Percepção de graduandos de diferentes gerações em relação à educação a distância.

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Gerações

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  • Revista Iberoamericana de Evaluacin Educativa, 6(2), 245-264.

    *Contacto: [email protected] ISSN: 1989-0397 www.rinace.net/riee/

    Recibido: 1 Evaluacin: 2 Evaluacin: Aceptado:

    30 de agosto 2013 15 de septiembre 2013 4 de octubre 2013 7 de octubre 2013

    Percepo de graduandos de diferentes geraes em relao educao a distncia

    Perceptions of different generation students regarding to distance education

    Suzi Sam Pinto* Dbora Pereira Laurino

    Guilherme Lerch Lunardi

    Universidade Federal do Rio Grande - FURG

    O presente artigo tem por objetivo investigar a percepo dos estudantes de graduao sobre a modalidade a distncia, considerando as suas diferentes geraes (Baby Boomers, X, Y) e as especificidades dos Programas de EaD que vivenciam. A anlise quantitativa dos dados coletados atravs de um instrumento de avaliao mostrou que nas trs geraes houve participao maior do gnero feminino e que a gerao Baby Boomers apresentou participao equilibrada entre os programas. A identificao do perfil dos estudantes permite apontar que um dos desafios da EaD a integrao das diferentes geraes que, ao interagirem, podem dividir experincias umas com as outras, fazendo com que as diferenas sejam produtoras de novas formas de convivncia. Neste mesmo sentido, na organizao dos cursos de graduao da EaD, no que se refere ao formato do material didtico e s formas de comunicao entre estudantes, tutores e professores preciso considerar a heterogeneidade das geraes.

    Palavras-chave: Educao a distncia, Cursos de graduao, Avaliao, Baby Boomers, Gerao X, Gerao Y.

    This paper aims at investigating the perception of undergraduate students enrolled in distance education (DE), considering their different generations (Baby Boomers, X and Y), as well as the particularities of DE programs (UAB and Pr-Licenciatura) they experience. The quantitative analysis performed through the application of an assessment instrument showed that in all three age groups the presence of women were higher, the Baby Boomer generation had a balanced participation between UAB and Pr-Licenciatura programs. The profile identification of students allows indicating that one of the distance education challenges is the integration of these diferente generations, once they interact they may share experiences and cope with each other, producing new ways of living together. In this sense, the organization of undergraduate DE courses needs to consider the heterogeneity of generations, especially regarding to the teaching material format and the communication means among students, tutors and professors.

    Keywords: Distance education, Undergraduate courses, Assessment, Baby boomers, Generation X, Generation Y.

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    1. Introduo A Educao acompanha a evoluo da humanidade agregando novas possibilidades na organizao dos cursos, na comunicao com os estudantes e na produo e apresentao do material didtico, modificando assim o espao educativo. Segundo Maturana e Verden-Zller (2004), o ambiente no qual convivemos e a forma como nele interagimos caracteriza-nos de uma forma particular delineando o curso da histria humana gerao aps gerao. Esse curso histrico impulsionado pelas novas tecnologias e pelas exigncias de uma sociedade em constante mudana.

    Oliveira (2010) considera que estamos vivendo uma circunstncia singular em nossa histria, pois a primeira vez que cinco geraes Gerao Tradicional, Gerao Baby Boomers, Gerao X, Gerao Y e Gerao Z com valores e aspiraes diferentes convivem mutuamente, interferindo e transformando a realidade. Cada uma dessas geraes foi constituda em distintos contextos histricos, culturais, polticos e sociais.

    nesse cenrio que a Educao a Distncia (EaD) atualiza-se, potencializando a construo de outros espaos escolares, onde outras formas de convivncia, outras atitudes e hbitos de ensinar e aprender so possveis. Os avanos das tecnologias da informao e comunicao (TIC) tm atrado um nmero maior de educadores e estudantes para esta modalidade, possibilitando levar a educao at aqueles que de outro modo no poderiam se beneficiar dela (Moore e Kearsley, 2007).

    A flexibilidade da EaD, com relao ao tempo e local de estudo, favorece tanto o estudante adulto trabalhador quanto o estudante mais jovem, o qual, por j ter nascido em um mundo conectado em rede, desenvolveu uma compreenso diferente de tempo e espao, o que tem levado as novas geraes a se relacionarem de distintas formas com os outros e com o mundo. Por este motivo, segundo Maldonado (2005), precisamos considerar na organizao dos cursos da EaD as semelhanas e diferenas entre as geraes, no que diz respeito aos valores e viso de mundo, modo de lidar com a autoridade, expectativas e equilbrio entre as diversas reas da vida. Isto possibilita, segundo Moraes (2007), o surgimento de uma gerao mais sensvel e criativa, capaz de sonhar mais e inovar mais do que as geraes anteriores.

    Precisamos repensar o papel e a funo das instituies de ensino, repensar os currculos de forma a agregar as novas formas de ser e estar num mundo conectado em rede. Segundo Drucker (1999), o grande desafio que temos diante de ns no est na tecnologia, mas no uso que faremos dela. Para este autor, indiscutvel a importncia da tecnologia nesse repensar, mas principalmente porque ir nos forar a fazer coisas novas, e no porque ir permitir que faamos melhor as coisas velhas (Drucker, 1999:189).

    Neste sentido, o presente artigo tem por objetivos caracterizar os estudantes quanto ao gnero e a faixa etria e investigar a percepo dos estudantes de graduao, da modalidade a distncia, considerando as suas diferentes geraes e as especificidades dos Programas de EaD que vivenciam.

    Iniciamos este artigo, apresentando um breve relato da EaD no Brasil, sua legislao, os programas institudos pelo Governo Federal investigados nesta pesquisa e os diferentes autores que compem esta modalidade. Na sequncia, apresentamos a metodologia da pesquisa, o perfil dos participantes, a problematizao dos resultados, considerando as diferentes geraes de estudantes e, por fim, discorremos algumas consideraes.

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    1.1. EaD no Brasil

    No Brasil, comea a EaD por volta de 1920, com o uso do rdio e do correio, desvinculada do ensino universitrio. Ao longo dos anos, gradativamente, as universidades brasileiras vo promovendo aes pontuais dentro dessa modalidade, tomando fora especialmente na dcada de 1990, com a expanso da Internet no ambiente universitrio. As propostas que vo emergindo no Brasil propem uma organizao e concepo de EaD que se aproxima do modelo adotado por universidades a distncia de outros pases j consolidadas, como a Open University da Inglaterra (1969) e a Universidad Nacional a Distncia (UNED) da Espanha (1972). So universidades organizadas a partir do modelo fordista de gesto, fechado e burocratizado, que perpassou tambm a concepo pedaggica dos cursos oferecidos, sendo identificado pelas terminologias que so utilizadas, como: polos de apoio presencial, tutores presenciais e a distncia, e professor conteudista (Preti, 2009).

    As bases legais para a modalidade de ensino a distncia no Brasil tambm so recentes, estabelecendo-se a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (LDB), Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. De acordo com o Decreto 5.622 de 2005, que regulamenta o Art. 80 da LDB, essa modalidade de ensino caracteriza-se como uma:

    modalidade educacional na qual a mediao didtico-pedaggica nos processos de ensino e aprendizagem ocorre com a utilizao de meios e tecnologias de informao e comunicao, com estudantes e professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos (p.1).

    Na busca por minimizar a carncia de professores na Educao Bsica e regularizar a atuao de alguns profissionais que exercem a docncia sem a habilitao na rea, o Ministrio da Educao (MEC) lanou o Programa Pr-Licenciatura que visava o trabalho conjunto entre Instituies de Ensino Superior para oferecimento de cursos de Licenciatura a professores em exerccio, da rede pblica.

    A fim de atender as exigncias desse programa, j na sua segunda fase, constituiu-se uma parceria entre oito Instituies de Ensino Superior do estado do Rio Grande do Sul, a Secretaria Estadual e as Secretarias Municipais de Educao, a qual foi denominada de Rede Gacha de Ensino Superior a Distncia (REGESD). Tal rede se formou com o propsito de: otimizar o compartilhamento de recursos humanos e materiais na oferta de cursos de licenciatura na modalidade a distncia, consolidar uma cultura de EaD e concretizar a institucionalizao dessa modalidade nas universidades brasileiras. A institucionalizao da modalidade a distncia nas universidades, mais especificamente nas pblicas, no Brasil ainda um tema polmico, j que essa modalidade recente e enfrenta resistncias e preconceitos, tanto no meio acadmico quanto na sociedade.

    A REGESD inicia suas atividades com seis cursos de licenciatura a distncia (Artes Visuais, Biologia, Geografia, Letras-Espanhol, Letras-Ingls e Matemtica) com diferentes conformaes de parceria entre Instituies de Ensino Superior (IES) e polos, e compartilha a capacitao de tutores e professores, bem como os sistemas de gerenciamento. Dentre esses cursos, a Universidade Federal do Rio Grande (FURG) integra a parceria nos cursos de Licenciatura em Matemtica e Licenciatura em Cincias Biolgicas. O curso de Matemtica oferecido em sete polos, em parceria com outras quatro instituies, dentre estas, uma federal, duas confessionais e uma estadual. O curso de Cincias Biolgicas, por sua vez, tem suas atividades desenvolvidas em quatro polos, atravs da parceria com outras duas universidades, uma federal e uma confessional. Sendo assim, nos cursos ofertadas pela REGESD, os estudantes tm disciplinas

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    ministradas por professores e tutores a distncia de diferentes instituies, pois cada IES parceira responsvel por um determinado nmero de disciplinas.

    Logo a seguir, o MEC lana o edital do Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB) com a finalidade de estimular a articulao e integrao de um sistema nacional de educao superior, formado por instituies pblicas de ensino, em parceria com estados e municpios brasileiros, utilizando a Educao a Distncia para a veiculao de cursos. O diferencial deste programa, frente ao anterior, est no pblico alvo, estudantes egressos do Ensino Mdio, e na oferta de cursos que vo alm das licenciaturas.

    Na UAB, apenas as universidades pblicas podem ofertar cursos, e no h a obrigatoriedade de formar parcerias entre IES. Nesse mbito, a FURG universidade onde se desenvolveu a presente pesquisa oferece, inicialmente, cursos de graduao e ps-graduao em cinco municpios que no possuem universidades pblicas, mas que criaram polos para dar suporte s interaes realizadas via tecnologias digitais e encontros presenciais entre alunos, tutores e professores. Nesse contexto, a FURG oferece dois cursos de graduao: Bacharelado em Administrao e Licenciatura em Pedagogia, e trs cursos de especializao: Tecnologias da Informao e Comunicao na Educao, Educao Ambiental e Aplicaes para Web.

    A organizao proposta pelo MEC define que nos cursos a distncia atuem professores pesquisadores, formadores, tutores a distncia, tutores presenciais, coordenador de curso e coordenador de polo (quadro 1).

    Segundo Mattar (2008), tal organizao um resqucio da diviso e racionalizao do trabalho, oriunda do modelo industrial taylorista e fordista, em que o professor e/ou tutor assumem o papel de operrio que executa rotinas pr-estabelecidas em tempos determinados. Nessa lgica, o professor pesquisador planeja, o professor formador supervisiona e o tutor executa. Como forma de se propor uma alternativa a este modelo, a FURG definiu o professor pesquisador como sendo o mesmo professor formador, alm de estimular uma maior integrao entre professores e tutores.

    Com a inteno de promover as condies necessrias implementao de aes nos Programas e Projetos nessa modalidade de ensino, e implementar polticas de EaD na Instituio, instituiu-se a Secretaria de Educao a Distncia (SEaD) com a atribuio especfica de gesto administrativa e pedaggica (Laurino, 2008). Integra essa secretaria uma equipe multidisciplinar com a finalidade de apoiar tcnica e pedagogicamente os cursos na modalidade a distncia, alm de orientar os professores na utilizao da Plataforma Institucional para EaD, a plataforma Moodle (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment).

    Os cursos de graduao so organizados de forma semestral, sendo que cada semestre dividido em dois mdulos. Assim, cada disciplina possui durao de seis a sete semanas. Cada mdulo compostos por trs disciplinas. A comunicao dos professores e tutores a distncia com os estudantes feita via plataforma Moodle, chat, fruns ou e-mail. A avaliao presencial realizada na ltima semana de cada mdulo. Ao longo das disciplinas so organizadas, semanalmente, avaliaes virtuais que tem por finalidade acompanhar o estudante ao longo do processo de aprendizagem. De acordo com as normas institudas pelo MEC, estas avaliaes podem compor at 40% da nota final da disciplina, sendo os 60% restantes, por fora de lei, em avaliaes presenciais.

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    Quadro 1. Papel e funo dos autores da EaD

    PAPEL FUNO

    Professor pesquisador

    Responsvel por pensar, elaborar e produzir o material didtico que abarca o contedo especfico.

    Professor formador

    Possui como atribuio propor atividades relativas ao desenvolvimento das aulas com base no material produzido, realizar a avaliao, a mediao e a gesto das aes da equipe de tutores.

    Tutor a distncia

    Atua com professor da disciplina na instituio, mediando o processo pedaggico junto aos estudantes geograficamente distantes. A principal atribuio deste profissional o esclarecimento de dvidas, atravs de fruns de discusso pela Internet. O tutor a distncia tem tambm a responsabilidade de promoer espaos de construo coletiva de conhecimento, selecionar material de apoio e sustentao terica aos contedos.

    Tutor presencial

    Atende os estudantes nos polos, auxiliando-os no desenvolvimento de suas atividades individuais e em grupo, fomentando o hbito da pesquisa, esclarecendo dvidas de contedo e no uso das tecnologias digitais disponveis. Participa de momentos presenciais obrigatrios, mantendo-se em permanente comunicao, tanto com os estudantes quanto com a equipe pedaggica do curso.

    Coordenador de Curso

    Professor responsvel pelas questes administrativas, pedaggicas e de logstica do curso na IES.

    Coordenador de Polo

    Principal responsvel pelo bom funcionamento dos processos administrativos e pedaggicos que se desenvolvem no polo presencial.

    Fonte: Brasil (2007)

    As especificidades da EaD, descritas nesta seo, subsidiaram o desenvolvimento de um instrumento de avaliao da EaD, uma vez que so elas que balizam tanto a organizao estrutural quanto a dinmica pedaggica dos cursos nessa modalidade.

    2. Metodologia A fim de compreender a percepo dos estudantes quanto EaD, buscamos construir um instrumento que nos permitisse avaliar a qualidade dos cursos oferecidos nessa modalidade. Inicialmente, analisamos instrumentos propostos por outras instituies

    (Universidade Federal de Santa Catarina; Fundao Getlio Vargas online), disponveis na literatura. Essa anlise subsidiou a identificao de alguns itens do instrumento (variveis explcitas), que serviram para medir diferentes e importantes aspectos (variveis implcitas) da EaD.

    Aps essa primeira anlise, elaboramos e validamos o instrumento utilizado nesta pesquisa, seguindo uma adaptao dos processos sugeridos por Koufteros (1999) e Lunardi (2008). Segundo os autores, ao desenvolver-se um instrumento e realizar-se a sua validao, uma sequncia de sete passos deve ser realizada: (1) a elaborao do questionrio (envolvendo a reviso de literatura, a definio das variveis, a validade de face e contedo e o pr-teste do instrumento, juntamente com a sua reviso), (2) a coleta de dados, (3) a anlise de fidedignidade dos constructos e do instrumento, (4) o teste de unidimensionalidade, realizado atravs da anlise fatorial exploratria no bloco, (5) a validade discriminante, realizada atravs da anlise fatorial exploratria entre blocos, (6) novamente a fidedignidade dos constructos, e (7) a validade dos constructos, atravs da anlise fatorial confirmatria.

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    Por esta pesquisa apresentar caractersticas predominantes de um estudo exploratrio (tendo por objetivo propor um instrumento e no testar relaes entre diferentes variveis), foram realizadas apenas as seis primeiras etapas sugeridas.

    O instrumento proposto foi composto por trs questes abertas e vinte e nove questes fechadas. Dentre as questes abertas, duas buscaram identificar os aspectos positivos e negativos dos cursos, enquanto a terceira indagava acerca de quais mudanas o estudante proporia ao curso. As questes fechadas abarcavam aspectos referentes a: estrutura e organizao do curso, navegao e usabilidade, interao dos estudantes, estrutura fsica do polo, recursos humanos do polo, estrutura e contedo das disciplinas, tutoria a distncia e professores. Em cada questo proposta, os estudantes deveriam atribuir uma nota de zero (discordo totalmente) a dez (concordo totalmente), de acordo com a sua concordncia em cada item apresentado.

    A anlise fatorial exploratria (AFE) foi utilizada em nosso estudo com o objetivo de auxiliar na validao do instrumento, bem como determinar o nmero de variveis implcitas (dimenses) subjacentes ao conjunto completo de itens (variveis explcitas) presentes no questionrio. Alm de fornecer uma forma de explicar a variao entre um nmero relativamente grande de variveis propostas (itens ou indicadores), a anlise fatorial cria uma nova lista de variveis (chamados de fatores), porm em nmero reduzido o que facilita sua compreenso, interpretao e manuseio.

    Na AFE, os fatores so gerados de forma que o primeiro deles contenha a maior proporo possvel de varincia do conjunto de valores original. O segundo fator, por sua vez, agrupa um conjunto diferente de itens, normalmente no correlacionado com o primeiro e assim sucessivamente. Os fatores seguintes devem conter progressivamente menos varincia, ficando os ltimos com a menor quantidade de variabilidade dos dados. Dessa forma, os ltimos fatores podem ser desconsiderados, tendo em vista que contm pouca varincia do conjunto de dados (Hair et al., 1998).

    A anlise fatorial tem sido utilizada na validao de instrumentos de avaliao em diversas reas. Almeida, Pinto e Piccoli (2007) utilizaram esse mtodo na autoavaliao de cursos de graduao, na modalidade presencial. Tractenberg, Kubota e Barbastefano (2004) utilizaram a AFE na avaliao da qualidade percebida pelos estudantes nos cursos distncia oferecidos pela Fundao Getlio Vargas on-line. Os autores aplicaram um instrumento com 25 itens, obtendo quatro fatores ou dimenses subjacentes, que juntas explicaram 64,06% da varincia total do instrumento utilizado.

    Como forma de avaliar a confiabilidade do instrumento, utilizou-se o alfa de Cronbach, o qual varia de 0 (zero) a 1 (um), sendo que 1 (um) significa o mximo de consistncia interna (Bean e Creswell, 1980; Hair et al., 1998; Lunardi, 2008; Malhotra, 2006;). De acordo com Hair et al. (1998) e Malhotra (2006), valores acima de 0,60 so considerados satisfatrios em pesquisas exploratrias.

    Aps definidas as dimenses pela AFE e realizada a validao do instrumento1, comparamos as mdias de cada fator (dimenso), a fim de verificar a presena de diferena significativa entre os grupos de respondentes, com relao ao programa (UAB ou Pr-Licenciatura) e as geraes (baby boomers, X e Y). Para tal, aplicamos o teste t de Student para amostras independentes e a anlise de varincia. Nas dimenses que

    1 Maiores detalhes do processo de validao e construo do instrumento de avaliao pode ser encontrado em Pinto (2012).

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    apresentaram diferenas estatisticamente significativas entre as mdias dos grupos analisados, procedeu-se comparao de cada uma das questes que compem a referida dimenso. Tal procedimento permitiu identificar pontualmente os aspectos em que predominam essas diferenas.

    3. Participantes da pesquisa Durante o decorrer desse estudo, nossa instituio ofereceu quatro cursos de graduao: Bacharelado em Administrao, Licenciatura em Pedagogia, no mbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB); Licenciatura em Matemtica e Licenciatura em Cincias Biolgicas, no mbito do Pr-Licenciatura. Os cursos mencionados tm durao de oito a nove semestres e so oferecidos em polos presenciais, distribudos no Estado do Rio Grande do Sul/Brasil.

    Dos 419 estudantes que efetivamente cursaram o primeiro semestre dos cursos de graduao, 128 (30,5%) participaram da presente pesquisa. Dentre estes estudantes, 50% tm 31,5 anos ou mais (tabela 1.), sendo a idade mdia geral de 33,4 anos. A idade mdia entre os estudantes do gnero feminino (mdia = 33,6 anos) maior do que a idade mdia dos estudantes do gnero masculino (mdia = 32,7 anos). Resultados semelhantes foram encontrados por Penterich (2009) em um estudo sobre 13 cursos de graduao oferecidos na modalidade a distncia. Esses resultados tambm acompanham o cenrio nacional, conforme o Censo da Educao Superior no Brasil, o qual indica que 50% dos estudantes tm 32 anos ou mais (idade mediana) e idade mdia geral igual a 34 anos, com desvio padro de 9,3 anos (Brasil, 2010). A partir desses resultados, podemos observar que a EaD vem oportunizando acesso ao ensino superior a pessoas em uma faixa etria acima dos estudantes do ensino presencial, que conforme o Censo da Educao Superior no Brasil, de 26 anos.

    Os cursos oferecidos na modalidade a distncia da FURG apresentam maior participao feminina (70,1%). Este resultado tambm semelhante ao obtido por Penterich (2009) que encontrou proporo de estudantes do gnero feminino na ordem de 70,3%. Ambos os resultados acompanham o cenrio nacional, no qual a presena feminina nos cursos de graduao a distncia de 69,2%. Maior representao feminina no Ensino Superior tambm observada nos cursos de graduao da modalidade presencial (55,1%), de acordo com o Censo da Educao Superior (Brasil, 2010).

    Conscientes da diversidade no perfil dos estudantes no mbito da EaD, voltamos nosso olhar para as diferentes geraes que compem o corpus de anlise, pois, segundo Minayo (2006:40), preciso analisar a contribuio de determinado ator social ou coletivo, levando em conta o tempo histrico em que viveu, pois seu conhecimento e sua prtica so relativos aos limites das relaes sociais de produo concretas.

    Nesta pesquisa (tabela 1), observamos trs geraes: Gerao Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964), Gerao X (1965 a 1977) e Gerao Y (1978 a 1995). Cada uma dessas geraes foi constituda em distintos contextos histricos, culturais, polticos e sociais, apresentando, assim, valores e aspiraes diferentes. As datas que marcam as geraes variam um pouco entre diferentes autores e neste estudo adotamos a mesma classificao utiliza por Penterich (2009), semelhante s classificaes indicadas por Coimbra e Schikmann (2001) e Maldonado (2005).

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    Tabela 1. Caracterizao Geral dos respondentes CARACTERSTICAS N %

    Gnero Feminino

    89

    70,1

    Masculino No respondeu

    38 01

    29,9 -

    Gerao Baby boomer X Y

    32 39 57

    25,0 30,5 44,5

    Programa UAB Pr-Licenciatura

    89 39

    69,5 30,5

    Total 128 100,0 Idade Feminino Masculin Total

    Mdia 33,6 32,7 33,4

    Desvio-padro 11,01 10,98 10,96

    Fonte: Elaborao prpria

    A gerao Baby Boomers formada pelos filhos do ps-guerra. Nasceram no perodo em que a sociedade estava sendo reconstruda em alta velocidade. Como consequncia, os indivduos desse perodo foram educados sob disciplina rgida nos estudos, no trabalho e em quase todos os aspectos culturais. Tal rigidez foi o principal motivo para o surgimento de jovens mais rebeldes e contestadores que, em sua maioria, tornaram-se adultos conservadores. Os membros dessa gerao valorizam o status e a ascenso profissional dentro da empresa, qual so leais (Maldonado, 2005; Oliveira, 2010; Penterich, 2009).

    A menor participao dessa gerao (25%) (figura 1) pode ser explicada pela prpria estrutura da EaD que, mediada pelas tecnologias de informao e comunicao, pressupe os dilogos virtuais como meio de interao entre os estudantes e professores/tutores, os quais por si s j constituem-se um obstculo aos membros desta gerao. Alm disso, a experincia, enquanto estudantes dessa gerao, foi influenciada pelo paradigma tradicional, em que o discente, segundo Behrens e Oliari (2007), era silenciado em sua fala, impedido de expressar suas ideias e dificilmente lhes eram proporcionadas atividades que envolvessem a criao. A EaD, com o suporte da Internet, exige um outro perfil de estudante, que tenha principalmente autonomia, criatividade e facilidade em expressar suas ideias e interagir no meio digital.

    A gerao X sofreu com a ausncia dos pais trabalhadores e com as famlias separadas pelos divrcios, o que segundo Conger (1998), levou essa gerao a valorizar mais a famlia e a ter maior preocupao com a qualidade de vida, buscando equilbrio entre o trabalho e a vida pessoal. A crise econmica vivida pela gerao X provocou certa instabilidade no mercado de trabalho, o que mudou a concepo de lealdade empresa e levou seus membros a buscarem melhor qualificao profissional. Essa necessidade, atrelada busca pelo equilbrio entre trabalho e vida pessoal, pode ser uma das razes do interesse dessa gerao (31%) por cursos na modalidade a distncia. Alm disso, tal gerao preza por um ambiente de trabalho com liberdade, flexibilidade e sente necessidade de feedbacks.

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    Figura 1. Perfil da amostra quanto ao programa, gnero e gerao Fonte: Elaborao prpria

    Enquanto a gerao X foi afetada de forma significativa pelo surgimento da televiso e pelos programas superficiais, a gerao Y teve sua realidade completamente transformada com o advento do videogame. Os jogos eletrnicos, cada vez mais desafiadores e competitivos, estimularam a busca por melhores resultados. Os membros dessa gerao tornaram-se mais independentes, criativos, esperanosos, decididos e questionadores (Maldonado, 2005). Eles no se adaptam a regras rgidas, s fazem o que percebem que tem sentido, alm disso, eles necessitam de constante reconhecimento. Acreditam no trabalho em equipe, precisam de liberdade para tomar decises, flexibilidade de horrios e espao.

    Em estudo semelhante realizado por Penterich (2009), a gerao Y representou 46% dos estudantes. Em nosso estudo, a gerao Y representa 45% dos estudantes, sendo que essa gerao est mais presente nos cursos oferecidos pela UAB (figura 1). Segundo Penterich (2009), essa gerao tende a dedicar mais tempo s atividades virtuais e aos trabalhos em grupo na rede do que s tarefas presenciais. O convvio com as tecnologias interativas leva essa gerao busca intensa pela ampliao da rede de relacionamentos.

    Nas trs geraes, observamos uma participao maior do gnero feminino (figura 1), acompanhando a tendncia geral j destacada. A gerao Baby Boomers apresenta participao equilibrada (figura 1) entre os programas UAB e Pr-Licenciatura. J a gerao X est mais presente nos cursos da UAB. O mesmo observado na gerao Y de forma mais acentuada, o que pode ser explicado por este programa ser dirigido a professores em exerccio da rede pblica de ensino sem formao na rea em que atuam. Provavelmente, por isso que o Pr-Licenciatura no atinge geraes mais jovens, uma vez que em sua maioria os concursos pblicos, nos ltimos anos, tm exigido qualificao adequada para o preenchimento do quadro de professores.

    4. Problematizao dos resultados A anlise da confiabilidade do instrumento, verificada atravs do coeficiente alfa de Cronbach (0,90), indicou um alto nvel de consistncia interna das medidas utilizadas. Os resultados obtidos atravs da anlise fatorial permitiram identificar seis fatores (dimenses) da modalidade a distncia que explicam 74,05% da varincia total dos itens propostos. Estes resultados podem ser observados na (tabela 2), bem como a definio conceitual de cada fator. De acordo com Hoppen, Lapointe e Moreau (1996), a definio conceitual especifica, de forma mais exata e precisa, a dimenso em estudo, enquanto a

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    definio operacional feita com base nos itens do instrumento que integram cada fator e identifica a dimenso que est sendo investigada.

    Aps a validao e o refinamento do instrumento, procedemos discusso dos resultados obtidos na anlise fatorial exploratria. O primeiro fator, Ao Pedaggica, explica 19,23% da varincia total dos itens estudados (VT=19,23%). A anlise dos itens com as cargas fatoriais mais altas nesse fator nos permite inferir que esses elementos esto relacionados ao pedaggica.

    Cabe salientar que a educao a distncia, em relao modalidade presencial, implica novos papis para os estudantes e para os professores, novas atitudes e metodologias de ensino, baseadas na dinamicidade das tecnologias digitais. Estas, por sua vez, ampliam as possibilidades de interao e simulao, o que pode desacomodar a prtica pedaggica do professor. Novello (2011), ao investigar os processos de articulao entre professores e tutores na modalidade a distncia, ressalta que o papel do tutor a distncia vai alm da orientao do estudante na compreenso dos temas especficos em estudo e na organizao das atividades acadmicas; papel do tutor estabelecer estratgias pedaggicas, por meio de um processo coletivo e estreito com o professor. Assim, quando o trabalho realizado em cooperao, o estudante no v o professor e o tutor a distncia como autores separados do processo educativo, mas sim como um todo integrado, uma equipe.

    O trabalho cooperativo entre professor e tutor torna-se essencial para viabilizar a interao e o dilogo com o estudante, ainda mais que o nmero de vagas em cada curso de aproximadamente 150. O tutor a distncia trabalha junto ao professor responsvel pela disciplina, dando apoio pedaggico, cognitivo e motivacional aos estudantes, com a mediao da tecnologia. No polo, o estudante tambm conta com o apoio do tutor presencial, o qual oferece suporte na ao pedaggica no que se refere ao acolhimento e organizao das atividades do curso. No entanto, nesta pesquisa, as questes do instrumento referentes ao Tutor Presencial (F3) ficaram alocadas em uma dimenso parte da Ao Pedaggica (F1), o que nos leva a perceber que para o estudante de graduao o trabalho do tutor presencial est desvinculado da ao pedaggica. Tal resultado trouxe preocupao aos gestores da EaD na instituio, tendo em vista que esta acredita que o trabalho cooperativo entre professor e tutores, tanto presencial quanto a distncia, essencial para viabilizar a interao e o dilogo com o estudante, ainda mais com o elevado nmero de vagas em cada curso (distribudos pelos diversos polos).

    Tabela 2. Anlise Fatorial Exploratria

    INDICADORES F1 F2 F3 F4 F5 F6 M 1 CV 2

    AO PEDAGGICA DEFINIO CONCEITUAL: DIALOGICIDADE ENTRE O ENSINAR O APRENDER A PARTIR DA AO DOS PROFESSORES E TUTORES A DISTNCIA

    8,4 16,4%

    Os tutores a distncia estiveram bem integrados turma.

    2 ,913 7,9 25,2%

    Os tutores a distncia atenderam com rapidez aos seus questionamentos.

    ,879 7,9 22,2%

    Os tutores a distncia ofereceram suporte terico satisfatrio.

    ,874 8,1 20,7%

    Os professores/tutores aproveitaram, adequadamente, o encontro presencial para promover a integrao da turma e expor a disciplina.

    ,695 8,8 19,9%

    A forma como os professores apresentaram os contedos despertou o interesse pela disciplina.

    ,639 8,7 15,4%

  • Revista Iberoamericana de Evaluacin Educativa

    255

    Tabela 2. Anlise Fatorial Exploratria (continuao) A qualidade do material disponibilizado pelos professores foi satisfatria.

    ,546 8,6 15,5%

    Os professores mostraram-se disponveis para resolver eventuais problemas ocorridos na disciplina.

    ,465 8,7 14,7%

    COERNCIA PEDAGGICA DEFINIO CONCEITUAL: COESO ENTRE O PROCESSO AVALIATIVO E A PROPOSTA PEDAGGICA

    8,7 14%

    A avaliao da aprendizagem foi coerente com os objetivos e contedos da disciplina.

    , 854 8,7 16,8%

    Houve coerncia entre o contedo ministrado e o exigido nas atividades realizadas.

    , 852 8,7 15,2%

    Os trabalhos propostos contriburam para a aprendizagem dos contedos.

    , 792 8,9 12,6%

    As orientaes para a realizao das atividades foram claras.

    , 667 8,1 18,3%

    Os professores estimularam a criticidade dos alunos, nas atividades propostas.

    ,570 8,9 13,6%

    TUTOR PRESENCIAL DEFINIO CONCEITUAL: ATUAO DO TUTOR PRESENCIAL NA AO PEDAGGICA

    9,2 12,6%

    O tutor presencial foi eficiente na busca pela soluo de problemas.

    , 889 9,4 14,6%

    O tutor presencial apoiou, de forma adequada, a realizao das atividades.

    , 883 9,3 14,7%

    O tutor presencial potencializou momentos de integrao da turma.

    , 870 9,3 16,1%

    O nvel de interao presencial com os outros alunos foi satisfatrio.

    ,500 8,7 16,3%

    ESTRUTURA E ORGANIZAO DO CURSO DEFINIO CONCEITUAL: FORMA COM A QUAL O CURSO EST DISPOSTO

    7,4 24,2%

    O tempo destinado a cada disciplina foi suficiente. , 791 6,8 32,6%

    A distribuio das disciplinas, ao longo do semestre, foi adequada.

    , 677 7,5 29,5%

    Houve integrao entre as disciplinas do curso. , 576 7,8 28,3%

    INFRAESTRUTURA E FUNCIONAMENTO DO POLO DEFINIO CONCEITUAL: CONDIES OFERECIDAS PELO POLO PRESENCIAL

    8,3 19,5%

    Os horrios de funcionamento do polo correspondem s demandas do curso.

    , 760 8,8 21,9%

    Os recursos (xerox, computadores, sala de aula, material didtico) disponveis no polo atenderam s suas necessidades.

    , 641 7,5 31,1%

    A velocidade da internet foi adequada s necessidades do curso.

    , 594 8,5 21,2%

    COORDENADOR DO POLO DEFINIO CONCEITUAL: TRABALHO REALIZADO PELO COORDENADOR DO POLO PRESENCIAL

    9,1 17,2%

    O coordenador do polo buscou atender s necessidades dos alunos.

    , 851 9,1 17,8%

    O coordenador do polo foi atencioso. , 765 9,2 18,5%

    Autovalor 4,63 3,69 3,37 2,22 2,03 1,83

    % varincia total explicada - (VT =74,05%) 19,23% 15,39% 14,05% 9,29% 8,46% 7,63%

    Alfa Cronbach ,91 ,89 ,83 ,71 ,61 ,89

    KMO medida de adequao da amostra (KMO = ,814 )

    Teste de Bartlet (qui quadrado = 1802,29 / p=,000)

    1 As medidas estatsticas para cada uma das seis dimenses (fatores) foram calculadas com base nos itens do instrumento que as compem, identificados previamente pela anlise fatorial. 2 CV = Coeficiente de variao [ (desvio padro/mdia)x100] Fonte: Elaborao prpria

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    Para Novello (2011), o papel do tutor vai alm da orientao do estudante na compreenso dos temas especficos em estudo e na organizao das atividades acadmicas. papel do tutor, tambm, contribuir com a proposta pedaggica, pela qual foram concebidos os materiais didticos; sua interveno poder melhor-la e, dessa forma, o dilogo pedaggico entre professores e tutores pode ser estabelecido com base na cooperao (Novello, 2011:189).

    Entendemos que o trabalho cooperativo entre professores e tutores de suma importncia na ao e coerncia pedaggica, a fim de possibilitar que o estudante perceba o professor e os tutores como um todo integrado, uma equipe, e no como autores separados no processo educativo.

    De acordo com os referenciais de qualidade para a EaD, o domnio do contedo imprescindvel, tanto para o tutor presencial quanto para o tutor a distncia, bem como a habilidade para estimular a busca de conhecimento e desenvoltura no uso das tecnologias de comunicao e informao. Alm disso, esse documento apresenta o tutor como um autor que participa ativamente do ensinar e do aprender. Essa semelhana entre as funes de professores e tutores na EaD suscita maiores discusses sobre seus papis, o que, segundo Alonso (2010), essencial para a consolidao dessa modalidade.

    salutar, portanto, no cenrio da EaD, que se efetivem, definitivamente, os novos campos profissionais que surgem com o seu uso, sem que se confunda a quem cabe o papel de mediar aprendizagem/conhecimento e de tomar decises pedaggicas afetas ao processo da formao (p.1330).

    Para que isto ocorra, precisamos buscar o reconhecimento profissional da atuao do tutor como um professor e no como um autor-coadjuvante desse processo. A compreenso da complementaridade das aes pedaggicas passa pelo entendimento, do professor e do tutor, de que a mediao pedaggica deixa de ser individual, pois na EaD, ela exercida por um coletivo de profissionais, com estratgias e vises decorrentes de seus processos formativos e de suas experincias no ensino presencial. A ao exercida por um interfere na ao do outro, por isso elas devem ser encadeadas, planejadas e obedecer a uma coerncia compartilhada por todos para que o estudante sinta que existe uma unidade nesse coletivo, a saber, professor pesquisador/formador, tutor a distncia e tutor presencial.

    A produo do material didtico, item tambm alocado no F1, precisa ser pensada em uma abordagem pedaggica diferenciada que seja estruturada em linguagem dialgica e utilize um conjunto de mdias compatveis e coerentes com o contexto socioeconmico do pblico alvo (Costa, 2007:11), de forma a promover, orientar e incentivar a aprendizagem. Alm disso, a possibilidade de utilizar novas mdias provoca mudanas comportamentais e culturais que culminam em novas formas de relaes dos professores com sua profisso, o que implica conceber estratgias adequadas para utilizao das diferentes mdias disponveis.

    O processo de avaliao reflete a Coerncia da ao Pedaggica (F2), uma vez que as atividades propostas possibilitam a aprendizagem dos conceitos trabalhados nas disciplinas. Nos cursos de EaD propostos, a orientao a de que a avaliao da aprendizagem seja realizada ao longo do percurso, ou seja, que se considere a participao do aluno, suas dvidas, seus comentrios e suas atitudes em relao aos contedos abordados, bem como a participao discente nos grupos de trabalho, a fim de identificar eventuais dificuldades e buscar san-las ainda durante o processo de ensinar e

  • Revista Iberoamericana de Evaluacin Educativa

    257

    de aprender. O acompanhamento contnuo permite verificar as adequaes ou os redirecionamentos para a melhor compreenso do estudante.

    O polo presencial possibilita ao estudante sair do isolamento, transmitindo maior segurana em seu percurso devido ao sentimento de pertencimento a uma equipe (Corra, 2007:89). O Coordenador do polo (F6) parte integrante dessa equipe e o principal responsvel, tanto pelo funcionamento dos processos administrativos e pedaggicos que se desenvolvem no polo presencial quanto pelas condies de Infraestrutura fsica do polo (F5) e disponibilidade dos recursos fundamentais s necessidades dos estudantes (BRASIL, 2007).

    O Coordenador do polo exerce, nesse sentido, um papel fundamental para a estruturao da EaD, uma vez que ele faz parte da teia de relaes administrativas que se estabelece entre a Universidade e a Secretaria Municipal de Ensino. Se esse ator compreende a importncia da instituio pblica de ensino superior para a sua localidade, a EaD possivelmente passa a ser acolhida por aquela comunidade.

    Finalizada a validao do instrumento e a interpretao das dimenses elencadas, procedemos comparao das mdias de cada dimenso (tabela 3), a fim de verificar a presena de diferena significativa entre as percepes dos grupos de respondentes com relao ao Programa (UAB ou Pr-Licenciatura) e gerao (baby bommers, X, Y). Para tal, aplicamos o teste t de Student para amostras independentes e anlise de varincias, realizando uma anlise mais profunda nas dimenses que apresentaram diferena estatisticamente significativa entre as mdias.

    Todas as dimenses foram relativamente bem avaliadas pelos estudantes dos dois programas (menor mdia observada igual a 7,1). No entanto, os estudantes do Pr-Licenciatura atriburam mdias mais baixas em quase todas as dimenses, exceto na dimenso Infraestrutura e Funcionamento do Polo. Apenas as dimenses referentes Ao Pedaggica e Coerncia Pedaggica apresentaram diferena estatisticamente significativa (p=0,000 em ambas) entre os grupos analisados. Isto demonstra que os estudantes desses programas tm percepes distintas com relao a essas dimenses. Tal resultado pode estar associado ao fato dos cursos do Pr-Licenciatura serem ofertados pela REGESD que composta por vrias instituies, enquanto que nos cursos da UAB, o corpo docente composto pelos professores de uma nica IES.

    Tabela 3. Teste t entre os diferentes programas

    FATORES AMOSTRA (N=128) UAB

    (N = 89)

    PR-LICENCIATURA

    (N = 39 ) p

    Ao Pedaggica 8,4 8,8 7,5 0,000*

    Coerncia Pedaggica 8,7 9,0 8,0 0,000*

    Tutor Presencial 9,2 9,4 9,1 0,161

    Estrutura e Organizao do Curso 7,4 7,5 7,1 0,282

    Infraestrutura e Funcionamento do Polo

    8,3 8,2 8,4 0,583

    Coordenador do Polo 9,1 9,2 9,0 0,637

    *Diferena significativa ao nvel de significncia de 0,05 Fonte: Elaborao prpria

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    Segundo Maia e Mattar (2007), uma das caractersticas da EaD o fato de o professor ter deixado de ser uma entidade individual para se tornar uma entidade coletiva. No entanto, no Pr-Licenciatura os estudantes no perceberam to claramente este coletivo, talvez em decorrncia das equipes de professores e tutores pertencerem a diferente IES, o que pode ter dificultado uma maior coerncia tanto na ao pedaggica quanto no processo de avaliao e produo do material didtico.

    Vale aqui tambm destacar, que apesar das universidades que compem a REGESD apoiarem suas aes na EaD na tecnologia digital, elas diferem umas das outras, em decorrncia das diferentes condies socioeconmicas, tradies culturais e acadmicas, estratgias de aprendizado culturalmente determinadas, assim como concepes distintas sobre o papel da universidade na sociedade.

    Alm disso, a formao de professores e tutores est prevista tanto na UAB como no Pr-Licenciatura. No entanto, neste ltimo programa, a capacitao feita pela REGESD, enquanto os professores que atuam na UAB participam dos cursos de capacitao na prpria universidade, sendo estes diretamente influenciados pela concepo de EaD assumida pela IES, a partir das estratgias educacionais por esta assumidas culturalmente. Outro diferencial da UAB que o coordenador de curso est presente na nossa instituio, nica proponente do curso, o que j no ocorre no Pr-Licenciatura em que o coordenador pertence a uma das instituies da rede , fato que pode ter dificultado uma maior integrao entre o coordenador e os diferentes autores envolvidos nesta modalidade.

    Em nossa IES, h um consenso entre a esfera administrativa e pedaggica para que o professor responsvel pelas disciplinas e pelos estudantes da EaD, independente do programa, integre o corpo docente permanente da universidade. Alm disso, todos os professores, em ambos os programas, visitam todos os polos pelo menos duas vezes ao longo da disciplina, geralmente, acompanhados por um tutor a distncia. H que se destacar que isso no uma unanimidade entre as IES parceiras na REGESD, nas quais, geralmente, o tutor a distncia que vai ao polo nos encontros presenciais atender e esclarecer dvidas dos estudantes.

    Essas diferenas pedaggicas e organizacionais entre os dois programas afetam, como mostram as anlises realizadas nesta pesquisa, a percepo dos estudantes no que diz respeito Ao e Coerncia Pedaggica do curso. Isto fica claro porque estas revelam que os estudantes que participaram desta pesquisa percebem maior integrao entre professores e tutores a distncia na UAB, maior uniformidade tanto no proceder quanto no seu propsito.

    Segundo Prado (2006), a prpria fragmentao da mediao pedaggica, provocada pelos diferentes autores que atuam na EaD (professor pesquisador e formador, tutor a distncia e presencial) causa o tratamento isolado de seus elementos, como o material didtico, as atividades e a interao, o que pode levar supremacia de um em relao a outro. Por exemplo, quando o foco centra no ensino, a mediao pedaggica tende a enfatizar a produo de materiais; quando a nfase centrada na aprendizagem, as interaes so privilegiadas. A autora enfatiza a importncia do trabalho coletivo entre a equipe de profissionais que atuam na EaD, o que implica uma sintonia de princpios, um objetivo comum e uma postura de comprometimento um com o outro, levando construo coletiva de uma rede de aprendizagem. Esta sintonia fica ainda mais fragilizada quando estes autores esto em diferentes instituies.

  • Revista Iberoamericana de Evaluacin Educativa

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    A fim de identificar em que itens das dimenses Ao Pedaggica e Coerncia Pedaggica os estudantes do Pr-Licenciatura diferem dos estudantes da UAB, procedemos comparao das mdias em cada um dos itens do instrumento. Na Ao Pedaggica, apenas dois itens (tabela 4) no apresentam diferena estatisticamente significativa (p=0,098 e p=0,106, respectivamente), ou seja, no h divergncia de opinio entres os estudantes do Pr-Licenciatura e da UAB que participaram desta pesquisa em relao ao suporte terico e rapidez com que o tutor a distncia atende o estudante. Em todos os outros itens, as mdias so significativamente diferentes.

    Tabela 4. Teste t para diferena de mdias dos itens da dimenso Ao Pedaggica em relao aos programas

    ITENS UAB

    (N=89) PR-

    LICENCIATURA (N=39)

    P

    A qualidade do material disponibilizado pelos professores foi satisfatria. 9,1 7,7 0,000*

    Os professores/tutores aproveitaram, adequadamente, o encontro presencial para promover a integrao da turma e expor a disciplina.

    9,4 7,7 0,000*

    Os tutores a distncia ofereceram suporte terico satisfatrio. 8,5 7,4 0,098

    Os tutores a distncia atenderam com rapidez aos seus questionamentos. 8,3 7,3 0,106

    Os tutores a distncia estiveram bem integrados turma. 8,3 7,1 0,002*

    A forma como os professores apresentaram os contedos despertou o interesse pela disciplina. 9,1 7,7 0,000*

    Os professores mostraram-se disponveis para resolver eventuais problemas ocorridos na disciplina. 9,0 8,2 0,032*

    *Diferena significativa ao nvel de significncia de 0,05 Fonte: Elaborao prpria

    Na Coerncia Pedaggica, todos os itens apresentam diferena estatisticamente significativa (tabela 5), indicando que os estudantes da UAB, que participaram da pesquisa, perceberam uma coeso pedaggica maior do que o observado pelos estudantes do Pr-Licenciatura.

    Outra relao estudada (tabela 6) foi a diferena de mdias em relao s geraes as quais os estudantes pertenciam. Nesse caso, a percepo dos estudantes pertencentes aos trs subgrupos foram comparadas: baby boomers, gerao X e gerao Y. Esta anlise foi feita atravs da anlise de varincia e, uma vez rejeitada a hiptese de igualdade entre as mdias, aplicamos o teste de Duncan, a fim de identificar qual(is) subgrupo(s) difere(m) dos demais.

    Os estudantes da gerao baby boomers apresentaram mdias mais baixas em quatro das seis dimenses. As excees apareceram nas dimenses Estrutura e Organizao do curso e Infraestrutura e Funcionamento do Polo. Apesar desses resultados, apenas a dimenso Ao Pedaggica apresentou diferena estatisticamente significativa (p=0,009) com relao aos demais grupos.

  • S. S. Pinto, D. P. Laurino y G. L. Lunardi

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    Tabela 5. Teste t para diferena de mdias dos itens da dimenso Coerncia Pedaggica em relao aos programas

    ITENS UAB

    (N=89) PR-

    LICENCIATURA (N=39)

    P

    As orientaes para a realizao das atividades foram claras. 8,6 7,3 0,000*

    Houve coerncia entre o contedo ministrado e o exigido nas atividades realizadas. 9,0 8,2 0,005*

    Os trabalhos propostos contriburam para a aprendizagem dos contedos. 9,2 8,3 0,001*

    A avaliao da aprendizagem foi coerente com os objetivos e contedos da disciplina. 9,0 8,3 0,011*

    Os professores estimularam a criticidade dos alunos nas atividades propostas. 9,2 8,4 0,013*

    *Diferena significativa ao nvel de significncia de 0,05 Fonte: Elaborao prpria

    Tabela 6. Anlise de varincia entre os diferentes programas

    FATORES BABY BOOMERS (N=32) X

    (N=39) Y

    (N=57) P

    Ao Pedaggica 7,83 8,5 8,76 0,009*

    Coerncia Pedaggica 8,49 8,68 8,97 0,187

    Tutor Presencial 9,0 9,56 9,31 0,25

    Estrutura e Organizao do Curso 7,63 7,07 7,57 0,301

    Infraestrutura e Funcionamento do Polo 8,37 8,16 8,24 0,88

    Coordenador do Polo 9,05 9,22 9,16 0,913

    *Diferena significativa ao nvel de significncia de 0,05 Fonte: Elaborao prpria

    O teste Duncan (tabela 7) demonstrou que os estudantes que participaram da pesquisa e pertencem gerao baby boomers diferem dos estudantes da gerao X e da gerao Y, sendo que as geraes X e Y no apresentam diferena significativa entre eles com relao Ao Pedaggica.

    Uma das dificuldades da gerao baby boomers na EaD est na prpria flexibilidade dessa modalidade e na prenncia de maior autonomia do estudante, o que pressupe organizao, iniciativa e autonomia. Alm disso, a falta do contato com o professor na EaD outro obstculo vivido pelos membros dessa gerao, j que esta possui uma imagem, mesmo que caricata, hierrquica da figura do professor. Por outro lado, as geraes X e Y aprenderam desde cedo a lidar com as tecnologias digitais, so mais independentes, relacionam-se com vrias pessoas atravs da internet, tiveram estrutura familiar semelhante, prezam a liberdade e a flexibilidade no trabalho, so mais autoconfiantes e gostam que seu trabalho seja reconhecido, assim como de sentirem que fazem a diferena.

  • Revista Iberoamericana de Evaluacin Educativa

    261

    Tabela 7. Teste Duncan para a diferena de mdias entre as geraes no fator Ao Pedaggica

    GERAES P

    Gerao Baby Boomers = Gerao X 0,036*

    Gerao Baby Boomers = Gerao Y 0,003*

    Gerao X = Gerao Y 0,363

    *Diferena significativa ao nvel de significncia de 0,05 Fonte: Elaborao prpria

    A EaD vem, cada vez mais, assumindo caractersticas distintas e avanos significativos, os quais esto ligados s demandas da sociedade e ao avano contnuo da cincia e tecnologia. Consequentemente, o papel da educao est se transformando e suas estratgias precisam ser modificadas, possibilitando formar seres capazes de conviver, comunicar e dialogar num mundo conectado e interativo.

    As transformaes pelas quais a sociedade foi passando ao longo do tempo, atreladas aos avanos tecnolgicos, apontam para a necessidade de formar indivduos capazes de (Castells, 2003):

    [...] aprender a aprender ao longo de toda a vida, obtendo a informao que est digitalmente armazenada, recombinando-a e usando-a para produzir conhecimento para qualquer fim que tenhamos em mente. Esta simples declarao pe em xeque todo o sistema educacional desenvolvido durante a Era Industrial. No h reestruturao mais fundamental. E muitos poucos pases e instituies esto verdadeiramente voltados para ela, porque, antes de comearmos a mudar a tecnologia, a reconstruir as escolas, a reciclar os professores, precisamos de uma nova pedagogia, baseada na interatividade, na personalizao e no desenvolvimento da capacidade autnoma de aprender e pensar (p. 227).

    Os conceitos tradicionais de educao no so mais suficientes. Precisamos repensar o papel e a funo das instituies de ensino, repensar outras formas de compor os currculos. Como aponta Moraes (2007), fundamental compreender que no possvel controlar as mudanas do mundo e sim aprender a viver na mudana; acima de tudo, preciso compreender a vida como um processo dinmico, flexvel e interdependente, um processo individual e coletivo.

    5. Consideraes A anlise quantitativa mostrou que nas trs geraes, identificadas nesta pesquisa, houve maior participao do gnero feminino, que a gerao Baby Boomers apresentou participao equilibrada entre os programas UAB e Pr-Licenciatura, que a gerao Y est mais presente nos cursos da UAB e que os estudantes desses programas tm percepes distintas com relao a ao e coerncia pedaggica.

    A identificao do perfil dos estudantes desta pesquisa aponta para um dos desafios da EaD que fazer com que as diferentes geraes interajam, ao dividirem experincias e cooperarem umas com as outras, fazendo com que as diferenas sejam produtoras de novas formas de convivncia. Com base nos resultados desta pesquisa, podemos concluir que na organizao dos cursos de graduao da EaD, no que se refere ao formato do material didtico e s formas de comunicao entre estudantes, tutores e professores preciso considerar a heterogeneidade das geraes. Isto evidencia ateno s diferenas e

  • S. S. Pinto, D. P. Laurino y G. L. Lunardi

    262

    para a importncia de criar estratgias a fim de superar as dificuldades provenientes, constitudas sob a influncia da poca vivida pelos membros de cada gerao. No entanto, para que isto ocorra, necessrio conceber todas as geraes em um processo que reconhea a importncia das diferenas e no os limites ou a mera comparao, uma vez que cada uma delas se constituiu em contextos distintos.

    As diferenas pedaggicas e organizacionais entre os dois programas, Pr-Licenciatura e UAB, afetaram a percepo dos estudantes no que diz respeito Ao e Coerncia Pedaggica dos cursos. Os estudantes perceberam maior integrao entre professores e tutores a distncia na UAB, maior uniformidade tanto no proceder quanto no seu propsito. Este resultado aponta para a necessidade de maior integrao entre os professores de diferentes IES e busca pela superao da cultura do individualismo no trabalho docente, ainda presente na cultura da educao tradicional. Na EaD, a ao pedaggica compartilhada por professores e tutores, o que evoca o trabalho cooperativo. Cooperar requer a coordenao da diversidade das diferentes formas de agir e pensar. Exige dedicao, tempo e responsabilidade conjunta em encontrar solues para as dificuldades ou para os problemas enfrentados, essa ao exercita a tolerncia e o respeito s diferenas individuais.

    Os espaos e tempos educativos, profissionais e sociais esto sendo transformados. No entanto, no seguem um padro nico, apresentam variaes que dependem do contexto histrico, cultural, econmico e social. preciso educar para a diversidade dos outros, saber que cada um tem o direito de ser diferente, nico e singular, o que exige respeito pelo outro. O conhecimento depende dos autores envolvidos, em contnua construo, reconstruo e renegociao.

    Como contribuies prticas do estudo, tem-se o desenvolvimento de um instrumento que pode ser utilizado por educadores e instituies de ensino com o objetivo de avaliar diferentes programas e cursos de EaD, identificando seus aspectos positivos e negativos, alm de permitir um acompanhamento constante da sua evoluo.

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    *Diferena significativa ao nvel de significncia de 0,05