Primavera, poesía e felicidade

22

description

Escolma poética para celebrar o Día da Poesía e da Felicidade e o comezo da Primavera

Transcript of Primavera, poesía e felicidade

Page 1: Primavera, poesía e felicidade
Page 2: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 2 21 marzo 2015

Índice de contidoXoán Airas............................................................................................................................................2Antón Avilés de Taramancos................................................................................................................2Darío Xohán Cabana............................................................................................................................3

A Manuel María...............................................................................................................................3Rosalía de Castro..................................................................................................................................4Rubén Darío..........................................................................................................................................4

¡Aleluya!..........................................................................................................................................4Estíbaliz Espinosa.................................................................................................................................4Federico García Lorca..........................................................................................................................6

Canción primaveral..........................................................................................................................6Emilio Xosé Insua................................................................................................................................7

Votos................................................................................................................................................7Antonio Machado.................................................................................................................................8

Me dijo un alba de la primavera......................................................................................................8Era una mañana y abril sonreía........................................................................................................8

Manuel María.......................................................................................................................................9Andoriña..........................................................................................................................................9Ode á Poesía.....................................................................................................................................9Ode ao nacemento dunha folla.......................................................................................................10Égloga para que floreza unha mimosa...........................................................................................10Elexía pola amendoeira en flor......................................................................................................11Canción da flor do toxo.................................................................................................................12Primavera.......................................................................................................................................13Despedida da Primavera................................................................................................................14

Martha Medeiros................................................................................................................................14Quem morre?.................................................................................................................................14

Pablo Neruda......................................................................................................................................15Oda al día feliz...............................................................................................................................15

Amado Nervo.....................................................................................................................................17La felicidad....................................................................................................................................17

Luís Pimentel......................................................................................................................................17A poesía é o gran milagre do mundo.............................................................................................17

José Santos Chocano..........................................................................................................................19El romance de la felicidad.............................................................................................................19

Yorgos Seferis.....................................................................................................................................20Primavera d. C...............................................................................................................................20

Xohana Torres.....................................................................................................................................21

Coa presente escolma, a Biblioteca e o Club de Lectura “Pedra do Acordo” do IES “San Paio”de Tui, celebramos o Día Internacional da Poesía e da Felicidade

e o inicio da Primavera

Page 3: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 3 21 marzo 2015

Xoán Airas

Bailemos nós ja todas tres, ai amigas,so aquestas avelaneiras frolidase quen for velida, como nós velidas,se amigo amar,so aquestas avelaneiras frolidasverrá bailar.

Bailemos nós ja todas tres, ai irmanas,so aqueste ramo destas avelanase quen for louçana, como nós louçanas,se amigo amar,so aqueste ramo destas avelanasverrá bailar.1

Antón Avilés de Taramancos

Abril rompe amodiño polos cómaros, unha preguiza nova vén no vento:¡Ai meu amor! ¿Por onde o val floridosen a melancolía dos teus ollos?

O sulco medra, medra esguiamente.Vou sementando amor con edras tenraspara cinguir a luz, o vidro limpodo lume desbordado no teu labio.

Este río que nace, esta mapoula,¿qué transparente forza lle deu bríopara aniñar na túa fermosura,no mármore levián de fresco lume?

Sinto brosmos os dedos, o aloumiñotería de ser fráxil, rula mornaque a túa voz máis leve engaiolase...2

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

1 http://estromatolitos.blogspot.com.es/2012/06/airas-nunez.html2 AVILÉS DE TARAMANCOS, Antón, Obra poética completa, Espiral Maior, A Coruña, 2003, p. 51

Page 4: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 4 21 marzo 2015

Empeza a primavera no teu seo xentil e miudiña, como o pulo dun outeiro que nace de repente.

Eu gardo un poldro novo prás camposasdeste primeiro amor. E son agoraromeiro apaixoado pola dita.

Por onde xorde a flor graciosamente,alí meu corazón, túzaro xoven,planta o seu aturuxo máis cumprido.

¿E como non dicir este aloumiñode gromo tenro que che fire o peito?

¡A vendimar, qu é tempo no teu colo,a vendimar limón con auga claraque hai ánfora en sazón e hai seda mornana dureza da pel roxa e escura!3

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

A luz de abril: a terra xemede sazón, entreabreo fondo deo sulco do amore canta.4

Darío Xohán Cabana

A Manuel MaríaSe algunha vez, amigo meu, dixeraque non é túa a luz que máis amei,ceguen meus ollos, porque non sereidigno de ver de novo a primavera.

Se algunha vez, amigo meu, romperaos preciosos cristais da nosa lei,que non regrese á chaira en que abrollei,patria que o teu cantar enaltecera.

Se algunha vez, amigo meu amado,descoñecera a luz esplendorosaque ti me deches cando andaba cego,

non mereza ser máis consideradopor digno de vivir na patria nosa,non mereza o brasón de ser galego.5

3 Ibidem p. 584 Ibidem p. 2255 https://www.facebook.com/permalink.php?story_fbid=286062914899597&id=258421094330446

Page 5: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 5 21 marzo 2015

Rosalía de Castro

E por eso ó mirar cal nos camposde novo abrochan as rosasdixen: "¿En onde, Dios míoirei esconderme agora?"E ó bosque de San Lourenzome encamiñei silenciosa.

Rubén Darío

¡Aleluya!

Rosas rosadas y blancas, ramas verdes,corolas frescas y frescosramos, Alegría!Nidos en los tibios árboles,huevos en los tibios nidos,dulzura, Alegría!El beso de esa muchacharubia, y el de esa morena,y el de esa negra, Alegría!Y el vientre de esa pequeñade quince años, y sus brazosarmoniosos, Alegría!Y el aliento de la selva virgen,y el de las vírgenes hembras,y las dulces rimas de la Aurora,Alegría, Alegría, Alegría!6

Estíbaliz Espinosa

EU, que podo facerque este verso dure sempreque volvan as anduriñasa resolver a felicidade dun alto príncipesempreque volva a neveque volva sempreque empuñen as vastas xentes a xustizae ábrase o mar a unha orde dos meus ollos

6 in Cantos de vida y esperanza. http://www.poemas-del-alma.com/xxvi-aleluya.htm

Page 6: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 6 21 marzo 2015

EU, que podo facer que Ulisesnavegue e naveguepensando sempre en volvere a Bela que Durme sexa cen veces espertadae a pomba trabucadae Lesbia miña sempre miña

¿Hai algo que non estea nas miñas mansna corrente de río que leva por diantefiguras e batallaspra deixarme entre os dedos, peneiradaa fina area prata e negradunha páxina?

Facelo todopodo.A poderosa man do incerto príncipetermando dun bufón baleiroé tan só a miñameu o seu pensarque flota nas augas coma unha dama florescendo.

EU, príncipe das tebras e da luz,xiroe xirocoma un muíño que agardase nunha páxinaa inmortalidade literariaa máis ferinteporque é quen de confundir a memoria das xentesde facer dun triste muíñoun ser xiganteao son dun olifanteque nunca soou.

EU, que podo facer deste Aleph a miña casa,que podo recrear un Amor que dura sempre-porque trálas perdices, agochado, estaba o sempre,trála páxina que volver non podotrála palabra fin,trálo pano caendo...

Page 7: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 7 21 marzo 2015

EU, fragmento desa area prata e negratran préto da marabillaque me queimoteño que baixar os ollos ante tique non es libronin podo abrirtenin sei lerteanque sexas máis fermoso que Ulisese que Lesbiae que Rolande Dulcinea

hei de baixar os ollose non seguir lendo

hei de baixar os ollosante o único fragmento do meu tempoque non sei como facer

que dure sempre7

Federico García Lorca

Canción primaveral

I

Salen los niños alegres De la escuela, Poniendo en el aire tibio Del abril, canciones tiernas. ¡Que alegría tiene el hondo Silencio de la calleja! Un silencio hecho pedazos por risas de plata nueva.

7 in Pan (libro de ler e de desler), tomado da BVG.

Page 8: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 8 21 marzo 2015

II

Voy camino de la tarde Entre flores de la huerta, Dejando sobre el camino El agua de mi tristeza. En el monte solitario Un cementerio de aldea Parece un campo sembrado Con granos de calaveras. Y han florecido cipreses Como gigantes cabezas Que con órbitas vacías Y verdosas cabelleras Pensativos y dolientes El horizonte contemplan.

¡Abril divino, que vienes Cargado de sol y esencias Llena con nidos de oro Las floridas calaveras!8

Emilio Xosé Insua

Votos Para Luís e Rosa

Que o mel inunde cálidoos vosos corazóns sempre

Que receban os vosos corposa donda carícia das follasdos íntimos bidueiros apousadosnas beiras do rio da vida.

Que se estremeza a vosa olladaao cruzar-se cada diacomo duas plácidas dornas mecas na ria da Arousa.

Que proclamen os vosos peitosa bandeira imorrente da felicidade en cada hora. Asi sexa!9

8 http://www.poemas-del-alma.com/cancion-primaveral.htm

9 in Poemas, tomado da BVG

Page 9: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 9 21 marzo 2015

Antonio Machado

Me dijo un alba de la primavera

Me dijo un alba de la primavera:—Yo florecí en tu corazón sombríoha muchos años, caminante viejoque no cortas las flores del camino.

Tu corazón de sombra, ¿acaso guardael viejo aroma de mis viejos lirios?¿Perfuman aun mis rosas la alba frentedel hada de tu sueño adamantino?

Respondí a la mañana:—Sólo tienen cristal los sueños míos.Yo no conozco el hada de mis sueños,ni sé si está mi corazón florido.

Pero si aguardas la mañana puraque ha de romper el vaso cristalino,quizás el hada te dará tus rosas;mí corazòn, tus lirios.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Era una mañana y abril sonreía

Era una mañana y abril sonreía.Frente al horizonte dorado moríala luna, muy blanca y opaca; tras ella,cual tenue ligera quimera, corríala nube que apenas enturbia una estrella.

Como sonreía la rosa mañana,al sol del oriente abrí mi ventana;y en mi triste alcoba penetró el orienteen canto de alondras, en risa de fuentey en suave perfume de flora temprana.

Fue una clara tarde de melancolía.Abril sonreía. Yo abrí las ventanasde mi casa al viento... El viento traíaperfumes de rosas, doblar de campanas...

Doblar de campanas lejanas, llorosas,süave de rosas aromado aliento......¿Dónde están los huertos floridos de rosas?¿Qué dicen las dulces campanas al viento?

Page 10: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 10 21 marzo 2015

Pregunté a la tarde de abril que moría:—¿Al fin la alegría se acerca a mi casa?La tarde de abril sonrió: —La alegríapasó por tu puerta-y luego, sombría—:Pasó por tu puerta. Dos veces no pasa.10

Manuel María

Andoriña

Andoriña que voabas en círculospolos meus soños primeiros,asombro dos meus ollos: é a ti,flor de ar, a quen preguntopolo recendo doutras primaverase pola melancolía dos solporesesfollada en leves señardades.Dáme noticia dos teus chíos,dos teus niños baixo dos aleirosou mesmo do portal da nosa cas.Lembro as túas azas longas,con latexos de luz sobresaltada.Pergúntoche a ti, tan so a ti,máxica andoriña emigrante,polas albas de abrile os orballos de maio a tremarnos pétalos das rosas: talas bágoas, incontíbeis e cálidas,dunha adolescente apaixonadaque sinte arder no íntimo de sia chama do amor por vez primeira11.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Ode á Poesía

Ameite dende que abrín os ollosá luz virxe e núa da mañá.Enchiche a miña vida co teuresplandor de beleza non usada.Aínda que non te ollara nuncasentín a túa presencia, totale inmaculada, no meu feble,vello e ferido corazón.Ti estás en todo. Es todo.

10 http://www.los-poetas.com/a/mach1.htm

11 MARÍA, Manuel, Obra poética completa II (1981-2000), Espiral Maior, A Coruña, 2001, pp. 166-7.

Page 11: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 11 21 marzo 2015

Para ti non hai fronteirasnin cancelas. Atentan contrati todos aqueles que querencoutarte, encasillarte, limitarte.Sempre foxes. E apareces sempredespida, perfecta e inefábel.Perdoa a miña pobrezae faime, ¡ouh Poesía!, digno emerecente dos teus sagrados dons12.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Ode ao nacemento dunha folla

¿Qué cantidade de marabilla foi precisa para que se producira este prodixio?.¿Qué dor ou que alegríasentiu a árbore cando esta follaxurdiu á luz de súpeto?.¿Qué lle diría o ventocando a ollou?Cando se menea e vibra:¿qué segredo ou mensaxenos quere transmitir?.¿Cómo e de qué xeitotivo que adelgazar a terra,rubir árbore enriba, facersevidro musical e transparentee ser delicada folla estremecida?13.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Égloga para que floreza unha mimosa

Agardamos, con impaciencia e tremor, a túa chegada para embebedarnosco teu recendo escandalosoe para encher os nosos olloscoas túas puras chamas poderosasque incendian ao mundo de alegría.Ti desfás as atoutiñantes brétemase chamas polo azul, mimosa amiga.14

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

12 Ibidem, p. 31713 Íbidem p. 32114 Ibidem p. 323

Page 12: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 12 21 marzo 2015

Elexía pola amendoeira en flor

Berro solitario e firme de alegríana friaxe de febreirocando a terra se abreá suxerencia, poderosa e vital,da primavera. No meu maxínestás, ouh flor de amendoeira,co teu peso de verso emocionadoe a túa doce levedade de luzsen estrear. Limpo os meusescuros ollos neboentospara non lixar a túa purezainmaculada. E purifico omeu mancado e triste corazón paradarlle aloxamento á túa brancura.15

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

O teu nome de sal e primavera feito de asombro, gracia, fermosura,enche os beizos de mel e tenrura,dunha música maina e feiticeira.

O nome teu aluma a noite escura,este meu mar sen porto nin ribeirae pon, no corazón, luz verdadeira:unha coita de amor, calada e pura.

O nome teu, amor, ábreme o mundo,ultrapasa a razón, o sentimentoe fai o coñecemento máis profundo.

Pronuncio o nome teu de xeito lentoe pérdome por el, nel me confundodeica facerme anceio, sol e vento16.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

15 Ibidem pp. 332-316 Ibidem pp. 336-7

Page 13: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 13 21 marzo 2015

Canción da flor do toxo

Chorimas incendiadas, consumíndovosnun rabioso fulgor desesperado:sodes o amarelo puro e esencialpois non hai outro. Lóstregosde amor que vos abridesno corazón do cosmos para feriraos nosos ollos co alto asombrodo ouro verdadeiro: única moedapara poder pagar o desasosegoque nos causa este incertovivir cego e absurdoque se nos vai por tortos,indecisos, calados e inseguroscamiños de tristura e desamparo17.

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

¿Sería a gracia de abrilou agromaron de ti esas cores de rubí, leve mapoula xentil...?

¿Eres cecais a flor esaa que lle dá aos menceresmatices e rosicleresen xeito de sangue acesa?

Ouh mapoula mapouladacomo unha chaga despida:¡Semellas unha feridaescoante e magoada...!

Es ti a miña paixón,mapoula pequena e leve¡pois tés pureza de nevee forma de corazón...!18

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

17 Ibidem p. 34418 Ibidem p. 454

Page 14: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 14 21 marzo 2015

Primavera

No mundo é sempre Primavera.Sempre. Sempre. Por moitoque queiran e que intentenprohibila, afogala, asasinala rexurde xoven, pura, inmaculada,inocente, incontíbel, poderosa.

O mundo azul, Venus, Primavera:a primeira luz que nos alumae lle dá ás cousas transparencia,reconciliando ao home co universo.E que fai que o noso instintosexa un torrente caudaloso e puro.

A Primavera é Venus. FlorentinaFlora, loira como o bo trigocandeal, o ouro e o lume do solnos seus cabelos fermosísimosque nos incendian totalmentecun lume que acaba consumíndonos.

A Primavera é azul: tal os ríosdo noso bon país. Como as veasnas que corre -seiva fecundante-o noso sangue abrasado e soerguidoque berra, canta, clama ao ceoe pide, sen máis, perpetuarse. 19

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

Están todas as carpazas co lilailo da súa flor ¡No corazón das rapazas nacen cantigas de amor! Hai ledicia verdadeira nas flores e nas espiñas. ¡Xa chegou a Primavera no bico das andoriñas!20

▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬▬

19 Ibidem p. 49620 http://www.aelg.org/resources/centrodoc/members/paratexts/pdfs/autor304/PT_paratext2145.pdf

Page 15: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 15 21 marzo 2015

Despedida da Primavera

É tempo xa de que me despida, Primavera. Queda lonxe aquela idade na que eran irmaos nosos os menceres:

Flora poñíaun lume abrasador nas nosas veas, Venusmostrábase propicia, as Tres Graciasagasallábannos con canciós, danzas,sorrisas e poemas que alegraban ao mundoe facían xurdir un tempo novo e ledo:agromaban rosas, camelias, caraveis,a vida tiña unha esencia musicala cuio máxico son corrían os ríos,danzaban, rumorosas, as florestase ordenaba o seu curso o universo.De ti me despido para sempre, Primavera.Sei que o tempo é irreversíbele non vale de nada andar laiando.Ameite fondamente e de verdade.

Semprelevarei a túa sorrisa no sombrizoe escuro pozo dos meus ollos.

Só che pidounha raiola de sol e de alegría par aquecera este meu triste corazón, vello e cansado.21

Martha Medeiros

Quem morre?

Morre lentamentequem se transforma em escravo do hábito,repetindo todos os dias os mesmos trajectos, quem não muda de marcaNão se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.Morre lentamentequem faz da televisão o seu guru.Morre lentamentequem evita uma paixão,quem prefere o negro sobre o brancoe os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções,justamente as que resgatam o brilho dos olhos,sorrisos dos bocejos,corações aos tropeços e sentimentos.

21 MARÍA, Manuel, op. cit. p. 504

Page 16: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 16 21 marzo 2015

Morre lentamentequem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,quem não se permite pelo menos uma vez na vida,fugir dos conselhos sensatos.Morre lentamentequem não viaja,quem não lê,quem não ouve música,quem não encontra graça em si mesmo.Morre lentamentequem destrói o seu amor-próprio,quem não se deixa ajudar.Morre lentamente,quem passa os dias queixando-se da sua má sorteou da chuva incessante.Morre lentamente,quem abandona um projecto antes de iniciá-lo,não pergunta sobre um assunto que desconheceou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.

Evitemos a morte em doses suaves,recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maiorque o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemosum estágio esplêndido de felicidade.22

Pablo Neruda

Oda al día feliz

Esta vez dejadmeser feliz,nada ha pasado a nadie,no estoy en parte alguna,sucede solamenteque soy felizpor los cuatro costadosdel corazón, andando,durmiendo o escribiendo.

22 http://www.escritas.org/pt/poema/13437/quem-morre

Page 17: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 17 21 marzo 2015

Qué voy a hacerle, soyfeliz.Soy más innumerableque el pastoen las praderas,siento la piel como un árbol rugosoy el agua abajo,los pájaros arriba,el mar como un anilloen mi cintura,hecha de pan y piedra la tierrael aire canta como una guitarra.

Tú a mi lado en la arenaeres arena,tú cantas y eres canto,el mundoes hoy mi alma,canto y arena,el mundoes hoy tu boca,dejadmeen tu boca y en la arenaser feliz,ser feliz porque si, porque respiroy porque tú respiras,ser feliz porque tocotu rodillay es como si tocarala piel azul del cieloy su frescura.

Hoy dejadmea mí soloser feliz,con todos o sin todos,ser felizcon el pastoy la arena,ser felizcon el aire y la tierra,ser feliz,contigo, con tu boca,ser feliz23.

23 http://www.neruda.uchile.cl/obra/obraodaselementales3.html

Page 18: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 18 21 marzo 2015

Amado Nervo

La felicidad

Un cielo azul de estrellasbrillando en la inmensidad;un pájaro enamoradocantando en el forestal;por ambiente los aromasdel jardín y el azahar;junto a nosotros el aguabrotando del manantialnuestros corazones cerca,nuestros labios mucho más,tú levantándote al cieloy yo siguiéndote allá,ese es el amor mi vida,¡Esa es la felicidad!...

Cruza con las mismas alaslos mundos de lo ideal;apurar todos los goces,y todo el bien apurar;de lo sueños y la dichavolver a la realidad,despertando entre las floresde un césped primaveral;los dos mirándonos mucho,los dos besándonos más,ese es el amor, mi vida,¡Esa es la felicidad...!24

Luís Pimentel

A poesía é o gran milagre do mundo

Insinareiche sin berros.

O poeta é un mestre sin ira.Levareite ó meu reino,onde te agardaa bandeira da espranza.Non che amostraréi aquélatriste, abatida sobre o mastro,solitaria baixo unha chuvia cincenta.

24 http://albalearning.com/audiolibros/nervo/lafelicidad-p.html

Page 19: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 19 21 marzo 2015

Estóu arrepentido de pensarque o máis brosmo e brután dos homesnon poida descalzarsepra entrar no noso reino.

(¡A poesía é o gran milagre do mundo!)

Eu faréi que olles a través das túas maos toscasa luz da túa sangre.Puliremos a túa frente de seixohasta case facela lúa.Non che faréi erguer pesadas pedras,nin subir o monte máis altoonde cravada estáa bandeira do meu verso,nin soster cos teus hombros as noites.Todo esto xa o ten feito o poetapor ti, pra ti e máis pra o mundo.Eu asegúroche que quedarás envisofitando prás estrelas.O xoto palpexar das túas maoschegará a conocer as rosas invisibles na noite.Sentirás o borboriño da propia sangrei o silencio que todos levamoscando digas:os seos da miña amada…Quedarás deslumbrado pola súa luz,baixo da sombra verde no bosque.

(¡A poesía é o gran milagre do mundo!)

Faremos música do teu vocerío.Eiquí estamos coa túa lingoaxe vulgar.Nomearás calquera cousa–árbol, cabalo, pedra…–e veralos nacer coa súa vida máis íntima,cos seus contornos máis puros.

Olla esa formiga,ise argueiro mouro…¿Qué delicados dedos de alfareiropuideron modelar tan pequechiño corazón,que latexa agora baixo dos altos árboles?¿Non te decatas de que se movéu o silencio?É esa noitaregaque nesgóu o bosque:doces, xordas plumas,abanador da noite.25

25 in Sombra do aire na herba, 1959. http://poeticas.es/?p=1083

Page 20: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 20 21 marzo 2015

José Santos Chocano

El romance de la felicidadFelicidad: yo te he encontradomás de una vez en mi camino;pero al tender hacia ti el ruegode mis dos manos... has huido,dejando en ellas, solamente,cual una dádiva, cautivoalgún mechón de tus cabelloso algún jirón de tus vestidos...

Tanto mejor fuera no habertehallado nunca en mi camino.Por ser tu dueño, siento a vecesque no soy dueño de mí mismo...Toda esperanza es un engaño;todo deseo es un martirio...

Felicidad: te vi de cerca;pero no pude hablar contigo.

Ya voy sintiéndome cansado...Cuando en la orilla del caminome siento a ver pasar a muchosque hacia ti vayan cuál yo he ido,tal vez te atraiga mi reposo,mi displicente escepticismo,mi resignada indiferencia,mi corazón firme y tranquilo;y, paso a paso, a mí te acerques,sin que yo llegue a percibirlo,y, al fin, sentándote a mi lado,hablarme empieces: - Buen amigo...

¿Será mejor el no buscarte?¿Será mejor el ser altivoen la desgracia y no sentirsejuguete vil de tus caprichos?

Yo sólo sé que cuantas vecescon más afán te he perseguido,más fácilmente, hacia más lejos,más desdeñosa, huir te he visto.Yo sólo sé que cuantas vecestornó perfil un sueño mío,Felicidad, te vi de cerca,pero no pude hablar contigo...26

26 http://www.los-poetas.com/d/choc1.htm#EL%20ROMANCE%20DE%20LA%20FELICIDAD

Page 21: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 21 21 marzo 2015

Yorgos Seferis

Primavera d. C.

Outra vez a primaveravestía claras corese con paso moi lixeirooutra vez a primaveraoutra vez no veránsorría.

Por entre os novos broteso peito nu ata as veasmáis alá da luz secamáis alá dos brancos anciánsque discuten en voz baixase sería mellorentregar as chavesou tender a cordae colgar do nódeixando corpos baleirosaí onde as almas non aguantanaí onde a mente non entendee dóbranse os xeonllos.

Cos novos brotesos vellos equivocábansee entregaban todonetos e bisnetosos extensos agrosas verdes montañasamor e abundanciapiedade e refuxioos ríos e o mar;e partiron como estatuasdeixando atrás un silencioque nin unha espada cortaseque ningún galope afastasenin a bulla dos mozos;chegou entón a gran soidadechegou entón a gran privaciónxunto coa primaverae afincouse, estendeusecomo a xeada da albaaferrouse ás ramas altasdeslizouse polos madeirose envolveu a nosa alma.

Page 22: Primavera, poesía e felicidade

Primavera, Poesía e Felicidade 22 21 marzo 2015

Pero sorríavestindo claras corescomo amendoeira en florentre chamas amarelase ía con paso lixeiroabrindo ventásao gozoso ceosen nós, desgraciados.E vin o seu peito nua cintura e o xeonllosubtraerse á torturacomo inmaculado mártirque vai camiño do ceoinmaculado e purificadomáis alá dos murmuriosincoherentes da xenteno circo ilimitadomáis alá do xesto negroo colo suadodo verdugo exasperadoque solta o seu golpe en van.

A soidade converteuse en lagoa privación converteuse en lagosen fisura, inmaculado.27

Xohana Torres

¡Xa chegou!... Xa chegou a hora de vestir paxaros: Salgada humidade chéganos do mar e un azul, de anxo, píntase nos ceos.28

27 SEFERIS, Yorgos, Mythistórima. Poesía Completa, Galaxia Gutenberg, Barcelona, 2012, pp.331-528 http://www.aelg.org/resources/centrodoc/members/paratexts/pdfs/autor304/PT_paratext2145.pdf