(Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco,...

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Trens, Portos e Navios VÃo Parar no Dia 8: Paridade (Texto na 2* pág. do i? caderno) ¦?T^vPp¥in]7T3£_B ^.¦¦mtfírmr i;.,?.i,4.,,i, ..,.1,«f«, j> ,tLW!g^^'i.;p;?:^^j^»^iM.u.^jpy^i<» Edição para São Paulo ANO II Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960 N' 88 Diretor Executivo Orlando Bomfim Jr. Diretor Mário Alves Redator-Chefe Fragmon Borges Mim:/MW&K«&¥k$%imi *$&&sMS< ¦.' WÊ&ÊmÊMy¦¦¦¦¦¦ ¦,'0í-i'-\uUi:'!Á Apelo lios Leitores FRAGMON BORGES J ORNAI de vanguarda, com uma orientação política claramen- te definida, NOVOS RUMOS te propôs desde a sua fundação a tarefa de ser o órgão central dot comunistas brasileiros, de seus amigos e simpatizantes. Visava, assim, a um público determinado. Jornal de linhas modernas, NO- VOS RUMOS tem procurado até hoje bem cumprir a missão que se traçou, respondendo aos aconteci- mentos políticos da ordem-do-dia, abordando e apontando soluções para os mais.importantes proble- mas econômicos e sociais do Bra- sil e transmitindo aos comunis- Ias e seus amigos uma justa orien- tação política e ideológica para a sua ação entre as massas. M LTRAPASSAMOS o nossa ano e meio de existência e estamos conscientes de ter cumprido, em tuas linhas essenciais, isse pro- grama. Acreditamos poder dizer que NOVOS RUMOS se transfor- mou em um jornal de grande pene- tração popular, exercendo ponde- raytl influência. sobre as mais - di- versas camadas da população e constituindo-se em um instrumen- to valioso formador de opinião pú- blica. Os nossos milhares de lei- tores, espalhados pelos mais dis- tantes rincões do pais, são uma garantia de sua eficiência como propagandista, agitador e organi- zador coletivp. CE ISTO é verdade, verdade o é também que nem tudo tem corrido sobre os trilhos. Grandes são as deficiêncjas que apresenta o nosso jornal, não com rela- ção ao programa inicial traçado mas também, e principalmente, quanto ao próprio desenvolvimen- to da situação, que exigia è exi- ge, por parte do jornal, suficien- te mobilidade para acompanhá-la e refleti ia oportunamente. No ter- reno político, são poucos e defi- cientes os materiais por nós publi- cados com o objetivo de explicar e aplicar à realidade os aspectos essenciais de nossa linha; no ter- reno teórico e ideológico tem sido muito irregular a publicação de ar- tigos e estudos de nossa própria elaboração ou de partidos irmãos; como órgão de âmbito nacional, são graves e profundas as defi- ciências problemas básicos de Estados importantes como Pernam- buco, Bahia, Minas, Rio de Ja- neiro e Rio Grande do Sul rara- mente são apresentados em nossas colunas; por fim, não temos sabi- do utilizar a vasta correspondên- cia que recebemos de leitores de todo o pais para melhorar a qua- lidade do jornal e torná-lo capaz de penetrar em novos setores da população.(Conclui na 2.a página) Confisco cambial: existe? EXTINÇÃO ««¦ ••'""•ssâb o fato é qvf o sr. Jânio Quadros reafir- mou, depois de eleito, sua decisão de acabar com o chamado confisco cambial. Contra o suposto confisco sa vêm manifestando de muito os ho- mens do café. Querem eles o nivela- mento puro e simples das taxas de câmbio. Será isto possível? Pode o café ser equiparado a qualquer outro produto da economia nacional ? De outro lado, será lícito falar-se em con- fisco cambial ? Nesse caso o setor ca- feeiro estaria sendo discriminado, quan- do a prática mostra que é um setor pri- vilegiado... Sobre o assunto, o leitor encontrará uma reportagem na 2." pá- gina do 2.' caderno. Meio Milhão de Trabalhadores em Greve Contra a Carestia .•>••.»>.»•«(" ^OM a greve dos 250 mil metalúrgi- cos e gráficos paulistas, seguin- do-se a dos estivadores e portuários de todo o pais e, agora ,a dos operários da Petrobrás da Bahia, sobe a cerca de '500 mil o número de trabalhadores que entraram em greve. E essa respos- Ia extrema dos trabalhadores tende a ampliar-se e a alastrar-ie, por lodo o pois, enquanto o governo e a classe patronal insistirem em fazer com que o povo, e o povo, pague os ônus da política econômica de inflação e carestia. (Texto na 6* página do 1- caderno). Povo brasileiro está oo lado de Cuba ^ < r.V-*írY- zontra invasão ianque cariocas vão à rua hoje, sexta-feira, para manifestar a tua solidariedade para com o povo cubano, numa passeata que sairá do Calabouço, às 13 horas. Dessa forma, a UNE, a UBES e outras organizações es- tudantis brasileiras estarão refletindo o sentimento de indignação que alcan- ça toda a opinião pública nacional, em face das repetidas agressões ao povo cubano, e da ameaça de invasão mili- tar de Cuba, por parte dos imperialis- tas norte-americanos, No Congresso, em Brasília, numerosos parlamentares refletem esse sentimento, advertindo energicamente: «Não toquem em Cubai» (Texto nas páginas 3 e 7 do 1' caderno). $¦*''¦. 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Com Fidel Castro e seus valentes companheiros surgiu afinal em nosso Continente um governo revolu- cionário de verdade, efetivamente ligado ao povo e que, apoiado no povo, está enfrentando e resolvendo as grandes tarefas sda revolução nacional e democrà- tica que estão colocadas diante de todos os povos latino-americanos. fíO CONTRÁRIO dos demagogos tão comuns em tá- da o América latina, capazes das promessas móis radicais e que, em seguida, no poder, transformam-se em conservadores a serviço dos latifundiários e dos monopólios ianques e que exploram o descontenta- mento das massas para conquistar seus votos ou arras- tá-las em nome da revolução a golpes He Estado reacionários, Fidel Castro instituiu em Cuba um governo efetivamente popular e revolucionário. Vitorioso na lula heróica contra a tirania pró-ianque de Batista, Fidel Castro soube desmontar a máquina militar e policial da reação, entregou as armas ao povo e não vacilou na necessária e exemplar punição dos bandidos que durante anos massacraram, a serviço do tirania e dos exploradores norte-americanos, os melhores filhos de Cuba. Realirou uma reformo agrária que expropriou os latifundiários dos companhias norte-americanas, que deu títulos de propriedade a i™'* de 20.000 camponeses, que fêz com que outros cem mil arrendatários e par- ceiros não paguem nenhum arrendamento, que deu o terra em cooperativas a mais de 200.000 operários agrícolas, que organizou os Armazéns do Povo que vendem à população rural artigos de melhor qualida- ds por menores preços. A agressão econômica do go- vêrno dos Estados Unidos deu o governo de Fidel Castro a resposta digna do governante de um país soberano, nacionalizando o monopólio ianque de ele- tricidade, o monopólio ianque dos telefones, as com- panhias petroleiras norte-americanas e 36 centrais açucareiras de companhias norte-americanas. Diante da agressão econômica do govèino dos Estados Unidos, que se negou a comprar a quota de açúcar cubano, o governo de Fidel Castro decidiu estabelecer relações e comércio com todos os países do mundo, inclusive com a China Popular e a União Soviética, o que lhe per- mite vender o*, excedentes da produção cubana- e con- seguir importar em melhores condições. Ulteriormente, foram expropriaclas em Cuba todas as grandes em- presas indusliiais e comerciais, bancos o companhias de seguros, bem como foi realizada uma -reforma urbana- importante, que limita os aluguéis de rasas e peimite aos inquilinos adquirirem a casa alugaria com o simples pagamento dos aluguéis. ESSA atividade revolucionaria cio govóino de Fidel Caslro não pode deixar de ter imensa repeiais- são em Iodos os países de América latina. Nossos po- vos compreendem que aquilo que hoje se tealira em Cuba é justamente o que precisamos também tealiiar em cada um cie nossos paises. Cuba é, assim, um exem- pio e um cslimulo para Iodos os patriotas e democra- Ias latino-americanos. As próprias acusações da im- prensa reacionária ao governo de Fidel Caslro podem contribuir para tornar mais nítido seu caráter genuinamente icvolucionário. A difamação sistemática pela imprensa da reação e serviçal dos trustes norte- americanos elevam-no na mente e no coração dos povos. «Ncusani-nõ de ditatorial e tirânico porque não reaüiou eleições, pretendendo, assim, ocultar que con- ta com o apoio unânime do povo cubano e constitui nn verdade o governo mais democrático de lòda a América Inlina. Chamam-no de sanguinário porque submete o julgamento perante tribunais os traidores que se levantam em armas contra a Pátria a serviço dos monopólios ianques e que, se não fossem regularmente punidos, seriam linchados pelo povo justamente indig- nado. Acusam-no ainda de comunista, pretendendo, assim, assustar com a velha e gasta arma do *perigo comunista*, a certos setores da burguesia e da pequena- -burguesia na esperança de afastá-los do movimento 'Continua na 4* página) 1 H Y mm.ã.Á.j^. ifájgriMf

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Edição para São PauloANO II Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960 N' 88Diretor Executivo — Orlando Bomfim Jr. Diretor — Mário Alves Redator-Chefe — Fragmon Borges

Mim:/MW&K«&¥k$%imi *$&&sMS< ¦.' WÊ&ÊmÊMy ¦¦¦¦¦¦ ¦,'0í-i'-\uUi:'!Á

Apelo liosLeitores

FRAGMON BORGES

J ORNAI de vanguarda, com umaorientação política claramen-

te definida, NOVOS RUMOS tepropôs desde a sua fundação atarefa de ser o órgão central dotcomunistas brasileiros, de seusamigos e simpatizantes. Visava,assim, a um público determinado.Jornal de linhas modernas, NO-VOS RUMOS tem procurado atéhoje bem cumprir a missão que setraçou, respondendo aos aconteci-mentos políticos da ordem-do-dia,abordando e apontando soluçõespara os mais.importantes proble-mas econômicos e sociais do Bra-sil e transmitindo aos comunis-Ias e seus amigos uma justa orien-tação política e ideológica para asua ação entre as massas.

M LTRAPASSAMOS o nossa ano emeio de existência e estamos

conscientes de ter cumprido, emtuas linhas essenciais, isse pro-grama. Acreditamos poder dizerque NOVOS RUMOS se transfor-mou em um jornal de grande pene-tração popular, exercendo ponde-raytl influência. sobre as mais - di-versas camadas da população econstituindo-se em um instrumen-to valioso formador de opinião pú-blica. Os nossos milhares de lei-tores, espalhados pelos mais dis-tantes rincões do pais, são uma

garantia de sua eficiência como

propagandista, agitador e organi-zador coletivp.

CE ISTO é verdade, verdade o étambém que nem tudo tem

corrido sobre os trilhos. Grandessão as deficiêncjas que apresentao nosso jornal, não só com rela-

ção ao programa inicial traçadomas também, e principalmente,quanto ao próprio desenvolvimen-to da situação, que exigia è exi-

ge, por parte do jornal, suficien-te mobilidade para acompanhá-lae refleti ia oportunamente. No ter-reno político, são poucos e defi-cientes os materiais por nós publi-cados com o objetivo de explicar eaplicar à realidade os aspectosessenciais de nossa linha; no ter-reno teórico e ideológico tem sidomuito irregular a publicação de ar-tigos e estudos de nossa própriaelaboração ou de partidos irmãos;como órgão de âmbito nacional,são graves e profundas as defi-ciências — problemas básicos deEstados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossascolunas; por fim, não temos sabi-do utilizar a vasta correspondên-cia que recebemos de leitores de

todo o pais para melhorar a qua-lidade do jornal e torná-lo capazde penetrar em novos setores da

população.(Conclui na 2.a página)

Confiscocambial:existe?EXTINÇÃO ««¦ ••'""•ssâb — o fato é

qvf o sr. Jânio Quadros reafir-

mou, já depois de eleito, sua decisão

de acabar com o chamado confisco

cambial. Contra o suposto confisco sa

vêm manifestando de há muito os ho-

mens do café. Querem eles o nivela-

mento puro e simples das taxas de

câmbio. Será isto possível? Pode o

café ser equiparado a qualquer outro

produto da economia nacional ? De

outro lado, será lícito falar-se em con-

fisco cambial ? Nesse caso o setor ca-

feeiro estaria sendo discriminado, quan-do a prática mostra que é um setor pri-vilegiado... Sobre o assunto, o leitor

encontrará uma reportagem na 2." pá-

gina do 2.' caderno.

Meio Milhão de Trabalhadoresem Greve Contra a Carestia

.•>••.»>.»•«("

^OM a greve dos 250 mil metalúrgi-cos e gráficos paulistas, seguin-

do-se a dos estivadores e portuários detodo o pais e, agora ,a dos operáriosda Petrobrás da Bahia, sobe a cercade '500 mil o número de trabalhadoresque entraram em greve. E essa respos-Ia extrema dos trabalhadores tende aampliar-se e a alastrar-ie, por lodo opois, enquanto o governo e a classepatronal insistirem em fazer com queo povo, e só o povo, pague os ônusda política econômica de inflação ecarestia. (Texto na 6* página do 1-caderno).

Povo brasileiro estáoo lado de Cuba ^

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zontra invasão ianquecariocas vão à rua

hoje, sexta-feira, para manifestara tua solidariedade para com o povocubano, numa passeata que sairá doCalabouço, às 13 horas. Dessa forma, aUNE, a UBES e outras organizações es-tudantis brasileiras estarão refletindo osentimento de indignação que já alcan-ça toda a opinião pública nacional, emface das repetidas agressões ao povocubano, e da ameaça de invasão mili-tar de Cuba, por parte dos imperialis-tas norte-americanos, No Congresso,em Brasília, numerosos parlamentaresrefletem esse sentimento, advertindoenergicamente: «Não toquem emCubai» (Texto nas páginas 3 e 7 do1' caderno).

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Por que sobe o preço da carne? :'.;:,

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A Defesa de Cuba -Um Dever PatrióticoLUIZ CARLOS PRESTES

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|Y GOVERNO revolucfonório de Fidel Castro surpre-endeu — e continua surpreendendo — os círculos

dirigentes de Washington, bem como aos seus lacaiosdas classes dominantes nos diversos países da Américalatina. Com Fidel Castro e seus valentes companheirossurgiu afinal em nosso Continente um governo revolu-

cionário de verdade, efetivamente ligado ao povo e

que, apoiado no povo, está enfrentando e resolvendoas grandes tarefas sda revolução nacional e democrà-tica que estão colocadas diante de todos os povoslatino-americanos.

fíO CONTRÁRIO dos demagogos tão comuns em tá-

da o América latina, capazes das promessas móis

radicais e que, em seguida, no poder, transformam-se

em conservadores a serviço dos latifundiários e dos

monopólios ianques e que exploram o descontenta-

mento das massas para conquistar seus votos ou arras-

tá-las em nome da revolução a golpes He Estado

reacionários, Fidel Castro instituiu em Cuba um governoefetivamente popular e revolucionário. Vitorioso na lula

heróica contra a tirania pró-ianque de Batista, Fidel

Castro soube desmontar a máquina militar e policialda reação, entregou as armas ao povo e não vacilou

na necessária e exemplar punição dos bandidos quedurante anos massacraram, a serviço do tirania e dos

exploradores norte-americanos, os melhores filhos de

Cuba. Realirou uma reformo agrária que expropriou os

latifundiários dos companhias norte-americanas, que deu

títulos de propriedade a i™'* de 20.000 camponeses,

que fêz com que outros cem mil arrendatários e par-ceiros já não paguem nenhum arrendamento, que deu

o terra em cooperativas a mais de 200.000 operários

agrícolas, que organizou os Armazéns do Povo quevendem à população rural artigos de melhor qualida-ds por menores preços. A agressão econômica do go-vêrno dos Estados Unidos deu o governo de Fidel

Castro a resposta digna do governante de um paíssoberano, nacionalizando o monopólio ianque de ele-

tricidade, o monopólio ianque dos telefones, as com-

panhias petroleiras norte-americanas e 36 centraisaçucareiras de companhias norte-americanas. Diante da

agressão econômica do govèino dos Estados Unidos,que se negou a comprar a quota de açúcar cubano, ogoverno de Fidel Castro decidiu estabelecer relações ecomércio com todos os países do mundo, inclusive coma China Popular e a União Soviética, o que lhe per-mite vender o*, excedentes da produção cubana- e con-seguir importar em melhores condições. Ulteriormente,já foram expropriaclas em Cuba todas as grandes em-

presas indusliiais e comerciais, bancos o companhiasde seguros, bem como já foi realizada uma -reformaurbana- importante, que limita os aluguéis de rasase peimite aos inquilinos adquirirem a casa alugariacom o simples pagamento dos aluguéis.

ESSA atividade revolucionaria cio govóino de Fidel

Caslro não pode deixar de ter imensa repeiais-são em Iodos os países de América latina. Nossos po-vos compreendem que aquilo que hoje se tealira em

Cuba é justamente o que precisamos também tealiiarem cada um cie nossos paises. Cuba é, assim, um exem-

pio e um cslimulo para Iodos os patriotas e democra-Ias latino-americanos. As próprias acusações da im-

prensa reacionária ao governo de Fidel Caslro só

podem contribuir para tornar mais nítido seu caráter

genuinamente icvolucionário. A difamação sistemática

pela imprensa da reação e serviçal dos trustes norte-

americanos elevam-no na mente e no coração dos

povos. «Ncusani-nõ de ditatorial e tirânico porque não

reaüiou eleições, pretendendo, assim, ocultar que con-

ta com o apoio unânime do povo cubano e constitui

nn verdade o governo mais democrático de lòda a

América Inlina. Chamam-no de sanguinário porquesubmete o julgamento perante tribunais os traidores quese levantam em armas contra a Pátria a serviço dos

monopólios ianques e que, se não fossem regularmente

punidos, seriam linchados pelo povo justamente indig-nado. Acusam-no ainda de comunista, pretendendo,assim, assustar com a velha e gasta arma do *perigocomunista*, a certos setores da burguesia e da pequena--burguesia na esperança de afastá-los do movimento

'Continua na 4* página)

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NOVOS RUMOSa- 2

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Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960

Passeataspara a greveVAO PARIR NO DIA I

Milhares da marítimo», portuário* • ferroviários vim reall lande assembléias e passeatas unitárias preparatórias dagrande treve geral naelonal que será deflagrada no próximo dia I «aso nâo seja aprovada a paridade do toas yen-cimentos com os dos militares. O movimento preparatório começa a tomnr envergadura e se constituir em uma ga-rantia efetiva de seu desfecho vitorioso. Além disso, os m aritimos, .portuários e ferroviários vêm recebendo a solida-riedade das mais diversas categorias profissionais.

Mm&Êmt MPjfc BE5F Hn^l kS^

-._. ___^_^_JL-'í'• ,"x •' ________________ __•»¦¦¦-___'

A matar assembléia dt trabalha*dores do que |e sa tovo noticio emtodo o pois, soro roallioda na nelle dopróximo dia 4, na Praça da landelra,onde milhares de ferroviários, mariti-mos o portuário» te concentrarão paradar o balanço final na campanha pelaparidade do vencimentos com os mlll-toros, e tomar as últimas providenciaspara a provo nacional que será dtfla-prado a loro hera de próximo dia I,so ató o dia 3 a paridade nâo tiver•Ide vetada.

A auemblóla foi convocada paraaquilo local em virtude de as dopon-dlnclas de Teatro João Caetano, queestavam om cogitação para a referidaauemblóla, serem pequenas para com-portar a imensa massa do trabalha-dores.

O Comande Geral da Greve poloParidade, reforçado agora com a par-tlcipação oficial da Federação Nade-nal dos Marítimos, per decisão de souConselho Deliberativo, permanece omcontato diério cem as entidades repro-sontatlvas dos marítimos, ferroviário» eportuários do todo o pais, articular»-de, em seus mínimos detalhes, o plano

do paralisação do trabalhe a zero herado dia 8.

UNSP em açãoA União Nacional dos Servidores

Públicos, por outro lado, embora nãopossa aderir ao movimente prevista,está mobilizando todo o funcionalismopara a assembléia já convocada, tam-bém para o próximo dia 4, quando se-rõo debatidos os meios pelos quais esfuncionários da União o das autarquiasdesenvolverão a sua luta pólo-recebi,monte imediato dos beneficies resultem-tos de Plano de Classificação, o poloaprovação do projete quo restabelecea paridade de seus vencimentos com

' os dos militares.

Injustiça clamorosaA luta do massas que vem sonde

desenvolvida om todo o pais peles ma-ritlmos, ferroviários, portuários, o do-mais servidores autárquicos o da União,pela paridade o pagamento des bono-fidos do Plano do Classificação, temsido apresentada por alguns setorescomo uma coação injustificável ao Con-

Apelo Aos Leitores(esnclmio ia IP página )

NATURALMENTE, os i ms deficiências quanto à utilização dessa grandemassa de leitores quo gostam, liem o divulgam NOVOS RUMOS não

se restringem apenas ao terreno de sou conteúdo. No campo financeiro,mantivemos até hoje as falsas relações de vendedor para comprador, comoso o nosso jornal fosse uma mercadoria qualquer, igual a tantos outrosjornais quo existem por ai. Jornal nenhum vivo da venda avulsa ou da os-sinatura. Jornal ó uma mercadoria cara, o o sou preço do custo está semprevários pontos acima do preço do venda. Os outros jornais são empresas lu-crativas porque vivem de publicidade, da ajuda visível ou invisível do gruposeconômicos o financeiros quo es transformam em porta-vozes de seus Into-rlsses. O nosso, como órgão político independente, não podo viver assim.Tem que viver fundamentalmente da compreensão e da ajuda do seus lei-toros e amigos.

DESCONHECENDO ou subestimando esta realidade chegamos ao nossoano é meio do existência em difícil situação financeira. O déficit ini-

ciai foi multiplicado por dez nestes 18 meses, por razões do conhecimentode nossos leitores: aumento do preço do papel; aumento do preço do ma-feriai fotográfico, aumento dos fretes e tarifas, aumento dos salários, etc.Déficit que se acentuou quando, há seis meses atrás, no esforço de ofe-recer aos nossos leitores um jornal melhor, aumentamos o formato o enúmero de páginas de NOVOS RUMOS o melhoramos a sua apresentaçãográfica. Dal a nossa decisão, |á anunciada om o número anterior, de aumen-tar de 5 para 10 cruzeiros o preço do exemplar. Os nossos leitores hão docompreender a nossa atitude. E' um pedido mínimo que fazemos a todosque nos liem. De 20 cruzeiros mensais (4 exemplares a 5 cruzeiros) —que era a sua contribuição para que NOVOS RUMOS circulasse até agora —,você, leitor, passará a dar 40 cruzeiros.

I Q PURO o simples aumento do preço da venda avulsa, porém, não serásuficiente para solucionar nossas dificuldades financeiras. Por isso, o

| nosso apelo não se limita a pedir aos leitores que continuem a comprar o

| ler NOVOS RUMOS. I' indispensável ampliar a sua difusão o organizar a

I ajuda financeiro a seu jornal. Aumentando-se a circulação, baixar-so-á o; preço do custo e, conseqüentemente, o déficit. Organizando-so a ajuda fi-

nancelra de massas, conseguir-se-á o dinheiro necessário a tornar NOVOSRUMOS um jomal auto-suficiente. E isto é uma questão decisiva.

ESTAMOS profundamente convencidos de que os nossos milhares deleitores e amigos do todo o pais estão interessados, não só que NOVOS

RUMOS continui mas que melhore a sua apresentação gráfica e o seu con-feudo. Mas isto não será possível sem essa ajuda consciente de nossosleitores e amigos, pois está claro, depois desse ano e meio de existindo,que o nosso esflrçe betado não é capaz de solucionar os problemas fl- ;naneelros quo temos pela frente. Com a colaboração dos leitores e amigos,o seremos.

gresso Nacional. A verdade, entretan-te, ó que a maioria des «bamabós»este submetida a uma Injustipi dome-rosa e as portas da mendicância. O seumovimento não ó do coação, mas deexigência de om direito, o de reejus-temente des seus vencimentos, para res-guardarem a sua própria dignidade dotrabalhadores.

Pode parecer exagero quandoafirmamos que a maioria des «bama-bes» está as portos da mendicância.Mac assa ó a dolorosa verdade, queilustraremos apenas com um fato: ooperário Francisco landelra de Mele,que exerce há trinta anos a profissãode pintor na Estrada de Ferre Con-trai do Brasil, enquadrado na referln-da 20, recebe, ainda hoje, um sala-rio-base de sob mil cruzeiros, acresci-de de 30V. de abane provisório, oque lhe dá um vencimento mensal de7 800 cruzeiros. Isso quando o sala-rio mínimo na Guanabara, decretadopele próprio presidente da República,ó de 9.600 cruzeiros mensais.

Mas existem «bamabós» em piorescondições que a de Francisco Bandel-ra: são aquiles enquadrados na refe-rlncla 19, quo tlm um selárie-base de5 200 cruzeiros, o ainda sofrem um des-conto, para a previdência, na base dosalário mínimo de á mil cruzeiros, eagora passarão a descontar, a seguiro mesmo critério, na base de novosalário mínimo de 9 600 cruzeiros.

Denúncia da UNSPA União Nacional dos Servidores

Públicos, em manifesto lançado recente-monte, denuncia a ameaça quo pesaslbro o funcionalismo, eie não ver aten-didas as suas reivindicações om tempoútil, uma voz que o Congresso Nade*nal estará dedicado, durante o mis denovembro, quase que exclusivamente aelaboração do orçamento de 1961. AUNSP salienta que, em conformidadecem o pensamento de presidente eleito,sr. Jânio Quadros, inúmeros parla-mentores empenham-se na consecuçãodo chamado equilíbrio orçamentário,sacrificando as justas pretenções defuncionalismo.

O documento denuncia que o fun-cionalismo corre e risco de não veraprovada, neste exerddo, a paridadede vencimentos com os militares, e por-didos, por caírem om exercício findo,os benefícios do Plano de Classificaçãoreferentes ao semestre corrente. Ao fa-zer essas denúncias, a UNSP conclamao funcionalismo a intensificar a luta pe-Ias suas reivindicações, exigindo deCongresso a paridade, e pressionandoas repartições à quo servem para queapresentem, imediatamente, a Cemis-são de Classificação, as folhas com onovo enquadramento. ;

Atrasadosem dezembr.

Diante do pressão que vem sendoexercida pelo funcionalismo federal eautárquico, a Comissão de Classifica-ção, vendo-se na impossibilidade doaprovar, em caráter definitivo, o en-quadramento de todos os funcionários,para efeito do pagamento, até dezem-bro vindouro, na base oo Plano deClassificação, resolveu adotar medidasde urgência tendentes a evitar que opagamento relativo tio presente semes-

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Paridadeou greve

Esta a palavra-de-ordem que anda es-crita nos vagões da Central e da Leo-poldina, nos muros do cais do portoe nos navios. Os trabalhadores esttodispostos a conquistarem sua reivindl-caç&o.

Defende Teu Direito

tro cola em exercício findo. As medi-das são as seguintes:

1) promoção de enquadramentoprovisório, cuja autorização será feitaper um decrete de presidente da Re-pública;

2) abertura de um credite espe-dal de seis bilhões de cruzeiros, desti-nade ae pagamento das melhorias de-terminadas pela Classificação.

Para o enquadramento provisório,contudo, continua sonde indispensávelque todos es ministérios o demais re-partições enviem as suas respectivas fl-lhas de enquadramento à Comissão deClassificação.

Luta em todo o paísAnte o ameaça do verem e aten-

dlmente das suas reivindicações adia-de para e próximo ano, es servidorespúbilees o es trabalhadores autárquicosintensificam em todo e pais as mani-festaçõos pele pagamento imediato dasvantagens de Plano do Classificação opela decretação da paridade de ven-cimentes. Na última segunda-feira, esmarítimos, portuários e ferroviário» flu-minemos foram om passeata ae Pala-cio do Ingá, onde comunicaram ao go-vemador Roberto Silveira que todo otransporte marítimo o ferroviário seráparalisado no Estado de Rio, se as suasreivindicações não ferem atendidos ató

dia 3 de corrente. Outras manifesta-çãoe de massa realizarma-se em CaboFrio, Santos, São Paulo, o em inúme-ras outras cidades, em preparação agreve nacional programada para o dia

próximo.

A. R. (Aracaju)."Posso ser despedido sem direito a nada?".• •

A Indenização e o Aviso Prévio são reparações pagas quando o em-pregado não tiver dado causa para a dispensa. Desde que o empregadotenha cometido qualquer das faltas capituladas no art. 482 da Consolidaçãodas Leis do Trabalho, nào faz jus à Indenização ou ao Aviso Prévio.

Com exceção das férias proporcionais — só devidas quando a dls-pensa não tem motivo —, os outros direitos podem ser reclamados: férias(períodos completos), horas extraordinárias, adicionais, salários etc.

a • *M. J. A. (Est. Guanabara).

Alega o consuiente que desempenha suas tarefas em local Insalubre,que compromete seriamente o seu estado de saúde. Pergunta se tem direitoao adicional Insalubrldade. * *

Impossível uma resposta definitiva. Formule uma reclamação naJustiça do Trabalho, expondo a situação em que trabalha e pedindo quelhe seja pago o adicional por trabalho insalubre. De posse de sua recla-maçâo, a Junta pedirá ao Departamento de Higiene e Segurança do Tra-balho do Ministério do Trabalho que faça uma perícia no local, com afinalidade de verificar a existência de insalubrldade e, em caso positivo,o seu grau.Se o laudo apresentado pelo Departamento de Higiene e Segurança

do Trabalho fôr favorável, existem ainda questões que devem ser discutidas,se o consuiente percebe acima do salário mínimo. Há quem entenda que,percebendo o empregado acima do mínimo, o adicional insalubrldade }eestá Incluído no salário que percebe. Outra corrente entende que a per*centagem (grau) de Insalubrldade, deve ser calculado sobre o salárioefetivamente percebido. Ainda uma outra corrente, entende que a pereen-tagem de Insalubrldade deve ser calculada sobre o mínimo e somada aosalário que o empregado recebe. Exemplifiquemos com números, supondo--se que o empregado recebe 30,00 por hora e que é de 20% a peroentda Insalubrldade.

Entendimento da primeira corrente jurisprudencial: — Ominimo é de 25,00 por hora. Assim, o salário de 30,00 já compreende •mínimo e mais os 20% de Insalubrldade.Entendimento da segunda corrente jurisprudencial: — Calcula W%sobre os 30,00 ou seja, 6,00 por hora. O empregado deverá receber 86,00

por hora.Entendimento da terceira corrente jurisprudencial: — Calcula tt%sobre o mínimo (25,00 por hora), e soma ao salário efetivamente percebido(30,00 por hora). Aferida a existência de Insalubrldade na percentefoaide 20%, o empregado deverá receber, 35,00 por hora.t claro que quando o empregado ganha o salário mínimo, a kaea-lubrtdade será sempre calculada «obre o mínimo o somada a ele.• »

J. Aí. S. (Niterói — Ett. áo Rio de Janeiro).O consuiente trabalhou no dia 7 de setembro e recebeu de maneirasimples. Está incorreto. Dia feriado é dia de descanso obrigatório, flatrabalhado deve ser pago em dobro. Assim, se o consuiente trabalhem •horas, deve receber o correspondente a 16 heras.

* aM. O. (Est. Guanabara;.

O consuiente tem um período de férias vencido há cinco meeme o empregador ainda não determinou queêle as gozasse.Depois de vencido o período de fé-

rias, o empregador tem 12 meses paraconcedê-las. Antes deste tempo não é pos-slvel reclamá-las.

Everaldo Martins

CAMPANHA VITORIOSA

Sindicallzação em MassaDos Têxteis Paulistas

A Federação dos Trabalhadoresna Indústria de Fiação e Tecelagem doEitado de São Paulo, cumprindo as de-liberações do Congresso Estadual Stn-dical, elaborou um plano de slndicali-zação destinado a conseguir 18454 no-vos sócios para os 30 sindicatos a «'afiliados. A campanha está sendo rea-lizada deíde 1.» de julho do correntee so encerrará em 30 de abril de 1961.Mas, em 15 de setembro, |á estevamregistrados ó 88? novos sócios.

Resultados

A campanha, já nos primeiros doismeses o quinze dias, apresentava -re-sultados surpreendentes em alguns siri-dicatos, cujas cotas de novos sócios,previstas para 10 meses, foram alcan*çadas o superadas, em menos de trlsmeses. i

O Sindicato dos Têxteis de Araras,por exemplo, tinha uma cota mentalde 20 sócios, num total de 200. Masem dois meses e meio, entretanto, oplano havia sido coberto e ultrapas-sado em sua totalidade, tendo sido re-gistrado 298 novos sócios.

Os têxteis de Jundiat, que se pro-puseram a conseguir mil novos sóciospara o seu sindicato durante o planode 10 meses, também superaram todaa cota em dois meset e meio conte-

guindo 1 090 sócios. O sindicato deSalto, parece que fazendo jús ao nomeda cidade, foi quem saltou mais altono plano de arregimentação de novossócios, conseguindo ultrapassar de537% a cota que lhe foi atribuídapara dois meses e meio de campa-nha, e de 57 Va a cota total de 10 me-ses. Com efeito, o sindicato de Saltotinha de registrar 150 novos sóciosem 10 meses, e registrou nada menosde 236 em apenas dois meses e meio.

O sindicato de São José dos Cam-pos foi outro que conseguiu superar asua cota em tempo recorde, arregimen-tando também, em dois meses e meiode campanha, 74Ó novos sócios, quan-do a sua cota, para os 10 meses, erade apenas 500 associados.

Balanço vitorioso

A Diretoria da Federaãço dos Tra-balhadores em Fiação e Tecelagem doEstado de São Paulo, dando um ba-lanço nos primeiros meses da campa-nha, constdtou que, apesar da faltade planos adequados em inúmerossindicatos, ela se desenvolve vitoriosa-mente na mc.uria das entidades sindi-cais, sendo de se assinalar que emdois meses e meio foram registradosó 889 novos sócios nos sindicatos têx-teis, o que significa uma elevação de

2 271 a mais do que estava prevhfajpara aquele período.

PlanificaçãoA diretoria da Federação, depois

de salientar os êxitos alcançados, ob*serva a necessidade de um reajusfamerHto dos planos de sindicalização, tendoem vista o desenvolvimento uniforme docampanha. Nesse sentido sugere, en«tre outras, a adoção das seguintes me-didas: 1) que as diretorias dos sin-*dicatos se reúnam com os seus mem-bros efetivos e suplentes para traçar oplano de sindicalização e o apresente,imediatamente, a apreciação da as-sembléia geral de trabalhadores; 2)jeleger o responsável ou responsáveis,,em cada fábrica, pela divulgação, exe*cução e controle do plano; 3) insti-tuir prêmios destinados a estimular otrabalho dos aregimentadores de no-vos sócios.

PropagandaA campanha de sindicalização di-

rígida pela Federação vem sendoacompanhada de uma propaganda efe-tiva nos sindicatos e nos locais de tra-balho, onde são feitas palestras sobroa importância da sindicalização face asluias do prolcíariadc por melhores con-dições de vi_c e liubulhu.

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Page 3: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

— Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960 NOVOS RUMOS

/-

(amara e Senado Defendem Cuba3 —

0 País Não Espera Jâniode Braços Cruzados

Condenada a Agressão IanqueBrasília, 2 (Do correspondente)'As ameaças norte-americanas de

invasão de Cuba trouxeram a re-volução cubana para o centro dosdebates no Congresso. Além de di-versos discursos, pronunciados porparlamentares tanto na Câmaracomo no Senado, a solidariedadedos deputados e senadores nacio-«alistas se manifesta na criação de«ma Comissão de Defesa de Cuba,integrada por alguns dos mais re-ipresentativos dentre êles, e peladecisão da Frente ParlamentarNacionalista de incluir, no seuprograma de primeira urgência,uma campanha cerrada de defesa

ida revolução cubana contra a in-itervençáo imperialista.i Em particular, o discurso pro-inundado quinta-feira pelo sr. Lou-'rival Fontes, no Senado, obteve«rande repercussão nesta Capital,jrão apenas porque pôs a nu os ob-Eletivos imperialistas dos monopó-lios norte-americanos em Cuba,mas também porque representouum verdadeiro processo do regimede rapina a que os grupos econô-micos norte-americanos submetem« America Latina.

O senador Lourival Fontes vi-«ou, com efeito, a colocar sob umaperspectiva histórica a luta quelioje explode em Cuba, iniciando*eu discurso por uma análise dowsistema tradicional» de ditadurasmilitares, que até pouco tempocaracterizava a vida política latino--americana. Era o tempo das«quarteladas».

«Caudilhos, tiranos e ditadoresnasciam desses movimentos de pa-lácio ou de casernas, intolerantes,cruéis e pretorianos, onde não ger-minava a semente da democracia»«— disse o senador pelo PTB, acres-centando que alguns desses regi-mes ainda hoje sobrevivem, gra-tas ao apoio que recebem dos trus-Jtes e da diplomacia norte-america-tios.

«Os regimes de força, a pretex-Io de imunizá-los contra o comunis-

Eno, são mantidos, ajudados e for-

alecidos com armas e dinheiropelos pretendidos defensores domundo livre, em troca de vanta-gens econômicas, vantagens finan-eeiras, privilégios abusivos é ah-feorçôes comerciais», afirmou o se-friador Lourival Fontes, quando ca-Iracterizava a serventia das dita-puras policiais e terroristas nai&mérica Latina.

Políticam bombas e bases

Na segunda fase de seu discur-so, o senador Lourival Fontes ana-

lisa o processo de desmoronamen-to que atravessam as ditaduraslatino-americanas, e os acenos de«ajuda econômica» com que os Es-tados Unidos procuram responderà sua perda de prestigio e força —ajuda que, acrescenta, só tem osentido de manter-nos atados aosistema de espoliação pelos gruposeconômicos norte-americanos

«Os direitos, as práticas fiscais,os regulamentos aduaneiros, as re-baixas de cotas, as proibições deexportação, as flutuações de mer-cado único e sem competição, anão estabilidade dos preços —disse êle — transformam os vintepaíses americanos em títeres e jo-guetes de uma política absorventee condicional de compromissos eservidões. Uma política de bombase bases é sinônimo de uma politi-ca de pressões e influências».

Mas, observa o senador, esse re-gime de instabilidade e flutuaçõesdanosas não atinge os setores daeconomia latino-americana onde odomínio dos trustes ianques é ab-soluto. «O petróleo da Venezuela,as bananas da América Central ouo açúcar de Cuba foram os quemenos flutuaram ou os que menosse desvalorizaram, porque são depropriedade de sindicatos ameri-canos, em que a lei do lucro se mis-tura com a lei das selvas», afirmouêle, aduzindo: «A queda do gover-no da Guatemala, a implantaçãoduma ditadura militar na Vene-zuela e a queima de canaviais cmCuba, além das ameaças veladas eostensivas (deixam evidenciado lque a bandeira segue os capitais,ou que o pais supremo é uma vastasociedade anônima».

Depois de observar, para definiro.caráter militar predominante na«ajuda econômica» norte-america-na, que «as miniaturas da Bélgicae Luxemburgo receberam (dosEstados Unidos) três vezes maisajuda que as vinte repúblicas ame-ricanas», o sr. Lourival Fontesafirma que somente confiando emsuas próprias forças os países lati-no-americanos poderão libertar-seda miséria e da dominação estran-geira.

«Nada esperemos — disse ele —'da Organização dos Estados Ame-ricanos, que é um objeto decora li-vo e ornamental, e muitas vezesum instrumento da opressão dogovernos aliciados e calculados.Nada esperemos de governos quefalam de liberdade e são poucos eraros os que não impuseram a cen-sura, as proibições de greve,.a eli-minação de franquias populares,

os métodos de violência,, os derra-mes da corrupção ou os escânda-los da auto-deificação. Nada espe-remos de ajudas e favores que nãorepresentam mais do que as for-mas. pérfidas de servidão e' \>ujei-Ção».

Cuba: caso típicoTodo o trecho final do discurso

do sr. Lourival Fontes é uma exal-tação dos objetivos da revoluçãocubana e uma condenação das ati-tudes dos imperialistas norte-ame-ricanos para com o povo de Cuba.Disse o senador:

«O caso típico de Cuba é umexemplo das influências poderosase _ das ascendências econômicas.Não é mais uma propriedade pes-soai e privada, nem o Estado re-duzido à condição de impotência,nem o ditador um truculento e sá-dico caudilho. A corrupção, o su-borno, a intimidação, o temor, oassassinato e a tortura não man-cham o país. A própria adulação,a lisonja interessada, a cega leal-dade não causam mais a destrui-ção das franquias do direito ou dasforças de liberdade. O nacionalis-mo cubano é o amor e o bem dopovo. Não se reveste da capa detirano. Não proibe. atividades ad-versas nem incensa fortunas ins-tantâneas.

«Não é por outra razão que areforma agrária está suscitandorepresálias maciças e guerras eco-nômicas. O açúcar e o petróleoostão misturados de calúnia o estu-pidez. Não admitem que a terraseja dividida o repartida num pia-io revolucionário. Nem que o go-

vêrno esteja atuando com absolu-ta honradez e o logro da justiçasocial tenha de investir contra osatentados, insidias e insultos. Náoé o confisco do petróleo, nem o in-cêndio de canaviais, nem a acusa-ção de comunista a um governo tãocubano como a música, nem a des-figuração dos fatos, nem infiltra-ções secretas ou ações criminosasou falsificações dif amantes quenegam os progressos ou ^conejomas verdades.

«A história de Cuba não é maisescrita no açúcar. Nem mais acre-ditamos em retardados programaseconômicos de falsa ajuda nasci-das da pistola ameaçadora de FidelCastro ou dos foguetes balísticosde Moscou.

A política dos trustes, com osseus egoismos e penetrações, oucom o.s atos de latrocínio e deliu-qüència, está lutando, numa bata-

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lha perdida, nem conseguirá elimi-nar aos povos que se unem sob amesma bandeira e a mesma divi-sa. O disco comunista já foi dema-smdo usado e manejado. .«Não trocamos a dignidade oumelhor o zelo da suscetibilidade na-cional por vantagens econômicas,

doações ou promessas de ajuda.Nao corremos atrás de créditosgenerosos, ou ofertas sedutoras,ou apetites do lucro, ou riscos deperdas, ou dádivas de servidão.

«Não nos inclinamos por atraçãoou persuasão aos vinculos das su-perpotências mundiais e queremosapenas para o nosso crescimentoe desenvolvimento o respeito, ajustiça e a compreensão.»

Na Câmara FederalTambém na Câmara dos Depu-

tados a intervenção norte-america-na contra o povo cubano tem sidovivamente condenada. Os deputa-dos Celso Brant e-CoutinbóTCaval-canti, durante a semana, foram àtribuna da Casa especialmentepara tratar' do assunto, e verbe-rar, com. palavras enérgicas, asagressões imperialistas em Cuba.Durante o discurso do deputadoCoutinho Cavalcanti, pronunciadoigualmente na última quinta-feira,'numerosos

parlamentares, emapartes, se solidarizaram de públi-co com a causa do povo cubano;entre eles. os deputados CamposVergai, Aurélio Viana 0 Bréno daSilveira.

••Queremos deixar bem claro —disse o deputado Coutinho Cavai-canti — que,

'embora pessoalmentenão façamos a menor restrição à

revolução cubana, e ao contráriosaudámos todas as suas vitóriasrecentes, julgamos que o fato emdiscussão, o problema a ser defini-do, não é uma posição em face rioregime de Fidel Castro. Não. Ad-mitimos até que vários setores ma-nifestem suas divergências em re-lação a esse ou aquele aspecto darevolução cubana. Isto é compre-onsívcCpõíá levamos cm conta odesconhecimento da situação ante-ríor que lá existia, no regime deterror rie Batista, assim como odesconhecimento ria realidade dehoje da Cuba revolucionária deFidel Castro. O que está colocadona pauta, o assunto ria ordem dodia é o que diz respeito ás amea-ças de uma intervenção es) rangei-ra em Cuba. Julgamos, senhor pre-sidente, que no Brasil, excluindo-se um pequeno grupo 'de agentesde empresas estrangeiras, ninguémde responsabilidade pode concor-dar e aceitar a legitimidade dequalquer invasão de forças mercê-nárias, ou horte-amcriçanás', nailha do Caribe visando n derruba-da .'do governo de Fidel Castro,Esse o ponto nodal dg nuestão éesta tonnda de posição que neces-sita ser feita.»

E acrescentou:

^•SjíS^s gUn •etorcs Ja,n,stas da imprensa maniícstaram estranhezaiKni^ SS <luc,xaram abertamente, pelo aspecto "clandestino" aue osr. Jânio Quadros quis emprestar à sua partida para o Velhn M.mS^ R

hrn«iuP'eSa qune, ° ^"«Portou que nenhuma passagem fôssV vendida afeZ0

RÍ°' "ma Vez noliciado ° seu embarque cm Santo^dn S,S PeIíS•ra• cntrct«"to. Que a causa dessa procura voluntáriado ostracisrno esteja numa súbita repulsa de Jânio à sua velha òomna-ííníí."" a pub',cldailc- A «atisa é bem diversa. Jânio quer empo Zracobrar'^urfteV,ar ?™ont?os desagradáveis, com pessoas que pretendamInVMi cumprimento de suas promessas- prc-clcitorais tanto asrque U? eníasÇea„t1ldS,lCa' i*- COnleÚd° ««^«erático c nacionalista,"c°omoSíflíiiS

em sentido contrario e cm conversas reservadas, aos que fi-ou „ÍvS \h n.,»

cam»?anha '«ilionária. Quer evitar compromissos, velhosh? ?B q^ °n.SlJ?a um «witrôle melhor da situação, pois a verda-de e que os: ventos políticos não lhe têm sido favoráveis.mentesifficS/«"«,?,' Ieíu,ía'.com efeito- dc uma série de áconteci-^f«n«.«s»S nada favorave»s aos que esperam dela - para usar«SíS * ^ .vo.»,l»«'«» "E«t«do de São Paulo" - "o limiar ricladwSn »?•?*«

dr" °m,nÍ!> ,,a üCaçÃ0 e d0 entreguismo no pais. Os rcsui-Sí DolftlrSl ™«ír?ram ,ntcr?rretad0.s' P"r Quase todos os círculos c part -a nolií íí S' Uma manifeftacão de protesto do povo brasileiro contratrimnros Sfw ?arrlia -e dc nrivilòSÍos para os morionÓHòs es-Safid^^ f"m" Uma de-«-,racão de.no-

„„„ -!?- ,nter.Prctacao c que explica os numerosos e significativos arôrdnsSintí, nnliíll0

conc,u,dns' d<ris ^ pleito, por todos os partidos íor-ístas e nonufaros F^'rrar "S? UDX- cm lôrno dc P™gramas naciona-chek aos 2ll Que ditou, por exemplo, a promessa do sr. Kubits-na nasada Í,h,ares naciona Istas, com os quais se reuniu na sema-SaraSíliÍL 1 J?*tmT* a Maioria S°vernamental; no Congresso,clamados «•Kl!ífame"to e, a?rove os pr°3etos mais «wntemenle re-mcssL dpPlf,nr„, « h nacionalista, entre os quais o de controle das re-Sr! ' ? dC n4ac,ona"zação das carteiras de depósito dos bancosdeDÚtaA.T.hri.^P™8, A aprovacâo pela Camara' dia 3". d0 P^ieto "oíeíadofáoArínl i

PassKos.,lue ™?»e»e ¦ apreciação do Congresso os fami-MiToria Z «, feil?to!'or1e' Ja foi uma mostra da nova atitude tomada pelaMaioria, em Brasília: ela "desenravefou" r r-T ^.P„..,r „ —..ipto norunanimidade, em poucos dias.c„„^ambém no cncontr» do sr. 'João Goulart com quarenta denulados p

^SWSffi dc !"C,,idas "a«SiSPe deSáficã„ cyn reiaçao ao futurq do. gov.criio, c levaram o sr. João Goulart a assumirFinTS

d« repC'Ír n^""cr idéia de "eompiS" cZ, JantoFinalmente, a própria UDN está concorrendo para firmar a ronvic-Soei

q0Cde?atoníndd ?'* ° nac!ona"?r M ! Rrande vítorloTonas

mnZ „'.. def,c"tu° dos setores mais reacionários deste partido é aindacomo dirTeentefdÜ20? %***-'' *,es- de forma a,^uma sc compor*" mJl ™.«- K Cs dc.!"ni Part,do no poder",, e estão inclusive encoraiandoO eSadoPaS„,lqU,daSr .da,IJ?N c a forma^ao dt" «m nóvoTartWodo íaítidn JJ*?*?*^0* da UI?N; que assumiu dR fatn- a «derançadn sp"J, ™r„, d,nff,r por sc" Iad0 um manifesto à Nação, propon-

s ™ roí .inH? pr-0írrama. «den sta, para que êste tenha como ceniro"JW ro.vinHica.ors nnc.onaUstas o democráticas adotadas pelo VTH.do PSD

Parlamentar Nacionalista e, m-smo, "»'o r>).Pi,\^ Nacional

f,,IMA[ SC iraM'C1"!0 assim "ma «pecie dp unanimidade nacional, cmr.Mnr do controle < is reme-ssas dc lucros das cmnrcsas estrangeiras e das,„t7„;^;|f,:i;an,',n'?rrin,i',:,s^ ,,","ocr;;,i,,',s dererruidas peto movimento?XÍ n DÍU', dl<"0' ° rr',-"p"tR n.bnero dc creves vitoriosas dostr?bnibndores. en P-o. cm São Pn,.in. r'n) Sánlos c outras cidades brasilci-rs c a nrova dc nun o movimento ne massns cm nada foi prejudicadotom o i-nsuuario H?s urnas p esta, noto ponlrário, cm ascenco.ludo is«o mo-l.n ftno o "MS „¦¦;„ psió nan.i-:.'".. ò ¦. ,>.. if,nj0 pmii'to • me"ns ost; •'. disnosleao (to Janto.p-"-a quo esle tx,n ,uip „ nMr, nili,„r p.,i siiM(o e('»e(o neto nslrae>mo. rfp Jánin. '! íbom mesmo nuc (.ic medite bastante, sobro.a« rnndtonos rio i>ni\. anlcs ric a^snnvi' o ro-verno; nara eomireenrier me pagará caro,«e se voliir contra o povo.

Renato Arena

DERROTA DA ESSO:CÂMARA YAÍCRIME DE RO

JULGARBORE'

cao

i"j Parlamento

Através o pronunciamento de dezenas de deputados c senadores, entre osquais o parlamentar paulista Coutinho Cavalcanti (foto,, os representantesdo povo bras.Ie.ro manifestam solidariedade total ao povo cubano que lutacontra o imperialismo norte-americano, que. ameaça con. suas forças ainvasão da ilha.

«Senhor Presidente, deseianíosaqui fazer uma clara advertênciaao Ministério ria? Relações Exte-riores rio Brasil. O povo rio Brasilnão pode ser confundido rom essescírculos do «cafn-soeiety» que çi-ram em torno das «boites» e dos«garden-party» ri a Embaixada,Americana. Toda a nossa tradiçãoe a consciência nacional rechaçamqualquer assentimento e anuênciapara com a po'i'iea rios •fortes''contra os -fracos» nas relaçõesinternacionais.*

Fora deMomentaneamente os srs. Jâ-

nio Quadros p Carlos Lacerdatransformaram-se cm assunto dareportagem que atiia nos portosde mar e aeroportos. Sábado, se-gundo o noticiário de um maluli-no, o sr. Quadros iniciou sua "via-gem surpresa". Enquanto isso che-eam de Nova York noticias do sr.Lacerda, personagem que por si-nal, depois de tantos acidentes rieuma vida tumultuada, está. agorarecebendo, de alguns locutores rie.r.iriio p TV, o ecrimonioso trata-mento de Dr. Carlos Lacerda,

Jânio embarcou para a Europario "Aragon", da Mala Real. Cons-tituiú autêntica peripécia a chega-da cio grande homem a bordo. Sur-Riu no Armazém n.° 1 com luzidaguarda dc honra, tirada entre afina flor dos reformadores do.s co.s-turnos nacionais. La estava, porexemplo, um modelo cearense dnausteridade, o sr. Esmerlno Arru-da, ornamento da Câmara Fede-ral, onde se notabilizou por meiodo lançamento da fórmula tampa"

Penetrando de carro no Arma-

A luta contra os acordos entre-guis|as( dp Roboré obteve há se-mana passada uma grande vitória,com a aprovação, pela Câmara Fv-deral, do Decreto Legislativo queconsidera «objeto do tratado- amatéria das chamadas 'Notas Re-versais» dc Roboré — as mais im-porlantes, ruir- levam os números1, 2, II p ", r tratam da questão dopetróleo e rios fronteiras. Dessaformai n Poder Executivo ficaobrigado a submeter à apreciaçãodo Congresso o conteúdo mesmorhs acordo?, r abre-se a pos rib-lj.darie da rejeição, ou no1 ,i nespc'a-ção, desses in Irumentos lesivosaos interesses nacionais.

O debate até o momento, comcHio, estava limitado no Congreí-?o à qucslão d? s«bpr se ": nei'"-dog podiam ou não ler o nome ris«Notas Reversais*. liste nome foidado pelo naniarali aos in In'-mentos diplomáticos assinados pelosr. Macrrlo Soares em Roboré,precisamente rom o objetivo deescapar ao debate no Congro.-so, Atese do Itamarali era ;< do que osacordos rir Roboré eram apenas aapuração rir dispositivos do Trata-rio Brasil-Boiivia ri;1 IH38, e porisso não precisavam ser submeti-rios ao Congrcs ;o.

Loj,'o rlr|ioi-; rie assinados osacordos, em 29 rir março ric L05S,

a questão foi apresentaria ao Con-gresso, oiide os deputados nacio-nalistas empreenderam longa ram-panha para rirmonstrar que as«Notas» modificavam profunda-niente a loira e o sentirio rio Tra-lado rir 38 — o modificavampara pior, pois sn transformaramem clara manobra rir torpedea-monto .«da.; Petrobrás, que por ê'se viria obrigada a comprar incle-finidamente e a peso do ouro opetróleo produzido por emor'';';asianques na Bolívia, e ainda leiri a

í hi cargo a construção ri > um "'""-rluto e rln um gazoriuto ligaiT"'*'' nRolivia ;>n porto ric Santos, <-ty :>.gando nisso, durante vários ;i"'~,toclb o si ii orçamento.

A c 'mpanlia durou mai de • uano, a'''' r|Lle a Comis ào de K'"1--!-ni'-", Exteriores da Câmara a pro-vou o relatório do deputado Gabr eiPassos, nu qual êste representantenacionalista demonstrava rir ma-neira exaustiva r irrespondível ocaráter ilegal da manobra rio Ita-marali, Com a aprovação, fin ri-mente, quinta-feira última, portinnnimiclatle, do Decreto Legisla-tivo 37-13/1960, n H amaraU nâotom mais cotrio fugir no fogo fiaFrenle Parlamentar Nacionalista.

zem n.° 1, o rrc^-irieiite cIcüm nj.tou ccr molcslndo pelos jornalis-tas, Secundo uma versão insuspci-Ia, a do "Diário de Noticias", en-caminhou-se "rapidamente para -iescada ric acesso ao barco, com l-ilpresa quo qua?c tropeçou nos.pri-moiros degraus",

Essa curiosa maneira rir sp mt,.duzlr reflete um estado dn espi-rito, Com efeito, os demagogos vi-toriosõs a 3 de outubro cstào re-velando crescente Inquietação. Sen-tem-se inseguros ante a perspeo-Uva da posse do poder, o própriosr. Janto Quadros já advertiu queos primeiros tempos dc seu govèr-no serão duros. Nada cie remoçãoda carestia, por efeito mágico deuma varinha decondão, disfarçariadc cabo dc vassoura. E' freqüenteouvlr-se nos arraiais jantstns oaviso aos navegantes; Ninguémespere milagres!

Enquanto oue rie Nova York che-ga noticias dc uniu declaração rio

Doutor Lacerda, Culta ".mula csi \na .• imunidade ii<i Continente ,diz ne, numa demonstração dc :;--nrrosidadu. ISim! Por que violcti-larnios a gcograila física, iiltcraii-im mapas scgiiiHlo os caprichou < ¦>Depii.ianicnlo de listado'.' Cnntti-do, n herói da Avenida Chile achamie Fidel Castro "c l,i cstropiantJoseu próprio grande mo\ imenfo ,1>"h que "liniia uma revolução "nâo souiic " que razer eom cia".N io soube o que f:iMi'.' i: ;, rejor-ma apriiria, que pela priuirirn >'>/,na liistóría de i ulm cstalicicc 'ucondições para >i trabalho colei odtKí camponeses? K « confisco riasintjústrias c latifúndios dos iru -Us imperialistas, que esla levam oos iuiiíros americanos ile Lacerdaao auge rio desespero?

Jânio, ao galgar a escada rln"Aiagon". quase tropeçou nos pri-menus degraus. Péssimo inicio deuma viagem c|c surpresa. Lacerda,interrogado sobre Cuba. tambémmeteu os pes pelas mãos, estro-

piando uni pensamento torturado,Saberão os dois, efetivamente, o quefazer da vitória de 3 de outubro?

m^^^^^^w^»** ¦MMWiMiM j^tj^

Page 4: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

— 4 IOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960 —

Araraquara pedeprorrogaçãoda Lei do Inquilinato

Araraquara, outubro — (Do cor-respondente) — Em sessão realizadano dia 17 do corrente, a Câmara Mu-nicipal desta cidade aprovou requeri-mento de autoria dos vereadores CélioBiller Teixeira e Herminio Pagotto, so-liciiando envio de ofício aos presiden-ter do Sen ido e da Câmara Federal,so i-ricwdo a prorrogação pura e sirrl-r. s da Lei , > Inquilinato, com vigèn-c ei até 30 de dezembro do correnteano.

Sobre o fato foi enviado comuni-cação aos presidentes da AssembléiaL g!:lativa do Estado de São Paulo eàs Câmaras dos municípios de São Pau-Io, Santos, Catanduva, São José do RioPreto, Jaú, Ribeirão Preto, São Carlos,Matão, Santa Lúcia, Taquaritínga e RioClaro.

Os EstivadoresContinuam a Luta

Coluna do Leitor

Por determinação da FederaçãoNacional dos Estivadores, os trabalha-dores da estiva de todos os portos doPaís realizaram no dia 19 de outubrouma greve de advertência de 24 horas.

Da unidade e disposição de luta da

gloriosa classe portuária, dependeu avitória de 35% de aumento nos sala-rios e taxas, e de 5% destinado «ocumprimento da Lei de Férias, antiga e

justa aspiração dos estivadores, En-tretanto, a extinção da estiva livre,reivindicada pela classe, não foi oten-dida. Mas, é desejo dos estivadorescontinuar lutando até que esse direitoseja atendido.

A defesa de Cuba — um dever patriótico(Conclusão da 1." púy.)

democrático e antiimperialista e de romper desta forma a unidade dospovos latino-americanos, indispensável à luta vitoriosa contra o inimigocomum.

/%S IMPERIALISTAS dos Estados Unidos avaliam a ameaça que significaao seu domínio continental a existência de um governo como o de

Fidel Castro. Não se trata apenas de não querer largar a presa ou denão se conformar em perder as posições que possuíam em Cuba. Trata-sede algo mais sério — de não permitir que tão perigoso precedente ganheoutros países do Continente, que outros povos latino-americanos sigampela trilha aberta pelo heróico povo de Cuba. A agressão a Cuba é riaverdade uma agressão a todos os povos da América Latina. Defendendoseu* interesses em Cuba visam os círculos dirigentes de Washington pre-lervar os interesses dos monopólios ianques em toda a América Latina.

^%S GOVERNANTES norte-americanos compreendem, no entanto, que oagressão aberta a Cuba abalará seriamente o prestigio dos Estados

Unidos em todos os países da América Latina, dará mesmo um novo impul-so à luta antiimperialista no Continente. As condições atuais no mundoe na própria América já são hoje'diferentes para que possam os EstadosUnidos repetir impunemente a mesma manobra agressiva empregada contraa Guatemala. Além disto, sabem os imperialistas norte-americanos que aolado do povo cubano encontram-se os países do campo socialista e, muitoparticularmente, a poderosa União Soviética que já por mais de uma vezsa colocou decidida e abertamente ao lado dos povos que lutam contrao colonialismo, pala completa independência nacional. Daí, a preocupaçãocom qua procura hoje o governo de Washington encobrir ou mascarar aagressão que prepara contra o governo revolucionário de Fidel Castro,desde os primeiros dias de sua existência. De início, pensaram os imperia-listas ianques utilizar os próprios naturais de Cuba vendidos aos monopó-lios a traidores de seu povo. Mas já se tornou claro que pequenos gruposde mercenários não chegam nem mesmo a abalar a solidez do governorevolucionário. A agressão precisa assumir maiores proporções, eidgta mobilização de maiores forças e de grandes recursos militares. Pensaram'então os círculos dirigentes de Washington lançar contra o governo da-Fidel Castro outros Estados da América Latina, cujos governos realizai)*?uma política externa caudatária do Departamento de Estado do governaianque. Para tanto, o primeiro passo foi a Conferência de Santiago, quonão chagou a nenhum resultado prático e afinal defendeu o principio denão-intervenção. Uma nova tentativa no sentido de envolver na agressãoa Cuba os governos dos países de América Latina foi feita com a reali-zação da Conferência de São José, também convocada pela Organizaçãodos Estados Americanos, a já célebre e reacionária OEA. Apesar, porém,da subserviência revelada pelos representantes de alguns países, entre a*

qual* te destacou o ministro do exterior do Brasil, sr. Horácio Láfer — meçodt roçado do sr. Herter —, a conferência não pôde ir além de uma Notacontra a suposta interferência da União Soviética em Cuba, ridícula da-claração que pretende proibir ao governo de Cuba, ameaçado de agressão

pelos Estados Unidos, aceitar a solidariedade e a ajuda desinteressada aoportuna do grande país socialista.

ACONTECIMENTOS mais recentes, como a total proibição de exporteçãe»

para Cuba e, em seguida, a retirada do embaixador ianque de Ha-vana, são indícios claros de que o governo de Washington não desistiu deteus intentos criminosos e que continua preparando a agressão militarcontra Cuba. Organizam-se forças mercenárias nos próprios Estados Unidos

(Flórida), na Guatemala e noutros países da América Central e intensifi-ca-se no Continente inteiro a preparação psicológica contra o governo deFidel Castro. A imprensa reacionária já passou unânime ao terreno da di-famação, da calúnia e dos ataques sistemáticos ao governo de Cuba coma intenção evidente de justificar a intervenção armada • de conseguir ototal isolamento no Continente do governo de Fidel Castro. Isto significa

que não se trata apenas de nos mantermos vigilantes contra a agressãodos Estados Unidos a Cuba, mas de não permitirmos que o próprio govêr-no do Brasil seja arrastado pelo servilismo de um Láfer ou de outro lacaio

qualquer do imperialismo à posição de instrumento des Estados Unidos

para a agressão ao país irmão e ao sou governo revolucionário.

f\ POVO cubano é invencível, como todo povo que luta pela indepen-dência e pela liberdade. Está efetivamente unido em torno de seu go-

vêrno e já demonstrou que saberá lutar até a morte em defesa da sobera-nia da Pátria e de suas grandiosas conquistas. Uma agressão militar aCuba seria, pois, uma guerra sanguinária que levaria ao sacrifício de mi-Ihões de vidas. Nenhum democrata, mesmo aquele que por ventura aindadiscorde do governo revolucionário de Fidel Castro, pode concordar coma intervenção militar em Cuba ou ficar inativo diante c'a ameaça de tãoinjusto e hediondo morticínio.

MÃO podemos nós, brasileiros, patriotas e democratas, ficar de braços

cruzados diante da crescente ameaça ianque de intervenção militarem Cuba nem, muito menos, permitir que o governo brasileiro comprometanosso povo em tão infame e sujo empreendimento. Defender a revolução

cubana é defender aqueles que com valentia e dignidade estão à nossa

frente, constituem a vanguarda audaciosa da grande luta que travamos

pela emancipação completa do Brasil, pelo progresso e pela liberdade.

CM DEFESA de Cube, contra aqueles que se preparam para agredi-la,

contra a subserviência do governo brasileiro que compromete nosso

povo em conivência com o crime, é nosso dever tudo fazer para esclarecer

o povo brasileiro, mobilizá-lo e organizá-lo para levantar seu protesto e

manifestar sua indignação e sua disposição de luta em defesa do valente

povo irmão de Cuba. Que os bandidos dos círculos dirigentes de Washington

saibam que se tocarem em Cuba terão de enfrentar também a todos os

patriotas democratas do Brasil que se levantarão unidos em solidariedade

ao valente povo de Marti e que saberemos utilizar a oportunidade paraintensificar nossa própria luta pela emancipação completa do Brasil, con-

tra o explorador e opressor norte-americano, que haveremos também de

expulsar de nossa terra. Mobilizemos, pois, nosso povo em torno da histó-

rica Declaração de Havana, verdadeira carta programálica dos povos da

América latina, já solenemente aprovada pelo povo cubano e que merece

0 Integral apoio de tedos os patriotas e democratas do Brasil.

Em Recife, a greve foi total. Soli-darizando-se com as astivadartt, osportuários, conferentes a arrumadoresparalisaram o trabalho na, faixa docais. Delegações dot sindicatos da orlamarítima compareceram a assembléiapermanente no Sindicato dos Estivado-res e comunicaram a decisão de cadaclasse de não permitir nenhuma opera-cão de trabalho na faixa da cais, en-quanto os estivadores ' estivessem emgreve. Os paredlftas receberam com en-tusiasmo a grande satisfação a coope-ração e a solidariedade des setores pro-fissionals, e, nessa ocasião, fe) estabe-lecida uma aliança «"tra oi sindicatosqua executam trabalhos no* portos doEstado. O pacto da unidada criado es-tabelece que qualquer uma das referi-das classes em luta contará com oapoio moral e material dos outros sin-dicatos e considera uma luta comum oembate reivindicatório na orla maríti-ma. Esse acontecimento fortaleceu' con*sideràvelmente a unidade e a amizadeda família portuária.

No País, a chamada estiva livrecausa um grande pre|ulzo financeiroaos estivadores. Além de violar o di-.reito do sindicato de distribuir, equita-tivamente, o trabalho entre as seut as-sociados, faro a tradicional rodízio ado-todo na astiva. E' do conhecimento dosestivadores qua, por farta da uma leiaprovada em 1940, incorporada à le-gislaçâo trabalhista, a Sindicato dosEstivador** tem o direito da realizar otrabalho da astiva a desestiva not bar-cos d* pequeno calado, isto é, latas ebarcaças. Acontece qua essa lei nãovem sendo respeitada petas ourorida-ds marítimas, e o trabalho vem sendoexecutado com a própria tripulação dosbarcos ou com outras pessoas.

O problema, em Recife, é particu-lar: os armadores requereram um man-dado de segurança contra o Sindica-to dos Estivadores. Acontece que a re-ferida lei de 1940 estabelece que osbarcos da chamada pequena cabotagemexistente antes dssa lei, podem ope-rar com o seu próprio pessoal embar-cado. Porém, a Sindicato dos Estivado-res requeteu informação* à Capitaniado* Portas, a fim d* inteirar-se do nú-mero d* barcos qua vem operandodesde antes da 1940. A Capitania res-pandaw aa sindicato afirmando que'fdda*

a* embarcação* de pequena ca-

i botagem que aparam atualmente, es-tão anquadradas na lei que regulamen-tou a astiva livra a partir de 1940.

-- O* estivadores estranham que osarmadores tentam justificar que os bar-cos ora am navegação venham operan-do desde antes de 1940, ao contráriodo qua afirma a Capitania dos Portos.Há um mal-estar antro os estivadores

AMARO VALEHTIMe os despachantes João Santos e San-tos Silva. A classe entende que essessenhores dificultam a extinção da esti-va livre e tomam atitudes em benefíciodos armadores, prejudicando os traba*lhadores da estiva. Há uma semana

que acosta no porto de Recife grancVnúmero de embarcações de pequeno ca-lado, com capacidade para cerca detrês mil sacas de cimento, ou duas milsacas de sal. Os serviços que cabem aosestivadores são realizados por pessoasestranhai, enquanto falta trabalho pa-ra os estivadores. A categoria conside-ra que a estiva livre é muito prejudicialaos seus interesses, razão por que osestivadores estão dispostos a continuarlutando até a sua total extinção.

Os estivadores pernambucanospleiteiam junto ao Conselho da Dele-gacia do Trabalho Marítimo várias rei-vindicações, entre outras as seguintes:quatro homens para o serviço de abar-lotamento; quatro homens para o ser-viço de beléu; três guincheiros pagospelas companhias de navegação, alémdo que todo o trabalho que necessitarde mais de 8 homens deve ter o exce-dente pago pelas companhias; paga-mento à base da tabela oficial destina-da às cargas cubadas, (exemplo: ma-deiras e vasilhames vazios); suspenderqualquer interferência da DTM nas quês-toes internas do sindicato, tais como:entrada de novos sócios, distribuição decartões de reservas, etc. Entre os esti-vadores, há certo descontentamentocom a atitude do atual Conselho daDTM, porque, há vários dias, seu ór-gão de classe enviou uma petição rei-vindicatória (conhecida por regimentointerno) e até hoje o Conselho nãose reuniu para apreciá-la. O referidoConselho é composto pelos represen-tantes dos armadores, (agentes dascompanhias), de um vogai operário edo Capitão dos Portos, presidente doreferido Conselho e Delegado do Tra-balho Marítimo. Esse órgão da DTMnão se reúne há cerca de dois anos. Háinúmeras questões pendentes exigindosoluções imediatas. Queixa-se a classedos componentes do Conselho da DTM,que, cem exceção do vogai operário,não demonstram boa vontade para comos estivadores. A classe pleiteia solu-ções satisfatórias para as suas reivin-dicações de caráter nacional e essasquestões locais. Visando a serem aten-didos em seus direitos, os estivadoresse mobilizam, através do seu sindicato,a fim de entrarem em entendimento coma DTM e a Federação Nacional dos Es-tivadores, em busca de soluções paraa chamada estiva livre e demais proble-mas específicos da estiva de Pernam-buco.

Operário SoviéticoAprende Portuguêse Troca Selos

llVWilili^iiHHIIWilWlii" W.lffl

A cidade da •arki, na RepúblicaFederativa Russa, chamava-se antes darevolução socialista Ni|nl-Novgórod.Era uma pequena cidade de Valga,mais aldeia da que cidade. Foi aí quenasceu a autor da um da» primeirosromance* em que aparatem operários -n« luta aberta contra • opressão capi-talista a pela socialismo. Chamava-se oromancista Máxima Garki a teu roman-ca correu mundo na* comecos do sé-cuia a ajudou a forjar am gerações oespirita revolucionário — A Mãe.

Quando vaia a revolução, Nijni-Navgórad tá podia orgulhar-se de umacoisa, ter sida a bèrco da um filho ilus-ire, escritor revolucionária e amigo deLênin.

* A pequena e apagada Nijni-Navgórad mudou da nama depois daRevalu$ãa da Outubro — passou aencimar-** Garki. E transformou radical-manta «ia fisionomia: da uma cidade-zinho atrasada tornou-se num grandecentra industrial, com minas metalúr-gica a fábrica de automóveis, contandohaja cerca d* um milhão d* habitantes,na sua maior parte população opera-ria.

E' da Gorki qua chaga à redaçãod* Novos Rumos uma carta escrita emportuguês. Não qua algum brasileiroesteja lá estudando; ma* um russo, umsoviética aprenda português. E já co-nheca a bastante para dizer com sufi-ciente clareza, embora ainda com er-ros de gramática a ortografia, o quedeseja da comunicar-se conosco. Eissua carta:

URSS — Gorki, Rua Burdenko, n?10, ap. 3.

Ao jornal Novos Rumos.Prezados camaradas:Saudações!Eu tenho vários números de jor-

nait Novos Rumos, é verdade já bastan-te velhinhos, mas sempre interessantes,principalmente para mim, pois conheçoum pouca do Idioma português.

Vocês analisam òH-:-<monto bem asituação internacional e nacional. Jor-

nal que escreve a verdade é semprefavorito do povo.

Ante* de tudo, queria transmitirminha admiração pelo povo brasileiroe desejar para vocês sucesso nas lutaspela paz e a independência econômicad* vosso grandioso país.

Eu sou um cidadão da cidade deGorki, operário da fábrica gigante deautomóyeis. Nossa fábrica sempre exe-cuta o* planos antes de tempo, do quenó* operários somos multo orgulhosos.Já há muito tempo nossa indústria dacidade de Gorki passou para o dia detrabalho de 7 hora*. Agora temos bas-tanta tempo para cada um ocupar-seda dascansa mais favorito.

Eu tou um entusiasta da fitatelia,coleciono selos de correio, tenho umacoleção da 3.500 selos de todos o*países do mundo. Por meio de vossorespeitável jornal queria encontrar ami-go* filatellsta* brasileiros para com elestrocar selo* brasileiros e da América doSul por «elos da União Soviética a ou-tros países. Espero que os amigo* aten-derão a meu pedido e em breve rece-berei carta* d* amigos filatellsta* bra-sllelros.

Antecipadamente grato, fico aquina cidade de Gorki à sua disposição.Aceitem um forte abraço de um cidadãosoviético.

A. Krautz».

(Vem em seguida o endereço em

português è em russo — Rua Burdenko,n« 10, ap. 3, Gorki, URSS).

Naturalmente, muitos brasileiros

gostarão de tor em dia suas coleçõesde selos soviéticos. Ai está uma ofertainteressante, pois a barreira da língua

já foi vencida por esse operário fila-talista soviético que numa longínqua ei-dade de Volga conseguiu aprender por-tuguês suficiente para manter correspon-dência com filatellstas do Brasil. De nos-sa parte, enviaremos a Krautz exempla-res de Novos Rumos que possam afudá-Io a aperfeiçoar seu aprendizado de

po.>uguês.

M0ACIR E NÃO ISSA

Do leitor dr. Divo Marino (Ri-beirão Preto — São Paulo), recebe-mos uma carta cujos tópicos princi-pais damos a seguir. «O vereador doPI, professor Moacir Alves Pauiino,seguindo orientação do Diretório Mu-nicipal do Partido Libertador apre-sentou à Câmara de Vereadores dacidade de Ribeirão Preto um projetode lei com o objetivo de dar às ruasdesta cidade nomes de pessoas querealmente simbolizassem o Humanis-mo e o Patriotismo do povo brasilei-ro: Olga Benário Prestes, SiqueiraCampos, Newton Estilac Leal, Gracilia-no Ramos e Paulo Barra. A cópiadeste projeto de lei foi ofertada aosr. Luiz Carlos Prestes pelo vereadorMoacir Alves Pauiino. (...) Foicom surpresa que, hoje, ao ler NO-VOS RUMOS verifiquei que a ação deMoacir Alves Pauiino foi transferidapara o vereador Issa Hallak, vereadorque não teve a coragem de saudarPrestes quando o mesmo esteve emRibeirão Preto.. .»

Está feita a retificação pedida.

RELIGIÃO

«Desgraçadamente há muitos sa-cerdotes que se preocupam mais compolítica do que com a própria reli-gião, falam mais em política do queno nome de Deus», diz-nos o leitorGP (de São Paulo). E mais adiante:«Eu gostaria de saber porque não exis-tem santos feios. Por enquanto só te-nho visto bonitos».

Não sabemos explicar.

ESTOURO DA BOIADA

«O ex-capitão falouque a turma foi enganada

E êle, nunca falhouE' de palavra especializada

Se a carestia aumentouVai estourar a boiada».

»Esta é uma das estrofes de um

poema que nos' remeteu o leitor Joa-quim Bonifácio (Monte Carmelo-MG),a propósito do resultado das eleiçõespresidencial..

CANTO DE F

«Esperança de um caminhar fe-liz, de multidões unidas cantando averdadeira justiça, irmanadas pelomesmo amor», diz a leitora Jusa (S.Paulo), em artigo que nos enviou,acompanhado de uma cartinha em

que oferece sua colaboração.Muito obrigado.

LEGALIDADE DO PCB

«Pela vitória da causa naciona-lista e pelo socialismo, pela legalida-de do Partido e pela sua volta àsgrandes massas» — é assim que ter-mina a carta que recebemos do leitorJosé Carlos Alexandre (Belo Horizon-te), na qual êle confessa que, apesardas «advertências» dos comunistas,resolveu «sufragar o nome do con-didato reconhecidamente entreguista,o senhor Quadros (...) tendo' emmente somente a continuação do Mo-vimento Nacionalista...»

Quanto ao seu pedido de criticaa determinados livros foi encaminhadoà seção competente.

EXCURSÃO À URSS

Os leitores Sylvio Roberto e n.u»rio H. Filho, (Brasília) nos escre-vem pedindo informações «sabre aexcursão anual patrocinada pelaURSS, ao seu território».

Não conhecemos o assunto. Pe-dimos dirigirem-se ao Instituto Brasil-URSS, na Rua México, 119 s. 1506 Rio.

SUGESTÕES E CRÍTICAS

Do leitor Agenor Beviláqua (S.Paulo) recebemos carta com a se-guinte sugestão:

«Em matéria fixa inserida em to-dos os números, o jornal deve pedir aos

Estudantescearensesno Rio

Tomou posse no dia 29 último, emsolenidade realizada no Salão Nobreda União Nacional dos Estudantes, anova diretoria da União dos EstudantesCearenses, órgão representativo dos es-tudantes do Estado nordestino radica-dos na Guanabara.

São os seguintes os novos direto-res da entidade: presidente, Sérgio Am-

pére de Carvalho Louro; vlco-preslden-te, Francisco Jerônlmo Torres; 1? secre-tário, Antânlo Valentim de Menezes; 2?secretário, Maria Almiro Evangelista;1' tesoureiro, José Maria Pereira deSouza Peixoto e 2.- tesoureiro, FranciscoJácome Gurgel

leitores que enviem à redação as suascríticas e sugestões para que o jor-nal expresse o melhor possível a rea-lidade brasileira, merecendo por issoo maior acolhimento no seio de nos-so povo».

Está atendida, em' parte, a su-gestão. O nosso endereço é: Av. RioBranco, 257 — sala 1712 — Rio.

ALICE ALVES

Faleceu no dia 10 d* outubroúltimo, na cidade de Assit (São Pau-Io), a sra. Aliaa Alves, com a idadtde 38 anos. Esposa do sr. AgnelleCardoso de Moraes, Alica .Alves des-tacau-ie naquela a em cidade vlzi-nhas como ardorosa combatente dapaz.

JOÃO HERNANDEZ

Faleceu na capital paulista, emsetembro último, João Hernandez, ve-lho militante comunista. Por ocasiãodos funerais, José Duarte falou emnome de seus antigos companheiros

COISAS DA UNIÃO SOVIÉTICADo leitor Fernando (Frufal-BH)

recebemos uma carta com vária* par-guntat sobre a União Soviética. Aquivão elas com as respectiva* respostas:

1) Ha quantos anos foram es-tabelecidas, pela primeira vez, rela-ções diplomáticas entre Brasil e aURSS?

Resposta: — O Brasil esfabele*ceu relações com a União Soviéticahá quinze anos, em maio de 1945,tendo feito cessar essas relações noano de 1947.

2) Quais os filmes soviéticos dosúltimos anos premiados nos festivaisinternacionais de cinema de Cannes?

Resposta: — Em 1956, no Fes-tival de Cannes, foi premiado o fil-me O Quadragésimo Primeira, daGregori Tchukrai. Em 1958, a polfcu-Ia Mikhail K ai a tato v QuandoVoam a* Cegonha*, e, em ItéO, nanesmo festival, a obra do Mikhai Ka-atasov, A Balada da Saldada.

3) Quanto* hectare* da torra*virgens e davoluta* foram aeilmllada*,nos últimos anos, na URSS, a aa ojoaregiões se acham looalmadae aasaeterra»?

Resposta: — No* •Mata* M*anos, foram assimilado* M,000.000de hectares de terras virgen* a dava-lutas, situadas na Sibéria, no Casa-

quislão * na região do Volga, na tu-deste do país.

4) Quantos foguetes cósmicos(Luniks) foram lançados com êxitodo território da URSS?

Resposta: — Foram lançado*,até o presente momento, três fogue-tes cósmicos, comumente chamados deLuniks, sem contar os lançamentos desatélites artificiais da Terra, «Sputniks»e a nave cósmica.

São os seguintes os Lunik jólançados conforme a data

2-1-1959 — Lunlk — satélite so-lar.

•2-9-1959 — Lunikà lua.

II — alcance

4-10-1959 — Lunik III — foto.jrafa a outra face da Lua.

NOVOS RUMOS

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, NúuiiiO atrasado " 16,00

iiirrnimÍ-hJflT.'HllnÍMliliíl-|il)ílili I I li ' ' "i' -¦-- i - -, r , iíh

Page 5: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960 NOVOS 5 -

TópUos Típicos LITERATURA BRASILEIRA NA TCHECDSLOVüQUIAcontinua lonesco a ser assunto dos suplementos literários. O GLOBOdo último sábado publicou um artigo do velho (e até certo ponto hábil)

mistificador rumeno. O JORNAL DO BRASIL, no mesmo dia, publicouo inicio de polêmica entre lonesco e o crítico inglês Konneth Tynan —inicio, apenas, porque ò debate se interrompeu com a fuga do primeiro ecom a intervenção inteligente de Orson Wellcs.

Observou Welles que o "apoliticlsmo" dc lonesco encerra um graveequivoco, que é o de ter também uma significação política, ou um efeitopolítico:

"A neutralidade é de qualquer forma uma posição política comoas outras, e inúmeros são os confrades de M. lonesco que puderammeditar sobre suas conseqüências práticas na única torre de mar-fim verdadeira que o nosso século erigiu: o campo de concentração".lonesco não tinha outro Jeito, mesmo, senão o de fugir da raia eabandonar o debate. Meter o rabo entre as pernas e escafeder-sc.JoSo das Neves já observou, num artijo publicado exatamente aqui,«m NOVOS RUMOS, que o sucesso de lonesco junto às nossas "elites" édevido mais ao sentido de teatro que a sua obra encerra, isto é, mais aopróprio conteúdo ideológico do seu trabalho, do que, por assim dizer, àefetiva qualidade artística das suas peças. Porque, se c verdade que oautor rumeno tem talento, é verdade também que ele não é nenhumfêitlo. Sua supervalorização se explica é pelo seu negativismo.Paulo Francis contou, outro dia, em ÚLTIMA HORA, que lonescodurante os seus últimos dias de permanência no Brasil, quando lhe propu-nham questões que envolvessem o problema do conteúdo ideológico noteatro, perguntava logo ao Interlocutor:— O senhor é marxista?lonesco não quer saber de discussões ideológicas — o por isso aban-donou o debate com Kenneth Tynan e Orson Welles, apenas iniciado PorIsso igualmente, quando aqui lhe faziam perguntas acerca de implicaçõespolítico-sociais ou filosóficas em peças de teatro, assustava-sc e queria saberse estava falando com um marxista.O que horroriza lonesco no ponto-de-vista marxista não é própria-meníe a posição teórica, mas a responsabilidade prática fixada para ointelectual, a fatalidade do engajamento, o caráter inevitável da partici-paçao na luta revolucionária. lonesco teme (compreensivelmente) que lhemeçam e julguem pela significação ideológica aquilo que pretende absolu-lutamente gratuito: o seu teatro.

Ah, como seria agradável para éle que o intelectual, bastando for-mular tal desejo, ficasse íseato de responsabilidades políticas Como éleficana tranqüilo, satisfeito, se todos reconhecessem a "pureza" do seu tra-balho, o nenhum compromisso resultante da sua condição de esteta Comogostaria que lhe permitissem escrever üe-ças ilimitadamente "abertas"...

Então, o teatro de lonescode tão arejadode tão ventiladoseria, por assim dizer, fresco.

Pedro Severíno

ME TRAE UNA CUBA LIBRE

Me trae una Cuba-Libreporque Cuba livre estáraio de sol me descubracanção me venha habitarme trae una Cuba-Libreporque Cuba livre está

Cuba-Libre livre Cubaquien te puede esclavizar?ei canto que nasce livreLibre quer to celebrarme trae una Cuba-Libreporque Cuba livre está

Vinte manhãs me mateivinte manhãs quis matarnos porões onde peneiCuba me vinha acordarme trae una Cuba-Libreporque Cuba livre está

RUY GUILHERME PIRATA(Belém - Pará)Pero sol e raro diaIa negra noche arrastouo luto que me cobriaSierra Maestro rasgoume trae una Cuba-LibreCuba livre Libre estou

E que belo este sol novode barbas se levantandode semente germinandooutros sóis outras manhãs!e a bandeira tremulandoMr. Sam desesperando 'Rojo grito proclamando:«abaixo o imperialismorola cadáver do abismoque Cuba se libertou»

Me trae una Cuba-Livre!Me trae una Cuba-Libre!Me trae una Cuba-LibreFidel Castro me chamou.

Será um Ensinamento?O grande, enorme, espantoso êxito que vem alcançando o livro «Quarto

de despejo» do Carolina Maria de Jesus, leva-nos a uma série cie pergun-Ias: por que despertou tanto interesse este livro que as edições (já está naquinta) se esgotam rapidamente? por ser um documento humano, sofridoe vivido documento? por ser escrito por uma mulher preta, seml-alfabetl-v.ada? por ser fruto nascido numa favela paulista? (Quando em entrevistaa um jornal, Jcan-Paul Sartre disse, aqui na Rio, que favelas há nas grandescapitais do mundo capitalista, um cronista social ficou muito zangado eperguntou na sua crônica se alguém já vira favela em Londres ou NovaYork. E respondeu ftlu próprio: eu nunca vi, e olhem que tenho viajado muito.Imaginem só, esse moço nunca viu miséria e pensa que as favelas são ex-cluslvidadès brasileiras...) Vende-se assim e multo o livro de Carolina Mariapor que ninguém ou muita gente mio sabia que pessoas existem comendono lixo, catando bolachas em portas de fábrica de biscoitos, etc?

A revista «Leitura» promoveu uma enquete sobre «Quarto de despejo,*,Jorge Amado respondeu assim: «Trata-se dc um documento impressionante.Necessitamos de outros livros assim, escritos por homens do campo, traba-lhadores, gente capa/ de nos dar um retrato da realidade brasileira, fi comodocumento que devemos ler o livro de Carolina Maria de Jesus.'. Terá razãoesse querido e grande romancista? Sem dúvida alguma; quanto mais livrosno tipo dc «Quarto de despejo» forem publicados, mais iremos tomando co-nhecimento do Brasil ou melhor: esses livros são aconselháveis, principal-mento àqueles que nada conhecem do pais. Aníbal Machado disse, na men-clonada enquete que o livro é uma bofetada no rosto do todos nós e que«-é de desejar que us ricos e responsí.vcis pelo bem público tenham à suacabeceira o livro da humilde catadora de papel, para lé-lo c tirar as con-seqüências*. Sempre sonhador, esse querido c bom amigo Aníbal Machado.Os ricos e responsáveis fogem vertiginosamente de tirar conseqüências...

Creio que todo o sucesso do livro de Carolina Maria de Jesus residenum fato: é um depoimento humano, doloroso, triste, se liem que ela saibasorrir na sua miséria. Além disso, a publicidade encarregou-se) dc contar àtoda gente, que naquele livro surgia uma negra escritora, cheia dc fome.Carolina Maria não é uma escritora pois para tal falta-lhe a conquista daprofissão (conhecimentos da lingua, da literatura, etc.) mas todo mundoquer saber o que ela conta c: porque conta. Talvez a sua linguagem sejaaquela que o povo espera sempre. Um,a linguagem errada, mas simples,compreensiva, direta. Vejo agora nos jornais que Carolina vai processar umrepórter americano da revista «Time» que entrevistou-a e acabou falandomal de sua honra. Ela declarou: «É sabidoque os norte-americanos não gostam denegras e quando escrevem sobre elas é paradiminui-las». E terminou dizendo que nãogosta dos ianques: <sáo desumanos de.mais».

Eneida

ALEX VIANY VAI FALAR SOBREA COMEDIA HO CINEMA

No próximo dia 7, às 20 horas,no auditório da Câmara dos Verea-dores o crítico e cineasta AlexViany pronunciará uma conferên-cia subordinada ao título «A Co-média no Cinema». A manifesta-ção marcará o início dc um ciclodedicado aos filmes da dupla StanLaurcl c Olivcr Hardy, que seráapresentado pelo Clube de Cinema

do Rio de, Janeiro no auditório daCâmara Municipal.

O programa é o seguinte: dia 7,às 20,45, «Casamento atrapalha-do», que foi exibido comercialmentecom o título «Era uma vez doisvalentes»; dia 14, às 20 horas, «Ma-rujos improvisados»; dia 21, às 20horas, «Paixonite aguda»; dia 28,às 20 horas, «Dois palermas emOxford».

ZDENEK HAMPEJSProfessor VW»a"»« H« Fac. Nac. de

A delegação tchecoslovaca apre-sentou ao recente Congresso Inter-nacional do PEN Clube, realizadono Rio de Janeiro e em São Paulo,uma publicação, editada especial-mente por ocasião desse conclavee intitulada: «As literaturas brasi-leira e portuguesa, espanhola olatino-americanas na Tchecoslová-quia desde 1945 até maio de 1960».Apesar da lista se limitar a umreduzido período de tempo e re-gistrar apenas traduções publica-das cm forma de livro, inclui 92autores brasileiros, hispano-ameri-canos, portugueses e espanhóis,cujas obras — no total de 294 —foram publicadas em traduçãotcheca ou eslovaca. Uma terçaparte da bibliografia ó constituídade autores c livros brasileiros cportugueses. Este número nos pa-reco bastante elevado.

A Tchecoslováquia é, de fato, umpais que dedica grande atenção àsliteraturas estrangeiras e ã tradu-ção das suas melhores, obras parao tcheco ou o eslovaco. Aquilo quese costuma chamar de «paradoxaloficio da tradução» desfruta emnossa terra de uma antiga tradi-ção. Desde a época do ressurgi-mento nacional — quer dizer, apartir dos fins do século XVlll ecomeço do século XIX — os maiseminentes poetas e escritores tche-cos consideraram questão de hon-ra a tradução de obras literáriasde outros países, com o objetivo deoferecer, em sua lingua materna,a mais fiel tradução do original; efoi sobretudo no século XIX,quando grandes representantes daliteratura tcheca, na tentativa dereestabelecerem os contatos espi-rituais do nosso povo (que vivia,então oprimido política e social-mente sob a monarquia austro--húngara) com outros países e dc«abrirem as nossas janelas para acultura das outras nações», esfor-çavam-se por apresentar ao nossopúblico ledor os melhores frutosda árvore literária de outros povos.Foi, por exemplo, o maior poetatcheco das últimas décadas do sé-culo XIX, Jaroslav Vrchlicky, quecontribuiu para familiarizar osleitores tchecos com as mais altascriações das literaturas estrangei-ras — com Molière, Corneille,Hugo, Dante, Carducci, Shelley,Whitman, Goethe, Mickiewicz, Pe-lõfi, Calderón, Vcrdaguer, Lope deVega e — o que ; mais significa-tivo — com Camões e Antero de"Quental.

Se voltarmos os olhos para osdias de. hoje, veremos a grandeatenção que vêm dando as nossaseditoras aos livros traduzidos.Não se publica nem uma só tradu-ção que não seja lida por umapessoa — um redator da editoraque conheça a lingua do originale coteje palavra por palavra, linhapor linha, o texto traduzido com otexto original. A discussão que semantém com o tradutor, uma vezterminada a leitura, serve, namaioria dos casos, para melhorara qualidade do texto e impede apublicação de uma tradução má,inadequada. O trabalho do tradu-tor torna-se, pois, oxigênio, por

Cinema: críticosvão realizarT Convenção

Patrocinada pela CinematecaBrasileira, realizar-se-á cm SãoPaulo, de 12 a 15 do corrente, aI Convenção Nacional da CríticaCinematográfica. O certame, quetambém é promovido pela Comis-são Estadual de Cmeina, do Con-solho Estadual de Cultura da se-oretaria dos Negócios do governo.tio Estado do São Paulo, tem porfinalidade reunir todos os que exer-cem atividade crítica cinematográ-fica para: a) estimular o espíritode união entre os críticos de ciit:>-ma do país; b) estudar os prpblç-mas defrontados pela crítica eine-inatogrúfica, no âmbito do tema-rio indicado, e sugerir soluções; c)recomendar o estabelecimento decondições favoráveis ao desenvo!-vimento cultural e industrial dacinematografia em nosso país; d)divulgar as resoluções c recomen-daçõés da Convenção.

O programa organizado para amanifestação compreende a reali-zação de duas sessões solenes(abertura e encerramento), com apresença de altas autoridades, c arealização de sessões plenáriasdurante as quais serão discutidosos temas da ordem-do-dia o as te-ses apresentadas. A Convençãoterá delegados oficiais, que serãoos representantes das autoridadesfederais, estaduais e municipais;convidados de honra, escolhidosespecialmente pola Comissão Es-tadual de Cinema, o os membros,que serão Iodos os críticos de eine-ma devidamente credenciados.

poder-se provar facilmente a suaqualidade. A fim de atender a essasexigências, o tradutor pode fre-qiientar uma série de cursos, emque se estudam vários problemasligados com a técnica da traduçãoe onde os tradutores comparam osseus métodos de trabalho c os maisexperientes iniciam os estreantesnos mistérios do seu ofício. Os tra-dütores estão agrupados numa im-portanto associação, o Circulo deTradutores, que faz parte da Uniãodos Escritores Tchecoslovacos, di-vididos em grupos segundo as lin-guas, o que debatem nas sessõesordinárias as questões tanto teóri-cas como práticas, as questões dotrabalho de um tradutor, ou asque surgiram no decorrer da tra-dução de uma obra literária. Mes-tas discussões se esclarecem muitospontos obscuros e duvidosos, sen-do as mais valiosas contribuiçõespublicadas numa revista do Circulodos Tradutores, que se chama:Diálogo.

Esta explicação geral foi neces-sária, para vermos que há naTchecoslováquia todas aa condiçõespara que as literaturas estrangei-ras (inclusive a brasileira) sejamapresentadas aos leitores de ma-neira digna e representativa. Se aisso se soma ainda a tiragem elé-vada de todo ó livro traduzido(p. ex.. 63,000 exemplares atingi-dos pela segunda edição de O Cor-tico e 123.000 exemplares da pri-meira edição de Oabriela Cravo eCanela) podemos dizer que todosos livros traduzidos penetram nosmais longínquos recantos dó paise no seio de qualquer família, por-que qualquer uma, tendo interês-se, pode adquirir o livro, cujo pre-ço é sempre muito barato.

A literatura brasileira é umadas literaturas estrangeiras que,sondo praticamente desconhecidasaté a Segunda Guerra Mundial,conseguiu, no último decênio, des-pertar o interesse dos nossos lei-tores. Há uns dez anos, ninguémsabia, entre nós, da existência daliteratura brasileira, ninguém co-nhecia os seus altos valores. Hojea literatura brasileira goza de umaposição firme cm nossa vida cul-

tural, além de um grande prcsli-gío por parte dos nossos leitoresque em poucos dias esgotam todaa tiragem da tradução de qualquerescritor brasileiro.

Maa para o conhecimento da li-teratura de outro povo o, nestocaso, do povo brasileiro, servemíão só as traduções, mas também)s estudos sobre o autor o a suaobra literária, os quais costumamacompanhar as nossas edições delivros traduzidos. Não são merosprefácios ou posfácios, são, geral-mente, substanciosos estudos, ver-dadeiros capítulos da história lite-rária do respectivo pais. Alémdisso, em revistas aparecem som-pre ensaios sobre os maiores vultosdas literaturas estrangeiras. Assim,foi dada ultimamente grande aten-ção a Euclides da Cunha, que, pormotivo do cinqüentenário de suamorte, foi alvo de conferências,artigos e estudos entre nós.

Parece-nos que já demos os pri-meiros passos no que concerne àdivulgação da literatura brasileirana Tchecoslováquia". Mas temosainda de percorrer uma boa partedo caminho. Precisamos e preten-demos publicar uma antologia dapoesia brasileira e de contos bra-sileiros; vamos lançar novas obrasde Aluízio Azevedo e de Machadode Assis, o Ateneu de Raul Pom-póia; vamos publicar obras deLima Barreto e José Lins do Regoe romances de autores contempo-râneos.

Para terminar, gostaríamos desalientar que este processo da di-vulgação da literatura brasileiran a Tchecoslováquia ultrapassa,quanto ao seu significado, as fron-teiras do nosso pais. Entre os pai-ses socialistas, que se sentem pró-ximos, uns dos outros, devido aomesmo sistema de economia e devida cultural, bem como da manei-ra de viver, existe um verdadeirointercâmbio dos valores intelec-tuais. Uma obra da literatura es-trangeira, publicada em tcheco,pode penetrar rapidamente numdos países vizinhos, despertar ointeresse dos editores e ser tradu-zida também para a lingua desteoutro pais. Se levarmos em conta

Filosofia da Univ. do Brasilesse fato, tanto mais importantenos parece a divulgação da fltera-tura brasileira na Tchecoslováquia— divulgação essa, que aproximaciada vez mais os povos do Brar/1e da nossa terra, justamente numaépoca em que as distâncias nomundo se reduzem e a Terra seestá tornando pequena, graças aosprogressos humanos na ciência ena técnica.

Bibliografia das obras da literata-ra brasileira, publicadas (emlivro) em tcheco ou eslovaco, no

período de 1945 —> 1960:

Manuel Antônio de Almeida:Memórias de um sargento de ntllí-cias (em tcheco 1950)

Jorge Amado ABC de CastroAlves (em tcheco: 1.» ed. 1951, 2.»ed. 1952); Albânia é uma festa(em tcheco 1950, em eslovaco1951); Capitães da arei» (em tche-co, 1.» ed. 1949, 2.» ed. 1949); Ga-briela, Cravo e Canela (cm tcheco,1960); Jubiabá (em tcheco, 1.* ed.1949, 2.* ed. 1951); Mar morto(em- tcheco 1948); O Mudo HaPaz (em tcheco 1951); Ho Jorgedos Ilhéus (em tcheco, 1.* «d. 1950,2* ed. 1951; em «lovaao 1953)Seara Vermelha (em tcheco 1950,em eslovaco 1952); O» tabtorr&neosda liberdade I. II. (em tcheco1954); Suor (em tcheco 1949)Terras do sem, fim (em tcheco, 1.*ed. 1948, 2* 1953; em eslovaco1948); Vida de Ltds Carlos Prestes,O Cavaleiro da Esperança, 1.* ed.1949, 2.» ed. 1951; em eslovaco1952).

Aluízio Azevedo: O Cortiço (2/ed., em tcheco 1957.)

Castro Alves: Os escravos (cmtcheco 1951) e Gonzaga ou a Re-volução em Minas (em tcheco1959).

Guilherme Figueiredo: A muicuriosa história de virtuosa matro-na de Efeso (em tcheco 1959); Osfantasmas (em tcheco, 1960) e Araposa e as uvas (em tcheco, 1958;em eslovaco 1958).

Graciliano Ramos: Vidas secas(em tcheco 1959).

Machado de Assis: Dom Casmurro (em tcheco, 3960).

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-ÉHVNIÍfMKP^ ^___________a S-fi 3__£ ¦_¦ I

Defesa da

Escola Pública

Km solenidade realizada no salão nobre da União Nacional dos Estudantes,sfiuundaristas, universitários e professores manifestaram mais uma ve» seutotal apoio à luta em defesa cia escola pública c pela aprovação de um projetode diretrizes c bases que satisfaça às nccessldad-s riu puvi brasileiro < •> -ia-teria de educação.

DIA NACIONAL COMEI";. J NA UNE

RIO COMANDO flÇEO NflCIpNUEM DEFESA DR EsC.Lfl PUBLICA

Dirigida pelo presidente daUBES, o estudante Jarbas Santa-na, realizou-se dia 31, no salão no-hre da União Nacional do Estudan-les, uma sessão solene comemora-tiva do DIA NACIONAL DE DE-FESA DA ESCOLA PÚBLICA.

Participaram da msa; professorJosé A. Mascarenhas representai!-le do professor Anísio Teixeira;Olivolros Guanals, presidente daUNE, professor Serafim Porto,Enéias Faria, presidente da UniãoParaense dc Estudantes Secunda-lios, o o representante da UniãoSecundarista Espiritossantense.

OradoresAbrindo a lista do oradores

falou o estudante Nei Shorolevichcoordenador da Campanha Naclo-nal do Defesa da Escola Pública(CANADEP), órgão criado por de-eisão da I Convenção Nacional emDefesa da Escola Pública, recen-temente realizada no Estado daGuanabara com a presença de ro-preséntanles da maioria dos Es-lados da Federação. Disse o ora-flor que o Dia de Dolosa da EscolaPública foi uma decisão daqueleimportante encontro secundarista;'oi aceita por todos os estudantes

como o ponto de partida para arealização do uma ampla campa-nha entro os estudantes contra osmercadores do ensino. «Nestemomento, afirmou o estudanteNey Shorolovich, estão se realizan-do cm 20 Estados do pais atos pú-blicos iguais a este e orientadospelos mesmos objetivos quo nostrouxe a este salão dc conferên-cias.

Falaram a seguir: o presidenteda UNE, estudante O. Gtwnais quedou todo o apoio dos universitáriosã campanha lançada pelos secun-daristas. Disse êlo: «A Escola Pú-bllca é intocável como intocável éa Petrobrás, mas se a Petrobrás jáé uma conquista vitoriosa a EscolaPública ó uma mota a ser conquis-tada». O prof. Serafim Porto, queressaltou a necessidade de se am-pliar a Escola Pública c vencei-suas atuais deficiências; os repre-sentantes da União Paranense deEstudantes Secundários o da Uniãofio Estudantes Espiritossantense so-lidarizando-so com a campanha,Jânio e Jangonao compareceram

Encerrando a sessão solene falouo estudante J.aj'bas Santana, pre-

sidenlc da UBES, que após exporos objetivos q planos da campanhaque ora se inicia, comunicou aospresentes que especialmente con-vidados não compareceram ao atoo presidente o vice-presidente daRepública eleitos no último pleitoeleitoral, sr, Jânio Quadros e JoãoGoulart respectivamente, bem comoo ministro da Educação, sr. ClovisSalgado. Os estudantes pretendiamentregar aos mesmos um memorialcontendo as principais reivindica-ções dos estudantes secundaristas.«Não compareceram nem enviaramsequer seus representantes, disso opresidente da UBES, o por essaomissão é que devemos mais emais nos unir para vencer em todoo pais a batalha da Escola Públi-ca.:»

Encerrando o ato agradeceu aIodos que vem dando seu apoio acampanha e especialmente ao pro-fessor Anisio Teixeira que além deenviar o sou representante ao ato,enviou aos estudantes uma mensa-gem onde expressa a confiança najuventude de seu pais que se íançacom ardor em tão importante ba-talha.

Page 6: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

- 6 NOVOS RI _?a Rio de Jqneiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960

250 íviem Sao

• Mais de 7 mil indústrias na capi-

tal paulista e muitas no vizinho pórtpde Santos estão paralisadas em virlu-

da da greve de mais de 200 mil Ira-

bathadores metalúrgicos c gráficos quelutam para conquislar aumento de sa-

lários. A greve dos metalúrgicos co-

meçau exatamente a zero hora de se-

gunda-feira, após decisão unânime de

milhares de trabalhadores reunidos, no

domingo, em memorável assembléia

realizada na sede do sindicato. Os grá-ficos, também, cm gigantesca assem-

bléia rcalizadu no estádio distrital da

Moc:a, somente efetivaram o movimen-

tò às últimas horas da tarde de segun-

da.fiira,. após o malogro dos entendi-

manias que se realizaram naquele dia

nu Delegacia Regional do Trabalho.

Justeza da luta,'jY .0 movimento que engloba duas

dqs mais importantes categorias de

il Trabalhadores em GrevePaulo: Aumento de Salários

trabalhadores da capital paulista, soeclodiu após o fracasso de todas as leu-(ativos para se chegar a um acordoamigável.

Os mclclúrgicos propuseram um

aumento da ordem de 50'/'>, que nãofoi aceito pelos empregadores. Estes,nos entendimentos balizados na DRT fi-

zeram uma contraprosta i r r. i s ó r i "j

129,4'" com tolo de 3.500 cruzeiros),

que foi pronlamenle recusada pelos re>

presenlantes dos trabalhadoros. Ten-lou-se uma conciliação, mas esta setornou impossível em virtude da intian-sigência patronal. Na reunião raliza-da segunda-feira na Delegacia Regionaldo Trabalho, os metalúrgicos fizeramuma nova proposta i 40^ sem lototambém recusada pelos patrões que, in-

clusive, após tomar conhecimento da

mesma, abandonaram a reunião ale-

gando ••-intransigência» dos trabalhado-res ao discutir d questão. O fracasso

das negociações levou os dirigentes dosindicato a aootar medidas no sentidode prossegui! a greve até a vilóiiafinal.

Em relação aos gráficos, o impeis-se se situa em torno de pequena di-fcrença no teor das propostas feitas pc-Ias parles, o que leva a prever uma

pronta solução da parede.

0 movimentoApós a decretação da greve, já na

manhã de segunda-feira a paralisaçãono setor metalúrgico era total. A açãodos piquetes se fêz sentir desde as pri-meiras horas, principalmente na zonaleste da cidede, onde se concentramas grandes indústrias do setor. A cicla-de amanheceu fortemer.te policiada nãotendo sido registradas violências. Ape-nas um incidente ocorreu no primeirodia de greve, sendo protagonista do

mesmo o filho de um industrial que,deseperado por ver quo os operáriosabandonavam o trabalho e se reuniamoo piquete ae greve, investiu com seu

automóvel conlra um grupo de traba-lhadores feiindo quatro pessoas, uma

das quais foi ir tornada cm estado gra-ve no Hospital das Clinicas.

Ao fim do primeiro dia de greve,o comando do movimento, instalado nasede do sindicato, anunciava o suces-so total da parede com a paralisaçãode Iodas eis grandes indústrias da capi-lal e de Guarulhos, além da grandemaioria de pequenas indústrias exis-lentes no centro urbano de São Pau-Io c nos subúrbios.

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Primeiraassembléia

No dominso os trabalhadores gráficos rcalixaram uma assembléia na sede dosindicato, esperando a resposta (que não veio) à proposta que. fizeram de au-mento salarial. Pacientes, eles convocaram então rma assembléia para segunda--feira, no estádio distrital da Mooca, a fim de esperar o resultado das negocia-

ções que se realizariam no TRT.

SAPATEIROS RECHAÇARAM MANOBRA PATRONAL DE CP

Vitoriosa a Greve Dos Calçados;Operários Ganham Aumentode Vinte e Cinco Por Cento

Deflagrando a greve da últimasemana os trabalhadores na indústriad« calcados de São Paulo, obtiveramum êxito'parcial, porém expressivo.Inicialmente, constata-se que a grevefoi decretada quando a produção nasfábricas atinge o maior coeficiente, àsvésperas dos festejos natalinos, quandoos consumidores realizam maiores com-

prai. Taticamente, assim, os trabalha-dore* desfecharam o movimento na

época certa, o que concorreu para quea greve fosse rápida «« ,,:'-

Um mès de entendimcnltr

Depois de mais de um mês de en-

tendimentos, os patrões ofereceram25 por cento de aumento (calçados) e

o fetode Cr$ 3.000,00 e 27 por cento

(solado e palmilhado), com Cr$ ....3.200,00 de teto. A categoria rejeitou

a proposta e optou por novos entendi-mentos, já na Jusiça do Trabalho, com

palavra-de-ordem de greve,' adbladaem assembléia que reuniu cerca de 8mil trabalhadores, representando 25mil. Pleitearam 55 por cento de aumen-to, sem teto, 240 horas de abono denatal e desconto de um dia de salário,anualmente, para a construção da novasede do sindicato. Os empregadoresrepeliram esssa proposta e o delegadodo Trabalho, conciliando, sugeriu: 35

por cento de aumento com teto de .5

mil cruzeiros. Os empregadores rejei-taram também essa proposta e os tra-

balhadores, por sua vez, decidiram levaro coso à assembléia da categoria. Es-Ia aprovou os 35 por cento, mas com

um teto de 5.500, e não de 5 mil co-

mo desejava o delegado do Trabalho.

Obrigaram com isso os empregadores

n um aumento de salários e rechassa-

ram aquela proposta do delegado.

Flagrantes Paulistas0 «Jufz na engrenagem...

Profundamente anlÍD.õtir.0 e mui-to distante dos postulados democrr''iicosuniversalmente aceitos, foi a atitude dodr. Aldo de Assis Dias, titular do Jui-iodo de Menores. A proibição da pe-ta «A Engrenagem», de Sortre, nãotem cabimento A rapaziada (moças erapazes) do grupo «Oficina», jamaisriéu trabalho oo dr Aldo. E' moçadalimpa, estudiosa, sem tempo para fre-qüentar os «inferninhos» que o dr. Al-do. com justiça, castiga de vez emquando. Eles e elas querem entenderes problemas de nossa época. Nãoconsideram que seja conturbada a nos-sa época. Otimistas, vendo mais clarodo que muitos canastrões de outrasépocas, têm uma preocupação: transmi-tir ao povo uma mensagem novo, que osncuda, que o faça vibrar em suas cor-des mais sensíveis, que o leve poro afiente, para a conquista de um mundosem juizes de menores, elementos des-neces5Ó'ios em uma ordem social, nova,humana, equitativa, realmente justa.Sua proibição, dr. Aldo, é inoportuna,bárbara mssma e merece por isso ocondenação deste modesto corrtentaris-»0 e sem dúvida o protesto da intelcc-tvalidodrj e do povo do São Paulo, pe-los seus órrrjns mais representativos. Ouvamos, dr. Mrretissimo, pensar como onazisro, pu::ando do coldie a armaquando se falo cm cultura? Doutor,

q-jonta en-?rgia e coragem para proibiia "^ia que os moços deveriam levar àf'\r: oo ar livre, para o povo, ao pcd" -rnto do Ipiranga, no donvn-go último, e quanta franqueza paia

impedir (isso sim!) qu<í p«>la Televisão,milhares de lares da paulicéia sejaminvadidos por certos filmes americanosde exaltação da violência, do crime, daastúcia e da mais refinado malandra-

gemi. . .

DESAGRAVO A FIPELNos cinemas de São Paulo dpi-

ranga e circuitos), está sendo exibidoum «shorl» da última assembléia ge-ral da ONU Quando o imenso e mag-nifico Fidel Castro ocupa a tribuna,

o locutor profere contra o líder da re-volução cubana os mais grosseiros insultos. Mantém o Brasil relações como governo cubano e mais de uma vero sr. Juscelino e mesmo o presidenteeleito, sr. Jânio Quadros, manifesta-ram o respeito da nação brasileira ao

pugilo de bravos que comando a qran-de e educativa revolução libertadoraQue venham, portanto, as medida-,coercitivas contra a direção daquelesestabelecimentos comerciais, para'quenão tenha o povo, nas leias, a inalei-tável versão que um locutor canalhadá àquela revolução e ao seu estimadoe respeitável líder.

Uma pergunlinha ingênua que orli, Aldo de Assis Dias, o da *A En-

grénagem», poderia responder: —,«Em

matéria de moral, Excelência, não éimoral, não ofende a moral dos espec-ladorcs, insultos lançados conlra o che-fc de Estado de uma República irmã?Está cerlo, dr., o assunto é da órbitario Itamqrali, Mas a pergunta é inge-nua. . .

DAMIÃO DA PAULICÉIA

Os fjráíicosCom u rler.iclação da gieve dos

nicíficos as primeiras horas da noitede segunda-feira, os piquetes formadosloqo após a decisão iniciaram sua ali-vidacle visando às empresas jornalísti-cas. Giupos de trabalhadores se diri-rjiram às oficinas que imprimem os ma-lulinos paulisianos para exortar seuscompanheiros a aderir à parede. Amaioria dos jornais da capital deixourle circular, assim como os mais impor-lantes do odude de Santos. Nos ou-t:os setores de calcgoria a paralisaçãofoi loíal.

Pol iciamcnto

C^m a eclosão do mo' Ir r.nío ate-vista, Iodas as unidades da Força Pú-

blica de São Paulo entraram em riçjo-rosa prontidão na Capital. Gigantescoaparato bélico foi posto à disposiçãoda DOPS, assim como mais de 4 milhomens entre milicianos, guarda-civis eelementos da policia civil. Todos os

pelotões formados para realizar o po-liciamento da cidade tem à sua dispo-siçào carros-tanque e grande quanli-dade de bomLas de gás lacrimogêneo,Soldados foiam dispostos nas principaisindústrias do setor e centenas deles pa-truliiam constantemente às zonas demaior concentração de empresas dascaicgorias afetadas pelo movimento.

Participaçãodas autoridades

O governador Carvalho Pinto, quese encontrava ausente, regressou aosCampos Eiíseos logo que foi informa-do da éciOsco da greve. Manlcve-seem constante conlato com seus auxi-liares mais diretos, principalmente comos chefes áo policiamento, dos quaisrecebeu diveros relatórios. Por oulrolado, o secretário do Trabalho infor-mou estar em permanente contato como gabinete do ministro do Trabalho. Orepresentante do ministro Batista Ramos,sr. Luís da Cosia Araújo, que duranteo primeiro dia de greve manteve con-tatos freqüentes com o sr, Paulo Mar-zagão, entrevislou-se na noite daqueledia com o sr. Antônio Devisate, presi-dente da Feiicação das Indústrias doEstado de São Paulo, nada transpiran-do do encontro. ,_,

Notà$de Sáo Paulo

O deputado Ciro

c as grevesO deputado do PSP, si. Ciro Al-

buqueique, Of.ou sobre o surto degreves e disse: «As greves traduzemdesespero e aflição e no seu bojo, pre-juizos reais para a economia da Na-ção». E prosseguindo: «Tanto issa éexato, que na Rússia lal direito ine-xisle. Ali a ecenomia é dirigi.'., u o po-der do Estado, mais rigoroso, não per-mito soja f, economia perturbada commanifestações dessa ordem».

O problema é outro Greve é as-sunlo piovocado pc'o antagonismo dosclasses. Na URSS, há 43 anos, preci-somente, deu-sc a revolução socialista,sob a direção do Partido Bolchevique,liderado por Lenin. Os cxploradorí".,ermo classe, foram riscados do mapa.A classe opcrária assumiu o poder einstituiu uma nova ern nas /elaçõe;de trabalho. Não se tratei, como pre-tende o deputado, de ser mais ou ms-nos rigoroso o Eslado Soviético. Ape-nos que ali há apenas trabalhador-se estes não encontram molivo pa agieves. O dr. Caio Prado Júnior visi-tou a URSS últimcunonte, Convénscom êle o deputado Ciro, e mui^acoisa aprenderá.

O padre viumais claro

Carestia Leva Meio Milhãode Trabalhadores a GrevesPor Aumento de Salários

Governador derrotadoOs elementos do setor em greve,

através da Federação das Indústrias edos Campos Eiíseos (Carvalho Pinto),tentaram impedir que a greve fosse de-cretada, propondo o seu adiamento pa-ra 48 horas, a fim de estudarem a situa-ção. Os trabalhadores entenderam depronto a manobra e não permitiram queos empregadores melhor se oganizas-sem para enfrentá-los. Em assembléia,rejeitaram a proposta de adiamento,derrotando fragorosamente o gover-nador e seus agentes no sindicalismo,Alcides Ribeiro de Almeida, EuclidesZuliani (estes presidentes e secretáriodo sindicato, respectivamente), depu-tado Farabulini Jr. e dr. Waldemar(advogado do sindicato), Iodos vaia-dos pela assembléia quando pediamum volo de confiança ao sr, CaivalhoPinto. A diretoria não eslévç ó oliuiada IuIq que foi dirigida p liderada pe-los componentes da chapa 2, lendo àfrente os dirigentes sindicais ErmHindoBrussolo e José Brasil de Castro Alves,Aqueles diretores dos sindicatos, o ad-vogado e o deputado, pretendiam levara classe a uma situação que provocas-se uma intervenção pessoal do gover-nador, que, apareceria depois como ogiande vitorioso da greve, o generalda vitória'.. Os lideres da chapa 2, pa-ra renovação da diretoria entenderamque o caminho certo era outro: levar aclasse a vencer com ar. suas própriasforcas. A greve alinqiu a °8 por cen-to da categoria e não houve '.pique-

tes». O decreto de greve foi cumpridopor 25 mil irabalhadorei, como um sóhomem.

ViolênciaO lidfr -.indicai Jo?p Bio-.il ri» Las-

tro Alves foi assaltado e preso pm pie-na via pública (sozinho), por 4 ele-mento; que o jogaram dentro de uma'. perua i e o maniolaram, apesar desua resistência. José Brasil foi entãocientificado de que aquilo ocorria paraque êle não comparecesse a umaaiande assembléia da cnteciorio ondedeveria ser apresentada mocõo cie con-fiança oo governador, A «perua» fi-cou rodando pela cidade e quando olíder sindical chegou ao local da tivsembléia, (que nào aprovou a moção),denunciou a violência, afirmando sobaplausos gerais sua condição de comu-nisto, membro d" limo oicjaniznção hon-rada. AcenlUOU que o sindicato era umórgão cie iodos ¦—¦ socialistas, anar-quisicis, católicos, comunistas, etc —mas que êle senliri a necessidade cieuma definição daquela ordem parudosirxnr o papel dos comunislos na lu-Ia por melhores condições de vida penoa classe operária e pela emane' .,odo país do imperialismo noiie.americano,

Cerco de meio milhão de traba-lhadores brasileiros entraram em gre-ve, nos últimos quinze dias. Acuados etorturados pela vaga impiedosa decarestia, os trabalhadores de todo opaís estão, cada dia mais, lançandomão do recurso extremo da greve, de-pois de tentarem sem sucesso a utili-zação dos outros meios legais de quedispõem para lutar pela defesa de seupadrão de vida. Primeiro o fizeram os120 mil estivadores e portuários, numagreve nacional, ampla e rapidamentevitoriosa. Depois, os 250 mil metalúrgi- .cos e gráficos de São Paulo; e, agora,os operários da Refinaria de Mataripe,na Bahia — trabalhadores de uma em-presa da Petrobrás, que sempre defen-deram com brio e patriotismo o mono-pólio estatal contra o assédio dos Irus-tes imperialistas, e para os quais, porisso mesmo, o recurso à greve é umadecisão ainda mais difícil e grave.

Essa resposta dos trabalhadores dvaga de carestia já atingiu mesmo se-tores de intermediários; o exemplo dosaçougueiros de São Paulo, que fizeramuma greve de advertência, para oxi-gir do governo medidas de repressãoà ação monopolizadora e espoliadorados frigoríficos estrangeiros, é significa- ,tivo da pressão que o agravamento dascondições de vida da população já está

exercendo inclusive sobre o pequeno co-mercio. E a tendência é para a intensi-ficação do movimento, uma vez que ogoverno não tem atendido sequer àsmínimas exigências dos trabalhadorespara repelir o assalto à bolsa do povo.A COFAP, através do sr. Guilherme Ro-mano, está inteiramente entregue aosfrigoríficos estrangeiros e tubarões. Osbenefícios, pequenos, do Plano de Cias-sificação não foram até hoje pagos aosservidores públicos federais — paranão falar da paridade de vencimentosentre servidores civis e militares, tantasvezes prometida pelo sr. Kubitschck, eaté agora .«engavetada» no Congresso

Desde já está marcada para opróximo dia' 8r-o greve nacional dosmarítimos, portuários e ferroviários, emdefesa da paridade. Em São Paulo, osórgãos patronais já se dizem alarma-dos com «a ameaça» de extensão domovimento grevista a outras categoriasprofissionais, entre as quais os têxteis,o que transformaria em greve geral con-tra a carestia o movimento iniciado pe-los metalúrgicos e gráficos. E assim se-rá, a menos que patrões e governo seconvençam de que não é mais possíveljogar sobre os ombro», dos trabalha-dore* os ônus da política econômica detdréstia e de inflação, feita para o üso• gozo dos grupos econômicos.

Já o padre Godinho, deputadoda UDN, apesar de uns palpites de ca-ráter reacionário (que lhe assentembem, diga-se de passagem), viu mui-to mais claro. Disse êle à imprensa:«O Brasil está dividido em duas par-tos: uma pequena petrte rica e próspe-ra, e uma outra/imensa, à qual faltatudo: casa, comida, roupa, remédio,instrução». Muito bem. E daí? A partepequena não estaria aglutinada. Pelomenos em São Paulo,na aristocráticaUDN, de conhecidos banqueiros e la-tifundiários? Não pertenceria ao pe-queno grupo de exploradores maisqualificados, os diretores das grandesempresas imperialistas que operam emnosso Estado? Todos eles mais ou me-nos integrados ou simpatizantes daUDN? Com quem estaria, realmente, o.padre Godinho, com os minoritários,ou com os majoritários? As greves es-tão aí. . . O deputado Godinho po-deria aparecer para uma ajuda aosgrevistas ir parte das dúvidas aqui ex-postas, desapareceria.

aguarde:

BRASILSÉCUMX

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Greve Das Balsas Deixa Meninasdo Jardim América a ¥er Navios

Os funcionários do 0 E. R. en- Vicente (Milhares do automóveis e rêr- (0 o funcionamento das balsas. A grefiaram em gicvn em Santos pena o!>~ ca do cinqüenta mil pessoas (turistas), ve continua e as fotos ilustram os acon-ficciicim impossibilitados de rcgiessar tecimentos.Srjo Paulo, e mosmo de transitarem na-

lor do tiovêrno do sr, Caivnlho Pintoo respeito à resolução do çjovêmo fe-dera-l que os equipam, cm diicilo, riosmaiiiimos fcdciciis. Paralisaram por is-so, o serviço de ^feriy-boats» na re-

que Ia região. Moniiias çjlarnuicsas eseus namorados do Jardim Am:iica fi-ca ram, à rigor, «vendo navios). . A

gião piu'ci.ia, pre[(.:c'<:ando os que, na Polícia Militar, o DCPS e outios órfjâossua maioria cm férias do fim-dr-spmuna, c!o rep:~'>r>5o, sem ê,'t'!o, es'r;o s—Ioc! ,!í;iran>-so a Santos, Guarujá c Seio usaclus confiei os giovísias o iikíiiio pj-

SOLIDARIEDAD,

O Fórum de Debates Sindical, ó>-aão coc:c'e:if.ior cio movlimnto s'cal sanlisla, manií-;.lou sei! 'eu' )

aos grevistas, confçinic coiv,.;r,;ccit!o d.i-l.,b^itio à ini ; ii.su.

+11

-BjMM^ -^¦ttM----^-. . ¦ ^jtígigjjj^S^

Page 7: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

— Kio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 19Ó0 NOVOS RUMOS

\\

ESTADOS UNIDOS QUEREM DERRUBAR FIDELCOM "MARINES" E MERCENÁRIOS

O Pentágono enviou cerca de1.500 fuzileiros navais para «gozaro week end» na- base naval deGuantanamo. A provocação é tãoevidente que o próprio «New YorkTimes», órgão da grande burgue-sia de Wall Street, se viu na obri-gacio de criticar a decisão do go-vêrno norte-americano. Os povoslatino-americanos, como todos osoutros que conheceram ou conhe-cem de perto a maquina de opres-alo. politica e militar dos EstadosUnidos, sabem perfeitamente oque significam estas «visitas» denavios e marinheiros ianques, que,

ipor singular acaso, coincidem comcrie* políticas nas quais está en-volvido o sistema de dominaçãodoa imperialistas norte-america-noa. Como bem lembrou o «NewYork Times», se o Pentágono que-ria proporcionar um repouso aosfuzileiros, porque não os mandoupara Porto Rico, Jamaica, oumesmo á Flórida?

Á manobra do governo de Else-hhower é bastante clara. Ao mesmotsmpo que se preparam mercená-rios e contra-revolucionàrios ar-mados • financiados pelos mono-pÓUos norte-americanos nadonali-sados por Fidel Castro, para inva-dir o território cubano a partir desuas «bases» na Flórida, Guatema-Ia, nas Ilhas do Cisne e em outrospontos das Antilhas, o Pentágonoprocura criar um atrito na basenaval de Guantanamo. Para isso,todas as vias de acesso à baseforam minadas por ordem do co-mandante militar norte-americanoa estão sendo reforçados oa efeti-voa a ca armamentos, inclusive osde artilharia e os blindados. Agrande esperança do Pentágonoestá em que o povo cubano, can-sado da agüentar as suas inovo-caçoes, provoque um atentadocontra a base ou, pelo menos, crieum ambiente que daria aparênciade verdade a um auto-atentadopreparado pelos próprios norte-¦americanos.

OmU t caro ptfaSegundo os comunicados da em-

baixada norte-americana em Cubaa do Departamento de Estado, ovalor total das empresas ianquesque exploravam o povo cubano

atingiria cerca de um bilhão e qui-nhentos milhões de dólares, isto é,aproximadamente o mesmo que noBrasil, cuja população é dez vezesmaior e cuja economia é muitomais avançada e importante. Em*bóra esses dados possam ter sidoexagerados com o objetivo eviden-te de exigir depois compensaçõesdespropositadas, eles falam por simesmos. Eles significam pura esimplesmente que o conjunto daeconomia cubana, agricultura, pe-cuárja, indústria e comércio, esta-va sob o controle direto dos mo-nopólios norte-americanos. O sls-tema bancário não constituía ex-ceçio i regra, e a quase totalida-de do crédito sofria o «diktat» ian-que. Nestas condições, qualquertentativa de desenvolver o paisteria que enfrentar a oposiçãomais exacerbada destes grupos,que perderiam o seu controle e,consequentemente, os lucros fabu-losos que enviavam anualmentepara os Estados Unidos. Seis me-ses depois da Revolução, com a de-cretação da Lei de Reforma Agra-ria, começou a luta surda e semquartel contra Cuba.

É preciso acrescentar que oiten-ta por cento do comércio externode Cuba eram feitos com os EUA.Mais ainda, as exportações cuba-nas constltuíam-se quase que to-talmente de açúcar, tabaco e mi-nérios, vendidos por empresas,norte-americanas que funcionavamem Cuba às suas matrizes ou aoutros monopólios ianques. Emoutras palavras, a receita cambialde Cuba era manipulada, deturpa-da e aproveitada pelos monopólioscomo outra arma contra a econo-mia da ilha.Guerra econômica e

guerra totalA guerra dos Estados Unidos

contra Cuba começou, na realida-de, a partir do início da reformaagrária. Primeiro foi o boicote dasempresas ianques contra as medi-das do governo revolucionário, oque contou./oom a ajuda de certossetores da própria burguesia cuba-na, como ocorreu no caso dosgrandes produtores de fumo, dosengenhos de açúcar e dos pecua-ristas. Ao mesmo tempo, repeti-

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Estudantesde armas nas mãos

Nota-Internacional

Durante a manifestação do dia 30 emHavana, cerca de duzentos mil mili-clanos desfilaram pelas ruas da capl-tal. Entre eles estão os estudantes trel-nados e armados pelo Exército Rebel-de de Raul Castro.,

O Brasile a Argélia

Como se nlo bastasse sen apoio sistemático ao colonialismo francêscontra a Argélia na ONU, • Governo brasileiro deu, na noite de domingo,uma demonstração de sórdida subserviência e de banditismo político quecontra » Argélia na ONU, o governo brasileiro deu, na noite de domingo,

do sr. Horácio Lafer com a ditadura paraguaia de Stroessner e a condutado mesmo sr. Lafer na Costa Rica, servindo de moço de reeades para osecretário de Estado norte-americano. Uma delegação do Governo Provi-sórlo da República Argelina, com visto dado pela embaixada brasileira emMontevidéu, depois de ter visitado a Veneiuela, o Uruguai, o Chile e aArgentina, foi mantida durante algumas horas no aeroporto do Galeão porum contingente da polícia política, por ordem do Departamento Políticodo Itamaratl. Os policiais da DOPS queriam mesmo forçar a missão argeli-na, ehefiada pelo ministro para os Assuntos Sociais, Benvoussef Benkheda,

a embaroar para os Estados Unidos. Só mesmo o proteste dos embalxa^o-res da Indonésia e da Iugoslávia e do encarregado ne negócios da RAU,assim como a intervenção do ex-mlnlstro da Justloa e delegado brasileiro naONU Adroaldo Mesquita impediu a consumação do ato policiai.

Um dos membros da missão do GPRA tinha passaporte diplomáticoda República Árabe Unida,, país com o qual mantemos relações, e oatentado cometido contra êle eqüivale à detenção ou Impedimento de en-trada em qualquer país de um diplomata brasileiro. Como se vê, os mé-todos policiais continuam imperando no Ministério das Relações Exteriores,com ou sem o sr. Pio Correia. A atitude do Itamaratl é ainda mais repug-

nante porque se trata de representantes legítimos de um povo que seempenha numa guerra desigual contra o colonialismo francês, apoiado porseus sócios militares da OTAN, e que ganhou o respeito e a consideraçãodos países afro-asiáticos por sua bravura e pela seriedade de seus propo-sitos. O Incidente do Galeão provocará, certamente o protesto de grandenúmero desses países com os quais o governo brasileiro deveria se esforçar

por manter as melhores relações possíveis. Prestando-se ao papel de cãode fila' do colonialismo, por outro lado, nosso governo dificulta a pró-

pria solidariedade dos países independentes em nossa própria luta pelaemancipação nacional. -¦"¦-"'¦_, ,

Segunde a nota que estava em poder dos tiras que cometeram aatentado do Galeão, os membros da missão do GPRA seriam "elementosindesejáveis". Por que indesejáveis? Por que representam um país que aindanão pôde ascender completamente à soberania nacional porque os canhõesfranceses o impedem? Por que lutam contra o colonialismo? Chega-seentão à conclusão dé que "desejável" para o governo brasileiro é o colo-

ntalismo. O futuro presidente da República, sr. Jânio quadros, já se ma-nifestou publicamente solidário com a luta dò povo argelino. A opiniãopública brasileira já tem esta posição há multo tempo. A subserviência dogoverno Brasileiro aos Estados Unidos e,

por tabela, à França, entretanto, é umempecilho para que a solidariedade de nossopovo à Argélia e aos seus legítimos represen-tantes, o Governo frovlSóHo da RepublloaAt&euna, so manifeste de forma completa.

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am-se as ameaças de corte na cotade exportação de açúcar cubanopára oa EUA. Finalmente, dccla-ra-se abertamente a guerra econô-mica com o corte da cota e a ofen-alva dos monopólios petrolíferoscontra o Governo Revolucionário,numa tentativa de dobrar Cubapor falta de combustível.

Fracassadas todas as manobrase diante da nacionalização pro-gressiva e, atualmente, quase com-pleta das empresas norte-ameri-canas e daquelas que pertenciama cidadãos cubanos por origemmas ianques por obediência, a pró-pria politica agressiva adotadapelos Estados Unidos levou aopasso seguinte: a ameaça de guer-ra total. Como, entretanto, repetira «operação Guatemala»? EmCuba não existe a possibilidade,amplamente aproveitada na Gua-temala em 1954, de subornar mili-ares e dirigentes politicos, aoasso que o poder de mobilização

s o apoio armado que o povo cuba-io presta ao Governo de FidelCastro não encontra comparaçãocom o que havia na Guatemala deJacobo Arbenz. Por outro lado,não é tão fácil promover a inva--são da ilha, no meio do Atlântico,sem fronteiras com qualquer dita-dura ou pais mais ou menos «dó-cil». As centenas ou milhares demercenários treinados nas Ilhas doCisne, na Flórida e na Guatemalateriam que esperar por uma oca-siâo propicia...

Depois da advertência feita porKruschiov de que a União Soviéti-ca náo toleraria uma Intervençãomilitar ianque em Cuba, a situa-ção se tornou ainda mais compli-cada. Os setores mais inquietos doPentágono e do Departamento deEstado começaram a levantarainda mais a cabeça exigindo uma«correção exemplar» para mostrarao mundo que os Estados Unidoscontinuam dispostos a exercer afunção que êlea mesmos ae deter-minaram: de superpolidais contrao movimento democrático e anti-Imperialista em toda a Terra, De-pois do fiasco do desembarque noLíbano, planejado para derrubara revolução vitoriosa no Iraque,a capacidade dos Estados Unidosde afrontar a opinião pública In-ternaeional e a potência dos pai-ses socialistas ficou seriamenteabalada no mundo inteiro. Alémdisto, ficaria claro para todos quea responsabilidade exclusiva poruma terceira guerra mundial ca-beria ao imperialismo nort3-?me-ricano."Que Teiigin"

Com os dois candidatos à presi-dência dos Estados Unidos dispu-tando para ver quem é mais pro-vocadòr e serve melhor aos gran-des monopólios e à politica de guer-ra fria e de domínio do imperlalls-mo ianque, e com a atenção dopovo estadunidense mais ou menosvoltada para o pleito, os generaisdo Pentágono acreditaram que omomento da invasão tinha chega-do. A resposta do povo cubano foiclara: duzentos mil milicianos, ope-rários, estudantes, funcionários,profissionais liberais e campone-ses, desfilaram pelas ruas de Ha-vana com seus fuzis embalados.Por toda a ilha a situação è amesma. Mesmo que o próprio exér-

EUA: apesar de«cega» justiçaenxerga a cor

Nos Estados Unidos, quando osbrancos atacam os pretos, estes éque vão presos. É a lei do brancooue coloca o preto como inferiorünlea e exclusivamente pela côrda pele.

Em sua justa luta para seremigualmente aceitos na sociedade,os pretos vêm realizando umacampanha pacifica para acabarcom a segregação racial. Recente-mente, em Jackson (Tennessee)onze homens de côr entraram numrestaurante e se sentaram no bal-cão do mesmo esperando seremservidos. Rapidamente, cerca de200 brancos cercaram o estabele-cimento, vociferando e atirandoovos sobre os pretos. Diante daviolência dos brancos, os policiaisinterviram, por «escândalo notur-no» prendendo todos os negros edois dos duzentos brancos.

Não deixa de ser realmente «ori-glnata a justiça racial nos EstadosUnidos. O reverendo protestantenegro Martim Luther King foicondenado a quatro meses porqueparticipou das manifestações paci-ficas nos restaurantes,, Todos osbrancos que apoiam o movimentodos negros também. são presos.Mas quando alguns brancos pro-movem desordens e atacam os ne-gros, então, ao que parece, estão«dentro da lei».

cito norte-americano seja convo-cado para invadir Cuba, êle terápela frente um adversário que sóserá derrotado quando não existirmais nenhum cubano vivo.

A guerra da Coréia durou três

anos e ôs Estados Unidos só con-seguiram adiar por mais algumtempo a ditadura de Singman Rheee a divisão do pais. Mas estes tem-pos já passaram. As posições doimperialismo ianque, destruídas

em Cuba e abaladas em toda íAmérica Latina, não serão conso'lidadas com a intervenção emCuba. Pelo contrário, isto significará, com ou sem guerra mundialo início do último ato.

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Facões esperamos ianquesVENEZUELA NA ENCRUZILHADA:

Dezenas de milhares de camponeses cubanos ae organlsaram eaa milícias •não abandonam seus facões e fuiis nem mesmo quando vão para os campos.Atualmente os "guajiros" já têm armas modernas par* defender sua reformaagrária e sua revolução, mas, mesmo se tivessem de lutar apenas eqm suaspróprias mãos, eles não dariam descanso ao invasor ianque.

DITADURA MILITAROU GOVERNO POPULAR

O Governo de Bettancourt naVenezuela, abalou violentamenteas manifestações populares queexigiam a remodelação» de sua po-lítica e do gabinete, de acordo coma situação atual do país. Bettan-court foi eleito há menos de doisanos nas primeiras eleições após aqueda do ditador Jimenez. A «AçãoDemocrática», partido do presi-dente eleito, perdeu na maioriadas cidades para a «União Kcpu-blicana Democrática», que aprr-sentou como candidato à presiden-cia o chefe da junta militar quetinha derrubado a ditadura dePerez Jimenez um ano atrás, ocontra-almirante Woltgang Lana-zabal. Nas duas principais cidadesdo país, Caracas e Maracai, Lana-zabal venceu Bettancourt por umagrande diferença. Entretanto, ovoto dos latifundiários c dos sete-res mais atrasados do campo e dacidade garantiu a vitória do can-didato da AI). Formado um go-vêrno de coalizão com a IIRD « opartido democrata cristão, oCOPEI, que foi esmágadoramentederrotado nas eleições presiden-ciais, Bettancourt tendeu, desde oinício para posições de conciliaçãocom o imperialismo norte-america-

«Independentes»congolesessão belgas...

O comando da ONU no Congoanuiiriou a prisão de vários diri-gentes do «exército» do separatis-ta Albert: Calonji, titere dosbelgas na província do Casai. Sln-tomàtlcamente, todos os «oficiais»presos eram belgas, com exceçãode um que era... inglês, vindo daRodósia. Em outras palavras, aluta pela «independência» travadapor Calonji e seus amigos Tcliom-bê, Mobutu, Casavubu e compa-nhia 6, na realidade, financiada eexecutada pelos monopólios belgasnuma tentativa do restaurar o eo-lonialismo no Congo.

Os belgas, ajudados pelos Esta-dos Unidos e outros membros dobloco militar da OTAN, armarame subornaram mercenários, ofici-ais e soldados do antigo exércitocongolês que eles mesmo foirna-ram e dirigiram até a independên-cia. do Congo. Compraram o alu-'garam agentes politicos no Con-gresso e no governo congoleses. PorIntermédio da ONU, conseguiramboicotar o governo legal do pri-meiro ministro Patrice Lumumba.Não conseguiram, porém, vencer acombatividade do povo congolês,que continua lutando em todo o

país contra o domínio direto ouindireto cio colonialismo.

lio no que diz respeito aos inferes-ses econômicos ianques na Vene-zuela e à política externa do pais,particularmente em relação a

' Cuba,.depois da vitória da Bevo-lução de Fidel Castro.

Como ficassem só iras promessasos planos d« reforma agrária, deindustrialização do país e de com-bale à dominação econômica dosmonopólios norte-americanos, ecom a persistência na discrimina-ção política contra os setores es-querdlstas, excluídos da coalizãogovernamental e perseguidos pelapoiícia, a crise política Venezuela-na assumiu um caráter agudo logonos primeiros meses. O governode Betlancourt, que conservou amesma máquina policial da dita-dura de Perez Jimenez, readmi-tindo mesmos vários conhecidosfacínoras que. thham sido afasta-dos por La; ra/abal, parecia muitomais preocupado em reprimir a«ameaça comunista», como mnn-dava o Pentágono e o Departa-mento de Estado, do que em asse-gurar a evolução do processo (ledemocratização do país e de dele-sa de sua soberania. O agrava-mento da crise econômica veioaguçar ainda mais o descontenta-

RFA: marchaacelerada

para o nazism<.O deputado soeial-demoerata da

Re/ublica Federal Alemã, AlfredFrenzeI, foi preso, em pleno Par-lamento, sob a acusação de faz-respionagem a favor dos países so-ctalistas. FrenzeI é um conhecidoherói da resistência contra o na-zismo hitlerista e teve oue fugirda região dos sudetos alemães, nafronteira com a Tchecoslováquia,em 1938. Além disso, é dirigente,local de seu partido.

Segundo o ministro do interior,o ex-criminoso nazista Schroeder,FrenzeI perdeu suas imunidadesparlamentares porque praticou«crime de lesa pátria». Quando sesabe, porém, que o governo deAdenauer prende por ano um nú-mero de «¦espiões» bastante supe-rior ao que todos os países juntosdevem ter na BFA, a acusação épelo menos suspeita.

FrenzeI era membro da comis-são de defesa do Parlamento ger-mano-ocidental. Conhecia, como élógico, os planos militares donovo exército revanchista alemão,inclusive suas aventuras histéricascontra os países socialistas. Dian-te disso, suas imunidades parla-mentores nada representam paraAdenauer. Qualquer semelhançacom o nazismo é mera colncidên-cia.

mento popular contra iSeíiancourt.Só mesmo a ameaça direta c cons-tante de golpes militares direltis-tas, que por sinal o governo nãofazia a menor questão de reprimirou evitar, impedia a eclosão detnn movimento d<> maiores propor-ções.

A política conciliatória de Bet-tancourt passou, entretanto, a serinaceitável dentro de seu própriopartido. Por pressão da ó. s.:,principalmente dos setores op. i\>rios e estudantis mais çonsoqUt ;i-tes, a «Ação Democrática» _„ di-vidiu e formou-se um novo pa, ..Hode. oposição, o «Movimento Êsóucr-dista Revolucionário». O g..ndcestardalhaço feito pcío govjrnovenezuelano cm torno da ameaçarepresentada pela ditadura de rj?iu-jillo, apesar de sua base real, tinhatambém por objetivo desviar aaíenção do povo, cada vez maisconcentrada na necessidade de mo-dificar a política interna e externade Bettancourt.

Com a denúncia do chancelerIgnacio Luis Arcaya, da LRD, quese negou a assinar a «Declaraçãode !São José» e foi substituído porum fiel cumpridor das ordens doDepartamento de Estado, Bettan-court foi colocado em minoria nacorrelação de forças na Vençzúe-fa. A partir deste momento, só oCOPEI e o que restou da «AçãoDemocrática» o apoiam, contra »maioria da URD, e a esquerda ve-nczuclana, representada pelos co-munistas e pelo MER. A viradapara a direita então começou a seacentuar ainda mais. A tal pontoque um comunicado ofici»! do pa-lácio do governo, tachando os dl*rlgentcs da URD de «comunistas»,declarava que Bettancourt não«discutiria nem receberia pres-são de comunistas», referindo-seàs exigências da «União Republica-na Democrática» de. que o govêr-no fosse remodelado. Ao mesmotempo, a polícia e o exército daCaracas, Maracai, Mérida e outrascidades eram mandados para Mruas para esmagar as manifesta-ções populares de apoio a Cuba eà posição da URI).

Inicia-se agora um novo perío-do na política venezuelana, O des-Iocamento progressivo de Bettan-court para a direita, por um lado,c a radicalização das massas ope-rárias, camponesas e da pequenaburguesia, por outro, configuramuma nova correlação de forças, naqual a alternativa talvez seja es-colher entre uma ditadura militare policial, sob a direção de Bettan-court ou de um agente mais decla-rado do imperialismo, ou a volta àpolítica democrática e progressis-ta que caracterizou a atuação daJunta .Militar presidida por Lerra-zabal, possivelmente ainda maisavançada.

KUft

Page 8: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

M. N. B. LANÇA MANIFESTO AO POVO BRASILEIRO:

O Movimento Nacionalista

Mobilizado e Vigilante e Vai

Cobrar Promessas de Jânio

O' Movimento Nacionalista Br-tl-leiro, entidade que congrega milharesde Comitês Nacionalistai formado* emtodo o país durante a última campa-nha eleitoral, acaba de lançar um Ma-nlfesto à Nação, em que faz um balan-

$o dot multados da eleição. Nestedocumente, o Movimento Nacionalistaafirma a sua convicção de que saiu re-forçado do pleito, depois de fazer umaanálise demorada das causas que con-duziram à vitória do sr. Jânio Quadros.

Transcrevemos abaixo a integrado Manifesto (os entretítulos são da re-dação).

Encerrada, com a apuração do

pleito de 3 de outubro, a campanha

pela sucessão presidencial, o MOVI-MENTO NACIONALISTA BRASILEIRO,sente-se no dever de apresentar o ba-lanço daquele episódio da luta pelaemancipação econômica do nosso paíse de traçar os rumos para a nova fa-se, que ora se inicia.

E' o que faz neste docúmei.to aser discutido por toda a organização.

Análise dos resultadoseleitorais

O que de pronto ressalta a apu-ração eleitoral é a grande diferençacom que triunfou o candidato adversa-rio. E isso nos leva a primeira e fun-damental conclusão de nossa análise.

Num pleito cujos resultados apre-sentam diferença reduzida, é difícil as-sinalar, no conjunto de fatores, aquê-le que predomina e lhe dá sentido.Quando, entretanto, a diferença é daordem de milhões, destacam-se erros

que podem ser considerados essenciais,em confronto com os quais as peque-nas falhas perdem significação. As-sim, a análise da campanha dá can-didatura lott revela que, se de um la-do, os forças nacionalistas se empe-nhavam numa crescente vinculação docandidato com os interesses do povo ecom os fatores positivos do desenvol-vimento, com uma caracterização ab-soluta dos ideais nacionalistas, de ou-tro lado os agrupamentos mais conser-vadores dos Partidos reunidos na mes-ma campanha insistiam em apresentaro candidato com uma caracterizaçãomista de nacionalista e continuador dapolítica do Governo. Para os naciona-listas isso era um erro por acarretar aocandidato o ônus da parte negativa dapolitica governamental.

A análise dessa politica esta porser feita e, evidentemente, não o seráá base das acusações de corrupção,ainda que evidenciadas em vários se-tares administrativos, o que não seriafundamental, porém mera conseqüên-ria de causas muito mais profundas.E' possível, desde logo, entretanto, ve-riticar e até dimensionar as caracteris-licas do Governo Kubilschek que o si-luam, como produto da pressão dasforças externas e dos setores inter.iosque representjm o atraso da economiabrasileira. Indiscutivelmente, esse Go-vêrno, apesar de alguns aspectos po-sitivos que apresenta, não se desvin-culou da influência predominante doimperialismo e do latifúndio, inteira-mente entrelaçados e profundamente

interessados em que o resultado do

pleito presidencial lhes assegurasse asupremacia. Em nenhum período go-vernamental, os monopólios econômi-cos estrangeiros penetraram no Brasil,tão fundamente quanto o fizeram en-tre 1956 e 1960; em nenhum períodoencontraram tantas facilidades t tan-tos privilégios a estimular essa penetra-ção. Demais, tal penetração ganhouvulto pela tendência de ser julgado ne-cessário alargar extraordinariamentesua influência em setores básicos denossa econmia, como o da indústria

pesada (siderúrgica, elétrica, mecâni-ca pesada) e o das matérias-primasassociadas à indústria de base estran-

geira (ferro, manganês). Só a indús-tria automobilística, como conseqüên-cia dos moldes em que se estabeleceudemandou emissões da ordem de 40bilhões de cruzeiros anuais, em trêsanos, e vem aumentando ,as suas exi-

gências progressivamente, na medidaem que necessita capital de giro e fa-cilidades para remessa de lucros. Aindústria de construção naval segue o

mesmo rumo. As grandes obras hi-droelétricas estão vinculadas a vulto-sos empréstimos, caucionados pelocompromisso da entrega da futura dis-tribuição da energia aos monopóliosestrangeiros, como atualmente se faz.As empresas monopolistas estrangeirasforam pròdigamente subsidiadas e pro-tegidas.

Por outro lado, o Governo atualinaugurou entre nós o regime de com-

pra da totalidade das safras de café,nesta fase de superprodução, e só o fi-nanciamenlo da safra 1959-60 exigiuemissões de cerca de 80 bilhões de

cruzeiros, sem considerar os 17 bilhõesnecessários a prover os gastos com a

armazenagem. Cobrindo de privilégios,de forma inédita, os setores atrasadosda agricultura e os exportadores, de

seus produtos, o Governo distribuiu à

população economicamente válida doPais, os projuizos decorrentes. Enquan-to o setor latifundiário se beneficiavadesse tratamento, o setor de subsis-tência via agravada a sua situação de

crise crônica, mantendo-se em regime

de subprodução, com os reflexos cor-

respondentes na alta de preços dos

produtos alimentares.A manipulação da taxa cambial

foi levada a limites quase extremos,em prejuízo do nivel de vida do povo.De tal forma isso se fêz, que só um dos

gestores da SUMOC conseguiu, comseus extraordinários podêres, e medi-ante três «instruções», transferir paraas mãos dos monopólios estrangeirose dos setores atrasados da produçãointerna nada menos de 10 por centoda renda na«.'onal em 1959.

Não apcr as os desníveis sociaisforam aprofundados com semelhanie

politica, mas também os desequilíbriosregionais; e o quadro de miséria doNorte e do Nordeste, como o do Oeste,

passou a encontrar paralelo inédito na

pauperização do Rio Garnde do Sul,submetido a duro castigo pela encam-

paçào da subsidiária local do truste daenergia elétrica.

Os reflexes dessa politica econó-mica no padrão de vida do povo bra-sileiro têm sico desastrosos. Os dados,

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Novos Rumos

para o M.N.B.

Adalgisa Nerv, poetisa, jornalista e.açora, deptitado-constituintc da Giia-nabara, é um rins sisnatários do Manl-fpstn qur aponta n rumo para os na-cionalistas; vigilância e tenacidade.

conhecidos, referentes oo segundo se-mestre de 1959, e ao primeiro de 1960,acusam uma aceleração brutal da ta-xa inflacionária, fornecendo índices ja-mais verificados no nivel de preço dasutilidades. Abria-se, assim, o quadroda sucessão. Manifestaram-se, então,forcas aliadas que, contrariando aorientação nacionalista, se empenhavamem apresentar a candidatura Lott comosucessora da politica do atual Governo,sem distinção dos aspectos contradito-rios, já apontados. Enquanto as fór-

ças populares e nacionalistas pressio-navam no sentido de fazer candidatoo Marechal Teixeira Lott, portador deuma conduta democrática provada como Movimento de 11 de Novembro de1955, e de uma inspiração nactonalis-ta evidente com as suas posições emdefesa do monopólio estatal do petró-leo e das riquezas naturais brasileiras,o Governo remodelava o seu ministé-rio, assinalando, com as escolhas quefêz a continuidade da antiga orienta-

ção, isto é, marchava eoncreta e pro-gressivamente em sentido oposto aosignificado da candidatura lott.

Entreguismo no governofavoreceu Jânio

À proporção que avançava acampanha eleitoral e enquanto o can-didato nacionalista defendia um pro-grama que era o oposto àquele que sevinha executando, o Governo a pretex-to de imparcialidade favorecia o for-falecimento da candidatura Jânio Qua-dros. As forças econômicas que se be-neficiavam da politica governamentaleram as mesmas, na sua maioria, queforjavam, fora.da área nacionalista, o

candidato mais conveniente à continui-dade de seus privilégios enquanto se

pedia ao povo angustiado e revoltado

que preferisse. o candidato das forças

governistas, qo mesmo tempo em quemuitos se esforçavam em levar ò Go-vèrno a definir-se decisivamente pelocandidato vinculado aos seus disposi-tivos, sem levar em conta que isto eraimpossível pelas contradições que en-fraqueciam o conteúdo nacionalista dacandidatura. A forma concreta, e con-sequentemente efetiva, de apoio, nãoseria, de forma alguma, pronunciamen-los protocolares, mas a adoção de uma

politica positivo a exemplo do que foifeito em face da coação do Fundo Mo-

netário Internacional. Ao contráriodisto não se modificavam os condiçõesde agravamento do custo de vida quese tornava intolerável à sombra dasboas relações entre o Governo, osfrustes internacionais e aliados destesna especulação interna, enquanto, por

¦ urro lado, se permitia o trabalho dedesintegração da unidade dos esforços

partidários em unidades da Federação,como se viu no Estado da Guanabara,no episódio de suas primeiras eleições

governamentais. O MOVIMENTO NA-CIONAUSTA BRASILEIRO, cujo isolo-mento foi empreendido, durante, acampanha eleitoral, não apenas pelasforças adversárias, mas pelo Governot- pelos seus representantes nas fileiras

que se diziam defensoras da cândida-tura do Marechal Teixeira Lott, reali-zou algumas tentativas para romper oaparente paradoxo que se agravava acada passo. E foi justamente quandose realizou tais ações que a cândida-tura do eminente militar cresceu pe-rante as massas, dando a idéia de pos-sibilidade de sua vitória; quando de-'nunciou a torpe manobra continuista,ortiiulada nos bastidores governamen-tais, e até ostensivamente, e quandodenunciou a conduta coerente do Mi-nistro da Fazenda, expressão lidima doGoverno a que pertencia e da candi-datura adversária que pretendia con-tinuar a mesma politica, mas aparen-tava ser-de ^oposição». Não tinha oMOVIMENTO NACIONALISTA BRASI-LEIRO, entretanto, conquistado a soli-dez organizaliva que lhe permitisserealizar, independente das demais fór-cas políticas alinhadas formalmente emtorno da candidatura do Marechal Tei-xeira Lott, a colocação exata dos tèr-mos sucessórios. i

Os erros outros decorreram desseerro essencial, que inutilizaria todos osesforços. Entre eles pode ser apontadoa inépcia de um comando eleitoral querefletia a siruação, inépcia que deriva-va menos da incapacidade individualde alguns elementos do que do vício deorigem, pela presença, no comando lot-tista de criaturas políticas, e até mes-mo pretensos «assessores técnicos/» querepresentavam a orientação . governa-mental condenada pelas massas. As-sim como o governo levou a rigores"i5f.'iminalórios inéditos a vigilância

que lhe permilia barrar o acesso' a

qualquer função pública, ainda a me-ros importante, a elementos naciohalis-tas, o comando da campanha eleitoralseguia, em seu campo de ação, aque-Io conduta coerente e eficiente. Pedir

oo povo brasileiro apoio para umacandidatura que tal comando políticoafirmava como fundamentalmente con-tinuadora da orientação espoliadoravigente ou era ingenuidade ou consu-mada malícia. A votação que o candi-dato nacionalista conseguiu expressa,na verdade, o esforço do MOVIMEN-TO NACIONALISTA BRASILEIRO, a suacapacidade de organização e de ação,a dedicação de seus adeptos, a compre-ensão política a que já alcançaram om-

pias camadas do povo brasileiro, e um

pouco a ação de frações partidáriasque permaneceram fiéis ao comando

que realmente funcionou e nas limita-

das áreas em que isto foi possível.

A percentagem de eleitorese a ação do poder econômico

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Frente ÚnicaNacionalista

Se nenhuma idéia de apontá-loscomo respondendo pela vitória do can-didato da política governamental naseleições dé 3 de outubro, o MOVI-MENTO NAÇIONAIISTA BRASILEIROindica ainda'dois aspectos que crês-cem de significação quanto ao proces-so eleitoral em nosso País. O primei-ro se refere ao corpo eleitoral, oro daordem de quinze milhões de pessoas:uma análise de sua composição permi-te verificar que o grosso dela se recru-ta na ciasse média, e reflete as suasflutuações, sendo minoritária a con-tribuição da classe trabalhadora, par-ticularmente, a do campo, excluída na

prática de qualquer participação. Nãohá,,«pqis, senão parca semelhança en-tre o corpo eleitoral e o povo brasilei-ro e esta é uma dás principais defi-

ciências de regime democrático noBrasil. A discriminação politica devedesaparecer; esta é uma das tarefasfundamentais a que se devem dedi-car os nacionalistas, inclusive rtO quese refere ao voto do analfabeto e domilitar praça. O segundo diz respeitoà influência que exerce no pleito a açãodos meios de transmissão do pensa-mento, postos a serviço, como estão,das forças monopolistas externas e doatraso interno. O espetáculo de os-tentação de poderio econômico, demonopólio prático'dos meios de propa-ganda que o pleito, recente ofereceu é

eloqüente por si mesmo. Nenhum 'go-

vêrno, cujo principal dever seria o deelevar o nivel das massas, foi, comoo atual,.mais pródigo na concessão deserviços públicos a particulares asso-

ciados a essa: mencionados forças. A

influência que exerceram tais meios,assim divorciados de sua missão, sobrea opinião publica brasileira não deve

ser esquecida, e medidas adequadas

precisam ser postas em prática, com

urgência, para que os brasileiros não

se vejam infamados em seu próprioPaís por uma pregação antinacional,ohtipopular 'e antidemocrática cujos

frutos estamos assistindo. Pelo menosa adoção da legislação para rádio e

televisão adotada nos países europeusmerece ser considerada, a fim de quenão se assista mais ao triste espeta-culo dos que lucram com a deforma-

ção da verdade e fazem dela uma or-

ma contra o nosso povo.Merece referência, por último, o

enorme e caríssimo esforço desenvolvi-do pelas forças monopolistas externase do atraso inteino no campo do di-

visionismo, seja forjando candidatoscuja missão consistia, ostensivamente,declaradamente, em dividir as prefe-rêneias dó eleitorado, distraindo-o da

polarização fundamental, seja pela

pulverização de candidaturas ao legis-

lotivo, forma eficaz de enfraquecer as

correntes popuiares, seja na fragmen-

lacão de candidatos ás sucessões esta-

dúais, para impossibilitar aquelas cor-

rentes a unidade necessária à conquis-

ta de comandes políticos regionais im-

portantes, Todos os formas de subor-

no e corrupção, desde as materiais às

de simples engodo à vaidade de poli-ticos superados, foram seguidas. A

própria heterogeneidade das forças

que apoiavam, no plano federal, acandidatura nacionalista, dificultava o

esterço pela unidade em todos os pia-nos, tão necessária à vitória. O divi-

sionismo, por outro lado, era extraor-

dinàriamenle estimulado pela politicado Governo centra,!, que, aparentondo

neutralidade, favorecia, com créditos e

favores de variada espécie, determino-

dos governos estaduais e os compo-

nentes divisionistas, fornecendo-lhes a

segurança indispensável às suas mano-

bras. Nem lhes faltou, no momento

asado » tranqüilidade da cobertura

militar, quando o sistema de coman-dos que assegurara a manutenção doregime, desde novembro de 1955, foimeticulosamente

' comprometido, sob o

pretexto de que assim se assegurava aisenção governamental e a não inter-venção militar nos assuntos políticos,quando esta foi uma forma ostensiva eclara de intervenção no sentido con-trário. Tudo foi preparado e desenvol-vido para levar à derrota o candidatonacionalista e popular. Tudo foi prepa-rado e desenvolvido para assegurar a

continuação da política atual, com avitória do candidato dos monopóliosexternos e dos setores internos do atra-so, tão francamente estimulados em

suas ações que os seus candidatos não

se esquivaram de penetrar pelo cami-nho da violência em alguns casos, na-

queles em que os da corrupção eramineficazes.

Perspectivas políticasO MOVIMENTO NACIONALISTA

BRASILEIRO não cometeu, na luta cuja

fase eleitoral já se acha ultrapassada,nenhum erro essencial. Julga que ou-

tra não poderia ser a sua conduta, da-

dos as condições em que decorreu o

pleito. Escolheu o candidato que me-

recia as preferências das forças popu-lares e nacionalistas. Honrou os seus

compromissos com êle, e mesmo com

as forças que o apoiavam ou que di-

ziam apoiá-lo. Foi talvez débil em de-

nunciar os erros cometidos por tais fôr-

ças, porque colocou o esforço pelaunidade acima da obrigação da críti-

ca, e nisso demonstrou falha na avaUa-

ção entre a omissão e a participação.Mantém- tudo quanto formulou contra o

candidato adversário, seja no que re-

presenta como orientação politica, se-

ja no que representa de plano mera-

mente biográfico. Julga que o maior

serviço, prestado pelo candidato nacio-

nalisla à campanha foi a corajosa

denúncia que fêz das ligações do candi-

dato oposto com os grupos econômi-

cos estrangeiros e seus prepostos no

interior.Além de poder desenvolver uma

intensa campanha de esclarecimentoem todo o Pais, de forçar o principalcandidato adverso a defender pontosde vista do nacionalismo, de levar às

urnas mais de quatro milhões de votos

a favor do programa nacionalista, em

que se incluem os votos dados ao can-

didato eleito na crença de que cumpri-

ria as formulações feitas com o mes.no

teor, o MOVIMENTO NACIONALISTABRASILEIRO acrescenta às vitórias obti-

das, a eleição do candidato à vice-pre-

sidência, sr. João Goulart, cuja pre-

gação eleitoral também se baseou na

orientação ditada pelo programa na-

cionailista. Esse candidato não pade-ceu dos efeitos contraditórios da com-

ponha, porque as forças comprometi-

das com a reação e o imperialismo con-

centraram c fogo da agressão con.ra

o principal objetivo da campanha na-

cionalisla que era a eleição' do novo

Presidenle da República na pessoa do

Marechal Henrique Teixeira Lott. Tal

fato facilitou poder o candidato João

Goulart receber a parte de votos na-

cionalistas e trabalhistas, que, por mo-

:;vos vários, se dividiram entre os srs.

Adhemar de Barros e Jânio Quadros.

0 movimento nacionalistasai fortalecido da luta

De qualquer maneira, o resultado

prova claramente que o corpo eleito-ral formulou com o seu voto, um pro-

• to — protesto justo, sem a menordúvida, quanio à espoliação de que évitima o nosso povo, embora equivo-cado em sua individualizoção. Ficou

claro que pcicelas ponderáveis da

classe média puseram reais esperançasde mudança num candidato cuja qua-lidade estava em ser da «oposição».Porte dos votantes constituída de na-

Parlamentares de diversos partidos, po*liticos de diversas correntes» líderes

sindicais e estudantis, assinaram o Marnifesto, como o deputado Celso Brant,do PR mineiro. ,

cionalistas sinceros acreditou nos po->sições falsamente nacionalistas do can"didato entreguista, que, assim, prestaiva secreta homenagem àquilo que nãopodia negar de frente. A sua escolhaderiva de um equívoco de milhares debrasileiros, explicável pelas circuns«tâncías e fácil de ser desfeito no con^fronto com ta realidade prática. Emhomenagem aos milhões de brasileiros

que colocaram as suas esperanças emJânio Quadros, em respeito ao regimedemocrático que se desenvolve inclu-sive pela experiência com equívoco co-mo este, o MOVIMENTO. NACIONA-LISTA BRASILEIRO condena, qualquer,idéia de impedir pela força a posse da-

quele que foi escolhido num pleitocujas regras e deficiências eram conhe-cidas de antemão, e sente-se na neces-sidade de afirmar sua fidelidade aoregime em que vivemos e ainda a suacerteza de que o melhor caminho paradesfazer as falsas esperanças é sub-meter os seus portadores à prova con-creta do poder.

Mas não assistirá as suas açõessem respondê-las. O MOVIMENTO NA-

CIONALISTA BRASILEIRO mantém a

sua organização e está mobilizado e vi-

gilante para acompanhar o desenvol-vimento da continuação da politica do

Governo atual, agravada pelas novos

condições do quadro externo e do

quadro interno. Não só as promessas se-

rão rigorosamente cobradas como todas

as tentativas para pagar com sacrifício

do nosso povo os compromissos do

candidato com os monopólios exter-

nos e os setores internos do atraso se-

rá denunciada. O MOVIMENTO NA-

CIONALISTA' BRASILEIRO sai mais for-

te da luta eleitoral: conseguiu frustrara tentativa continuista inicial, quemanteria a politica e as personagens;levou a sua pregação esclarecedora a

todo o território nacional; impôs um

candidato a forças partidárias quenão o desejavam pelos seus conheci-dos compromisos e que foram obriga-

dos a acompanhá-lo ou traí-lo pelaevidência dos fatos; deu uma demons-tração de poderio eleitoral que con*

trasta com o debilitamento dos maio-

res partidos e anuncia as mudançasna relação interna de forças políticas;cresceu em organização, que se es-

lende a todo o território brasileiro,marcada pela sua extraordinária Con-venção Nacional. Vai prosseguir na

lula pela libertação econômica do

Brasil, confiante em que o nosso povocolherá cedo os frutos da exeperiênciaa que se submete e encontrará unidoo caminho nacional, popular e demo-erótico,

Adalgisa Nery, jornalista, escrl-tora, Deputado Estadual pela Guana-bara (PSB) — Almino Afonso, Depu-tado Federal pelo Amazonas (PTB)— Armando Temperani Pereira, Depu-tado Federal pelo Rio Grande do Sul

(PTB) — Arthur Cadaval Veiga, Jor*nalista — Celso Brant, Deputado Fe-deral por Minas Gerais (PR) — Cli-denor Freitas, Deputado Federal peloPiaui (PTB) — Djalma Maranhão,Deputado Federal pelo Rio Grande do

Norte (PTN) — Edna Lott, professo-ra — Fernando Santana, DeputadoFederal pela Bahia (PTB-) — Florice-no Paixão, Deputado Federal pelo RioGrande do Sul (PTB) — Hélio PiresFerreira, dirigente sindical — HérculesCorreia dos Reis, dirigente sindical.Deputado Estadual pela Guanabara(PTB) — Joaquim Inácio Cardoso,dirigente sindical — José Jofili, Depu-tado Federal pela Paraíba (PSD) —'

Maurício Caminha de Lacerda, escri-tor e jornalista — Nelson' de SouzaAlves, dirigente sindical — RaimundoEirado Silva, dirigente estudantil, ex«

presidente aa UNE .— Salvador Lo-jacco, Deputado Federal por SãoPaulo (PTB) — Sérgio Magalhães,Deputado Federal pelo Estado daGuanabara (PTB) — Silvio Braga,Deputado Federal pelo Pará (PSP).

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COVtRRO MO QUER OUVIR A FAU 00 CIREMA (II)

Recursossó na aparência

A foto pode impressionar o mais incauto e fazê-lo acreditar que cinema noBrasil se faz com grandes recursos. Mas, nada disso acontece. O batente éduro. principalmente no caso acima, de "Rio 40 graus", e a t.óda hora é precisoimprovisar meios materiais para resolver-se este ou aquele problema. A rruaque o ieitoi' esta vendo na foto é um exemplo, e bom, da improvisação dotrabalhador de cinema no Brasil.

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ANO II Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960 N* 88iL9*i.'.^mym\jimi_M.n

Diretor Executivo — Orlando Bomfim Jr. Diretor — Mário Alves Redator-Chefe — Fragmon Borges

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Mr. Stone ê QuemDita as Leis Parao Cinema do BrasilLUI2 IA2ZAH0

foi em obril, o mês do descobri-mento, que o governo brasileiro vislum-brou a existência do cinema aqui naterra e compreendeu que alguma coisade oficial devia revelar isso. No dia 4daquele mês, no ano de 1932, apare-ceu na «Imprensa Oficial» o decreto21240, criando o Serviço de Censura,uma «taxa cinematográfica para a edu-cação popular» e dando outras provi-dências. 0 documento era assinadopelo presidente Getúlio Vargas e pelossrs. Francisco Campos e OswaldoAranha.

De lá para cá, apenas algumasregulamentações e mais uma lei impor-tante, a única realmente protecionista,de 19 de novembro de 1951, a eonhe-cifin «iei dos 8 por 1», que estabelecea obrigatoriedade de exibição de umfilme de longa metragem nacional paracada oito estrangeiros.

0 "X" do problemaNa completa ausência da legisla-,

ção específica e objetiva que se faxnecessária para colocar nos justos têr-mos a questão de cinema no Brasil, éque está o «X» do problema.

Q progresso da indústria cinema*tográfica em numerosos países se fêz ese faz fundamentalmente à base da pro-teção governamental e de leis que sub-vencionam a produção. A compreen-são exata da importância do cinemacomo indústria e como veículo que ex-prime o avanço cultural de um povo,levaram governos como o da Itália,principalmente, a adotar uma legisla-ção específica de amparo da indústria,baseada em dois aspectos importantes:a garantia do mercado interno para ofilme nacional, estabelecida à base derestrições as mais severas à entrada deproduções de outros países e, ainda, asubvenção como estímulo aos investi-dores. Os resultados de uma políticadesse tipo são o alto índice de trabalhonos países que adotaram uma legisla-ção específica de proteção ao cinema:a Itália produz uma média anual de120 filmes, a França quase a mesmo, oMéxico e a Argentina, os dois grandesexemplos na América Latina, tambémultrapassam a centena. O Brasil, comum mercado de 300 milhões de Ingres-sos anualmente, índice maior do que osregistrados nes dois países latlno-ame*rkancs citados, produziu nos seus me-lhores tempos cerca de 30 filmes aorano.

0 problema 'brasileiro

O filme brasileiro, salvo exceções,é deficitário e se considera do ponto--de-vista econômico, uma inversão decapital desaconselhada. Muitos indus-triais de boa vontade, que ainda pode-rirm-Jit»or de tmmmmUfmm empregarna produção cmemategraficaV se re-traem quando não encontram as ga-rantias mínimas para, pelo menos, re-cuperar o que foi empregado. As ex-periéncias da Vera Cruz, da Multifil-mes e da Marstela, demonstraram tam-bém que, mesmo a instalação de nor-mas as mais avançadas na indústrianão resolviam o problema, deixandomais clara ainda a necessidade, do am-paro governamental ò iniciativa parti-cular. Tal é o objetivo a se atingir e

pelo qual lutam, há mais de 10 anos,os homens de cinema no Brasil.

O mercado brasileiro vem sendodominado há decênios pela produçãonorte-americana, que instalou bases sé-lidas no país para a exploração domercado exibidor. Contando com todosos favores de uma legislação arcaicaque ainda cobra uma taxa irrisória pormetro linear de filme impressionadoque entra no país, os distribuidoresnorte-americanos jogam com a qualida-de técnica das películas que estão emsuas mãos, além das vantagens econô-micas goradas da legislação, para man-ter o completo domínio sobro o exibi,dor nacional, obrigado a impingir aopúblico filmes de ínfima qualidade emtroca de um que lhe possibilitará ummovimento maior do renda. Tal siste-ma lhet permite exportar para o Bra-sil uma média anual de 500 filmes, pro-vocando um verdadeiro «dumping» naexploração do mercado de exibição.

O Brasil, é o primeiro exibidor daAmérica Latina e o décimo do mundoocidental. Os produtores estaduniden-ses são os donos incontestáveis dessemercado e, para garantir a quase ex-clusividade, jogam com todas as armasde que dispõem para isso. Colocaramno Brasil, há muitos anos, um repre-sentante da Moction Pictures ( o sindi-cato dos produtores americanos), umhomem»hábil e insinuante com um úni-co objetivo: garantir as posições con-quistadas e impedir que o único «ini>migo em potencial» do filme america-cano nb Brasil adquira força para en-frentá-lo : o cinema brasileiro.

Um homem chamadoHarry Stone'r^rsíSipático,

bem falante, o tipo dogalfi do' Hollywood, mr. Harry Stonevive nos corredores do Parlamento e nacopa do palácio presidencial mano-brando. Inseriu-se de tal forma noscírculos políticos • sociais do país quechegou a ser galardoado com a «Or-dem do Cruzeiro do Sul», pelos «ser-viço* prestados ao Brasil». Quais sãoAsses serviços ? Em suas andanças pelaCâmara dos Deputados, utilizando lar-gamente o seu sorriso simpático e quemsabe; a bolsa, mr. Stone boicotou oprojeto que cria o Instituto Nacional deCinema. .Fazendo «pendant» de sualarga experiência, conseguiu convenceràs mais altas autoridades do país queesse negocio de cinema é coisa secun-dáría e que os cineastas do Brasil eramsonhadores quando propunham uma le-gislação de amparo o esse ramo da in-dústria no Brasil. Quando a Lei de Ta-rifas estava sendo preparada e perce-beu que ela poderia abrir uma brechana barreira de privilégios de que está

¦ dotado ;©¦ filme americano no Brasil,-r-chamouT às pressas o «bi#"~*ess», «r.-

E» ¦ o"*" i sêjBXfSM*; .<*•¦.»-. -. ., *nc Jonnston, para «convencer» os go-

vernantes e legisladores de que em ma-féria de cinema a nova lei não pode-ria alterar em nada a situação. Dito efeito. Em matéria de filme a legisla-ção aprovada mantém o mesmo crité-rio absurdo que predominava anterior-mente. Por todo esse trabalho mr. Sto-ne ganhou a «Ordem do Cruzeiro doSul» e não será difícil que amanhãpassem a considerá-lo um beneméritodo cinema brasileiro.

A solução está na cara

Quando o problema é de fádl so-lução a gíria popular diz quo «está nacara». í o que aconteça com o reme-dio para salvar o cinema brasileiro tlegislação específica, honesta o quoatenda, principalmente, às reivindica-ções da gente de cinema no Brasil. Po-derão os incrédulos e os que, perma-nentemente, se colocam incondicional-mento contra a existência do uma in-dústria de cinema no Brasil alegar paraa impraticabilidade da mesma. A res-posta está no que se fêz até agoraem São Paulo na matéria.

Em 1955, apás exaustivo movi-mento liderado pelos críticos de cinemada capital paulista, o prefeito Lino doMatos enviou à Câmara Municipal umprojeto, depois Lei 4852, criando umadicional sobre o imposto de diversõespúblicas para premiar com subvençãocorrespondente a 15% da renda brutano município de São Paulo a todos osfilmes produzidos nos estúdios paulis-tas e com 25% àqueles que forem con-siderados de reconhecido valor técnicoe artístico. Criou mais a referida lei umprêmio anual a ser entregue aos me-lhores produtores, autores, artistas etécnicos, além de uma Comissão Muni-cipal de Cinema, órgão destinado aestudar os problemas do desenvolvi-mento da indústria cinematográfica emSão Paulo.

Os resultados não se fizeram es-perar. Houve um recrudescimento ime-doto da produção de filmes nos estú-dios paulistas, que se encontravam qua-se que totalmente paralisados e maisum deslocamento de produções de ou-tros pontos do país, principalmente doRio, Uma simples lei municipal teve ocondão de reavivar um setor industrialque se encontrava quase que comple-tamente paralisado.

A lei paulista, uma réplica da qualfoi tnetada sem sucesso no antigo Dis-trito Federal, revela que as possibili-dades do incremento da indústria sãoas mais. promissoras desde que o go-vérno federal tome o problema em suasmãos. Outras medidas também foramtomadas no que se refere à concessãode créditos ò produção cinematográ-fica, uma delas inclusive, recente, do go-vêrno federal e das quais falaremos napróxima oportunidade. Por agora, ain-da, voltaremos ao problema do mer-cado interno.

Mesmo se levando em conta aaprovação de leis de amparo, a situa-ção do fin-mo <\n Brasil não se resol-verá sem a adoção, por parte do go-vérno federal, de medidas as mais drás-ticas para liquidar o «dumping» exis-tente no mercado exibidor. A conquis-ta do mercado interno pelo cinema bra-sijeiro é o fato mais importante, poiscriará as condições essenciais para odesenvolvimento econômico da indús-tria. Essa conquista só será possívelno momento em que a concorrência sefizer lealmente e quando o filme bra-sileiro tiver, não diremos privilégios,mas condições de igualdade para com-petir no mercado com a produção es-trangeira, principalmente o norte-ame-ricana. O que chamamos igualdade acomo consegui-la, é o que veremos nopróxima reportagem,

0 insinuantemister Harry

Ele esta em todas, costuma dizer a gente do cinema em relação a mr HarrvStone. O gala americano no Brasil, usa todo o seu "charme" para conquistar,os ingênuos e assim poder manobrar melhor para defender os interessesda Motion Pictures contra o cinema brasileiro, É o grande trunfo dos pro-autores de Ia contra os de cá na caça aos milhões de entradas que se vendemno Brasil anualmente.

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S9SI laBal Ural a^^l IF :

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Presidentessó sabem receber

Ja é uma tradição para os governantes do Brasil, seja presidente da Repú-bllca ou governadores ou prefeitos, receberem a gente de cinema em festasadrédernenté preparadas. Nessas .ocasiões -'.les recebem relatórios ouvem efazem discursos. Prometem mundos e furdos, dizem que vão tomar essa oaquela orovldència. Depois... uma visita de mr. Stone íá-los esauecer com-pletanjscíe o que prometeram.

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— 2 NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960 —

CaféG<Btn

c Dicionário

é Ficção Inflação,

Uma das promessas feitas pelosr. Jânio Quadros durante suacampanha eleitoral e que lhe ga-rantiu o apoio dos poderosos gru-pos econômicos do café, foi a su-pressão do chamado confisco cam-bial. Na primeira entrevista con-cedida à imprensa, após o pleito,um jornalista perguntou ao sr.Quadros «se considerava possível aextinção do confisco cambial». Suaresposta foi a seguinte: «Eu nun-ca falei em extinção do confiscocambial e sim em supressão. O vo-cabulo extinção dá idéia de umamedida súbita, radical, o que, ameu ver, traria grave abalo à eco-nomia do Pais, mas defendo a teseda extinção progressiva do confis-co, de sorte a chegarmos à verda-de cambial».

Ci Vís aspectos do caféAntes de passar ao exame da

afirmativa do sr. Jânio Quadros,vejamos rapidamente, a situaçãodo café em relação à economia na-cional. Pode o café ser equiparadoao algodão, aos minérios de ferro,ao pinho, à mamona, à cera decarnaúba, mesmo ao cacau, noconjunto da economia nacional?Tem a produção cafeeira o mesmosignificado global que a produçãode pneumáticos, ou de aço ou deautomóveis, ou de cimento? De umcerto ponto-de-vista, sim. Sendouma atividade econômica, a produ-ção do café representa uma rique-za e os que plantam ou comerciamcom café, têm as mesmas aspira-ções de lucro que os empresáriosde quaisquer outras atividades.

Entretanto, basta atentar pa-ra a destinação do café produzidopelo Brasil, isto é, que parte daprodução é absorvida pelo merca-do interno, e que parte é vendidano estrangeiro para que se perce-ba a diferença básica entre a ativi-dade econômica cafeeira e qualqueroutra.

No ano em curso, depois dasmedidas de estímulo ao consumoque passaram a ser adotadas pelogoverno — sobretudo a redução dopreço a sua fixação em 40 cruzei-ros, para o quilo do café moido àvarejo — o Brasil atingirá umconsumo interno de apenas 5 mi-lhões de sacas. Para se ter umaidéia do que representa este nume-ro é suficiente dizer que os Esta-doa Unidos, importando todo o ca-fé que consomem, apresentam umconsumo interno de cerca de 22 mi-lhõeB de sacas. Ou seja, com umapopulação que não chega a ser trêsvezes maior que a nossa, conso-mem mais de quatro vezes mais ca-fé que o Brasil. Enquanto isto,as exportações brasileiras de cafésituam-se em torno de 16 milhõesde sacas.

A capacidade de um Pais paraa realização de compras em outrospaises depende do volume de ven-das que êle próprio realize no ex-terior e dos rendimentos dos capi-tais desse país aplicados no exte-rior, se existirem tais aplicações.

No caso do Brasil, que é um Paísem desenvolvimento econômico, aúnica fonte de divisas é o valor desuas exportações. (Mesmo os em-préstimos e financiamentos obtidosno exterior s5o implicitamente con-dicionados à capacidade de venda,pois será esta, em última análise,que permitirá a amortização dosempréstimos e financiamentos).E se falamos em exportações bra-sileiras, temos de ter presente,antes e acima de tudo, o café. Eisalguns números: em 1957, de umtotal de mercadorias exportadasque nos proporcionou 1 bilhão390 milhões de dólares, nada me-nos de 846 milhões de dólares pro-vêm do café, isto é, 60 por cento dototal; em 1958, esses números fo-ram, respectivamente: total das ex-portações — 1 bilhão 243 milhões,ca[é _ 688 milhões, e 57 por cen-to; e em 1959: total — 1 bilhão 290milhões, café — 750 milhões, ou58 por cento do total.

Enquanto isto, como atividadeeconômica interna, considerada emtermos de cruzeiros, o café de hámuito perdeu a posição de supre-macia que desfrutava na economianacional. As vendas de vários ra-mos industriais — como o de auto-móveis, o de alimentação, o têxtil,o químico e farmacêutico — su-peram ou se nivelam às vendas decafé, se medidas em cruzeiros.

0 chamado confisco cambialO que os produtores e expor-

tadores de café convencionaramdenominar confisco cambial é a di-ferença entre a cotação do dólarno mercado livre e a quantia queo governo paga por dólar de caféexportado, ou dólar-café. Atual-mente, o dólar está cotado nomercado livre a cerca de 185 cru-zeiros, enquanto o dólar-café estáfixado em 90 cruzeiros. Essa di-ferença, de 95 cruzeiros (185 me-nos 90), é que os exportadores eprodutores de café denominam deconfisco cambial. Mas, será queessa diferença realmente existe? Ousó existe na aparência? ., u

é a espoliação imperialista, essasbonificações foram sendo aumen-tadas e hoje a situação é a se-guinte: exceção feita ao café, cacau,petróleo e mamona, todos os de-mais produtos de exportação têmseus dólares trocados por cruzei-ros à taxa do mercado livre. Co-mo a cotação oficial do dólar con-tinua sendo a mesma antes referi-da, todos os produtos de exporta-ção, excetuados aqueles quatro,recebem uma bonificação equiva-lente à diferença entre os 185 cru-zeiros do dólar no câmbio livre eos 18 cruzeiros e 70 centavos docâmbio oficial.

Quanto aos quatro produtosreferidos, continuam recebendo umabonificação menor que os demais.No caso do café, a bonificação éde pouco mais de 70 cruzeiros pordólar (a diferença entre os 90 cru-zeiros pagos pelo governo e os • •Cr$ 18,70 do câmbio oficial).

0 esquema cambialEm 1953, foi instituído no Bra-

sil, um novo esquema cambial, quese mantém ainda hoje, apesar dasgrandes transformações que so-freu desde então. De acordo como esquema inicial, os dólares pro-duzidos por todas as exportaçõesbrasileiras eram liquidados nomercado oficial de câmbio, isto é,pelo governo. A fim de fomentaras exportações, o governo pagavaaos exportadores por cada dólar demercadoria vendida os cruzeiroscorrespondentes ao câmbio oficial(1 dólar = Cr$ 18,70),' mais'umadeterminada quantia em cruzeiros,denominada bonificação. Se o go-vêrno queria estimular a exporta-ção de determinado produto, ofe-recia ao exportador uma bonifica-ção maior em cruzeiros. Com otempo e por influência de uma sé-rie de fatores, o primeiro dos quais

0 câmbio de cusfoOra, os dólares resultantes da

exportação do café e do cacau,constituem dois terços de todos osdólares proporcionados pelas expor-taçôes. Quer isto dizer, então, queo governo dispõe da massa funda-mental das nossas divisas, com-pradas por uma quantidade menorde cinzeiros do que se o fizesse nocâmbio livre, ou se só existisse noPais, um mercado único e livre decâmbio.

Esses dólares o governo os uti-liza para diferentes fins: parte éusada para os pagamentos dos em-préstimos feitos no estrangeiro eoutras despesas oficiais; parte paraa importação de petróleo, trigo eoutras matérias primas; parte paraa importação de equipamentos emáquinas; parte para a venda nosleilões de divisas.

Como o governo compra essesdólares por menos cruzeiros, podetambém vendê-los por um preçomenor em cruzeiros. Nos leilões dedivisas, ob dólares comprados a umpreço menor são vendidos por pre-ços muito mais elevados, o que dei-xa ao governo um elevado saldoem cruzeiros. Então, levando emconta todos estes elementos, deacordo com preceitos legais exis-tentes, as autoridades monetáriascalculam o chamado câmbio decusto, isto é, o preço em cruzeirosde cada dólar destinado a efetuara maioria dos pagamentos no ex-terior e à importação das mercado-rias que o governo entende devamter um custo inferior em cruzeiros.Atualmente, o câmbio de custo es-tá fixado em 100 cruzeiros, ou oque é o mesmo, um dólar compra-do a câmbio de custo vale 100cruzeiros.

Câmbio de custoe custo de vida

Se um industrial comprar dó-lares no leilão de divisas para im-portar máquinas, terá que despen-der cerca de 230 cruzeiros, por

dólar. Entretanto, se conseguir ocâmbio de custo, dispenderá, lògi-camente, menos de metade doscruzeiros. O mesmo se passa comas importações de petróleo, trigo,etc. A elevação do câmbio decusto — como, aliás, mostrou aexperiência recente durante o pe-ríodo de Lucas Lopes e RobertoCampos — repercute imediatamen-te sobre o custo de vida, elevando-o. O câmbio de custo, portanto, éum elemento que pode impulsionaro desenvolvimento da economianacional, através da seleção dasimportações. Eliminar o câmbio decusto, ou que forma tenha essa se-leção, é nivelar todas as importa-ções, colocando num mesmo planoaquelas que ajudam o desenvolvi-mento do País e aquelas que freiamesse desenvolvimento. E' isto quepreconiza o sr. Jânio Quadros.

Com efeito, o governo só podedispor de dólares mais baratos e,portanto, selecionar as importa-ções, porque os compra por menorpreço. Se fôr estabelecido umpreço único para todos os dólaresresultantes de importações, isto é,se fôr abolido o chamado confis-co cambial, perderá o governo esseinstrumento disciplinar das impor-tações.

0 confisco é uma ficçãoVimos, anteriormente, que se

considerar, apenas, o que o expor-tador recebe por dólar-café, cabe-ria falar-se em confisco cambial.Na prática, porém, o que o go-vêrno dá à cafeicultura é muitissi-mo mais. E' toda uma política deamparo, de gordos financiamen-tos, que colocam esse setor eco-nômico em situação altamente pri-vilegiada. Assim, o governo ga-rante a compra de toda a safra decafé, mesmo quando essa safra,como ocorreu no ano cafeeiro de1959/1960, ultrapassa largamenteas possibilidades de exportação econsumo interno, destinando-se emgrande parte a ser armazenadapor conta do governo. Assim, ogoverno sustenta os preços inter-nos de venda, como está ocorren-do no momento: desde agosto atémeados de setembro, o governo

comprou cerca de 4 milhões desacas a Cr$ 3150 cruzeiros, gas-tando nisto mais de 12 bilhões decruzeiros. Assim, o governo finan-cia regiamente os produtores, atra-vés do Banco do Brasil e outros es-tabelecimentos oficiais. Assim, ogoverno armazena, como agora, 40milhões de sacas de café de diver-sas safras, que não encontrammercado.

A posição do setor cafeeiro naeconomia nacional é, portanto, pri-vilegiada, em relação a outras ati-vidades e não discriminada comoalegam os homens do café.

0s preços internosNão existe argumento melhor

que a própria vida. Se o café fôs-se um mau negócio, se não fosse,ao contrário, um dos melhores ne-gócios deste Pais, porque, então,as plantações de café estariam seexpandindo tanto, como vem ocor-rendo nos últimos anos? Se desseprejuízo ocorreria com o café oque se passou com o algodão: emface da queda violenta das cota-ções internacionais do algodão,provocadas pelos norte-americanos,que soltaram no mercado, a baixopreço, suas enormes reservas, di-minuiu também a produção brasi-leira desse produto. As exporta-ções brasileiras de algodão, queforam a mais de 220 milhões dedólares em 1954, caíram para 40milhões em 1959. Quem plantavaalgodão foi plantar ou cuidar deoutra coisa. Mas quem plantacafé, apesar da enorme reduçãodas cotações internacionais (quedade 86 dólares por saca em 1954 pa-ra 43 dólares por saca em 1959),continua plantando mais café...Por quê? Porque os preços emcruzeiros subiram. Os prejuízosque os fazendeiros de café deve-riam sofrer, como em outro qual-quer negócio, foram transferidospara todo o povo, através de emis-soes maciças de cruzeiros paracomprar as safras.

Pelo quadro que publicamos, aseguir, pode-se ver como os preçosinternos do café mantiveram-segeralmente acima dos preços dosdemais produtos agrícolas:

ANO19481950195219541951Í19581959

GERAL100137189276360424562

CAFÉ100265310543524535565

EXCLUSIVE CAFÉ100106155214318396561

Estas foram as razões que le-varam a revista «Desenvolvimento& Conjuntura», em seu número demaio último, a escrever: «O ale-gado confisco cambial é uma fie-ção».

E' esta ficção que o sr. JânioQuadros toma como verdade li-quida e certa. Acabar com o con-

fisco cambial, portanto, significaentregar aos homens do café aindamais cruzeiros do que eles vêm re-cebendo atualmente. Implica emacentuar sua situação de odiosoprivilegio no Pais e em jogar s£>-bre os ombros de todo o povo "™ncarga ainda mais pesada.

DesinflaçãoSolicitou-nos uma leitora que ex-

plicássemos o significado dos concei-tos inflação, deflação e desinflação,mencionados pelo sr. Jânio Quadrosnuma das suas últimas entrevistas.Tentaremos fazê-lo no espaço destacoluna, de uma forma sucinta. Pelomesmo motivo, interrompemos nestenúmero, para retomá-la no próximo,a série de noções sobre Economia Po«lítica, que vimos publicando.

Inflação — A quantidade de dinhel-ro necessária à circulação de merca-dorias num pais está sujeita a leiseconômicas e por isso não é umagrandeza arbitrária. De que dependeessa quantidade necessária de dinhel*ro? De uma série de fatores: da mas-sa de mercadorias em circulação, damassa de serviços prestados (trans-portes, energia elétrica, etc.), dastransações feitas a crédito, dos paga-mentos que se compensam, entre ou-tros. Depende, também, em grandemedida, do dinamismo da economia,isto é, da freqüência com que se rea-lizem os negócios. Quanto mais ne-gócios forem feitos num determina-do tempo, maior será a velocidade decirculação da moeda e, portanto, me-nor a quantidade de_ dinheiro neces-sária para a circulação das mercado,rias. Quando a quantidade de dlnhei-ro em circulação é maior do que anecessária para a circulação mercan-til, verifica-se o fenômeno da Infla-ção. E uma mesma mercadoria, queem condições normais e a uma certavelocidade de circulação do dinheiro,exprimiria seu preço em determinadaquantidade de dinheiro, sob a infla-ção terá esse preça expresso em umaquantidade maior de dinheiro.

A inflação prejudica principalmen-te os assalariados, porque as altas depreços sempre se adiantam às ele-vações dos salários.

Deflação — E* a situação que se ca-racteriza pela contenção violenta deum processo inflacionário, tendo emvista restabelecer a paridade monetá-ria anterior ao processo ou a esta-belecer uma nova paridade. Naprática, significa o estancamentoviolento das atividades econômi-cas, com todas as suas implicações!entorpecimento dos negócios, aumen-to do desemprego, falências, um aflu-xo do dinheiro para os bancos (já quenão encontra aplicação, etc). Distose aproveita o governo para retiraresse dinheiro de circulação. Em con-seqüência, uma mesma mercadoriapassa a ter seu preço expresso emmenor quantidade de dinheiro. Toda-via, essa baixa de preços não se tra-duz cm nenhum beneficio para os as-salariados, cuja capacidade de com-pra terá diminuído muito mais doque os preços. E' uma situação piorque a inflação.

Desinflação — O termo é de empré-go recente por alguns economistas eorigina-se do espanhol desinflar. E'usado para designar uma situação emque se procura combater a inflação,mas sem recorrer à deflação.

Concluindo, assinalaremos que ês-les são apenas conceitos teóricos e ge-rals e que, no caso do Brasil, umcombate com êxito à inflação não po-derá restringir-se ao plano financeiro,chame-se deflação ou desinflação. Is-to porque a inflação no Brasil temcomo causas principais de um ladoa espoliação sofrida pelo nosso paisem suas relações econômicas e finan-cciras com o exterior — antes de tudocom os Estados Unidos — c, de outrolado, o financiamento aos setoresmais atrasados de nossa economia.Mas, sóhrc isso, obviamente, o sr. Já-nio Quadros nada falou.

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NotaEconômica

Em Buscdo Ouro

Os dois ladosdo café

Se fôr considerado apenas do ponto de vista da economia interna do pais,o café é um produto como outro qualquer. Mas, se considerado como principalformador de divisas para o pais, ai a situação muda de aspecto. A queda dospreços externos do café significa a queda do poder de compra do Brasil noexterior. Isto é que confere ao cale uniu posição especial.

Os fatos que estóo ocorrendo nestes dias, nas bolsasde valores de vários paises, fazem recordar certas passa-gens do famoso filme de Charles Chaplin "Em busca doouro". No cinema, Carlltos c seu companheiro de aventu-ras passam horas amargas no gélido Alasca, quando oinverno os surpreende antes que tenham dado com ofilão procurado. Nessa situação, acossados ambos pelafome, o amigo de Carlltos é tomado de delírio, passanuo aver no companheiro uma galinha gigantesca e apetito-sa... E' certo que as coisas não chegaram a esse pontona bolsa de valores de Johannesburgo, na África do Sul,mas não andaram muito longe. Telegrama da "AssociatedPress" relata uma tarde recente na referida bolsa: "Os

preços das ações das companhias produtoras de ouroestiveram irregulares, porém a precipitação por parti-c< rir no auge resultou em cenas de confusão total,cipar no auge resultou em cenas de confusão total. Vá-rios corretores no fim do expediente já não tinham gra-vata. Em uma ou duas ocasiões, grupos de homens lança-ram-se ao solo, em meio de grande excitaçáo. De vez emquando, um deles se libertava da multidão e se afastavaenxugando o suor e arrumando as roupas sujas c amassa-das."

Enquanto isso, na bolsa de Londres, o coração batiaforte no peito do ingleses fleugmáticos, que só não che-gavam ao extremo de atirar-se ao solo, como seus colegasda África do Sul. Em Zurique, Paris, Bonn, Hong-Kong,era o mesmo quadro, a que o Daily Express, de Londres,chamou em grandes caracteres de "A febre do ouro!". Arevista norte-americana 'Time" vê-se constrangida a re-conhecer que, ao menos desta vez, o Express não exagerou.De fato, cm todo o mundo, para quem quer que possuadólares, o maior empenho consiste, cm trocar esses dólarespor ouro. Há dez anos, era o contrário: todos queriamtransformar tudo cm dólares...

Certos economistas — na tentativa de embelezar ocapitalismo c de "refutar" pela milésima vez a doutrinaeconômica de Marx — já haviam chegado mesmo a pro-clamar a desvinculação entre o dinheiro e o ouro. Paraeles, a função do ouro como regulador do valor do di-nheiro era coisa do passado, idéia obsoleta; os sistemasmonetários modernos, afirmavam, independem do ouro.Diante, porém, desta febril corrida ao ouro, não terãooutro remédio senão reconhecer que foram apressados eque, por maiores que sejam os malabarismos dos finan-clstas burgueses, o ouro continua sendo o lastro do di-nheiro. ,

Em 1933, o governo dos Estados Unidos fixou o valordo dólar em 1/35 da onça-troy de ouro-fino. Ou, o que éo mesmo, uma onça-troy valia 35 dólares. (A onça-troyc uma medida de peso equivalente a pouco mais de 31gramas). Nos '11 anos transcorridos desde então, o poderaquisitivo do dólar caiu à metade, isto é, se em 1933com um dólar podia comprar-se, por exfimplo, um metrode tecido, em 1960 apenas meio metro do mesmo tecido

pode ser adquirido com esse dólar. Apesar de ser essa arealidade econômica, o governo norte-americano recusa-sea reconhecê-la e teima em continuar declarando que umaonça-troy de ouro fino vale ainda hoje 35 dólares (e nãoo dobro).

Mas, como as leis jurídicas não podem derrogar asleis econômicas, estas, mais cedo ou mais tarde, acabampor prevalecer. O resultado ai está: ninguém vende maisuma onça-troy de ouro por 35 dólares. Em Londres, numdos dias da semana passada, a onça-troy chegou a sercotada a quase 41 dólares. Em Hong-Kong — onde astransações com o ouro precisaram ser suspensas — a on-ça-troy foi negociada na hôlsa a 46 dólares e 64 cents eno mercado negro atingiu os 4!) dólares e 38 cents. O di-nheiro em roupagem de dólar, corre em busca de roupa-gem mais segura: o ouro. Na África do Sul, grandecentro produtor de ouro, as ações das companhias quetêm minas desse metal subiram tanto que provocaram ascenas cinematográficas mencionadas anteriormente. E nospróprios Estados Unidos, onde us transações oficiais sópodem ser feitas à base de 35 dólares por onça-troy, veri-fica-se uma verdadeira fuga de dólares, que buscam outroslugares onde possam encontrar a roupagem do ouro. Desdejaneiro do corrente ano, 875 milhões de dólares (tantoquanto dois terços das exportações do Brasil em um ano)já se evadiram dos Estados Unidos para transformar-seem ouro, no exterior.

A atual paridade oficial do dólar, ao oue tudo indica,é insustentável. Não obstante as declarações em contra-rio, é geralmente esperada a desvalorizarão da moedanorte-americana, previsão vinculada notadamente á possi-vel vitória de Kennedy nas próximas eleições presiden-ciais. De fato, a desvalorização, do dólar será o reflexodo enfraquecimento da economia norte-americana e dacircunstância de que os estados 1'niilos deixaram de sera primeira potência munulal.

A manutenção da moeda norte-americana num nívelartificalmentc elevado é uma das vias da espoliação eco-nómica de outros países pelo imperialismo norte-america-no. Para o Brasil, por exemplo, a desvalorizarão do dólarpoderia significar um sensível aumento da nossa capaci-dade de importação — pela valorização ('os nossos pro-dutos de exportação, cujos preços são fixados em ouro —c da redução das dividas que temos contraído com os Es-tados Unidos sobretudo para equilibrar o nosso balançode pagamento.

Ao lado do desmoronamento do sistema colonial, daperda da condição de primeira potência pelos EstadosUnidos, a derrubada do dólar do trono em que vem sendosustentado, é mais umaevidência de que o im-perialismo está em decli-nio. E, ao mesmo tempo,de que o socialismo estácm ascensão.

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Page 11: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

Rio ée Janeiro, semana cie 4 a 10 de novembro de 1960 NOVOS RUMOS

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OS COMUNISTAS E AS ILIlÇâiS NOS EU A:

Velholutador

Gng.ne uennis, sccretario-geral doPartido Comunista dos Estados Uni-dos. que atualmente procura vencer acampanha de calúnias, perseguições eboicote mantida pelos monopólios paramelhor garantir seu domínio.

A Luta Contra o Militarismo:Tarefa Dos Democratas Alemães

A situação da República FederalAlemã e a luta que ali estão travandoo proletariado e outras camadas dopovo pela poz, pela democracia e peloprogresso social constituíram o lemacentral da última Conferência de Dele-gados do Partido Comunista Alemão.Os debates dessa conferência estão reu-nidos em volume de mais de duzentose quarenta páginas, lançado recente-mente pela Dietz Verlag — editora deBerlim.

O principal informe da reunião,que esteve a cargo de Max Reimann,Primeiro-Secretário do Comitê Centraldo PCA, é rico de referências à situa-ção da RFA e constitui um reflexo daaplicação, á base de situações concre-tas, da doutrina marxista.

Chama Max Reimann a aten-ção do povo alemão e de todos os po-vos do mundo para o perigo que hojeem dia representa, em relação à paz,o ressurgimento do militarismo alemão.

O Partido Comunista Alemão tem,nos dias que correm uma expressiva pa-lavra de ordem : «A Paz, eis o nossoobjetivo». E' a réplica dos alemães querepresentam a melhor e mais bela tra-dição do pais à política insensata e cri-minosa dos homens que seguem aindahoje a tradição do sinistro militarismogermânico, e que realizam a política deHitler, agora posta em prática por Ade-nauer e Slrauss.

Em jeu informe, Max Reimannobserva que Adenauer costuma irritar-se, toda vez que alguém o comparaeom Hitler. A questão de se irritar ounão, bem comr as afirmações de Ade-nauer, a respeito de sua pretensa po-sição de demociata, representam muitopouco, diante do exame dos fatos con-cretos. O importante é saber-se quaissão o* objetivos do governo Adenauer,quais sao os métodos seguidos por essegoverno. Que diferença existe entre apolítica de Hitler e o revonchismo deAdenauer, entre a política de Hitler •» apelo à força, hoje preconizado porAdenauer, através de sua diretriz deagressão imperialista ? Adenauer, comoHitler, cultiva o ódio chauvinista aospovos eslavos. Adenauer cultiva « en-coraja o fascismo e o militarismo, atra-vês da mobilização de hitleristas comoOberlaender, Schroeder, Strauss e VonGlobke, através do aproveitamento damilhares de carrascos nazistas em ór*gãos da Justiça, através do emprego deex membros da Gestapo, no aparelhopolicial, através da nomeação de ideó-logos do fascismo para as escolas davários graus, onde hoje há uma os-tensiva preparação do povo e princi-palmerrle da juventude para a guerra.

ESTRUTURA ECONÔMICA

A estrutura econômica da RFAcopia, modelo do hillerismo. No que serefere à concentração de capitais, Ade-nauer suplantou todos os records dahistória do imperialismo alemão e nes-se terreno ultrapassou o próprio AdolfHitler.

Sob o Estado de Adenauer os mo-nopolios prosperam, transformam-seem órgãos lodopodeiosos e fazem comque o governo adote uma política fun-damenlalmenlc Idêntica à do hitlerismo,nao obstante a conservação de algu-

mos fôrmas estatais cuja aparência de-mocrática é meramente ilusória.

Entrelaçado economicamente comos grandes monopólios, o clericalismo,sob o govêino de Adenauer, desem-penha destacado papel no processo deressurreição do fascismo e do milifa-rismo. Ao clericalismo está especifica-mente confiada, em muitos setores, apropaganda anticomunista. Essa pro-pagando visa a aterrorizar camadas dopovo. Qualquer atitude em favor dapaz e da coexistência pacífica é apon-tada na Alemanha Ocidental como ati-vidade perigosa pela propaganda an-ticomunista, ao passo que a política deforça, e as ameaças feitas através dadescoberta de armas recentes, são porexemplo, exaltadas pelo bispo de Co-lônia, perante oitocenlos ouvintes. Oclericalismo alemão apresenta o milita-rismo e o revanchismo como algumacoisa abençoada por Deus. O fascis-mo também é elogiado por esse setorda reação. Em recente campanha po-litica, a imprensa jesuita de Frankfortsobre o Main exaltou a obra de Ade-nauer, comparando-a 6 do fascistaportuguês Oliveira Salazar, como ex-celentc modelo.

O PAPEL DO PROLETARIADO

O informe de Max Reimann dá es-pecial importância à luta do proleta-liado pela paz, pela democracia e pelosocialismo, considerando possível a con-solidação de todo o trabalho que vemsendo feito em prol da unificação daclasse operária, pela base, a exemplodo que já se tem verificado entra osoperários da construção de Schleswig--Holstein e entre operários têxteis devárias regiões. São lutas políticas, pelapaz, pela democracia e pelo socialismo,que se travam em combinação com adefesa de reivindicações econômicas,por melhores salários, pela redução dajornada de trabalho, contra a carestiae contra a crescente exploração dosgrandes monopólios, sedentos de lu-cros astronômicos. A unidade da cias-sa operária pode ser conseguida atra-vés da luta em comum, por reivindica-ções econômicas e políticas, de ope-rários comunistas, socialistas e cristãos.

Para alcançar a vitória nesse e emoutros terrenos, esforça-se o heróicoPartido Comunista Alemão em prol doaprimoramento ideológico de seus qua-dros de todos os escalões.

PALAVRAS DE CONFIANÇA

O informe de Max Reimann en-cerra-se com palavras de confiança navitória da paz, do socialismo e da de-mocracia. Diz êle: «Estamos vivendoo período do declínio do capitalismo eda ascensão do socialismo. A supre-macia das forças do socialismo e dapaz em relação às forças do imperia-lismo e da guerra é cada vez mais evi-dente. Nessa situação, nós, os comu-nisfas da Alemanha Ocidental, ocupo-mos um posto em que avulta a res-ponsabilidade política de cada um.Nossa lula é difícil. Assim, têm muitaoportunidade as palavras de um dosnossos maiores precursores, o câmara-da Ernst Thoelmann, que num períodohistórico ainda mais negro para a Ale-manha, dizia : <íE' belo viver quando sepode lutar*.

ApPara

roveitar a CampanP

hau nir o rovo

O jornal *The Worker» publicourecentemente uma declaração políticado Partido Comunista dos Estados Uni-dos sobre as próximas eleições presi-denciais naquele país, examinando ocaráter das duas candidaturas e as pos-sibilidades de se aproveitar a campa-nha eleitoral para desenvolver o mo-vimento progressista e anlimonopolisla.Diante do interesse revestido pela aná-lise dos comunistas norte-americanos,NOVOS RUMOS oferece aos seus leito-res o texto integral da declaração.

I

1 A SITUAÇÃO política deste anode 1960 não é d» modo algum

semelhante a de* outros anos eleito-rais. Apesar de todos os fatores quedão uma aparência de semelhança, nãose pode deixar de ver a mudança dacorrelação de forcas em escala mun-dial, e a posição cada vez mais des-favorável do mundo Imperialista e doImperialismo estadunidense em parti-cular.

Estas mudanças consistem princi-palmente em: o contínuo e rápidocrescimento das nações socialistas; acrescente força e independência dasnações recentemente formadas, neutrasou descomprometidas, Inclusive a grandeconfiança que depositam nas nações so-ciclistas quanto à ajuda; os aconteci-mentos revolucionários por toda a Áfricae em Cuba — com repercussões de mas-sa na América Latina; os conflitos den-tro do campo imperialista, inclusive si-nais marcantes de instabilidade econô-mica, que indicam uma nova crise cí-clica; o surgimento cada vez maior demovimentos populares da massa dentroe fora do pais.

Todos esses novos fatores criam ainstabilidade política e pressionam nosentido do reagrupamento político quepode alterar em grande medida o qua-dro político. Nem mesmo a aparenteunidade surgida a propósito da cam-panha eleitoral deve nos fazer perderde vista estas agudas contradições.

Q NA APRECIAÇÃO das convençõesdos dois antigos partidos, • par-

ticularmente do Democrático, seria In-correto ver apenas que at máquinaspolíticas profundamente entrincheira-das, submissas ao capitalismo mono-polista, dominaram estas convenções, aescolheram candidatos tradicionalmen-te ligados aos políticos reacionários na-cionais e estrangeiros.

Atualmente há, numa amplitudemuito maior do que antes, duas pode-rosas forças exercendo pressão nestasconvenções:

a) os capitalistas monopolistas,com o governador Nelson D. Rockefel-ler como seu orador público, lutandopara conservar os dois partidos aolado dos seus Interesses de classe im-perialistas e para ligá-los a uma poli-tica de contínua guerra fria e de anti-comunismo internacional; e

bl nossos próprios advogadosda paz americana, o povo negro, ossindicatos, os velhos, os agricultores,que exigem paz, direitos civis a outrolegislação social. A campanha de as-sinaturas a a demonstração na con-venção em favor de Stevenson, as pas-seatas pela paz, as passeatas e de-monstrações em favor dos direitos cl-vis, o aparecimento de centenas deprogressistas ante a plataforma do eo-mitê de ouvintes, a campanha prima-ria de McLain em favor dot velhos ade Stevenson na Califórnia não têmprecedentes na política norte-ameri-cana.

Embora os reacionários tenhamtriunfado na seleção dot candidatos ena manutenção de um firme controlepartidário, as concessões que eles fo-ram obrigados a fazer na plataformaos perseguirão durante tâda a sua ad-ministração, e podem estimular um mo-vimento de massa de tremendas pro-porções visando a sua realização.

Estas concessões, que refletem asagudas contradições existentes na vidapolítica norte-americana, só podemmanter temporariamente as massas nosistema bipartidário. A longo prazo,elas podem contribuir em grande me-dida para o esclarecimento político dasmassas, e para uma base ainda maiorpara um partido popular trabalhisla-fa-zendeiro-negro, um partido Campo-nês-Trabalhista, unindo todas as forçasantimonopolistas.

O NOSSAS mossas partidárias roo-sideram que todas o$ questões e

problemas que surgiram relacionadoscom n campanha eleitoral de 1960 de-vem se basear em duas consideraçõesbásicas:

a) como podemos nos aproximardos trabalhadores, dos negros, dosgranjeiros, dos velhos, dos jovens, libe-rais, progressistas e a «Esquerda» maisampla para conduzir a pressões demassa persistentes e determinadas nacampanha — em todos os níveis e detodos os tipos, das formas mais sim-pies até as mais elevadas — pela paz,de apoio à luta anticolonialista, pelosdireitos civis e por uma ampla legis-lação social e trabalhista; e

b) como, por melo destes esfor-ços, podemos ajudar a avançar o de-senvolvimento de movimentos políticosindependentes de base, em primeiro lu-gar envolvendo os sindicatos, mas in-tluindo também outros movimentos in-dependentes de pressão que podem serincentivados entre todas as camadas dopovo.

Por meio de todos os canais pos-síveis de luta, devemos trabalhar paradar um novo e amplo impulso no sen-tido da formação de uma aliança dasforças antimonopolistas levando à cria-ção de um novo partido que represen-te os Interesses das pessoas simples.Deve ser salientado que esta perspecti-va só se desenvolvera a partir de nos-sa participação na luta do povo e nãode campanhas de simples agitação.Mais ainda, cada Estado e localidadedeve estudar cuidadosamente seus pró-prios problemas específicos e desenvol-ver uma linha tática própria adequadaà sua própria situação.

A este respeito, particularmentenas condições mais ou menos confusase contraditórias da atual campanha, énecessário salientar que os comunistas,como representantes de um partido devanguarda, devem estar prontos e aptosa realizar um trabalho entre os mo-vimentos liberal, insurgente a indepen-dente, e entre as pessoas que se li-gam ou não aos velhos partidos, e a seuscondidatos, assim como com os sindi-catos, os grupos de partidários da paz,os negros e outras organizações po-puiares.

Há um descontentamento genera-lizado e crescente contra as máquinasdos velhos partidos. As várias organi-zações sindicais, de agricultores, negrosa progressistas como a COPE, o Movi-mento Liberal e Insurgente de NovaIorque, a Liga dos Eleitores Indepen-dentes do Meio-oeste, os movimentosdos negros em rápido desenvolvimen-to no Sul, o Conselho dos Clubes De-mocráticos da Califórnia, o movimentodos Não-Partidários do Dakota do Nor-te, e numerosos outros movimentos lo-cais, estaduais e mesmo nacionais sãoembriões de uma nova aliança políticapopular de base e ampla.

Eles não se unirão, neste momen-to, num novo partido político. Procura-rão, este ano, conseguir suas exigên-cias por meio de candidatos democra-tas ou independentes. Mas se fôr pos-sivel levá-los à luta agora quanto aquestões determinadas para pressionaros candidatos e o Congresso, isto apres-sara sua desilusão e melhorará sua dis-posição em relação a organizações po-liticas unitárias e independentes. Da*vemos nos esforças para ajudar a en«o-raiar este curto da desenvolvimento.

V| NAS circunstâncias atuais, comambas as chapas baseando-se em

posições de guerra fria o «poderio ml-fitar», ou mais bilhões para armamen-tos, e de anticomunismo, o diante dodescontentamento popular generaliza-do contra sua atividade reacionáriaanterior, seria um erro para nosso par-tido indicar um apoio direto ou im-plícito a qualquer das chapas.

Qualquer idéia de que um candi-dato é um «mal menor» do que o outroagora só servirá para retardar o de-senvolvimento da luta política de mas-sa em relação às questões da paz eda legislação social. Prosseguiria omesmo tipo de passividade e reboquis-mo aos políticos da classe capitalis-ta que houve nas eleições de 1958 eresultaria em derrotas e desilusão parao povo. Somente uma atitude rígida-mente critica tanto em relação a Ni-xon como a Kennedy e a ênfase nanecessidade da luta poderá servir aosinteresses do povo.

R ENTRETANTO, do ponto de vistade atingir e influenciar as mas-

sas populares, seria um erro aindamaior adotar uma posição negativa,derrotista, de «acusação contra am-bas as casas». A idéia de boicotar aseleições reflete apenas uma frustraçãopequeno-burguosa. Tais posições refle-tem um fracasso na compreensão dosnovos fatores significativos que mar-com a presente campanha e limitamnosso poder de atração e capacidadepara desenvolvei as lutas dos opera-

rios e de outras camadas. Tais posi-ções não seriam compreendidas pelasamplas massas e, entre a «Esquerda»,elas apenas encorajariam atitudes co-modistas e alimentariam seitas como aSLP e os trotskistas, que quase náoprestam serviço algum aos objetivossocialistas, mas, com sua política, seisolam do povo e .emeiam a discórdiae a desunião.

A este respeito, existem dois fa-tõres que precisam ser salientados. Emprimeiro lugar, há o fato Indiscutívelque a chapa Nixon-Lodge abandonouos pretextos de paz do Partido Repu-blicano e simboliza hoje para o paíse o mundo a política provocadora deduas caras e de jogo duplo do govêr-no de Eisenhower, associada com os in-cidentes do U-2 e do RB-47 e com otorpedeamento da conferência de cúpu-Ia. Mais ainda, a atividade de Nixonna Câmara, no Senado e como vice--presidente está marcada por umalonga série de ações antioperá-rias e reacionárias. Uma derrota destachapa seria saudada por toda partecomo uma derrota da política de pro-vocação de guerra a antloperária : Nãose pode desprezar a importância destefator.

Em segundo lugar, nas condiçõesda camisa de força bipartidário, e con-siderando a filiação tradicional dos ope-rários, agricultores, dos negros e dosprogressistas em gerol, o povo se ex-primirá fundamentalmente através doPartido Democrata. Seria uma ilusãopensar que as pessoas vão deixar devotar ou boicotar esta campanha. Amanutenção da tradição de Franklin D.Rooselvelt, as pressões sociais exerci-das pelos principais líderes sindicais,negros e agricultores, a o fato de queeles não têm qualquer outro meio sig-nificativo de exprimir-se fará com quea maioria apoie a chapa Kennedy--Johnson.

E' necessário reconhecer este fato,se é que devemos desempenhar nossopapel de atingir a influenciar o povo.Quaisquer outras perspectivas seriam Ir-reais a resultariam em nosso isola-mento das amplas massas do povo. E'necessário salientar este fato porquenós, como comunistas, devemos saberonde o povo se encontra e então apren-der a trabalhar com êle ali, fornecendoliderança e direção à luta por suas ne-cessidades e interesses.

Isto não significa que nós, comoum Partido ou como comunistas, deve-mos endossar a chapa Kennedy-John-son. Pelo contrário, devemos criticaragudamente os papéis desempenhadosanteriormente sobre a paz e a legis-lação social tanto por Kennedy comopor Johnson. O que devemos re-conhecer claramente é que asmassas de pessoas simples com as quaisdevemos marchar — ou permanecer pa-rados — devem ser encontradas nestecampo. Significa também que elas es-tão aí porque foram Influenciadas paraacreditar nos compromissos programo-ticos dos Democratas.

Nosso objetivo como um partido— a nossos camaradas nas organiza-çãet da massa — é o de impedir umaatitude negativa ou derrotista em taiscircunstâncias. Devemos explicar pa-cientemente e contrastar as experiên-cias dos operários e agricultores naépoca de Roosevelt, quando as greves,as demonstrações, as passeatas e mui-tas outras formas de pressão de mas-sa eram necessárias para conseguirconcessões sociais, com as experiênciasde 1958, depois da eleição dos De-mocratas, com boas e altissonantes pro-messas, mas sem luta ou pressão demassa, quando os operários não obti-veram avanços sociais e só alcançaramo retrocesso, sob a forma da lei Ken-nedy-Landrum-Griffin.

Náo devemos deprimir os espíritosdos operários, ou tomar uma atitude de«não adianta nada», mas lutar parainspirá-los e organizá-los para a ati-vidade política independente o pressio-nar sobre as questões da paz, dos di-reitos civis, de medidas refletindo a»necessidades dos operários, agriculto-res, dos jovens, dos anciãos, etc. Sò-mente desta forma eles serão retiradosda influência dos velhos partidos o en-corajados a construir e unir as forças«dependentes do povo para uma açãololítica tendente ò formação de um

novo partido.

6 EM um certo número de distritospor todo o país há candidatos

locais em ambos os partidos e prova-velmente alguns indenpentes que têmuma posição mais firme sobre as quês-toes do que os candidatos à presidên-cia. Nossos casos, não deve haver qual-quer hesitação em participar de todasas formos nestas campanhas, ulilizan-do-os paro esclarecer as questões, paraelevai a compieensáo do povo e para

organizá-lo rle mnneira a exercer prat»são de modo, positivo em toda a cam*panha.

Existem, igualmente, na maioriados Estados, deputados e senadora*com uma ficha de atividade reacioná*ria, antioperária, de guerra fria, lon*ga e aberta. A despeito de seu par*tido, devemos fazer todos os esforçospara assegurar uma frente única am«pia para derrotá-los. Candidatos par*tidários da paz ou defensores do mo»vimento operário devem ser apresen-tados nestas circunstâncias, onda fôrpossível.

Nosso partido deve apoiar campa*nhas para o alistamento eleitoral amtodo o pais.

¦f NOS distritos eleitorais em quaexistem candidatos comunistas, a

campanha deve ser conduzida de modotal que se una o povo da região, in*clusive as pessoas que apoiam outroscandidatos, para lutar por determina-das questões. Devemos evitar qualquertendência para nos separar das am*pias massas do povo sob a pressão danossa própria campanha. Deve-se tercuidado para fazer da nossa tampa*nha independente um melo para atirt*gir, unificar, influenciar todo o movi-mento, inclusive, em particular, aquê*les que persistem em se expressar atra-vés dos velhos partidos. Também nos-sos candidatos devem utilizar o maisamplamente as promessas programátl-cas dos democratas e republicanospara expor seu papel e levar o povoà luta pelas suas reivindicações,

Nosso partido teria preferido apre-sentar seus próprios candidatos para apresidência e a vice-presidência. Istosó náo é possível por uma séria da laiarestritivas — leis qua vioiam a Con»-tituiçáo • a Declaração da Direitos danosso pais — destinadas etpetifieo*mente a conservar o poder governo*mental nas mãot do sistema biparti*dárío capitalista e a montar os co*munistat a outros partidos minoritáriosfora do pleito. As leis anfldemocráti*ticas como as conhecidas pelos nomesde Smith, McCarran, Taft-Hortley, Lon-dum-Griffin, etc, são prejudiciais a tê*das as organizações sindicais, d* no*gros, pela paz ou outras associaçõesprogressistas, assim como a nosso mo-vimento. Apelamos a todas as forçasprogressistas para que repilam estasleis discriminatórias a opressoras.

Por outro lado, o nosso e um par*tido de tipo diferente, baseado na clén-cia do marxismo-leninismo. Nosto ob-jetivo não está em conseguir votos acargos, a não ser na medida em quanos ajudam a lutar o servir os interês-ses e necessidades do povo trabalha*dor. Portanto, a apresentação do can-didatos comunistas nas eleições é daparticular importância. Elas fazemcampanha como os portavozes maisavançados da ação unida do povo, porsuas necessidades imediatas mais pre-mentes e pelas futuras — inclusive atransformação socialista final de nossasociedade.

Hoje nós colocamos a ênfase nofalo de que a evolução das massas érápida e decisiva, tanto aqui como noestrangeiro. As coisas estão om cons-tante desenvolvimento. O que pare-cer ser verdadeiro hoje pode não sê-loamanhã. O curso da história não terádecidido pelos candidatos e as pinta-formas como os vemos agora. Ele serádeterminado pelo povo em movimento,como ocorreu na Coréia do Sul, no Ja-pão, na Turquia, em Cuba e, agora, noCongo.

Devemos pensar no efeito do mo-vimento de luta contra a discriminaçãonos restaurantes no Sul dos EstadosUnidos e no apoio que obteve por meiodé manifestações em todo o pais, nas.demonstrações contra a Comissão deAtividades Antinorte-americanas em SãoFrancisco, das amplas marchas pela paze outros movimentos de massa por todoo país. Estes acontecimentos demons-tram a. capacidade decisiva do povoem movimento a afetar e moldar osacontecimentos cm nosso pais, quandoo povo toma a luta cm suas própriasmãos.

Nosse momento, as ações unitá-rias e combativos do povo são decisi-vos. A partir delas surgirá um movi-mento político popular mais amplo,com o nosso partido mais forte, maisinfluente e cada vez mais reconhecidocomo a vanguarda do povo. Por meioda atividade abnegada aos interessesdo povo náo somente recuperaremosnossa plena condição de partido eocuparemos nosso logitimo lugar naseleições em Iodos os Estados, como se-remos copaze' de ajudai o povo ame-ricano a roniper com ns dois partidosropitrilisias o avançar em sua luta poruma vida melhor, mais completa.

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Page 12: (Texto na 2* pág. ¦?T^vPp¥in]7T3£ B · 2015-02-26 · Estados importantes como Pernam-buco, Bahia, Minas, Rio de Ja-neiro e Rio Grande do Sul rara-mente são apresentados em nossas

— A NOVOS RUMOS Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960

POR QUE SOBE 0 PREÇO DA CARME?

Trastes Impedem ContinuaçãoDas Obras do Matadouro deSanta Cruz: Dez Anos Paradas

O carioca está mais uma vezdiante da ameaça de outro aumen-to da carne; mais uma vez, os

grandes frigoríficos, os marcnan-tes e os varejistas da carne amea-çam suspender o fornecimento aoconsumidor. Desta vez, o aumentooficial vem com a mácara de «ca-ráter experimental», por 30 dias,«egundo as declarações do presi-dente da COFAP, sr. GuilhermeRomano. Dizemos aumento oficiai,

pois os aumentos de fato ja vemocorrendo: a chamada carne de i'.,tabelada, desapareceu dos; açou-Eues, e a carne de 1'., hberada,Eça preços entre 200 e 2,0cruzeiros o quilo.

Povo come menosEm vista dos aumentos, diminue

consideravelmente o consumo decarne nos principais centros, comofoi denunciado no Rio por direto-res do Sindicato dos Açougueiros.Em São Paulo, a retração de con-sumo chega a mais de a0/° £*¦gundo informou o sr. Lauro Elor-za presidente do Sindicato dosAçougueiros daquele município),continuando a queda que se mi-ciou desde o ano passado naquelecentro, onde o consumo anual decarne passou de 160 mil tone adasem 1958 para 145 mil toneladasem 1959, calculando-se que passeeste ano para pouco mais de íuumil toneladas.

Repete-se, assim, a crise do se-

gundo semestre do ano passado,sem que até hoje os órgãos com-petentes do governo tenham en-frentado o problema, preferindodobrar-se às pressões dos mono-pólios que controlam o mercadoda carne do país. A promessa do«• Romano não pode tranqüilizarninguém: no segundo semestre doano passado, quando foi liberada acarne de 1», também houve pro-messas de que passado o períododa entressafra seu preço diminui-ria. Entretanto, isto não aconte-ceu.

Sonegaçãono atacado

Como ocorrem os aumentos? Osaçougueiros afirmam que o tabe-lamento a varejo é impraticávelpor causa do aumento da carne noatacado, onde não está sendo cum-prido nem fiscalizado o aumentoda COFAP. De fato a COFAPtabelou em dezembro do anopassado a carne de 2» no mercadoatacadista, ou seja, fixou o preçodos quartos dianteiros do ataca-dista ao varejista em Cr$ 39,00 oquilo. Os quartos trazeiros (camede 1"), como no varejo, continua-ram liberados no atacado. Diantedisso, os frigoríficos passaram asonegar os quartos dianteiros e osmarchantes a vendê-los no câmbionegro, sem que a COFAP coibisseo abuso.

O mercado atacadista de carneé controlado pelos grandes frigo-ríficos estrangeiros Anglo, Armour,Swlft e Wilson. Estes são respon-laveis por 70% da produção in-dustrial de carne no Brasil, con-trolam a maior parte da capacida-de de frigorificação do país (75%da capacidade de frigorificação doEstado de São Paulo) e, emboraestejam culpando os invernistaspelo aumento da carne, recebemde invernadas de sua propriedadeum terço das rezes por eles aba-tidas. Tudo isso dá aos grandesfrigoríficos enorme poder de ma-nobra.

aparelhamento. Contudo, hoje, semqualquer acréscimo, nem de fun-cionários, nem de aparelhamento,pode abater 640 bois diários.

Antes dos monopóliosJá houve época em que o Ma-

tadouro de Sta. Cruz abatia quasecinco vezes mais do que hoje. Eisso com instalações inferiores àsde hoje, pois ainda não possuíaserra e carretilha elétricas. Esseperíodo áureo de abate situa-seentre 1909 e 1919. O ano de maiorabate em Sta. Cruz foi 1913, sen-do abatidas 209.813 cabeças debovino, o que é quase 700 cabeçasdiárias. Mas então ainda não atua-vam no Brasil os grandes frigo-rificos.

Atualmente o abate de bovinosem Sta. Cruz vem caindo, passan-do de 55.741 cabeças em 19o8para 43.139 em 1959. Desde a suafundação, em 1881, o Matadouronão sofreu senão melhoramento depouca importância. A tentativafeita no sentido de seu reaparelha-mento, de sua transformação emverdadeiro matadouro industrialpara aproveitamento dos sub-pro-dutos do boi (e não apenas paraabate, como é hoje), foi frustrada.

Câmaras abandonadasO plano de reaparelhamento do

Matadouro de Sta. Cruz previa in-clusive a instalação de câmarasfrigoríficas, para a estocagem decarne, câmaras que chegaram aser importadas e lá se encontram,em um galpão do Matadouro, semuso e sem cuidados de conserva-ção, há vários anos.

A história do reaparelhamento,iniciado e abandonado, do Mata-douro de Sta. Cruz, é mais umexemplo da omissão ou submissãodo governo no que se refere aocontrole do mercado de came pelosgrandes frigoríficos estrangeiros.A existência de câmaras frigonfi-cas em um Matadouro do govêr-no, que permitiria a estocagem decarne para os períodos de pressãoaltista, retiraria boa parte do po-der de manobra de que hoje dis-põem os monopólios da came. Es fato é que as câmaras frigorifi-cas importadas da Holanda e dosEstados Unidos à custa de precio-sos dólares, estão lá, em Sta. Cruz,enferrujando.

4/12/56, o prefeito Negrão deLima enviou à Câmara de Verea-dores a mensagem 79, pedindo au-lorização para assinar termo fioHjuste de contas, inclusive irideni-zação no valor supra-citado. Amensagem 79 não foi votada, o asobras

" tiveram de continuar pa-

radas.Quase dois anos depois, Negrão

enviou nova mensagem — n" 6, de]6/4/60 — reiterando os termosda Mensagem 79. Até hoje rienhu-ma das duas foi votada. Há doismeses, em 8/8/60, o secretário daAgricultura, sr. Oswaldo MouraBrasil do Amaral, pediu mais umavez a aprovação da mensagem n"6, avisando que sem isso não po-diam ser continuadas as obras doMatadouro. As mensagens ¦ conti-nuararri sem votação. Será tudoisto acidental?

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Matadouroas moscas

O Matadouro de Santa Cruz, apesar de estar aparelhado para íarantir erande

parte do abastecimento de carne à população e ler máquinas para aumentarainda mais sua capacidade, não utiliza as instalações que tem e deixa quemaquinas custosas se percam porque não interessa aos frigoríficos estrangeiros

que ele funcione.

Estudantes de FilosofiaHão Podem Estudar: FaEspa na Faculdade

de uma delegação aa principal resolução

O envioBrasília foiaprovada pelos estudantes da Fa-culdade Nacional de Filosofia, emconcorrida a»ssembléia geral, roa li-zada no dia 25 último, à noite, nosalão nobre da Escola. A medidafoi tomada após terem os acadê-micos ocupado, pacificamente, du-rante um dia inteiro, o prédio doTribunal Federal de Recursos.

Omisso ou submisso?Enquanto isso, o Estado deixa

abandonados aqueles instrumentosque poderiam ser utilizados paraenfrentar as manobras altistasdos monopólios da carne. É o queocorre com o Matadouro Munici-pai de Santa Cruz.

Com efeito, este Matadouro,pertencente ao governo do Esta-do da Guanabara, localizado a umahora do centro, tem capacidadepara abater 70% da carne atual-mente consumida no ex-DistritoFederal. Contudo, este Matadouronão fornece hoje sequer 10% doconsumo guanabarino: podendoabater 1.280 cabeças diárias dogado bovino, hoje abate somentecerca de 200, o que corresponde aum fornecimento médio de 40 to-neladas diárias de carne verde,toda ela consumida no Estado.

Para abater 1.280 cabeças dia-rias o Matadouro de Sta. Cruzprecisaria apenas contratar novosf"ncionários para a constituição(" : rnais um turno de 8 horas efazer acréscimos mínimos em seu

Históriado reaparelhamento

A história do reaparelhamentodo Matadouro de Sta. Cruz se ar-rasta desde 1948 — 12 anos, por-tanto. Neste ano, sendo secretárioda Agricultura da ex-PDF o dr.Heitor Grilo, foi iniciada em Sta.Cruz a construção de um mata-douro moderno, para industrial.-zação da carne, e dotado de cama-ras frigoríficas. Foi realizada con-corrência, vencendo a firma «Ja-derico Machado Ltda.», que secomprometia a realizar as obrasde construção civil e as relativasa frigoríficos, em quatro etapas,devendo a PDF realizar pagamen-tos depois do término de cada eta-pa. Uma outra firma venceu aconcorrência para a importaçãodos equipamentos.

Começou então a prolongadalenga-lenga dos desentendimentosentre as firmas vencedoras c aPDF: atrasos de pagamento riaPDF, pedidos de reajustamento depreços das firmas, novos atrasosda PDF, dificuldades criadas pelaCACEX para a importação deequipamentos, pedidos de reajus-lamento de preço das firmas ex-portadoras depois de decorridosalguns anos da proposta inicial,novas dificuldades da CACEX,otc. Isso durou cinco anos, ate1953, quando as firmas encarrega-das do reaparelhamento desisti-ram da continuação da obra, en-trando na Justiça com um pedidode rescisão do contrato e exigin-do da PDF uma indenização porinadimplência. .

Vendo que a questão judicialpoderia durar muitas anos, asfirmas entraram em entendimen-tos com a PDF, conseguindo umacordo para a liquidação de con-tas na base de Cr$ 2.932.522,00 atitulo de indenização. Contudo, aPDF tinha ainda de esperar »quea Câmara de Vereadores • apro-

"Despejados"

Na NOVACAP a delegação de-verá entrar em contacto com opresidente da República a fim desolucionar a questão da cessão deum prédio federal para ampliar asinstalações da F.N.F., que atual-mente dispõem somente do 18 de-pendências de aula para atender1.800 alunos que, acotovelados, seespremem, num total de 100, emcada sala. Os estudantes optarampelos entendimentos diretos comJ. K. após terem sido «despeja-dos» do velho casarão da Av. Pre-sidente Wilson n" 231, onde aindafuncionam três seções do Tribu-nal Federal de Recursos: Seção de

Orçamento, Serviço Auxiliar deSecretaria e Biblioteca, p. o Servi-ço de Jurisprudência.

A "ocupação"

Bandos alegres de rapazes emoças, carregando cartazes e fai-xas, invadiram na manhã do dia25 os corredores e as salas auste-ras da antiga sede do T.F.R., queem sua maior parte já está funcio-nando em Brasília. O DiretórioAcadêmico e, em certa medida, odiretor da Escola, professor Ere-mildo Viana, estimularam e diri-giram os estudantes. Com essa ali-tude procuravam dar solução aosério problema da conquista doespaço vital indispensável à aco-modação do número crescente dealunos nue anualmente ingressamna F.N.F.

Demarches e choquesda polícia

Diante da firme disposiçãe dosestudantes, acorreram ao local oreitor Pedro Calmon e o diretor

da Faculdade, este já então ame-drontado pelo rumo dos aconteci-mentos. Durante duas horas, aportas fechadas, parlamentaramcom o Diretório, e por fim chega-ram à conclusão «luminosa» deque os alunos deveriam desocuparo prédio. A «honrosa sugestão»não foi aceita. E para «contencer»os rapazes apareceu um choque darádio patrulha e, ao anoitecer,uma viatura da P. M., cheia de«cosme e damião», postava-sediante do edifício, comandada pelotenente Nei Travassos, do EstadoMaior da Polícia Militar. Temen-do violências, os estudantes aban-donaram o casarão rosado cantan-do o Hino Nacional.

Por que o T F R ?

O decreto n" 48.G58 de 1 deagosto deste ano, assinado pelopresidente da República, doou ovelho prédio, agora vazio, à Aea-demia Brasileira de Letras, enti-dade que, apesar de seus objetivosculturais, é uma instituição parti-cular, comodamente instalada ebem dotada financeiiamente. Sabe-

dores do fato, os estudantes, quehá muito se viam a braços comsérias dificuldades oriundas dafalta de espaço para as aulas, de-liberaram, em assembléia-geral,promovida pelo Diretório, ocnparo referido prédio, após sucessivo»apelos ao presidente da RepúbH-ca e, ao ministro da Educação, quefizeram ouvido mouco à reivindi-cação estudantil.

A grande razão

vasse esta verba e, sem que sejaresolvida a questão com as firmasempreiteiras, as obras do Mata-douro não podem ser liberadas eprosseguirias.Lenga-lenffa acidental?

Três anos depois da paralisaçãodas obras do Matadouro, em

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Aulas aoar livre

mm o apoio de professores, os alunos da Faculdade de Filosofia transporta-ram radèiras mesas e quadros-negros para o meto da rua, onde ouviramnumerosas aulas uM vez que o prédio da Faculdade nao dispõe das salasKentóvcls. Quando um choque da policia ali compareceu, uma bola uni-ver £ a ofertou ao seu coma xhnte um dos buquês de flores que seVUbU encontram sobre a mesa...

Os acontecimentos que envolve-ram os estudantes da F.N.F. nãoconstitui um fato isolado. Ontemeram os estudantes de, Goiás querealizavam uma greve de 15 dias,i>m luta pela criação da Universi-riad<> Federal do Estado. Depoiseclodiu a luta do Mackenzie, emS. Paulo, cujos alunos, em memo-rável greve de 70 dias, erigiam aautonomia financeira e administra-tiva da Universidade. Por fim, agreve dos universitários baianos,finalmente vitoriosa, objetivandomelhores condições de ensino.Cresce assim em todo o país a ondade revolta contra uma Univcrsida-de, que hoje constitui, pela sua es-trutura e falta de recursos, fatorde atraso cultural * entrave aonosso desenvolvimento. A crise dauniversidade brasileira é a granderazão, a razão mais profunda demovimentos como esse em que s«empenham, atualmente, os acadê-micos de filosofia.

Uma idéiatoma corpo

A medida em nue as organiza-ções estudantis, a exemplo do Di-retório da Faculdade Nacional deFilosofia, procuram dar soluçõespráticas imediatas às necessidadesmais urgentes que afligem os di-f crentes setores estudantis dopaís, ganha corpo, entre os estu-dantes, a idéia de que é precisoromper com a estrutura arcaicada universidade brasileira, a fimde torná-la um instrumento útil àsnecessidades do país e, do povobrasileiro. A realização de um se-minário pela reforma e democra-tização do ensino no Brasil desti-nado a estudar a atual estruturada universidade brasileira, o en-sino nela ministrado e as condiçõesde vida e de trabalho dos estudan-tes, é uma idéia que já é esposa-lapor diferentes líderes estudantis epoderá, em breve, transformar e,em realidade.

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NOVOS RU— Rio de Janeiro, semana de 4 a 10 de novembro de 1960

TCHECOSLOVÁQUIA, III PLANO QÜINQÜENAL

Indústria Seis Vezes MaiorQue Antes da Segunda Guerra

ora 5 —

No próximo l.« de janeiro a Tche-coslováquia entrará no período do IIIPlano Qüinqüenal de desenvolvimentoda economia nacional.

Durante os 15 anos do pós-guer-ra, a Tchecoslováquia conseguiu incre-mentar todos os seus ramos econômi-cos em medida inédita. Os resultadosmais relevantes foram obtidos, princi-palmente, no setor mais importante da

ktjAJíjpnomiá, a indústria. A produção in-dustrial participa com aproximadamen-te 67% na formação da renda nacio-nal, classificando a República Socialis-ta Tchecoslovaca entre os países indus-triais mais avançados do mundo. O ní-vel atual de sua indústria é quase 14vezes superior ao de antes da guerra.

de açúcar, etc. Estas cifras surpreen-dem precisamente porque a Tchecoslo-váquia, com menos de 14 milhões dehabitantes e com sua produção de ar-tigos industriais básicos por habitante,se classificará em 1965 entre os Esta-dos mais avançados do mundo. (Aço,754 kg por habitante; cimento, 622kg; carvão 5.398 kg; eltericidade2.774 kWh.).

Mecanizaçãoda agricultura

ProsperidadeA demonstração mais significativa

da prosperidade da Tchecoslováquia nopós-guerra é o aumento de sua rendanacional, que hoje é 2,2 vezes maiordo que a de antes da guerra. Este fo-mento da renda nacional se manifes-tou plenamente num crescimento multi.lateral do nível de vida de toda a po-pulação. Inclusive as pessoas dos pai-ses mais adiantados que visitam a Tche-coslováquia reconhecem expressivamen-te a realidade de uma ampliação doconsumo por habitantes, do ensino e daassistência médica gratuita e de todosos outros fatores que compõem o nívelde vida dos cidadãos. Em particular,chama-lhes a atenção o fato de que,como uma conseqüência natural do de-senvolvimento incessante da economia,tenha lugar uma elevação do nível devida de lôda a população urbana erural.

O aumento do bem-estar social éa idéia diretriz do terceiro qüinqüêniotchecoslovaco (1961.1965). Para estepbjetivo se orientará toda a atividadeeconômica e o desenvolvimento propor-cional do todos os ramos da economia.

Seis vezes maisAs inversões de capitais, que du-

rante o qüinqüênio alcançarão a so-ma de 322 bilhões de coroas, visarão acontinuar reforçando o papel dirigen-te da indústria e, sobretudo, dos ra-mos pesados. O volume total da pro-dução industrial se elevará em cercade 56%, o que significa que a indús-tria continuará seu elevado ritmo dedesenvolvimento e que, em 1965, aTchecoslováquia produzirá, aproxima-damenfe, seis vezes mais do que antesda guerra, quando já era um país in-dustrial relativamente avançado.

Será principalmente acentuado odesenvolvimento dos ramos-chave daindútria : maquinaria e química. A novatécnica e a automatização dos proces-sos de produção desempenharão umpapel decisivo, não somente na indús-tria, como também em tdoos os outrossetores da economia. Por exemplo, emfins do terceiro plano qüinqüenal, co-meçarão a trabalhar nas centrais elé-tricas tchecoslovacas turbinas de pro-dução nacional de 200 MW.

No fim do terceiro qüinqüênio, aTchecoslováquia atingirá a produção de10.600.000 toneladas anuais de aço;de 39 bilhões de kWh de eletricidadepor ano; 101.600.000 toneladas de li-nhito e carvão de pedra; 8.700.000 to-neladas de cimento; 104.500.000 pa-res de calçados; 1.200.000 toneladas

Na agricultura, onde quase 90%das terras aráveis já são administradospor cooperativas únicas e granjas es-tatais, trata-se, acima de tudo, de ele-var a produção em cerca de 22% a23%. Entretanto, já hoje se desenvol-ve no campo tchecoslovaco um movi-mento pelo cumprimento das tarefas doterceiro qüinqüênio em fins de 1964.A ulterior mecanização dos trabalhospesados e a utilização intensiva dosadubos artificiais ajudará os campone-ses a cumpri-las. Por exemplo, em 1965,haverá um trate para cada 33 ha. deterra arável, e ¦ a segadeira-trilhadei-ra para cada 1-.9 ha. de cereais, etc.O consumo de adubos industriais porha. crescerá até 133,5 kg. de substân-cias puras, sendo quase duas vezesmais em comparação com o ano cor-rente.

Relações internacionaisO comércio exterior contribuirá

significativamente para o fomento daeconomia tchecoslovaca. A RepúblicaSocialista da Tchecoslováquia se esfor-cará para continuar estendendo e apro-fundando suas relações econômicas in-ternacionais. O comércio com Os pai-ses socialistas alcançará em 1965 apro-ximadamente três quartos do total docomércio tchecoslovaco. Não obstante,a Tchecoslováquia se esforçará paracontinuar aumentando o intercâmbiocomrecial com os outros países. Inten-sificará, particularmente, a colaboraçãocom os países economicamente subde-senvolvidos. A capacidade de Impor-tação e exportação da Tchecoslováquiase elevará consideravelmente durante oterceiro qüinqüênio.

Em seu conjunto, o desenvolvimen-to econômico global reflete um incre-mento planificado da renda nacional emmais de 42%. Isto possibilitará conti-nuar estendendo as conquistas, em to-dos os aspectos, do nível de vida dapopulação. À base do crescimentosubstancial dos salários e da rebaixados preços aumentará o consumo dapopulação pelo menos em 30%. Serámelhorado o serviço sanitário, o ensinoe os outros aspectos considerados comode consumo socicl. A jornada de tra-balho será reduzida a 42 e 40 horasde trabalho por semana. A populaçãoreceberá 482.000 modernos e confor-táveis apartamentos.

JAN CERNY

deias, o que a coloca em quinto lugar nomundo, nesse terreno, e que, ao mes-mo tempo, contribui para elevar subs-tancialmente o número de receptoresde rádio e televisão, mesmo nos povoa-dos mais longínquos. Não menos im-portância tem o fato de que a partirde 1.9 de setembro de 1960 todas ascrianças tchecoslovacas rereberão gra-tuitamente os livros e materiais esco-lares.

O trabalho cultural durante o ter-ceiro qüinqüênio consistirá em criar ascondições para um desenvolvimentoharmônico do. homem, para o incre-mento de suas capacidades e de seusinteresses. Em 1961, será concluída aconversão da escola primária de 8 anospara 9. Durante o terceiro qüinqüênioserão criadas as condições para que,até 1970, a maioria da juventude pos-sa receber o ensino médio completo.Até 1965 serão construídas centenasde novas escolas para um número totalde 707.000 alunos. A edificação denovas universidades com uma capacida-de para cerca de 11.000 alunos refor-cará ainda mais o lugar de vanguardaque a Tchecoslováquia ocupa entre osEstados mais adiantados no que se re-fere ao número de estudantes em com-paração com o número de habitantes.Além das escolas serão construídos no-vos teatros, estações de rádio e tele-visão, casas de cultura, salas de cine-ma, etc. A construção planificada deuma extensa rede de estabelecimentosculturais contribuirá grandemente paralevar a cultura a toda a população.

Com o cumprimento das tarefas doterceiro qüinqüênio, a Tchecoslováquianão somente quer realizar um incremen-to de sua economia e continuar molho-rando as condições de vida de seu ei-dadão, como igualmente contribuir parao desenvolvimento pacífico em todo omundo e para uma colaboração ativaentre as nações.

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B^WÊÊÊmnmmWmWmM H EjJI BÍA Tchecoslováquia, já antes da segunda suerra mundial, ora um pai, intlus-trialmente desenvolvido. Após a instauração do poder da classe operária, essedesenvolvimento foi bastante acentuado c, em 1965, com o cumprimento dosplanos do III Plano Qüinqüenal, a Tcheeoslváquia verá sua produção indus-trial aumentada seis vezes.

Potênciaindustrial

A BRAÇOS COM TERRÍVEL CRISE ECONÔMICA ^ a

Venezuelanos Querem Libertar-sedo Capital Monopolista Ianque

Livros de graçaO desenvolvimento da cultura em

toda a sua amplitude se converteránuma parte inseparável do crescimentodo nível de vida dos cidadãos. O de-senvolvimento econômico criará paraeles todas as condições materiais.Como exemplo, diremos que já no anode 1960 foi terminada na Tchecoslo-váquia a eletrificação de todas as ai-

A Venezuela atravessa nesses mo-mentos uma crise econômica que agra-va os males já crônicos de nossa es-trutura econômica e que é uma seqüelada exploração • dominação do paíspelo capital monopolista norte-ameri-cano, diretamente e através da políticaeconômica seguida pela ditadura pe-rez-jimenlsta.

Consideramos que não se podepensar em sair verdadeiramente destacrise através de uma simples recupera-ção que comporte o retorno aos níveise modalidades de atividades típicas daditadura, conservando intacta a estru-tura mediatizada pelo parasitismo e osprivilégios que ganhara para setoresminoritários, diante da instabilidade, dadependência e do estancamento daprodução nacional e do empobrecimen-to, do desemprego e da fome para asgrandes massas trabalhadoras.

E' indispensável, a nosso ver, pro-

ceder a uma reestruturação econômicaque tenha como objetivo central aumen-tar a produção nacional independentede bens materiais por habitantes e me-lhorar sua distribuição.

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asIsto significa obter as seguintes

metas parciais:a) aumentar a participação do

ingresso nacional dentro do produtoterritorial bruto. Em outras palavras,Irata-se de diminuir as remessas de lu-cros, dividendos, fretes, depósitos ban-cários, etc, para o exterior;

b) melhorar a distribuição da ren-da entre os setores produtivos e impro-dutivos da economia, o que pode serconseguido com o aumento da parti-cipação da indústria nacional e da agri-cultura em relação ao comércio e aosserviços, aumento das inversões esta-tais na indústria de base em detrimen-to dos gastos burocráticos, fortaleci-mento do setor estatal contra os mono-pólios, aumento da participação dostrabalhadores na renda nacional e aconsecução da progressiva independên-cia econômica do país, tanto no queso refere aos moios de produção, ma-térias-primas e meios de financiamen-to, como aos meios d3 subsistência, atéque se consiga a auio-suficié.icia quan-to aos produtos fundamentais.

>air do marasmo

Lnanca.3

tem tudo

O mundo socialista e „ muriclo da criança. Todos os cuidados são dispensadosaos jovens para que eles se possam formar, preparar-se bem para o futuro,O ensino „a Tchecoslováquia é todo feito à base da ligação ,1a teoria com ,pratica. Na foto, jovens pmnciros fazem uma visita à fabrica CKD Sokolovo,para ver como se trabalha.

A realização destas metas equiva-leria a atingir os dois requisitos básicospara que a Venezuela saia do maras-mo econômico em que so encontra, asaber, 1) aumentar o excedente capi-talizável na economia nacional inde-pendsnte, e 2) investir produtivamenteêr.te excedente. Para isso, é necessáriodiminuir o tributo pago pela economiavenezuelanas às econenvas estrnngci-ras, e que hoje atinge metade do ex-cedente nacional bruto; diminuir o con-sumo improdutivo da renda nacional,aljalmonte observado nas importaçõessuntuárias, nas despesas militares, naespeculação imobiliária o no desperdí-cio econômico; o aumentar o aproveita-mento dos recursos, principalmente damão-do-obra agropecuária e das insta-laçóes e recursos petrolíferos, mineraise da construção.

Partimos da idéia de que dispo-mos dos recursos necessários para acci-bar com a estagnação e julgamos indis-pcnsável, para atingir um desenvolvi-mento econômico independente, um me-lhor aproveitamento para o país do pe-tróleo e do ferro, que devem consti-

tuir o recurso básico para o desenvol-vimento do pais, diante do qual os cm-préstimos externos se colocam comoelemento secundário.

MedidasPara atingir estes objetivos, pro-

pomos as seguintes medidas:1) Denúncia do tratado comercial

com os EUA, como medida inicial paraatingir a soberania alfandegária dopaís, aliada ao aumento das tarifaspara importações desnecessárias e à li-mitação às empresas nacionais do di-reito do importar, em navios venezue-lanos.

2) Proibição dos depósitos embancos estrangeiros.

3) Cumprimento rigoroso das dis-posições sobre as taxas cambiais dife-renciais e da obrigatoriedade para asempresas petrolíferas de depositar to-dos os seus rendimentos no Banco Cen-tial e em divisa estrangeira, e não emdivisa nacional.

4) Aumento pata 75% da peirti-cipação da Venezuela nos ingressos li-quidos do petróleo e fixação de umpreço minimo para o óleo cru produ-zido hvando em conta também a qua-lidade, e não só o poso.

5) Correção do prero do minériodo ferro, artificialmente declarado pe-Ias empresas num nívfl que é a meta-de do preço real.

6) Modificação da Lri do Minasa fim de aumentar os impostos d<* ex-ploração e outros pary as omorêsas ex-ploradoras do minério de feiro, queforam os únicos contribuintes não afe-tndos pela recente modifkaccio da Leide Imposto de Ronda.

71 Realização da primeira etapado plano de reforma agrária já clabo-rado, com a entrega do terras a 350mil famílias camponesas, o fornetimen-to c!<» crédito exclusivamente aos campo-(leses necessitados.

8) Aprovação imediata da lei doinquilinato.

9) Repressão do ctédüo usurárioe reorientação do crédito pata fins pro-dutivos, mediante a criação do BancoCentral e a reforma do aparelho ban-cario existente.

10) Expropriação dos bens dospartidários do ex-ditador Perez Jimenezo aprovação do projeto cie Lei sobreo Enriquecimento Ilícito.

111 Medidas urgentes contra o de-semprêgo e pela estabilidade no tra-balho. Fixação de níveis mínimo deemprego para as grandes empresas im-perialisfas. Obias de melhoramento dos

bairros. Construção de estradas comu-nais com a maquinaria inativa.

12) Impulso urgente à siderurgiac à petroquímica e ao plano ferrovia-rio. Exclusão do Conselho Nacional deEnergia dos representantes dos mono-pólios petrolíferos. Repúdio a tôda in-gerência dos monopólios petrolíferosinternacionais na empresa petrolíferanacional.

13) Funcionamento ir lep?n:Anteda empresa petrolífera nacional. Con-servação do monopólio estatal das in-dústrias de base. Política de eletrifica-cão para a indústria nacional.

14) Repúdio a novos empréstimosestrangeiros. Independência em rela-ção a qualquer tutela do Fundo Mo-netário Internacional e do Banco Inter-nacional de Reconstrução e Desenvol-vimento.

15) Plano do construção de resi-dôncias para os operários e criação doBanco Hipotecário Nacional, com a uti-lização dos depósitos imobiliários.

16) Isenção de impostos para osleinvestimentos industriais e agropecuá-r.os das empresas nacionais.

17) Estabelecimento do impostopredial, de acordo com a Lei de Refor-ma Agrária.

18) Aumento dos impostos sõbr»a valorização dos imóveis e de outrosbons derivados cia especulação e doconsumo supérfluo.

19) Medidas enérgicas de confrô-Io e regulamentação dos artigos d*primeira necessidade. Aplicação da leicontra a agiotagem e a especulação.

20) Reduzir os gastos militares tburocráticos.

21) Ampliação do crédito oficiapara a indústria nacional.

22) Aumento das verbas paraEducação e Saúde.

BRASILSÉCULO \\Rui Facó

Uma interpretaçãomarxista da atualidadebrasileiraEditorial Vitória

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A FESTA de coroaçõo da «Rainha da

Primavera», promovida pelo Sin-

dicato dos Trabalhadores nas Indústrias

Químicas e Farmacêuticas de São Paulo,

nos amplos salões do Sindicato dos Me-

lalúrgieos, constituiu um belo aconteci-mento social na vida daqueles que são

os artífices do progresso. Depois de uma

campanha eleitoral renhida sagrou-secRainha da Primavera» a encantadorasita. Maria Julia Santos com 23.529

sufrágios con»r0 23,500 votos atribuí-dns ò srta. lolanda de Oliveira Leite e4 800 depositados nas urnas para Ju-

liftn da Silva Guedes e milhares do ou-

tios pronunciamentos para mais nove

candidatas.

Solenidade

Com a moso çnnslituidn com a

pv-s^nça do Adoko do Almoida, presi-H*nli do Sindicato dos Trabalhadores

nas industrias Químicas e Farmacêuticas,

Manoel Montanhani, tesoureiro do Sin-

dicato e presidente da solenidade, Athos

Magalhães Ribeiro, representante do

Doiegado Regional do Trabalho, Gene-

ral Gentil Falcão, Profa. Maria Malvio-

ni, diretora da Escola «Lucila Dantas

Barreto Falcão», Severino Barbosa deSouza, representando o vereador Aure-lino Andrade, José Olímpio, ManuelMiguel da Silva, Fidelcino Queiroz, An-tônio Pereira da Mata, Gabriel AlvesViana, Agenor Pinheiro de Albuquer-

que, João Rosa, Júlio Ávila, PiedadeRusso, presidente do Departamento Fe-minino, Francisco Martins, Amélia doOliveira, Emilio Urbano, Maria Sallas eGeorge Cabral (representante de NO-VOS RUMOS) teve início a solenidadede coroaçõo da rainha e das duas prin-cosas eleitas. Os srs. Adolço de Almei-da, Manoel Montanhani, Manoel Mi-

guel da Silva, Alhos Magalhães Ribeiro,General Gentil Falcão e D. Maria Mal-vioni, usaram da palavra para enalte-cer os feitos dos trabalhadores e con-citá-los à união pelo seu bem-estar. Lo-

go em seguida ocorreu a coroaçõo dosjovens eleitas, sob os aplausos da nu-merosa assistência. Um baile que se pro-

longou às 3 horas da manhô" «Heenau

as festividades que se desenrolaram em

um clima saudável de ordem e bom

gosto,

Exposição

Simultaneamente, o DejMWMMMB

Feminino e a «Escola Lucila Palcaoi»,

sob a direção de um grupo de compe-

tentes mestras e colaboradores (D. Ma-

ria Malvioni, D. Rosa Okasian, D. Pie-

dade Russo, D. Francisco Martins, D.

Amélia de Oliveira, D, Maria Sallas e

outras) exibiu em um outro salão doSindicato dos Metalúrgicos uma sériede interessantíssimos trabalhos manuaise de corte e costura elaborados por mo-

ços de diversas indústrias químicas, tô-das elas alunas da «Escola Lucila Dan-tas Barreto Falcão» supervisionada pelaProfa. Maria Malvioni. Essa escola vemajudando às moças trabalhadoras, en-sinando-as atividades úteis, e possuebom instalados departamentos na sedecentral o nas sub-sodes de bairro (SãoMiguel Paulista o Santo Amaro) .

Chapa 1

Prestigiados pólos sócios do Sindi-cato o pela maioria da categoria, ostrabalhadores que integram a atual di-retoria do órgão de classe orgnizaramuma chapa que concorrerá às próximaseleições sindicais. Integram-na para adiretoria: Adelço do Almeida, Júlio Avi-Ia, José Ferreira da Silva, FidelcinoQueirós dos Santos, Manoel Montanha-ni, Gabriel Alves Viana, Floriano Fran-cisco Dozen e para suplentes: lida Mar-tins, Manoel Miguel da Silva, SebastiãoMartins, José Maiia Rodrigues de Oli-veira, Geraldo Faria, Geraldo Gomeso Augusto Lopas. Para o Conselho Fiscal:João Batista Rosa Júnior, Antônio Pe-roira da Mata e Eugênio José de Sou-ia. Suplentes do Conselho Fiscal: JoséBrandão de Souza, Waldemar Pedrosode Carvalho e João Paulo de Souza.Delegação Federativa: Floriano Francis-co Dezon, Agenor Pinheiro de Albu-

querque e Francisco Bezerra de Araújo.Suplentes da Delegação Federativa:Manoel Rodrigues Ferreira, João .Cia-ciare e Francisco Saramelli

SINDICATO DOS QUÍMICOS DE SAO PAULO FESTEJA PRIMAVERA* íinha,

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0 primeiro planofala por si

Com o primavera nos lábios, Maria Julia Santos, a rainha eleita pelos químicosde São Paulo, proporcionou a foto que diz por que ela foi eleita. O sorriso

também é o prenuncio de um ano de novas e grandes vitórias para a entidade

que congrega os químicos da terra bandeirante.

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A mesa viue aplaudiu

Aspecto parcial da mesa que presidiu os trabalhos. Da direita para a esquerda»

general Gentil Falcão, sr. Adelço de Almeida (presidente do Sindicato), sr.Manoel Miguel da Silva, delegado de empresa, sr, Manoel Montanhani sr. AthosRibeiro, representante do Delegado do Trabalho, srta. Piedade Russo, Presidentedo Deportomento Feminino e sr. George Cabral, representante de NOVOS RUMOS.

Sao químicas mas

também mulheres

O Departamento Feminino do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Química

do São Poulo, organizou, por ocasião dos festejos de coroaçõo da rainha da

entidade, interessante exposição de costuras e bordados e trabalhos manuais

executados por operárias sócias da entidade.

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0 clímax da festa:

a coroacao

O representante do Delegado do Trabalho, sr. Athos Magalhães Ribeiro, corou

a «Rainha da Primavera», srta. Maria Julia Santos, sob o olhar da srta. Pie-

daria Russo (ao microfone) e das gentis princesas lolunda de Oliveira Leite e

Julieta da Silva Guedes,

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