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    LEI DAS LICITAESCOMENTADA

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    www.ResumosConcursos.hpg.com.brResumo: Lei das Licitaes Comentada por Desconhecido

    Resumo de Direito Administrativo

    Assunto:

    LEI DAS LICITAES

    COMENTADA

    Autor:

    DESCONHECIDO

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    LICITAO - Lei 8666/93

    1. ASPECTOS GERAIS1.1. ConceitoA lici tao o antecedente necessrio do contrato admin istrat ivo., nas palavras deHely Lopes Meirelles, o procedimento administrativo mediante o qual a AdministraoPblica seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse. Comoprocedimento, desenvolve-se atravs de uma sucesso ordenada de atos vinculantespara a Administrao e para os licitantes, o que propicia igual oportunidade a todos osinteressados e atua como fator de eficincia e moralidade nos negcios administrativos.

    Segundo Diogenes Gasparini, a licitao pode ser conceituada como o procedimento

    administrativo atravs do qual a pessoa a isso juridicamente obrigada seleciona, em razode critrios objetivos previamente estabelecidos, de interessados que tenham atendido sua convocao, a proposta mais vantajosa para o contrato ou ato de seu interesse.

    1.2. Competncia legislativa e Direito Posit ivoCada entidade poltica (Unio, Estado-membro, Distrito Federal e Municpio) temcompetncia para legislar sobre licitao, visto tratar-se de matria do DireitoAdministrativo. Apesar disso, cabe Unio fixar as normas gerais sobre essa matria,consoante estabelece o inciso XXVII do art. 22 da Constituio Federal.

    A sistemtica da licitao sofreu fundamental modificao no Direito brasileiro, desde oseu incipiente tratamento no Cdigo da Contabilidade Pblica da Unio, de 1922, at oDecreto-lei 200/67, Lei 5.456/68, Lei 6.946/81 e Decreto-lei 2.300/86, ora revogados esubstitudos pela Lei 8.666, de 21 de junho de 1993, que, embora diga regulamentar o art.37, XXI da CF, na verdade estabelece as normas gerais sobre licitaes e contratos.

    Por normas gerais devem entender-se todas as disposies da lei aplicveisindistintamente s licitaes e contratos da Unio, Estados, Municpios e Distrito Federal,bem como de seus desmembramentos (descentralizao). Continua com os Estados,Municpios e Distrito Federal a faculdade de editar normas peculiares para suas licitaese contratos administrativos de obras, servios, compras e alienaes.

    A par dessa legislao, as sociedades de economia mista e as empresas pblicaspodero, por fora do art. 22, XXVII, combinado com o disposto no art. 173, III, ambos daConstituio Federal, ter seus prprios regulamentos.

    1.3. Sujeitos

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    Esto obrigadas a licitar as entidades da Administrao Pblica direta (Unio, Estados-membros, Distrito Federal e Municpios) e as da Administrao Pblica indireta(autarquias, empresas pblicas, sociedades de economia mista, fundaes). Tambm

    esto obrigadas a licitar as corporaes legislativas (Cmaras de Vereadores,Assemblias Legislativas, Cmara dos Deputados e Senado Federal), bem como o PoderJudicirio e os Tribunais de Contas, sempre que precisarem realizar um negcios de seus

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    respectivos interesses. A prpria Lei 8666/93, em seu artigo 117, submete esses entes,no que couber, ao regime licitatrio por ela institudo. Tambm esto obrigadas a licitar assubsidirias das empresas pblicas e das sociedades de economia mista, os fundosespeciais e as entidades controladas indiretamente pela Unio, Estados-membros, Distrito

    Federal e Municpios. Ainda esto obrigadas a licitar as entidades indicadas em leisespeciais, a exemplo das sindicais, conforme prev o 6 do artigo 549 da CLT, e oSEBRAE.

    As pessoas fsicas e jurdicas que concorrem no procedimento licitatrio sodenominados licitantes.

    1.4. ObjetoTudo o que as pessoas obrigadas a licitar puderem obter de mais de um ofertante, ouque, se por elas oferecido, interessar a mais de um dos administrados, h de ser, pelo

    menos em tese, por proposta escolhida em processo licitatrio como a mais vantajosa.Sendo assim, h de se considerar que a relao dos objetos mencionados no artigo 1 doEstatuto licitatrio obras, servios (inclusive de publicidade), compras, alienaes elocaes meramente exemplificativa, pois outros tantos negcios desejados pelaentidade obrigada a licitar tambm devem ser objeto de licitao, como o caso doarrendamento, do emprstimo e da permisso.

    So licitveis unicamente objetos que possam ser fornecidos por mais de uma pessoa,uma vez que a licitao supe disputa, concorrncia, ao menos potencial, entreofertantes. Segue-se que h inviabilidade lgica desse certame, por falta de pressupostoslgicos, em duas hipteses:

    a) quando o objeto pretendido singular, sem equivalente perfeito. Neste caso,por ausncia de outros objetos que atendam pretenso administrativa,resultar unidade de ofertantes, pois, como bvio, s quem dispe delepoder oferec-lo;

    b) quando s h um ofertante, embora existam vrios objetos de perfeitaequivalncia, todos, entretanto, disponveis por um nico sujeito. Esta ltimahiptese corresponde ao que, em nossa legislao, se denomina produtor oufornecedor exclusivo.

    S se licitam bens homogneos, equivalentes. No se licitam coisas desiguais. Cumpreque sejam confrontveis as caractersticas do que se pretende e que quaisquer dosobjetos em certame possam atender ao que a Administrao almeja.

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    O objeto da licitao, que se confunde com o objeto do contrato deve ser descrito noedital ou carta-convite de modo sucinto e claro (art. 40, I). Quando se tratar de compra, oobjeto deve, nos termos do art. 14, ser adequadamente caracterizado e, se se tratar deobra ou servio, deve estar calcado em projeto bsico aprovado pela autoridadecompetente (art. 7, 2, I). Essa descrio sucinta e clara do objeto condio delegalidade do edital e, por via de conseqncia, da licitao e do contrato. A descrio s dispensvel quanto aos objetos padronizados por normas tcnicas, para os quais basta

    sua indicao oficial, porque nela se compreendem todas as caractersticas definidoras(ex. equipamentos caracterizados pela ABNT).

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    A regra vigente a da diviso do objeto, desde que fisicamente possvel e previsto talprocedimento no edital. o que ocorre, por exemplo, quando se deseja adquirir vriosobjetos (lpis, caderno, caneta). Nesse caso, o edital prev, e o proponente, em suaproposta, oferece todos, alguns ou apenas um dos bens licitados. o que comumente se

    chama de licitao por item, em oposio licitao global. O que no se permite adiviso do objeto com a finalidade de realizar vrias licitaes em modalidade maissimples, ao invs de se realizar uma nica licitao em modalidade mais complexa.

    1.5. FinalidadeDuas so as finalidades da licitao. Ela visa proporcionar, em primeiro lugar, s pessoasa ela submetidas, a obteno da proposta mais vantajosa (a que melhor atende, emtermos financeiros, aos interesses da entidade licitante), e, em segundo lugar, dar igualoportunidade aos que desejam contratar com essas pessoas.

    Essa dupla finalidade preocupao que vem desde a Idade Mdia e leva os Estadosmodernos a aprimorarem cada vez mais o procedimento licitatrio, hoje sujeito adeterminados princpios, cujo descumprimento descaracteriza o instituto e invalida seuresultado seletivo.

    1.6. Princpios da lic itaoNos termos do artigo 3 da Lei 8666/93, so princpios da licitao:

    1. Igualdade A igualdade entre os licitantes princpio impeditivo da discriminaoentre os participantes do certame, quer atravs de clusulas que, no edital ou convite,favoream uns em detrimento de outros, quer mediante julgamento parcial. Odesatendimento a esse princpio constitui desvio de poder.Todavia, no configura atentado ao princpio da igualdade o estabelecimento de requisitosmnimos de participao, porque a Administrao pode e deve fix-los sempre quenecessrios garantia da execuo do contrato, segurana e perfeio da obra ouservio, regularidade do fornecimento ou ao atendimento de qualquer outro interessepblico.

    2 Legalidade A licitao um procedimento inteiramente vinculado lei; todas assuas fases esto rigorosamente disciplinadas na Lei n 8.666/93, cujo artigo 4 estabelece

    que todos quantos participem de licitao promovida pelos rgos ou entidades a que serefere o artigo 1 tm direito pblico subjetivo fiel observncia do pertinenteprocedimento estabelecido na lei.

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    Tratando-se de direito pblico subjetivo, o licitante que se sinta lesado pela inobservnciada norma pode impugnar judicialmente o procedimento. Alm disso, mais do que direitopblico subjetivo, a observncia da legalidade foi erigida em interesse difuso, passvel deser protegido por iniciativa do prprio cidado. A Lei 8.666/93 prev vrias formas departicipao popular no controle da legalidade da licitao (arts. 4, 41,1, 101 e 113,1), ampliou as formas de controle interno e definiu como crime vrios tipos de atividadese comportamentos que anteriormente constituam, em regra, apenas infraoadministrativa (arts. 89 a 99) ou estavam absorvidos no conceito de determinados tipos de

    crimes contra a Administrao (Cdigo Penal) ou de atos de improbidade, definidos pelaLei n 8.429/92.

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    3 Impessoalidade O princpio da impessoalidade aparece, na licitao, intimamenteligado aos princpios da isonomia e do julgamento objetivo: todos os licitantes devem sertratados igualmente, em termos de direitos e obrigaes, devendo a Administrao, emsuas decises, pautar-se por critrios objetivos, sem levar em considerao as condies

    pessoais do licitante ou as vantagens por ele oferecidas, salvo as expressamenteprevistas na lei ou no instrumento convocatrio.

    4 Moralidade e probidade administrativa O princpio da moralidade exige daAdministrao comportamento no apenas lcito, mas tambm consoante com a moral, osbons costumes, as regras de boa administrao, os princpios de justia e de eqidade, aidia comum de honestidade. A Lei n 8.666/93 faz referncia moralidade e probidade,provavelmente porque a primeira, embora prevista na Constituio, ainda constitui umconceito vago, indeterminado, que abrange uma esfera de comportamentos ainda noabsorvidos pelo Direito, enquanto a probidade, ou, melhor dizendo, a improbidadeadministrativa j tem contornos bem mais definidos no Direito Positivo, tendo em vista que

    a Constituio estabelece sanes para punir os servidores que nela incidem (art. 37, 4). O ato de improbidade administrativa est definido na Lei n 8.429/92. No que serefere licitao, no h dvida de que, sem usar a expresso improbidadeadministrativa, a Lei n 8.666/93, nos artigos 89 a 99, est punindo, em vriosdispositivos, esse tipo de infrao.

    5 Publicidade O princpio da publicidade diz respeito no apenas divulgao doprocedimento para conhecimento de todos os interessados, mas tambm aos atos daAdministrao praticados em suas vrias fases, os quais podem e devem ser abertos aosinteressados, para assegurar a todos a possibilidade de fiscalizar sua legalidade.Existem na Lei n 8.666/93 vrios dispositivos que constituem aplicao do princpio dapublicidade, entre os quais os seguintes: o artigo 3, 3 estabelece que a licitao noser sigilosa, sendo pblicos e acessveis aos interessados os atos de seu procedimento,salvo quanto ao contedo das propostas, at a respectiva abertura. O artigo 4, na partefinal, permite que qualquer cidado acompanhe o desenvolvimento da licitao, desdeque no interfira de modo a perturbar ou impedir a realizao dos trabalhos. O artigo 15, 2 exige que os preos registrados sejam publicados trimestralmente para orientao daAdministrao, na imprensa oficial. O artigo 16 exige que seja publicada a relao detodas as compras feitas pela Administrao direta ou indireta. O artigo 43, 1 exige quea abertura dos envelopes com a documentao e as propostas seja feita em ato pblicopreviamente designado.

    Ressalte-se, entretanto, que o julgamento pode ser realizado em recinto fechado e sem apresena dos interessados, para que os julgadores tenham a necessrias tranqilidade naapreciao dos elementos em exame e possam discutir livremente as questes a decidir.O essencial a divulgao do resultado do julgamento, de modo a propiciar aosinteressados os recursos administrativos e as vias judiciais cabveis.

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    6 Vinculao ao instrumento convocatrio A vinculao ao edital princpio bsicode toda licitao. O edital a lei interna da licitao, e, como tal, vincula aos seus termostanto os licitantes como a Administrao que o expediu. Assim, estabelecidas as regrasdo certame, tornam-se inalterveis para aquela licitao, durante todo o procedimento. Seno decorrer da licitao a Administrao verificar sua inviabilidade, dever invalid-la e

    reabri-la em novos moldes, mas, enquanto vigente o edital ou convite, no poderdesviar-se de suas prescries, quer quanto tramitao, quer quanto ao julgamento.

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    Por outro lado, revelando-se falho ou inadequado ao interesse pblico, o edital ou convitepoder ser corrigido a qualquer tempo, por meio do procedimento de re-ratificao,reabrindo-se, por inteiro, o prazo de entrega dos envelopes. O ato que re-ratifica oinstrumento convocatrio precisa ser publicado na imprensa oficial, salvo em relao

    carta-convite, que observa outro processo de divulgao oficial.O princpio da vinculao ao instrumento convocatrio est no artigo 41 da Lei n8.666/93.

    7 Julgamento objetivo Impe-se que o julgamento das propostas se faa com baseno critrio indicado no ato convocatrio e nos termos especficos das propostas. Oprincpio do julgamento objetivo, previsto no artigo 3 da Lei n 8.666/93, est reafirmadonos artigos 44 e 45.Critrio objetivo o que permite saber qual a proposta vencedora mediante simplescomparao entre elas, quando o tipo de julgamento o de menor preo. Nas licitaesde melhor tcnica e tcnica e preo a subjetividade do julgamento da proposta tcnica

    deve ser eliminada ao mximo com a adoo de frmulas aritmticas.Na ausncia de critrios, presume-se que a licitao a de menor preo.

    A doutrina aponta outros princpios, no explcitos no artigo 3:8 Fiscalizao da licitao Esse princpio extrado de vrios dispositivos da Lei n8.666/93. Nos termos do artigo 4, qualquer cidado pode acompanhar o desenvolvimentoda licitao. O artigo 8 dispe que qualquer cidado pode requerer AdministraoPblica os quantitativos das obras e preos unitrios. Tambm os artigos 63 e 113, 1.Este ltimo artigo dispe que qualquer licitante, contratado ou pessoa fsica ou jurdicapoder representar ao Tribunal de Contas ou aos rgos integrantes do sistema decontrole interno contra irregularidades na aplicao da lei de licitaes. O mecanismorecursal est previsto no artigo 109.

    9 Competitividade A lei probe a existncia de clusulas que comprometam,restrinjam ou frustrem o carter competitivo da licitao ou que estabeleam prefernciasou distines em razo da naturalidade, da sede ou domiclio dos proponentes ou dequalquer outra circunstncia impertinente ou irrelevante ao objeto do contrato (art. 3, 1,I).Entretanto, no h afronta ao princpio da competitividade quando s um interessadoatende ao chamamento da entidade licitante ou quando, ao final da fase de classificao,s restar um concorrente, se para essas ocorrncias ningum agiu irregular ou

    fraudulentamente.

    10 Padronizao O artigo 15, I da Lei 8.666/93 estabelece que as comprasefetuadas pela Administrao Pblica devem atender ao princpio da padronizao.Padronizar significa igualar, uniformizar, estandardizar. Deve a entidade compradora, emtodos os negcios para a aquisio de bens, observar as regras bsicas que levam adoo de um modelo, um padro, que possa satisfazer com vantagens as necessidadesdas atividades que esto a seu cargo.

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    Sempre que possvel deve ser adotada a padronizao, cabendo Administrao defini-ladentre os vrios bens similares encontrveis no mercado ou criar o seu prprio padro.Na primeira hiptese, a escolha recair, conforme a natureza do bem, sobre uma marca

    (bens mveis), uma raa (animais) ou um tipo (alimento), por exemplo; na segunda, criaro prprio bem e este ser o padro.

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    A eleio da marca ou a adoo de padro prprio somente pode acontecer medianteprvia e devida justificativa, lastreada em estudos, laudos, percias e pareceres tcnicos,em que as vantagens para o interesse pblico fiquem claramente demonstradas, sobpena de caracterizar fraude ao princpio da licitao. Por isso, a padronizao deve ser

    objeto de processo administrativo, aberto e instrudo com toda a transparncia possvel econduzido por uma comisso de alto nvel, chamada de comisso de padronizao.Embora o processo de padronizao no seja contencioso, os produtores de benssimilares que no concordem com o padro adotado, por entenderem ser ilegal ouinjustificada a escolha, podem contestar o processo em outro processo, administrativo ou

    judicial.Sempre que a padronizao seja possvel e vantajosa para a Administrao Pblica,qualquer bem pode ser padronizado. A impossibilidade de padronizao pode ocorrer poruma circunstncia material (ex. uma produo artstica) ou jurdica (ex. se a lei vedar apadronizao).

    11 Procedimento formal O princpio do procedimento formal impe a vinculao dalicitao s prescries legais que a regem em todos os seus atos e fases. Essasprescries decorrem no s da lei, mas tambm do regulamento, do caderno deobrigaes e at do prprio edital ou convite. A Lei 8.666/93, em seu artigo 4, estabeleceque todos quantos participem da licitao tm direito pblico subjetivo fiel observnciado pertinente procedimento, que caracteriza ato administrativo formal.

    12 Adjudicao compulsria Por esse princpio, a Administrao, uma vez concludoo procedimento licitatrio, s pode atribuir o seu objeto ao legtimo vencedor. o queprev o artigo 50 da Lei 8.666/93, ao dispor que a Administrao no poder celebrar ocontrato com preterio da ordem de classificao das propostas, nem com terceirosestranhos ao procedimento, sob pena de nulidade.A adjudicao ao vencedor obrigatria, salvo se este desistir expressamente do contratoou no o firmar no prazo prefixado, a menos que comprove justo motivo. Acompulsoriedade veda tambm que se abra nova licitao enquanto vlida a adjudicaoanterior.Observe-se, porm, que o direito do vencedor limita-se adjudicao, ou seja, atribuio a ele do objeto da licitao. No tem ele direito ao contrato imediato, j que aAdministrao pode, licitamente, revogar ou anular ou procedimento, ou, ainda, adiar ocontrato, quando haja motivos para tais condutas. O que no se permite que aAdministrao contrate com outrem enquanto vlida a adjudicao, ou que, sem justa

    causa, revogue o procedimento ou adie indefinidamente a adjudicao ou a assinatura docontrato. Agindo com abuso de poder na invalidao ou no adiamento, a Administraofica sujeita a correo judicial de seu ato ou omisso e a reparao dos prejuzoscausados ao vencedor lesado em seus direitos, quando cabvel.O que existe um direito de preferncia na adjudicao, e no um direito adjudicaoou ao contrato. Da porque Maria Sylvia Zanella di Pietro diz ser equvoca a expressoadjudicao compulsria.

    13 Ampla defesa Sendo a licitao um procedimento administrativo, a ela aplicvelo princpio constitucional da ampla defesa. A Lei n 8.666/93, em seu artigo 87, 2,menciona expressamente o direito de defesa prvia do interessado, no caso de aplicao

    de sanes.

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    2. EXCLUSO DA OBRIGAO DE LICITAR

    O artigo 37, XXI da Constituio, ao exigir licitao para os contratos ali mencionados,ressalva os casos especificados na legislao, ou seja, deixa em aberto a possibilidade

    de serem fixadas, por lei ordinria, hipteses em que a licitao deixa de ser obrigatria.

    Note-se que a mesma ressalva no se contm no artigo 175 da Constituio, que, aofacultar a execuo de servio pblico por concesso ou permisso, exige que ela se faasempre atravs de licitao.

    A Lei n 8.666/93 prev trs situaes de excluso do procedimento licitatrio: a licitaodispensada (art. 17), a licitao dispensvel (art. 24) e a licitao inexigvel (art. 25). Adiferena bsica entre dispensa e inexigibilidade est em que na dispensa hpossibilidade de competio, enquanto na inexigibilidade tal possibilidade no existe,porque s h um objeto ou uma pessoa que atenda s necessidades da Administrao.

    2.1. Licitao dispensada (art. 17)Embora a dispensa de licitao seja uma faculdade da Administrao, h casos jdeterminados por lei, que escapam discricionariedade administrativa. o que sedenomina licitao dispensada.

    Essa espcie de excluso aplica-se alienao de bens. Sendo dispensada a licitao, aAdministrao no precisa praticar nenhum ato para formalizar a inexistncia doprocedimento licitatrio. A desnecessidade de qualquer ato da Administrao Pblica para

    liberar-se da obrigatoriedade de licitar, nos casos de licitao dispensada, distingue-a dalicitao dispensvel e da licitao inexigvel, j que nessas duas ltimas hipteses hnecessidade de autorizao, nos termos do 2 do art. 54.

    Em regra, sendo a licitao dispensada, no h necessidade de justificativa, a no serpara a concesso de direito real de uso de bens imveis ou para a doao com encargo(art. 17, 2 e 4), por fora do disposto no artigo 26.

    A alienao de bens da Administrao Pblica depende da existncia de interessepblico, de avaliao e de licitao. Quando a alienao recair sobre imvel pertencente Administrao direta ou a entidades autrquicas e fundacionais, depender, ainda, de

    autorizao legislativa, sendo que a licitao dever ser na modalidade de concorrncia.Em se tratando de imvel pertencente a empresa pblica ou sociedade de economiamista, deve haver avaliao e concorrncia. Neste ltimo caso, a alienao podedepender, tambm, do atendimento de exigncias impostas por leis especiais, como ocaso de autorizao da assemblia geral para a alienao de bem imvel pertencente auma sociedade de economia mista.

    O elenco de hipteses de licitao dispensada, do artigo 17, taxativo, no sendopermitido Administrao criar outras hipteses no previstas na lei. Tambm os Estadose Municpios no podem ampliar esse rol.

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    2.1.1. Hipteses de dispensa para alienaes imobilirias

    a) Dao em pagamentoCabe Administrao demonstrar que a dao de um imvel em pagamento mais

    vantajosa que a venda do bem.

    b) DoaoSegundo a lei, permitida exclusivamente para outro rgo ou entidade da AdministraoPblica, de qualquer esfera de governo. Entretanto, tal restrio foi suspensa,liminarmente, pelo STF, em ADIN.Nos termos da lei (art. 17, 1), trata-se de doao condicionada, pois, aps cessadas asrazes que justificaram a doao, o imvel deve reverter ao patrimnio da pessoa jurdicadoadora, sendo vedada a sua alienao pelo beneficirio. Essa restrio, igualmente, foisuspensa pelo STF na mesma ADIN.Em se tratando de doao com encargo, h necessidade de licitao, a no ser que o

    interesse pblico seja devidamente justificado ( 4).

    c) PermutaPermitida a permuta por outro imvel que atenda aos requisitos constantes do inciso X doartigo 24, ou seja, que seja necessrio ao atendimento das finalidades precpuas daAdministrao, cujas necessidades de instalao e localizao condicionem a suaescolha.No pode haver permuta de bem imvel por bem mvel.

    d) InvestiduraA investidura ocorre em duas situaes ( 3):I alienao aos proprietrios de imveis lindeiros de rea remanescente ou

    resultante de obra pblica, inaproveitvel isoladamente, desde que o valor noultrapasse a R$ 40.000,00;

    II alienao, aos legtimos possuidores diretos ou, na falta destes, ao Poder Pblico,de imveis para fins residenciais construdos em ncleos urbanos anexos a usinashidreltricas.

    e) Venda a outro rgo ou entidade da Administrao Pbl icaO rgo ou entidade pblica tanto pode ser da mesma esfera de governo como de outra.

    f) Alienao de imveis para atender a programas habitacionais de interesse socialEssa alienao se faz por venda ou doao. Tambm dispensada a licitao para aconcesso de direito real de uso, locao ou permisso de uso de tais imveis. Os rgosou entidades pblicas que podem efetuar essas operaes imobilirias sem licitaodevem ser criados especificamente para esse fim.

    2.1.2. . Hipteses de dispensa para alienaes mobil irias

    a) Doao

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    Permitida exclusivamente para fins e uso de interesse social, aps avaliao de sua

    oportunidade e convenincia scio-econmica, relativamente escolha de outra forma dealienao.

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    b) PermutaPermitida exclusivamente entre rgos ou entidades da Administrao Pblica. Essarestrio tambm foi suspensa pelo STF.

    c) Venda de aes em bolsaComo a alienao no feita por servidor da Administrao, mas por meio de corretoras,entende-se que necessrio licitao para escolha da corretora.

    d) Venda de ttulo, na forma da legislao pertinenteTrata-se aqui de ttulos no negociveis na Bolsa de Valores.

    e) Venda de bens produzidos ou comercializados por rgo ou entidade daAdminist rao Pblica, em vi rtude de suas final idadesAssim, no cabe exigir licitao para a PETROBRS vender os bens que produz, poisessa a sua finalidade.

    f) Venda de materiais e equipamentos para outros rgos ou entidades daAdministrao Pblica, sem uti lizao previsvel por quem os vendeJustifica-se a venda como meio de aproveitamento do patrimnio que se deteriora aolongo do tempo, devido falta de uso. No cabe doao ou permuta.

    2.2. Licitao dispensvel (art. 24)Diferentemente das hipteses do artigo 17, aqui a dispensa no se operaautomaticamente. Cabe Administrao ajuizar, a cada caso, da convenincia eoportunidade da dispensa. Se for possvel a licitao e esta for realizada, no h, emprincpio, qualquer vcio, a menos que haja dispndio injustificvel de recursos pblicospara realizao de procedimento licitatrio que seria de todo desnecessrio.

    O elenco consignado no artigo 24 taxativo, no podendo ser ampliado pelaAdministrao, na execuo de suas atividades, e tampouco pelos Estados e Municpios,no caso de legislarem sobre a matria.

    Apontam-se impropriedades no rol do artigo 24, uma vez que a hiptese do inciso XV(restaurao de obras de arte e objetos histricos) seria caso de inexigibilidade, enquantoa do inciso IX (comprometimento da segurana nacional) seria caso de proibio de

    licitao.

    Somente ser vlida a liberao da obrigao de licitar se precedida da competentejustificativa, com exceo das hipteses de dispensa por se tratar de obra, servio oucompra de pequeno valor (incisos I e II). O ato de liberao da obrigao de licitar deveindicar todas as condies e termos em que o contrato ser celebrado. Somente serpossvel a contratao depois da publicao na imprensa oficial do ato de ratificao dadispensa de licitao, acompanhado de sua justificativa.

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    A dispensabilidade da licitao, quando autorizada, s libera a Administrao Pblica dapromoo do procedimento de escolha da melhor proposta, devendo tudo o mais ser

    observado: verificao da personalidade jurdica, capacidade tcnica, idoneidadefinanceira, regularidade fiscal, empenho prvio, celebrao do contrato, publicao.

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    2.2.1. Hipteses em que a lic itao dispensvelAs hipteses de dispensa podem ser divididas em quatro categorias:

    a) em razo do pequeno valor (incisos I e II)

    1. Obras e servios de engenharia dispensvel a licitao para a contratao de obras e servios de engenharia de at R$15.000,00, correspondente a, no mximo, 10% do valor consignado na alnea a do incisoI do art. 23. Esse percentual ser de 20% para obras e servios contratados porsociedades de economia mista, empresas pblicas e Agncias Executivas.

    A entidade obrigada a licitar no pode, sob pena de fraudar a exigncia da licitao, dividiro seu objeto em duas ou mais partes, para que os respectivos valores se enquadrem nascondies e limites da dispensabilidade. Est tambm proibida a dispensa de licitaoquando se tratar de obras e servios da mesma natureza executados no mesmo local,

    desde que possam ser realizados conjunta e concomitantemente, ainda que fossem,separadamente, em termos de valor, enquadrveis na hiptese de dispensa. Para essasobras e servios pode-se realizar uma s licitao ou duas. Na primeira hiptese tem-seexecuo conjunta, na segunda diz-se realizao concomitante. Mesmo local oMunicpio, dado ser essa a nica unidade territorial definida objetivamente.

    2. Servios, menos os de engenharia, compras de pequeno valor e alienaesServios e compras at R$ 8.000,00, correspondentes a 10% do valor atribudo alneaa do inciso II do artigo 23, podem ser contratados diretamente. Esse percentual ser de20% para obras e servios contratados por sociedades de economia mista, empresaspblicas e Agncias Executivas.

    A faculdade de dispensa estendida s alienaes enquadrveis, em termos de valor, nolimite indicado. Para as alienaes com valores acima do limite devem ser observadas ashipteses de dispensa do art. 17.

    Est proibida a dispensa de licitao quando se tratar de parcelas de um mesmo servio,compra ou alienao de maior vulto que possa ser realizada de uma s vez.

    O valor institudo como teto pode ser revisto pelo Poder Executivo federal, nos termos doartigo 120 da Lei 8.666/93. Estados e Municpios podem fixar limites menores.

    b) em razo de situaes excepcionais (incisos III, IV, V, VI, VII, IX, XI, XIV e XVII)

    1. Guerra e grave perturbao da ordem

    2. Emergncia ou calamidade pblica

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    Desde que caracterizada urgncia de atendimento de situao que possa ocasionarprejuzo ou comprometer a segurana de pessoas, obras, servios, equipamentos eoutros bens, pblicos ou particulares, e somente para os bens necessrios aoatendimento da situao emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras eservios que possam ser concludas no prazo mximo de 180 dias consecutivos e

    ininterruptos, contados da ocorrncia da emergncia ou calamidade, vedada aprorrogao dos respectivos contratos.

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    3. Quando no acudi rem interessados lic itao a chamada licitao deserta, assim caracterizada no momento da apresentao daspropostas.

    Se a licitao anterior no pde ser realizada por falta de interessados e uma novalicitao no puder ser feita sem prejuzo para a Administrao, a contratao pode serfeita sem licitao. Entretanto, a contratao dever ser feita com observncia dasmesmas condies da licitao havida como deserta (ex. prazo de incio, de concluso,de entrega, condies de execuo e de pagamento).

    4. Interveno, pela Unio, no domnio econmicoA condio que a Unio intervenha no domnio econmico para regular preos ounormalizar o abastecimento. Assim, contrata-se sem licitao a aquisio de certo produtopara p-lo no mercado e, desse modo, forar a queda ou a regularizao do preo, ou

    para obrigar os particulares a desovar seus estoques e normalizar o abastecimento.Entende-se que somente a Unio pode realizar tal interveno, de modo que aAdministrao Pblica dos Estados e dos Municpios no se valem dessa hiptese dedispensa de licitao.

    5. Propostas com preos manifestamente superiores aos do mercadoA licitao dispensvel se as propostas apresentarem preos manifestamentesuperiores aos praticados no mercado nacional ou forem incompatveis com os fixadospelos rgos oficiais competentes.

    Assim, pode a entidade competente contratar sem licitao sempre que todas aspropostas apresentadas forem desclassificadas por conterem preos excessivos e oslicitantes no apresentarem outras, no prazo de 8 dias teis. A contratao, nesses casos,h de ser feita por preos no superiores aos consignados no registro de preos. A faltade registro de preos impede a dispensa, e a licitao deve ser repetida.

    6. Comprometimento da segurana nacionalOs casos devem estar estabelecidos em decreto do Presidente da Repblica, ouvido oConselho de Defesa Nacional. Trata-se, na realidade, de licitao proibida.O Decreto federal 2.295/97 estabelece que ficam dispensadas de licitao as compras e

    contrataes de obras e servios quando a revelao de sua localizao, necessidade,caractersticas do seu objeto, especificao ou quantidade coloque em risco objetivos dasegurana nacional (recursos blicos, equipamentos para a rea de inteligncia, etc).S utilizvel pela Unio, na medida em que lhe compete assegurar a defesa nacional.Eventualmente poderiam o Estado-membro e o Distrito Federal valer-se desse dispositivopara a celebrao de contratos de interesse das respectivas Polcias Militares. AoMunicpio no se vislumbra qualquer hiptese de sua utilizao.

    7. Contratao de remanescente de obra, servio ou fornecimento

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    Em conseqncia de resciso contratual, desde que atendida a ordem de classificao da

    licitao anterior e aceitas as mesmas condies oferecidas pelo licitante vencedor,inclusive quanto ao preo, devidamente corrigido.

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    8. Aquisio de bens e servios por intermdio de organizao internacionalAquisio nos termos de acordo internacional especfico aprovado pelo CongressoNacional, quando as condies ofertadas forem manifestamente vantajosas para o Poder

    Pblico. especfico, por exemplo, o tratado que permite a aquisio de certoequipamento mdico por entidade brasileira voltada ao estudo de doenas tropicais. Amanifesta vantagem da oferta deve estar relacionada com o preo e as condies depagamento.

    9. Compras e servios para o abastecimento de navios, embarcaes, unidadesareas ou tropas em seus meios de deslocamentoQuando em estada eventual de curta durao em portos, aeroportos ou localidadesdiferentes de suas sedes, por motivo de movimentao operacional ou de adestramento,quando a exigibilidade dos prazos legais puder comprometer a normalidade e ospropsitos das operaes e desde que seu valor no exceda ao limite previsto na alnea

    a do inciso II do art. 23 (R$ 80.000,00).

    dispositivo que prestigia as Foras Armadas, podendo ser aplicado tambm para asPolcias Militares estaduais.

    c) em razo do objeto (inc isos X, XII, XV, XVII, XIX e XXI)

    1. Compra ou locao de imvel destinado ao atendimento das finalidadesprecpuas da Administ raoNo caso de as necessidades de instalao e localizao condicionarem a escolha, desdeque o preo seja compatvel com o valor de mercado, segundo avaliao prvia.

    2. Compra de hortif rut igranjeiros, po e gneros perecveisA licitao dispensvel se a compra for feita no tempo necessrio para a realizao dosprocessos licitatrios correspondentes. As aquisies devem ser realizadas diretamente,com base no preo do dia (indicado pelos entrepostos oficiais ex. CEAGESP ou emsees especializadas dos jornais).

    3. Aquisio e restaurao de obras de arte e objetos histr icos dispensvel a licitao se as obras de arte e os objetos histricos tiverem autenticidade

    certificada e desde que a aquisio ou restaurao seja compatvel ou inerente sfinalidades do rgo ou entidade.

    A aquisio s legtima quando contratada por rgos ou entidades que cumpramprograma voltado arte ou histria: museus, escolas de belas-artes, fundaes culturaisou artsticas. O bem desejado no precisa ser nico ou singular.No caso de restaurao, cabvel a declarao de inexigibilidade de licitao, desde quese trate de servio de natureza singular, com profissional ou empresa de notriaespecializao.

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    As demais entidades ou rgos sem qualquer finalidade ligada s artes ou histria

    podem adquirir objetos de arte ou histricos como elemento de decorao, desde quemediante licitao.

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    4. Aquisio de componentes ou peas or iginaisOs componentes ou peas podem ser de origem nacional ou estrangeira, desde quenecessrios manuteno de equipamentos durante o perodo de garantia tcnica. Aaquisio deve ser feita junto ao fornecedor original do equipamento, quando tal condio

    de exclusividade for indispensvel para a vigncia da garantia.

    Terminada a garantia, a aquisio dos componentes e peas dar-se- mediante licitao.Assim tambm ser se nenhuma exclusividade for exigida para a manuteno dagarantia.

    5. Compra de material pelas Foras Armadas para manter a padronizao exigidapelo apoio logsticoNo dispensvel a licitao se o material para uso pessoal (uniforme) ouadministrativo (material de escritrio). Necessrio parecer de comisso instituda pordecreto.

    6. Aquisio de bens destinados a pesquisa cientfica e tecnolgicaDesde que a aquisio seja feita com recursos concedidos pela CAPES, FINEP, CNPq ououtras instituies de fomento a pesquisa credenciadas pelo CNPq para esse fimespecfico.

    d) em razo da pessoa (incisos VIII, XIII, XVI, XX, XXII, XXIII e XXIV)

    1. Operao entre pessoa pbl ica e rgo ou entidade que a integreAquisio, por pessoa jurdica de direito pblico interno, de bens produzidos ou serviosprestados por rgo ou entidade que integre a Administrao Pblica e que tenha sidocriado para esse fim especfico em data anterior vigncia da Lei 8.666/93, desde que opreo contratado seja compatvel com o praticado no mercado.

    Desse modo, a Unio, por exemplo, necessita de licitao para contratar os servios deinformtica, quando a empresa governamental por ela criada tambm for prestadoradesses servios para terceiros, dado que no foi criada especificamente para lhe prestardito servio, mas para prest-lo a quem por ele se interessar.

    2. Contratao de instituio brasileira voltada pesquisa, ao ensino e ao

    desenvolvimento nacional ou de instituio dedicada recuperao social do presoDesde que a contratada detenha inquestionvel reputao tico-profissional e no tenhafins lucrativos.

    Atendem a essas condies, no que tange pesquisa e ao ensino, as Universidadesfederais e estaduais e os Institutos de Pesquisas (ex. IPT). Evidentemente, ascontrataes devem ser feitas por preos compatveis com os praticados no mercado,embora a lei no mencione essa exigncia.

    3. Impresso de dirio oficial, formulrios padronizados, edies tcnicas oficiais eprestao de servios de informtica

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    Desde que o servio seja prestado a pessoa jurdica de direito pblico interno, por rgosou entidades que integrem a Administrao Pblica criados para esse fim especfico.

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    4. Contratao de associao de portadores de deficincia fsicaDesde que a associao no tenha fins lucrativos e seja de comprovada idoneidade. Acontratao deve ser para a prestao de servios ou fornecimento de mo-de-obra,sendo o preo compatvel com o praticado no mercado.

    A doutrina entende ser estranhvel a incluso, no dispositivo, de contratos defornecimento de mo-de-obra, uma vez que toda contratao de mo-de-obra, naAdministrao direta ou indireta, est sujeita a concurso pblico, ressalvada a hiptese decontratao temporria prevista no inciso IX do artigo 37 da CF.

    5. Fornecimento ou suprimento de energia eltrica e gs naturalPelo fornecimento, a Administrao abastece-se da necessidade que tem de certo bem,no caso a energia eltrica e o gs natural. Pelo suprimento, completa-se a necessidadequando o fornecimento restar insuficiente satisfao do interesse pblico.

    A legislao especfica, aplicvel aos concessionrios, permissionrios ou autorizados, a lei federal n 9.427/96, que criou a ANEEL.

    6. Contrataes entre empresas governamentais e suas subsid iriasPara a aquisio ou alienao de bens, prestao ou obteno de servios, desde que opreo contratado seja compatvel com o praticado no mercado.

    A regra s prestigia a contratao das subsidirias pelas respectivas empresas pblicas esociedades de economia mista, no cabendo sua aplicao nas contrataes entreempresas estatais ou entre subsidirias. Tambm no se aplica nos ajustes daAdministrao Pblica com as empresas governamentais ou com suas subsidirias.

    7. Contratao de servios com organizaes sociaisA licitao dispensvel para a celebrao de contratos de prestao de servios com asorganizaes sociais qualificadas no mbito das respectivas esferas de governo, para asatividades contempladas no contrato de gesto.

    2.3. Lici tao inexigvel (art. 25)A inexigibilidade ocorre quando a circunstncia de fato encontrada na pessoa com quemse quer contratar impede o certame, a concorrncia. H inviabilidade ftica de

    competio, de modo que, ainda que a Administrao desejasse a licitao, esta seriainvivel, ante a absoluta ausncia de concorrentes.

    Enquanto na licitao dispensada a Administrao Pblica no pode promover a licitaopor determinao legal, na inexigibilidade a Administrao no pode realiz-la por razode fato.

    As hipteses de inexigibilidade elencadas no artigo 25 no so taxativas.

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    A contratao com base nos casos de inexigibilidade necessita de justificativa, que oarrazoado preparado e assinado pelo agente responsvel pela anlise da viabilidade ou

    no da licitao. Se esta restar invivel, o processo assim instrudo dever ser levado autoridade superior para, se for o caso, ratificar e publicar a justificativa acompanhada do

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    ato de ratificao. Esses atos devem ser praticados nos prazos legais. A partir dorecebimento do processo o agente tem 3 dias para promov-la, preparar o atodeclaratrio da inexigibilidade com a devida justificativa, as condies da contratao, assanes cabveis em caso de descumprimento do contrato e demais clusulas peculiares

    e remeter o expediente autoridade superior, que, concordando com o arrazoado e ascondies propostas para a contratao, promover, em 5 dias, contados do recebimentodo processo, sua ratificao e publicao (art. 26). A publicao ser na imprensa oficial.

    A inexigibilidade do procedimento licitatrio no libera a Administrao das demaisexigncias: comprovao da capacidade jurdica, tcnica, econmico-financeira eregularidade fiscal. Deve ainda preocupar-se com a emisso da nota de empenho, acelebrao do contrato, a publicao e outras exigncias legais.

    2.3.1. Hipteses de inexig ibi lidade

    1. Aquisio de materiais, equipamentos ou gneros que s possam ser fornecidospor produtor, empresa ou representante comercial exclusivo vedada a preferncia de marca, devendo a comprovao de exclusividade ser feitaatravs de atestado fornecido pelo rgo de registro do comrcio do local em que serealizaria a licitao ou a obra ou o servio, pelo Sindicato, Federao ou ConfederaoPatronal,ou, ainda, pelas entidades equivalentes.

    A exclusividade pode ser absoluta ou relativa. absoluta quando no pas s h umfornecedor ou um nico agente para prover os interesses da Administrao. relativaquando no pas h mais de um fornecedor, empresa ou representante comercial, mas napraa considerada h apenas um.

    A exclusividade absoluta torna, de pronto, inexigvel a licitao. No caso de exclusividaderelativa, a inexigibilidade vai depender da modalidade de licitao que seria aplicvel,dependendo do valor do contrato. Assim, se o montante do ajuste determinar o convite, aexclusividade aferida na praa em que se realiza a licitao; se o valor do contratoindicar a tomada de preos, a exclusividade no registro cadastral; se for o caso deconcorrncia, a exclusividade no pas.

    Se se tratar da obteno de servios prestados por um nico empresrio, a inexigibilidade

    existir com base no caput do artigo 25.

    2. Contratao de servios tcnicos profissionais especializadosServios enumerados no artigo 13 (elenco taxativo): I estudos tcnicos, planejamentos eprojetos bsicos ou executivos; II pareceres, percias e avaliaes em geral; III assessorias ou consultorias tcnicas e auditorias financeiras ou tributrias; IV fiscalizao, superviso ou gerenciamento de obras ou servios; V patrocnio ou defesade causas judiciais ou administrativas; VI treinamento e aperfeioamento de pessoal; VII

    restaurao de obras de arte e bens de valor histrico.

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    Os servios devem ser de natureza singular e os profissionais e empresas contratadas

    devem ser de notria especializao (requisitos cumulativos). Por natureza singularentende-se o servio com uma complexidade tal que o individualiza, tornando-o diferente

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    dos da mesma espcie e exigindo, para a sua execuo, um profissional ou empresa deespecial qualificao. O conceito de profissional de notria especializao est no 1 doartigo 25, que exige os critrios de essencialidade e indiscutibilidade.

    O contrato firmado com base nesta hiptese de inexigibilidade de execuopersonalssima.

    vedada a inexigibilidade para servios de publicidade e divulgao.

    3. Contratao de artistasProfissional de qualquer setor artstico, diretamente ou atravs de empresrio exclusivo,desde que consagrado pela crtica especializada ou pela opinio pblica.

    Se o contrato estiver dentro do limite do convite, suficiente a crtica especializada ou aopinio pblica local; se estiver dentro do limite da tomada de preos, suficiente a

    regional; se estiver dentro do limite da concorrncia, necessria a nacional.

    2.4. SanoO 2 do artigo 25 estabelece que, se comprovado superfaturamento nos casos dedispensa e inexigibilidade, respondem solidariamente pelo dano causado FazendaPblica o fornecedor ou o prestador de servios e o agente pblico responsvel. Para oagente h ainda a responsabilidade administrativa, e, para ambos, a responsabilidadecriminal (art. 90).

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    3. MODALIDADES DE LICITAO

    A Lei n 8.666/93 prev cinco modalidades de licitao, no artigo 22: concorrncia,tomada de preos, convite, concurso e leilo. Pela Medida Provisria n 2.026/2000,

    transformada na Lei n 10.520/2002, foi criado o prego como nova modalidade delicitao. No artigo 23 so indicados os critrios de aplicao de uma ou outra dentre asmodalidades de concorrncia, tomada de preos e convite.

    O grupo composto pela concorrncia, pela tomada de preos e pelo convite o grupo dasmodalidades sem finalidade especfica,j que qualquer delas pode levar contratao deuma obra, um servio, um fornecimento ou uma alienao. O segundo grupo, formadopelo concurso e pelo leilo, o grupo das modalidades com finalidades especficas, poissomente se prestam: o concurso, para a escolha de trabalho tcnico, cientfico ouartstico, e o leilo, para alienaes. No primeiro grupo, a concorrncia a modalidademais solene, enquanto o convite a menos formal.

    Nos casos em que couber convite, a Administrao poder utilizar a tomada de preos e,em qualquer caso, a concorrncia. Entretanto, h de ser observado pela Administrao oprincpio da economicidade.

    A Lei 8.666/93 veda a criao de outras modalidades de licitao. S a Unio pode criarnovas modalidades, dado que lhe compete estabelecer as normas gerais.

    As modalidades licitatrias no se confundem com os tipos de licitao arrolados no 1do art. 45, ou seja:

    a) licitao de menor preo;b) licitao de melhor tcnica;c) licitao de tcnica e preo;d) licitao de maior lance ou oferta.

    As modalidades de licitao relacionam-se com o valor estimado do contrato, enquanto ostipos relacionam-se com o julgamento.

    Com a preocupao de evitar fraude na escolha da modalidade de procedimento, o 5 do artigo 23 probe a utilizao de convite ou tomada de preos, conforme o caso, para

    parcelas de uma mesma obra ou servio, ou ainda para obras ou servios da mesmanatureza e no mesmo local que possam ser realizados conjunta e concomitantemente,sempre que o somatrio de seus valores caracterizar o caso de tomada de preos ouconcorrncia, respectivamente, exceto para as parcelas de natureza especfica quepossam ser executadas por pessoas ou empresas de especialidade diversa daquela doexecutor da obra ou servio.

    Esse pargrafo tem que ser combinado com o 2 do mesmo dispositivo, que admite aexecuo parcelada de obras, servios e compras, mas a cada etapa ou conjunto deetapas dever ser realizada licitao distinta, preservada a modalidade pertinente para aexecuo do objeto em licitao.

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    3.1. Concorrncia

    Concorrncia a modalidade de licitao que se realiza com ampla publicidade paraassegurar a participao de quaisquer interessados que preencham os requisitos

    previstos no edital (art. 22, 1).

    Do conceito decorrem suas caractersticas bsicas, que so:

    a) ampla publicidadeb)universalidadec) habilitao preliminard)ju lgamento por comisso

    A PUBLICIDADE, nos termos do artigo 21, assegurada pela publicao do aviso doedital, no mnimo uma vez, com indicao do local em que os interessados podero ler e

    obter o texto integral e todas as informaes sobre a licitao; a publicao deve ser feitano Dirio Oficial da Unio, quando se tratar de licitao feita por rgo ou entidade daAdministrao Pblica federal e, ainda, quando se tratar de obras financiadas parcial outotalmente com recursos federais ou garantidos por instituies federais; no Dirio Oficialdo Estado ou do Distrito Federal, quando se tratar respectivamente de licitao de rgosda Administrao Estadual ou Municipal ou do Distrito Federal; e em jornal dirio degrande circulao no Estado e tambm, se houver, em jornal de circulao na regio ouno Municpio onde ser realizada a obra, prestado o servio, fornecido, alienado oualugado o bem, podendo ainda a Administrao, conforme o vulto da licitao, utilizar-sede outros meios de divulgao para ampliar a rea de competio.

    A publicao, no caso da concorrncia, deve ser feita com no mnimo 30 dias deantecedncia, salvo quando se tratar de licitao do tipo melhor tcnica ou tcnica epreo, ou quando o contrato a ser celebrado contemplar a modalidade de empreitadaintegral, em que o prazo passa a ser de 45 dias (art. 21, 2, I, b). Esse prazo sercontado a partir da ltima publicao do edital resumido ou da expedio do convite, ouainda da efetiva disponibilidade do edital ou do convite e respectivos anexos,prevalecendo a data que ocorrer mais tarde (art. 21, 3).

    UNIVERSALIDADE significa a possibilidade de participao de quaisquer interessadosque, na fase inicial de habilitao preliminar, comprovem possuir os requisitos mnimos de

    qualificao exigidos no edital para execuo de seu objeto (art. 22, 1). Desse modo, ilegal a exigncia de requisitos que vo alm dos necessrios verificao da habilitaojurdica, qualificao tcnica, qualificao econmico-financeira e regularidade fiscal dolicitante.

    Se, apesar disso e da grande publicidade, ningum atender ao chamamento, a entidadeinteressada poder contratar com quem se interesse, desde que observe as condies dachamada licitao deserta e que a renovao do procedimento lhe traga prejuzo deordem financeira (aumento do preo) ou administrativa (atraso no incio do servio).

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    A HABILITAO PRELIMINAR corresponde fase de apresentao de informaes e

    documentos ligados comprovao da habilitao jurdica, da qualificao tcnica, daqualificao econmico-financeira e da regularidade fiscal dos ofertantes. Constitui, na

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    concorrncia, a fase inicial do procedimento, realizada aps sua abertura, enquanto natomada de preos e no convite anterior. No se confunde com a pr-qualificao,prevista no artigo 114, que pode ser exigida pela Administrao sempre que o objeto dalicitao recomendar anlise mais detida da qualificao tcnica dos interessados.

    O JULGAMENTO POR COMISSO exigncia da lei. A comisso de julgamento necessria em qualquer tipo de concorrncia, devendo ser formada, no mnimo, por trsmembros, sendo ao menos dois servidores qualificados da entidade licitante, podendo oterceiro ser estranho Administrao. Pode ser permanente, para o julgamento de todasas concorrncias, ou especial para cada caso. O membro da comisso respondesolidariamente por todos os atos praticados pela mesma, salvo se fez constar de ata suaposio divergente, devidamente fundamentada (art. 51, 3). O mandato da comissode licitao de at um ano, vedada a reconduo da totalidade de seus membros para amesma comisso, no perodo subseqente (art. 51, 4).

    Obrigatoriedade: A concorrncia obrigatria para:

    a) obras e servios de engenharia de valor superior a R$ 1.500.000,00;b) compras e servios que no sejam de engenharia, de valor superior a R$

    650.000,00;c) compra e alienao de bens imveis, qualquer que seja o seu valor, ressalvado o

    disposto no artigo 19, que admite concorrncia ou leilo para alienao de bensadquiridos em procedimentos judiciais ou mediante dao em pagamento (3 doartigo 23);

    d) concesses de direito real de uso (3 do artigo 23);e) licitaes internacionais, com a ressalva para a tomada de preos e para o convite,

    na hiptese do 3 do artigo 23;f) alienao de bens mveis de valor superior ao previsto no art. 23, II, b R$

    650.000,00(art. 17, 6);g) para o registro de preos (art. 15, 3, 1), ressalvada a possibilidade de utilizao

    do prego, conforme artigos 11 e 12 da Lei n10.520/2002.

    Pode ser realizada nos casos em que couber convite ou tomada de preos.

    Concorrncia internacional: aquela em que se permite a participao de firmasnacionais e estrangeiras, isoladamente ou em consrcio com empresas nacionais. O seu

    procedimento o mesmo de qualquer concorrncia, apenas com sujeio s diretrizesestabelecidas pelos rgos federais responsveis pela poltica monetria e de comrcioexterior, ou seja, s normas expedidas pelo Banco Central e pelo Ministrio da Fazenda.Nas concorrncias internacionais cujo objeto ser pago com recursos provenientes definanciamento ou doao de agncia oficial de cooperao estrangeira ou organismofinanceiro multilateral, podero ser admitidas as condies decorrentes de tratadosinternacionais, afastando-se momentaneamente os preceitos da Lei 8.666/93.

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    Consrcios de empresas: a associao de dois ou mais interessados naconcorrncia, de modo que, somando tcnica, capital e trabalho, possam executar umempreendimento que, isoladamente, no teriam condies de realizar. No , portanto,

    uma pessoa jurdica, mas uma simples reunio operativa de firmas, contratualmentecomprometidas a colaborar no empreendimento, mas mantendo cada qual sua

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    personalidade prpria, sob a liderana de uma delas.

    A firma-lder apenas representa o consrcio no trato com o Poder Pblico,responsabilizando-se pelas demais sob o trplice aspecto tcnico, econmico e

    administrativo, inclusive quanto a multas e eventuais indenizaes, exigindo a legislaoatual (art. 33, V) a responsabilidade solidria das consorciadas.

    vedada a participao da empresa ou profissional, na mesma licitao, em mais de umconsrcio, ou isoladamente (art. 33, IV).

    3.2. Tomada de preos

    Tomada de preos a modalidade de licitao realizada entre interessados previamentecadastrados ou que preencham os requisitos para cadastramento at o terceiro dia

    anterior data do recebimento das propostas, observada a necessria qualificao (art.22, 2). A qualificao, a referida, a de que trata o artigo 36.

    A publicidade deve ser observada na tomada de preos, com obedincia s mesmasnormas j referidas para a concorrncia (publicao de edital), porm com a diferena deque o artigo 21, 2, III exige que a publicao se faa com 15 dias de antecednciaapenas, salvo para os contratos sob regime de empreitada integral ou para as licitaesde melhor tcnica ou tcnica e preo, quando o prazo passa para 30 dias. A contagem doprazo observa a norma do 3 do mesmo dispositivo.

    Obrigatoriedade: A tomada de preos obrigatria nos seguintes casos:

    a) obras e servios de engenharia de valor estimado superior a R$ 150.000,00;b) compras e outros servios de valor superior a R$ 80.000,00.

    Pode ser realizada nos casos em que couber convite. H, ainda, a possibilidade, previstano 3, de ser adotada tomada de preos, nas licitaes internacionais, desde que orgo ou entidade disponha de cadastro internacional de fornecedores e sejamobservados os limites do artigo 23, estabelecidos para essa modalidade de licitao.

    Registro cadastral:Deve ser mantido pelos rgos e entidades que realizem freqentes

    licitaes, devendo ser atualizados anualmente (art. 34); facultada, contudo, a utilizaode registros cadastrais de outros rgos ou entidades da Administrao Pblica (art. 34, 2),o que abrange a Administrao Direta e Indireta da Unio, dos Estados, do DistritoFederal e dos Municpios, inclusive as entidades com personalidade de direito privado sobcontrole do poder pblico e das fundaes por ele institudas ou mantidas (art. 6, XI).

    22

    A pessoa cadastrada recebe um certificado de registro cadastral, com validade de umano, no mximo, e do qual consta a categoria em que se inclui, tendo em vista suaespecializao, segundo a qualificao tcnica e econmica avaliada pelos elementosconstantes da documentao relacionada nos artigos 30 (qualificao tcnica) e 31(qualificao econmico-financeira). Para os participantes que apresentem esse

    certificado na tomada de preos, a habilitao prvia, porque feita no momento dainscrio no registro cadastral, perante comisso permanente ou especial de, no mnimo,

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    3 (trs) membros;no caso de obras, servios ou aquisio de equipamentos, a comissopara julgamento dos pedidos de inscrio em registro cadastral, sua alterao oucancelamento, ser integrada por profissionais legalmente habilitados (art. 51, 2).

    O certificado pode ser aceito em qualquer modalidade de licitao, mesmo naconcorrncia.

    Comisso: A direo e o procedimento da tomada de preos at o julgamento daspropostas so de inteira responsabilidade da comisso de licitao, composta de, nomnimo, trs membros, conforme exigncia do art. 51, tal como ocorre na concorrncia.

    3.3. ConviteConvite a modalidade de licitao entre, no mnimo, trs interessados do ramopertinente a seu objeto, cadastrados ou no, escolhidos e convidados pela unidade

    administrativa, e da qual podem participar tambm aqueles que, no sendo convidados,estiverem cadastrados na correspondente especialidade e manifestarem seu interessecom antecedncia de 24 horas da apresentao das propostas (art. 22, 3).

    Publicidade: a nica modalidade de licitao em que a lei no exige publicao deedital, j que a convocao se faz por escrito, com antecedncia de 5 dias teis (art. 21, 2, V), por meio da chamada carta-convite. No entanto, a Lei n 8.666/93 inovou aopermitir que participem da licitao outros interessados, desde que cadastrados emanifestem seu interesse com a antecedncia de at 24 horas da apresentao daspropostas. A medida contribui para aumentar o rol de licitantes, mas torna mais complexoum procedimento que se caracteriza e se justifica exatamente por sua maior simplicidade,decorrente do fato de que essa modalidade de licitao cabvel para os contratos depequeno valor. Para permitir essa participao, o artigo 22, 3, exige que a unidadeadministrativa afixe, em lugar apropriado, cpia do instrumento convocatrio.

    Habilitao: A habilitao dos licitantes s obrigatria para aqueles que seapresentarem sem terem sido convidados pela Administrao, porque tm que estarcadastrados; para os demais, facultativa (art. 32, 1). A diversidade de tratamento fereo princpio da isonomia. A exigncia de certificado para os no-convidados somente se

    justificaria nos casos em que a Administrao exige habilitao dos licitantes convidados.Do modo como est na lei, a norma levar ao absurdo de permitir a inabilitao de um

    licitante que no tenha o certificado de registro cadastral em ordem, quando, para osconvidados, nenhuma documentao foi exigida.

    Obrigatoriedade: O convite obrigatrio para:

    a) obras e servios de engenharia de valor estimado superior a R$ 15.000,00;b) compras e outros servios de valor superior a R$ 8.000,00.

    Nas licitaes internacionais ou o convite, quando no houver fornecedor de bem ouservio no pas.

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    Procedimento a ser observado na prxima licitao: Com o objetivo de evitar que oconvite seja dirigido sempre aos mesmos licitantes, com possibilidade de ocasionar burlaaos princpios da licitao, em especial da isonomia, o 6 do artigo 22 exige que,existindo na praa mais do que trs interessados, a cada novo convite, realizado para

    objeto idntico ou assemelhado, seja a carta-convite dirigida a pelo menos mais uminteressado, enquanto existirem cadastrados no convidados nas ltimas licitaes.

    Participao de menos de 3 interessados: O simples fato de se apresentarem menosdo que trs interessados no suficiente, por si s, para determinar a repetio doconvite. Pelo contrrio, ser possvel prosseguir-se na licitao se ficar demonstrado omanifesto desinteresse dos licitantes convidados (o que no passvel de justificao,porque decorre de prpria omisso dos licitantes) ou as limitaes do mercado. Nessecaso, a limitao pode decorrer, por exemplo, da inexistncia de outros possveisinteressados ou de empresas que, por alguma razo, no atendam s exigncias daAdministrao. Se houver outros possveis interessados em condio de atender ao

    convite, este deve ser repetido, agora com observncia do 6 do artigo 22.

    Julgamento: O convite deve ser julgado pela Comisso de Julgamento, mas admissvela sua substituio por servidor formalmente designado para esse fim (art. 51, 1).

    3.4. ConcursoConcurso a modalidade de licitao entre quaisquer interessados para escolha detrabalho tcnico, cientfico ou artstico, mediante a instituio de prmio ou remuneraoaos vencedores (art. 22, 4). Nos termos do 1 do artigo 13, os servios tcnicosprofissionais especializados devero, preferencialmente, ser celebrados mediante arealizao de concurso.

    A publicidade assegurada por meio de publicao do edital, consoante estabelece omesmo artigo 22, 4, com, pelo menos, 45 dias de antecedncia; esse prazo previstotambm no artigo 21, 2, I, a.

    De acordo com o artigo 52, 2, em se tratando de projeto, o vencedor dever autorizar aAdministrao a execut-lo quando julgar conveniente. Ademais, o fato de vencer oconcurso no d ao ganhador o direito de contratar com a Administrao a execuo doprojeto escolhido.

    3.5. LeiloLeilo a modalidade de licitao entre quaisquer interessados, independentemente dehabilitao, para:

    a) venda de bens mveis inservveis para a Administrao;b) venda de produtos legalmente apreendidos ou penhorados;c) alienao de bens imveis adquiridos em procedimentos judiciais ou recebidos em

    dao em pagamento;

    d) venda de bens mveis em valor inferior a R$ 650.000,00.

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    A Lei 8.666/93 nada diz sobre semoventes, podendo ser aplicada a mesma regra que serefere aos bens mveis, j que os semoventes so, em regra, considerados uma espciede bem mvel dotado de movimento prprio (como os animais).

    A Administrao poder valer-se de dois tipos de leilo:

    I) o comum, privativo de leiloeiro oficial, onde houver;II) o administrativo, institudo para a venda de mercadorias apreendidas

    Sendo o leilo um ato negocial instantneo, no se presta s alienaes que dependamde contrato formal. No leilo o bem apregoado, os lances so verbais, a venda feita vista ou a curto prazo e a entrega se processa de imediato.

    No leilo no se torna necessria qualquer habilitao prvia do licitante. O essencial que os bens a serem leiloados sejam previamente avaliados e postos disposio dos

    interessados para exame e que o leilo seja procedido de ampla publicidade, medianteedital, a ser publicado com 15 dias de antecedncia.

    O Programa Nacional de Desestatizao, aprovado inicialmente pela Lei 8.031/90 e reformuladopela Lei 9.491/97, passou a admitir o leilo como forma de licitao em vrias modalidadesoperacionais de privatizao. Os leiles ocorridos dentro do referido Programa tm sido realizadosnas Bolsas de Valores, com habilitao prvia dos interessados e garantia da proposta.

    3.6. PregoO prego cabvel para aquisio de bens e servios comuns, qualquer que seja o valor

    estimado da contratao, em que a disputa pelo fornecimento feita por meio depropostas e lances em sesso pblica. So considerados bens e servios comuns, peloartigo 1, 1, da Lei n 10.520/2002, aqueles cujos padres de desempenho equalidade possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio deespecificaes usuais no mercado . Tambm possvel o prego quando as comprase servios comuns forem efetuados pelo sistema de registro de preos (art.11 da Lei n

    10.520/2002).

    O 1 do artigo 22da Lei n10.520/2002 permite que o prego seja realizado por meio dautilizao de recursos de tecnologia de informao, nos termos de regulamentaoespecfica. Essa regulamentao foi feita pelo Decreto n3.697/2000.

    A Medida Provisria n 2.182/2001 havia institudo o prego apenas para a Unio. Essarestrio estava sendo considerada inconstitucional pela quase totalidade da doutrina quetratou do assunto tendo em vista que, em se tratando de norma geral, tinha que teraplicao para todos os entes federativos.

    A questo ficou superada quando a medida provisria converteu-se na Lei n

    10.520/2002, que no mais restringiu Unio o mbito da nova modalidade de licitao.Conforme artigo 1, pargrafo nico, do Decreto n 3.555/00, o prego aplica-se aosfundos especiais, s autarquias, s fundaes, s empresas pblicas, s sociedades de

    economia mista e s demais entidades controladas direta ou indiretamente pela Unio.

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    A fase externa do prego inicia-se com a convocao dos interessados, por meio de avisona imprensa oficial e, facultativamente, por meios eletrnicos, publicado com no mnimo 8

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    dias teis de antecedncia.

    A seleo da melhor proposta feita pelo critrio do menor preo, considerando-se aspropostas escritas e os lances verbais. Entregues as propostas, procede-se sua

    imediata abertura e verificao da conformidade das propostas com os requisitosestabelecidos no instrumento convocatrio. Aquelas que no preencherem essa condioso automaticamente desclassificadas. Em seguida o pregoeiro classifica as demaispropostas em ordem crescente do preo ofertado. No curso da sesso o autor da ofertade valor mais baixo e os das ofertas com preos at 10% superiores quela podero fazernovos lances verbais.

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    4. FASES DA LICITAO

    A licitao possui uma fase interna e uma externa. A interna destinada a firmar ainteno da entidade licitante e a obter certas informaes necessrias consolidao da

    licitao. A externa a fase da licitao propriamente dita, destinada a selecionar amelhor proposta celebrao do ato ou contrato desejado pela Administrao.

    Na fase interna determina-se o objeto da licitao, estabelecem-se as suas condies,estima-se a eventual despesa e decide-se pela modalidade adequada, verifica-se aexistncia de recursos oramentrios e obtm-se a autorizao de abertura e a aprovaodo instrumento convocatrio.

    A fase externa, especialmente na concorrncia, dividida em:

    a) abertura, b) habilitao, c) classificao, d) julgamento.

    Observe-se que uma ou outra dessas fases no existe em todas as modalidades. Noconvite e no leilo no h a fase de habilitao e, se exigida no leilo, muito simples.Ademais, nem sempre acontecem nessa ordem, pois na tomada de preos a habilitao prvia.

    4.1. Fase da aberturaEfetiva-se com o conhecimento pblico do instrumento convocatrio: carta-convite(convite) ou edital (concorrncia, tomada de preos, leilo e concurso). O edital oinstrumento atravs do qual a pessoa licitante noticia abertura da licitao em uma dasmodalidades, fixa as condies de sua realizao e do contrato e convoca osinteressados para a apresentao das propostas para o negcio de seu interesse.

    Formalmente, o edital composto por prembulo, texto e fecho. O prembulo deveconter: as disposies relativas apresentao da licitao e do rgo ou entidade que apromove, nmero de ordem em srie anual, modalidade, regime de execuo, legislao,dia, hora e local para o recebimento da documentao e propostas, bem como a data, a

    hora e o local da sesso pblica de abertura dos envelopes.

    No texto do edital devem constar (art. 40):

    as condies relacionadas apresentao das propostas e participao doslicitantes;

    os critrios de julgamento das propostas; a descrio resumida, mas precisa, do objeto da licitao; o prazo de execuo; as garantias;

    os recursos admissveis;

    27

    os critrios de desempate;

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    o prazo e condies para assinatura do contrato; as sanes para o caso de inadimplncia; as condies de pagamento; as condies de recebimento do objeto da licitao; os critrios de reajustamento.

    O fecho deve conter disposies quanto divulgao, a data e a assinatura da autoridadecompetente.

    As clusulas ou disposies do edital e da carta-convite no podem comprometer ocarter competitivo da licitao, nem estabelecer preferncias ou distines em razo danaturalidade, da sede ou do domiclio dos proponentes. Havendo vcio, qualquer cidadopoder impugnar o edital (art. 41, 1), desde que o faa at cinco dias teis antes dadata fixada para a abertura dos envelopes de habilitao. Esse direito tambm pode serexercido pelo licitante at o segundo dia que antecede a abertura dos envelopes dehabilitao, sob pena de decadncia. No cabendo mais a impugnao administrativa,resta a judicial (mandado de segurana ou ao ordinria de anulao do ato jurdico).

    A minuta do edital deve ser examinada e aprovada por assessoria jurdica daAdministrao Pblica (art. 38, pargrafo nico). O que se publica no o edital e seusanexos, mas to-s o seu resumo, chamado de aviso. O aviso deve conter informaesgerais sobre a entidade licitante, a notcia da abertura da licitao e o local em que osinteressados podero obter o edital. Se houver interesse, a publicao do edital pode serfeita na ntegra.

    A fase da abertura encerra-se, em tese, com o decurso do prazo destinado apresentao dos envelopes contendo a documentao (comprovantes e informaesrelativas habilitao jurdica, qualificao tcnica, qualificao econmico-financeirae regularidade fiscal) e a proposta. Os prazos para entrega dos envelopes so contadosa partir da ltima publicao do edital (art. 21, 3).

    O 2 do art. 40 da Lei 8666/93 elenca os anexos do edital: I projeto bsico e/ouexecutivo; II oramento; III minuta do contrato; IV normas de execuo.

    4.2. Fase da habil itao

    Nessa fase, em local, dia e hora designados no edital, a comisso de licitao, em atopblico e na presena dos interessados, pede aos presentes que examinem osenvelopes-propostas recebidos e os rubriquem, pois sero mantidos sob sua guarda eresponsabilidade para serem oportunamente abertos. Aps, inicia-se a abertura dosenvelopes-documentao, cujos contedos so examinados e rubricados pelos membrosda comisso de licitao e pelos proponentes presentes.

    O comportamento da comisso de licitao vinculado, de modo que nula a habilitaode proponente que no atendeu ao edital, tanto quanto nula a inabilitao de licitanteque o observou em todos os seus termos e condies.

    28

    Os habilitados tornam-se iguais e tm o direito subjetivo pblico de ver abertos osenvelopes contendo as propostas e, conforme o caso, de ver ou no classificadas as

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    propostas apresentadas. Portanto, a habilitao o ato administrativo vinculado medianteo qual a comisso de licitao confirma no procedimento da licitao os licitantes aptos,nos termos do edital. Contra o ato de habilitao cabe recurso hierrquico, com efeitosuspensivo, no prazo de cinco dias teis, contados da lavratura da ata, para os

    proponentes presentes, e da publicao na imprensa oficial, para os licitantes ausentes(art. 109, I, a).

    So condies para a habilitao:

    a) habilitao jurdica;b) qualificao tcnica;c) qualificao econmico-financeira;d) regularidade fiscal;e) no empregar menores de 18 anos em trabalho noturno, perigoso ou insalubre, ou

    menores de 16 anos, salvo na condio de aprendiz, a partir dos 14 anos (art. 7,

    XXXIII CF).

    A documentao para habilitao pode ser substituda pelo Certificado de RegistroCadastral - CRC, desde que previsto no edital e o registro tenha sido feito em ateno aoart. 32, 3 da Lei 8666/93.

    Concludo o procedimento de habilitao, vedada a incluso ou excluso de proponentena licitao (precluso), salvo em razo de motivo superveniente (ex. concordata,falncia) ou que s venha a ser conhecido pela comisso aps o encerramento dessafase (art. 43, 5).

    Se apenas um proponente atender aos requisitos de habilitao, s ele ser confirmado epassar para a fase seguinte. Se nenhum satisfizer, encerra-se o procedimento epromove-se nova licitao ou, como permitido pelo 3 do art. 48, pode a Administrao,ordenar comisso que fixe o prazo de oito dias teis ou de trs dias teis, no caso deconvite, para a apresentao da documentao havida como viciada ou faltante. Se asituao se repetir, a licitao se diz fracassada e outra deve ser aberta mediante prviaautorizao da autoridade competente, a menos que se caracterize situao de dispensade licitao.

    Pode ocorrer outra situao: ningum demonstra interesse. o que a doutrina chama de

    licitao deserta. Nesse caso, havendo prejuzo, a Administrao vale-se da faculdadeoutorgada pelo inciso V do artigo 24 e contrata com quem se interesse, observados ostermos e as condies da licitao deserta.

    Os interessados inabilitados recebem intactos os envelopes da proposta e as caueseventualmente prestadas para participar do certame.

    Habilitao jurdica a qualidade natural de toda pessoa fsica ou a qualidade atribudaa toda pessoa jurdica para exercer direitos e contrair obrigaes (capacidade jurdica),comprovada mediante os documentos elencados no artigo 28 da Lei 8666/93.

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    Qualificao tcnica a aptido profissional e operacional do licitante para a execuodo objeto da contratao. Pode ser: genrica, especfica ou operativa. A capacidade

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    tcnica genrica a aptido reconhecida em favor de algum para a execuo de umadada atividade regulamentada (ex. registro no CREA, na OAB). a capacidade tcnicaespecfica a aptido especial reconhecida em favor de algum para a execuo de certaatividade, comprovvel com a apresentao de certido que assegure ter o licitante

    realizado a contento objeto da mesma natureza do licitado. A capacidade tcnicaoperativa a aptido para dispor de bens, equipamentos e pessoal para a execuo dedeterminado contrato. No se exige que o proponente seja proprietrio dos bens eequipamentos necessrios execuo do contrato, mas que tenha sobre elesdisponibilidade.

    Qualificao econmico-financeira a aptido para responder pelos encargosfinanceiros e econmicos decorrentes do contrato, demonstrada pela apresentao dobalano patrimonial e demonstraes contbeis do ltimo exerccio social, certidonegativa de falncia ou concordata e prestao de garantia real ou fidejussria, desdeque limitada a 1% do valor estimado da contratao (art. 31).

    Regularidade fiscal a qualidade de quem est em situao regular para com o fiscofederal, estadual, distrital e municipal, demonstrada por meio dos documentos arroladosno art. 29. A lei exige, alm de regularidade para com as Fazendas Federal, Estadual eMunicipal, tambm prova de regularidade com o sistema de Seguridade Social e o FGTS.Encerrada a fase da habilitao, no pode o licitante habilitado desistir da propostaapresentada, salvo motivo justo decorrente de fato superveniente e aceito pela comissode licitao (art. 43, 6).

    4.3. Fase da classificaoNesta fase, em local, dia e hora designados pela comisso, em sesso pblica, depois deexaminada a autenticidade dos envelopes-proposta, so eles abertos, sendo o contedode cada um examinado e rubricado pela comisso e pelos proponentes presentes. O

    julgamento formal das propostas pode acontecer na mesma sesso pblica ou em sessoreservada, justificada pelo grande nmero de documentos ou pela sua complexidade.

    Esse exame apenas de forma. As propostas formalmente de acordo com o edital so asclassificadas, enquanto as desconformes com o edital so desclassificadas. Portanto, aclassificao o ato administrativo vinculado mediante o qual a comisso de licitaoacolhe as propostas apresentadas formalmente e nos termos e condies do edital ou

    carta-convite. O recurso contra classificao ou desclassificao tem efeito suspensivo(art. 109, I, b).

    Se todas as propostas forem desclassificadas, a comisso de licitao, autorizada pelaAdministrao, poder fixar o prazo de oito dias teis para que seus proponentesapresentem outras nos termos e condies do edital (art. 48, 3). No caso de convite, oprazo reduzido para trs dias teis. As novas propostas podero ser diferentes dasanteriores.

    30

    Ao fim desse exame tm-se dois conjuntos de propostas. Um em que as propostas soajustadas ao edital ou carta-convite e outro em quer as propostas so inexeqveis (valor

    zero, simblico, muito abaixo ou muito acima do mercado ou com prazo inadequado pararealizao do objeto).

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    4.4. Fase do julgamento e ordenao das propostas em razo das vantagens oferecidasVia de regra, o julgamento ocorre imediatamente aps a classificao das propostas, maspode ocorrer em outra oportunidade, em sesso reservada. Durante o julgamento, no

    so examinados os aspectos formais das propostas, estando j preclusa a fase daclassificao, a menos que ocorra fato superveniente ou que um fato anterior s entoseja conhecido pela comisso.

    Para o julgamento no pode ser considerado nada alm do que foi permitido peloinstrumento convocatrio. Far-se- o julgamento consoante o tipo de licitao previsto noedital:

    I menor preo;II melhor tcnica;III tcnica e preo;IV maior lance ou oferta.

    A licitao de menor preo aquela em que o fato decisivo o menor preo, em termosabsolutos, no se cogitando de qualidade, rendimento, produtividade, prazo de entrega,condies de pagamento ou outro fator.

    A licitao de melhor tcnica aquela em que o fato de julgamento uma das melhorestecnologias adotadas pelo proponente na execuo do objeto, pois deve-se considerarno s o preo. S utilizvel para servios de natureza predominantemente intelectual(projetos, clculos, fiscalizao, superviso, gerenciamento, engenharia consultiva) (art.46). prpria para as licitaes em que se quer a tecnologia mais moderna ou quemelhor satisfaa s necessidades da Administrao licitante, dentro dos recursosfinanceiros destinados para tanto (fixados no edital).

    Primeiro a comisso classifica as propostas que atinjam um padro mnimo de tcnica. Aspropostas acolhidas prosseguem na licitao e delas so abertos os envelopescomerciais, isto , que contm a proposta financeira. vista das propostas financeirasacolhidas, que estiverem abaixo do valor que a Administrao se dispe a pagar, inicia-sea negociao das condies financeiras propostas, com o proponente mais bemclassificado no julgamento das propostas tcnicas. Em suma: pergunta-se ao proponentede melhor tcnica se concorda em executar sua proposta pelo preo vencedor. Se noconcordar, faz-se a mesma indagao ao segundo colocado em tcnica, e assim por

    diante.A licitao de tcnica e preo aquela em que, aps a classificao das propostastcnicas, abrem-se de seus proponentes os envelopes contendo as propostas comerciaise delas faz-se a avaliao e valorao de acordo com os critrios consignados no edital(pesos). Com os classificados far-se- a ordenao final de acordo com a mdiaaritmtica ponderada das valoraes tcnicas e de preo.

    31

    S em carter excepcional os tipos de licitao de melhor tcnica e tcnica e preopodem ser adotados para fornecimento de bens, execuo de obras ou prestao deservios de grande vulto, dependentes de tecnologia sofisticada. Para isso, necessrio

    autorizao expressa da autoridade de maior nvel hierrquico da Administraopromotora da licitao (art. 46 e 3).

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    A licitao do tipo maior lance ou oferta especialmente adequada para venda de bens,outorga onerosa de concesses e permisses de uso de bens ou servios pblicos elocao em que a Administrao Pblica a locadora, cuja proposta vencedora que faza maior oferta.

    4.4.1. Divisibil idade do julgamentoO julgamento das propostas, em princpio, uno e indivisvel, admitindo, assim, uma sproposta vencedora e, conseqentemente, um s licitante vencedor. Embora essa seja aregra, o edital ou carta-convite deve, quando o objeto permitir, como o caso de materialde escritrio, informar que o julgamento ser por itens (caderno, lpis, borracha, etc), detal forma que se possa ter diversas propostas para cada item e ao fim uma propostavencedora por item. Dessa forma prestigia-se o pequeno e mdio proponente e amplia-sea competitividade. a denominada licitao por itens, que encontra seu fundamento devalidade no art. 15, IV da Lei 8666/93 (princpio da economicidade).

    A mesma lei permite outro regime de parcelamento do objeto, nos casos de compra debens de natureza divisvel. Prescreve o 7 do art. 23 que, na compra de bens denatureza divisvel e desde que no haja prejuzo para o conjunto ou complexo, permitidacotao de quantidade inferior demandada na licitao, com vistas ampliao dacompetitividade, podendo o edital fixar quantitativo mnimo para conservar a economia deescala.

    4.4.2. Empate e critrio de desempateEm razo da revogao do artigo 171 da Constituio, pela Emenda Constitucional n6/1995, tornaram-se sem efeito os incisos I e III do 2 do artigo 3 da Lei 8666/93, queasseguram preferncia empresa brasileira. Restou, portanto, o inciso II, que estabeleceque, em caso de empate, deve dar-se preferncia para bens produzidos no Pas. Empermanecendo o empate, utiliza-se o sorteio, a ser realizado em sesso pblica em dia,hora e local designados com antecedncia razovel pala comisso de licitao.

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    5. HOMOLOGAO E ADJUDICAO

    Concluda a fase de julgamento, com a ordenao das propostas em ordem crescente(tipo menor preo) ou decrescente (tipo maior lance) de vantagens, cabe comisso de

    licitao preparar pequeno relatrio sobre o procedimento onde conste expressamentemencionado o vencedor e remeter o processo autoridade superior para deliberao,conforma cronologia fixada pelo art. 43, VI da Lei 8666/93, para que a referida autoridadehomologue o procedimento e adjudique o objeto da licitao ao seu vencedor.

    Homologao ato da autoridade competente, superior comisso de licitao, pelo qual promovido o controle de todo o procedimento licitatrio no que respeita ao mrito e legalidade. A autoridade competente a indicada em lei ou regulamento.

    Adjudicao o ato pelo qual a Administrao, pela mesma autoridade competente parahomologar, atribui ao vencedor o objeto da licitao.

    No exerccio de sua competncia, a autoridade pode:

    1) homologar o procedimento e adjudicar o objeto da licitao ao vencedor;2) devolver o processo comisso de licitao, ordenando-lhe a correo de

    vcios sanveis, verificados em qualquer parte do procedimento;3) invalidar todo o procedimento ou parte dele se existentes vcios insanveis;4) revogar todo o procedimento por motivo de mrito.

    O que se adjudica ao vencedor o objeto da licitao, no o contrato. A adjudicao ato

    vinculado, j que as nicas hipteses em que a Administrao pode deixar de efetuar aadjudicao so as de anulao ou revogao do procedimento.

    Da adjudicao resultam os seguintes efeitos jurdicos:

    a) aquisio, pelo vencedor, do direito de contratar com a pessoa licitante, se houvercontratao;

    b) impedimento da pessoa licitante de contratar o objeto licitado com terceiro;c) liberao dos demais proponentes de todos os encargos da licitao;d) direito dos demais proponentes ao desentranhamento dos documentos

    apresentados;

    e) vedao de a Administrao licitante promover novo certame enquanto em vigor aadjudicao;f) responsabilidade do vencedor, como se fosse inadimplente contratual, caso no

    assine o contrato no prazo marcado pela entidade licitante;g) vinculao do adjudicatrio aos encargos, termos e condies fixados no edital ou

    carta-convite e aos estabelecidos em sua proposta.

    Contra a homologao e a adjudicao cabe recurso de representao (art. 109, II), noprazo de cinco dias teis, contados da cincia ou publicao do respectivo ato, com efeitodevolutivo, salvo se a autoridade competente o receber com efeito suspensivo, como lhefaculta o art. 109, 2, parte final.

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    6. AUDINCIA PBLICA

    A Lei 8666/93 obriga, no art. 39, que o processo licitatrio seja iniciado com umaaudincia pblica sempre que o valor estimado para uma licitao ou para um conjunto de

    licitaes simultneas ou sucessivas seja superior a 100 vezes o limite previsto no art. 23,I, a, ou seja, em valores atuais, sempre que seja superior a R$ 150.000.000,00.

    Audincia, no caso, a reunio pblica formalmente convocada pela Administraolicitante para dar populao informaes sobre o projeto (obra, servio, fornecimento)que pretende realizar. Deve ser realizada com antecedncia mnima de quinze dias teisda data prevista para a publicao do edital e sua convocao deve ocorrer, ao menos,dez dias teis antes de sua realizao. A convocao deve ser publicada na imprensaoficial e em jornal de grande circulao. V-se que a audincia pblica tem lugar depoisda fase interna da licitao, mas antes da fase externa.

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    7. REVOGAO, ANULAO E DESISTNCIA DA LICITAO

    Ocorrendo motivos de mrito (convenincia e oportunidade) ou verificadas razes deilegalidade, a entidade licitante deve, respectivamente, revogar ou anular a licitao. A

    revogao e a anulao no precisam estar previstas no instrumento convocatrio. O queno se admite o exerccio dessas prerrogativas sem a competente demonstrao dacausa justificadora.

    Previamente revogao ou anulao, deve a autoridade superior comunicar aovencedor da licitao sua inteno, para que este, no prazo razovel que lhe forconcedido, manifeste, exercendo o contraditrio e a ampla defesa, o que for de seuinteresse. Da revogao ou da anulao cabe recu