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MANUALBOAS PRÁTICASPARA CULTURAS EMERGENTES

A CULTURA DA ROMÃ

Pensar Global,pela Competitividade,Ambiente e Clima

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A CULTURA DA ROMÃ

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Ficha técnica

Título: Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes

A Cultura da Romã

Autor: Associação dos Jovens Agricultores de Portugal

Lisboa | 2017

Grafismo e Paginação: Miguel Inácio

Impressão: GMT Gráficos

Tiragem: 250 ex.

Depósito Legal: 433097/17

ISBN: 978-989-8319-19-7

Distribuição Gratuita

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Índice

Introdução

1 - Origem

2 - Taxonomia e Morfologia

3 - Requisitos Edafoclimáticos3.1 - Clima

3.1.1 - Temperatura3.1.2 - Precipitação3.1.3 - Humidade Relativa3.1.4 - Vento

3.2 - Solos

4 - Ciclo Vegetativo4.1 - Floração4.2 - Frutificação4.3 - Desenvolvimento do fruto4.4 - Desenvolvimento vegetativo

5 - Material Vegetal5.1 - Variedades5.2 - Porta-enxertos

6 - Particularidades do Cultivo6.1 - Escolha da parcela6.2 - Preparação do terreno6.3 - Plantação6.4 - Desenho de plantação6.5 - Fertilização6.6 - Rega6.7 - Poda

7 - Pragas e Doenças7.1 - Pragas7.2 - Doenças

8 - Colheita

9 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

Bibliografia

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Introdução

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Introdução

No âmbito da candidatura �Pensar Globalpela Competitividade, Ambiente e Clima�,inserida na operação 2.1.4 � Ações de infor-mação, com o objetivo de reunir, divulgare disseminar informação técnica, organi-zacional e de mercados, valorizando oambiente e o clima, foi definido como metaa elaboração de um conjunto de elementosnos quais se inclui o presente �Manual deBoas Práticas para Culturas Emergentes�.

Este manual, a par dos outros elementosprevistos neste projeto, visa dotar os agen-tes do setor agrícola, em particular os as-sociados da AJAP, de um conhecimentomais aprofundado sobre 15 culturas emer-gentes aliadas às boas práticas agrícolas.

A cultura da romã insere-se no referidoconjunto de culturas consideradas emer-gentes, o qual foi aferido através da rea-lização de inquéritos a nível nacional, porparte dos técnicos da AJAP, junto de orga-nismos e instituições de referência do setor,tendo em conta a atual conjuntura, ou seja,considerando as culturas que se destacampela componente de inovação aliada à renta-bilidade da exploração agrícola, aumentan-do assim a competitividade do setor.

Para a elaboração deste manual, foram con-sultadas diferentes fontes bibliográficas,bem como produtores e especialistas quecontribuíram de forma determinante paraa valorização da cultura da romã.

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1 - Origem

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1 - Origem

A romã é uma fruteira cujo cultivo se co-nhece desde a antiguidade, sendo uma dasfruteiras bíblicas tal como a vinha ou o olival.Trata-se mesmo de um dos mais antigos fru-tos comestíveis, estando referenciado comosímbolo de saúde, fertilidade e renas-cimento.

É uma espécie nativa da Ásia Central cujacapacidade de adaptação a várias condiçõesedafoclimáticas permitiu a sua expansão,sendo hoje em dia cultivada em diferentesregiões geográficas como a Bacia Mediter-rânica, Ásia e Califórnia.

A partir da região de origem a cultura foi,como referido, difundida a outros países domediterrâneo, assim como à Índia e China.Os espanhóis levaram a cultura para a Amé-rica, onde atualmente tem vindo a adquirirgrande importância, especialmente nasúltimas décadas, com um crescimento daárea cultivada. Atualmente a nível mundial,os maiores produtores de romã são o Afega-nistão, Irão, Israel, Brasil, Estados Unidos daAmérica, Itália e Espanha, sendo Espanha omaior exportador europeu.

O aumento da procura deste fruto pelosconsumidores aliado ao desenvolvimentode métodos industriais de separar as semen-tes e melhorias nas técnicas de cultivo resul-tou num aumento das áreas de pomaresde romãs. Dessa forma a romã é, hoje em

dia, cultivada não apenas nas regiões tra-dicionais como também no hemisfério sul:América do Sul, África do Sul e Austrália,entre outros.

Em Portugal, e de acordo com o AnuárioVegetal 2006, a cultura da romãzeira estáconcentrada na região do Algarve, corres-pondendo esta região a 86% da área e 96%da produção total do Continente. À datadesta publicação a maioria da produçãoprovinha de árvores dispersas e em borda-dura, sendo reduzido o número de pomaresestremes. Contudo, essa realidade está amudar, e existem já muitas plantações naregião do Alentejo e do Algarve.

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Fonte: Botanical Museum, Helsinki, Finland 2016 Data from BGBM, Berlin-Dahlem, Germany

Autóctone (incl. archaeophytes)Introduzida naturalizadaIntroduzida (status desconhecido)Introduzida sem populações estáveisCultivadaCultivada em larga escala

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2 - Taxonomia e Morfologia

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2 - Taxonomia e Morfologia

A romã, cientificamente designada porPunica granatum Linnaeus, é uma árvore dafamília das Lythraceae J. St. Hil. (anterior-mente designada Punicaceae), e do géneroPunica L., segundo a Flora Europae

(Euro+Med PlantBase).

Dentro do género Punica, para além daespécie mais conhecida e cultivada pelosseus frutos, a já referida Punica granatum

L., podem ainda ser indicadas outrasespécies, consoante os diferentes autores,como a Punica nana, espécie anã de usoornamental e frutos comestíveis e a Punica

protopunica Balf. F. 1882, endémica da ilhade Socotra no Iémen, presumindo-se queesta última poderá estar na origem da romãcultivada.

A distribuição da romã foi acompanhada deuma grande diversidade genética para oque contribuiu a sua grande adaptabilidadea diversas condições climáticas. A grandediversidade que esta espécie apresenta estápatente nalguns dos bancos de germo-plasma, como em Espanha que possui maisde 104 exemplares, o Irão (principal produtormundial) com mais de 760 exemplares ouno Turquemenistão que conta com 1.117exemplares.

Em termos de morfologia é um arbusto quepode atingir mais de 7 m de altura em condi-ções naturais, mas em condições de cultivo

atinge cerca de 5 m. A grande maioria dasvariedades de romãs são decíduas, emboraexistam algumas variedades sempre verdesna Índia.

As flores podem ser hermafroditas oumasculinas, solitárias, em pares ou emcachos e ainda terminais ou surgir ao longodos ramos. O fruto é um pseudofruto cons-tituído por uma estrutura coriácea que en-cerra as sementes, as quais são revestidaspor tecido carnudo e rosado, sendo a únicaparte comestível do fruto.

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

3.1 - Clima

Em termos de requisitos edafoclimáticos aromãzeira é uma árvore cujo desenvol-vimento se adequa a climas sub-tropicais,uma vez que requer verões quentes e secos.Em climas temperados, a maturação dosfrutos pode não se completar e em regiõesde climas tropicais o excesso de humidaderelativa reduz a qualidade dos frutos. Emrepouso a cultura resiste a temperaturasaté -15°C. É, no entanto, bastante suscetívelàs geadas tardias antes do período dedormência e às geadas tardias de primavera.

A romã é uma espécie pouco exigente emágua, sendo bastante tolerante à seca,conseguindo sobreviver em regiões comprecipitação inferior a 200 mm/ano, emboraos valores mínimos para que se desenvolvacorretamente e produza frutos de qualidaderondam os 500-700 mm/ano.

A resistência às amplitudes térmicas é umaspeto que apesar de ser uma característicada espécie, depende da variedade.

Desta forma, a romã, apesar de ser umaespécie bastante tolerante em termosclimáticos, tem alguns fatores que podeminfluenciar a sua adaptação e produtividadecomo a temperatura, a precipitação, ahumidade relativa e o vento.

3.1.1 - Temperatura

A romã é extremamente tolerante ao calor,e apresenta melhores performances quan-do se verificam temperaturas superiores a30°C durante pelo menos 120 dias. Por outrolado, adapta-se bem em zonas onde astemperaturas não sejam inferiores a -15°C.

Alguns autores indicam a capacidade dealgumas variedades conseguirem resistir atemperaturas até -18 e -20°C durante orepouso invernal. O mesmo não acontecequando os diferentes órgãos da árvore estãoformados, como os frutos vingados, as florese as gemas, os quais são bastante suscetíveisàs geadas que por vezes ocorrem na prima-vera.

A grande maioria das variedades de romãnão requerem horas de frio invernal(número de horas com temperaturas inferi-ores a 7°C), e embora todas as variedadesbeneficiem de um período de dormência,não é ainda claro quais as necessidades defrio para que este fenómeno ocorra.

3.1.2 - Precipitação

A água é uma das principais limitaçõesda agricultura em clima mediterrânico,uma vez que além de se verificar umelevado déficit hídrico durante o verão,parte da primavera e outono, tambémocorrem por vezes anos consecutivos deseca em que as precipitações diminuemdrasticamente.

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No caso do cultivo em sequeiro, e comoreferido, é necessário um mínimo de 500 a700 mm de precipitação anual, bemrepartidas ao longo do ano. A importâncianão só da quantidade, mas também dadistribuição da precipitação, deriva do factodo clima mediterrânico se caraterizar porperíodos de ausência de precipitação nosmeses de maiores necessidades hídricas dacultura (junho, julho e agosto).

Assim, considera-se que as produtividadesnesta cultura beneficiam com a implemen-tação do sistema de rega e, dessa forma aprecipitação passa a ser um fator secundário.

3.1.3 - Humidade Relativa

A humidade relativa é um fator importante,em particular se se verificarem valoreselevados durante a primavera, o que po-tencia o aparecimento de ataque de fungos,como por exemplo os do género Alternaria,durante a floração e as primeiras fases dedesenvolvimento do fruto.

Estas condições são também favoráveis aoaparecimento de outras doenças na romã,como o caso da Phytophthora, sendo poressa razão conveniente para a cultura quenão se verifiquem períodos de precipitaçãonesta época.

3.1.4 - Vento

Na romã o vento poderá ter influênciadurante a polinização que, no caso destaplanta, é realizada principalmente porinsetos. A ocorrência de ventos fortes podedificultar a ação dos insetos, ao mesmo tem-po pode provocar danos nas árvores, quedados frutos recém vingados e dessecaçãodas folhas pelo aumento da taxa de trans-piração.

Poderá igualmente ser difícil a formação dasárvores se na zona da plantação ocorreremventos fortes, sendo que o recurso a tutorespermite o seu estabelecimento nos primei-ros anos. Importa também ter em conta odesenho da plantação no que respeita àdireção dos ventos dominantes.

3.2 - Solos

A romã adapta-se a uma vasta tipologia desolos, embora demonstre melhor desenvol-vimento em solos profundos, frescos, per-meáveis e de textura ligeira. Para além disso,consegue adaptar-se bem a solos com umelevado conteúdo de calcário ativo.

As árvores são tolerantes à salinidade dossolos, suportando água de rega com condu-tividade elétrica do extrato de saturação dosolo de 5 dS/m, e à clorose férrica. Tambémtoleram solos moderadamente ácidos aligeiramente alcalinos, desenvolvendo-semelhor para valores de pH entre 5,5 a 7,2.

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As características referidas como a tolerânciaà seca, salinidade e clorose férrica, assimcomo as baixas temperaturas invernais,tornam esta cultura possível para cultivoem terras marginais, onde outras espéciesfrutícolas sejam de difícil adaptação, emboranestas condições as suas produtividadessejam consideravelmente menores.

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4 - Ciclo Vegetativo

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4 - Ciclo Vegetativo

A longevidade da romã é bastante variávelpodendo viver até 200 anos, embora emexploração comercial a longevidade estejadiretamente relacionada com a viabilidadeeconómica do pomar, ou seja, é bastanteinferior uma vez que deverá proceder-se aoarranque da plantação antes que se atinjaa fase de decrepidez da plantação.

Tal como noutras árvores de fruto comutilização comercial, em termos do ciclovegetativo anual, podemos considerar quede uma forma geral na romã temos o repousoinvernal e o período de atividade vegetativa.

O repouso invernal compreende o períodoentre a queda das folhas (paragem vegeta-

tiva outonal) até ao início da atividade vege-tativa no fim do inverno. Já o período deatividade vegetativa tem início no fim doinverno, com os primeiros sinais de atividadeaté à queda das folhas. É nesta fase que sediferenciam os vários órgãos da árvore noque se designa por estados fenológicos daromã.

No quadro seguinte estão representadosos estados fenológicos da romã e as datasda sua ocorrência para duas variedades deromã. Constata-se um intervalo de tempobastante alargado em cada um dos estadosfenológicos, consequência do escalona-mento da floração, com as implicações quetem ao nível da calendarização das opera-ções culturais.

Mollar de Elche 20/01 a 05/03 05/02 a 17/03 09/02 a 20/03 23/03 a 12/07 28/04 a 12/07 30/04 a 20/07 20/06 a 20/09 20/09 a 16/10

Mollar de Játiva 15/01 a 02/03 03/02 a 15/03 07/02 a 20/03 23/03 a 26/04 26/04 a 09/07 03/05 a 16/07 25/06 a 15/09 15/09 a 10/10

CULTIVARES

Fonte: https://repositorio.ipbeja.pt/bitstream/123456789/696/1/romazeira_alentejo.pdf

Entumes-cimentodo gomo

Pontavermelha

Aparecimentodas 1.ª folhas

Separação dasfolhas

Crescimentodas folhas

Alargamentodos entrenós

Aparecimentodos gomos

florais

Entumes-cimento

dos gomosflorais

Alargamentoda flor edo cálice

Aberturado

cálice

Início daaberturadas flores

Flor aberta Início daqueda

das flores

Queda daspétalas /

vingamento

Desenvol-vimentodo fruto

Maturaçãodo fruto

ESTADOS FENOLÓGICOS

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4.1 - Floração

A floração tem lugar cerca de 1 mês depoisdo aparecimento dos botões florais nosramos recentemente formados do mesmoano. As flores podem surgir solitárias, empares ou em cacho. Na grande maioria doscasos as flores solitárias surgem em es-porões ao longo dos ramos enquanto queas flores que surgem em cachos sãoterminais. No hemisfério norte a floraçãodecorre em abril e maio. A floração e a sub-sequente frutificação duram aproxima-damente um mês, período durante o qualocorrem três picos de floração.

As romãzeiras podem produzir dois tiposde flores: hermafroditas (flores em formade vaso), e masculinas (flores em forma desino). A flor em forma de sino tem a partefeminina pouco desenvolvida ou mesmoausente, sendo infértil e por essa razão édesignada por flor masculina. A flor emforma de vaso, é fértil, em que o estigma seencontra posicionado de forma a possibilitara autopolinização assim como a polinizaçãoentomófila, principalmente por abelhas. Ograu de frutos formados a partir de auto-polinização varia entre variedades.

Pelo que foi dito, o factor que determina acapacidade produtiva é o número de floresem forma de vaso, ou seja, quanto maior orácio de flores em forma de vaso em relaçãoàs flores em forma de sino, maior o potencialde produtividade da árvore.

4.2 - Frutificação

O fruto é uma baga carnuda sendo cons-tituído por várias camaras cheias desementes (arilos) as quais podem apre-sentar dureza variável dependendo dasvariedades. As sementes podem ser du-ras, médias (semiduras) ou moles, sendoas variedades que produzem sementesmoles designadas por �sem semente�.

Não existe uma correlação entre a corda casca e a cor dos arilos, podendo sermuito diferente ou semelhante consoan-te as variedades. Para além disso, a corda casca não é indicativa do grau de ama-durecimento do fruto ou da sua pronti-dão para o consumo, uma vez que a cascapode atingir a sua cor final muito antesdos arilos estarem completamente ama-durecidos.

A rebentação é escalonada, ocorrendoa floração entre abril e maio e prolon-gando-se até início de julho na regiãomediterrânica. O fruto amadurece 5 a 8meses após a frutificação, dependendoda variedade, sendo que a principal

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

O stress hídrico durante a floração podeinduzir um aumento do número de flores.É uma prática com interesse sobretudopara pomares de variedades precoces ecom solo maioritariamente arenoso.

(Daniel Montes, 2017)

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diferença no tempo de maturação entrevariedades não deriva de diferenças nasdatas de floração, mas antes do temponecessário para a maturação a partir domomento de abertura das flores (antese).

A romã quando comparada com outrasárvores de fruto apresenta um períodojuvenil relativamente curto, ocorrendo aentrada em produção no 2º ou 3º ano epodendo alcançar a plena produção no6º ou 7º ano.

4.3 - Desenvolvimento do fruto

O desenvolvimento completo do frutonecessita aproximadamente de 152 a 244dias desde o momento da polinização,dependendo das variedades.

4.4 - Desenvolvimento vegetativo

No período de desenvolvimento vege-tativo que vai desde a rebentação até àqueda das folhas, e que decorre durante

a primavera/verão, verifica-se um cresci-mento muito ativo, em particular logo aseguir à floração. Após a colheita, a ár-vore ainda mantém as folhas durante umcerto período de tempo, sendo que omomento da desfolha varia consoanteas variedades. A queda das folhas marcao início do período de dormência quetem lugar durante o inverno e durante oqual o crescimento da planta cessa.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Na altura da formação de cachos florais,deve haver uma monda manual de frutosnão deixando mais de dois frutos porcacho. O objetivo é obter frutos de maiortamanho, eliminar os frutos de formairregular ou deformados e evitar o ataquede pragas como a cochonilha.(Luís Sabbo, 2017)

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5 - Material Vegetal

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5 - Material Vegetal

5.1 - Variedades

Existe ainda um grande caminho a percorrerno sentido de aumentar a rentabilidade dospomares de romãs no nosso país, nome-adamente no que se refere aos trabalhosde seleção e melhoria das variedades e me-lhoria das técnicas de cultivo, no sentido deotimizar a produção e qualidade dos frutos.

Na questão particular da qualidade dosfrutos, há que destacar os aspetos relativosà dureza da semente, acidez ou susceti-bilidade ao rachamento do fruto, os quaispodem ser ultrapassados usando variedadese técnicas de cultivo adequado. O tamanhoe a cor dos frutos, com especial procura porvariedades de cor vermelha, quer internaquer externa, são aspetos a ter igualmenteem conta na escolha das variedades deromã.

Por outro lado, é fundamental desenvolvertécnicas que permitam escalonar a pro-dução no sentido de responder às neces-sidades do mercado, ou seja, que permitamconcentrar a produção nas épocas maisfavoráveis, antecipando ou atrasando acolheita.

A grande maioria das variedades de romãcultivadas hoje em dia resultaram da seleçãohumana a partir de variedades selvagens,com vista a dar resposta às exigências dosconsumidores locais, sendo essa a razão de

existirem diferentes variedades locais querefletem as prioridades de cada país ouregião.

A seguir descrevem-se algumas das varie-dades atualmente mais indicadas para ascondições do nosso território:

� Wonderful: variedade de origemamericana, cujo fruto se apresentade cor vermelho intenso e um rendi-mento entre 30 a 40 ton/ha. Trata-sede uma romã de colheita tardia (entreoutubro a novembro). Os bagos sãoácidos e contêm sementes grandese semiduras.

� Smith: variedade californiana, cujofruto apresenta quer o interior quero exterior de cor vermelho muito in-tenso. Esta variedade tem um rendi-mento que pode variar entre 25 a 30ton/ha. A época de colheita realiza--se de setembro a outubro.

� Acco: variedade israelita, cujo frutoapresenta um interior de cor ver-melho escuro e o exterior com umatonalidade que varia de vermelho arosa. As produtividades nesta varie-dade situam-se entre 15 a 25 ton/hae a colheita decorre entre setembroe outubro.

� Mollar de Elche: variedade espanholacujo fruto de grande dimensão

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apresenta um interior de cor rosaintenso e o exterior de cor vermelhoclaro. Apesar de possuir bagos comuma coloração menos intensa queas restantes, é bastante admiradapelos apreciadores do fruto, já queé adocicada e as sementes são mo-les, logo, mais comestíveis. As pro-dutividades situam-se entre 20 a 25ton/ha e a colheita é tardia decor-rendo entre outubro e novembro.

� Mollar Valenciana: variedade espa-nhola em que o fruto apresenta ba-gos de cor rosa claro e o exterior decor rosa intenso. O rendimento nes-ta variedade situa-se entre as 20 a25 ton/ha, sendo a colheita precoce,de 20 de agosto a 20 de setembro.

� Mollar Vermelha: variedade espa-nhola, cujo fruto apresenta cor rosa-da, quer no seu interior quer noexterior. As produtividades nestavariedade rondam as 35 ton/ha e acolheita decorre de 05 a 31 de outubro.

� EMEK: variedade israelita cujo frutoapresenta casca de cor rosa escuro,uniforme em toda a casca, e interiorvermelho. As produtividades nestavariedade rondam as 30 ton/ha,sendo uma variedade precoce.

� Shani: variedade israelita com cascade cor vermelho a rosa, uniforme

em toda a casca e o interior de cor ver-melho escuro. Variedade precoce comprodutividades a rondar as 30 ton/ha.

� Kingdom: variedade tardia conhecidopelo grande tamanho da fruta e cas-ca avermelhada. Variedade de pro-dução tardia cuja época de colheitase realiza entre final de outubro enovembro. É bastante produtivacom produtividades que rondam as40 ton/ha.

� Bigful: variedade espanhola queapresenta frutos de muito bomcalibre com casca de cor vermelhae interior de cor vermelho intenso.É uma variedade precoce, sendointeressante devido ao seu potencialprodutivo, data de colheita e quali-dades gustativas.

A escolha da variedade deve atender nãosó os aspetos relacionados com a suaadaptabilidade às condições edafoclimá-ticas da região produtora, mas tambémaos aspetos relacionados com a comer-cialização da produção, podendo optar--se por variedades precoces ou tardias.

Outro aspeto muito importante e quepode ser um constrangimento, prende--se com o facto de algumas variedadesde romã não serem livres, o que significater de pagar royalties aos detentores dosregistos dessas variedades.

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No caso das variedades indicadas comoexemplo, as que estão livres de royalties

são a Mollar de Elche, Wonderful, Mollarde Valencia e a Acco.

5.2 - Porta-enxertos

Ao contrário de outras espécies fruteiras,o uso de porta-enxertos em romãs nãoé uma prática comum. A romã é umaárvore bastante fácil de enraizar a partirde estacas, com recurso a estaca lenhosa,sendo este o principal método de propa-gação desta cultura. Este método per-mite obter plantas com os genótiposselecionados, uniformes e, não havendorecurso a porta-enxerto, não se verificamproblemas de incompatibilidade.

O estabelecimento dos pomares podeser feito plantando diretamente asestacas no local definitivo, ou plantandoas estacas em vasos de viveiros, sendoque este último método permite as-segurar uma maior uniformidade dasplantas.

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O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

As variedades devem ser escolhidas deacordo com critérios sobretudo comer-ciais. A acidez e o grau brix podem variarconforme o mercado de destino, masexiste uma tendência muito forte para aprocura da coloração exterior muito ver-melha. (Daniel Montes, 2017)

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6 - Particularidades do Cultivo

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6 - Particularidades do Cultivo

Em Portugal a área total da cultura é decerca de 334 hectares (fonte: INE, 2015),existindo ainda poucos pomares deromãs especificamente concebidos parafins de valorização comercial. A maiorparte das árvores encontram-se disper-sas em bordadura, principalmente naregião do Alentejo e Algarve sendo tam-bém nestas regiões que atualmente têmsurgido bastantes plantações comerciais.

No caso de novas plantações, a par doque acontece com outras espécies frutei-ras, é necessário realizar estudos préviosà plantação que permitam identificar osconstrangimentos que possam existir nolocal e apontar medidas que permitammitigar esses constrangimentos.

6.1 - Escolha da parcela

Para além das características do solo járeferidas anteriormente, na escolha daparcela deve ter-se em consideração aexposição solar e a circulação de ar. Aromã necessita de cerca de 6 horas deluz solar direta por dia de modo a garantiruma boa produção e coloração do fruto.Dessa forma, deve-se optar sempre quepossível, pela orientação norte-sul daslinhas do pomar, de modo a maximizara exposição solar.

A circulação do ar no pomar é importan-te, principalmente em zonas suscetíveisde se verificarem geadas. É igualmenteimportante, no caso de se verificaremvalores elevados de humidade relativa, es-pecialmente durante a primavera, quandoocorre a floração, uma vez que em condi-ções de humidade relativa elevada, as flo-res podem não se estabelecer ou abortar.

Deve-se igualmente evitar zonas baixas devales e situações que favoreçam o desen-volvimento de geadas, assim como zonascaracterizadas por ventos fortes, poisapesar da polinização cruzada beneficiarda incidência de ventos ligeiros, ventosfortes podem ser prejudiciais, principal-mente por condicionar a ação dos insetos.

6.2 - Preparação do terreno

A preparação do terreno depende dascondições que se encontram no local deplantação, devendo ter-se em conta, a ne-cessidade da realização de trabalhos denivelamento da superfície da parcela ondese pretende instalar a cultura. Deve igual-mente proceder-se à construção da redede caminhos de apoio, necessária à circula-ção das máquinas dentro da exploração.

Dependendo do tipo de solo pode havernecessidade de realizar operações demobilização profunda do solo até 1 m deprofundidade, de modo a romper as

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camadas compactas, facilitando a infil-tração de água e a penetração das raízesno solo. Deverá igualmente proceder-seà abertura das valas de drenagem e pas-sagem da tubagem para o sistema derega gota-a-gota.

Com base nas análises de solo deve serdefinido um plano de adubação de fun-do, assim como correções de pH caso se-ja necessário, de modo a preparar o solocom os nutrientes e as condições ótimasao desenvolvimento das plantas.

A melhor altura para realizar a plantaçãoé a época compreendida entre o início dejaneiro e a entrada da primavera, ou seja,na época de repouso vegetativo da planta,sendo que nos meses de janeiro e fevereirose obtêm melhores resultados.

A cultura deverá ser instalada comrecurso à construção de camalhões quan-do se trate de solos mais pesados oupouco profundos, o que permite au-mentar o volume de solo explorável pelasraízes e, por outro lado, diminuir a humi-dade na zona das raízes. A instalação detela na linha pode ser uma opção para ocontrolo de infestantes.

Posteriormente procede-se à marcaçãoe piquetagem, sendo conveniente a insta-lação de tutores de 1-1,5 m de altura e acolocação de tubos protetores para pro-teger as plantas de ataque de roedores.

Atualmente o uso de sistemas de suportecom o intuito de promover a conduçãodos múltiplos troncos é uma prática cadavez mais comum. Tem como objetivo fa-cilitar as operações de colheita e a própri-a qualidade do fruto, uma vez que há ummenor impacto de danos mecânicos nosfrutos. Por outro lado, tem como resul-tado aumentos de produtividade, umavez que permite uma maior exposiçãosolar no interior da árvore, com a conse-quente diferenciação dos gomos.

6.3 - Plantação

Como referido, o período ideal para reali-zar a plantação compreende os meses dejaneiro e fevereiro e até ao início da pri-mavera (dependendo se o transplante é fei-to com plantas de raiz nua ou envasadas).

O método usado para a multiplicação ve-getativa pode variar, podendo usar-seestacas lenhosas ou estacas herbáceas,embora as estacas lenhosas sejam o mé-todo de propagação preferido. Seja qualfor o método usado, as plantas devem

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Para um bom sucesso do enraizamentoe ancoragem da planta deve-se usar bonstutores nos primeiros 3 anos, para evitarque a planta abane com os ventos, demodo a evitar que se parta no pé, ou, emterrenos mais arenosos, seja mesmoarrancada. (Luís Sabbo, 2017)

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ser plantadas idealmente com 1 ano deidade. Imediatamente após a plantaçãono local definitivo deve regar-se e du-rante os primeiros dias deve manter-seo solo em redor da planta à capacidadede campo.

6.4 - Desenho de plantação

Na definição do desenho e estrutura daplantação existem vários fatores a terem consideração como as condições eda-fo-ecológicas do local, o vigor da varieda-de, o nível de mecanização, o tipo de co-lheita e se a plantação se realiza em se-queiro ou regadio. A orientação daslinhas na plantação deve ser sempre quepossível, orientada no sentido norte-sul,de modo a garantir a maior exposiçãosolar assim como para minimizar o im-pacto dos ventos frios e geadas.

As romãzeiras são plantas arbustivas quetem tendência a produzir vários reben-tos, os quais surgem do tronco quer abai-xo do solo quer acima. O método tradici-onal de condução das romãzeiras é o demúltiplo tronco. Atualmente, as novasplantações utilizam o método de troncoúnico.

Em termos de densidade de plantação eno sentido de proporcionar as melhorescondições de luminosidade para o desen-volvimento dos frutos, o compasso de6 x 4 m (416 árvores/ha), é apontadocomo o mais indicado. Podem tambémser adotados outros compassos (6 x 3 m;

5 x 3 m; 5 x 2,5 m), dependendo do vigore porte das variedades e do sistema decondução utilizado.

6.5 - Fertilização

O solo contém uma diversidade de ele-mentos minerais que as plantas neces-sitam. Quando são insuficientes é neces-sário fornecê-los através da fertilização,a qual tem por objetivo a otimização daprodutividade do pomar.

No caso da romã, os dados disponíveisrelativamente à fertilização são muitolimitados. No entanto, considera-se, talcomo para outras espécies fruteiras, queos diferentes elementos desempenhampapéis distintos.

O azoto é o nutriente mais limitante daprodução das culturas, uma vez que setrata do nutriente fundamental para ocrescimento e vigor da árvore. Enquantoque a sua falta se reflete no equilíbriovegetativo em geral, o seu excesso levaa um forte crescimento, o que penalizao rendimento e conduz a induções floraisfracas e de baixa qualidade. O fósforo éum nutriente muito importante para aformação das flores e dos jovens frutos,favorecendo igualmente o desenvol-vimento vegetativo e a estabilidade dosistema radicular. O potássio é impor-tante para a qualidade dos frutos, sendomuito móvel, quer na planta quer no

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solo, sendo rapidamente fixado. Apesarda grande maioria dos solos cultivadosapresentarem concentrações elevadasdeste nutriente, ele encontra-se em for-mas não assimiláveis, daí a necessidadede fornecer este elemento aos solos.

Para determinar as necessidades em fer-tilização para a cultura da romã, é im-portante realizar análises foliares anuais,através das quais se estimam as extraçõesdos principais elementos minerais.

Apresenta-se no quadro a seguir, valoresreferentes aos conteúdos foliares consi-derados ótimos para elementos minerais,no caso de um clone da variedade Mollarde Elche, podendo por isso variar conso-ante as variedades e com o tipo de explo-ração que se faça, mais ou menos intensiva.

Não existem ainda estudos que incidamsobre as extrações anuais de elementosminerais levados a cabo por uma plantaadulta de romã, em exploração comercial,sendo por isso ainda desconhecidas comprecisão as suas exigências nutricionais.

Os valores apontados de fertilização sãoainda, por isso, algo empíricos, podendoavançar-se para árvores adultas e para umaprodução média de 50 kg/árvore:

�N: 0,26 UF árvore/ano;

�P (P2O5): 0,18 UF árvore/ano;

�K (K2O): 0,5 UF árvore/ano.

O azoto é aplicado com o início do cres-cimento e durante todo o período deirrigação, até duas semanas antes da co-lheita. Poderá ser realizada uma fertilizaçãoadicional de azoto após a colheita em vari-edades precoces. Aplicações excessivasou tardias de azoto podem atrasar amaturação dos frutos e o desenvolvimentoda cor. Quanto ao potássio e fósforo, sãoaplicados durante o período de irrigação.

6.6 - Rega

Embora as romãzeiras apreciem o calore prosperem mesmo em zonas áridas esemiáridas, necessitam de rega duranteo estabelecimento dos pomares, e derega regular, quando explorada em po-mares comerciais, durante a época seca

Elemento nutritivo

Azoto (N)

Fósforo (P2O5)

Potássio (K2O)

Cálcio (CaO)

Magnésio (MgO)

Macronutrientes (%)

1,34-1,76

0,11-0,15

0,55-0,69

0,66-1,55

0,29-0,37

Elemento nutritivo

Fe

Zn

Mn

Cu

B

Na

Micronutrientes (ppm)

49-118

2-5

25-47

10-16

11-14

208-277

Fonte: Agustí M. (2010). Fruticultura

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para atingirem o potencial máximo deprodução e qualidade dos frutos.

O sistema gota a gota apresenta vanta-gens, não só ao nível do crescimentovegetativo das árvores, como ao nívelda produtividade e tamanho dos frutos,para além do efeito positivo ao nível doconsumo de água na plantação. Por ou-tro lado, ao minimizar a acumulação deágua na zona das raízes, minimiza apossibilidade de ocorrência de asfixiaradicular e o desenvolvimento de doen-ças, como é o caso da Phytophthora.

Na seleção do sistema de rega gota agota deve-se definir o número de linhasde rega, à medida da plantação e oespaço entre elas. Podem considerar-seos seguintes sistemas: sistema de regagota a gota com dois gotejadores nosprimeiros anos e quatro gotejadores porárvore a partir do 5º ano de vida do po-mar. Podem considerar-se valores desde10 até 30 m3/dia.

Dependendo do tipo de solo e condiçõesclimáticas, pode considerar-se umaquantidade total aproximada de águapor campanha entre 5.000 a 6.000 m3/ha,para se conseguir uma boa resposta àrega, contando que a rega é aplicada nomomento adequado e de forma correta.

6.7 - Poda

A poda é uma técnica através da qual épossível modificar os hábitos de cres-cimento natural da árvore mediante ocorte de qualquer parte da árvore, demodo a se obter e manter uma estruturaque permita atingir rapidamente o máxi-mo potencial de produção e o máximode longevidade do pomar, para além defacilitar a execução das diversas práticasculturais dentro da plantação.

Na romã, a poda realiza-se no final de ja-neiro e serve para facilitar a aplicação detratamentos fitossanitários, arejar e permi-tir a entrada de luz no interior da copa, eretirar a madeira velha e a que apresentasintomas de doenças e ataques de pragas.

A par de outras espécies de fruteiras, épossível recorrer-se a diferentes sistemasde poda tendo em conta o ciclo vegeta-

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Durante a fase final do crescimento ematuração dos frutos é essencial quenão falte a rega para evitar rachamentose perda de qualidade nos frutos. A faltade rega, mesmo por períodos curtos (1ou 2 dias), se houver muito calor, podeser suficiente para aumentar bastantesos rachamentos e baixar a qualidade daprodução. (Luís Sabbo, 2017)

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tivo anual e tendo em conta o ciclo devida da árvore. Assim, durante o cicloanual distingue-se a poda em verde e ade inverno e durante o ciclo de vida po-dem realizar-se a poda de formação, deprodução e de rejuvenescimento:

� poda em verde (verão) � realizadadurante o período de atividade vege-tativa da árvore, e contempla asações de desponta, desfolha, esla-droamento, incisões anelares, des-baste, entre outras, de modo a permitira entrada de luz (junho e julho);

� poda de inverno � realizada quandoa árvore se encontra em repouso ve-getativo, incidindo sobre os ramoslenhosos, removendo os ramos do-entes, improdutivos e os que em ter-mos da estrutura da árvore sejam pou-co importantes (janeiro e fevereiro);

� poda de formação � pretende-se criaruma estrutura produtiva com capa-cidade de suportar a colheita e de mo-do a formar o esqueleto da árvore;

� poda de produção � é a poda realizadadurante todo o período de frutificaçãoda árvore com o objetivo de aumentara produção, favorecendo o arejamentoe a entrada de luz no interior da copa,a renovação dos ramos frutíferos e aeliminação da madeira morta ou da-nificada. Promove igualmente a pro-

dução não só na periferia como tam-bém no interior da árvore;

� poda de rejuvenescimento � é umapoda que se realiza em alguns casospara rejuvenescer e revigorar aárvore, devendo realizar-se a cada3 anos. No entanto, deve ter-se emconta se a rentabilidade da explora-ção justifica proceder-se ao arranqueda mesma, no caso dos gastos decultivo ultrapassarem os ganhosobtidos com a venda da produção.

A romã é uma espécie basítona, carac-terizando-se por rebentos mais vigorososna base dos troncos, assim como ramosladrões no tronco e ramos principais. Ométodo tradicional de condução dasromãzeiras é o de múltiplo tronco, em-bora, atualmente nas novas plantaçõesse comecem a utilizar outros sistemasde condução, como a seguir se descreve:

� Forma multi-tronco (tradicional): realiza--se uma poda com o objetivo de manter3 a 4 braços equidistantes, a cerca de10-20 cm do solo, proporcionando ummelhor arejamento e entrada de luzno interior da copa. Este sistema decondução é particularmente indicadoem zonas ventosas ou com riscos daocorrência de geadas. Em termos demão de obra, trata-se de um sistemamais exigente uma vez que produzmuitos ramos ladrões. Para além disso,este sistema ao promover um maiorvigor nas árvores permite aumentar adensidade das árvores na plantação;

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� Condução em vaso: neste sistema decondução a inserção dos ramos quevão constituir o esqueleto da árvoreestá situado um pouco acima do sis-tema anterior, entre cerca de 30 a 50 cmdo solo, apresentando os ramos níveisdiferentes e formando ângulos de apro-ximadamente 120° entre si. Com estesistema de condução, a entrada em pro-dução é mais lenta, sendo um sistemamais utilizado em pomares extensivos;

� Condução em aramação: neste casoaumenta-se ainda mais a distância aosolo dos ramos que vão constituir o

esqueleto da árvore, situando-se os 2a 3 ramos entre cerca de 50 a 70 cmdo solo. Estes ramos vão ser dispostosde forma perpendicular à linha sendosuportados pelo sistema de aramação,sendo possível um aumento da densi-dade de plantação neste sistema e,verificando-se uma entrada em produ-ção mais rápida do que no sistema decondução em vaso. Este é um sistemamais correntemente usado em poma-res intensivos, uma vez que, como refe-rido anteriormente, permite melhoriasem termos de qualidade dos frutos eprodutividade.

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Romãzeira conduzidaem multi-tronco

Fonte: Gomes A.I.G.B. (2014)

Sistema de condução em vasoFonte: ESCOBAR 1988

Sistema de conduçãocom aramação

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A condução em aramação é atualmenteo sistema mais utilizado nos pomaresmais modernos de Israel e Espanha.Técnica já aplicada em Portugal paradiminuir a percentagem de fruta de CATII e de indústria, e com aumento das pro-dutividades em cerca de 20%.

(Daniel Montes, 2017)

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7 - Pragas e Doenças

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7.2 - Doenças

As principais doenças que afetam a cultura da romã são:

7 - Pragas e Doenças

7.1 - Pragas

As principais pragas que afetam a romã são:

Inimigos (Nome vulgar)

ácaro vermelho

bicho da laranja

broca

caracol

cochonilha algodão

cochonilha pretacochonilha branca

mosca da fruta

pulgão verdepulgão preto

zêuzera (traça leopardo)

Nome científico

PragasTenuipalpus punicae Pritchard & Baker(Tenuipalpidae, Acarida)

Apomyelois ceratoniae (Zeller)(Pyralidae, Lepidoptera)

Cryptoblabes gnidiella Millière(Pyralidae, Lepidoptera)

Cochleolus

Planococcus citri (Risso)(Pseudococcidae, Sternorrhyncha)

Saissetia oleae (Olivier)Ceroplastes sinensis Del Guercio(Coccidae, Sternorrhyncha)

Ceratitis capitata (Wiedemann)

(Tephritidae, Diptera)

Aphis punicae PasseriniAphis gossypii Glover(Aphididae, Sternorrhyncha)

Zeuzera pyrina L.(Cossidae, Lepidoptera)

Código OEPP (Bayer)

TENUPU

MYELCE

CRYBGN

PSECCI

SAISOLCERPSI

CERTCA

APHIPUAPHIGO

ZEUZPY

Fonte: Gomes A.I.G.B. (2014), Holland D. et all (2009) e http://www.eppo.int/

Inimigos (Nome vulgar)

escaldão do tronco

coração negro

crivado

podridão

Nome científico

Doenças

Phytophthora sp.

(Peronosporaceae, Peronosporales)

Alternaria alternata (Fries) Keissler

(Lewia, Pleosporaceae)

Wilsonomyces carpophilus (Léveillé) Adaskaveg,

Ogawa e Butler

(Otthia, Dothideales)

Botryotinia fuckeliana

(= Botrytis cinerea Persoon)

(Sclerotiniaceae, Helotiales)

Código OEPP (Bayer)

PHYTSP

ALTEAL

STIGCA

BOTRCI

Fonte: Gomes A.I.G.B. (2014), Holland D. et all (2009) e http://www.eppo.int/

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Para cada uma destas pragas e doençastanto o diagnóstico como os tratamentosdeverão ser elaborados por técnicosespecializados na cultura, dado queconsoante as características climáticas eedáficas das explorações, as recomen-dações de tratamento poderão variar.

De referir que as substâncias ativasutilizadas para os tratamentos às dife-rentes pragas e doenças noutros países,embora homologadas em Portugal, aindanão estão registadas para utilização nacultura da romã.

São ainda de registar algumas fisiopatiase acidentes como o escaldão e rachamen-to do fruto da romã, podendo causardanos comerciais significativos.

O escaldão resulta da ocorrência de umconjunto de fatores em simultâneo,como uma elevada radiação solar, baixahumidade e elevadas temperaturas.

Em relação ao rachamento do fruto, omesmo pode ser considerado como aúltima etapa do processo normal dedesenvolvimento do fruto da romã tendolugar quando os frutos sobre amadure-cem. Algumas cultivares tendem a re-gistar esta divisão em estágios muitomais adiantados do desenvolvimento dofruto, ou em frequências mais elevadasdo que outras. Igualmente algumas varie-

dades são mais resistentes ao rachamen-to do fruto do que outras, sugerindo quepelo menos alguns aspetos da divisãodos frutos poderão ser de origem gené-tica e independentes das condições ambi-entais. O excesso de água também podepotenciar este fenómeno, quando severifica a ocorrência de chuvas tardias,antes da colheita.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

Os pulgões e a alternaria são os proble-mas mais comuns na maioria das varie-dades. Contudo com tratamentos atem-pados e com a homologação de maisprodutos, poderão ser resolvidos. No ca-so das fisiopatias, o escaldão pode sermuito problemático em variedades maistardias como a Wonderful e deve ser a-cautelado com podas e formação de umsistema natural de sombreamento dafruta. (Daniel Montes, 2017)

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8 - Colheita

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8 - Colheita

O momento da colheita da romã constituiponto-chave na operação, dependendoda variedade e do estado dos frutos.Tendo em conta que o fruto não ama-durece fora da planta, a colheita tem deser efetuada no ótimo estado de matu-ração dos frutos o que pode, por sua vez,comprometer a qualidade final dosfrutos, uma vez que atrasos na operaçãopodem aumentar a percentagem defrutos rachados.

A colheita tem início em meados de se-tembro (para as variedades mais preco-ces) até meados de novembro (para asvariedades mais tardias). Poderá sernecessário fazer mais do que uma pas-sagem devido a maturação não uniformeda romã, em consequência da floraçãoescalonada.

A colheita é manual com recurso a tesou-ra de poda, devendo ter-se muito cuida-do pois os frutos são muito sensíveis aosgolpes. Apesar de ser possível adiantarou retardar a colheita, consoante as ne-cessidades do mercado, isto poderáacarretar alguns inconvenientes como adiminuição do valor comercial dos frutos.

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9 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

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9 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

As questões relacionadas com a pre-servação ambiental, manutenção dabiodiversidade, sustentabilidade no usodos recursos naturais e responsabilidadesocial, impulsionadas por uma cada vezmaior consciencialização/exigência porparte dos consumidores, têm sido os gran-des motores do crescimento da agricul-tura biológica e da produção integrada.

Em algumas culturas já existe uma vastaexperiência na produção, quer em modobiológico quer em produção integrada,o que não se verifica na cultura da romã,sendo ainda insignificante as exploraçõesque adotaram este tipo de produção.

Em Portugal, as estatísticas disponíveisno âmbito do setor biológico referem-seapenas às áreas de produção por tipo decultura e por região e ao número deprodutores, sendo que segundo dadosde 2015 a área dedicada a fruticulturacorresponde a cerca de 1,5% da área total,correspondendo a 3.669 hectares.

Apesar da fraca expressão que o modode produção biológico tem no setor dafruticultura, a romã em produção bioló-gica pode ser uma opção interessante,havendo interesse económico associadoao interesse da parte dos consumidores,em que ao aumento do consumo de ro-mãs se associa um estilo de vida saudá-vel. A opção por sistemas de agricultura

mais sustentáveis, como o modo deprodução biológico e produção integradasão opções cada vez mais interessantes.

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Bibliografia

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Bibliografia

Agustí M. (2010). Fruticultura. Ediciones Mundi-Prensa, 507 pp.

Gomes A.I.G.B. (2014). Relatório da Componente de Formação em Contexto de Trabalho

do Curso de Especialização Tecnológica em Culturas Regadas. Instituto Politécnico deBeja, Escola Superior Agrária, 55 pp.

GPP (2006). Anuário Vegetal 2006. Edição Castel � Publicações e Edições SA., 278 pp.

Holland D. et all (2009). Pomegranate: Botany, Horticulture, Breeding. HorticultureReviews Volume 35, John Willey & Sons, Inc., Hoboken, New Jersey, p. 127-191.

El Granado. I Jornadas Nacionales sobre el Granado: producción, economía, indus-

trialización, alimentación y salud (2012). Melgarejo P. et all, Universidad MiguelHernándeaz de Elche, España, 271 pp.

http://www.eppo.int/

https://repositorio.ipbeja.pt/bitstream/123456789/696/1/romazeira_alentejo.pdf

http://www.crec.ifas.ufl.edu/extension/pomegranates/pdfs/UGA_Pomegranate_Fact_Sheet.pdf

http://cultivodelgranado.es/

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