Entrevista Martha Gabriel explora o universo do marketing...

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BENS & SERVIÇOS Revista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 98 / JUNHO 2013 F E C O M É R C I O - R S Entrevista Martha Gabriel explora o universo do marketing digital e aponta tendências relacionadas às mídias sociais SUSTENTABILIDADE Campanha pela redução das sacolas plásticas COPA DO MUNDO AS EXPECTIVAS EM TORNO DO LEGADO DO MEGAEVENTO EQUIPES Como manter colaboradores engajados

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BENS&SERVIÇOSRevista da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul – Número 98 / juNhO 2013

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SEntrevista Martha Gabriel explora o universo do marketing digital e aponta tendências relacionadas às mídias sociais

SuStENtaBIlIdadE

Campanha pela redução das

sacolas plásticas

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EquIpES

Como manter colaboradores

engajados

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Esta revista é impressa com papéis com a certificação FSC (Forest

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Impressão: Pallotti

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publIcação mensal do sIstema FecomércIo-rs Federação do comércIo de bens e de servIços do estado do rIo Grande do sul

Avenida Alberto Bins, 665 – 11º andar – Centro CEP 90030-142 – Porto Alegre/RS – BrasilFone: (51) 3284.2184 – Fax: (51) 3286.5677 www.fecomercio-rs.org.br – [email protected]

presIdente: Zildo De Marchi

vIce-presIdentes: Luiz Carlos Bohn, Ronaldo Netto Sielichow, Levino Luiz Crestani, Luiz Antônio Baptistella, Jorge Ludwig Wagner, Antônio Trevisan, André Luiz Roncatto, Arno Gleisner, Cezar Augusto Gehm, Flávio José Gomes, Francisco José Franceschi, Itamar Tadeu Barboza da Silva, Ivanir Antônio Gasparin, Joel Vieira Dadda, Leonardo Ely Schreiner, Leonides Freddi, Luiz Caldas Milano, Moacyr Schukster, Nelson Lídio Nunes, Olmar João Pletsch, Julio Ricardo Andriguetto Mottin, Alécio Lângaro Ughini, Ibrahim Muhd Ahmad Mahmud, Renzo Antonioli, João Oscar Aurélio, Maria Cecília Pozza, Manuel Suarez Cacheiro, Joarez Miguel Venço, Ivo José Zaffari, Jaime Gründler Sobrinho, João Francisco Micelli Vieira

dIretores: Adair Umberto Mussoi, Ary Costa de Souza, Carlos Cezar Schneider, Celso Canísio Müller, Cladir Olimpio Bono, Darci Alves Pereira, Edson Luis da Cunha, Edison Elyr dos Santos, Élvio Renato Ranzi, Francisco Squeff Nora, Gabriel de Oliveira Souto Jr., Gerson Nunes Lopes, Gerson Jacques Müller, Hélio Berneira, Henrique José Gerhardt, Isabel Cristina Vidal Ineu, Jamel Younes, Joel Carlos Köbe, Jorge Salvador, José Nivaldo da Rosa, Jovino Antônio Demari, Liones Oliveira Bitencourt, Luiz Carlos Dallepiane, Luiz Henrique Hartmann, Marco Aurélio Ferreira, Marcos André Mallmann, Marice Fronchetti, Milton Gomes Ribeiro, Paulo Roberto Kopschina, Paulo Renato Beck, Rogério Fonseca, Rui Antônio dos Santos, Sérgio José Abreu Neves, Sueli Lurdes Morandini Marini, Tien Fu Liu, Túlio Luis Barbosa de Souza, Walter Seewald, Zalmir Francisco Fava. Diretores Suplentes: Airton Floriani, Alexandre Carvalho Acosta, André Luis Kaercher Piccoli, Antonio Clóvis Kappaun, Arlindo Marcos Barizon, Carmen Zoleike Flores Inácio, Clobes Zucolotto, Daniel Miguelito de Lima, Dinah Knack, Eduardo Vilela Neves, Eider Vieira Silveira, Ernesto Alberto Kochhann, Everton Barth dos Santos, Francisco Amaral, Gilberto José Cremonese, Gilmar Tadeu Bazanella, Hildo Luiz Cossio, Janaína Kalata das Neves, Jair Luiz Guadagnin, Jarbas Luff Knorr, João Antonio Harb Gobbo, Jorge Alfredo Dockhorn, José Joaquim Godinho Cordenonsi, José Vilásio Figueiredo, José Vagner Martins Nunes, Juares dos Santos Martins, Jurema Pesente e Silva, Ladir Nicheli, Luiz Alberto Rigo, Luiz Carlos Brum, Marcus Luis Rocha Farias, Miguel Francisco Cieslik, Paulo Ganzer, Ramão Duarte de Souza Pereira, Régis Luiz Feldmann, Ricardo Pedro Klein, Romeu Maurício Benetti, Silvio Henrique Frohlich, Susana Gladys Coward Fogliatto, Valdir Appelt

conselho FIscal

titulares: Rudolfo José Müssnich, Erselino Achylles Zottis e Nelson Keiber Faleirosuplentes: Luiz Roque Schwertner e Gilda Lúcia Zandoná

deleGados representantes cnc: Titulares: Zildo De Marchi, Moacyr Schukster Suplentes: Luiz Carlos Bohn e Ivo José Zaffari

conselho edItorIal: Júlio Ricardo Andriguetto Mottin, Luiz Carlos Bohn e Zildo De Marchi

assessorIa de comunIcação: Aline Guterres, Camila Barth, Caroline Santos, Catiúcia Ruas, Fernanda Romagnoli, Liziane de Castro, Luana Trevisol e Simone Barañano

coordenação edItorIal: Simone Barañano

produção e eXecução: Temática Publicações

edIção: Fernanda Reche (MTb 9474)

cheFe de reportaGem: Luísa Kalil

reportaGem: Ana Paula Sardá, Luísa Kalil, Marcelo Salton Schleder e Rafael Tourinho Raymundo

colaboração: Carlos Wizard Martins, Edgar Vasques, Luiza Muttoni e Priscilla Buais Avila

edIção de arte: Silvio Ribeiro e Vanessa Bratz revIsão: Flávio Dotti Cesa

Foto de capa: Zentilia/Istockphoto

tIraGem: 25,5 mil exemplares

É permitida a reprodução de matérias, desde que citada a fonte. Os artigos assinados não refletem, necessariamente, a opinião do veículo.

sumárIo

opinião

agenda 06palavra do presidente 07notícias & negócios 08sustentabilidade 12guia de gestão 14

17entrevista 18trabalho 24copa do mundo 26saiba mais 32empreendedorismo 34nicho

personalidade 39sesc

senac

equipes

mais & menos

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visão econômica 46glossário 47visão política

monitor de juros

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98

&sErVIÇosbens

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reduzIr para crescer melhor

Rio Grande do Sul desponta como exemplo nacional na campanha

que pretende promover a redução gradual do uso das sacolas

plásticas em lojas e supermercados sustentabilidade

26na marca do pênaltI

O Mundial de 2014 está próximo e o

pontapé para o legado da Copa já foi dado.

Saiba quais são as expectativas de empresários

de diferentes setores da economia

Copa do Mundo

18lIções da educação dIGItal

A especialista em marketing digital Martha Gabriel aborda as

facilidades proporcionadas pelo avanço da tecnologia e de

que forma as empresas podem ampliar sua presença online entrevista

44equipes

a Força do enGajamento coletIvo

A comunicação e a transparência no ambiente de trabalho

podem trazer resultados inspiradores. Entenda por que é

importante manter a equipe engajada – e encantada

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9806A G E N D A JUNHO / JUlHO

10/06EspaçO BEm-Estar

A Praça José Bonifácio, em Cachoeira do Sul, recebe a inauguração do Espaço Bem-Estar Sesc. O local conta com equipamentos de musculação e alongamento, que podem ser utilizados de forma gratuita pela comunidade.

23/06VESTIBULAR DE INVERNO

Das 10h às 13h, a Faculdade Senac Porto Alegre realiza o processo seletivo dos estudantes para os cursos de Administração, Análise

e Desenvolvimento de Sistemas, Marketing, Hotelaria, Gestão de Recursos Humanos e Financeira, Redes de Computadores, Design de

Moda, Produção Multimídia e Comércio Exterior. E-mail para contato: [email protected].

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10 E 11/06DEsENvOlvimENtO DE gEstOrEs

O Senac Três Passos promove o Programa Desenvolvimento de Gestores, com o palestrante Cristian Tudesco, que abordará os temas Marketing, Vendas e Relacionamento. Os workshops acontecem das 8h às 12h. Outras informações no site www.senacrs.com.br/trespassos.

13/06FOrmatUra

A Faculdade Senac Porto Alegre forma uma turma de 36 alunos do curso de Padeiro/Confeiteiro, às 20h, no auditório da unidade. Telefone para contato: (51) 3022-1044.

18/06casa Da saÚDE

O lançamento da Casa da Saúde Sesc acontece em Venâncio Aires. Até o dia 30, palestras, exames e exposições interativas gratuitas estarão à disposição da comunidade local.

21/06tÉcNicO Em ENFErmagEm

A formatura da turma T11/1 do curso Técnico em Enfermagem, promovida pelo Senac Passo D’Areia, acontece às 19h30, no auditório da Faculdade Senac Porto Alegre. Para outras informações, acesse o site www.senacrs.com.br/passodareia.

22 E 23/06JOgOs DE MASTERS E sÊNiOrs

As finais da 3ª edição dos Jogos Sesc de Masters e Sêniors acontecem em Erechim. As modalidades disputadas são: Bocha, Bolão, Câmbio, Canastra, Futebol Sete, Futsal, Natação, Tênis e Voleibol. Outras informações pelo site www.sesc-rs.com.br/jogossesc.

atÉ 25/06EspEtÁcUlO

A turnê do espetáculo A viagem de um barquinho, do grupo gaúcho Timbre de Galo, passa pelas cidades de Gravataí, Lajeado, Venâncio Aires, Santa Cruz do Sul, Porto Alegre, Cachoeirinha, Alvorada e Viamão.

28/06 a 21/07FEsta DO pEiXE

A Secretaria do Turismo de Traman-daí promove a 24ª Festa Nacional do Peixe, da qual o Senac-RS participa, oferecendo diversas atividades na Uni-dade Móvel, das 10h às 18h. O valor da inscrição é de 1 kg de alimento não perecível. Informações no site www.tramandai.rs.gov.br.

30/06circUitO sEsc DE cOrriDas

A etapa São Leopoldo do Circuito Sesc de Corridas acontece no dia 30. As inscrições podem ser realizadas no site e nas unidades do Sesc, ou nos Balcões Sesc/Senac pelo Estado. Para informações adicionais, acesse www.sesc-rs.com.br/circuitodecorridas.

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Palavra do Presidente

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Zildo De Marchi Presidente do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac

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No entanto, sabemos que, numa partida de futebol, vence o time mais bem pre-parado. No comércio de bens e serviços não seria diferente. É necessário estarmos prontos para oferecer um atendimento ainda mais qualificado, e isso só é possível por meio da capacitação.

É importante lembrar que o investi-mento feito hoje trará resultados ama-nhã, e contribuir para o legado da Copa é uma vitória maior que qualquer taça erguida em campo. É uma conquista de todos, para todos. Nós, do Sistema Fecomércio-RS/Sesc/Senac, estamos à disposição da comunidade em que es-tamos inseridos e da classe que repre-sentamos para fazer de Porto Alegre um exemplo a ser seguido antes, durante e depois da Copa do Mundo. Esta é a es-tratégia de um time campeão.

Contagem regressiva. Este é o clima do país com relação à Copa do Mundo de 2014. No próximo ano, o Brasil deve receber uma onda de turistas prove-nientes de todas as partes para celebrar uma das maiores paixões dos brasilei-ros: o futebol.

Uma prévia do que será o Mundial poderá ser vista a partir da Copa das Confederações, que acontece entre os dias 15 e 30 deste mês de junho. Ainda que Porto Alegre não tenha sido sele-cionada para sediar jogos desta primei-ra etapa, poderemos ver nas partidas em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador a ex-pectativa que continuará crescendo até julho do ano que vem.

Porto Alegre já está se preparando por meio das obras que prometem tra-zer mais segurança e infraestrutura não apenas a quem visitará a capital gaúcha durante a Copa, mas a todos nós que circulamos diariamente pelas ruas e avenidas que fazem a capital dos gaú-chos pulsar. Trata-se de um investimen-to bilionário e que deve se transformar no que chamaremos de legado da Copa. Como brasileiros, torcemos pela nossa se-leção e ansiamos pelo hexacampeonato.

F uturo próximo

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Localidade gaúcha é líder de empreendedorismo no paísEstudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Eco-

nômica e Aplicada (Ipea) revela que o município

gaúcho de Passa Sete, localizado no Vale do Rio

Pardo, é líder em empreendedorismo no Brasil.

A cidade possui 5,1 mil habitantes e baseia sua

economia na agricultura. O levantamento foi feito

com base no número de pessoas que trabalham

por conta própria, em relação à população eco-

nomicamente ativa. Em Passa Sete, o índice ficou

em 77,26%. No ranking estadual, o município é

seguido por Ibarama (75,86%), Itapuca (72,69%) e

Nova Pádua (71,86%). Porto Alegre é a primei-

ra colocada na categoria de tempo médio de

estudo dos empreendedores. Capivari do Sul tem

o maior lucro médio mensal, já a localidade de

Travesseiro apresenta a maior jornada de trabalho

do Rio Grande do Sul.

Novas regras do e-commerce passam a valerAs novas regulamentações para o comércio eletrônico (Decreto

Federal 7.962/13) passaram a valer no dia 14 de maio. Entre as

obrigações previstas no documento estão: a disponibilização de

informações básicas (nome, endereço, CNPJ ou CPF) sobre a

empresa ou pessoa física que propõe a venda em lugar de fácil

visualização; a implantação de um canal de serviço de atendi-

mento ao consumidor no endereço online; e a aplicação de

regras mais específicas para os sites de compra coletiva (como

informar o número mínimo de consumidores para a obtenção

de benefícios, a exemplo de preços promocionais). Além disso,

os canais de e-commerce deverão respeitar os direitos do clien-

te, por exemplo, de se arrepender da compra dentro do prazo

de sete dias úteis, sem precisar dar justificativas. Neste caso,

a empresa fornecedora fica responsabilizada pela retirada do

produto da casa do comprador e pelo estorno do valor pago.

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Senac inaugura unidade em GravataíAs instalações do Senac Gravataí foram inauguradas no

dia 13 de maio. O prédio, que recebeu o nome de Flávio

Roberto Sabbadini em homenagem ao ex-presidente

da Fecomércio, conta com uma estrutura de mais de

2 mil m², incluindo diversos laboratórios – como os de

cabeleireiro, manicure, pedicure, massagem, depilação

e informática. Na solenidade de inauguração estiveram

presentes autoridades locais, dirigentes e colaboradores.

A unidade Gravataí do Senac disponibilizará cursos

nas áreas de moda e design pessoal e Técnicos em

Administração, Meio Ambiente e Qualidade.

Vestibular de Inverno do Senac acontece em junhoNo domingo 23 de junho, às 10h, acontecerá, na sede da

Faculdade Senac Porto Alegre, o Vestibular de Inverno

2013. Mais de 800 vagas estarão disponíveis para os 10

cursos oferecidos na unidade, nas áreas de Gestão, Turismo,

Comunicação, Moda e Informática, além do bacharelado em

Administração. As inscrições devem ser realizadas até o dia 21

de junho, no site www.senacrs.com.br/vestibular.

Os interessados devem fazer o pagamento de

R$ 20, referente à taxa de inscrição, em lotéricas ou agências

bancárias até o dia 19 de junho. Após essa data, o pagamento

deve ser feito direto na Faculdade Senac da capital.

A lista dos aprovados será divulgada no dia 24 de junho, a

partir das 20h, na sede e no site da instituição.

Lançado Laboratório de Pesquisa em Competitividade SustentávelCriado a partir da parceria entre o Programa Gaúcho da Qualidade e Produtividade (PGQP) e a Pontifícia Universidade Católica do Rio

Grande do Sul (PUCRS), o Laboratório de Pesquisa em Competitividade Sustentável foi lançado no dia 21 de maio, em Porto Alegre.

O evento foi fechado para cerca de 30 empresários convidados, e aconteceu no auditório do Tecnopuc, em Porto Alegre, das 9h às 11h.

Estiveram presentes no encontro Ricardo Felizzola, presidente do Conselho Diretor do PGQP; Roberto Moschetta, diretor do Tecnopuc;

Luiz Pierry, coordenador-executivo do PGQP e Peter Hansen, professor da Faculdade de Administração, Contabilidade e Economia

(FACE) da PUCRS. O objetivo da iniciativa é apoiar o aumento de competitividade das organizações, por meio de diagnósticos,

levantamento de necessidades, pesquisas, proposição de ações, consultorias, difusão, ensino e aprendizagem de técnicas de gestão.

O Laboratório ficará sediado na PUCRS.

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O Í I ST C A &N &Palestrante convidado do CongregaRH 2013, Emerson Andrade é cofundador e Chief Strategy Officer (CSO) do Peixe Urbano, um dos primeiros sites de compras coletivas no Brasil.

Especialista na área comercial, Andrade somou experiência em empresas como Microsoft e Ebay antes de fundar o Peixe Urbano junto aos sócios Julio Vasconcellos e Alex Tabor.

Quais as principais transformações do mercado de compras coletivas desde a fundação do Peixe urbano?

AnDRADE O Peixe Urbano tem três anos. O primeiro ano e meio foi marcado por um crescimento muito grande, tanto em termos das empresas pioneiras, como a nossa, quanto da entrada de outras no mercado. É fácil entrar com uma empresa no meio online – diferente do mundo físico, onde é muito difícil –, mas é difícil permanecer. Hoje o mercado está bem mais maduro e a tendência é ficarem poucas empresas, que serão as que têm condições de prestar um serviço de qualidade.

Quais as tendências deste mercado para o próximo ano?

AnDRADE Nunca nos consideramos uma empresa somente de compras coletivas, apenas começamos assim. A tendência de compras coletivas é que seja bem mais seletivo. No começo, o usuário se aventurava a comprar em qualquer site, e hoje ele se identifica com quem já tem uma marca mais forte, e isso deve se acelerar cada vez mais. O que já estamos fazendo há um tempo é nos posicionarmos de uma forma diferente, lançando novos serviços. Queremos manter o que falamos no começo: ser um site que ajuda as pessoas a explorar a cidade. E dá para fazer isso de várias formas, compras coletivas é só uma delas.

De que forma o senhor avalia a relação do brasileiro com as compras coletivas?

AnDRADE Houve um período em que era algo novo, as pessoas estavam conhecendo, e hoje quase todos sabem do que se trata. O Peixe Urbano já faz parte do dia a dia das pessoas. O usuário aprendeu que há sites que oferecem um serviço de qualidade maior, e sabe que é nesses que ele tem que procurar o que irá comprar.

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Pré-inscrições para a Esem estão abertasAté o dia 14 de junho estão abertas as pré-inscrições

para o Processo Seletivo da Escola Sesc de Ensino Médio

(Esem). Localizada no Rio de Janeiro, a escola-residência

oferece, além da instrução, uma bolsa de estudo integral para

despesas de aula, alimentação e atividades extraclasse. Aos

estudantes do Rio Grande do Sul, nascidos entre janeiro de

1998 e dezembro 2000 e que já tenham concluído o Ensino

Fundamental, serão oferecidas dez vagas. A preferência é

para candidatos dependentes de trabalhadores do comércio

de bens, serviços e turismo, e que apresentem renda igual

ou inferior a cinco salários mínimos. Além disso, as vagas

também são preferenciais aos jovens que tenham estudado

durante, pelo menos, dois terços do Ensino Fundamental em

escola do Sesc, pública ou privada, como bolsistas. Inscrições

e outras informações no site www.escolasesc.com.br.

Alteradas regras de aposentadoria de pessoas com deficiênciaO projeto aprovado pelo Congresso Nacional em 17 de

abril, que reduz a idade de aposentadoria e o tempo de

contribuição de pessoas com deficiência à Previdência Social,

foi transformado em lei no dia 9 de maio. Agora, o período

mínimo de contribuição será fixado conforme o grau de

deficiência – grave, moderada ou leve – classificado através

de perícia do INSS. Independentemente do tipo de deficiên-

cia, a aposentadoria por idade passa de 65 para 60 anos, para

os homens, e de 60 para 55 anos, para as mulheres. Ainda

assim, é exigido o cumprimento de, pelo menos, 15 anos de

contribuição, e a limitação física ou psicológica precisa ser

comprovada durante o período.

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& GE Ó IC O S& N8º Festival Palco Giratório Sesc supera 80 mil atendimentos

Durante 25 dias do mês de maio, a 8ª edição do

Festival Palco Giratório Sesc/POA movimentou Porto

Alegre com uma intensa programação cultural. Foram

mais de 80 sessões artísticas, entre espetáculos de

teatro, dança e circo, além de oficinas de desenvol-

vimento artístico-cultural e intervenções urbanas,

em diferentes pontos da capital gaúcha. Este ano, o

evento apresentou 48 espetáculos de 46 grupos, pro-

venientes de 12 estados brasileiros e quatro países.

O público também foi presença marcante durante

o Festival: mais de 12 mil espectadores. Ao todo, o

evento ultrapassou os 80 mil atendimentos. Realiza-

do pelo Arte Sesc – Cultura por toda parte, o Festival Palco Giratório promoveu a interação dos grupos com o público, por meio

de conversas, oficinas e debates que ampliaram o conhecimento sobre o

processo de criação no universo das artes cênicas.

Governo promete o acesso de 90% da população à internet

Até 2018, o Governo Federal deve cumprir a meta

de levar o acesso à internet a 90% da população

brasileira. Em discurso, o ministro das Comunica-

ções, Paulo Bernardo, cobrou do Governo a conti-

nuidade do investimento na infraestrutura da rede

e na melhoria dos serviços móveis de telefonia e

internet. Bernardo ressaltou ainda que, como forma

de apoio, o Governo pretende criar uma linha de

financiamento público com taxas menores que as

do mercado. O ministro das Comunicações relem-

brou que os investimentos no setor aumentaram,

chegando a R$ 25,2 bilhões em 2012. A Pesquisa

Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do

IBGE, aponta que, em 2011, mais de 53% dos brasi-

leiros ainda não utilizavam a internet.

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ustentabilidadeS

Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9812

Campanha educativa propõe diminuição gradual no uso das sacolas plásticas e

transforma o Rio Grande do Sul em exemplo a ser seguido no país. Acordo firmado

entre Ministério Público, Agas e Fecomércio-RS deflagrou a iniciativa

Uma iniciativa benéfica ao con-sumidor, ao empresário e também ao meio ambiente. Esta é a proposta da campanha educativa Sacola bem utiliza-da ajuda o meio ambiente. Em julho de 2012, um termo de cooperação assina-do entre o Ministério Público do Rio Grande do Sul, a Associação Gaúcha de Supermercados (Agas) e o Sistema Fecomércio-RS marcou o início da campanha que pretende reduzir em até 40% – em todo o país – o uso das sacolas plásticas até 2014. A proposta também agrega múltiplas ações focadas no consumo consciente.

Os resultados obtidos já no segundo semestre de 2012 – o primeiro da cam-panha – comprovam a eficiência da me-dida. Um levantamento realizado pela Agas entre janeiro e março deste ano mostrou que os supermercados gaúchos já conseguiram reduzir em 19,59% o uso das sacolas plásticas.

ExEmplo nacionalEm 2011, um estudo realizado pelo

Instituto Segmento apontou que 81% dos gaúchos eram contra o fim das sacolas plásticas. Em São Paulo, o tér-mino imediato do uso das bolsas nos supermercados resultou numa ação ju-dicial cuja decisão, por fim, favoreceu o retorno do acessório plástico. Para que o Rio Grande do Sul não vivenciasse a mesma polêmica, ficou decidido, por meio de debates, pesquisas, seminários e reuniões, que a redução em território gaúcho ocorreria de forma gradual. “O Rio Grande do Sul foi modelo para o Brasil não apenas pelo posicionamen-to como pelo engajamento de todos os setores da sociedade nesta campanha de redução”, orgulha-se o presidente da Agas, Antonio Cesa Longo. O dirigente afirma que o incentivo à redução pro-move um impacto positivo não apenas no que diz respeito aos custos, mas tam-

bém na cultura nacional. “O setor su-permercadista brasileiro estava reticente quanto à retirada ou não das sacolinhas do varejo, e graças ao sucesso desta cam-panha educativa gaúcha, hoje, o Brasil sabe que reduzir e reciclar ainda é o me-lhor caminho”, enfatiza Longo.

Apesar da meta conquistada ainda no segundo semestre de 2012, o desafio permanece. “O trabalho é contínuo e gradativo”, resume o presidente da Agas. No dia 5 de junho, a Agas promoveu o 3º Fórum das Sacolas Plásticas, sob o tema Redução – Uma alternativa. A ocasião convidou para o debate de novas ideias e demais assuntos acerca do meio ambien-te, como, por exemplo, a logística reversa. Durante o Fórum também foi renovado o convênio entre o Ministério Público, Agas e Fecomércio-RS. Para o vice-presi-dente da Fecomércio-RS e presidente do Sindicato Intermunicipal do Comércio Varejista de Gêneros Alimentícios (Sin-

REduziRpara crescer melhor

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 13

digêneros-RS), João Micelli, as expecta-tivas permanecem ao longo de 2013. “Se em seis meses já tivemos uma redução de 19%, creio que até o fim do ano reduzire-mos muito mais”, confia Micelli.

REsponsabilidadEcompaRtilhada

A coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa do Consumidor (Caoconsumidor) do Ministério Público Estadual, Têmis Limberger, destaca que a ideia da campanha Sacola bem utilizada ajuda o meio ambiente é promover a vida útil que carrega todo e qualquer produ-to. “É a responsabilidade pós-consumo”, acrescenta Têmis. Em outras palavras, além da compra em si, o consumidor deve ser responsável no momento pós-consumo, ou seja, no descarte. “A lei está preocupada com todo esse ciclo”, afirma Têmis, lembrando que a iniciativa foi elaborada com base na Lei nº 12.305/10, que institui a Política Nacional de Re-síduos Sólidos (PNRS). A flexibilidade da campanha, segundo a coordenadora, é um ponto positivo: o debate da escolha – fim imediato das sacolas ou redução –

é feito pela sociedade. Enquanto no Rio Grande do Sul optou-se pela redução gradual, em outras cidades, como Jun-diaí, no interior de São Paulo, acordos setoriais decretaram o fim das sacolas plásticas nos supermercados. Mais do que a conscientização do consumidor acerca do descarte correto do plástico, espera-se também disposição por parte dos setores do comércio, serviço e in-dústria para obedecer à lei. Isso significa seguir e respeitar a regulamentação. No caso dos supermercados, lojas com mais de quatro caixas operadoras, por exem-plo, devem oferecer sacolas com capaci-dade para suportar 6kg. O presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, reconhece que, após determinação por lei de que as sacolas distribuídas devem obedecer às normas e gramatura mínima da ABNT, o consumidor passou a ter mais confian-ça com relação ao material plástico em que carrega suas compras. “A ideia é engajar todos: consumidor, poder pú-blico, indústria e comércio. Cada um tem sua fatia de responsabilidade, ela é compartilhada. Estamos todos juntos”, propõe Têmis Limberger.

a união faz a foRçaUm trabalho feito em equipe sempre

traz garantia de melhores resultados. No caso da campanha pela redução do uso das sacolas plásticas, a parceria entre o Ministério Público, Agas e Fecomér-cio-RS foi crucial para que a iniciativa fosse mais abrangente desde o início. Os números comprovam: a redução de 19,59% no segundo semestre de 2012 representa um total de 153,6 mi-lhões de sacolas a menos emitidas em território gaúcho, durante o perío do. Têmis Limberger vê na parceria entre essas entidades um marketing positivo, já que os próprios supermercados e demais lojas do comércio podem fazê-lo. “Para o Ministério Público, que está envolvido e buscando atender à PNRS, iniciativas proativas como essa são fundamentais”, elogia. O presiden-te da Agas aponta para o fato de que 13% dos consumidores gaúchos ainda recorrem a sacolas extras nos super-mercados para outras utilizações no cotidiano. “É essa cultura que quere-mos alterar a médio e longo prazos”, resume Antonio Cesa Longo.

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Na teoria, é fácil dizer que a saúde é o mais importante. No entanto, por que cuidá-la na

prática é um desafio para tantos empreendedores? Saiba como é fácil levar uma vida mais

equilibrada, mesmo para aqueles que vivenciam rotinas atribuladas

uidar da saúde é fundamen-tal. Em um primeiro momento, esta é uma frase extremamente simples. No entanto, por que colocá-la em prática é tão mais difícil? No universo do em-preendedorismo, a rotina atarefada é familiar a boa parte dos empresários. O estresse é um denominador comum entre aqueles que acumulam horas no escritório, noites mal dormidas, maus hábitos alimentares e cuja única ativi-dade física é o sedentarismo.

Como incluir na agenda a prática re-gular de exercícios físicos? E, afinal, de que forma a saúde do sono (ou melhor, a falta dela) afeta nossa produtividade?

“Ter bons hábitos alimentares é fundamental para o executivo e qual-quer pessoa serem saudáveis”, constata a especialista em exercício físico e con-sultora em bem-viver Carla Lubisco. Ela afirma que o ponto de partida para uma vida com mais qualidade é a in-formação. “Assim é possível ir fazendo

escolhas cada vez mais inteligentes.” A autora do livro Gestão da Qualidade de Vida: como viver mais e melhor lembra que a alimentação saudável faz par-te dos pilares da qualidade de vida, o que também inclui a atividade física, o gerenciamento do estresse, o sono re-parador e – talvez um dos pontos mais importantes – desempenhar um traba-lho que o deixe satisfeito.

AprENdA A EScolhErTer uma rotina equilibrada pode co-

meçar por escolhas simples. Mesmo a agenda mais corrida oferece alguns mi-nutos para recarregar as energias. To-mar água é fundamental, a recomenda-ção é de no mínimo dois litros por dia. Na hora da fome, por que não substituir os salgadinhos por frutas secas ou olea-ginosas (amêndoas, nozes, castanhas)? Elas reabastecem a energia e contêm propriedades que ajudam o metabolis-mo. Em suma, fazem bem à saúde. “Nos

jantares de negócios, optar pelas carnes grelhadas e magras já é um ótimo co-meço. Em uma viagem, quando a aero-moça oferece suco ou água, se ele tiver o costume de ler o rótulo dos alimentos, vai saber que o suco pode conter açú-car e sódio, e que o mais saudável seria optar pela água”, ensina Carla Lubisco. Novamente: por meio da informação, tomam-se decisões que contribuem para uma alimentação mais saudável. A correria que, em muitos casos, ser-ve de desculpa para a má alimentação também pode ser aliada dos empre-sários que começam o dia repleto de tarefas a serem cumpridas. “Os execu-tivos e executivas são experts em saber priorizar objetivos e compromissos. Eles sabem que, para atingir qualquer meta, precisam de determinação, disciplina, planejamento e ação. Isso tudo pode ser aplicado para a saúde”, explica a espe-cialista. A adoção de novos hábitos exi-ge um olhar para a situação presente:

qualidade de vidapor mais

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como está sua alimentação? Você prati-ca exercícios? O que faz para combater o estresse? A partir daí, buscar ajuda com especialistas na área pode ser um grande facilitador. O importante é co-meçar: 30 minutos de caminhada, três vezes por semana ao menos, já é um bom pontapé para a mudança. Se você é da-queles que ficam muito tempo sentados, reserve alguns minutos do expediente para alongar-se. “Muitas vezes, peque-nos novos comportamentos podem ser decisivos para se ter uma melhor quali-dade no cotidiano”, afirma Carla.

SAúdE do SoNoDiferentes motivos podem pertur-

bar o sono: estresse, ansiedade, além de distúrbios noturnos nem sempre perce-bidos pelo indivíduo, como o ronco ou

a apneia do sono. O sono é reparador e, por isso, dormir bem é fundamental. “Dormir é igual a reorganizar a sua casa interna, seus hormônios, metabolismo e musculatura”, comenta Carla Lubis-co. O neurologista André Felício, de São Paulo, explica que uma boa saúde do sono é ter uma boa qualidade de vi-gília. “É dormir bem, para que no perío-do em que você ficar acordado consiga produzir acordado. Quando você não dorme bem, uma série de consequên-cias negativas pode acontecer, especial-mente se esses problemas do sono são crônicos.” O doutor em ciências pela Unifesp e pós-doutor pela University of British Columbia, no Canadá, ressalta que dormir mal apenas uma noite pode acontecer com qualquer um, e não se qualifica como problema. No entanto,

se acontece com alta frequência, pode acarretar algumas consequências. En-tre elas, a alteração da atenção e da memória. “Uma parte da memória de curto prazo que se transforma em me-mória de longo prazo faz isso durante o sono, e por isso, dormir bem é adequa-do”, recomenda o especialista. Na lista de consequências negativas resultantes do acúmulo de noites mal dormidas es-tão, ainda, o mau humor, a depressão e a sonolência excessiva diurna – o que interfere diretamente na produtividade do indivíduo. Dores de cabeça crônicas também são frutos de problemas no sono, e podem ser um círculo vicioso: há pessoas que sofrem de dor de cabeça crônica porque dormem mal, da mesma forma que dores de cabeça desenca-deiam noites mal dormidas.

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MENtE Sã, corpo SãoA apneia do sono é um dos distúr-

bios noturnos mais conhecidos. Trata--se de uma doença em que há pausas na respiração enquanto a pessoa está dormindo – isso ocorre sem que ela perceba. Em geral, a doença vem acom-panhada de outros agravantes, como o sedentarismo, a obesidade e a hiper-tensão. “Quanto maior o peso, pior a apneia. É um tratamento multidisci-plinar”, afirma o neurologista André Felício, referindo-se à necessidade do auxílio de outros especialistas, como educadores físicos e endocrinologistas. Esclarecida a importância da boa saúde do sono, fica a dúvida: como identificar se a origem da queda na produtividade ou do mau humor, por exemplo, está na frequência de noites mal dormidas? “Quem desconfia que o sono é ruim deve prestar atenção no período em que fica acordado, pois tais sintomas servem de pista”, responde Felício. No caso da apneia do sono, é pouco pro-vável que se descubra sozinho, logo, o companheiro ou companheira tem pa-pel crucial na hora do tratamento: eles são testemunhas oculares do distúrbio noturno. Por isso, devem acompanhar o parceiro na consulta médica, para fa-lar sobre o que acontece.

De outro lado, a insônia da manu-tenção do sono (dificuldade para man-ter o sono) ou a insônia inicial (quando há dificuldade para dormir) podem ser identificadas pelo próprio indivíduo. Quem pensa que dormir mal é apenas fruto de uma rotina estressante, fique atento: o começo de tudo pode estar no sono interrompido. Também é vá-lido perguntar ao companheiro ou fa-

miliares se você fala ou se mexe muito durante o sono. “O importante é saber que tem tratamento”, esclarece Felício, também membro da Academia Brasilei-ra de Neurologia. Carla Lubisco aponta que quem não dorme bem perde a ca-pacidade de concentração e de fixação das informações. “Tende a ficar mais irritado, cansado. Tudo isso impacta a sua qualidade de vida e o seu dia a dia no trabalho.” E, mais uma vez, a impor-tância dos bons hábitos alimentares. “Quem se alimenta bem e faz com que o seu corpo esteja sempre em movimen-to, quem dorme com qualidade e sabe gerenciar o estresse, certamente, terá uma rotina de trabalho mais equilibra-da. Se estamos bem com o nosso cor-po e com a nossa mente, nos sentimos mais seguros, confiantes e com energia para os negócios”, conclui a consultora em bem-viver.

o cuidAdo NAS EMprESASEm São Paulo, a CPH Health de-

senvolve produtos e programas corpo-rativos relacionados à gestão de saúde, aplicados em empresas de todo o país. O presidente, Ricardo De Marchi, mé-dico e profissional da saúde corporati-va, reconhece que o tema saúde já está sendo incorporado em grandes empre-sas, mas ainda há um longo caminho a ser trilhado. É importante lembrar a relação saúde/produtividade. “Quanto mais capacidade funcional, melhor joga o seu time e você também”, afirma De Marchi. “Quanto mais performance, maior a sua produtividade.” No am-biente profissional, De Marchi lembra que uma comunicação forte, que se es-tende do alto escalão até o chão de loja, também pode contribuir para a gestão da saúde empresarial. “O segundo pon-to é conhecer as necessidades, interes-ses, o estilo de vida e o comportamento das pessoas que atuam na sua empresa”, acrescenta. A odontóloga Fernanda Lu-bianca Saffer, que atua nas áreas de or-todontia, ortopedia facial e odontologia do sono, alerta para uma boa higiene do sono, como forma de administrar a saú-de do sono. O que isso significa? “Co-mer muito tarde, fazer exercícios muito tarde, fumar, ingerir bebidas alcoólicas: tudo isso faz relaxar demais os tecidos da garganta e pode obstruir a passagem de ar e dar apneia, o que é o maior pro-blema.” Ela acrescenta que sabendo desse tipo de informação é possível ter mais foco na saúde do sono e viver com mais qualidade. “Precavendo-se dessas situações as pessoas dormem melhor e estarão mais dispostas para render mais”, conclui.

Carla Lubisco: o primeiro passo para hábitos alimentares mais saudáveis está na informação

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Carlos Wizard Martins Professor, palestrante especializado em gestão empresarial

Ao avaliarmos a trajetória de empresários bem-sucedidos, perceberemos que um grande resultado somente é alcançado por meio de uma equipe vitoriosa. Quanto mais o empre-endedor é capaz de auxiliar os outros a desen-volverem as suas habilidades e potencialidades, mais sucesso ele terá.

Grande parte das pessoas que consegui-ram tornar o seu projeto uma estratégia ven-cedora, alcançaram isso graças à capacidade de transformar uma ação individual em um sonho coletivo. E a melhor forma de expan-dir um negócio é multiplicando a capacidade empreendedora.

Quando a empresa cria uma política de unir forças e dividir os resultados ou lucros, as oportunidades de crescimento se ampliam. Esse é um dos principais papeis do líder: criar estratégias que tornem o ambiente de traba-lho cada vez mais saudável e promissor.

Ao avaliarmos as equipes dentro de um ambiente de trabalho, provavelmente no-taremos que os profissionais são reflexos di-retos de seus gestores. Por isso, aqueles que assumem cargos de liderança precisam ter habilidades para criar ambientes inovadores, ousados e criativos. O papel do líder é saber formar, motivar, treinar e acompanhar a re-alização das metas prioritárias. O desenvol-vimento de talentos passa a ser uma grande missão social que uma companhia bem-suce-

dida cumpre. De certa forma, seu reflexo vai além do ambiente profissional. Existem sete princípios vitais para o sucesso na formação de uma equipe:

Acreditar – É preciso, em primeiro lugar, acreditar nas pessoas e na sua capacidade de realização.

Treinar – Dedicar tempo e recursos para qualificação, capacitação e treinamento.

Motivar – Líderes devem ser os principais motivadores dos que estão sob a sua gestão. Ninguém seguirá um líder desmotivado.

Delegar – O tempo de qualquer pessoa é limitado. É importante contar com os talentos e a experiência de cada membro da equipe.

Acompanhar – De nada adiantará saber delegar, se não existir um acompanhamento das tarefas e prazos de entrega.

Avaliar – De tempos em tempos, reunir a equipe para uma avaliação de resultados, de-finição de novas estratégias, estabelecimento de prioridades e correções de rumo.

Comemorar – Reserve momentos para comemorar, festejar e vibrar com a sua equi-pe as conquistas alcançadas.

Quando um líder consegue unir todos os profissionais em busca de um mesmo propó-sito, o empreendimento se transforma em algo muito maior do que o planejado inicial-mente. Permita que a sua equipe acredite no seu sonho e faça parte dele!

D ivida seus objetivos

“Quando a empresa cria uma política de unir forças e dividir os resultados ou

lucros, as oportunidades de crescimento se ampliam.”

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l FOTOs: Lúcia simOn

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não basta estar nas mídias sociais, é preciso ter estratégia. O que determinará as estratégias a serem desenvolvidas?

marTha Em primeiro lugar, saber quem é seu público e o que você quer com esse público. Toda estratégia começa enten-dendo muito bem onde esse público está, em que redes, o que o influencia, do que ele gosta de falar, que tipo de compor-tamento ele tem em cada plataforma. Sabendo isso, pergunta-se o que você quer com esse público. Vender? Capturar dados? Que conheçam a marca? A partir disso, é traçado o plano de marketing. Depois, você pensa em quais são as oportunidades e ameaças do ambiente, o que você tem potencialidade, o que tem de fraqueza, para então desenvolver a estratégia dos 4 Ps (produto, promoção, preço e praça). Na estratégia da promo-

lições da educação

digiTaLE N t r e V i S t a

ção, você determina quais as plataformas de comunicação interessantes, e aí você escolhe aquelas em que seu público está, e que podem ser digitais ou analógicas, não importa. A partir do momento em que você tem o leque de plataformas ideais, você atuará naquelas em que têm orçamento para atuar. Às vezes é muito legal atuar na televisão, mas sem di-nheiro não é possível. Então você tenta alinhar no seu budget (orçamento) aquilo que pode fazer.

Que características deve ter o profissional das mídias sociais?

marTha É muito difícil ser apenas um profissional, porque mídias sociais são multidisciplinares. Então, da mesma forma que hoje você não faz um site com uma pessoa só – antigamente tínhamos

o webmaster, que tinha que fazer tudo: conteúdo, responder e-mail, configurar server, design, fazer página –, e hoje, qualquer site profissional é feito por uma equipe multidisciplinar: de banco de dados, programação, design, conteúdo. O que acontece no caso das mídias sociais: idem. Qual é o perfil? Tem que ter alguém que entenda de analytics; outra pessoa que faça conteúdo, seja um redator ou jornalista; um designer, que coordena o visual das plataformas. Eventualmente, você vai trabalhar com conteúdos que envolvem vídeo, e precisará de profissionais dessa área também. Estrategista, para desenvolver estratégias de marketing; um Relações Públicas, para cuidar de eventuais crises. Mas isso é um cenário ideal, logicamente empresas menores não têm esse monte de gente para trabalhar. Como elas fa-

Uma das principais referências em marketing digital no país, Martha Gabriel construiu

uma carreira fundamentada nas questões relacionadas ao impacto da tecnologia na vida

humana. a consultora, professora e palestrante fala sobre como produzir mais sem se

render ao vício nas redes sociais

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Entrevista

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zem: elas têm que ter pelo menos um es-trategista e algum “conteudista”, e você vai adequar os conteúdos que coloca em função do investimento que tem na estratégia. Essas pessoas terão que apren-der um pouquinho de métrica, não tem jeito, e, eventualmente, você colabora com alguém. A geração Y é bastante interessante e bacana para ajudar na par-te de fluência na tecnologia, mas jamais para desenvolver conteúdo e estratégia. Eles são excelentes na parte de fluência tecnológica, mas estão em formação na parte de maturidade profissional e en-tendimento de negócio. É necessário ter sempre alguém mais sênior, que é quem cuida dessas interfaces de conteúdo.

a tecnologia está ao alcance de empresas de todos os portes. de que outras formas as companhias de pequeno e médio portes, cujo orçamento é reduzido, podem aproveitar as oportunidades sem depender de um investimento alto?

marTha Hoje é muito mais fácil, porque a tecnologia está muito mais fácil de usar, pelo menos aquela que vem para a ponta. Tecnologia não é estratégia, não é diferencial, todo mundo tem a mesma. Agora, o que as pequenas empresas não podiam fazer antes, há 20 anos, porque era possível só para as grandes, como pesquisa de mercado, hoje as pequenas podem fazer de forma barata e fácil, ao

fazer monitoramento nas mídias sociais. As pequenas empresas, que têm pouca equipe, podem, em primeiro lugar, capa-citar alguém principalmente nas plata-formas mais essenciais para os públicos dela. Se você vai fazer estratégias de mídias sociais, pelo menos um Facebook você tem que saber usar e entender, compreender a dinâmica para poder atuar. Tem que saber fazer estratégia de marketing, porque isso tem a ver com o mercado. Isso é o mínimo, e é muito fácil e está ao alcance de todos. O que o empreendedor de uma pequena em-presa tem que fazer é capacitação. Será necessário gastar um montante inicial para entender um pouco disso, porque o cenário é um pouco mais complexo que antigamente e é preciso se habilitar. Brinco que todas as soluções passam por educação digital. Se você se educar, você consegue fazer a utilização.

Quais as principais ameaças que resultam da superexposição online e quais cuidados as empresas devem ter?

marTha Primeiro: educação, educação e educação. O que acontece é que, nor-malmente, as pessoas se expõem porque elas não sabem o que estão fazendo. Quando elas fazem isso com pessoas já é ruim, quando fazem isso com uma empresa, você gera um rastro digital para essa empresa e que pode comprometer várias áreas dela, inclusive branding, e isso pode gerar uma crise. A única maneira de educar isso, na empresa, é capacitação interna. Fazemos palestras e cursos de código de conduta, o que você deve ou não fazer, quais são as ameaças e oportunidades. Isso é bacana porque,

“tecNoloGia Não é eStratéGia, Não é difereNcial,

todo MUNdo teM a MeSMa.”

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se você ensina os seus colaboradores a utilizarem bem esse ambiente, eles acabam adquirindo inteligência e usam isso como ferramenta, podendo melho-rar a produtividade deles na empresa também. Em uma empresa pequena, um integrante pode sair, fazer o curso e, na volta, treinar o restante da equipe. Isso é um investimento pequeno e que dá um resultado bastante grande.

a senhora fala muito em cibridismo, que é a integração entre offline e online. como obter equilíbrio entre estes dois meios?

marTha Cibridismo é um híbrido. Na realidade, todos nós estamos nos tornan-do híbridos, nosso corpo biológico e o mundo digital. Por que isso está aconte-cendo? Porque a partir da banda larga, no ano 2000, começamos a nos transferir para as plataformas digitais. Quanto mais banda larga eu tenho, quanto maior ela for e mais disponível eu estiver no dia a dia, mais coisas eu faço que ficam na nuvem, e que são continuações do meu ser aqui. Eu, por exemplo: além do meu corpo biológico, meu computador tem arquivos que eu jamais conseguiria replicar de novo caso perdesse, como livros escritos e aulas. Meu Twitter não é uma réplica minha, é uma continuação minha; estou aqui falando com você e meu Twitter é programado para tuitar dez vezes ao dia, e as pessoas estão conversando comigo lá também. Minha página no Face: idem. A gente começa a se transferir. O celular, por exemplo: ninguém mais sabe número algum de cor, está tudo no aparelho. Começamos a nos transformar para várias platafor-mas, mas não é só uma transferência

mecânica, é também cognitiva. Meu cérebro está nessas plataformas todas. Quais as implicações disso? Primeiro, não sou mais só um ser biológico. Quem mexe com marketing vai ter que pensar nos seus públicos, em que plataformas eles estão, e preciso conversar com todas as partes, não apenas com a parte biológica ou só com a digital. Tem que fazer uma estratégica como um todo. Em termos de equilíbrio, eu digo que ele não está tanto em você estar on e off, mas no que você faz tanto em um quanto em outro. Minha maior preocupação é: o que você faz no on e no off é o que vai determinar o seu equilíbrio, sua produti-vidade. O digital estará em tudo, e como seres humanos continuaremos a ter uma dimensão analógica que é o nosso corpo biológico, e essa dimensão não pode ser descuidada, senão simplesmente viraremos amorfos. Um ponto bacana é, por exemplo: se você pratica esporte, tem que interagir com as pessoas no ‘cara a cara’, e isso é muito importante para resolver problemas, negociação; se você ficar só no digital, você perde essa capacidade de olhar no olho do outro e resolver problema. Na minha opinião, o equilíbrio vem de você ver, em qualquer área, tanto no on quanto no off, o que está lhe fazendo bem e o que está lhe fa-zendo mal, e isso é uma análise que você faz, porque pode ser diferente para você e para mim. O que me faz mal eu tento cortar, tento mudar; o que me faz bem, eu continuo fazendo mais. Por exemplo, eu não uso Skype, não uso GTalk porque

me interrompe a toda hora; não atendo celular na hora do almoço, porque eu posso fazer isso, já um obstetra, não. Esse é o caminho que achei para me equili-brar, cada um tem que achar o seu, ver o que não está legal e ir modificando de acordo com isso.

como integrar diferentes mídias sociais?

marTha Vale a pena integrar, mas não replicar o mesmo conteúdo em todas. A integração é feita pensando em como cada um pode linkar para outra rede de forma que cada uma tenha o conteúdo mais adequado. Se coloco um vídeo no Youtube, este não é o melhor canal para comentar abaixo, não dá para colocar muita informação. Posso fazer no meu blog um post que complemente a infor-mação com o vídeo e usar o vídeo como exemplo. Aí posso tuitar esse post no blog que já está utilizando o vídeo de maneira visual – um alavanca o outro. Posso pegar o infográfico, colocar na minha página, permitir que as pessoas pinem isso no Pinterest e isso pode ser tuitado ou postado no Facebook. Quando você faz essa integração, fica mais tempo com seu público; você alcança públicos em plataformas distintas e eles irão fazer esse caminho ao longo das suas plataformas. Isso é integração, e não é replicação de conteúdo. Onde está o grande desafio disso? Investimento. Para trabalhar em várias plataformas, tem que criar conteúdo para as mesmas, e isso envolve pessoas trabalhando nisso, envolve

“Vale a peNa iNteGrar, MaS Não replicar o

MeSMo coNteúdo eM todaS (MídiaS SociaiS).”

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Entrevista

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“eStaMoS NUM ceNário hiperiNforMacioNal,

eM qUe aS peSSoaS Não têM ateNção

diSpoNíVel para tUdo.”

criação de conteúdo e um budget maior. Normalmente, o que acontece é: pode ser melhor você ficar com menos plata-formas, integrar um número menor e ter mais consistência nessas plataformas, em vez de estar em dez plataformas e postar algo uma vez a cada três meses. Você vira um cadáver digital em todas elas e não engaja público algum.

Qual a diferença entre transmedia e convergência?

marTha Transmedia é o oposto da conver-gência no sentido conceitual da palavra; é quando você tem uma mensagem ou uma história e ela é contada de forma que cada mídia mostre uma parte dessa história, de forma completa e colabo-rando com as suas forças. Por exemplo, no transmedia storytelling eu vou usar a televisão com conteúdo diferente do que está no post do Facebook, que é diferente do que está no celular, que é diferente do que está no jornal. E cada um desses pedacinhos é uma história diferente que compõe o universo ficcional como um todo. Na minha opinião, é o equivalente a uma orquestra. Quem toca qualquer instrumento sabe que cada um tem uma parte distinta da sinfonia, mas você tem um maestro que organiza isso, e a sinfonia é sempre maior que qualquer instrumento tocando. Isso é transmedia. Convergência é o oposto, é quando você tem a mesma peça e você a usa em qualquer mídia. Se eu pegar um vídeo e

colocá-lo na TV, no cinema, no celular, no meu computador, isso é convergên-cia: esse vídeo converge, ele mesmo, para todas as plataformas.

O que é storytelling e qual a sua importância para as empresas, hoje?

marTha Storytelling é contar histórias. É uma das coisas mais antigas que existem na humanidade, porque evoluimos a partir da oralidade. Isso é importante porque as histórias são a formação básica da comunicação humana, da expe-riência humana. Mitologia é história, cotidiano e marcas também. Mas se isso sempre existiu, por que é importante agora? Porque hoje estamos num cenário hiperinformacional, em que as pessoas não têm atenção disponível para tudo. Chama-se de economia da atenção. A atenção é um recurso limitado e temos tanta informação, todos os dias, que não conseguimos dar atenção a tudo. E meu consumidor está nessa situação, como é que eu faço para ele prestar atenção no meu conteúdo? Se eu contar a ele uma história relevante, eu consigo, quando as histórias estão alinhadas com os valores das pessoas, que engajam no coração. A história acabou sendo um antídoto contra essa sobrecarga de informação e ela vira um fator que atrai relevância. Mas você tem que ter habilidade para contar história e ela deve ter um im-pacto bastante forte no psicológico das pessoas. Nosso pensamento é construído

de histórias, nos emocionamos com elas, colaboramos com as mesmas. Por isso, as marcas que conseguirem usar esse universo ficcional junto às várias mídias, que é o transmedia, elas conseguem um engajamento e um marketing 360o de maneira muito mais interessante que com qualquer outro tipo de conteúdo.

Qual o impacto e utilidade da mensuração de resultados e do monitoramento nas redes?

marTha Peter Drucker dizia que não conseguimos gerenciar aquilo que não conseguimos medir. A importância é: se eu não monitorar, não consigo saber se minha estratégia deu certo, se devo continuar nesse caminho ou não, se devo modificar alguma ação. O monitoramento deve começar antes de qualquer estratégia, porque se eu não sei as condições climáticas, por exemplo, num voo, não posso nem sair do solo. Preciso saber onde estou pisando antes de alçar voo. A partir daí começo a ver como está o ambiente. Se eu não tiver dinheiro, traço estratégia. Começo a agir ou monitoro? A hora em que você tiver certeza de como está aquele ambiente, aí você traça a estratégia e continua monitorando o resto da vida. Primeiro porque você precisa saber se deu certo, e segundo porque o público muda muito rápido. Hoje as pessoas mudam de comportamento em um ano: passaram do Orkut para o Facebook, começaram a usar tablet, mobile. Se eu não monitorar, não saberei as transformações que estão acontecendo. O que funcionava há um ano talvez não funcione mais agora.

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redes viciam. como saber se está se passan-do dos limites, em especial nas empresas?

marTha Novamente, em primeiro lugar, a educação. Há estatísticas que mostram que se você permitir tudo, sem educar, a produtividade cai, porque a pessoa não percebe que ela está usando sem controle. Se você ensinar onde aquilo pode ajudar no negócio, as pessoas melhoram a produtividade e utilizam as redes para a própria empresa, porque elas saberão como extrair. Mas você tem que ensinar, não pode deduzir que as pessoas, sozinhas, irão aprender. Como eu sei que aquilo está ou não viciando, ou se é realmente interessante ou está dispersando? A definição de vício, na essência, é de algo que te faz mal. A di-ferença de hábito e vício, por exemplo: você come porque é essencial, mas tem gente que é viciada em comer, e quem é viciado em comer não consegue parar e aquilo faz mal. O mesmo vale com drogas ou com a internet. Se você não consegue ficar sem internet durante um período mínimo e começa a ficar irritadiço, são sintomas de vício. Quan-do você está em abstinência, começa a ficar mal, não é mais algo saudável para você. Digo às pessoas que Face-book vicia mais que cigarro e álcool, há pesquisas que comprovam isso. Se você começar a perceber que não consegue fazer outra coisa, que quer fazer aquilo todos os dias e o tempo todo, e mesmo quando está fazendo outra coisa ainda está pensando naquilo, você tem que pedir ajuda, porque provavelmente está entrando no mesmo processo de vício em álcool, drogas, ou outro tipo de vício. Na realidade, uma boa parte das

pessoas gostam de ficar conectadas nas redes sociais, mas se ficarem sem, não irão morrer. Então está OK, normal, não tem problema algum.

É possível prever qual será o novo Facebook? Qual a sua projeção para a área de mídias sociais para os próximos cinco anos?

marTha Não dá para saber, mas uma coisa é certa: nada dura para sempre. O Facebook está num crescente porque ele ainda é novidade, a principal rede. Temos quase certeza de que ele vai en-trar em saturação, como já acontece nos EUA, onde tem gente saindo da rede social, inclusive jovens, e tem aumenta-do o Twitter em vez do Facebook. O que devemos ter nos próximos anos é a verti-calização. Muito mais plataformas, como

hoje temos o Foursquare, o Pinterest, entre outros, e as pessoas vão começar a se distribuir nessas plataformas de acordo com os interesses delas. Depois da verticalização, vem a segmentação: o que cada um gosta e quer. Por fim, a saturação de algumas delas, que vai distribuindo para outras também, que é o que aconteceu com qualquer mídia de massa. A televisão, por exemplo, era mídia aberta até um ponto x em que você começa a ter tanta gente que então surgem aqueles canais específicos. Daí começa a ter canal só de filme, só de de-senho animado, de futebol. Hoje temos cinco canais de filmes, dez de cartoons, e quanto maior a mídia, maior a quan-tidade de pessoas (massa crítica), mais você consegue se alimentar. No caso das mídias sociais, a tendência é que vá por esse caminho também.

“preciSo Saber oNde eStoU piSaNdo aNteS

de alçar Voo.”

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rabalhoT

Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9824

Crises financeiras, casos de má-fé, erros de interpretação ou o simples descumprimento

da lei. São muitas as polêmicas envolvendo as ações trabalhistas. Saiba que medidas

podem ajudar a evitar situações como essas

Açõestrabalhistas em foco

Ser bem-sucedido, adquirir bens, conquistar uma posição de destaque, rea-lização profissional, tudo isso se consegue através de muito trabalho. Esse anseio e a rapidez com que se faz necessário que as coisas aconteçam, por vezes, podem acabar passando por cima de acordos e legislações para chegar a um objetivo fi-nal, seja por parte dos trabalhadores ou

empregadores, seja por desconhecimento ou má-fé. Essas situações de desacordo não raras vezes terminam nos tribunais.

A chamada “indústria das indeni-zações trabalhistas” lota as varas da justiça do trabalho por todo o país, tornando os processos lentos. Com os 70 anos da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) completados neste

ano, a necessidade de que se estabe-leçam diretrizes mais claras, sem mar-gens para interpretações errôneas, é considerada essencial por diversos ma-gistrados e especialistas.

FiscAlizAções constAntes

Uma forma de garantir os direitos de empregados e empregadores é por meio das fiscalizações dos Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs), em que a preven-ção e o efeito corretivo são básicos para o cumprimento das leis. O chefe da seção de fiscalização do trabalho da Superin-tendência Regional do Trabalho e Em-prego-RS, José Carlos Panatto Cardoso, explica que as denúncias são distribuídas entre os auditores que vão até as empre-sas verificar a veracidade das demandas. “As denúncias mais comuns são exces-so de jornada, falta de registro, atraso de salário, pagamento efetuado fora da folha de pagamento”, explica. No caso de irregularidades, o empregador é au-

Como se precaverConfira algumas dicas para evitar o ajuizamento de ações:

Cumprir as leis é premissa básica para que o empresário evite

ações trabalhistas.

Manter a documentações em dia e de acordo com o que a legislação impõe,

como recibos de pagamento, cartões-ponto, comprovantes de recolhimento

do INSS e FGTS.

Estabelecer na forma de contrato as relações de emprego.

Ter um canal de acesso empregado x diretoria.

Desenvolver uma cultura empresarial sobre como tratar empregados da

forma adequada, sem ações e comportamentos que possam gerar o assédio

ou dano moral.

TexTo: AnA PAulA SArdá

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 25

tuado. As fiscalizações são rotineiras, ou seja, não é necessário haver denúncias para que sejam efetuadas. No ato, é feita uma fiscalização abrangente, não apenas do que lhes foi relatado como irregular.

o dAno morAlUma das principais situações que

geram demandas de ações são os casos de crise econômica. O fechamento de empresas ocasiona a dispensa de seus empregados, os quais, por sua vez, aca-bam por ajuizar ações trabalhistas. A maneira como são interpretadas as leis e empresas que não cumprem a legisla-ção também são fatos recorrentes. No caso das empresas, os motivos para o descumprimento podem ser deliberados – a minoria – ou não. A intenção de não agir de acordo com a lei pode se dar por não concordância ou também em casos que visam à redução dos custos da em-presa. Já os casos não deliberados podem resultar de situações envolvendo erro de interpretação da lei ou mesmo o des-conhecimento, o que é comum no caso de empresas pequenas ou familiares, as quais raramente possuem um departa-

mento de Recursos Humanos ou pessoa responsável pela área contábil. “Às vezes, pequenos erros de pagamento ensejam a necessidade de pagar novamente, e isso tudo gera direito, que é sempre discutido numa ação trabalhista”, explica o juiz do trabalho Marcelo Hentsche.

Mesmo com o aquecimento da eco-nomia, o crescimento dos ajuizamentos trabalhistas foi de cerca de 10% de 2011 para 2012. “O pleno emprego também possibilita ao empregado pedir demissão, procurar outro emprego e discutir na justiça questões relacionadas ao empre-go anterior”, alerta Hentsche. Nos casos de má fé, se houver a comprovação em qualquer das partes do processo, a legis-lação tem mecanismos de punição, como multas. “Não há como mensurar esse tipo de caso, porque a ma-fé é demons-trada no curso do processo”, afirma.

Contudo, Hentsche diz que a maio-ria dos casos não se caracteriza de tal forma. Ele alerta para a questão do dano moral. “Foi um direito que veio sendo reconhecido com o passar do tempo e começou a se falar numa in-dústria do dano moral. O que nós tí-

nhamos era um direito que, num dado momento da evolução da legislação da jurisprudência, passou a ser discutido e reconhecido”, aponta.

Segundo o advogado Flávio Obino Filho, consultor trabalhista na área sin-dical, 80% das reclamações trabalhistas, hoje, contêm indenização por eventual dano moral. Obino afirma que alguns pedidos na Justiça são infundados. “Há uma aposta por parte do trabalhador e do seu representante em conseguir com-provar dano moral, mesmo não corres-pondendo à realidade dos fatos, e buscar algum tipo de indenização por parte do judiciário.” No entanto, Obino destaca a importância de o empresário, efetiva-mente, se precaver no que diz respeito à forma como trata seus colaboradores.

Para tanto, a empresa pode ter um canal que permita aos empregados, eventualmente, apontar ou denunciar práticas de assédio moral. “É importante que se desenvolva uma cultura empre-sarial da importância de tratar os em-pregados da forma adequada, sem ações e comportamentos que possam gerar o assédio ou dano moral”, resume.

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C O P MA UD N OO D

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s olhos do planeta estão voltados para o Brasil. Palco da Copa do Mun-do de 2014, o país entra na reta final de preparação enquanto a expec-tativa da chegada de turistas vindos dos quatro cantos do globo deixa os empresários animados com a oportunidade de novos negócios. É o momento de planejar e investir na qualificação dos colaboradores. Já para os organizadores da competição, o tempo urge! A um ano da Copa, entramos na fase de conclusão das obras e dos ajustes finais.

Dentro de campo, serão 32 seleções nacionais na disputa do título mundial da modalidade mais popular do planeta: o futebol. É por essa razão que a Copa está, ao lado dos Jogos Olímpicos, no primeiro nível dos megaeventos esportivos. Para o Brasil, o teste principal para avaliar se a preparação está sendo bem feita tem data marcada: é a Copa das Confederações, torneio que envolve os seis países ganhadores das com-petições continentais, mais o atual campeão mundial e o país-sede. Reali-zado entre 15 e 30 de junho deste ano, o evento acontece nas cidades de Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Recife, Rio de Janeiro e Salvador.

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A Copa do Mundo mexe, de quatro em quatro anos, com o orgulho

do Brasil. Mesmo quem não gosta de futebol se envolve na torcida pela

seleção. Um ano antes do evento, as expectativas vão além do que

acontecerá nos gramados. Se para o país é uma chance para dar um salto no

desenvolvimento, para os empreendedores é uma oportunidade de ouro

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texto: marcelo Salton Schleder

foto: zentilia/iStockphoto

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9828

No checklist para a Copa do Mun-do já foram assinalados os itens logo-tipo, pôster, slogan (Juntos num só rit-mo), mascote (o tatu-bola Fuleco, cujo nome combina futebol e ecologia) e bola (Adidas Brazuca). Contudo, cabe ao Governo Federal e ao Comitê Orga-nizador Local concluir a parte mais difí-cil, relacionada aos estádios, aeroportos e mobilidade urbana, além de promover investimentos em tecnologia, principal-mente na área de telecomunicações.

Como acontece em todas as cida-des-sede, Porto Alegre é hoje um imen-so canteiro de obras. Secretário Estadu-al do Esporte e do Lazer e coordenador geral do Comitê Gestor da Copa no Rio Grande do Sul, Kalil Sehbe destaca que a competição serviu para acelerar e an-tecipar processos, com mais de R$ 7,4 bilhões investidos pelo poder público – federal, estadual ou municipal – e pela iniciativa privada. “O mais importante é o legado. O aeroporto Salgado Filho é um exemplo importante para o pós-

Copa, com a instalação do equipamento antineblina e a construção da ligação com o trem, através do aeromóvel”, diz.

Em relação ao transporte, Sehbe salienta ainda a extensão da linha do Trensurb até Novo Hamburgo, assim como os mais de R$ 870 milhões apli-cados na mobilidade urbana de Porto Alegre. “Mas o maior investimento que fica para a sociedade é o avanço tecno-lógico, especialmente na segurança pú-blica. Tudo isso somado resulta em uma grande transformação. Há desafios, mas tem muito mais oportunidades”, enfati-za o secretário.

LIÇÕES DO PASSADOOs impactos de um megaevento vão

muito além do dinheiro movimentado no período da competição. A principal herança são os benefícios econômicos, sociais e culturais, sentidos até déca-das mais tarde pelo país que recebeu os investimentos. É assim que pensa o professor alemão Holger Preuss, da

Universidade Johannes Gutenberg, em Mainz. Há mais de 15 anos ele se dedi-ca a pesquisar o tema. A principal lição é evitar generalizações e tratar cada evento como um caso isolado.

Aplicar as soluções das copas de 2006, na Alemanha, ou 2010, na Áfri-ca do Sul, não significa obter os mesmos resultados, em razão das peculiaridades de cada cultura e região. Mesmo assim, os estudos apontaram para importante vantagem em comum. “O reposiciona-mento da imagem, devido ao elevado interesse da mídia nas cidades e países-sede da Copa do Mundo, foi bem ob-servado. Uma imagem ‘indesejada’ ou ‘desatualizada’ pode, possivelmente, ser corrigida”, afirma o especialista. Por ou-tro lado, os riscos também se repetiram. “O principal é a construção de infra-estruturas desnecessárias. Em razão da vontade política de participar do even-to, algumas cidades constroem estádios que não se transformam em legado. Isso acaba sendo um desperdício do dinhei-ro”, reitera Preuss.

POTENCIAL TURÍSTICONa capital gaúcha, o ponto conver-

gente das ações da Copa é o Beira-Rio. Até o fim de maio, as obras no estádio do Internacional já estavam 68,5% con-cluídas. A estrutura dos anéis inferior e superior está em estágio avançado, en-quanto a montagem da cobertura me-tálica teve início apenas recentemente. A previsão da construtora Andrade Gutierrez, responsável pelos trabalhos, é de conclusão até dezembro.

Porto Alegre receberá quatro jogos da primeira fase, todos de diferentes grupos, e mais uma partida das oitavas a conclusão das obras do estádio Beira-rio está prevista para dezembro

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 29

de final. Na prática, isso garante que o Rio Grande do Sul será visitado por torcedores de, pelo menos, nove países. Mas afinal, quem serão esses turistas? A nacionalidade deles só será conhecida em 6 de dezembro, quando acontece o sorteio das chaves. Porém, uma coisa é certa: o caminho da seleção brasileira na competição não passa pelo Estado.

De acordo com o Comitê Gestor da Copa no RS, a competição deve atrair até 600 mil turistas estrangeiros ao país. Se Argentina e Uruguai garantirem vaga no torneio, crescem as chances de essas estimativas se confirmarem. Nesse caso, os empresários gaúchos estariam entre os principais beneficiados. Por sua vez, o turismo interno – no qual torce-dores se deslocam para assistir às par-tidas em outras regiões do país – pode chegar a 3 milhões de pessoas. O secre-tário Sehbe se mostra confiante com o aumento da atividade turística no Esta-do. “O Rio Grande do Sul está preparado para recepcionar bem. Já somos o terceiro Estado que mais recebe eventos. Só no Fórum Social Mundial são mais de 120 mil pessoas que nos visitam.”

De olho nesse potencial, o Gru-po Laghetto irá inaugurar no segundo semestre de 2013 o seu primeiro hotel em Porto Alegre. “A nossa expectativa é grande, pois o incremento do turismo será muito expressivo”, revela o sócio-diretor da rede, Plínio Ghisleni. Além da presença na capital, a companhia opera também em Bento Gonçalves e Grama-do, cidades credenciadas pela Fifa como locais de treinamento de seleções.

No setor hoteleiro, a qualificação dos colaboradores sempre recebeu cui-dados especiais, especialmente no que

se refere ao domínio das línguas inglesa e espanhola. Com a Copa, a atenção aumenta, embora acompanhe uma evolução natural, devido ao crescimen-to do número de hóspedes estrangeiros. “Todos os setores de um hotel precisam ter uma qualificação básica que com-preenda a comunicação com os clien-tes. Essa é uma das maiores preocupa-ções da Laghetto”, atesta Ghisleni.

Ainda que a competição represente uma oportunidade para o grupo hote-leiro, o empresário sustenta que o pla-nejamento de uma empresa não deve ser alterado apenas para um megaeven-to de um mês de duração. “Nossos pla-nos de expansão não foram ditados pela Copa, mas sim pela economia do país e do Estado”, reforça o sócio-diretor da Laghetto. Prova disso é o projeto de abertura de novas unidades até 2017, mesmo com períodos esperados de me-nor movimento.

Ghisleni, assim como o Comitê Ges-tor da Copa no RS, aguarda a chegada de um turista de classes A e B. “Mais de 96% dos turistas trazidos pela Copa têm curso superior e não são atraídos pelo resultado de campo. Eles vêm também para pros-pectar negócios: conhecer desde nossos parques tecnológicos até a produção pri-mária”, projeta Sehbe. É o perfil de quem viajou até a Alemanha e a África do Sul. “Os turistas da Copa do Mundo são mui-to, muito bem educados. Os estrangeiros tinham níveis de educação superiores ao dos visitantes alemães em 2006, e isso se deve aos custos de viagem. Até mesmo os turistas internos eram mais educados e ricos do que o torcedor médio de um clube da primeira divisão do campeonato nacional”, relata Preuss.

Nem todo mundo concorda com essa expectativa. É o caso do profes-sor Pedro Trengrouse, da Fundação Getulio Vargas (FGV), que espera a chegada de turistas com perfil de mo-chileiros, isto é, disposto a assistir aos jogos sem gastar além do essencial. Foi o que aconteceu em Londres, nos Jogos Olímpicos de 2012. Eram espe-rados 300 mil visitantes tradicionais, dispostos a assistir também a peças de teatro e ir às compras. Aconteceu o oposto: foram apenas 100 mil turistas e com gastos abaixo do esperado. “Essa preocupação precisa existir no Brasil, porque a Copa não é a panaceia que muita gente diz”, alerta.

Um ponto em que especialistas e autoridades brasileiras concordam trata do crescimento do turismo no período pós-Copa. Pela televisão, a audiência acumulada das 64 partidas alcançará os 5,5 bilhões de pessoas.

“O maior investimento

que fica para a sociedade é o

avanço tecnológico”

Kalil SehbeSecretário Estadual do Esporte e do Lazer

divulgação/Secretaria eStadual do eSporte e do lazer

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opa do mundoC

Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9830

Na Copa, a Fifa e o COL estabele-ceram uma área de restrição comercial, com perímetro de 2 km ao redor dos es-tádios, que entra em vigência 48 horas antes de cada partida e dura até o dia em que o jogo ocorre. Nesse espaço, estão proibidos a distribuição de produ-tos, a realização de ações promocionais por não patrocinadores do torneio, o comércio de rua e a atuação de cambis-tas. Os proprietários de negócios nessa região estão, dessa forma, proibidos de comercializar mercadorias que compe-tem com os parceiros do evento.

Também organizadas pela Fifa e pelo COL, as fan fests – festas para os torce-dores – são eventos de exibição pública das partidas. É uma forma de atrair os turistas sem ingresso e estimular o con-sumo. “O Brasil tem quase 200 milhões de habitantes e não haverá mais de 3 milhões de ingressos para as partidas. A verdade é que não haverá entradas para a grande maioria”, explica Trengrouse.

O professor defende, inclusive, que as cidades e estados que não receberão jogos deveriam se organizar para reali-zar eventos similares. “O poder público precisa assumir essa responsabilidade. O povo não pode pagar a conta e ficar de fora da festa. É preciso que ele tenha condições de experimentar a sensação de receber uma Copa do Mundo com qualidade e segurança. Por que não or-ganizar uma exibição pública com um show de entretenimento? Além disso, é uma maneira de gerar emprego e ren-da”, sugere.

TRADIÇÃOEm Porto Alegre, estão previstos

shows tradicionalistas no Parque Harmo-

Trata-se de uma forma eficiente de di-vulgar as belezas naturais, a cultura e o desenvolvimento econômico-social do país-sede. Assim, o impacto vai muito além dos 30 dias da competição.

PRODUTO LICENCIADOCom sede em Bento Gonçalves, a

vinícola Lidio Carraro tem a honra de ter sido escolhida pela Fifa para fabricar os vinhos oficiais da Copa do Mundo de 2014. Batizada de Faces, a linha é formada pelos tipos tinto, branco e rosé e tem lançamento previsto para a Copa das Confederações, quando será ser-vida nos camarotes VIPs dos estádios. Diretora de Marketing da companhia, Patricia Carraro explica que a chancela é uma oportunidade única. “Esse pro-jeto alavanca os negócios da empresa, em termos de escala de produção e de ampliação dos canais de venda. Iremos chegar a um número maior de consu-midores, amantes tanto do vinho como do futebol”, acredita.

Hoje, a Lidio Carraro exporta para 18 países, mas a expectativa é de que a parceria abrirá novos mercados. “É uma grande oportunidade de mostrar e promover o vinho brasileiro, tanto aqui quanto lá fora. Essa é a nossa grande missão; queremos levantar essa bandei-ra”, argumenta Patricia. A preocupação em mostrar a diversidade cultural e ét-nica do Brasil se refletiu no projeto da bebida. A combinação de uvas escolhi-das para representar o país foi o dife-rencial para os técnicos da Fifa.

Aberta à visitação de turistas, a Li-dio Carraro não acredita que o número de visitantes irá crescer significativa-mente no período da Copa das Confe-derações, já que os jogos estão concen-trados nas regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. Entretanto, um grande fluxo de turistas é aguardado para 2014. “Estamos já capacitando nossos colabo-radores em outros idiomas. Queremos estar preparados para receber bem não só os brasileiros, mas também os estran-geiros”, comenta a diretora.

OPORTUNIDADESA Copa de 2014 marca também

uma mudança na política de patrocina-dores oficiais do evento. Pela primeira vez, a Fifa negociou uma de suas cotas para uma empresa do varejo: a rede de lojas Centauro. O acordo histórico é um sinal de que a entidade reconhece a importância do setor para a economia local. No Brasil, a competição é garan-tia de mercado aquecido. De quatro em quatro anos, os artigos para torcida, televisores e bebidas são os principais responsáveis pelo aumento do fatura-mento das lojas, bares e restaurantes.

“O povo não pode pagar a

conta e ficar de fora da festa”

Pedro Trengrouse Professor da Fundação Getulio Vargas

nick lau/divulgação

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 31

nia durante o período da Copa do Mundo. O proprietário da Casa do Peão, Arnaldo Cesar Souza, acredita que a medida pode ter um impacto positivo no comércio de produtos típicos do Estado. Localizada no Centro Histórico, a loja vende todo tipo de mercadorias associadas ao folclore gaúcho, do artesanato ao poncho. “De-vemos ter um aumento nas vendas, mas depende muito das seleções que jogarão na cidade. Os europeus não conhecem nossa cultura, então provavelmente vão querer levar uma lembrança. Já os sul-americanos, por terem tradições pareci-das, se interessarão menos”, destaca.

Para receber os turistas estrangeiros, a Casa do Peão planeja contratar um tradu-tor ou um profissional de vendas fluente em inglês. “Vamos definir nossa estratégia no primeiro trimestre do ano que vem. O importante é não perder o foco. O nosso cliente principal é o gaúcho que valoriza o tradicionalismo”, argumenta Souza.

Os costumes do Rio Grande do Sul também recebem atenção especial na

Churrascaria Galpão Crioulo. O sócio-diretor Adalberto Luiz Zanatta espera que o empreendimento, situado no Par-que Harmonia, se beneficie com a che-gada dos turistas. “Estamos preparados para estar sempre com a casa cheia, a exemplo do que acontece no Fórum Social Mundial”, indica.

Como forma de se adequar ao pú-blico estrangeiro, a empresa irá investir na capacitação dos colaboradores. Par-cerias com frigoríficos e escolas de idio-mas estão sendo avaliadas. “Em dias de jogos, queremos ter shows de música ao vivo o dia todo. Também desejamos uma reestruturação interna, não apenas visando à Copa, mas principalmente ao turista nos demais períodos do ano”, comenta Zanatta. O empresário tem a expectativa de que os negócios ganhem um novo impulso após a Copa. “Esse evento oxigena o comércio e o turismo da cidade. A influência será sentida em toda a capital, até mesmo quem pensa que não será beneficiado.”

De acordo com projeções do Gover-no Federal, a Copa do Mundo de 2014 é um investimento de R$ 30 bilhões – apenas os estádios custarão R$ 6 bilhões. Com tantos recursos investidos, restam poucas dúvidas de que a economia irá responder de forma positiva. “Estimo que, além do aumento do emprego e da renda, surgirão diversas oportunidades de negócios no país. Acredito que, no médio e longo prazos, o retorno pode chegar a R$ 150 bilhões”, aprova o pro-fessor Pedro Trengrouse.

Para chegar a esse patamar, é preci-so que os serviços públicos e privados estejam atentos às oportunidades e planejem as ações com cuidado. Mes-mo às portas de um período de vacas gordas, medir custos e benefícios segue sendo a receita do sucesso. O país es-tará de olho no desempenho da sele-ção brasileira, mas é preciso entender que, para o futuro do Brasil, a Copa vale muito mais do que o título mun-dial de futebol.

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patricia carraro: vinho oficial da copa abrirá novos mercados para a vinícola lidio carraro

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aiba maisS

Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9832

G E S T Ã O

i m a G i n a S ó !

TECnOLOGia

Brasil terá um computador por pessoa até 2016

De acordo com a 24ª Pesquisa Anual do Uso de TI, da Fundação Getulio Vargas (FGV), de São Paulo, o Brasil terá um computador por pessoa até 2016. Atualmente, são três para cada cinco habitantes. As edições passadas do estudo mostram o avanço na aquisição de PCs por parte dos brasileiros. Em 2012, havia 99 milhões de equipamentos no país, número que saltou para 118 milhões neste ano. O grande responsável pelo aumento são os tablets, que foram incluídos somente no levantamento de 2013. Antes de sua entrada, a estimativa de um computador por pessoa estava prevista para até 2017. Conforme os dados, existem, hoje, 5 milhões de tablets no Brasil.

The Age of Unreason (1989), de Charles Handy – Na versão em português,

A Era da Irracionalidade

Competing for the Future (1996), de Gary Hamel and C.K. Prahalad – Na

versão em português, Competindo pelo futuro

Emotional Intelligence (1995), de Daniel Goleman – Na versão em português,

Inteligência emocional

The E-Myth Revisited: Why Most Small Business Don’t Work and What to Do

about It (1985), de Michael E. Gerber – Na versão em português, O mito do

empreendedor

The Essential Drucker (2001), de Peter Drucker – Na versão em português,

O Essencial de Drucker

The Fifth Discipline: The Art and Practice of the Learning Organization (1990),

de Peter Senge – Na versão em português, A quinta disciplina

First, Break All the Rules (1999), de Marcus Buckingham e Curt Coffman – Na

versão em português, Primeiro, quebre todas as regras

The Goal (1984), de Eliyahu Goldratt –

Good to Great: Why Some Companies Make the Leap… and Others Don’t

(2001), de Jim Collins – Na versão em português, Empresas feitas para vencer

The 7 Habits Of Highly Effective People (1989), de Stephen R. Covey – Em

português, Os 7 hábitos das pessoas altamente eficazes

Who Moved My Cheese? (1998), by Spencer Johnson – Em português, Quem

mexeu no meu queijo?

Termômetro de emoçõesKevin Mintaraga, CEO da XM Gravity, da Indonésia,

criou um aplicativo de uso interno que permite saber

como os funcionários da empresa estão se sentindo.

O Happiness App oferece nove opções de escolha

aos usuários, entre elas, Animado, Estressado e Infeliz.

Mintaraga sempre teve o costume de conversar com

seus colaboradores diariamente, porém, o número

de profissionais atuantes na corporação aumentou,

passando de 6, no começo, para os atuais 135. Uma

vez que algum sentimento negativo seja indicado no

aplicativo mais do que duas vezes por semana, os

executivos do alto escalão da XM recebem um alerta.

Assim, os gestores podem conversar com o funcioná-

rio descontente. Até agora, conforme relatos do CEO,

cerca de 5% já relataram infelicidade.

Xavi

San

ChEz

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Ck.XC

hnG

Os melhores livros de gestão de negóciosA revista Times criou uma lista com os 25 livros de gestão de

negócios mais influentes de todos os tempos. Alguns deles contam

com versões traduzidas para o português. Abaixo, você confere dez

dos títulos selecionados. A lista completa pode ser acessada no site

da Times (www.time.com).

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 33

C O n S U m O

E m T E m p O

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da

B&S

O MMA Mobile Marketing Economic Impact Study (Em português, Estudo de Impacto Econômico de Mobile Marketing da MMA), da Mobile Marketing Asso-

ciation (MMA), revela dados positivos

sobre o mercado de Mobile Marketing

nos Estados Unidos. Segundo o estudo,

a ferramenta incrementou à economia

norte-americana US$ 139 bilhões no

ano passado. Além disso, foram criadas

524 mil vagas de trabalho à população

daquele país. A Taxa de Impacto de

Marketing também foi calculada, e mediu

o impacto de vendas mobile em relação

às despesas com marketing nos Estados

Unidos. Em 2012, a taxa chegou a um

pico de US$ 20,77 bilhões. As estima-

tivas para o futuro também animam.

Dentro de cinco anos, US$ 400 bilhões

devem chegar aos cofres norte-ameri-

canos, e mais de 1,4 milhão empregos

devem ser gerados.

T r a B a L h O

S U S T E n T a B i L i d a d E

Setor florestal No início deste ano, a área total de florestas certificadas equivalia a cerca de 400

milhões de hectares, o que representa 10% dos recursos florestais globais.

Agricultura Estima-se que o mercado internacional de bebidas e alimentos orgânicos praticamente

duplique até 2015.

Energias Renováveis Desde 1990, o crescimento anual na capacidade de oferta de

biocombustíveis foi de 42%. No caso da energia eólica e da energia solar fotovoltaica, a média foi

de 25% e 15%, respectivamente.

Turismo O turismo internacional deve aumentar em 57% até 2030, segundo projeções.

O destaque é para o subsetor de ecoturismo, que vem ganhando espaço.

Pesca e Aquicultura A previsão é de que o valor total de produtos marinhos (coletados com base

nos padrões de certificação sustentável) chegue a US$ 1,2 bilhão até 2015.

Indústria Entre 1999 e 2009, a certificação ISO 14001, de sistemas de gestão ambiental, aumentou

em 1.500%. A previsão do Pnuma é de que o setor continue investindo em práticas verdes.

A influência do Mobile MarketingOs 6 setores mais promissores

para a economia verdeUm relatório do Programa das Nações Unidas

para o Meio Ambiente (Pnuma) citou os seis

setores que apresentam mais oportunidades

“verdes”. Saiba quais são eles, abaixo:

STOC

k.XC

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Divulgado ranking de fraudes contra consumidorA Serasa Experian divulgou o ranking com os setores que mais tentaram fraudar os

consumidores brasileiros nos três primeiros meses do ano. A área de telefonia lidera a lista,

com 195.894 casos, ou 39% do total. O ramo de serviços é o segundo colocado, com

154.005 ocorrências (30% do total), seguido pelos bancos e financeiras, com 106.514 (21%),

e o varejo, com 42.593 (8%). Os demais setores totalizaram, juntos, 2% das tentativas de

fraude, com 8.540 casos. Ao todo, o consumidor passou por 507.656 tentativas de fraude.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve um aumento de 5,14%.

Os diferentes tipos de CEOsPesquisa realizada pela

Hogan Assessments, na

Nova Zelândia, identificou

os diferentes tipos de

CEOs das empresas.

Ao lado, você confere o

resultado do levantamento.

Os Alfas De maneira geral, possuem altos níveis de energia e ambição, sendo,

também, o grupo mais dinâmico. São pessoas de fácil acesso, inspiradores e

hábeis na formação de alianças.

Os “cérebros” São extremamente inteligentes, confiantes e comportados,

focando seu trabalho em questões técnicas e comerciais.

Os pragmáticos Costumam ser práticos, realistas, e até um pouco duros, já

que são mais reservados. Não ficam paralisados diante de uma situação, mas

também não se precipitam na hora de tomar atitudes.

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mpreendedorismoE

Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9834

escolha da profissão a seguir depende de uma série de fatores que são observados por muitos desde a infância, como aptidões, gostos, influências de pessoas próximas, e tudo isso geralmen-te em uma fase da vida em que ainda se está construindo a personalidade. Após a escolha feita, a realidade da área esco-lhida pode ser diferente do imaginado, além de novos gostos e novas habilida-des serem descobertos no trajeto. Ir pelo

caminho mais seguro ou dar uma revi-ravolta na vida, optando pelo incerto? São questões que diversos profissionais enfrentam para finalmente alcançar a realização no trabalho.

Paixão Pelo que se fazIvani Calarezi, proprietária da rede de

doçarias Amor aos Pedaços, tinha como paixão o piano. Uma tradição familiar, já que sua mãe também era pianista. Ivani nunca pensou em se tornar uma empre-endedora, mas sim, ir atrás de algo que a motivasse, uma nova paixão.

O começo do empreendimento não foi fácil, já que faltava experiência em gerir um negócio próprio. A empresá-ria teve o apoio inicial do marido, que a ajudou a montar a loja e começou todo processo de montagem no período de um ano. No início, Ivani não tinha muita ideia do que fazer ao certo, en-tão começou a experimentar produzir mousses e misturá-los com bolos. “O nome Amor aos Pedaços casava bem

A

a hora de ver o plano BDecidir ainda na adolescência o que se deseja para o resto da vida é uma escolha

complexa. Conheça a história de profissionais que, ao longo de sua carreira, descobriram

novas paixões e hoje são empresários de sucesso

com o que tinha vontade de fazer, pois a essência e a motivação estão muito ligadas à música. Essa sensação de chei-ro, cor, tudo me inspirava”, revela.

A abertura da loja foi um sucesso, já que todo bairro sentia o cheiro dos do-ces que Ivani produzia, até então, expe-rimentalmente. “No primeiro dia tinha muita gente dentro da loja. Eu fiquei um ano brincando lá de servir bolo, depois de um ano essa brincadeira começou a dar dinheiro”, lembra a empresária.

O sucesso da doçaria e o empreen-dedorismo surgiram de forma natural ao passar do tempo. O piano hoje não faz mais parte da rotina de Ivani. A ne-cessidade de praticar algumas horas por dia e a falta de tempo devido à rotina empreendedora acabam por se tornar incompatíveis. “Meu piano está lá; olho para ele e penso ‘um dia vou voltar’!”

entre aulas e bijuteriasAinda nos tempos de faculdade,

a jovem Fernanda Mion, proprietária

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ivani, da Amor aos Pedaços: disciplina herdada da música ajudou no empreendedorismo

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 35

da Fernanda Mion Acessórios, que-ria investir o tempo livre em algo que lhe trouxesse retorno tanto financeiro quanto pessoal. Sua adoração por aces-sórios femininos foi o impulso de que precisava. Fernanda buscou suas pri-meiras peças na rua 25 de Março, em São Paulo, e começou a vender para amigas na faculdade. Ela até cogitou parar os estudos e se dedicar integral-mente ao novo negócio, porém seus pais não permitiram. “Me formei radialista, mas tive apenas duas experiências pro-fissionais. Foi nesse período que vi que não era aquilo que queria”, analisa.

Logo após a formatura, Fernanda começou a perceber que as bijuterias que vendia lhe traziam lucratividade maior e começou a investir um pouco mais do seu tempo e dinheiro na ativi-dade, procurando novos fornecedores e participando de feiras do ramo. A em-presária considera que o maior desafio para começar o negócio foi o empecilho da idade, 19 anos na época. Suas von-tades de jovem também conflitavam com as novas responsabilidades de ad-

ministradora. Além disso, conquistar a credibilidade perante as pessoas foi difí-cil no começo.

Hoje, o negócio vai muito bem e com planos de expansão. “Tenho a ideia da franquia, que é algo que no futuro gosta-ria de fazer. Os planos acontecem sem-pre, e a cada ano inovo o que já existe”, afirma Fernanda. Para a jovem, o segre-do do sucesso é acreditar no que gosta de fazer, porque assim terá um trabalho bem-feito com retorno financeiro, não importando o desafio que vier à frente.

ter semPre mais oPçõesPara o consultor em gestão de pes-

soas Eduardo Ferraz, ter uma segun-da opção, além de ser uma estratégia inteligente, é quase uma questão de sobrevivência no mercado de trabalho atual. “Além das minhas habilidades nessa empresa e do que faço hoje, o que mais eu gosto e tenho talento para fazer?”, questiona Eduardo.

O plano B quase sempre está rela-cionado com a carreira principal, por-que os talentos são os mesmos. “Você

apenas expande suas aptidões, usa sua habilidade, a técnica que você já co-nhece na empresa que trabalha hoje, fazendo outra atividade”, afirma.

O próprio consultor teve essa ex-periência em sua trajetória profissio-nal. Formado em Engenharia Agrô-noma pela Universidade Federal do Paraná, trabalhou numa multinacional por cinco anos, seu único emprego na área. Desde o primeiro ano na empresa tinha certeza de que gostaria de traba-lhar com consultoria.

Preparar-se aos poucos, não largar tudo de uma vez, fazer cursos de em-preendedorismo e na área pretendida, procurar sócios ou pessoas mais expe-rientes na área são opções seguras antes de mudar completamente o rumo.

Nunca se sabe a hora certa para radicalizar e mudar tudo, o importante é calcular os riscos. A dica do especia-lista é criar uma reserva financeira de no mínimo um ano, para não depender apenas dos ganhos da nova profissão. “Pronto nunca se está, certeza ninguém nunca vai ter”, analisa Eduardo.

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9836

irar doce de criança nem sempre é fácil. O ano era 2009. Quando Nicky Bronner voltou para casa cheio de gulo-seimas, após a tradicional brincadeira do Halloween – o Dia das Bruxas nos Esta-dos Unidos –, seu pai confiscou o lote. Aquilo fazia mal para a saúde, afirmou. Contrariado, o garoto de Boston pesqui-sou na internet sobre confeitos e choco-lates, a fim de contradizer o genitor, mas se surpreendeu com o que descobriu. A quantidade de açúcares e conservantes dos produtos era assustadora.

Em vez de desistir das gostosuras, Bronner resolveu investir em algo me-lhor. Com o apoio financeiro de um pai milionário e a ajuda de um chef renomado, ele propôs elaborar e co-mercializar doces com matérias-primas naturais. Nascia a Unreal. Hoje, aos 16 anos, o jovem é um dos cabeças da companhia, que conquistou famosos como o ator Matt Damon e a mode-lo Gisele Bündchen. Os produtos da

marca não contêm aditivos químicos e apresentam menos calorias e mais fibras que os concorrentes.

A Unreal é apenas uma de tantas empresas que vêm atendendo um públi-co cujo objetivo é diminuir a quantidade de substâncias artificiais ingeridas. Ge-ralmente, isso significa ir atrás de pro-dutos frescos e não processados. Com hábitos alimentares mais conscientes, os consumidores passam a exigir uma mercadoria de maior qualidade, que seja nutritiva e não cause tanto impacto no meio ambiente. Saem ganhando, assim, os estabelecimentos que demonstrem a mesma preocupação.

A rede norte-americana de super-mercados Whole Foods, por exemplo, afirma ter o compromisso de ofertar apenas produtos naturais e de alta qua-lidade. No mix, ficam de fora itens que não atendam aos rigorosos padrões da empresa. São observados a procedên-cia, os valores nutricionais e o modo

T

Saúdeque põe a mesaA procura por uma alimentação de melhor qualidade oferece oportunidades de mercado

tanto para pequenas lojas e restaurantes quanto para grandes companhias. Conheça a

história de empresas que apostaram nos produtos naturais

como os alimentos são produzidos. A rede veta artigos que contenham uma série de ingredientes, inclusive asparta-me, sacarina e cores ou sabores artifi-ciais. No caso de carnes, os animais não podem ter sido tratados com antibióti-cos ou criados em ambientes fechados.

O Brasil também tem seus represen-tantes da alimentação natural, sejam restaurantes ou lojas especializadas. E os clientes procuram esses lugares pelos mais variados motivos: filosofia de vida, preocupação com a saúde ou simples-mente vontade de variar o cardápio.

energiaS poSitivaSTodas as manhãs, uma nova frase

motivacional preenche o quadro-negro em frente ao Piperita, armazém e café recém-inaugurado no Bom Fim, em Porto Alegre. É uma maneira de trans-mitir boas energias aos clientes, algo que se estende à mercadoria comercia-lizada. Os cereais em tulhas expostos

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 37

na entrada da loja e vendidos a granel já dão uma ideia: o foco são alimentos naturais e sem conservantes. Há a seção de orgânicos, a de produtos da colônia, bem como opções para diabéticos (sem açúcar) e celíacos (sem glúten).

Sandra Gasparotto, sócia-proprietária do estabelecimento, conta que o objetivo é aludir aos armazéns de antigamente, aproveitando hábitos dos próprios mo-radores do bairro. “Nós ficamos um ano procurando um espaço no Bom Fim. Aqui as pessoas andam a pé, encontram--se, conversam. E o bairro concentra vá-rios públicos – estudantes, profissionais liberais, pessoas de idade. Queríamos que a loja fosse aqui em função disso.”

Sandra afirma que pesquisou não só localização, mas também a procedência dos fornecedores. A maioria são coo-perativas que trabalham com produtos orgânicos e respeitam questões socioam-bientais. “Comprei ‘engatinhando’, pois nunca trabalhei especificamente com esse tipo de mercadoria, mas busquei pessoas que me foram muito bem indi-cadas”, explica a empresária, que vem de uma família de supermercadistas.

O Piperita – nome de um chá de hortelã e pimenta – abriu as portas no início de maio. Por enquanto, os ali-mentos coloniais têm mais saída que os grãos e frutas secas. Sandra acredi-ta que é porque o público ainda está

acostumado a comidas mais pesadas. Entretanto, o espaço do café já faz su-cesso e vem se firmando como um pon-to de encontro. Aos poucos, o resgate do olho no olho vem sendo alcançado. Mais que boa alimentação, o objetivo é, como diz a sócia-proprietária, manter relações humanas saudáveis.

Cozinha que tranSformaO empresário Ricardo Porto ja-

mais imaginou que seria dono de um restaurante vegetariano. No entan-to, o já aposentado da vida bancária resolveu investir no sonho da filha e da cunhada, essa última uma chef de comida indiana com mais de 20 anos

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de experiência. Assim surgiu o Nata-raj, que leva o nome da deidade hindu cuja dança está associada às transfor-mações do Universo.

Meses após a inauguração, a cozi-nheira saiu da sociedade. Junto a isso, a filha de Porto engravidou e precisou se afastar. Coube a ele mergulhar nos ne-gócios e dar continuidade ao estabeleci-mento, mesmo nunca tendo atuado no setor alimentício antes.

Localizado numa área comercial da Zona Sul de Porto Alegre, o restaurante atende pessoas que almoçam no interva-lo do trabalho. Notou-se que o cardápio precisaria de adaptações. A cozinha in-diana, apesar de apetitosa, é carregada em temperos e pode não ser tão ideal para o dia a dia. Porto escolheu opções mais leves, sempre pensando no sabor e na saúde. “O cliente que não come car-ne é uma pessoa disciplinada, que tem propósitos e sabe o que quer”, explica.Ironicamente, o proprietário não é ve-

getariano. Ainda assim, a convivência com esse público tem mudado seus hábitos: “Eu achava que vegetarianis-mo era comer alface, mas é muito mais que isso. Eu aprecio a comida e procuro entregar um produto honesto dentro dessa proposta”. Além de almoçar no local todos os dias, Porto não permite o manuseio de carne nas dependências do restaurante.

Em funcionamento há dois anos, o Nataraj foi conquistando clientela e já há planos para uma ampliação do am-biente. Sinal de que as pessoas, mesmo os não adeptos da filosofia vegetariana, estão procurando alternativas mais sau-dáveis. “Com a comida, você pode obter uma transformação”, acredita Porto.

Saudável e rentávelA Mundo Verde começou com uma

única loja em Petrópolis, na região ser-rana do Rio de Janeiro, em 1987. Isabel Maria Antunes Joffe, formada em nutri-

ção, viajara ao exterior e aprendera so-bre os benefícios dos alimentos naturais e não industrializados. Ela se preocupa-va principalmente com o bem-estar da família, mas também percebeu que esse era um mercado em potencial no Bra-sil. Desta maneira, juntou-se ao marido e dois irmãos para montar a empresa e disseminar o conhecimento.

Em pouco tempo, a Mundo Verde já era referência em saúde na cidade. Al-guns anos se passaram e surgiu a primeira franqueada, em Nova Friburgo, também no Rio. No fim de 2012, a rede já conta-bilizava 243 unidades em todo o país. A meta é fechar o ano corrente com mais 50 novas lojas e chegar a um faturamento de R$ 1 bilhão em 2018. Uma trajetória amparada por políticas de capacitação e desenvolvimento dos colaboradores, bem como pela Universidade Corporativa, plataforma online que oferece cursos para funcionários e franqueados.

Os negócios cresceram, mas a filo-sofia da companhia continua sendo a de proporcionar melhor qualidade de vida para a população brasileira. Mar-cos Leite, diretor de expansão da mar-ca, garante que “a empresa é muito ati-va no esclarecimento de como hábitos alimentares mais apropriados podem melhorar o dia a dia”.

Além dos alimentos, a Mundo Ver-de mantém um serviço telefônico em que nutricionistas esclarecem dúvidas dos clientes – que, no caso, são de todas as idades e níveis econômicos. “Aten-demos às necessidades de um grande número de pessoas com restrições ali-mentares, mas o consumo se estende àquelas que procuram elevar a qualida-de de vida”, esclarece Leite.

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ricardo Porto à frente do restaurante nataraj: cardápio propõe unir sabor e saúde

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 39

la foi a vigésima contratada do Google e a primeira engenheira mulher a trabalhar na gigante da tecnologia. Desde 1999, Marissa Mayer vinha de-sempenhando funções de destaque na empresa. Colaborou no desenvolvimen-to de serviços de busca, imagens, mapas e notícias, além do Gmail. Tornou-se vice-presidente em diferentes setores da companhia. Ficou conhecida, inclu-sive, como porta-voz do Google.

Porém, em julho de 2012, os empresá-rios do Vale do Silício foram surpreendi-dos pela notícia de que Marissa estava se desligando do grupo que a projetara para assumir o cargo de CEO do concorrente Yahoo!. A medida foi uma tentativa de renovar a empresa – uma das pioneiras da internet, mas que vinha perdendo es-paço e público para companhias como o Facebook e o próprio Google.

Estima-se que Marissa tenha acu-mulado mais de 36 milhões de dólares,

entre salário e ações, apenas nos pri-meiros seis meses à frente do Yahoo!. Isso inclui duas semanas de licença-maternidade. Sim, a executiva gradua-da em Computação pela universidade de Stanford deu à luz seu primeiro filho aos 37 anos, em outubro de 2012. No entanto, para não se afastar de suas re-cém-atribuídas funções, construiu um berçário junto ao seu escritório, de ma-neira a conciliar o tempo dedicado ao filho com a longa jornada de trabalho.

Esta atitude foi tão pragmática quanto uma das decisões mais polê-micas de Marissa: abolir o trabalho remoto e o home office no Yahoo!. Pe-las novas regras da empresa, as opções seriam trabalhar na sede ou pedir as contas, o que provavelmente reduziria um já inchado quadro de colaborado-res, sem a necessidade de demissão em massa. Vista por alguns como um re-trocesso, a nova política foi defendida

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Mulherde fortes decisões

por Marissa durante uma conferência de Recursos Humanos em Los Ange-les: “As pessoas são mais produtivas quando estão sozinhas, mas mais co-laborativas e inovadoras quando estão juntas. Algumas das melhores ideias surgem ao se unir outras duas”.

De fato, a maioria dos funcionários do Yahoo! reconheceu que a compa-nhia precisava de uma nova cultura. Marissa, até onde se sabe, trabalha com rigor para garantir essa renovação. Ela insiste em aprovar todas as novas con-tratações da empresa pessoalmente – a exemplo de Tim Armstrong, durante seu tempo à frente da AOL, e de Larry Page, cofundador e CEO do Google.

Talvez ainda seja cedo para saber se esse trabalho dará resultado. O fato é que Marissa já figura nas listas de mu-lheres mais poderosas das revistas For-bes e Fortune. Não dá para negar que ela é uma mulher de fortes decisões.

Marissa Mayer foi durante anos uma das principais executivas do Google. Em 2012,

porém, assumiu o cargo mais alto do concorrente Yahoo!. Com atitudes controversas,

ela tenta dar uma nova cara para a companhia

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9840

exa-se. Por apenas 15 minu-tos, mexa-se. Este é o convite que o Dia do Desafio – realizado sempre na última quarta-feira do mês de maio – propõe às comunidades onde é desenvolvido. No Estado, o DDD é promovido desde 1997 pelo Sistema Fecomércio-RS/Sesc em parceria com as prefeituras e Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Esporte e Lazer. Dos iniciais 257.352 atendimentos realizados em sua primeira edição, o evento cresceu, chegando aos

4.013.512 atendimentos em 2013. Para se ter uma ideia da força que a iniciativa ganhou, 490 cidades gaúchas participa-ram do DDD este ano, realizado no dia 29 de maio. Esse total representa 98,5% dos municípios no Rio Grande do Sul – 23,5% das cidades brasileiras.

Opte pela saúde

A prática regular de exercícios físicos, aliada a uma alimentação balanceada, é uma receita conhecida – e básica – para

M

Contabilizando mais de 4 milhões de atendimentos em 2013, o Dia do Desafio se

consolida como importante ação que promove qualidade de vida e bem-estar. Desde

1997, o Sistema Fecomércio-RS/Sesc realiza o evento no Estado

quem busca uma vida mais leve e saudá-vel. Entretanto, o ritmo acelerado das pessoas nem sempre ajuda. A dificulda-de em encontrar tempo disponível para administrar as atividades além do horá-rio de trabalho é um obstáculo comum aos profissionais de diferentes setores e segmentos. Ainda assim, o primeiro pas-so para a mudança depende da força de vontade de cada um. O DDD nasceu com o objetivo de estimular a quebra da rotina, ainda que por um curto intervalo de tempo: 15 minutos. Nesse período, o DDD convida as pessoas a optarem por algum tipo de atividade física. Em vez do elevador, que tal subir alguns lances de escada? Se já está no escritório, por que não convidar os colegas para uma ginás-tica laboral? Uma volta na quadra da em-presa ou de casa também são opções váli-das, assim como trocar – mesmo que por apenas um dia – o carro pela bicicleta. A regra é: movimente-se. Ampliando esse cenário, o Dia do Desafio representa uma causa maior e é realizado em todo Conti-

desafiOsaudável à comunidade

O aulão de ritmo é uma das atividades previstas durante o DDD

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 41

nente Americano. O evento estimula a competição saudável entre municípios. Na região Sul, Porto Alegre desafiou a capital paranaense, Curitiba. Na dispu-ta entre cidades, vence a que mobilizar o maior número oficial de habitantes. Nesta edição, Curitiba foi a vencedo-ra com um índice de 42,25%, contra 33,47% em Porto Alegre.

Na capital gaúcha, as ações do DDD começaram nos primeiros minutos do dia 29 de maio: a largada foi dada em uma corrida noturna que contou com a participação de 1,3 mil desportistas, e as atividades permaneceram ao longo do dia, até às 20h30.

exemplO de superaçãONo dia 14 de maio, o Sesc-RS reuniu

convidados durante o café da manhã para o lançamento da edição 2013 do Dia do Desafio. O diretor regional da entidade, Everton Dalla Vecchia, enfa-tizou o trabalho que o Sesc faz em prol do bem-estar e da qualidade de vida. “O

esporte é mais que atividade física, ele traz integração”, destacou. Ao agrade-cer as “várias mãos” que tornam o DDD possível, Dalla Vecchia lembrou que a integração entre equipe e comunidade resulta em novas parcerias. “Manter a atividade física é um ato de consciên-cia”, manifestou o diretor regional. Ao celebrar a participação de 98,5% dos municípios gaúchos nesta edição, Dalla Vecchia revelou o desejo de atingir a meta de 100% das cidades inscritas na edição de 2014.

Entoando a canção gauchesca Céu, Sol, Sul, o cantor Neto Fagundes foi um dos convidados especiais do evento, jun-tamente com o atleta paralímpico Clodo-aldo Silva. Num bate-papo descontraído e com muito bom humor, Silva emocio-nou o público com os desafios vencidos em sua vida pessoal e profissional, além de contar sua experiência em eventos mundiais como a Paralimpíada de Ate-nas, na Grécia (2004). Ao todo, o atleta soma 13 medalhas paralímpicas, além de

ter sido reconhecido pelo Comitê Para-límpico Internacional como melhor atle-ta do mundo, e ser agraciado pelo Comitê Olímpico Brasileiro com o prêmio de hour concours. “Os grandes desafios são minhas grandes motivações”, ensinou. O gerente de Esporte e Lazer do Sesc-RS, Marce-lo Afonso, aponta que o Rio Grande do Sul é um estado diferenciado. O Sesc se faz presente por meio de 34 academias e projetos esportivos para todas as idades, em diferentes modalidades. A respeito do Dia do Desafio, o gerente de Esportes re-forçou: “É um convite para que as pessoas pratiquem exercícios e adotem um estilo de vida mais saudável”.

História dO dddTudo começou no Canadá, no in-

verno de 1983. Em uma pequena cida-de, a temperatura chegava aos 20 graus negativos. Por volta das 15h, já era noi-te quando o prefeito fez um convite à comunidade local para que apagassem as luzes, saíssem de casa e caminhassem por 15 minutos ao redor do quarteirão. O total de eletricidade economizada pela iniciativa revelou o número de pessoas envolvidas na atividade. Nas-cia, assim, o Dia do Desafio, hoje mun-dialmente difundido pela Association for International Sport for All (Tafisa), entidade de promoção de esportes se-diada na Alemanha. Em 1995, o Sesc São Paulo trouxe a proposta ao Brasil, com a meta de reduzir o sedentarismo e estimular a prática regular de exercícios físicos por meio de um desafio entre ci-dades de diferentes países. Realizador do DDD desde 1997, o Rio Grande do Sul é hoje o segundo estado brasileiro com o maior número de participantes.

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O cantor neto Fagundes e o atleta paralímpico clodoaldo silva na ocasião do lançamento do DDD 2013

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9842

m completo sucesso. Assim será lembrada a 8ª Feira de Oportuni-dades do Senac-RS, realizada nos dias 9 e 10 de maio em todas as escolas e municípios das áreas de abrangência da entidade no Rio Grande do Sul. A edição de 2013 quebrou o recorde de público do evento, com os 95.230 par-ticipantes convidados a responder à

questão: “Que experiência inesquecível você gostaria de viver?”.

Com uma programação dividida em dois dias – principal novidade de 2013 –, a feira promoveu mais de 500 pales-tras em todo o Rio Grande do Sul, so-bre assuntos como mercado de trabalho, qualificação profissional, experiência de vida e superação. Apenas nas ações rea-

U

caminho para o crescimento

lizadas no Mercado Público e no Largo Glênio Peres, em Porto Alegre, mais de 8 mil pessoas visitaram os quatro espa-ços montados. No Oportunidade, dez agências de Recursos Humanos oferta-ram mais de 4 mil vagas de emprego e estágio. No Educação, foram apresenta-dos os cursos gratuitos oferecidos pelo Senac-RS, através do Programa Senac da Gratuidade (PSG), e pelo Senai, no Programa Nacional de Acesso ao Ensi-no Técnico e Emprego (Pronatec). Já no Senac do Amanhã, promovido em par-ceria com o Sesc-RS, as crianças eram incentivadas a refletir sobre a pergunta: “O que você quer ser quando crescer?”. No Saúde, o público teve acesso a sessões de quick massagem e medição de pressão, além de realizar testes de acuidade vi-sual, glicose, triglicerídeos e colesterol.

o PaPEL Da FEiRaSegundo a gerente de Educação

Superior e Capacitação Educacional do Senac-RS, Carla Patines, o even-

Capacitação e orientação educacional ao alcance de todos, visando ao desenvolvimento

econômico e social. Promovida pelo Senac-RS, a Feira de Oportunidades 2013 ofereceu

à comunidade gaúcha uma série de atividades gratuitas

Na feira, visitantes puderam se inscrever para mais de 4 mil postos de trabalho

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 43

to representa uma oportunidade para sensibilizar a sociedade gaúcha sobre a importância da educação, especialmen-te a capacitação profissional. “Esse é o momento em que conseguimos dialogar com um grande público e mostrar, atra-vés de palestras e cursos em todo o Rio Grande do Sul, a missão do Senac, de promover o desenvolvimento por meio da qualificação”, destaca.

As mais de 95 mil pessoas atendidas dividiam o mesmo ideal: crescer para conquistar uma nova chance. “Recebe-mos a visita de muitos jovens que estão na fase de decidir sobre o futuro profissio-nal, recém-formados no Ensino Médio. Também havia um número elevado de profissionais. Enquanto alguns buscam a reinserção, outros avaliam a possibilidade de mudança para a área em que sempre sonharam trabalhar”, conta Carla. Todos eles receberam, ao final das palestras, um certificado de participação.

Antes um diferencial, hoje a qua-lificação se tornou um requisito básico

diferentes. Pela manhã, o escritor con-versou com estudantes e profissionais liberais. À noite, o bate-papo reuniu comerciários e demais interessados. “A iniciatiava agregou muito e trouxe, além da visibilidade, muitas possibilida-des aos interessados em conhecer me-lhor os cursos aqui oferecidos”, afirma Lisiane de Cássia Tier Martins, diretora do Senac Carazinho.

De acordo com a especialista do Núcleo de Educação Profissional Vera Keller, a Feira de Oportunidades se tor-nou mais coerente e consistente com a proposta pedagógica da entidade. “Tudo começou como uma maneira de devolver à sociedade o reconhecimen-to pelo nosso trabalho. Com o amadu-recimento, se tornou uma experiência importante, tanto para nós quanto para quem participa”, afirma.

No futuro, Vera aposta no cres-cimento da feira. “Quem sabe não se transforme em um evento do calendário oficial de Porto Alegre ou do Rio Gran-de do Sul?” Para a edição de 2014, a es-pecialista confia que será ainda superior à desse ano. “O mote ainda não está de-finido, mas sem dúvida envolverá aquilo que o Senac-RS sabe fazer muito bem: educar, agregar pessoas e emocionar. É isso o que queremos fazer”.

fotos: João Alves/DivulgAção seNAc-Rs

para o ingresso no mercado de traba-lho. Da mesma forma, as empresas va-lorizam cada vez mais os profissionais que se mantêm atualizados ao longo de suas carreiras. Alertar para esse novo cenário foi outro objetivo da Feira de Oportunidades. “A preocupação do Senac-RS é abrir portas para oportu-nidades profissionais e, ao mesmo tem-po, sensibilizar as pessoas para a ideia de que educação é um processo amplo e continuado, que ocorre ao longo da vida”, enfatiza a gerente de Educação Superior e Capacitação Educacional.

PREsEnça no EstaDoDesde a primeira edição, a feira

cresceu no número de atendimentos e envolve todas as unidades do Senac-RS. Em Carazinho já é tradição oferecer uma programação especial. Este ano, a Unidade – que atende 48 municípios da região – trouxe o escritor gaúcho Fa-brício Carpinejar. Mais de mil pessoas ouviram Carpinejar em dois momentos

os números da feira

Mais de 95 mil atendimentos em

todo o RS

Mais de 4 mil vagas de emprego

Mais de 500 palestras

43 escolas e 22 balcões envolvidos

Mais de 60 municípios

realizaram atividades

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9844

ara todo empresário, o maior de todos os sonhos é construir uma marca forte, capaz de engajar os consumidores e ser reconhecida por valores positivos. En-tretanto, muitos gestores esquecem que para chegar lá é preciso antes conquistar um público pouco comentado, mas muito importante: os próprios colaboradores.

O engajamento da equipe traz diver-sos benefícios para a empresa. Os fun-cionários passam a trabalhar melhor e se mostram comprometidos com o futuro do negócio. Como resultado do aumen-to da eficiência, a companhia cresce e as vantagens atingem todos. O ambiente interno permanece positivo, enquanto os desejados ganhos salariais se transformam em realidade. Entretanto, fazer com que os colaboradores vistam a camiseta não é uma tarefa das mais simples.

Um ponto crucial é aproximar o qua-dro funcional, desde a base da pirâmide, do centro das estratégias da organização. Manter os colaboradores bem informados das decisões, além de permitir a contribui-

ção deles no processo, reforça a imagem de empresa democrática. Em um cenário transparente, com diálogo constante en-tre os líderes e os demais setores, há uma probabilidade muito maior de que todos se sintam responsáveis pelos resultados.

“É preciso montar um plano para aonde se quer chegar e avaliar se os funcionários estão motivados. Para isso é preciso dialogar constantemente, sempre com carinho e ênfase nos valo-res que a organização deseja cultivar”, afirma o diretor da B+M Comunicação Interna, Ayrton Cordova Konze – mais conhecido como Kaytano. Definir desa-fios e metas para todos os colaboradores é positivo, assim como recompensas para quem conseguir superá-los, mas não se deve parar por aí.

SINTONIA DE EXPECTATIVASUma das empresas gaúchas mais

reconhecidas pelo sucesso em engajar os colaboradores é a Gvdasa Sistemas, de São Leopoldo, especializada no de-

P senvolvimento de softwares de gestão educacional. A gerente de Desenvol-vimento Humano e Organizacional, Luciane Wolff, revela que as práticas internas têm influência direta na filo-sofia da companhia e na satisfação dos clientes. “É tão estratégico que o com-prometimento é requisito para cum-prirmos nossa missão”, avalia.

A inspiração do trabalho desen-volvido vem de teorias sobre a gestão de pessoas no trabalho, entre elas, as

Alinhar os colaboradores em torno de um mesmo objetivo representa um ponto

crucial no sucesso de uma empresa. Para conquistá-los, nada melhor do que investir na

comunicação, ser transparente e democrático

A fOrçA DO engajamento coletivo

Luciane Wolff, da Gvdasa: engajamento é fruto do ambiente colaborativo e cooperativo

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 45

práticas recomendadas pelo Instituto Great Place to Work. “Acreditamos que o engajamento no segmento de tecno-logia é fruto de muitas variáveis, como um ambiente de trabalho cooperativo e colaborativo, onde as pessoas possam se reconhecer e ser reconhecidas pelos seus esforços”, enfatiza Luciane.

A Gvdasa se esforça para que os conteúdos e projetos estejam em sinto-nia com as expectativas pessoais dos co-laboradores, além de estimular que cada um deles contribua para o processo com suas próprias experiências. Na prática, isso significa conhecer as motivações de cada indivíduo ainda no processo sele-tivo; integrar as pessoas com o grupo, o líder, as ferramentas e a rotina de tra-balho; acompanhar o desenvolvimento pessoal e profissional; ofertar programas de capacitação em treinamento, interno e externo; remunerar com salários com-patíveis com o mercado; e criar ações e campanhas que promovam a integração e convivência dos trabalhadores.

ESTrATÉGIAFazer com que todos os setores te-

nham o mesmo comprometimento com

a missão da organização é uma tarefa árdua. O primeiro passo é criar uma estratégia para implementar ações que contemplem a totalidade dos colabo-radores; o segundo, segui-la à risca. Por isso, não existe uma empresa com equipes engajadas se os líderes não as-sumem a responsabilidade de produzir os valores desejados. “Nada persiste se as práticas e condutas não tiverem pro-pósitos íntegros. Essa relação envolve confianças dos dois lados. Cabe ao líder ter a sensibilidade para que a compa-

nhia seja capaz de conquistar o funcio-nário todos os dias”, avalia Konze.

O especialista considera que o su-cesso das estratégias cresce à medida que são eliminadas as burocracias inter-nas, com mensagens simples e diretas, mais próximas da realidade de cada in-divíduo. “Ninguém gosta de trabalhar em um ambiente inadequado. Todos desejam se sentir úteis e valorizados e, até hoje, não conheci um ser humano que não aspire a brilhar e ver seus so-nhos e obras realizados”, completa.

Lúci

a Si

mon

os caminhos para o engajamentoConheça as dicas mais usadas para elevar o moral da equipe:

Faça os colaboradores compreenderem a importância de transformar um

projeto desafiador em realidade. Estipule metas individuais e coletivas, para

que todos conheçam as expectativas da empresa.

Motive, sempre com mensagens e exemplos positivos. O importante é

criar um ambiente confortável e seguro, em que todos sintam confiança no

cumprimento das metas.

Valorize a colaboração de todos. Elogiar o esforço, a postura e o resultado

individual aproxima os líderes dos funcionários e estimula as atitudes positivas.

As críticas são importantes, mas tenha cuidado para não expor uma pessoa

perante o grupo. A conversa deve ser sempre individual, de preferência em

local neutro.

Saiba recompensar o esforço e os resultados conquistados. Recompensas e

incentivos podem ser uma maneira de manter o engajamento, porém jamais

faça promessas que não possa cumprir.

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Marcelo PortugalConsultor econômico da Fecomércio-RS

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O PIB brasileiro mostrou um desempe-nho abaixo do esperado no primeiro trimestre do ano de 2013. O crescimento da atividade econômica no trimestre foi de apenas 0,6%. O principal destaque foi o desempenho da agropecuária, com crescimento de 9,7%. A indústria, como era esperado, foi o setor de ati-vidade a apresentar o pior desempenho, com crescimento negativo de -0,3%. A frustração no resultado do PIB agregado decorreu de um desempenho positivo, porém em ritmo menor do que o esperado, do setor de comércio e ser-viços, que responde pela maior parte do PIB, com crescimento de 0,5% no trimestre.

Ao contrário do que ocorre atualmente nos países desenvolvidos, fica cada vez mais claro que o fraco desempenho da economia brasilei-ra está associado a fatores de oferta e não de demanda agregada. Na Europa, nos Estados Unidos e no Japão, apesar das boas condições de infraestrutura e da elevada produtividade/qualificação da força de trabalho, o crescimen-to é lento, pois a demanda é insuficiente para a capacidade de oferta. Nesses países, a baixa demanda combinada com condições satisfa-tórias de oferta acaba por gerar uma inflação relativamente baixa para os padrões históricos.

No caso do Brasil, o problema é o inverso. A expansão monetária e fiscal gera um exces-

so de demanda que, dadas as nossas condições precárias de oferta, acaba por acelerar a inflação e não o crescimento econômico. É esse excesso de demanda que faz com que os choques de preços localizados, que se originam em alguns setores específicos da economia, acabem se dis-seminando e pressionando a taxa de inflação agregada, levando-a para um patamar próximo do teto do sistema de metas de inflação.

A estratégia equivocada do governo, em tentar manter um crescimento puxado pela demanda com primazia do Estado, tem ge-rado baixo crescimento do PIB. Para fazer o país voltar a crescer de forma mais acele-rada temos que retomar a agenda de refor-mas estruturais que elevem a produtividade da economia. No curto prazo, precisamos de desregulamentação trabalhista, reforma tributária e privatização da infraestrutura e uma reforma administrativa voltada a elevar a eficiência do gasto público. No médio pra-zo, a estratégia tem de estar focada no capi-tal humano, com ações visando a melhorar a qualidade do Ensino Fundamental. A dis-cussão relevante atualmente não é a de ter mais ou menos Estado, mas sim a de termos um Estado mais eficiente e gerando serviços que o setor privado não consegue suprir de forma satisfatória.

IB: resultado desapontador

“A estratégia equivocada do governo, em tentar manter um crescimento puxado pela

demanda com primazia do Estado, tem gerado baixo crescimento do PIB.”

P

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 47

o ambiente corporativo, a eficiência é uma busca constante. Isso engloba esforços para evitar retraba-lhos, minimizar desperdícios e encon-trar os meios mais adequados para re-alizar as tarefas diárias. Quanto mais enxutos e precisos os processos, meno-res os gastos e melhores os resultados.

Existem alguns sistemas que facili-tam a procura pela excelência no flu-xo do trabalho. Um deles é o Geren-ciamento de Processos de Negócio, ou Business Process Management, termo que originou a sigla BPM. O método consiste em reduzir erros e a falta de comunicação entre colegas. Para tan-to, o foco é nas atribuições e no papel específico de cada stakeholder.

O BPM serve tanto para determi-nar qual será o nível de investimen-tos financeiros, bem como os recursos necessários, quanto para monitorar o desempenho dos processos, de forma a manter a qualidade. Parte-se de uma

visão estratégica, pela qual se identi-ficam as prioridades da empresa, para que depois sejam definidos ou rede-senhados os processos, assim como indicadores que possam servir de pa-râmetro para a avaliação. No âmbito operacional, incluem-se a execução e o acompanhamento das rotinas, de maneira que possam ser implantadas melhorias ou mesmo novos processos, dependendo da realidade e da neces-sidade do empreendimento.

Máquinas e pessoasExistem softwares específicos para

a implementação do BPM nas orga-nizações. Esses programas criam, a partir da interpretação de dados, mo-delagens e simulações de processos. Também contribuem para designar responsáveis por cada tarefa e dar prosseguimento ao fluxo conforme as operações são completadas, além de monitorar e integrar os sistemas cor-

N

O Gerenciamento de Processos de Negócio – BPM, na sigla em inglês – mapeia rotinas

e fluxos de trabalho. Com isso, contribui para aprimorar os sistemas e, desta maneira,

garantir maior eficiência para a empresa

Gestãomais eficiente

porativos. Não à toa, os departamen-tos de TI de grandes companhias são os responsáveis por desenvolver esses sistemas de gestão.

No entanto, o sucesso do Geren-ciamento de Processos de Negócio não depende apenas do computador. É preciso trabalhar a cultura da em-presa também entre os colaboradores. Cada membro da equipe deve enten-der seu papel dentro do sistema e a importância de adequar-se aos mode-los pretendidos.

Obviamente, os processos não são estanques. A avaliação periódica ser-ve justamente para reorientar o que não funciona tão bem. Porém, o pri-meiro passo é o engajamento no fluxo de trabalho, junto à vontade de me-lhorar o desempenho. Desta forma, com o aprimoramento contínuo dos processos, os resultados vão sendo atingidos com mais precisão. Chega-se, assim, a uma maior eficiência.

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Rodrigo GiacometConsultor Político da Fecomércio-RS

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Há mais de 20 anos, o Brasil e os demais países membros do Mercosul se esforçam para transformar o Tratado de Assunção em rea­lidade, sem sucesso. Em menos de um ano, México, Equador, Peru e Chile conseguiram construir a Aliança do Pacífico, uma área de livre comércio dotada de pragmatismo que já conseguiu zerar as tarifas de 90% dos seus produtos de exportação e atrair a atenção de países desenvolvidos do mundo todo, ansio­sos por fechar acordos com o novo bloco. Esse pode ser o marco do fim da liderança política e econômica do Brasil na América Latina – se é que um dia essa liderança existiu, de fato.

A criação da Aliança do Pacífico implica em consequências imediatas para o Brasil. Nossos produtos perderão competitividade frente às mercadorias dos nossos vizinhos. Com isso, a balança comercial brasileira, que já apresenta resultados preocupantes nos últimos anos, será diretamente afeta­da. Outra consequência preocupante é que nosso país deverá atrair ainda menos inves­timentos estrangeiros, tendo em vista que o ambiente para se fazer negócios nos países da Aliança é muito mais favorável que no Brasil. Para comparar os dados, sugiro os números do estudo Doing Business, produzi­do anualmente pelo Banco Mundial.

Inteligentemente, os líderes da Aliança do Pacífico se apressaram em afirmar que esse novo bloco não pretende ser um con­traponto ao Mercosul. Não querem, sequer, comparar o novo tratado a um projeto des­gastado. No Brasil, enquanto as empresas acompanham atentamente os desdobra­mentos do novo bloco, os responsáveis pela política externa afirmam que a Aliança não “tira o sono” do governo.

As diferenças entre os dois blocos re­fletem posturas adotadas pelos seus res­pectivos países membros nos últimos anos. Enquanto os países da Aliança procuraram estabelecer uma agenda econômica ba­seada na livre circulação de pessoas, bens e serviços, os países do Mercosul estiveram às voltas com a adoção de uma agenda polí­tica dedicada a fortalecer laços ideológicos existentes entre os seus governantes. Em vez de promover o livre­comércio, adota­ram políticas protecionistas para enfrentar a crise, o que prejudicou nossa reputação como negociantes.

Isso demonstra que, embora a economia tenha uma agenda própria, cada vez mais in­dependente da agenda política, as decisões políticas ainda influenciam os resultados econômicos. No nosso caso, negativamente.

A liança do Pacífico

“Inteligentemente, os líderes da Aliança do Pacífico se apressaram em afirmar

que esse novo bloco não pretende ser um contraponto ao Mercosul.”

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Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 98 49

Mais Menos&

TV POR ASSINATURAO nível geral de satisfação dos clien-

tes de TV por assinatura via satélite

(DTH) chega a

conforme um levantamento feito pela

Agência Nacional de Telecomunica-

ções (Anatel). No caso dos serviços

prestados via micro-ondas (MMDS)

e a cabo, os índices são de 50,6% e

35,8%, respectivamente.

SUPERSAFRAO impacto da supersafra de soja

no Rio Grande do Sul é de

de acordo com cálculos da

Federação da Agricultura do

Estado do Rio Grande do Sul

(Farsul). Se tivesse a produtividade

do Paraná, por exemplo, o Estado

alcançaria o nível de R$ 42 bilhões.

DÍVIDA GAÚCHAAtualmente, o Governo do Estado deve

à União. A OAB-RS entrou com uma

ação no STF para revisar a dívida.

Caso seja concretizada, o valor

passaria para R$ 2 bi.

65,9%,

R$ 32,9 bilhões,

R$ 40 bilhões

BANCOSSegundo o Instituto Data Popular,

dos brasileiros não possuem conta

corrente ou poupança em bancos.

O número corresponde a 55 milhões

de pessoas no país. Essa parcela da

população movimenta

R$ 665 bilhões por ano.

ENEMEste ano,

brasileiros se inscreveram para o Exame

Nacional do Ensino Médio, o Enem.

O número superou o total de inscritos

em 2012, que foi de 5,9 milhões. As

provas serão realizadas em outubro.

FATURAS ELETRÔNICASDe acordo com a Billentis, em

2013, cerca de

de contas e faturas devem ser enviadas

e arquivadas eletronicamente no

mundo. O processamento de nota

fiscal eletrônica reduz de 50% a 80%

dos custos, quando comparado ao

processamento impresso.

JOVENS DESEMPREGADOSEstimativas da Organização Internacional

do Trabalho (OIT) apontam que o

número de jovens desempregados ao

redor do mundo deve chegar a

em 2013. Os jovens do levantamento

figuram como pessoas com idade entre

15 e 24 anos.

39,5%

7.173.574

20 bilhões

MULHERES NO PODERA presidente Dilma Rousseff foi eleita a

mulher mais poderosa do mundo,

conforme ranking divulgado pela revista

Forbes. Em primeiro lugar está a

chanceler alemã Angela Merkel.

A presidente da Petrobras, Graça Foster,

ocupa a 18a posição.

ACESSO À INTERNETPesquisa do IBGE revela que

dos gaúchos com 10 anos ou mais não

têm acesso à internet. A média nacional

é de 53,5% dos habitantes.

SOFTWARE PIRATANo Brasil,

dos softwares utilizados são piratas, de

acordo com a BSA – The Software Allian-

ce, associação internacional de fabricantes

de software, que reúne empresas como

Apple, Adobe e Microsoft. Segundo a

entidade, se o uso de softwares licenciados

aumentasse 1% no país, US$ 743 milhões

seriam injetados na economia nacional.

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73,4 milhões Er

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Monitor de Juros Mensal

Bens & Serviços / Junho 2013 / Edição 9850maio 2013

O Monitor de Juros Mensal é uma publicação que objetiva auxiliar as empresas no processo de tomada de crédito, disseminando informações coletadas pelo Banco Central junto às instituições financeiras. O Monitor compila as taxas de juros

médias (prefixadas e ponderadas pelos volumes de concessões na primeira semana do mês) praticadas pelos bancos com maior abrangência territorial no Rio Grande do Sul, para seis modalidades de crédito à pessoa jurídica.

Capital de Giro CoM prazo até 365 dias

Cheque espeCial

anteCipação de Faturas de Cartão de Crédito

Capital de Giro CoM prazo aCiMa de 365 dias

Conta Garantida

desConto de Cheques

Em maio, na modalidade de capital de giro até 365 dias, os quatro bancos com as taxas médias mais baixas permaneceram os mesmos na comparação com abril, porém seus concorrentes mais próximos diminuíram a diferença. A Caixa, apesar de ter registrado a maior baixa na data de referência do monitor, apresentou oscilação dentro do mês.

As taxas de cheque especial, que costumam apresentar pouca variabilidade, não fugiram dessa característica em maio. O Banco Safra foi o único a registrar maior diferença na comparação com abril, com queda para uma média de 7,72% a.m. O Banrisul permaneceu com as concessões com juros médios mais baixos (4,32% a.m.).

Na antecipação de faturas de cartão de crédito, houve elevação da taxa média mais baixa, praticada pelo Banrisul, para 1,50% a.m.. O Banco Safra, com ausência de informação no mês passado, aparece com a segunda menor média, 1,61% a.m., seguido pelo Banco do Brasil.

Na modalidade de capital de giro acima de 365 dias, o Banco do Brasil apresentou elevação em sua média, deixando de ser, de forma isolada, o banco com concessões mais baratas. Com queda em sua média em maio, HSBC e Banco Safra aproximaram-se das taxas mais baixas entre os bancos analisados.

Na modalidade de conta garantida, Banco do Brasil e Banrisul mantiveram-se com as taxas médias mais baixas, com 1,83% a.m. e 1,90% a.m., respectivamente. Seguem, ainda com médias abaixo dos 3,0% a.m. Santander, HSBC e Itaú.

Na modalidade de desconto de cheques, houve redução na taxa média mais baixa, praticada pelo Banco Safra, de 1,59 % a.m. em abril para 1,39% a.m. em maio. De modo geral, as taxas médias das outras instituições permaneceram praticamente estáveis.

1) A fonte das informações utilizadas no Monitor de Juros Mensal é o Banco Central do Brasil, que as coleta das instituições financeiras. Como cooperativas de crédito e financeiras não prestam essa classe de informações ao Banco Central, as mesmas não são contempladas no Monitor de Juros Mensal.2) As taxas apresentadas referem-se ao custo efetivo médio das operações, incluindo encargos fiscais e operacionais incidentes sobre as mesmas.3) Período de coleta das taxas de juros: 02/05/2013 a 08/05/2013.

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

abr

1,091,101,321,702,151,871,741,81

2,80

CitibankBanco do BrasilBanrisulBanco safraCaixasantanderitaúBradescohsBC

mai

1,081,191,421,601,671,701,701,822,96

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

abr

4,394,556,587,728,369,069,899,98

Banrisul Caixa Bradesco itaú Banco safra Banco do BrasilsantanderhsBC

mai

4,324,566,487,647,729,059,879,99

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

abr

1,33

1,652,022,262,422,67

Banrisul Banco safraBanco do Brasilsantander hsBCBradesco itaú

mai

1,501,611,681,872,242,422,67

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

abr

1,120,871,031,311,581,131,571,641,72

Citibank Banco do Brasil Caixa hsBCBanco safraBanrisulsantanderitaúBradesco

mai

1,021,041,041,091,161,281,651,691,75

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

abr

1,801,912,012,362,474,003,926,94

Banrisul Banco do Brasilsantander hsBC itaú CitibankBradescoBanco safra

mai

1,831,902,052,332,573,693,985,86

InstituiçãoTaxa de juros

(% a.m.)

abr

1,591,651,902,272,292,372,362,60

Banco safra Caixa Banrisul hsBC itaúBanco do Brasilsantander BradescoCitibank

mai

1,391,651,852,242,322,392,442,572,58

notas:

é permitida a reprodução total ou parcial deste conteúdo, elaborado pela Fecomércio-rs, desde que citada a fonte. a Fecomércio-rs não seresponsabiliza por atos/interpretações/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações.

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