SEMI Gestao de Negocios Internacionais 01-02-16

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A teoria econômica defende que o comércio internacional aumenta a competição e a proteção comercial cria o chamado monopólio doméstico, com redução do fluxo de comércio. Os ajustes nas tarifas de importação têm bom grau de aceitabilidade e passam por um processo de negociação. Já a proibição, como é o caso da quota de importação, inviabiliza a aproximação comercial e estimula o monopólio doméstico. Outra diferença entre a tarifa e a quota está na elevação de arrecadação do governo, no caso das tarifas, enquanto a cota oferece benefícios a quem se apropria dela. Os acordos no âmbito do GATT passaram a ter importância significativa nos últimos anos no processo de redução tarifária. É necessário que os princípios da teoria do comércio internacional sejam revistos constantemente em função da dinâmica globalizada. O GATT foi firmado em 1947. Surgiu como resultado de negociações para reduzir tarifas efetivadas no pós-guerra sob a liderança dos Estados Unidos e da Inglaterra. A finalidade do GATT era estabelecer regras consensuais para a condução de negociações de redução das barreiras comercias entre as nações. O Brasil e mais dez países em desenvolvimento surgiram como parte contratante original do GATT. O dinamismo das relações econômicas e das alterações nas vantagens comparativas entre as nações exigiu, ao longo do tempo, revisões periódicas e alterações na economia mundial. As rodadas de negociações e os acordos internacionais têm sido o foro de definições, sob supervisão e acompanhamento do GATT e, atualmente, pela OMC. A primeira rodada de negociação multilateral no âmbito da OMC aconteceu em 2001, em Doha, no Catar. Foi nessa rodada que surgiu a chamada “Declaração de Doha”. Segundo Vasconcellos et al. (2011, p. 44): O Acordo Antidumping da OMC incluiu disciplina referente à “acumulação de dano”, isto é, à possibilidade de se agregar o volume total das importações de vários países envolvidos em uma mesma investigação e de se determinar se seu impacto agregado causa dano à indústria doméstica fabricante do produto similar. O acordo antidumping define o que é considerado dumping no comércio internacional, a saber: “Preço praticado pela empresa produtora/exportadora em seu mercado interno (o “valor normal”) superior àquele praticado para o produto similar na exportação para um determinado país (o “preço de exportação”)”. LEITURAOBRIGATÓRIA

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A teoria econômica defende que o comércio internacional aumenta a competição e a proteção comercial cria o chamado monopólio doméstico, com redução do fluxo de comércio.

Os ajustes nas tarifas de importação têm bom grau de aceitabilidade e passam por um processo de negociação. Já a proibição, como é o caso da quota de importação, inviabiliza a aproximação comercial e estimula o monopólio doméstico. Outra diferença entre a tarifa e a quota está na elevação de arrecadação do governo, no caso das tarifas, enquanto a cota oferece benefícios a quem se apropria dela.

Os acordos no âmbito do GATT passaram a ter importância significativa nos últimos anos no processo de redução tarifária. É necessário que os princípios da teoria do comércio internacional sejam revistos constantemente em função da dinâmica globalizada.

O GATT foi firmado em 1947. Surgiu como resultado de negociações para reduzir tarifas efetivadas no pós-guerra sob a liderança dos Estados Unidos e da Inglaterra. A finalidade do GATT era estabelecer regras consensuais para a condução de negociações de redução das barreiras comercias entre as nações. O Brasil e mais dez países em desenvolvimento surgiram como parte contratante original do GATT.

O dinamismo das relações econômicas e das alterações nas vantagens comparativas entre as nações exigiu, ao longo do tempo, revisões periódicas e alterações na economia mundial. As rodadas de negociações e os acordos internacionais têm sido o foro de definições, sob supervisão e acompanhamento do GATT e, atualmente, pela OMC. A primeira rodada de negociação multilateral no âmbito da OMC aconteceu em 2001, em Doha, no Catar. Foi nessa rodada que surgiu a chamada “Declaração de Doha”.

Segundo Vasconcellos et al. (2011, p. 44):

O Acordo Antidumping da OMC incluiu disciplina referente à “acumulação de dano”, isto é, à possibilidade de se agregar o volume total das importações de vários países envolvidos em uma mesma investigação e de se determinar se seu impacto agregado causa dano à indústria doméstica fabricante do produto similar.

O acordo antidumping define o que é considerado dumping no comércio internacional, a saber: “Preço praticado pela empresa produtora/exportadora em seu mercado interno (o “valor normal”) superior àquele praticado para o produto similar na exportação para um determinado país (o “preço de exportação”)”.

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As vendas com preços abaixo do custo de produção, com vistas a conquistar novos mercados, também são consideradas prática de dumping.

O Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias substituiu o Acordo sobre a Interpretação e Aplicação dos artigos VI, XVI e XXIII do Acordo Geral, negociado na Rodada Tóquio. São medidas tomadas pelos governos, com autorização da OMC nas situações em que a economia doméstica se encontra enfraquecida.

O Acordo sobre Salvaguardas foi considerado a válvula de segurança que permitiu aos governos lidar com produtores seriamente prejudicados de uma forma politicamente aceitável. Os governos não abrem mão de estabelecer barreiras quando lhes convier, com vistas a proteger o mercado interno. Este mecanismo estava contemplado no GATT desde 1947. Com o programa de reforma da política comercial brasileira (1987/1994) na abertura do mercado interno às importações, no início do Governo Collor, foi necessário criar mecanismos de medidas de salvaguardas, com atenção às práticas ilegais que automaticamente poderiam prejudicar a indústria e a economia local.

De 1994 em diante, houve a implantação da reforma institucional e administrativa no sistema brasileiro de defesa comercial no governo Fernando Henrique Cardoso. A proteção ao mercado doméstico passou a receber atenção especial por parte das autoridades governamentais.

As ações governamentais para fomentar as exportações foram inúmeras. A maior prova é a sequência de superávit na balança comercial que se consolidou na última década.

O Governo Federal, preocupado com a ampliação das exportações brasileiras, que ainda hoje são compostas por um universo muito reduzido de exportadores, tem implementado diversas ações e medidas para a melhoria do desempenho e diversificação das exportações, visando à inserção competitiva das pequenas e médias empresas no comércio internacional.

Diversas dessas ações e medidas são abordadas no Manual da Readgentes (Rede Nacional de Agentes de Comércio Exterior), publicado pelo MDIC.

O Plano Nacional da Cultura Exportadora está sendo elaborado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em parceria com governos estaduais e entidades nacionais relacionadas com o comércio exterior. O objetivo do Plano é sistematizar a oferta dos produtos e serviços oferecidos pelas entidades nacionais e planos de ação para os estados.

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