Descoberta da Costa Africana

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A Exploração da Costa Ocidental Africana Conquistas e viagens de exploração no tempo de D. Afonso V

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Importância da descoberta e exploração da Costa Africana

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A Exploração da Costa Ocidental Africana

Conquistas e viagens de exploração no tempo de D.

Afonso V

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Indicadores de aprendizagem

• Explica a importância da descoberta e exploração da costa africana

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«Qual a importância da descoberta e exploração

da costa africana?»

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Competências

• Compreensão em História:

• Contextualização

• Espacialiadade

• Tempralidade

• Comumicação em História

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Vamos ler uma história…

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(…) a pedido do negociante, o capitão começou a falar das suas viagens. Contou como desde muito novo tinha seguido a carreira de marinheiro viajando por todos os portos da Europa desde o mar Báltico até ao Mediterrâneo (…) Um dia, porém, teve desejo de ir mais longe, de ir até às terras desconhecidas que surgiram do mar. Então resolveu alistar-se nas expedições portuguesas que navegavam para o sul à procura de novos países. Veio a Lisboa e aí embarcou numa caravela que partia a reconhecer e a explorar as costas de África.

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Seguiram das margens do Tejo para as Canárias, onde pararam alguns dias. Depois continuaram viagem, aproximaram-se da terra africana, dobraram o cabo Bojador e seguiram, à vista das costas desertas, queimadas pelo sol, sem árvores, e sem homens. Junto ao cabo Branco ancoraram o navio num abrigo formado por altos penedos

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Então homens de pele sombria, envolvidos em mantos flutuantes e montados em camelos, vieram à roda da praia negociar com os portugueses. E as caravelas continuaram a navegar para sul, muito para sul.

(…) Depois começaram a aparecer espessas e verdes florestas

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(…) surgiam homens nus e negros que embarcavam em pirogas e rodeavam os navios. Os marinheiros portugueses traziam ordem de se entenderem com eles. Mas isto era difícil. Em geral as pirogas não chegavam ao alcance dos navios e outras vezes mesmo os negros desapareciam entre o arvoredo mal as caravelas ancoravam.

Então os marinheiros que desembarcavam eram recebidos com flechas envenenadas dos homens escondidos.

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Porém, havia paragens onde os africanos e os portugueses já se conheciam e negociavam. E às vezes, em lugares da costa onde nunca um navio tinha parado, acontecia serem acolhidos com festa e alvoroço.

(…) Assim um dia a caravela ancorou em frente duma

larga e bela baía rodeada de maravilhosos arvoredos. Na longa praia de areia branca e fina um pequeno grupo de negros espreitava o navio. Então o capitão resolveu mandar a terra dois batéis com homens para que tentassem estabelecer contacto com os africanos.

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Mas logo que os bateis tocaram a areia os negros fugiram e desapareceram no arvoredo.

-Talvez tenham tido medo por ver que nós somos muitos e eles poucos – disse um português chamado Pero Dias. E pediu aos seus companheiros que lhe deixassem um batel e embarcassem todos no outro e se afastassem da praia

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(…) O português mal ficou sozinho caminhou até meio da praia e ali colocou panos coloridos que tinham trazido como presente. Depois recuou até à orla do mar, encostou-se ao batel que ficara e esperou. Ao cabo de algum tempo saiu da floresta um homem que trazia na mão uma lança longa e fina e avnçava negro e nuna claridade da praia.

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- Quero paz contigo – disse o branco na sua língua -.- O negro sorriu e respondeu três palavras

desconhecidas.- Quero paz contigo – disse o branco em berbere - .- O negro sorriu de novo e mais uma vez respondeu as

três palavras exóticas. (…) Quando chegou perto dos panos parou e examinou com alvoroço a oferta. Depois ergueu a cabeça, encarou o português e sorriu. Este sorriu também e avançou uns passos. Houve uma pequena pausa. Depois, num acordo mútuo, os dois homens sorrindo, caminharam ao encontro um do outro. Quando entre eles ficaram só a seis passos de distância, pararam

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Então Pêro Dias começou a falar por gestos. Fez o gesto de beber e o negro apontou a floresta. Fez o gesto de comer e o negro apontou-lhe a floresta. Com um gesto de convite o marinheiro apontou o seu batel.

Mas o negro sacudiu a cabeça e recuou um passo. Vendo-o retrair-se o português, para voltar a estabelecer a confiança, começou a cantar e a dançar. O outro, com grandes saltos, cantos e risos, seguiu o seu exemplo. Em frente um do outro bailaram algum tempo. Mas no ardor do baile e da mímica Pêro Dias ergueu no ar a sua espada, que faiscou ao sol. O brilho assustou o nativo, que deu um pulo para trás e estremeceu. Pêro Dias

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Fez um gesto para o sossegar. Mas o outro começou a fugir, e o navegador precipitou-se no seu encalce e agarrou-o por um braço. Vendo-se preso, o negro principiou a debater-se, primeiro com susto, depois com fúria. Com gritos roucos e sílabas guturais respondia às palavras e aos gestos que o tentavam apaziguar. Ao longe, no mar, os companheiros de Pêro Dias avistavam a luta e principiaram a remar para a praia.

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O negro viu-os aproximarem-se, julgou-se cercado e perdido e apontou a sua lança. Pêro Dias com a espada tentou o golpe mas ambos caíram trespassados.

Os portugueses saltaram do batel e correram para os corpos estendidos. Do peito do negro e do branco corriam dois fios de sangue.

- Olhem – disse um moço - , o sangue deles é exactamente da mesma cor.

Sophia de Breyner Andersen,

O Cavaleiro da Dinamarca

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A partir do texto, como achas que se desenrolavam as relações entre os portugueses e os Africanos?

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• Que perigos enfrentaram os portugueses?

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Depois do Cabo Não, passarás ou não…

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• Em 1434 – Gil Eanes dobra o Cabo Bojador

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Que produtos os portugueses obtiveram nesta região?

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O aproveitamento económico iniciou-se com a fundação da feitoria de

Arguim

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• O comércio rendoso era estabelecido no troço de costa que ia de Arguim à Guiné, sendo o ponto nevrálgico a já referida feitoria e a Casa da Guiné estabelecida em Lagos, porto de onde saíam os navios para o ocidente africano. A Arguim chegavam os mais variados produtos como o ouro, escravos, papagaios, marfim, algodão, peles, goma, malagueta, pimenta de rabo, almíscar, gatos de algália entre outros que eram trocados por tecidos vindos das praças marroquinas e de Portugal, trigo, cavalos, coral, conchas, sal e objectos de cobre e latão. http://www2.crb.ucp.pt/historia/abced%C3%A1rio/afonso5/costa%20africana.htm 2010

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• A ideia de efectuar comércio com os povos africanos não esmorecia quando se procuravam mercadorias como o ouro, a pimenta rabo.

• Segundo Vitorino de Magalhães Godinho, os envios de ouro para o reino variavam, mas poderiam rondar a média anual de vinte a vinte e cinco quilos, com valor de 5500 a 7000 cruzados.

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Trapiche de besta, ainda em uso na ilha de Santiago, em Cabo Verde (foto: CEHA/I.Madeira)

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A partir de 1460, ano da morte do Infante D. Henrique, verificou-se um

abrandamento nas viagens de exploração da costa africana

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• A subida de D. Afonso V (em 1438) ao trono de Portugal marcou o reinício da política de conquistas no Norte da África

D. Afonso V,

Rei de Portugal (1438-1481)

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D. Afonso V empreendeu a conquista de:

de Alcácer Ceguer (1458), Arzila e Tânger (1471);

D. Afonso V,

Rei de Portugal (1438-1481)

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D. Afonso V no cerco de ArzilaD. Afonso V com o bastão

dourado de comando

Conquista de Tânger

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D. Afonso V pretendiadiminuir o isolamento de Ceuta e fortalecer a

presença portuguesa no Norte de África

Estes objectivos nunca foram plenamente alcançados

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Por isso, a exploração e o comércio da costa africana foram arrendados a um rico mercador

de Lisboa, Fernão Gomes.

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O Contrato de Arrendamento a Fernão Gomes

• Em Novembro do ano de 1469, arrendou el-rei D. Afonso V o negócio da Guiné a Fernão Gomes, um rico cidadão de Lisboa, pelo tempo de cinco anos, por duzentos mil réis cada ano. Com a condição de que em cada um desses cinco anos fosse obrigado a descobrir pela costa adiante cem léguas. […] E foi Fernão Gomes tão diligente e ditoso nesse descobrimento que logo em Janeiro de 1471 descobriu o resgate(1) de ouro a que agora chamamos a Mina. João de Barros, Ásia

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Em troca desta exclusividade comercial, Fernão Gomes comprometia-se a avançar 100 léguas de costa para Sul e

a pagar uma renda anual de 200.000 reais.

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Neste período ficou a conhecer-se todo o Golfo da Guiné até ao Cabo de Santa Catarina

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Os Portugueses tinham acesso ao ouro, marfim, a malagueta e escravos .

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Síntese

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Descoberta e Exploração da Costa Africana

OBJECTIVOS:

chegar aos locais chegar aos locais de produção do de produção do ouroouro

controlar o controlar o comércio nessa comércio nessa região.região.

MODO DE EXPLORAÇÃO MODO DE EXPLORAÇÃO ECONÓMICAECONÓMICA::

feitorias-fortalezafeitorias-fortaleza contrato de arrendamento (1469-1475)

PRODUTOS::

ouroouro

especiariasespeciarias escravosescravos

marfimmarfim

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ConclusãoConclusão• A partir de 1422, intensificou-se a exploração da costa

africana; esta iniciativa coube, em grande parte, ao Infante D. Henrique;

• Com a subida ao trono de D. Afonso V, verificou-se uma mudança nos rumos da Expansão:

- privilegiou-se a conquista de praças no Norte de África;

- a exploração da costa africana foi entregue a Fernão Gomes, em regime de exclusividade comercial (1469-1475);

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AVALIAÇÃO

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