LONA - 644-16/09/2011

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[email protected] @jornallona lona.up.com.br O único jornal-laboratório DIÁRIO do Brasil Ano XII - Número 644 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo Fórum discute a educomunicação como agente de transformação social Curitiba, sexta-feira, 16 de setembro de 2011 Jornal Lona Felipe Gollnick A Semana de Comunicação prosseguiu ontem de manhã com o I Fórum de Educomunicação, série de debates e conferências organizadas pela Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência (Ciranda). No período da tarde, mais de duzentas pessoas participaram das dez oficinas do dia. Pág. 3 Crítica Análise de “Taxi Driver”, de Martin Scorsese, por Na- thalia Cavalcante. Pág. 7 Colunas Jogo ruim... Brasil 0 x0 Argentina, por Marcelo Fontinele. Ecos do 11 de Setem- bro, por Thomas Mayer Rieger. Pág. 6 Saúde Angelina Caron: uma cidade-hospi- tal às margens da BR-116. Pág. 5 Programação Confira os eventos da Semana de Co- municação. Pág. 8

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Jornal-laboratório diário do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo

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Curitiba, sexta-feira, 16 de setembro de 2011

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O único jornal-laboratório

DIÁRIOdo Brasil

Ano XII - Número 644Jornal-Laboratório do Curso de

Jornalismo da Universidade Positivo

Fórum discute a educomunicação como agente de transformação social

Curitiba, sexta-feira, 16 de setembro de 2011 Jornal Lona

Felipe Gollnick

A Semana de Comunicação prosseguiu ontem de manhã com o I Fórum de Educomunicação, série de debates e conferências organizadas pela Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência (Ciranda). No período da tarde, mais de duzentas pessoas participaram das dez ofi cinas do dia.

Pág. 3

CríticaAnálise de “Taxi Driver”, de Martin Scorsese, por Na-thalia Cavalcante. Pág. 7

Colunas

Jogo ruim...Brasil 0 x0 Argentina, por Marcelo Fontinele.

Ecos do 11 de Setem-bro, por Thomas Mayer Rieger.Pág. 6

SaúdeAngelina Caron: uma cidade-hospi-tal às margens da BR-116.Pág. 5

ProgramaçãoConfi ra os eventos da Semana de Co-municação. Pág. 8

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Expediente

Editorial

Reitor: José Pio Martins | Vice-Reitor e Pró-Reitor de Administração: Arno Gnoatto | Pró-Reitora Acadêmica: Marcia Sebastiani | Coordenação dos Cursos de Comunicação Social: André Tezza Con-sentino | Coordenadora do Curso de Jornalismo: Maria Zaclis Veiga Ferreira | Professores-orientado-res: Elza Aparecida de Oliveira Filha e Marcelo Lima | Editores-chefes: Daniel Zanella, Laura Beal Bordin, Priscila Schip

O LONA é o jornal-laboratório do Curso de Jorna-lismo da Universidade Positivo. Rua Pedro Viriato Parigot de Souza, 5.300 -Conectora 5. Campo Comprido. Curitiba -PR CEP 81280-30 Fone: (41) 3317-3044.

Opinião

Padrão de qualidadeElisa Schneider

O uso de escutas telefônicas e a contratação de detetives par-ticulares, na tentativa de desco-brir detalhes da vida de pessoas famosas, culminaram no fe-chamento de um dos tabloides mais vendidos da Grã-Bretanha. Após 168 anos de circulação, o News of the World teve suas portas cerradas e deixou uma aura de desconfiança na im-prensa considerada livre.

O “espelho da sociedade” passou a refletir somente os in-teresses de seu mentor, Rupert Murdoch, que, numa tentativa de aliar poder político e mídia, ultrapassou todos os limites éti-cos da cobertura jornalística.

Isso é resultado de uma prá-tica de mercado que influencia diretamente na produção de conteúdo informativo. As em-presas jornalísticas adquiridas pelo grupo News Corp. perde-ram sua identidade e se subme-teram às lógicas do “jornalismo de resultados”, em que o que realmente importa é o lucro da empresa.

Por serem os “donos da in-formação”, talvez se sintam no direito de fazer o que quiserem; até mesmo grampear telefones de vítimas de crimes hediondos a fim de conseguir informações exclusivas.

A Fox News, empresa per-tencente ao grupo, declarou guerra a Barack Obama, classi-ficando-o como socialista e por isso desqualificou-o à reelei-ção. Até mesmo chefes da Casa Branca reconhecem que quando o presidente vai fazer uma de-claração aos jornalistas da Fox News, ele não estará diante da imprensa tradicional, mas sim de um partido de oposição.

Isso caracteriza o uso inde-vido de um veículo de comuni-

cação. Ao invés de formar uma sociedade crítica, dissemina a cultura da desinformação em massa. Como poderá uma pes-soa fazer o seu próprio julga-mento se está recebendo infor-mações condicionadas a atender interesses maiores?

Isso poderia ser evitado? Sim. Caso houvesse um órgão independente dotado de estru-tura e poder para controlar as ações da mídia. A falta de re-gulação permitiu a compra de diversos veículos midiáticos por um só grupo.

Hoje, o News Corp. é um império midiático e de entrete-nimento que engloba atividades diversas que vão do cinema à internet. É importante destacar que o conglomerado abran-ge uma área geográfica muito grande e ultrapassa os limites da América do norte, influen-ciando o conteúdo informativo do mundo todo.

Sozinho, o consumidor de notícias dificilmente consegue discernir os interesses por trás de cada passo dessas grandes empresas.

Os profissionais estão sen-do sabotados em sua própria profissão, deixam de exercer o jornalismo e gastam mais tem-po em atender interesses co-merciais.

Deve haver um entendi-mento único de que a palavra final deve vir da redação. O espaço dedicado a anúncios pode, e deve, ser comprome-tido em função dos conteúdos mais importantes do dia e de sua relevância. Essa regulação interna, de cada veículo, pode assegurar conteúdos de inte-resse público.

A crise do jornalismo impresso não é culpa da internet.

O Jornal do Brasil parou as suas rotativas há quase um ano e a internet pouco teve com isso, exceto por ter abrigado os últimos espólios do periódicos, agora somente lido em portal virtual. O JB era um periódico afundado em crises ad-ministrativas desde a década de 1980 e não fe-chou as portas por conta do avanço das “novas mídias” – que não são nada mais do que antigas ideias com tecnologia suficiente para serem im-plantadas.

O Estado do Paraná, irmão discreto e mais eli-tista da Tribuna do Paraná - divulgador local do famoso bordão “espreme que sai sangue”, oriun-do do precursor sanguinolento Notícias Popula-res -, também encerrou sua circulação impressa para se ancorar num endereço virtual, em outro caso de impresso com densa dificuldade de se in-serir como veículo de concorrência a supremacia da Gazeta do Povo na região. Adendo: não deixa de ser sensato lembrar que as tiragens da Gaze-ta também sofreram severo impacto nos últimos dez anos, apesar do veículo seguir como o perió-dico referencial do estado, principalmente quan-do envereda para o jornalismo investigativo.

É preciso cuidado com o senso comum e o espírito apocalíptico agregado gratuita-mente nas discussões sobre o futuro do im-presso. A crise é interna, de intelecto e de identidade.

É preciso de renovação e da quebra de di-versos paradigmas, acabar com os fragmen-tos de atraso doperíodo em que o jornalismo impresso era onipotente.

Não é mais.

Greve dos Correios

É greve. É greve geral!

Os funcionários dos Correios de Curitiba entraram em greve geral por tempo indeterminado nesta quinta-feira, 15. Os grevistas fize-ram caminhadas pelas ruas do Cen-tro de Curitiba e se reuniram em frente à sede estadual dos Correios, na Rua João Negrão.

Olha a carta!

Os funcionários cessaram todas as atividades, o que significa que des-de ontem não chega correspondên-cia em lugar nenhum. O Procon-PR e a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) estão orientando a po-pulação em relação às dificuldades que podem surgir por conta da gre-ve dos Correios e lembrando que aqueles que esperam boletos em casa e que provavelmente não os re-ceberão, devem pagar juros e mul-tas pelo atraso de pagamento.

Procon para quem precisa

O Procon-PR sugere ao consumi-dor que busque meios alternativos para a emissão da segunda via do documento de pagamento. Em vá-rios casos, o boleto bancário pode ser impresso, acessando a página do fornecedor na internet. Também é possível contatar o SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da empresa e solicitar a remessa do boleto por e-mail ou fax (sim, fax), pedir o código de barras do documento, ou local para efetuar o pagamento.

Mandou. Chegou?

Os serviços de entrega rápida dos Correios, como Sedex Hoje, Sedex 10 e Disque Coleta, estão suspensos temporariamente. Segundo o presi-dente dos Correios, Wagner Pinhei-ro, a entrega de cartas e encomendas comuns continuará sendo feita, mas com ressalvas. O Sindicato alega que mais de um milhão de paranaenses podem ser afetados pela greve.

Onde há fogo

A assessoria de imprensa dos Cor-reios informou que não há agên-cias da estatal fechadas no Paraná. Maringá, Londrina, Ponta Grossa, Foz do Iguaçu e mais um tanto de cidades pararam, o correspondente a 20% de todos os funcionários do estado. Entretanto, quase 70% desse contingente são do setor operacio-nal.

Atenção às reivindicações, senhores patrões

Os trabalhadores pediram um rea-juste linear de R$ 400, além da repo-sição dos 7,16% da inflação referen-te ao período entre agosto de 2010 e julho de 2011. A categoria ainda queria discutir um piso salarial que seria de aproximadamente R$ 1.635 (atualmente o piso do carteiro é de R$ 807), além do aumento do vale-refeição de R$ 23 para R$ 30.

DrOps

Foto: Diego Silva

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Luciana dos SantosSuelen LoriannyJuliane Cordeiro

Semana de Comunicação da UP traz educomunicação conferência e oficinasAlunos da universidade e comunidade participam do fórum realizado pela Central de Notícias dos Direitos da Infância e Adolescência (Ciranda)

Dentro da Semana de Co-municação da Universidade Positivo aconteceu ontem o I Fórum Paranaense de Educo-municação. Organizado e pro-duzido pela Ciranda, a abertura do evento contou com a confe-rência sobre “Educomunicação: o conceito, o profissional, a apli-cação”.

Para abordar o tema estava presente Ismar de Oliveira So-ares, coordenador da Licencia-tura em Educomunicação da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e coordenador do Núcleo de Comunicação e Edu-cação da ECA/USP.

A jornalista e educomuni-cadora da Ciranda Ana Paula Braga iniciou a mesa, que foi composta pelo gestor e jornalis-ta da Ciranda, Douglas Moreira; pela professora e representante do curso de jornalismo da Uni-versidade Positivo, Elza Apa-recida Filha; pela diretora de incentivo a cultura da Fundação Cultural de Curitiba, Ana Maria Hladczuk, e o representante da Secretaria Municipal de Educa-ção, Adilson Albuquerque.

Douglas Moreira explicou as áreas que a educomunicação abrange e como a Ciranda cola-bora para a disseminação dessa forma de educação. Para ele, o conceito compreende os campos da educação, da participação do indivíduo dentro da sociedade e da comunicação e da informa-ção de qualidade, que possibili-ta ao indivíduo se relacionar e se expressar na sociedade.

A professora Elza Apareci-da reforçou a importância do desenvolvimento da área.“Faz parte do nosso perfil incentivar nossos alunos a trabalhar ou-tras formas de comunicação e a aprender a focar seus olhares em novas áreas”, disse. Participou também da mesa a integrante

da Central Jovem de Comunica-ção, Fabiane Silva Moreira, que destacou o uso das mídias na discussão de políticas públicas.

Após a mesa, o evento seguiu com o professor Ismar de Olivei-ra Soares, que destacou princi-palmente o conceito de educo-municação e suas aplicações na sociedade. Segundo ele, apesar do surgimento de cursos aca-dêmicos de educomunicação, a universidade não pode formar um educomunicador, pois esta formação vem a partir de expe-riências realizadas pelo indiví-duo dentro de sua sociedade e de sua realidade. A vivência se mostra mais importante do que a teoria, mesmo sabendo que as duas são necessárias. Quando o educador vai até a comunidade, convive com seus educandos e tem a oportunidade de sentir a realidade de cada um, o que va-lida sua formação como educo-municador.

O professor acredita que dentro de dez anos a educomu-nicação estará em todo o país, sendo aplicada nas escolas e nas comunidades. “O desafio da educomunicação hoje é chegar nas grandes estruturas”, diz. Para chegar nessas estruturas, o método vem sendo aplicado em organizações não-governamen-tais, universidades e comunida-des, conquistando esses espaços para futuramente ampliar sua área de atuação.

O potencial da área visa lançar um olhar diferenciado na educação e na comunicação, possibilitando ao educador e ao educando um aprendizado mú-tuo, oferecendo uma alternativa à forma de educação praticada hoje nas escolas.

A educomunicação também busca confrontar o sistema de co-municação vigente, mostrando que é possível o surgimento de novas formas de comunicação. “Um dos principais atrativos da área é a sua constante evolução e desenvolvimento. A educo-municação está em construção,

o que motiva os profissionais do setor”, completa Soares.

IDDEHADurante as palestras e ofi-

cinas do Fórum Paranaense de Comunicação, participantes dos projetos da Ciranda (Central de Notícias dos Direitos da Infância e a Adolescência e do Instituto de Defesa dos Direitos Huma-nos – IDDEHA, fizeram uma cobertura do evento voltada à

juventude.A equipe responsável por

organizar os adolescentes a elaborarem matérias, vídeos e fotos foi formada por duas jo-vens de São Paulo: Amanda de Paula Martins e Evelyn Arari-pe, ambas da Revista Viração, destinado ao público jovem.” É importante fazer uma cober-tura jovem porque se você faz um evento que vai falar sobre juventude não tem sentido não

Soares: a educomunicação mostra que é possível o surgimento de novas formas de comunicaçãoter a visão do jovem do evento”, afirma Amanda de Paula Mar-tins, educadora.

Para Michelle Garcia de Al-meida, que participou da co-bertura do projeto, o evento foi uma possibilidade de produzir conteúdos virtuais e saber um pouco sobre as redes sociais. “É muito legal a gente produ-zir um site, postar conteúdo e e ampliar o conhecimento pesso-al”, disse Michelle.

Felipe Gollnick

COMUNICAÇÃO

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SAÚDE 5 5

Acender o cigarro so-mente nos fins de semana, em festas ou na roda de amigos, tem sido a escolha de grande parte da popu-lação. Isto porque muitos dos tabagistas regulares, após a sanção da lei que proíbe a prática do fumo em locais fechados, pas-saram a fumar com menor periodicidade, tornando-se parte de uma nova clas-se de fumantes: os casuais.

A diferença entre as res-pectivas classes é que, en-quanto o fumante regular fuma ao menos um cigarro por dia, com a necessidade de fumar sempre nos mes-mos horários - tendo crises de abstinência e demons-trando irritação caso não o faça ou até o próximo fumo - o fumante ocasio-nal, contenta-se em fumar às vezes, sem se incomo-dar se passa dias sem con-sumir o tabaco. Ou seja, não tem a necessidade de fumar diariamente, prefe-rindo fazê-lo em situações pontuais.

Segundo um levanta-mento realizado pela Se-cretaria Municipal de Saú-de de Curitiba, (SMSC) - a partir da pesquisa Vigitel Brasil, do Ministério da Saúde - desde 2006, o pri-meiro ano da proibição do fumo em lugares fecha-dos, o número de fuman-tes regulares na capital paranaense estabilizou-se, enquanto o de fumantes esporádicos subiu 70%. De acordo com a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia o resultado não é privilégio de Curiti-ba, já que nos Estados Uni-

dos, após a implantação da lei, os fumantes regulares também reduziram o con-sumo e hoje, deixaram de ser a maioria.

Jovens são maioriaDevido às muitas cam-

panhas contra o tabagismo e a vasta divulgação sobre os males do vício, os jo-vens, cada vez mais, pro-curam reduzir o consumo do tabaco. O fato é que, ainda que a prática espo-rádica do fumo diminua as chances de incidência de doenças, o risco de voltar a ser um fumante regular é alto, visto que o cérebro se acostuma e passa a pedir mais nicotina, a qual faz com que o cérebro libere a dopamina, o que propor-ciona ao fumante a sensa-ção de prazer.

O estudante curitiba-no Welington Ferreira , 16 anos, conta que já não fuma tanto como antes, mas con-fessa não ter sido fácil o abandono diário do cigar-ro. “Sempre fumei muito, e isto me deixava muito preocupado em relação à saúde, por isso atualmen-te, mesmo que seja bem complicado, tento fumar só quando saio com meus amigos”, conta. O estudan-te acrescenta que, mesmo não sendo mais um fuman-te regular, tosse muito e se sente cansado ao fazer ati-vidades físicas.

Riscos do tabagismoPara a presidente da

SBPT - Sociedade Brasi-leira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) – a mé-dica Leda Maria Rabelo, o tabagismo, mesmo que esporádico, é uma ameaça à saúde respiratória. “Não fumar é essencial para evi-

tar as doenças no pulmão. Pois, independentemente da quantidade de cigarros consumidos, fumar com-promete a qualidade de vida e pode ocasionar sé-rios problemas de saúdes, em alguns casos a própria morte”, alerta.

A médica aconselha a todos os fumantes constan-tes, como também à todos os que fumam poucas ve-zes ao dia, que verifiquem com periodicidade o esta-do de sua saúde, através do exame de espirometria. Segundo ela, o exame ser-ve para detectar qualquer doença, de modo que o fu-mante possa se prevenir e tratar as possíveis enfermi-dades, como a tuberculose, câncer de pulmão, asma, DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica), as quais acometem constante-mente os brasileiros.

A empregada doméstica

Zulmira do Rocio Ramos de 70 anos, é uma das fuman-tes ocasionais que segue a risca o conselho da médi-ca. “Regularmente faço o exame. É bom porque você é avaliado e já sai sabendo qual é a doença para que se possa tratar, da última vez que fiz meu resulta-do deu alterado, agora sei que tenho que procurar um pneumologista com urgên-cia”, afirma. Fumante há 10 anos, conta que a falta de ar e canseira para cami-nhar foram os motivos que a impulsionaram a realizar o exame.

NarguiléOutra razão pela qual

muitos narcóticos têm mi-grado à classe de fumantes ocasionais se dá pelo fato de fumantes buscarem ou-tros meios para saciar o ví-cio, a exemplo do Nargui-lé, o tradicional cachimbo

de água, comum no Orien-te Médio, que nada mais é que um cachimbo de água no qual o tabaco, com aro-ma de frutas, que quando queimado com o uso de carvão, passa por uma va-silha de água enfeitada e é fumado por meio de uma mangueira.

Segundo especia-listas uma sessão de uma hora de narguilé, além de ser anti-higiênico, por passar de boca em boca, também facilita a transmissão de doenças gra-ves, como a tuberculose. Além de deixar o ambiente com uma fumaça nos mesmos níveis tó-xicos de cem cigarros, sendo que a ingestão de fumaça nesse período é igual a de 20 cigarros.

Recentemente, uma pesquisa britânica apontou que o narguilé é tão prejudicial à saúde quanto o tabaco, poden-do ser até 400 a 450 vezes mais perigoso do que fumar um ci-garro.

Anelise Rodrigues

Cresce número de pessoasque fumam eventualmente Restrição aos cigarros em locais públicos cria nova categoria de fumantes

Médicos alertam que o consumo esporádico de cigarro e narguile acarretam problemas de saúde

Marcos Monteiro

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SAÚDE

Andar nos arredores do Hospital Angelina Caron é como pertencer a um micro-cosmo particular. Flanelinhas observam o fluxo intenso dos estacionamentos, a revistaria atende clientes com sotaques nordestinos, a farmácia não vence o movimento do cai-xa, filas se formam no ponto de ônibus – que recebe cole-tivos nos dois sentidos e gera constrangedora confusão. “Pra onde vai esse ônibus, seu moço?”, pergunta ao motorista uma velhinha saída da quimio-terapia.

O médico Darvil José Caron – que é nome de rua em Cam-pina Grande do Sul, cidade metropolitana a 40 km da ca-pital – deu início à construção do HAC, em 08 de outubro de 1982, mal era possível dimen-sionar o impacto de seu em-preendimento para a cidade e para o sistema público de saú-de do Paraná.

Localizado às margens da BR-116, o HAC é um dos mais modernos centros hospitalares do país, considerado o melhor hospital brasileiro especializa-do em atendimento à rede pú-blica de saúde, e tem o maior fluxo de cirurgias cardíacas do Paraná, sendo referência inter-nacional na área de transplan-tes. Recebe ao ano mais de 70 mil pacientes originários do SUS. Muitos médicos afirmam em simpósios que o HAC é igualável em tecnologia ao Hospital Albert Einstein, de São Paulo.

A estrutura do hospital é composta por 284 leitos, clí-nicas, laboratórios, centros de diagnóstico e centros de trei-namento e capacitação. O com-plexo ocupa uma área de mais de 51 mil metros quadrados de urbanização e 26 mil metros quadrados de construção, por onde todos os dias transitam mais de 2.500 pessoas entre

funcionários, médicos, volun-tários, pacientes e acompa-nhantes.

Além do volume de atendi-mentos e da infraestrutura, o HAC afeta diretamente a eco-nomia da cidade. Toninho da Silva Bruske, proprietário da Pensão do Toninho, é um dos tantos comerciantes que vive sob o desenvolvimento do hos-pital. “Trabalhamos há doze anos com a pousada e atende-mos somente pacientes e acom-panhantes do Caron”.

Empresa de fortes marca-ções familiares, a Pensão do Toninho, recebe hóspedes de todo o país. “Já alojamos gente do Tocantins, do Acre... Hoje, só de Prudentópolis, foram oito”. Para angariar sua clien-tela, Toninho conta que visita o hospital diariamente, entre-gando panfletos e fornecendo informações sobre a sua pou-sada.

A Pousada Nascer do Sol opera há quase três anos. Tam-bém é especializada em aten-der a demanda do HAC. “Vem gente do Brasil todo por causa desse hospital. Do oeste catari-nense, do litoral do Paraná...”, alega Ari Pires, proprietário da pousada.

O próprio hospital sentiu a necessidade de oferecer servi-ços de hospedaria para abrigar os seus pacientes. A pensão do HAC surgiu em 1989, quando a Federação dos Trabalhado-res na Agricultura no Estado do Paraná (Fetaep) propôs ao Hospital a construção de um local de acomodação de fami-liares e acompanhantes de pa-cientes vindos do interior. Jo-aquim Aurélio Pinheiro, o Seu Pinheiro, fundador do espaço, relembra os primeiros dias da pousada. “Na época, eram 40 leitos. Hoje são 86”, completa.

Além das pousadas, o setor de alimentação também sente o impacto do HAC. Alexandre Fantin, proprietário do Restau-rante Estação Caqui, próximo ao hospital, trabalha no ramo há cinco anos. “Atendemos

uma clientela diversifica-da, mas é natural que muita gente do Angelina venha almoçar em nosso restau-rante. Sabemos que muitos de nossos clientes são tem-porários”.

O setor de transportes é representado pela frota de táxis. Juscelino Padilha,

taxista há 25 anos, alega que o ponto de táxi do Ca-ron é o mais movimentado da cidade. “Tem dias que o movimento é muito gran-de, principalmente quando chove”. Dez táxis atendem a demanda do hospital. “Já fiz corrida até para o Rio de Ja-neiro”, afirma Padilha.

No estacionamento ao lado da pousada do HAC, direcionado para prefeituras conveniadas, há ônibus de Ivaí, Sete Quedas do Iguaçu, Cascavel e Prudentópolis. Um dos motoristas disse que um pessoal não irá voltar.

“Parece que irão ficar numa pousada aqui perto”.

Daniel Zanella

Angelina Caron: uma cidade-hospitalHospital reconfigura a cidade de Campina Grande do Sul

Mais de 90% dos atendimentos do HAC são destinados a pacientes do SUS

Elísio Siqueira

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Muita camisa,pouco football

Na noite de quarta-feira aconteceu o superclássico da Américas entre Brasil em Ar-gentina, em jogo válido pela Copa Roca. Apesar de am-bas as seleções só contarem com jogadores que atuam em seus respectivos países, a expectativa da torcida e da imprensa era de que tería-mos um grande espetáculo.

Não tivemos, muito pelo contrário. Assim, o resultado não poderia ser outro, um em-pate em zero a zero, em um jogo feio tecnicamente, cheio de lances ridículos, nem de longe parecia um Brasil e Argentina.

No começo do primeiro tem-po, a seleção argentina esboçou uma pressão, principalmente nas jogadas do atacante Mauro Boselli, jogador do Estudian-tes, porém ele sentiu uma lesão muscular, e foi substituído logo depois e o jogo que já não estava grande coisa ficou ainda pior.

Já quase no fim do primeiro tempo, o Brasil teve uma boa chance, quando Neymar puxou um rápido contra-ataque, inva-diu a área, deixou seu marca-dor no chão e cruzou, Leandro Damião chegou batendo de

Esportes Internacional

Thomas Mayer Rieger

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@tthms

Cursa o 6º período da manhã.

primeira, mas acertou a trave. Na volta do intervalo, a Ar-

gentina seguiu fazendo pressão, sem muito sucesso. Mas o jogo esfriou e ambas as seleções não criavam chances reais de gol. E o segundo tempo foi tão fraco quanto o primeiro. Sem dúvida o clássico deixou a desejar tan-to no futebol quanto na garra.

Durante os 90 minutos de jogo, apenas um lance fez valer a pena pagar o ingresso. Foi quando o atacante do Internacional, Lean-dro Damião, deu uma lambreta no adversário, e ainda acertou a trave do goleirão argentino. Foi um lance incrível, em que Damião mostrou grande catego-ria. Com certeza será o centroa-vante titular do Brasil em 2014.

Sempre existiram críticas aos técnicos brasileiros, por eles não chamarem um número maior de jogadores que atuam no fu-tebol brasileiro. Considerando que em todas as convocações da seleção, a maioria é sempre for-mada por jogadores que atuam no futebol europeu, no jogo de ontem ficou claro que os atle-tas daqui (ao menos alguns) não estão prontos ou prepara-dos para defender a seleção.

Divulgação

Defina um muçulmano em poucas palavras.Se pensou em turbante, burca, árabes ou terrorismo, conside-re-se influenciado pelos ecos do onze de setembro de 2001.Deve-se esclarecer: todo árabe não é muçulmano, a burca e/ou turbante não são vestimenta padrão de todos esses povos e o terrorismo pouco tem a ver com os islâmicos em geral. Ao longo da semana ouvimos comentários e retrospectivas a respeito dos efeitos do atenta-do em Nova Iorque. Especia-listas das mais diversas áreas elencaram os efeitos políticos e econômicos desse acontecimen-to, construindo uma análise do porquê o mundo está como está e qual a participação da destrui-ção do World Trade Center nes-sa situação. Existe, entretanto, um resultado ligado a essa data que não é dos mais evidentes: a islamofobia global. Pouco se conhecia dos povos de religião islâmica e, depois dos atenta-dos, sabe-se ainda menos. Na verdade, construiu-se algo mais danoso que o desconhecimento: preconceito. É possível extrair uma frase ao se considerar o comportamento social em rela-ção ao desconhecido: quem não conhece, teme. E o comporta-mento de quem teme é impre-visível, podendo desembocar tanto em distanciamento do tema quanto em enfrentamento irracional. E essas duas verten-

tes são percebidas na discussão a respeito dos povos de religião islâmica. Ao se desconhecer um tema, a tendência é primeiro considerá-lo único, sem qual-quer diferenciação. Ignoram-se as possíveis ramificações e levam-se em consideração ape-nas percepções superficiais. No caso do islã, tem-se uma ima-gem superficial – reproduzida inclusive pela mídia ocidental – bastante agressiva e ignoran-te. São emitidos pontos de vista tendenciosos, revelando nor-malmente o que chama mais atenção: mais válido mostrar um ataque terrorista perpetra-do por um grupo radical num país distante que discutir a pluralidade de mentalidades e comportamentos pertencentes a um grupo populacional. Com isso, os consumidores de men-sagens tendem a acreditar que esse comportamento isolado é comum a todos um agrupa-mento social, sendo que não se sabe, inclusive, quais os limites desse. Deve-se tentar enxer-gar além das explosões, bom-bas e destruição vistas em fotos e vídeos. Por trás das polêmicas veiculadas nos meios de comu-nicação existe um agrupamen-to social como qualquer outro, com suas crenças e comporta-mentos, diversidade e plurali-dade. O que deve ser combati-do não é o desconhecido, mas o desconhecimento.

MEDO

Marcelo Fontinele@marcelofonti

Cursa o 4º período da manhã.

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CRÍTICA DE CINEMA

A palavra “trama” cabe muito bem a Taxi Driver. O filme de Martin Scorsese foi às telas de cinema em 1976, e enre-dou o público em uma história de conflito pessoal de um jovem Robert De Niro, dono de umas das personagens mais enigmá-ticas do cinema: Travis Bickle. O motorista de táxi, de 26 anos, sofre com insônia constante, e é incomodado com a sujeira da cidade. A imundície referencia-da por Travis não está, neces-sariamente, no lixo das ruas, mas sim, nas pessoas, no modo como encaram a vida. A crítica é direcionada a sociedade.

A solidão que acompanha a rotina de Travis, ao passo que poderia trazer momentos de calma, para ele, é um período de inconformismo e agitação, já que não se encontra naquela sociedade suja. É evidente que ele busca uma inserção, seja na roda de conversa com seus colegas de trabalho, ou em um encontro frustrante com Betsy, uma jovem que trabalha no comitê de Palantine, um can-didato à presidência que pro-mete, com veemência, realizar mudanças na sociedade. Mes-mo assim, Travis não consegue uma inserção efetiva.

Os dias passam vagarosa-mente para ele. Não há o que fazer. Mas a inquietação o dei-xa cada vez mais decidido a tomar uma atitude. E assim a mudança começa a ser gerida. O estopim é o encontro inespe-rado com Iris, uma garota de 12 anos, interpretada por Jodie Foster, no seu segundo filme com Scorsese. A jovem, trans-tornada, entra no táxi de Travis,

Solidão em conflitoA sociedade e sua rede de aparências em uma crítica de Scorsese

porém, Sport a retira do car-ro, joga uma nota de dinheiro amassada e pede para que ele esqueça aquela cena. No entan-to, Travis não se conforma com o que presenciou e por alguns dias a segue. A missão, a partir daquele momento, era “limpar a cidade”. Para ele, o que pode-ria tirá-lo daquele desconforto, era fazer justiça com as próprias mãos. Depois de comprar um verdadeiro arsenal de um cai-xeiro, Travis mergulha em seus questionamentos.

A primeira ação aconteceu sem planejar, em um pequeno mercado, durante uma tentati-va de roubo. Travis estava com

uma das armas, e assassina o bandido. Foi encoberto pelo dono do estabelecimento, já que não possuía licença. Esse episó-dio o fortaleceu e, com isso, ele se reveste de armas para atingir o primeiro alvo, Palantine, mas a experiência ousada não lhe rende o resultado que queria. Por mais que não se interes-sasse por política, a demagogia presente nela, não o agradava. Daí o motivo para alvejar o can-didato à presidência.

Depois disso, viria a verda-deira razão de sua mudança: Iris. A garota, que se submetia aos desmandos de Sport, que a explorava, tornou-se a principal missão de Travis. Para ele, era necessário retirá-la daquela si-tuação e devolvê-la aos pais.

A vida desregrada de Iris transforma Travis. A rotina exaustiva, dirigindo o táxi, havia se modificado. O com-portamento do pacato taxista passou a dar lugar a um justi-ceiro. Como se não tivesse nada a perder, e até mesmo, como se fosse o único a enxergar aquela realidade, Travis, decide não permitir a continuidade daque-la condição que manchava a so-ciedade.

As indagações, desde a cena em que questiona o espelho com a famosa frase “Are you talkin’ to me?”, passando pelo pon-

tapé na tevê ao grand finale, a interpretação de De Niro é per-turbadora, pois, embora a per-sonagem siga em uma linha de cotidiano, sem grandes aconteci-mentos aparentes, o seu psicoló-gico se evidencia. Esse elemento de atuação somado à simbolo-gia que o diretor apresenta, por meio de um corredor vazio, com a voz de Travis ao fundo se desculpando com Betsy, pelos instantes em que ele está acom-panhado pelos colegas, mas ao mesmo tempo desolado, remete a condição deslocada de Travis.

O sujeito de atitudes estra-nhas, ignorado e motivo de risos, que não se posiciona em uma sociedade – que para ele precisa de uma reforma –, também pode tornar-se motivo de orgulho. Esse meio, que estranha Travis, pode se aliar a ele, assim como acontece na vida fora das telas. A discussão de “Taxi Driver” vai para além de uma rotina. Aden-tra no espaço atual, sem grandes diferenças. Discussões raciais, de gênero, psicológicas, que se mis-turam e fundem em um espaço onde as pessoas devem conviver juntas, porém ao mesmo tempo, distantes entre si.

Assim, Scorsese, escancara em “Taxi Driver”, por meio das ações inconsequentes, de Travis, o lado que está à margem. O pe-daço que insiste em permanecer

velado, às escuras de quem pas-sa ao lado e prefere não enxer-gar. O trecho em que é preferível não conhecer, para não provocar um envolvimento, já que pode ser mais cômodo assistir, so-mente.

ParceriaEssa não foi a primeira vez

que Robert De Niro e Martin Scorsese trabalharam juntos. O início da parceria aconte-ceu, em 1973, com a realização de Caminhos Perigosos (Mean Streets). Com essas produções somam-se mais seis, entre as mais aclamadas, destacam-se Touro indomável (Raging Bull), de 1980, e Os Bons Com-panheiros (Goodfellas), de 1990. O último encontro foi, em 1995, com Cassino.

A dupla promete, após 16 anos, um novo projeto.chama-do O Irlandês (The Irishman). Desde 2008, a produção está na fila de Scorsese, que já divul-gou a presença de De Niro. O roteiro está nas mãos de Steve Zallian, um dos responsáveis por Gangues de Nova York, também de Scorsese, lançado em 2002, com Leonardo Di Caprio e Cameron Diaz no elenco. Agora, resta aguardar a finalização de O Irlandês, e assistir a mais uma parceria de sucesso.

Nathalia Cavalcante

“Taxi Driver” foi o primeiro grande filme de Robert de Niro, alçando ao estrelato

Martin Scorsese: marca maior do cinema norte-americano

Divulgação

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Curitiba, sextta-feira, 16 de setembro de 2011 8

Crianças, adolescentes, pedagogos, profissionais liberais, jornalistas, es-tudantes, gente do Tatu-quara, de Quatro Barras, Araucária, Ponta Grossa: as oficinas do Fórum de Edu-comunicação, organizadas pela Ciranda – Central de Notícias dos Direitos da

Infância e Adolescência – e pelo Ponto de Cultura Edu-camídia, com apoio da Fun-dação Cultural de Curitiba e do Ministério da Cultura, foram marcadas pela diver-sidade.

Mais de 200 participan-tes integraram as dez ofici-nas oferecidas no período da tarde desta quarta-feira, 14, integrantes da Sema-na de Comunicação orga-

Oficinas do I Fórum de Educomunicação são marcadas pela diversidade e engajamento

Daniel Zanella

Semana de Comunicação seguiu com temáticas sociais e boa presença de público

nizada pela UP. De técnicas básicas de fotografia a cultura negra no rádio, as oficinas tiveram pú-blico muito partici-pante e engajado. A estudante de Peda-gogia da Universida-de Estadual de Ponta Grossa (UEPG) Ana Carolina Gilgen, da oficina de Violência e Cultura de Paz, res-saltou a importância de didáticas voltadas aos direitos huma-nos. “Essa oficina foi uma ótima oportuni-dade de discutir os direitos das crianças e adolescentes, uma forma de criar no-vas abordagens so-bre assuntos de vital importância social”, disse a estudante.

PluralidadeSe os integrantes

das oficinas tiveram gran-de aproveitamento, os mi-nistrantes também pude-ram discutir suas áreas de atuação e trabalhar com um público diferenciado. Para Fabio Muniz, fotojornalista e professor de fotografia da UP, a essência de uma cole-tânea de oficinas tão dife-rentes e plurais é a mesma. “É preciso abranger todos os públicos, entender a di-nâmica de cada pessoa. Al-guns têm maior facilidade com as ferramentas, outros estão entrando em contato com o material pela pri-meira vez”. O comprometi-mento dos participantes foi o fator primordial aponta-do por Muniz para o bom retorno de cada oficina. “É um pessoal muito es-forçado, com uma vonta-de imensa de aprender”, completa.

EngajamentoVinicius tem treze anos.

O comprometimento dos estudantes foi a tônica das oficinas

Estuda no Colégio Guilher-me de Albuquerque Mara-nhão. Com acento ou sem acento? “Sem acento. Tá aqui no crachá”. Participou da oficina de Comunicação Popular Como Elemento de Mobilização. “Gosto desse negócio de se comunicar, de mobilização social...”

Também gostou dos sal-gadinhos do intervalo.

ProgramaçãoHoje é o segundo dia da

oficina de Tratamento de Imagem, com apresenta-ção dos trabalhos dos par-ticipantes da oficina.

Também acontece a ofi-cina de primoramento em língua portuguesa, com ênfase no emprego de cra-se e pontuação, com a jor-nalista e professora uni-versitária Ana Paula Mira.

A professora de web Rosiane Freitas ministra-rá oficina de Matemática para Jornalistas.

Marcos Monteiro

Oficinas de Fotografia e de Produção de Conteúdo Para Internet foram muito concorridas