El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

24
El fenómeno de las cuidadoras: un efecto invisible del envejecimiento* Leticia Robles Silva** El presente es un estudio etnográfico r e a l i z a d o c o n cuidadoras de ancianos en- fermos en un b a r r i o p o p u l a r u r b a n o de Guadalajara, México. En la selección de una hija c u i d a d o r a i n t e r v i e n e n v a r i o s f a c t o r e s : la edad, la presencia o n o de hijas solteras, si trabaja o no, y la u l t i m a g e n i t u r a . C u a n d o l a s hijas cuidado- ras están casadas se selecciona a q u e l l a q u e ha concluido la fase d e expansión d e l ciclo familiar. La designación de las cuidadoras es una función masculina o d e l p r o p i o enfermo. E l r o l de cuidadora se incorpora e n e l marco d e l r e s t o de los otros roles sociales, y generalmente ocupa el sitio principal. Palabras clave: ancianos, enfermos crónicos, cuidadoras. Fecha de recepción: 7 de noviembre de 2000. Fecha de acepta- ción: 28 de febrero de 2001. Los ancianos: un asunto de dependencia y de cuidados El creciente aumento de los ancianos en nuestro país es un hecho inobjetable. Se expresa en las cifras oficiales, en los reportes académi- cos, y sobre todo lo advertimos en nuestras vidas cotidianas. Ellos, los ancianos, constituyen parte de nuestras familias, son nuestros padres o abuelos, o tal vez algún bisabuelo. Lo que antes era una rareza, hoy día comienza a ser un fenómeno visible. Ser un anciano no es sólo contar con 70 u 80 años de vida, sino convertirse en un ser dependiente. Nadie niega que el envejecimien- to implica una serie de incapacidades para realizar múltiples activida- des de la vida cotidiana, pero a eso se le añade el hecho de padecer por lo menos alguna enfermedad crónica. Ser viejo y enfermo es una experiencia propia de la ancianidad, cuya consecuencia es que el in- dividuo se convierta en un ser dependiente, que para sobrevivir social v biológicamente necesita la ayuda, el apoyo y los cuidados de algún * El trabajo contó con el apoyo financiero del SiMorelos del Conacvt, convenio 980302020. La autora agradece la avuda de Alejandra Lizardi durante el proceso de in- vestigación. ** Centro Universitario de Ciencias de la Salud, Universidad de Guadalajara. Co- rreo electrónico: lrobles<8cucs.udg.mx [561]

description

artículo relacionado con demografía antropologica

Transcript of El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

Page 1: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E l f e n ó m e n o d e las c u i d a d o r a s : u n e f e c to i n v i s i b l e d e l e n v e j e c i m i e n t o *

Leticia Robles Silva**

E l p r e s e n t e es u n e s t u d i o etnográfico r e a l i z a d o c o n c u i d a d o r a s de a n c i a n o s e n ­f e r m o s e n u n b a r r i o p o p u l a r u r b a n o d e G u a d a l a j a r a , México. E n la selección de u n a hija c u i d a d o r a i n t e r v i e n e n v a r i o s f a c t o r e s : la edad, la p r e s e n c i a o n o de hijas s o l t e r a s , si trabaja o n o , y la u l t i m a g e n i t u r a . C u a n d o l a s hijas c u i d a d o ­r a s están c a s a d a s se s e l e c c i o n a a q u e l l a q u e ha c o n c l u i d o la f a s e d e expansión d e l ciclo f a m i l i a r . L a designación de las c u i d a d o r a s es u n a función m a s c u l i n a o d e l p r o p i o e n f e r m o . E l r o l de c u i d a d o r a se i n c o r p o r a e n e l m a r c o d e l r e s t o de los otros roles s o c i a l e s , y g e n e r a l m e n t e o c u p a el sitio p r i n c i p a l .

Palabras clave: ancianos, enfermos crónicos, cuidadoras . F e c h a de recepc ión : 7 de n o v i e m b r e de 2000. F e c h a de acepta ­

ción: 28 de febrero de 2001.

Los ancianos: un asunto de dependencia y de cuidados

E l c r e c i e n t e a u m e n t o de los a n c i a n o s e n n u e s t r o país es u n h e c h o inobjetable . Se expresa en las cifras oficiales, e n los reportes académi­cos, y sobre todo l o advertimos en nuestras vidas cotidianas. E l l o s , los ancianos, const ituyen parte de nuestras famil ias , son nuestros padres o abuelos, o tal vez algún bisabuelo . L o que antes era u n a rareza , hoy día c o m i e n z a a ser u n f e n ó m e n o visible.

Ser u n a n c i a n o n o es sólo contar c o n 70 u 80 años de v i d a , s ino convertirse en u n ser dependiente . N a d i e n iega que el enve jec imien­to i m p l i c a u n a serie de incapacidades para real izar múltiples act ivida­des de l a v ida c o t i d i a n a , pero a eso se le añade e l h e c h o de padecer p o r lo menos a lguna en fermedad crónica. Ser viejo y en fermo es u n a exper i enc ia p r o p i a de la a n c i a n i d a d , cuya consecuenc ia es que el i n ­d iv iduo se convierta en u n ser dependiente , que para sobrevivir social v biológicamente necesita la ayuda, el apoyo y los cu idados de algún

* E l trabajo contó con el apoyo financiero del SiMorelos del Conacvt, convenio 980302020. L a autora agradece la avuda de Alejandra Lizardi durante el proceso de in ­vestigación.

** Centro Universitario de Ciencias de la Salud, Universidad de Guadalajara. Co­rreo electrónico: lrobles<8cucs.udg.mx

[561]

Page 2: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

562 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

m i e m b r o pues de l a f a m i l i a , pues de o tra m a n e r a sobrevienen el dete­r i o r o y l a muerte prematura .

L a d e p e n d e n c i a es u n término que f recuentemente evoca e l cu i ­d a d o de los niños. Éste h a sido e l c a m p o pr iv i l eg iado p o r los acadé­micos en nuestro país y e n América L a t i n a . S i n embargo , también re­q u i e r e n cu idados los adultos y anc ianos , y a esto casi n o se le presta atención. E s t u d i a r e l c u i d a d o de los anc ianos es i n u s u a l e n nues t ro m e d i o si se c o m p a r a c o n la abundante l i teratura sobre e l tema que se p u b l i c a desde y sobre los países desarro l lados . E n M é x i c o sólo m u y rec ientemente h a n aparec ido estudios sobre las redes de apoyo y c u i ­dado e n ancianos (Montes de O c a , 1998: 485-499; García, 1998: 399¬418; Robles et a l . , 2000: 557-560).

Ser depend iente es u n a exper i enc ia inevitable en a l g u n a o e n va- -rias etapas de l a v ida. Kittay a f i rma que " l a d e p e n d e n c i a es p r o p i a de l a natura leza h u m a n a " (Kittay, 1999: 1). Para esta autora son tres las causas de la d e p e n d e n c i a : e l desarro l lo h u m a n o , la e n f e r m e d a d , y l a vejez. C a d a u n a de ellas p r o d u c e u n par t i cu lar t ipo de d e p e n d i e n t e , que a su vez requiere diferentes tipos de cu idado .

Ser anciano y enfermo crónico es ser doblemente dependiente . E l envejecimiento i m p l i c a u n a disminución de las potencial idades y de la func ional idad orgánica, pero especialmente la pérdida del estatus social prop io de u n ser productivo y autónomo, lo cual lo lleva a convertirse en u n sujeto socialmente incompleto (Mink ler y Colé 1991: 42). Esta depen­dencia suele i r acompañada por la que ocasiona la enfermedad crónica. 1

A m b a s s i tuac iones p r o d u c e n u n t ipo de d e p e n d e n c i a m u y p a r ­t icular . N o es abrupta sino paulat ina , y es tanto orgánica c o m o social . E l cuerpo orgánico p ierde lentamente sus func iones corporales y l l e ­ga u n m o m e n t o e n que es incapaz de satisfacer sus necesidades más esenciales. E igua l su cuerpo social , que desciende a u n n ive l e n q u e ya n o es capaz de mantener u n a c o n t i n u i d a d en sus rut inas cot id ianas n i e n sus papeles sociales. 2

1 E n realidad es el envejecimiento el que se añade a la enfermedad crónica. L a ra­zón es simple: las enfermedades crónicas aparecen al final de la edad adulta, es decir, an­teceden al envejecimiento.

2 E n 1994, 42.9% de los ancianos mexicanos presentaba algún grado de deterioro funcional que afectaba algunas de sus actividades, como movilizarse dentro y fuera del hogar, entre otras (Conapo, 1999: 58). U n a enfermedad crónica como la diabetes ocasio­na que se vayan perdiendo paulatinamente algunos roles sociales conforme ésta avanza; la pérdida total o parcial del empleo o el abandono parcial de las responsabilidades so­ciales es un proceso que suelen experimentar los enfermos (Mercado 1996: 200-214).

Page 3: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 563

De ahí la i m p o r t a n c i a d e l apoyo fami l iar y d e l cu idado para l a su­perv ivenc ia d e l a n c i a n o . Es innegab le que la ayuda y apoyo f a m i l i a r p r o v i e n e n de múltiples fuentes. L o s hi jos , los nietos , los h e r m a n o s , los s o b r i n o s , e i n c l u s o los p a r i e n t e s po l í t i cos o f i c t i c i o s están ahí c u a n d o se les necesita. P e r o esta ayuda o apoyo genera lmente es res­t r ing ido e n t i empo y e n act ividad. C u a n d o la ayuda y e l apoyo deben convertirse en u n c u i d a d o de largo p lazo y de todos los días, n o son las redes sociales quienes se i n v o l u c r a n , s ino solamente u n o de sus i n ­tegrantes, a l cua l se ident i f i ca c o m o el c u i d a d o r p r i m a r i o , q u i e n asu­m e la responsab i l idad de satisfacer y encontrar las estrategias que re­suelvan las neces idades de los anc ianos y los en fermos crónicos . E n última ins tanc ia es q u i e n l o m a n t i e n e vivo soc ia lmente . E l c u i d a d o r ded i ca u n a gran cant idad de su t i empo y energía a prod igar esos c u i ­dados , ya q u e las neces idades d e l a n c i a n o n o t o m a n vacac iones n i días de descanso. P o r o t ra parte , c o n el c u i d a d o se p r o c u r a resolver las necesidades d e l cuerpo bio lógico pero par t i cu larmente las d e l so­c ia l , e n u n esquema de o torgamiento co t id iano y durante varias déca­das de la v ida . Esto es lo que constituye el cu idado d e l anc iano e n tér­m i n o s a m p l i o s , q u e e n m u c h o r e b a s a los a p o y o s e m o c i o n a l e s o instrumentales que u n a r e d social p r o p o r c i o n a .

E n e l caso p a r t i c u l a r d e l anc iano e n f e r m o , e l c u i d a d o t iene dos fines: u n o , ayudar a resolver las necesidades creadas p o r la presenc ia d e l p a d e c i m i e n t o y las ocasionadas p o r e l enve jec imiento , y e l o t ro , p r o p o r c i o n a r l e recursos suficientes para su sobrevivencia.

M i perspectiva sobre el cu idado es conceptual izar lo c o m o u n a ac­ción social, recuperando la propuesta feminista, en términos de que e l cu idado es trabajo, y u n trabajo arduo y pesado, y además, u n trabajo f e m e n i n o (Kit tay , 1999: 37-42; Sevenhu i j sen , 1998: 69-82; G r a h a m , 1983: 23-28). E l cu idado va más allá de la ayuda que se b r i n d a al enfer­m o o anc iano exclusivamente en términos de actividades personales e instrumentales de l a v ida d iar ia (bañarse, vestirse, moverse, contro lar los esfínteres, comer , caminar o movilizarse fuera de l hogar, i r de com­pras, preparar sus a l imentos , hacer el quehacer doméstico, y manejar las finanzas).3 E n m i opinión esta f o r m a de entender el cu idado parte de u n a perspectiva medical izada que deja de lado el cu idado d e l cuer­po social , pues se centra exclusivamente en el cuerpo biológico . P a r a

3 Ésta es una propuesta sumamente popular en la literatura y que deriva del índi­ce de medición para evaluar el nivel de funcionamiento físico de enfermos crónicos o ancianos sostenida por Katz el al (1963: 914-919).

Page 4: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

564 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

superar este p r o b l e m a m e apoyo en l a propuesta analítica de C o r b i n y Strauss (1988: 127-138), quienes para exp l i car e l mane jo d e l padec i ­m i e n t o y los p r o b l e m a s der ivados de éste, e m p l e a n e l c o n c e p t o de "trabajo" , a l c u a l c las i f i can e n tres t ipos, que d e n o m i n a n líneas: d e l p a d e c i m i e n t o , d e l hogar , y biográfica. Estas líneas h a c e n r e f e r e n c i a p r i n c i p a l m e n t e a l e n f e r m o y a l p a d e c i m i e n t o , y son vistas desde l a -perspectiva de q u i e n está en fermo , pero n o de q u i e n lo c u i d a .

Aqu í r e t o m o l a i d e a de las tres líneas p e r o las m o d i f i c o p a r a e l caso d e l cu idado . Las acciones desplegadas para e l c u i d a d o de u n a n ­c iano e n f e r m o se d a n e n varias esferas de la v ida co t id iana . C a d a u n a de las líneas e n g l o b a a u n c o n j u n t o de acciones c o n fines c o m u n e s , ya sea para satisfacer demandas d e l p r o p i o anc iano e n f e r m o o d e l e n - : t o rno social d e l m i s m o . Son prec isamente estas líneas de c u i d a d o las :

que d a n sentido y c o n t e n ido al r o l social de u n a c u i d a d o r a . P o d e m o s u b i c a r las líneas de c u i d a d o e n tres g r u p o s : a) t raba jo d e l p a d e c i - -mien- to : tareas re lac ionadas c o n e l mane jo d e l p r o p i o p a d e c i m i e n t o e n cuanto al régimen prescr ito , prevención y manejo de las crisis, m a ­nejo de los síntomas y el diagnóstico; b) trabajo de l a v ida diar ia : tareas cot idianas que m a n t i e n e n e n m a r c h a u n hogar , c o m o e l aseo y l a re­paración de l a casa, p e r o también l a creación de u n a m b i e n t e espa­c ia l y re lac i ona l p r o p i c i o para e l cu idado ; c) trabajo biográfico: tareas encaminadas a ayudar al en fermo a la reconstrucción d e l t i empo b i o ­gráfico, la c o n c e p c i ó n d e l yo y el c u e r p o a través de los procesos de contextualización, r e to rno a la n o r m a l i d a d , reconstitución de la i d e n ­t idad , y rescate de la biografía.

Las mujeres cuidadoras: una certidumbre científica

H o y día se asegura que los cu idadores son mujeres . P e r o n o es suf i ­c iente c o n ser m u j e r ; se neces i ta , además, poseer otras característi­cas. L o s estudios cuantitat ivos h a n p r o f u n d i z a d o en e l análisis de los factores demográf i cos que i n f l u y e n en la e lecc ión de u n m i e m b r o de la f a m i l i a c o m o c u i d a d o r . D e l parentesco , son las hijas y las espo­sas las elegidas. De las hijas se a f i r m a que son las solteras o las casa­das, las q u e t raba jan o n o , las que n o t i e n e n hi jos p e q u e ñ o s , y las que viven e n la m i s m a res idenc ia que el anc iano (Stone, Caf ferata y Sangl , 1987: 616-626; Brai thwaite , 1990: 40-52; Wol f , F r e e d m a n y S o l ­d ó , 1997: 102-109). E n l a década de los noventa unos cuantos estu­dios cualitativos i n t e n t a r o n responder a la p r e g u n t a de p o r qué c ier -

Page 5: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

EL FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 565

;os i n t e g r a n t e s de l a f a m i l i a d e c i d e n c o n v e r t i r s e e n c u i d a d o r e s y :uáles son los factores que a fectan d i c h a decis ión. E l d e b e r f i l i a l y : o n y u g a l , e l a m o r h a c i a e l a n c i a n o , l a impos ic ión h e c h a p o r e l a n -: i a n o , p o r q u e n o hay a l g u i e n más p a r a a s u m i r d i c h a r e s p o n s a b i l i ­dad, p o r q u e se t iene u n trabajo flexible que p e r m i t e u n a c o m o d o de los horar i os a las d e m a n d a s d e l c u i d a d o , son algunas de las razones aducidas p o r los p rop i os cu idadores e n este t ipo de estudios ( G u b e r -m a n , M a h e u y M a i l l e , 1992: 607-617; H a r r i s , 1998: 342-352; H a s s e l -kus, 1993: 717-723).

Los hallazgos h a n l levado a los autores a argumentar que tal dec i ­sión n o es u n acto i n d i v i d u a l aislado sino que se decide dentro de u n contexto f a m i l i a r par t i cu lar . Es c laro que las mujeres son pre fer idas c o m o cuidadoras , pero esta pre fe renc ia va acompañada p o r c i r c u n s ­tancias contextúales que p e r m i t e n o e x o n e r a n a algunos integrantes de la f a m i l i a para asumir d i c h a responsab i l idad . L a c o m p e t e n c i a de roles, e l trabajo, e l lugar de res idencia , la f recuenc ia de los contactos, e l estado c i v i l , son e lementos d e l e n t o r n o social que i n t e r v i e n e n e n d i c h a designación. P e r o a u n c o n la vasta l i teratura p r o d u c i d a e n tor­n o al tema, n o q u e d a c laro cuáles son los factores y las dinámicas fa­m i l i a r e s que i n f l u y e n e n l a designación de los c u i d a d o r e s desde l a p e r s p e c t i v a de los p r o p i o s actores . T a l vez l a af irmación de A l i e n , G o l d s c h e i d e r y C i a m b r o n e al i n i c i o de su estudio resuma e l estado de la cuestión. " A pesar de la considerable e importante l i teratura acerca de las redes de apoyo social de los ancianos enfermos, pocos estudios h a n avanzado en e l c o n o c i m i e n t o de p o r qué se elige a ciertos i n d i v i ­duos y se les confía e l cu idado d e l o t ro " ( A l i e n , Go ldsche ider y C i a m ­brone , 1999: 150).

Es prec i samente , sobre las razones y los procesos p o r los cuales c i er tos i n t e g r a n t e s , y n o o t ros , t o m a n l a dec is ión y son as ignados c o m o c u i d a d o r e s , p a r t i c u l a r m e n t e e n e l caso de las mujeres c u i d a ­doras , q u e e l p resente t rabajo c o n t r i b u y e a l a discusión d e l t e m a . E l l o a p a r t i r de los hal lazgos de u n a investigación cual i tat iva c o n e n ­fermos diabéticos e n u n sector p o p u l a r u r b a n o . L a idea c e n t r a l que guía e l estudio es que la designación de cu idadoras es i m p u e s t a más que negoc iada . P o r o t ra parte , la designación de u n a h i ja c u i d a d o r a con l leva u n proceso de selección entre las varias opc iones " d i s p o n i ­b les" a p a r t i r de u n a serie de características tanto personales c o m o f a m i l i a r e s . F i n a l m e n t e , in te resa i n d a g a r l a c o m p e t e n c i a de ro les y c ó m o se resuelve c u a n d o e l c u i d a d o es i n c o r p o r a d o a l a v i d a de las cu idadoras .

Page 6: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

566 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

El estudio etnográfico del cuidado

L o s datos p r o v i e n e n de u n estudio etnográfico que se llevó a cabo e n e l bar r i o de Oblatos de la c i u d a d de Guadala jara , México . E l objetivo de l a investigación g loba l h a sido indagar sobre l a e x p e r i e n c i a de cu i ­dar a u n en fermo adul to o anc iano c o n diabetes.

L a estrategia fue seleccionar, p r i m e r o , a enfermos c o n diabetes, y poster iormente a sus cuidadores. A los enfermos se les localizó m e d i a n ­te u n estudio de tamizaje en e l barr i o : se v is i taron las 6 325 viviendas de l barr io y se preguntó p o r los enfermos diabéticos que vivieran e n d i ­cho hogar. Así se local izaron 788 enfermos e n 756 hogares. D e esa lista de enfermos se seleccionó a 15 ancianos y 14 adultos. 4 P a r a efectos de l presente trabajo, los resultados inc luyen solamente los concernientes al g r u p o de los 15 ancianos que vivían en trece unidades domésticas.

E l trabajo de c a m p o se dividió e n seis fases entre oc tubre de 1997 y febrero de 2000. Se entrevistó a los enfermos e n sus hogares e n tres ocasiones. U n análisis p r e l i m i n a r de esas entrevistas permitió ident i f i ­car a sus cuidadores . Se entrevistó a los cuidadores entre dos y cuatro ocasiones. De las 97 entrevistas, 31 f u e r o n grabadas y e l resto se regis­tró e n notas de campo . T o d o e l mater ia l fue procesado e n e l p r o g r a ­m a E t h n o g r a p h . Las entrevistas f u e r o n i n i c i a l m e n t e organizadas p o r temas; p o s t e r i o r m e n t e se proced ió a rea l izar u n análisis de c o n t e n i ­do , cuyo fin era examinar las argumentac iones de los p rop i os sujetos ( K u h n , 1991: 121-145) acerca de sus conductas o acciones y las in te r -pretacionas que hacen de ellas.

El barrio de Oblatos

Obla tos es u n b a r r i o d e l sector p o p u l a r u r b a n o e n e l n o r o r i e n t e de Guadalajara. S u población total era de 33 519 habitantes en 1997, de los cuales 5% era mayor de 65 años. E l barr io contaba c o n todos los servi-

4 Para la selección de los enfermos se agruparon en 27 subgrupos; primero se divi­dió el total de enfermos en hombres y mujeres; cada grupo a su vez se dividió en dos, considerando los años de evolución de la enfermedad (más y menos de 10 años); des­pués se cuestionó si trabajaba o no, y finalmente se clasificó por parentesco (esposo/a, abuelo /a , h i j o / a y pariente femenino y masculino). De este proceso combinatorio re­sultaron los 27 subgrupos. Para escogerlos, se enlistó a los enfermos y se seleccionó al que ocupara el décimo lugar en la lista. Cuando el enfermo rechazó participar, se esco­gió al siguiente en la lista y así sucesivamente.

Page 7: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 567

cios públicos (agua potable , drenaje , a l u m b r a d o públ ico , calles pavi­mentadas, transporte público, v ig i lanc ia po l i c iaca ) . Sus habitantes es­taban insertos en e l m e r c a d o l a b o r a l d e l sector i n f o r m a l e i n d u s t r i a l de l a c i u d a d . Las viviendas a lbergaban 5.1 habitantes en p r o m e d i o .

Los servicios de sa lud existentes en e l barr io se distribuían e n 78 espacios, tanto d e l m o d e l o médico hegemónico c o m o de la m e d i c i n a alternativa. Es dec i r , espacios ocupados p o r consultor ios de médicos generales y especialistas, p e r o también p o r terapeutas t rad i c i ona les c o m o sobadores, yerberos, homeópatas; así c o m o farmacias alópatas y homeópatas, y expendios de productos naturistas y yerberías. Además de estos servicios se ub i caban en e l barr io u n a clínica de m e d i c i n a fa­m i l i a r y u n hospita l de z o n a d e l IMSS, así c o m o dos sanatorios p a r t i c u ­lares que ofrecían atención de segundo nive l .

Los ancianos enfermos fueron seis mujeres y nueve hombres , cuya e d a d osc i laba entre 60 y 92 años, c o n u n a m e d i a n a de 63 años p a r a los h o m b r e s y 72 años p a r a las mujeres . T o d o s los h o m b r e s estaban casados, c o n excepción de u n o que era v iudo ; en cambio las mujeres e r a n viudas todas, c o n excepc ión de u n a de ellas que estaba casada. Las mujeres n o trabajaban y sólo 4 4 % de los hombres lo hacían a pe­sar de estar pensionados . Sus familias tenían 6.3 hijos vivos y 12 nietos e n p r o m e d i o . L o s ancianos e ran or ig inar ios de pob lac iones d e l esta­do de Jal isco y de los estados c ircunvecinos . N i n g u n o terminó l a edu­cación p r i m a r i a . Padecía u n a e n f e r m e d a d crónica 4 2 % de los anc ia ­nos , 2 3 % sufría dos en fermedades y 3 4 % más de tres en fermedades crónicas. Además de la diabetes, las otras enfermedades crónicas fue­r o n hipertensión a r t e r i a l , ar t r i t i s y a c c idente vascular c e r e b r a l . E n p r o m e d i o habían padec ido diabetes durante 15.2 años y durante nue­ve años sus otras enfermedades crónicas.

L o s cu idadores de estos anc ianos enfermos f u e r o n 19. D e las 15 mujeres siete e ran esposas y o cho hijas. E n c a m b i o encontré cuatro h o m b r e s c u i d a d o r e s , u n esposo y tres hi jos varones . L o s a n c i a n o s eran cuidados por sus esposas, en cambio las ancianas, al ser viudas, eran cu idadas p o r sus hi jas. L o s hi jos varones e r a n c u i d a d o r e s s e c u n d a ­rios , es dec i r , p a r t i c i p a b a n de u n a m a n e r a l i m i t a d a en t i e m p o y t ipo de actividades, y más b i e n apoyaban a sus madres , quienes se desem­peñaban c o m o esposas cu idadoras . L a edad de estos cu idadores fue e n p r o m e d i o : esposas, 61 años ; h i jas , 47 años , y los h i j o s v a r o n e s 46.5 años. D e las o c h o esposas-cuidadoras, tres estaban insertas en e l m e r c a d o l a b o r a l ; tres de las seis hi jas t raba jaban , y todos los h o m ­bres c u i d a d o r e s e r a n t raba jadores . E n t r e las hi jas s o l a m e n t e dos

Page 8: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

568 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

eran solteras, las demás estaban casadas y tenían cuatro hi jos en p r o ­m e d i o .

E n adelante , m e centraré sólo en las 14 cu idadoras , tanto e n las esposas c o m o e n las hijas.

La designación de las mujeres como cuidadoras

L a mayor presencia de mujeres cuidadoras en este g r u p o de ancianos reproduce u n f e n ó m e n o ya conoc ido en la l i teratura: l a feminización d e l c u i d a d o . E l a r g u m e n t o más re i terado para e x p l i c a r p o r qué son más las mujeres que c u i d a n , atribuye esta costumbre a que t rad ic iona l -mente e l c u i d a d o se h a cons iderado c o m o u n a tarea f e m e n i n a y res- : t r i n g i d a al ámbito d e l hogar , l o c u a l c o l o c a l a tarea de c u i d a r y a l a c u i d a d o r a e n u n a posición subord inada respecto a las actividades mas­culinas y al h o m b r e (Kittay, 1999: 23-48). Esta posición de des igualdad entre los géneros enmarca los procesos de designación de u n a c u i d a ­dora ; hombres y mujeres part i c ipan en d i c h a designación pero c o n pa­peles diferentes. Tres son los procesos p o r los cuales se designa a u n a c u i d a d o r a entre las familias de estos ancianos de Oblatos .

E l p r i m e r proceso se ap l i ca sólo c o n las esposas-cuidadoras. Ésta es u n a designación ve lada p o r parte d e l p r o p i o a n c i a n o varón h a c i a su esposa. E n t r e los cónyuges anc ianos existe la percepc i ón de q u e c u a n d o los hijos se casan las obl igaciones de éstos son ya con su f a m i ­l i a de procreación, y l a de los padres pasa a u n segundo término. A d e ­más, los anc ianos a r g u m e n t a n que n o q u i e r e n ser u n a " carga" p a r a sus hijos, o se s ienten avergonzados p o r solicitar su ayuda. E n ese sen­t ido , pedírselo a su esposa es u n a c o n d u c t a más permis ib l e d e b i d o a l a ex i s tenc ia de u n a relación c o n y u g a l entre el los. Esta s o l i c i t u d de ayuda se d a d iscurs ivamente e n términos de u n a p r e f e r e n c i a p o r l a esposa. T a l re lación suele mani f i es tarse a b i e r t a m e n t e , c o m o e n e l caso de M a n u e l , c u a n d o le pedía a María, su esposa que l o a c o m p a ­ñará c o n e l médico : "sabes que mañana m e toca i r allá c o n e l especia­lista [ c i ru jano ] , y pos' yo creo vas a i r c o n m i g o porque me van a enca ­mar" . O e n f o r m a de predileción, c o m o cuando J u a n exp l i caba a sus hijas p o r qué le pedía ayuda a su esposa "si me gusta que tu madre m e chiquié... es que yo qu iero que tu m a m i m e at ienda" .

L o s otros dos procesos son propios de la designación de las hijas, ya sea que a l g u i e n las escoja o ellas mismas se autoas ignen e l r o l de cuidadoras . L a designación es, p o r lo general , u n a función de la p r o -

Page 9: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

EL FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 569

p i a anc iana en ferma o de algún varón de la fami l ia . C u a n d o las ancia­nas des ignan , lo h a c e n a par t i r de la percepc ión de que es necesar io que a lgu ien las cuide . T a l decisión n o es negoc iada n i consul tada con la hi ja designada, n i tampoco c o n e l resto de l a fami l ia ; se verbal iza e n tono de o r d e n y se refuerza c o n mecanismos de persuasión materiales o simbólicos e n algunas ocasiones. E l caso de I r m a es u n b u e n ejem­plo . A el la , su madre Esther le exteriorizó su decisión u n día que estaba a punto de salir a trabajar. L a m i s m a Esther narraba d i cho episodio.

Orita está uno bien, al rato ya está uno ahí enfermo o se pone uno malo de un rato a otro. Como fue el día primero de este mes, ¡ay! me sentí, yo sentía que ya me iba a morir, muy mal me sentí... entonces ahí le dije a esta muchacha [Irma], la que está aquí conmigo en la casa, "¡ay hija! me siento muy mal", ya eran casi las siete y media que se iba a trabajar, y dice "pos má' si quiere no voy", "tú sabrás"... es más ahora le estaba diciendo que ya no la voy a dejar ir a trabajar, es que ya me canso mucho también, ya no puedo yo, le dije, ahora, le dije "yo necesito que te quedes ya aquí conmigo". Cada día me siento más cansada, más [mala].

E l h e r m a n o mayor o e l primogénito varón es otro m i e m b r o de l a f ami l i a que t oma l a decisión e n f o r m a un i la tera l de quién de entre las hermanas será la c u i d a d o r a . U n a vez t o m a d a l a decisión, se l a c o m u ­n i c a en e l marco de u n a c ierta negociación. A r m a n d o optó p o r nego­ciar c o n su h e r m a n a L u p e su participación c o m o c u i d a d o r a de su m a ­dre H e r r a d a . D e b i d o a que l a f a m i l i a de L u p e pasaba p o r u n a crisis e c o n ó m i c a y su esposo n o e n c o n t r a b a trabajo , A r m a n d o le o frec ió que se fueran a vivir c o n ellos a l a casa, y a cambio , e l la cuidaría de su madre . L u p e aceptó e l o f rec imiento y las condic iones .

E l proceso de autodesignación es la acción de u n solo actor que e jecuta simultáneamente las acc iones de des ignar y asumirse c o m o objeto de l a designación: l a h i ja -cuidadora . L a decisión de estas hijas se apoya e n l a percepción de que es necesario asumir e l r o l de cu ida ­d o r a a p a r t i r de u n a serie de evidencias: e l de ter ioro físico de la m a ­dre , l a evaluación de que n i n g u n o de los hermanos puede desempe­ñar e l p a p e l de c u i d a d o r , y l a convicc ión de que son ellas las únicas "d isponib les" para c u m p l i r c o n l a responsabi l idad fami l iar . A n t e tales c ircunstancias se autoel igen.

Y o l a n d a se h izo cargo de su m a d r e , Teresa , después de u n episo­d i o de crisis. E n aque l m o m e n t o evaluó que los cuidados de Patr i c ia , l a s o b r i n a de Teresa , ya e r a n insuf ic ientes d a d a su condic ión de e n ­f e r m a m e n t a l . Además, su madre cada vez se ponía "más m a l a " y eran

Page 10: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

570 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

recurrentes las visitas al servicio de urgencias. Además, n o había nad ie a excepc ión de e l la para e l cu idado . E r a n c inco hermanos , tres mu je ­res y dos h o m b r e s . D e sus h e r m a n o s varones , Y o l a n d a n o e speraba que cu idaran de su madre , p o r q u e "esa es u n a tarea de las hijas", y sus cuñadas s iempre habían m a n t e n i d o u n a relación le jana y tensa c o n su m a d r e . A l e j a n d r a , su h e r m a n a , había m u e r t o dos años antes p o r u n a complicación de la diabetes. S u otra h e r m a n a , Socorro , vivía e n T i j u a ­n a desde hac ia bastantes años. E n estas c ircunstancias, l a única capaz de asumir e l r o l de c u i d a d o r a era Yo landa ; p o r eso, le d i jo a su m a d r e que sería mejor que viviera e n su casa, porque sería más fácil para e l la cu idar la y además estaría mejor atendida . Así fue c o m o Y o l a n d a se l le­vó a su mamá a vivir c o n e l la a l barr io de San J u a n Bosco .

De cómo seleccionar a una mujer para cuidadora

E l asunto n o sólo es de quién designa, s ino también de c ó m o e legir a u n a c u i d a d o r a de entre varias mujeres . E n e l caso de las esposas-cui­dadoras n o hay p r o b l e m a , ya que tan sólo existe u n a , p e r o n o c o n las hijas, pues ahí s i empre hay varias entre las cuales e leg ir . Existe t o d a u n a e s t r u c t u r a c u l t u r a l q u e d e f i n e quién es " e l e g i b l e " y quién n o . Tres son las características que s irven p a r a descartar de p r i m e r a i n ­tención a varias de ellas: tener u n trabajo; estar e n l a fase de c r i a n z a de niños pequeños , p a r t i c u l a r m e n t e in fantes y preesco lares , y v i v i r fuera de Guadala jara .

C u a n d o las hijas trabajan, se a rgumenta , n o se p u e d e esperar su ayuda c u a n d o se les necesita, deb ido a los rígidos esquemas e n sus h o ­rar ios y días p a r a laborar . L u p e e x p l i c a b a p o r qué su h e r m a n a G e l a — q u i e n e r a ca jera e n u n s u p e r m e r c a d o — n o c u i d a b a a su m a d r e H e r m i l a "en e l día n o p u e d e , c o m o trabaja todo e l día, es que t iene h o r a r i o c o r r i d o de las 3 a las 10, sólo los días que descansa [nos] ayu­da. . . " . P o r este mot ivo , de entrada , son e l iminadas de dos a cuatro de las hijas tanto de l a f a m i l i a c o m o de l a u n i d a d doméstica.

P e r o h u b o excepciones a l a regla. Esto sucedió c u a n d o e l trabajo era flexible, ya fuera p o r e l tipo de act ividad o p o r e l horar i o . M a r g a ­r i ta trabajaba e n los t ianguis , I r m a de s irvienta , Y o l a n d a era a d o r n a -d o r a e n e l tal ler de su esposo que se e n c u e n t r a e n su casa, C o n s u e l o vendía juguetes e n l a casa de su madre y e n las noches ho t dogs en u n carr i to ambulante , Angélica era edecán e n eventos los fines de sema­na , Concepc i ón tenía u n puesto e n el m e r c a d o de San J u a n de Dios .

Page 11: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 571

' a r a todas ellas sus trabajos n o constituían u n i m p e d i m e n t o p a r a ser :u idadoras prec i samente p o r la flexibilidad de los mismos , ya f u e r a j o r la ausenc ia de u n patrón a q u i e n r e n d i r l e cuentas, o p o r l a pos i -a i l idad de a c o m o d a r sus h o r a r i o s a las d e m a n d a s d e l c u i d a d o . O t r a i xcepc ión de la r e g l a se p resentaba c u a n d o e l trabajo de l a h i j a n o ; r a va lorado soc ia lmente c o m o indispensable p o r q u e e l ingreso que redituaba era secundar io o c o m p l e m e n t a r i o . C a r m e n y M a r g a r i t a tra-aajaban e n e l m o m e n t o e n que f u e r o n designadas h i j a s - c u i d a d o r a s de sus m a d r e s ; ambas a b a n d o n a r o n t e m p o r a l m e n t e sus respect ivos trabajos, u n a c o m o coc inera , la otra c o m o v e n d e d o r a e n los t ianguis . P u d i e r o n r e n u n c i a r a sus trabajos p o r q u e sus esposos e r a n q u i e n e s aportaban e l ingreso p r i n c i p a l d e l hogar . Esto hace alusión a l o que varias autoras h a n expuesto respecto a que los costos sociales son me­nores c u a n d o la m u j e r a b a n d o n a el mercado labora l para convertirse en c u i d a d o r a , a d i f e renc ia de c u a n d o lo hacen los hombres ( O r b e l l , 1996: 155-178).

L a c r i a n z a de los niños pequeños o " c h i q u i t o s " , c o m o los n o m ­b r a n , es u n argumento re i terado tanto entre las ancianas c o m o entre las cuidadoras . N o sólo excluye a las hijas, s ino también a otras muje ­res de la f a m i l i a c o m o las nietas y las nueras . L a presenc ia de niños menores de 12 años, y p a r t i c u l a r m e n t e de c i n c o años o recién n a c i ­dos, fue u n a r g u m e n t o que se esgrimió en p r i m e r a y tercera p e r s o n a p a r a e x p l i c a r p o r qué n i ayudaban n i c u i d a b a n al a n c i a n o . Y e s que c u i d a r a los n iños y a u n e n f e r m o a d u l t o o a n c i a n o e r a n tareas i n ­c o m p a t i b l e s . C a r m e n lo e x p r e s a b a c l a r a m e n t e c u a n d o simultánea­mente cuidó p o r unos días a su madre y a su sobr ino de dos años "es que con los dos n o se puede estar c u i d a n d o a m i mamá, p o r q u e está cabrón c o n los dos ahí... p o r l o menos que se lleve a M o n c h i s , p o r q u e n o puedo c o n m i mamá y e l c h i q u i l l o " .

L a situación subyacente e n este a r g u m e n t o es q u e c u a n d o las mujeres se e n c o n t r a b a n e n e l t i e m p o de c r ianza de los niños, o sea, durante l a fase de expansión d e l c i c lo fami l iar , n o podían ser despla­zadas de u n a r e s p o n s a b i l i d a d de c u i d a d o a o t ra . E r a u n a n o r m a e n este g r u p o l a i n c o m p a t i b i l i d a d de ambos roles, o sea, cu idadoras de niños y de e n f e r m o s adul tos o anc ianos simultáneamente. A u n q u e esta argumentación h a a p a r e c i d o tangenc ia lmente en la l i t e r a t u r a , fue B u r t o n q u i e n analizó c ó m o las mujeres de la m i s m a f a m i l i a dis­t r ibuyen l a responsab i l idad de l cu idado cuando c o i n c i d e n dos gene­raciones de dependientes : ancianos y niños menores de 10 años. Sus resultados mues t ran que las madres jóvenes con niños pequeños son

Page 12: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

572 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

exc lu idas d e l c u i d a d o de los anc ianos . E n c a m b i o , las mujeres a d u l ­tas que son abuelas o bisabuelas, son las p r i n c i p a l e s responsables d e l c u i d a d o d e l anc iano , y ayudan secundar iamente e n e l c u i d a d o de los niños ( B u r t o n , 1996). Esta m i s m a distribución de responsab i l idades aparece en las famil ias aquí estudiadas. E r a n las abuelas (esposas-cui­dadoras) quienes se responsabi l i zaban e n a lgunos casos de ambas ge­n e r a c i o n e s de d e p e n d i e n t e s , y las hijas c o n niños p e q u e ñ o s q u e d a ­b a n e x c l u i d a s . 5

E l tercer a r g u m e n t o de exclusión n o aparece ve rba l i zado , p e r o las referencias indirectas d a n cuenta de e l lo . E l que las hijas vivan fue­r a de Guada la jara es u n mot ivo de eliminación i n m e d i a t a de l a esce- . n a d e l c u i d a d o . P o r l o genera l , l a r e s i d e n c i a de estas hijas e n c i u d a ­des fronterizas c o m o T i j u a n a o e n c iudades de Estados U n i d o s hace -imposib le pensar e n ellas c o m o cuidadoras. Aunadas a la distancia geo- _ gráfica están las pocas posibi l idades que t i enen de viajar a Guadala ja ­ra o de regresar al país. L a corres idenc ia es u n factor centra l para po ­der efectuar e l cu idado ; nadie c u i d a a u n anc iano a la distancia .

Además de estas c ircunstancias, a lgunos rasgos de las propias c u i ­dadoras esc larecen a u n más e l asunto . D o s rasgos s o b r e s a l i e r o n e n este g r u p o de c u i d a d o r a s : l a e d a d y e l estado c i v i l . L a s c u i d a d o r a s e r a n mujeres adultas y casadas. Sus edades fluctuaban entre 30 y 55 años, seis estaban casadas y dos eran solteras. Pero más que l a caracte­rística p e r se, son las dinámicas subyacentes a d i chos rasgos l o que ex­p l i ca su selección.

Las famil ias de procreación de estas cuidadoras habían superado la fase de expansión. L a c r ianza de niños pequeños estaba c o n c l u i d a p a r a casi todas ellas. E n este sent ido , sus fami l ias se e n c o n t r a b a n e n u n a de las tres fases siguientes: a) de dispersión t e rminada ; b) e n p r o ­ceso de dispersión pero todavía había adolescentes o niños escolares, o c) su fase de expansión estaba c o n c l u i d a . E l l o t iene varias i m p l i c a ­c iones. U n a es que se superaba el c ontraargumento de que q u i e n tie-

5 L a protección del tiempo de crianza de niños para las madres, pero no para las abuelas, es una cuestión interesante. L a hipótesis es que se considera necesario proteger la reproducción de la fuerza de trabajo. Es decir, los niños constituyen fuerza de trabajo en potencia, a diferencia de los enfermos adultos y ancianos, quienes son considerados agentes improductivos, lo mismo que las abuelas, tanto por estar fuera del mercado labo­ra l como por haber concluido su etapa de reproducción biológica y de crianza de hijos. Todas las esposas-cuidadoras se encontraban en el ciclo de dispersión de sus familias. De ahí, probablemente, la concepción diferencial de proteger el tiempo de crianza de las mujeres con niños y no el de aquellas que son responsables de los enfermos.

Page 13: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 573

i e n iños p e q u e ñ o s n o p u e d e p a r t i c i p a r e n e l c u i d a d o , ya q u e a u n : u a n d o algunas de ellas todavía los tenían, el asunto se resolvía al ha­berse cargo de l niño los hermanos mayores, mientras la madre cu idaba de la abuela. O t r a , es que cuando había varias hijas casadas, se designa­ba a aquel la cuya fami l ia estaba en fase de dispersión. Esto garantizaba que si había niños pequeños, los hermanos mayores los cuidarían.

L a s h i jas solteras f u e r o n l a s e g u n d a o p c i ó n c o m o c u i d a d o r a s . Esta opc i ón exp l i ca simultáneamente la designación de hijas solteras y casadas. E n los casos en que se designó a u n a hi ja casada fue p o r q u e n o había n i n g u n a h e r m a n a soltera. De ahí que la única opc ión era es­coger a u n a de entre las casadas. Pero cuando en la f ami l i a había u n a hi ja soltera que además vivía e n e l m i s m o hogar que e l en fe rmo , se le designaba c o m o cu idadora . Aquí apareció de nuevo e l a r g u m e n t o de que c u a n d o las hijas están casadas p r i m e r o deben c u m p l i r sus obl iga­c iones c o n su f a m i l i a de procreac ión y después c o n los padres . P o r eso n o se espera su ayuda . E s t h e r era explícita a l respecto : "na'más que las otras ya están casadas y ya n o puedo m a n d a r en ellas ¿verdad?, si las de jan venir los mar idos , pues v ienen y se dan u n a vuelta. . . pues a ésta [Irma] si le p u e d o m a n d a r c o n conf ianza" .

E n su argumentación aparecen dos referencias a u n a n o r m a c u l ­t u r a l que pro tege a las hijas casadas de i n v o l u c r a r s e e n e l c u i d a d o . U n a es que la única violación p e r m i t i d a a la n o r m a es que n o h a b i e n ­do hijas solteras se el i ja a u n a casada. L a o tra es que los padres n o po ­dían o r d e n a r n i des ignar a u n a h i ja casada c o m o c u i d a d o r a c u a n d o había "d isponib les" hijas solteras.

Si b i e n n o hay prob lemas cuando únicamente hay u n a hi ja solte­r a , en otras s i tuac iones , c u a n d o dos o tres hijas solteras v iven e n la m i s m a u n i d a d doméstica, a l i g u a l que c o n las casadas, hay que elegir a u n a .

E l proceso de selección de u n a hi ja soltera se d io a part i r de valo­rar la c o m o u n a persona responsable. Este ser "responsable" se cal i f ica c o n s i d e r a n d o varios e lementos . U n o es la edad . C u a n d o las solteras e ran jóvenes o adolescentes, de inmed ia to eran descartadas, y se pre ­fería a las solteras adultas, las mayores de 30 años. Si lvia respondía al h e c h o de q u e sus h i j o s n o l a c u i d a r a n p r e c i s a m e n t e p o r l a e d a d : "El los n a d a se p r e o c u p a n p o r u n o , es que pos n o , están chicos , pues n o t i enen e x p e r i e n c i a de en fermedades n i n a d a " . T a l parece que l a edad se asociaba c o n cierto grado de responsabi l idad. E l segundo ele­m e n t o es que ellas fueran responsables de sí mismas, es dec ir , que se tratara de mujeres que trabajaran y que p o r lo m e n o s c u b r i e r a n sus

Page 14: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

574 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

gastos personales y a p o r t a r a n a l ingreso f a m i l i a r . 6 T e r c e r o , hay u n a relación de convivenc ia permanente c o n e l anc iano , es dec ir , habían v iv ido todo e l t i e m p o c o n ellos. E l cuarto es la ausenc ia de hijos pro ­pios, es dec ir , eran solteras y sin hijos. Este rasgo emergía c u a n d o las esposas-cuidadoras jus t i f i caban p o r qué a l a h i ja , m a d r e soltera, que vivía e n l a u n i d a d doméstica, n o se le había l l a m a d o p a r a e l cu idado . E l a r g u m e n t o n o fue tanto que era soltera c o n hijos; e l p r o b l e m a es­tr ibaba e n su falta de responsabi l idad en la cr ianza de sus prop ios h i ­jos , ya que eran las abuelas quienes los habían cr iado . E n este sent ido , las madres solteras son valoradas y etiquetadas c o m o hijas n o adecua­das p a r a e l c u i d a d o , o c o m o decía María "esa es u n a h i j a fracasada". E l n o haber sido responsable de la c r ianza de sus hi jos , había s ido l a razón p o r l a cua l f u e r o n e l iminadas .

E n esta designación de hijas solteras aparece u n a n o c i ó n in te re ­sante sobre el t ipo de mujer que se pref iere. U n a y o tra vez, los a rgu ­m e n t o s de los actores r e m i t i e r o n a u n a c u a l i d a d : e l r o l de m a d r e s . Esta c u a l i d a d es u n a navaja de dob le filo: p o r u n lado p e r m i t e e x p l i ­car l a designación de algunas, pero a l m i s m o t i e m p o l a exclusión de otras. E n l a p r i m e r a situación, l a explicación subyacente es que c u a n ­do la m u j e r h a sido m a d r e , es dec ir , h a cu idado a sus hi jos , es posee­d o r a de u n a c u a l i d a d necesar ia y prev ia p a r a p o d e r ser responsable d e l c u i d a d o de u n en fermo adulto o anc iano . N o fue cua lqu ier mujer l a se lecc ionada, sino pre ferentemente aquel la que ya había demostra­d o su c a p a c i d a d p a r a ser " m a d r e ex i t osa " . Este éxito se d e m u e s t r a c u a n d o se h a c o n c l u i d o l a c r ianza de niños pequeños . L a segunda si­tuación es l a de las madres solteras que n o c u i d a r o n de sus p r o p i o s hijos, quienes f u e r o n descartadas de inmed ia to c o m o cuidadoras . E n e l ambiente flotaba la p r e g u n t a de que si n o c u i d a r o n de sus prop ios hijos ¿podría confiárseles e l cu idado de u n enfermo? L a respuesta era no . N u n c a aparec ieron c o m o cuidadoras .

N o era l a e x p e r i e n c i a prev ia de cu idado de anc ianos o enfermos crónicos lo que las capacitaba p a r a ser cu idadoras , s ino que e l h a b e r c u i d a d o de niños las convertía e n sujetos " idóneos" . E n u n p r i m e r m o m e n t o parecía ser que l a vía para p r o d u c i r y r e p r o d u c i r c u i d a d o ­ras de ancianos o enfermos crónicos es prec isamente e l r o l de m a d r e l igado a l a c r ianza de los niños, pero sobre todo haber mostrado "éxi-

6 Pero el ser designadas como cuidadoras no las eximía de continuar siendo respon­sables de sí mismas. Ello implicaba que continuaran trabajando además de ser cuidado­ras. Ninguna de las solteras abandonó el trabajo, lo cual sí sucedió entre las casadas.

Page 15: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 575

to" e n d i c h a tarea. Esta formulación es compat ib le c o n u n m o d e l o ex­p l i cat ivo i m p u l s a d o p o r C h o r o d o w a fines de 1970 ( G r a h a m , 1983). U n a hipótesis que deberá comprobarse e n e l futuro .

U n a característica m u y d iscut ida acerca de su i n f l u e n c i a o n o en la asignación d e l c u i d a d o r es e l lugar que se o c u p a en el o r d e n entre los hermanos . E n e l g r u p o de cuidadoras de Oblatos h u b o u n a prefe­r e n c i a p o r las hijas menores . N o prec isamente p o r las ultimogénitas, pero sí p o r l a última o l a penúltima de entre las mujeres.

E n los pueblos mesoamericanos existe hoy día la n o r m a de que e l hi jo varón ultimogénito continúa viviendo e n la casa de los padres an­cianos, recibe la herenc ia de la t ierra, y tiene la obligación de cuidarlos (Robichaux , 1997: 149-171). Ar ias (2000: 1-17) considera que es seme­

jante la aplicación de esta n o r m a e n las sociedades rancheras d e l occ i ­dente de México. E n dichas sociedades la designada es la ultimogénita que permanece soltera. D i c h a n o r m a n o sólo p ro cura garantizar el cu i ­dado y sostenimiento de los padres ancianos, sino también pretende re­solver la herenc ia a favor d e l hi jo o la hi ja más desprotegido.

L a n o r m a de l a u l t i m o g e n i t u r a es también prescr ipt iva p a r a estas cu idadoras , pero s in e l e l emento de la h e r e n c i a , de ahí que sufra a l ­gunas modi f i cac iones c u a n d o se ap l i ca e n e l cu idado de ancianos e n ­fermos crónicos. N o es prec isamente e l ultimogénito q u i e n asume l a responsabi l idad , s ino que f u e r o n designadas las menores de entre las mujeres. Esta prescripción apareció en la cohorte generacional de hijas-cuidadoras , p e r o también se presentó entre las esposas-cuidadoras . Las historias sobre aquel los que c u i d a r o n de los padres de las esposas-cu idadoras h a c e n re f e renc ia a este m i s m o patrón. El las c u i d a r o n de sus padres si f u e r o n las menores , y si n o , l o h i zo l a h e r m a n a m e n o r . E l l o i m p l i c a que p o r lo m e n o s en estas dos cohortes generac iona les se ap l i ca l a n o r m a de la u l t i m o g e n i t u r a .

E n los estudios anglosajones y canadienses se debate acerca d e l a i m p o r t a n c i a d e l o r d e n de los hi jos e n l a asignación d e l c u i d a d o r . H a y q u i e n e s s o s t i e n e n q u e n o t i e n e re lac ión a l g u n a ( M a t t h e w s y R o s n e r , 1988: 1 9 2 ) , y e n o t ros e s tud ios se e spec i f i ca q u e son más b i e n las hijas mayores ( R o b i n s o n , M o e n y D e m p s t e r - M c C l a i n , 1995: 369) , o l a única h i j a , o l a m e n o r ( A l i e n y P i cket , 1987: 520) , qu ienes f u n g e n c o m o cu idadoras . E n Japón se mani f ies ta que las pr imogéni ­tas o las esposas de los pr imogénitos t i e n e n l a obl igación de c u i d a r a los padres (Yamamoto y W a l l a h g e n , 1997: 164-176). E n este sent i ­do , u n h a l l a z g o i m p o r t a n t e de este trabajo es l a des ignac ión de l a h i ja m e n o r c o m o c u i d a d o r a bajo l a n o r m a m o d i f i c a d a de u l t i m a g e -

Page 16: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

576 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

n i t u r a , l o c u a l n o aparece c o m o n o r m a c u l t u r a l entre las p o b l a c i o ­nes de países desarro l lados .

La reorganización de la vida cotidiana: la incorporación del rol de cuidadora

Ser c u i d a d o r de u n en fermo es u n nuevo r o l social que debe i n c o r p o ­rarse a la v ida co t id iana ; p o r l o tanto, se hace necesaria u n a reorgan i ­zación de la m i s m a c o n e l fin de as imi lar lo a las rut inas preexistentes. C o m o ningún c u i d a d o r es e x i m i d o de sus responsabi l idades d e v e n i ­das d e l resto de sus roles sociales, esto l o ob l iga a "darse t i e m p o " p a r a esta tarea e n e l contexto de otros roles.

L a v ida de las cuidadoras se organiza e n torno a u n a jerarquía de t i empos p a r a cada r o l soc ia l . E l trabajo r e m u n e r a d o d e n t r o o f u e r a d e l h o g a r es u n cr i ter io f u n d a m e n t a l para e n t e n d e r e l sit io que o c u ­p a e l cu idado e n la jerarquía de los r i tmos cot id ianos . C u a n d o la fuer­za de trabajo de la c u i d a d o r a p r o p o r c i o n a b a e l p r i n c i p a l ingreso de l a f a m i l i a o era u n a fuente indispensable para su sobrevivencia, e l c u i d a ­do se o r g a n i z a b a c o m o e l e m e n t o s u b o r d i n a d o a l trabajo. E l l o se re ­flejaba e n u n a j o r n a d a d i v i d i d a e n dos partes: e l t i empo d e l trabajo y e l t i e m p o d e l c u i d a d o . E n estos casos s i e m p r e se respetó e l t i e m p o d e l trabajo y e l c u i d a d o o c u p ó e l t i e m p o l i b r e ; as imismo, e l resto de los roles sociales fue organizado e n f o r m a simultánea c o n e l cu idado . L o impor tante es que e l trabajo s iempre o cupaba l a posición más ele­vada e n la jerarquía, y e l cu idado podía estar e n i g u a l posición o p o r debajo, pero n u n c a p o r enc ima .

C u a n d o las cuidadoras eran exclusivamente amas de casa, e l c u i ­d a d o o c u p a b a l a posic ión más alta de l a jerarquía. T o d a s las esferas de l a v ida co t id iana se organizaban e n función d e l cu idado y subord i ­nadas a éste.

E l tiempo biográfico es u n t i empo que def ine la cant idad de roles que u n i n d i v i d u o puede asumir en u n m o m e n t o d a d o de su v ida per­sonal . E l asunto es importante porque bajo ciertas cond i c i ones los ro ­les se m u l t i p l i c a n c o m o parte de esta h i s tor ia persona l . L a situación de u n a de las esposas-cuidadoras e jempl i f i ca tal situación.

María de Jesús e r a esposa de E m i l i a n o . E l l a estaba e n la q u i n t a década de l a v i d a . E r a n padres de siete hi jos y abuelos de 12 nietos . T o d o s estaban casados, c on excepción de u n hi jo soltero adulto y u n a h i j a , m a d r e s o l t e r a de u n n i ñ o y u n a d o l e s c e n t e , q u e vivían e n su

Page 17: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 577

:asa. María de Jesús asumió e l p a p e l de m a d r e n o sólo de sus hi jos , ;ino también de sus nietos, los hijos de O l i v i a , su hi ja soltera. S u otra ri ja , C r i s t i n a , que ya estaba casada y trabajaba, le l levaba a sus dos h i -as p o r la mañana y las recogía p o r las tardes. Además de e l l o , María i e Jesús era la responsable d e l trabajo doméstico de la casa de su pa­i r e v iudo , q u i e n vivía a cuatro cuadras de su casa. F i n a l m e n t e , traba-|aba c o m o en fe rmera de l t u r n o n o c t u r n o e n u n sanatorio par t i cu lar . Su ingreso era la única fuente para e l sostenimiento de e l la y su espo­so, p o r lo cua l e l la era la j e fa de hogar .

L a v ida co t id iana de María de Jesús es u n e jemplo d e l g rado má­x i m o de saturación de roles sociales que u n a c u i d a d o r a p u e d e tener. Esta saturación es p r o d u c t o d e l m o m e n t o e n que se e n c o n t r a b a e n su v ida biográfica y f ami l i a r , casi p o r c o n c l u i r su c i c l o de dispersión fa­m i l i a r . María de Jesús tuvo u n a his tor ia de embarazos a edad t empra ­n a y esa c i r cunstanc ia la c o l o c ó a los 54 años e n u n a situación d o n d e con f luyeron los siguientes roles: la m a d r e , la abuela , la hi ja , la esposa-cu idadora , l a ama de casa, la trabajadora fuera d e l hogar , y la j e f a de f a m i l i a . Siete roles sociales desempeñados simultáneamente p o r M a ­ría de Jesús, y eso s i n c o n t a r que e l l a también padec ía d iabetes , a l i g u a l que su esposo. E n su caso, e l respeto a l t i e m p o d e l trabajo se mantuvo a u n cuando era p o r la noche , ya que e l día n o se transformó e n t i e m p o de descanso . L a j o r n a d a d i u r n a se d e s a r r o l l a b a c o m o si e l la n o trabajara. E l c u i d a d o constituía la esfera centra l de la v i d a de María de Jesús y e l resto estaba subord inado a ésta.

Las hi jas-cuidadoras solteras tenían el m e n o r n ive l de c o m p e t e n ­c ia de roles sociales, ya que e ran únicamente hijas, trabajadoras y cui ­dadoras. Las siguen las hijas casadas, quienes eran esposas, hijas y ma­dres, además de cu idadoras , e l lo e n función de que aún n o ent raban a l a fase de dispersión de su f a m i l i a . P o r último, las esposas-cuidado­ras f u e r o n quienes t u v i e r o n e l mayor número de roles , y e n qu ienes la incorporac ión d e l r o l de c u i d a d o r v ino a i n c r e m e n t a r e l g rado de saturación de su v i d a c o t i d i a n a , c o m o lo v imos c o n María de Jesús. M a r u a n i (1991: 133) man i f i e s ta que las mujeres h a n pasado de u n c i c l o de opc i ones — d e l trabajo al c u i d a d o de niños y nuevamente al t r a b a j o — a u n c i c l o a cumula t i vo : trabajo y c u i d a d o de niños s i m u l ­táneamente. C o n las cu idadoras la acumulación se incrementó más, pues son varios los roles que desempeñan. María de Jesús p o r lo m e ­nos era trabajadora , c u i d a b a niños (sus hijos o los nietos) y a u n a n ­c i a n o , s i n m e n c i o n a r sus o t ros r o l e s f a m i l i a r e s , y t o d o a l m i s m o t i e m p o .

Page 18: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

578 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

Conclusiones

Líneas atrás mostré el proceso de designación de cuidadoras e n u n gru­po d e l sector popular urbano con la intención de dar cuenta de u n pro ­ceso donde se dan relaciones de poder . Para este g r u p o de cuidadoras f u e r o n los h o m b r e s o e l p r o p i o e n f e r m o q u i e n e s t o m a r o n l a d e c i ­sión, s iempre a part i r de u n a posición de autor idad . A s i m i s m o intere ­saba d i l u c i d a r cuáles características personales y fami l iares desco l la ­b a n p a r a l a e l e c c i ó n de u n a h i j a - c u i d a d o r a . F u e r o n l a e d a d , l a presenc ia o ausencia de hijas solteras, la corres idenc ia , e l estatus labo­r a l y l a pos i c ión e n e l o r d e n entre los h e r m a n o s los e l ementos q u e e m e r g i e r o n c o m o factores decisivos para l a selección de u n a c u i d a d o ­ra . También resaltó e l h e c h o de que c u a n d o las hijas cu idadoras es­tán casadas, e l haber c o n c l u i d o l a fase de expansión las convierte e n candidatas idóneas para e l cu idado .

P o r o t r a parte se observó que c u a n d o e l r o l de c u i d a d o r a es i n ­c o r p o r a d o a u n contexto biográfico y fami l iar n o se exonera a l a per ­s o n a d e s i g n a d a de sus otras r e s p o n s a b i l i d a d e s sociales , s ino q u e e l c u i d a d o v iene a añadirse c o m o u n a tarea más. Esta incorporación se caracter iza p o r e l h e c h o de que e l c u i d a d o se vuelve e l centro d e l a v ida c o t id iana y en torno a él g i ra e l resto de los roles de la c u i d a d o r a . So lamente e l r o l de t raba jadora s u b o r d i n a a l de c u i d a d o r a , y de ahí e n más, es e l de c u i d a d o r a e l que s u b o r d i n a a los demás.

L o s hal lazgos de este estudio d a n c u e n t a de l o que acontece e n este p e q u e ñ o g r u p o de cu idadoras de Ob la tos y n o más allá; sin e m ­b a r g o abre múltiples p o s i b i l i d a d e s p a r a f u t u r o s estudios e i n c i t a a p r o f u n d i z a r e n e l t ema . I n d a g a r acerca de las características de las cu idadoras de ancianos sanos y enfermos, y de diferentes tipos de e n ­fermos crónicos , a escala n a c i o n a l pero también e n contextos y g r u ­pos sociales part iculares , constituye u n a neces idad a corto y m e d i a n o plazos d a d o e l cada vez mayor número de ancianos y enfermos cróni­cos. D e i g u a l f o r m a es necesar i o c o n t i n u a r r e a l i z a n d o estudios de t i p o c u a l i t a t i v o p a r a d i l u c i d a r l a e x i s t e n c i a de o tros m e c a n i s m o s y procesos de designación y selección de cu idadoras que difícilmente son aprehensibles vía encuestas o cuestionarios. Éstas, m e parece, son apenas unas cuantas tareas para e l futuro .

M e interesa además re f l ex ionar acerca de algunas i m p l i c a c i o n e s que t iene e l cu idado en torno al f e n ó m e n o d e l envejec imiento . Es i n ­dudab le que las mujeres de estas familias h a n asumido l a responsabi ­l i d a d d e l cu idado de los ancianos enfermos, pero las impl i cac iones de

Page 19: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 579

este f e n ó m e n o e n l a v i d a de las mujeres se verán modi f i cadas c o n el proceso demográf ico y epidemiológ ico que e l país vive ac tua lmente .

E l c u i d a d o a a n c i a n o s d e p e n d i e n t e s e n e l f u t u r o tenderá a a u ­m e n t a r más que a d i s m i n u i r . D o s f e n ó m e n o s de carácter g l o b a l ha ­cen pensar en la p o s i b i l i d a d de que esta t endenc ia prevalezca.

H o y día se reconoce que u n o de los pr inc ipa les retos e n todas las naciones d e l orbe -desarro l ladas o no , d e l p r i m e r o o d e l tercer m u n ­d o - es e l a u m e n t o d e l número de ancianos , pues se est ima que e n 25 años habrá u n i n c r e m e n t o sostenido de viejos ( M i r k i n y W e i n b e r g , 2000: 3) . Además de que a u m e n t a el número de ancianos también se i n c r e m e n t a l a e speranza de v i d a , de ahí que n o únicamente habrá mayor c a n t i d a d de personas mayores de 65 años, s ino que l a l ongev i ­dad se prolongará más allá de los 75 años. E n términos de d e p e n d e n c i a es más p r o b a b l e que c o n f o r m e nos acerquemos a los 85 años, mayor sea el número de incapac idades y l imitac iones que e x p e r i m e n t e m o s , p o r e l s i m p l e h e c h o de ser más viejos. Así, va a u m e n t a n d o tanto e l número de ancianos dependientes c o m o e l grado de d e p e n d e n c i a .

Pero podría pensarse que es pos ib le a lcanzar esa mayor l ongev i ­d a d en mejores c o n d i c i o n e s de sa lud en comparac ión c o n l a ac tua l generac ión de anc ianos , l o c u a l también parece u n a p o s i b i l i d a d re­mota . L o s cambios d e l per f i l ep idemiológico registrados e n l a última m i t a d d e l siglo X X y las est imaciones d isponib les o frecen pocas espe­ranzas a l respecto . P o r u n lado las cargas de l a m u e r t e y la e n f e r m e ­d a d se h a n desplazado de los grupos más jóvenes a los de e d a d avan­zada , y además, son las en fe rmedades crónicas las que preva le cen y prevalecerán e n los próximos 20 años. C o n f o r m e a los cálculos espe­c ia l izados , la e n f e r m e d a d crónica experimentará u n i n c r e m e n t o de 20 puntos porcentuales a escala m u n d i a l ( M u r r a y y López 1997: 1501¬1502), o l o que es i g u a l , 6 0 % de los enfermos lo será a causa de este t ipo de padecimientos , la mayoría de ellos adultos y ancianos. E l cono­c imiento y la tecnología médica actualmente disponibles , nos i n d i c a n que si seguimos ciertas "conductas sa ludables" estaremos sólo re t ra ­sando l a aparición de enfermedades crónicas, pero n o evitándolas. 7 S i

' L a esperanza de medidas preventivas que eviten la aparición de enfermedades crónicas o de terapias de curación a corto plazo es remota. A u n cuando la tecnología médica logrará dilucidar las formas de evitarlas, como por ejemplo con la terapia genó-mica, esto no sería accesible para todos los grupos sociales. E n general, suelen ser va­rías las décadas que transcurren entre el descubrimiento de una cura y el acceso a ésta de toda la población, dadas las desigualdades en la posibilidad de allegarse los recursos terapéuticos.

Page 20: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

580 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

s e g u i m o s estos l i n c a m i e n t o s n o seremos e n f e r m o s c r ó n i c o s e n l a adultez , p e r o sí seguramente , c u a n d o l l eguemos a l a a n c i a n i d a d . De ahí que e l c u i d a d o continuará s iendo u n a neces idad que acompañará a la mayor l ongev idad y al mayor número de ancianos , p o r lo m e n o s en e l corto plazo.

M u c h o se h a n e n c o m i a d o los benefic ios de haber d i s m i n u i d o las tasas de f e c u n d i d a d . A h o r a las mujeres t i e n e n m e n o s hi jos y los c u i ­d a n p o r menos t i empo . Se dice que po tenc ia lmente se les liberó p a r a desarrol larse e n otros ámbitos de la v ida . Además de eso, la reducción de l a f e c u n d i d a d y de l a m o r t a l i d a d h a n favorec ido u n a mayor espe­r a n z a de v i d a . V i v i r e m o s más años, p o r l o m e n o s esa es l a p r o m e s a , pero l o que n u n c a nos h a n d i c h o es que será e n condic ión de d e p e n ­dientes. Es dec i r , seremos viejos pero necesitaremos e l cu idado de al - : g u i e n para sobrevivir.

A l e x a m i n a r e l c o m p o r t a m i e n t o de estas cu idadoras de Ob la tos que per tenecen a l a cohorte 1945-1965, advert imos que contaban c o n l a p o s i b i l i d a d de e l e g i r : e r a n tantas las hi jas q u e existía l a o p c i ó n . A h o r a , las mujeres t i e n e n 2 o 3 hi jos , y n o s i empre t i e n e n mujeres ; eso s ignif ica que las opc iones de selección desaparecen, pues c o n tan pocos hijos y, sobre todo , pocas hijas, n o hay de d ó n d e seleccionar. E l p r o b l e m a n o es s o lamente saber quiénes cuidarán de los a n c i a n o s que hoy día son jóvenes o adultos , s ino cuáles serán las impl i cac i ones que esto tendrá e n l a designación de cu idadoras e n e l f u t u r o . T r e s , entre tales impl i cac iones , m e parece que son dignas de reflexión.

— P r i m e r o , la p o s i b i l i d a d de elegir entre varias hijas se perderá v e l patrón c u l t u r a l se verá somet ido a u n a reestructuración comple ta . A h o r a existen argumentos para exc lu i r a algunas hijas d e l cu idado de los padres ancianos , y c o n e l lo las n o elegidas n o se someten a d i c h a e x p e r i e n c i a . E n e l f u t u r o es p r o b a b l e que l a m i s m a se c o n v i e r t a e n u n a exper ienc ia normat iva e n los términos que B r o d y (1985: 22) u t i l i ­za para las mujeres anglosajonas y canadienses. O sea, u n a obligación de l a cual casi n i n g u n a mujer se escapa. E l asunto es interesante, por ­que es precisamente e n esos contextos donde el número de hijos se h a reduc ido desde hace varias décadas, lo que h a signif icado que las nor ­mas culturales f u n c i o n e n de o t ra m a n e r a . Eso i m p l i c a , p r i m e r o , que ya n o habría en e l futuro de d ó n d e elegir, pues c o n pocos hijos y sólo u n a o dos mujeres entre ellos, a casi todas las hijas les "tocará" cu idar a algún padre anc iano . Además las normas culturales e n que se basa l a selección serían inoperantes , y tendrían que ser sustituidas p o r otras que re forzaran la p e r m a n e n c i a de la hi ja c omo cu idadora .

Page 21: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 581

— S e g u n d o , a l n o ex i s t i r o p c i o n e s de mujeres p a r a e l c u i d a d o , unas pocas se verían sometidas n o a u n a exper i enc ia , s ino a múltiples e x p e r i e n c i a s de c u i d a d o de anc ianos . T e n e r dos hi jos n o g a r a n t i z a que sean mujeres. S i u n a lo es, ya se resolvió e l p r o b l e m a , p e r o si son sólo h o m b r e s , ¿quién asumirá e l cu idado? Es pos ib le que e n u n a so­c iedad c o m o l a nuestra d o n d e los varones n o se i n v o l u c r a n c o m o cu i ­dadores , n i suelen par t i c ipar e n las tareas de la c r i a n z a de los niños, sería i l u s o r i o esperar que los hi jos c u i d a r a n de sus padres anc ianos , p e r o n o q u e l o h a g a u n a m u j e r , ya que finalmente ésa es l a n o r m a c u l t u r a l . Y si n o hay hijas, las d i sponib les serían entonces las nueras . E n las sociedades anglosajonas las nueras son cuidadoras casi e n igual número que las hijas, prec isamente p o r q u e n o hay hijas d i sponib les a causa d e l número r e d u c i d o de descendientes . N o sería de extrañar, entonces , que las fami l ias v o l v i e r a n su m i r a d a h a c i a ese parentesco que hasta hoy n o suele requer irse p a r a e l c u i d a d o de los suegros a n ­cianos. E n Ob la tos , múltiples e ran los a rgumentos p a r a e x i m i r a las nueras de ser cuidadoras . E n e l fu turo las n o r m a s culturales podrían modi f i carse para dar paso a las nueras-cuidadoras . P e r o eso también tiene otras impl i cac iones . Esas nueras también son hijas, de ta l mane­r a que cuidarán a sus padres y seguramente también a sus suegros, y e n a lgunos casos los t i empos d e l c u i d a d o de los padres y los suegros se darán simultáneamente. H e aquí u n a sobrecarga de r o l e s c o m o c u i d a d o r a para u n a sola mujer .

— T e r c e r o , de a c u e r d o c o n las es t imac iones de C o n a p o (1999: 213-229) las mujeres t i enen cada vez más l a p o s i b i l i d a d de l l egar a los 50 años c o n hijos sobrevivientes, u n esposo vivo y sus padres vivos, p o r n o h a b l a r de sus nietos . E l l o les a carrea serias i m p l i c a c i o n e s c o m o cuidadoras . L a observación d e l c o m p o r t a m i e n t o de las enfermedades crónicas nos p e r m i t e a f i rmar que las mismas aparecen entre los 40 y los 50 años de edad , u n a década previa al tránsito a l a a n c i a n i d a d . Eso s i g n i f i c a que a esa e d a d seguramente contarán c o n u n esposo vivo pero en fermo crónico , unos padres ancianos , también enfermos cró­nicos , y p r o b a b l e m e n t e , u n o s suegros anc ianos y e n f e r m o s , y todos ellos necesitados de u n a cu idadora . Y s in opciones de hijas, e l resulta­do sería que u n a m i s m a mujer dedicará, sí, pocos años de su v ida a l a cr ianza de los niños, pero ese t i empo que ganó se reorientará hac ia e l c u i d a d o de los adul tos y los anc ianos en fermos . Es dec i r , su v i d a se convertirá e n u n a trayectoria de c u i d a d o r a p e r m a n e n t e . E n algunas esposas-cuidadoras de Oblatos ya se d io d i c h o f enómeno . María de J e ­sús es u n e j emplo de e l lo , después de c o n c l u i r l a c r ianza de a lgunos

Page 22: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

582 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

de sus hijos pasó de inmediato a ser cu idadora de su madre , después de su suegra, enseguida de su esposo, y e n este m o m e n t o se i n i c i a c o m o c u i d a d o r a de su padre . H a s t a e l m o m e n t o h a n sido 29 años de c u i d a ­do de anc ianos y adultos enfermos , s in contar los 25 años ded i cados a l cu idado de sus siete hijos, que fue simultáneo c o n e l cu idado de su madre . ¿Será me jor pasarse la v ida c u i d a n d o ya n o niños, s ino adultos y ancianos enfermos?

C r e o que las famil ias ya r e s p o n d e n a las demandas de cu idado ge­neradas p o r e l enve jec imiento de l a población m e x i c a n a , y es casi se­guro que las cohortes posteriores a 1965 tendrán u n a e x p e r i e n c i a de c u i d a d o to ta lmente d i ferente a las cu idadoras de Ob la tos . E l asunto es que los académicos n i s iquiera conocemos la exper i enc ia actual de estas mujeres , y e n nuestro m e d i o e l t ema despierta poco interés p o r conocer c ó m o e l t i e m p o de cu idado de los niños está s iendo sustitui ­do p o r e l c u i d a d o de los dependientes adultos y anc ianos . Éste sería el t i empo de re f l ex ionar si las mujeres rea lmente hemos ganado c o n tener pocos hijos.

Bibliografía

Al len , Katherine y Robert Pickett (1987), "Forgotten Streams in the Family Life Course: Uti l izat ion of Qualitative Retrospective Interviews in the Analysis of Lifelong Women's Family Careers", J o u r n a l o f Family a n d M a ­rriage, vol. 49, pp. 517-526.

A l l e n , Susan, Frances Goldscheider y Désirée Ciambrone (1999), "Gender Roles, Marital Intimacy, and Nomination of Spouse as Primary Caregi­ver", The Gerontologist, vol. 39, num. 2, pp. 150-158.

Arias, Patricia (2000), E l m u n d o de los amores imposibles. Residencia y herencia en la sociedad ranchera, CEED /Univers idad de Guadalajara (mimeo.).

Braithwaite, V . A . (1990), B o u n d to Care, Sydney, Al len & Unwin. Brody, Emily (1985), "Parent Care as a Normative Family Stress", The Geronto­

logist, vol. 25, núm. 1, pp. 19-29. Burton, L i n d a (1996), "Age Norms, The Timing of Family Role Transitions,

and Intergenerational Caregiving among Aging African American Wo­men", The Gerontologist, vol. 36, núm. 2, pp. 199-208.

Conapo (1999), L a situación demográfica en M e x i c o , en: www.conapo.gob.mx/ sit99

Corb in , Jul iet y Anselm Strauss (1988), U n e n d i n g Work a n d Care. M a n a g i n g Chronic Illness a t Home, San Francisco, Jossey-Bass Publishers.

Harris, Phyllis (1998), "Listening to Caregiving Sons: Misunderstood Reali ­ties", The Gerontologist, vol. 38, num. 3, pp. 342-352.

Page 23: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

E L FENÓMENO DE LAS CUIDADORAS 583

Hasselkus, Betty (1993), "Death in Very O l d Age: a Personal Journey of Care-giving", A m e r i c a n Journal o f O c c u p a t i o n a l Theraphy, vol. 47, n u m . 8, pp. 717-723.

Garcia, H i l d a (1998), "Sistemas de soporte a la vejez: apoyos formales e infor­males en el área metropolitana de Monterrey", en Héctor Hernández y Catherine Menkes (coords.), La población de México al final del siglo XX (V Reunión Nacional de Investigación Demográfica en México), vol. 1, México, So­ciedad Mexicana de Demografía/Centro Regional de Investigaciones Multidisciplinarias, Universidad Autónoma de México, pp. 399-416.

Graham, Hilary (1983), "Caring: A Labour of Love", en Janet Finch y Dulcie Groves D. (eds.), A Labour of Love, Londres, Routledge and Kegan Paul, pp. 13-30.

Guberman, Nancy, Pierre Maheu y Chantal Maillé (1992), "Women as Family Caregivers: Why Do They Care?", The Gerontologist, vol. 32, num. 5, pp. 607-617.

Katz, Sidney el a¿(1963), "Studies of Illness in the Aged. The Index of A D L : A Standarized Measure of Biological and Psychosocial Function", J A M A , vol. 185, num. 12, pp. 914-919.

Kittay, Eva (1999), Love's Labor. Essays on Women, Equality and Dependency, Nue­va York, Routledge.

K u h n , Deanna (1991), The Skill o f Argument, Cambridge, Cambridge Univer­sity Press.

Matthews, Sarah y Tena Rosner (1988), "Shared Filial Responsability: The Fa­mily as the Primary Caregiver", Journal of Marriage and the Family, vol. 50, pp. 185-195.

Maruani, Margaret (1991), "La construcción social de las diferencias de sexo en el mercado de trabajo. Economía y sociología del trabajo", Mujer y Trabajo, vol. 14, núm. 13^ pp. 129-137.

Mercado, Francisco Javier (1996), Entre el infierno y la gloria. La experiencia de la enfermedad crónica en u n barrio urbano, Guadalajara, Universidad de Gua­dalajara.

Minkler, Merdith y Thomas Cole (1991), "Political and Moral Economy: Not Such Strange Bedfellows", en Meredith Minkler y Carrol l Estes, Critical Perspectives on Aging: The Political and Moral Economy of Growing Old, Nueva York, Baywood Publishing Company, pp. 42-49.

M i r k i n , Barry y Mary Weinberger (2000), "The Demography of Population Ageing" , Nueva York, Naciones Unidas, documento de trabajo núm. U N / P O P / A G E / 2 0 0 0 / 1 .

Montes de Oca, Verónica (1998), "Intercambio y diferencias de género en el sis­tema de apoyo a la población envejecida en México", en Héctor Hernán­dez y Catherine Menkes (coords.), La población de México al final del siglo XX (VReunión Nacional de Investigación Demosráfica en México), vol. 1, México, So­ciedad Mexicana de Demografía/Centro Regional de Investigaciones Mul ­tidisciplinarias, Universidad Nacional Autónoma de México, pp. 485-500.

Page 24: El Fenomeno de Las Cuidadoras. Un Efecto Invisible Del Envejecimiento

584 ESTUDIOS DEMOGRÁFICOS Y URBANOS

Murray, Christopher y Alan Lopez (1997), "Alternative Projections of Morta­lity and Disability by Cause 1990-2020: Global Burden of Disease Study", The Lancet, vol. 349, pp. 1498-1504.

O b e l i , Sheina (1996), "Informal Care in Social Context: A Social Psychologi­cal Analysis of Participation, Impact and Intervention in Care of the E l ­derly", Psychology and Health, vol. 11, pp. 155-178.

Robichaux, David (1997), "Residence Rules and Ultimogeniture in Tlaxcala and Mesoamerica", Ethnology, vol. 36, num. 2, pp. 149-171.

Robinson, Juliet, Phyllis Moen y Donna Dempster-McClain (1995), "Women's Caregiving: Changing Profiles and Pathways", Journal of Gerontology, vol. 50B, num. 6, pp. S362-S373.

Robles, Leticia et al., (2000), "Redes y apoyo social en ancianos enfermos de J

escasos recursos en Guadalajara, México, Cadernos de Saúde Pública, vol. -16, núm. 2, pp. 557-560.

Sevenhuijsen, Selma (1998), Citizenship and the Ethics o f Care. Feminist Conside­rations on fustice, Morality and Politics, Londres, Routledge.

Stone, Robyn, Gail Cafferata y Judith Sangl (1987), "Caregivers of the Frail E l ­derly: a National Profile". The Gerontologist, vol. 27, num. 5, pp. 616-626.

Wolf, Douglas, Vicki Freedman y Beth Soldo (1997), "The Division of Family Labor: Care for Elderly Parents", The Journal o f Gerontology, vol. 52B, pp. 102-109.

Yamamoto, Nor iko y Margaret Wallaghen (1997), "The Continuation of Fa­mily Caregiving in Japan", Journal of Health and Social Behavior, vol. 38, núm. 2, pp. 164-176.