Literatura Inglesa

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_|àxÜtàâÜt \ÇzÄxát Inglesa, Literatura, literatura produzida na Inglaterra desde o século V, após a introdução do antigo inglês pelos anglo-saxões, até hoje. Também se considera parte da literatura inglesa a obra de escritores irlandeses e escoceses identificados com a vida e as letras inglesas. ANTIGO INGLÊS OU ERA ANGLO-SAXà Este período se estende, aproximadamente, de 450 até 1066, ano da conquista normanda da Inglaterra. As tribos germânicas, que invadiram a Inglaterra no século V, trouxeram o antigo inglês ou língua anglo-saxã, base do inglês moderno (ver Língua inglesa), além de uma tradição poética específica, cujas características formais continuaram a ser praticadas até a derrota germânica diante dos invasores franco-normandos, seis séculos mais tarde. A maior parte da poesia em antigo inglês foi escrita para ser cantada por um trovador, com acompanhamento de harpa. Outra característica é a aliteração estrutural ou uso de sílabas com sons similares. Estas qualidades aparecem no poema épico Beowulf, escrito no século VIII. A lenda e a história sagrada se preservaram nos poemas de Caedmon (um homem humilde do final do século VII), nas obras do historiador e teólogo Beda, o Venerável — que afirmava ter recebido seu dom poético de Deus — e na linguagem trabalhada de Cynewulf e sua escola. Os poetas anglo-saxões

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Inglesa, Literatura, literatura produzida na Inglaterra desde o século V,

após a introdução do antigo inglês pelos anglo-saxões, até hoje. Também se

considera parte da literatura inglesa a obra de escritores irlandeses e

escoceses identificados com a vida e as letras inglesas.

ANTIGO INGLÊS OU ERA ANGLO-SAXÃ

Este período se estende, aproximadamente, de 450 até 1066, ano da

conquista normanda da Inglaterra. As tribos germânicas, que invadiram a

Inglaterra no século V, trouxeram o antigo inglês ou língua anglo-saxã, base

do inglês moderno (ver Língua inglesa), além de uma tradição poética

específica, cujas características formais continuaram a ser praticadas até a

derrota germânica diante dos invasores franco-normandos, seis séculos mais

tarde.

A maior parte da poesia em antigo inglês foi escrita para ser cantada por um

trovador, com acompanhamento de harpa. Outra característica é a aliteração

estrutural ou uso de sílabas com sons similares. Estas qualidades aparecem

no poema épico Beowulf, escrito no século VIII.

A lenda e a história sagrada se preservaram nos poemas de Caedmon (um

homem humilde do final do século VII), nas obras do historiador e teólogo

Beda, o Venerável — que afirmava ter recebido seu dom poético de Deus —

e na linguagem trabalhada de Cynewulf e sua escola. Os poetas anglo-saxões

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produziram poemas líricos leves desprovidos de doutrina cristã e evocadores

da rudeza e tristeza da condição humana.

No antigo inglês, a prosa é representada por um grande número de obras

religiosas, entre as quais se destacam diversas traduções das obras latinas de

Beda, o Venerável, e de Boécio.

O período médio, 1066 a 1485, caracteriza-se pela grande influência da

literatura francesa nas formas e temas. Entre os poemas escritos, seguindo

ainda as formas do antigo inglês, destacam-se Piers o lavrador de William

Langland, La perla (c. 1370)e Sir Gawain e o cavaleiro verde (c. 1380),

supostamente escritos pelo mesmo autor. A influência francesa se faz sentir

na obra de Chaucer, autor dos Contos de Canterbury que, por sua vez,

influenciou alguns poetas do século XV como Thomas Malory.

O RENASCIMENTO

Entre as contribuições inglesas ao Renascimento está a obra de Thomas

More. À exceção de John Skelton e mais dois grandes inovadores da poesia

renascentista do último quarto do século XVI — Philip Sidney que

inaugurou a moda do soneto e Edmund Spenser— a poesia do começo do

século XVI é menos importante.

Outras duas tendências poéticas se tornaram visíveis no final do século XVI

e começo do século XVII. A primeira é exemplificada pela poesia de John

Donne e pelos poetas metafísicos: George Herbert, Henry Vaughan, Richard

Crashaw e Andrew Marvell.

A segunda tendência poética foi uma reação ao estilo exuberante de Spenser

e às metaforas audaciosas dos metafísicos. Ben Jonson e sua escola,

clássicos puros e contidos, influenciaram figuras posteriores como Robert

Herrick. O último grande poeta do Renascimento inglês foi John Milton.

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O drama renascentista atingiu seu esplendor máximo com a obra de William

Shakespeare e, também, com a de Thomas Kyd e Christopher Marlowe.

No que se refere à prosa, brilha, especialmente, a grande tradução da Bíblia

— chamada Bíblia do rei Jaime —, publicada em 1611. Esta bíblia

significou a culminação de dois séculos de esforços para se alcançar a

melhor tradução inglesa dos textos originais.

A RESTAURAÇÃO E O SÉCULO XVIII

O período da Restauração e sua literatura (1660 até, aproximadamente,

1789) ressalta o racionalismo nos ensaios de John Locke e David Hume. O

pensamento político, na obra de Thomas Hobbes, defende o Absolutismo.

A obra histórica mais importante em inglês é História da Decadência e

Queda do Império Romano (6 volumes, 1776-1788), de Edward Gibbon.

Ainda que a maior parte de sua obra tenha sido dramatúrgica, destaca-se a

poesia de John Dryden. O maior expoente da comédia foi William Congreve.

Na prosa sobressaem Samuel Pepys e John Bunyan, assim como o grande

satírico Jonathan Swift. O espírito clássico da literatura inglesa alcançou seu

mais alto nível com Alexander Pope.

A época de Samuel Johnson foi um tempo de mudança de ideais literários. O

Classicismo e o Conservadorismo literário representam uma reação ao culto

dos sentimentos anunciado pelos precursores do Romantismo. A mais

famosa de todas as biografias inglesas é Vida de Samuel Johnson (1781), de

James Boswell.

Oliver Goldsmith realizou, em sua obra, uma mescla curiosa do velho e do

novo. William Cowper e Thomas Gray cultivaram uma sensibilidade

reflexiva e uma melancolia desconhecidas nas gerações anteriores. A obra do

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poeta William Blake expressa a negação do ideal da razão e defende uma

vida de sentimentos. O romance conheceu um período de esplendor com

Samuel Richardson, Henry Fielding, Tobias Smollett e Laurence Sterne.

A primeira expressão importante do Romantismo foi Baladas líricas (1798),

de William Wordsworth e Samuel Taylor Coleridge. Walter Scott escreveu

uma série de poemas narrativos glorificando as virtudes da singela e

vigorosa vida de seu país na Idade Média. Na geração seguinte, de grandes

poetas, se inserem lord Byron, exemplo de uma personalidade trágica em

luta contra a sociedade, Percy Bysshe Shelley e John Keats.

Além dos ensaístas Charles Lamb e William Hazlitt, um autor fundamental

da prosa romântica é Thomas De Quincey.

A ERA VITORIANA

O reinado da Rainha Vitória (1837-1901) foi uma época de transformações

sociais, tema que ocupou a obra de poetas Alfred Tennyson, Robert

Browning, Matthew Arnold, Algernon Charles Swinburne e Dante Gabriel

Rosetti que, junto a William Morris, pertenceu ao movimento Pré-rafaelita.

O romance tornou-se a forma literária dominante da época. O Realismo

impôs-se nos romances de Jane Austen, Walter Scott, Charles Dickens e

William Makepeace Thackeray.

Outras notáveis figuras do romance vitoriano foram Anthony Trollope, as

irmãs Brontë, George Eliot, George Meredith e Thomas Hardy.

Uma segunda geração de romancistas mais jovens desenvolveu novas

tendências com Robert Louis Stevenson, Rudyard Kipling e Joseph Conrad.

Esta geração também intensificou o Realismo através das obras de Arnold

Bennett, John Glasworthy e H. G. Wells. O mesmo espírito de crítica social

inspirou as peças teatrais de George Bernard Shaw.

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A LITERATURA DO SÉCULO XX

No século XX, os valores tradicionais da civilização ocidental foram

seriamente criticados por muitos escritores jovens: Aldous Huxley, E. M.

Forster, D. H. Lawrence e, em um nível mais experimental, James Joyce e

Virginia Woolf. Nesta época destacam-se, ainda, Ivy Compton-Burnett,

Evelyn Waugh, Graham Greene e George Orwell.

Depois da II Guerra Mundial surgiu o grupo dos ”jovens irados” integrado

pelos romancistas Kingsley Amis, John Wain, Alan Sillitoe e John Braine.

Este grupo atacou os valores superados do período pré-guerra que ainda

permaneciam na sociedade inglesa. Iris Murdoch fez análises cômicas da

vida contemporânea.

Cada um em seu gênero, destacam-se Anthony Burgess, John Le Carré e

William Golding, Prêmio Nobel de Literatura em 1983. Durante a década de

1960 impôs-se o Realismo Social com escritores como Amis, Braine e Alan

Sillitoe. Também foram famosos V. S. Pritchett e Doris Lessing. Cabe

ressaltar o humor negro de autores como Angus Wilson e Muriel Spark.

Nos últimos anos destacam-se Martin Amis e Ian McEwan. Ocorreu,

também, o nascimento de uma literatura pós-colonial representada por

autores como V. S. Naipaul, Nadine Gordimer (Prêmio Nobel de Literatura

em 1991), Ruth Prawer Jhabvala, Salman Rushdie, Angela Carter e Kazuo

Ishiguro.

Outros autores importantes são Peter Ackroyd, David Lodge, Malcolm

Bradbury, A. S. Byatt e Jeanette Winterson.

Quanto à poesia, dois dos mais destacados autores do período moderno

escreveram mesclando tradição e experimentação: William Butler Yeats e T.

S. Eliot (Prêmio Nobel de Literatura em 1948).

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Dos muitos poetas que assinaram versos indignados contra a I Guerra

Mundial, Siegfried Sassoon, Wilfred Owen e Robert Graves estão entre os

mais importantes. Os poemas de Edith Sitwell expressavam um

individualismo aristocrático.

Da geração seguinte de poetas, identificados com a consciência popular e as

agitações sociais da década de 1930, os mais conhecidos são W. H. Auden,

Stephen Spender e C. Day Lewis. O Experimentalismo continuou na poesia

de Dylan Thomas. Entre a nova geração de poetas contam-se D. J. Enright,

Philip Larkin e Thom Gunn.

A década de 1960 viu a emergência de uma poesia mais popular,

influenciada pelo jazz e pela Beat Generation americana. Os poetas mais

marcantes deste grupo são Adrian Henri, Roger McGough e Brian Patten. Os

poetas que constituíram o chamado Movimento, determinados a introduzir o

formalismo e o anti-romantismo na poesia contemporânea são, entre outros,

Peter Porter, Alan Brownjohn e George MacBeth. Ted Hughes foi nomeado

poeta laureado em 1984.

Nos anos 70 surgiu um número significativo de poetas na Irlanda do Norte,

entre eles Seamus Heaney, Prêmio Nobel de Literatura em 1995, e Tom

Paulin. Também as vozes femininas repercutiram bastante neste período:

Carol Ann Dufy, Jackie Kay e Liz Lochhead.

Na área teatral — além das últimas obras de George Bernard Shaw— o

dramaturgo mais importante do primeiro quarto do século XX é o irlandês

Sean O'Casey. Outros dramaturgos do período foram James Matthew Barrie

e Noel Coward. Na década de 1960, com "jovens irados", iniciou-se uma

nova corrente no teatro inglês. Destacam-se John Osborne, Arnold Wesker,

Shelagh Delaney, John Arden, Harold Pinter, o irlandês Brendan Behan e

Samuel Beckett, Prêmio Nobel de Literatura em 1969.

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Donne, John (1572-1631), poeta, prosador e clérigo inglês,

considerado o mais importante dos poetas metafísicos e um dos

maiores poetas amorosos da literatura universal.

Além de sátiras, canções e sonetos, suas primeiras obras importantes,

escreveu Poemas divinos (1607) e a obra em prosa Biathanatos

(publicada em 1644). Destacam-se também Pseudo-mártir (1610),

Aniversários (1611) e Sonetos sagrados (1618). Uma das

características de seu estilo foi o emprego do chamado conceito, uma

elaborada metáfora que sintetizava dois objetos ou idéias

aparentemente contrapostos ou sem nexo, e também de uma temática

sensual e cínica em seus sonetos, que contrastava com os da corte

sentimental da época.

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Shakespeare, William (1564-1616), poeta e autor teatral inglês,

considerado um dos melhores dramaturgos da literatura universal.

Além de dramaturgo foi ator de teatro e suas primeiras obras — dois

poemas eróticos segundo a moda da época, Venus and Adonis (1593)

e Lucrece (1594), e seus sonetos — lhe valeram a reputação de

brilhante poeta renascentista. Sua fama atual se baseia nas 38 peças

teatrais das que se tem notícia de sua participação, por tê-las escrito

ou colaborado em sua redação. Ainda que hoje elas sejam muito

conhecidas e apreciadas, seus contemporâneos de maior nível cultural

as rechaçavam por considerá-las, como ao resto do teatro, apenas um

entretenimento vulgar.

Sua obra foi classificada em quatro períodos. O primeiro

caracterizou-se fundamentalmente pela experiência de obras tratadas

com um alto grau de formalidade que, freqüentemente, resultavam

um tanto previsíveis e amaneiradas. A este período pertencem as

tragédias Henrique VI, primeira, segunda e terceira partes (1590-

1592), Ricardo III (1593), Titus Andronicus (1594), e as comédias A

comédia dos erros (1592), A megera domada (1593), Os dois

cavalheiros de Verona (1594) e Trabalhos de amor perdidos (1594).

No segundo período, marcado por um aprofundamento em sua

individualidade como autor teatral, escreveu, entre outras, Ricardo II

(1595), Henrique IV primeira e segunda partes (1597) e Henrique V.

Entre as comédias deste período, encontram-se Sonho de uma noite

de verão (1595), O mercador de Veneza (1596), Muito barulho por

nada (1599), Como você quiser (1600) e Noite de reis (1601-1602),

assim como as tragédias Romeu e Julieta (1595) e Júlio César (1599).

No terceiro período, escreveu suas melhores tragédias e as chamadas

comédias escuras e amargas. Hamlet (1601), sua obra mais universal,

Otelo (1604), Rei Lear (1605), Antônio e Cleópatra (1606), Macbeth

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(1606), Troilos and Cressida (1602), Coriolano (1608) e Timão de

Atenas (1608) e as comédias Tudo é bom se acaba bem (1602) e

Medida por medida (1604).

O quarto período compreende as principais tragicomédias

românticas: Péricles, príncipe de Tiro, (1608), Cymbeline (1610),

História de inverno (1610), A tempestade (1611) e Henrique VIII

(1613).

Suas obras continuam a ser representadas e são uma fonte de

inspiração para numerosas experiências teatrais, pois comunicam um

profundo conhecimento da natureza humana, exemplificado na

perfeita caracterização de suas variadíssimas personagens. Sua

habilidade no uso da linguagem poética e dos recursos dramáticos,

capaz de criar uma unidade estética a partir de uma multiplicidade de

expressões e ações, não tem parâmetro na literatura universal.

Em setembro de 1998, foi oficialmente reconhecida como sendo de

autoria de William Shakespeare uma peça em cinco atos, cujo

personagem central é o rei Eduardo III. Escrita em torno de 1595,

entre Titus Andronicus e Romeu e Julieta, a autenticidade da obra —

até então atribuída a um autor desconhecido — pode ser estabelecida

através de uma análise semântica feita por um computador.

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Jonson, Ben (1572-1637), poeta e dramaturgo inglês cujos

conhecimento dos clássicos, talento para a sátira e estilo brilhante o

converteram em um dos principais nomes da literatura inglesa. Teve

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grande influência na comédia da Restauração durante os séculos XIX

e XX.

Em sua extensa obra destacam-se as comédias Cada qual com seu

feitio (1598), Volpone (1606) e Epicoene (1609), a sátira O

alquimista (1610) e as tragédias Sejanus (1603) e Catiline (1611).

Seus escritos incluem epigramas, epístolas e poemas líricos, estes

reunidos em A floresta (1616) e Gramíneas (1640).

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Swift, Jonathan (1667-1745), escritor político e satírico anglo-

irlandês, considerado um dos mestres da prosa inglesa e um dos mais

apaixonados satíricos da loucura e da arrogância humanas. Seus

numerosos escritos políticos, textos em prosa, cartas e poemas têm

como característica comum o uso de uma linguagem eficiente e

econômica.

Sua obra-prima, Viagens a vários lugares remotos do planeta,

concebida originalmente como uma sátira e intitulada popularmente

As viagens de Gulliver, foi publicada como anônima em 1726 e

obteve um sucesso imediato.

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Pope, Alexander (1688-1744), poeta inglês que se inspirou nos

poetas clássicos para escrever uma poesia intensamente elaborada.

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Seus ensaios de crítica ou moral, traduções e sátiras fizeram dele o

poeta mais importante de sua época.

Entre suas obras mais importantes, destacam-se Ensaios sobre a

crítica (1711), brilhante exposição dos cânones dos sentidos; O roubo

da madeixa (1712), sátira poética famosa, em que parodiava os

costumes britânicos; e O bosque de Windsor (1713). Também

traduziu em verso a Ilíada (1715-1720) e a Odisséia (1725-1726).

Outras obras são Ensaio sobre o homem (1734) e The Dunciad

(1743), uma sátira que celebra a estupidez.

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Blake, William (1757-1827), poeta, pintor e gravador inglês, criador

de uma forma de poesia única, acompanhada de ilustrações e

inspirada por visões místicas, que se encontra entre as mais originais

e proféticas da língua inglesa.

Apesar de ter sido fundamentalmente autodidata, trabalhou como

aprendiz do gravador James Basire e estudou na Royal Academy,

rebelando-se contra as doutrinas estéticas do seu diretor, Sir Joshua

Reynolds.

Depois de Esboços poéticos (1783), escreveu Cantos de inocência

(1789) e Canções de experiência (1794), nas quais contrastam os dois

estados da alma humana. Os Cantos são acompanhados de desenhos

estampados segundo uma técnica própria e exigem do leitor uma

visão extremadamente imaginativa das complexas relações entre

desenho e texto.

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Entre seus trabalhos de ilustração, destacam-se as 21 ilustrações que

realizou para O livro de Jó.

Os denominados livros proféticos são uma série de poemas em que

criou uma complexa mitologia pessoal e inventou seus próprios

personagens simbólicos, entre eles Visões das filhas de Albion

(1793), O primeiro livro de Urizen (1794) e O casamento do céu e do

inferno (1790-1793). Posteriormente, escreveu Milton (1804-1808),

Os quatro Zoas (1797; reescrito depois de 1800) e Jerusalém (1804-

1820).

j|ÄÄ|tÅ jÉÜwáãÉÜà{

Wordsworth, William (1770-1850), poeta inglês, cujo estilo e

teorias renovaram a literatura inglesa, foi um dos mais influentes

escritores do romantismo em seu país.

Em colaboração com o amigo e também poeta Samuel Taylor

Coleridge, escreveu o livro Baladas líricas (1798), precursor das

inovações poéticas do século XX e marca inicial do romantismo na

Inglaterra. No "Prólogo" à segunda edição (1800), expõe-se a teoria

de que a fonte da verdade poética é a experiência direta dos sentidos.

Escreveu também, entre outros livros, Poemas (1807), A excursão

(1814), Peter Bell (1819), Sonetos eclesiásticos (1822) e O prelúdio

(1850), sua obra capital, além de textos em prosa.

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Byron, George Gordon, lord (1788-1824), poeta inglês, um dos

escritores mais versáteis e importantes do romantismo.

Depois de Horas de ócio (1807), seu primeiro livro de poemas,

escreveu Peregrinação de Childe Harold (1812), que o levou à fama

e configurou o herói byroniano de obras posteriores como O corsário

(1814), Lara (1814) e O cerco de Corinto (1816). Destacam-se

também O prisioneiro de Chillon (1816), drama em verso, Manfred

(1817) e Beppo, uma história veneziana (1818), poema satírico

escrito em oitava-rima.

Don Juan, poema herói-cômico de 16 cantos, estabelece uma sátira

brilhante sobre a sociedade inglesa da época e é considerada por

muitos como sua melhor obra, terminada em 1823. Morreu de febre

na Grécia, lutando ao lado dos gregos inssurretos.

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Shelley, Mary Wollstonecraft (1797-1851), romancista inglesa.

Embora tenha escrito quatro romances, vários livros de viagens,

contos e poemas, deve sua fama ao romance Frankenstein (1818),

que alcançou imediato sucesso de crítica e público.

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Dickens, Charles (1812-1870), romancista inglês e um dos escritores

mais conhecidos da literatura universal. Em sua extensa obra,

combinou com maestria narrativa, humor, sentimento trágico e ironia

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com uma ácida crítica social e uma aguda descrição de pessoas e

lugares, tanto reais como imaginários.

Entre suas obras mais representativas, encontram-se Documentos de

Pickwick (1836-1837), Nicholas Nickleby (1837-1838), Canção de

Natal (1843) — um clássico da literatura infantil — , David

Copperfield (1849-1850), Casa desolada (1852-1853), A pequena

Dorritt (1855-1857), Grandes esperanças (1860-1861) e Nosso

amigo comum (1864-1865).

Várias de suas obras foram adaptadas para o cinema. Outras que se

destacam são Oliver Twist (1837-1839), Loja de antigüidades (1840-

1841), Barnaby Rudge (1841), Dombey e filho (1846-1848), Tempos

difíceis (1854), História de duas cidades (1859) e O mistério de

Edwin Drood, que ficou incompleta.

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Shaw, George Bernard (1856-1950), escritor de origem irlandesa,

considerado o autor teatral mais significativo da literatura inglesa

posterior a Shakespeare.

Sua carreira literária começou com romances que não tiveram muito

sucesso. Foram suas críticas de teatro e música que lhe deram fama,

assim como sua liderança na sociedade fabiana.

Na sua extensa obra como dramaturgo, destacam-se a agudeza da sua

análise social e suas propostas renovadoras. Entre suas obras mais

importantes estão: Casas de viúvos (1893), César e Cleópatra (1901),

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Homem e super-homem (1903), A outra ilha de John Bull (1904) e

Andrócles e o leão(1913).

Sua peça cómica Pigmaleão (1913) foi a base para um filme e um

musical com o nome de My fair lady (Minha bela dama). O filme

estreou em 1955 e foi refilmado em 1964, por George Cukor.

A casa da desilusão (1920) é uma crua exposição da ruína espiritual

da Europa do seu tempo. Pela sua obra Santa Joana (1923), em que

transformou Joana D'Arc em uma mistura de mística pragmática e

santa herege, recebeu em 1925 o prêmio Nobel de Literatura.

Entre suas obras não teatrais, destaca-se o Guia da mulher inteligente

para o conhecimento do socialismo e capitalismo (1928), que integra

um compêndio de idéias de grande utilidade. Também foram

publicadas algumas compilações de centenas de suas extraordinárias

cartas.

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Joyce, James (1882-1941), romancista e poeta irlandês cujas

perspicácia psicológica e inovadoras técnicas literárias converteram-

no em um dos mais importantes escritores do século XX.

Depois do seu primeiro livro de poemas, Música de câmara (1907), e

do livro de contos Dublinenses (1914), publicou o romance Retrato

do artista quando jovem (1916), quase autobiográfico e no qual

utilizou amplamente o monólogo interior.

Alcançou fama mundial em 1922, com a publicação de Ulisses,

romance considerado um ponto de inflexão na literatura universal.

Finnegans wake (1939), sua última e mais complexa obra, constitui

uma experiência de linguagem que abrange várias línguas.

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Postumamente, foi lançado, entre outros, Stephen hero (1944),

primeira versão de Retrato do artista quando jovem. Em 1968, seu

biógrafo, Richard Ellman, publicou um original inédito, Giácomo,

obra pequena considerada o antecedente de Ulisses.

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Woolf, Virginia (1882-1941), romancista e crítica britânica cuja

técnica do monólogo interior e estilo poético situam-se entre as

contribuições mais significativas ao romance moderno.

Pertenceu ao grupo de Bloomsbury. Seus romances são: Viagem

para fora (1915), Noite e dia (1919), O quarto de Jacob (1922), A

senhora Dalloway (1925), O farol (1927), Orlando (1928) e As ondas

(1931).

Também escreveu biografias e ensaios. Em Uma habitação própria

(1929) defendeu os direitos da mulher. Sua correspondência e seus

diários foram publicados postumamente.

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Orwell, George (1903-1950), escritor britânico politicamente

comprometido, que ofereceu um brilhante e apaixonado retrato de sua

vida e sua época.

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Escreveu A estrada para Wigan Pier (1937) e Homenagem à

Catalunha (1938), que descreve suas experiências na Guerra Civil

espanhola (1936-1939).

A revolução dos bichos (1945) é uma fábula contra a sociedade

totalitária e o romance satírico 1984 (1949) oferece uma descrição

aterradora da vida sob a vigilância constante do “Grande Irmão”.

Seus Ensaios Completos: jornalismo e cartas foram publicados em

1968.