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    61Seletividade de inseticidas utilizados na cultura algodoeira a ovos e larvas de terceiro instar de Cycloneda sanguinea.

    Arq. Inst. Biol., So Paulo, v.79, n.1, p.61-68, jan./mar., 2012

    SELETIVIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA ALGODOEIRA AOVOS E LARVAS DE TERCEIRO INSTAR DE CYCLONEDA SANGUINEA

    E.C. Pedroso2, G.A. Carvalho1, M.I.S. Leite1, D.T. Rezende3, A.P. de Moura4

    1Universidade Federal de Lavras, CP 3037, CEP 37200-000, Lavras, MG, Brasil. E-mail: [email protected]

    RESUMO

    Objetivou-se avaliar a seletividade siolgica de inseticidas utilizados em algodoeiro para ovose larvas de terceiro instar de Cycloneda sanguinea (Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Coccinellidae). Osprodutos utilizados em g i.a. L-1 de gua foram triumurom 0,048 (Certero 480 SC), espinosade 0,24(Tracer 480 SC), clorfenapir 1,2 (Pirate 240 SC), clotianidina 0,33 (Focus 500 PM) e imidaclopride 0,33+ -ciutrina 0,042 (Connect 100 + 12,5 SC). Utilizou-se gua destilada como tratamento testemunha.Tanto ovos quanto larvas foram distribudos em placas de Petri e tratados com os inseticidas pormeio de pulverizao em torre de Potter. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente aoacaso, com cinco repeties e seis tratamentos constitudos pelos cinco inseticidas e pela testemunha,sendo que cada parcela foi composta por dez ovos ou dez larvas de terceiro instar. Avaliaram-se operodo embrionrio e a viabilidade de ovos tratados; sobrevivncia e durao de larvas de terceiroinstar; sobrevivncia e durao dos estgios de desenvolvimento larval e pupal, razo sexual e ototal de ovos colocados pelas fmeas provenientes de ovos e larvas de terceiro instar tratados. Osbioensaios foram conduzidos a 25 2 C, UR 60 10% e fotofase de 12h. O inseticida triumurom0,048 foi seletivo a ovos do predador e levemente nocivo a larvas de terceiro instar. Espinosade 0,24foi levemente nocivo a ovos e larvas de terceiro instar, e clorfenapir 1,2; clotianidina 0,33 e imida-clopride 0,33 + -ciutrina 0,042 foram prejudiciais a ovos e larvas de terceiro instar de C. sanguinea.

    PALAVRAS-CHAVE: Algodoeiro, coccineldeo, predador, controle biolgico, agrotxicos, toxicidade.

    ABSTRACT

    SELECTIVITY OF INSECTICIDES USED IN THE COTTON CROP TO EGGS AND THIRD-INSTAR

    LARVAE OF CYCLONEDA SANGUINEA. The objective of this work was to evaluate the effectsof synthetic insecticides used in the cotton crop on eggs and third-instar larvae of the ladybeetleCycloneda sanguinea(Linnaeus, 1763) (Coleoptera: Coccinellidae). The products used in g a.i. L -1

    of water were triumuron 0.048 (Certero 480 SC), spinosad 0.24 (Tracer 480 SC), chlorfenapyr1.2 (Pirate 240 SC), chlothianidin 0.33 (Focus 500 WP) and imidacloprid 0.33 + -cyuthrin 0.042(Connect 100 + 12.5 SC). Distilled water was used as a control. Both eggs and larvae were distributedin Petri dishes and treated with the insecticides by spraying in a Potters tower. A fully random-ized experimental design, with ve replications and six treatments consisting of ve pesticidesand one control was used. Each plot consisted of ten eggs or third-instar larvae. The embryonicperiod and viability of the treated eggs; survival and duration of third-instar larvae; survival andduration of larval and pupal stages of development; sexual ratio, and the total number of eggslaid by the surviving mated females from treated eggs and third-instar larvae were evaluated.The tests were carried out at 25 2 C, RH 60 10% and 12h-photophase. Triumuron 0.048 wasinnocuous to the predators eggs and slightly harmful to third-instar larvae. Spinosad 0.24 wasslightly harmful to eggs and third-instar larvae, whereas chlofernapyr 1.2, chlothianidin 0.33 andimidacloprid 0.33 + -cyuthrin 0.042 were harmful to eggs and third-instar larvae of C. sanguinea.

    KEY WORDS: Cotton crop, coccinellid, predator, biological control, pesticides, toxicity.

    2Universidade Estadual de So Paulo, Jaboticabal, SP, Brasil.3Universidade Estadual Paulista, Botucatu, SP, Brasil.4Embrapa Hortalias, Braslia, DF, Brasil.

    INTRODUO

    O custo dos insumos utilizados no cultivo do algo-doeiro no Brasil representa cerca de 55% do total da

    produo, 17% deste total destinado exclusivamentepara a aquisio de inseticidas (RICHETTIet al., 2005).A grande demanda por inseticidas se deve ao fatodesta cultura atrair e hospedar um complexo signi-

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    cativo de pragas, as quais atacam diversas partes daplanta (PEREIRAet al., 2006). Simultaneamente a essadiversidade de pragas, a cultura algodoeira tambmabriga diversos inimigos naturais, dentre os quaisse destacam os predadores pertencentes famliaCoccinellidae (CARDOSO; LZZAR, 2003). Aproximada-mente 490 gneros e 4.200 espcies de coccineldeos

    j foram descritas, das quais 90% so consideradasbencas, principalmente por sua ao predadoracontra pulges, cochonilhas, moscas-brancas e caros(IPERTI, 1999).

    Considerando a importncia que predadorescoccineldeos, dentre outros inimigos naturais, apre-sentam na regulao populacional de um complexode artrpodes herbvoros que ocorre na cultura al-godoeira (FONSECAet al.,2008), alguns dos quais sorelacionados como importantes organismos-pragadessa malvcea, bem como as crescentes exignciasdos mercados consumidores quanto reduono uso de agrotxicos para o controle de pragas,quanto ao impacto causado ao ambiente e os efeitosnocivos sade de trabalhadores rurais, pesquisasvisando a compatibilizao do uso de inseticidas ea preservao desses inimigos naturais so de sumaimportncia para avanos em programas de manejointegrado de pragas nessa cultura (TORRES; RUBERSON,2004; BASTOSet al., 2006; FONSECAet al., 2008).

    Desta forma, objetivou-se com a realizao dopresente trabalho avaliar os efeitos da aplicaode inseticidas utilizados na cultura do algodoeirosobre ovos e larvas de terceiro instar do predadorC. sanguinea, em condies controladas.

    MATERIAL E MTODOS

    Criao do predador C. sanguinea. Adultos dopredador foram coletados em plantas de sorgo,Sorghum bicolor (Linnaeus) (Poaceae), no Cmpusda UFLA, distribudos na proporo de um casalpor gaiola de PVC com 10 cm de dimetro x 10 cmde altura e mantidos em sala climatizada a 25 2 C,UR de 60 10% e fotofase de 12h. Os ovos dessesadultos foram retirados e colocados em tubos de

    vidro de 2,5 cm de dimetro x 8,5 de altura, ondeforam mantidos at a ecloso das larvas, as quaisem grupos de 40 foram transferidas para gaiolas dePVC com 14 cm de dimetro x 14 cm de altura, ata obteno de adultos. A manuteno da criaofoi feita ofertando-se pulges Schizaphis graminum(Rondani, 1852) (Hemiptera: Aphididae) e ovosde Anagasta kuehniella (Zeller, 1879) (Lepidoptera:Pyralidae) ad libitumcomo alimento.

    Bioensaios com C. sanguinea. Os inseticidas edosagens avaliadas em g i.a. L-1 de gua foram:triumurom 0,048 (Certero 480 SC), espinosade0,24 (Tracer 480 SC), clorfenapir 1,2 (Pirate 240 SC),

    clotianidina 0,33 (Focus 500 PM), imidaclopride 0,33+ -ciutrina 0,042 (Connect 100 + 12,5 SC). gua foiutilizada como tratamento testemunha. A pulveriza-o dos produtos foi realizada por meio de torre dePotter regulada presso de 15 lb pol-2, garantindoaplicao de 1,5 0,5 mg de calda cm-2, de acordocom metodologia recomendada pela International

    Organization for Biological and Integrated Controlof Noxious Animals and Plants (IOBC) .Cinquenta ovos por tratamento, com at 24 horas

    de idade, foram retirados da criao em laboratrio edistribudos em placas de Petri de 10 cm de dimetrointerno, onde receberam a aplicao dos produtosem torre de Potter. Em seguida, foram transferidos,em grupos de dez, para placas de Petri de 7 cm dedimetro externo que foram vedadas com lmeplstico de PVC. Determinaram-se o perodo embri-onrio mediante a contagem dos dias at a eclosodas larvas, e a viabilidade dos ovos pela percentagemde larvas que eclodiram, com auxlio de microscpioestereoscpico (40x).

    As larvas de primeiro instar oriundas dos ovostratados foram individualizadas em placas de Petride 5 cm de dimetro interno, forradas com papel-ltro para manuteno da umidade e de local paraoviposio. As larvas foram alimentadas por meioda oferta de pulges S. graminum e de ovos de A.kuehniella, e acompanhadas at a obteno de adultos.A cada mudana de instar as larvas foram transferi-das para novas placas, procedendo-se novamente oumedecimento do papel-ltro com gua destilada.Determinaram-se a durao e sobrevivncia das fases

    de desenvolvimento de larvas e pupas, e a razo sexual.Para avaliar o efeito dos produtos sobre larvas deC. sanguinea, utilizaram-se cinquenta larvas de ter-ceiro instar por tratamento, as quais foram colocadasem placa de Petri de 10 cm de dimetro e tratadas comos inseticidas em torre de Potter. Logo aps a aplicaodos produtos, as larvas foram individualizadas emplacas de Petri de 5 cm de dimetro, alimentadasconforme descrito anteriormente e mantidas emcondies climatizadas at a formao de pupas.Avaliaram-se a sobrevivncia e durao das fasesde desenvolvimento de larvas e pupas, e a razo

    sexual dos adultos obtidos.Para o estudo dos efeitos dos produtos sobreinsetos adultos oriundos de ovos e larvas tratadas,formaram-se casais os quais foram alimentadosconforme j descrito e mantidos nas mesmascondies mencionadas anteriormente. Os casaisforam individualizados em gaiolas de PVC com 14cm de dimetro x 14 cm de altura. Foi registrado onmero total de ovos colocados durante dez diasaps o perodo de pr-oviposio.

    O delineamento estatstico utilizado foi o in-teiramente ao acaso com cinco repeties contendo,respectivamente, dez ovos ou larvas de terceiro instar

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    em cada repetio. Para medir os efeitos dos com-postos sobre os adultos sobreviventes, utilizaram-seno mnimo cinco casais por tratamento, sendo cadaparcela formada por um casal.

    Anlise dos dados obtidos. Os dados obtidosforam submetidos anlise de varincia e as mdiasdos tratamentos comparadas pelo teste de Tukey, a

    5% de signicncia, por meio do programa R verso2.5.1 (R DEVELOPMENTCORETEAM, 2007).O efeito total (E) de cada produto foi calculado

    utilizando-se a equao proposta por VEIRE et al.(1996), onde E = 100% - (100% - Ma) x ER, em que:Ma = mortalidade corrigida em funo do tratamentotestemunha, calculada pela frmula de Abbott (AB-BOTT, 1925) e ER (efeito do produto no nmero deovos colocados) = Rt x Rc (onde Rt = nmero mdiode ovos obtidos no tratamento com o produto, e Rc= nmero mdio de ovos obtidos no tratamentotestemunha). Aps o clculo do efeito total, osprodutos foram enquadrados em classes toxicolgi-cas, conforme a seguir: classe 1 = incuo (E < 30%),classe 2 = levemente nocivo (30% E 80%), classe3 = moderadamente nocivo (80 < E 99) e classe 4 =nocivo (E > 99%), de acordo com a escala propostapor membros da IOBC (HASSAN; DEGRANDE, 1996;VEIREet al., 1996; HASSAN, 1997; VEIREet al., 2002).

    RESULTADOS E DISCUSSO

    Efeito dos inseticidas aplicados sobre ovos de C.sanguineano desenvolvimento do predador at a fase

    adulta. Os inseticidas clotianidina e imidaclopride+-ciutrina aplicados sobre os ovos do predadorimpediram em 100% a ecloso das larvas (Tabela 1).

    Esses compostos pertencem ao grupo qumicodos neonicotinoides e apresentam baixos valores decoeciente de partio octanol/gua (log Kow), sendode 0,70 e 0,59, respectivamente (HOFFMANNet al., 2009;LOGNOW, 2010). A alta toxicidade desses compostospode estar relacionada sua menor lipolicidade, oque pode aumentar a sua capacidade de penetraono interior dos ovos, afetando diretamente a sobre-vivncia dos embries.

    Os resultados da aplicao de imidacloprideem ovos de C. sanguinea, observados neste estudo,assemelharam-se aos de YOUNet al. (2003) que, aoaplicarem esse mesmo produto (dosagem de 0,05g i.a. L-1 de gua) em ovos de Harmonia axyridis(Pallas, 1773) (Coleoptera, Coccinellidae), tambmconstataram total inviabilidade dos ovos tratados.

    Espinosade e clorfenapir tambm reduziram aviabilidade dos ovos tratados, possibilitando, porm,a ecloso mdia de 88% das larvas, diferentemente dotriumurom, que apresentou mdia de 92% de via-bilidade, estatisticamente semelhante viabilidadeobservada na testemunha, que foi de 96% (Tabela 1). Ta

    bela1-Perodoembrionrio(dias)eviabilidade(%)deovos,durao(d

    ias)esobrevivncia(%)deinstareslarvaisedepupas(EP)deC.sanguinea

    ,provenientesdeovos

    tratadoscomoscompostos.Temperatura:252C;UR:6010%;fotofase:12h*.

    Tratamento

    Ovos

    Primeiroinsta

    r

    Segund

    oinstar

    P.Embrionrio

    Viabilid

    ade

    Durao

    So

    brevivncia

    Durao

    Sobrevivncia

    Testemunha

    2,980,44a

    96,04,81a

    2,340,33a

    10

    0,00,00a

    2,080,29a

    100,00,00a

    Triumurom

    2,880,38a

    92,03,92a

    2,680,47a

    10

    0,00,00a

    2,140,33a

    100,00,00a

    Espinosade

    2,920,40a

    88,02,71b

    2,240,29a

    10

    0,00,00a

    1,980,23a

    100,00,00a

    Clorfenapir

    2,960,42a

    88,02,71b

    -

    0,000,00b

    -

    -

    Clotianidina

    -

    0,000,00c

    -

    -

    -

    -

    Imidaclopride+-ciutrina

    -

    0,000,00c

    -

    -

    -

    -

    Tratamento

    Terceiroinstar

    Quartoinstar

    Pu

    pas

    Durao

    Sobrevivn

    cia

    Durao

    So

    brevivncia

    Durao

    Sobrevivncia

    Testemunha

    2,120,27a

    100,00,00a

    3,740,44a

    10

    0,00,00a

    4,460,51a

    98,05,4a

    Triumurom

    2,180,29a

    100,00,00a

    3,020,37a

    10

    0,00,00a

    4,040,42a

    98,05,4a

    Espinosade

    2,140,25a

    100,00,00a

    3,160,39a

    10

    0,00,00a

    4,740,49a

    86,04,59b

    Clorfenapir

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Clotianidina

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    Imidaclopride+-ciutrina

    -

    -

    -

    -

    -

    -

    *Mdiasseguidasdemesmaletrana

    colunanodiferementresipelotestedeTukey(>0,05).

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    Mesmo tendo possibilitado a ecloso de 88% daslarvas, clorfenapir causou a morte, logo no inciodo primeiro instar, de 100% das larvas oriundasde ovos tratados (Tabela 1). Acredita-se que essaslarvas tenham se contaminaram com os resduos doproduto presentes na superfcie dos ovos tratados,mais especicamente no crion, uma vez que inseti-

    cidas com log Kowmaiores (4,83) (LOGNOW

    , 2010)so mais lipoflicos.De modo geral, segundo CHAPMAN (1998) e

    KLOWDEN(2007), o ovo dos insetos constitudo porum ncleo, um citoplasma e uma grande quantidadede gema, sendo envolto por um invlucro formadopelo envelope vitelnico, por uma camada de ceras epelo crion, este ltimo constitudo pelo endocrione pelo exocrion. Ainda segundo esses autores, ocrion uma estrutura bastante complexa, sendoque mais de 90% deste constitudo por protenas.Acredita-se, portanto, que a constituio do crion,notadamente a presena da camada de ceras, podeinuenciar na reteno de certa quantidade de subs-tncias qumicas com propriedades lipoflicas, comono caso do inseticida clorfenapir, conforme men-cionado anteriormente, e interferir na mortalidadedas larvas recm-eclodidas. O hbito que as larvasde coccineldeos apresentam de permanecerem nocrion dos ovos, aps a ecloso, por um perodo deat 24 horas, pode tambm favorecer sua contami-nao (HODEK, 1973).

    A durao dos estdios larvais do predador e suasobrevivncia no foram afetadas por triumurome espinosade, tendo-se registrado sobrevivncia de

    100% em todos os instares (Tabela 1). Esses produtosno afetaram a durao das pupas, as quais apresen-taram mdias de 4,04 e 4,74 dias, respectivamente,igualando-se estatisticamente entre si e ao tratamentocontrole, onde se observou durao de 4,46 dias.

    Referente sobrevivncia de pupas do predadororiundas de ovos tratados, espinosade reduziu signif-icativamente essa caracterstica biolgica, diferindo-se de triumurom e do tratamento controle, ondeas pupas de cada um apresentaram mdias de 98%de sobrevivncia (Tabela 1). Esses dois compostosno afetaram a razo sexual de C. sanguinea, tendo

    sido observados valores de 0,59 para os espcimestratados com triumurom; 0,51 para os tratadoscom espinosade e 0,61 para aqueles do tratamentocontrole (Dados no ilustrados).

    A no observncia de ao letal de triumuromsobre ovos deC. sanguinea, bem como sobre os demaisestgios de desenvolvimento do predador, corroboracom os resultados de CARVALHOet al. (2002a) que, aotratarem ovos de Chrysoperla externa (Hagen, 1861)(Neuroptera: Chrysopidae) com esse produto, nadosagem de 0,0375 g i.a. L-1, tambm no vericaramefeito ovicida, nem sobre larvas de primeiro instaroriundas de ovos tratados. Acredita-se que a inocui-

    dade de triumurom, tanto a C. sanguineacomo aC. externa, quando aplicado sobre ovos dessas duasespcies de predadores, esteja relacionada baixapersistncia apresentada por esse composto, umavez que, em estudos de persistncia desenvolvidospor CARVALHOet al. (2002b), triumurom (0,15 g i.a.L-1) foi classicado como inseticida de vida curta

    (< 5 dias de persistncia), em testes realizados como parasitoide de ovos Trichogramma pretiosumRiley,1879 (Hymenoptera: Trichogrammatidae), mesmoquando testado em dosagens trs vezes superior utilizada no presente estudo.

    Efeito dos inseticidas aplicados sobre larvas doterceiro instar de C. sanguinea, no desenvolvimentodo predador at a fase adulta. A durao do terceiroe quarto instares no foi afetada por triumurom eespinosade , que tambm no apresentaram dife-renas quanto sobrevivncia de larvas (Tabela 2).Resultados semelhantes foram observados porGALVANet al. (2006) que constataram que a joaninhaH.axyridis no foi afetada quando tratada diretamentecom espinosade (0,47 g i.a. L-1) ou quando expostaaos seus resduos presentes em placas de Petri, oque demonstra a inocuidade do espinosade a essasespcies de coccineldeos.

    Triumurom e espinosade, quando aplicadossobre larvas de terceiro instar de C. sanguinea, noafetaram a durao da fase de pupa desse predador,todavia, reduziram a sobrevivncia das pupas para79% e 81%, respectivamente. Espinosade ainda inter-feriu na razo sexual do inseto, alterando-a para 0,5,em comparao com triumurom e com o tratamento

    controle, que apresentaram razes sexuais de 0,6 e0,7, respectivamente, sem diferirem estatisticamenteentre si (Tabela 2).

    Clotianidina, imidaclopride + -ciutrina e clo-rfenapir provocaram a mortalidade de 100% daslarvas de terceiro instar tratadas (Tabela 2). Clotiani-dina e imidaclopride + -ciutrina causaram efeitoletal imediatamente aps sua aplicao, enquantoque clorfenapir possibilitou que 60% das larvassobrevivessem at dois dias aps serem tratadas,quando ento as larvas sobreviventes morreramsem completar o terceiro instar.

    SCARPELLINIet al. (2007) vericaram que aceta-mipride e tiametoxam, ambos avaliados na dosagem

    de 0,15 g i.a. L-1e pertencentes ao grupo qumicodos neonicotinoides, assim como a clotianidina e oimidaclopride, este ltimo presente na mistura coma -ciutrina, e testados no presente estudo, noforam seletivos para inimigos naturais presentes emagroecossistema algodoeiro, incluindo C. sanguinea,o que demonstra a elevada toxicidade de algunsinseticidas pertencentes a esse grupo qumico aalguns importantes inimigos naturais de pragasagrcolas. Os efeitos prejudiciais de alguns inseti-cidas neonicotinoides sobre outros importantes

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    artrpodes predadores tambm foram reportadospor vrios outros autores (YOUNet al., 2003; LUCASet al., 2004; TORRES; RUBERSON, 2004; CZEPAK et al.,2005; CLOYD; DICKINSON, 2006; KIMet al., 2006), quevericaram elevada mortalidade causada por essegrupo de inseticidas a vrios inimigos naturais.

    YOUNet al. (2003) trataram larvas de primeiro e se-

    gundo instares de H. axyridiscom imidaclopride (0,05g i.a. L-1) por meio tpico e todos os espcimes tratadosmorreram imediatamente aps serem contaminados.LUCASet al.(2004) expuseram larvas de terceiro ins-tar de Coleomegilla maculata lengiTimberlake, 1943(Coleoptera: Coccinellidae) a superfcies tratadas comimidaclopride (0,67 g i.a. L-1) e vericaram 100% demortalidade. SMITH; CAVE(2006) comprovaram queimidaclopride (0,106 g i.a. L-1) causou a morte de100% das larvas de Rhyzobius lophanthae (Blaisdell,1892) (Coleoptera: Coccinellidae), quando expostasao produto sob condies laboratoriais.

    Estes resultados comprovam, conforme j comen-tado anteriormente, a alta toxicidade dos compostosneonicotinoides. De acordo com TOMIZAWA; CASIDA(2003) e TOMIZAWA; CASIDA(2005), os inseticidas neo-nicotinoides atuam nos insetos como agonistas nosreceptores ps-sinpticos nicotnicos da acetilcolina(nAChR). Nos insetos, esses receptores encontram-se ampla e predominantemente distribudos emalgumas regies do sistema nervoso central, sendono apenas responsveis por uma rpida neuro-transmisso, mas tambm sendo consideradosimportantes alvos para a ao de inseticidas.

    Quanto ao efeito total (E) dos produtos tos-

    sanitrios sobre ovos e larvas tratados, e sobre areproduo dos adultos sobreviventes, clorfenapir,clotianidina e imidaclopride + -ciutrina foramenquadrados na classe 4, sendo considerados no-civos; espinosade foi enquadrado na classe 2, ouseja, levemente nocivo, e triumurom foi inseridona classe 1 (incuo) no ensaio com ovos e, na classe2 (levemente nocivo) no ensaio com larvas do pre-dador (Tabela 3).

    As classes de toxicidade obtidas para a clotiani-dina, e para o imidaclopride em mistura com a-ciutrina no presente trabalho, conrmam os

    resultados obtidos porCARVALHO

    et al. (2002c) e porVEIREet al. (2002), para ninfas de quarto instar deOrius insidiosus(Say, 1832) e de primeiro instar deOrius laevigatus(Fieber, 1860) (Hemiptera: Anthocoridae),respectivamente. Esses autores consideraram o imi-daclopride prejudicial a essas duas espcies, comefeito total (E) de 100% (classe 4). Conforme mencio-nado anteriormente, esses resultados demonstramque alguns inseticidas neonicotinoides so altamenteprejudiciais a vrias espcies de inimigos naturaisde pragas, o que pode inuenciar negativamentetanto na conservao como na manuteno dessesorganismos bencos nos agroecossistemas. Ta

    bela2-Durao(dias)esobrevivncia(%)delarvasepupas,erazosexual(EP)deC.sanguinea,

    provenie

    ntesdelarvasdeterceiroinstarsubm

    etidasaplicaodos

    inseticidas.Temperatura:252C;UR:6010%;fotofase:12h*.

    Tratamento

    Terceiroinstar

    Quartoinstar

    Pupa

    RazoSexual

    Durao

    Sobrevivncia

    Durao

    Sobrevivnc

    ia

    Durao

    Sobrevivnc

    ia

    Testemunha

    2,080,31a

    96,04,90

    a

    3,160,88a

    100,00,00

    a

    5,061,47a

    100,00,00

    a

    0,70,08a

    Triumurom

    2,340,35a

    96,04,90

    a

    3,020,59a

    100,00,00

    a

    5,001,43a

    79,03,72b

    0,60,07a

    Espinosade

    2,220,32a

    94,04,79

    a

    3,140,76a

    100,00,00

    a

    5,021,45a

    81,03,83b

    0,50,06b

    Clorfenapir

    -

    0,00,00b

    -

    -

    -

    -

    -

    Clotianidina

    -

    0,00,00b

    -

    -

    -

    -

    -

    Imidaclopride+-ciutrina

    -

    0,000,0b

    -

    -

    -

    -

    -

    *Mdiasseguidasdemesmaletrana

    colunanodiferementresipelotestedeTukey(>0,05).

  • 7/26/2019 SELETIVIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA ALGODOEIRA A OVOS E LARVAS DE TERCEIRO INSTAR DE

    6/8

    66 E.C. Pedroso et al.

    Arq. Inst. Biol., So Paulo, v.79, n.1, p.61-68, jan./mar., 2012

    No foi possvel se realizar comparaes entreas classes de toxicidade atribudas aos inseticidasavaliados no presente trabalho, para a mesma es-pcie de predador estudada, e para a maior partedos inseticidas testados, uma vez que no foram

    encontrados na literatura estudos que tenham uti-lizado a mesma metodologia, ou seja, a metodologiapreconizada pela IOBC.

    Entretanto, com base nos resultados aqui apre-sentados e discutidos, acredita-se que os inseticidasespinosade e triumurom mostram-se adequadospara serem utilizados juntamente com o predadorC. sanguinea, no controle de pragas na cultura doalgodoeiro.

    CONCLUSES

    Triumurom seletivo a ovos do predador elevemente nocivo a larvas de terceiro instar.

    Espinosade levemente nocivo a ovos e larvasde terceiro instar de C. sanguinea.

    Clorfenapir, clotianidina, e imidaclopride +-ciutrina so txicos a ovos e larvas de terceiroinstar de C. sanguinea.

    Em funo da baixa toxicidade, os inseticidastriumurom e espinosade podem ser recomenda-dos em programas de manejo de pragas na culturaalgodoeira visando a preservao dessa espcie depredador nas fases de ovo e larva.

    AGRADECIMENTOS

    Coordenao de Aperfeioamento de Pessoal deNvel Superior (CAPES), pela concesso da bolsa deestudos ao primeiro autor e Fundao de Amparo

    Pesquisa do Estado de Minas Gerais,pelo suportenanceiro necessrio realizao desse trabalho.

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    Tabela 3 - Mortalidade (Ma) (%), nmero de ovos, efeito total (E) (%) e classicao dos inseticidas em funo da escalade toxicidade proposta pela IOBC (Classe), de espcimes oriundos de ovos e de larvas de terceiro instar de Cyclonedasanguineatratados com os compostos. Temperatura: 25 2 C; UR: 60 10%; fotofase: 12h.

    TratamentoMa1 Node ovos2 E3 Classe4

    OvosTestemunha - 174,10 - -Triumurom 4,17 125,70 29,00 1Espinosade 8,33 124,10 35,00 2Clorfenapir 8,33 - 100,00 4Clotianidina 100,00 - 100,00 4Imidaclopride + -ciutrina 100,00 - 100,00 4

    TratamentoMa1 N de ovos2 E3 Classe4

    Larvas de terceiro instarTestemunha - 165,20 - -Triumurom 0,00 88,10 47,00 2Espinosade 2,08 91,60 46,00 2Clorfenapir 100,00 - 100,00 4Clotianidina 100,00 - 100,00 4Imidaclopride + -ciutrina 100,00 - 100,00 4

    1(Ma) Mortalidade de ovos e de larvas tratados corrigida pela frmula de Abbott (ABBOTT, 1925);2Nmero total de ovos, nos dez dias aps o perodo de pr-oviposio, colocados pelas fmeas sobreviventes oriundasde ovos e larvas de terceiro instar tratadas com os inseticidas;3Efeito total do produto sobre o predador aps tratamento de ovos ou larvas;4Classe de toxicidade atribuda ao composto, segundo escala da IOBC (HASSAN; DEGRANDE, 1996; VEIREet al., 1996; HAS-SAN, 1997; VEIREet al., 2002).

  • 7/26/2019 SELETIVIDADE DE INSETICIDAS UTILIZADOS NA CULTURA ALGODOEIRA A OVOS E LARVAS DE TERCEIRO INSTAR DE

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    67Seletividade de inseticidas utilizados na cultura algodoeira a ovos e larvas de terceiro instar de Cycloneda sanguinea.

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    Recebido em 12/7/10Aceito em 22/11/11