SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO

SUPERINTENDÊNCIA DE EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

MARISE ISABEL NEMES SCHWAB DROPA

A APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA E INTERDISCIPLINAR ENTRE LÍNGUA INGLESA, BIOLOGIA E GEOGRAFIA

Ponta Grossa 2009

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A Aprendizagem significativa e interdisciplinar entre Língua Inglesa, Biologia e Geografia

Marise Isabel Nemes Schwab Dropa1

Rita de Cássia Silva Bergamasco2 RESUMO-A relação interdisciplinar entre Língua Inglesa, Biologia e Geografia, através da aprendizagem significativa, foi a proposta de trabalho junto ao Programa Educacional de Desenvolvimento Educacional. A intervenção aconteceu no ano de 2009, no CEEBJA Professor Paschoal Salles Rosa, em Ponta Grossa. A implementação do projeto se deu através da organização de mini-cursos que envolveram as três disciplinas possibilitando situações e momentos de aprendizagem mais atraentes do que as aulas normalmente realizadas. Com relação à Língua estrangeira, os alunos puderam desenvolver a capacidade de entender diferentes culturas, interagir interdisciplinarmente e utilizar os mapas conceituais. Essa nova ferramenta foi adequada para que uma verdadeira e significativa aprendizagem acontecesse. Pretendia-se favorecer a melhoria do ensino de línguas na Educação de Jovens e Adultos para que a experiência de cada aluno e seu conhecimento prévio fossem reordenados facilitando a nova aquisição do conhecimento. Palavras –chave : Língua Inglesa, relação interdisciplinar, aprendizagem significativa ABSTRACT- The interdisciplinary relationship among English Language, Biology and Geography, through meaningful learning was proposed in the Education Program for Educational Development which intervention took place in 2009 in CEEBJA Prof. Salles Paschoal Rosa. The organization of short courses involving the three disciplines possible situations and moments of learning was materialized. With more attractive relative to foreign language, students could develop the capacity to understand different cultures interact in an interdisciplinary and use the conceptual maps This new tool was adequated for a true and meaningful learning to happen. We wanted to facilitate the improvement of language teaching in the Education of Young Adults and where the experience of each student and their prior knowledge to be reordered by facilitating the acquisition of new knowledge.

Key Words: English language, interdisciplinary relationship, meaningful learning

1 Professora PDE 2008. Atua no CEEBJA Professor Paschoal Salles Rosa na área de Língua Inglesa. Tem

Especialização em Educação na área de Jovens e Adultos. 2 Professora Orientadora Mestre em Língua e Literatura Francesa junto à Universidade Estadual de Ponta

Grossa.

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INTRODUÇÃO

A educação prepara os alunos para serem cidadãos ativos e críticos na

sociedade. Para isto, deve também prepara-los para que possam desenvolver os

critérios necessários para a participação social efetiva. Da mesma forma que os

Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) salientam a importância do ensino das

disciplinas tradicionais, que fazem parte da base comum das disciplinas, assumem

também a postura de que existem temas urgentes a serem tratados, como a

violência, a saúde, o uso de recursos naturais assim como os preconceitos.

Apesar destes temas serem tão importantes quanto às disciplinas

tradicionais não são configurados como disciplinas. É aí que entram os temas

transversais. São temas propostos que seriam tratados tanto em português como

em biologia, geografia e inglês, desde que os conteúdos destas disciplinas assim o

permitissem.

A Pluralidade Cultural deve tratar do respeito ao conhecimento e à

valorização de características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que

convivem no território nacional, bem como as desigualdades socioeconômicas e a

crítica às relações sociais discriminatórias e excludentes. Deve, portanto, oferecer ao

aluno a possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, e que pode

através do ensino de outras línguas, ampliar horizontes e compreender a

complexidade do mundo e da própria constituição do ser humano.

Os temas geradores que se relacionam com meio ambiente e saúde são

assuntos que partem do interesse comum dos alunos em uma sala de aula e é

através deles que os educadores poderão motivar os alunos a estabelecer diálogos

entre as diversas disciplinas. É partindo de um tema comum para todas as áreas,

como a consequência do acúmulo de lixo, a forma como comemos e as doenças

que podemos adquirir que os educadores desenvolveram os conteúdos específicos

de cada disciplina.

Uma metodologia baseada nesses pressupostos precisa garantir que cada

estratégia de ensino seja responsável em relação aos conteúdos e proporcione o

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desenvolvimento do raciocínio, ampliando a possibilidade de construção de

conhecimento. Não se trata de decorar conteúdos, mas sim, que sejam

compreendidos e construídos no processo global de formação do aluno.

O professor deve deixar claro para o aluno que a língua estrangeira, no caso

o Inglês, é considerado idioma universal, sendo o mais utilizado nos negócios, na

internet e no mundo do entretenimento (estes dois últimos estão mais ligados à

realidade dos alunos).

Tendo em vista a experiência com alunos jovens e adultos que possuem

uma realidade diferente das demais modalidades de ensino assim acontece uma

preocupação com o que cada um traz de vivência para reflexão a partir de situações

lúdicas, de histórias, de contatos efetivos com as múltiplas realidades de hoje,

propusemos práticas mais coerentes e adequadas ao ensino-aprendizagem de EJA.

Quando notamos que a maioria dos alunos não consegue e não percebe o papel da

língua estrangeira na sociedade, não a reconhece e compreende e ainda tem certa

dificuldade em usar a língua em situações práticas do dia-a-dia nos mais variados

contextos, sentimos a necessidade de proporcionar o reconhecimento e a

modificação de todas essas relações através da interdisciplinaridade. Teve-se a

idéia da realização de mini-cursos interdisciplinares onde projetos significativos se

integram em várias áreas de conhecimento, articulando melhor algumas atividades e

integrando-os a conteúdos de cada disciplina com áreas afins entre eles.

Com isso, buscamos possíveis propostas de novas abordagens para as

dificuldades e realidades existentes no ensino do Inglês modificando essa prática

por meio de um ensino interdisciplinar num processo de aprendizagem significativa,

utilizando uma nova ferramenta conhecida como mapa conceitual dentro da língua

inglesa, biologia e geografia, que foi o tema e projeto desenvolvidos durante a

realização da formação continuada dos professores do PDE .

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DESENVOLVIMENTO

Através da aprendizagem significativa e da utilização dos mapas conceituais

para a aquisição do conhecimento permitiu-se, aos alunos com dificuldades de

aprendizagem, que tudo está interligado e que cada tema e assunto se relacionam

com o restante daquilo que estudam, possibilitando fundamentar e confirmar que

tudo se encaixa e faz sentido no processo de ensino.

Se o currículo continuar organizado por disciplinas é fundamental que cada

uma seja estimulante, atraente e esteja articulada com as demais. O aluno tem que

perceber essa relação a todo momento, o que não vem acontecendo em nossas

salas de aula atualmente. Realizando menos tarefas individuais e estanques, e

tendo mais atividades integradoras significativas, podemos contribuir para que haja

uma maior ligação entre diferentes disciplinas.

Na implementação do projeto realizada no CEEBJA Professor Paschoal

Salles Rosa no ano de 2009, em Ponta Grossa, com alunos do Ensino Médio

pudemos reforçar a idéia de que a educação em nossa escola segue um novo

caminho. Este novo caminho observou e considerou as experiências do homem

adulto, valorizou e reconheceu seus aprendizados tácitos. Encontramos, então,

novos estilos de ação que associam o trabalho aos problemas sociais e políticos da

vida cotidiana dos alunos.

A Educação de jovens e adultos é tida como uma educação ampla, sendo

desenvolvida em todos os aspectos: profissional, político e social, indo de encontro

às competências essenciais à vida de cada um através do trabalho e da participação

humana. Assim, não podemos dissociar formação de mão-de-obra de uma visão

humanista das relações sociais e econômicas. Não podemos dissociar a

competência da cidadania. A isso incluímos o fato de que possuindo já experiências

pessoais e de vida, o aluno do CEEBJA é tido com um perfil diferenciado. Isso se dá

pelo fato de não ter concluído seus estudos em tempo hábil. Agora precisa da

certificação para melhor se encaixar no mercado de trabalho e se vê muitas vezes

incapaz de incluir e relacionar novas informações àquelas já presentes na sua

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estrutura cognitiva. Por essa modalidade de ensino possuir características próprias e

oportunizar o término dos estudos para aqueles que não a tiveram em época

própria, é necessário possibilitar aos alunos um envolvimento nas práticas

escolares, dando-lhe acesso aos saberes em suas diferentes linguagens e que

sejam intimamente articulados com suas necessidades e expectativas, visando à

continuidade da escolarização.

O processo de aprendizagem pode ser definido de forma sintética como o

modo pelo qual os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem

competências, mudam seu comportamento e incorporam essas novas informações à

sua estrutura cognitiva. Neste processo, adolescentes, jovens, adultos e até idosos

poderão utilizar conhecimentos, mostrar habilidades, trocar experiências e ter

acesso a novas regiões do trabalho e da cultura. A educação como uma chave

indispensável para o exercício da cidadania na sociedade contemporânea, vai se

impondo cada vez mais neste período de grandes mudanças e inovações nos

processos produtivos. Assim, a educação possibilita ao aluno jovem e adulto retomar

seu potencial, desenvolver suas habilidades, confirmar competências adquiridas na

educação aplicando-as na sociedade como um todo e em sua na própria vida e

possibilitando um nível técnico e profissional mais adequado para as demandas do

mercado de trabalho.

A implementação do projeto PDE se fez através de mini-cursos nas áreas de

inglês, geografia e biologia. O objetivo dos mini-cursos interdisciplinares foi o de

refletir sobre o nosso mundo, as belezas, problemas, doenças, influências culturais e

através da análise dessas temáticas e buscar soluções viáveis.

Vimos ainda a necessidade de repensar valores que estão se perdendo,

estimulando medidas de preservação do meio ambiente para alcançarmos um

mundo melhor.

Nos mini-cursos realizados a participação da disciplina Geografia deu-se

através da montagem de um painel com palavras do vocabulário inglês utilizadas em

nosso dia-a-dia para reforçar a ideia e a presença da língua estrangeira em nosso

meio social. Foi analisando aspectos da sociedade, imigração, formação dos povos

e tradições que outros assuntos, como locais de moradia e suas características, em

especial as favelas puderam ser apresentadas, analisadas e debatidas com a

finalidade de mudança de comportamento para o mundo melhor, destacado no inicio

dos encontros.

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Outro assunto tratado foi a Pluralidade Cultural. Trabalhada nos encontros

de geografia puderam ser tratadas com respeito ao conhecimento e à valorização de

características étnicas e culturais dos diferentes grupos sociais que convivem no

território nacional, bem como às desigualdades socioeconômicas e a crítica às

relações sociais discriminatórias e excludentes. Oferecemos aos alunos a

possibilidade de conhecer o Brasil como um país complexo, com povos e problemas

variados. Através do ensino da língua estrangeira, os alunos puderam ampliar seus

horizontes e compreender a complexidade do país. Não pudemos deixar de discutir

a forma como as manifestações culturais dessa língua internacional acabam por

influenciar em nossa própria cultura abrindo questões para debates críticos e

animadores.

A participação da disciplina Biologia do CEEBJA Professor Paschoal

Salles Rosa nesta perspectiva de trabalho em conjunto na formação PDE, se deu

através da realização de itens referentes a uma alimentação saudável, saúde,

higiene, reciclagem. Os alunos puderam observar os aspectos negativos e os

positivos com relação aos alimentos que comem, taxa de colesterol, triglicérides e

glicose. Destacamos também o problema da dengue encontrada principalmente em

locais de pouca higiene, tentando achar soluções para a melhoria do problema com

a utilização de material montado em “Power point” para facilitar o entendimento e

para despertar uma atitude mais consciente e ativa, permitindo uma aproximação

com a realidade de cada um. Durante a implementação os alunos puderam perceber

a relação entre as disciplinas inglês, biologia e geografia e ter acesso a uma gama

maior de informações, alargando horizontes, desenvolvendo uma compreensão

crítica dos assuntos tratados e garantindo uma aprendizagem significativa.

Os mini-cursos foram realizados na sala de computadores da escola e o

tema escolhido foi “o mundo maravilhoso”. A partir daí aconteceram debates

enfatizando a participação pessoal de cada aluno em debates sobre saúde, favelas,

doenças, poluição, desmatamento e alimentação saudável. O material de apoio teve

muitas gravuras, e foi confeccionado em “power point”, o que permitiu uma boa

visualização do tema, despertando o interesse e facilitando a integração com as

disciplinas. As atividades dentro dos mini-cursos permitiram a reflexão por parte dos

alunos, contribuíram para possíveis soluções dos temas abordados deste projeto de

trabalho e ainda favoreceram o raciocínio e desenvolvimento do conteúdo proposto.

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Após as discussões e interação das ideias, os alunos tiveram a oportunidade

de responder de que maneira se relacionam com o mundo no qual estão inseridos,

qual a visão que possuem sobre o mundo real e manifestar idéias do que podem

fazer para a efetiva mudança para um mundo melhor.

Desta maneira afirmamos que a educação de adultos precisa habilitar os

alunos ao exercício público da participação efetiva na sociedade e da solidariedade

entre os povos. A compreensão da língua materna, o aprendizado da escrita, da

leitura e dos códigos social é indispensável para o posicionamento do indivíduo face

à sua realidade, fazendo um comparativo entre povos de nações e costumes

diferentes. É neste sentido que a educação se insere na luta pela construção

democrática e constitui uma das chaves para a cidadania do Século XXI.

A consolidação progressiva das estruturas democráticas implica formar a

população para participar plenamente da vida política, social e cultural do país.

Incorporando a essa participação consciente dos segmentos cada vez mais amplos

da população e contribuindo para fortalecer a democracia e garantindo o seu

aperfeiçoamento.

A América Latina, que está cada vez mais próxima de universalizar o

ensino fundamental para crianças, deverá seguir essa tendência, buscando, de um

lado a universalização do ensino médio e de outro, a educação contínua de jovens e

adultos. Isto é, a busca pela política fundamental para que as aspirações

democráticas se concretizem. Depõe a favor desse argumento o fato de que os

adultos serão líderes e agentes de um processo educativo mais amplo e, à medida

que eles compreenderem a importância e o valor da educação básica, vivenciarão a

questão educacional como uma necessidade e um problema e assim exigirão mais e

melhores escolas para seus filhos.

Esse é o efeito reversível da educação de jovens e adultos e também a

sua dimensão econômica como investimento. Devemos promover o aprendizado

através da experiência fazendo com que a vivência estimule e transforme o

conteúdo, impulsione a assimilação e a compreensão e utilização dos assuntos

trabalhados. O adulto, após absorver o conhecimento e assimilá-lo com mais

informações disponíveis terá o seu comportamento modificado. Desta forma o

professor precisa ser muito mais criativo nas suas propostas, atividades e mediação

em sala de aula. Por essa modalidade de ensino possuir características próprias e

oportunizar o término dos estudos para aqueles que não a tiveram em época mais

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apropriada da infância e adolescência, é necessário possibilitar aos alunos um

envolvimento nas práticas escolares, dando-lhes acesso aos saberes em suas

diferentes linguagens, sendo intimamente articulados com suas necessidades e

expectativas e visando a continuidade da escolarização. O processo de

aprendizagem pode ser definido de forma sintética como o modo pelo qual o

indivíduo adquire novos conhecimentos, desenvolve competências, modifica seu

comportamento e incorpora essas novas informações à sua estrutura cognitiva.

Vemos que é uma forma interativa e que esse conhecimento novo será

realizado modificando e melhorando o processo de ensino/aprendizagem. À medida

que a interação se efetua, mais o aluno incorpora elementos à sua identidade, que

mais tarde darão sentido à sua vida.

A melhor estratégia é a auto-motivação. É preciso que os alunos se sintam

entusiasmados e contagiados pelo conhecimento, através da riqueza de vivências,

de leituras diversificadas, de práticas coerentes com sua formação e que os

recursos sirvam de estratégias para modificar a realidade de cada um. Assim

armazenado o conhecimento aumenta a capacidade de aprender outros conteúdos

mais facilmente e facilita a aprendizagem seguinte.

A comunicação aberta, acolhedora é fundamental para o sucesso

pedagógico. O acolhimento afetivo é condição fundamental da aprendizagem

significativa.

Alguns recursos foram importantes durante a implementação do projeto.

Utilizamos as situações do cotidiano, filmes, histórias, poesia e arte entre outros,

fazendo a ponte com o que acontece no dia a dia, com situações marcantes na

mídia. Cada aluno teve a oportunidade de opinar, passar suas ideias ao grupo,

trocar informações e também ouvir o que cada colega tinha a relatar.

Ao tratarmos temas mais abstratos tentamos encontrar sua aplicabilidade,

sua utilidade hoje e pudemos então enriquecer as atividades de forma muito mais

diversificada e interessante. Ensinar e aprender hoje pode se transformar em um

estimulante e fantástico desafio, que nos realiza profissional e pessoalmente, para

nós educadores.

Para que tudo fique mais esclarecido para os alunos utilizamos os Mapas

Conceituais. Eles são representações gráficas semelhantes a diagramas, indicando

as relações entre conceitos ligados por palavras. Representam uma estrutura que

vai desde os conceitos mais abrangentes até os menos inclusivos. Os mapas são

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utilizados para auxiliar a ordenação e a sequenciação hierarquizada dos conteúdos

de ensino, de forma a oferecer estímulos adequados ao aluno.

Esta abordagem dos mapas conceituais foi embasada em uma teoria

construtivista. Assim entende-se que o indivíduo constrói seu conhecimento e

significados a partir da sua predisposição para realizar esta construção. Os mapas

servem como instrumentos para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado

em conteúdo significativo para o aluno.

Novak (1980) é considerado o organizador dos mapas conceituais e os

define como sendo as linguagens que descrevem e comunicam conceitos e suas

relações, organizam e representam o conhecimento e tornam as informações mais

acessíveis. Como ferramenta metacognitiva, o mapa apóia a verbalização do

conhecimento. Um mapa conceitual evidencia como uma pessoa apreende certo

conteúdo, normalmente de maneira diferenciada de outra pessoa. Os mapas

conceituais “simplificam" a abordagem a problemas complexos. Servem ainda para

que o educando reveja e relembre conteúdos recorrendo à sua memória. A

construção do mapa pode funcionar como uma importante e eficaz estratégia de

(auto) aprendizagem, mas também pode ser aproveitada como elemento de

avaliação.

Quando utilizamos mapas conceituais a ideia principal de aplicá-lo na

avaliação do processo de aprendizagem e no fechamento dos encontros. Foi com o

objetivo de avaliar o aprendiz em relação ao que ele já sabe, a partir das

construções conceituais que ele consegue criar, isto é, como ele estrutura,

hierarquiza, diferencia, relaciona, discrimina e integra os conceitos que acabou de

aprender. Isso significa que não existe mapa conceitual “correto”.

Um professor utilizando a ferrramenta dos mapas conceituais tem a

possibilidade de não apresentar aos alunos o mapa conceitual de um certo conteúdo

e sim um mapa conceitual para esse conteúdo segundo os significados que ele

atribui aos conceitos e às relações significativas entre estes conteúdos. Da mesma

maneira, nunca se deve esperar que o aluno apresente na avaliação o mapa

conceitual “correto” de um certo conteúdo. Isso não existe. O que o aluno apresenta

é o seu mapa e o importante não é se esse mapa está certo ou não, mas sim se ele

dá evidências de que o aluno está aprendendo significativamente o conteúdo e é

capaz de fazer a relação entres temas e assuntos diferentes que se interligam.

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A análise de mapas conceituais é essencialmente qualitativa. O professor,

ao invés de preocupar-se em atribuir um escore ao mapa traçado pelo aluno, deve

procurar interpretar a informação dada pelo aluno no mapa afim de obter evidências

de aprendizagem significativa. Explicações do aluno, orais ou escritas, em relação a

seu mapa facilitam muito a tarefa do professor para avaliar o desempenho de seus

encontros.

A interdisciplinaridade entre Língua Inglesa, Biologia e Geografia proposta

pelas professoras PDE 2008 do CEEBJA e posta em prática nos encontros

realizados veio reafirmar que um projeto interdisciplinar de trabalho consegue captar

a profundidade das relações entre pessoas e entre pessoas e coisas.

Para Ivani Fazenda (1991) pesquisadora da área da educação afirma que a

interdisciplinaridade não é ensinada, nem aprendida, é vivida e exercida. A

interdisciplinaridade é uma forma de pensar e promover o diálogo entre as diversas

disciplinas que compõem um currículo mínimo. Longe de negar as especificidades

de cada área do saber, a interdisciplinaridade se propõe a abrir possibilidades para

uma compreensão totalizadora das produções humanas. O alicerce para um

trabalho interdisciplinar surge da convicção de que é o indivíduo que aprende e o

que é preciso é ensinar a aprender.

Nas palavras de Hilton Japiassu a interdisciplinaridade é mesmo uma

exigência das ciências humanas, “como uma necessidade para uma melhor

inteligência da realidade que elas nos fazem conhecer.” (JAPIASSU, 1976: 29).

Vemos assim que o aluno é capaz de se sentir participante do processo da

aprendizagem e não mais ser considerado como um produto da aprendizagem.

Neste projeto tornou-se possível então proporcionar aos alunos uma aprendizagem

simultânea de saberes e métodos comuns, reordenando conhecimentos diversos e

provocando um conhecimento novo. O aluno não tem tempo certo para aprender.

Não existe hora marcada para aprender. Ele aprende a toda hora e não apenas em

sala de aula.

Se acreditarmos que é o indivíduo que aprende, então é preciso ensinar a

aprender, a estudar, a pesquisar, a crescer. O conhecimento é uma totalidade, mas

é aprendido individualmente. Portanto, há uma relação direta e pessoal com a

aquisição do saber. A interdisciplinaridade é uma forma de pensar e uma tentativa

de reduzir, ao máximo, as fronteiras entre as disciplinas para abrir a possibilidade de

uma compreensão totalizadora do saber eficiente. A ação pedagógica de efetivação

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da interdisciplinaridade se dá pelo desenvolvimento da sensibilidade, de uma

formação adequada e necessária na arte de entender e esperar e no

desenvolvimento da criação e imaginação.

Nessa ação a relevância metodológica é indiscutível, Ivani Fazenda (1993)

afirma que é necessário não se fazer dela um fim, pois a interdisciplinaridade não se

ensina nem se aprende, ela apenas é vivida e exercida e assim exige uma nova

Pedagogia, ou seja, um novo saber-fazer

Segundo Japiassu (1976: 143) "a interdisciplinaridade caracteriza-se pela

intensidade das trocas entre os especialistas e pelo grau de integração real das

disciplinas no interior de um mesmo projeto de pesquisa (...)", como é o caso do

Projeto Pedagógico da Escola. Ele é fio condutor de nossas ações educativas e do

compromisso profissional. Pode-se desenvolver outros projetos afins, e,

principalmente aqueles de interesse coletivo, que de uma forma ou de outra, está

contemplado no ideário do Projeto maior.

Tendo em vista as relações interdisciplinares, entendemos que o processo

ensino/aprendizagem deve voltar-se para uma formação onde os alunos possam

aprender permanentemente, refletir criticamente, agir e participar ativamente da vida

coletiva, enfrentando dificuldades, problemas e construindo conhecimentos de uma

maneira mais consciente e eficaz.

Quando pensamos na elaboração de mini-cursos interdisciplinares com a

participação ativa dos alunos, reforçamos a idéia de que a Aprendizagem

Significativa de David Ausubel (1982) rompe com o estigma de que o aluno é uma

máquina pronta para receber informações de seu professor. Ela vem mostrar a

necessidade de captação do conteúdo e de ferramentas que acelerem o processo

criativo, de forma a facilitar a capacidade de aprender este conteúdo e a diversificar

a aprendizagem.

Cada aluno é portador de conhecimentos já adquiridos desde o ventre

materno e de conhecimentos que se desenvolvem no processo de maturação,

devido ao contato com novas experiências. Isso o torna imbuído de habilidades e

competências, que se despertadas e partilhadas, contribuem grandiosamente para a

construção de um ser mais humano, competente e capaz, dentro do meio social em

que vive. No processo educativo o significado que o sujeito dá ao material aprendido

deve ter a marca do próprio sujeito. É aproveitar tudo aquilo que ele já tem

armazenado no seu campo cognitivo e utilizar como vetor para o desenvolvimento

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da aprendizagem. Para que essa aprendizagem aconteça o aluno precisa ter uma

disposição para aprender, ou todo e qualquer esforço, por parte do professor tornará

a aprendizagem mecanizada. Outro ponto importante é que o material tem de ser

potencialmente significativo, estimulador de descobertas.

Para Almeida Filho o professor deve “preocupar-se mais com o próprio

aluno enquanto sujeito e agente no processo de formação através da língua

estrangeira” (ALMEIDA FO, 1987: 36), ou seja, além da ênfase no ensino devem-se

evidenciar conteúdos que tenham sentido para o aluno, contribuindo para o seu

crescimento enquanto cidadão.

Foi justamente nisso que acreditamos para afirmar que, quando ocorrer a

aprendizagem significativa, haverá todo um processo de modificação do

conhecimento, pois o conteúdo escolar a ser aprendido necessitará ser significativo,

ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo, pois não depende só

da natureza do conteúdo mas de uma experiência individual.

As contribuições de Marco Antonio Moreira (2006), estudioso da área da

educação, e as contribuições da teoria de Ausubel (1982) para nossa pesquisa

foram relevantes no sentido em que os conhecimentos adquiridos pelos alunos

foram significativos e se caracterizaram como uma interação (não uma simples

associação), entre aspectos específicos e relevantes da estrutura cognitiva e das

novas informações.

Para tanto, nossa fundamentação teórica foi alicerçada no conceito de

aprendizagem significativa que contribuiu para a diferenciação, elaboração e

estabilidade dos subsunçores preexistentes e, conseqüentemente, da própria

natureza cognitiva de cada um. Estes subsunçores serviram de ancoradouro a uma

nova informação que teve significado para os alunos.

Dentro da perspectiva da formação de significado, há um tempo diferenciado

de aprendizagem e não um tempo único para todos os alunos. As necessidades

individuais devem ser respeitadas e a construção de uma aprendizagem com

propostas viáveis para que o acesso, a permanência e o sucesso nos estudos sejam

assegurados aos alunos.

O mapa conceitual é tido como uma ferramenta que pode ser usada desde o

início do processo de aprendizagem até a sua avaliação. O Mapa é uma “forma

diferente” de expressar as idéias trabalhadas na aula.

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Como ferramenta os Mapas Conceituais podem levar ao desenvolvimento

de habilidades mentais, por meio de construção e leitura de forma não linear, onde a

construção do texto formal pode vir posteriormente à construção do mapa. Além

disso, os mapas podem servir como instrumento no qual alunos e professores

podem visualizar melhor o desempenho, a evolução da aprendizagem e confirmar se

a atividade ou aprendizado novo ficou significativo. E ainda os mapas podem facilitar

a compreensão de textos tradicionais permitindo uma melhor compreensão do

conteúdo estudado.

A construção de Mapas envolve menos esforço cognitivo, pois não exige

preocupação com questões muitas vezes "tediosas" da produção de um texto

formal/tradicional. Tratando-se de um diagrama, ele representa as conexões que são

realizadas em nosso pensamento, sendo assim fica mais fácil sua construção,

aonde as ideias vão sendo formadas aos poucos, parecendo inicialmente

desconexas, mas terminando com sentido e clareza.

Os Mapas também auxiliam na compreensão da própria língua, pois ao

estruturá-lo criando um texto, o aluno vai percebendo o esclarecimento das idéias,

permitindo um melhor entendimento da língua estrangeira que está sendo ensinada.

A aprendizagem da língua estrangeira é um desafio para o aluno. É

fundamental que desde o início da aprendizagem o professor desenvolva a

autoconfiança em seus alunos para que eles acreditem na capacidade de aprender.

É importante também ressaltarmos que a ênfase nas relações humanas e na

compreensão do mundo social, do qual a escola faz parte, requer um olhar reflexivo

sobre a própria escola, sobre a disciplina que ensinamos e sobre a nossa prática

pedagógica. Portanto, trabalhar os temas transversais não pode ser uma atividade

isolada apenas no ensino da língua inglesa, mas sim em conjunto com professores

das demais disciplinas.

Os mapas conceituais nos mini-cursos reafirmaram a idéia da teoria de

Ausubel que leva em conta a aprendizagem que ocorre em sala de aula, e tem

característica construtivista mesmo sendo chamada e considerada por muitos como

cognitivista. Na construção de Mapas Conceituais são estabelecidos momentos de

equilíbrio quando se constrói inicialmente o Mapa, desequilíbrio e assimilação

quando há necessidade de reestruturá-los, e em certos momentos de acomodação

os esquemas e os conhecimentos são construídos, voltando a este processo assim

que seja feita uma releitura do mesmo.

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Contudo, David Paul Ausubel considera a aprendizagem cognitiva como

armazenamento organizado de informações, fato este que torna clara a relação

entre a teoria de aprendizagem de Ausubel e os Mapas Conceituais do físico Novak.

Para Ausubel (1982), a aprendizagem ocorre a partir de uma nova informação que

deve "ancorar-se" em conceitos ou proposições relevantes que já existiam na

estrutura cognitiva do indivíduo, assim torna o armazenamento de informações no

cérebro é altamente organizado e vai formando uma hierarquia onde os elementos

mais específicos de conhecimentos são ligados a conceitos mais gerais, mais

inclusivos e mais específicos para a concretização da aprendizagem.

O objetivo dos encontros foi refletir sobre o nosso “mundo maravilhoso” que

gostaríamos que existisse e a comparação com o mundo real em que vivemos,

buscando soluções para ele, repensando valores que se perdem, estimulando

medidas de preservação do meio ambiente para alcançarmos um mundo melhor.

Os mini-cursos interdisciplinares com mapas conceituais e com a efetiva

aprendizagem significativa reforçam a idéia de que quando educamos para

transformar o que sabemos, transformamos a realidade.

Paulo Freire na sua obra Pedagogia do Oprimido (1998), afirma que “ninguém

educa ninguém, nem ninguém aprende sozinho, nós homens (mulheres)

aprendemos através do mundo”. (FREIRE, 1998: 39). Já em seu livro Pedagogia da

Autonomia (1996) o renomado estudioso da educação diz que “ensinar não é

transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua produção ou a sua

construção”. (FREIRE, 1996: 25)

A Educação de adultos difere da educação de crianças por vários motivos.

Uma das diferenças mais relevantes é que os adultos têm acumulado conhecimento

com experiências que podem aumentar ou dificultar a aprendizagem. Outra

diferença é que a educação dos adultos é voluntária, portanto, os alunos geralmente

são mais motivados porque vão à escola por motivos justificáveis para eles

enquanto as crianças vão à escola sem a consciência do objetivo deste ato.

Adultos freqüentemente aplicam seus conhecimentos de uma maneira prática

por isso querem aprender de uma forma eficaz e significativa. Eles devem ter uma

expectativa razoável de que os conhecimentos recentemente adquiridos podem

ajudá-los a alcançar seus objetivos. Um exemplo comum na década de 1990 foi a

proliferação de cursos de informática, formação na qual os adultos (sem crianças ou

adolescentes), a maioria trabalhadores de escritório puderam se inscrever

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ampliando horizontes e capacitando cada vez mais alunos para a sociedade mais

informatizada.

De acordo com Eduard Lindeman (1925), em sua obra The Meaning of Adult

Education identificou, pelo menos, cinco pressupostos chave para a educação de

adultos e que mais tarde transformaram-se em suporte de pesquisas. Hoje eles

fazem parte dos fundamentos da moderna teoria de aprendizagem de adulto e

podemos afirmar que:

1. Adultos são motivados a aprender à medida que experimentam que suas

necessidades e interesses serão satisfeitos. Por isto estes são os pontos mais

apropriados para se iniciar a organização das atividades de aprendizagem do adulto.

2. A orientação de aprendizagem do adulto está centrada na vida; por isto as

unidades apropriadas para se organizar seu programa de aprendizagem são as

situações de vida e não disciplinas.

3. A experiência é a mais rica fonte para o adulto aprender; por isto, o centro da

metodologia da educação do adulto é a análise das experiências.

4. Adultos têm uma profunda necessidade de serem dirigidos, por isto, o papel do

professor é engajar-se no processo de mútua investigação com os alunos e não

apenas transmitir-lhes seu conhecimento e depois avaliá-los.

5. A diferença individual entre pessoas cresce com a idade; por isto, a educação de

adultos deve considerar as diferenças de estilo, tempo, lugar e ritmo de

aprendizagem.

A visão de Eduard C. Lindeman (1925) para a educação não era a vinculação

entre sala de aula e currículo formal. Tratava-se de uma preocupação com as

possibilidades educacionais do cotidiano, ideal não profissional, através de situações

não temas e da experiência pessoais.

Lindeman considerava a educação como a vida. Toda a vida é aprender, pois

a educação não pode ter fim. Ele sentia nosso sistema acadêmico pela ordem

inversa, com temas e professores que constituem o ponto de partida e estudantes

do ensino secundário. Na educação convencional o aluno é obrigado a ajustar-se a

um currículo estabelecido, já na educação de adultos o currículo é construído em

torno dos alunos, suas necessidades e interesses.

Educação de adultos é uma iniciativa de cooperação em uma aprendizagem

não-autoritária com a finalidade principal de descobrir o significado da experiência.

Busca-se ainda formular técnicas de aprendizagem próprias para adultos, que

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tornem a educação semelhante à vida deles e, consequentemente, eleva a própria

vida ao nível de um experimento. Para o aluno da EJA, a educação de adultos vai se

tornar uma agência de progresso com um objetivo de curto prazo de auto-

aperfeiçoamento podendo mudar a ordem social.

Tendo em vista essa perspectiva, os mini-cursos interdisciplinares realizados

foram essenciais para que pudéssemos criar espaço propício para a existência de

interações entre os alunos e entre alunos/alunos, criando possibilidades para

emergir a produção ou construção do conhecimento, visto que essas interações

assumem um papel relevante na formação das capacidades cognitivas e afetivas

dos alunos.

Com tudo isso, acreditamos que a realização dos mini-cursos permitiram

que o objetivo de propiciar a ampliação do processo ensino-aprendizagem na

disciplina de Língua Inglesa, visando uma aprendizagem significativa através de

conteúdos interdisciplinares de Geografia e Biologia fosse atingida, pois

encorajamos os alunos a perceberem os conhecimentos que fazem parte de seu

contexto sociocultural, enfatizando o seu significado no processo de assimilação dos

conhecimentos escolares.

O desafio dos educadores da EJA consiste em tomar como ponto inicial do

processo de ensino e aprendizagem, a lógica com a qual o aluno constrói o saber

prático, relacionando-a com a lógica do conhecimento e aprendizagem. É necessário

também buscar meios para que o conhecimento gerado nesse processo retorne ao

contexto social e de trabalho dos alunos. Não é suficiente apenas valorizar e

incorporar em suas práticas as experiências anteriores. É preciso a re-significação

de concepção de mundo e de si mesmo. Reafirmamos aqui as teorias dos autores

citados, pois acreditamos na viabilidade e conseqüente melhoria da qualidade do

ensino em nossa escola.

Com tudo isso, esperamos ter alcançado a ampliação das relações entre

as três disciplinas, permitindo a transformação de diferentes contextos o que nos

possibilitou atingir os objetivos do projeto inicial.

Na implementação do projeto foi permitido estruturar práticas educativas

no sentido de levar em conta o conhecimento científico e o senso comum, partindo

de um tema gerador sistematizado através de mapas conceituais. Comprovamos

também o reconhecimento da diversidade cultural, possibilitando forma de interação

e interligação entre os conteúdos de Inglês, Geografia e Biologia.

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No último encontro, utilizamos um programa de computador referente à

criação dos mapas conceituais. Os alunos puderam aprender de maneira

significativa tendo a oportunidade de usar os computadores para que o ensino,

através da tecnologia, pudesse fazer parte e confirmar a importância da

interdisciplinaridade que propicia a intercomunicação disciplinar preparando o aluno

para a realidade e para a cidadania efetiva.

Em se tratando da diversidade cultural, esta é objetivada quando se

entende que o ensino de uma língua estrangeira considera as relações que se

estabelecem entre a língua estudada e a inclusão social. Isto para que os alunos

possam usar a língua estrangeira em situações de comunicação e estabelecendo

relações. É importante salientar a consciência efetiva sobre os benefícios da

aprendizagem e os ligados diretamente à cultura da sociedade na qual está inserido.

Os mini-cursos, realizados em quatro dias, tiveram os conteúdos e

atividades distribuídos em temas como requisito o sentido e o significado do que

seria estudado. Assim, as quatro habilidades exigidas no ensino de língua

estrangeira puderam ser desenvolvidas e facilitaram a concretização da

aprendizagem significativa, efetivando a interdisciplinaridade. Entendemos que todas

as atividades realizadas são capazes de modificar a organização mental dos alunos

e facilitar a assimilação de novas informações. Eliminar as barreiras e diferenças

entre as disciplinas é um obstáculo que deve ser superado gradativamente para

permitir comparações entre realidades diferentes e em especial no Inglês, ao

permitir ao aluno permear o situar-se no mundo e não somente dele participar.

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CONCLUSÃO

Entendemos que sendo o aluno adulto um cidadão, ser pensante e

membro atuante da sociedade, cada vez que adquire um conhecimento e este se

torna significativo, o aluno ficará mais capacitado para participar ativa e socialmente

no mundo, direcionando seus interesses para o desenvolvimento das habilidades

que utiliza no seu papel social ou até mesmo resolver problemas da sua realidade.

A aprendizagem significativa proposta e a realização de mapas

conceituais nos mini-cursos durante a implementação deste projeto desenvolvido no

Programa de Desenvolvimento Educação nos possibilitou confirmar que os alunos

se sentem motivados a aprender e entender melhor as vantagens, benefícios,

relações e interações de uma aprendizagem interdisciplinar. Percebemos que a

aprendizagem significativa exige do professor um constante repensar de sua prática

em sala de aula. A sala de aula deve manter-se um espaço prazeroso de

aprendizagem onde os alunos consigam aprender o conteúdo novo e fazer a relação

com aquilo que lhes já é conhecido.

Por isso, o professor necessita transmitir com entusiasmo, permitir e

perceber que aquele conhecimento fará diferença na vida dos alunos, deve deixar

nítida a idéia de força e esperança e a sensação de que aquela atividade está

mudando a vida de todos e não simplesmente preenchendo espaços em seus

cadernos e mentes. O professor deve estar voltado para atender o aluno com

respeito e consideração, preocupado não tanto em instruir, como ensinar a aprender

o que é mais útil para a aplicação imediata em sua vida.

As Diretrizes Curriculares de Língua Estrangeira da Rede Pública do

Estado do Paraná mencionam que ao ensinar e aprender uma língua estrangeira,

alunos e professores percebem a possibilidade de construir significados além

daqueles permitidos pela língua materna. Os sujeitos envolvidos no processo

pedagógico não aprendem apenas novos significados nem a reproduzi-los, mas sim

outras maneiras de produzir sentidos, outros procedimentos interpretativos, que

alargam suas possibilidades de entendimento do mundo.

A aprendizagem de uma língua diferente é capaz de proporcionar uma

forma interativa e um conhecimento novo que é realizado e modificado melhorando

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o processo de ensino/aprendizagem. Conforme vai acontecendo a interação mais o

aluno incorpora elementos à sua identidade que mais tarde dará sentido à sua vida.

É possível reforçar nosso pensamento no sentido de que o processo de

aprendizagem sistematizado, associado aos conhecimentos e experiências de cada

um, torna-se uma ferramenta a mais na resolução dos problemas possibilitando a

construção do conhecimento de forma significativa.

Como profissionais atuantes na Educação de Jovens e Adultos sabemos

que nosso papel é propor elementos, soluções e estratégias para preparar nossos

alunos para o mundo e para o trabalho efetivando suas ações na realidade em que

estão inseridos. A Educação de Jovens e Adultos deve ser sempre uma educação

multicultural, uma educação que desenvolva o conhecimento e a integração na

diversidade cultural como afirma Gadotti (1979). Uma educação para a

compreensão mútua, contra a exclusão por motivos de raça, sexo, cultura ou outras

formas de discriminação e, para isso, o educador deve conhecer bem o próprio meio

do educando, pois somente conhecendo a realidade desses jovens e adultos é que

haverá uma educação de qualidade.

Considerando a própria realidade dos alunos, o educador consegue

promover a motivação necessária à aprendizagem, despertando neles interesse e

entusiasmo, abrindo-lhes um maior campo para alcançar o conhecimento que muitas

vezes lhe parece algo do outro mundo. O jovem e o adulto necessitam ver a

aplicação imediata do que está aprendendo e, ao mesmo tempo, precisam ser

estimulados para resgatar a auto-estima, pois a "ignorância" lhes trará ansiedade,

angústia e "complexo de inferioridade" perante os demais estudantes das turmas.

Em nossa experiência com alunos adultos e trabalhadores, acreditamos que à

medida que os alunos reconhecem as construções sociais, terão a possibilidade de

entender significados, interagir interdisciplinarmente e concretizar a aprendizagem,

tornando-a significativa. Ao aprender uma língua estrangeira, percebem a

articulação com as demais disciplinas e a relevância dos saberes frente à

experiência social construída historicamente por cada aluno.

Com a utilização de uma metodologia adequada e com muita disposição,

nós, educadores, podemos ajudar a modificar a realidade, enriquecendo os alunos

através do conhecimento do novo, melhorando suas competências técnicas e

profissionais, alcançando um enriquecimento humano e completo como indivíduo

socialmente inserido. Cabe-nos como profissionais da Educação de Jovens e

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Adultos buscar uma formação integral para nossos alunos para que esta educação

sirva de instrumento para o exercício da cidadania.

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