Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

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  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    1/10

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    .

    SO

    X

    '

     

    x

    t

    ,

    D

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    j

    D

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    h

    O

    j

    k

    Q

    Q

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    J

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    7

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    2/10

    (2)

    r'.1

    es

    prj

    rriel

    rchs

    mese s

    dcn

    1

    9

     

    2

    ,

    Parts

    citet'ecia

    ,

    a I

    m

    dos

    Sa//els

    Russes- a

    lsic. o de

    Les Deux

    f'//roms. na

    O-pera,

    aps

    t

    ma

    a

    usncia

    de doze

    a

    nos;

    %nu

    clr?

    uopan.e.

    mfsiza

    da

    D

    odorat

    da

    S

    vrac

    para

    uma

    lagdia

    de

    h

    'tarharen

    Tincs

    () cefrios

    cle

    Goksl,

    clanada

    e

    rscta-'a

    psr

    lda

    Rubinstcin

    e

    de

    Max;

    os

    ets

    oe

    L4.me

    Frtps /la,rltlk/ae

    que

    danavam

    Gb-

    ras

    de

    Fllk'cnt

    Schmidt,

    Dukc- s

    e

    al;

    o

    drama

    mimiceo

    Sumtmurum de

    Freska. com

    mtisica

    c;e

    Hollander

    e

    encena-

    de

    Max

    Reinhardl-

    N

    a

    Opera.

    Weingartcn

    dirigia

    O

    Anel

    dos

    /v3e/t.zn,ss.

    de

    lnef .

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    3/10

    ue

    sofreram

    a

    istas

    franCeSO3

    Q

    intelectuais

    e

    art

    f

    i

    sefn

    ntre

    os

    paul

    Valry,

    O

    t

    Iarm

    e

    de

    Wagner'

    fluncia

    de

    Mal

    iocia

    cor-

    dupla

    in

    dando

    coer

    lou

    sobre

    a

    dana,

    e

    melhor fa

    rio

    dos

    seus

    dtivida,

    o

    qu

    do

    xo

    cofur

    '

    '

    Zdio

    qble

    bavia

    herda

    .

    '

    rente

    de

    amorz

    jculos

    a

    que

    assistiu,

    e

    falou

    doS

    espect

    das,

    Valry

    no

    a

    dana.

    Viu

    camara

    Iaes

    com

    tico

    das

    SUaS

    re

    ilncio

    i

    Sintom

    ouncan,

    par-

    este

    s

    yojler

    e

    Isadora

    da

    Opera.

    viu

    Loie

    prs

    os

    velhos

    ballets

    da

    sagrao

    da

    histricas,

    como

    a

    vrias

    estreias

    dos

    Ballets

    ticipou

    em

    k

    culo

    dos

    amigos

    3,

    esteve

    ligado

    ao

    C

    r

    ra

    em

    1

    91

    ,

    sobre

    as

    obras

    ou

    mave

    .

    trio

    directo

    a

    far

    um

    comen

    (oti-

    Russes.

    mas

    nunc

    s

    cadernos

    ber

    nem

    a0s

    Seu

    nunca

    far

    Sa

    ,

    vivido.

    bre

    os

    artistes,

    do

    momento

    o

    os

    temas

    bservaes

    sobre

    te

    mos,

    as

    suas

    O

    Iidade

    imediata.

    e

    es

    a

    elm

    da

    actua

    lar

    sempre

    da

    dana

    par

    essa

    reali-

    Fa

    ;zo

    de

    valor

    sobre

    i

    mesmo

    um

    itl

    fastamento

    em

    S

    Y

    dana

    Sonh8d3'

    contradio

    com

    a

    gerao

    ade,

    em

    z:

    aoos.

    Pertence

    valry

    um

    iovem

    de

    dez

    Em

    1900,

    i

    Kandinsky.

    Tem

    hoenberq,

    Gordon

    Cre Qz

    de

    iaghileft,

    SC

    jjjoaire.

    colocado

    etaria''

    Stravinsky

    e

    ApO

    ais

    que

    Picasso,

    no

    participa

    asos m

    ioorios,

    Valrv

    andes

    revoltlc

    te

    no

    meio

    dos

    Gr

    sculo.

    Apesar

    men

    nicia

    o

    novo

    dernista

    com

    qtle

    Se

    do

    na

    aventura

    rno

    s

    abusos

    lricos

    la

    sua

    reaco

    ao

    um

    moderno.

    laflto

    pe

    trabalho.

    disso,

    resta

    ao

    artista

    170

    la

    ateno

    que

    13

    -

    imbolismo.

    como

    ge

    contra

    sua

    von

    Y

    i

    IOCfV1D

    QUO'

    QYCSO

    nto

    cria:

    de

    ta

    flexes

    ao

    artista

    enqua

    is

    cidas

    re

    ituem

    ume

    das

    ma

    s

    escritos

    const

    costas.

    tade,

    os

    SeU

    a

    ter

    voltado

    as

    a

    que

    itllGav

    arte

    do

    seu

    temp',

    ce.,

    sobre

    a

    l

    de

    son

    esp

    Breton.

    .i

    tait

    Seu

    mo

    dizia

    Andr

    l

    valry

    falou

    da

    Mas,

    co

    cja

    que

    Pau

    singularida

    yoi

    cora

    esta

    mesma

    orneas,

    obras

    contemp

    I

    antigo,

    ignora

    as

    .

    sonha

    ufn

    idea

    ificar

    o

    Bailado

    dana.

    kca

    capaz

    de

    iust

    nica

    estt

    indo-

    efine

    tambm

    a

    itadoras,

    abr

    mas

    teotaes

    im

    ivocos

    e

    daS

    te

    de

    o

    libertar

    dos

    equ

    ficado

    bastan

    C

    VZCI'Y

    tfT

    ZZCVOZ

    do

    noclassicismo.

    rie

    de

    -lhe

    a

    via

    j

    gp.a),

    mas

    toda

    a

    s

    Ilon

    Musaflo

    $

    iferente

    perante

    ApO

    iadas

    reeberam

    ind

    desde

    entso

    cr

    iasky

    e

    Balanchine

    sua

    bras

    de

    Strav

    ao

    se

    conhece

    a

    6

    C'VOQZVZ'

    SO

    Z

    ao

    da

    esttica

    que

    a

    encontrar

    inspira

    ito

    o

    espantou

    abe-se

    qUe

    MU

    a

    este

    ballet.

    S

    reaco

    63

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    4/10

    ,Lir1

    a i

    s

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    a sua

    i

    nf

    l u

    n

    c

    i

    a n a

    Potjc)

    ..

    o

    ypkysysozs

    jjs

    s

     

    rav

    ns

    ky

    q

    u

    e

    .

    precis.c

    mfane

    u ma

    j

    nteosj.stayzgo

    yas

    jyoyos

    (.(a

    vajry

    pejo

    migo

    composftor

    Va

    Irv

    'tzria

    f

    icado

    a

    jnda

    ma

    is

    supreendidlfY

    srsre

    Yklfilsscgn

    q

    uc

    na;

    ja

    s

    pj.oyzyoatas

    jga

    trajaa

    j

    hos

    pr

    jcos

    pasY

    Cl'

    rhq

    r7o

    se

    (;

    scontj.a

    jka

    ok.

    ja

    m

    a n

    ta

    vo.

    s

    t

    +

    jos

    (ja

    s o

    u a

    s

    m

    e

    J

    ja

    o

    .S

    t

    f

    cr

    i a

    s

    C

    o

    m

    o

    d j r

    j

    a

    Jv

    '

    .

    '

    '

    -

    .

    .

    gcswsg

    jysye

    .

    xg

    jyomam

    ma js

    (jra j

    .

    'C

    b'

    m.ue

    suu

    ve:l

    e

    os

    sous

    actos

    r-st

    cofno

    qzfe

    previsto

    par.a

    S

    ventuaridacjos

    d0

    que

    as

    que

    tj

    capaa

    cle

    supor..

    OiS

    ,val-w

    desejava

    um

    teatro

    totaj

    em

    vez

    cia.

    upera

    tradfcfonaj

    e

    a

    ambiao

    ngo

    o

    abandonar

    apesar

    da

    oposta

    evoluzo

    da

    sica

    comempornea.

    Em

    j

    sad'

    D94

    .ao

    problema

    de

    um

    tino

    ao

    z.'

    Focofdava

    ter

    pensado

    j

    em

    Iaborao

    das

    diferentes

    'Jrt

    -e

    Ws

    UCJOSROCtCU'O

    em

    que

    houvesse

    a

    leatro:

    mimcas

    ou

    de

    acio

    na,

    msica,

    ca

    ntos,

    declamao,

    e

    dcor.

    ora

    este

    probfema'

    nsistia

    em

    grande

    parle

    no

    encontrar

    uma

    aclo

    cnica

    que

    ivesse

    para

    a

    imitao

    d'i

    recta

    da

    vida

    como

    a

    linguagem

    can-

    da

    est

    para

    a

    Iinguagem

    falada

    corrente.

    Tjnha

    concebido

    um

    poctculo

    a

    que

    L

    chamara

    melodrama

    e do

    qual

    fajei

    com

    pbussy,

    mas

    n

    pensava

    que

    surgisse

    a

    oponunidade

    de

    passar

    rtica.n

    .

    nova

    colaboraqo

    com

    Debussy

    e

    props-lhe

    n

    ballet.

    para

    valry,

    como

    para

    Maljarm

    o

    autor

    do

    Ivreto

    e o

    zsosmpositor

    ontinuavam

    a

    ser

    os

    criadore

    d

    o get

    sando

    o

    regrafo

    apenas

    algum

    encarregado

    de

    ostes.

    Parece

    ter

    discutido

    iaroamoneo

    aYOO

    *Of*O-

    s

    Suas

    Ce

    Rrojecto-

    sentindo

    mesmo

    a

    ra

    2o

    Z0

    --

    '':.*'Z.

    %'-

    O.F

    Debussy

    sobre

    la

    as

    ideias

    trocadas..

    --W*>2'''''3C'UU

    0*

    aprofundar

    por

    qMeu

    caro

    Debussy,

    penso

    em

    si

    e nos

    batlets

    (...)

    Na

    mjnraa

    ,no.

    trata-se

    de

    fazer

    o

    a//et

    mais

    claro

    c.o

    mundo

    sem

    pro-

    lma.

    pois

    no

    querer

    dizer

    mais

    do

    que

    aquilo

    que

    consentem

    pernas

    os

    instrumentos.

    s

    que

    para

    varia;-

    a

    aclo

    pura

    escentarei

    s

    bailarinas

    alguns

    mim

    f

    '

    ;

    seus

    eternos

    tutu

    e

    rnajsw.

    os

    mO;

    S

    Omininos.

    As

    bailarinas

    '

    muito

    distantes

    dos

    figurincs

    n*rn'ncYt*n

    n'

    VUS

    ligeirosez'kestes

    rimento,

    a

    deslocao

    simplas

    c

    Vo

    -'m

    lmfas'

    *

    Pcimoiras,

    cabe

    o

    AS

    Outras,

    tocam

    os

    oestoq

    ao--'hZ-C--C

    Vvzciosidade

    possf-

    ajveis.

    *7 ---

    uo

    >tJll

    isos

    e

    as

    anedotas

    eEis

    o

    Em

    1

    900,

    tentou

    pouco

    sjntaxe.

    sajiento

    considero

    rigorosos

    os

    papis

    a

    atrjbujr

    a

    estes

    esquadres

    yneios.

    No

    fundo,

    sJo

    duas

    lfnguas

    djferentes

    em

    tudo

    e

    que'

    m

    de

    comum

    o

    sjlncio.

    Gcrescento

    uma

    meu

    alfabeto

    e

    j

    um

    da

    minha

    enormidada.

    A

    msica-

    a

    sua-

    no

    pode-

    er

    igualmente

    dupla

    e,

    sob

    a

    gnidade

    aparente

    do

    som,

    dis-

    tinta

    de

    si para

    si

    .-,

    ccmo

    o

    entrecha:

    se

    distancia

    da

    f

    isionomia?

    I'-'las

    isto

    dito

    ao acaso.

    Pensi

    ocasionalmente

    no

    mito

    de

    Orfeu,

    ou

    seja

    na

    animai.

    o

    da

    tudo

    pelo

    espirito

    -

    a

    precisa

    fbula

    da

    mobilidade

    e

    da

    conciliao

    (...)

    Esta

    especulao

    '

    divei-te-me

    muito

    -

    tcm

    para

    rrkirin

    o

    inesperado

    de

    umas

    pontas..

    O

    estranho

    jogo da rnistura

    dcs

    bailarinas

    em

    tutu

    e

    dos

    mimcs

    em ttinica

    grega

    traduz

    uma dicotomia

    que

    pcde suscitar

    dois

    tipos

    de

    comenlrio.

    Por uin

    ludo,

    significa

    que

    Valry,

    como

    Mallarm,considrava

    a

    d'ana

    e a

    mfmica

    como pertencentes

    a

    duas familias diferentes:

    o

    que

    pafece donstituir

    uma

    critica

    moda

    de

    mimar

    a

    dana,

    na iluso

    de

    a

    tornar

    mais expressiva.

    Por

    outro

    Iado,

    a

    dicotomia

    af

    irma

    os Iimites

    da

    dana,

    a

    sua

    eventual

    incapacidade

    de

    traduzir

    na sua

    linguagem

    especifica

    as

    ideias

    e

    os

    sentimentos.

    Esta

    noo poderia

    fazer pensar

    em

    Noverre,

    mas

    bastar, para se esclarecer

    o

    seu

    sentido,

    conside-

    rar

    que no

    fundo

    desta

    dicotomia

    se

    enraizam

    os preconceitos

    simbolistas

    de

    desprezo

    pela

    dana,

    julgada

    um

    meio

    artistico

    insuficiente, por

    oposio

    mtisica,

    que

    era

    a

    ldeia

    a atingir.

    Nesta mesma

    ptica,

    pode

    entender-se

    at

    que ponto,

    era,

    para

    a

    poca,

    um

    projecto original

    a proposta

    de um

    ballet

    sem

    pro-

    grama,

    tal

    como

    Valry

    a

    formula,

    mas sem

    correr

    o

    risco

    de .2

    Ievar

    at

    s

    tiltimas

    consequncias.

    Para atm

    desta

    colaborao

    falida com

    Debussy,

    Valry con-

    tinuou

    a

    ser

    vftima

    desta

    doena

    dicotmica

    durante

    toda

    a

    sua

    vida.

    concebendo

    o

    jogo

    dos duplos no

    quadro

    do

    espectculo

    danado como

    o

    terreno

    de exposio da

    sua

    temtica.

    Faltou-lhe,

    conldo, o

    sentido

    da

    realidade

    fsica do

    teatro

    que

    ofereceu

    a

    Claudel

    a

    possibilidade

    de

    dar plena

    expanso

    a

    uma

    trajectria

    semelhante.

    A

    sucesso

    dos projectos de

    Valry

    para

    a

    dana.

    anotados de uma forma

    quase enigmtica

    ao

    longo

    dos

    Cahiers.

    traduzem claramcnte

    esta

    obcsssi.

    o.

    O

    tema de

    Orfeu

    reaparece

    em

    1 904,

    scb

    a forma

    de

    ballet

    com

    canto:

    .AG

    bailarinas rc.presentam:

    1

    -

    os

    movimentos

    elementares

    vzntos,

    guas,

    folhas,

    --

    mas

    tambm

    2

    -

    as

    emoes,

    reflexos.

    Os

    mimos

    s:o

    os

    so.

    res

    vivos

    -

    e

    tambm as paiiies,

    as

    fadi-

    gas,

    os

    actos,

    oo

    desejos.

    65

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    5/10

    Crcu

    ra

    os

    coros

    escondid

    os

    fa as vozcs

    escondid.as

    -

    uma

    ulka,

    etc.p

    ,A.p

    s

    c)

    ptlbqica:o

    de L'hme

    al lo

    Dense

    (

    1 921

    ),

    tittllo

    que

    rnblrl

    o

    dt:? um prcjecto d'c

    danar

    as

    notas

    deste

    tipo tornam-se

    aEc

    nunncrozas. De

    1 928 a

    1 940,

    c

    Iista

    das suas

    ideas para a

    rna

    ionga

    e

    i mprecisa:

    Grphe.

    Le

    Vioux

    de

    Ia Mlrzavxar

    Le

    n?/e

    cle..z

    Antsta/as,

    sob

    re

    o

    tema da

    caverna

    de Plato, Le

    k'J-//a-

    'ur

    cY,tl

    I-omb

    e's.

    Le

    I;'a)7s des

    f'/ktM=

    M

    ez?laz'tM.

    ldes. Ntlnlrtzse

    acun

    .'J/n

    ide.

    s?/,%t

    o''es

    Doubles,

    La

    Bclle au

    JIV,S

    Dormanz

    'gures

    (que

    chega a

    discutir com Proltofieff),

    Les

    Penses.

    Baliet

    n

    l'Ame

    et

    du Corps-

    Ballet

    sur

    I'Amour

    et Ies

    Autres

    Passt'ons.

    allet

    du Serpent avec

    Eve,

    Les

    Fautes

    e

    Les

    Harmoniques.

    dois

    tmas

    oferecidos a

    Lifar,

    Ballet

    of

    the

    Golden

    Souls,

    La Belle

    et Ia

    te,

    etc.

    Nenhum

    destes

    projectos

    chegar

    a

    ganhar

    forma

    e

    Valry

    ,r de

    esperar

    at aos

    anos trinta

    para ver

    danar as

    suas

    obras.

    e

    no

    foi capaz de

    convencer

    Debussy

    para

    o

    seu

    Orfeu.

    teve

    lmbm

    de

    sonhar sozinho

    Souvenirs.

    uma

    opra-ballet.

    A

    grande

    poca

    dos

    Ballets Russes

    (1 909-1 929)

    to-pouco

    foi ocasio

    para

    alry

    propor

    ou

    impor

    as

    hsuas

    ideias.

    Quando

    os

    Ballets Russes

    hegaram

    a Paris, Valry

    foi

    espectador

    assiduo

    e

    as

    suas

    visitas

    arecem

    traduzir

    um

    interesse

    real

    pelo

    novo Bailado,

    embora

    no

    hegue

    a

    partilhar

    o

    entusiasmo

    dos

    seus

    ex-camaradas

    do

    cir-

    u1o Mallarm,

    nem

    a

    pensar

    numa

    eventual

    colaborao com

    liaghileff.

    Numa

    breve

    nota

    sobre

    Tamara

    Karsavina,

    vimo-lo

    assar

    sobre

    o

    artificio

    da

    cona

    para

    chegar

    bailarina pura,

    s

    uas

    trinta

    e

    duas

    piruetas,

    comparadas s

    facetas de um

    dia-

    ante.

    A produo

    posterior

    de

    Valry,

    para ou

    sobre

    a

    dano.

    oloca-se.

    alis

    em oposia

    a

    Diaghileffe embora

    se

    posx

    dizer

    ue

    esta produo

    tanto se

    inspirou do

    movimento

    geral

    de

    reno-

    ao

    que

    ento se

    vivia

    como

    da

    simples

    recordao

    de

    Mal-

    lrm,

    de

    que

    Valry se

    reclama.

    Valry

    fala sempre

    como

    se

    a

    rande revoluo

    coreogrfica

    no se

    tivosse

    processado.

    Mais

    hrde,

    Iamentando

    as

    condies

    de

    encenao

    do seu

    Amphion.

    ir, com tom

    depreciativo,

    qua

    tudo Ihe

    parcceu

    uma

    espcie de

    ollat

    russo. Em

    1

    921

    ,

    a

    publicao

    de

    L'Ama

    et Ia

    Danse

    pode

    er

    entendida como

    um

    perfeito

    mcnifesto

    contra

    os

    Ballets

    Rus-

    e%

    embora esta

    inteno no

    seja

    expressa

    nem

    confessada.

    O

    ilogo

    ,

    contudo,

    uma

    reflexo

    sobre

    a

    dana

    bsoluta conce-

    'ida

    por Val

    ryz

    que teria

    muito

    pouco em

    comum

    com a

    arte

    viva

    roposta pelos Russos.

    Se

    da 1

    09

    4 a

    1

    921

    Valry

    no

    encontrou modo

    de dar

    forma

    'rtica

    s

    suas

    ideias

    sobre

    a

    dana,

    com

    L'Ama

    et

    la

    Danse

    aproveitou

    a

    oportunidade

    para

    org

    anizar

    o

    sistema

    da

    sua teoria

    sobre

    a

    arte

    coreogrf

    ica.

    A

    sua

    interveno

    rcveste-so

    de um

    ;.;'&nt1'

    e peso,

    pois

    se

    trata do

    primeiro

    grande texto sobre

    a (Jarla

    escrito desde

    as

    Lettres

    de Noverre,

    e

    precisamente

    no

    senlido

    contrrio: peia

    dana pura

    contra

    a

    dana

    programtica.

    i-

    ,2,=,

    CJ

    la

    Danse

    a

    primeira pk-osa

    irnpcrlante

    de Verw

    silencioso

    desde

    Monc/aur Teste

    (1

    83),

    o

    quc

    nos

    faz

    pensar

    que

    a

    encomenda

    da

    Revue

    l//tzs/ca/a

    para

    o

    sou

    niraero sobre

    Le

    BaI-

    Iet

    au

    Xlxme

    Sicle

    tenha vindo

    ao

    enccntro

    do

    seu desejo de

    se

    exprimir

    sobre

    a

    matria,

    mesmo se

    ele

    chega

    a

    afirmar

    o

    contr-

    rio. Numa

    carta

    a

    Louis

    Schan, a

    propsito

    do

    seu

    livro

    la

    danse

    grecque

    antique, Valry

    escreve que

    o

    seu dilogo plat6nico sobre

    a

    dana

    no se

    baseia no

    conhecimento

    do

    que

    escreveram

    sobre

    l

    o

    assunto

    os

    autores antigos.

    Limitara-se

    a

    folhear

    o

    livro

    de

    ?'

    Maurice

    Emmanuel

    sobre

    a

    Orchestique grecque

    (1

    893)

    e

    o

    tra-

    i

    tado do

    dr.

    Etiepne-lules Marey

    sobre a

    fisiologia

    do

    movimento.

    '

    C

    feito

    se

    a Grcia

    oterece

    o

    cenrio

    e

    a

    circunstncia

    de

    om

    e

    ,

     

    L'Ame

    et

    la Danse.

    determinadas

    observaes,

    especialmente

    $.

    sobre

    o

    andar,

    parecem

    derivar directamente

    das

    fotografias

    de

    4

    decomposio de

    movimento

    do

    livro do dr.

    Marey.

    Mais tarde,

    no

    prefcio

    a

    um

    livro sobre Lifar, Valry

    confirmar

    explicitamente

    a

    1

    $

    '

    ateno

    prestada

    s

    fotografias-. .Deste modo,

    a

    viso

    do

    aspecto

    k

    h

    mais

    ptpro

    da aco

    realizada

    encontrava-se condensada e

    f

    ixada

    l

    numa

    s

    f

    igura,

    e

    ellkmhado

    o

    tempo.

    um

    s

    olhar

    apreendia

    a

    inteira ideia

    da

    evoluo de uma

    frase ritmica

    do

    corpo

    humano.p

    (1944)

    Esta

    postura

    de

    observador

    solitrio,

    distante

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    6/10

    Mais

    uma

    vcz,

    Valry

    se

    esqusce dos

    Gous

    prprios

    geztos, ao

    irmar n:o

    ter nunca pensade

    na

    dana, quando

    sabemos

    que

    rsa

    idoia

    da

    um J;a-'J;'e

    ensrta

    o

    abstracto

    c o

    sensfvel

    Ihe tin ha

    Jrgido

    j

    em

    1.

    3CO num projccto desti

    nado cena.

    F-'las

    esta

    'irnnazo

    de uma

    distncia

    em

    relatlo

    dana era

    uma

    pcse que

    )

    ialpunha

    anles de se comprornelar

    corn

    a

    arte

    corcogrf

    ica.

    ignificativo

    tambm

    o

    facto

    de

    o

    poeta,

    Clallarm, se

    apresentar

    >mo

    fonte

    de inspirao.

    em vez

    do

    bailarino. Mas

    dcixemos de

    arte

    astes

    detaihes, cuja

    referncia

    tem

    apenas por objectivo

    ablinhar

    a

    presena

    de

    determinados preconceitos

    valrianos,

    e

    Asemos

    ao dilogo.

    Esto

    reunidos

    Scrates,

    Eriximaco

    e

    Fedro.

    O

    personagem

    6crates

    comea

    por

    demonstrar

    aos

    amigos

    que a

    vida

    um

    sis-

    ,ma de

    metamorfose's

    constantemente

    renovado

    e

    mostra-lhes

    ae

    a bailarina oferece

    a

    imagem

    que

    melhr

    traduz

    o

    que

    a

    da:

    uma

    Iuta

    de

    alternncias entre

    dois

    princfpios

    contraditrios,

    ae,

    pela

    sua

    oposi.

    o. do

    origem ao sistema'.

    Gudo

    lhe

    serve,

    Eriximaco.

    para

    no concluir.

    (...) E

    uma

    lulher

    que

    dana, e

    que divinamente

    deixaria

    de ser

    mulher,

    se

    Jdesse

    obedecer.

    at s

    nuvens

    ao

    salto que executou. Mas

    >mo

    no

    podemos

    alcanar

    o infinito, nem

    no

    sonho,

    nem acor-

    xdos,

    tambm

    e1a

    voita

    a si prpria;

    deixa

    de

    ser

    floco,

    pssaro,

    leia;

    deixa

    de ser,

    enfim,

    o

    que

    a

    flauta

    quis que

    eIa

    fosse,

    pois

    lesmo

    a terra

    de

    onde

    partiu

    a chama, e a

    devolve

    sempre

    exte-

    uada sua

    natureza

    de

    mulher

    e

    ao seu

    amigo...p

    Nesta

    primeira

    apario

    a

    bailarina surge como

    coisa

    danada

    lais

    do

    que

    como criadora

    da

    aco.

    As

    palavras

    de

    Scrates

    ssencadeiam,

    porm,

    essa

    aco

    e

    um enxame

    de

    bailarinas

    narece

    diante

    dos

    seus

    olhos.

    Voam

    numa

    to perfeita

    obedin-

    a

    msica.

    que ele

    as

    v

    qexactamente

    pelo

    ouvidom,

    lontecendo-lhe,

    inversamente.

    de

    exigir

    silncio para melhor

    icular

    a

    misica

    dos

    seus

    corpos.

    de

    Scrates,

    embcra

    cascatas'deeopcjando

    elo-

    os/carcias

    sobre

    bailarinas,

    no

    cessam

    de

    se

    lntido daquelas danas'.

    so

    'nta

    concili-los,

    fazendo

    1

    ba

    i

    l a r i

    n

    a

    ,

    a

    q

    u

    a

    l

    ,

    irmas

    e signif

    icados, at ao

    esvaziamento

    do seu ser. A

    discus-

    disputar sobre

    o

    Scrates

    bstractas

    ou

    e

    ivas?

    converglr

    a

    sua ateno sobre

    o

    xtase

    no seu delfrio

    de

    movimento, arrasta

    consigo

    io

    sobre

    a dana mfmica

    e a dana pura

    cessa

    quando

    o

    espec-

    dor

    se

    entrega

    dana. Pela

    voz

    dos

    seus

    personagens,

    Valry

    Ia

    da

    prodigiosa

    mquina

    que

    o

    corpo

    humano,

    dos seus

    ovimentos

    titeis,

    e

    dcs seus

    movimentos

    inteis.

    como

    cs

    da

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  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    7/10

    ksso

    eorpo. C-raas

    ao

    des/anvolvimento

    das suas

    estruturcs,

    o

    .rrho

    dnnte conquista para lodos

    ns

    um

    nova mundo de

    rnhecimento,

    qtle

    Ce

    outro flnodo

    nos seTia neg ado.

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    8/10

    cras

    amsises

    d.a

    grande

    sacerdclisa

    Ifz a

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    ubinstoin,

    que,

    em

    1931

    e

    1 934

    ,

    tomara a'

    seu cargo

    a

    a/rcsentazo

    de

    dois

    opras-bollet:

    a4rJ?p2p,W,r)

    o

    Smiriztnxqs.

    Ctlrkao

    scria

    de

    ecperar,

    nada resu

    Itou

    cflmo

    Valr'/

    iraca,

    inuva. As

    esperanas

    e

    os

    desencantos

    desas

    duas expcrincics

    serlo

    dscritos

    pslo

    poeta

    em

    cartas

    que

    escrek'e

    aos amigos.

    Estas cartas colocam

    Valry no

    mundo

    est-

    lico

    do

    f

    im

    do sc. xlX.

    como

    se

    LeAme

    et Ia

    Denso n5o

    indicasse

    uma

    direcso

    oposta.

    S que

    essa direco

    exclula

    o poea e

    dei-

    xava

    lodo

    o

    espao

    ao

    bailarinol.

    Mas

    eis

    como

    Valry via

    a

    sua

    misso

    antes

    e

    depois

    dos

    referidos

    espectculos:

    ANTES

    -

    .Se

    Amphion no

    um

    desastre,

    nem

    uma coisa

    nula,

    deixar-me-ei, talvez, tentar

    por

    este gnero

    velho-novo,

    e

    farei

    outras antiqualhas

    com

    mimos,

    dana,

    canto

    e

    orquestra.

    possi-

    veI

    organizar

    estas diversas

    armas

    num

    espfrito

    diverso do

    dos

    ballets

    ou das

    peras.

    Tratar-se- da reeducao

    mitolgica...,

    (1929)

    DEPOIS

    -

    .lnfelzmente

    no

    pude impor

    as minhas

    ideias,

    que

    eram

    as

    mais simples

    do

    mundo,

    e

    live

    o

    pesar

    de assistir

    a

    um

    ballet

    russo quando tinha

    concebido

    uma espcie

    de cerimnia

    religiosa. Reinaram

    a indisciplina

    e a incoerncia

    ou a fantasia.

    No

    que respeita

    o

    sistema

    de

    coordenaode algumas

    artes,

    aquilo

    que

    eu queria aplicar

    nada

    tem

    de

    quimrico,

    pois

    todos

    os

    dias existe

    e

    prova

    a

    sua existncia.

    Trata-se

    de

    retomar

    a

    con-

    veno

    Iitirgica.

    A

    pera est

    a morrer; o

    teatro,

    regra geral.

    est

    num

    taI

    estado que

    nenhuma poesia

    lhe

    consentida. Quanto

    ao

    cinema, ensina

    aos

    homens

    a

    contentarem-se

    com

    a

    profundi-

    dade

    de um

    cran.

    f sem

    duvida possfvel

    desinteressar-se

    dos

    espectculos

    colectivos.

    Normalmante,

    o

    que

    fao.

    (...)

    Mas pareceu-me

    que

    se devia tentar

    confrontar, ou opor,

    espcie

    de

    vida e

    de

    desordem que fazem

    a

    fora

    do

    cran. um

    espectculo

    fortemente

    convencional

    e destinado

    a

    produzir

    uma

    emoo quase

    religiosa.

    Que quer

    isto dizer?

    Um

    espectculo

    que

    provoca

    uma

    participazo

    profunda

    do especador,

    em

    vez

    de

    o

    levar

    a

    ficar fora

    de

    si...>

    (1

    933)

    E

    EM CONCLUSXO

    -

    xGraas

    a

    M.n'e

    Rubinstein.

    pude

    tentar

    fun-

    dar

    este

    gnero

    na

    prtica

    e

    foi

    por

    isso

    que escrevi

    sucessiva-

    nlenle

    Amphion

    e

    Smiraml.

    Trata-se de ensaios

    e de

    aproxima-

    es,

    pois

    surgem

    dificuldades

    de

    todos

    os

    gneros quando

    se

    tzisa

    criar

    do nada

    uma

    arte

    que

    exige

    a

    coordenao

    de tantas

    profisses

    diferentes..

    (1934)

    Tudo

    isto

    se

    poderia

    resumir

    a

    uma nostajgia

    do

    Gesamtkunnt-

    werk

    wagneriano

    e da sintese

    das

    arles

    simbolista,

    como

    se

    72

    Valry,

    nesle

    domfnio,

    nZo

    pudesse ultrapassar

    as

    raizcs

    da sua

    fori-nazo

    juvenil.

    Al

    th

    u

    r Honneger.

    o

    nico

    wag

    neria

    no

    do

    Groupe

    c'as

    Cix.

    e

    tamb

    m o

    nico

    a

    no

    Gostar

    de

    Satie.

    foi

    o compositor

    cscolhido.

    Valry

    disse

    1er

    f icado

    contnte

    com

    o

    seu

    trabalho, mas

    nunca

    falou nem

    de Massine nem de

    Fckine,

    os dois coregrafos

    do scr-

    vio. O

    divrcio

    entre

    Vala

    e

    os coregrafos

    parece ter

    sido

    lokal,

    devendo tambm accitar-se

    que o

    carcter convencionai

    dos

    temas

    de

    dana

    propostos eram

    pouco eneorajadores

    para dois

    antigos colaboradores

    de

    Diaghilef'f.

    Por

    oulro

    lado,

    escolhidos

    estes coregrafos,

    e

    apresentado

    o

    espectculo

    por lda

    Rubins-

    ein,

    parece

    dificil

    a ingenuidade

    de

    esperar

    algo

    de

    muito

    diverso

    do

    ballet

    russo vilipendiado por

    Valrv.

    O

    critico Andr

    Levinson, supreendido

    pela

    primeira

    reaco

    ptiblica

    de Valry ap6s

    a

    estreia

    de Amphion

    tlFui

    admiravelmente

    compreendido.m).

    no

    deixou

    de

    exprimir

    a

    sua

    decepo por

    esta

    obra,

    apresentada

    em

    companhia

    de

    dois

    ballets

    de

    Bronislava

    Nijinska,

    Bolero

    (Ravel)

    e

    La

    Princesse Cygne (sobre

    os

    interldios

    do Csar

    Saltan.

    de

    Rimsky-Korsakoff). Alm

    de

    Iamentar

    a

    parte

    exigua

    atribuida

    coreografia

    de

    Massine,

    lque

    em si

    mesma

    manifesta

    originalidadep,

    Lvison

    atacou

    a

    prpria

    concepo

    da

    obra,

    as

    suas

    ambies

    de

    leatro

    total'.

    KA

    snlese

    desejada provo-

    cou um

    conflito

    precrio

    entre

    os diferentes

    modos

    de expresso,

    tehdo

    cada

    um

    sofrido dos vos

    sacrificios

    e

    restries

    arbitraria-

    mente

    impostos.

    As

    diferentes

    ordens eslavam

    to

    dispersas,

    os

    planos

    to desconjuntadoy,

    as

    correlaes

    e

    correspondncias

    eram

    to pouco

    evidenles, que

    a

    vista

    e o ouvido

    eram

    constan-

    temente distraidos

    por uma

    parte

    que

    se destacava

    do

    conjunto

    ou por

    detalhes

    desordenados,

    de

    modo que

    o

    pensamento

    n2o

    chegava

    a

    tudo

    conglobar.p

    Huguette

    Laurenti,

    ao

    fazer

    uma sfntese

    das

    diversas

    reac-

    es

    criticas

    a

    Amphion.

    d

    um

    bom pancrama

    das situaes

    em

    conflito

    no

    seio

    do

    esp,

    ectculo:

    .0

    que

    parece

    ter

    sido

    mais

    apreciado,

    graas

    sem

    dtivida

    ao

    efeito produzido,

    foram

    os grupos

    humanos

    que

    representavam

    a

    dana

    das

    pedrasz

    .a

    entrada

    macia

    dos

    hailarinos

    cimentados

    cotovelo

    contra

    cotovelox,

    correspondendo

    ao

    infcio da

    grande

    fuga,

    .as

    pirmides

    vivas

    aliceradas

    com

    espfrito.

    e

    .executadas

    por belos jovens

    nusm.

    A

    tal

    ponto

    que

    os mais audaciosos

    lmen-

    taram

    que

    os bailarinos no tivessem

    bastado para constituir

    o

    cenrio

    m6vel

    da

    Construo.

    O

    ptiblico

    entendia

    bem

    como o

    aspecto inovcdor

    da

    tcnica

    correspondia

    aqui

    s

    necessidades

    de

    uma

    imaginao

    visual

    libertada.p

    73

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    9/10

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    uq(')

    rcspeita

    Ss'sml'i-(L

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    balho

    d

    a

    i

    magom

    de

    u

    rjna

    obra

    cm

    q

    tae a

    pa

    rte

    coceo-

    lr

    f

    ica f

    ranaa

    mente

    ab

    ourda:

    .rp'cu-'ereEs

    ver

    a

    dana

    Ccls

    Iees.

    lo-s

    tot:rcs

    c dos

    grifos

    dominados

    por

    um

    tnico

    hcmern,

    Vilzac,

    ,elo

    bailarino

    e vcdota

    nnasculina

    da

    compenhia;

    vereis

    a

    entrada

    la3

    Amaconas

    puranclo

    pela l inc.

    ua,

    atravessada

    por um

    anel. os

    lrfncipes prisioneiros

    agrilhoados

    ao carro

    de

    Smiramis

    viloriosa

    iue,

    para

    alcanar

    o

    seu

    trono

    iiuminado

    por

    crios.

    caminhar

    iobre

    as

    cslas

    curvadas

    das

    suas

    vftirnas.,

    Tendo sido panicularmente

    desastrosa, a

    prtica

    no

    serviu

    hara

    temperar

    o

    sentido

    da

    contribuio

    terica

    de

    Valry.

    Em

    936,

    a sua

    Phlosophie

    de

    Ia

    Dense d

    um

    exemplo

    de

    uma

    cris-

    alizao

    mais

    avanada

    das

    suas

    ideias,

    mas

    as

    Iinhas

    estrutu-

    antes

    so

    as

    mesmas

    de

    L'Arhe al

    /a

    Danse.

    quinze

    anos

    antes.

    ls

    fracassos

    e

    as impossibilidades,

    as

    fobias

    de

    sempre,

    Ievaram

    linda

    mais

    Valry

    para

    o

    caminho

    da

    dana

    absoluta.

    que saber

    'xaltar

    como

    nenhtim

    outro

    autor,

    mas que

    permanece

    indefinida

    /z

    tipo:

    fala

    do

    que seria

    a

    dana

    se,

    sobre

    /S

    la

    sua qualidade

    de

    arqu

    lm

    palco,

    se

    deixasse

    levar

    at

    aos

    limites

    da sua

    vocao.

    Mas

    '

    tara

    que

    esta

    exigncia

    pudesse

    ser

    justificada.

    e

    eventualmenle

    atisfeita,

    teria

    sido

    lgico

    que

    Valry

    tivesse

    tido

    confiana

    nos

    rtistas

    da

    dana

    que,

    por

    outras

    vias,

    procuravam

    alingir

    novos

    iorizontes.

    Para

    Vatry,

    contudo, era

    esla

    garantia

    da

    inacessibili-

    'ade

    do

    seu

    arqutipo

    a conferir

    dana

    toda

    a

    sua

    beleza.

    Se

    Jsse

    possvel

    concretiz-lo,

    deixaria

    de

    interess-lo.

    Se

    Valry

    udesse

    ver

    hoje

    algumas

    das

    obras

    que

    mais

    se aproximam

    do

    eu

    prograrna,

    determinadas

    obras de

    Balanchine,

    Cunningham

    u

    Robbins,

    Valry no

    as

    saberia apreciar,

    no

    aceitaria

    ver

    ali

    ma

    ilustrao

    das

    stlas

    ideias,

    pois

    por

    detrs

    da

    fachada

    da

    sua

    losofia

    manteve

    sempre

    uma

    sensibilidada

    dirigida

    para

    o

    ublime,

    conforme

    as

    suas

    razes

    simbolistas.

    A

    primeira

    premissa

    da

    Philisophie

    da la

    Danse

    um

    profis-

    so

    de f

    nas

    potencialidades

    da

    dana:

    wElltro

    imediatamente

    nas

    minhas ideias, e

    digo-vos,

    sem

    utro

    prembulo,

    que a

    Dana, no

    meu

    entender, no

    se

    limha

    a

    lr

    um

    exerccio, um

    divertimento, uma

    arte

    ornamental, por

    qzes,

    um

    jogo

    de

    sociedade; uma

    coisa

    sria

    e, sob

    certos

    rpectos,

    ume

    coisa

    muito

    venervel.

    As

    pocas

    que

    compreende-

    lm

    o corpo

    humano,

    ou

    que. pelo

    menos,

    recolheram

    o

    senti-

    ento

    do

    mistrio

    dessa organizao,

    das

    sgas capacidades,

    dos

    )us

    Iimiles,

    das

    combinaes

    de

    energia

    e

    de

    sensibilidade

    que

    Acerf

    a,

    Cultiva

    ra m,

    venera

    ra

    m

    a Dana

    .>

    Segundo

    Valry,

    a

    dana fascina-nos pelo

    desafio

    que

    Iana

    aos

    nossos

    olllos

    ) a

    tcdos

    oc

    nossos

    sentidos,

    incapazes

    de

    fixar

    :

    cado

    instante, cada

    imagem

    que se

    define

    um

    momento

    e

    svi' bito

    1'

    se ti'ansforma

    para

    n:o mais

    voltar,

    ou

    ento

    roaparecer

    num

    ?

    '

    .

    ;

    encadaameinto

    lo

    diverso

    que

    no

    se

    d

    urna

    repetio.

    .0

    ins-

    f:

    tantc gera a

    forma,

    e

    a

    forma

    faz

    ver

    o

    instantev.

    No

    cllcgamos

    a

    ,.

    (

    i

    ter tempo

    de saborear

    o

    instanle

    que

    nos

    maravilhou,

    pois

    j

    t

    .'

    ,

    outro

    toma

    o

    seu

    lugar.

    A

    dana

  • 8/19/2019 Sasportes Dança Mallarme Cocteau Valery

    10/10

    LL

    9L

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