O Abate Clandestino - Crime Contra a Saúde Pública

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  • 7/25/2019 O Abate Clandestino - Crime Contra a Sade Pblica

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    O Abate Clandestino - Crime contra a Sade PblicaPgina inicial

    O Abate Clandestino - Crime contra a Sade Pblica

    10 ANOS DA ASAE

    NA DEFESA DO CONSUMIDOR, DA SADE PBLICA E DA LIVRE CONCORRNCIA

    Enquadramento jurdico

    OAbate Clandestino e a comercializao das carnes e seus produtos provenientes deste, uma prtica proibida, estando classificado e enquadradolegalmente, como um crime contra a economia e contra a sade pblica pelo Decreto-Lei n 28/84de 20 de janeiro, no seuArtigo 22.considerandoque quem o praticar, ser punido com priso at 3 anos e multa no inferior a 100 dias:

    1 - Quem abater animais para consumo pblico:

    a) Sem a competente inspeo sanitria;b) Fora de matadouros licenciados ou recintos a esse efeito destinados pelas autoridades competentes; ouc) De espcies no habitualmente usadas para alimentao humanas;

    2 - Quem adquirir, para consumo pblico, carne dos animais abatidos nos termos do nmero anterior ou produtos com ela, fabricados.

    3 - Havendo negligncia, a pena ser de priso at 1 ano e multa no inferior a 50 dias.

    4 - A condenao pelos crimes prev istos neste artigo implica sempre a perda dos animais abatidos ou dos respetivos produtos.

    5 - A sentena ser publicada.

    A Sade Pblica e o Bem-Estar Animal

    Neste circuito de produo clandestina de carnes, por norma esto envolvidas pessoas com instalaes em reas geogrficas rurais, ou na periferiaurbana, cuja atividade scio econmica a agro-pecuria e/ou a comercializao a retalho de carnes e seus produtos (talhos), relacionados com aprpria atividade ilcita em si, com o furto de animais, com o estado de sade dos animais (animais doentes, de menor valor econmico) e com o aumentoda procura em certas pocas do ano com vista obteno de maiores proveitos econmicos;

    H que considerar as fases de criao e engorda e posterior abate e transformao /comercializao. Nestas etapas os parmetros que tm que ver com os pr-requisitos,designadamente, as instalaes (construo e circuitos), a qualidade da gua e do ar, a rao, a cama dosanimais, os programas de higienizao e controlo de pragas, o controlo dos resduos, a medicamentaoutilizada, e a prpria temperatura e ventilao, so fatores importantes que devem ser controlados, poisdeles dependem a sade e bem-estar dos animais para produo de gneros alimentcios para alimentaohumana, e em consequncia a qualidade e a segurana das carnes produzidas.

    Ainda e devido s estruturas inadequadas, o meio ambiente tambm prejudicado, pois os dejetosproduzidos durante a atividade de abate ilegal no so tratados como ocorre nos estabelecimentosregistrados, licenciados.Portando, h riscos de contaminao ambiental, propagao de vetores transmissores de doenas e maiorprejuzo para a sade pblica.

    Especial ateno para a fase do abate, a qual ocorre no tendo em conta as boas prticas de higiene, nem do bem-estar animal, obtendo-se assimmatrias-primas (carnes e seus produtos) sem qualquer garantia de higiene sanitria, nem de qualidade alimentar, para o consumidor/para a sadepublica (entendida aqui, como conjunto de regras sanitrias ou de higiene social para proteo e defesa dos interesses dos consumidores).

    No abate clandestino, por isso mesmo, no so cumpridas as normas legais dos Regulamentos CE n. 852/2004e n. 853/2004, ambos de 29 de abrilque, respetivamente, estabelecem as regras para os operadores das empresas do sector alimentar quanto higiene dos alimentos e quanto aoregisto e aprovao de estabelecimentos onde so preparados e manipulados os alimentos de origem animal ( in casu carne e seus produtos) bem

    como a deteno de uma marca de salubridadedesses estabelecimentos e uma marca de identificao dos produtos alimentares de origemanimal.

    No so observadas as regras estipuladas nos vrios diplomas para o bem-estar animal, porquanto o modus operandi de quem pratica o abate ohabitual: provocar a morte do animal vivo, atravs do uso de instrumentos de corte e secionamento da zona do pescoo (localizao de grandes vasossanguneos) - podendo o animal encontrar-se na posio de decbito dorsal ou dependurado pelo (s) membro (s) inferior (es), submetendo os animais asofrimento.

    No realizada a inspeo sanitria estipulada pelos diplomas legais realizada a inspeo ante nem ps-mortempor tcnico especializado (medicoveterinrio) para avaliao do estado higio-sanitrio dos animais/das carcaas.

    Assim, estas carnes e seus produtos, produzidos na sequncia deste t ipo de atividade ilegal, no so prprias para consumo humano, poisapresentam uma srie de caractersticas, a seguir mencionadas, que no so garante de segurana nem de qualidade alimentar para consumo pblico,ou seja so prejudiciais para a sade por no terem sido asseguradas as condies de higiene na sua preparao / manipulao / comercializao, por se

    apresentarem contaminadas, de origem externa ou outra. No foram implementadas as medidas e as condies necessrias para controlar asprobabilidades de surgir um efeito nocivo para a sade e da sua gravidade em consequncia de um perigo (biolgico, fsico ou qumico), isto UM RISCOINCALCULVEL PARA A SADE PBLICA.

    Ainda as caractersticas organolpticas deste tipo de carnes, muito diferentes das obtidas de animais abatidos em estabelecimentos licenciadose segundo as tcnicas adequadas (abate humanitrio, sem sofrimento) normalmente esto associadas a colorao acentuada (muito vermelha) porausncia ou deficiente sangramento, cortes irregulares e grosseiros das peas de carne ou das carcaas, presena de esquirolas - pequenas partes deossos agarrados a carne, vasos sanguneos de mdio e maior calibre repletos de sangue (promove a contaminao rpida e degradao da carne) e

    http://linkexterno%28true%2C%20%27http//eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:139:0001:0054:PT:PDF%27,%20%27%27);http://linkexterno%28true%2C%20%27http//eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:139:0055:0205:PT:PDF%27,%20%27%27);http://www.asae.pt/pagina.aspxhttp://www.asae.pt/pagina.aspxhttp://linkexterno%28true%2C%20%27http//eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:139:0055:0205:PT:PDF%27,%20%27%27);http://linkexterno%28true%2C%20%27http//eur-lex.europa.eu/LexUriServ/LexUriServ.do?uri=OJ:L:2004:139:0001:0054:PT:PDF%27,%20%27%27);http://linkexterno%28true%2C%20%27https//dre.pt/application/file/660011',%20'');http://www.asae.pt/pagina.aspxhttp://www.asae.pt/pagina.aspx?f=10&action=add&favcn=739975547562AAAAAAAAAAAA&titulo=O%20Abate%20Clandestino%20-%20Crime%20contra%20a%20Sa%C3%BAde%20P%C3%BAblicahttp://www.asae.pt/pagina.aspx?f=10
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    maior rigidez quando confecionadas.

    No decurso destes 10 anos, da atividade operacional da ASAE, reiteradamente preocupao da ASAE emcombater a atividade antieconmica mais caracterstica dos perodos festivos da Pscoa e Natal, designadamente acomercializao de carnes provenientes de, e o abate clandestino.Verifica-se que existe um nexo de causalidade entre a realizao destes actos ilegais - abate ilegal ecomercializao das carnes com pocas festivas em que h mais procura de certo tipo de carnes, como a Pscoa,o Natal, (maior incidncia para o consumo de carne de animais de pequenos ruminantes (borrego e cabrito) etambm de sunos (leito).O resultado desta atividade operacional direcionada da ASAE, tem como resultados detenes por abateclandestino e comercializao das suas carnes e a instaurao dos respetivos processos-crime, bem como

    processos de contra ordenao por falta de condies de higiene com as respetivas suspenses de atividade e aapreenso quer das carnes, peles, animais vivos, equipamento/utenslios utilizados no abate e os meios detransporte (viaturas de mercadorias) ou seja todos os materiais envolvidos no ilcito criminal.

    economia nacional:

    O abate clandestino muitas vezes envolve animais roubados, prejudicando os produtores rurais, pela perda de seusanimais e o Estado pela perda na arrecadao de impostos, gera prejuzo fiscal, no gera empregos, e prejudicam o

    meio ambiente bem como o desenvolvimento das comunidades, em consequncia das avultadas quantidades de animais, carcaas e carnes apreendidosbem como bens envolvidos que representam milhares de Euros a circular numa economia paralela prejudicial para todos.Portanto, caso no se comprove a origem e o registo da carne, ou de quaisquer outros produtos de origem animal, o consumidor, deve denunciar oestabelecimento s autoridades competentes, para que seja feita a verificao da origem e qualidade do produto oferecido.