WoD a Caçada - Conto

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A Caada

A Caada

Autor: Tiago Jos Galvo Moreira

Editor: Luciano Santos [And_O_Gangrel]

http://andbecker.multiply.com

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Prlogo

Passei a noite procurando por informaes frente ao meu pc, navegando pela rede... Voc se surpreenderia se visse quanta informao sobre seres sobrenaturais encontra-se nas pginas da web...

Capitulo 1

Para: [email protected]

De: Daredevil71

Assunto: Algo muito estranho aconteceu...

Descobri esta lista de discusso apenas recentemente. uma pena que eu no tenha ouvido falar nela antes. S pude descobri-la atravs de um recm conhecido que participa dela. Ele conhecido como Punisher324, se no me engano. Eu o conheci h apenas dois dias, quando ambos acabamos nos encontrando enquanto tentvamos achar uma criatura que aparentemente estava raptando crianas de um orfanato.

Vejam bem, no tenho tido muita paz desde que as vozes comearam na minha cabea, e isso j faz dois meses. J me acostumei. Perdi namorada, mal vejo os amigos e no falo com nenhum familiar h muito tempo. Tive que me isolar. Apesar de tudo, me sinto mais vivo do que nunca, como se sempre faltasse isso em mim, e estou gostando. Gostando de saber que estou livrando o mundo de caras maus, dessas "criaturas" estranhas.

Mas vamos falar de algo srio que tem me deixado preocupado na ltima semana. H algum tempo, descobri que muitas desses criaturas costumam freqentar clubes, boates e bares noite na cidade. No para menos: h sempre vtimas inocentes a serem pegas nesses lugares, sempre uma garota ou um rapaz disposto a arriscar a vida por um pouco de bebida, dana e sexo. So alvos fceis, ainda mais que muitas das criaturas tm uma beleza acima do normal.

Por isso, todo fim de semana, eu vou a um desses "campos de caa." Naquela sexta-feira no foi diferente. Peguei as armas que eu havia arrumado no mercado negro, uma pistola Glock 9mm e uma espingarda Ithaca Calibre 12 e as deixei no carro. Tive o cuidado de s mexer nas armas com luvas, afinal, ainda pode vir o dia em que precisarei me livrar delas. Entrei na boate desarmado mesmo, afinal, aquela fase era apenas para reconhecimento, e fui logo ligando a Viso.

Eu odeio boates. Odeio estar no meio daquele monte de gente pulando e te empurrando, com aquele som maldito de pancada se repetindo no ouvido, mas pela caada aquilo valia a pena. Caminhei at o bar e pedi um creme, e fiquei observando as pessoas. Parecia que aquela sexta-feira ia ser muito tranqila. Eu j estava l h quase uma hora, quando as vozes vieram.

E como sempre... os que parecem mais inofensivos so os mais perigosos. Um rapaz jovem, talvez com pouco mais de 21 anos, estava entrando. Usava culos e tinha cabelos loiros. As vozes diziam "Cuidado! Ele um!", e continuavam a repetir isso, os sons da boate ecoando distantes e tudo parecendo escuro, menos aquele homem, que se destacava na minha vista. Aps a leve tonteira, fiquei observando-o por alguns instantes.

Ele no parecia interessado nas pessoas danando, ou em nenhuma garota disponvel. Ao invs disso, caminhou at o balco, logo ao meu lado. Por um instante, fiquei com medo. Ser que ele sabia sobre mim? Mas ele nem havia me notado. Apenas chamou o barman de lado e falou algo que no pude escutar direito. Algo sobre os documentos de algum.

O barman pegou algo do bolso, um pedao de papel e entregou ao rapaz, que saiu, logo em seguida. Fui atrs, com cuidado para que ele no me percebesse. Talvez por sorte minha ou no, ele no tinha carro, e saiu caminhando rua abaixo, calmamente. Corri at meu carro, pus as luvas e o sobretudo, e ento peguei as armas. O mais rpido possvel, corri atrs dele, at v-lo novamente. A poucas quadras da boate h uma praa, e era para l que ele se dirigia. Sem perde-lo de vista, fui seguindo pela sombra. Ele estava despreocupado, at assobiava enquanto caminhava pela rua escura.

Parei e fiquei observando. A praa era bem iluminada e tinha algumas pessoas numa pequena lanchonete em frente a ela. Um casal de namorados estava se beijando num banco isolado. O rapaz caminhou at perto de umas rvores, longe das pessoas, e ficou esperando. Da esquina, fiquei observando, esperando para ver o que aconteceria. Foi quando ouvi uma voz atrs de mim: "Espero que j esteja satisfeito." As vozes vieram na minha cabea de novo, repetindo para ter cuidado, que era uma armadilha.

Me virei de repente, sacando a espingarda e apontando para a pessoa. Era uma mulher muito bonita, de cabelos negros e pele alva, ela se assustou com a arma, recuou um passo e faz sinal com a mo para mim no atirar, pedindo calma. As vozes diziam que ela era um deles, eu fiquei tonto de repente por causa das vozes. Foi quando ela tentou me atacar.

Mas eu fui mais rpido, e atirei. O tiro a pegou em cheio no peito, arremessando-a vrios metros para trs.

Eu fiquei desesperado! Um tiro perto de tanta gente! A polcia logo viria! Me aproximei da mulher, apontando a espingarda para a cabea dela. Para minha surpresa, ela ainda estava viva, tentando falar, me convencer para no atirar.

"Monstros como vocs no merecem viver!" Foi isso que eu disse, se me lembro bem. Ela tentava em vo me dissuadir. Eu no podia mais perder tempo, ento resolvi puxar logo o gatilho e sair correndo dali. Foi quando algo bateu violentamente contra meu brao, quebrando-o e me fazendo largar a arma. O que tinha me atingido... era como um disparo de fogo! Chamas azuis! Mas no queimaram, mas sim causaram um impacto to forte que quebrou meu brao e rachou a parede do edifcio atrs de mim!

Gritei de dor, recuei, olhei para o lado e vi o rapaz loiro, apontando a mo, e pequenas chamas azuladas queimavam em sua mo, mas sem feri-lo. Com o outro brao, puxei a pistola, e ele se aproximava. Ele disse: "Muito bem, verme desgraado! Voc pode atacar uma mulher indefesa, mas quero ver como se sai sem arma!"

Eu atirei e o atingi no ombro, mas ao invs de recuar, ele se moveu to rpido que mal pude acompanhar. Fui atingido em cheio no queixo. Minha mandbula se deslocou e eu cai no cho, batendo violentamente a cabea. Cado, naquele momento, lutando para no desmaiar, vi a mulher se levantar, ainda muito ferida. O rapaz se aproximava, e ela o segurou. Eu no ouvia nada, e apenas apaguei em seguida.

Agora vem a parte mais estranha. Quando acordei, estava no meu carro, em outro bairro. Minhas armas estavam ao meu lado, e meu brao e minha mandbula estavam totalmente curados. Afinal, o que aconteceu?

Eu estou muito preocupado. Por que no me mataram? Eles me curaram? Por qu? Ser que esto me vigiando desde ento? Afinal, o que diabos aqueles dois eram? Algum de vocs j encontrou antes um ser que use chamas azuis como armas? Por favor, se algum souber a resposta, me diga! J sa de casa, deixei meu carro para trs e estou escondido com Punisher324. Espero que eles tenham perdido meu rastro, ou ns dois estaremos em apuros.

Capitulo 2

Para: [email protected]

De: Punisher324

Assunto: Que tipo de gente rouba rgos de crianas?

Saudaes a todos. Acho que todos j me conhecem, o velho Punisher324 na rea. Acho que todos j conhecem meu novo parceiro, que escreveu h alguns dias, o Daredevil71. Bem, ele tambm me contou o encontro dele com os tais sujeitos estranhos. Ainda no temos a menor idia de que tipo de ser era aquele que ele encontrou, mas no sobre isso que vim falar.

Tem coisa pesada acontecendo aqui. Coisa grossa mesmo, que foi suficiente para me fazer passar mal. H cinco dias, eu e Daredevil71 nos encontramos enquanto investigvamos algo sobre desaparecimento de crianas de orfanatos. Ele era advogado e parecia interessado no caso. Eu, bem, eu sou assistente social e, por coincidncia, trabalhava num dos orfanatos onde uma criana tinha desaparecido. Acontece que ela desapareceu de dentro do quarto onde ela e outra criana ficavam, durante a noite, com o local todo trancado. A polcia vinha fazendo perguntas sem parar, e a nica pista era a outra criana.

Adivinhem o que aconteceu? O menino, a nica testemunha, relatou que viu um homem abrindo a porta e pegando seu amigo. O homem se vestia todo de preto, tinha cabelo comprido e olhos brilhantes. O garoto disse que viu porque acordou enquanto ele estava saindo, e ficava repetindo que aquele homem era mal, que era o bicho-papo e coisas assim. No havia muito mais alm do testemunho: no tinha sinais de arrombamento, no havia impresses digitais, nada. E obviamente, para a polcia, bicho-papo no existe.

Mas ns no somos a polcia. Ns sabemos que monstros existem.

A princpio eu no sabia que Daredevil71 era um Caador como ns, mas me interessou saber porque um advogado estava interessado nesse desaparecimento. Quando ele me disse algo sobre acreditar em monstros, eu mostrei a Palavra a ele, um dos smbolos. E ele reconheceu. Desde ento, viramos parceiros.

Naquela mesma noite, ns fomos ao orfanato. Como eu trabalhava l, tivemos acesso a ele. Ainda era antes das 22:00, ento no era estranho ns estarmos l. Eu apenas disse que Daredevil71 era um amigo e que logo amos sair, que eu apenas estava preocupado com as crianas. Coisa fcil.

O nome do garoto que viu tudo era Mike. Bom, Mike nos contou que o bicho-papo que ele viu era assustador, que ele ficou na cama quieto tentando no chorar, que os olhos do monstro brilhavam no escuro e que seu amigo no resistiu nem gritou, s adormeceu nos braos do monstro. No era suficiente para sabermos com o que estvamos lidando.

Quando estvamos de sada do orfanato, Daredevil me disse que aquele no era um caso isolado, que ele j vinha acompanhando notcias h algumas semanas, desde um pouco antes dos Mensageiros aparecerem para ele. Ele me disse que, h mais de dois meses, duas crianas tinham desaparecido por semana, mas aquela foi a primeira vez que ocorreu num orfanato. Ele disse que at a polcia acreditava que havia ligao entre os sumios, quase todos de crianas de famlias pobres.

Mas isso faz cinco dias, e o foi ontem que aconteceu o mais importante. Eu e Daredevil71 (temos morado juntos, porque ele anda paranico, dizendo que est sendo vigiado pelos caras que quase o mataram) vimos no jornal que a polcia descobriu em um aougue da cidade restos humanos... crianas humanas.

Aparentemente, a polcia descobriu o local graas a uma denncia annima. O aougue foi interditado e encontraram restos de crianas, mas sem os rgos.

Que tipo de monstro mata crianas e rouba seus rgos? E para qu? Se fossem humanos, eu imaginaria que era trfico de rgos, mas... Um monstro?

Eu e Daredevil resolvemos ir juntos ao local. Obviamente, havia policiais na porta, e as famosas faixas vermelhas dizendo "Linha de polcia - no atravesse." Isso barrou nossa entrada. Podemos enfrentar monstros, mas no a polcia! Portanto, nada pudemos fazer. Como quem no quer nada, pedimos ao policial informaes, mas ele no sabia nada que o jornal no tinha dito. Voltamos para casa, e ele fez umas pesquisas.

Sendo advogado, Daredevil sabe onde conseguir o que quer. Ele descobriu o seguinte: o aougue foi comprado h cerca de trs meses por um grupo alimentcio chamado Young & Smith Inc. Estranhamente, o local parou o comrcio poucos dias aps a compra, mas os empregados no foram despedidos. A maioria foi transferida para um outro aougue, e apenas uns trs foram mantidos trabalhando neste, e receberam um novo patro. O engraado que, apesar de ter gente trabalhando nele, no havia mais carne... digo, sem incluir a infantil.

Algum sabe mais sobre essa Young & Smith Inc.? Assim que eu terminar este e-mail, eu e Daredevil vamos sair para visitar um dos empregados remanescentes do aougue. Por algum motivo, Daredevil imagina que esto envolvidos nisso tudo, talvez como escravos do monstro...

Se amanh no receberem mensagens minhas nem de Daredevil, porque as coisas saram tremendamente errado. Toram por ns.

Capitulo 3

Para: [email protected]

De: Daredevil71

Assunto: precisamos de informaes...

Saudaes a todos. Se algum ainda l nossas mensagens, deve saber que eu e Punisher324 estivemos sumidos por dois dias. Provavelmente acharam que tnhamos batido as botas, mas a coisa no foi bem assim. No que isso signifique que no passamos perto de morrer. Deparamos com algo que eu nunca tinha sequer ouvido falar em nenhum conto ou histria. Punisher est com o brao seriamente ferido e com um corte profundo no peito. Eu, felizmente, estou apenas com alguns hematomas e quase quebrei uma costela.

Pois bem, ns dois fomos procurar um dos empregados da Young & Smith Inc. que ainda estava trabalhando no aougue interditado. Soubemos que a polcia j havia procurado ele. Embora eu no tenha acesso aos dados confidenciais, aparentemente no tm nada contra o sujeito. Seu nome era Rudolph Blench, tinha 32 anos e era um sujeito aparentemente normal. Trabalhava com controle de qualidade, no tinha antecedentes criminais. Solteiro, mora sozinho num prdio de classe mdia. Consegui essas informaes facilmente. Ser advogado ajuda e muito.

Eu e Punisher ainda no tnhamos resolvido como agir naquela situao. Tanto eu como ele desconfivamos que talvez Rudolph fosse um monstro ou tivesse sido transformado num. Mas como chegar at ele? Entrar no prdio e, se necessrio, ataca-lo era invivel. Primeiro, porque a polcia chegaria rapidamente, talvez antes mesmo da luta terminar. Segundo, porque mesmo que pudssemos fugir ns teramos que passar pelo porteiro e outras testemunhas, e isso significa ser perseguido pela polcia. No conseguamos decidir o que fazer.

Ns concordamos em esperar por uma oportunidade. Paramos o carro de Punisher na frente do prdio anterior ao edifcio onde Rudolph morava. J tnhamos tratado de cobrir a placa do carro antes de sairmos, e agora pnhamos luvas e pegvamos as armas. Cada um possua uma pistola leve 17mm, mas alm disso eu trazia comigo minha espingarda Ithaca, enquanto Punisher tinha sua submetralhadora Ingram. Ficamos esperando por algum tempo.

Ok, no muito divertido esperar. Mas no esperamos muito, pois quando eram 22:00, o carro de Rudolph saiu. Ligamos o carro e comeamos a segui-lo, tomando cuidado para no sermos vistos. Prosseguimos por algum tempo, mas acho que ele desconfiou, acelerou e conseguiu nos despistar. Punisher estava ficando nervoso quando notei que o caminho que estvamos seguindo era para o aougue! Sugeri que fssemos at l averiguar...

Quando chegamos l, s vimos as faixas amarelas de "no ultrapasse" da polcia, e a fachada estava deserta, nem sinal de Rudolph. Demos a volta no quarteiro, porm, e para nossa surpresa o carro dele estava na rua de trs, estacionado na esquina com um beco. Descemos do carro, empunhamos nossas armas. Punisher colocou uma mscara que deixava apenas sua boca e olhos expostos, e me passou uma idntica, que tambm resolvi usar. Entramos no beco e caminhamos na escurido.

No fundo, bem no fundo do beco, encontramos uma porta, tambm com as faixas da polcia. Ela tinha o nome do aougue e o logo da Young & Smith Inc. Uma entrada dos fundos, usada para se desfazer do lixo, jogando-o nas caambas que ficam no beco. Mexi na maaneta e a porta se abriu, fazendo muito barulho... A maldita estava precisando de leo.

Entrei primeiro, a espingarda em mos e fui caminhando l dentro. Estava escuro. Droga, eu sabia que devamos ter trazido lanternas! Punisher vinha logo atrs, cobrindo minha retaguarda. Quando abri a prxima porta e comecei a adentrar o local, pude ouvir Punisher gritar "cuidado" mas j era tarde demais.

No sei como Punisher soube o que ia acontecer antes que acontecesse, mas sei que mal ele gritou, senti algo agarrar o cano da espingarda... e era algo muito, muito forte! Instintivamente puxei o gatilho e o claro momentneo do flash do disparo iluminou o local por tempo suficiente para que eu visse Rudolph agarrando com os dois braos a arma. Por estar ao meu lado, ele no foi atingido. Pior ainda, nem pude reagir quando puxou a arma e girou o corpo com tanta fora que me fez largar a arma e ser jogado contra a parede. Ca sentado no cho, meio tonto. Ele era muito forte.

Punisher entrou descarregando todo o pente da submetralhadora em Rudolph. No escuro, os disparos produziam flashes de luz que faziam a cena parecer quadro a quadro. Notei que Rudolph se feria e at mesmo sangrava, mas isso no o parou. Ele avanou contra Punisher. Estava escuro, mas acho que o monstro o golpeou usando a minha espingarda como porrete. Punisher caiu prximo a mim e gemia de dor. Pude ver os olhos de Rudolph nos encarar na escurido, brilhando levemente. Ele vinha na nossa direo. "Eu sabia que estava sendo seguido," ele repetia rindo.

A luz ento se acendeu. "Parados, todos vocs!" Dois policiais, armados com pistolas, entraram de repente no recinto. Deviam estar vigiando o aougue. Sentado junto parede, pude notar a aparncia de nosso oponente pela primeira vez. Ele era quase igual s fotos que vi... quase. Era baixo e um tanto gordo, estava vestindo terno e gravata... mas a face dele era cinza, cheia de bolhas, os olhos eram de um verde nauseante e no lugar de dentes ele tinha grandes presas afiadas, como a boca de um tubaro. Rudolph nos ignorou por um instante e se voltou para os dois policiais, disparando com a minha espingarda contra um deles. O tiro atingiu o pobre coitado na cabea, espalhando sangue por toda a parte.

O segundo policial chamou Rudolph de "desgraado" e disparou trs vezes. Rudolph foi atingido em cheio em todas elas, mas no parecia muito ferido. Antes que o policial disparasse um quarto tiro, Rudolph atirou novamente com a espingarda. O policial foi atingido no peito, caiu quase morto no cho, salvo apenas devido a seu colete contra balas. Rudolph riu, preparando o tiro de misericrdia.

Foi quando ouvi um grito de raiva. Punisher tinha se levantado, e avanou contra Rudolph. Com uma fora que nunca imaginei que ele poderia ter, ele golpeou o monstro com um soco na nuca. O golpe fez Rudolph perder a mira e errar o tiro contra o policial. Mais ainda, o golpe foi to poderoso que fez Rudolph largar a arma e cair no cho. Eu estava impressionado!

Com o monstro cado, Punisher sacou sua pistola e se preparava para atirar. Eu estava me levantando quando ouvi Punisher gritar de dor e largar a arma. Como um chicote cortante, a lngua de Rudolph se projetou contra o brao de meu companheiro. A ponta cortante e as bordas serrilhadas da lngua perfuraram o brao e, ao remover a lngua, abriu um rasgo feio no brao, praticamente inutilizando-o. Punisher mal se agentava em p devido dor e comeou a recuar lentamente. A lngua atacou de novo, mas Punisher jogou-se para traz, caindo no cho de forma a tentar escapar do ataque.

Infelizmente, ainda assim a lngua foi capaz de causar um corte no peito dele. Se ele no tivesse se jogado para traz, porm... acho que estaria morto. Rudolph comeou a se levantar, rindo. Ele estava ferido, dava para notar... mas no tanto quanto Punisher. Eu me pus entre ele e Punisher, empunhando minha pistola. Ele avanou contra mim e eu tive apenas tempo para gritar... e de repente, ele parou!!! Ele parecia surpreso, incapaz de avanar mais, tentava dar a volta mas no conseguia... ele apenas podia recuar! Apontei a arma para ele, mas nesta hora as vozes vieram na minha cabea. "Largue a arma! Use a espingarda!" Foi quando notei que a espingarda estava logo minha frente. Larguei a pistola imediatamente e fitei a espingarda cada.

Rudolph comeou a ficar nervoso. Ele disse que me mataria de qualquer jeito, mesmo sem precisar chegar at mim, e ento mostrou a lngua de quase 4 metros, serpenteando. Ele pretendia me golpear com ela... Mas ouvi um tiro! Usando sua pistola, o policial atirou nas costas de Rudolph. O monstro virou-se e cortou a garganta do pobre coitado com a lngua.

Me enchi de raiva naquele momento, aproveitei para abaixar-me e agarrar a espingarda. Naquele momento, as vozes vieram novamente. "No dispare! Use sua fora!" Empunhando a espingarda como se fosse um porrete, avancei contra Rudolph. No momento em que ele se virou para me atacar, a espingarda brilhou como se pegasse fogo. Eu gritei de raiva e golpeei sua cabea. A espingarda partiu-se no meio com aquele ataque e o crnio de Rudolph foi esmagado no ponto em que atingi. O monstro caiu no cho imediatamente, sem vida.

Bom, depois disso, peguei Punisher, que estava quase inconsciente, e o levei para o carro. A polcia provavelmente chegaria logo, ento rapidamente peguei uma garrafa de lcool que Punisher leva no carro, despejei o lquido nas manchas de sangue e pus fogo. Assim, a polcia no pode identificar o DNA de Punisher, devido ao sangue que ele perdeu. Depois, samos imediatamente de l.

Demorei a escrever porque passei esses dois dias cuidando de Punisher. No sei se o brao dele voltar a ficar bom. Eu j estou bem melhor, pelo menos... Bom, mas estou escrevendo no apenas para comentar nossa vitria... Tambm preciso de opinies. Talvez Rudolph fosse o responsvel pelos raptos de crianas... mas achamos que no. Achamos que ele foi apenas uma vtima, transformada em monstro pelo verdadeiro responsvel... Achamos que essa empresa, Young & Smith Inc., tem algo a ver com isso...

Ento, se puderem nos enviar qualquer relato que envolva essa empresa, ou se puderem me ajudar a identificar a criatura que enfrentamos, eu agradeceria muito. No consigo imaginar que tipo de coisa era aquela... Algum j se encontrou com algo assim antes? Ah! E mais uma coisa! Talvez eu esteja ficando paranico, mas eu tenho certeza que h mais por trs disso... Como posso ter certeza? Quando estava saindo daquele lugar com Punisher, podia jurar que algum estava nos observando do alto dos prdios...

Capitulo 4

Para: [email protected]

De: Daredevil71

Assunto: Eu os encontrei novamente

Ol a todos. Estou escrevendo mais uma vez porque eu reencontrei os dois monstros que tinha visto na boate. Se que algum se importa em ler minhas mensagens, sabe que eu tinha encontrado um homem e uma mulher h pouco mais de uma semana. O que me intriga neles o fato de, aps terem quase me matado, eu me vi totalmente curado e a salvo...

Mas vamos comear do princpio. Meu companheiro, Punisher, ainda est muito mal. Os ferimentos no peito foram leves, mas o brao dele est seriamente ferido depois da briga com Rudolph no aougue... talvez fique inutilizado para sempre. Pior que no podemos procurar um mdico, pois a polcia poderia fazer perguntas... Por isso, eu passei o dia tentando cuidar para melhorar o estado dele. Comprei uns remdios, cuidei da comida, etc.

Apesar de todo o trabalho tentando ajudar Punisher, consegui um tempo para me dedicar a estudar mais o nosso caso. Me dirigi biblioteca da cidade para conseguir mais notcias e informaes sobre os acontecimentos.

Fiquei estudando por quase trs horas... Apenas para recapitular: uma empresa chamada Young & Smith Inc., que trata de produtos alimentcios, compra um aougue que no vale nada, move os funcionrios para outro estabelecimento, mantendo apenas trs empregados no local, e d um novo chefe a eles, que vem de fora da cidade. Uma semana depois, comeam a sumir crianas, quase sempre rfs ou pobres. Por trs meses no h pistas dos raptores, at que uma denncia annima aponta o aougue, e a polcia descobre restos de crianas l... Eu e meu companheiro seguimos um dos trs empregados que restam no aougue, chamado Rudolph, e ele um monstro com cara de leproso e uma lngua cortante... Matamos Rudolph, mas Punisher saiu gravemente ferido.

At a eu j sabia de tudo... o problema que, no importava o quanto eu procurasse informaes, no achava nada que complementava... nada que ajudasse. Eu tenho os nomes dos dois empregados que restam, assim como do chefe deles... desconfio que sejam monstros. Mas qual a ligao da Young & Smith com tudo isso? Procurei informaes da Young & Smith e descobri que no passado ela foi acusada vrias vezes de lanar produtos com baixa qualidade ou mesmo com substncias proibidas no mercado. Apesar disso, ela incrivelmente bem-vista, sendo inclusive parte do Conglomerado Pentex, uma das corporaes mais famosas e respeitadas da Amrica...

At onde ser que os monstros esto controlando esta empresa?

Eu j estava devolvendo os jornais e revistas quando vi ela entrar. Uma mulher de cabelos negros, pele clara, sorridente. Era muito bonita, vestindo cala jeans, camiseta e jaqueta. A princpio eu apenas reparei na beleza, mas depois me dei conta que era ELA! A mulher daquele dia! Eu tinha atingido ela com minha espingarda, bem no peito, e agora ela estava l na minha frente! Fiquei observando, esperando que ela fizesse algo...

Ela passou por mim e se dirigiu ao balco do bibliotecrio. Acho que nem tinha reparado que eu estava l. O bibliotecrio a reconheceu e a chamou de Patrcia. Ela o cumprimentou e perguntou se ele tinha certos jornais. Para minha surpresa, ele apontou para mim, dizendo que eu os tinha pego. Ela queria as mesmas informaes que eu... mas por qu?

Ela se virou para mim e naquele momento me reconheceu. O sorriso no rosto demonstrou preocupao, talvez at medo... Naquele momento, eu invoquei a Viso, e as vozes confirmaram que era ela... eu podia ver um brilho dourado cerc-la, uma aura de poder... Mas apenas eu via, ningum mais podia notar. Olhei o bibliotecrio, mas felizmente ele era normal... Voltei a olha-la, tanto com dio como medo... ficamos encarando um ao outro por alguns segundos, at que ela falou...

"Escute," ela disse, "ser que podemos conversar?" Ela apontou para uma mesa vazia. No esperava essa atitude, pensei que ela iria me ameaar ou mesmo que no dissesse nada... No sei exatamente por qu, mas resolvi concordar. Ela pediu que eu pegasse os jornais e fosse com ela. Fiz o que ela pediu.

Sentamos... ela me olhou, comeando a conversa... "Desista dessa vida... uma hora voc vai morrer porque vai encontrar algum mais esperto que voc."

"Desistir? Escute aqui, criatura," respondi, me exaltando, "enquanto monstros como vocs estiverem ameaando pessoas comuns, eu e outros estaremos caando vocs."

Ela me olhou. "Veja o que aconteceu a seu amigo. Vocs tiveram sorte e ainda assim dois policiais morreram naquela noite. Nem mesmo sabem contra quem esto lutando. Eu pensei que depois daquela noite voc iria desistir disso, mesmo que fosse s para cuidar do seu companheiro. Uma pena que errei."

Naquele momento, eu gelei de medo. Eles estavam me vigiando! Eu sabia! Eles sabiam de tudo! "Vocs estavam me vigiando, no estavam? Ora, seus malditos!"

"Acalme-se," ela respondeu. "No vigiamos voc. Em primeiro lugar, quem voc acha que curou voc naquela noite? Voc ia morrer! Olhamos seus documentos sim, para sabermos com quem estvamos lidando, mas no ficamos vigiando voc. Acontece que, naquela noite no aougue, vimos voc e seu amigo se intrometerem. Seguimos vocs para saber como estavam depois."

"Claro... ento vocs so os bonzinhos," falei, obviamente irnico porque no acredito nessa histria de monstro bonzinho. Eles no esto do nosso lado, eu sei! Querem apenas nos usar! "Se voc to boazinha, porque no cura meu amigo?"

Ela balanou negativamente a cabea. "Porque no posso ficar me intrometendo na vida das pessoas assim. Eu curei voc naquela noite porque nosso encontro foi um erro. Voc no devia estar l e meu amigo no devia ter atacado voc. Se eu no o curasse, voc estaria morto no mnimo... ou se sobrevivesse teria que responder polcia, que o encontraria l... Eu iria arruinar sua vida se no o curasse. J seu amigo se feriu porque vocs tomaram uma deciso. No vou me envolver nisso, principalmente porque ele ir sobreviver. Alm disso, ele provavelmente no vai ao trabalho h dois dias... Pode ser despedido se de repente aparecer l curado e sem problemas. No quero me responsabilizar por isso."

Que demagogia! E no que a vaca ainda queria parecer boazinha? "Se voc TO boazinha assim, ento me diz porque est envolvida com o desaparecimento, morte e esquartejamento de crianas? Vamos, me diga!"

"Eu no tenho relao alguma com isso! Estamos tentando impedir que isso continue, isso sim! Quem voc acha que denunciou o aougue polcia? Hein?"

Aquilo me surpreendeu, se que era verdade... Bom, verdade ou no... talvez eu pudesse me aproveitar dela e de sua vontade de provar suas intenes... "Se querem parar com isso, ento cure meu amigo! Pelo menos faa o brao dele voltar a se mexer, mesmo que continue ferido!"

Ela pensou um pouco... ento me olhou. "Esta noite, o brao dele vai estar quase totalmente curado... quase totalmente. Quer dizer que o brao no vai ficar intil, mas ele ainda vai ter alguns ferimentos. Vou apenas suavizar as coisas. Mas me prometa que no vo mais se envolver com isso. Por favor."

"Eu prometo," eu disse... bvio que estava mentindo descaradamente. Vi os olhos dela brilharem por um instante... talvez estivesse tentando ver se eu falava a verdade... Se era isso mesmo, ento as Vozes impediram que ela lesse minha mente... Espero que sim, ou ela ia saber que eu estava mentindo.

Agora a parte mais interessante. Logo depois eu sa da biblioteca e deixei os jornais para ela ver... O resto do dia foi bem chato... no falei nada com Punisher sobre meu encontro com a mulher... alis, ele s descobriu porque est lendo eu escrever essa mensagem. Ele est inclusive reclamando porque no contei antes... mas olha a boa parte... meia-noite. Eu estava prestes a dormir quando ele acordou de repente e gritou. Corri para ver o que era. Ele disse que estava dormindo, mas sentiu uma presena e um toque suave em seu brao. Quando acordou, jurava ter visto um ser que desapareceu logo depois, sumindo no ar, e nem a Viso pde mais v-lo depois...

A mulher cumpriu sua parte. O brao de Punisher est melhor, com apenas um corte mais leve. O peito ainda est como antes. Mas estamos de volta ativa. A primeira coisa que faremos nos mudar para outro lugar. Depois, vamos nos re-equipar e pesquisar a respeito dos outros dois empregados do aougue e seu chefe... e tambm pretendo investigar sobre quem essa Patrcia... Portanto, a partir de agora a caada continua...

Capitulo 5

Para: [email protected]

De: Daredevil71

Assunto: Isso est se tornando insuportvel

Depois de trs dias sumidos, vocs devem estar se perguntando onde eu e Punisher estamos... Talvez vocs tenham imaginado que a tal Patrcia tinha nos trado e tentado nos matar. Bom, felizmente, no aconteceu nada de especial... Primeiro, nos mandamos do ap do Punisher... L estava perigoso demais, agora que a tal Patrcia sabia onde nos encontrar... Estamos numa penso vagabunda. Eu estou escrevendo num cyber-caf, escrevendo essa mensagem. Mas no se preocupe, desabilitei os cookies e mais tarde vou apagar o histrico para que as senhas e locais da Lista no possam ser encontrados por ningum.

Bom, nesses trs dias muita coisa aconteceu... ns nos re-equipamos com balas e armas... Um pequeno arsenal de pistolas, submetralhadoras e espingardas, que custou uma nota preta. Eu andei pesquisando e consegui os nomes dos dois empregados do aougue. Seus nomes so Maria SanAntonio, uma imigrante, e Hall Sturms. Adivinhe: como Rudolph, o nosso monstro que matamos, os dois vivem sozinhos. Eu pesquisei um pouco, e todos os trs trabalhavam no aougue h anos, Rudolph e Maria j foram casados, todos pareciam normais... Se isso verdade, talvez eles tenham se tornado monstros... Mas o que os transformou?

Seja l como for, anteontem apareceu mais uma criana desaparecida... diferente das outras, foi encontrada morta no local, sem corao. A polcia no tem pistas do responsvel, mas eu acho que isso significa que, como o local onde deixavam os corpos foi descoberto, os monstros no ligam mais em oculta-los... Com isso, temos a 10a. criana morta nos ltimos dois meses. Fico imaginando o porqu dessa barbrie. Eu e Punisher, apesar das discusses que temos tido por eu ter revelado onde ele morava tal Patrcia, resolvemos que era hora de investigar os dois ltimos empregados do aougue e, se fossem monstros, mata-los imediatamente.Na tarde de ontem, segui a tal Maria. Como o aougue est interditado, ela no saiu para trabalhar. Foi fcil vigiar a casa dela nos subrbios, esperando que ela sasse. Era uma mulher de uns 40 anos, cabelos escuros, no muito bonita. Estranho, ela parecia muito bonita nas fotos mais antigas... mas agora tinha a pele enrugada, olhos fundos, parecia muito estressada. Eu a vi quando ela saiu para comprar algo na padaria, usei a Viso nela, e foi como o esperado... Assim que a olhei, notei dentes como os de tubaro e dedos compridos e magros... as vozes vieram, revelando "ela um deles." Obviamente, eu no podia fazer nada ainda. Eram cerca de quatro da tarde, tinha at crianas brincando na rua... Mas fiquei por l... e tenho a ligeira impresso que Maria me percebeu quando voltava para casa... Agora sei que ela realmente tinha me percebido, mas na hora no me preocupei.

Punisher e eu decidimos que aquela noite seria a vez de Maria morrer. De novo, me armei com a pistola e a espingarda. Resolvi levar uma faca tambm, apenas por precauo. Punisher, apesar do brao ainda meio ferido, armou-se no com uma, mas duas submetralhadoras Uzi... e levou uma pistola para emergncia... Colocamos nossas roupas escuras, luvas e mscaras, removemos a placa do carro. Teramos que lutar em um subrbio calmo afinal de contas, e a chance de ouvirem tiros e haverem testemunhas seria alta.Chegamos casa dela... eram cerca de meia-noite. Paramos na porta e descemos. Punisher tomou a frente e arrombou a porta do local. Naquele mesmo instante, ouvimos o som de motor e um grande estrondo. Um furgo preto arrebentou a porta da garagem, saindo em disparada. Droga! A tal Maria realmente tinha me visto e estava querendo fugir! Corremos at nosso carro o mais rpido possvel, o ligamos e samos em disparada... Mesmo com atraso, conseguimos acompanhar o furgo... Punisher falou algo, sobre talvez ela querer que a segussemos. Tambm achei muito estranho, pois se ela quisesse, poderia ter sumido de vista antes mesmo que dssemos partida no carro.

Seja como for, ambos concordamos que no amos desistir... o furgo se dirigia para fora da cidade, adentrou uma estrada de terra batida... ns o seguimos at que parou no meio do nada, na escurido entre algumas rvores. S havia mato ao nosso redor... Pramos diante do veculo dela, usamos a luz do carro para iluminar o local e descemos, armados e prontos para detonar.

Era uma armadilha... Maria no estava sozinha. Hall desceu com ela do furgo, ambos riram muito. As vozes vieram. "Cuidado! Seres do Grande Destruidor!" Hall j era um homem alto, de cabelos compridos e muito forte... de repente, ele se tornou ainda maior, com garras, olhos vibrantes e uma lngua cortante igual de Rudolph... Maria, por sua vez, foi ficando verde e enrugada, os dentes afiaram-se, os dedos alongaram-se e ela ficou meio corcunda, com os braos compridos demais, parecendo algo entre gorila e rptil. Apontamos as armas para eles... o grito de Punisher iniciou o conflito... "Rock'n'roll!"

Punisher descarregou completamente o pente de suas duas submetralhadoras sobre eles, enquanto eu disparava sem parar, tiros alternados sobre os dois, com a espingarda. No paramos at que todas as balas tivessem se acabado e as duas criaturas estivessem cadas. O furgo atrs deles estava crivado de balas, e os corpos dos dois estavam cados, sangrando muito, cheio de rombos e buracos. Sorri para Punisher. "Menos dois, cara! Menos dois monstros no mundo!" Punisher ergueu as armas ao alto, gritando de alegria.

Tinha sido muito fcil.

J estvamos voltando para o carro quando ento Hall se levantou. "Rudolph era um idiota, criado para ser apenas um mensageiro e organizador... Agora vocs esto se metendo com os assassinos, criados para matar." A voz dele soava como um trovo, gelei naquela hora, olhei para ele, que se levantava. Os ferimentos estavam se curando incrivelmente rpido. O filho da puta tinha feito com que gastssemos toda a munio inutilmente!

Eu e Punisher sacamos rapidamente nossas pistolas... Hall avanou, mesmo sob tiros seguidos! Nada o parava, ento ele me agarrou pelo pescoo, me erguendo no ar... O monstro era muito rpido, tanto que ele me levou at uma rvore e me bateu de costas contra ela. Eu fiquei entre ele e a rvore, sendo erguido pelo pescoo, mas ele no queria me sufocar... Eu tentava chuta-lo e soc-lo, mas nada adiantava.

Punisher pegou a espingarda que tinha cado no cho quando Hall me segurou, correu em direo Hall para usa-la como basto. Mas ento Maria surgiu de repente e o agarrou por trs. Os dedos compridos dela envolveram seu rosto e ele comeou a ficar lento e lerdo, largando a arma e mal se segurando em p. Os dois monstros riam. Hall disse que ns nos tornaramos como eles, que amos ajuda-los a conseguir "os 13 coraes." Eu tentava me debater mas no adiantava... j Punisher nem parecia ter mais foras para lutar.J estava desesperado, quando vi uma nvoa se formar ao meu redor e prximo a Punisher.. da nvoa eu via seres negros e fantasmagricos. "Espritos das trevas," as vozes na minha cabea diziam. Hall e Maria riam e riam e eu pude sentir o esprito tentar me tomar...

De repente, os espritos gritaram de dor e se afastaram. Hall e Maria se surpreenderam... acho que no esperavam aquilo... E, enquanto estavam surpresos, as vozes falaram comigo novamente. "Ns protegemos vocs... agora a hora. Ergam suas mos e usem toda a sua fria!" Como se meu corpo se enchesse de fora, eu saquei a faca e gritei... ela comeou a brilhar como se estivesse em brasas e golpeei a barriga de Hall. O monstro gritou de dor, e ento como retaliao me atingiu na cabea, com toda a fora, me jogando longe... fiquei cado no cho, semiconsciente, to tonto que nem me mexia mais... Ao mesmo tempo, Punisher de repente se encheu de vigor, virando-se de uma s vez e atingindo Maria com seu punho. A mulher caiu no cho, mas logo se levantou. No parecia nem um pouco machucada...

Hall removeu a minha faca, que ainda estava na barriga dele e no brilhava mais. O ferimento no queria se fechar, como aconteceu com os buracos de balas. Ele sentia dores, dava pra notar... J eu estava cado, no conseguia nem pensar direito, s via tudo mas no podia nem me mexer... o golpe tinha sido muito forte. Que fora tremenda tinha aquele monstro! Punisher se viu entre os dois monstros. Tinha apenas mais algumas balas na pistola... eu jurava que amos morrer naquela hora.

Foi quando Punisher se virou na direo de Hall e exclamou. "Oh, meu Deus." Os olhos dele arregalaram como se tivessem visto um fantasma. Hall ento gritou de dor quando uma espada cortou-lhe as costas. Hall caiu no cho, gravemente ferido, e o espadachim se revelou. Era um homem, jovem, no muito alto, cabelos loiros... Estava sem o culos, mas eu o reconheci... Era aquele homem que eu vi na boate! Aquele que salvou Patrcia quando eu a ataquei! Ele estava aqui!!! Punisher ficou abobado, acho que viu algo que eu no tinha visto, mas s sei que ele ficava repetindo "Deus, meu Deus!" e coisas assim. Acho que ele viu algo que eu no vi... As vozes estavam caladas naquele momento.

Maria olhou o rapaz, rosnou de dio e correu em sua direo... no caminho, derrubou Punisher com um golpe, e continuou a avanar, liberando aquela lngua cortante, pronta para desferir um golpe mortal. O rapaz permaneceu parado at o momento certo, e ento se moveu com uma velocidade incrvel. No sei como consegui acompanhar aquilo, mas em poucos segundos, o rapaz usou a espada, cortando a lngua da mulher em pleno ataque dela, desferindo uma estocada que atravessou o peito dela, e ento ergueu com toda a fora a espada gritando, abrindo um rombo do peito ao ombro da mulher, quase partindo-a ao meio. Ela tombou no mesmo instante.

Eu estava surpreso... tudo estava ficando meio escuro... eu estava quase desmaiando, mas minha fora de vontade ainda me deixava acordado. Que tontura! Eu me sentia intil, mas queria ver aquilo. Punisher no tinha se ferido com o golpe da mulher e j se levantava, ele olhava o rapaz surpreso. O rapaz disse, meio revoltado: "Seus idiotas!" e comeou a se aproximar de Punisher. "Vocs atrapalharam tudo! Eles iam nos levar ao lder deles... e nem sabemos quais so seus planos ainda!"

Enquanto o homem falava, vi Hall se erguendo... o corte em suas costas estava se fechando. S o ferimento na barriga que eu fiz continuava aberto. Punisher gritou "cuidado" para o rapaz, mas era tarde... Hall em poucos instantes avanou, rasgou suas costas com as garras e desferiu um soco que jogou o rapaz no cho, fazendo-o largar a espada. Punisher correu para agarrar a espada, mas Hall nem ligou para ele... ao invs disso, saltou sobre o rapaz, tentando outro lado, mas o homem rolou para o lado, escapando e levantando-se em seguida. Novamente, a velocidade do homem me surpreendeu.

Hall estava furioso, parecia querer atacar somente o rapaz, no ligando para mais nada. Ele conseguiu rasgar o peito do homem com as garras, mas ento Punisher avanou... com outro grito, ele cravou a espada nas costas de Hall... a lmina penetrou-lhe at a ponta sair pela sua barriga. Hall gritou de dor, parando os ataques imediatamente. O rapaz por fim se aproximou, tocou gentilmente o rosto de Hall... e ento Hall pegou fogo... no fogo comum, mas chamas azuis e brancas, que brilhavam com intensidade sem igual. O corpo dele entrou em combusto. Ele se debatia e gritava at que caiu no cho... as chamas apagaram-se lentamente, at s sobrar uma carcaa carbonizada.

O rapaz removeu a espada do cadver e ento saiu. Punisher no fez nada, ficou apenas quieto observando o homem ir embora. Antes de sumir, o homem disse: "Saibam que s esto vivos porque eu resolvi ajud-los. Que isso sirva de lio! No se metam com o que no da sua conta, nunca mais!"

A ltima coisa que vi antes de no agentar mais e desmaiar foi Punisher me levando para o carro. Acordei h umas duas horas e ainda estou meio grogue. A pancada na cabea foi muito forte mesmo... Fora escoriaes, eu e Punisher estamos bem... Ele ficou me dizendo para abandonarmos o caso, deixar que tudo se resolva sozinho. Disse para no nos metermos com Patrcia ou esse sujeito que nos salvou...

Mas eu no sei no... Pela primeira vez, estou indeciso quanto ao que fazer. Punisher parece ter perdido a coragem. Eu no sei o que esse sujeito ou a tal Patrcia esto planejando... mas realmente acho que esto bancando os bonzinhos para no terem problemas conosco, que querem algo escondido... E o que aquele homem disse... sobre os monstros terem planos... realmente, que negcio esse de 13 coraes? Por que eles querem isso? Ser que o tal chefe deles um feiticeiro? Alis, esse chefe... o tal do novo gerente do aougue que nunca d as caras?

As coisas esto ficando complicadas demais para meu gosto.

Capitulo 6

Para: [email protected]

De: Daredevil71

Assunto: O que diabos!!! SOCORRO!

Me desculpem qualquer erro ao escrever, mas que estou nervoso. Porra, pra falar a verdade, estou suando frio, ofegante, cansado, com um baita rasgo no peito que s no est me matando de dor por causa da adrenalina e, principalmente, assustado. De todos, hoje encontramos o pior... o pior monstro que j vimos. Deus do cu! Deus do cu! Estou escrevendo da casa de Patrcia, mas ela est cuidando de Punisher e no sabe disso... Vou deletar as senhas e o histrico do Internet Explorer assim que enviar essa mensagem, de forma que a hunter-net ficar segura.

Bom, j faz quatro dias desde a ltima mensagem que enviei... Voc sabe, desde que matamos Maria e Hall. A gente teve problemas entre ns dois depois daquilo... Punisher estava cada dia mais preocupado, querendo parar a caada. Ficava falando que no era mais da nossa conta, que estvamos atrapalhando. Acho que aquele sujeito que nos salvou tinha enfiado algo na cabea dele, mesmo sob a proteo da Viso... Bem, eu o convenci ento a me dar uma semana, que pegssemos o chefe de Rudolph, Maria e Hall e depois disso estaria terminado. Ele concordou, mesmo que meio relutante.

Bem, eu estive ento pesquisando, e no foi nada fcil. As informaes sobre o cara que estava tomando conta do aougue para a Smith & Young Inc. estavam quase impossveis de se achar. Descobri que a polcia tinha motivos para esconder essas informaes, pois o sujeito tinha passado criminal grave... Depois de dois dias e meio, eu usei meus contatos e meus talentos de advogado para conseguir ler alguns arquivos da polcia... A ficha desse sujeito assustadora.

Seu nome Adam McStuart, escocs naturalizado americano. Tem 39 anos, casado duas vezes, formado em engenharia de alimentos. O cara trabalha para a Smith & Young h quase 20 anos. Mas aqui vai parte suja... a ficha dele imensa. Ele foi acusado de matar, em acessos de raiva, suas duas mulheres. Nada foi provado. Ele tambm foi indiciado como responsvel por um estupro. Novamente, nada foi provado. Diversos de seus subalternos desapareceram misteriosamente e nunca mais foram encontrados. Alm disso, ele tem um histrico imenso de multas e pequenos delitos, como desacato a autoridade, furtos, agresso, ameaas de morte, etc. A anlise psicolgica dele indica que agressivo, propenso a ataques de fria e extremamente violento.Fiquei gelado quando li essas informaes. O que mais me perturba o fato de que ele nunca foi preso por nada grave, como as mortes e o estupro de que foi acusado... Sempre conseguiu se livrar. Em muitos casos, as provas contra ele sumiram ou ele conseguiu libis convincentes. Que tipo de monstro ele poderia ser? Eu no conseguia imaginar.

Comeamos a traar um plano de ao... Punisher ainda estava perturbado, meio receoso. Vivia resmungando sobre "eles no vo gostar disso", sempre com medo de Patrcia e do outro cara, mas nunca me contava o que tinha visto naquele dia que o deixou to... perturbado. Bom, ns decidimos que Adam ia ser um alvo difcil. Ele vive num apartamento de luxo num dos bairros mais caros da cidade. Anda pela cidade num carro esporte que com certeza nosso calhambeque no conseguiria acompanhar numa perseguio... Achamos apenas uma coisa: o caminho mais curto entre a sede da *Smith & Young e seu apartamento passa por uma parte mais vazia do setor industrial. Ele sai do trabalho s 23:00, no me pergunte porqu, mas o bom que nesse horrio o setor industrial j est praticamente vazio...

Bem, para confirmarmos nosso plano de ao, Punisher e eu observamos seu trajeto para casa. Punisher me avisou por celular quando ele saiu, e eu estava esperando com o carro no provvel caminho que ele percorreria... E pra nossa sorte, ele passou por l... O local era vazio naquele horrio. Mais tarde Punisher me disse que tinha usado a Viso em Adam... e confirmado que ele era um monstro. S tnhamos que fazer um plano rpido de ao, pois os vigias das fbricas iriam chamar a polcia ao ouvir a confuso...Nos preparamos para a noite seguinte... armamos nosso equipamento, desta vez com pentes de balas extras e, principalmente, facas... Depois da experincia com Hall e Maria, lminas parecem ser a melhor opo. Eu pretendia usar uma espada, mas no tinha como conseguir uma em to pouco tempo.

Fomos dormir preparados.

Ao acordarmos no dia seguinte, comeamos a traar o plano de ao. amos interceptar o carro de Adam, forando-o a parar, descer despejando balas nele como distrao e, no momento certo, disparar a queima-roupa. Desta vez, amos usar apenas espingardas, pra tentar decapitar o desgraado com os tiros e, se falhasse, aproveitar a proximidade para finaliza-lo com as lminas.

A noite caiu. Pouco antes de sair, estvamos assistindo a televiso... mais precisamente, o noticirio. Mais uma criana morta na periferia... a 11 portanto... Mas desta vez foi diferente... A famlia inteira foi morta e estripada, seus corpos mutilados, os rgos da criana desaparecidos. Sem testemunhas. Sem pistas do assassino. Apenas uma mensagem na parede, escrita em sangue. "Tentem me matar." As vozes em minha mente diziam que aquilo era uma mensagem para ns... Ele estava furioso com a morte dos capangas, e queria a desforra. Bem, ele teria a desforra esta noite.Chegamos ao local s 22:00. Preparamos as espingardas... cada um carregava uma, mais uma pistola, mais pentes extras e duas facas... Como sempre, usvamos roupas negras, mscaras e luvas.

O carro estava sem placas para no haver identificao. Impacientes, mal podamos esperar o tempo passar... Punisher estava revoltado... parece que a notcia na TV acordou ele para a caada novamente. Isso bom.

23:00... Apenas mais alguns minutos, e nosso "amigo" estaria vindo. Cada segundo de espera parecia uma eternidade, quando ento vimos as luzes. As vozes vieram. " ele! O monstro! Destruam a abominao!" Liguei o motor, acelerei com tudo, derrapando na frente do carro de Adam e fechando a rua. Eu esperava que ele parasse, porm o desgraado acelerou! O impacto dos carros foi forte... a batida amassou toda a lateral do motorista do carro, me atingindo em cheio e ferindo meu brao. Porra, que dor eu senti na hora. Punisher ficou atordoado com a batida... O carro de Adam ficou com a frente toda inutilizada...

Eu tentava ignorar a dor do brao enquanto Punisher tirava o cinto de segurana e descia do carro. As vozes gritavam para que fugssemos, que ele era mais forte! Ainda meio tonto, eu tentava tirar o cinto de segurana... Punisher estava abrindo a porta e saindo quando a porta do carro de Adam simplesmente estourou, voando longe, e ele saiu, sem parecer ter sofrido nada com a batida. Em desespero, tentei sair do carro, mas precisava sair pela porta do lado do passageiro, pois a porta do motorista estava inutilizada. Eu estava perdendo preciosos segundos na tentativa de sair. DROGA!

Punisher apontou a espingarda para Adam enquanto o sujeito corria em sua direo. Adam, de um homem alto, barbudo e muito forte, foi transformando-se, adquirindo fora e velocidade! Mas no como os outros... ele era diferente... O corpo se tornou peludo, negro, uns 3 metros de altura ou mais, mandbulas imensas, orelhas longas e pontudas, garras, olhos verdes brilhantes. Uma monstruosidade sem igual.

Aquela cena deve ter durado menos de 6 segundos... mas aos meus olhos foi uma eternidade... eu j estava prestes a sair do carro quando vi Punisher puxar o gatilho sem parar... e nada de tiros. O monstro saltou por cima do cap do carro, liberando um uivo monstruoso e caindo bem adiante de Punisher. Tentei gritar, mas antes que a voz sasse, o monstro j tinha golpeado a espingarda de Punisher, jogando-a longe e ento mordeu seu ombro. Eu juro que ouvi os ossos de Punisher se partirem, enquanto o monstro o erguia no ar, balanando a cabea violentamente enquanto a mandbula apertava mais o ombro do meu companheiro, at que a carne de Punisher se rasgasse e a fora dos movimentos do monstro o jogassem uns 4 metros adiante. Ele gritava de dor, uma agonia to grande que at eu podia sentir.

O monstro ps-se de quatro, correndo como um gorila em direo a Punisher. Eu corri atrs, empunhando a espingarda e gritando para tentar atrair o monstro, mas ele nem ligou. A criatura p-se diante de Punisher, pisando violentamente em suas pernas. O som dos ossos quebrando e dos gritos ecoaram novamente. Enquanto rosnava e uivava, o monstro deu um golpe com o punho, quebrando a mandbula de Punisher. Os gritos dele pararam em seguida.Aproximei-me, apertando o gatilho da espingarda... mas ela no disparava! Que tipo de magia era essa??? "NOOOO!!!" Eu gritei quando notei que os gritos de Punisher tinham cessado. Agarrei a espingarda como um basto... e minha fria fez a arma brilhar como se estivesse em chamas. Eu ia pegar o desgraado! Ia decepa-lo! Ia... ia estripa-lo pelo que fez!!! Mas antes que eu pudesse atingir suas costas, ele virou-se numa velocidade surpreendente, atingindo meu peito com as garras. Senti minhas costelas se partirem ao serem rasgadas pelo monstro e o ferimento queimava como fogo... A fora do golpe me jogou vrios metros para trs, caindo no cho indefeso.

O monstro emitiu um uivo que ecoou pela rua vazia. Um uivo monstruoso, aterrador. Ento veio lentamente em minha direo, seu rosnado misturado a um riso. Pude notar seu rosto melhor, uma mistura estranha de homem e cachorro, com uma juba preta que se estendia da nuca s costas, e orelhas compridas e pontudas. Droga! O que diabos era aquela coisa??? Quando terminei de pronunciar "oh, meu Deus...", um milagre aconteceu. Um som abafado se seguiu de um urro. Um disparo de chamas, chamas azuis, que atingiu em cheio o monstro, derrubando-o... Ao olhar a origem, aquele rapaz estava l novamente, empunhando a espada, apontando a mo livre aberta na direo do monstro.

Eu conheo esse golpe... ele foi capaz de quebrar meu brao, mas a criatura j se erguia sem ferimentos, apenas balanando a cabea, mostrando certa surpresa. A espada do rapaz incendiou-se em chamas azuladas e fantasmagricas. Um olhou o outro, e ento o monstro avanou sobre o rapaz. O rapaz escapou da primeira tentativa de atingi-lo com as garras, mas no da segunda... o sangue dele espirrou quando as garras da criatura o atingiram em cheio, derrubando-o no cho. O monstro avanou novamente, enquanto eu tentava me levantar...

Eu estava quase de p quando ela tocou meu ombro e me ajudou. Patrcia. "Pegue seu amigo. Vamos sair daqui! William no vai conseguir distrair ele por muito tempo!" Com dificuldade, fui at Punisher. Eu e Patrcia o pegamos. "Meu carro est na esquina," ela disse. Comeamos a levar Punisher para longe. Enquanto isso, o tal William, o rapaz, continuava tentando distrair o monstro, procurando afastar-se sempre dele para evitar seus golpes, mas era atingido diversas vezes, sempre sendo rasgado mais e mais pelas garras... como ele consegui agentar tantos ferimentos e ainda assim lutar?

Chegamos esquina, onde o carro de Patrcia estava. Colocamos Punisher no banco de trs, ela pegou o volante, me pedindo para entrar logo. Eu me recusei, peguei a faca e quis voltar pela rua, para ajudar o tal William... mal passei pela esquina, porm, fiquei paralisado de medo... Vi o rapaz atingir um golpe certeiro com a espada no peito do monstro, cortando-o profundamente... Porm, a criatura aproveitou para atingir um golpe letal com as garras sobre o rosto do rapaz. Ele caiu no cho, inconsciente e ensangentado. O monstro aproximou-se dele lentamente.

Nesse momento, Patrcia saiu do carro e foi at mim, me puxando pelo brao. "Vamos logo!" Mas ento eu e ela vimos o rapaz ser erguido no ar pela cabea sendo segurado pelas mandbulas da criatura. Ela cravou as garras no pescoo dele, e ento puxou a cabea com toda a fora, decapitando-o. "WILLIAM!!!" Patrcia gritou em desespero, chorando. A criatura nos olhou, liberou mais um uivo e comeou a correr em nossa direo. Patrcia, mesmo em desespero, agarrou-me pelo brao e me puxou... Corremos para o carro, ela deu a partida, enquanto eu sentei rapidamente no banco do passageiro. Fechamos as portas, e ela saiu em alta velocidade, derrapando, bem no momento em que o monstro chegou esquina. A criatura ainda foi capaz de atacar com as garras a lateral do carro, deixando uma marca profunda na lataria, mas escapamos.

Patrcia nos levou ao apartamento dela... No momento, ela est no quarto com Punisher. Disse que ia cuidar dele e que iria me explicar tudo... Na verdade, ela est vindo para c. Preciso terminar a mensagem... Bem, mas preciso da ajuda de vocs, pelo amor de Deus... o que diabos era aquela... coisa??? No era como os outros... O tamanho, a fora, as garras e mandbulas, os olhos... Deus do cu... se no descobrirmos o que era aquilo, estamos perdidos...

Captulo 7

Para: [email protected]

De: Punisher324

Assunto: Problemas com a polcia

Ol, gente... acho que j faz muito tempo que eu no escrevo, no ? Daredevil71 tem tido o trabalho de escrever tudo ultimamente. Hoje foi um dia horrvel... no to horrvel quanto ontem, mas... ainda assim... desta vez no estamos apenas tendo problemas com monstros...

O dia comeou estranho... A minha ltima memria era de ter meu ombro perfurado pelos dentes daquela coisa e de ser sacudido de um lado para outro... lembro tambm dores terrveis nas pernas e na mandbula... A noite toda, fui atormentado por pesadelos e lembranas daquela criatura. Mesmo com os sonhos, porm, eu no conseguia acordar... e, de repente, a luz do sol atingiu meu rosto e eu despertei. Nenhuma dor, apesar das lembranas... olhei meu corpo, apalpei minhas pernas... tudo estava perfeito. Eu estava apenas de cueca, mas havia algumas roupas minhas logo ao lado. Mais tarde eu saberia que Daredevil e Patrcia tinham tirado minhas outras roupas por causa do sangue e trazido algumas do meu apartamento, mas naquele instante eu no sabia nem onde estava nem o que tinha acontecido.

Me vesti e ativei a Viso, por precauo. Caminhei com cautela, pois sabia que no estava no meu apartamento. Abri a porta com cuidado, caminhei pelo corredor curto at a sala. Ouvi sons vindo da cozinha e olhei pela porta aberta com cuidado. Uma mulher lavava calmamente algumas louas. Atrs dela, a mesa estava arrumada para um belo caf da manh. Ela ainda no tinha me visto, mas as vozes dispararam. "Ela ..." Essa frase ecoou em minha mente... ento, ao fitar o jornal sobre a mesa, as letras do jornal se embaralharam, formando a frase "Salvao! Enviada dos cus!"

Esfreguei os olhos ao ver aquela frase... e ao abri-los novamente, o jornal voltou ao normal... A notcia voltou a ser "Violncia e desaparecimento na noite." Ela ento me percebeu e virou-se para mim, calma mas aparentemente um pouco triste. "Ol," ela disse. Ela sabia meu nome e pediu que eu me sentasse. "Sou Patrcia... seu amigo deve ter falado de mim, mas ainda no tnhamos nos conhecido..." Ela era bonita, de cabelos longos e lisos, pele clara.

Ao sentar-me, perguntei... "O que aconteceu?"

"Voc quase morreu," ela respondeu. "Aquela criatura teria te matado. Eu consegui curar voc a tempo, mas foi por muito pouco... no posso trazer os mortos de volta vida."

"E meu companheiro?"

"Ele est dormindo... Tambm se feriu, mas no to gravemente. Eu o curei tambm."

"E aquele sujeito que nos salvou da outra vez? O da espada...?"

"Ele..." Ela pausou por um instante, baixando a cabea... em seguida limpou uma lgrima que deixou escapar dos olhos... e voltou a me olhar. "...ele est morto... Enfrentou a criatura para que eu pudesse tirar vocs de l."

Naquela hora no pude deixar de sentir certa culpa... Droga, o sujeito tinha nos salvado. E, naquele dia, quando eu o fitei, vi sua forma verdadeira... Eu no posso revelar o que, pois prometi a Patrcia para que ela me permitisse enviar essa mensagem. E no vou quebrar minha promessa com ela! Nunca! S posso dizer que eles no so monstros... no... Eles so talvez a nica ajuda que nos resta para enfrentar os monstros. E um deles estava morto, por nossa culpa... s porque acabei concordando com Daredevil em caarmos o tal Adam.

"Sinto muito, Patrcia," respondi... "mas por favor, eu preciso saber... O que est acontecendo?"

"Muita coisa," ela me disse, puxando o jornal e mostrando a matria da primeira pgina. "Executivo de empresa desaparecido. Carro encontrado batido, sinais de luta no local." Meus olhos arregalaram ao ver aquilo. "A polcia encontrou o carro de vocs batido no de Adam... Pior, Adam desapareceu aps o ataque de vocs. Pior ainda que suspeitam que os pneus do seu carro so os mesmos das marcas encontradas no local de morte de Hall e Maria... Eles s esperam uma confirmao. Sabe o que isso significa?"

Eu no podia acreditar... Deus, o meu carro! Tinha me esquecido! Agora a polcia ia identifica-lo, liga-lo s outras mortes dos monstros... e eu seria considerado um assassino! Seria caado e preso! Oh, meu Deus, estou muito preocupado agora... No faz nem duas horas que eu li o jornal, ento nem sei como a polcia tem tratado o assunto, mas isso srio... Talvez no achem nada contra Daredevil... mas eu estou simplesmente ferrado!

Bom, naquela hora olhei pra Patrcia, sem qualquer esperana me restando... Ela me olhou e segurou minha mo. "Vocs no deviam ter se metido nisso... srio demais... Veja agora aonde suas aes os levaram..." Eu a olhei ento... no sei porque, mas perdi o medo... como se, agora que sou um criminoso procurado, eu no tivesse mais nada a perder. E ento disse-lhe que no ia desistir por causa disso... que se eu fosse preso, que fosse depois de eliminar os monstros que caavam crianas.

Ela suspirou... E ento me olhou nos olhos. "Est bem... Eu vou ajudar vocs... Vocs logo vo entender tudo. Esta noite, eu e uns amigos iremos nos reunir, vamos contar tudo. Vocs no podem mais voltar atrs, entenda isso... J foram longe demais..."

Patrcia depois me explicou um pouco... sobre como ela e seu grupo estavam investigando isso j h bastante tempo... sobre como nossa interferncia... nossa caada... atrapalhou as investigaes... E sobre como iramos impedir que esses monstros continuassem a ceifar vidas inocentes.

Estou aguardando agora a cada na noite. Daredevil j acordou e expliquei a ele um pouco da situao... Ou melhor, tudo, menos a identidade real de Patrcia... Estamos esperando a noite cair, para nos reunirmos com o bando de Patrcia. Quando isso acontecer, teremos as respostas... traremos notcias assim que as tivermos.

Captulo 8

Para: [email protected]

De: Punisher324

Assunto: A Reunio com os sobrenaturais

Bem, esta a segunda mensagem que mando hoje. Expliquei na anterior minha situao com a polcia, e estou usando o computador de Patrcia de novo. No se preocupem, ela no ter acesso Hunter.net, pois estou tomando cuidado com as senhas e o histrico de Internet. Vim apenas avisar o que aconteceu esta noite. E digo algo: tenho esperanas de que vamos pegar finalmente aqueles assassinos de crianas.

Bem, logo depois do jantar, e digo que Patrcia cozinha muito bem, ficamos esperando na sala pelos amigos dela... Daredevil como sempre estava desconfiado, nervoso... Quando a campainha tocou e Patrcia foi atender, Daredevil me perguntou se realmente devamos nos encontrar desarmados com um bando de monstros... Eu disse que sim. A tenso entre ns aumentou um pouco, quando Patrcia retornou com um senhor de uns 40 anos, cabelos curtos comeando a ficar grisalhos, vigoroso, um tanto srio porm simptico, e vestindo cala e camisa sociais, e sapatos. Ele nos cumprimentou com um sorriso, mas disfarando um pouco a seriedade, e se apresentou como sendo Xerxes.

Patrcia falou que faltava apenas que Denize chegasse... Ento Daredevil levantou-se de uma vez, apontando para trs de ns e dizendo "cuidado, h algum a!!!" Ele estava com a Viso ativada... Estranho, eu nem tinha me lembrado de ativa-la! Patrcia sorriu, falando que era Denize... Eu olhei mas no vi nada. Foi estranho agir como uma pessoa normal para variar, no podendo ver nada!

Daredevil, como sempre, ficou desconfiado e fechou a cara. Dava pra notar que ele no estava nem um pouco confiante. Ento Denize apareceu, aparentemente do nada. A aparncia dela era no mnimo estranha, pois vestia um manto negro, com capuz, que cobria-lhe praticamente todo o corpo. Ela baixou o capuz, e revelou um rosto bonito, mas totalmente plido, quase que branco. Seus cabelos eram avermelhados e compridos, dando-lhe uma aparncia extica, ao mesmo tempo estranha e bela.

Patrcia, Xerxes e Denize ento se sentaram. Denize nos cumprimentou com o olhar apenas, sempre sria e calada. Xerxes se voltou a ns. "Vocs so dois homens corajosos... E noto dons estranhos em vocs. Patrcia me contou o que decidiram e que no vo desistir. No queramos envolver mais ningum nisso, mas a escolha foi de vocs. Esta a ltima chance de recuarem."

Eu e Daredevil nos olhamos, e em silncio concordamos. "Estou ferrado de todo jeito," respondi, "se vou me ferrar, quero levar eles comigo. Prefiro morrer lutando do que viver fugindo." Ento Daredevil retrucou algo. "Fodam-se todos vocs, monstros. Vou varrer sua escria." Xerxes e Patrcia se sentiram ofendidos, deu pra notar, mas Denize no pareceu ligar para o que Daredevil falou.

Denize ento comeou a falar... sua voz era baixa, sussurrante. "Esta noite, mais uma criana morreu... Antes eles raptavam uma por semana, sempre levando-a para o aougue e l matando-a. Eles querem os coraes, mas no sei o porqu... Depois que o aougue foi descoberto, eles passaram a ser mais violentos... E agora que Hall, Maria e Rudolph esto mortos, eles esto apressando as coisas... Mas no sabemos o porqu de quererem os coraes."

"Eles querem 13 coraes," murmurou Daredevil. "Hall me contou quando achou que ia nos dominar." Todos o olharam espantados.

Xerxes ento falou, com a voz firme, roubando a ateno para si. "Um ritual... Querem fazer um ritual para algo... e j foram 12 crianas... No sabemos nem quando nem onde a prxima criana ser levada, no sabemos o critrio para escolherem as vtimas... Sabemos que Adam foi o responsvel pela morte das duas ltimas. D de ver pela violncia de como elas foram mortas, mas no temos idia de quem foi o responsvel pelo seqestro das outras 10..."

Daredevil retrucou. "T na cara que foram Rudolph, Maria e Hall, aqueles bastardos desgraados. Tomara que estejam queimando no Inferno."

Mas ento Denize o interrompeu. "No. Eu vigiei o aougue, eles apenas se livravam dos corpos."

Xerxes ento completou. "E eu posso ver o passado s vezes... Nos locais dos desaparecimentos, sempre surgia um homem magro, alto, cabelos compridos... Mas bem diferente dos trs. Ele surgia do nada, a criana ficava entorpecida de alguma forma, e ele a levava da mesma forma que surgia..."

Fiquei pensando em quem poderia ser esse homem... Ento me veio uma questo melhor em mente... "Afinal, o que so essas criaturas?"

Denize murmurou algo... "Espritos malignos." Olhei-a, ela me fitou. " como o demnio de sua religio, esto em toda parte, em todo lugar. Os mais fracos espritos surgem para possuir pessoas e torna-las aberraes, como aconteceu com Rudolph, Hall e Maria. E h aqueles que adoram esses seres, servindo-os em troca de poder e favores. o caso de Adam."

Daredevil espantou-se... "Adam no como os outros?"

Denize baixou a cabea, continuou a murmurar. "No. Ele um trocador de peles. Eles nascem assim, podem mudar de forma e invocar espritos. Nem todos so malignos, mas Adam representa o que existe de pior neles. Ele serve esses espritos conscientemente."

"E o que seria o homem que levava as crianas," Perguntei...

Xerxes respondeu. "No sei, mas desconfio que um feiticeiro. Ele usava palavras e gestos estranhos..." Denize completou, dizendo que "isso explica talvez o prazo de uma semana para cada ataque, visto que feitiaria uma arte perigosa."

Patrcia ento murmurou "e no sabemos quantos mais podem estar envolvidos nisso... e precisamos das respostas e rpido, antes que peguem a ltima criana."

"Vamos ento procurar Adam," falei. "Ele o nico que pode nos dar as respostas. Vamos arranca-las dele!"

Denize me olhou. "Segui Adam ontem... eu estava l, enquanto William tentou distrair Adam e Patrcia os salvou... Ele voltou ao prdio da Young & Smith... est escondido l. H um apartamento improvisado no ltimo andar, onde ele est ficando. Parece que quer permanecer desaparecido enquanto a polcia procura voc..."

"Eu posso retirar dele as respostas que queremos," disse Xerxes. "Mas precisamos de alguma forma cont-lo antes disso. Ele tem poder para matar todos ns juntos, e no vai hesitar em fazer isso."

Eu olhei para Daredevil. Ele me olhou e sorriu, ento voltou-se a nossos novos companheiros de caada... "Queremos armas. Iguais s que usvamos. Ns vamos planejar, vamos invadir aquele maldito prdio e conseguir nossas respostas, e depois vamos nos livrar do bastardo."

Os trs se entreolharam, Xerxes se voltou a ns. "Est bem... No devamos permitir, mas a escolha de vocs, e precisamos de ajuda. Amanh tero as armas que querem."

Muito bem... Amanh a caada continua... Aguardem notcias, se sobrevivermos...

Captulo 9

Para: [email protected]

De: Daredevil71

Assunto: Finalmente um avano

Ol, pessoal... Devem estar intrigados com o que ocorreu com a gente, desde o encontro com as aberraes... Vou apenas dizer algo... Me surpreendi com a forma gentil com que nos trataram... Imaginei que seriam mais... hostis. Mas vamos ao que interessa. Neste exato momento, Punisher est pegando as armas dele. Eu estou preparado, enquanto os monstros esto vindo nos buscar. Ns vamos Young & Smith esta noite.

Bem, mas deixem-me falar o que aconteceu esta tarde. Depois da reunio de ontem, Xerxes disse que precisvamos encontrar Adam e reconhecer o prdio inimigo antes de podermos invadir a Young & Smith. Por isso, eu e ele combinamos de irmos l s duas da tarde. Ele concordou, afinal apenas Punisher est sendo procurado pela polcia, e eu poderia seguir sem ser reconhecido.

E foi o que fizemos. Ele veio me buscar aqui no apartamento de Patrcia esta tarde... Eu no podia ir armado, bvio, mas no confio nele, ento ativei a Viso assim que ele chegou. As vozes no me diziam nada, afinal ele era um monstro e eu j sabia disso... Mas ainda assim, se ele tentasse algo, eu saberia.

Fomos de carro at o prdio da Young & Smith... Ele estacionou a uns dois quarteires de distncia e ento fomos a p at o local. Entramos calmamente pelo hall principal... Um prdio luxuoso aquele! Imagino quantos departamentos, projetos e pesquisas devem ser feitos naquele lugar! Xerxes aproximou-se da recepcionista... E ento, as vozes falaram... "cuidado"... Eu olhei para o lado... um dos seguranas encarava-nos friamente. Um cartaz promocional atrs dele ondulou, as letras mudaram para "Possudo! Criatura da destruio!"

Fiquei assustado naquele momento... Ento senti tocarem meu ombro. Instintivamente, me virei rapidamente, num impulso, pronto para atacar com um soco... Mas era Xerxes, que arregalou os olhos e recuou. "Calma! No se preocupe, continuemos com calma e nada vai acontecer!" As vozes se calaram, ento Xerxes caminhou at o elevador, passando por um detector de metais. Eu o segui. Pegamos o elevador e ele pressionou o 20 andar... o ltimo andar...

O elevador seguia, estvamos sozinhos, ento Xerxes me fitou, sussurrou algo to baixo que estava inaudvel... Ainda assim, eu ouvia claramente, como se ele sussurrasse diretamente em meu ouvido. "Li a mente da recepcionista... O escritrio de Adam fica no ltimo andar... E adivinhe... O andar todo s para ele... Depois, ordenei a ela que nos desse permisso para ir at l... Ela consentiu e me deu um carto de passagem livre..." Arregalei os olhos... Deus, como til ter um monstro ao nosso lado!!!! Notei uma cmera no elevador... provavelmente por isso Xerxes sussurrava...

O elevador parou, samos dele direto para uma grande sala de recepo... Trs portas... Duas para banheiros, uma para a sala de Adam McStuart... No havia recepcionista, como deveria... Como Adam est "desaparecido", devem ter liberado a secretria dele... Xerxes olhou desconfiado ao redor... Ento fechou os olhos e ficou parado por alguns instantes, concentrado. De repente, abriu os olhos e disse: "Como Denize disse... Adam passou por aqui logo aps o ocorrido. E esteve aqui na ltima noite tambm! E no saiu em nenhum momento desde ontem."

Mal Xerxes disse aquilo, o elevador abriu-se... As vozes falaram "Cuidado! Possudo!" e me voltei rapidamente... Xerxes, at ento calmo, assustou-se. Dois seguranas, e nenhum deles era o mesmo que eu vi l embaixo, adentraram o local. " proibido vir aqui! Por favor, venham conosco!" Notei a expresso de um deles, sorridente... os dentes eram pontiagudos como os de um tubaro! Mas os dois eram monstros... Eu sabia que eram.

Os dois vieram acusando-nos de invaso, o sorridente quase ria ao acusar. Eu estava pronto para entrar na porrada com eles, mas Xerxes ps a mo no meu peito e disse para parar... Ento foi na direo dos dois. Eu fiquei olhando, esperando... Tava esperando ver o Xerxes descer o cacete nos dois... Mas ento ele apenas perguntou: "Para onde vo nos levar?"

O risadinha disse que amos "para a sala da segurana para averiguarem as identidades." Ento Xerxes s o encarou... as vozes no disseram nada, mas senti uma fora estranha vinda de Xerxes. Os olhos dele brilharam dourados, ele retrucou. "Ns apenas nos perdemos." Ento olhou para o outro segurana... "E vocs iro nos levar at a sada." Voltou a olhar o primeiro. "Leve-nos gentilmente para a sada, por favor."

De repente, ambos ficaram abobados, atordoados... O mais srio apenas disse... "Nos acompanhe, por favor, senhor." E ambos foram andando como zumbis... Xerxes me chamou, e eu fui com eles... Descemos o elevador e os dois nos deixaram no saguo, ento voltaram para dentro do prdio. Olhei Xerxes, olhos arregalados de tanto espanto. "Vamos voltar para casa," ele disse.

Mal samos do prdio, eu me voltei a Xerxes. "Como sabia que Adam esteve naquele lugar??? E o que diabos fez com aqueles dois." Ele sorriu. "Como eu disse, s vezes posso ver o passado. E quanto aos dois, eles mal tm vontade prpria... Eu apenas fiz minha vontade prevalecer."

E foi isso. Agora sabemos onde Adam est. Planejamos nossos passos para entrar naquele prdio. Preparamos nossas armas. Estamos prontos... J vou desligando, pois Xerxes acaba de chegar e Punisher est me chamando... Hoje vamos desforra com aquele bastardo. Ele vai pagar pelas 12 crianas mortas... Vai pagar muito caro...

Desligando... Deseje-nos sorte... Volto a escrever esta noite ainda, se sobrevivermos.

Captulo 10

Para: [email protected]

De: Daredevil71

Assunto: Vitria!

Esta foi uma noite movimentada... uma noite muito perigosa. Comeou quando Xerxes e Denize vieram nos buscar. Eu e Punisher j estvamos prontos, com nossas armas, vestidos de preto, com luvas e mscara. Estranhei quando Patrcia disse que no precisava dessas coisas, que no iria lutar, mas tudo bem... Eu carregava minha fiel pistola, uma faca (para emergncias) e duas espingardas...

Manteria uma nas costas para emergncias realmente grandes... J Punisher usava tambm uma faca e uma pistola, mas levou suas duas Mini-UZI... Espervamos que desta vez tudo desse certo...

Quando entramos no carro, Xerxes nos cumprimentou. Ele tambm estava de negro, como ns, e portava uma pistola. "Apenas para emergncias," ele disse. "S espero no ter que usa-la." Denize se mantinha nas vestes pretas de costume, sem nada excepcional. Conforme o carro seguia Smith & Young, Xerxes ia contando seu plano.

"Infelizmente William est morto. Caso contrrio, teramos maior poder de fogo... Ele era um excelente guerreiro... Mas temos que nos virar com o que temos agora." Foi ento que o carro parou a umas quatro quadras da sede da empresa, e Patrcia desceu. "Patrcia ir deixar este bairro s escuras. Quando a energia acabar, Denize tratar de impedir que a empresa use seu gerador prprio para manter seu sistema de segurana. ento que eu e vocs dois iremos at Adam e tiraremos as respostas dele..."

Bem, o plano dele levava em conta as cmeras, os alarmes e a polcia... A empresa ficaria s escuras. Mas e os seguranas? Eu me lembrava que alguns eram monstros! S esperava que no nos dessem muito trabalho... Paramos nas proximidades do prdio e descemos do carro... Ento ativei a Viso... apenas silncio... Foi ento que Denize murmurou... "Cuidarei de minha parte..." e ela desapareceu no ar... Por um instante, a vi como um esprito transparente, caminhando na direo da empresa, ento ela desapareceu. Punisher perguntou: "O que ela fez?" Ento Xerxes respondeu: "ela adentrou o reino dos espritos."

Ficamos esperando que as luzes se apagassem... Xerxes comentou... "Assim que as luzes se apagarem, acontea o que acontecer, fiquem perto de mim, e em silncio." Eu olhei Punisher, ele fez apenas um sinal positivo com a cabea. Fico imaginando porque Punisher confia tanto nesses seres... Eu ainda acho que vo querer se livrar de ns depois que no precisarem mais da gente.

Ento, o bairro ficou s escuras. Patrcia tinha feito a parte dela, agora era a nossa vez. Xerxes foi na frente, eu e Punisher o acompanhvamos de perto. Chegamos entrada do prdio, protegida por portas de metal. "Como vamos entrar?" Xerxes me olhou, fez sinal para ficar em silncio... Ento ele estendeu a mo, e a parede comeou a ondular... Ento fez sinal para que passssemos frente... Eu no tinha entendido, mas Punisher se aproximou da parede e a tocou... E sua mo a atravessou!!! Ele ento passou para o outro lado... Eu olhei Xerxes, espantado... E ento passei... Xerxes foi por ltimo, e ento a parede deixou de ondular...

No saguo, estava tudo escuro, os seguranas estavam usando lanternas, procurando qualquer coisa estranha... Mesmo passando as luzes sobre ns, porm, eles no nos notavam... Uma vez mais olhei Xerxes, que estava calmo, e tomou a frente de novo, dirigindo-se para as escadas. Eu e Punisher fomos logo atrs... Passamos ao lado de um segurana, eu o olhei... as vozes vieram... afirmando que ele era "uma criatura da destruio." Praticamente todos os seguranas ali eram monstros...

Ento prosseguimos pelas escadas... Silncio total, nem mesmo ouvamos nossos prprios passos. Subir 20 andares pelas escadas foi, no mnimo, cansativo, mas fomos com calma... A escurido atrapalhava a ver, mas mantnhamos todos prximos um do outro. Como a luz no voltava, presumi que Denize tinha de alguma forma impedido o gerador da empresa de funcionar. Foi ento que chegamos sala de espera de Adam. Fomos at a porta de seu escritrio, Punisher tratou de arromba-la com um pouco de esforo...

Ento entramos, tudo escuro e silencioso... Xerxes caminhou at uma porta no escritrio, que provavelmente levaria a Adam... Mas antes que chegasse a ela, ela se abriu... Apontei no mesmo instante a espingarda, e Punisher tratou de apontar as duas mini-UZIs para a porta... Ento, Adam saiu de l, fitando-os friamente. "Como chegaram at aqui...?"

Eu pensei em atirar, mas Xerxes deu um passo frente. "Voc vai nos contar o que queremos saber, Adam..." Adam apenas olhou. "Vocs todos vo morrer." Ento os olhos de Xerxes brilharam, e ele falou em voz alta, imponente. "Cale-se! Fale apenas o que eu quiser que voc fale!" Ento, Adam simplesmente calou-se.

Xerxes fitou Adam, calmamente. "Por que crianas?" Adam olhou, tentou falar, mas parecia sentir desconforto. Xerxes avisou-o que ele "s pode dizer a verdade, agora..." Adam o olhou, furioso. "Porque precisamos dos coraes infantis."

"Para qu?" perguntou Xerxes.

"13 coraes. 12 j foram pegos... Esta noite, ser o ltimo. Vocs chegaram tarde demais..."

"Eu perguntei PARA QU," disse Xerxes, elevando o tom de voz.

"Malditos... Um ritual. Queremos trazer algo a este mundo. Algo que vocs no podem parar. E precisamos dos 13 coraes."

"Quem busca essas crianas? E onde ser feito o ritual? Quando?"

"Um homem chamado Samuel busca essas crianas. Ele o feiticeiro. Seria neste fim de semana, mas quando souber que houve algo aqui, far amanh mesmo, s para prevenir interrupes. Ser no galpo de estoque de alimentos da empresa, fica fora da cidade... Mas vocs no precisam se preocupar com isso. Vo todos morrer."

As vozes gritaram de repente. "Ele vai mudar!" E ecoavam em minha mente. Ento o corpo de Adam cresceu, plos aumentaram, sua face tornou-se canina... imensas garras e presas, quase 3 metros de altura... Foi to rpido que mal pudemos reagir... amos atirar, quando ento Xerxes apontou a mo para o monstro, gritando. "Eu o condeno por matar crianas!" De repente, o monstro recuou, uivando de dor, e feridas abriram-se em seu peito...

Mais uma vez, fiquei impressionado com Xerxes... Ele apontou novamente, antes mesmo que Adam se recuperasse, e gritou "Eu o condeno por contaminar seus empregados com espritos malignos!" Um novo uivo de agonia, o monstro caiu de joelhos, apoiando-se nos braos, sangue espirrou no cho. Ele rosnava furioso, mas a dor o impedia de atacar. Xerxes continuou a apontar o dedo para a criatura... "Eu o condeno por traficar com espritos malignos por poder pessoal."

Ento, Adam s ergueu o rosto... Sua voz monstruosa, misturada a rosnados, disse: "Ento, voc falhou..." E, antes que Xerxes se recuperasse do espanto, monstro avanou numa velocidade incrvel e o golpeou com as garras, bem no rosto... o sangue de Xerxes espirrou para todo lado, e ele caiu inerte imediatamente no cho. "FILHO DA PUTA!" O grito era de Punisher. Eu e ele comeamos a atirar sem parar... Porm, como antes, as armas falharam, sem disparar uma bala sequer... O monstro se ergueu lentamente, encarando-nos. "Eu no trafico por poder... Eu sirvo meu pai. In Nomine Vermiis... E quanto a vocs. Comecem a correr."

"MERDA!" Desta vez o grito era meu... Eu e Punisher comeamos a correr, em direo s escadas. Ele nos deu dois segundos, e ento urrou, comeando a nos perseguir, numa velocidade incrvel... Mas o urro pareceu baixo, perto das vozes que me diziam... "Fique e protegeremos vocs." Ento parei e me virei... Para minha surpresa, ele j estava a menos de meio metro de mim, de to rpido... E, quanto suas garras estavam para atingir meu rosto, eu liberei um grito. "NO!!!!" Ento, foi como a fora do grito o atingisse... ele foi jogado para trs, caiu violentamente no cho e rolou um pouco, mas se ergueu como se nada tivesse acontecido...

Punisher parou e correu at mim, tentou me puxar pelo brao, mas fiquei no mesmo lugar. "Calma, cara... Vamos acabar com ele aqui mesmo!" Adam tentou se aproximar, mas chegou a uns 3 metros e no conseguia mais se aproximar, como se algo o impedisse... Ele parou, encarando-nos, uivando. As vozes disseram. "Libere sua fria..." Eu entendi. Peguei a espingarda que carregava, e avancei contra o monstro, a arma em minhas mos brilhou como se estivesse em brasas... Eu gritei, Adam urrou, pronto para tentar me morder, e ento o atingi em cheio na face, usando a espingarda como porrete... Adam novamente foi jogado, desta vez para o lado, e caiu no cho, rolando mais um pouco. A espingarda tinha se partido em dois com o impacto.

Fiquei olhando o monstro cado, mas ento, lentamente, ele foi se levantando... Eu mal o tinha ferido! O sangue escorria pela face dele, mas ele nos encarava com fria... Punisher me puxou com mais fora! "Vamos sair daqui!!!" Ento corri, em direo s escadas. Adam novamente ps-se a nos perseguir.

Eu j ia comear a descer as escadas, quando Punisher me puxou. "No, vamos subir!!!" Eu no tinha entendido... Mas fui com ele. Estvamos no fim da escadaria, quando Adam adentrou as escadas, urrando de dio. As vozes ento disseram... "Usem suas armas! O poder dele se desfez!" Foi ento que saquei a pistola na minha cintura.... e Punisher tambm deve ter ouvido, pois ele apontou as duas mini-UZIs para o monstro... E atiramos sem parar, descarregando os pentes das armas contra ele... o monstro tombou, ento Punisher me puxou para que continussemos a subir. Ele abriu, na pancada, a porta para fora, ento passamos.

Olhei em volta... a lua cheia iluminava um pouco melhor ali... Mas estvamos no topo de um prdio de 20 andares, com um monstro atrs de ns. "Estamos encurralados! Por que diabos voc quis subir as escadas e no descer???" Punisher me respondeu que "era mais fcil ele nos pegar, pois poderia saltar do alto e nos pegar enquanto corramos pela escadaria." ... fazia sentido... mas agora estvamos em srios problemas...

Ento ouvimos um uivo... Ele vinha pelas escadas, j recuperado de nossos disparos... Os nicos ferimentos que tinham estavam na face, pela minha pancada... e os rasgos que Xerxes tinha causado. Ele nos encarou... Ento, eu saquei a espingarda que tinha nas costas, Punisher sacou a pistola, que era tudo o que ele tinha, e ento comeamos a atirar novamente, conforme ele avanava... Mas o desgraado era muito rpido! Logo aps meu primeiro tiro, ele j estava bem diante de mim... ento golpeou meu brao com tanta fora... senti meus msculos do brao serem dilacerados pelas garras dele, e a espingarda caiu no cho... Eu gritei de dor... Ento ele me deu um segundo golpe, na barriga... a fora me jogou para trs... e ca no cho... sentia o calor do sangue escorrer... e estava ficando frio... Frio...

Eu no conseguia mais agir... estava l, cado... apenas olhava o que acontecia ao redor... O tempo todo, durante o ataque do monstro, Punisher continuava atirando, mas era como se ele nem sentisse as balas da pistola... Assim que eu ca no cho, o monstro virou-se para Punisher, deu um golpe com as garras, mas Punisher conseguiu saltar para trs, escapando... O monstro comeou a se aproximar dele, lentamente...

Eu olhei para o lado... minha espingarda estava ao alcance do meu brao... Esforcei-me para peg-la... Ento, quando ele deu o bote para atingir Punisher, eu disparei... minha mira saiu pssima, eu mal tinha foras para segurar a arma... mas atingi o monstro nas costas, de raspo... o rombo que formou foi grande, ele uivou de fria e voltou-se para mim... Eu larguei a arma, sabendo que ia morrer... Mas ento Punisher aproveitou e saltou nas costas do monstro e comeou a enforc-lo com o brao. Aquilo parecia funcionar, o monstro comeou a se debater...

O monstro rasgou a carne do brao de Punisher, mas ele no o largava... Os urros ficavam mais baixos conforme o monstro ia sendo enforcado. O bicho comeou balanar o corpo, tentando jogar Punisher para longe, mas no conseguia... tentava usar a fora para remover o brao de Punisher, mas incrivelmente meu companheiro parecia mais forte!!! Ento, a criatura saltou de costas contra o cho, caindo sobre Punisher... Ouvi o grito do meu companheiro quando seus ossos foram esmagados sob o monstro... Ento repousei minha cabea no cho, sabendo que era o fim... fiquei olhando, sem ter fora alguma sobrando...

O monstro ergueu-se... Pegou Punisher pelo pescoo... Punisher estava vivo ainda, cheio de dores... Adam comeou a lev-lo at a borda do prdio... esticou o brao para fora, segurando Punisher ali, para jog-lo para fora... Foi ento que as vozes vieram... "No abandone seu companheiro! Lute!!! Lute!!!" Eu arregalei os olhos de repente.... Com esforo, tentei me levantar, peguei a espingarda e tentei ir em direo ao monstro... os passos lentos, sentindo muito frio, era um esforo tremendo me mover...

O tempo parecia lento... cada passo, uma eternidade... Ento, ele soltou Punisher... ouvi o grito final de Punisher e, ento, a dor sumiu de repente... Eu gritei, consegui apressar o passo... Apontei a arma para a cabea de Adam... Adam se virava rapidamente... um passo para alcana-lo... meu grito ecoando... Ele curvou-se e abriu os braos para me atacar... um urro se misturou ao meu grito... Ento, quando as mandbulas do monstro se escancararam, eu enfiei o cano da espingarda em sua boca. Nossos olhos se encontraram... Ele arregalou os olhos... houve uma pausa... senti a dor voltar ao meu corpo, minhas pernas cambalearem... Ele notou e tentou avanar...

"Morra, desgraado..." E apertei o gatilho. O som do disparou ecoou, a cabea do monstro se dividiu em centenas de pedaos, seu sangue caiu sobre mim... o corpo dele, decapitado, pendeu para trs, para a borda do prdio... e caiu... e conforme caa, deixava o aspecto monstruoso, voltando a ser humano... um homem sem cabea... Ento tombei novamente no cho, sem foras. E ficou apenas o silncio...

Cado ali, o corpo frio, minha viso foi escurecendo... Quando o breu estava quase total, minha mente comeou a divagar, eu mal pude notar se estava acordado ou inconsciente, mas de repente eu vi um anjo brilhante, dourado como o sol, de grandes asas, erguer-se em vo carregando Punisher... Ento, tudo escureceu...

Quando acordei, estava na cama, no apartamento de Patrcia... e estava bem! Sem nenhum ferimento, nenhuma cicatriz sequer! Punisher estava bem na minha frente... Sorrindo... Patrcia estava com ele. E Xerxes e Denize tambm... "Ns conseguimos!"

Ns tinhamos conseguido! Ns vencemos! Vencemos! O monstro estava morto... e, pelo menos por hoje, podemos comemorar... Ainda temos trabalho a fazer, mas pelo menos podemos nos orgulhar que finalmente estamos no caminho da vitria!

Capitulo 11

Para: [email protected]

De: Punisher324

Assunto: Hoje termina

Bom dia a todos... So 11 horas da manh aqui, acordei h pouco... Mas o que vou contar ocorreu ontem noite, logo aps eu ter despertado no apartamento de Patrcia... A ltima coisa que lembrava era de ter enfrentado o monstro, Adam, e ser jogado do alto do prdio, com todo o corpo dolorido... No meio da queda, algum me agarrou e me ergueu... Eu desmaiei e no vi mais nada. Quando despertei, Patrcia tinha me curado e todos estavam bem. Ento esperamos Daredevil despertar. Comemos algo, depois fomos descansar. Patrcia e Daredevil caram no sono, Xerxes s sumiu...Mas eu no conseguia descansar. Apesar de tentar dormir no colcho na sala, o sono no vinha... Acordei e resolvi dar uma sada... Sa do apartamento e s sa andando pelo corredor, peguei o elevador e fui at o terrao. L, sob a lua cheia e com o vento frio batendo em minha face, fiquei sentado, pensando em tudo... Vencemos graas a eles... Eu sinto, mas Patrcia me pediu, e no contarei, mas sei o que eles realmente so, eu vi... A Viso me mostrou. E sei que so confiveis... Quem diria que Deus existe e olha por ns...

Fiquei pensando, olhando a cidade adiante, tudo parecia to tranqilo... A Viso no estava ligada e me surpreendi quando ouvi um passo logo atrs de mim... Virei-me de repente, e ento vi Denize, ali parada, fitando-me com os olhos profundos, sua face plida iluminada pela lua. Ela me perguntou, sussurrando: "Veio arej