobreza, tudo ao seu tempo e conforme as necessidades evolutivas da cada um. Para atingir a perfeição o espírito tem que passar por experiências de todo tipo, e por isso Deus lhe concede ora a riqueza, ora a pobreza para experimentá-lo. Somente com o conhecimento da lei da reencarnação podemos entender a desigualdade das riquezas existente na Terra. Se o espírito somente tivesse uma única existência na Terra não se justificaria a sua distribuição de modo tão desigual. Esta é mais uma questão, até então incompreendida, que o Espiritismo vem esclarecer, afastando toda e qualquer ideia de Deus estar sendo injusto ao permitir que aconteça.

Na questão 808, Kardec pergunta se a desigualdade das riquezas não tem sua causa na desigualdade de faculdades, ou seja, a desigualdade das riquezas não se originará das faculdades, em virtude do qual uns dispõem de mais meios de adquirir bens do que outros? E os Espíritos respondem que "Sim e não. Da velhacaria e do roubo, que dizes?" Nem sempre a riqueza é adquirida através das aptidões, muitos há que ela conseguem fazendo mau uso de seu livre-arbítrio, são atitudes fraudulentas e por elas terão que responder no futuro. É a lei de causa e efeito entrando novamente em ação; plantou, colheu. E quanto as riquezas herdadas, o que devemos pensar? Será que Deus premia alguns enquanto outros morrem à míngua? Este não seria um Deus justo, nem haveria harmonia em Suas leis.

Devemos analisar qual a fonte dessa riqueza, como foi construída, de onde provém. Deus não julga superficialmente, Ele conhece a intenção de cada um, Ele sabe o que se passa no interior de cada criatura, sabe de seu merecimento, e sabe das provas que precisa para progredir. Entretanto, devemos esclarecer que só responderá por erros, aquele que errou; aquele que herdou uma riqueza de fonte impura, conquistada à base de injustiças não responderá pelos erros de quem a construiu, principalmente se ele ignora a sua origem. Mas, nada ocorre por acaso, e uma riqueza não chega às mãos de alguém sem um propósito, aí está uma oportunidade de crescimento, de reparar uma injustiça, oportunidade que será levada em conta tanto para quem deixou a herança quanto para o que a recebeu, visto que toda ação corresponde uma reação.

Tudo no Universo é regido pelas leis divinas; tudo tende ao equilíbrio, mesmo que tudo façamos para contrariar essas leis. Como falamos anteriormente, a desigualdade é necessária e sempre existirá, porque somos seres individuais, cada um tem as suas próprias vivências e conquistas, um somatório de experiências que acompanham o Espírito eternamente; caminhamos em ritmos diferentes, aprendemos de forma diferente, portanto, sempre existiu e sempre existirá a desigualdade, porque temos necessidades de diferentes experiências. Alguns acreditam que uma sociedade igualitária seja a solução para os problemas desta, só que uma sociedade é constituída de homens e espelha aquilo que esses homens são.

Homens egoístas, orgulhosos, vaidosos, ambiciosos, sequiosos pelo poder, sociedade desequilibrada, amoral, viciada, torpe; homens evangelizados, sociedade integral, equilibrada, e em paz. Nos dizem os Espíritos que, se a igualdade de riqueza chegasse a concretizar-se, "seria desfeita a curto prazo pela força das coisas". É como alguns indivíduos que ganham na loteria, basta algumas semanas para não ter um centavo no bolso. Isso porque os homens não são iguais, uns são mais egoístas, outros menos, uns mais inteligentes, ativos e trabalhadores, outros menos. Logo, se a cada um fosse dado determinada quantia, esta repartição de nada adiantaria, pois, o equilíbrio logo se desfaria, pelas desigualdades dos caracteres e das aptidões. Por mais que queiramos, não podemos contrariar às leis. Mas será que devemos buscar corrigir as falhas de nossa estrutura socioeconômica?

Claro que sim, devemos lutar para que seja real o sonho de uma sociedade digna, com melhores condições de vida, devemos buscar aperfeiçoar as nossas instituições, para que seja possível extirpar da Terra as facilidades, os privilégios de casta ou de nascimento; como nos diz Rodolfo Calligares em seu livro, As Leis Morais: "... extingam-se os preconceitos de cor, de raça e de crença; haja oportunidades educacionais para quantos as desejam, indistintamente; as sanções penais não recaiam tão somente sobre os fracos; a mão-de-obra seja associada e não escrava do capital, etc." Ele nos diz ainda que o melhor meio para atingirmos esse objetivo é a cristianização do homem, levando-o a cumprir os seus deveres para consigo mesmo, para com o próximo e para com Deus.

Nós somos construtores do amanhã, o progresso depende de nós, façamos a nossa parte, que mesmo sem a riqueza material, estaríamos tão amparados pelas boas ações, que viveríamos de bem com a vida. Sabiamente nos disse Mahatma Gandhi: "Há o suficiente no mundo para todas as necessidades humanas; não há o suficiente para a cobiça humana." Se cada homem observasse as suas reais aptidões, nenhum trabalho útil ficaria por fazer, nem teríamos tanta gente frustrada realizando algo que não lhe satisfaz, nem tanta gente sobrando. "Em tudo existe o equilíbrio; o homem é quem o perturba. “A riqueza e a miséria são provas? Sim. Deus permite para que sejamos experimentados de todas as formas. Os Espíritos escolhem essas provas, e na maioria das vezes caem diante delas.

A riqueza e a miséria são provas? Sim. Deus permite para que sejamos experimentados de todas as formas. Os Espíritos escolhem essas provas, e na maioria das vezes caem diante delas. Tanto a riqueza quanto a pobreza constituem provas difíceis. "A pobreza é, para os que a sofrem, a prova da paciência e da resignação; a riqueza é, para os outros, a prova da caridade e da abnegação". A pobreza pode causar revolta, afastamento de Deus. Quem pede esta prova busca a purificação de qualidades ou a sublimação de tarefas. A riqueza e o poder fazem nascer todas as paixões que nos prendem à matéria e nos afastam da perfeição espiritual. Por isso foi que Jesus disse: "Em verdade vos digo que mais fácil é passar um camelo por um fundo de agulha do que entrar um rico no reino dos céus." O que não significa que o homem rico não alcance a perfeição.

Se a riqueza somente males houvesse de produzir, Deus não a teria posto na Terra. Cabe ao homem o bom uso dela, transformando-a em farta colheita, propiciando o progresso moral e intelectual das criaturas.

Muita Paz!

Meu Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br

Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho Segundo o Espiritismo.