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BENS & SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 97 / MAIO 2013 F E C O M É R C I O - R S Entrevista GABRIEL CARNEIRO COSTA EXPLICA AS PROPRIEDADES DO LIFE COACHING E A PRÁTICA DA REFLEXÃO CONSUMO A importância da experiência satisfatória GESTÃO COMO EFETUAR A BOA ADMINISTRAÇÃO DO TEMPO NICHO O mercado e as festas de casamento

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BENS&SERVIÇOSRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 97 / maIO 2013

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SEntrevista GaBRIEL CaRNEIRO COSTa EXPLICa aS PROPRIEDaDES DO LIFE COACHING E a PRÁTICa Da REFLEXÃO

CONSumO

A importância da experiência

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o mercado e as festas de

casamento

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presIdente: Zildo De Marchi

vIce-presIdentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Olmiro Lautert Walendorff, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, Jaime Gründler Sobrinho, João Francisco Micelli Vieira

dIretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt

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titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis, Fábio Norberto Emmel suplentes: Luiz Roque Schwertner, Nelson Keiber Faleiro, Gilda Lúcia Zandoná

deleGados representantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari

conselho edItorIal: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi

assessorIa de comunIcação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro, Luana Trevisol e Simone Barañano

coordenação edItorIal: Simone Barañano

produção e eXecução: Temática Publicações

edIção: Fernanda Reche (MTb 9474)

cheFe de reportaGem: Luísa Kalil

reportaGem: Alexandre Soares Pinto, Luísa Kalil, Marcelo Salton Schleder, Paula Maia e Rafael Tourinho Raymundo

colaboração: Edgar Vasques, Luiza Muttoni, Márcia Luz e Priscilla Buais Avila

edIção de arte: Silvio Ribeiro e Vanessa Bratz revIsão: Flávio Dotti Cesa

Foto de capa: Lúcia Simon

tIraGem: 25,5 mil exemplares

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

sumárIo

opinião

agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08sustentabilidade 12guia de gestão 14

17entrevista 18nicho 24gestão 26saiba mais 32inovação 34consumo

personalidade 39sesc

senac

tendências

mais & menos

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visão tributária 46glossário 47visão trabalhista

monitor de juros

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97

&sErVIÇosbens

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26o desaFIo de

admInIstrar o tempo É possível aliar carreira e compromissos

pessoais? Como se livrar da sensação de

pressa e urgência? Especialistas dão a dica!

Gestão

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o prIncípIo da mudança

Gabriel Carneiro Costa, especialista em life coaching e autor

do livro O encantador de pessoas, fala sobre o que move as

pessoas na direção da felicidade entrevista

36consumo

luGares que conquIstam

Para uma experiência de compra positiva, as empresas devem

ficar de olho nas demandas dos clientes. Aprenda a combinar a

qualidade do produto com o ambiente acolhedor

24a Força em celebrar uma unIão

Mais do que um momento especial, as festas de casamento vêm

se consolidando como importante segmento de mercado. Mas é

fundamental que os profissionais invistam na qualificação nicho

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9706A G E N D A MAIO

3/05FORMATURA

Em parceria com o Imec, o Senac Lajeado promove a formatura de 35 alunos do curso Aprendizagem em Serviços de Supermercado, no Restaurante Chef Imec, das 19h às 20h30.

9 E 10/05FEIRA DE OPORTUNIDADES

A 8ª Feira de Oportunidades do Senac-RS leva ao público orientações profissionais gratuitas. Além de oficinas, serão oferecidas três palestras: Como se preparar para uma oportunidade de emprego?, Oratória: como falar em público e Prevenção de Diabetes e de Hipertensão Arterial. O evento acontece em Pelotas. O valor da inscrição é 1 kg de alimento não perecível ou uma peça de roupa para doação. Telefone para contato: (51) 3225-8889.

ATÉ 17/05TURNÊ

O Circuito Nacional Palco Giratório 2013 promove a turnê do espetáculo infanto-juvenil Simbá – O marujo, da Cia. Trupe de Truões, de Minas Gerais, pelas cidades de São Leopoldo, Novo Hamburgo, Montenegro, Caxias do Sul, Carazinho, Passo Fundo, Ijuí, Santa Rosa, Alegrete, Santa Maria, Rio Grande, Camaquã e Porto Alegre.

27/05FORMATURA PRONATEC

O Senac Camaquã promove a formatura do curso Técnico em Administração Pronatec para 29 alunos. O evento será no Auditório da Secretaria do Trabalho e Ação Social de Camaquã, às 20h.

29/05DIA DO DESAFIO

Na última quarta-feira de maio acon-tece o Dia do Desafio 2013 em todo o Brasil. O objetivo do Sesc é promover a prática de atividades físicas.

11 E 12/05JUVENTUDE NA PRAÇA

O Senac Livramento participa do projeto Juventude na Praça, organizado pela Coordenadoria Municipal da Juventude de Santana do Livramento. O Senac estará presente com oficinas voltadas aos jovens do campo e da cidade, além de um estande de divulgação de seus produtos. O local escolhido é a Praça Internacional. Informações completas no site www.senacrs.com.br/livramento.

3 A 28/05PALCO GIRATÓRIO

O 8º Festival Palco Giratório Sesc apresenta espetáculos de teatro, dança e circo, bem como oficinas de desenvolvimento artístico-cultural e intervenções urbanas. O evento acontece em Porto Alegre. Mais informações pelo site www.sesc-rs.com.br/palcogiratorio.

5/05CIRCUITO DE CORRIDAS

O Circuito Sesc de Corridas 2013 chega à cidade de Rio Grande. Para se inscrever, basta ir aos balcões Sesc/Senac, às unidades Sesc do município ou acessar www.sesc-rs.com.br/circuitodecorridas.

7/05ANIVERSÁRIO

A Escola Senac Cachoeira do Sul comemora seu 7º aniversário com atividades gratuitas. Às 14h e às 20h a entidade promove a palestra Motivação e planejamento de carreira, no Auditório do Sindilojas Vale do Jacuí. As demais oficinas acontecem das 13h30 às 22h.

21/05LANÇAMENTOA Mostra Casa da Saúde Sesc chega em Taquara com palestras, exames e exposições interativas. As atividades são gratuitas e acontecem até o dia 2 de junho.JO

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Palavra do Presidente

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Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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No dia a dia de um empreendedor, realizar as atividades previstas na agen-da é uma batalha que muitos – para não dizer todos – anseiam por vencer. Entretanto, atingir tal meta constitui, de fato, uma tarefa árdua. Em meio à lista de compromissos profissionais, nos vemos procurando tempo (ou espaço?) para sermos pais, para convivermos com a família, amigos, para praticarmos esportes ou outros hobbies.

Ao longo de nossas vidas, acumu-lamos papéis – os quais geralmente assumimos por escolha própria – que precisam ser exercidos de forma equi-librada. Essa constatação parece um tanto óbvia, mas, na verdade, resume nosso maior desafio. Queremos, en-quanto empresários, obter sucesso, ga-nhar renome frente ao mercado e ga-rantia de estabilidade financeira. Como pais, queremos ser exemplo para nossos filhos, perpetuar nosso nome com nos-sos netos e conviver com a família nos finais de semana e feriados que quiser-mos. Como indivíduos, desejamos tem-po e oportunidade para conhecer novas pessoas, lugares diferentes, viajar.

Perante tantas vontades, o que é mais importante? O que trará mais fe-licidade e satisfação? Como escolher,

com a certeza de que não haverá arre-pendimento ou frustração?

Não sabemos. E as próximas gera-ções continuarão sem saber. O nosso tempo é o agora, nossa vida é o agora. O planejamento é a forma de organiza-ção, e podemos recorrer a ele como um método, uma base que trará um pouco mais de segurança. Mas nossas priori-dades dependem de nós.

Quem é empreendedor terá, em algum momento de sua trajetória, que apagar um incêndio (para não dizer inúmeros). Mas deve ser da vontade do empresário, gestor ou colaborador, que este ato represente apenas algo momentâneo, uma exceção. Viver na urgência é abrir mão de momentos de qualidade, de aproveitar o aqui e o ago-ra. Mas também não podemos nem de-vemos desperdiçar tempo em busca da perfeição, do ideal. O controle absoluto sobre nossas vidas (e, portanto, sobre nosso tempo) é mera ilusão. E talvez por isso mesmo a beleza de viver seja inquestionável.

O empresário e o tempo

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Estado é líder em processos tributáriosA maior parte das ações tributárias de repercus-

são geral em análise no Supremo Tribunal Federal

(STF), ou seja, as classificadas como de interesse

público, são do Rio Grande do Sul. Os dados são

do escritório de advocacia Charneski Advogados,

de Porto Alegre.

Dos 137 documentos que aguardavam veredito

até a primeira quinzena de abril, 28% tinham ori-

gem gaúcha. Atrás do Estado aparecem

São Paulo, com 17% das reivindicações; Rio de

Janeiro, com 13%; Paraná e Santa Catarina,

}empatados com 12%. Os assuntos mais recorren-

tes nos processos são: PIS e Cofins (20%),

normas gerais de direito tributário (18%), ICMS

(17%) e IPI (7%).

Presidente Dilma prestigia formatura do Pronatec

Mais de 2 mil alunos

concluíram, em abril, a

capacitação no Programa

Nacional de Acesso ao

Ensino Técnico e Emprego

(Pronatec), disponibilizado

no Rio Grande do Sul

pelo Senac-RS e Senai.

A presidente Dilma Rousseff esteve presente no evento,

falando sobre a importância da qualificação profissional para

o desenvolvimento do país e sobre o quanto a busca pela

qualificação influencia, de forma positiva, a vida das pessoas.

Também estiveram presentes na cerimônia o governador

do Estado, Tarso Genro, a ministra do Desenvolvimento

Social e Combate à Fome, Tereza Campello, o prefeito

de Porto Alegre, José Fortunati, e autoridades do Sistema

Fecomércio-RS. A cerimônia de formatura foi realizada no

Auditório Araújo Viana, na capital gaúcha.

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Senac-RS prevê capacitar 100 mil pessoas na 8ª Feira de Oportunidades

Mais de 100 mil pessoas serão capacitadas gratuitamente, entre os

dias 9 e 10 de maio, durante a 8ª edição da Feira de Oportunidades

do Senac-RS. O evento, que tem como objetivo promover

ações de incentivo à qualificação profissional, movimentará todas as

42 unidades e os 22 Balcões da instituição no Estado.

Com o tema “Que experiência inesquecível você gostaria de viver?”,

o evento abordará assuntos relacionados a educação, trabalho e

felicidade por meio de palestras, workshops, oficinas, etc.

Em Porto Alegre, as ações acontecerão no Largo Glênio Peres e no

Mercado Público, além das palestras de orientação profissional que serão realizadas nas escolas da Capital.

A programação completa pode ser conferida na segunda quinzena de abril, através do site

www.senacrs.com.br/feiradeoportunidades.

Sesc inaugura 43ª Unidade OperacionalOs serviços da Uni-

dade Operacional do

Sesc-RS em Frede-

rico Westphalen e

região começaram

a operar no dia 16

de abril. A unidade,

localizada na rua Ar-

tur Milani, nº 854/1º

andar, recebeu R$

1 milhão em investimentos. O local conta com consultório odontológico,

academia de ginástica e musculação, e o Espaço do Saber, que possibilita

o acesso à internet, livros, revistas e jogos de forma gratuita. Ações como

os serviços de turismo social e o Programa Sesc Maturidade Ativa também

contemplam a unidade. A solenidade de inauguração aconteceu no dia 15

e contou com a presença de autoridades da cidade e da região, dirigentes

do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, empresários parceiros e imprensa.

As cidades que fazem parte da área de abrangência do Sesc Frederico

Westphalen são: Alpestre, Ametista do Sul, Boa Vista das Missões, Caiçara,

Cerro Grande, Cristal do Sul, Dois Irmãos das Missões, Erval Seco, Frederi-

co Westphalen, Gramado dos Loureiros, Iraí, Jaboticaba, Lajeado do Bugre,

Liberato Salzano, Nonoai, Novo Tiradentes, Palmitinho, Pinhal, Pinheirinho

do Vale, Planalto, Rio dos Índios, Rodeio Bonito, Sagrada Família, São

José das Missões, São Pedro das Missões, Seberi, Taquaraçu do Sul, Três

Palmeiras, Trindade do Sul, Vicente Dutra e Vista Alegre.

Exportação do Brasil é a 4ª pior do G-20

Segundo a Conferência das Nações

Unidas sobre Comércio e Desenvol-

vimento (UNCTAD), as exportações

brasileiras caíram 5,3% em 2012. Com

o resultado – que vai na contramão

do aumento da média mundial, 0,2%

–, o Brasil ocupa a quarta posição no

ranking de piores resultados no comér-

cio exterior entre os países do G-20.

As empresas do país venderam

US$ 242,580 bilhões a clientes do ex-

terior no ano passado, de acordo com

a entidade. Porém, o preço médio de

comercialização dos produtos básicos

caiu 8,6% em 2012, na comparação

com o ano anterior. O motivo para

a queda do nível de exportação seria

a baixa no preço das commodities, em razão do agravamento da crise

financeira mundial. Economias mais

desenvolvidas também registraram

menos embarques, como Reino Unido,

Alemanha, França e Japão. A África do

Sul obteve o pior resultado do G-20,

com queda de 11% nos embarques.

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Dia do Desafio 2013 acontece em 29 de maioO Dia do Desafio é uma mobilização que ocorre em diversos países e que

busca incentivar o aumento da qualidade de vida em função da prática de

atividades físicas. No Brasil, o evento é promovido pelo Sesc. Em 2013, o

projeto acontece na última quarta-feira de maio, dia 29, e 489 municípios

gaúchos já confirmaram a participação. Na ocasião, duas localidades de países

diferentes competem entre si para saber qual delas teve o maior número de

pessoas envolvidas, levando em conta o número de cidadãos que praticaram

as atividades durante os 15 minutos propostos versus o número de habitantes

da localidade. Porém, é possível participar sem o cunho competitivo. O Dia do Desafio faz parte do calendário oficial do Rio Grande do Sul desde 2006, e é realizado no Estado pelo Sistema Fecomércio-RS/

Sesc em parceria com as prefeituras. Para mais informações, acesse www.sescsp.com.br/diadodesafio.

Feira movimenta setor de pizzariasEntre os dias 25 e 28 de junho acontece, no Expo Center Norte, em São Paulo, a 29ª Feira Internacional de Produtos e Serviços para a

Alimentação Fora do Lar (Fispal Food Service). O evento tem como objetivo melhorar a qualidade do produto e do serviço prestado, bem

como ampliar negócios e apresentar novas tecnologias e processos que estão sendo desenvolvidos para o mercado de pizzarias. Atualmen-

te existem cerca de 30 mil pizzarias formais no país. Na ocasião, o público poderá visitar o Auditório da Pizza e conhecer novidades em

equipamentos, utensílios e produtos para a confecção do prato. Mais informações no site www.fispalfoodservice.com.br.

Fecomércio-RS estima alta das vendas no Dia das Mães

Considerado a segunda data festiva com maior impacto no comércio

(atrás apenas do Natal) o Dia das Mães, neste ano, deve registrar aumen-

to de 4,5% a 5,5% nas vendas em relação a 2012, segundo estimativas da

Fecomércio-RS. Realizada pela entidade

com 380 pessoas, a pesquisa revela que

os homens comprarão mais presentes

do que as mulheres: 1,58 unidade contra

1,36 unidade, respectivamente. A média

de investimento masculina deve ficar em

R$ 194,85, enquanto a feminina deve ser

de R$ 130,09. Os itens mais procurados

neste período são peças de vestuário

(32,4%), perfumes e cosméticos (17,5%),

eletroeletrônicos e eletrodomésticos

(10,8%) e calçados (10,6%). Quanto

às formas de pagamento, 77,9% dos

entrevistados afirmaram que pretendem

fazer as aquisições à vista. Entre os que

desejam parcelar, 56,5% almejam pagar

em até três parcelas.

Inscrições para oFISL14 vão até o dia 16A 14ª edição do Fórum Internacional Software

Livre (FISL14) acontece entre os dias 3 e 6

de julho, no Centro de Eventos da PUCRS,

em Porto Alegre. As inscrições, feitas pelo site

www.softwarelivre.org/fisl14, vão até o dia 16

de maio, com preços de R$ 75 para estudan-

tes e R$ 150 ao público geral. Este ano, as

atividades do evento, voltado para a área de

Tecnologia da Informação, serão divididas em

dez categorias: Academia Livre, Administração,

Desenvolvimento, Educação, Encontros Comunitá-rios, Hardware Livre, Jogos e Multimídia, Negócios e Tópicos Emergentes e o Workshop Software Livre, no qual pesquisas acadêmicas serão apre-

sentadas a pesquisadores de diversos países.

Outros destaques são o Festival de Robótica Li-vre, as Atividades Culturais e a segunda edição da

Rodada de Negócios, promovida pelo Sebrae-RS,

em que haverá palestras gratuitas e encontros

entre empreendedores.

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Ozires Silva é empreendedor por natureza. Sua trajetória profissional inclui cargos de presidente da Petrobras e de ministro da Infraestrutura. Hoje, Ozires Silva é um dos nomes à frente da fun-dação da Embraer – Empresa Brasileira de Aeronáutica – e wwwwatua como reitor da Unimonte, instituição particular de Ensino Superior localizada em Santos (SP). Em passagem por Porto Alegre, durante o 26º Fórum da Liberdade, Ozires Silva conversou com a Bens & Serviços.

como o senhor avalia a relação educação x empreendedorismo?

siLVa O empreendedorismo está em franco progresso. Vejo jovens falando um bocado sobre o assunto. Quando me formei no ITA, há mais de 50 anos, via que todos os meus colegas estavam atrás de emprego. Recentemente, o ITA chamou ex-alunos para conversar com estudantes, e fiquei

impressionado. Todos eles vieram falar comigo para mostrar o que estão fazendo como livres empreendedores, com novas iniciativas. O empreendedorismo está em franco desenvolvimento e tenho confiança enorme de que estamos no caminho certo. Já com a educação temos um trabalho muito grande a fazer.

Quais seriam, então, os desafios da educação?

siLVa Em todos os níveis. Temos a educação que precisa ser melhorada inclusive por incluir coisas que hoje estão tolhidas pelo governo: liberdade curricular, porque o que julga uma escola é a qualidade do seu produto, e não as avaliações do MEC. Eu diria que as escolas têm que se consagrar pela qualidade dos alunos que preparam. E hoje, até os currículos têm que ser aprovados pelo MEC, e demora muito tempo, com burocracias. A minha escola, o ITA, não é subordinada ao MEC; não vou dizer que essa seja a razão de ser uma grande escola, mas podemos ao menos “desconfiar”.

o Mundial de 2014 está muito próximo. É necessário preocupar-se com a situação dos aeroportos?

siLVa Sinceramente, não estou preocupado com a Copa nem com a Olimpíada. Estou preocupado com o Brasil antes e depois da Copa. O Mundial dura um mês, e esse mês não vai mudar nada. Se servir de pretexto, vamos usá-lo, mas me preocupo mais com o país antes e depois, porque é neste país que vamos viver.

tRês pERguntas

Empreendedorismo individual cresce na capitalDe acordo com um estudo realizado pelo Observatório do Tra-

balho de Porto Alegre (uma parceria entre a Secretaria Munici-

pal do Trabalho e Emprego, o Dieese e o Sebrae), entre 2010

e 2012, o número de empreendedores individuais em Porto

Alegre cresceu 83,6%. Hoje, 20.406 pessoas se encaixam nesta

definição, enquanto que há três anos o total era 6.055. Des-

tes, 49% são mulheres, geralmente ligadas às atividades como

comércio de roupas e cabeleireiros. No acumulado de 2009 a

2013, a cidade ocupa a décima colocação entre as capitais brasi-

leiras. Já o Estado está no quinto lugar do ranking nacional desde

2010, totalizando152.152. São considerados empreendedores

individuais pessoas que recebam até R$ 60 mil ao ano e possu-

am apenas um profissional com carteira assinada, que ganhe até

um salário mínimo por mês.

Governo desonera a folha de pagamento para mais setoresEmpresas de mais 14 setores da economia foram

beneficiados com a desoneração da folha de

pagamento. No início de abril os segmentos de

transporte, comunicação social, indústria de defesa,

construção, serviços de arquitetura e engenharia, e

manutenção e instalação máquinas e equipamentos

foram contemplados com a medida, que visa à troca da

contribuição previdenciária de 20% do que incide sobre

a folha pelo pagamento de alíquota de 1% ou 2% sobre

o faturamento bruto da companhia. A desoneração

passa a valer em 1º de janeiro de 2014 e deve implicar

uma renúncia fiscal de R$ 5,4 bilhões anuais, somados

aos R$ 16 bilhões dos 42 setores já beneficiados pela

medida. Indústrias, como a química e a de etanol,

também devem ser contempladas.

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ustentabilidadeS

Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9712

Consultorias e departamentos empresariais voltados à sustentabilidade apontam o caminho

para o qual todos os negócios devem estar atentos. Cada vez mais presente no universo

empreendedor, a sustentabilidade permeia os mais variados setores e segmentos

“As organizações que aprendem são aquelas nas quais as pessoas apri-moram continuamente sua capacidade de realizar suas mais altas aspirações.” Esse pensamento de Peter M. Senge define bem o caminho sustentável que empresas estão percorrendo hoje em dia. Atualmente, o consumidor se preocupa muito mais com a forma como os produ-tos são produzidos e com os perigos ine-rentes ao meio ambiente. Sendo assim, a sustentabilidade atinge todos os setores e segmentos. E para auxiliar na implan-tação de projetos sustentáveis existem pessoas e empresas especializadas nesse tipo de consultoria.

Programas de sustentabilidade podem ser e estão sendo aplicados em empresas dos mais variados portes e segmentos. Não existe um perfil específico de cliente. “Todo empreendimento é passível de me-lhorias contínuas visando ao desenvolvi-mento sustentável”, garante o biólogo e sócio-diretor da Ecobusiness, Rafael Reis Claudino. A coordenadora do Centro

Sebrae de Sustentabilidade, Suênia Sou-sa, lembra que o licenciamento ambiental é um tema fundamental sobre o qual em-presários precisam estar a par. “Para atuar no mercado, certos empreendimentos devem seguir normas e procedimentos definidos por leis federais, estaduais e mu-nicipais.” Entretanto, além dos aspectos legais, Suênia destaca a importância de empresários e empreendedores estarem atentos às mudanças de valores e exigên-cias dos consumidores.

Igor Czermainski de Oliveira, consul-tor da Sementes Negócios Sustentáveis, sugere que as empresas tenham conhe-

cimento de si mesmas. “Ter uma missão clara e um modelo de negócio coerente com essa missão. A partir dessa definição, devem procurar entender, a partir do diá-logo com clientes, trabalhadores, parcei-ros e outras partes, quais são as questões socioambientais mais relevantes para o seu negócio.” O sócio-fundador da SEI Consultoria, João Paulo Altenfelder, define sustentabilidade como “uma fi-losofia e um valor de gestão empresa-rial, e não boa cidadania corporativa”. Ele lembra que a consultoria nessa área pode trabalhar tanto na resolução de crises quanto na prevenção dos riscos de passivos sociais e ambientais.

Brasil X EXtEriorNo entanto, inserir a sustentabili-

dade como um valor corporativo não é fácil. Isso significa praticar mudanças e transformar comportamentos para a tomada de decisão. As leis que tratam do meio ambiente no Brasil estão entre as mais completas e avançadas do mun-

TexTo: Paula Maia

EspEcialistas em negócios e meio ambiente

igor de oliveira aposta no conhecimento que as empresas têm de si mesmas

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 13

do. “O Brasil está na vanguarda dessa agenda de sustentabilidade corporati-va. As dificuldades para implementar os processos de sustentabilidade são as mesmas encontradas em outros departa-mentos das empresas: escassez de pesso-al qualificado, burocratização excessiva dos processos, atitude pouco empreen-dedora dos gerentes”, explica Oliveira. “As empresas gaúchas, em relação ao resto do país, já possuem rigores em sua atuação, talvez devido à legislação avan-çada em relação a alguns outros estados em que não há uma gestão tão ampla e focada na sustentabilidade. Hoje se fala muito da gestão sustentável das empre-sas, e estas em grande parte fazem seus deveres de casa”, declara Claudino.

aspEctos lEgaisSuênia destaca a Política Nacional

de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei Fede-ral 12.305/2010) como grande responsá-vel pela rápida transformação em curso no país e pelo aumento da demanda de informações e conhecimento. “Esta le-gislação distribui responsabilidades para

todos. Ela abrange desde cidadãos e em-presas até governos, que devem se ade-quar em termos de geração, separação, descarte, transporte, reciclagem, reapro-veitamento, coprocessamento e outros processos de resíduos sólidos. Esta lei está gerando um salto civilizatório para o país, atingindo empresas e empreende-dores de todos os portes.”

Cintia Schmidt, advogada coorde-nadora da área de direito ambiental da Campos Advocacia Empresarial, diz que a Lei 9.985, datada de 18 de julho de 2000, ainda é pouco conhecida. Esta lei regulamenta o artigo 225 da Constituição Federal, e define o uso sustentado como exploração do ambiente de maneira a ga-rantir a perenidade dos recursos ambien-tais renováveis e dos processos ecológicos. Entretanto, Cláudia aposta em mudanças nesse cenário ainda pouco conhecido. “Acredito que esse quadro esteja sendo alterado, de forma gradativa, levando em consideração a variável ambiental como um caminho a ser seguido.”

A adoção da sustentabilidade pelo setor empresarial é algo que está se tor-

nando imprescindível. “Além de a ad-ministração pública já estar realizando licitações sustentáveis, também o ci-dadão, no papel do consumidor, busca cada vez mais produtos sustentáveis, e o setor empresarial acaba obtendo inúmeras vantagens, como redução de custos e melhoria da sua imagem, além de uma maior motivação dos seus empregados”, declara Cintia. “A con-sultoria preventiva do setor empresa-rial acarretará um custo muito menor, podendo inclusive agregar valor, com a utilização dos três Rs: reduzir, reutilizar e reciclar”, acrescenta a advogada. Em um futuro próximo, ser sustentável não será mais um tema relacionado apenas à estratégia da empresa. “A sustenta-bilidade será uma questão presente em qualquer processo de tomada de decisão da empresa, e a necessidade de transformar os modelos de negócio atuais e, também, de criar novos mode-los de negócio mais sustentáveis ficará muito evidente. Vencerá quem inovar mais”, antecipa Igor de Oliveira, da Se-mentes Negócios Sustentáveis.

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A entrega de produtos encomendados pelo cliente é um compromisso que merece

atenção redobrada. Garantir uma logística adequada para que a mercadoria chegue na

data certa ajuda a fidelizar o público e evita uma série de problemas

oão comprou uma geladeira. Na loja, prometeram a entrega para terça-feira à tarde. João adiou todos os compromissos profissionais que tinha no horário, mas o entregador não apareceu. Ao entrar em contato com o estabelecimento, foi informado de que houve uma tentativa de entrega na segunda pela manhã, mas não havia ninguém na casa. Indignado, João publicou uma reclamação na inter-net, juntando-se a outros clientes igual-mente insatisfeitos.

Variações desta cena hipotética não são raras. A falta de um bom planejamen-to resulta em serviços ruins, que repercu-tem negativamente e rendem até proces-sos. Em outros estados, como São Paulo, por exemplo, já há até leis regulando esse tipo de situação. Por isso, todo negócio que lide com entregas deve ordenar sua logística para “destinar o produto certo, na hora certa, ao local certo e com o me-nor custo possível”, como resume Wag-ner Luiz, consultor da WL Consultorias

e Treinamentos. Para tanto, é necessário um gerenciamento adequado dos prazos de entrega. Os recursos utilizados depen-dem do porte da companhia. Luiz lembra que há, inclusive, tecnologias que auxi-liam no planejamento, execução e moni-toramento das atividades, que podem ir desde a emissão de documentos até a ma-nutenção da frota de veículos de carga.

O controle dos processos é necessá-rio para conquistar a confiança do con-sumidor. Quando realiza uma compra ou contrata um serviço, o mínimo que a pessoa espera é ser atendida dentro do prazo. “Existem empresas que prometem um prazo de entrega muito curto, como forma de atrair um público maior, mas descumprem o combinado em meses”, aponta Luiz. A prática, é claro, prejudica a credibilidade da marca, mesmo se a não entrega for culpa do fabricante.

O consultor destaca que, a partir do momento em que se institui um dia ou turno para a entrega, é dever do estabe-

lecimento arcar com esse compromisso: “O Código de Defesa do Consumidor afirma que tudo que for prometido ao cliente, inclusive o período de entrega, deverá ser cumprido, sob pena de can-celamento do negócio. O CDC também considera abusiva a conduta do fornece-dor que vende sem estabelecer data para o cumprimento de sua obrigação”.

Evidentemente, manter uma logística sustentável, que seja vantajosa tanto para a empresa quanto para o público, não é simples. Os custos das operações são sempre uma questão a ser pensada. Uma possível solução são as modalidades ex-pressas de entrega, pelas quais se cobram taxas extras, que cubram as despesas de envio. Luiz garante que “pessoas mais exigentes não se importam de pagar por essa comodidade”. Em todos os casos, o desempenho dos entregadores deve ser avaliado periodicamente. “Bonificar os melhores prestadores, criando um clima de motivação e reconhecimento pelo tra-

com os prazos prometidosCumprindo

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balho, é o ideal. O barato pode sair caro”, diz, referindo-se a colaboradores – ter-ceirizados ou não – que realizem um ser-viço insatisfatório. Mas não bastam um produto de qualidade e o cumprimento de prazos. A satisfação do consumidor é maior com um pós-venda adequado – entrar em contato para saber se o serviço foi satisfatório, perguntar o que poderia ser melhor. “A função do pós-venda é ga-rantir esta satisfação, ajudando a fidelizar o cliente e divulgar a boa reputação da empresa também para outros possíveis compradores”, salienta Luiz.

ContAndo oS MinutoSNa Tok&Stok, rede de lojas de mó-

veis e acessórios para o lar, cada produto

tem uma “minutagem”. Trata-se de um cálculo que envolve tempo de monta-gem e margens como tráfego e horários permitidos de circulação de veículos em cada região. Esse tempo médio, em-bora lide com variáveis imponderáveis, é a base para que o esquema de logísti-ca da empresa garanta 90% de entregas dentro do prazo.

“Existe um setor que efetua um contínuo dimensionamento da capaci-dade de entrega, ajustando o número de equipes e veículos por dia, aumen-tando-os ou reduzindo-os conforme a demanda, de acordo com os prazos que queremos oferecer”, explica Nilo Sig-norini, diretor comercial da Tok&Stok. Os pedidos respeitam uma grade de en-

tregas determinadas para cada dia e são encaixados na disponibilidade da agen-da. Desta maneira, não são prometidos prazos que não se possam cumprir.

São cerca de 700 entregas por dia, em todo o Brasil, seguindo um roteiro otimizado. Há uma central de operações que acompanha as equipes de transpor-te (terceirizadas) e de montadores (con-tratados da própria empresa). Possíveis danos à mercadoria são identificados na hora da montagem e a companhia assume a culpa. “Mantemos uma po-lítica de atender a todas as demandas dos clientes, desde que identificada a responsabilidade da empresa”, ressalta Signorini. Para garantir a satisfação do consumidor, a Tok&Stok conta com

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uia de GestãoG16

estrutura de atendimento online e por telefone, além de oferecer dois anos de garantia para seus produtos – algo que o diretor comercial considera raro para o segmento. “Cada vez mais, os erros e problemas de uma loja são expostos nas mídias sociais e ganham amplitude. É inegável que o pós-venda reforça a imagem da marca, e a experiência de compra é um elemento decisivo para uma próxima aquisição”, finaliza.

QuAlidAdE CoM AGilidAdENa loja online de artigos esportivos

Netshoes é assim: após a confirmação do pagamento, o Centro de Distribuição (CD) deixa o pedido pronto para envio em até duas horas. A velocidade do em-pacotamento é apenas a primeira etapa de um aparato logístico que envolve mais de 600 colaboradores diretos. São três

CDs, dois no interior de São Paulo e um em Recife. A empresa mantém, ainda, postos dos Correios em suas instalações, o que agiliza ainda mais o processo.

Fora a estrutura própria, a Netshoes também recebe o apoio de transporta-doras parceiras. São firmados acordos de nível de serviço para assegurar que a encomenda seja entregue no tempo prometido ao cliente. O prazo depende da modalidade de entrega escolhida – normal, expressa ou superexpressa, essa última somente para São Paulo –, cada uma com um valor de frete diferente. “Informamos ao cliente, com transpa-rência, sobre o prazo, diante da mo-dalidade de frete escolhida. Devemos cumprir o prometido ao consumidor dentro da realidade logística brasileira”, comenta Renato Mendes, gerente de Assuntos Corporativos.

Em caso de reclamação, é realizada a logística reversa do produto. O item re-torna ao CD e o comprador é orientado sobre os procedimentos cabíveis, como substituição da mercadoria ou estorno do valor. A Netshoes realiza a primeira troca gratuitamente, caso a pessoa de-seje outra cor, tamanho ou modelo de produto. “No e-commerce, a experiência de compra não se encerra na conclusão do pedido. É importante que todas as es-truturas da empresa, sejam de logística ou atendimento, estejam alinhadas e à disposição do cliente em todos os mo-mentos”, confia Mendes.

O gerente destaca que a empresa faz questão de manter colaboradores próprios tanto nos CDs quanto na Cen-tral de Relacionamento (que funciona 24h por dia, sete dias por semana): “As-sim, controlamos os processos e iden-tificamos quais devem ser melhorados rapidamente, além de garantir maior motivação da equipe”.

Dez passos

Ainda que as empresas se esforcem para cumprir os prazos de entrega, imprevistos podem acontecer e resultar em reclamações de consumidores. Confira algumas dicas do consultor Wagner Luiz para minimizar os impac-tos negativos:

1 – Sempre escute o cliente com a máxima atenção.

2 – Procure entender qual é realmente o problema.

3 – trate as reclamações imediatamente, procurando resolver o problema

o mais rápido possível.

4 – Aceite a sua responsabilidade e não tente transferir a culpa para o cliente.

5 – Veja até que ponto o consumidor tem realmente razão de reclamar.

6 – Verifique o que o cliente quer, defina o que você pode fazer e faça. Se

existe algo que você não pode fazer, diga e explique por quê.

7 – Mesmo com muita provocação, nunca discuta com o consumidor.

8 – Certifique-se de que o cliente está satisfeito com a solução.

9 – Resuma o que você aprendeu com a experiência.

10 – Mantenha contato posterior com o cliente.

Renato Mendes, da Netshoes: experiência de compra não se encerra na conclusão do pedido

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Márcia LuzPsicóloga, especialista em Gestalt-terapia

Recentemente tive contato com os re-sultados do estudo conduzido pela Towers Watson. Na tentativa de medir engajamen-to, a empresa pesquisou 90 mil trabalhado-res em 18 países e descobriu que apenas 21% estavam engajados no trabalho.

E daí que não sejam engajados, desde que cumpram com suas obrigações? Talvez isso não fosse problema no século passa-do, mas, num mundo em que os clientes acordam todas as manhãs perguntando “O que há de novo, o que há de diferente, o que há de espantoso?”, o sucesso depen-de da capacidade da empresa de liberar a iniciativa, a imaginação e a paixão dos empregados, em todos os níveis – o que só é possível se todos os corações e mentes estiverem envolvidos com o trabalho, com a empresa e com a missão.

Se a obediência, a diligência e o conheci-mento são as únicas contribuições que você está conseguindo de seus empregados, sua empresa acabará ficando para trás.

E o mais impressionante é perceber o notório desinteresse dos gestores por esse quadro. Isso acontece, pois muitos gestores ainda não compreenderam a conexão estrei-ta entre engajamento e sucesso financeiro.

Pois bem, o que você sentiria sobre um mé-dico que mais matasse do que curasse pacien-tes? E sobre um detetive de polícia que mais cometesse do que resolvesse assassinatos? Ou sobre um professor cujos alunos mais desapren-dessem do que aprendessem na escola? No entanto, a maioria dos gestores tende mais a abafar do que atiçar as chamas do entusiasmo dos empregados. Por que não ficamos nem um pouco zangados com o fato de nossos sistemas gerenciais serem mais propensos a frustrar que a motivar grandes realizações?

Precisamos virar pelo avesso o pressuposto “organização primeiro, seres humanos depois”. Em vez de perguntar “Como conseguir que os empregados sirvam melhor à organização?”, devemos perguntar: “Como construir organiza-ções que mereçam os dons extraordinários que os empregados podem trazer para o trabalho?”.

Em termos mais objetivos, a tarefa mais importante dos gestores de hoje é criar um ambiente de trabalho que inspire contribuições excepcionais e que mereça erupções de paixão, imaginação e iniciativa.

Se sua equipe parece desanimada, pouco produtiva e descomprometida com o trabalho, olhe-se no espelho, senhor gestor, pois eles es-tão apenas refletindo a sua liderança!

T odo líder tem a equipe que merece

“Se a obediência, a diligência e o conhecimento são as únicas contribuições que você

está conseguindo de seus empregados, sua empresa acabará ficando para trás.”

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sua formação é em Relações Públicas. Quando foi o seu primeiro contato com o universo do coaching?

cOsTa Logo depois que me formei em Relações Públicas, em 2003, fiz uma pós-graduação em Psicologia Transa-cional, pois sempre quis trabalhar com o comportamento humano. Durante a faculdade, abri uma agência de marke-ting, e a empresa foi uma oportunidade que deu certo, mas não era o meu grande sonho. Hoje quem dá conti-nuidade à empresa é meu ex-sócio. Durante a pós-graduação, conheci a paulista Rosa Krausz, que acredito ser uma das primeiras, se não a pioneira de fato, a trabalhar com o coaching no Brasil. Em 2003 conheci o que era o coaching e me agradou muito. Fiz mais duas pós-graduações em Psicologia

o princípio da mudança

E n t r e V i s t a

e mais duas em coaching, inclusive com a Rosa, em um grupo de estudos mais informal. Depois disso, busquei formações mais específicas e comecei a trabalhar e palestrar sobre o assunto. O mercado cresceu para mim e tive que decidir se continuaria na agência ou trabalharia com coaching, e optei por seguir a segunda opção.

O life coaching é diferente do coaching profissional?

cOsTa O coaching é um processo, um projeto. No Brasil, está ficando um pouco pejorativo em algumas classes, pois há cursos de um final de semana e você já é coach, por exemplo, o que complica um pouco. Mas o coaching sempre tem o mesmo princípio básico: a mudança. O objetivo é ajudar o

cliente a sair de uma posição e chegar a outra, essa é a base. Se o cliente disser que não tem o que mudar na vida, que está satisfeito em todas as áreas, não se faz o coaching. O coaching tem um período para acontecer e uma meta para cumprir. No Brasil, o coaching de carreira/executivo ficou muito conhecido. Nele, a pessoa deseja aumentar o desempenho na carreira, alcançar um cargo melhor, abrir sua empresa, enfim. Não é a minha área, especializei-me em life coaching, que é um olhar mais de vida. Cerca de 80% dos meus clientes, se não mais, trazem a carreira, mas ela não é o único pilar desse trabalho. A diferença é que a gente olha a carreira sob um aspecto mais sistêmico de todas as áreas da vida. Por exemplo, de que forma a carreira está impactando no

especialista em life coaching, Gabriel Carneiro Costa mostra a importância de parar

e refletir ao longo dos ciclos da vida. Questionador e, muitas vezes, provocador, o autor de

O encantador de pessoas fala sobre a necessidade de olhar para si mesmo

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Entrevista

bens & serviços / Maio 2013 / edição 9720

casamento, nos filhos, na saúde? Cada cliente tem um enfoque principal. Mas nós temos uma visão maior da vida. Tecnicamente, os coachings são iguais, a diferença é na visão da abordagem. O foco do profissional está em plano de carreira, e o de life coaching, que é o meu foco, está na satisfação, na felicidade.

O que caracteriza, portanto, o life coaching? como funciona?

cOsTa O coaching de vida é pouco conhecido no Brasil. Em alguns países, onde é mais difundido, o profissional

é obrigado a ter formação em Psico-logia. Aqui não existe nenhum órgão que regule isso. Mas, querendo seguir o modelo, eu me especializei, por entender que o life coaching precisa ter uma visão mais terapêutica, embora não seja um processo terapêutico. Ele se difere pelo resultado final mais feliz, satisfatório, independentemente do que signifique mais feliz. Não é um processo de autoajuda. O life coaching não vende o conceito do que é ser feliz. É preciso entender o que isso significa para o cliente, saber em qual vida ele quer por mais energia e ação, se é no trabalho, na família, enfim.

O senhor afirma ser mais questionador que motivador. Explique melhor.

cOsTa Eu não sigo nenhuma metodo-logia específica. Nas formações de coaching aprendemos a fazer um de-terminado trabalho em cada uma das sessões. Acabei criando o meu jeito de fazer o life coaching, que é o que está no meu livro, inclusive, e não sigo uma regra específica. Mas o conselho geral do coaching é ser mais questionador e eu optei pelo caminho do questiona-mento, porque ao questionar eu faço o outro pensar. E o coaching faz com que o cliente, ao pensar, saia da situação pela qual está se queixando. Faço questionamentos em um grau quase confrontador, em alguns momentos. Não é uma regra, mas há clientes em que há momentos mais confrontantes. O coaching trabalha com a ação. O coaching é ação. Se o cliente começa a patinar e dar desculpas, o coaching entra no grau do confronto. Vários clientes já ficaram brabos comigo (ri-sos), porque eu preciso lembrá-los que são eles que estão investido tempo, dinheiro e energia, que foram eles que me disseram qual era a meta de vida. Logo, eu apenas lembro o motivo pelo qual eles querem ser cobrados. Muitos clientes não se consideram felizes, mas não sabem explicar o que é ser feliz para eles. Aí começa o lado ques-tionador, pois o cliente imagina que responderei a ele o que é ser feliz. Não trabalhamos com conceitos sociais do que é ser feliz, do que é ter sucesso. Se o cliente me diz que quer ter mais equilíbrio na vida, eu pergunto a ele o que é equilíbrio.

“no brasil, está fiCando uM pouCo pejoratiVo eM

alGuMas Classes, Mas o cOach seMpre teM o MesMo

prinCípio básiCo: a Mudança.”

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com base na sua experiência, o que, de fato, move as pessoas para serem mais felizes?

cOsTa É uma boa pergunta, porque é a resposta que nós procuramos no início do processo de coaching. Não existe uma regra, e não acredito que uma vida feliz se faça planejando, mas sim, na ação. Eu acredito muito em plane-jamento, mas a vida só muda na ação. Eu me faço essa pergunta em todo iní-cio de processo de coach. Existem casos específicos, mas, de maneira geral, o que move as pessoas são questões liga-das a emoção, afeto, reconhecimento, à sensação de ser importante. Muitas vezes, essas questões estão paralisadas dentro das pessoas, e aí o coach toca nesse ponto.

O senhor poderia dar exemplos a respeito da afirmação “planejar é a base, mas a vida só se transforma na ação”?

cOsTa A maior demanda que tenho hoje é de executivos bem-sucedidos, que já atingiram um grau de sucesso, mas pagaram um preço muito caro por isso e se sentem infelizes. Tenta-mos entender essas questões com o processo de coaching. Muitas vezes, a pessoa não errou por pensar assim. Ela apenas quis priorizar isso anos atrás. Geralmente, essas pessoas não estão arrependidas, mas sim, em busca de uma nova fase em suas vidas. Depois de tomar consciência sobre o que está falho, nós fazemos um plano de ação. O que vamos fazer, qual a meta daqui a seis meses, etc. Com o plano, o cliente tem tarefas e compromissos a serem feitos, mas não comigo, e sim

com eles mesmos. Eu tenho apenas a ferramenta. Muitas vezes, os clientes não conseguem colocar a ação em prática. Na primeira vez eu aceito, pois isso é comum. Mas quando vejo que alguém tenta fazer desses empecilhos uma rotina, cabe a mim fazer o papel do confrontador. Ou sugiro que o cliente pare o coaching ou que ele entenda o que realmente está acontecendo no seu interior. Não precisamos chegar ao fim do processo de coaching para dizer que não deu certo.

O ritmo de vida, hoje, convida para um nível de estresse ou ansiedade maiores? como?

cOsTa Para um nível estressante, sem dúvida alguma. Na minha experiência

como coach, eu diria com certeza que o ritmo de trabalho da atualidade leva a uma vida mais estressante. De forma geral, o ambiente empresarial tem levado as pessoas a serem mais infelizes. Há um movimento de empresas que têm questionado, lentamente, esse ponto, querendo seguir um modelo mais europeu do que americano. Mas vivemos, hoje, um ambiente no Brasil que é muito voltado à produção. Em um dos workshops que faço, eu e o público ficamos três dias fechados em uma casa, convivendo juntos. Em um determinado momento, simulamos a própria morte. É um momento triste, mas temos todo um processo até chegar nele. Após um período de silêncio, nos perguntamos: “Se você tivesse morrido

“Muitos Clientes não se ConsideraM felizes, Mas

não sabeM expliCar o Que é ser feliz para eles.”

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Entrevista

bens & serviços / Maio 2013 / edição 9722

“se Quero ajudar o outro, deVo ajudá-lo a

entender o Que ele faria no luGar dele, não o

Que eu faria no seu luGar.”

hoje, o que o deixaria triste?”. Eu nunca ouvi responderem que era pela falta de dinheiro ou sucesso profissional, mas sim pelas coisas que não disseram, pelas experiências que não viveram, pelas pessoas que nunca mais viram, vai 100% nesta linha.

Quem é o encantador de pessoas?cOsTa Essa é uma boa pergunta. O título do livro é a única coisa que não é minha (risos). O título original era Vencendo o próprio jogo. Mas aí veio a ideia de que o título passaria a impres-são de ser voltado a um nicho específico. O Encantador de pessoas seria algo mais abrangente. Porém, sempre tive medo de

que as pessoas achassem que o objetivo ao ler o livro era se encantar por mim, e não é essa a ideia. A proposta de usar a palavra ‘encantar’ no livro tem como objetivo que as pessoas se encantem por si mesmas. O encantador de pessoas é aquele que tem um grau de consciência elevada sobre a sua vida, e que possa agir de forma conectada com o que realmen-te traz felicidade para ele. É a pessoa que tem a capacidade de colaborar com os outros. Essas, para mim, são as pessoas encantadoras. Se quero ajudar o outro, devo ajudá-lo a entender o que ele faria no lugar dele, não o que eu faria no seu lugar. Pessoas que têm a capacidade de escutar e ajudar os outros a partir do que

os outros querem, e não do que elas pró-prias acham que seria melhor, também são encantadoras.

como nasceu o livro O encantador de pessoas?

cOsTa É um sonho bem antigo. Rabisquei vários livros antes de chegar a ele. O livro começou com uma espécie de estudo, no qual eu separava os clientes que chegavam ao seu ponto B dos que não chegavam. Na minha trajetória como coach, tenho clientes de sucesso e insucesso. Ao dividir esses públicos, percebi que havia algo em comum entre eles. Comecei a perceber alguns dilemas comuns, como dinheiro, família, casa-mento, carreira. Quando vi que tinha muito material, percebi que poderia ren-der um livro, o qual ficou pronto no ano passado. A proposta é que, ao longo da leitura, o leitor se identifique com algum dos dilemas apresentados no livro.

como elaborar, vivenciar uma rotina mais sistêmica?

cOsTa É necessário parar e pensar sobre a sua vida. Atualmente, as pessoas estão com preguiça de fazer isso. É com você mesmo que você vai viver o resto da vida, então as pessoas deveriam ter mais tempo para pensar em si. Para que se possa pensar em uma rotina mais sistêmica, deve-se pensar em si mesmo. E não apenas sob os olhos da positivida-de em tudo, porque não existem apenas coisas boas na vida. Se há o desejo por uma rotina mais sistêmica, deve-se olhar para o que está bom e o que está ruim. O cliente que só olha para o que

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bens & serviços / Maio 2013 / edição 97 23

está bom não toma posse do que pode ser mudado. E o cliente que só olha para o que está ruim está na depressão, pois não vê valor além. O legal é trocar o ‘ou’ pelo ‘e’. Ver aspectos bons e ruins, e não os bons ou os ruins. Eu não tenho vitórias ou derrotas, tenho vitórias e derrotas. Lembrando que são ciclos, pois eu não acredito em uma receita de felicidade eterna. Se o coaching for um processo bem feito pelos dois lados (do coach e do cliente), ele trará resultados satisfatórios agora, mas daqui a cinco anos tudo pode mudar na vida. Pode-se fazer um novo coaching, terapia... Cada um busca sua fonte de alegria. Este é um processo que tem início e meio, mas não tem fim. Devemos nos avaliar eternamente, mas sem a neura de ter uma vida perfeita. Outra coisa que torna a vida mais sistêmica é o fato de comemorar as pequenas conquistas, como um elogio do chefe, ou um jantar legal com o marido, por exemplo.

de que forma é possível assumir diferentes papéis – profissional, família, amigos – de forma equilibrada?

cOsTa A primeira pergunta que se deve fazer é o que é vida equilibrada para cada um. São ciclos em que ficamos com as energias mais voltadas para determi-nados assuntos. É importante lembrar que não existe um equilíbrio eterno. Se for trabalhar menos e ficar mais com a família, por exemplo, a pessoa deve se questionar se isso significa mudar de em-prego ou ajustar as tarefas com o chefe e os colegas, ou almoçar em casa, ficar menos no computador, enfim. Uma vez entendendo o que é equilíbrio para si,

entra-se na segunda fase, que é entender que quando há ganhos também há per-das. É necessário perguntar se estamos dispostos às perdas também. Trabalhar menos, por exemplo, pode resultar em diminuição da renda. As pessoas geral-mente se confundem porque se cria um conceito social de equilíbrio, e porque elas não pensam nas perdas que algumas atitudes acarretam. Às vezes, as pessoas almejam um destino, mas não querem trilhar o caminho até este destino, e isso não é possível.

É possível alcançar a realização? como?cOsTa Vai depender do que é se sentir realizado. Novamente, são ciclos,

mas de maneira geral, é possível. Primeiro, tendo o pensamento de que se você quer que o marido tenha uma determinada característica, por exemplo, deve-se perguntar sobre a esposa que você quer ser. Enquanto essa pergunta não for respondida, eu não consigo acreditar em realização pessoal e profissional. Para mim, o pessoal está acima do profissional, acima de um pilar, que é um guarda-chuva. Na minha visão pessoal, a realização tem pouco valor se só estiver baseada em um ponto. Cada pessoa tem os seus pilares. Não acredito em uma pessoa que viva uma vida com apenas um pilar.

“o ideal é troCar o ‘ou’ pelo ‘e’. Ver aspeCtos

bons e as ruins, e não os bons Ou os ruins.”

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9724

Tradicionais ou inovadoras, as festas de casamento sustentam negócios de diferentes

enfoques. Do vestido ao bolo, passando pela decoração e buffet, celebrar esse momento

tem-se revelado um mercado em franca expansão

A forçAem celebrar uma união

Em um casamento, quando os si-nos da igreja tocam, é o aviso de que a noiva chegou. Em pé, os convidados aguardam sua entrada, ao som da mar-cha nupcial. Esta seria a descrição de um casamento tradicional, talvez até antiquado, não fosse uma cena tão re-corrente no século 21. Com algumas adaptações, claro. O sino não é obriga-tório, e a marcha nupcial muitas vezes é substituída por melodias contemporâ-

neas. O vestido branco hoje é off-white, e a festa, momento em que os noivos recebem os convidados, ganhou inega-velmente um novo status. Para o merca-do, trata-se de um segmento que rende bons frutos a diferentes negócios: esti-listas, doceiras, bandas musicais, DJs, serviços de buffet, floriculturas e outros. Não à toa, há feiras especializadas no setor de casamentos; na internet, pro-liferam-se blogs com dicas e novidades

para todos os tipos e tamanhos de ceri-mônias e festas. Dados de 2012 da As-sociação dos Profissionais, Serviços para Casamento e Eventos Sociais (Abra-festa) revelam que o nicho de mercado representado pelas festas de casamento movimentou mais de R$ 14 bilhões. “Fe-lizmente, hoje já podemos afirmar que as produções de festas aqui desenvolvi-das já são bem nacionais. É um merca-do ainda em formação, criando referen-ciais”, avalia Rodrigo Cardoso, um dos sócios-proprietários da Casar-RS.

Há mais de 15 anos, ele e Clóvis Games estão à frente da empresa que oferece serviços de consultoria, produ-ção e cerimonial, somando mais de 1,5 mil trabalhos realizados. “Como sempre dizemos, é fundamental o comprometi-mento, o profissionalismo e a responsa-bilidade para com a capacitação”, reforça Cardoso. Quem está no mercado sabe: o consumidor está cada vez mais exigente, e nesse nicho não seria diferente. Festas de casamento dificilmente incluem or-çamentos modestos, mas é possível co-À frente da Casar-RS, Rodrigo Cardoso e Clóvis Games já realizaram mais de 1,5 mil cerimoniais

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 25

memorar sem exageros. De acordo com Cardoso e Games, o segredo é saber ouvir e jamais perder o foco. “Comece sempre pelo princípio: quanto realmente tenho para investir neste momento único? E vá construindo cada etapa, sempre de forma equilibrada”, ensinam, lembran-do que uma festa sofisticada e elegante não é sinônimo de “jogar dinheiro para o alto”. Há fatores que influenciam, sim, na qualidade da festa e no tamanho do investimento, como a lista de convida-dos. “O fundamental é que a celebração tenha o perfil e o desejo exato daquilo que os noivos realmente querem para um dos momentos mais importantes de suas vidas”, enfatiza Rodrigo Cardoso.

A horA dA estrelAMomento preferido das mulheres

(não apenas das noivas, mas das mães, amigas e demais envolvidas) é a hora de definir o vestido. Alugar? Comprar? Mandar fazer? Esta é uma etapa espe-cial e delicada. A estilista Solaine Pic-coli, especialista em desenhar vestidos para noivas, não hesita: no grande dia, a noiva quer se sentir como uma prince-

sa. No caso das gaúchas, Solaine revela um perfil de mulher bonita e exigente. “Isso é bom, porque conseguimos dar o nosso máximo.” Para atender a cliente, a estilista lembra que o profissional tam-bém tem que fazer a sua parte: pesquisar e estar sempre atualizado é crucial. “O perfil da noiva gaúcha é completamente diferente do da paulista, por exemplo. A gaúcha tem um perfil mais apelativo, é sexy sem ser vulgar, quer mostrar a sen-sualidade escondida. A paulista é mais tradicional, não gosta de muito decote, é diferente. Aqui conseguimos ousar mais, mas também há muito romantismo e tra-dição.” Para Solaine, não restam dúvidas de que a festa de casamento é um evento que tem sido muito valorizado. Ela ob-serva um aumento tanto na demanda de serviços para ocasião quanto no número de pessoas trabalhando para a festa. “Os casamentos no Brasil são muito mais im-ponentes que em qualquer outro lugar do mundo”, conclui.

CerejA do boloReferência como serviço de buffet

para festas de casamento, o Cliff Restau-

rante, de Pelotas, é um dos mais solicita-dos para a ocasião, inclusive em cidades próximas, como Bagé e Jaguarão. “O mercado de festas de casamento está mais acelerado que antigamente”, reconhece a proprietária, Flora Maria Oliveira Nobre. A média de convidados por festa varia entre 200 e 300 pessoas, e quem con-vida deseja montar um evento com um ótimo cardápio, mas sem exageros. “As festas estão mais longas, com serviço de alimentação na madrugada. As recepções de casamento não são mais tão formais como antigamente”, compara Flora. Sím-bolo tradicional da festa, o bolo também faz parte do orçamento, mas não precisa envolver custos exacerbados. “Mesmo quem não dispõe de um investimento muito alto para a sua comemoração se dedica ao máximo para uma festa com es-tilo e personalizada, do jeito que sempre sonhou”, afirma a cake designer Mariana Boll, de Porto Alegre. Bolos rústicos ou em degradê são algumas tendências em festas mais inovadoras. “Mas o bolo clás-sico, aquele modelo branco, delicado e romântico, com flores ou laços, é o sonho da maioria das noivas”, revela Mariana.

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G E S T Ã O

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stou na correria.” A frase, quase um clichê, é utilizada com frequência por 10 entre 10 empresários. A expressão vale, igualmente, para gestores e demais fun-cionários de uma organização. A verdade é que está cada vez mais difícil não levar um ritmo de vida acelerado, em especial nas grandes cidades e capitais. As horas no trânsito e as demandas das empresas multiplicam-se numa veloci-dade quase incalculável, o que culmina na elevação dos níveis de estresse e de ansiedade da população.

Ainda que a tecnologia proporcione cada vez mais agilidade e praticidade no dia a dia, é comum ver profissionais insatisfeitos com a rotina, convivendo frequentemente com a sensação de que mesmo após 12 horas no escritório pouco foi feito. Como manter o equilíbrio? “O grande problema é que as pesso-as querem uma fórmula automática de administrar o tempo, e isso não existe”, constata Jaime Wagner, diretor da PowerSelf, empresa especializada em apri-morar a gestão do tempo. “O que nós chamamos de administração do tempo é um processo pelo qual você deixa de trabalhar tanto no automático e passa a ter um pouco mais de consciência.” Por meio de exercícios e à base de muita re-flexão, a proposta da PowerSelf é que o indivíduo consiga realizar uma priorização

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O desafio de

o tempoadministrar

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7

A agenda atarefada é familiar a boa parte dos executivos. De que forma é

possível cumprir o máximo de compromissos e, ao mesmo tempo, incluir

na rotina momentos para a família, os amigos e para si mesmo? Confira

dicas de especialistas sobre como realizar o que é importante e livrar-se da

sensação de “apagar incêndios”

27

texto: luísa kalil

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9728

diária. A ideia é que sejam feitas listas, as quais estarão relacionadas a dois aspectos que têm a ver com prioridade: importân-cia e urgência. O primeiro, explica Wag-ner, é sinônimo de valor. O segundo quer dizer prazo, ou seja, perda de valor. “Não são sinônimos, mas estão relacionados”, acrescenta. Contudo, o diretor da Power-Self salienta a diferença entre a urgência objetiva (prazo) e o sentimento de urgên-cia, que nada mais é do que pressa. Em outras palavras, ansiedade.

O vAlOr DAS ESCOlhASConfundir prioridade com pressa

resulta em ansiedade. Quando essa é priorizada, a resposta é simples: gera-se ainda mais ansiedade. Na contramão, quando a prioridade é o valor, tem-se e gera-se mais valor. “Agora, o que é va-lor para cada um, é subjetivo”, comenta Jaime Wagner. Entre os diferentes sig-nificados para o que conhecemos como

“falta de tempo”, um deles é o custo de oportunidade. De acordo com Wagner, este é o conceito que afeta mais aos em-presários. “Uma coisa é o custo direto de fazer algo, o que nos custa em es-forço e tempo; outra é o custo de opor-tunidade, dado pelo valor daquilo que se deixou de fazer.” Isto é, fazer uma escolha implica perder algo, mas nem sempre se tem consciência sobre o cus-to dessa oportunidade. De acordo com a filósofa Dulce Magalhães, autora do best-seller Superdicas para administrar o tempo e aproveitar melhor a vida, o mun-do contemporâneo exige que se apren-da a conviver com a renúncia. Nesse contexto, aprender a fazer escolhas é fundamental. “Toda escolha demanda abrir mão do que não foi escolhido, isso é uma regra do jogo. Tudo o que precisamos fazer é definir nosso tempo no dia a dia, procurando colocar o que tem prioridade e o que tem valor em prática, o restante se faz na medida do possível”, determina. De acordo com o diretor da PowerSelf, o custo da oportu-nidade é mais alto para quem tem mais opções. “A pessoa mais demandada ou com mais responsabilidades tem mais opções, e o custo de oportunidade das suas escolhas é maior, porque deixa de fazer mais atividades a cada momento”. Wagner exemplifica: “Os funcionários têm mais tarefas de rotina do que os gestores que as delegam. Mas delega-se o esforço e compartilha-se a responsa-bilidade. Por isso, o gestor tem mais res-ponsabilidades que seus funcionários”. Em alguns ambientes de trabalho, é di-ária a sensação de que se está apagando um incêndio atrás do outro. Para evitar que isso aconteça, a solução é simples,

mas exige planejamento: realizar as ati-vidades enquanto elas são importantes, e concluí-las antes que sejam classifi-cadas como urgentes. “Administrar o tempo é agir mais e reagir menos”, de-fine Jaime Wagner. Reagir, na verdade, compete à natureza humana. Sendo as-sim, é mais comum a um indivíduo ou mesmo uma comunidade reagir, e não agir. Quando se dá início a ações con-sideradas não naturais, porque exigem disciplina (a qual, por sua vez, não é na-tural), é necessário treinamento. “Pre-cisamos transformar isso em hábito, em rotina, que tenha como resultado mais trabalho no que é importante, sem dei-xar que se torne urgente. Do contrário, todos acabam por apagar incêndios”, conclui o diretor da PowerSelf.

TEMpO livrE, SEM CulpAO dia nunca deixou de ter 24 horas,

mas um dos motivos que o fazem parecer mais curto é justamente o aumento das demandas, e, se isso acontece, é porque as mesmas são aceitas. Está ficando di-fícil suportar o tempo livre sem culpa, abrindo espaço para a ansiedade. “Na sociedade ocidental pós-moderna, pro-dutiva e pragmática, quem não está fa-zendo algo está ‘parado’, só pensando, é um desocupado, um inútil, sem valor”, avalia Jaime Wagner. Entretanto, lem-bra o empresário, na Grécia antiga o ócio era a virtude dos que se dedicavam à contemplação. “Na ética do trabalho, tornou-se o pecado dos indolentes.” Por isso, para viver melhor e realizar mais, a consciência sobre uma boa gestão do tempo é crucial, e isso não significa quantificar o tempo que se dedica a uma tarefa ou outra. Tão importante quanto

“As pessoas querem uma

fórmula automática

de administrar o tempo, e isso

não existe.”

Jaime WagnerDiretor da powerSelf

Frederico mombach/divulgação powerselF

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 29

– ou mais – é lembrar que dar conta de tudo é pura ilusão. Desta forma, equilí-brio passa a ser uma palavra-chave.

O consultor e especialista em gestão do tempo Christian Barbosa afirma que a boa administração do tempo é a soma do resultado com equilíbrio. Em outras palavras, obter resultado na carreira e, ao mesmo tempo, estar bem de saúde e nos relacionamentos, seja família ou amigos, por exemplo. Barbosa não nega que, atu-almente, tudo contribui para um ritmo de vida mais acelerado e um nível de estres-se maior: o trânsito e até mesmo a tec-nologia são alguns aspectos elencados por ele. Entender como elaborar uma rotina com mais qualidade passa a ser, portanto, fundamental. “Não aprendemos isso na escola, precisamos nos dedicar a aprender técnicas para uma vida melhor”, resume. O autor dos livros A tríade do tempo (con-fira o teste extraído do livro na página 31) e Equilíbrio e Resultado – Por que as pessoas não fazem o que deveriam fazer? reconhece que há pessoas que se acostumam a tra-balhar em meio à crise, mas isso não quer dizer que não tenham o desejo de mudar. “Quem se acostuma a trabalhar sob pres-são é uma exceção, e não a regra.”

GESTÃO DA COrAGEMValores nos são dados, não criados,

e representam aquilo que achamos que devemos fazer, sempre relacionado ao outro. “Se você perguntar ao seu chefe o que você deve fazer, ele dirá: trabalhar. Se perguntar ao seu filho ou marido, ele dirá que deve dar mais atenção a ele”, exem-plifica Jaime Wagner, da PowerSelf. Assu-mir diferentes papéis com equilíbrio pode ser uma tarefa árdua, e aí entra um ponto delicado, porém de extrema importân-

cia: a reflexão. Ela pode ser praticada de duas formas: isoladamente ou no diálogo. A segunda opção envolve a presença de outra pessoa, pode ser um amigo, um familiar ou um terapeuta. “Mas você só assume os seus valores individualmente”, enfatiza Wagner. Neste aspecto, Christian Barbosa complementa: “Mais difícil que a gestão do tempo é a gestão da coragem”. Assumir uma postura é algo inerente a cada um e não se pode esperar que outros o façam por você. “A vida acontece lá fora, onde criamos nossos relacionamen-tos, nossas amizades. Se não houver essa parte, não há vida. Cada vez mais temos que ignorar o que os outros falam e viver mais aquilo que queremos”, aponta Bar-bosa. Mesmo assim, o consultor reconhe-ce: “É difícil”.

Dulce Magalhães é enfática: tempo é um processo mental, uma forma de perceber a realidade. “Às vezes, temos que esperar cinco minutos por alguém e parecem horas; outras vezes, um dia passa voando. Assim, tempo não é o es-paço percorrido pelo ponteiro do relógio, mas a forma como vivemos este espaço.” Tempo e vida são sinônimos absolutos, ensina a filósofa e também pesquisadora, palestrante e consultora. “Se digo ‘estou sem tempo para mim agora’, estou, de fato, dizendo ‘estou sem vida para mim agora’.” Ao ter consciência disso, o que é prioridade tende a ficar mais claro. “E isso é tudo o que precisamos para ter uma melhor gestão do tempo”, resume Dulce.

pEnSAMEnTO ESTrATéGiCOComo num jogo de futebol, a estra-

tégia permeia a vida dos executivos. Em uma organização, seja para avançar no mercado ou mesmo instituir mudanças

internas, as estratégias são necessá-rias. Para melhorar a gestão do tempo, também. “Pensar estrategicamente é, antes de tudo, definir o que promove mais impacto e tem maior relevância no processo da vida”, explana Dulce Magalhães, ao lembrar que estratégia é, na verdade, o oposto do esforço. “As-sim, podemos fazer mais com menos, seja tempo ou outros recursos, e, desta forma, obter resultados de maior reali-zação.” Para aprimorar a administração do tempo, a estratégia pode envolver o uso de algumas ferramentas. Uma de-las é recorrer a uma agenda, bloco de papel, celular ou notebook, por exem-plo, em que o empresário pode anotar os compromissos e atividades a serem realizadas. “Escreva, não deixe tudo na cabeça”, sugere Christian Barbosa. Outra dica do consultor é tomar água. Simples, porém frequentemente esquecido. “A água ajuda a acelerar o processo cogniti-

“Toda escolha demanda abrir

mão do que não foi escolhido,

isso é uma regra do jogo.”

Dulce MagalhãesFilósofa

arquivo pessoal

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9730

isso é um dos hábitos a que as equipes da CCM recorrem, diminuindo o índice eventual de “esquecimento ou marcação de reuniões ao mesmo tempo”. Magda e Juliane antecipam: seja qual for a empre-sa, nenhuma equipe apresenta constante alta produtividade. “No entanto, se pos-suir capacidade de comunicação, de esta-belecer o grau de importância de cada ta-refa e administrar problemas e conflitos, certamente será uma equipe produtiva na maior parte do tempo, o que contri-buirá ao desempenho de todos: pessoas, equipes e empresa.”

Em Gravataí, a Sogil – Sociedade de Ônibus Gigante Ltda. identificou, duran-te a avaliação de desempenho em 2011, que os funcionários (tanto supervisores quanto analistas e assistentes) apresen-tavam carência de ferramentas internas que possibilitassem a priorização de ati-vidades. Para preencher a necessidade, a empresa investiu em treinamentos. “Atingiu bem a nossa expectativa”, conta a analista de capacitação da Sogil, Tatia-na Cordova. Ela acrescenta que, três me-ses após cada treinamento, são realizadas avaliações de eficácia, as quais incluem perguntas sobre aplicação diária, facilida-des e dificuldades. Constatado que havia boa produtividade a partir do uso de téc-nicas de priorização, a empresa entendeu que era possível organizar a rotina e não depender do ritmo de “apagar incêndio”. “Produtividade está relacionada ao lucro, ao bom atendimento ao cliente, à presta-ção de um bom serviço e também ao cli-ma organizacional. O colaborador treina-do acredita mais no seu próprio trabalho e entende que, se a empresa está desen-volvendo ele, é porque ele tem potencial e é importante”, confia Tatiana.

vo, ficamos mais focados e concentrados. Com sede, o cérebro fica mais cansado.” Outro ponto importante é fazer uma pausa de cinco minutos a cada duas horas de trabalho, para repor a energia. “Essas pausas ajudam nos momentos de concentração”, acrescenta Barbosa. Jaime Wagner recomenda três hábitos que, transformados em rotina, contri-buem para a boa gestão do tempo. O primeiro é anotar conversas e ideias ao longo do dia, processando a informação recebida e a anotada. O segundo hábito é planejar, com calma, o dia seguinte. “Sem calma, executa-se sem planejar, isto é, reagir sem pensar.” O terceiro e último ponto levantado por Wagner é a pausa semanal de 30 minutos a uma hora para avaliação de projetos e tare-fas mais complexas, definindo o que virá a seguir. Neste cenário também devem ser considerados compromissos pessoais e familiares. “As pessoas se queixam de não ter tempo para outra coisa senão o trabalho, mas, na verdade, elas se deixam

afundar numa rotina reativa, sem tomar iniciativas de mudança”, observa.

O DiA A DiA nAS EMprESASNa CCM Eventos, que atua no ge-

renciamento, desenvolvimento e or-ganização de eventos médicos, a cada projeto é destinada uma equipe, formada por pessoas com responsabilidades com-plementares, as quais são repassadas a cada integrante por um gestor. A gerente administrativa e financeira da empresa, Magda Maciel Homrich, destaca que quanto maior a produtividade de cada in-divíduo, mais resultados a equipe obtém. “Se uma pessoa não consegue gerenciar bem seu tempo, acaba comprometendo o trabalho do colega, os resultados do pro-jeto e, consequentemente, da empresa.” Para evitar que tal situação aconteça, uma das soluções propostas pela em-presa foi recorrer a cursos in company, com foco no gerenciamento de tempo. “Todos os membros da equipe já fizeram esse treinamento e, recentemente, uma reciclagem por meio de uma palestra”, comenta Magda. Para complementar, a empresa também adquiriu programas ele-trônicos de Gerenciamento de Projetos. “Acreditamos que outras ferramentas, como a utilização de softwares específicos, aumentam o controle e desempenho da equipe”, garante a gerente de Projetos da CCM, Juliane Lumertz. Ela e Magda ob-servam que, a partir dessas iniciativas, os integrantes das equipes sentem-se mais tranquilos com relação aos seus respecti-vos trabalhos. Tanto os cursos quanto os softwares contribuem para a organização de tarefas a serem realizadas em curto, médio e longo prazos. O hábito de ano-tar e ter uma ferramenta específica para

“Mais difícil que a gestão do

tempo é a gestão da coragem.”

Christian BarbosaAutor do livro A tríade do tempo

divulgação/christian barbosa

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Se seu tempo tiver mais Importante:parabéns! A composição ideal da Tríade é formada com a predominância da esfera da importância. isso significa que você está dedicando seu tempo para ações da sua identidade, das suas metas na busca da realização dos seus maiores sonhos. não deixe de reforçar essa

composição aprendendo novas estratégias para maximizar o uso do seu tempo.

Se seu tempo tiver mais Circunstancial:As circunstâncias são qualquer tipo de atividade à qual você é levado a fazer em função de uma situação, condição, ambiente ou de outra pessoa – sem a sua vontade total. Quando essa esfera é a maior em sua vida, existe a possibilidade de você estar fazendo o que as outras pessoas querem e não lutando pelos seus maiores sonhos. é preciso assumir o comando da sua vida e não deixá-la nas mãos das circunstâncias. é urgente que você pare

para planejar sua vida, definir objetivos e aprender sobre gestão de tempo.

Se o Urgente for predominante:Se a maior parte do seu tempo estiver com atividades urgentes, é preciso que você comece a reforçar suas técnicas de planejamento. A dica é planejar pelo menos três dias para frente e principalmente centralizar em uma única ferramenta todas as suas atividades, caso contrário não conseguirá ter a visão do todo e seu planejamento não irá funcionar. Quem tem muitas urgên-cias não pode alocar todo o dia, é preciso deixar entre 30% e 45% do seu tempo para resolver essas eventuais urgências, e com o resultado do planejamento vá diminuindo esse percentual. ler um livro sobre administração do tempo irá ajudar também a aprimorar seus resultados.

A seguir, você tem um questionário resumido e parcial, no qual você pode verificar qual esfera da Tríade tem sido mais predominante em sua vida. Esse questionário está dividido em três grupos de 3 questões (A,B,C), às

quais devem ser atribuídos valores, conforme a escala abaixo:

perguntas para composição da Tríade do Tempo:

No Pergunta Pontuação

1 Tenho realizado tarefas que não me trazem resultado pessoal ou profissional, por comodidade, necessidade, ordens ou falta de opção. 1 2 3 4 5

2 não consigo realizar tudo que me propus fazer no dia e preciso fazer hora extra ou levar trabalho para casa. 1 2 3 4 5

3 Quando recebo um novo e-mail, costumo dar uma olhada para checar o conteúdo. 1 2 3 4 5

4 Tenho dedicado regularmente tempo para pessoas importantes em minha vida. 1 2 3 4 5

5 Costumo resolver problemas e urgências que acontecem inesperadamente no meu dia a dia. 1 2 3 4 5

6 Costumo aceitar facilmente tarefas que outras pessoas me pedem. 1 2 3 4 5

7 Consigo tempo para esporte, lazer e atividades pessoais. 1 2 3 4 5

8 Tenho o hábito de deixar para a última hora a conclusão de atividades diversas. 1 2 3 4 5

9 Escrevo metas, bem especificadas e com passos para alcançá-las, para os sonhos que desejo realizar a curto, médio e longo prazos. 1 2 3 4 5

Muito bem! para finalizar vamos descobrir a

porcentagem do seu tempo em cada esfera

da Tríade. Siga as instruções abaixo, fazendo

as contas com sua calculadora, e escreva

a porcentagem de cada esfera no campo

correspondente da Tríade:

Esfera da Importância: X 100 total Btotal geral

Esfera da Urgência: X 100 total Atotal geral

Esfera da Circunstância: X 100 total Ctotal geral

%

Importante

%

Urgente

%

Circuns-

tancial

1 – Nunca ; 2 – Raramente ; 3 – Às Vezes ; 4 – Quase Sempre ; 5 – Sempre.

Agora some os resultados, conforme o número da pergunta:

Conjunto ANo Pergunta Valor

2

5

8

TOTAL A=

Conjunto BNo Pergunta Valor

4

7

9

TOTAL B=

Conjunto CNo Pergunta Valor

1

3

6

TOTAL C=

Some os valores totais dos três conjuntos. repare

que o valor máximo dos três conjuntos somados

não pode ultrapassar 45 e o valor mínimo não

pode ser inferior a 9.

Total A: + Total B: + Total C: = Total Geral

TESTE tríade do tempo

repr

oduç

ão tr

íade

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temp

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aiba maisS

Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9732

C O N S U M O

i M a g i N a S ó !

Emoções à flor da lenteAlgumas pessoas não disfarçam seu constrangimen-

to, ansiedade ou medo, por exemplo, perante uma

determinada situação. Outras, porém, têm facilidade

em escondê-las. A empresa norte-americana 2Al Labs

criou um modelo de óculos com o qual é possível

identificar as emoções das pessoas por meio da

coloração das lentes. O projeto torna-se viável, pois

a concentração de oxigênio no rosto dos indivíduos

aumenta ou diminui de acordo com o que eles estão

sentindo. Os óculos 02Amp foram desenvolvidos com

lentes que neutralizam componentes da iluminação

natural e, assim, permitem a quem utiliza o objeto per-

ceber o que os outros estão sentindo, uma vez que

a lente muda de cor. Para o site Springwise, ladrões

mentirosos e jogadores de

pôquer que blefam podem

estar com os dias contados!

Em contrapartida, os óculos

podem servir como um au-

xílio para que médicos consi-

gam identificar enfermidades,

como febres, de imediato.

LOLa ROdRigUez/StOCk.xChNg

Confira nove dicas para atrair o público da Geração YCom base em um estudo de caso da rede norte-americana de fast-food

Mc Donald’s, o NPD Group realizou um levantamento sobre como as em-

presas podem atrair os consumidores da faixa etária entre 18 e 29 anos,

também conhecidos como Geração Y. Confira, abaixo, nove dicas para

“bombar” seu negócio com os jovens:

t R a B a L h O

Metade dos brasileiros já assumiu culpa por terceiros

Um estudo realizado pela Robert Half com 1.775 diretores de Recursos Humanos de 19 países revela que metade dos brasileiros já assumiu a culpa por falhas de outras pessoas no ambiente de trabalho. Apesar de alta, a média do Brasil está abaixo da mundial, que é de 56%. A nação onde os executivos mais se responsabilizam por erros de terceiros é a Alemanha, com 73%, contra os 42% da Bélgica, onde os funcionários não adotam essa atitude com frequência. Os motivos que levam os brasileiros a tomar essa iniciativa, segundo o estudo, são quando a falha é pequena e não vale uma discussão (38%), enquanto 30% dos entrevistados afirmaram assumir a culpa por se sentirem diretamente responsáveis pelo erro.

1. Ofereça um cardápio variado: jovens buscam múltiplas possibilidades e gostam de

expressar sua personalidade; crie opções relacionadas ao estilo de vida de cada um.

2. Elabore campanhas de sustentabilidade: o projeto deve envolver o público da

Geração Y em ações sociais, que costumam ser muito divulgadas em redes sociais.

3. Imponha desafios: criar jogos com recompensas, como descontos, pode ser uma

boa maneira de conquistar consumidores da faixa etária dos 18 aos 29 anos.

4. Estimule o compartilhamento: é preciso criar ações de marketing que eles

considerem legais e os estimulem a compartilhar em redes sociais, como o Facebook.

5. Identifique grupos que frequentem o seu negócio: é importante ter conhecimento

sobre as preferências dos consumidores, descobrindo, assim, seus hábitos de consumo.

6. Use diferentes canais de comunicação: a ação pode ser feita via e-mail marketing,

post no Twitter, torpedos de celular ou mensagens instantâneas no WhatsApp.

7. Não exagere: apesar de utilizar diversos meios de comunicação, o recomendado é

enviar, no máximo, uma promoção por semana, para que o consumidor não se canse e

mantenha o interesse no produto.

8. Una a vida real à virtual: promover ações em lojas físicas voltadas aos clientes que

fazem parte das redes sociais da empresa (e vice-versa) é um bom exemplo.

9. Estimule-os: o jovem quer se sentir ouvido no processo de melhoria do negócio. A

Geração Y gosta de empresas que dão voz e visibilidade ao consumidor.

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 33

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B&S

O sucesso do plus size na redeUma loja de lingerie da Suécia – cujo

nome não foi divulgado – tomou

uma atitude diferente das demais.

Em suas vitrines, manequins plus size

exibiam os produtos, geralmente

expostos em bonecas magras.

A página no Facebook do grupo

Women’s Right News postou a

imagem no início de março e

“boom”: em uma semana, a foto

registrou 60 mil “curtidas” e 20 mil

compartilhamentos. Na legenda,

uma frase provocante: “Manequins

na Suécia. Elas se parecem com

mulheres reais. Os americanos

deveriam investir em algo desse

tipo”, na tradução para o português.

Estimou-se que a vitrine fosse de

uma loja da marca H&M, mas a rede

negou que tenha manequins plus size

em suas unidades, de acordo com o

jornal Huffington Post.

N e g ó C i O S

i N t e R N e t

Estado é o campeão em doenças laborais no SulDados de acidentes de

trabalho, levantados ao

longo de 22 anos com

base em informações do

Ministério da Previdência,

alertam que o Rio

Grande do Sul é o estado

com maior número de

incidências da região Sul do

país. A média de doenças

laborais em terras gaúchas é aproximadamente 50% maior do que as de Santa

Catarina e Paraná juntas. Os catarinenses apresentam 899 casos de adoecimento

por ano; os paranaenses, 890, já os rio-grandenses registram 1.868. Mesmo

assim, em 2011, os três estados reduziram o número de acidentes de trabalho.

O Paraná foi o campeão, com decréscimo de 42,6%, seguido por Santa Catarina,

com 32,5%, e o Rio Grande do Sul, com discretos 4,8%.

O perfil dos “malas” das redes sociais

A empresa Sweatband fez uma

pesquisa com seus consumidores

a fim de saber qual perfil de amigo

nas redes sociais é o mais incô-

modo. Os participantes poderiam

escolher mais de uma opção.

O resultado você confere ao lado.

Brasileiros têm medo de empreenderPesquisa realizada pela Endeavor revela que, apesar de ser a segunda nação com maior desejo de abrir seu próprio ne-

gócio, os brasileiros têm medo de empreender. Entre os pontos críticos citados estão a falta de recursos financeiros, a

possibilidade de falência e a necessidade de ter uma noção concreta e real dos riscos e demandas da empreitada. Além

disso, grande parte dos participantes acredita que o empreendedorismo é um dom, pois já nasce com a pessoa. O es-

tudo identificou que 76% da população brasileira sonha em ter seu próprio negócio, e enquanto 50% dos entrevistados

acredita ser provável concretizar a ideia em cinco anos, apenas 19% a apontam como “muito provável” de ser aplicada.

O país onde a população mais deseja abrir um negócio é a Turquia.

Viciados em academia e cultura saudável (53%)

Aqueles que postam fotos de pratos de comida (45%)

Desesperados/tristes e suas reclamações online (42%)

Viciados em joguinhos (37%)

Mamães corujas (36%)

Amigos que expõem suas intimidades (32%)

Pessoas que fazem check-in constantemente (26%)

Perfis que convidam para diversos eventos (25%)

Viciados em compartilhamentos e RTs (22%)

Pessoas que fazem propaganda de seus negócios (19%) Ja

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novaçãoI

Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9734

mpresários de todos os portes – grandes, médios e pequenos – estão atentos quanto à competitividade de suas empresas. Por isso, buscam criar caminhos inovadores para garantir es-paço junto a um consumidor cada vez mais exigente e informado.

Para se manter comercialmente vivo e conquistar o reconhecimento público, é preciso, sim, inovar sempre ou avançar no aperfeiçoamento de fórmulas de su-cesso consolidadas. A receita, no entan-to, não é suficiente. A inovação tem que vir acompanhada de muito planejamen-to e da utilização de modernas ferramen-tas de gestão e de administração, além do velho e bom feeling daqueles que têm o tino para os negócios.

O mestre em Administração de Empresas – Gestão da Qualidade e sócio-fundador da Consultoria Pierac-ciani, Valter Pieracciani, é categórico ao afirmar que “em cinco anos, existirão apenas dois tipos de empresas: as inova-doras e as falidas, porque o cliente é im-

placável com a mesmice”. O autor dos livros Qualidade não é mito e dá certo e Usina de inovações já dirigiu mais de 500 projetos de sucesso em empresas reco-nhecidamente vencedoras. A sabedoria de Valter Pieracciani foi transformada em uma empresa, que hoje é referência em consultoria empresarial.

Não é por menos que as empresas brasileiras precisam cada vez mais de um suporte para competir. Instituições como o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae)

E

Mudançade cultura e de olharSeja por valorizar uma cultura ultrapassada ou pela falta de aperfeiçoamento de produtos ou

serviços no mercado, o empresariado brasileiro ainda registra um baixo investimento quando

se fala em inovação. Entenda por que isso acontece

realizam constantemente pesquisas so-bre a realidade das empresas no Brasil. Os dados são desanimadores para os empresários; afinal, cerca de 50% das micro e pequenas empresas morrem nos primeiros quatro anos de operação. Segundo Pieracciani, a explicação é simples: “Competir fazendo o que qual-quer um faz é uma ótima maneira para se falir em dois anos ou menos”. A lição que o empresariado pode tirar desse alerta é que investir em novidades re-almente pode salvar vidas e empregos. Entre os principais problemas estão a falta de aperfeiçoamento de produtos ou serviços e a ausência de gestão tanto empresarial quanto financeira.

Aperfeiçoar produtos e servi-ços é essencial para que uma peque-na empresa se consolide no mercado. O contrário, a ausência de inovação, de diferenciação da concorrência, contri-bui significativamente para o fechamen-to dessas empresas. Mas o que fazer? São várias as formas de garantir a ajuda ne-

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Pieracciani: cliente é implacável com a mesmice

texto: alexanDre soares Pinto

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 35

cessária para conquistar uma vantagem competitiva no mercado. Vale a pena um olhar especial às universidades.

ExpEriMEntaçãoAs estratégias que poderão ser cria-

das para que uma empresa inovadora entre no mercado são foco de pesquisa acadêmica. Os grandes parques tecno-lógicos que atuam dentro de respeita-das universidades no Estado realizam importantes e prósperas alianças entre a academia, os órgãos governamentais e a iniciativa privada.

O Tecnopuc, da Pontifícia Univer-sidade Católica do Rio Grande do Sul – PUCRS, e o Tecnosinos, da Universidade do Vale do Rio do Sinos – Unisinos, são modelos de estrutura tecnológica e inte-lectual necessários para apoiar empresas de grande, médio e pequeno portes. Essa união de forças beneficia cada uma das partes envolvidas, e o resultado é o de-senvolvimento econômico autossusten-tável, pois uma empresa com aporte aca-dêmico e governamental possui diversas ferramentas para que se mantenha ativa. O retorno para o investidor é, claramente,

a garantia de sucesso e a vantagem com-petitiva necessária para atrair o mercado consumidor. No entanto, esse promissor suporte disponível ainda precisa ser visto com outros olhos pelos empresários.

Investimento em inovação não é so-mente para o setor industrial. A inova-ção pode acontecer em quatro diferentes estágios: no processo de fabricação, no produto desenvolvido, na gestão admi-nistrativa e no negócio em si que ofereça um tipo de serviço inédito no mercado. O diretor do Tecnopuc, Roberto Astor Mos-chetta, afirma que, infelizmente, a cultu-ra brasileira do empresariado ainda privi-legia o conceito do “copia e aperfeiçoa”. “Para o estágio de desenvolvimento para o qual o Brasil caminha, o copiar e aper-feiçoar não é mais suficiente. Precisamos entender que qualquer setor pode inves-tir em pesquisa e inovação. Atualmente as empresas que não se preocupam com a inovação podem não fazer o diferencial necessário para conquistar o mercado, que está cada vez mais competitivo”, fi-naliza ele. Atualmente, diversas empresas se encontram “incubadas” nesses parques tecnológicos, testando e aperfeiçoando

pesquisas e protótipos que, aos poucos, encontram aplicação fora dos laborató-rios. Mas não é necessário manter um polo de pesquisa dentro da universidade. Há núcleos de apoio à gestão da inovação que contam com profissionais que reali-zam um diagnóstico identificando o que as organizações precisam para crescer. Dessa forma, uma equipe de assessores realiza capacitações por meio de visitas com a realização de cursos, seminários e workshops sobre temas que precisam ser abordados dentro de uma companhia que almeja ser inovadora.

Valter Pieracciani salienta que ino-var é dever de todos dentro de uma em-presa: “Deve estar na mente e no cora-ção de 100% dos funcionários que todos podem ter grandes ideias e aplicá-las”. Portanto, a inovação não está somente nas mãos do empresário. Os colaborado-res têm um importante papel: executar na prática o planejamento.

O risco é inerente ao empreendedo-rismo. Ao não querer enfrentar esta pre-missa, o empresário inibe o processo da inovação, mantendo a gestão no trivial. “É preciso coragem”, enfatiza Pieracciani.

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9736

TexTo: Rafael TouRinho Raymundo

mundo conectado mudou os hábitos de consumo da população. Cada vez mais, o setor de bens e ser-viços se depara com o showroomer: o cliente vai até a loja, analisa um pro-duto em detalhes, mas acaba efetu-ando a compra pela internet, pois fez uma rápida pesquisa e encontrou um site que vendia o artigo por um preço menor e o entregava na porta de casa. O acesso às informações é fácil e qua-se instantâneo.

A rede também amplifica a boa ou má reputação de um estabelecimento. Se a pessoa for bem recebida, ela tal-vez publique um elogio no Twitter ou no Facebook. Porém, se o atendimento for ruim, a tendência é que o estrago seja grande. “As avaliações negativas se multiplicam muito mais que as positi-vas”, diz José Roberto Resende, diretor da Shopping Brasil.

Em meio a esse cenário, o desafio é conquistar a clientela logo de saída. Para isso, o ponto de venda deve propor-cionar uma experiência diferente, única, inigualável. E não é exagero. Segundo Resende, o cliente não pode ser me-nos que “maravilhosamente atendido”. O ambiente da loja tem que ser agra-dável, sem filas (afinal, o tempo hoje é corrido). A disposição dos produtos deve facilitar o acesso aos mesmos (con-veniência é outra preocupação constan-te); é esperado dos colaboradores sanar qualquer dúvida sobre a mercadoria e estar sempre com um sorriso no rosto, demonstrando simpatia e cordialidade. “É uma soma de pequenos detalhes que fazem a diferença”, resume.

É claro que não é possível agradar a todos. Portanto, uma solução sugerida por Resende é focar num público-alvo. É preciso conhecer o perfil do consumidor

O

Lugaresque conquistamA experiência no ponto de venda pode atrair ou afugentar consumidores. Por isso, não

basta oferecer produtos ou serviços de qualidade. Deve-se criar um ambiente diferenciado,

em que predominem sensações como conforto e acolhimento

e saber com quem se está lidando, a quem proporcionar a experiência diferenciada. Desta maneira, “para aquele público, o estabelecimento vai ser o paraíso”.

simpatia veste bemNa loja de roupas femininas Farm,

a equipe entende de moda – às vezes, até mais que as próprias consumidoras. “Muitas não sabem se vestir e pedem ajuda”, explica Letícia Pacheco Borges, gerente da unidade do Moinhos Shop-ping, em Porto Alegre. A orientação é agir com sinceridade: nada de falar que a peça caiu bem apenas para agradar e conseguir a venda. “Primeiro escuta-mos o que a cliente achou. Se ela pede opinião, não adianta dizer que a roupa está linda e depois uma amiga falar que está horrível”, afirma Letícia.

Além disso, as visitantes estão sem-pre no campo de visão das atendentes.

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 37

Tem gente que chega à loja apenas para conferir as novidades, sem pro-curar algo específico. Entretanto, tão logo alguém mostre interesse por um produto, uma vendedora deve pron-tamente chegar ali para informar o preço, os tamanhos disponíveis, bem como encaminhar a pessoa ao prova-dor. Tudo feito com muita simpatia.

Para quebrar o gelo, a equipe trata a clientela pelo nome, puxa conversa sobre o clima, enfim, vai criando uma situação de conforto e, principalmen-te, confiança. É importante que o público saiba que será bem recebido e terá suas necessidades atendidas. O resultado são relações sólidas de verdade. “Algumas clientes dizem que compram aqui porque damos mais carinho”, informa Letícia. “As meni-

nas que trabalham há mais tempo na loja são as que mais têm clientes, pois criaram essa relação.”

História de seduçãoO objetivo de Claiton Franzen era

ter um negócio em que o cliente se sen-tisse tão bem quanto na casa da pessoa amada. Foi assim que surgiu a ideia da sedução, representada pelo romance de Dom Pedro I com a marquesa de Santos, célebre amante do imperador. A história dos dois inspirou o Dometi-la Café, situado no bairro Moinhos de Vento, em Porto Alegre.

Chegando no lugar, o público é recepcionado com uma chuva de pé-talas de rosas. “Reis e rainhas são re-cebidos assim”, comenta Franzen. E os mimos não param por aí. No banheiro

feminino, é possível encontrar cremes para as mãos, lenços, até batom. No inverno, se o cliente sente frio, pode ser envolvido com um cobertor, ou trocar os sapatos úmidos de chuva por pantufas. O segredo está na empatia: colocar-se no lugar do outro, entender o que ele precisa. Há um custo alto para tanto – o equivalente ao salário de dois funcionários –, mas que com-pensa pela satisfação da clientela.

Em contrapartida, a casa tem suas regras. “Eu tenho uma máxima: o cliente geralmente quase nunca tem razão”, enfatiza Franzen. “Ele tem ra-zão se o copo está sujo, se o banhei-ro está sujo, mas não é porque está pagando que ele pode tudo.” Cinza de cigarro no chão, por exemplo, nem pensar; o cinzeiro está na mesa para

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onsumoC

Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9738

ser usado. Seria quase como uma re-lação de pai com seus filhos, compara o proprietário do Dometila.

Franzen garante, porém, que a ati-tude não afugenta os consumidores, pois eles sabem o que vão encontrar. É questão tanto de identidade do café quanto de identificação dos visitantes com o ambiente. “Existe diferença entre receber e acolher um cliente”, argumenta o empresário. “Por mais que a pessoa esteja com vontade de quebrar os pratos, fica difícil, pois es-tabelecemos uma relação íntima. O acolhimento te deixa mais amoroso.”

tradição divertidaQuebrar pratos, no sentido literal da

expressão, é um dos principais atrativos do Greek Donner, restaurante grego situado na capital gaúcha. Inaugurado em 2004, o espaço ganhou fama após a cultura helênica despertar o interes-se do público, devido às Olimpíadas de Atenas e à novela Belíssima (Rede Glo-bo, 2005-2006), que tinha cenas em ilhas da Grécia. Além de experimentar os pratos da terra de Platão e Arquime-

des, os clientes têm a possibilidade de participar do ritual que promete afastar os espíritos ruins.

Gabriele Marchezani, sócia-pro-prietária, conta que o estabelecimento tem sua clientela cativa, mas também atrai curiosos. Muitas pessoas telefo-nam para o restaurante e perguntam se é verdade que podem quebrar pra-tos. Outras chegam ao lugar e já que-rem saber como o processo funciona. A atividade, que também representa o

desapego aos bens materiais, é realizada após as refeições, num ambiente reser-vado especialmente para isso. Os clien-tes que quiserem ter a experiência com-pram um prato de porcelana por três reais. Nele, escrevem tudo de negativo que queiram afugentar – desde as con-tas pendentes até os quilos a mais ou a própria sogra. “Acaba se tornando muito divertido. Depois de uma boa refeição, eles extravasam, eliminando o que que-rem longe de si”, explica Gabriele.

A sócia-proprietária do Greek Don-ner acredita que a quebra de pratos é um diferencial e um ponto positivo do restaurante. “Muita gente pede para ti-rar foto e logo em seguida já publica no Facebook. Eles criam uma história em cima daquilo.”

Os consumidores estão cada vez mais conectados. Ainda assim, se a loja física proporciona uma experiên-cia marcante, que envolva sentimen-tos, o público vai até lá – nem que seja para registrar o momento e postar nas redes sociais depois.

começa pela equipeUma boa experiência para o público só é possível quando a experiência

de trabalho também é satisfatória. Para José Roberto Resende, “não existe

cliente feliz sem equipe feliz”. Ele relembra: “Antigamente, perguntávamos

no varejo ‘por que o cliente entra na minha loja e não na do concorrente?’.

Hoje, a pergunta é ‘por que a pessoa trabalha na minha empresa e não na do

concorrente?’”.

O diretor da Shopping Brasil acredita que para manter mão de obra qualificada

no varejo é preciso estabelecer um ambiente de afetividade, em que os

colaboradores se sintam valorizados. A questão não é tanto o salário, embora

isso também conte pontos. O principal é sentir-se bem e recompensado pelas

tarefas exercidas.

no dometila, clientes são recepcionados como realeza

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 39

ara chegar ao topo no universo cor-porativo, desafios não faltam. Tratan-do-se de uma empresa estatal, em que as pressões políticas são uma constante, as dificuldades são ainda maiores. Há, porém, quem se encoraje diante do ta-manho do obstáculo. É o caso de Maria das Graças Silva Foster, atual presiden-te da Petrobras.

Mineira de Caratinga, Graça Foster – como prefere ser chamada – chegou ao cargo após ter construído uma car-reira de destaque dentro da empresa. Além de ser uma líder positiva, que inspira os colaboradores dando o bom exemplo, conhece a Petrobras como poucos após mais de 30 anos na com-panhia. É um perfil técnico, como se costuma dizer na política.

Graduada em Engenharia Química pela Universidade Federal Fluminense (UFF), a dirigente de 59 anos possui mestrado em Engenharia Nuclear pela Universidade Federal do Rio de Janei-

ro (COPPE/UFRJ) e MBA em Eco-nomia pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Na Petrobras, ela iniciou como estagiária no setor de lubrificantes, aditivos e graxas. Como funcionária, o primeiro cargo foi de engenheira de perfuração. De lá para cá, não parou mais de crescer.

Os anos de experiência renderam lições importantes. A executiva se mo-vimenta com habilidade entre o terre-no político e o setor de produção da companhia. Em uma dessas andanças, conheceu Dilma Rousseff – então se-cretária de Energia do Rio Grande do Sul – no início dos anos 2000. Quando a atual presidente da República assu-miu o Ministério de Minas e Energia em 2003, um de seus primeiros atos foi nomear Graça Foster como secretária de Petróleo e Gás. Dois anos mais tar-de, decidiu retornar ao Rio de Janeiro para estar mais próxima do marido, dos dois filhos e da única neta. Lá dirigiu

P

Sem medodos desafios à frente

a Petroquisa – petroquímica subsidiá-ria da Petrobras – e, mais tarde, a BR Distribuidora. Em 2007 passou a ser di-retora de Gás e Energia da estatal, tor-nando-se a primeira mulher na história da companhia a ocupar um cargo de di-retoria. O pioneirismo não parou por aí. Uma nova barreira foi derrubada, ainda mais significativa, quando foi escolhida a presidente da empresa – a maior do Brasil – em fevereiro de 2012.

Graça Foster é conhecida pela de-terminação em perseguir metas e não descuidar dos projetos que chefia. Essa atitude agrada aos acionistas, mas ren-de a ela a fama de durona.

Na Petrobras, ela tem nas mãos um dos maiores planos de investimentos do mundo. Com tanto poder, a revista Forbes a colocou, no ano passado, no grupo das três executivas mais podero-sas do planeta. Impressiona, mas, ven-cendo tantas barreiras, quem duvida que vem mais pela frente?

Presidente da Petrobras desde fevereiro de 2012, Graça Foster dirige com pulso

firme uma das empresas mais importantes do mundo. Sob a responsabilidade

dela está o futuro energético do Brasil

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9740

ma onda de cultura invadirá a capital gaúcha durante o mês de maio. Entre os dias 3 e 28 serão realizadas mais de 90 sessões artísticas. Essa intensa pro-gramação acontece pela oitava edição do Festival Palco Giratório Sesc/Porto Ale-gre. Durante o evento, os espaços cultu-rais da cidade receberão espetáculos de teatro, dança e circo, além de oficinas de desenvolvimento artístico-cultural e intervenções urbanas. Promovidas pelo Sistema Fecomércio/Sesc-RS, as ativida-des têm como objetivo ampliar o acesso à cultura, promovendo assim a qualida-de de vida da população.

Gerente de Cultura do Sesc-RS, Silvio Bento avalia que o festival é uma oportunidade de aproximar as pessoas das artes. “É uma ação que divulga o conhecimento e a cultura na cidade de Porto Alegre. Entendemos que essa é a nossa missão: promover manifestações culturais e, através delas, impulsionar o desenvolvimento”, afirma. Em 2013, o evento homenageará o ator e diretor Ilo

Krugli, da companhia Teatro Ventoforte, considerado um dos nomes mais impor-tantes do teatro infantil no país. Entre as novidades, está a modalidade cênica Intervenção Urbana, que estimulará in-terferências no cotidiano, destacando a importância de testar os limites da

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Com opções para todos os gostos, o oitavo Festival Palco Giratório Sesc traz a Porto

Alegre espetáculos de diversos estados do Brasil. O evento qualifica o desenvolvimento

cultural gaúcho

linguagem no espaço contemporâneo. O diálogo entre o público e os atores após os espetáculos, uma das marcas do festival, permanece, mas agora passa a se chamar Discutindo a Cena.

VALORIZAÇÃO DA CULTURAO festival de Porto Alegre integra

o 16º Circuito Nacional Palco Giratório Sesc. Ao longo do ano, 16 grupos de diversos estados percorrerão o país, levando aos palcos apresentações dos mais variados estilos: comédia, drama, teatro gestual, épico, de animação e de máscaras, e dança de rua e contempo-rânea. Esse intercâmbio, capaz de levar produções a públicos distantes da sua região de atuação, faz com que os artis-tas e a plateia tenham uma experiência mais rica e construtiva.

O ator Heinz Limaverde participa pela terceira vez do circuito de festi-vais Palco Giratório Sesc, com a peça O fantástico circo-teatro de um homem só. Na sua avaliação, o evento representa

A fesTAdas artes cênicas

A peça O fantástico circo-teatro de um homem só irá percorrer 34 municípios brasileiros

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 41

uma oportunidade para artistas e com-panhias levarem seus trabalhos para lo-cais que, de outra maneira, dificilmente seriam visitados. “É uma chance de dia-logar com novos públicos, algo que aqui em Porto Alegre não seria possível. Em edições antigas, pude me apresentar no interior de Santa Catarina e para indí-genas no Norte do país. São públicos completamente diferentes”, conta.

Integrante da Companhia Rústica, de Porto Alegre, o artista elogia a ini-ciativa do Sesc, já que é uma forma de reforçar o circuito de espetáculos tea-trais fora do eixo Rio de Janeiro – São Paulo. “Os contatos com outros atores e grupos só têm a render bons frutos para quem vive dos palcos”, diz. Com diversos prêmios no currículo, Limaver-de sustenta que outra lição do Festival Palco Giratório é ensinar à sociedade o valor da cultura. “Gosto do fato de que a comunidade em geral é convidada para as apresentações. Mesmo quando a plateia é formada pelas classes menos favorecidas, ainda assim é cobrado um ingresso de preço simbólico. Isso ensina o público a valorizar essa forma de en-tretenimento”, elogia o ator.

QUesTÃO LOGÍsTICAPor contar com tantos espetáculos,

municípios e espaços teatrais, a organiza-ção do Circuito Palco Giratório requer um meticuloso planejamento. Representante do Sesc-RS, a coordenadora de Cultura, Jane Schoninger, participa da curadoria nacional, responsável pela seleção das peças e da organização da programa-ção. “São considerados critérios como a diversidade, a trajetória dos grupos e a representatividade deles na dramaturgia brasileira. Depois disso, começa a orga-nização logística: produção, transporte e alimentação”, explica Bento.

Após sete edições, o evento já se consagrou no calendário gaúcho de ar-tes cênicas. De acordo com o gerente de Cultura do Sesc-RS, cresce o nú-mero de espectadores a cada edição e o impacto da iniciativa se faz sentir em Porto Alegre. “Há toda uma cadeia pro-dutiva envolvida na realização do fes-tival. Isso contribui com o desenvolvi-mento da economia local”, argumenta. Com a chegada dos grupos e dos visi-tantes, a rede hoteleira, os restaurantes e o setor de transporte – sem contar os profissionais de sonorização e ilumina-

ção – são movimentados, ajudando no desenvolvimento do município.

Simultaneamente ao Festival Palco Giratório Sesc/Porto Alegre estão agen-dados outros eventos paralelos. O 14º Simpósio da International Brecht Society, organizado pelo Departamento de Arte Dramática e Programa de Pós-Gradua-ção em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), acontece entre os dias 20 e 23 de maio e tem a programação cultural dirigida pelo Sistema Fecomércio/Sesc-RS. Ou-tro exemplo é a Mostra Ato Espelhado, comemorativa aos cinco anos de ativi-dades do Teatro Bruno Kiefer.

Fique de olhoO Festival Palco Giratório Sesc será realizado

em Porto Alegre até o dia 28 de maio.

As peças estarão em cartaz em diversos

pontos da cidade e os ingressos custam

entre R$ 5 (para comerciários) e R$ 20

(público em geral). Mais informações sobre

a programação e compra de ingressos

estão disponíveis pelo telefone (51) 3284-

2070, Facebook (facebook.com/sescrs),

Twitter (@sesc_rs) e site www.sesc-rs.com.

br/palcogiratorio.

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Cena da peça A Marca da Água, uma das atrações do festival

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9742

Senac é uma instituição pio-neira nos cursos de Moda e Beleza no Brasil. Em Porto Alegre, capital cada vez mais focada em serviços, atividades como as de cabeleireiro e maquiador têm des-pontado como possíveis carreiras a serem seguidas. Assim, pensando em aproximar-se ainda mais do público, levando quali-

ficação profissional e proporcionando no-vas oportunidades de trabalho aos jovens, o Senac-RS inaugurou sua nova unidade, no Centro Histórico de Porto Alegre.

Localizada no terceiro andar do Cen-tro Popular de Compras (Pop Center), na avenida Júlio de Castilhos, a nova unida-de tem foco nos cursos das áreas de be-

O

InvestIndono mercado da beleza

leza, além de oferecer aulas de idiomas. A cerimônia de inauguração, ocorrida no dia 23 de abril, contou com a presença de autoridades como o presidente do Siste-ma Fecomércio-RS, Zildo De Marchi, o diretor regional do Senac-RS, José Paulo da Rosa, o Secretário do Emprego e Tra-balho, Pompeu de Matos, e a diretora do Pop Center, Elaine Deboni.

O Senac Centro Histórico possui três salões de cabeleireiro, dois de ma-nicure, um de depilação e massagem, além de três salas multidisciplinares. É uma estrutura de 950 m² que custou R$ 1,5 milhão – um investimento neces-sário para um setor que demanda cada vez mais profissionais qualificados.

“O mercado educacional na área de beleza ainda é deficiente. São poucas escolas. É uma área para a qual dedi-camos uma atenção especial e dedica-remos nos próximos anos”, afirma Joel Ferrer de Mello, gerente de Negócios do Senac-RS.

A recém-inaugurada unidade Centro Histórico do Senac-RS, em Porto Alegre,

é mais uma oportunidade para capacitar jovens à procura de oportunidades de trabalho.

O foco são os cursos nas áreas de beleza e idiomas

Unidade oferecerá capacitação na área de beleza

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 43

oportunIdades de mercado

Mello lembra que este mercado apresenta “grande importância para a economia do Rio Grande do Sul e do país”. Atualmente, o Brasil ocupa o terceiro lugar no consumo mundial de cosméticos, ficando atrás apenas do Ja-pão e dos Estados Unidos – e podendo ultrapassar os japoneses até o final de 2013. “A quantidade de novos salões de beleza cresceu 78% em cinco anos. O crescimento médio anual do mercado de trabalho do setor é de 9,3%”, apon-ta Mello, citando dados da Associação Nacional do Comércio de Artigos de Higiene Pessoal e Beleza (Anabel) e da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosmé-ticos (Abihpec).

Com o aumento tanto do consumo quanto de empresas atuando no setor, cresce a necessidade de pessoal apto a desempenhar atividades como lavagem, tinturação e corte de cabelos, bem como serviços de manicure, pedicure e maquia-gem. “São inúmeras as solicitações de in-dicações de profissionais para atuarem na área da beleza. A qualificação profissional

garante a entrada no mercado, porém são os aperfeiçoamentos que mantêm o destaque em um setor tão competitivo”, salienta Márcio Weiss, coordenador de Moda e Beleza do Senac-RS.

Weiss também destaca as possibi-lidades de atuação de quem decide es-pecializar-se na área. Elas existem “para quem busca oportunidade em centros es-téticos e para quem opta por atuar como empreendedor, abrindo seu próprio ne-gócio. Para essa segunda opção, além de formação técnica, é indispensável a capacitação da gestão do negócio”.

demanda na capItalA capital gaúcha carecia de um es-

paço como a recém-inaugurada unidade do Senac-RS. “A entidade é referência nacional no ramo da beleza e, portan-to, estamos não apenas respondendo a uma demanda do mercado, mas tam-bém atendendo a uma necessidade da população porto-alegrense, que não contava com a marca Senac nesta área desde 2004”, diz Carla Cassol, diretora do Senac Centro Histórico. Carla men-ciona que o objetivo da nova unidade é “promover a qualificação dos profissionais

da área da beleza em Porto Alegre, garan-tindo qualidade nos serviços prestados”. Ela também apresenta como vantagem o fácil acesso ao local, já que a escola situa-se na zona central de Porto Alegre. “Os alunos podem esperar qualidade, inova-ção, novas técnicas e tendências. Vamos oferecer um ensino de vanguarda, reafir-mando o Senac como referência na área da beleza”, conclui.

O coordenador de Moda e Beleza do Senac-RS completa: “Porto Alegre é um polo importante para o mercado da beleza no Brasil. A nova unidade, além de atender às necessidades do mercado, desempenhará uma importante função como difusora de propostas inovado-ras e técnicas alinhadas às referências internacionais do mercado da beleza”, prevê Márcio Weiss.

Neste primeiro ano de ativida-des da unidade do Centro Histórico, a meta é atingir a marca de 1,4 mil matrículas. Para o próximo trimestre, 15 cursos nas áreas de moda, beleza e idiomas já estão com inscrições aber-tas. Mais informações pelo telefone (51) 3226-2883 e no site www.senacrs.com.br/centrohistórico.

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endênciasT

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telefonia móvel não para de crescer no país. Em seu relatório mais recente, divulgado em abril, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) informa que o número de linhas é supe-rior a 264 milhões. Em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal e Rio Grande do Sul, o número de celu-lares já é superior ao de habitantes. De acordo com um estudo do Conectai/Ibope, em parceria com o Worldwide Independent Network of Market Re-search (WIN), 18% dos brasileiros são hoje donos de smartphones. Estatísticas tão significativas embalam o mercado de aparelhos e de planos, sem deixar de estimular outros setores, como o de mobile marketing.

De acordo com o instituto de pes-quisa Emarketer, os investimentos em publicidade digital no Brasil alcança-ram os US$ 2,05 bilhões em 2012. O órgão prevê que esse valor deve dobrar até 2016, com boa parte desse total ab-sorvido pelas campanhas destinadas aos

usuários de telefonia móvel. Mas afinal, qual a vantagem dessas campanhas?

“As empresas que apostam nessa ferramenta estão diminuindo as etapas de comunicação, principalmente com o público adulto jovem, na faixa entre 20 e 40 anos. E isso é muito bom”, diz o co-ordenador de criação da agência cario-ca Packaging Brands, Pablo Baars. São as pessoas nesse grupo etário aquelas que mais utilizam a internet por meio dos smartphones.

Quem visita um site usando um aparelho celular é direcionado para uma página otimizada para esse dispo-sitivo. Da mesma forma, a publicidade também é específica para o público de smartphones e tablets. Assim, as campa-nhas ganham agilidade, já que o anun-ciante é capaz de medir resultados e dialogar com o público de uma forma mais rápida e eficiente, com a menor interferência possível.

Outra característica do universo mobile é a segmentação crescente dos

A

A horA dos dispositivos móveis

consumidores. Hoje, é possível identi-ficar o perfil de cada usuário: desde o modelo de telefone, localização, apli-cativos utilizados, sites visitados e a frequência de acesso à internet. Para as empresas, é uma oportunidade para co-nhecer bem o seu público-alvo. Todas essas vantagens têm um custo, é claro. Porém, engana-se quem pensa que os gastos são proibitivos. “Tudo depende da marca e do uso. O Facebook, por exemplo, é um canal fácil para traba-lhar. Uma pequena empresa varejista ou de serviços pode desenvolver uma campanha eficiente, atingindo muitos potenciais clientes, com investimentos mínimos”, explica Baars.

ExpEriênciA positivAInaugurada em 2011, a agência de

viagens Beonboard, de Porto Alegre, já nasceu na era dos dispositivos móveis. “Desde o início, buscamos o uso de fer-ramentas que permitissem às pessoas in-teragir com a empresa de qualquer lugar,

Até 2007, marketing por telefones celulares era sinônimo de mensagens SMS. Desde

então, muito mudou. Com a chegada dos smartphones, houve uma revolução digital. Foi

o estopim para a mudança na comunicação com o consumidor

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 45

a qualquer momento”, conta a sócia-pro-prietária Fabiana Lerner. Além de marcar presença no Facebook, no Twitter e no Instagram, também foram desenvolvidas ações de marketing no Foursquare – rede social voltada aos usuários de smartpho-nes e tablets. “Acredito que se trata de um instrumento fundamental. Deu aos clientes a chance de participar do nosso crescimento, além de permitir que se be-neficiem com isso”, afirma.

Na Beonboard, quem visita a empresa e sinaliza no Foursquare ganha, na compra de um pacote de viagem, o seguro como cortesia. Para quem não conhece, o apli-cativo da rede social dá aos consumidores a opção de avaliar o atendimento e os preços oferecidos, tudo diante dos olhos dos seus contatos. Além disso, qualquer pessoa tem acesso ao histórico de intera-ções dos negócios cadastrados. É a versão digital do tradicional boca a boca.

Todo esse esforço rendeu resultados. “Com certeza, o investimento em mobi-le marketing valeu a pena. Conseguimos fidelizar os nossos clientes e houve um crescimento significativo na quantidade de consumidores que têm nos procura-do”, revela Fabiana. Casos como esse são reflexo, é claro, de um planejamento acertado. Quem deseja seguir esses pas-sos não pode esquecer do essencial de um negócio de sucesso: caprichar no atendi-mento e oferecer o melhor produto ou serviço possível.

proximidAdEIngressar no universo do mobile mar-

keting não é difícil, mas é preciso seguir algumas recomendações. Para as compa-nhias que já têm um site, a dica é criar um específico para os dispositivos móveis:

leve, com o mínimo possível de imagens. Outra possibilidade, mais avançada, é de-senvolver um aplicativo próprio. Os cus-tos dependem das funcionalidades, então é preciso conhecer muito bem o cliente antes de seguir esse caminho.

Diante de um consumidor habitua-do a receber um fluxo constante de in-formações sobre mercadorias, os varejis-tas têm um desafio nas mãos. Para não ficar para trás, as lojas físicas precisam adequar os seus processos internos. Os colaboradores, principalmente aqueles da área de vendas, precisam se tornar especialistas nos produtos vendidos,

mas também devem ter a sensibilidade para identificar o que o cliente deseja e estar preparados para serem rápidos em atender a essa demanda.

Para quem administra um negócio, como Fabiana, é cada vez mais forte a sensação de que a era mobile não é mais o futuro, e sim o presente. “Para uma parte significativa dos consumidores brasileiros, os dispositivos móveis fa-zem parte do cotidiano. Para as empre-sas, não há nada mais natural do que acompanhar e garantir presença onde os clientes estão”, argumenta a proprie-tária da Beonboard.

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Rafael PandolfoConsultor tributário da Fecomércio-RS

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Uma das maiores contribuições deixadas pelos romanos à sociedade ocidental foi, sem dúvida, o direito. Suas expressões, denomina-das “brocardos”, configuram sínteses dotadas de inquestionável universalidade e atualidade. Dentre as lições deixadas por brilhantes pensa-dores estudados nas saudosas aulas proferidas pelo Prof. Sergio Figueiredo na “Faculdade Livre de Direito de Porto Alegre” (UFRGS), lembro-me da deixada por Públio Cornélio Ta-cito: Corruptissima re publica plurimae leges.

O mito da legalidade, tal qual experimen-tado por muitas sociedades ocidentais, tem revelado uma mitigação da autoridade, dos deveres e obrigações – consequência do afasta-mento da oralidade. Ao descumprimento dos comandos estabelecidos para toda a sociedade, criam-se sucessivamente novos comandos, na ilusão de que a autoridade e o respeito vêm da lei, e não dos sujeitos das obrigações e seus aplicadores. Se a sociedade contemporânea vivencia o paradigma dos indicadores quanti-tativos, no direito não poderia ser diferente. As leis são publicadas em quantidade, sem maior preocupação qualitativa e sem o devido estudo dos seus reflexos sistêmicos.

A recente Resolução nº 13/12, do Se-nado Federal, é a maior prova dessa reali-dade. Como nem o STF conseguiu colocar um ponto final na guerra fiscal, sempre tangenciada pela criativa conduta evasiva dos Estados, o Senado editou uma regra que procura mitigar a margem de manobra dos Estados importadores, por meio da redução do ICMS a eles devido.

A medida aprovada de forma açodada contém diversos problemas, entre os quais destaco: a) acúmulo de saldo credor, para contribuintes que não possuem operações in-ternas nos Estados de importação (importação a 17% e saída a 4%); b) violação do sigilo em-presarial (informação compulsória inserida na nota fiscal, do valor dos insumos importados e, consequentemente, da margem agregada); c) aumento das obrigações acessórias (Ficha de Conteúdo de Importação).

Como se verifica, o descumprimento das regras vigentes, pelos Estados, gerou a altera-ção do ordenamento, cujos reflexos atingem em cheio a racionalidade e diversos direitos dos contribuintes. Continuamos, infelizmen-te, o mesmo – equivocado – fluxo resolutivo.

e Roma ao Brasil

“As leis são publicadas em quantidade, sem maior preocupação qualitativa

e sem o devido estudo dos seus reflexos sistêmicos.”

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 47

ontribuir no médio ou longo prazo para o crescimento de uma em-presa, em troca de lucros altos: este é o princípio do private equity. Nesta mo-dalidade de investimento, o dinheiro é alocado para organizações privadas que não têm ações na bolsa de valores. O objetivo é reforçar o capital interno, facilitar aquisições ou incentivar o de-senvolvimento de novas tecnologias e a melhoria dos processos de gestão, de maneira que a companhia cresça. Des-sa forma, é possível revendê-la por um valor mais alto.

Ao contrário de investidores da bolsa, gestores de fundos de private equity participam ativamente das ope-rações corporativas. Eles também têm outras vantagens, como a possibilida-de de adquirir participações acionárias a preços bem inferiores aos praticados no mercado de ações. Esse investimen-to é temporário. O objetivo é revender a participação, seja para outros inves-

tidores, seja na bolsa, caso a compa-nhia decida abrir seu capital.

Os fundos de private equity são bancados, na grande maioria, por ins-tituições especializadas e investidores certificados, uma vez que é preciso aplicar grandes quantias de dinheiro por tempo indeterminado. É necessá-rio esperar, primeiro, que a empresa torne-se atrativa para o público ex-terno, corrigindo-se possíveis défi-cits ou outros problemas financeiros e operacionais. Além disso, deve-se aguardar até que o mercado esteja fa-vorável para revendas e aquisições.

Vantagens e desVantagens

Os private equity têm crescido so-lidamente desde a década de 1970. No Brasil, somente em 2012, o capi-tal comprometido de fundos do tipo atingiu cerca de R$ 80 bilhões, de acordo com a Associação Brasileira

C

Os fundos de private equity garantem recursos para empresas em expansão ou que passem

por mudanças estruturais, sem que seja necessário abrir o capital. O objetivo é tornar a

companhia mais atrativa e lucrar com isso no longo prazo

Fechandoos investimentos

de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP). O montante é a soma de dinheiro já investido e de aportes que serão alocados nos próximos anos. Segundo especialistas, a baixa dos ju-ros é benéfica, pois ajuda a rentabili-zar os investimentos – na indústria ou em outros setores que se beneficiem com a prática.

Contudo, há riscos, especialmente para o empreendedor. Eventuais confli-tos de interesse entre sócios e investido-res podem ocorrer. Os gestores de fun-do podem criar expectativas que não se concretizem, ao passo que a empresa, se não forem tomadas precauções em con-trato, perde autonomia administrativa ou estratégica. Por outro lado, também há desvantagens para o investidor, que não tem acesso a todas as informações internas do empreendimento. Assim, há o perigo de o empresário restringir dados comprometedores ou prejudi-ciais aos negócios.

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Flávio Obino FilhoAdvogado trabalhista-sindical da Fecomércio-RS

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A publicação no mês de março da lei que regulamenta a profissão de comerciá-rio alterou profundamente a forma de fi-xação do piso salarial da categoria. O art. 4º dispõe que o mesmo será estabelecido em convenção ou acordo coletivo de tra-balho, nos termos do inciso V do art. 7º da Constituição Federal, ou seja, deverá ser proporcional à extensão e à complexidade do trabalho. A nova legislação, ao eleger a negociação coletiva como via única para fixação do piso salarial, afastou procedi-mentos de intervenção externa até então admitidos, como a definição pela Justiça do Trabalho em processos de dissídio co-letivo de trabalho (sentença normativa) e a fixação pelos Estados na forma da Lei Complementar nº 103/2000.

A lei, ao definir expressamente que o piso do comerciário será fixado por con-venção ou acordo coletivo de trabalho, o enquadra entre as matérias típicas de negociação coletiva que não admitem a intervenção da Justiça do Trabalho em processos de dissídio coletivo. Frustrada a negociação coletiva, não poderão as partes

ser substituídas pelos tribunais do trabalho para fixação de pisos salariais.

De outra parte, a Lei Complementar nº 103/2000, que autoriza os estados a insti-tuírem o piso salarial, exclui aquelas cate-gorias que tenham piso salarial definido em lei federal, como os comerciários a partir da nova lei. Assim, os estados não poderão mais fixar piso salarial para comerciários. Admitindo-se interpretação diversa, de que o comerciário não estaria na exceção prevista na LC, estaríamos diante de fla-grante incompatibilidade entre o disposto nas leis estaduais que fixam piso salarial para comerciários e a nova lei que regula-menta a profissão e estabelece a negocia-ção coletiva como meio para definição do piso salarial. Estss leis perderam eficácia com a edição da Lei nº 12.790/13.

A lei dos comerciários restabelece a negociação coletiva como o único meio legítimo para fixação de pisos salariais, afastando a absurda intervenção do estado “babá” em substituição de uma responsabi-lidade que é somente das categorias orga-nizadas, por meio de seus sindicatos.

F ixação de piso salarial de comerciário

“Frustrada a negociação coletiva, não poderão as partes ser substituídas

pelos tribunais do trabalho para fixação de pisos salariais.”

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Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 97 49

Mais Menos&

VÍDEOS NA INTERNETO Youtube superou a marca de

de usuários por mês. Segundo a

equipe responsável pelo site, cerca

de 50% das pessoas que acessam

a internet assistem aos vídeos

compartilhados na rede.

“JEITINHO” BRASILEIROInfringir a lei é uma tarefa

considerada fácil para

dos brasileiros, aponta pesquisa

da Fundação Getulio Vargas

(FGV). Entre os entrevistados,

79% consideram que os

brasileiros optam pelo “jeitinho”

sempre que possível.

DEFICIÊNCIA AUDITIVADe acordo com dados do

Censo 2010, do IBGE,

de brasileiros possuem deficiência

auditiva. O principal motivo seria o

excesso de ruídos no dia a dia.

82%

1 bilhão

MAIS PÃESO setor de panificação brasileiro

movimentou

em 2012. Na comparação com

o ano anterior, o segmento cresceu

11,6%, conforme a Associação Brasileira

da Indústria da Panificação e

Confeitaria (ABIP).

BANCO MODERNOEm 2012, os brasileiros realizaram

de transações bancárias via smartphone

e tablet, um aumento de 333,1% em

comparação ao ano anterior. Os dados

foram divulgados pela Federação

Brasileira de Bancos (Febraban).

FRAUDES CIBERNÉTICASO Brasil ocupa a

no ranking de atividades criminosas na

internet, conforme o Internet Security Threat Report 2012, da Symantec. À

frente do país estão, respectivamente,

Estados Unidos, China e Índia.

HEAVY USERSSegundo um levantamento

realizado pela Nokia Siemens Networks

no ano passado,

dos brasileiros são heavy users de serviços

avançados, ou seja, consomem muitos

dados quando se trata de tecnologia.

O número registra um aumento de 11%

em relação a 2011.

COMPRAS ONLINEConforme divulgado pelo E-bit,

de brasileiros realizaram a primeira

compra online em 2012.

Ao todo, mais de 42,2 milhões de

pessoas no Brasil já fizeram ao menos

uma encomenda na internet.

CONSUMO SIMULTÂNEOPesquisa realizada pela IPSOS em

diversos países revela que

dos brasileiros assistem a TV

enquanto navegam pela internet,

o chamado consumo simultâneo.

A média nas demais localidades é de

60% da população.

COWORKINGSão abertos, no mundo,

compartilhados por dia. Segundo

levantamento realizado pelo Deskmag,

110 mil pessoas recorrem aos

espaços de coworking, hoje presentes

em 81 países.

R$ 70,29 bilhões823 milhões

4ª posição

57%

10,3 milhões

64%

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9,7 milhões

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Monitor de Juros Mensal

Bens & Serviços / Maio 2013 / Edição 9750ABRIL 2013

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras. O Monitor compila as taxas de juros

médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro CoM prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

Capital de Giro CoM prazo aCiMa de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Na modalidade de capital de giro até 365 dias, os três bancos com as taxas mais baixas permaneceram os mesmos na comparação com março. Banco do Brasil e Citibank, após tendência de inversão de posições ao longo do mês passado, estão praticamente empatados na primeira posição em abril. O Banrisul permaneceu com a terceira taxa média mais baixa.

As taxas de cheque especial, que costumam apresentar pouca variabi-lidade, não fugiram dessa caracterís-tica em abril. O Banrisul permane-ceu com as concessões com juros médios mais baixos (4,39% a.m.). A Caixa, por sua vez, manteve-se em segundo lugar (4,55% a.m.). Em patamar mais elevado, o Bradesco encontra-se no terceiro lugar.

Na antecipação de faturas de cartão de crédito, em geral, houve certa estabilidade nas taxas de juros médias praticadas pelas instituições financeiras em abril. O Banrisul per-maneceu com a taxa média cons-tante em 1,33% a.m. e na primeira posição da lista. O Banco do Brasil manteve o segundo lugar.

Na modalidade de capital de giro acima de 365 dias, o Banco do Brasil permaneceu na primeira posição em abril. Com a taxa média praticamente estável, a Caixa assumiu a segunda posição, com a elevação das taxas médias do Citibank e Banrisul.

Na modalidade de conta garan-tida, Banco do Brasil e Banrisul apresentaram redução em suas taxas médias e mantiveram-se como os bancos com concessões médias mais baratas. Logo atrás, o Santander permaneceu na terceira posição da lista, registrando taxa média de 2,01% a.m. no mês.

No desconto de cheques, de modo geral, as taxas permaneceram prati-camente estáveis em abril, fazendo com que o posicionamento dos bancos tivesse poucas alterações. O Banco Safra atingiu a primeira posição, com taxa média de 1,59% a.m., seguido de perto pela Caixa, com taxa média de 1,65% a.m..

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como não prestam essa classe de informações ao Banco Central, cooperativas de crédito e financeiras não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre as mesmas.3) Período de coleta das taxas de juros: 1o/04/2013 a 5/04/2013.

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

MAR

1,090,961,441,561,761,811,71

1,983,01

CitibankBanco do BrasilBanrisulBanco safraitaúBradescosantanderCaixahsBC

ABR

1,091,101,321,701,741,811,872,152,80

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

MAR

4,454,556,637,798,499,089,87

10,00

Banrisul Caixa Bradesco itaú Banco safra Banco do BrasilsantanderhsBC

ABR

4,394,556,587,728,369,069,899,98

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

MAR

1,331,651,962,222,492,62

Banrisul Banco do Brasilsantander hsBCBradesco itaú

ABR

1,331,652,022,262,422,67

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

MAR

0,751,040,930,971,671,641,421,701,77

Banco do Brasil Caixa CitibankBanrisulhsBC santander Banco safraitaúBradesco

ABR

0,671,031,121,131,311,571,581,641,72

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

MAR

1,961,952,002,382,474,003,285,47

Banrisul Banco do Brasilsantander hsBC itaú BradescoCitibankBanco safra

ABR

1,801,912,012,362,473,924,006,94

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

MAR

1,711,661,892,292,302,11

2,392,63

Banco safra Caixa Banrisul hsBC itaúsantander Banco do Brasil Bradesco

ABR

1,591,651,902,272,292,362,372,60

notas:

é permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-rs, desde que citada a fonte. a Fecomércio-rs não se responsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

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