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Pólo Agro-Industrial de Capanda

Capítulo 8

IMPACTO MACROECONÓMICO DO PAC

ÍNDICE

8. IMPACTO MACROECONÓMICO DO PAC ........................................................................ 879

8.1 ANTECEDENTES .................................................................................................. 879

8.2 INDICADORES DE VIABILIDADE SOCIAL ........................................................... 882

8.3 BENEFÍCIOS QUANTIFICÁVEIS .......................................................................... 883

8.3.1 Substituição de importações .................................................................................... 883

8.3.2 Impacto na segurança alimentar .............................................................................. 890

8.3.3 Balanço alimentar ................................................................................................... 892

8.3.4 Geração de renda e emprego .................................................................................. 897

8.4 INVESTIMENTOS GLOBAIS PARA IMPLANTAÇÃO AGRO-PRODUTIVA DO PAC . 904

8.4.1 Investimentos totais para as actividades agro-silvo-pastoril ....................................... 904

8.4.2 Investimentos totais nas Empresas Âncora e nas Empresas de Actividades

Correlacionadas ................................................................................................................. 908

8.5. CONCLUSÃO ........................................................................................................ 912

GRÁFICOS ..................................................................................................................... 913

QUADROS ...................................................................................................................... 913

BIBLIOGRÁFIA .............................................................................................................. 915

ABREVIAÇÕES

BNDES Banco Nacional do Desenvolvimento (Brasil)

CIF Custo, Seguro e Frete até porto de destino nomeado (Incoterm)

FOB Livre a Bordo até porto de embarque nomeado (Incoterm)

INE Instituto Nacional de Estatística

Kcal Quilo calorias

OMS Organização Mundial da Saúde

ONU Organização das Nações Unidas

TIRS Taxa Interna de Rentabilidade Social

UNICEF Fundo das Nações Unidas para a Infância (United Nations Children`s Fund)

VALS Valor Actualizado Líquido Social

VET Valor Energético Total (2.00 Kcal)

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8. IMPACTO MACROECONÓMICO DO PAC

8.1 Antecedentes

O presente capítulo refere-se a uma avaliação da contribuição que o Pólo Agro-Industrial de

Capanda deverá prestar ao bem-estar da população e à própria economia de Angola, ou seja, a sua

avaliação da óptica governamental – componente estratégico para o seu sucesso, na medida em que

a caracterização da sua efectividade no atendimento aos objectivos do Executivo, manifestos através

dos seus Planos, Programas e Projectos – é condição básica para que os seus potenciais investidores

beneficiem dos incentivos propiciados por essas políticas.

Note-se que esta avaliação foge aos cânones tradicionais da análise da viabilidade económica

de projectos, na medida em que o PAC não busca apenas – como é tratado nos modelos clássicos de

avaliação – o rendimento económico dos recursos de capital aplicado. Trata-se de um componente

estratégico que integra toda uma constelação de esforços de reconstrução das bases económica e

social do País, procurando contribuir com um conjunto de acções integradas que, sinergicamente,

possam superar as actuais limitações principalmente no segmento da busca do maior grau possível

de segurança alimentar, isso dentro de um contexto de sustentabilidade ambiental, social e

económica1.

A avaliação do ponto de vista das empresas envolvidas – investidores potenciais do Pólo – já

foi elaborada no Capítulo 7. Potencial do Agronegócio no PAC, onde é demonstrada a viabilidade

empresarial do PAC, condição “sine qua non” para o seu arranque: a ausência de retorno financeiro

certamente desestimularia ou mesmo inviabilizaria o investimento privado. Esta análise, porém,

apresenta uma visão incompleta do que efectivamente ocorre em decorrência da implantação do

PAC, na medida em que não incorpora os efeitos macroeconómicos e sociais que dele se espera.

Há, assim, que inovar através de uma análise diferenciada. Esta não apresenta resultados

singulares e conclusivos como seria numa avaliação social (ou macroeconómica) tradicional,

incorporando “preços-sombra” aos factores de produção e gerando uma Taxa Interna de

Rentabilidade Social – TIRS ou uma Relação Benefício/Custo Social – B/Cs ou, ainda, um Valor

Actualizado Líquido Social - VALS, critérios que se possam considerar como decisivos para justificar a

implantação do Projecto. Em primeiro lugar, tal técnica não incorpora efeitos considerados como 1 Por “sustentabilidade económica” entende-se a capacidade de um Projecto de, após determinado período de operação com o apoio externo – usualmente o Executivo – ser capaz de sustentar-se por seus próprios meios, principalmente através das suas receitas próprias.

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essenciais no Programa em seus aspectos sociais e estratégicos: essa análise contempla apenas a

eficiência macroeconómica de aplicação do capital. Ademais, não se dispõem, para Angola, dos

chamados “factores de correcção” preconizados pelas principais metodologias dessa técnica2,

extremamente complexa e cujo desenvolvimento, além de fortemente dependente de estatísticas

detalhadas e precisas – inexistentes no caso actual – transcende aos objectivos deste Master Plan

(Plano Director).

Ou seja, o PAC vai além da simples “aplicação economicamente eficiente do capital”, premissa

básica da avaliação convencional. É, sim, um ambicioso projecto integrado que contempla vários

componentes de ordem estratégica e social para o país, através da contribuição à melhoria da

segurança alimentar, da geração de empregos, da incorporação de agricultores familiares ao

processo produtivo, de capacitação do recursos humanos, de reconstrução dos canais tradicionais de

comercialização, de criação de uma nova geração de empresários rurais – e económico, através da

geração de renda, diversificação da base produtiva do país, substituição de importações e atracção

de investimentos, tudo isso sob uma visão de sustentabilidade tanto ambiental quanto económica.

Assim, a metodologia aqui utilizada inova sobre o procedimento convencional, na qual se

dimensionam os investimentos, avaliam os custos de produção a incorrer, estimam-se os benefícios

económicos a gerar com as vendas e calcula-se um único índice de rentabilidade do PAC, tudo isso a

partir de preços correntes (na avaliação privada) ou corrigidos (preços-sombra, na avaliação

macroeconómica ou social). Aqui se analisam, sim, os custos de produção e os preços que serão

praticados nas vendas, de maneira que se possa construir uma avaliação da óptica dos

empreendedores que integrarão o PAC de forma atraente e sustentável, ou seja, capaz de se

sustentar ao longo do tempo. Esta análise busca a que pode ser considerada a condição de primeira

ordem (necessária) para o arranque do empreendimento, na medida em que sem viabilidade

económica privada – ou seja, rentabilidade – os capitais de risco necessários à implantação do PAC

não aparecerão.

A ela devem, entretanto, ser acrescidas as avaliações dos principais efeitos que o PAC terá

para a sociedade angolana, com destaque para:

2 Dessas metodologias, a mais divulgada é a proposta por SQUIRE, Lyn e H. G. van der Tak, Economic analysis of projects. Banco Mundial, The John Hopkins University Press, Baltimore, USA and London, 1975, usualmente adoptada em Projectos financiados pelo Banco Mundial e outras agências multilaterais de crédito.

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A contribuição do Projecto para a segurança alimentar do país – com a substituição de

importação de alimentos – com o seu efeito colateral, a economia de divisas com

importações;

O impacto da renda e do emprego gerado e sua relevância no contexto imediato do

Projecto e no País como um todo;

Outras contribuições do Projecto, nem sempre quantificáveis, porém passíveis de

descrição, tais como a diversificação da economia, a recomposição das cadeias

produtivas, inclusive a logística e os demais benefícios sociais esperados;

A geração e desenvolvimento de conhecimento em todos os segmentos das cadeias

produtivas seleccionadas e nas actividades de suporte, criando competitividade para

êxito e futuro sustentável do PAC.

Note-se que a conjugação desses ingredientes – os de rentabilidade e sustentabilidade

económica do PAC, elaborados no Capítulo 7 desse documento e os de ganhos sociais acima listados

– compõem um vector de indicadores, permitindo uma avaliação conjunta dos impactos do PAC nas

suas várias dimensões.

São seis os “argumentos de vector” considerados nesta análise:

1. Sustentabilidade do PAC assegurada, por um lado, pela comparação entre os custos

directos e a renda gerada pela produção e, por outro, pela segurança de comercialização

dada pela integração vertical de todo o empreendimento (análise desenvolvida no Capítulo

7);

2. Segurança Alimentar demonstrada a partir da avaliação do aporte da produção do PAC

à disponibilidade de alimentos para a população;

3. Bem-estar Social avaliado – entre outros indicadores – pela contribuição do PAC ao

abastecimento saudável da população e num contexto ambientalmente correcto;

4. Geração de Emprego e Renda directamente pelo empreendimento e indirectamente

pelo seu efeito multiplicador, na região e no País;

5. Impacto Macroeconómico verificado através da avaliação do PAC em sua capacidade

de substituir importações;

6. Diversificação da Base Produtiva, Recomposição de Cadeias Produtivas e de

Logística e Geração e Difusão de Tecnologia e Competências, benefícios não

quantificáveis porém estratégicos para o desenvolvimento económico e social do País.

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8.2 Indicadores de viabilidade social

Do Quadro 7.10. Angola – Estimativa do balanço futuro produção / consumo, apresentado no

capítulo anterior, alguns aspectos se sobressaem:

Arroz, soja, sorgo e carnes apresentam défice da produção em relação ao consumo. Isso

significa que o PAC, como desejado, representa uma significativa contribuição à segurança

alimentar de Angola, na medida em que reduz a dependência do país de importações para o

seu abastecimento interno. Note-se, inclusive, que hoje existem em Angola vários aviários

ociosos ou mesmo inactivos pela escassez de ração, aspecto no qual o farelo de soja a ser

produzido no PAC deverá mitigar;

Milho apresenta superavit em relação à demanda projectada, o que justifica uma apreciação

mais detalhada. Trata-se de produto essencial na dieta angolana, e a sua maior produção

pode, eventualmente, ser absorvida. Entretanto, um eventual excedente não afecta as

conclusões que serão apresentadas mais à frente: caso a produção prevista para o PAC não

encontre mercado interno – hipótese pouco provável – não haverá qualquer dificuldade em

coloca-la no mercado internacional, uma vez que é “commodity” francamente comercializada

e, perfeitamente exportável para países vizinhos ou mesmo outras regiões do planeta. Cabe

ainda mencionar que parte significativa da produção deverá ser destinada no balanceamento

de rações para consumo animal, ou seja, do ponto de vista do uso do produto esse virá a

constituir-se em consumo interno, ou – como no jargão dos economistas – “por dentro”, sob a

forma de proteína animal;

A produção, pelas hipóteses de projecção adoptadas, cresce sempre a taxas inferiores ao

consumo. Isso é consequência directa da metodologia de análise descrita, ou seja, a situação

“sem projecto” (ou seja, se nada for feito) mantém o abastecimento interno comprometido,

permanentemente dependente de importações para a sua complementação;

Finalmente, há que se considerar o feijão. Pelas projecções elaboradas, somente a partir de

2017 haverá necessidade de complementação da tendência actual de produção. Observe-se,

entretanto, que, dada a flexibilidade de produção, caso se confirme essa hipótese a área aqui

considerada para essa leguminosa poderá ser destinada a outros cultivos, sem prejuízos para

o PAC como um todo.

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8.3 Benefícios quantificáveis

8.3.1 Substituição de Importações

Dos benefícios quantificáveis, o primeiro a ser considerado é a substituição de importações,

elemento que dá por um lado substantiva contribuição à segurança alimentar de Angola e, por outro,

constitui-se em economia de divisas para o país.

A projecção da produção esperada do PAC é a apresentada no Capítulo 7, Quadro 7.96. e foi

projectada com 2 cenários: O primeiro com 13.500 ha irrigados e o segundo com 50.000 ha irrigados,

somados com a produção de 293.000 ha de grãos, mandioca, hortícolas irrigadas, frutícolas irrigadas,

carne de galináceos e bovina, incluindo a produção de madeira para energia, serrada e poste, bem

como a produção de cana-de-açúcar e seu processamento em açúcar e etanol. Enquanto a demanda

futura estimada dos principais alimentos está apresentada no Quadro 7.9., a estimativa do balanço

futuro de produção/consumo encontra-se no Quadro 7.10.

O Quadro 8.1. a seguir, que complementa informações do Quadro 7.11.3 do capítulo anterior,

apresenta, para anos recentes, o movimento de importações de Angola, sendo de se destacar que

praticamente todos os produtos previstos para produção no PAC se apresentam como integrantes da

lista.

3 Quadro 7.11. Importação de produtos alimentares e agrícolas mais representativos de 2008 a 2011 e sua participação no volume total importado (em mil toneladas). 

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Quadro 8.1. Angola – importação dos principais alimentos e produtos agrícolas (Volumes em toneladas; Valores CIF em mil US$)

ProdutoVolume

(ton)Valor

(CIF, mil US$)Volume

(ton)Valor

(CIF, mil US$)Volume

(ton)Valor

(CIF, mil US$)Volume

(ton)Valor

(CIF, mil US$)

Carne de Frango em Geral 147.539,02 - 166.749,69 - 388.216,86 - 278.510,60 267.061,41

Farinha Trigo 123.641,51 - 122.725,40 - 250.081,02 - 240.392,72 211.267,73

Óleo de Soja 97.633,60 - 63.280,15 - 69.169,78 - 100.335,00 149.057,69

Óleo de Palma 72.991,43 - 64.979,34 - 108.738,19 - 137.654,00 137.847,56

Arroz 342.740,42 - 186.796,44 - 295.811,37 - 282.230,00 133.150,54

Carne Bovina em Geral Fresca 26.351,40 - 29.766,83 - 45.138,10 - 25.968,25 117.799,23

Carne Bovina em Geral Congelada 51.799,73 - 33.349,98 - 49.573,26 - 108.071,00

Açúcar em Geral 297.701,40 - 200.820,84 - 522.296,43 - 254.123,00 267.531,97

Carne Suína 28.201,40 - 43.361,03 - 112.213,90 - 66.539,40 -

Milho (Grãos) 27.237,33 - 24.268,02 - 29.973,24 - - -

Legumes de vagem, secos, em grãos, pelados e partidos (inclusive feijão) 51.859,46 - 17.901,48 - 68.882,58 - 36.155,05 -

Sorgo (Grãos) 0,00 - 38.499,83 - 0,00 - - -

Amidos, Féculas 0,00 - 28.055,45 - 0,00 - - -

Ovos 37.751,40 - 19.938,69 - 117.041,93 - 37.726,72 -

Farinhas de Cereais (Excepto de trigo) 89.497,56 - 97.190,84 - 107.981,14 - 172.882,39 -

Fertilizantes em geral 48.585,15 - 37.441,40 - 91.538,86 - 47.224,30 -

Em termos globais de valores

Importações Agrícolas 1.602.202,00 1.845.573,00 1.748.566,00 -

Importações Alimentares 1.128.643,00 1.339.280,00 1.025.135,00 -

Fonte: Volumes – Conselho Nacional de Carregadores CNC; Valores - Alfândegas/INE.

Ano 2008 Ano 2009 Ano 2010 Ano 2011

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No Quadro 8.2. que se apresenta abaixo, figuram os principais produtos alimentares

processados do PAC em sua plena produção e o volume, valor e percentual correspondente na

substituição de importação de alimentos, tomando como base o ano de 2011 (Quadro 8.1.), preços

referenciais de Angola e preços internacionais dos produtos CIF4 (CIF - Custo, Seguro e Frete até o

porto/local de entrega). Como pode ser constatado, em termos de valor, a substituição de

importação de alimentos dos produtos listados, representa um montante anual de

aproximadamente US$ 436,90 milhões.

Quadro 8.2. Importação e produção do PAC dos principais alimentos

Como se verifica nos dados do Quadro 8.1., observa-se um aumento generalizado das

importações de alimentos, sendo de se salientar que, com a queda no ritmo de crescimento da

economia, da geração de divisas pela queda do preço internacional do petróleo e das restrições ao

gasto público decorrente do início de vigência do acordo com o FMI (Fundo Monetário Internacional),

houve alguma desaceleração das importações nos anos 2010 e 2011 que podem ser consideradas

não apenas eventuais mas até menos inferiores ao que, dada a gravidade dos impactos poderiam ser

esperadas.

4 Preço FOB (Free On Bord ou livre a bordo do navio) acrescido de 30% (valor estimado do seguro do frete até Porto de Luanda). Fonte: Cepea/Esalq – Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada / Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiros – Universidade de São Paulo – Brasil. http://cepea.esalq.usp.br/cepea/, acessado em 04/12/2012.  

Produto Importação 2011 Produção PACSubstituição de

Importação

238,0 mil ton (soja e palma)1 59,5 mil ton (soja)* 25,0%

US$ 286,9 milhões2 US$ 114,2 milhões3 39,8%

278,5 mil ton1 30,3 mil ton 11,0%

US$ 267,1 milhões2 US$ 75,8 milhões3 28,4%

254,1 mil ton1 215,0 mil ton 84,6%

US$ 185,5 milhões3 US$ 156,9 milhões3 84,6%

134,0 mil ton1 8,7 mil ton 6,5%

US$ 117,8 milhões2 US$ 87,0 milhões4 -

282,2 mil ton1 3,0 mil ton (processado) 1,1%

US$ 133,2 milhões2 US$ 3,0 milhões3 2,3%

(1) CNC – Conselho Nacional de Carregadores; (2) Direcção Nacional de Alfândegas; (3) Valor calculado baseado em preço internacional CIF; (4) Valor calculado baseado em preço referencial em Angola.(*) Quando as unidades do complexo soja (moinho e refinadora) estiverem processando toda a produção.

Óleo Alimentar

Frango

Açúcar

Carne Bovina

Arroz

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Isso posto, pode-se considerar como valor dos benefícios de substituição de importações (ou

de geração de exportações), que também pode ser considerado como uma valoração da segurança

alimentar, o valor total da produção agro-pecuária e agro-industrial do PAC. Dadas essas premissas,

pode-se construir o Quadro 8.3. e o Quadro 8.4. apresentados a seguir, ao qual cabem as seguintes

considerações:

No Quadro 8.3., o valor da produção primária (agro-silvo-pastoril) no 16º ano quando

praticamente a produção estabiliza é de:

US$ 711,5 milhões para o cenário de 260.000 ha de sequeiro, dos quais 13.500 ha

irrigados;

US$ 882,9 milhões para o cenário de 260.000 ha de sequeiro, dos quais 50.000 ha

irrigados;

Ao incluir o valor da produção anual da cana-de-açúcar que é da ordem de US$ 57,0

milhões. Valor este dos 2.000.000 de toneladas que serão produzidas nos 33.000 ha

em fase de implantação pela BIOCOM, quando considerado o valor referencial de US$

28,51/tonelada5 (valor praticado nas regiões produtoras de cana-de-açúcar no Brasil

em Maio de 2012), tem-se o valor da produção primária anual de:

US$ 768,5 milhões para o cenário de 260.000 ha d sequeiro, dos quais 13.500

ha irrigado;

US$ 939,9 milhões para o cenário de 260.000 ha de sequeiro, dos quais 50.000

ha irrigados.

No Quadro 8.4., apresenta-se o valor da produção agro-industrial no 16º ano, quando

praticamente está estabilizada a produção primária, portanto onde o processamento

igualmente praticamente estabiliza-se, tendo os seguintes valores:

US$ 608,4 milhões anuais.

Em relação ainda ao Quadro 8.3. vale a pena chamar a atenção o incremento do valor da

produção a favor do cenário de 50.000 ha irrigado. Esse incremento da área irrigada, permite o

aumento significativo da produção, principalmente de grãos com valor mais nobre, como exemplo o

feijão no lugar do sorgo, assim como, o aumento da área irrigada, substitui a área que antes estava

destinada a floresta.

5 Fonte: http://cepea.esalq.usp.br/cepea/, acessado 04/12/2012. 

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Cabe observar que o valor da produção agro-industrial (Quadro 8.4.) não é maior que o valor

da produção agropecuária devido que o milho terá um grande excedente que será vendido para o

mercado interno ou para exportação. A projecção é que no PAC serão processados entre 6 a 8% do

volume de milho para a fabricação de ração para a cadeia avícola.

888

Quadro 8.3. PAC – Valor da Produção Primária (Agro-silvo-pastoril) do PAC durante o período de 20 anos (em mil US$)

FONTE: Elaboração CAMPO.

Valor da Produção Agro-Pecuária* Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Total 6.323,00 53.818,00 154.121,00 268.148,00 377.134,00 459.971,00 539.478,00 623.315,00 701.453,00 783.542,00

Acumulado 6.323,00 60.141,00 214.262,00 482.410,00 859.544,00 1.319.515,00 1.858.993,00 2.482.308,00 3.183.761,00 3.967.303,00

Valor da Produção Agro-Pecuária* Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Total 815.345,00 844.987,00 861.145,00 877.632,00 880.185,00 882.875,00 881.364,00 884.054,00 882.916,00 885.952,00

Acumulado 4.782.648,00 5.627.635,00 6.488.780,00 7.366.412,00 8.246.596,00 9.129.471,00 10.010.35 10.894.889,00 11.777.805,00 12.663.757,00

Valor da Produção Agro-Pecuária* Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Total 7.746,00 25.121,00 118.222,00 233.586,00 343.322,00 397.866,00 447.929,00 502.208,00 550.672,00 603.021,00

Acumulado 7.746,00 32.867,00 151.090,00 384.675,00 727.998,00 1.125.864,00 1.573.793,00 2.076.001,00 2.626.673,00 3.229.694,00

Valor da Produção Agro-Pecuária* Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Total 639.526,00 672.015,00 688.656,00 705.363,00 708.000,00 711.419,00 710.456,00 713.782,00 713.408,00 717.277,00

Acumulado 3.869.220,00 4.541.235,00 5.229.891,00 5.935.254,00 6.643.254,00 7.354.673,00 8.065.129,00 8.778.910,00 9.492.318,00 10.209.595,00

Valor da produção em 260.000 ha de cultivo, dos quais 50.000 ha irrigados (em mil US$)

Valor da produção em 260.000 ha de cultivo, dos quais 13.500 ha irrigados (em mil US$)

(*) Valor da Produção Agro‐pecuária inclui: de grãos, hortaliças, frutícolas, carne bovina (carcaça); frango (peso vivo); madeira para energia, serração e poste com tratamento autoclavagem. 

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Quadro 8.4. PAC – Balanço do Valor da Produção Agro-industrial do PAC durante o período de 20 anos (em mil US$)

FONTE: Elaboração CAMPO.

Valor da Produção Agro-Pecuária* Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Total 8.952,00 29.069,00 119.460,00 227.417,00 323.433,00 370.789,00 414.877,00 458.786,00 495.586,00 536.339,00

Acumulado 8.952,00 38.021,00 187.481,00 384.898,00 708.331,00 1.079.120,00 1.493.997,00 1.952.783,00 2.448.369,00 2.984.708,00

Valor da Produção Agro-Pecuária* Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Total 558.323,00 575.842,00 582.412,00 595.818,00 601.559,00 608.379,00 615.406,00 622.793,00 630.277,00 638.051,00

Acumulado 3.543.031,00 4.118.873,00 4.701.285,00 5.297.103,00 5.898.662,00 6.507.041,00 7.122.447,00 7.745.240,00 8.375.517,00 9.013.568,00

Valor da produção agro-industrial (em mil US$)

(*) Valor da Produção Agro‐industrial inclui: Soja: óleo alimentar e farelo; Carcaça e miúdos de frango congelado; Resíduos de frango; Dianteiro, traseiro e miúdos bovino; Madeira: serrada, tratada, serragem e cavaco; 

Fécula de mandioca; Frutícolas: Pós processamentos packing house, Polpa e sumo integral; Hortícolas pós processamento packing house; Arroz: processado, palha e farelo; Sementes de milho, soja, sorgo e arroz. 

890

8.3.2 Impacto na segurança alimentar

A Organização Mundial para Alimentação (FAO) define segurança alimentar (food security)

como “a situação na qual toda a população tem pleno acesso físico e económico a alimentos seguros

e nutritivos que satisfaçam as suas necessidades e preferências nutricionais, para levar uma vida

activa e saudável6”. No caso aqui estudado, à excepção do milho, todos os produtos a serem

desenvolvidos na zona do PAC são actualmente objecto de importação por Angola, ou seja, a sua

produção doméstica gera abastecimento independentemente da disponibilidade de divisas pelo

Estado de Angola ou condições de acesso no mercado mundial, assim como as suas condições de

produção asseguram a qualidade dos alimentos. Por outro lado, há que se ter em conta que a

importação de milho “por dentro” não integra essas estimativas, sendo que os eventuais excedentes

ao consumo humano teriam certamente, conforme já mencionado, mercado como ração ou para

exportação.

Como demonstrado no Quadro 7.10. Angola – Estimativa do balanço futuro

produção/consumo do capítulo anterior, caso não haja um significativo aumento da produção interna

(ou seja, na nossa hipótese “sem o PAC”), a dependência de Angola por produtos importados agrava-

se de forma crescente, gerando problemas de abastecimento na eventualidade de qualquer

constrangimento externo (internacional) à oferta dos alimentos ou interno, no caso de escassez

eventual de divisas para custear as importações. Configura-se assim um quadro de “insegurança”

alimentar.

Também anteriormente mencionado, o PAC por si só não é a solução completa do problema.

Entretanto, apresenta dois componentes positivos: de um lado, mitiga a carência de abastecimento

garantido, e por outro – também um dos motivos da sua criação – servirá de modelo a ser replicado

em outras áreas do País igualmente potencialmente produtivas, num processo a partir do qual Angola

poderá tanto assegurar seu objectivo de segurança alimentar como até mesmo retomar a sua antiga

posição de importante “player” do mercado mundial como exportador.

Isso posto, tem-se que na estabilização da produção, o PAC poderá gerar alimentos

suficientes para até 3,2 milhões de pessoas conforme apresentado no Quadro 8.5. e representado no

Gráfico 8.1. ambos a seguir. Cumpre mencionar que como parte da produção de grãos (milho, soja e

sorgo) será destinada à alimentação animal em forma de ração (frango e bovinos), as criações foram

6 Cf. Organização Mundial de Saúde – OMS 2005, citado em http://www.fao.org/spfs/en/, acessado em 05/06/2012.

891

desconsideradas desta análise, assim como a produção de açúcar de cana. Sem considerar outros

atributos qualitativos dos alimentos, foi dimensionado o número de pessoas que podem ser

alimentadas com as quantidades líquidas da produção do PAC.

Quadro 8.5. Produção do PAC – Pessoas alimentadas por ano

FONTE: Elaboração CAMPO.

Gráfico 8.1. PAC – pessoas alimentadas por ano

FONTE: Elaboração CAMPO.

Cabe ressaltar o aumento de aproximadamente 20% na quantidade de pessoas alimentadas

no 16º ano (consolidação) quando se compara os 2 cenários, a favor do cenário com maior área

irrigada (50.000 ha).

Há ainda que considerar que a economia de divisas anteriormente considerada e a segurança

no abastecimento aqui comentada se constituem em liberação de recursos a serem aplicados em

outros sectores – económicos e sociais – cuja obtenção através de importações seja menos passível

Pessoasalimentados/ano Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

33.896,00 245.445,00 528.333,00 1.007.105,00 1.412.112,00 1.725.191,00 2.037.793,00 2.349.947,00 2.661.284,00 2.972.172,00

Pessoasalimentados/ ano Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

3.099.889,00 3.185.059,00 3.225.045,00 3.242.641,00 3.237.497,00 3.232.802,00 3.228.555,00 3.224.758,00 3.221.777,00 3.219.246,00

Pessoasalimentados/ano Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

41.517,00 133.812,00 390.120,00 970.667,00 1.290.022,00 1.490.361,00 1.698.878,00 1.888.571,00 2.085.767,00 2.282.140,00

Pessoasalimentados/ ano Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

2.435.498,00 2.536.580,00 2.581.146,00 2.596.902,00 2.587.470,00 2.578.862,00 2.571.077,00 2.564.115,00 2.558.651,00 2.554.010,00

Produção do PAC 260 mil hectares de cultivo, dos quais 13.500 ha irrigados

Produção do PAC 260 mil hectares de cultivo, dos quais 50.000 ha irrigados

892

de substituição por produção doméstica, tais como matérias-primas inexistentes no País, outros bens

de consumo não produzidos ou mesmo produtos agro-pecuárias incompatíveis com as condições de

produção de Angola.

Nesse sentido, o PAC significa uma importante contribuição à segurança alimentar ao País.

8.3.3 Balanço alimentar

Dada a definição de segurança alimentar, conclui-se que a população deve ter acesso a

alimentos sadios, com qualidade nutricional adequada às necessidades e que sejam provenientes do

seu hábito alimentar, preservando e valorizando a cultura do povo a que se destina.

A despeito dos fortes progressos sociais obtidos nos últimos anos, como descrito no Capítulo

1., Angola continua um País pobre e com boa parte da sua população a viver em situação precária,

tendo o IDH de 0,486. Com uma população estimada de 20,0 milhões de pessoas, onde 33,6% vivem

abaixo da linha da pobreza, que 20,3% das crianças entre 6 e 17 anos da cidade e 32,5% do campo

nunca frequentaram a escola, tem-se ainda, segundo a UNICEF, três a cada dez crianças em Angola

sofrem de desnutrição crónica. Com todos estes dados caracteriza-se uma situação de desnutrição, a

qual, além da perda de peso, contribui para a facilidade em adquirir doenças, gera prejuízo no

crescimento e desenvolvimento corporal e causa, também, um notório atraso no desenvolvimento

intelectual. Um dos principais benefícios do PAC é o enfrentamento do desafio para sair deste ciclo,

através do aumento na produção de alimentos além de um incremento na sua qualidade e não

apenas na quantidade, para garantir a nutrição da população angolana.

Com base na alimentação típica do angolano somada às recomendações do guia alimentar

Brasileiro7, procurou-se estimar o benefício que pode ser trazido de benefícios à população com o

aumento da produção de determinados alimentos.

O número de porções e valor energético da dieta poderá variar de acordo com as

necessidades nutricionais de cada indivíduo, logo, as recomendações individuais de pessoas com

exigências expressivamente diferentes de 2.000 calorias (Kcal) por dia devem ser calculadas por

nutricionistas. As recomendações do Guia, inclusive energéticas, também não são adequadas para

7 Note-se que não há um guia alimentar para a população adulta em Angola, pelo que foi utilizado o Guia Brasileiro, que consiste em uma adaptação da pirâmide alimentar americana para adultos. Extraído CRN 3 – Publicação Oficial do Conselho Regional de Nutricionistas – CRN-3 (SP/PR/MS). 

893

pessoas portadoras de doenças ou que apresentem risco elevado de desenvolvimento de doenças

diversas.

Para definição do número de porções de cada grupo de alimentos, foram consideradas as

recomendações dietéticas estabelecidas pela OMS. Distribuição percentual dos macronutrientes

(carboidratos, gorduras e proteínas) no Valor Energético Total – VET (2.000 Kcal) e teores próximos

do ideal de fibras alimentares, ferro e cálcio. Visando prevenir deficiências nutricionais e proteger

contra doenças infecciosas e doenças crónicas não transmissíveis, tais como: diabetes, hipertensão,

acidente vascular cerebral, doenças cardíacas e cancro. Os dados básicos são apresentados no

Quadro 8.6. a seguir.

Quadro 8.6. Dieta básica recomendada

FONTE: Elaboração CAMPO, baseado em CRN 3 – op.cit..

As necessidades diárias foram, então, balizadas pelos hábitos alimentares de Angola, segundo

pesquisa elaborada em 20108. Dada a não existência de pesquisa específica na zona do PAC, esse

trabalho – ainda que realizado para outra região do País – foi utilizado para basear a análise

desenvolvida. Note-se que o dito balizamento visou somente verificar, dentre os hábitos alimentares

de Angola, até que ponto as recomendações do CRN-3 (op. cit.) seriam apropriadas para a avaliação,

ou seja, confirmar que os padrões considerados apresentam razoável comprometimento com os

hábitos alimentares angolanos. A pesquisa apresentou como resultados:

8 Cf. COUCELO, Josefina Maria Costa Parreira Cruz: Caracterização de Hábitos Alimentares na Província da Huíla, Angola. Contribuição para a Elaboração de Um Guia Alimentar” Huílla, Out. 2010. Em http://repositorio.iscte.pt/bitstream/10071/2609/1/TESE.pdf, acessado em 15/05/2012.

Grupo de Alimentos Recomendação calórica média

do grupo (kcal)Número de porções

diárias do grupoValor energético médio (VEM)

por porção (kcal)

Cereais, tubérculos e raízes e derivados 900 6 150

Feijões 55 1 55

Frutas e sucos de frutas naturais 210 3 70

Legumes e Verduras 45 3 15

Leite e derivados 360 3 120

Carnes e ovos 190 1 190

Óleos, gorduras, e sementes oleaginosas 73 1 73

Açúcares e doces 110 1 110

894

A) Grupo I – Produtos Lácteos: o leite é o alimento consumido com maior frequência média

de 5 cinco a seis vezes por semana. Para os outros alimentos deste grupo, verificou-se que a

frequência média de consumo corresponde a um consumo entre uma a quatro vezes por semana.

B) Grupo II – Ovos, Carnes, Peixes: os alimentos consumidos com maior frequência média

são os ovos, o peixe seco, a carne de vaca, porco, cabrito, as salsichas, o fiambre e o frango,

correspondendo a um consumo de duas a quatro vezes por semana. Os alimentos consumidos com

uma frequência média correspondendo a uma vez por semana foram a carne seca, o peixe grosso, o

fígado, o caranguejo, camarão, amêijoas, a língua e o bacalhau. Consumidos com uma frequência

média de uma a três vezes por mês foram registados as lulas, o polvo e o toucinho.

C) Grupo III – Óleos e Gorduras: o alimento consumido com maior frequência média foi a

margarina, correspondendo a cinco a seis vezes por semana. Com uma frequência média de consumo

de duas a quatro vezes por semana foram a manteiga e os óleos. Para o azeite a frequência média de

consumo correspondeu a uma vez por semana.

D) Grupo IV – Pão, Cereais, Similares: o alimento consumido com maior frequência média foi

o pão, correspondendo a uma vez por dia. Seguiram-se os alimentos consumidos com uma

frequência média correspondendo a cinco a seis vezes por semana, o arroz e o “pirão” que, no caso

angolano, seria o “funge”. Uma frequência média de consumo correspondendo a duas a quatro vezes

por semana foi registada para as batatas fritas, as massas e as batatas cozidas. Para uma frequência

média de consumo correspondendo a uma vez por semana foi encontrada a broa, a mandioca cozida

ou assada e os flocos. O consumo de mandioca frita correspondeu a um consumo de uma a três

vezes por mês.

E) Grupo V – Doces e Pastéis: os alimentos consumidos com maior frequência média foram o

açúcar e as bolachas, correspondendo a um consumo de cinco a seis vezes por semana. Para os

outros alimentos incluídos neste grupo o consumo foi correspondente a duas a quatro vezes por

semana com os biscoitos, os chocolates, marmelada e outros doces.

F) Grupo VI – Hortícolas e Legumes: os alimentos consumidos com maior frequência média

foram a cebola e o tomate, correspondendo a um consumo de cinco a seis vezes por semana.

Seguiram-se os alimentos consumidos com uma frequência média correspondendo a duas a quatro

vezes por semana, a cenoura e a alface. Com uma frequência média de consumo correspondendo a

895

uma vez por semana foram registados a couve, o pimento, o feijão, o feijão verde, a ervilha e o

pepino. Para a couve-flor, os grelos e o nabo a frequência média de consumo corresponde a uma a

três vezes por mês.

Dois outros aspectos prévios devem ser abordados: o “factor de correcção” e a “necessidade

diária”.

O “factor de correcção” é o coeficiente técnico de perdas no preparo para consumo, ou seja, o

factor pelo qual o volume consumido deve ser multiplicado para se obter o quantitativo de matéria-

prima capaz de gerar o produto “de mesa”.

A “necessidade diária” é a quantidade necessária para suprir a carência diária de um grupo de

alimentos para um indivíduo.

Isso posto, pode-se quantificar, por grupo de alimentos, a quantidade anual necessária para

dieta adequada a uma pessoa conforme Quadro 8.7. a seguir.

Quadro 8.7. Consumo anual necessário

FONTE: Dados primários: FAO, op.cit.

Dados esses quantitativos, pode-se proceder ao balanço do impacto alimentar do PAC, conforme se

apresenta nos Quadros 8.8. e 8.9. a seguir:

Quantidade do alimento Corrigido Por pessoa

para suprir a necessidade diária de um individuo

(g)

FC (g)

em 1 ano (Kg)

Milho 3 600 1.578 576

Arroz 1 600 600 219

Mandioca 1 600 834 304

Sorgo 3 252 663 242

Feijão 2 40 80 29

Soja 2 40 75 27

Legumes e verduras Hortaliças 2 300 450 164

Carnes e ovos Gado bovino 1 100 140 51

Grupo de Alimentos AlimentoFactor de correcção

(FC)

Feijões

Cereais, tubérculos, raízes e derivados

896

Quadro 8.8. PAC – resultados na dieta alimentar – hipótese básica (13.000 ha irrigados)

Quadro 8.9. PAC – resultados na dieta alimentar – hipótese alternativa (50.000 ha irrigados)

FONTE: Elaboração CAMPO.

Grupo de Alimentos AlimentoQuantidade produzida

(kg)

Numero de Pessoas a saciar as necessidades

nutricionais

Quantidade produzida

(kg)

Numero de Pessoas a saciar as necessidades

nutricionais

Quantidade produzida

(kg)

Numero de Pessoas a saciar as necessidades

nutricionais

Milho - - 500.502.000 868.927 664.992.000 1.154.500

Arroz 3.681.000 16.808 24.296.000 110.941 - -

Mandioca - - 82.038.000 269.862 82.038.000 269.862

Sorgo 8.188.000 33.835 171.613.000 709.145 173.150.000 715.496

Feijão - - 15.036.000 518.482 15.393.000 530.793

Soja 5.219.000 193.296 220.037.000 8.149.518 244.127.000 9.041.741

Legumes e verduras Hortaliças - - 32.400.000 197.561 32.400.000 197.561

Carnes e ovos Gado bovino - - 5.311.000 104.137 9.316.000 182.667

Ano 20 Cénario 13.000 ha irrigados

Cereais, tubérculos e raízes e derivados

Feijões

Ano 1 Ano 10

Grupo de Alimentos AlimentoQuantidade produzida

(kg)

Numero de Pessoas a saciar as necessidades

nutricionais

Quantidade produzida

(kg)

Numero de Pessoas a saciar as necessidades

nutricionais

Quantidade produzida

(kg)

Numero de Pessoas a saciar as necessidades

nutricionais

Milho - - 759.621.000 1.318.786 886.032.000 1.538.250

Arroz 3.013.000 13.758 19.883.000 90.790 - -

Mandioca - - 82.038.000 269.862 82.038.000 269.862

Sorgo 7.088.000 29.289 142.420.000 588.512 144.325.000 596.384

Feijão - - 53.361.000 1.840.034 53.718.000 1.852.345

Soja 4.252.000 157.481 280.742.000 10.397.851 304.252.000 11.268.592

Legumes e verduras Hortaliças - - 32.400.000 197.561 32.400.000 197.561

Carnes e ovos Gado bovino - - 5.671.000 111.196 10.208.000 200.157

Cereais, tubérculos e raízes e derivados

Feijões

Cénario 50.000 ha irrigados Ano 1 Ano 10 Ano 20

897

Dos Quadros anteriores, alguns comentários se fazem pertinentes. Em primeiro lugar, há que

se mencionar que o consumo per capita considerado para a soja se refere ao consumo “in natura”, o

que deverá ocorrer com apenas uma pequena parcela da produção do PAC: o principal uso da

leguminosa será o processamento industrial, sendo que desse o óleo será para consumo humano e o

farelo para consumo animal.

Quanto aos demais produtos, há que se salientar a forte contribuição à segurança alimentar,

substituindo importações que alimentam entre 200 mil e 1 milhão de pessoas, dependendo do

produto. Por outro lado, à excepção do milho e do sorgo, todas as demais produções consideradas

são inferiores às expectativas de importação ao longo da vida útil do PAC.

Um comentário final sobre o mercado interno: mesmo que, eventualmente, o sucesso do PAC

gere algum excedente de milho ou sorgo, esses são produtos que podem facilmente ser colocados no

mercado externo ou, alternativamente, ser consumidos internamente como complemento alimentar

de animais, o que seguramente alavancaria de forma significativa a tecnificação da pecuária

angolana.

8.3.4 Geração de renda e emprego

A geração de renda – aspecto basilar no processo de desenvolvimento do país – é

particularmente positiva quando se trata de projectos agrícolas. Afirma o Banco Mundial9: “A relação

empírica entre agricultura e redução da pobreza é bem conhecida. Por exemplo, na África, verificou-

se que o crescimento da agricultura foi quatro vezes mais efectivo no aumento da renda dos

extremamente pobres que o crescimento originado em outros sectores. Estudos demonstraram o

“efeito multiplicador” do crescimento na renda gerada na agricultura, encontrando estimativas de

multiplicador do crescimento entre 1,5 e 3 (ou seja, um aumento de 1 na renda agrícola gera um

aumento entre 1,5 e 3 na renda das famílias) em vários países africanos. Esse multiplicador é maior

que o de qualquer outro sector”.

A geração directa de renda é o componente endógeno do PAC, a saber, a utilização de

factores de produção hoje ociosos – ou seja, subutilizados ou não utilizados, tais como a terra e a

mão-de-obra. A geração indirecta é o componente exógeno ao Pólo, ou seja, aqueles inputs

(insumos) adquiridos externamente ao PAC tais como fertilizantes e máquinas, nesse sentido, todos

9 BANCO MUNDIAL: Agriculture for Development. World Bank Development Report, Washington D.C., 2008. Tradução própria.

898

os componentes do PAC – custos, impostos e lucro – são factores geradores de renda, distribuídos

entre os diversos agentes (investidores, governo, SODEPAC, agentes externos).

Conjugando as informações do Quadro 8.3. (observar Valor da Produção em 260.000 ha de

cultivo dos quais 50.000 ha irrigados) com os comentários referentes ao PIB de Angola desenvolvidos

no Capítulo 1. Contextualização – Angola hoje, emerge uma interessante constatação: tomando-se

uma estimativa modal do PIB de 2010 no entorno de US$ 10 mil milhões (Capítulo 1: Quadro 1.3.

Evolução do PIB) e a participação do sector agrícola como de aproximadamente 10% desse valor

(Capítulo 1: Quadro 1.5. Participação percentual de sectores seleccionados no PIB), ter-se-ia um PIB

agrícola de US$ 10.000 milhões. As estimativas de produção do PAC a partir do ano 10 e até o

horizonte final do Projecto (ano 20) apontam para um valor anual da produção entre 6 e quase 9%

desse valor.

A questão do emprego é mais complexa, na medida em que deve ser desmembrada em

geração directa e indirecta, esta de estimação bastante complexa. Alguns exemplos de estimativa de

geração indirecta de empregos são apresentados a seguir.

Na Tanzânia10:

- Japan Development Institute, em cooperação com a National Development Corporation:

agro-indústria de mandioca nas regiões de Mtwara e Lindi, com 50.000 ha de agricultura e

processamento: 1.000 mil empregos directos e 2.000 mil empregos indirectos;

- Projecto de biodiesel em Mtwara, Lindi e Ruvuma – 129 empregos directos e 156

empregos indirectos;

- Expansão da produção de castanha em Lindi, Mtwara e Ruvuma: 1.764 empregos directos

e 2.117 empregos indirectos;

- Expansão da produção de café em Mbinga, distrito de Ruvuma: 777 empregos directos e

933 empregos indirectos.

Especificamente quanto à irrigação, tem-se o estudo da área do pólo Petrolina – Juazeiro, no

nordeste brasileiro11: Estimou a criação de 40.575 empregos de forma directa e de 46.093 de

forma indirecta.

10 Cf. www.tanzaniaembassy.org.cn:8081, acessado em 25/06/2012. 11 Cf. BARROS, Emanoel de Souza e Yony de Sá Barreto Sampaio: Impactos Directos e Indirectos sobre o Emprego e a Renda na Área do Pólo Petrolina/Juazeiro. http://www.bnb.gov.br/content/aplicacao/ETENE/Anais/docs/analise-de-eficiencia.pdf. Acessado em 25/06/2012.

899

Finalmente, há que se considerar a classificação elaborada em estudo do BNDES12,

considerando a geração de emprego indirecto propriamente dito e a geração do “emprego efeito-

renda”. O estudo considera:

Emprego indirecto: Corresponde aos postos de trabalho que surgem nos sectores que

compõem a cadeia produtiva, já que a produção de um bem final estimula a produção de

todos os inputs (insumos) necessários à sua produção. Provoca um aumento de produção não

apenas do sector, mas ao longo de toda a cadeia produtiva.

Emprego efeito-renda: Obtido a partir da transformação da renda dos trabalhadores e

empresários em consumo. Parte da receita das empresas auferida em decorrência da venda

dos seus produtos se transforma, através do pagamento de salários ou do recebimento de

dividendos, em renda dos trabalhadores e dos empresários. Ambos gastam uma parcela da

sua renda adquirindo bens e serviços diversos, segundo o seu perfil de consumo, estimulando

a produção de um conjunto de sectores e re-alimentando o processo de geração de emprego.

Esses trabalhadores adicionais, ao receberem os seus salários, gastam uma parte da sua

renda em consumo, comprando alimentos, consumindo serviços diversos, como restaurantes

ou cinemas, e inclusive comprando roupas, o que aumenta ainda mais a demanda e os

empregos no sector.

O estudo contemplou 41 sectores económicos, dos quais a agro-pecuária situou-se em 4o

lugar como maior gerador de emprego Assim, para um aumento da produção na agro-pecuária

decorrente de um investimento de R$ 10 milhões, haveria um incremento de 393 empregos directos,

131 empregos indirectos e um efeito-renda de 303 empregos, totalizando 828 empregos gerados.

No que interessa para essa análise – a relação emprego directo versus emprego indirecto –

tem-se, para estimar o emprego total (directo + indirecto), um multiplicador de 2,1 sobre a geração

directa de postos de trabalho.

Dada a diversidade de valores encontrados nos diferentes estudos, adoptou-se para essa

avaliação um coeficiente de 2, ou seja, cada emprego gerado na agricultura resultaria numa geração

de outro emprego na economia – aí embutidos os empregos gerados na agro-indústria do PAC.

12 NAJBERG, Sheila e PEREIRA, Roberto de Oliveira: Novas estimativas do modelo de geração de empregos do BNDES. Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social, Sinopse Económica, Março de 2004. 

900

Assim, obtem-se, a partir dos dados desenvolvidos no Capítulo 7, o Quadro 8.10. dos

empregos directos gerados no PAC para os 2 cenários produtivos, também representado no Gráfico

8.2.

Quadro 8.10. PAC – Empregos directos gerados

FONTE: Elaboração CAMPO.

Gráfico 8.2. PAC – Empregos directos gerados

FONTE: Elaboração CAMPO.

A geração total de empregos pelo PAC seria, então, da ordem de 300.000 a partir do ano 10

da sua operação para o cenário de 260.000 ha de sequeiro, dos quais 50.000 ha irrigados.

Empregos gerados/ano Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

2.079 10.360 24.577 38.800 49.428 59.883 70.343 80.809 91.281 101.759

Empregos gerados/ano Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

106.042 108.252 108.312 108.372 108.426 108.474 108.516 108.552 108.585 108.606

Empregos gerados/ano Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

2.539 7.618 22.282 36.957 48.042 55.719 63.407 71.105 78.815 86.536

Empregos gerados/ano Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

91.728 94.392 94.502 94.612 94.711 94.799 94.876 94.942 94.997 95.041

Produção do PAC com 260 mil hectares de cultivo, dos quais 50.000 ha irrigados

Produção do PAC com 260 mil hectares de cultivo, dos quais 13.500 ha irrigados

901

Em relação aos aproximados 100.000 empregos directos gerados, os mesmos injectarão na

economia local e de Angola um montante entorno de US$ 35,0 milhões mensais (média salarial

estimada em US$ 350,00/mês) oriundos dos salários na estabilização do PAC (entre 10º e 16º ano).

Esse montante de recursos movimentará uma engrenagem a partir do consumo de bens e

serviços, que activará uma reacção em cadeia na geração de empregos indirectos (cada 1 directo

outros 2,0 indirectos) e estes impulsionarão ainda mais a economia. Essa reacção em cadeia,

resultará num crescimento vigoroso e sustentável, num “ciclo virtuoso”.

Igualmente, com a implantação do PAC e a geração directa de empregos, serão necessários

serviços sociais básicos e de profissionais para bom atendimento de tais demandas. No Quadro 8.11.

que se apresenta a seguir, estão contempladas as necessidades de profissionais para alguns dos

serviços sociais, não levando em consideração o que existe actualmente nos municípios de Malanje,

Cacuso e Cangandala que estão inseridos no perímetro do PAC.

Algumas premissas foram adoptadas como: a unidade familiar que predomina nos municípios

é composta por 5 pessoas (casal mais 3 filhos)13; os indicadores utilizados são de entidades

reconhecidas internacionalmente, alguns dos indicadores foram adoptados partindo de experiências

próprias levantadas pela equipa em elaborações anteriores de estudos semelhantes.

Quadro 8.11. Necessidades de profissionais para atender a demanda do PAC – Geração de empregos directos até o 10º ano (inicio de fase de consolidação)

13  Diagonal/CESO-CI Angola: Caracterização Socioeconómica. Estudo dos 186 bairros rurais existentes dentro de perímetro do PAC, desenvolvido pela DIAGONAL, em parceria com a CESO-CI Angola sob a coordenação da Equipe da Sodepac (Sociedade de Desenvolvimento do Pólo Agro-industrial de Capanda). Documento na íntegra pode ser consultado junto à Odebrecht Angola / Sodepac. 

902

FONTE: Estimação CAMPO. Cruzamento de dados de prefeituras e de municípios brasileiros.

Em relação ao quadro acima apresentado, cabem algumas considerações:

A geração de oportunidades de empregos directos, bem como os indirectos trará

aumento de renda a toda unidade familiares ou dependentes, este aumento de

renda consequentemente resultará em melhora na qualidade de vida, que por sua

vez, demandará mais produtos e serviços. Sendo que, boa parte destes serviços

são de responsabilidade do estado, portanto a participação efectiva das esferas dos

poderes municipais, provincial e do Executivo será fundamental para atender as

necessidades de infra-estruturas sociais tais como: i) saúde (postos de saúde e

hospitais e respectivos profissionais), ii) educação (escolas e professores), iii)

segurança (unidades de segurança e profissionais);

Além destas, também serão necessárias as infra-estruturas básicas para atender a

população com água potável, energia eléctrica e saneamento (rede de esgoto e

estações de tratamento e colecta e tratamento de lixo). Não esquecendo que, para

um bom funcionamento dos serviços e infra-estruturas básicas, a urbanização e o

ordenamento territorial das cidades e dos principais bairros rurais é importante.

Diante disso, a SODEPAC, tem um papel importante e primordial como gestora e

coordenadora tanto das acções agro-productivas e agro-industriais, bem como para

as acções de cunho social e ambiental para o desenvolvimento e aumento da

qualidade de vida da população envolvida com o PAC;

1º 5º 10º

Postos de trabalho directos nas actividades agro-productivas e agro-industriais

2.079 49.428 101.579

População dependente dos empregos directos (unidade familiar de 5 pessoas: Pai Mãe e 5 filhos)

10.395 247.140 508.785

Número de pessoas em idade escolar1,5 dependentes por família

3.119 74.142 152.639

Professores (1 professor/35 alunos)

89 2.118 4.361

Médicos e enfermeiros (2,5/1.000 pessoas – OMS)

26 618 1.272

Agentes de segurança (2,85/1.000 pessoas – ONU)

30 704 1.450

Limpeza urbana (1 pessoa/1.000)*

10 247 509

Outros serviços (1,5 pessoa/1.000)*

16 371 763

Anos de Implantação do PAC Descrição

903

Em termos de planeamento temporal para acções de atendimento às necessidades

das infra-estruturas acima mencionadas, os Quadros 8.10. e 8.11. contemplam

elementos (geração de empregos directos ao longo dos anos) que permitem a

planificação para um período de 20 anos. Partindo do princípio que para cada 1

emprego directo serão gerados 2 indirectos, a planificação que os dois Quadros

(8.10. e 8.11.) permitem elaborar, deve ser multiplicada por 3.

904

8.4 Investimentos globais para implantação agro-produtiva do PAC

A implantação do PAC demanda uma série de investimentos em infra-estruturas por parte do

Executivo Angolano além dos investimentos privados que deverão ser realizados pelos

empreendedores com apoio de instituições financeiras – principalmente o BDA Banco de

Desenvolvimento de Angola.

O investimento privado necessário para a implantação de cada Módulo-Tipo recomendado foi

apresentado no Capítulo 7 deste documento. Para os Módulos I, II, III e IV, foi estimada uma

necessidade entre US$ 7,5 a US$ 13 milhões dependendo do modelo de exploração seleccionado pelo

investidor.

Neste tópico está apresentada a necessidade total de investimentos privados para a

exploração de toda a área agricultável do PAC dimensionada em 260.000 hectares de sequeiro com a

possibilidade de dois cenários irrigados 13.500 e 50.000 hectares. Não foram considerados os

investimentos para os 33.000 ha de cana-de-açúcar, uma vez que já está em fase adiantada de

implantação pela BIOCOM.

Também estão apresentados os investimentos totais para a implantação das Empresas Âncora

e suas respectivas Unidades de Negócio agro-industriais (UN) das Cadeias produtivas, bem como as

actividades correlacionadas com maior potencial para o PAC. Também nesse caso, não foram

considerados os investimentos para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar por estar em fase de

implantação pela BIOCOM.

8.4.1 Investimentos Totais para as actividades agro-silvo-pastoril

Para a totalização destes valores foi considerada a utilização de 246.960 hectares para os

Módulos Produtivos, 12.000 hectares para o cultivo da mandioca, 540 hectares para hortaliças e 500

hectares para a fruticultura. Os investimentos foram agrupados em quatro itens e apurados para os

dois cenários de irrigação apresentados nos Quadros 8.12. e 8.13. a seguir. Cabe destacar que dos

cultivos, apenas para a floresta e fruticultura se considera como investimento a implantação das

áreas de cultivo. Igualmente no investimento é considerado os custos de manutenção desses cultivos

até ao início da produção.

Como pode ser observado nos Quadro 8.12. e 8.13., apenas os investimentos na implantação

da floresta são mais que os 10 anos previstos para a implantação do PAC. O plantio de floresta até ao

905

14º (ano do último corte da árvore adulta para serração) fecha o ciclo e sempre haverá árvore para

serração.

Quadro 8.12. Investimentos totais na produção agro-silvo-pastoril em 260.000 ha, dos quais 13.500 ha são irrigados durante o período de implantação do PAC (US$ milhões)

FONTE: Elaboração CAMPO.

Nota-se que a área irrigada de 13.500 ha está planeada para ser implantada do 3º ao 5º ano,

sendo que, ao longo desses 3 anos estão previstos a implantação dos equipamentos de irrigação para

grãos e hortaliças, enquanto que, no 3º ano está prevista a implantação dos equipamentos de

irrigação para a área de hortaliças. Nos dois primeiros anos estão previstos para a construção das

obras de infra-estruturas de irrigação.

Em termos gerais, para a implantação deste cenário com as actividades agro-silvo-pastoril,

estima-se um montante de investimentos da ordem de US$ 1,0 mil milhão durante os 10 anos de

implantação. Quando comparado este montante com o Valor da Produção Agro-silvo-pastoril no 16º

ano (ver Quadro 8.3. pagina 10) onde praticamente a produção se consolida, que é de

aproximadamente US$ 711,4 milhões, observa-se que o Valor da Produção neste ano representa 71

% de todo o investimento realizado durante 10 anos para a produção primária.

Descriçaõ Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Máquinas, Benfeitorias e Bovinos 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00 50,00

Abertura de Áreas 36,90 36,90 44,60 44,60 44,60 36,90 36,90 36,90 36,90 36,90

Equipamentos de Irrigação - - 26,50 21,50 21,50 - - - - -

Floresta 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20 0,20

Frutícultura - - 3,90 0,40 0,90 - - - - -

TOTAL 87,10 87,10 125,20 116,70 117,20 87,10 87,10 87,10 87,10 87,10

TOTAL ACUMULADO 87,10 174,20 299,40 416,10 533,30 620,40 707,50 794,60 881,70 968,80

Descriçaõ Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Máquinas, Benfeitorias e Bovinos - - - - - - - - - -

Abertura de Áreas - - - - - - - - - -

Equipamentos de Irrigação - - - - - - - - - -

Floresta 0,20 0,20 0,20 0,20 - - - - - -

Frutícultura - - - - - - - - - -

TOTAL 0,20 0,20 0,20 0,20 - - - - - -

TOTAL ACUMULADO 969,00 969,20 969,40 969,60 - - - - - -

Investimentos totais - Produção do PAC com 260 mil hectares de cultivo, dos quais 13.500 ha irrigados (US$ milhões)

906

No Gráfico 8.3. demonstra-se a composição dos investimentos necessários ao longo de 10

anos para a implantação das actividades agro-silvo-pastoril com o cenário de 13.500 ha irrigados.

Gráfico 8.3. Investimentos necessários ao longo de 10 anos para as actividades agro-silvo-pastoril do PAC (13.500 ha irrigados)

FONTE: Elaboração CAMPO.

No Quando 8.13. a seguir, estão apresentados os investimentos totais para o cenário de

50.000 ha irrigados e 260.000 ha para as actividades agrícolas, pecuária e floresta.

Quadro 8.13. Investimentos Totais na produção agro-silvo-pastoril em 260.000 ha, dos quais 50.000 ha são irrigados durante o período de implantação do PAC (em US$ milhões)

FONTE: Elaboração CAMPO.

Descriçaõ Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Máquinas, Benfeitorias e Bovinos 40,90 40,90 40,90 40,90 40,90 40,90 40,90 40,90 40,90 40,90

Abertura de Áreas 30,30 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60 39,60

Equipamentos de Irrigação - 25,10 31,90 26,90 26,90 25,10 25,10 25,10 25,10 25,10

Floresta 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10 0,10

Frutícultura - - 3,90 0,40 0,40 - - - - -

TOTAL 71,30 105,70 116,40 107,90 107,90 105,70 105,70 105,70 105,70 105,70

TOTAL ACUMULADO 71,30 177,00 293,40 401,30 509,20 614,90 720,60 826,30 932,00 1.037,70

Descriçaõ Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

Máquinas, Benfeitorias e Bovinos - - - - - - - - - -

Abertura de Áreas - - - - - - - - - -

Equipamentos de Irrigação - - - - - - - - - -

Floresta 0,10 0,10 0,10 0,10 - - - - - -

Frutícultura - - - - - - - - - -

TOTAL 0,10 0,10 0,10 0,10 - - - - - -

TOTAL ACUMULADO 1.037,80 1.037,90 1.038,00 1.038,10 - - - - - -

Investimentos totais - Produção do PAC com 260 mil hectares de cultivo, dos quais 50.000 ha irrigados (US$ milhões)

907

Para o cenário de 260.000 de sequeiro, dos quais 50.000 ha são irrigados, os equipamentos

de irrigação para cobrir os 50.000 ha, foram planificados para serem instalados no decorrer de 9 anos

a partir do 2º ano. No 3º ano está prevista a instalação dos equipamentos para hortícolas além dos

equipamentos para grãos e uma parcela dos equipamentos de irrigação para frutícolas que, por sua

vez, se instalarão até o 5º ano.

Cabem aqui alguns comentários:

O Valor da Produção Agro-silvo-pastoril anual (Quadro 8.3.), quando praticamente

estabilizada, a partir do 16º ano, é de US$ 882,9 milhões, ou seja, em apenas um

ano representa 85% do montante global de investimentos para a implantação da

produção agro-silvo-pastoril para esse cenário que é de US$ 1,04 mil milhões em

14 anos.

A ampliação de área irrigada ocupa áreas antes previstas com o sistema de

produção Integração Lavoura Pecuária Floresta, portanto reduz os investimentos

no plantio de floresta e de pasto, consequentemente os investimentos na aquisição

de rebanho bovino;

O investimento total para a produção para esse cenário é de US$ 1,04 mil milhões,

quando comparado ao investimento total na produção para o cenário de 13.500 ha,

a diferença é de apenas (US$ 71,0 milhões) parte devido ao comentário acima

descrito (não investimento no rebanho) e também por não haver necessidade de

investimentos em máquinas e equipamentos agrícolas, pois serão os mesmos para

os cultivos de sequeiro, ou seja, serão optimizados;

Por outro lado, a produção e o valor de produção são incrementados sensivelmente

a favor dos 50.000 ha irrigados. No que tange o valor de produção, o Quadro 7.3.

do tópico 7.3.1. apresentado anteriormente, demonstra na consolidação da

produção o incremento de 20% no valor da produção a favor do cenário de 50.000

ha;

No Gráfico 8.4. demonstra-se a composição dos investimentos necessários ao longo de 10

anos para a implantação das actividades agro-silvo-pastoril com o cenário de 50.000 ha irrigados.

908

Gráfico 8.4. Investimentos necessários ao longo de 10 anos para as actividades agro-silvo-pastoril do PAC (50.000 ha irrigados)

FONTE: Elaboração CAMPO.

8.4.2 Investimentos Totais nas Empresas Âncora e nas Empresas de

Actividades Correlacionadas

Os investimentos totais ao longo dos anos necessários para a implantação das Empresas

Âncora com suas respectivas unidades de negócios agro-industriais, bem como para os investimentos

nas empresas das actividades correlacionadas potenciais são apresentados nos Quadro 8.14. e 8.15.

respectivamente.

Conforme detalhado no Capítulo 7. Potencial do Agronegócio no PAC, as Empresas Âncora,

com as respectivas agro-indústrias foram dimensionadas em módulos para serem instaladas as

unidades de processamento, conforme a área de cultivo for avançando e produzindo matéria-prima

para processar.

Diante disso, foram planeadas as instalações ao longo dos 10 anos previstos de implantação

do PAC e para algumas unidades, como por exemplo para processar madeira, devido ao longo prazo

para as árvores estarem prontas para a serração e tratamento por autoclavagem, alguns módulos de

processamento estão planeados para serem implantados após o 10º ano.

909

Quadro 8.14. Investimentos Totais nas Empresas Âncora ao longo dos anos de implantação do PAC (em US$ milhões)

FONTE: Elaboração CAMPO.

Tomando o 16º ano como referência para os investimentos globais para a implantação das

Empresas Âncoras e respectivas agro-industrias, neste ano tem-se um montante acumulado de US$

312,0 milhões. O Valor da Produção Agro-industrial, (Quadro 8.4.) para o 16º ano é de US$ 608,4

milhões, isto é, praticamente o dobro do valor acumulado de investimento ao longo dos 16 anos.

Significando que, o Valor da Produção Agro-industrial de um ano quando estabilizada (16º ano),

representa o dobro do valor dos investimentos nas unidades agro-indústrias durante 16 anos.

Quando se exclui o valor, do 16º ano, da produção do processamento de hortícolas (Packing

House – US$ 68,0 milhões), de arroz (US$ 3,3 milhões) e de sementes (US$ 73,5 milhões), que estão

consideradas como actividades correlacionadas, tem-se o valor da produção agro-industrial de US$

463,6 milhões, que ainda assim representa aproximadamente 49% acima do valor dos investimentos

acumulados durante os 16 anos para a implantação das Empresas Âncoras.

Descriçaõ Módulos das Empresas Âncora (EA) Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

E. A. de Grãos 6,5 56,1 - 17,6 - - - 80,2 - -

E. A. Avícola 2,1 50,3 26,3 7,1 1,4 - - - - -

E. A. Bovina - - - - 1,7 1,7 - 1,7 - 1,7

E. A. Florestal Implantação da Floresta1 - - - - - 2,3 0,7 - - -

E. A. Mandioca(Amido/Fécula) 1,1 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5

Floresta - - - 21,8 - - - - - -

E. A. Frutícola - 1,3 - - 6,0 - - - - -

TOTAL 9,7 108,2 26,8 47,0 9,5 4,4 1,2 82,4 0,5 2,1

TOTAL ACUMULADO 9,7 117,9 144,7 191,7 201,2 205,6 206,8 289,2 289,7 291,8

Descriçaõ Módulos das Empresas Âncora (EA) Ano 11 Ano 12 Ano 13 Ano 14 Ano 15 Ano 16 Ano 17 Ano 18 Ano 19 Ano 20

E. A. de Grãos - - - - - - - - - -

E. A. Avícola - - - - - - - - - -

E. A. Bovina - 1,7 - 1,7 - - - - - -

E. A. Florestal Implantação da Floresta1 - - 2,9 3,1 2,9 5,9 2,9 3,0 2,9 2,9

E. A. Mandioca(Amido/Fécula) 0,5 0,5 0,5 0,5 - - - - - -

Floresta - - - - - - - - - -

E. A. Frutícola - - - - - - - - - -

TOTAL 0,5 2,2 3,4 5,3 2,9 5,9 2,9 3,0 2,9 2,9

TOTAL ACUMULADO 292,3 294,5 297,9 303,2 306,1 312,0 314,9 317,9 320,8 323,7

Investimentos totais - Empresas Âncora (em US$ milhões)

(1) Implantação da floresta para a Empresa Âncora Florestal será durante 14 anos, com 150 ha/ano.

910

Graficamente (Gráfico 8.5.) apresenta-se a seguir a composição dos investimentos totais

necessários para a implantação das Empresas Âncora e respectivas agro-indústrias ao longo dos 10

anos de implantação do PAC e dos anos subsequentes.

Gráfico 8.5. Investimentos Totais para as Empresas Âncora ao longo dos anos de implantação do PAC (US$ milhões)

FONTE: Elaboração CAMPO.

No Quadro 8.16. que se apresenta a seguir está contemplado o montante de investimento

necessário para implantação das empresas com as actividades correlacionadas com potencial. Essas

darão suporte e processarão a produção primária do PAC.

Quadro 8.15. Investimentos totais nas empresas das actividades correlacionadas ao longo dos anos de implantação do PAC (em US$ milhões)

FONTE: Elaboração CAMPO.

Descriçaõ Módulos Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Ano 6 Ano 7 Ano 8 Ano 9 Ano 10

Moinho de Calcário 4,1 - 4,1 - - - - - -

Unidade de Beneficiamento de Sementes 6,7 - - - - - - - - -

Processamento de Arroz 3,0 3,0 3,0 - - - - - - -

Packing House Hortaliças - - 3,0 3,0 3,0 - - - - -

Empresa de Mecanização Agrícola 20,3 6,7 6,7 6,7 6,7 6,7 6,7 6,7 6,7 -

Empresa de Transporte (produção e insumos) 1,7 0,5 0,6 0,8 1,0 1,0 1,1 1,0 1,0 1,0

TOTAL 35,8 10,2 17,4 10,5 10,7 7,7 7,8 7,7 7,7 1,0

TOTAL ACUMULADO 35,8 46,0 63,4 73,9 84,6 92,3 100,1 107,8 115,5 116,5

Investimentos totais - Módulos de Actividades Correlacionadas (em US$ milhões)

911

Para as Empresas das actividades correlacionadas, será necessário um investimento total ao

longo dos 10 anos da ordem de US$ 116,5 milhões de dólares para a instalação/implantação das

mesmas. Sendo que a Empresa de Mecanização Agrícola é a que mais necessita de investimentos ao

longo do período devido à incorporação de máquinas e alfaias conforme a área de produção primária

se vai expandindo.

O Gráfico 8.6. demonstra a composição dos investimentos necessários para as Empresas de

actividades correlacionadas.

Gráfico 8.6. Investimentos Totais para as Empresas das actividades correlacionadas ao longo dos anos de implantação do PAC (US$ milhões)

FONTE: Elaboração CAMPO.

912

8.5. Conclusão

Diante do exposto nos tópicos anteriormente apresentados, bem como no que foi

demonstrado nos capítulos anteriores, pode concluir-se que o PAC detém todos os elementos e está

alicerçado em bases sociais, ambientais e económicas para o seu desenvolvimento sustentável.

A seguir, apresentam-se os principais impactos sociais e macroeconómicos, os investimentos

necessários para a produção primária e agro-industrial, seus respectivos valores:

3,2 Milhões de pessoas alimentadas anualmente com a produção na

consolidação do PAC (16º ano, Quadro 8.5.);

100.000 Empregos directos e 200.000 indirectos, totalizando 300.000

empregos (Quadro 8.10.);

US$ 35,0 milhões mensais de salários dos empregos directos injectados na

economia (valor médio do salário considerado US$ 350,00/mês);

US$ 70,0 milhões mensais de salários dos empregos indirectos injectados

na economia (média considerado US$ 350,00);

US$ 436,9 milhões na substituição anual das importações dos principais

alimentos importados em 2011 (Quadro 8.2.);

US$ 892,8 milhões, valor da produção agro-silvo-pastoril anual na

consolidação do PAC (16º ano, Quadro 8.3.);

US$ 608,4 milhões, valor da produção agro-industrial anual na consolidação

do PAC (16º ano, Quadro 8.4.);

US$ 1,04 mil milhões de investimentos privados para a produção agro-

silvo-pastorial em 16 anos, sendo os 10 primeiros anos com mais de 95% do

valor);

US$ 312,0 milhões de investimentos privados nas Empresas Âncora e suas

unidades agroindustriais até o 16º ano, sendo os 8 primeiros anos com 93 % do

valor.

913

GRÁFICOS

Gráfico 8.1. PAC – pessoas alimentadas por ano ......................................................................... 891 

Gráfico 8.2. PAC – Empregos directos gerados ............................................................................ 900 

Gráfico 8.3. Investimentos necessários ao longo de 10 anos para as actividades agro-silvo-pastoril

do PAC (13.500 ha irrigados) ........................................................................................... 906 

Gráfico 8.4. Investimentos necessários ao longo de 10 anos para as actividades agro-silvo-pastoril

do PAC (50.000 ha irrigados) ........................................................................................... 908 

Gráfico 8.5. Investimentos Totais para as Empresas Âncora ao longo dos anos de implantação do

PAC (US$ milhões) .......................................................................................................... 910 

Gráfico 8.6. Investimentos Totais para as Empresas das actividades correlacionadas ao longo dos

anos de implantação do PAC (US$ milhões) ...................................................................... 911 

QUADROS

Quadro 8.1. Angola – importação dos principais alimentos e produtos agrícolas (Volumes em

toneladas; Valores CIF em mil US$ .................................................................................. 884 

Quadro 8.3. PAC – Valor da Produção Primária (Agro-silvo-pastoril) do PAC durante o período de

20 anos (em mil US$) ..................................................................................................... 888 

Quadro 8.4. PAC – Balanço do Valor da Produção Agro-industrial do PAC durante o período de

20 anos (em mil US$) ..................................................................................................... 889 

Quadro 8.5. Produção do PAC – Pessoas alimentadas por ano ..................................................... 891 

Quadro 8.6. Dieta básica recomendada ...................................................................................... 893 

Quadro 8.7. Consumo anual necessário ...................................................................................... 895 

Quadro 8.8. PAC – resultados na dieta alimentar – hipótese básica (13.000 ha irrigados) .............. 896 

Quadro 8.9. PAC – resultados na dieta alimentar – hipótese alternativa (50.000 ha irrigados) ........ 896 

Quadro 8.10. PAC – Empregos directos gerados ......................................................................... 900 

Quadro 8.11. Necessidades de profissionais para atender a demanda do PAC – Geração de

empregos directos até o 10º ano (inicio de fase de consolidação) ...................................... 901 

Quadro 8.12. Investimentos totais na produção agro-silvo-pastoril em 260.000 ha, dos quais

13.500 ha são irrigados durante o período de implantação do PAC (US$ milhões) ............... 905 

Quadro 8.13. Investimentos Totais na produção agro-silvo-pastoril em 260.000 ha, dos quais

50.000 ha são irrigados durante o período de implantação do PAC (em US$ milhões) ......... 906 

Quadro 8.14. Investimentos Totais nas Empresas Âncora ao longo dos anos de implantação do

PAC (em US$ milhões) .................................................................................................... 909 

914

Quadro 8.15. Investimentos totais nas empresas das actividades correlacionadas ao longo dos

anos de implantação do PAC (em US$ milhões) ................................................................ 910 

915

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