FICHA PARA IDENTIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
TURMA 2016
Título: Formação de leitores: partindo da narrativa curta para a narrativa longa
Autor: Márcya Aparecida Berghauser da Silva
Disciplina/Área: Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Escola Estadual Manoel Antônio da Cunha
Lapa - Paraná
Município da escola: Lapa
Núcleo Regional de Educação: Área Metropolitana Sul
Professor Orientador: Milena Ribeiro Martins
Instituição de Ensino Superior: UFPR
Resumo:
Tendo como base um dos objetivos do ensino
da Língua Portuguesa, que é formar leitores
proficientes, críticos e produtores de texto, o
presente projeto de implementação propõe
uma exploração da leitura e escrita, partindo
de um gênero textual curto, o conto, para um
gênero mais longo, a novela. A leitura do texto
literário tem papel importante no processo de
humanização dos leitores ao trabalhar com a
emoção e com o senso crítico do sujeito. Para
tanto foram selecionados os contos: “Negócio
de menino com menina‟” de Ivan Ângelo ;
“Biruta” de Lygia Fagundes Telles; “Minhas
férias, pula uma linha, parágrafo” de
Christiane Gribel, escolhidos por
apresentarem temas como a amizade,
solidariedade, cooperação, entre outros
condizentes com o público alvo: alunos do 6°
ano. O gênero novela oferece uma
diversidade de tramas centradas em uma
temática com personagens bem definidos,
costuma ser atrativa para os leitores. Foram
selecionadas duas novelas: Carta errante, avó
atrapalhada, menina aniversariante de Mirna
Pinsky e Bisa Bia, Bisa Bel de Ana Maria
Machado. Por meio desses textos, o professor
poderá desenvolver a imaginação e ampliar o
repertório cultural, na busca pela formação de
leitores críticos, capazes de interagir não só
com os textos, mas, por meio deles, com o
mundo em que vivem.
Palavras-chave:
Conto, novela, formação de leitores
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 6° ano do Ensino Fundamental
UNIDADE DIDÁTICA
FORMAÇÃO DE LEITORES: PARTINDO DA NARRATIVA CURTA PARA A
NARRATIVA LONGA
APRESENTAÇÃO
Esta unidade didática foi elaborada a partir de um Projeto de Intervenção
Pedagógica, que tem como objetivo a formação de leitores proficientes partindo
da leitura de narrativas curtas para narrativas longas. Seu público-alvo são os
alunos do 6° ano da Escola Estadual Manoel Antônio da Cunha e os
professores de língua portuguesa, seu objetivo é contribuir para o
desenvolvimento de práticas de leituras significativas.
Para o desenvolvimento das atividades aqui sugeridas é importante que
façamos algumas reflexões sobre a leitura e a escrita.
Um dos grandes desafios que a escola tem enfrentado é a formação de
leitores, principalmente nessa “era digital”, na qual nossos educandos
nasceram. Notamos que essa realidade atual, paralelamente ao acesso
limitado à leitura no núcleo familiar, vem afastando nossos alunos do ato de ler
livros. Eles apreciam mais a diversão instantânea que as tecnologias
proporcionam. Como constata Petit:
Já observaram que, de vinte anos pra cá, a proporção de leitores entre jovens diminuiu, quando se poderia esperar que aumentasse devido à maior escolarização. Segundo esses, a causa seria a seguinte: aos livros, os jovens preferem o cinema ou a televisão, que identificam com a modernidade, a rapidez e a facilidade; ou preferem a música, o esporte, que são prazeres compartilhados. O livro estaria ultrapassado, de nada adiantaria chorar diante disso. (PETIT: 2009, p.17).
Sabemos que para termos alunos que se tornem leitores, efetivamente,
e para que a leitura seja uma prática social em suas vidas, é preciso que ela
comece a se tornar uma prática cotidiana, e nada melhor do que o ambiente
escolar para esse estímulo e o contato com a leitura.
Para muitos estudantes a escola é o único lugar que lhes garante o
contato com os livros. Por isso, projetos de leitura e escrita na escola são
fundamentais para a apropriação dos diversos tipos de texto e de
conhecimentos que circulam na sociedade atual. Para Cosson:
[...] é no exercício da leitura e escrita dos textos literários que se desvela a arbitrariedade das regras impostas pelos discursos padronizados da sociedade letrada e se constrói um modo próprio de se fazer dono da linguagem que, sendo minha, é também de todos. (COSSON, 2009, p.16).
O aluno que não tem acesso à prática de leitura e escrita em casa acaba
ficando em desvantagem diante daquele que vive em ambiente letrado, mas
todos têm capacidades para aprender e podem tornar-se leitores e escritores.
Lendo e escrevendo, o aluno desenvolve argumentos, habilidade de expor
ideias, o que pode auxiliá-lo em uma inclusão sociocultural e é fator
determinante para o exercício da cidadania. Como bem observa Silva:
[...] a prática de leitura é um princípio de cidadania, ou seja, o leitor cidadão, pelas diferentes práticas de leitura, pode ficar sabendo quais são suas obrigações e também pode defender os seus direitos necessários para uma sociedade justa, democrática e feliz. ( SILVA, 2005, p.57).
Levando em conta a variedade de situações socioculturais da língua, é
necessário expor o aluno a uma variedade de gêneros textuais; no que diz
respeito aos literários, é fundamental que os alunos sejam fluentes na leitura
dos textos mais curtos aos mais longos, que representem variadas situações
da utilização da língua no dia a dia.
Nos PCNs, explica-se que:
Os textos organizam-se sempre dentro de certas restrições de natureza temática, composicional e estilística, que os caracterizam como pertencentes a este ou aquele gênero. Desse modo, a noção de gênero, constitutiva do texto, precisa ser tomada como objeto de ensino. ( BRASIL, 1998,p.23).
Sabe-se que na produção de um texto deve-se escolher o gênero em
razão das intenções comunicativas, do tipo de relações existentes entre
interlocutores, de seu uso social, entre outros fatores.
Conforme as Diretrizes Curriculares da Educação Básica “a produção
escrita possibilita que o sujeito se posicione, tenha voz em seu texto,
interagindo com as práticas de linguagem da sociedade.” (PARANÁ, 2008,
p.56)
Praticar leitura com qualidade contribui para a desenvoltura da escrita,
pois vão-se incorporando bons modelos de estruturação das ideias, ampliando
repertórios, conhecendo novas palavras e estruturas sintáticas. Sem ler, o
aluno terá dificuldade em resumir, pesquisar, interpretar, analisar, criticar, criar,
posicionar-se.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O ato de ler é essencial para a apropriação de conhecimentos relativos
ao mundo exterior. Ele enriquece o vocabulário, as experiências, a
sensibilidade e contribui para o desenvolvimento de um pensamento crítico e
reflexivo, pois possibilita o contato com diferentes ideias.
É papel da escola desenvolver o gosto e o prazer pela leitura, tornando
os estudantes capazes de utilizar diferentes gêneros textuais que circulam na
sociedade, de modo a formar leitores competentes.
Como afirma Lajolo:
[...] lê-se para entender o mundo, para viver melhor. Em nossa cultura, quanto mais abrangente a concepção de mundo e de vida, mais intensamente se lê, numa espiral quase sem fim, que pode e deve começar na escola, mas não pode (nem costuma) encerrar-se nela. ( LAJOLO, 1983, p.7).
O domínio da leitura e escrita é primordial para o desenvolvimento do
intelecto, o que provavelmente poderá mudar a realidade da vida de nossos
educandos. Muito daquilo que fazemos passa por atividade de leitura e resulta
em escrita. Se o estudante for um bom leitor terá condições de desenvolver a
escrita com maior facilidade. Como bem lembra Cosson (2009, p.16):
“Praticamente todas as transações humanas de nossa sociedade letrada
passam, de uma maneira ou de outra, pela escrita, mesmo aquelas que
aparentemente são orais ou imagéticas.”
É importante que, na sala de aula, a leitura e a escrita não sejam
atividades secundárias, que não ocupem apenas o tempo que sobrou no final
da aula. Leitura e escrita precisam ser planejadas como atividades cotidianas,
não só entre os alunos, mas também entre os professores: “A atividade da
leitura completa a atividade da produção escrita.” (ANTUNES, 2003, p.67).
Entre livros e leitores há importantes mediadores. O mediador mais
importante é o professor, figura fundamental na história de cada um dos
alunos. É ele que deve promover a realização de leituras significativas,
auxiliando os alunos a desenvolverem a capacidade de perceber os implícitos e
as intencionalidades que o texto traz.
É importante também “que o professor esteja atento aos comentários
dos alunos, muitas vezes surpreendentes, que lançam novas luzes sobre os
textos.” (MARTINS, 2010)
Para o desenvolvimento da prática da leitura faz-se necessário
considerar os textos com que se quer trabalhar para, então, planejar as
atividades. Para isso devem ser trabalhados os gêneros textuais de acordo
com a faixa etária a ser atingida.
As Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para Educação Básica
do Paraná definem gênero da seguinte forma:
“O gênero, antes de constituir um conceito, é uma prática social e deve orientar a ação pedagógica com a língua, privilegiando o contato real do estudante com a multiplicidade de textos produzidos e que circulam socialmente. Esse contato com os gêneros, portanto, tem como ponto de partida a experiência e não o conceito." (SEED, 2006, p. 21).
Dentre os gêneros discursivos, o literário é o que está mais presente nas
escolas. Para Silva e Martins, os gêneros literários:
[...] talvez sejam dos mais significativos para a formação de um acervo cultural consistente. De um lado, como os textos literários costumam propositadamente trabalhar com imagens que falam à imaginação criadora, muitas vezes escondidas nas entrelinhas ou nos jogos de palavras. Apresentam o potencial de levar o sujeito a produzir uma forma qualitativamente diferenciada de penetrar a realidade. De outro modo, podem provocar no leitor a capacidade de experimentar algumas sensações pouco comuns em sua vida.( SILVA; MARTINS, 2010, p.32).
De forma específica, nesta unidade didática serão trabalhados os
gêneros conto e novela, seguindo uma ordem do menos para o mais extenso.
Também serão trabalhados outros gêneros, como a carta pessoal, o romance,
árvore genealógica, biografia, diário, história em quadrinhos.
Podemos observar que muitos dos nossos alunos gostam de textos
curtos e que não necessitam de interpretações profundas. São poucos os que
apreciam a leitura de obras mais extensas ou mais exigentes. E é a partir
desse diagnóstico que este projeto será desenvolvido a partir de um gênero
mais curto progredindo para o mais extenso, pois como bem destaca Peter
Hunt (2011) “As crianças são leitores em desenvolvimento”. É tarefa do
professor estimular esse desenvolvimento.
O gênero textual conto
Conto é uma narrativa em prosa, obra de ficção apreciada pelos
estudantes, pois possui começo, meio e fim oferecendo a vantagem de uma
leitura breve, sem desvios do foco principal. Gotlib (1998) destaca que, a
despeito de outras características distintivas do gênero, ”A questão da
brevidade permanece como elemento caracterizador do conto”. O eixo
narrativo do conto aborda um só conflito, um só drama e uma só ação. A leitura
de um conto depende de menor tempo e, em alguns casos, pode assegurar
maior envolvimento do leitor não habituado a ler. Os contos escolhidos para
esta unidade didática possuem uma linguagem menos elaborada, simples e
direta, de fácil entendimento. Todas as ações se encaminham diretamente para
o desfecho. Envolve poucas personagens, e as que existem se movimentam
em torno de uma única ação. As ações se passam em um só espaço,
constituem um só eixo temático e um só conflito. Através dos contos, tem-se a
oportunidade de entrar em contato com temas que dizem respeito aos valores
humanos.
O gênero textual novela
O gênero novela difere do conto por apresentar uma narrativa mais
extensa. A novela ultrapassa os limites do conto por apresentar personagens
mais elaborados, sendo que o mesmo acontece com o tempo e o espaço, que
são mais explorados. Como bem observa Gotlib: “Examinando as diferenças
entre novela e conto, constata que existe entre eles uma diferença de princípio,
determinada pela extensão da obra.” (GOTLIB, 1998, p.39-40).
Yves Stalloni (2001) apontou ainda as seguintes características do
gênero novela: unidade de ação (um único acontecimento de resolução rápida),
de tempo e de lugar, tem-se um fragmento da vida e não a história de toda uma
vida; simplicidade de organização estrutural (único narrador que conduz o leitor
de uma ponta à outra); poucos personagens, já inseridos na aventura;
intensidade na sua formulação e conteúdo, visão do mundo apresentada como
fiel; estrutura aberta (pode-se acrescentar um episódio, fazer intervir outro
personagem); supressão dos movimentos de aproximação, dos preparativos,
chegando mais depressa até a crise e o desenlace; resolução do conflito por
meio de um fim inesperado, anedótico, chocante.
Nesse contexto vale mencionar que a leitura do gênero textual novela
pode causar um prazer no leitor que o fará ter vontade de ler mais obras. Como
bem descreve Moino:
“Como objetivos, podemos citar o objetivo imediato de entreter, mais especificamente o de provocar o prazer da leitura, despertado, sobretudo por uma empatia criada entre enunciador e destinatário. Uma vez criado tal prazer, tem-se como consequência um estímulo do contato com a literatura, o desejo de ler cada vez mais e por que não o de escrever.”(MOINO, 2011).
Esse estímulo será proporcionado por meio das leituras realizadas com
os alunos. Foram escolhidas duas novelas com histórias divertidas,
envolventes e emocionantes.
Em relação ao título e ao desfecho do gênero novela, Moino esclarece:
“O título tem sempre uma função primordial, nesse gênero, sendo um verdadeiro título-tema. Ao lermos o título, temos logo de início o assunto que será desenvolvido no texto. Esse desenvolvimento começa já no primeiro parágrafo. De forma direta (sem uma cena introdutória), o parágrafo de abertura já nos traz uma cena representativa do tema, dando-nos na grande maioria dos casos o acesso imediato ao conflito da novela. A parte final é marcada por um efeito humorístico causador de um sorriso, ou ainda por um momento de surpresa ou de forte reconhecimento e empatia entre o leitor e o autor.” (MOINO, 2011).
Vai ser dada mais ênfase para os gêneros textuais conto e novela com o
objetivo de começar o estímulo à leitura com um gênero mais curto para o mais
longo, porém ao longo do desenvolvimento das atividades irão surgir outros
gêneros que podem muito bem ser trabalhados durante a unidade.
Esforços para estimular no educando o interesse pela leitura e pela
escrita devem ser intensificados no dia a dia da escola, por meio de estratégias
diversificadas na abordagem dos diferentes gêneros. Conforme os PCNs: a
seleção de textos deve privilegiar textos de gêneros que aparecem com maior
frequência na realidade social e no universo escolar, tais como: notícias,
verbetes enciclopédicos, cartas argumentativas, contos, romances e novelas,
dentre outros. (BRASIL, 1998, p.26).
Assim sendo esta proposta de trabalho com gêneros literários narrativos
tem o intuito de criar condições de o aluno, através da leitura e escrita,
compreender melhor o que está aprendendo na escola, ficar sabendo quais
são suas obrigações e também defender os seus direitos na sociedade em que
vive.
MATERIAL DIDÁTICO
O projeto será desenvolvido com uma turma de aproximadamente 30
alunos do 6° ano, da Escola Estadual “Manoel Antônio da Cunha”, na cidade da
Lapa, PR.
A primeira ação do trabalho será uma investigação das práticas de
leitura da classe por meio de um questionário com as seguintes perguntas:
1) Você gosta de ler? Por quê?
2) Você lê em casa? Por quê?
3) Você vê alguém de sua família lendo? Quem?
4) Alguém em casa incentiva você a ler? Quem?
5) Existe algum livro ou texto que você começou a ler, mas não
entendeu?
6) Você lê porque gosta ou por obrigação? Por quê?
7) Que livro você mais gostou de ter lido até hoje? Por quê?
8) Escreva três assuntos sobre os quais você mais gosta de ler:
9) Se você escrevesse um livro, que tema escolheria?
10) Você acha que ler é importante? Por quê?
O questionário será uma forma de pesquisa sobre as práticas de leitura
da turma, analisando se os alunos leem com frequência, que gêneros textuais
leem, quais seus temas favoritos e se demonstram prazer no ato de ler.
Inicialmente, em um momento chamado “roda de leitura”, serão lidos
para os alunos vários contos do livro Deixa que eu conto (2002) como:
“O leão”, de Dalton Trevisan, é a história de um leão velho, muito
maltratado que não tinha brilho nos olhos e estava muito doente depois de ter
sido esquecido por um circo. O leão tinha passado a vida inteira convivendo
com adultos e crianças no circo. O animal, de tão acabado, não tinha forças
para morder. Uma menina passou a dar pedaços de carne para ele. Tinha um
moleque que estava jogando amendoim para o leão, só que depois tacou uma
pedra nos olhos do leão, que levantou-se com muita dor nos olhos. Deu vários
urros, caiu-se ao lado da menina e fechou os olhos para sempre.
“Sem? É impossível perguntar”, de Ignácio Loyola Brandão, conta a
história de um menino fascinado com os poderes de uma tecla de computador.
Ele tenta desvendar a função de uma tecla “shift” do computador e descobre
que ninguém pode ajudá-lo. Seu pai vivia trabalhando e não tinha muita
paciência para ensiná-lo. Ele mesmo teria que decifrar todos aqueles símbolos
que desconhecia. Até que apertou a tecla “delete” e tudo desapareceu da tela
do computador.
“Os terroristas”, de Moacyr Scliar, é a história de um professor duro,
exigente e implacável. Ele aplicava as provas sem aviso prévio. Os trabalhos
valiam notas e eram corrigidos com os critérios mais rigorosos. Como estavam
com notas baixas tiveram a ideia de pegar o caderno de notas para mudá-las.
Porém quando tiveram uma única oportunidade, não tiveram coragem.
“A incapacidade de ser verdadeiro”, de Carlos Drummond de
Andrade, conta a história de um menino que inventa coisas que ninguém sabe
de onde ele tirou. Sua mãe o castigava sempre pensando que ele estava
mentindo. Até que resolveu levá-lo ao médico. O médico o examinou e deu o
diagnóstico: Este menino é mesmo um caso de poesia.
A cada conto lido serão feitas perguntas sobre o entendimento da
história e um debate acerca do tema de cada conto.
Após esse momento de leitura e discussão preliminar, será feita uma
conversa sobre o que os alunos sabem a respeito do gênero conto, se já leram
um conto marcante e serão encorajados a contá-lo para a turma. Em seguida,
serão apresentados os elementos composicionais do gênero conto:
personagens, tempo, espaço, enredo, narrador. Para um maior
aprofundamento desses elementos utilizarei como bibliografia o livro Teoria do
Conto, de Nádia Gotlib 1988, onde a escritora apresenta elementos teóricos e
exemplos para a compreensão das características comuns aos contos.
Os alunos serão levados até a biblioteca para conhecerem o espaço,
visto que estarão chegando de outras escolas, e ficarem cientes dos seus
direitos e deveres para com o lugar.
Serão distribuídos os livros de contos De conto em conto (2001) com
as histórias “Negócio de menino com menina”, de Ivan Angelo e “Biruta”,
de Lygia Fagundes Telles, e o livro Historinhas pescadas (2001), com a
história “Minhas férias, pula uma linha, parágrafo”, de Christiane Gribel,
para uma leitura oral com discussão da história a seguir. As obras foram
escolhidas de acordo com a faixa etária a que se destinam. E também por
apresentarem crianças como personagens principais, com sonhos, problemas
e uma enorme vontade serem felizes.
Será feita a leitura oral do conto “Negócio de menino com menina”, de
Ivan Ângelo, que pode ser resumido assim: Um menino andava pela estrada
com um passarinho na gaiola. Um poderoso fazendeiro passava com sua filha
de carro. A menina pediu para o pai comprar o pássaro para ela. O homem
ofereceu muito dinheiro ao menino, que se recusou a vendê-lo. Isso irritou o
homem que fez de tudo para comprar, mas o menino não cedeu. Quando
estava indo embora o menino cochichou para a menina que daria o pássaro a
ela amanhã.
Será feita uma discussão sobre o que o dinheiro não pode comprar.
Será solicitada aos alunos a transformação do conto em uma história em
quadrinhos, com o objetivo de observar se eles seguem uma ordem lógica dos
acontecimentos, se estabeleceram relações entre texto e ilustração, se
entenderam a estrutura das HQs, se não fugiram ao tema. Com isso espera-se
que o aluno seja capaz de interpretar uma sequência de ideias, refletindo sobre
o significado do que foi lido.
O conto “Biruta”, de Lygia Fagundes Telles, será lido e discutido pela
turma, com a mediação da professora. A história pode ser resumida assim:
Alonso é um menino que foi adotado por uma família rica, mas é tratado como
empregado da casa. O cachorro Biruta é seu companheiro e único amigo, mas
como é muito bagunceiro ganhou a antipatia da dona da casa, que deseja vê-lo
longe. Até que na véspera de Natal, Dona Zulu engana Alonso, dizendo que vai
levar Biruta para brincar com uma criança doente, mas irá trazê-lo no dia
seguinte. Só que tudo não passa de um plano para levar o Biruta para bem
longe da casa. Alonso fica inconsolável quando descobre o fim de seu
cachorrinho de estimação.
Será também proposta uma produção textual fazendo uma releitura do
texto com modificação do final da história, que é bem triste. Espera-se que o
aluno produza um texto coerente com o que foi lido numa sequência lógica,
modificando o final da história. O objetivo é perceber no aluno a sua
compreensão da leitura e exercitar a criatividade.
Será realizada a leitura do conto “Minhas férias, pula uma linha,
parágrafo” de Christiane Gribel, que pode ser resumido assim: Guilherme
estava voltando das férias. Logo no primeiro dia de aula, a professora pede
para que os alunos escrevam uma redação com o título „Minhas férias‟. Isso o
desagradou muito pois tinha resumir as férias incríveis em trinta linhas e em
apenas 15 minutos. A professora lê sua redação e resolve dar uma tarefa para
ele: escrever uma redação para o diretor da escola, só que nesta redação ele
deveria contar tudo o que havia feito na aula de português. O menino escreveu
o texto e foi chamado na sala do diretor. Pensando que ia ser expulso,
Guilherme ouviu o diretor dizer pra ele: Guilherme, eu fiquei muito
impressionado com a história que você escreveu. Você precisa fazer mais
redações.
Depois serão feitas questões de entendimento do texto, tais como: qual
era a ideia que o menino fazia da professora, em que lugar aconteciam os fatos
da história, o que ele pensava sobre fazer redações. Logo depois, os alunos
farão uma atividade com a produção de uma página de um diário, levando em
conta as características do gênero. Eles deverão registrar acontecimentos
cotidianos a partir de uma visão pessoal.
Após as atividades desenvolvidas com os contos os alunos aprenderão
mais sobre o gênero textual novela. Eles receberão informações sobre as
principais características do gênero, como personagens, tempo, espaço, visto
que a maioria deve associar novela somente àquilo que é mostrado na TV.
Será feita uma comparação do gênero conto e novela, onde a diferença
marcante é a extensão da obra. Para isso, utilizei como referência bibliográfica
as obras “Teoria do Conto” de Nádia Gotlib e “Os Gêneros Literários” de Yves
Stalloni. Foram escolhidos dois livros do gênero novela: Carta errante, avó
atrapalhada, menina aniversariante (2001), de Mirna Pinsky e Bisa Bia, Bisa
Bel (2001), de Ana Maria Machado. Essas obras foram escolhidas por
conterem histórias divertidas, envolventes e emocionantes, com uma
linguagem de fácil entendimento.
Será feita a leitura oral e a discussão do livro Carta errante, avó
atrapalhada, menina aniversariante de Mirna Pinsky, que pode ser resumido
assim: O livro se inicia com Vovó Lia, que vive em Israel, escrevendo uma carta
para sua neta Luciana, para sua neta Luciana, que mora no Brasil e completa
10 anos. A carta foi postada normalmente, porém não seguiu seu destino
normal, pois estavam faltando palavras. A identificação do destinatário da carta
era claro, o nome da rua também, mas a cidade e o país estavam escritos em
caracteres hebraicos. Como todas as cartas complicadas, a carta da Vovó Lia
foi parar nas mãos de Pedro Boné, um funcionário dos Correios. Ele resolveu
procurar o destinatário, mesmo com o endereço incompleto. Pedro Boné
acabou encontrando o destinatário no mesmo dia que a remetente, Vó Lia,
chegou ao apartamento.
Serão discutidas questões sobre o entendimento da história. Também
será proposta uma produção de carta dos alunos a um familiar, com o objetivo
de observar se os alunos irão escrever seguindo as características do gênero,
o tipo de linguagem utilizada, que pode variar de acordo com o grau de
intimidade entre o remetente e o destinatário, podendo prevalecer tanto o
padrão formal quanto o coloquial.
A próxima leitura será do livro Bisa Bia, Bisa Bel de Ana Maria
Machado, que pode ser resumida assim: Isabel encontra um antigo retrato de
sua bisavó e resolve ficar com ele. De tanto carregá-lo pra lá e pra cá, acaba
perdendo o retrato. Através da sua imaginação fértil, ela começa a escutar a
bisavó como se a mesma realmente estivesse com ela lhe ajudando e lhe
dando conselhos. Quando a mãe de Isabel pede o retrato, ela diz que ele virou
uma tatuagem e por isso havia sumido. A menina vive muitas aventuras sem
sair do colégio e de casa . Depois de algum tempo ela começa a ouvir outra
voz que se diz ser a sua bisneta. A partir daí as três, Bel, sua bisavó Bia e sua
bisneta conversam muito no mundo imaginário de Isabel. No final da história,
Isabel acaba descobrindo que havia esquecido o retrato na sala de aula e que
sua professora o havia guardado.
Os alunos responderão questões de compreensão da história lida, a fim
de verificar se eles perceberam quem era a Bisa Bia e a Bisa Bel, se
entenderam que havia muita imaginação da menina, se os acontecimentos da
história eram possíveis de acontecer na vida real. Será solicitado que façam
uma árvore genealógica e uma produção de texto narrativo com o tema
“Família”.
Todas as atividades serão organizadas em uma sequência didática, em
relação à qual se objetiva realizar momentos de leitura e escrita, com gêneros
textuais variados, utilizando-se de debates sobre o assunto lido e produções
textuais.
A avaliação será processual, contínua e diagnóstica. Dar-se-á pela
participação dos alunos na realização das atividades propostas e na
adequação de suas elaborações ao gênero e ao tema solicitados, bem como à
sua crescente adequação ao nível de elaboração linguística condizente com a
série.
ENCAMINHAMENTOS METODOLÓGICOS
Nessa primeira atividade será aplicado o questionário abaixo, com o
intuito de verificar os hábitos de leitura da turma, analisando se os alunos leem
com frequência e se demonstram prazer no ato de ler.
Objetivos: Pesquisar sobre os hábitos de leitura dos alunos, verificando se
demonstram prazer pelo ato de ler. Analisar as preferências de leitura dos
alunos. Oportunizar aos alunos momentos de leitura de fruição.
Número de aulas: 3 horas- aula
Orientações Metodológicas:
Inicialmente, o professor conversará com os alunos sobre o
desenvolvimento do projeto “Formação de leitores: partindo da narrativa curta
para a narrativa longa”, somente expondo o que for mais relevante, o que
interessa para a aprendizagem deles. Logo depois, será aplicado o
questionário, um instrumento de pesquisa para averiguar o gosto pela leitura e
a prática efetiva da leitura por parte dos alunos.
Escola Estadual Manoel Antônio da Cunha
Professora PDE: Márcya Berghauser
Turma: 6° ano
Questionário sobre hábitos de leitura
1) Você gosta de ler? Por quê?
2) Você lê em casa? Por quê?
3) Você vê alguém de sua família lendo? Quem?
4) Alguém em casa incentiva você a ler? Quem?
5) Existe algum livro ou texto que você começou a ler, mas não entendeu?
6) Você lê porque gosta ou por obrigação? Por quê?
7) Que livro você mais gostou de ter lido até hoje? Por quê?
8) Escreva três assuntos sobre os quais você mais gosta de ler:
9) Se você escrevesse um livro, que tema escolheria?
10) Você acha que ler é importante? Por quê?
Logo após a realização da tarefa, os alunos serão convidados a fazer
uma visita à biblioteca escolar, visto que estão vindo de outras escolas e ainda
não conhecem esse espaço tão importante da instituição. Nesse momento o
bibliotecário explicará as regras para o uso da biblioteca e o empréstimo de
livros. O professor solicitará que os alunos escolham um livro para ler. Alguns
livros serão selecionados pelo bibliotecário com antecedência, porém a escolha
dos alunos será livre, podem escolher dentre os selecionados ou dentre outros.
Desse modo o professor já conhecerá as preferências dos alunos. Depois
dessa leitura o professor solicitará aos alunos que mostrem o livro aos colegas
contando resumidamente a história.
Objetivos: Apresentar o gênero textual conto e seus elementos
composicionais. Analisar os elementos composicionais: personagens, tempo,
espaço, narrador, enredo do conto “O homem nu” de Fernando Sabino.
Número de aulas: 4 horas-aula
Orientações Metodológicas:
Primeiramente, o professor conversará com os alunos sobre o gênero
conto, explicando sobre suas características, abaixo explicitadas, expondo que
o conto é uma narrativa menor que o romance e a novela.
ELEMENTOS DA NARRAÇÃO
Ao falarmos em narração, logo nos remete à ideia do ato de contar histórias, sejam estas verídicas ou fictícias. E para que essa história seja dotada de sentido, ela precisa atender a critérios específicos no que se refere aos seus elementos constitutivos. Dentre eles destacam-se:
A) Espaço - É o local onde acontecem os fatos, onde as personagens se movimentam.
B) Tempo ou Época - As personagens vivem e agem num dado espaço, durante certo tempo. Esse tempo pode ser constituído pelo cronológico, que é ligado a horas, meses, anos, ou seja, marcado pelos ponteiros do relógio e pelo calendário. O outro é o psicológico, ligado às lembranças, aos sentimentos interiores vividos pelos personagens
C) Personagens - Entre as personagens há aquelas que se destacam porque agem mais: são as protagonistas, também chamadas de heróis ou personagens principais. As que se relacionam com elas por oposição são as antagonistas, que geralmente aparecem também em primeiro plano. Em volta dessas, há sempre um conjunto de personagens secundárias, que ajudam a sustentar a trama.
D) Narrador – Age como uma espécie de intermediário entre a história contada e o receptor, podendo atuar de distintas formas, entre as quais destacamos:
* Narrador-personagem - Nesta modalidade ele participa de alguma forma do enredo, pois, ao mesmo tempo em que conta, demonstra também sua cota de envolvimento com a trama, geralmente narrada em 1ª pessoa. Quando o texto apresentar um narrador-personagem dizemos que o seu foco narrativo está em 1ª pessoa.
* Narrador-observador - Neste caso, a narrativa revela-se em 3ª pessoa, visto que o narrador apenas observa do lado “de fora”. Quando o texto apresentar um narrador-observador dizemos que o seu foco narrativo está em 3ª pessoa.
E) Enredo: É o conjunto de ações e acontecimentos de uma narrativa de ficção ou mesmo um simples fato.
O Enredo Clássico obedece a seguinte sequência lógica:
1. Introdução – É o começo da história, no qual apresentam-se as personagens e suas características.
2. Complicação ou Conflito - Rompe-se o equilíbrio do estado inicial; surgem os conflitos e começam a ocorrer os acontecimentos, as ações nos episódios, que, encadeados, conduzem a narrativa a um ponto máximo de tensão.
3. Clímax – É quando o conflito da história chega ao seu ponto máximo de tensão.
4. Desfecho - Corresponde à situação final: a solução dos conflitos.
Um texto narrativo não é, portanto, um mero relatar de acontecimentos, mas o resultado de um trabalho de organização e recriação de um mundo particular, no interior do qual tudo deve fazer sentido.
Site consultado:
http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/redacao/os-elementos-texto-narrativo.htm
Em seguida o professor lerá o conto “O homem nu” de Fernando
Sabino, que está no livro Deixa que eu conto.
O homem nu - Fernando Sabino
SABINO, Fernando et al. Deixa que eu conto. 1 ed. São Paulo: ática, 2002
Logo após a leitura será feita uma atividade oral com perguntas sobre os
elementos composicionais do conto:
1) Quais são os personagens do texto?
2) Como podemos descrever o personagem principal?
3) Quanto tempo dura a ação da narrativa?
4) Qual é o espaço da narrativa?
5) Qual é o tipo de narrador da história?
6) Como é o enredo da história dividido em:
- introdução;
- complicação;
- clímax;
- desfecho.
Objetivos: Ouvir os contos com atenção e debater sobre o assunto dos textos.
Número de aulas: 2 horas-aula
Orientações Metodológicas:
Para essa atividade o professor deve selecionar os contos a serem lidos,
elaborar algumas questões para debater com os alunos oralmente e organizar
a sala para a leitura, colocando as cadeiras em semicírculo para que todos
possam se olhar e interagir na conversação sobre a leitura.
Será realizada uma “roda de leitura”, saindo da tradicional fila de
carteiras, já se cria um ambiente diferenciado para a leitura, o que pode ser
estimulante para os alunos. Nessa atividade o professor vai ler alguns contos
pré-selecionados do livro Deixa que eu conto (2002) como:
O leão - Dalton Trevisan
TREVISAN, Dalton et al. Deixa que eu conto. 1 ed. São Paulo: ática, 2002. Pág.
9.
Sem? É impossível perguntar - Ignácio Loyola Brandão.
DE LOYOLA BRANDÃO, Ignácio. et al. Deixa que eu conto. 1 ed. São Paulo:
ática, 2002, pág. 12.
Os terroristas - Moacyr Scliar.
SCLIAR, Moacyr. et al. Deixa que eu conto. 1 ed. São Paulo: ática, 2002, pág.18
A incapacidade de ser verdadeiro - Carlos Drummond de Andrade.
ANDRADE, Carlos. D. D. et al. Deixa que eu conto. 1 ed. São Paulo: ática, 2002,
pág. 30.
Professor, nessa atividade, caso não encontre os textos sugeridos você pode
selecionar os contos de sua preferência para a roda de leituras. As obras
somente serão citadas, podendo ser pesquisadas em sites da internet, caso
não encontrem os livros.
Objetivos: Ler e compreender o conto “Negócio de menino com menina”.
Aprender sobre as características do gênero textual história em quadrinhos.
Produzir um texto transformando o conto lido em uma história em quadrinhos.
Número de aulas: 3 horas-aula
Orientações Metodológicas:
Serão distribuídos aos alunos o livro De conto em conto, eles farão a
leitura silenciosa e depois oral do conto “Negócio de menino com menina”, de
Ivan Angelo. Será feita uma discussão sobre o assunto da história, que é a
diferença entre aquilo que pode ser comprado e aquilo que só pode ser ganho.
Em seguida, uma interpretação oral com algumas perguntas, relacionadas
abaixo, para analisar a leitura compreensiva e localizar informações no texto.
Negócio de menino com menina - Ivan Angelo
ANGELO, Ivan. In: De conto em conto: antologia de contos ilustrações
Orlando. São Paulo: Ática, 2001. Coleção literatura em minha casa, v. 2.
Questões orais:
1) Quem são os personagens do conto?
2) Descrever o enredo dividido em:
- Situação inicial - Conflito - Clímax - Desfecho
3) Como podemos descrever a personagem principal, física e
psicologicamente.
4) Quanto tempo dura a ação da narrativa?
5) E o espaço?
6) O que você achou da atitude do menino no final da história?
Neste momento o aluno produzirá um texto transformando o conto em
uma história em quadrinhos, para isso o professor terá que explicar o gênero
história em quadrinhos e seus elementos composicionais.
Gênero Textual : História em quadrinhos
A história em quadrinhos é um gênero textual narrativo por apresentar
características semelhantes à narração, como personagens, espaço, tempo,
sobretudo pelo enredo se caracterizar por uma sequência de ações. Apenas
difere-se pelo fato de que, ao invés de haver um narrador, o diálogo é retratado
de forma direta, representado em forma de balões, uma composição gráfica,
em consonância com uma linguagem não verbal, na qual as imagens
representam um papel de destaque, de modo a promover a interação entre os
interlocutores por meio de uma relação de causa e efeito.
A seguir alguns de seus elementos primordiais:
# Localização dos balões – indica a ordem em que sucedem as falas (de cima
para baixo).
# Contorno dos balões – A forma como são criados representam a postura
assumida pelos personagens, como por exemplo:
Em linha contínua (fala pronunciada em tom normal)
Linhas interrompidas (fala sussurrada)
ziguezagueada (representam um grito, um personagem falando alto, ou o som
de um rádio ou televisão).
# Sinais de pontuação – reforçam sentimentos, conferindo maior
expressividade à voz dos personagens.
# Emprego das onomatopeias – conferem movimento à história, imitando sons
do ambiente, entre as quais podemos citar:
crash - para uma batida; zzzz – para o sono; rrrr - para o rosnado de um cão,
buuum – para uma explosão, entre outras.
Site consultado:
http://brasilescola.uol.com.br/redacao/historia-quadrinhos.htm
Os textos produzidos serão corrigidos e refeitos se preciso for. É muito
importante a correção com a reescrita do texto para que o aluno aprenda as
convenções da escrita e perceba como ele pode melhorar.
Objetivos: Ler e compreender o conto “Biruta”, de Lygia Fagundes Telles.
Produzir uma releitura do conto modificando o seu final.
Número de aulas: 4 horas-aula
Orientações Metodológicas:
O professor distribuirá aos alunos o livro De conto em conto, para a
leitura silenciosa e oral do conto “Biruta”, de Lygia Fagundes Telles. Antes da
leitura o professor vai orientar os alunos a perceberem os elementos
composicionais do gênero conto.
Biruta - Lygia Fagundes Telles
Fonte: TELLES, Lygia Fagundes. . In: De conto em conto: antologia de contos
ilustrações Orlando. São Paulo: Ática, 2001. Coleção literatura em minha casa,
v. 2.
Logo após a leitura será realizada uma discussão com as seguintes
perguntas:
1) O que mais chamou a atenção nessa história? Por quê?
2) Os donos da casa podem ser considerados boas pessoas por terem
adotado Alonso? Por quê?
3) Quais são as características físicas e psicológicas do personagem
principal?
4) O que o Biruta representava para o Alonso? Por quê?
5) E os donos da casa? Agiram certo com o Alonso no final da história? Por
quê?
6) Como Alonso deve ter se sentido com o sumiço do Biruta?
O professor solicitará aos alunos que façam uma releitura do conto
“Biruta”, reescrevendo-o e dando um final surpreendente para a história. Os
textos serão corrigidos e reescritos se houver necessidade, com o objetivo de
observar se fizeram uma releitura da história mesmo ou apenas copiaram, se o
final foi diferente do original.
Objetivos: Ler e compreender o conto “Minhas férias, pula uma linha,
parágrafo”, de Christiane Gribel. Conhecer as características do gênero textual
diário. Produzir um texto do gênero diário.
Número de aulas: 4 horas-aula
Orientações Metodológicas: O professor deverá distribuir o livro Historinhas
Pescadas para uma leitura oral do conto “Minhas férias, pula uma linha,
parágrafo” de Christiane Gribel.
Minhas férias, pula uma linha, parágrafo - Christiane Gribel
GRIBEL, Christiane. In: Historinhas Pescadas. São Paulo: Moderna, 2001.
Coleção literatura em minha casa, v. 2.
Em seguida será feita uma discussão sobre a história com as seguintes
perguntas:
Questões para discussão:
1) No capítulo 1 é possível saber se o personagem é menino ou menina? Por
quê?
2) Qual era a ideia que o aluno tinha de sua professora?
3) O conto é um diário de quantos dias? Em que lugar se passa a maioria da
história?
4) Que tipo de narrador temos no texto?
5) O que Guilherme achava de fazer redações depois de conversar com o
diretor?
Depois da discussão o professor explicará o gênero textual diário.
Gênero Textual Diário
O Diário é um tipo de texto pessoal em que uma pessoa relata experiências,
ideias, opiniões, desejos, sentimentos, acontecimentos e fatos do cotidiano.
Características do Diário
As principais características dos diários são:
Relatos pessoais
Histórias verídicas
Registro de acontecimentos
Escritos em primeira pessoa
Registros em ordem cronológica
Caráter intimista e confidente
Subjetividade e espontaneidade
Escrita confessional
Vocabulário simples
Presença de vocativo
Linguagem informal
Textos assinados
Estrutura Textual: Como Fazer um Diário?
Embora não apresentem uma estrutura fixa, os textos dos diários podem ser
estruturados da seguinte maneira:
Data e Local: são indicadas no início do texto o local e a data em que
foi escrito, como numa carta.
Vocativo: Geralmente é incluído no começo do texto como: “querido
diário”, “querido amigo diário”. Nalguns casos, as pessoas preferem
inventar um nome fictício para ele, como se fosse um amigo íntimo.
Corpo de Texto: onde se desenvolvem os relatos diários, as ideias,
sensações do autor.
Assinatura: normalmente, os diários são assinados a cada dia. No
final do texto, aparecem o primeiro nome do autor. Antes disso, alguns
apresentam uma expressão de despedida: “boa noite”, “abraços”, “até
amanhã”.
Site consultado:
https://www.todamateria.com.br/genero-textual-diario/
O professor proporá aos alunos a produção de um diário. Eles deverão
escrever contando sobre o seu cotidiano, relatando suas histórias e
acontecimentos importantes. O professor deverá corrigir o diário e dar o
“feedback” aos alunos, assim o aluno terá condições de perceber os seus erros
e corrigi-los.
Objetivos: Identificar as características do gênero textual novela. Aprender
sobre as características do gênero textual carta. Ler e compreender a novela
Carta errante, avó atrapalhada, menina aniversariante, cada aluno receberá
um exemplar do livro que tem na biblioteca escolar, cada um lê oralmente uma
parte da história, com o objetivo de aprimorar a fluência e a entonação na
leitura oral. Produzir um texto do gênero carta.
Número de aulas: 4 horas-aula
Orientações Metodológicas: Primeiramente o professor explicará as
características do gênero novela.
GÊNERO LITERÁRIO NOVELA
Luana Castro
Situada entre o conto e o romance, a novela é um gênero literário que
apresenta certa indefinição quanto às suas características.
A novela difere do conto por apresentar uma narrativa mais extensa, assim
como difere do romance por ser menor.
Podemos afirmar que a novela ultrapassa os limites do conto por apresentar
personagens mais elaborados, sendo que o mesmo acontece com o tempo e
o espaço, que são explorados mais detidamente na novela.
Site consultado:
<http://brasilescola.uol.com.br/literatura/caracteristicas-genero-literario-
novela.htm>
Logo após a explicação o professor vai distribuir o livro Carta errante,
avó atrapalhada, menina aniversariante. Será feita uma leitura oral do livro
pelos alunos.
Carta errante, avó atrapalhada, menina aniversariante - Mirna Pinsky
PINSKY, Mirna Gleich. Carta errante, avó atrapalhada, menina aniversariante:
1ª edição. São Paulo: FTD, 2001.
Depois da leitura o grupo fará uma discussão a partir de algumas
questões norteadoras, para observar se os alunos compreenderam o texto lido,
se conseguiram interpretar a sequência de ideias, visto que a história tem
momentos de “flashback”.
1) Por que a vó Lia não tinha a menor vocação para escrever?
2) Onde vó Lia morava?
3) Como foi a infância de vó Lia?
4) Qual era o endereço de Luciana?
5) Em qual capítulo a carta chegou ao seu destino?
6) Quem era o remetente e o destinatário na carta que vó Lia enviou à
Luciana?
7) Qual foi a última pista de Pedro Boné?
8) Qual foi a reação de vó Lia quando viu o envelope que o carteiro lhe
estendia?
Nesse momento o professor explicará as características do gênero carta.
CARTA PESSOAL
Escrevemos uma carta pessoal quando queremos nos comunicar com
alguém próximo de nós, como amigos ou familiares.
As características desse tipo de gênero textual são simples, ou seja, não
possuem muitas regras e estrutura para serem seguidas. Vejamos:
• O assunto é livre, geralmente de ordem íntima, sentimental.
• O tamanho varia entre médio e grande. Quando é pequeno, é considerado
bilhete e não carta.
• O tipo de linguagem acompanhará o grau de intimidade entre remetente e
destinatário. Portanto, cabe ao escritor saber se pode usar termos coloquiais
ou mesmo gírias.
• Quanto à estrutura, a carta pessoal deve seguir a sequência: 1. local e data
escritos à esquerda, 2. vocativo, 3. corpo do texto e 4. despedida e
assinatura.
Como o grau de intimidade é variável, o vocativo, por consequência,
também: Minha querida, Amado meu, Querido Amigo, Caro Senhor, etc. A
pontuação após o vocativo pode ser vírgula ou dois-pontos.
Assim também é em relação à despedida, a qual pode variar entre
Atenciosamente, Cordialmente, etc. até Adeus, Saudades, Até em breve, etc.
Quanto à assinatura, pode ser desde só o primeiro nome até o apelido,
dependendo da situação.
Caso se esqueça de dizer algo importante e já tenha finalizado a carta é só
acrescentar a abreviação latina P.S (post scriptum) ou Obs. (observação).
A carta pessoal geralmente é entregue em mãos ou enviada pelo correio,
pois é manuscrita!
Curiosidade sobre P.S: essa sigla é originada do verbo latino “post scribere”
que significa “escrever depois”!
Site consultado
<http://brasilescola.uol.com.br/redacao/carta-pessoal.htm
O professor solicitará aos alunos a escrita de uma carta para um ente
familiar. Depois das cartas devidamente corrigidas e reescritas, o professor
explicará como se preenche um envelope. Os alunos podem entregar a carta
em mãos, se for possível, ou irão despachá-la no correio.
Objetivos: Ler e compreender a novela Bisa Bia, Bisa Bel. Produzir uma
árvore genealógica da família. Produzir um texto narrativo sobre o tema:
família.
Número de aulas: 4 horas-aula
Orientações Metodológicas:
Inicialmente o professor entregará aos alunos o livro Bisa Bia, Bisa Bel
para que cada um leia um trecho da história, em voz alta, a fim de aprimorar a
leitura oral, a fluência, a entonação, a pronúncia, valorizando o envolvimento
com o texto.
Bisa Bia, Bisa Bel – Ana Maria Machado
MACHADO, Ana Maria. Bia bisa, bisa bel. 3 ed. São Paulo: Moderna, 2001.
Logo após a leitura o professor fará as seguintes perguntas:
1) Quem era a Bisa Bia?
2) Bisa Bia falava com a Isabel mesmo ou era fruto da imaginação dela?
3) Quem era a Neta Beta?
4) Onde estava o retrato da Bisa Bia que a Isabel havia perdido?
5) A autora fala sobre os laços entre pais, filhos, netos, bisnetos e o que
podemos fazer para melhorar o relacionamento familiar. Então agora relate
um pouco sobre o que você acha que uma família tem que ter, para ser feliz.
Professor o site abaixo é da Profª Ibegi Marques, lá você vai encontrar
mais sugestões de atividades com o livro Bisa Bia, Bisa Bel”.
Site consultado
http://bejinhomarquesoportugues.blogspot.com.br/2011/01/avaliacao-leitura-
livro-bisa-bia-bisa.html
O professor explicará aos alunos o que é uma árvore genealógica.
Gênero Textual: Árvore Genealógica
O gênero textual árvore genealógica nos ajuda a conhecer um pouco da
história da família das pessoas. É o histórico que levanta dados sobre os
nossos ancestrais.
Em seguida serão distribuídas aos alunos folhas xerocadas com uma
árvore genealógica, para que eles completem-nas com informações sobre suas
famílias:
Disponível em http://www.smartkids.com.br/atividade/familia-arvore
Para concluir a atividade o professor solicitará aos alunos que façam
uma produção de texto com o seguinte título: “O que uma família tem que ter
para ser feliz”. As produções deverão ser corrigidas para que os alunos as
reescrevam se for necessário. A correção e reescrita será de suma
importância, pois assim podemos observar o desenvolvimento da escrita do
aluno e ajudá-lo em suas dificuldades.
Objetivos: Estimular os estudantes à prática da leitura e escrita. Ler individual
e silenciosamente um livro de sua preferência. Produzir um marcador de livro
com o resumo de algum texto lido na biblioteca. Visitar a biblioteca escolar e
escolher um livro pra ler.
Número de aulas: 4 horas-aula
Orientações Metodológicas:
O professor levará os alunos à biblioteca e proporá que escolham livros
de livre escolha. Dessa forma irá analisar o tipo de leitura que os alunos
escolheram, comparando se houve mudanças desde a primeira visita que
fizeram à biblioteca escolar. Se eles vão se comportar de modo diferente, pois
já conhecem melhor o ambiente, se irão pedir por um tipo de livro ou autor em
especial, se serão mais autônomos ou precisarão da ajuda do bibliotecário. O
professor também proporá aos alunos para que emprestem livros
semanalmente e que o informem sobre livro que escolheram. Assim o
professor poderá acompanhar no decorrer do ano como está se desenvolvendo
a leitura dos alunos, dando dicas, trocando informações, sugerindo livros. Essa
atenção é essencial para a formação de leitores, pois desempenhamos um
papel importante no sentido de sempre estar estimulando a leitura e a escrita
em nossos alunos.
O professor também proporá aos alunos a confecção de um marcador de
livros, para tanto levará alguns modelos. Os marcadores deverão ter uma dica
de leitura dos livros da biblioteca escolar. Os marcadores ficarão disponíveis na
biblioteca para outros alunos.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Parábola Editorial, 2003.
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Portuguesa. Brasília, 1998.
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Texto apresentado no III Congresso Latino-Americano de Compreensão
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partir da abordagem do Interacionismo Sociodiscursivo. 2011. Disponível
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ROJO, Roxane (Org.). Escola conectada: os multiletramentos e as TICs. São
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http://www.smartkids.com.br/atividade/familia-arvore
http://bejinhomarquesoportugues.blogspot.com.br/2011/01/avaliacao-leitura-
livro-bisa-bia-bisa.html acesso em 31/10/2016
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