FAMA ESPAÑOLA DE U N SONETO DE SANNAZARO

E l soneto en cuestión es éste:

O gelosia, d 'amanti orr ib i l freno che ' n u n punto m i volgi e tien sì forte! O sorella dell 'empia amara morte, che con tua vista t u r b i '1 ciel sereno!

O serpente nascosto i n dolce seno d i l iet i fior, che mie speranze hai morte! T r a prosperi successi avversa sorte, tra soavi vivande aspro veleno!

D i qual valle infernal nel mondo uscisti, o crudel mostro, o peste de' mortal i , che torn i i g iorni miei sì oscuri e tristi?

Tornat i giù, non raddoppiar miei mal i ! Infelice paura, a che venisti? O r non bastava A m o r con i suoi strali? 1

Los pr imeros test imonios de la afición española a este soneto pertenecen al campo de l a mus ica . N o es sino m u y n a t u r a l que el más ant iguo de ellos se localice en V a l e n c i a , la más i t a l i a n i z a ­da de las ciudades españolas en la p r i m e r a m i t a d del siglo x v i gra­cias a don Fernando, duque de Ca labr ia , que fue su v i r rey de 1526 a 1550 y que plantó en ella el gusto por la l i t e r a t u r a , l a música y las demás artes y costumbres de I t a l i a . D o n F e r n a n d o se señaló m u y p a r t i c u l a r m e n t e p o r l a generosidad con que patrocinó a los músicos 2 ; y uno de ellos, el valenciano L u i s Milán, que en su Cor-

1 M o d e r n i z o el texto que figura j u n t o a l a traducción de Andrés R e y de A r t i e d a (de qua infra), y que coincide c o n el de las ediciones antiguas de S a n ­n a z a r o .

2 Sobre este mecenazgo puede v e r el lector curioso m i s ' ' Notas m u s i c a l e s e n torno a O v i e d o y a l a c a s a rea l de Ñ a p ó l e s " , e n apéndice a l a traducción

NRFH, XXXVI (1988), núm. 2, 955-973

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tesano describió las fiestas de la corte , musicalizó nuestro soneto en su Libro de música de vihuela de mano intitulado "ElMaestro" ( V a ­lenc ia , 1536). D iez años después h izo o t ro tanto A lonso M u d a r r a en sus Tres libros de música en cifra para vihuela, publ icados en la ya m u y cosmopol i ta Sevi l la de 1546 3 .

L a más ant igua de las versiones españolas puede ser ésta:

¡O gelos, de amor terrible freno qu 'en un punto me buelve y tiene fuerte! Hermanos de crueldad, deshonrrada muerte que con tu vista tornas el gielo sereno.

¡O serpiente nagida en dulge seno de hermosas flores, que m i esperanga es muerta! Tras prósperos comiengos, adversa suerte; tras suave manjar, rezio veneno.

¿De quál furia infernal acá saliste, ó cruel monstruo, ó peste de mortales, que tan tristes y crudos mis días hezistes?

¡Tórnate al infierno sin mentar mis males! Desdichado miedo, ¿a qué veniste?, que bien bastava A m o r con sus pesares4.

Este desdichadísimo soneto, en el único manuscr i t o que nos lo h a t r a n s m i t i d o — e l l l a m a d o " C a n c i o n e r o de G a y a n g o s " , ac­t u a l ms . 17.969 de la B . N . M . — , se a t r i b u y e nada menos que a Garci laso de la V e g a , lo m i s m o que u n segundo soneto, " E l m a l en mí ha hecho su g i m i e n t o . . . " , aún más defectuoso que el o t r o , y dos composicioncitas castellanas (cf. la ed. c i t . de Rivers , p . x x i i ) .

del l ibro de A . G E R B I , La naturaleza de las Indias nuevas, de Cristóbal Colón a Gon­zalo Fernández de Oviedo, México, 1978, pp . 492 -497 .

3 E d . de E m i l i o P u j o l , Instituto Español de Musicología, B a r c e l o n a , 1949, p p . 116-118. Composición h e c h a p a r a voz c o n acompañamiento de v i h u e l a ; pero es seguramente adaptación de u n m a d r i g a l polifónico (es fácil restituirle su f o r m a original a cuatro voces ) . N o conozco , d e s g r a c i a d a m e n t e , l a m u s i c a l i -zación de L u i s Milán. E l texto empleado por M u d a r r a ofrece no pocas v a r i a n ­tes: 2 mi tiri e tien sì forte; 3 empia e cruda morte; 6 che con tue voglie mie speranze morte [ s i c ] ; 7 tra felice [sic] succesi; 9 di qual boca infernal; 11 per far gli giorni miei; 12 Tornati giù, non aumentar miei mali; 13 ad quid venisti? C a s i todas estas a l tera ­ciones d e b e n proceder de u n a m a n o i t a l i a n a . L o c u a l puede h a c e r p e n s a r que el m a d r i g a l polifónico o r i g i n a l , c o n esa le tra , es o b r a de u n músico i ta l iano .

4 G A R C I L A S O D E L A V E G A , Obras completas, e d . E l i a s L . R i v e r s , C a s t a l i a , M a d r i d , 1964, p. 179. C o r r i j o l a puntuación del v . 1 ( R i v e r s : " O gelos de a m o r , terrible freno . . . ! ' ' ) y restituyo las lecciones del m a n u s c r i t o e n los v v . 6 y i i .

NRFH, X X X V I F A M A E S P A Ñ O L A D E U N S O N E T O D E S A N N A Z A R O 957

Desde su p r i m e r a publicación, en 1880, todos los críticos h a n acep­tado la autent i c idad de las coplas castellanas, pero no la de los sonetos, a causa, n a t u r a l m e n t e , de sus monstruosos defectos. E l segundo soneto tiene u n a tónica conceptual y expresiva ciertamente garc i las iana 5 . E l o t r o , en cambio , constituiría u n caso excepcio­n a l , pues Garc i laso , a di ferencia de Boscán — y de sus inmediatos sucesores, C e t i n a , A c u ñ a y los d e m á s — , n u n c a t r a d u j o verdade­r a m e n t e u n soneto i t a l i a n o . Se podría decir que bastantes mues­tras d io de su admiración por el Zannazaro de la Arcadia. L o d i ­fícil de aceptar — a u n corr ig iendo los errores mecánicos del co­p i s t a 6 : el tornas del v . 4, por e jemplo , tiene que ser error de copia p o r turbas (turuas), y el mentar del v . 12 t iene que ser aumentar— es que Garc i laso , por m u y nov i c io que lo i m a g i n e m o s , haya po ­d ido escr ibir , n i a u n en b o r r a d o r , versos t a n m a l r imados y t a n desmañadamente escandidos. Impos ib l e que su aprendizaje haya sido t a n penoso.

L a p r i m e r a traducción impresa es la que figura, anónima, en el Cancionero general de obras nueuas impreso p o r Esteban G a b r i e l de Nájera en Zaragoza , 1554:

5 C f . los versos finales: " . . . e l m a y o r bien que tengo es s iempre l lo ­r a r : / [pensad quál será el m a l do el b ien es el que d i g o ! " , t a n patéticos y t a n torpemente escandidos . E n su editio minor (Clásicos C a s t a l i a , 1969) , p p . 75-76 , R i v e r s i m p r i m e a m b o s sonetos c o n u n texto 4 4 l i b r e m e n t e e n m e n d a d o " (y s in notas críticas). E l segundo se d e j a leer bastante b i e n , pero no así el p r i m e r o . Baste u n e jemplo : " . . . h o n r a d a m u e r t e / q u e , v i s t a , tornas el cielo s e r e n o " es u n contrasentido .

6 E l C a n c i o n e r o de G a y a n g o s contiene b u e n número de composiciones de G a r c i l a s o (además de las cuatro piezas m e n c i o n a d a s ) : nueve sonetos, dos églo­gas, u n a canción y tres coplas castel lanas . E n todas ellas l l a m a l a atención l a torpeza del copista . H e aquí algunos de sus disparates : ' ' a d o n d e sé q u ' [ h ] e de m o r i r t a n a p r e t a d o " (Soneto I I , 2: 13 sílabas); " y quanto yo de vos e s c r i v i r d e s s e o " ( S o n . V , 2: 12 sílabas); " a r r i m a d a a tus o l o r e s " (Égloga I , 40 , e n vez de loores); " m á s quel l a l m a a r d i e n t e s " ( E g l . I , 360, e n vez de más que la llama); " s o l a m e n t e e n u n d í a " ( E g l . I I I , 10, e n vez de en vida); " D a p h n e , c o n el cuchi l lo suelto al v i e n t o " ( E g l . I I I , 153, en vez de con el cabelló). D e todos m o d o s , el interés de este m a n u s c r i t o es innegable : ofrece el único texto de dos coplas castel lanas c u y a autent ic idad no puede sino a d m i t i r s e , y a lgunas de sus var iantes ofrecen lecciones mejores que las de l a edición barcelonesa , por e j e m ­plo " d á n d o m e a e n t e n d e r l o que m i flaqueza" (Canción I , 49 ; e n l a e d . b a r c e ­l o n e s a faltajw, y el verso co jea) ; " l a s verdes ovas" ( E g l . I I I , 109) les están m e ­j o r a las ninfas del T a j o que " l a s verdes hojas"; el texto del S o n . X I V , p r i m e r terceto, " A s s í a m i m i enfermo pensamiento / que e n su daño es me pide, yo querría / quital le este m o r t a l m a n t e n i m i e n t o " , ostenta dos gruesos d i s p a r a ­tes, pero tras ellos se esconde u n texto más satisfactorio que el impreso en B a r ­ce lona .

958 A N T O N I O A L A T O R R E NRFH, X X X V I

Celos, de amor terrible y duro freno, que me bolvéys, paráys y tenéys fuerte; parientes muy cercanos de la muerte, qu'el cielo escurecéys claro y sereno.

¡O serpiente escondida en dulce seno de flores, qu'eres causa se convierte el próspero sucesso en dura suerte, y el suave manjar hazes veneno!

¿De quál furia infernal acá as salido, monstruo cruel que a todos has lisiado y a mí en tan gran angustia me has metido?

¡Buelve, no sigas más lo comentado! Desdichado temor, ¿a qué has venido? ¿No me bastava A m o r con su cuydado? 7

Esta sí es u n a traducción seria, i r reprochab le en cuanto a las r i m a s y en cuanto a la m e d i d a . E l t r a d u c t o r , que b i e n podría ser J u a n C o l o m a 8 , calca las dos r i m a s de los cuartetos sannazaria-nos, como h izo también el pseudo-Garci laso (y como harán casi todos los demás traductores) , pero sustituye las de los tercetos por otras (como harán asimismo casi todos los otros traductores) . Des­grac iadamente , no le saca ningún provecho a esa m a y o r l i b e r t a d : los tercetos, fluidos y enérgicos en Sannazaro , son aquí m u y des­vaídos, m u y pedestres; el t r a d u c t o r n i s iquiera se d i o maña p a r a tras ladar la i m a g e n de las flechas ( " O r n o n bastava A m o r con i suoi strali?"), sino que salió del paso con u n inco loro cuidado. Los cuartetos , más ceñidos al mode lo , son por ello menos flojos, pero m u e s t r a n la poca h a b i l i d a d que t u v o el t r a d u c t o r para resol­ver u n par de prob lemas . E l soneto de Sannazaro está d i r i g i d o a u n a aterradora f igura femenina, gelosia, hermana de la morte (sería bueno poner estos nombres con mayúscula) . E l t r a d u c t o r h u b i e ­r a pod ido decir celosía, o gelosia — c o m o llegó a decir G u t i e r r e de C e t i n a — ; pero t a l vez celosía tenía ya el s ignif icado p r e d o m i n a n t e de ' c ier to enrejado de ventanas ' . Así , pues, no t u v o más remed io

7 T e x t o reproducido por A L F R E D M O R E L - F A T I O , L 'Espagne au xvf et au xvif siécle, H e i l b r o n n , 1878, p. 584. T e r m i n a así: " . . . venido / do m e bastava a m o r c o n su c u y d a d o " . Y o corr i jo . L a m e n t o no conocer el artículo de J . P . W I C K -E R S H A M C R A W F O R D , " N o t e s o n the S p a n i s h Cancionero general of 1 5 5 4 " , RR, 7 (1916) , 328-337 .

8 S u s composic iones son las que más a b u n d a n e n el m e n c i o n a d o Cancio­nero de 1554. E n t r e los poetas de l a " p r i m e r a generación" , C o l o m a es quizá el más pedísecuo i m i t a d o r de G a r c i l a s o . C f . A . A L A T O R R E , " S o b r e l a «gran fortuna» de u n soneto de G a r c i l a s o " , NRFH, 24 (1975) , p. 153, nota 18.

NRFH, X X X V I F A M A E S P A Ñ O L A D E U N S O N E T O D E S A N N A Z A R O 959

que t r a d u c i r celos, con ese p l u r a l que convierte al personaje único Gelosia en u n a m u l t i t u d de monst ru i t os 9 . Su solución, en todo ca­so, es pobre : " p a r i e n t e s m u y cercanos de la m u e r t e " (¿por qué n o , p o r e jemplo , " h e r m a n o s de la d u r a amarga m u e r t e " ? ) . E l o t ro p r o b l e m a es el morte del v . 6, p a r t i c i p i o de moriré, d i s t in to del sustantivo morte de l v . 3. Impos ib l e repet i r muerte. También aquí la solución es pedestre (y sintácticamente violenta) : " q u e eres causa se conv ier te . . . e t c . Además , en el v . 2 dice Sannazaro que la gelosia es para el amante lo que el freno para u n caballo a todo galope: lo encabr i ta y a la vez lo i n m o v i l i z a ( " i n u n p u n t o m i volgi e tien si f o r t e " ) . Los tres verbos de la traducción, " m e bolvéys, paráys y t e n é y s " , desd ibu jan la i m a g e n .

Esta traducción t u v o , sin embargo , a lguna f a m a , como lo de­m u e s t r a su inclusión en las Flores de baria poesía, con variantes po­co significativas, pero que ind i can que el texto no procede del Can­cionero impreso en 1554, sino de otro manuscr i to , o b ien —hipótesis no descabellada— de la cabeza de a lguien que sabía de m e m o r i a esa traducción del famoso soneto 1 0 .

H e aquí ahora la traducción de H e r n a n d o de Acuña :

¡O celos, mal de cien m i l males lleno, interior daño, poderoso y fuerte, peor m i l vezes que rabiosa muerte, pues bastas a turbar lo más sereno!

Ponzoñosa serpiente, que en el seno te crías donde vienes a hazerte; en próspero sucesso adversa suerte y en sabroso manjar cruel veneno.

9 Celos, en p l u r a l , es como d i c e n casi todos los textos m e n c i o n a d o s e n es­te artículo; el s ingular celo (cf. infra, nota 26) debe h a b e r sido r a r o en este senti ­do. E n cuanto a celosía, el DCECH ofrece datos algo confusos: "celosía ' ce los ' (ss. x v - x v i l ) , ' enre jado de m a d e r a ' " ; pero l a documentación a d u c i d a se re ­fiere toda, evidentemente , a l ' e n r e j a d o ' , no a los ' ce los ' . E l único que no se a r r e d r a ante el i ta l ianismo gelosia es G u t i e r r e de C e t i n a , soneto " C r u e l y v e n -txiYOSdijelosía. . . " ( G A L L A R D O , Ensayo, t. 2, col . 418 ; ed. Hazañas, t. 1, p. 53) ,

que n o tiene que v e r con el de S a n n a z a r o . E s t e soneto de C e t i n a figura t a m ­bién e n las Flores de baria poesía, el célebre cancionero compi lado en México en 1577 (ed . M a r g a r i t a Peña, U N A M , México, 1980, p. 359) : " C r u e l y u e n -t u r o s a geluzía..."

1 0 Flores de baria poesía, p p . 308-309 . L a editora , por cierto, se l a atr ibuye d e n o d a d a m e n t e a G a r c i l a s o . Sería, según eso, el resultado de l a elaboración del informe b o r r a d o r que antes hemos visto ( u n a elaboración tan a fondo, que l a edi tora se ve obl igada a poner a l pie de l a página, como " v a r i a n t e s " , prác­t icamente todas las p a l a b r a s de l a versión p s e u d o - g a r c i l a s i a n a ) .

960 A N T O N I O A L A T O R R E NRFH, X X X V I

¿De quál valle infernal fuiste salido? ¿Quál Furia te formó? Porque Natura nada formó que no sirviesse al hombre.

¿En qué constelación fuiste nacido? Porque no sólo mata t u figura, pero basta a más mal solo t u nombre 1 1 .

A c u ñ a da a sus cuartetos las r imas ya consagradas, pero re ­n u n c i a , sorprendentemente , a tres de las imágenes del o r i g i n a l : freno, sorella y lietifior. E n su l u g a r i n t r o d u c e , p o r u n a par te , u n a carga enfática ( m a l l leno de cien mil males , peor mil veces que la m u e r t e ) , y p o r o t r a parte u n a visión de los celos no como mons ­t r u o que viene de fuera , sino como daño interior. L a i m a g e n de l a serpiente se traslada a u n n i v e l psicológico: l a serpiente n o se esconde en las flores, sino que nace en el seno m i s m o del amante . H a y que reconocer, s in embargo , que el v . 6 es endeble (aunque no t a n t o como el de la traducción a n t e r i o r ) : l a frase " e n el se­n o / te crías donde vienes a h a z e r t e " es pleonástica, o sea vacía; equivale a ' te crías en el seno donde te crías ' . Los tercetos i n t r o ­ducen también elementos nuevos: el elogio típicamente renacen­t is ta de la N a t u r a l e z a (cf. Garc i laso , Égl. I I , 8 0 - 8 1 : " ¡ O h N a t u ­r a , cuan pocas obras cojas / en el m u n d o son hechas por t u m a ­n o ! " ) y l a ponderación final, en la que se e l i m i n a u n a vez más la i m a g e n de los strali. Ev identemente , lo que a A c u ñ a le i m p o r ­taba más que nada era la fluidez, la so l tura .

Jerón imo de L o m a s C a n t o r a l , coetáneo y paisano de A c u ñ a (ambos eran val l isoletanos) , se t o m a menos l ibertades en su t r a ­ducc ión :

¡O zelos, de amadores duro freno que en v n punto me buelue y tiene fuerte! ¡O fiero hermano de la negra muerte que con t u vista turbas lo sereno!

¡O serpiente ascondida en dulce seno de alegres flores, y quán presto vierte el bien t u i ra , de la mejor suerte, manjar amargo de pongoña lleno!

¿De quál valle infernal veniste al mundo, ó rabia y mortal peste, por quien ardo y en medio del mayor fuego me hielo?

1 1 A C U Ñ A , Varias poesías, e d . A n t o n i o V i l a n o v a , Selecciones Bibliófilas, B a r c e l o n a , 1954, p. 252 .

NRFH, X X X V I F A M A E S P A Ñ O L A D E U N S O N E T O D E S A N N A Z A R O 961

Torna , monstruo cruel, torna al profundo, que para consumir m i vida en duelo basta de Amor el riguroso dardo 1 2 .

Las r i m a s de los cuartetos son las consabidas, pero es curiosa la sustitución de veneno p o r " d e ponzoña lleno" en el v . 8, —sustitución l igada a u n cambio conceptual : en vez de ser las go­tas que envenenan el m a n j a r del a m o r , los celos son el m a n j a r . C o m o en las traducciones anteriores , también en ésta son visibles las huellas del esfuerzo p o r resolver el p r o b l e m a de la r i m a morte en el v . 6: l a frase " q u á n presto v ierte / el b i e n t u i r a , de la m e j o r s u e r t e " es bastante v i o l en ta (deshaciendo el hipérbaton, lo que se entiende es que la i r a de los celos v ierte o d e r r a m a con g r a n rapidez " e l b i e n de la m e j o r s u e r t e " , o sea que ext ingue la ale­gría del amante más venturoso , como q u i e n vuelca v i o l e n t a m e n ­te u n a copa de v i n o ; pero es extraño a t r i b u i r a u n a serpiente ese verter). A l i g u a l que Acuña , L o m a s in t roduce en el p r i m e r terceto u n e lemento que no está en Sannazaro, pero la antítesis pe t rar -quis ta arder!helarse le p e r m i t e tras ladar , p o r fin, l a imagen de los strali ( r imas ardo : dardo). Por lo demás, en esta traducción están presentes las demás imágenes —freno, sorella, lietifior— que A c u ­ña o m i t e . Salvo lo d icho de los v v . 6-7, es el suyo u n soneto t a n f l u i d o , de t a n grata l e c tura , como el de A c u ñ a ; y al m i s m o t i e m ­po es más fiel a l texto i t a l i a n o . Si como poeta o r i g i n a l parece L o ­mas de tercera fila, como t r a d u c t o r es de p r i m e r a . B i e n v is to , ésa fue su espec ia l idad 1 3 .

1 2 J E R Ó N I M O D E L O M A S C A N T O R A L , Obras, M a d r i d , 1578, fol. 114r. A l g u ­nos extractos de este l ibro p u e d e n verse en G A L L A R D O , Ensayo, t. 3, cois . 401 -416 . E n u n o de sus p o e m a s elogia L o m a s C a n t o r a l a ocho poetas de V a l l a d o -l i d , u n o de ellos Acuña: " C a n t e , Acuña, de ti el d i v i n o A p o l o . . . " ( L a s Obras de Acuña, que debe h a b e r sido algo m a y o r que L o m a s , se p u b l i c a r o n postu­m a m e n t e en 1591) .

1 3 Véase J O S E P H G . F U C I L L A , Estudios sobre el petrarquismo en España, anejo 72 de l a RFE, M a d r i d , 1960, p p . 119-133; N . A L O N S O C O R T É S , "Jerónimo de L o m a s C a n t o r a l " , RFE, 6 (1919) , 375-388 ; E . S E G U R A C O V A R S Í , " D o n J e ­rónimo de L o m a s C a n t o r a l , u n petrarquis ta o l v i d a d o " , RLit, 21 (1952) , 39-75. D i c e G A L L A R D O , loe. cit., col . 404 : " E n [sus] versos a l a i t a l i a n a hal lo no sé qué de premioso que obsta a l a f r a n c a expresión de los afectos, a u n q u e tiene rasgos h e r m o s o s . C o m o q u i e r a , pocas piezas suyas t ienen tal n o v e d a d e n el p e n s a m i e n t o , o e n l a dicción, que p u e d a n servir de modelo u o c u p a r p l a z a d i s t i n g u i d a e n u n a colección de poesías c a s t e l l a n a s " ; pero al d a r c u e n t a de las tres Piscatorias t raducidas de L u i g i T a n s i l l o (y no m e n c i o n a d a s por F u c i l l a ) c o m e n t a que " s e d e j a n leer con sabor y g u s t o " . L a m i s m a apreciación m e r e ­c e n sonetos c o m o " A b r i ó m e A m o r c o n diestra m a n o el lado / y z q u i e r d o . . . "

962 A N T O N I O A L A T O R R E NRFH, X X X V I

Lomas t radu jo asimismo el soneto de L u i g i T a n s i l l o , " O d ' i n ­v i d i a e d ' a m o r figlia sì r i a . . . que es imitación del de Sannaza­r o . L o hecho por T a n s i l l o se transparenta perfectamente en la t r a ­ducc ión de L o m a s :

¡ O d e e m b i d i a y d e a m o r h i j o m a l i n o , q u e d e t u p a d r e r o b a s e l s o s s i e g o ! ¡ A r g o s a l m a l , y a l b i e n q u a l t o p o c i e g o , z e l o s , m i n i s t r o d e d o l o r c o n t i n o ! . . .

¡ O r a u i a d e t i m e s m a d e s a m a d a . . . ! S i se p u d i e s s e a t i c e r r a r l a e n t r a d a ,

t a n t o e l r e y n o d e A m o r sería m á s b e l l o q u a n t o e l m u n d o s i n o d i o , m u e r t e o y r a 1 4 .

^ t r a d u c i d o de P e t r a r c a , 4 ' A m o r con l a m a n destra i l lato m a n c o / m ' a p e r s e . . .

A r t i e d a ( " A r t e m i d o r o " ) , coetáneo y amigo de Cervantes :

¡ C e l o s , q u e a l o s q u e a m á y s servís d e f r e n o , y d á n d o m e m i l b u e l t a s m e assís f u e r t e ! ¡ O f u r i a y s o m b r a , h e r m a n a d e l a m u e r t e , q u e a n u b l a s c o n t u v i s t a e l so l s e r e n o !

S i e r p e e s c o n d i d a e n u n jardín a m e n o , d o m u e r e m i e s p e r a n z a e n so lo v e r t e ; e n l a p r o s p e r i d a d c o n t r a r i a s u e r t e y e n e l d u l c e m a n j a r m e d a s v e n e n o .

D i m e , ¿de q u é i n f e r n a l prisión s a l i s t e , q u e l o s m o r t a l e s p e c h o s i n q u i e t a s y e s t a v i d a m e d a s a m a r g a y t r i s t e ?

y " C a b e l l o s de oro sobre nieve p u r a . . . " ( t raducido de B e m b o , " C r i n d 'oro crespo , e d ' a m b r a tersa e p u r a . . . " ) .

1 4 L O M A S C A N T O R A L , Obras, fol. 115r; y cf. F U C I L L A , Estudios, p. 132. O t r o i ta l iano que imitó a S a n n a z a r o fue B e r n a r d o T a s s o : " P a l l i d a gelosia e h ' a po­co a p o c o . . . " , soneto t r a d u c i d o por u n poeta aún más olvidado que L o m a s : Jerónimo de H e r e d i a , Guirnalda de Venus, B a r c e l o n a , 1603 ( F U C I L L A , p p . 278-279) . E l núm. 133 de los " 2 3 7 s o n n e t s " publicados por R . F O U L C H É - D E L B O S C e n RHi, 18 (1908) , 488 -618 , está obviamente inspirado e n el de S a n n a z a r o : " ¡ O e n e m i g a de a m o r , desconf ianza , / fur ia infernal de ingrat i tud n a c i d a , / que con t u a m a r g a hiél m i dulce v i d a / entristeces con súbita m u d a n z a ! . . . " S u autor es " L i z a m a " , otro poeta de l a generación anter ior a la de L o p e y Góngora ( u n o de los sonetos de L i z a m a está dirigido a P e d r o Laínez). L o s tercetos de ese soneto d i c e n : " S i piensas con tu triste compañía, / a s p e r e z a , desdén, y r a , despecho, / af loxar solo u n punto l a c a d e n a , / / engañaste, que a m o r dentro e n m i pecho / jamás h a de m o r i r hasta aquel día / que el último será de v i d a y p e n a " .

NRFH, X X X V I F A M A E S P A Ñ O L A D E U N S O N E T O D E S A N N A Z A R O 963

¡Buélvete allá, que el coragón me aprietas! Infelice temor, ¿a qué viniste? D i , ¿no bastava A m o r con sus saetas?15

Obsérvese, en p r i m e r l u g a r , que A r t i e d a no sólo mant iene las r i m a s de los cuartetos, sino también, a di ferencia de sus tres pre ­decesores, una de las de los tercetos; y , en segundo l u g a r , que n a ­die había resuelto t a n ga l lardamente como él el p r o b l e m a del v . 6 (mié speranze hai morte): a l r e n u n c i a r a l a r i m a seno del v . 5 y al con­v e r t i r el " d o l c e seno / d i l i e t i f l o r " en jardín ameno, fycúeda. se re ­serva todo el v . 6 para decir fluidamente, s in violencias, lo m i s ­m o que allí dice Sannazaro (y los lietifior no quedan sacrificados del todo ) . Las demás imágenes del soneto i ta l iano se trasladan con absoluta natura l idad , incluyendo los strali del verso final (y las saetas están aquí m e j o r colocadas que el dardo en la traducción anter i o r ) . R e y de A r t i e d a , más atract ivo que Lomas como poeta o r i g i n a l 1 6 , es, como t r a d u c t o r , t a n de p r i m e r a fila como él, con la di ferencia

1 5 Discursos, epístolas y epigramas de Artemidoro [ Z a r a g o z a , 1605] , ed . A n t o ­nio Vilanóva, Selecciones Bibliófilas, B a r c e l o n a , 1955, p. 209. E l editor reco­ge e n el prólogo las noticias que se t ienen sobre R e y de A r t i e d a (1549 -1613) , y reproduce los elogios que le h i c i e r o n C e r v a n t e s y L o p e . P a r a facilitar l a c o m ­paración con las otras versiones he s u p r i m i d o los signos de interrogación que a p a r e c e n en los v v . 7-8, así del texto i tal iano c o m o de l a traducción. ( E l senti ­do no c a m b i a ) .

1 6 E s notable el j u i c i o que le merece A r t i e d a al P . F R A N C I S C O J A V I E R A L E ­G R E , e n n o t a a su traducción del Arte poética de B o i l e a u (Opúsculos inéditos. . ., e d . Joaquín García I c a z b a l c e t a , México , 1889, p. 61) . C o m e n t a n d o el pasaje famoso e n que B o i l e a u , después de tender l a m i r a d a sobre el p a n o r a m a sonetil europeo, ref lexiona que de tantísimos sonetos " d o s o tres entre m i l / apenas p u e d e n leerse , y m e p r o p a s o " , amplía A l e g r e l a l ista de los sonetistas, repite que ' 'de tantos mi l lares de sonetos no sé si podrá sacarse u n a d o c e n a s in defec­t o " , y añade: " S ó l o pondré aquí u n o que no hallarás fácilmente en otra parte , y que p o r l a s i m p l i c i d a d del p e n s a m i e n t o , por l a v i v e z a de l a i m a g e n , por l a n a t u r a l i d a d , h e r m o s u r a y g r a c i a del estilo lo tengo por la pieza mejor que se ha escri­to en este género, y c a p a z él solo de i n m o r t a l i z a r el n o m b r e de Andrés R e y de A r t i e d a " ; y a continuación copia entero el soneto " A los discursos v a n o s " ( " C o ­m o a su parecer l a b r u j a v u e l a . . . " , e d . V i l a n o v a , p. 212) , delicioso en efecto por su h u m o r c u a s i - c e r v a n t i n o . L o r a r o es que A l e g r e diga que el lector no hallará fácilmente ese soneto en otra parte . Habría que p e n s a r que su t r a d u c ­ción de B o i l e a u es anter ior a 1768, año en que apareció el p r i m e r tomo del Parnaso de Sedaño, e n c u y a p. 360 se inc luye ese soneto de A r t i e d a . P e r o es evidente que l a traducción de B o i l e a u se h izo c u a n d o y a habían t r a n s c u r r i d o algunos años del destierro italiano de Alegre (1767-1788), pues los conocimientos de l i t e r a t u r a europea de que d a m u e s t r a s no p u d o adquir ir los sino en I t a l i a . ( E l soneto " A los discursos v a n o s " es u n a de las poquísimas muestras de l a poesía de A r t i e d a que figuran e n el desdichado t. 62 de la BAE, p. 540) .

964 A N T O N I O A L A T O R R E NRFH, X X X V I

de que no h izo sino cinco traducciones. E r a poeta estricto , y salta a la v ista la cuidadosa seriedad con que h izo su labor : cada u n o de estos cinco sonetos va precedido de su o r i g i n a l i t a l i a n o 1 7 , e v i ­dentemente p a r a i n v i t a r a l lector a hacer lo que aquí estoy h a ­c iendo (o t r a t a n d o de hacer) .

Este parece ser el l u g a r que cronológicamente le corresponde a u n a sexta traducción, contenida en la Poética silva de l a b i b l i o t e ­ca de C a m p o m a n e s , acerca de la cual confieso no saber sino lo que de ella dice G a l l a r d o . E n el f o l . 145 de ese m a n u s c r i t o hay u n soneto (evidentemente anónimo) que comienza " ¡ O celo, del amante h o r r i b l e f r e n o . . . ! " 1 8

E n 1605, el m i s m o año en que aparecieron las poesías de R e y de A r t i e d a , se publicaba en Va l l ado l id la P r i m e r a parte de las Flores de poetas ilustres de España, recogidas por Pedro Espinosa, donde figuran dos traducciones de nuestro soneto: la de Góngora y l a de Jerón imo de M o r a . Comencemos con esta segunda:

¡Celos, de quien bien ama amargo freno, que a u n tiempo me corréis y paráis fuerte! ¡Sombras de la enojosa y triste muerte, tiniebla que se opone al sol sereno!

¡Víboras encubiertas en el seno de dulces flores, mal que no se advierte! ¡Tras prósperos principios triste suerte, y en sabroso manjar mortal veneno!

¿De cuál gruta infernal acá salistes, ru ina universal de los mortales? ¡Ay! ¿por qué perseguís mis ojos tristes?

1 7 Además del soneto de S a n n a z a r o , A r t i e d a t radujo u n o m u y famoso de P e t r a r c a , " C e s a r e poi che '1 traditor d ' E g i t t o . . . " , u n o de Seraf ino A q u i l a ­n o , " I o p u r travagl io e so che '1 tempo gioco . . . " , y dos que él a tr ibuye a L u i g i A l a m a n n i : " D o p o d i h a v e r fuor d i P a n n o n i a sp into . . . " y " S u p e r b i co l l i , e v o i sacre r u i n e . . . " ; el segundo, m u y celebrado, es e n rea l idad de C a ­stiglione; F U C I L L A , Estudios, p. 2 1 0 , dice no h a b e r hal lado el p r i m e r o en las obras de A l a m a n n i .

1 8 G A L L A R D O , Ensayo, t. 1, co l . 1 0 6 1 . L a Poética silva debe ser c o n t e m p o ­ránea de las Flores de E s p i n o s a ( a las que en seguida m e referiré); pero el tenor de sus composic iones ( a j u z g a r por las abundantes m u e s t r a s que edita G a l l a r ­do) nos sitúa más e n los últimos decenios del siglo x v i que e n los c o m i e n z o s del x v i i . Se e c h a de m e n o s l a " m o d e r n i d a d " de Góngora y de L u i s Martín de l a P l a z a ( a u n q u e está representado L o p e c o n algunos de sus sonetos más famosos) . L o s ingenios de l a Poética silva son casi todos g r a n a d i n o s . V a r i a s de las composic iones que figuran e n el la están también e n las Flores de E s p i n o s a .

NRFH, X X X V I F A M A E S P A Ñ O L A D E U N S O N E T O D E S A N N A Z A R O 965

Volvé al infierno ya, dejad mis males. Mald i to sea el punto en que nacistes, que bien bastaba A m o r sin furias tales 1 9 .

Es u n a traducción t a n buena como la de A r t i e d a , y s in e m ­bargo di f iere de ella en no pocos detalles. M o r a m a n t i e n e el p l u ­r a l de celos hasta el final: " C e l o s . . . , volvé al i n f i e r n o " (todos los traductores h a n t e r m i n a d o en s ingu lar ) , pero quizá sintió que era v i o l ento p l u r a l i z a r el sorella de l v . 3 d i c iendo p o r e jemplo " h e r ­manos de la odiosa y tr iste m u e r t e " . Su v . 3 parece así menos fiel que el de A r t i e d a , " ¡ o h f u r i a y sombra , hermana de l a m u e r ­t e ! " , pero en rea l idad equivale a lo m i s m o : de dos hermanos i n ­separables se dice que son como el cuerpo y su sombra. E n el v . 12, el " d e j a d m i s m a l e s " parece menos enérgico que el " n o n r a d -d o p p i a r m i e i m a l i " de Sannazaro , pero también dice lo m i s m o : bastante do lor es el estar enamorado . E l v . 14 es t a n enfático co­m o el del o r i g i n a l , pese a la omisión de las ' f lechas ' . Los strali de Sannazaro se ref ieren a l a t o r t u r a del a m o r ; las furias de M o r a , a la t o r t u r a de los celos. Además , este v . 14 está como preparado p o r el " d e j a d mis m a l e s " . D e m a n e r a parec ida salva M o r a el es­collo del v . 6 (el segundo morte): " m a l que no se a d v i e r t e " se t r a ­b a m u y satisfactoriamente con la i m a g e n de la serpiente ocul ta en las flores20. Por o t r a par te , hay que observar que él m a n t i e n e todas las r imas del soneto o r i g i n a l . Y a lo había hecho el pseudo-Garc i laso , pero ¡qué contraste entre l a fluidez del soneto de M o ­r a y las chapucerías del o t ro !

L a traducción de G ó n g o r a es ésta:

1 9 Primera parte de las Flores. . . , e d . F r a n c i s c o Rodríguez Marín , S e v i l l a , 1896, p. 185. H a y que o b s e r v a r que E s p i n o s a i g n o r a b a el n o m b r e de p i l a del t r a d u c t o r , pues el soneto se atr ibuye a " N . de M o r a " e n la edición de 1605. Q u i e n lo averiguó fue G a l l a r d o (anotación m a n u s c r i t a e n su e j e m p l a r de las Flores, c o p i a d a por Rodríguez Marín, p. 401 : "Jerónimo. C e r v a n t e s elogia a este ingenio aragonés e n su Caliope"). E s éste el único texto de M o r a recogido e n las Flores. También de A r t i e d a h a y u n texto único, el soneto " V i v e c a s i e n l a b i e n a v e n t u r a n z a . . . " (pp . 65 -66 ) , que e n las obras de A r t i e d a (ed . V i l a -n o v a , p. 200) se int i tu la " C o n t r a l a e s p e r a n c a " y se presenta c o n algunos r e ­toques.

2 0 N o evi ta , en c a m b i o , el pequeño escollo del v . 2. P o r m u c h o s ejemplos q u e se a d u z c a n de adjetivos empleados con función a d v e r b i a l , seguramente s o n a b a u n poco v io lenta , i ta l ianizante quizá, l a expresión " m e corréis y p a -ráis fuerte" (y cf. e n las otras versiones " m e assísfuerte" , " m e bolvéys, paráys y tenéys fuerte", " m e buelue y tiene fuerte"). P o r algo el v . 2 de Acuña s u e n a t a n n a t u r a l : " i n t e r i o r daño, poderoso y fuerte".

966 A N T O N I O A L A T O R R E NRFH, X X X V I

¡Oh niebla del estado más sereno, furia infernal, serpiente mal nacida! ¡Oh ponzoñosa víbora escondida de verde prado en oloroso seno!

¡Oh entre el néctar de amor mortal veneno, que en vaso de cristal quitas la vida! ¡Oh espada sobre mí de u n pelo asida, de la amorosa espuela duro freno!

¡Oh celo, del favor verdugo eterno! Vuélvete al lugar triste donde estabas, o al reino (si allá cabes) del espanto;

mas no cabrás allá; que pues ha tanto que comes de t i mesmo y no te acabas, mayor debes de ser que el mismo inf ierno 2 1 .

Es éste u n o de los trece admirables sonetos que Góngora c o m ­puso en 1582, a los veintiún años, y que se i m p r i m i e r o n por p r i ­m e r a vez en 1605 en las Flores de Espinosa. A esa edad era G ó n ­gora u n m a e s t r o 2 2 . E l soneto " A los celos" es d igno compañero

2 1 E l texto de las Flores, p. 220 (y cf. nota de Rodríguez Marín, p. 416 ) , tiene intercambiados los w . 9-10: "Vuélvete al lugar triste donde estabas, / ¡oh c e l o . . . ! " , etc . E l texto que doy es el del m a n u s c r i t o Chacón, o sea el de las eds. de Foulché-Delbosc y Mulé Giménez ( c o i n c i d e n también las otras fuentes ant iguas : Vicuña, H o c e s , Faría y S o u s a ) . L a f o r m a C D E E C D que t ienen los tercetos e n las Flores es s u m a m e n t e r a r a ; l a f o r m a C D E E D C del texto def init i ­vo ( r i m a s " e n e s p e j o " ) , m u c h o m e n o s r a r a , aparece e n otros dos sonetos de Góngora (ed. Millé, núms. 298 y L X X I I I ) . P e r o el c a m b i o debe haberse d e b i ­do más b i e n a razones de simetría: el ¡Oh. . . / e n c a b e z a así los tercetos, for­m a n d o serie r e g u l a r c o n los cuatro ¡Oh. . . / de los cuartetos . H a y otra peque­ña v a r i a n t e : e n los v v . 13-14, las Flores d i c e n mesmo/mesmo, no mesmo/mismo ( en Vicuña, según Rodríguez Marín , se lee mismo/mismo).

2 2 L o era y a a los d iec inueve ( " H e r m a n a M a r i c a " es de 1580) . Góngora debió h a b e r q u e m a d o gran c a n t i d a d de sonetos p r i m e r i z o s . V a l e l a p e n a ob­s e r v a r q u e los 13 fechados en 1582 y los 7 fechados e n 1583 se i m p r i m i e r o n todos e n las Flores de E s p i n o s a . E n c a m b i o , de los 32 fechados e n los diecisiete años que v a n de 1584 a 1600, sólo 13 figuran allí. L a s Flores estaban listas p a r a l a i m p r e n t a a fines de 1603. E n su gracioso prólogo " A l l e c t o r " p o n d e r a E s p i ­n o s a el " t r a b a j o tan g r a n d e " que le costó a r m a r su antología: ¡eso de " e s c a l a r el m u n d o con c a r t a s " p a r a i n v i t a r a los poetas y , "después de pagar el por ­t e " , encontrarse c o n que lo que le m a n d a n es inservib le ! E l esperaba r e c i b i r únicamente cosas m u y m o d e r n a s y m u y b u e n a s , y a m e n u d o no le l l egaban sino ant igual las , " o q u a n d o más algún soneto cargado de espaldas y corto de v i s t a " . Así , pues , " p a r a s a c a r esta Flor de h a r i n a he c e r n i d o dozientos cayzes de poesía, que es l a que o r d i n a r i a m e n t e c o r r e " . P e r o s in d u d a los 33 sonetos y 4 canciones de Góngora que h a y e n las Flores le l legaron a E s p i n o s a c o m o h a r i n a y a c e r n i d a . (Góngora es el poeta más a b u n d a n t e m e n t e representado e n e l las ) .

NRFH, X X X V I F A M A E S P A Ñ O L A D E U N S O N E T O D E S A N N A Z A R O 967

de u n a obra maestra como " M i e n t r a s p o r compet i r con t u cabe­l l o . . . " , traducción del " M e n t r e che l ' aureo c r i n v ' ondegg ia i n -t o r n o . . . " de B e r n a r d o Tasso, hecha en el m i s m o año 1582. C l a ­ro que en u n o y o t ro caso se muestra Góngora no sólo como maes­t r o , sino también como discípulo, — u n discípulo deslumhrado por los maestros i tal ianos y a la vez m u y decidido a superar los 2 3 . E l " m é t o d o " seguido en la traducción de " O gelosia. . . ! " e j e m p l i ­fica m u y b i e n la m a n e r a como Góngora entendió esa empresa. A di ferencia de Jerón imo de M o r a , que se obligó a r e p r o d u c i r todas las r imas del o r i g i n a l , G ó n g o r a no t o m ó de él sino freno, se­reno, seno y veneno, y n i s iquiera puso las palabras en ese o r d e n : el " o r r i b i l f r e n o " del v . 1 está ahora en el 8, y el apostrofe i n i c i a l , " O gelosia. . . ! " , h a pasado a l p r i m e r terceto. Salvo el pseudo-Garc i laso , todos los t raductores , quién más, quién menos, h a n ten ido que hacer acomodos (pequeñas omisiones, adiciones, t r a i ­ciones) p a r a que el soneto suene. Góngora los deja m u y atrás a todos. Véase el final de los cuartetos: l a i m a g e n de la espada no está en Sannazaro , y tampoco la de la espuela, t a n certeramente contrapuesta a l a de freno (y t a n fuertemente erótica). Y véanse, sobre todo , los tercetos, que t r a d u c e n el pensamiento de Sanna­zaro , sí, pero d ic iendo m u c h o más que él: l a ponderación de la " m o n s t r u o s i d a d " de los celos no es en Sannazaro t a n u n i t a r i a y t a n enérgica como en Góngora : " V u é l v e t e [al i n f i e r n o ] si allá cabes. . . i — m a s no cabrás a l l á " 2 4 , etc. A c u ñ a se atrevió a su­p r i m i r l a i m a g e n del freno y a añadir u n a reflexión sobre las obras de la N a t u r a l e z a . Los a t rev imientos de G ó n g o r a son m u c h o m a ­yores: n o se l i m i t a n a resolver problemas menudos y dispersos de m e d i d a o de r i m a , sino que atañen al soneto en su c o n j u n t o , en su es tructura . H a y que c omparar los tercetos, y en p a r t i c u l a r el verso últ imo, de l o r i g i n a l y de la traducción, p a r a ver m e j o r has­t a dónde l lega el c a m b i o de es tructura . E l verso final de Sannaza-

2 3 Además de los m e n c i o n a d o s sonetos de S a n n a z a r o y B . T a s s o , G ó n ­gora tradujo e n 1582 otros cuatro ( u n o del m i s m o B . T a s s o , otro de M i n t u r n o y dos de T o r q u a t o T a s s o ) ; e n 1583 tradujo sólo tres , e n 1584 otros tres (entre ellos el espléndido " L a dulce b o c a que a gustar c o n v i d a . . . " , de T . T a s s o ) y e n 1585 u n o solo ( " A u n q u e a rocas de fe l i g a d a v e a . . . " , del m i s m o ) ; ésta fue su última traducción. S a l v o " L a dulce b o c a . . . ' ' y ' ' A u n q u e a r o c a s . . . " , todas las traducciones de Góngora figuran e n las Flores.

2 4 L a anticipación sintáctica " a l re ino (si allá cabes) del e s p a n t o " es m u y de Góngora. C f . : " . . .grítale el pueblo , h a c i e n d o de l a p l a z a / (si allá se ale­gran) u n alegre i n f i e r n o " (ed . Millé, núm. 251, soneto de 1588) ; y también: " . . .juraré que lució más su g u i r n a l d a , / c o n ser de flores, la otra ser de estre­llas, I que l a que i l u s t r a el cielo en luces n u e v e " (núm. 219, de 1582).

968 A N T O N I O A L A T O R R E NRFH, X X X V I

r o , " O r n o n bastava A m o r con i suoi s t r a l i ? " será m u y patético, m u y hermoso , pero es i lógico, como también es ilógico el " n o n r a d d o p p i a r m i e i m a l i ! " que le precede. A r r a s t r a d o p o r su retóri­ca p e t r a r q u i s t a , Sannazaro h a o lv idado que el a m o r , en los cuar ­tetos, no es u n mal, u n a t o r t u r a ( redoblada por los celos), sino el bien p o r excelencia: cielo sereno, flores alegres, sucesos felices, sabrosos manjares ( a r r u i n a d o todo por los celos). E l verso i n i c i a l de los tercetos de G ó n g o r a no sólo recoge el " O gelosia. . . ! " de Sannazaro , sino que compend ia en u n a sola las diversas imáge­nes de los tercetos: los celos son el verdugo del favor (del a m o r que hasta ese m o m e n t o h a estado v i v o , " e n a c c i ó n " ) , y el verso final es no sólo t a n hermoso y patético como el de Sannazaro, sino t a m ­bién m u c h o más coherente 2 5 . Por o t ro lado , es d e n o t a r el c u i ­dado con que G ó n g o r a ev i ta tras ladar a su soneto los plurales spe-ranze, successi, vivande: todas sus imágenes, así las que se re f ieren al a m o r como las que se ref ieren a los celos, comenzando con el n o m b r e m i s m o de los celos 2 6 , están en s ingular : cielo despejado y n i eb la , p rado florido y víbora, néctar y veneno, espuela y fre ­n o , etcétera.

N i n g u n a explicación de lo que fue el Barroco puede o l v i d a r l a exacerbada preocupación es t ruc tura l , el " h o r r o r del v a c í o " , l a l u c h a por l a máxima congruenc ia entre el c on junto y los deta­lles, entre el s ignif icado t o t a l y los significados parciales. Las d i ­ferencias entre la traducción de " O gelosia. . . ! " por el anónimo de 1554 y la traducción de Góngora m i d e n m u y b i e n la d istancia que h a y entre la masa de la poesía ' ' q u i n i e n t i s t a ' ' y la nueva poe­sía que hacia 1580 comienza a b r i l l a r y a imponerse en el gusto de los lectores. E l cariño a Garci laso n u n c a menguó , pero los ver ­sos de Boscán, de C e t i n a y de muchos otros h a n dejado de i n t e r e -

2 5 E l final del soneto de Góngora es análogo a l de " I m a g e n espantosa de l a m u e r t e . . . " de L u p e r c i o de A r g e n s o l a : " . . . y déjale a l A m o r sus glorias c i e r t a s " .

2 6 C f . supra, nota 9. " ¿ T e n g o , si el duro celo está delante , / de c e r r a r estos o jos . . . ? " , se lee e n l a q u i n t a e s t a n c i a de l a "canción d e s e s p e r a d a " de G r i -sóstomo (Quijote, I , 14) seguramente por razones métricas, pues antes y des­pués de ese verso se lee celos en p l u r a l . Rodríguez Marín, e d . de 1947, t. 1, p p . 380 -381 , c i ta v a r i o s e jemplos de celo e n el sentido de 'ce los ' p a r a refutar a Clemencín, según el c u a l ese celo " e s tá m a l e m p l e a d o " por C e r v a n t e s . S i n e m b a r g o , el hecho de que los demás traductores de S a n n a z a r o (salvo el anóni­m o de l a Silva poética, m e n c i o n a d o supra, p. 964) d i g a n celos y no celo i n d i c a q u e y a e n el siglo x v i e r a válida l a observación de Clemencín: que " e l n o m ­bre celo tiene u n a significación e n s ingular [ ' cuidado , sol ic i tud ' ] y otra e n p l u r a l " .

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sar a fines del siglo x v i : se les siente fáciles, b landos , f lojos, v a ­cíos, desmayados, en comparación de lo que hacen esos jóvenes — G ó n g o r a , L o p e , L u i s Mart ín , L u p e r c i o de Argenso la , A r g u i -j o . . . — cuyos versos imprimirá Espinosa en 1605. Los sonetos que Góngora comenzó a componer en 1582 son ya otra cosa.

M u y pocos años antes, en 1578, se quejaba L o m a s C a n t o r a l de que , ' 's iendo los españoles ta les ' ' que se aventa jan a las demás naciones en todo cuanto e m p r e n d e n , " y siendo también la l e n ­gua española t a n capaz de p o e s í a " , l a producción poética de Es­paña siguiera t a n por debajo de la de I t a l i a (y no sólo de I t a l i a : * ' qu ien también leyere los franceses, no los verá t a n ajenos de las M u s a s como a los españo les" ) . N o pocas deploraciones como és­ta se escucharon en el siglo x v i . Los poetas i tal ianos " a c o m p l e -j a r o n " a los españoles durante largos decenios 2 7 . L a deploración de L o m a s C a n t o r a l es u n a de las últimas expresiones de ese " c o m ­p l e j o " que m u y p r o n t o desaparecerá (o se disimulará por lo m e ­nos) , y t iene la v i r t u d de completarse con u n análisis de las cau­sas del atraso de España. L o que pasa, según L o m a s , es que las naciones extranjeras , y en p a r t i c u l a r I t a l i a , h a n cu l t i vado as idua­m e n t e la imitación de los poetas griegos y lat inos , cosa que España h a descuidado, pues " ¿ q u i é n hay de nuestros españoles que con verdadera imitación haya seguido las pisadas de aquellos p r i m e r o s y d iv inos poetas? C i e r t o que , si decimos v e r d a d , pocos o n i n g u ­n o " 2 8 . Las naciones extranjeras t o m a n t a n pro fundamente en se­r i o la imitatio, que " t i e n e n inst i tu idas públicas academias donde n o se profesa o t r a cosa, y con ella h a n enr iquec ido su lengua y adornádola con nuevos números y r i t m o s " . L a imitatio, en efec­t o , no signif ica i n m o v i l i d a d : u n b u e n i m i t a d o r no puede cerrar

2 7 Boscán, que e r a optimista — s o b r e todo viendo lo que hacía G a r c i l a s o — y preveía p a r a l a poesía española u n g r a n futuro ( " . . . si los t iempos con sus desasossiegos no lo e s t o r v a n , podrá ser que antes de m u c h o se d u e l a n los i ta ­l ianos de v e r lo bueno de su poesía transferido en E s p a ñ a " ) , añadía i n m e d i a ­tamente : " P e r o esto aún está lexos, y no es b i e n que nos fundemos en estas esperanzas hasta vel las más c e r c a " .

2 8 Exceptúa sólo a G a r c i l a s o , " q u e , movido de los i tal ianos . . . , en l a p a r ­te que i m i t a a los lat inos fue excelente y d i v i n o " (o sea allí donde i m i t a a V i r ­gi l io , H o r a c i o , O v i d i o , A u s o n i o , e t c . ) ; y a lude a algunos modernos " q u e es­c o n d e n sus virtudes del vulgo profano e i g n o r a n t e " pero que , si se d e c i d i e r a n a sa l ir e n letra de molde , levantarían l a poesía española a c u m b r e s altísimas. ( S e refiere m u y probablemente a las traducciones e imitaciones h o r a c i a n a s de fray L u i s de León, que tanto tardarían en i m p r i m i r s e ) . L a s citas del prólogo de L o m a s C a n t o r a l proceden de los extractos de G A L L A R D O , t. 3, cois . 402 -404 .

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los ojos a " l a condición y novedad del t i e m p o y costumbres , y la d i ferencia de la l e n g u a " . E n otras palabras, imitatio e inventio están íntimamente trabadas. Si vemos a los poetas i tal ianos en relación con los lat inos , b i en " p o d r e m o s decir que es m a y o r su novedad e invención que su imi tac ión" .

E n la teoría de L o m a s , que es la de muchos , está implícita la siguiente idea: si los i tal ianos h a n alcanzado la a l t u r a de los griegos y lat inos , b ien podemos los españoles acortar camino : i m i ­temos a los i ta l ianos , pero imitémoslos con r i g o r , con profesiona­l i s m o . A esto dedicó él lo me jo r de su t i e m p o 2 9 . Y esto es lo que de manera aún más rigurosa y profesional hic ieron inmediatamente después de él varios de los mejores poetas de las Flores de Esp ino ­sa, ese gran test imonio de la madurez de la poesía española 3 0 . Los sonetos traducidos del i ta l iano — y no sólo los de G ó n g o r a — cuen­t a n entre las más lucidas " f l o r e s " del rami l l e t e espinosiano. E x i ­gente seleccionador como se nos re t ra ta en su pró logo , Espinosa t u v o el b u e n sentido de acoger, a l lado de " ¡ O h n ieb la del estado más sereno. . . ! " y las otras t r e i n t a y seis composiciones de G ó n ­gora , l a composic ión única de ese Jerón imo de M o r a cuyo n o m ­bre de p i l a n i s iquiera conocía , pero cuya traducción de Sannaza-

2 9 E s curioso cómo, después de encarecer el summum bonum de l a i m i t a ­ción de lat inos y griegos, confiesa L o m a s que él no h a seguido ese c a m i n o , sino que se h a contentado con i m i t a r e n algunas obras a " l o s castellanos a n t i ­guos, y en otras a los ital ianos m o d e r n o s , \ E s l a única mención que hace de sus t raducc iones .

3 0 E n su brevísimo prólogo " A l l e c t o r " , a u n q u e pone los productos de " l o s gentiles espíritus de nuestro t i e m p o " m u y por e n c i m a de los versos-de C a s t i l l e j o y M o n t e m a y o r ( " v e n e r a b l e r e l i q u i a de los soldados del tercio v ie ­j o " ) , E s p i n o s a no se m u e s t r a m u y seguro de que el público sabrá a p r e c i a r l a m o d e r n i d a d de las Flores: lo que i m p r i m e — d i c e — es " l a m u e s t r a del paño: esto es entrar u n pie e n el a g u a p a r a v e r si está q u e m a n d o ; si os contenta , le d a r e m o s al l ibro u n padre compañero " , etc. (el " p a d r e compañero " , o sea l a S e g u n d a parte de las Flores, c o m p i l a d a por J u a n A n t o n i o Calderón e n 1611, no se imprimió hasta 1896) . C o n s c i e n t e , por otra parte , de que l a imitatio por exce lenc ia , l a prestigiosa, es l a de los poetas antiguos , e n l a p o r t a d a m i s m a a n u n c i a : " V a n escritas diez y ocho O d a s de H o r a c i o t r a d u z i d a s por diferentes y graves autores a d m i r a b l e m e n t e " , y al final del prólogo insiste e n su l l a m a d o de atención: " D e passo advert id que las O d a s de H o r a c i o son t a n felices, que se a v e n t a j a n a sí m i s m a s en su l e n g u a l a t i n a " . D e las imitac iones de los i ta l ia ­nos , que son m u c h o más de dieciocho, y entre las cuales h a y v e r d a d e r a s j o y a s (de Góngora, desde luego, y de L u i s Martín de l a P l a z a , B a r a h o n a de Soto, e t c . ) , no dice E s p i n o s a n i m e d i a p a l a b r a . H u b i e r a tenido que elogiarse a sí m i s m o , pues en las Flores i n c l u y e su traducción de B e r n a r d o T a s s o , " E s t a s purpúreas rosas que a l a A u r o r a . . . " , que es m u y bonita .

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ro satisfacía evidentemente sus exigencias de b o n d a d y de moder ­n i d a d .

Además , no había pel igro de duplicación. E l soneto " C e l o s , de q u i e n b ien a m a amargo f r e n o . . . " es m u y d is t into del de G ó n -gora. Si ponemos el u n o al lado del o tro —Espinosa los imprimió en lugares separados—, i n m e d i a t a m e n t e se agi ta ese m a r de t i n t a f o r m a d o por cuanto se h a dicho sobre el t e m a traduttore-traditore, o sea sobre teoría y crítica de la traducción: f ide l idad , l i t e r a l i d a d , traducción l i b r e , paráfrasis, imitación, reelaboración, segunda creación. . . 3 1 Las traducciones de M o r a y de Góngora represen­t a n soluciones d iametra lmente opuestas. Si la " traducc ión i d e a l " es la que más se ciñe a la l e t ra , entonces el soneto de Góngora , que es de p r i n c i p i o a fin u n a sarta de inf ide l idades , queda m u y p o r debajo de la de M o r a . Pero si l a ' ' traducción i d e a l ' ' es l a más d i g n a de leerse, la más bel la , entonces la super ior idad del soneto de Góngora es indiscut ib le . Recordando la observación de L o m a s C a n t o r a l sobre " l a d i ferencia de la l e n g u a " y los cambios " d e l t i e m p o y c o s tumbres " ( = c u l t u r a ) , d iremos que Góngora fue n o r ­m a l m e n t e consciente de lo p r i m e r o y agudamente consciente de lo segundo. E l v i n o al m u n d o en 1561 , y Sannazaro en 1458. U n siglo los separa, ¡y qué siglo! N o sólo los lectores i ta l ianos , sino también, en número cada vez m a y o r , los españoles, h a n presen­ciado la elevación del lenguaje poético pe t rarqu is ta p o r obra de u n A r i o s t o , u n T a n s i l l o , u n Ciego de A d r i a , dos Tassos y tantos otros . Sannazaro ha ido quedándose atrás. Y sin embargo su so­neto " O gelosia. . . ! " p e r d u r a en la m e m o r i a y el cariño de t o ­dos. J u g a n d o gongor inamente con el verbo traducir, diríamos que Góngora traduce por par t ida doble el soneto de Sannazaro: lo pone en español y lo ' t ras lada ' a 1582: lo echa a v i v i r en u n a c u l t u r a no sólo nueva , sino completamente española. L o coloca a la a l t u -

3 1 J . P . W I C K E R S H A M C R A W F O R D , " I t a l i a n sources of Góngora's p o e t r y " , RR, 20 (1929) , 121-130 — a j u z g a r por las notas de F U C I L L A , Estudios, pp . 252-2 5 4 — , acepta e n general las indicaciones de Salcedo C o r o n e l en cuanto a las " f u e n t e s i t a l i a n a s ' ' de Góngora (salta a l a v i s t a , por e jemplo , que " ¿ C u á l del G a n g e s m a r f i l o cuál de P a r o . . . ? " d e r i v a de " Q u a l avorio d i G a n g e o q u a l d i P a r o . . . ? " de A r i o s t o ) ; pero en var ios casos las pone en d u d a y a u n las r e ­c h a z a , porque Góngora se h a apartado de l a fuente más de lo " l í c i t o " (así el bellísimo " V a r i a imaginación que en m i l i n t e n t o s . . . " en relación con " P e n -sier che m e n t r e di f o r m a r m i tent i . . . " de T o r q u a t o T a s s o ) . D e " ¡ O h n i e b l a del estado más sereno . . . ! " dice C r a w f o r d que es " imitación i n d i r e c t a " ( ? ) de " O gelosia. . . ! " ( E n el manuscr i to de B a r c e l o n a , según Mille, nota al núm. 227 , el soneto l l e v a este epígrafe: " A los celos. Alude a u n soneto de S a n ­n a z a r o " ) .

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r a de los t iempos. También Bernardo Tasso y Tansi l lo habían rees­c r i t o el famoso soneto. Pero la reescr i tura de Góngora da indic ios de u n a verdadera translatio imperii: en 1582 era él, y no u n i t a l i a ­n o , el me jor intérprete de Sannazaro.

P o r supuesto, el " t e m a " de los celos es un iversa l , y muchas de sus expresiones poéticas españolas no t i enen relación con " O gelosia. . . ! " 3 2 E n sonetos como " C e l o s bastardos, m a l nacidos celos. . . " o " C e l o s , que a m o r en las sospechas cría. . . " , L o p e de V e g a parece t o m a r adrede o tro c a m i n o 3 3 . Pero cuando J u a n de la C u e v a escribe el soneto que comienza " D a n m i l filo-poetas en cansarse / en hacer invect ivas de los celos. . . " , alude ev iden­temente a las traducciones e imitac iones de " O gelosia. . . ! " , co­m o se ve por lo que dice en el p r i m e r terceto:

Unos les l laman furia, otros infierno, otros rabia, otros peste, otros vestiglo, dando de sus efectos la m e m o r i a . . . 3 4

Góngora tenía en la cabeza el v ie jo soneto (o su p r o p i a ver ­sión de él) al escribir los p r imeros renglones de Las firmezas de Isa­bela ( so l i loquio de M a r c e l o ) :

¿De qué seno infernal, oh pensamiento, o por dónde has venido, si de tus alas torpes huye el viento?. . .

3 2 B a s t a n t e celebrado en el siglo x v i fue el soneto dialogístico " — ¿ Q u é cosa son los celos? — M a l rabioso . / — ¿ D e qué n a c e n o v i e n e n ? — D e temo­r e s . . . " , pues se e n c u e n t r a por lo m e n o s e n estos tres m s s . : C o d . R e g . L a t . 1635 de l a B i b l . V a t i c a n a , fol. 40 (cf. H . G . J O N E S , NRFH, 21 , 1972, p. 386) ; B . N . M . , m s . 4117, fol. 89r ; y Flores de baria poesía, ed . c i t . , p. 464 (atr ibuido aquí al L i c e n c i a d o Dueñas). También está e n estas Flores el soneto de C e t i n a " C r u e l y u e n t u r o s a geluzía. . " (cf. supra, nota 9 ) .

3 3 Sobre el p r i m e r o de estos sonetos, que a lguien atribuyó erróneamente a C e r v a n t e s —quizá porque C e r v a n t e s se interesó t a n e n serio en el p r o b l e m a de los celos (cf. M A R C E L B A T A I L L O N , Erasmoy España, 2 a e d . , F . C . E . , Méxi ­co, 1966, p. 783)—-, véase M . C [ A R D E N A L ] e n RFE, 25 (1941) , 400 -403 , y R . O S U N A e n RLit, 30 (1966) , 75-76 . E l otro soneto puede verse e n las Poesías lí­ricas de L o p e , ed . M o n t e s i n o s , Clás. cast., t. 1 (ed . de 1968) , p p . 188-189.

3 4 G A L L A R D O , Ensayo, t. 2, co l . 681 . E s t e curioso " s o n e t o de los sonetos a los c e l o s " t e r m i n a c o n u n tour inesperado : " . . . m a s y o , que ardo e n u n des­dén eterno, / si m e c e l a r a l a que h o n o r a el siglo, / b i e n y descanso los l l a m a r a y g l o r i a " (o sea : ' ¡qué d i e r a yo por que l a bel la ingrata t u v i e r a celos de m í ! ' ) .

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Los ecos sannazarianos son perceptibles en las octavas que re ­c i ta C l a r e n i o en la novela pastor i l de B e r n a r d o de Ba lbuena :

Zelos, rabia bebida por los ojos, venenos que emponzoñan alma y v ida . . .

Sois venenosas víboras. . . Verdugos de amorosos pensamientos,

rescoldo en medio el corazón sembrado, ¿de qué infierno sacáis estos tormentos que sin llamas me dejan abrasado? . . . 3 5

y también en el soneto de Soto de Rojas " A l a I n v i d i a " :

H i j a mordaz de infames corazones, que hazeSj qual áspid, de la flor veneno. . .

Muerte del mundo, que muriendo creces, imagen de las penas i n f e r n a l e s . . . 3 6

Debe haber en la l i t e r a t u r a del siglo x v n muchos otros ecos que se me escapan. Qu izá el título m i s m o de El mayor monstruo del mundo h i c i e ra pensar al público de Calderón en el soneto de Sannazaro . E l último eco que conozco es u n soneto escrito ya en t iempos de Car los I I :

Zelos, que al alma sois tan inmortales. . . Víuoras que entre flores y cristales

la pongoña guardáis. . . ¿De quál patria venisteis tan violentos

a embaragar las glorias de vna v ida . . . ?37

A N T O N I O A L A T O R R E

E l C o l e g i o de México

3 5 Siglo de oro en las selvas de Erifile, I b a r r a , M a d r i d , 1821, al c o m i e n z o de l a Égloga I X .

3 6 P E D R O S O T O D E R O J A S , Desengaño de amor en rimas, M a d r i d , 1623, fol.

141v. ( E n los p r e l i m i n a r e s del l ibro dice L o p e de V e g a que el autor " a v r á do -ze años que juntó estas Rimas", pero se había resistido a p u b l i c a r l a s . D e h e ­c h o , l a " s u m a del p r i v i l e g i o ' ' es de 1614) .

3 7 J O S E P H D E L I T A L A Y C A S T E L V Í , Cima del monte Parnaso español, con las tres Musas castellanas Calíope, Vrania y Euterpe, Cáller, 1672, p. 137.