PROPOSTA EDUCATIVA COM ENFOQUE ERGONÔMICO PARA … · PROPOSTA EDUCATIVA COM ENFOQUE ERGONÔMICO...

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PROPOSTA EDUCATIVA COM ENFOQUE ERGONÔM I CO PARA AUX I L IAR NA PREVENÇÃO DE LESÕES M ÚSCULO-ESQUELÉTI CAS

N A E Q U I P E D E E N F E R M AG E M 1 EDUCATIONAL PROPO)'AL FOCU)'ED ON ERGONOMIC)' A)' PREI.JENTION TOOL

AGAIN)'T MU)'CULUWELETAL IN JUR IE)' FOR N UR)'ING 'iTAFF

PROPUE'iTA EDUCATI\JA CON ENFOQUE ERGONÓMICO PARA AUXI L IAR EN LA PRE\JENCIÓN DE LE)'IONE)' MÚ)'CULO-E)'QUELÉTICA)' EN

EQU I PO DE ENFERMERíA

Neusa Maria Costa Alexandre2 Marco Antonio A lves de Moraes3

R E S U M O : Os trabal hadores de enfermagem estão suje itos a lesões na co l u n a verteb ra l , atri bu ídas a condições ergonôm icas e postura is i nadeq uadas. Com o objet ivo de aux i l i a r na redução dessas lesões, e laborou -se uma p roposta educat iva espec íf ica para o pessoal de enfermagem , cujo p lanejamento e tópicos constam do presente estudo . A est ratég ia fo i real izada a part i r da aná l ise do ambiente de traba lho e das at iv idades desenvolv idas por esse pessoa l , abo rdando temas re lat ivos à anatom ia e b iomecânica da co luna vertebra l , or ientações gera is de postu ra , aspectos e rgonôm icos espec íf icos do traba lho da enfermagem e cons iderações sobre mov imentação e transporte de pacientes.

PALAV RAS CHAVE : Do res nas costas, E rgonomia , Ed ucação em saúde

ABSTRACT: N u rs i ng staff is subject to les ions i n the back due to e rgonom ic factors and i nadequate postu re . A spec i f ic educat iona l proposal for n u rs i ng personne l was e labo rated with the objective of he lp i ng to reduce these les ions . Th is study presents the deve lopm ent and topics of th is educat ional strategy that was constructed from an ana lys is of the work env i ronment and of the act iv i t ies engaged i n by th is personne l . Themes relat ive to the anatomy and b iomechan ics of the vertebral co lumn were p resented , as wel l as genera l postu re o rientat ions , speci f ic e rgonomic aspects of n u rs ing tasks and cons iderat ions about the movement and transportat ion of pat ients .

K EYWO R D S : Back pai n , E rgonomics , H ealth educat ion

R ES U M E N : E I equ ipo de enferme ria es propenso a les iones en la co l u m n a verteb ra l , atri bu ídas a cond ic iones e rgonóm icas y postu rales i nadecuadas. Con el objet ivo de aux i l i a r en la red icc ión de estas les iones , se e laboró una propuesta ed ucat iva espec íf ica para e l persona l de enfermer ía , cuyo p laneamento y tópicos constan en el presente estud io . La estrateg ia fue realazada a part i r de i aná l is is de i amb iente de t rabajo y de las act iv idades desempenadas po r esse pe rsona l , abordando temas re lat ivos a anatom ia y b iomecán ica de la cu l umna verteb ra l , or ientac iones gene rales de postura, aspectos ergonóm icos y transporte de pacientes .

PALABRAS C LAV E : Dolor de espalda , E rgonomia , Educac ión en sa lud

1 Apresenta do no 492 congresso Brasileiro d e Enfermagem- Belo Horizon te - M G , dezembro de 1 99 7.

2 Enfermeira . Prof. Assis tente Doutor do Depa rtamento de Enfermagem da Faculda de de Ciências Médicas- UNICA MP.

3 Fisioterapeuta do centro de sa úde da comunidade da UNICA MP. Pós -graduando da

Faculdade de Educação Física - UNICA MP.

R. Bras. Enferm. B ras í l i a , v. 5 1 , n . 4 , p . 629-642 out . /dez . 1 998 629

A L EXA NDRE, Neusa Maria Costa et aI.

INTRODUÇÃO

As lesões do s istema múscu lo-esque lét ico têm despertado a atenção de pesq u i sadores p reocupados com q uestões re lat ivas à saúde e traba lho , v i sto rep resentarem as p r i nc ipa is causas de i ncapacitação de adu ltos , e também pe lo i mpacto p rovocado nas esfe ras ps icossoc ia is e econômicas , ( Parniapour et aI. 1 990 , Yeliu; Cal/ahan, 1 995) . Entre essas afecções i nc l uem-se as enfe rm idades da co l u n a ve rteb ral que const i tuem um comp lexo desaf io para a Saúde Ocupac iona l .

Pesq u isadores e o rgan izações de vár ias partes do m u ndo têm destacado a e q u i pe de e nfe rmagem como um g rupo de r isco em re lação ao dese nvolv imento de dores osteomuscu la res , part i cu la rmente as a lg ias ve rtebra i s . (Alexandre, 1 993 , Burgmeier, 1 988 , Cohen - Mansfield, 1 996 , Engles, 1 996 , Guo, 1 995 , Harber, 1 985, Knibbe; Friele, 1 996 , Leighton; Reil/y, 1 995 , Stubbs, 1 983 , Videman, 1 984 , WOR LD H EAL TH ORGAN I ZATI O N , 1 985 , Yassi et a/. , 1 995) . U m re levante aspecto dos p rob lemas osteomuscu la res é a q uestão da et io log ia , pois são causados por i n ú m e ros fato res i nter- re lac ionados (WORLD H EAL TH ORGAN I ZATI O N , 1 985) . G e ral mente cons ide ram-se os fatores de r isco como i n d iv idua is e re lac ionados com o amb iente de traba l ho , sendo ma is c i tados os defeitos postu ra is e congên itos , fo rça m uscu la r , t raba lho f ís i co pesado, levantamento e manuse io de cargas , man utenção de u m a postu ra por tempo p ro longado , movi mentos f reqüentes de f lexão e to rção da co l u n a ve rteb ra l , ent re outros . Rece ntemente estão sendo amp l iados para aspectos como cond i ções soc io-econôm icas , fato res ps ico lóg i cos , v ida sedentár ia e a p rópr ia o rgan ização do t raba lho . ( Barreira, 1 989 , Garg; Moore, 1 992 , Magui et aI. , 1 994 , Parniapour e t a/. , 1 990 , Ross, 1 994 , Svenson; Handerson, 1 989 , WORLD H EAL TH O RGAN IZAT ION , 1 985) .

I n ú m e ros pesq u i sadores apresentam estratég ias para tentar a so l ução de p rob lemas re lac ionados ao s i stema m úscu lo-esq ue lét ico . A revisão da l i te ratu ra aponta abordagens ta is como : t re i namento , adm i n istração de cu rsos sobre mecân ica corpo ra l , p rog rama de exe rc íc ios e a longamentos , m udanças no amb iente e posto de traba l ho , a l te ração do est i l o de v ida , entre outros . ( Chaffin, 1 987 , De Rosa; Porterfield, 1 992 , oouchin, 1 990 , Kel/et, 1 99 1 , Leonard, 1 990 , Lin ton, 1 989 , Moffett et aI. , 1 986 , Reil/y et aI. , 1 989 , Westgmrd, 1 985) .

Desenvolve-se aq u i uma estratég ica espec íf i ca para a e q u i pe de e nfe rmagem de u m hosp i ta l u n ivers i tári o , através de uma abordagem educat iva, part i ndo da aná l i se do amb iente de traba lho e at iv idades desenvolv i das por estes p rof iss iona is . Trata de te mas re lat ivos à anatom ia e b iomecân ica da co l una ve rteb ra l , com or ientação gera l de postu ra , aspectos e rgonôm icos específ i cos dos se rv iços e cons ide ração sobre mov imentação e transporte de pac ientes . O p rese nte estudo tem por objet ivo ap resentar o p lanejamento e tóp i cos dessa abordagem educativa .

P LAN EJAME NTO DA ESTRATÉG IA EDUCATIVA

G rande parte das ag ressões à co l una ve rteb ra l na equ i pe de e nfe rmagem estão re lac ionadas a cond ições e rgonômicas i nadeq uadas de mob i l i á rios , posto de traba lho e e q u i pam entos ut i l i zados nas at iv idades cot id ianas da enfe rmage m , sendo as dores nas costas causadas por traumas crôn i cos repet i t ivos , que e nvolvem

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m u itos outros fato res , a l é m da man i pu l ação de pacientes . (Alexandre, 1 993 , Harber, 1 987 , Ma rgiale, 1 995 , U N I V E RS I TY O F S U R R EY , 1 986) . M u itos autores têm suger ido a ad m i n i stração de cu rsos sobre movi mentação e transporte de pac ientes como uma forma de reduz i r a i n c idênc ia de p rob lemas na col una verteb ral ent re os t raba l hadores de enfe rmagem . ( Da ws, 1 98 1 , Rais trick, 1 98 1 , Scho/ey, 1 984 ,

Thompson, 1 987) . A ut i l i zação de aux í l i os mecân i cos também tem s ido i nd i cada para p reve n i r as dores nas costas . (Hill, 1 990 , Lenihan, 1 983) .

Atua lmente sabe-se que para reso lver ta is p rob lemas é necessár io u m amp lo estudo do amb iente , equ i pamentos e dos ind iv íduos , ut i l izando u m enfoque ergonôm ico ( Stubbs, 1 983 , U N I V E R S ITY O F S U R R EY , 1 986) . Assi m , as hab i l i dades em movi mentação de pac ien tes devem ser comp leme ntadas com o estabe lec imento de p rát icas seg u ras de traba lho dent ro de uma estrutu ra e rgonôm ica .

Pesq u i sas voltadas para o enfoq ue de p rog ramas i nstruc iona is que envolvem p ri nc íp ios de e rgonomia e b iomecân ica têm mostrado que este tre inamento rep resenta u m a das estratég ias para aux i l i a r a p revenção de l esões dorsa i s . ( Lin ton et aI. , 1 989 , Troup; Rauhala , 1 987 , Venning, 1 988 , Videman, 1 989) . A abordagem educativa aq u i ap rese ntada fo i desenvo lv ida tendo c o m o s u b s íd ios teór i cos a l g u n s estudos i nte rnac iona is e pesqu isas e rgonôm icas rea l i zadas no hosp i ta l u n ivers i tár io ut i l izado . (Alexandre, 1 987, Alexandre, 1 992 , Alexandre, 1 993, Troup; Rauhala , 1 987, Venning, 1 988) . Ass i m , p lanejou -se u m cu rso a part i r da aná l i se do amb iente de t raba lho e das at iv idades a í desenvo lv idas espec i f i camente pe lo pessoal de enfe rmagem .

DESCR iÇÃO D A PRO POSTA EDUCATIVA

Foi d iv id ida em se is d i fe re ntes e i ndependentes módu los que deve rão ser apresentados pau lat i namente no decorre r do p rograma de exerc íc ios :

1 . Dados fundamenta is da anatom ia da col una ve rteb ra l 2 . Mecân i ca corpora l 3 . S ituações que podem causar dores nas costas 4. Or ientações e rgonôm icas específ i cas 5. Or ientações ge ra is 6 . Movi me ntação e t ransporte de pac ien tes

Esses módu los se rão apresentados separadamente a seg u i r :

DADOS FUNDAMENTA IS DA ANA TOMIA DA COL UNA VERTEBRAL

O con hec i me nto das estrutu ras anatô m i cas q u e compõem a co l u n a mesmo tem po a rt i cu lada e f lex íve l , por se r formada por m ú l t i p las peças sobrepostas , u n idas u mas às out ras por e lementos l i gamentares e m uscu l ares . É composta pela supe rpos i ção de 33 vé rteb ras , separadas estru tu ra lmente em c i nco reg i ões , que de c ima para ba ixo são : 7 cerv ica i s , 1 2 torác icas , 5 l ombares e 9 sacrococc ígeas fund idas . U ma visão ante r io r ou poste r io r reve la u m a col una ve rteb ra l a l i n hada , contrar iamente à v ista latera l e m que se observam 4 c u rvatu ras , que são de c ima para ba ixo : a l o rdose cerv ica l , com convexidade anter io r e a cu rvatu ra sacroccígea , q u e se ap resenta f ixa e com convex idade poste r io r . ( Hall, 1 993 , Kapandji, 1 979) .

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A L EXANDRE, Neusa Maria Costa et ai.

Anatom icamente , a u n idade bás ica da co l una ve rteb ra l com p reende um segmento móvel que é const i tu ído por duas porções : uma ante r ior , formada pe los corpos verte b ra i s e u m d isco i nte rvertebra l , e uma poste r ior , que contém as facetas a rt icu la res , m úscu los e l i gamentos .

N este segme nto poste r io r observa-se também o canal medu la r , que tem i n íc io no fo râmen occ ip i ta l , a lojando o bu lbo e a medu la esp i nha l , rep resentando ass i m um p roteto r e lást i co e ef i caz deste e ixo ne rvoso . A u n idade compreende também os tec idos m uscu la r e aponeu rót ico adjacentes , a rté r ias , ve ias e tec ido ad i poso . Apo iando-se sobré uma base pé lvi ca móve l , a estrutu ra óssea da co l una ve rtebral rep resenta a parte r íg ida , enq uanto as formações l i gamentosas são e lementos de reforço e estab i l i zação . Os g rupos m uscu la res desempenham importante papel na sustentaç.ão e man utenção da col una verteb ra l , perm i t i ndo ao mesmo tempo a sua movi mentação . (�?11/, 1 993 , Pa tenaude; Sommer, 1 987) .

A anatom ia da col una ve rteb ra l é ass i m ap resentada por me io de "s l i des" , de acordo com a seqüênc ia descr i ta ac im a .

MECÂNICA CORPORAL

A mane i ra cu idadosa e ef i c iente de usar todas as partes do corpo e m re lação ás fo rças i n ternas e exte rnas contri b u i para evitar poss íve is agressões ao s i stema m ú s c u l o esq u e lé t i co , espec ia l m e nte à co l u na ve rte b ra l . P a ra ab range r as necess idades m úscu lo- esq ue lél icas do paciente e a do p rópr io t raba l hador enq uanto suje ito at ivo do m ovi mento , os p rof iss iona is de enfermagem devem com p reender e ut i l i za r de fo rma adequada os p r i nc íp ios de mecân ica co rpora l . N essa fase são abordados te mas como postu ra , g rav idade , eq u i l íb r i o , d i sco i n te rverteb ra l e b iomecân i ca da co l una verteb ra l , que são descritos a seg u i r .

U m dos p rime i ros passos para comp reensão da mecân i ca corporal é cons iderar a postu ra . N o homem , a postu ra e reta é o rgan izada por l i m itada e se lec ionada com b i nação de pos ições de d i fe re ntes segmentos corpora i s . Para a postu ra conve rgem todos os e lementos que caracte r izam o mov imento , sendo e la mesma a base de cada at iv idade c i nét ica e a res u ltante da i nteg r idade das d ive rsas estrutu ras anatôm icas e seu func ionamento . M u itos autores e ent idades tentam defi n i r o que é postu ra .

Para Kendall e t aI. ( 1 977) é a pos ição corporal que e nvolve o m ín imo de estre i tamento e de 'stress" das estrutu ras , com o menor gasto de ene rg ia para se obte r o máx imo de ef i c iênc ia no uso do corpo . Para estudar os movi m entos h u manos , que são mod i f icações da postu ra estát ica , é i m po rtante conhecer o centro de g ravidade do co rpo que , para Jensen e Schultz ( 1 979) , pode ser def i n ido como : o ponto exato em q u e o corpo poder ia teor icamente , se r rodado l iv remente em todas as d i reções ; o centro e m to rno do qua l o corpo deve r ia ter o mesmo peso e o ponto de i nte rseção dos seus t rês p lanos card i na i s , o sag i ta l , o frontal e o transve rso .

Ex iste a ace itação ge ra l d e que uma postu ra adequada é aq ue la e m que a l i nha de g ravidade (cons ide rada uma l i n ha vert ical através do centro de g rav idade) passa pe los segu i ntes pontos anatôm icos : apóf ise mastó ide , extrem idade late ral . O eq u i l íb r io de u m co rpo é obt ido quando está em repouso ou movi mentando-se em contraba lanço de u m outro conj u nto de fo rças ou de movi mentos . Podem ser

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deduz idos vár ios pontos bás icos : que um objeto é ma is estáve l se tem uma amp la base de apo i o , se o seu centro de g ravidade está p róx imo desta base e se a l i nha de g rav idade passa através da mesma. A postu ra corpora l e reta é obt ida pe lo eq u i l íb r i o e ntre as fo rças que agem no centro de g rav idade , puxando o co rpo para o so lo e a força dos m úscu los ant ig ravi tac iona is , que t rac ionam e m sent ido contrár i o . Se os m úscu los fa l ha re m , o corpo co lapsará em forma de f lexão, pe la ação da fo rça da g ravidade . Ass i m , a ma io r ia dos m úscu los ant ig ravi tac iona is são os extensores , p ri nc ipa l m e nte do pescoço , das costas e das pe rnas . ( Hall, 1 993) .

Para q u e se mantenha e m cond i ções norma is a at iv idade m uscu la r , que pe rm ite m ovi me nto e sustentação , há necess idade de per íodos seme l hantes de contração e re laxamento . A at iv idade m uscu la r estát ica por tempo p ro longado pode p rovocar o aparec i mento de p rocessos i r r i tat ivos e i nf lamató r ios nas estrutu ras osteomuscu la res , em espec ia l nos m úscu los , e conduz i r a q uadros de tensão , contratu ra e dor .

Apo iada em todos estes dados , a co l u n a verteb ra l , e i xo do corpo , p rec isa conc i l i a r do is i m pe rat ivos mecân i cos contrad i tó r ios : a r ig idez e a e last i c idade . I sto se deve a sua estrutu ra f ixa e const i tu i ção por m ú l t i p las peças sobrepostas , u n i das u mas às outras por e l ementos l i gamentares e m uscu la re s . Como uma perm i te m ov i mentos nos t rês p lanos do espaço : sendo peq uena a m ov i m entação ent re vérteb ras adjacentes , a anorma l idade e m uma das t rês deve rá afetar as outras duas . As facetas a rt i cu la res gu i am e l i m i tam os mov i m entos do segmento móve l , restr i ng i ndo a m ovi me ntação ante ri o r da vé rtebra super io r sobre a i nfe r io r .

Entre cada corpo verteb ra l encontra-se uma estrutu ra i m po rtante da col una , denom i nada d i sco i n te rve rteb ra l , cuja função p r imári a é l i ga r as u n i dades verteb ra i s , mantendo-as f lexíve i s , atuando também como amortecedor d e choque . S e u envoltór io exte rno ( ane l f i b roso ) é r íg i do e fo rte , contendo as fo rças contrár ias exerc idas pe las vé rteb ras . O n úc leo centra l ( n úc leo p u l poso) apresenta e levado teo r aquoso , com p ropr iedades v iscosas , q u e sob p ressão exe rce te nsão em todas as d i reções . J u ntos , o ane l f i b roso e o n ú c leo p u l poso compõem uma estrutu ra ba lanceada . Em uma pessoa jovem , o d isco i n terve rteb ral com p reende ap rox imadamente 20% do com p ri mento da co l u n a ve rtebra l . Com m u danças degene rat ivas e menor vol ume de d i sco , esta porcentagem é reduz ida e a pessoa pe rde a l tu ra , p r i nc i pa lmente no f i na l do d ia , q uando p ressões m ecân i cas causam a des id ratação daque la estrutu ra . Sendo o d isco adu l to avascu la r , seu tec ido depende de me ios mecân i cos para mante r s uas necess idades h i d rófi l as , de ox igê n i o , s ubstânc ias n utr i entes e remoção dos produtos de res íduos . Acred i ta-se que a mob i l i dade esp i n ha l p romova e p reserve a i n tegr idade do d i sco através de me ios de desco m p ressão mecân ica .

Com o enve l hec i mento , o n úc leo pe rde sua capac idade de f ixar ág ua , ocorrendo u m decrésc i mo ad ic iona l das p ropr i edades de osmose e absorção e , após a Segu nda década de v ida , desaparece a vascu la r ização do d isco i nte rve rteb ral . Na te rce i ra década , o d isco é n utr ido pe la d i fusão de l i nfa através das p lacas te rm i na i s das vé rteb ras e em v i rtude das ca racte r íst i cas f ís i co-q u ím icas de absorção do gel co lo ida l no n úc leo . Desta fo rma , a a l tu ra de um d i sco lesado deve estar

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A L EXA NDRE, Neusa Maria Costa et ai.

d i m i n u ída , com p rometendo sua capacidade de amortec imento e as suas relações a rt i cu la res i nte r-apof i sár ias das vérteb ras , podendo rep resentar um fator de a rt rose . ( Kapandji, 1 979 , Knoplick, 1 986 , Pa tenaude; Sommer, 1 987) .

A so l i c i tação repet i t iva e m u i tas vezes extraord i nárias i mposta à col una ve rteb ra l com ma io r freq üênc ia são os esforços em f lexão , para levantamento e t ransporte man ua l de cargas pesadas ; esforço , para man ipu lação f ís i ca ou trabal ho f ís i co i ntenso de empu rrar , puxar ou emp i l ha r objetos pesados ; esforços i nadequados, como as rotações de tronco sobre a pé lv is , ag ravadas m u itas vezes ao levantamento de cargas , i nc l i nações l ate ra is e f lexão e extensão de tronco . Os esforços de com p ressão sobre o d isco são tão ma is i ntensos quanto ma is p róx imo est ive r do

sacro , v isto que o peso do corpo suportado aumenta com a a l tu ra sup rajacente . O conteúdo deste tóp i co é retomado nos próximos módu los , no re lac ionamento

das o ri entações p rát icas com essa fundamentação teór ica .

SITUA ÇÕES QUE PODEM CA USAR DORES NAS COS,TAS

A l i te ratu ra tem ap resentado i n ú m e ros fato res que contr i b u e m para o aparec i m ento de lesões dorsa is em traba l hadores de enfe rmagem (Alexandre, 1 993 , Harber, 1 985 , Marziale, 1 995 , U N I V E R S ITY O F S U R R EY , 1 986 , WORLD H EALTH O RGAN IZATI O N , 1 985) . É i mportante ressal tar q u e esses fato res estão re lac ionados com uma variedade de aspectos associados ao paciente , equ ipamentos , posto de traba l ho , ativ idades ocupac iona is e ao p rópr io pessoal de enfermagem , o que i nc l u i suas hab i l i dades e capacidades ps icof i s io lóg icas e ant ropométr i cas .

Com base em pub l i cações e em estudos rea l i zados no hosp i ta l , fo i poss ível fotog rafar as p r i nc ipa is at iv idades e fato res e rgonômicos re lac ionados com lesões no s i ste ma m úscu lo-esque lét ico , envolvendo o pessoal de e nfe rmagem na sua p rópr ia u n idade de serv iço . Nessa fase do cu rso apresenta-se uma sér ie de "s l ides" q u e p rocu ram abordar dete rm inadas s i tuações p rob lemas , com o objet ivo de aux i l i a r no desenvo lv i mento de u m a consc iênc ia c r ít ica em re lação aos efe i tos do amb iente de traba lho sobre a saúde da equ ipe de enfe rmagem .

A ap resentação é d iv id ida em duas partes , sendo q u e a p r i m e i ra enfoca as p r i nc i pa is cond i ções causadoras de p rob lemas osteom uscu la res e a Segunda aborda os aspectos e rgonômicos re lac ionados com o amb ie nte e e q u i pamentos hosp i ta la res , ap resentadas a segu i r .

Condições que Provocam Problemas Osteomusc u lares

Levantamento e manuseio de pesos excessivos e repetitivos

- Movi mentar e t ransportar pac ientes

- Ret i ra r saco de roupa do "hamper"

- Transportar caixas com frascos de soro , mon i to res

- Mov imenta r resp i rado res

Levantamento e manuseio incorreto de cargas

- Levantar ca ixa de modo i ncorreto

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Proposta Educativa com. . .

- Ativ idade com rotação exage rada do tronco

Solicitações extraordinárias e posturas inadequadas

- P repara r e movi mentar bo lsas para d iá l i se

- L impar sa la de ope ração

- Pu nc ionar ve ia

- Manuc iar autoc lave Manutenção de uma postura por tempo prolongado

- Permanecer em pé por tempo p ro longado ao lavar mater ia is

Outras condições

- Tensão emoc iona l : ass ist i r um pac iente c ri t ico - Trauma d i reto : seg u ra r um pacien te que está ca i ndo

Fatores ergonômicos relacionados com o ambiente e equipamentos hospitalares

Espaço de trabalho

- Co locar pac iente que u t i l i za cade i ra de rodas em banhe i ro com espaço f ís i co

- restr i to

- Transporta r um pac iente em qua rto sem espaço d ispon íve l

Superfície de trabalho

- P repara r med icações em bancada com al tu ra i nadequada

- Co l he r sangue em loca l i m p rov i sado e ba ixo

- Med i r c r iança em loca l m u ito ba ixo

- Real izar p roced imentos em camas e macas ba ixas

Limites de alcance

- Co locar em altu ras e levadas ou de las ret i ra r mon i tores , ca ixas de i n stru mental e soro

- Ret i ra r p rontuár ios e ga lões com l íq u idos de loca is ma is ba ixos , em armários

Equipamentos

- Fal ta de equ i pame ntos aux i l i a res para t ransportar pac ientes e objetos pesados

- Desn íve l entre as a l tu ras da cama e da maca

- Cade i ras e macas com rodas de d i f íc i l movi mentação

- Cama com g rades e co lchão d 'água que d i f i cu l tam a man i pu lação de pac ientes

- M a n ive las de camas de d i f íc i l movi mentação

- Fal ta de travas em m acas e camas

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A L EXA NDRE, Neusa Maria Costa et aI.

Orientações Ergonômicas Específicas

N esta parte da abordagem educativas são d iscut idos dete rm i nados aspectos e rgonôm icos re lac ionados com as at iv idades e posto de traba lho hosp ita la res .

U t i l i zando novamente fotos rea l i zadas nas un i dades do hosp ital , p rocu ra-se fo rnece r as or ientações corretas ou as poss íve i s , dentro do contexto de t rabal ho encont rado .

É i m portante ressal tar que estas or ientações são subs id iadas por pub l i cações re lac ionadas espec i f icamente com e rgonomia (Armstrong et aI. , 1 986 , Bell, 1 987 , Chaffin, 1 987 , oul, 1 995 , Grandjean, 1 988 , lida , 1 990 , Palmer, 1 976 , Raniere, 1 989) . Ao e laborar o conteúdo deste tóp ico , levou-se em cons ideração que g rande parte das ag ressões à col una verteb ra l em trabal hadores de enfe rmagem são causadas por t rau mas crôn i cos repet i t ivos , que envo lvem m u itos outros fato res , a lém da movi mentação e t ransporte de pac ientes , (Alexandre, 1 993 , Harber, 1 987 , Ma rziale, 1 995 , U N I V E R S I TY O F S U R R EY , 1 986) .

Nesse sent ido , são abordados os segu i ntes tóp icos :

Orientações em Relação às Técnicas Adequadas de Levantamento, Manuseio e Transporte de Cargas

- Ava l i a r a carga

- Respe itar os l i m ites , segundo o sexo , freq üênc ia e idade

- Mante r um espaço l ivre para acesso à carga

- No rma reg u lamentado ra nº 1 7 - E rgonôm ica

- Obte r cond ições segu ras do so lo e do t raj eto a ser percorr ido

- Pos ic ionar os pês corretamente

- Seg u ra r a carga usando tota lmente as mãos

- Levantar cargas do chão com o dorso ret i f icado e os joe l hos dobrados

- Carregar a carga o mais p róx i mo poss íve l do corpo

- Evita r mov imentos de to rção em to rno de e ixo ve rt ica l do corpo

- Ut i l i zar , sempre que poss íve l , e l ementos e equ i pamentos aux i l i a res

- Part i c ipar per iod i camente de p rog ramas de t re i namento

Orientações em Relação à Postura e Movimentos

- P ropo rcionar var iação de pos ições e at iv idades

- Obse rvar a altu ra da bancada de trabalho de acordo com o tamanho do trabal hador e o t ipo de serv iço executado (bancadas para p repara r med icações , med i r c r ianças , co letar sangue)

- Manter a l tu ra de bancada aj ustáve l , q uando ut i l i zada por d i fe re ntes pessoas (camas , macas)

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Proposta Educativa com. . .

- Adapta r a a l tu ra da a l tu ra ou mesa à a l tu ra do assento

- Manter espaço s uf ic iente para m e m b ros i nfe r io res

- Co locar os pés a l ternadamente e m u m banq u i n h o ao Ter que t raba lhar e m pé por tempo p ro longado

- Evi tar a i nc l i nação do tronco mantendo os membros i nfe r i o res est i cados (ex . ao ret i ra r mate r ia l este r i l i zado de armário )

- Ev i ta r a lcances excess ivos

- Evitar o a longamento excessivo da co l una ve rtebra l

- Armazenar objetos pesados dentro de uma amp l i tude de al tu ras p róxi mas à c intu ra e os objetos l eves e m qua l que r a l tu ra s i tuada e ntre o joe lho e a o m b ro (ca ixa de i nstru mental , mon i to res , roupas , so ros , etc . )

- Co locar mate r ia is e m u m n íve l que n u n ca u l trapasse a a l tu ra da cabeça

- Ut i l izar uma escad i nha ao reti rar objetos de partes a l tas de estantes já constru ídas (ex . pegar soros em a rmários)

Orientações em Relação aos Equipamentos

Evitar a ut i l i zação de mob i l iá r ios e q u i pamentos i m p rovisados

Atentar para uma manu te nção adeq uada e pe r iód ica dos equ i pamentos hosp i ta la res

Modern izar o t raba l ho do pessoal de enfe rmagem pe lo uso de eq u i pamentos modernos , dando-se ma is atenção ao ap rovi s ionamento de aux í l i os mecân i cos

Ava l i a r equ ipamentos e mob i l i ár ios hosp i ta la res , l evando e m conta fatores e rgonô m i cos

Orientações Diversas

Cons iderando que os estudos sobre as lesões m úscu lo-esque lét icas têm gerado i númeras e que gera lmente abrangem mú lt ip las variáve is com comp lexo i nte r­re lacionamento, cada vez mais buscam-se novas abordagens para enfrentar o p rob lema. Nesse sentido , su rgem p rogramas com estratégias que cam i n ham em d i reção a uma abordagem hol ística ( Hellsing, et aI. , 1 993 , Linton, 1 989 , Venning, 1 988) .

Levando em cons ide ração esses dados e tendo como subs íd i o estudos e recomendações de autores ( Cailliet, 1 979 , Knoplick, 1 986 , La Freniere, 1 98 1 ) que se p reocupam com a q uestão das dores osteom uscu la res , peocu ra-se nessa fase fo rnecer as segu i ntes o rien tações :

I m po rtânc ia da p rát i ca regu la r de exerc íc ios f ís i cos

Esportes e sua i n te rfe rênc ia no s istema osteomuscu la r

I mportânc ia do re laxamento

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A L EXA NDRE, Neusa Maria Costa et aI.

- Pos i ções , co lchões e t ravesse i ros ma is adequados para dorm i r

- I n terfe rênc ia d a tensão emoc iona l e est i lo d e v ida sobre a s dores nas costas

- Cons ide rações sobre o t ratamento e med idas para a l i v ia r as dores

Movimentação e transporte de pacientes

Os p roced imentos que envolvem a movi mentação e t ransporte de pac ientes são con s i d e rados os ma is penosos para os traba lhadores de e nfermage m . Estud i osos d a q uestão defendem q u e o ens i no desses p roced i m entos deve ser comp leme ntando com uma ava l i ação do local de t raba lho ed e a l ternativas para to rná- los menos p rej ud icai s . (Owe n , 1 993 , U N IV E RS I TY O F S U R R EY , 1 986) .

Cons ide rando ta is aspectos , d iv i d i u -se esta ú l t ima fase em q u atro partes :

A valiação das Condições e Preparo do Paciente

N este tóp ico descrevem-se os p r i nc ipa is cu idados e or ientações que devem ser m i n i strados aos pac ientes . I n i c i a lmente é enfat izada a i mportânc ia de uma ava l i ação das cond ições f ís icas da pessoa que será mov imentada , de sua capacidade em co laborar , bem como a observação da p resença de soros , sondas e outros equ ipamentos conectados . Faz-se a or ientação para um p lanejamento cu idadoso do p roced imento e exp l i cação ao pac iente do modo como se p retende movê- l o , como pode cooperar , para onde será encam in hado e q ua l o m ot ivo da locomoção . É i mportante sa l i enta r que o pac iente deve se r or ientado a aj udar sem p re que for poss íve l . Outro ponto comentado é que a movi mentação e t ransporte de obesos p rec isam ser m i n uc iosamente ava l i ados e p lanejados .

Preparo do Ambiente e Equipamentos

Cons ide rando que dete rm i nados aspectos do posto de traba lho podem p rej u d icar os p roced i mentos de mov imentação e transporte , aborda-se nessa parte os p ri nc ipa is cu i dados que necess i tam ser cons ide rados :

- Observar o espaço f ís ico

- Ve r i f icar o local e remover os obstácu los

- Observar a d ispos ição do mob i l iá r io

- Obte r cond ições seg u ras com relação ao p iso

- Co locar o suporte de soro ao lado da cama q uando necessár io

- E levar ao aba ixar a a l tu ra da cama para f icar no mesmo n íve l da cama

- Trava r a a l tu ra da cama , maca e cade i ra de ou so l i c i tar aux í l i o ad ic iona l

- Adaptar a a l tu ra da cama ao p rof iss iona l e ao t ipo de p roced imento que será real izado

Preparo da Equipe de Enfermagem

N esta fase são descr i tas a lgumas or ientações específ icas para o pessoal de enfe rmage m , p r i nc ipa l mente re lac ionadas com os p r i nc íp ios bás i cos de mecân ica corpora l , que deve m ser u t i l izados d u rante a man ipu lação de pacientes :

- De i xa r os pés afastados e tota lmente apo iados no chão

- M ante r as costas e retas

- Usar o peso co rpo ra l como um contrapeso ao do pac ie nte

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Proposta Educativa com. . .

- F lex iona r os joe lhos a o i nvés de c u rvar a co l una

- Abaixar a cabecei ra da cama ao m ove r u m pac ien te para c ima

- Ut i l i zar movi mentos s i ncrôn i cos

- Traba l ha r o ma is p róx imo poss íve l do corpo do pacie nte , q u e deve rá e rgu ido ou movido

- Usar u n iforme e sapatos ap rop ri ados

- Ut i l i zar e l ementos aux i l i a res ta is com : ba rra t ipo t rapéz io no l e i to , c i nto de transfe r6enc ia , p l ást ico ant ide rrapante para os pés , ro lo p lást ico faci l i tador de m ov i m entos , p rancha de t ransfe rênc ia , aux í l ios m ecân i cos , en t re outros .

Movimentação de Pacientes

Visa demonstra r através de "s l ides" a fo rma adeq uada de : Mov i mentar o pac iente , que não po.de co laborar , para a cabecei ra da cama

Movi me ntar o pac iente , que aux i l i a , pa ra a cabecei ra da cama

Aprox imar o pacie nte para u m dos lados da cama

Colocar o pac iente e m decúb ito l ate ral

Sentar o pac iente na be i ra da cama

Transporte de Pacientes

Tem por objet ivo demostrar , po r me io de u m a seq üência de "si i des" , o modo co rreto de transporta r o paciente :

Do l e ito para a cama, com aux í l i o de u m lenço l

Do l e i to para a cadei ra de rodas (quando o pac iente aux i l i a)

Do l e ito para a cadei ra de rodas (pac iente i n capacitado)

CONSIDERA ÇÕES FINAIS

Este t raba lho ap resenta a parte educat iva de u m p rog rama ma is amp lo , cujo objet ivo é contr i b u i r para a redução de lesões no s i stema m úscu lo-esq ue lét ico de trabal h adores de e nfe rm agem . É uma abordagem i n ovadora , uma vez que fo i desenvo lv ida a part i r da aná l i se de posto de t raba lho e das ativ idades executadas por esse pessoa l , l evando em cons ide ração um enfoq ue e rgonôm ico .

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