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    l1~lEARTIGOS

    TECNOLOGIA DA INFORMAO E

    M RKET ING

    COMO OB TER CLIENTES E M ERCADOS

    Carlos lberto Gonalves

    ~ Cid Gonalves Filho

    Marketing t o b sic o q ue n o p od e s er c on -

    s id er ad o u m a j un o s ep ar ad a. o p r pr io n eg c io

    obse rva do do po nto de v ista de seu resu ltado fina l,

    isto , d o p on to d e v ista d o c lie nte .

    Peter Drucker

    PALAVRAS CHAVE:

    marketing

    de relacionamento

    database marketing

    sistema de informao em

    marketing

    clientes vantagem competitiva

    tecnologia da informao negcios estratgia mercadolgica competio mudana social.

    KEYWOR S

    relationship marketing database marketing marketing information system clients competitive advantage information technology business

    marketing strategy competition social change

    Professor do Centro de Ps Graduao em Administrao da UFMG.

    c

    Professor Titular da Faculdade de Cincias Econmicas Administrativas e Contbeis da FUMEC/MG.

    R e v is ta de A d m in is tra o de E m p re sa s S o P a u lo , v . 3 5 , n . 4 , p . 2 1 -3 2

    J ul./A g o. 1 99 5

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    l1~lJARTIGOS

    1 . V E R IIY , J oh n. lh e in fo r ev o-

    lu t i on . B us in es s W e ek , N e w

    Y o rk , p .3 6- 41 , J un e 1 9 94 .

    2 . S YN NO n, W ill ia n R . Th e i n -

    fo rm a tio n w ea po n:

    winn ing

    cu sto me rs a nd m arke ts w ith

    te chn olo gy. N ew Y ork: Jo hn

    Wi ley

    &

    S o n s , 1 9 87 .

    3 . Id e m , ib id e m .

    4 . H AM ME R , M ., C HA MP Y, J .

    Reengenhar ia . R i o d e J a n eir o :

    C a m p u s, 1 9 9 3.

    A Tecnologia da Informao passa a ser vista como

    uma arma para obteno de clientes e negcios

    competitivos. Permite que o Marketing trate

    novamente necessidades e desejos de forma

    personalizada.

    The Information Technologies can

    be seen as an

    important resource

    to

    get clients and competitive

    business. It makes possible Marketing actions

    to

    treat needs and desires in a personalized way

    again.

    informao hoje poderoso recur-

    so das organizaes, permitindo a

    estas perfeito alinhamento estrat-

    gico - mediante constantes fluxos bi-

    direcionais entre a empresa e o macro-

    ambiente -, e criando condies para que

    se viabilizem seus objetivos e se cumpra

    sua misso corporativa. As empresas tm,

    no fluxo informacional, o elo que une e

    coordena seus componentes, o que propi-

    cia a manuteno do equilbrio e da in-

    tegrao em um ambiente em crescente

    mutao.

    Vrios autores tm elaborado coment-

    rios sobre a passagem da era industrial

    para a era da informao, situao na qual

    as atividades informacionais, que tm no

    conhecimento suamaior riqueza, ultrapas-

    saram as industriais. Em junho de 1994,a

    revista B usin ess W ee k

    1

    publicou uma pes-

    quisa constatando que o investimento pri-

    vado em tecnologia da informao hoje

    o dobro daquele voltado para mquinas

    industriais. Em 1975a relao era inversa.

    Conforme essa mesma pesquisa, a expor-

    tao de produtos de informtica e soft-

    ware nos EUA hoje mais representativa

    do que a de veculos e peas, empregando

    j mais pessoas.

    Segundo Synnotf', hoje a maioria das

    pessoas nos EUAest na rea de servios

    altamente informacionais e baseadas em

    conhecimento. Em termos de

    hardware,

    a

    velocidade de processamento sobe rapida-

    mente, o processamento paralelo uma

    realidade, a optoeletrnica e a comunica-

    o sem fio agilizam as redes, e at o ano

    de 1997cada micro pessoal ter mais de 1

    gigabyte de disco. O software passa a con-

    tar com o paradigma da orientao a obje-

    tos, a inteligncia artificial se desenvolve

    e o reconhecimento da fala j se est tor-

    nando uma realidade. Alguns projetos de

    redes e TVs a cabo sinalizam a possibi-

    lidade de se terem disponveis 500 canais

    ativos por 24 horas. Em vista desse de-

    senvolvimento tecnolgico, deve-se anali-

    sar as palavras de Andy Cove, presidente

    da Intel Corp.:

    V oc p od e re ta rd ar a tecn o-

    lo gia , m as o c usto d e r eta rd -la g era lm en te

    a lto .

    Atecnologia da informao, que surgiu

    como ferramenta de reduo de custos e

    agilizadora do processamento de informa-

    o, tem sido cada vez mais aplicada em

    todos os ramos da atividade humana, de-

    vido ao crescimento exponencial de seus

    recursos e habilidades. Diante desse cen-

    rio, milhares de organizaes passaram a

    usar a tecnologia da informao no so-

    mente para automatizar processos repe-

    titivos, reduzir despesas e agilizar tarefas,

    mas principalmente para viabilizar e oti-

    mizar o relacionamento com clientes e com

    omacroambiente, obtendo vantagem com-

    petitiva nos seus negcios. A Federal

    Express permite ao cliente localizar on-line

    o volume despachado; a American Hos-

    pital Supply instalou terminais junto aos

    seus clientes, permitindo-lhes fazer pedi-

    dos on-line que, alm de serem mais eco-

    nmicos, so processados muito mais ra-

    pidamente e com segurana',

    A importncia dos processos informa-

    cionais pode ser sentida com a recente re-

    percusso dos conceitos de reengenharia

    de Hammer e

    Champy',

    que sugerem um

    enfoque nos processos que criam valor

    1 99 5, R ev is ta d e A dm in is tra o d e E mp re sa s / E AE SP / F GV, S o P au lo , B ra sil.

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    T E C N O L O G I D I N F O R M O E M A R K E ll N G .. .

    sil e EUA tm exigido deles conexo com

    seus computadores, para pedidos, cobran-

    a e contas a pagar. Essas organizaes no

    querem trabalhar com instituies que

    gerem atrasos, erros e no tenham capaci-

    tao adequada. Tentam evitar, assim,

    transtornos no seu processo produtivo.

    Alm disso, determinam o tipo de tecno-

    logia a ser utilizada, criando padres que

    impem constante atualizao das poten-

    cialidades tecnolgicas do parceiro. Exem-

    plo deste fato o padro Edifact, da ONU

    (Organizao das Naes Unidas), j ado-

    tado por vrias companhias.

    Em novembro de 1994, Verity e Hof', na

    revista

    B usin ess W eek,

    completaram essa

    viso, informando que a Internet, rede

    mundial at agora utilizada somente para

    fins cientficos, ir mudar a forma das or-

    ganizaes fazerem seus negcios via

    home

    shopping,

    publicidade, trocas de informa-

    es, divulgao de publicaes etc. Em-

    presas como AD Online Agency e Open

    Market, entre outras, demonstram servi-

    os disponveis, com telas grficas e ami-

    gveis.

    Imagine se o seu concorrente permitir

    ao cliente, por meio de notebook conectado

    a um telefone celular, consultar preos,

    fazer pedidos, obter informaes e saldo e

    aplicar dinheiro. Por que o cliente ir pre-

    ferir outro servio? Se voc recebe em sua

    casa, uma semana antes do aniversrio do

    seu filho, oferta de brinquedos voltados

    para ele - quanto a idade, sexo e prefe-

    rncias -, ser que voc se dar o traba-

    lho de ir at uma loja? Se voc pode, via

    microcomputador, personalizar os produ-

    tos oferecidos, e dali mesmo transmitir o

    pedido, por que ir telefonar a alguma loja

    para saber se ela tem o que voc deseja?

    Este o incio de uma corrida pelo uso da

    tecnologia, da qual quem estiver fora aca-

    bar margem do mercado. O grande de-

    safio do profissional de marketing e infor-

    mao ser planejar, construir, administrar

    e avaliar sistemas de informao, funda-

    mentais para as organizaes, em sintonia

    com suas estratgias de negcio, visando

    a atingir sua misso, objetivos e metas, em

    um ambiente sob constante mutao.

    para o cliente e que cortam transversal-

    mente os departamentos das organizaes.

    Uma anlise mais profunda dos sete prin-

    cpios da reengenharia, encontrados no

    artigo pioneiro de Hammer , demonstra

    que cinco deles dizem respeito ao fluxo

    informacional e que todos se relacionam

    com o papel capacitador da tecnologia da

    informao. Conforme Webster

    6

    ,

    pode-se

    verificar uma tendncia de formao de

    organizaes em rede, resultantes de alian-

    as estratgicas e outros tipos de associa-

    es - divises, subsidirias, representan-

    tes - que atuam como uma confederao,

    uma coalizo frouxa e flexvel guiada por

    um ncleo. O ncleo da organizao em

    forma de rede tem funes tais como de-

    senvolver e coordenar as alianas,

    direcionar recursos financeiros e tecnol-

    gicos, definir e gerenciar a competncia

    central do ncleo, desenvolver relaciona-

    mentos com clientes e gerenciar recursos

    de informao que integram a rede. Acha-

    ve para esse tipo de organizao evitar

    fazer o mximo de coisas, especialmente

    aquelas que no fazemos bem e outras

    empresas podem fazer melhor, desenvol-

    vendo e concentrando-se na competncia

    e competitividade do ncleo. As organi-

    zaes em rede necessitam da tecnologia

    da informao para ligar seus componen-

    tes e parceiros, de modo a gerar perfeita

    integrao, rpida comunicao e agilida-

    de na resposta. A IBM (International

    Business of Machine) um exemplo de or-

    ganizao que est reinvestindo em si

    mesma sob o conceito de rede. Neste novo

    enfoque a informao cria relacionamen-

    tos a longo prazo com clientes, associaes

    e alianas estratgicas.

    As redes digitais integradas e os satli-

    tes distribudos, em implantao nos EUA

    e Europa, levaro, atravs de fibras ticas

    e sinais analgicos de alta freqncia, flu-

    xos de informao at lares, empresas e

    indstrias. Cada lar ter um equipamen-

    to - misto de televiso, computador, te-

    lefone e fax - que permitir comprar, ver,

    obter, comunicar, imprimir e armazenar

    todo tipo de informao que se desejar. A

    Microsoft est preparando um servidor de

    vdeo Tiger, um aparelho que, posiciona-

    do sobre o televisor, permitir vdeo digi-

    tal e interativo. As empresas podero man-

    ter entre si comunicao to eficiente, que

    somente aquelas integradas conseguiro

    sobreviver.

    Buscando uma atuao conjunta com

    seus parceiros, vrias organizaes no Bra-

    5 . H A MM E R , M ic ha el. R e en gi-

    n ee rin g w or k: d on 't a uto m a te ,

    obl i terate.

    H a rv a rd B u sin e ss

    Rev iew, B os to n , v . 68, n . 4 ,

    p .1 04 -1 1 2, J u ly /A u g . 1 9 90 .

    6

    W E B S l E R ,

    F

    lh e c ha ng in g

    ro le o f marke t ing in t he c or po -

    rat ion.

    J ou rn a l o f M a rk et in g ,

    C hica go , v . 5 6, n . 5 7, p . 1 -1 7,

    Oc t 1 9 9 2 .

    7 V ER llY , J ., H OF , R . D lh e

    In te rn et: h ow it w ill c ha ng e th e

    w ay y ou d o b us in es s . Bus iness

    Week , N ew Yo rk, n . 3 .3 83 ,

    p . 3 8-4 6, N ov . 1 99 4.

    PLANEJAMENTO INTEGRADO DE NEGCIOS

    E SISTEMAS E O MODELO DE P ORTER

    No passado, muitas empresas faziam

    planejamento estratgico de seus neg-

    cios e, depois, um PDI ( Plano Diretor de

    Informtica), que deveria reagir ao que foi

    E v .

    35

    n .

    4

    Ju l . /Ag o .

    1995

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    4/12

    11~lEARTIGOS

    8 . P OR T ER , M ich ae l. Vanta-

    gemcompetitiva. R io d e J a n ei-

    r o: C a m pu s , 1 9 89 .

    9. . Competitive

    strategy. Ne w Y ork: T he F re e

    P r e ss , 1 9 8 0.

    1 0. Id e m , ib id e m .

    1 1 . S Y N N OT T ,W i ll ia n R . O p . c i t.

    1 2 . Id e m , ib id e m .

    24

    proposto pelo planejamento empresarial.

    Hoje, somente o planejamento integrado

    de negcios e sistemas, realizado como um

    todo, pro ativamente, buscando oportuni-

    dades e alternativas, tratando a informa-

    o como os outros recursos (capital, hu-

    manos e fsicos), sinrgico com as metas

    negociais da empresa. Nesse sentido, po-

    de-se analisar as estratgias genricas de

    Porter para negcios, e integr-las com as

    estratgias de sistemas de informao.

    Para tanto, so necessrios dois grupos de

    conceitos introduzidos por Porter , Con-

    forme esse autor, os segmentos de neg-

    cio podem ser classificados nas seguintes

    categorias:

    decadentes: sem lucros e declinando -

    candidatos a serem extintos;

    colheita: baseia-se em tcnicas ultrapas-

    sadas de cortar custos e/cu crescer pre-

    os at que os lucros desapaream, de

    onde a empresa tira seu lucro atual;

    enfoque: focaliza um segmento do mer-

    cado onde se pode competir com suces-

    so utilizando-se de vantagem de custo/

    produto;

    lderes: atuam em um bom mercado e

    com possibilidade de crescimento.

    Segundo

    Porter ,

    so estas as estrat-

    gias genricas para se obter vantagem

    competitiva:

    liderana de custo: deve-se ter um pro-

    duto de baixo custo, para que se possa

    obter um bom potencial de manuten-

    o de preos baixos;

    diferenciao: deve-se criar um nico

    produto ou servio diferencivel no mer-

    cado;

    enfoque: deve-se encontrar um nicho no

    mercado no qual seja possvel competir

    favoravelmente. Pode-se utilizar van-

    tagem de custo ou diferenciao.

    Assim, surge o modelo de competitivi-

    da de estratgica, proposto por Synnott ,

    que une as estratgias de negcio e tecno-

    logia, para cada tipo de segmento de neg-

    cio e sua estratgia genrica.

    Por exemplo, se a estratgia para o seg-

    mento/produto a diferenciao, deve-

    mos buscar inovao tecnolgica, agregan-

    do valor para o cliente, mediante informa-

    o, servios e facilidades geradas pela

    tecnologia de informao, sistemas para

    controle e gesto de qualidade etc. Se a

    estratgia de negcio preo/custo, de-

    vemos construir sistemas que reduzam

    custos, automatizem, controlem etc. Se a

    estratgia suporte, devemos reduzir o

    corpo de profissionais que mantm os sis-

    temas de apoio ao produto, apenas fazen-

    do o essencial. Assim, gera-se o elo entre

    as estratgias genricas de Porter e as es-

    tratgias para sistemas de informao.

    T C N IC A S P A R A IN O V A R E U S A R A

    T E C N O L O G IA D A IN F O R M A O D E F O R M A

    C O M P E T I T I V A

    Synnott

    classifica os sistemas de infor-

    mao como Operativos (suporte parte

    operacional e de produo da empresa),

    Gerencial (apoio a tomadas de deciso) e

    Suporte a Clientes (SSC-Sistemas de Apoio

    a Clientes: apoio a operaes com clien-

    tes). A inovao tecnolgica normalmen-

    te est voltada para os SSc.

    H om e bank

    uma tpica aplicao de SSC.Para que haja

    inovao tecnolgica, podemos imple-

    mentar pesquisas de mercado e servios

    de informao para inteligncia competi-

    tiva e mesmo criar rea de pesquisa e de-

    senvolvimento em tecnologia da informa-

    o, como o Office of Innovation, da

    Kodak, ou Information Services Division,

    do Citibank. Tambm pode-se inserir pes-

    soal de tecnologia nas reas de produto,

    criando empreendedores tecnolgicos e

    gerando uma aliana entre o pessoal de

    sistemas e aqueles que lidam com clientes.

    D E S E N V O L V IM E N T O D E S IS TE M A S D E

    IN F O R M A O D E M R K E T lN G

    So sistemas capazes de reunir, selecio-

    nar, avaliar e distribuir as informaes ne-

    cessrias e precisas, para que o profissio-

    nal de

    marketingpossa

    tomar decises. Ini-

    cialmente, identificam-se necessidades de

    informao, de modo a gerar subsdios

    para a construo dos Sistemas de Infor-

    mao de

    Marketing

    (SIM).Usualmente es-

    tes sistemas contemplam trs reas:

    registros internos: dados e informaes

    existentes dentro da organizao. Podem

    vir dos sistemas aplicativos j implanta-

    dos e do pessoal interno, e podem con-

    templar dados de vendas, custos, lucros

    e receitas, crescimento de segmentos,

    estoques, prazos de produo, entrega,

    revendedores, distribuio das vendas e

    clientes atuais. A Sears, por exemplo,

    mantm cadastro com 40 milhes de

    clientes e o utiliza para promoes. A

    R E

    v .3 5 n .4 J u l./A g o . 1 9 9 5

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    5/12

    T E C N O L O G I D I N F O RM O E M A R K E T I N G . ..

    Mead Paper permite aos vendedores

    conhecer o estoque em segundos. Fa-

    zem, ambas as empresas, uso dos siste-

    mas operativos existentes, dos sistemas

    de informao gerencial e do EIS

    (Executive Information Systems);

    pesquisas de mercado;

    inteligncia de

    marketing:

    informaes

    sobre o macroambiente e o microam-

    biente de

    marketing ,

    incluindo clientes e

    concorrentes, fruto de um monitora-

    mento ambiental contnuo. Esse moni-

    toramento pode usar, como fontes, en-

    trevistas de seleo de empregados de

    concorrentes, clientes de concorrentes,

    material publicado e documentos pbli-

    cos, observao dos concorrentes, seus

    produtos (desmontar, aprender), evidn-

    cias fsicas (caminhes que entram e

    saem, lixo dos concorrentes). Alm dis-

    so, pode-se monitorar vendas e paten-

    tes e comprar servio de banco de da-

    dos. Segundo Auster e Choo-', estas so

    .as principais fontes de informao nas

    organizaes:

    *

    fontes externas: clientes, competido-

    res, associaes de classe, governo e

    outras pessoas externas, jornais, pe-

    ridicos, publicaes do governo, bi-

    bliotecas externas, anais de confern-

    cias,relatrios de companhias de pes-

    quisa e servios de informao eletr-

    nica;

    fontes internas: superiores, profis-

    sionais, subordinados, memorandos,

    circulares, relatrios, estudos, biblio-

    teca e informaes geradas pelos sis-

    temas de informaes gerenciais.

    Degent

    mapeia os processos dos servi-

    os de inteligncia empresarial e prope o

    fluxo de informao apresentado na figu-

    ra 1para a operacionalizaodeste servio.

    O centro da questo a pequena mar-

    gem de automao e estruturao da co-

    leta, avaliao e divulgao. Os processos

    informacionais relativos sfontes externas

    so pouco trabalhados, mesmo hoje, em

    plena era da reengenharia.

    M X D E M R K E T N G E T E N O L O G I D

    I N F O R M O

    Define-se

    M ix

    de

    Mark eting

    como sen-

    do um grupo de variveis controlveis de

    marke i ing

    que a empresa utiliza para ob-

    ter a resposta que deseja no mercado alvo.

    As diversas variveis podem ser reunidas

    R E v.35

    n .4 Ju l./A g o .

    1995

    nos grupos conhecidos corno quatro Ps

    (Praa, Promoo, Produto, Produtivida-

    de). Vamos analisar os benefcios do uso

    da tecnologia da informao no

    marketin g ,

    sob a tica de cada um desses grupos de

    variveis. Os recursos citados atendem,

    muitas vezes, amais de um dos quatro Ps,

    mas esto sendo includos naquele mais

    significativo. Os itens abaixosomais sig-

    nificativos quando o produto no a pr-

    pria informao, quando, no caso, a apli-

    cao da TI simplesmente essencial.

    1

    2

    P: Praa

    Pode-se aplicar a tecnologia da informa-

    o ampliando o conceito de praa e dife-

    renciando o produto das seguintes ma-

    neiras:

    compra por computador: permite que

    se realizem vendas sem estoque, apenas

    intermediando a transao entre o clien-

    te e o fornecedor. Pode ser realizada em

    casa,via microcomputador, o que repre-

    senta uma tendncia, com o advento da

    superinfovia, crescimento das redes de

    telecomunicaesereduo de preo dos

    computadores. Exemplos: o

    Pro digy,

    sis-

    tema da IBMe Sears, permite compras,

    reservas de passagens areas, hotis ou

    veculos,competies,acessoaprevises

    dotempo etc.O

    Home Sh opp ing ,

    que tam-

    bm pode ser feito atravs de terminais

    instalados junto ao cliente, permite pro-

    cessar pedidos, cobrana, pagamentos a

    fornecedores etc., tal como o faz a

    American Hospital Supply. Os quios-

    ques multimdia com

    to uch screen

    (telas

    sensveis ao toque) tambm permitem

    1 3. A U S TE R, E ., C H O O , C . W .

    E n v iro n m e n ta l s ca nn in g :

    a

    co n -

    ce ptua l fra m e w o rk fo r s tu d ying

    lhe in fo rm a tio n s ee kin g be ha -

    v io r o f e xe cu tiv es . I n :

    54th

    Anua l M e e tin g o t th e A m e ri ca n

    Sacie t y a f I nf ar m at ia n Scien-

    ce . M ed fo rd : L ea rn e d In fo rm a -

    lion In c. 1 9 9 1 .

    14

    D E G E N T ,

    R J.

    A im po rtn -

    ci a e st ra t gic a d o s er vi o d e in -

    te lig n ci a e m presar ia l. Revis ta

    de Ad min is tra o d e E m pre -

    sas , S o P a u lo , v . 26 , n .1 , p .77-

    84 , ja n ./m a r . 1 9 8 4 .

    15. S Y N N O n, W illia n R . Op . ci t.

    5

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    6/12

    11~lE

    ARTIGOS

    1 6 . K O TL E R , P ., A R M S T R ON G ,

    G Princpios de marketing

    E n g le w od G l iffs : P r en tic e H a ll,

    1 9 9 3 .

    1 7 . S Y N N O T T,W i ll ia n R . O p . c i t.

    1 8. Id em , ib id em .

    1 9 . K O TL E R , P . , AR M S T R ON G ,

    G . O p. c it.; S YN N On , W illia n,

    R.Op.ci t .

    2 0 . S Y N NO T T, O p . c i t.

    2 1. Id em , ib id em .

    6

    compra direta. i}Electronicstore fazven-

    das com estes quiosques, com emisso

    de recibo e indicao do prazo de entre-

    ga. O Sam's Club, da K-Mart, tambm

    est usando esta tecnologia, segundo

    Kotler e

    Armstrong .

    Na era da realida-

    de virtual ser possvel andar pelos cor-

    redores das lojas apenas movendo o

    mous e , e, como se estando presente no

    local, manipular, girar, ver de perto e

    comprar asmercadorias. Os conhecidos

    sistemas de reserva de passagem area,

    utilizados por agncias de viagens e

    companhias areas, so realizados por

    via eletrnica. O EDI (Electronic Data

    Interchange), ou intercmbio eletrnico

    de informaes, que consiste de troca

    de arquivos eletrnicos entre organi-

    zaes, encontra-se em pleno crescimen-

    to, aproximando fornecedores, clien-

    tes, bancos etc. Algumas empresas s

    trabalham com bancos e fornecedores

    que se utilizam do EDI,eliminando flu-

    xo de papel e erros. As VANs (redes de

    valor agregado), que so empresas pos-

    suidoras de redes nacionais e interna-

    cionais, alugam servios para conexo

    entre parceiros comerciais. Um conceito

    corrente entre algumas empresas diz:

    N o E DI, No Business

    (sem EDI no h

    negcio);

    sistemas de distribuio: permite aos

    clientes consultas on-line. Por exemplo,

    a Federal Express possui banco de da-

    dos indicando

    1

    posio das mercado-

    rias despachadas e o local onde se en-

    contram; os pacotes passam pelas leito-

    ras de cdigo de barra vrias vezes du-

    rante o trajeto, inclusive nos caminhes.

    Assim, mediante consultas on-line, os

    clientes podem saber onde seencontram

    suas encomendas :

    multiplicao dos pontos de venda: re-

    fere-se s possibilidades de aumento de

    pontos de venda, tal como o fez, por

    exemplo, o banco de Boston, ao instalar

    caixas automticos em supermercados;

    telemarketing-televenda: refere-se di-

    vulgao via correios, servios telefni-

    cos como os de prefixo

    900,

    televiso e

    pedidos por catlogo. Um exemplo o

    Citi hopper, com um milho de mem-

    bros que compram por telefone .

    2

    9

    P: Promoo/vendas

    Apromoo,o processode venda, tem si-

    do otimizada com as seguintes aplicaes:

    videocassete, teleconferncia, videodis-

    co,

    CD-ROMi

    notebooks (microcomputadores port-

    teis): utilizados por vendedores, esses

    equipamentos deixam-lhes mais tempo

    para vender, ao lhes permitir reduzir e

    agilizar as tarefas administrativas . Na

    Shell Chemical, os vendedores fazem

    controle de despesas e reembolso, arma-

    zenam sua base de clientes, conectam-

    se via correio eletrnico, acessam docu-

    mentos corporativos, fazem sua agenda,

    grficos etc. AFrito-Lay permite que os

    vendedores enviem matriz, via modem,

    relatrios de vendas dirios. AAlleghe-

    ny Beverage agilizou pedidos e controle

    do estoque;

    expert systems:

    so sistemas de compu-

    tador que simulam o conhecimento de

    um especialista, e tm sido utilizados

    para apoiar os clientes na deciso de

    compras e especificao de produtos

    adequados. Por exemplo, esse sistema

    utilizado para as aplices de seguro da

    Coopers & Lybrand; na GM o sistema

    EPICpermite aos vendedores consultar

    microcomputadores com cores, preos,

    modelos etc.20;

    sistemas de vdeo por computador:

    permitem aos clientes verem a si mes-

    mos utilizando o produto antes da com-

    pra. Por exemplo, na LSAyers, pelo sis-

    tema Magic Mirror uma pessoa pode se

    ver na coleo de roupas da loja antes

    de experiment-las - isso j permitiu

    LS Ayers obter 700 de aumento em

    vendas em uma semana. Outras aplica-

    es voltam-se para cirurgia plstica e

    cortes de cabelo :

    cdigos de barra, cartes magnticos,

    impressores de cheques etc.: so siste-

    mas que permitem a agilizao de check

    outs;

    cartes de dbito e

    smart cards:

    mais

    especificamente, sma rt c ar ds , so cartes

    magnticos inteligentes que contm chip

    dememria interno e carregam, alm de

    informaes diversas - reservas de ho-

    tis, tquetes, passagens areas - dinhei-

    ro eletronicamente gravado, que pode

    ser transferido na hora.

    3

    9

    P: Produto

    Com relao ao produto, vrios dos

    itens citados em outros Ps sem dvida o

    diferenciam e o ampliam, mas podem, ain-

    da, ser citados:

    expanso do conceito do produto, com

    servios de atendimento ao cliente, onde

    o pessoal tem acesso a informaes mais

    solicitadas, garantia dos produtos, pon-

    R E v . 35 n . 4 J u l . / A go . 1995

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    7/12

    T E C N O L O G I D I N F O R M O E M R K E T I N G

    tos demanuteno, problemas mais fre-

    qentes, coleta de sugestes etc. Por

    exemplo, no Bank of Boston, 87% dos

    problemas dos clientes so simples, pre-

    visveis, e so respondidos na

    hora ,

    Outro exemplo soas concessionrias de

    veculos, que fazem acompanhamento

    da reviso dos veculos;

    sistemas de monitoramento e controle

    da qualidade;

    atuao sinrgica com aestratgia de ne-

    gcio: baixar custo, diferenciar ou en-

    focar.

    4

    P: Produtividade

    Produtividade uma palavra-chave

    para oslderes de custo. Aumento da pro-

    dutividade e reduo de custos esto as-

    sociados ao aumento de produtividade:

    operacional: envolve sistemas de auto-

    mao, controle da produo, reenge-

    nharia e qualidade;

    gerencial: obtida com a construo de

    sistemas de informao gerencial, cen-

    tros de informao, uso demicrocompu-

    tadores (PCs), EIS (Executive Informa-

    tion System - sistemas de informao

    para executivos e apoio a tomadas de de-

    ciso), sistemas especializados e de trei-

    namento;

    de escritrio: pode ser obtida por meio

    de micros (PCs), automao de servios

    de escritrio,

    softwares

    para

    workgroups

    - que viabilizam e facilitam o trabalho

    em grupo - e correio eletrnico;

    de informtica: obtida com o uso de

    metodologias modernas, treinamento e

    terceirizao, linguagens mais podero-

    sas,geradores de aplicao e reduo de

    custos de manuteno.

    Alm desses, associa-se tambm o au-

    mento de produtividade no cliente: facili-

    tam-se as suas operaes mediante a au-

    tomatizao de processos empresa-cliente.

    M RKETING D E R E L I O N M E N T O

    Henry Ford j preconizava que a ven-

    da de um veculo s o incio de um lon-

    gorelacionamento com o cliente. Como se

    sabe, obter um novo cliente custa mais caro

    do que manter os j existentes. E clientes

    satisfeitos trazem outros. Este conceito se

    choca com a maneira pela qual algumas

    empresas americanas lidavam com seus

    fornecedores, comosquais buscavam sem-

    R E v .

    35

    n .

    4

    J u l . / A go .

    1995

    pre o menor preo. Comprava-se do for-

    necedor mais barato e mantinha-se, com

    outros vendedores, um relacionamento

    que visava a manter a presso por preo

    baixo. Porm, a troca constante de forne-

    cedores tinha um custo: gerava produtos

    que tinham elevado ndicede rejeio,com

    insuficiente inspeo da qualidade do ma-

    terial recebido. Os estoques deveriam ser

    bem controlados e administrados devido

    ao grande nmero de fornecedores com

    prazos de entrega, qualidade enegociao

    distintas. Empresas japonesas concorren-

    tes estabeleceram associaescomseusfor-

    necedoresde modo a obter mercadorias de

    qualidade conhecida, por um preo razo-

    vel, permitindo-lhes melhorar a qualida-

    de de seus produtos e reduzir estoques,

    custos de compra e controles.

    Observando-se, do ponto de vista teri-

    co, essas perspectivas, ver o marketing co-

    mo um processo demaximizao de lucro

    focado em transaes independentes no

    mercado no se encaixa

    nas relaes de longo

    prazo com os clientes e

    na formao de alianas

    estratgicas. O foco

    muda de produtos e

    empresas para pes-

    soas / organizaes e o

    processo social que une

    estes atores em um re-

    lacionamento. A pr-

    pria distino entre a firma e seu ambien-

    te de mercado torna-se nebulosa nas or-

    ganizaes emrede (consumidores / forne-

    cedores) construdas em termos de asso-

    ciaes onde os limites tradicionais da fir-

    ma tornam-se menos distintos.

    Oprocesso de compra no pode ser ava-

    liado isoladamente, como secada compra

    independesse das demais. Apartir de uma

    compra, evoluiu-se para compras repeti-

    tivas, relacionamentos de longo prazo e

    associaescomdependncia emuma cer-

    ta rea de atividade, onde a confiana

    substituiu a postura de adversrios. Pre-

    os esto sujeitos a negociaes segundo

    parmetros de mercado, mas no so de-

    finidos por este. Compras repetitivas re-

    duzem custos de publicidade. O fato de

    um vendedor pensar na possibilidade de

    novas vendas para o comprador pode fa-

    vorecer a negociao. Ficamais fcil, para

    o comprador, quando este sabe onde en-

    contrar o que deseja por um custo razo-

    vel. Acriao desses relacionamentos ven-

    A implementao de estratgias

    voltadas para o mercado vai

    requerer habilidades em projeto

    desenvolvimento gerncia

    controle de alianas estratgicas

    com parceiros de todos os tipos

    mantendo os todos sempre

    focados no cliente em mutao

    inserido em um mercado global.

    2 2 . Id e m , ib id e m .

    7

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    8/12

    l1 ~ lE

    ARTIGOS

    dedor-comprador fazem a venda ficar

    mais eficiente.

    A implementao de estratgias volta-

    das para o mercado vai requerer habilida-

    des em projeto, desenvolvimento, gern-

    cia e controle de alianas estratgicas com

    parceiros de todos os tipos, mantendo-os,

    todos, sempre facadas no cliente em mu-

    tao inserido no mercado global. O n-

    cleo da organizao ser definido pelos

    mercados a que se destina e pela sua base

    de conhecimento, competncia tcnica, e

    no por suas fbricas e prdios. O foco no

    consumidor eo posicionamento assistidos

    pela tecnologia da informao sero os

    limites flexveis que mante-

    ro a organizao coesa.

    Conforme Regis

    McKenna

    23

    , o novo

    marketing

    ser basea-

    do no conhecimento

    e na experincia, a

    empresa dominar

    uma escala de conhe-

    cimento - da tecno-

    logia, dos concorren-

    tes, dos clientes, da or-

    ganizao, do ambien-

    te competitivo -, colo-

    cando emprtica as seguintes atitudes: in-

    tegrar o cliente ao processo de desenvol-

    vimento e trabalhar a infra-estrutura de

    fornecedores, scioseusurios que ajuda-

    ro a manter a reputao da empresa. Em

    ummercado demudanas rpidas, a credi-

    bilidade torna-se ovalor de sustentao da

    empresa. As relaes so a chave, a base

    da escolha do cliente. O que uma marca

    bem-sucedida seno uma relao especial?

    Para melhor se relacionar com seus clien-

    tes, as organizaes devem posicionar seus

    produtos e a si mesma, criando uma per-

    sonalidade prpria.

    2 3 . M cK E NN A , R e u is .

    Marke -

    t ing de re lac ionamento .

    R io

    de

    Jan e iro : Ca m p us ,

    1993.

    24

    P E P P E R S ,

    D

    R OG E R S , M .

    Marke t ing um a um .

    R io

    d e Ja -

    n ei ro : Ca m pu s ,

    1994.

    25. NA S H , E . D a ta b as e M a rke-

    t ing.

    S o P a u lo : M ak ro n B oo ks ,

    1994.

    2 6. M cK E N NA , R e g is .

    Op .

    ct .

    8

    S A T U R A O D O M R K E T l N G D E M A S S A E

    S E G M E N T A O

    O mercado segmentado agrupando-

    se os compradores por itens comuns, tais

    como desejos, localizaes, atitudes de

    compra etc.Aorganizao passa a centrar

    seus esforos nos mercados em que ela

    pode atender melhor e obter resultados

    mais expressivos. Porm, esta viso do

    markeiing

    de massa, pela qual, por ques-

    tes tcnicas e gerenciais os clientes so

    tratadqs em grupos, como se fossem

    iguais, pode produzir distores no mes-

    mo nvel em que traria benefcios. Segun-

    do Peppers e

    Rogers,

    h vinte anos um

    artigo de marketing perguntava: Grace

    Slick (vocalista da banda Jefferson Air-

    plane/Star-ship) eTriciaNixon, aburgue-

    sa filha de Richard Nixon, so a mesma

    pessoa? O que tornou esta pergunta es-

    pantosa na dcada de 70 foi o fato de que

    ela corroa a validade dos tradicionais ins-

    trumentos demogrficos para segmentar

    consumidores em grupos distintos. Carac-

    tersticas demogrficas tais como idade,

    sexo e renda no so o bastante para

    diferenciar ou agrupar clientes. E neces-

    srio conhecer realmente os clientes, suas

    atitudes, valores, crenas e estilo de vida.

    Nash revela que o

    database marketing

    e

    o

    marketing

    individual completam o crculo

    de evoluo do

    markeiing.

    As vendas co-

    mearam com a comunicao deum para

    um, atrs de um balco ou na porta da

    casa,um processo emque o relacionamen-

    to entre vendedor e cliente permitia, ao

    primeiro, fornecer a honestidade da mar-

    ca, a confiana e segurana que o outro ne-

    cessitava para utilizar um novo produto.

    Com o

    marketing

    de massa, esse tipo de re-

    lacionamento deteriorou-se em vrios

    campos. Onome da marca tornou-se a fon-

    te de confiana e autoridade. Podia-se

    contar com a Sony para televises ou

    Brastemp para geladeiras. Mesmo assim,

    no entanto, essas excelentes companhias

    no conseguiram compensar a perda do

    relacionamento aconselhador

    de um para

    um ou dos servios contnuos das ven-

    das nos velhos tempos, que fazia com que

    o vendedor / dono do estabelecimento co-

    nhecesse o comprador e, a partir desse

    fato, perguntasse da famlia,guardando o

    que voc mais gosta para quando voc

    voltar etc.Essacomunicao exige,assim,

    conhecimento dos clientes como indiv-

    duos, considerando cada um com suas ne-

    cessidades, preferncias, interesses e per-

    sonalidade exclusiva. A televiso de mas-

    sa no tem este conhecimento, as revistas

    tambm no o tem.

    Mckeena afirma que a propaganda

    est atingindo a obsolescncia. No antigo

    modelo demarketingvendiam-se bens pro-

    duzidos em massa, para um mercado de

    massa, 'atravs de comunicao de massa.

    A tarefa do

    marketing

    era usar a publici-

    dade demodo a transmitir uma mensagem

    unilateral:

    Compre isto .

    Esta mensagem

    no funciona mais. Em 1989os anncios

    em jornais aumentaram 4%, comparados

    aos 6%de 1988e 9%de 1987.Segundo um

    estudo de [ohn Philip [ones, da Syracuse

    R E

    v .

    35

    n .4 J u l. /A g o .

    1995

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    9/12

    T E C N O L O G I D I N F O R M O E

    M A R K E Tl NG . ..

    University, os gastos com propaganda

    estacionaram em1,5%do PIB(Produto In-

    terno Bruto), em 1984.O excesso de publi-

    cidade comeou a ricochetear em si pr-

    pria. Nos Estados Unidos, os consumido-

    res so bombardeados por trs mil men-

    sagens de

    marketing

    por dia. Porm, um

    grande nmero de vozes produz impacto

    menor. Os consumidores no conseguem

    lembrar que comercial apresenta determi-

    nado produto, nem tampouco as qualida-

    des que diferenciam um produto do ou-

    tro, gerando confuso. Os anncios torna-

    ram-se irritantes e comum o consumi-

    dor, com seu controle remoto, mudar de

    canal oumesmo reduzir o volume da tele-

    viso. Quanto aos jornais, muitas vezes,

    na leitura, as pginas so puladas ou os

    anncios nem notados.

    Peppers eRogers analisam o

    marketing

    demassa, comparando-o com o

    marketing

    individualizado. Citam o exemplo da Kel-

    logg, na qual as compras de cereais so

    vistas como uma torta com milhes de

    transaes independentes. A questo

    aumentar onmero de transaes de com-

    pra, com relao concorrncia. Mas po-

    de-se olhar essa torta de forma completa-

    mente diferente. Esses milhes de transa-

    es, na verdade, no so independentes.

    Cada .uma parte de pequenas compras

    matinais feitas pelo mesmo consumidor.

    Os consumidores lembram-se da ltima

    vez que compraram oproduto, se foibom

    ou no. Mas o consumidor individual no

    representa nem um pontinho na tela do

    computador das organizaes. Estas no

    conhecem ocliente individual. Porisso um

    cheque desse cliente devolvido ao ban-

    co mesmo aps anos de movimentao.

    Tambm por esta razo que toda semana

    o seu supermercado pede a carteira de

    identidade para aceitar o seu cheque. Essas

    empresas fazem

    marketing

    tentando sem-

    pre obter novos clientes, mas no tm

    grande preocupao em reter os que j

    possui.

    o

    FUTURO INDIV IDUAL IZADO E

    M RKETING UM A UM

    Peppers e Rogers afirmam que o anti-

    go paradigma da produo, mdia e

    mar-

    keting de massa esto sendo substitudos

    por um outro, inteiramente novo, um sis-

    tema econmico individualizado. O futu-

    ro ser caracterizado por uma produo

    personalizada, uma mdia individualiza-

    da, mudando as regras da concorrncia:

    em vez da fatia de mercado, a fatia de

    R E v

    35

    n

    4

    Jul. /Ago.

    1995

    clientes - um cliente de cada vez. Os lu-

    cros focaro menos o curto prazo mas

    aqueles provenientes da relao duradou-

    ra com o cliente.

    Amdia individualizada permite trans-

    mitir uma mensagem nica a um indiv-

    duo especfico.

    bilateral, permite men-

    sagens do cliente para a empresa, e eco-

    nmica. Uma parte da mdia individuali-

    zada j existe, o restante est chegando:

    50%das residncias nos EUApossuem fax,

    a TV interativa est a caminho e h uma

    proliferao crescente de PCs, telefones

    celulares, notepads etc.

    O profissional de

    marketing

    de massa

    tenta vender um produto ao maior nme-

    ro de consumidores possvel. O profissio-

    nal de marketing individualizado busca

    vender a um nico cliente o maior nme-

    ro - e diferentes linhas - de produtos

    possvel, durante um longo perodo de

    tempo. No estamos lidando somente com

    a qualidade do produto, mas principal-

    mente com a qualidade do relacionamen-

    to. Emvez demedir o sucesso pelo nme-

    ro de transaes realizadas no perodo

    neste mercado, o sucesso ser medido pela

    perspectiva de valor futuro que o cliente

    atribuir empresa. A verdadeira medida

    do sucesso da empresa no ser a fatia de

    mercado, mas a fatia de clientes. Voltar-se

    para esta fatia significa assegurar-se de

    que cada cliente individual que compra o

    seu produto comprar mais, somente da

    sua marca, em vez de utilizar-se de outra

    soluo. Aexigncia fundamental da fatia

    de clientes conhecer cada um deles, sa-

    ber quem jamais comprar o seu produto

    para parar de gastar dinheiro e quem tem

    real potencial de compra. Estepode, inclu-

    sive, transformar-se em defensor do seu

    produto, alm de leal consumidor.

    A tecnologia da informao permite-nos

    usar o computador como memria adicio-

    nal, que viabiliaza conhecer cada cliente,

    um a um, como no passado omdico local

    conhecia seus pacientes. O

    marketing

    indi-

    vidualizado destaca-se, comparativamen-

    te, do

    marketing

    demassa da seguinte ma-

    neira:

    o marketing de massa exige que os ge-

    rentes de produto vendam um produto

    de cada vez para o maior nmero de

    clientes, mas o

    marketing

    individualiza-

    do exige que os gerentes de clientes ven-

    dam a maior quantidade de produtos

    para um cliente de cada vez;

    oprofissional do

    marketing

    demassa bus-

    cadiferenciar seus produtos, mas o pro-

    2 7. P EP PE RS , D ., R OG ER S, M .

    O p cit.

    2 8. Id em , ib id em .

    9

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    10/12

    11~lE

    ARTIGOS

    relao a um

    chip

    de memria -, ao per-

    guntar a um engenheiro porque selecio-

    nara o chip da Intel, esperou explicao em

    jargo tcnico nesse sentido: p o rq ue e le t em

    tem po de acesso de tantos nano seg undos

    ou s ua d issip a o d e fo ra a ssim e assa -

    do .

    Porm, a resposta foi de que quase

    todos os chips que usava eram da Intel,

    sendo natural, assim, que o novo

    chip

    tam-

    bm o fosse. O engenheiro completou:

    sim ple sm en te c om pra mo s d a In tel p orq ue te -

    m os um a relao com ercial co m ela e confia-

    m os n a em presa .

    No marketing individualizado, o antigo

    organograma da rea demarketing deve ser

    modificado. No lugar de gerncias de pro-

    duto, temos gerncias de clientes, onde ca-

    da gerente responsvel por um conjun-

    to de clientes. Os gerentes de clientes po-

    dem ser chamados de gerentes de relacio-

    namento. A Ciba-Geigy e a USAir so

    clientes da IBM. Cada um destes clientes

    de responsabilidade de um gerente es-

    pecfico.

    funo desta pessoa conhecer,

    da melhor forma possvel, os negcios des-

    sas empresas-cliente, de modo a assegu-

    rar a participao da IBMna maior parte

    possvel dos seus negcios de informtica.

    fissional do marketing individualizado

    procura diferenciar seus clientes;

    o profissional domarketing demassa pro-

    cura obter um fluxo constante de clien-

    tes novos, mas o profissional do

    marke-

    ting individualizado busca obter novos

    negcios com os clientes que j possui;

    um profissional de marketing de massa

    concentra-se nas economias de escala,

    mas o profissional do

    marketing

    indivi-

    dualizado o faz na economia de escopo,

    ou seja de poder economizar seus es-

    foros ao concentrar-se e otimizar omar-

    keting dos clientes um a um.

    2 9 . M cK E N NA , R e g i s . O p . c it .

    Acurto prazo no muito difcil secom-

    prar uma fatia de mercado. A menos que

    o produto seja inovador, ou seja, possui

    baixa concorrncia ou demanda muito

    grande, pode-se aumentar a fatia de mer-

    cado com descontos, abatimentos, cupons

    etc. Como o jogo do abatimento acess-

    vel a todo mundo, todos esto jogando

    com as mesmas regras, e raro o desconto

    oferecido por uma empresa no ser igua-

    lado pelos concorrentes. Assim, os aumen-

    tos de fatia demercado so comprados e pa-

    gos com margens de lucro cada vez me-

    nores.

    O relacionamento da empresa com seus

    clientes e o seu posicionamento sob o pon-

    to de vista destes clientes so elementos

    intangveis de marketing que podem in-

    fluenciar mais os negcios que o preo ou

    o produto. Mclcenna , quando realizava

    um estudo de mercado para a Intel- com

    EXEMPLOS P IONE IROS DE

    O T S E MARKET ING

    S ISTEMAS DE IN FORMAO PARA

    GERNC IA DO RELAC IONAMENTO COM

    CLIENTES

    Sistemas de Informao para Gerncia

    do Relacionamento com Clientes so siste-

    mas planejados, construdos e administra-

    A A m erican E xpress es t usando com pu com m ass ivo

    p rocessam en to p a ra le lo , e bas eando suas p ro s da dos d as tran -

    sa es de s eus m em bros. A P hilip Morris m a prom oo do

    c ig a rr o M a rl bo ro , d is tr ib ui nd o 3 0 m i lh e s d e b ri nd e s a f u m a nt es , a l m d e

    co ns tru ir u m b an co d e d ad os co m 2 6 m ilh e s d e n om e s. N o la n am e nto

    de u ma nova m a rca de c iga rros , o fe re ceu d o is m a . ro s

    um q ue preenches se u m q uestio n rio . Obteve o cadas tro d m il d e

    r ~:~ ~ i~ ;n ~ g~ ~ u :~ ~ e r; :: ~ . O , d a c on co rr n ci a; o bte v e a in d a r et or no d o

    N o B ra sil, e m 1 987, o C en tro A up itiv o T ele x d etin ha . e m re la o

    S ie m e n s, 5 0% a m a is d o m e rc ad o d e a p a re lh os a u di ti vo s . O C e nt ro A u d i-

    t iv o T e le x fa z ia p u bl ic id a d e e m t el ev is o, m a s 9 8 % d o p bli CO n o e s ta v a

    i nt er es sa d o e m s e us p ro d u to s . A S ie m e n s c om e ou a e n via r p u bli ci da d e

    e a tu a r s o m en te s o br e o p bli co -a lv o . H o je , o C en tr o A u d iti vo T e le x p o s -

    s ui s 2 0% d o m e rca do .

    A N e s tl , p o r m e i o d e s e u s e r v i o d e a te n d im e n t o a o c o ns u m i do r , a c o m -

    p a n ha e c ad a str a c ria n a s . A B r as te m p c ri ou s e u c lu b e d e c on s um i do re s .

    A K ib on ca da str a o

    hobby

    d e s e us c on s um i do re s , v is a nd o a o p a tr oc ln io

    d e e s p o rt e s

    2

    A S E am ericana m an tm dado s geogr fico s . dem ogr ficos e

    p s ic og r fi co s d o s c li en te s , c om s e u h is t ri co d e c om p ra s . S a be m o q u e e

    q u a nd o o c li en te c om p ro u . A p s a v id a til d o a p ar el ho e n via m a o c li en te

    p u b li ci d ad e s o b re o s n o v o s p r od u to s . A e m p r e sa F i n ge r hu t, a t r av s d e m a -

    Ia d ir eta e b ri nd e s, t em c ad a str o d e 2 0 m i lh es d e c lie n te s , p a ra o s q u ai s

    e nv ia 4 00 m ilh e s d e m a l as p or a no . U m m s a n te s d o a n iv ers r io d o clie n -

    t e , env ia -lhe o f e rt as

    s

    A R . R . D on ne le y te m 8 m il v ers e s d o

    Farm Jouma/.

    p a r a t ip o s d if er e n te s d e p r op r ie d a d e . c u lt u ra s e d a d o s d e m o g r f ic o s

    4

    S o a p li ca e s d o s s is te m a s d e in fo rm a o d e c li en te s :

    a um e nto d a v e n da ;

    r e co n q u is ta d e c li e nt e s;

    e s t m u lo

    f re q n ci a d e c o m p ra s ;

    a u m e nto d a p ro d ut iv id a d e d e v e nd a s;

    a p ro xi m a o d o c li en te ;

    m a x im i z a o d o r e la c io n a m e n to ;

    b lo q u e io d a c o nc o rr nc ia ;

    a p oi o

    e s tr a t g ia ( 4 P s ) ;

    p ro d u o d e p ro p ag a nd a a li nh ad a c om a s n e ce s si da d es d o

    cliente;

    i d en t ifi ca o d o Co reG roup ( g ru p o c e n tr a l d e i nt e re s s e );

    r ea li za o d e p e sq u is a s ( co n sid e ra n do o

    database

    co m o u m

    oeus

    group

    g ig a n te ) e te s te s d e m e rc ad o ;

    c ru z a m e n to c o m c a d as tr o s d e t er ce i ro s n o -c o n co r re n te s ;

    u pg ra de

    v e rti ca l ( as si na tu ra p o r p e rl od o m a io r) e h or iz o nta l ( ou tr as

    a s s in a tu r a s e p r od u to s );

    d ife re n cia o d a o fe rt a d e p ro d u to s e p re os , p o r s e gm e n to ;

    c ri a o d e jo r n ai s e p r o sp e ct o s, a p o io a a g e n te s , c ri a o d e c lu b e s e c a r-

    tes

    f or membe rs on /y , d ema rk e t ng

    e r e te n o d o s c li en t es a tu a is .

    3

    R E v . 35 n . 4 J u l . / A go . 1995

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    11/12

    T E C N O L O G I D I N F O R M O E M A R K E TI NG . ..

    dos de modo a maximizar a sintonia e o

    relacionamento entre a organizao e seus

    clientes, permitindo a recepo e manu-

    teno de informaes sobre esses clien-

    tes atuais ou potenciais, seu comportamen-

    to, desejos e necessidades, alm de forne-

    cer subsdios para a gerncia estratgica

    de

    marketing

    da empresa e otimizar os re-

    sultados obtidos no mercado.

    Esses sistemas permitem maximizar o

    relacionamento com os clientes, ao criar,

    na organizao, uma memria - por meio

    do computador - que permite, em larga

    escala, conhecer cada cliente ou possvel

    cliente mais detalhadamente do que o

    dono de uma pequena mercearia conhece

    seus fregueses, direcionando as ofertas,

    moldando os produtos e criando uma via

    de mo dupla de informao entre a em-

    presa e o mercado. A tecnologia far com

    que omarketing sejafeito um a um , como

    no passado, porm com grande nmero

    de clientes. Somente as organizaes de-

    tentoras dos sistemas de gerncia de

    clientes podero manter relacionamentos

    timos com grande nmero de clientes, e

    fazer um

    markeiing

    onde a oferta ter en-

    dereo certo e o cliente ter resposta e

    acompanhamento individual, como sefos-

    se nico.

    Besserr apresenta o exemplo da rede

    de supermercadosA&P, que incentiva seus

    clientes a obterem o carto magntico

    Bonus Saver,que, alm de facilitar o

    check

    out,

    d acesso a descontos emmercadorias

    marcadas a cada semana. Para obter o des-

    conto, oconsumidor deve apresentar o car-

    to, que lido em uma leitora no caixa.

    Ao mesmo tempo que o cliente economi-

    za alguns dlares, o histrico da compra

    armazenado nos computadores da compa-

    nhia. Mantendo estas informaes, aA&P

    tem condies de estabelecer relaciona-

    mentos de longo prazo com seus clientes

    e obter vantagem competitiva sobre as ca-

    deias regionais de supermercados. A em-

    presa centralizou suas compras e reduziu

    custos, mas faz ofertas dos produtos regio-

    nalmente para o mercado local, oferecen-

    do aos consumidores os produtos de sua

    preferncia. O carto permite, aos clientes

    leais e mais freqentes, descontos espe-

    ciais, assim como tambm pode oferecer

    Coca-Cola aos bebedores de Pepsi e vice-

    versa. Pode oferecer aos fumantes ass-

    duos uma nova marca ou mesmo ofertas

    para experimentaroutro tipodecigarro,atin-

    gindo em 100%os clientes-alvo (como os

    clientes so acionados um a um, clientes-

    alvo soa melhor que mercado-alvo).

    A tecnologia da informao torna-se

    capacitadora de uma reengenharia no

    marketing de massa, mudando o paradig-

    ma tradicional e permitindo que o

    mar-

    keting individualizado se torne realidade.

    Os sistemas de informao para a gern-

    cia de relacionamento com clientes so o

    suporte da gerncia de clientes da organi-

    zao. Esses sistemas so compostos de

    bancos de dados (database) e de programas

    de computador (sistemas aplicativos)

    construdos de modo a otimizar o relacio-

    30. B E SS EN, J im . R id ing the

    marke t ing

    in fo rm a tio n w av e.

    H arvard B usin ess R evie w,

    B os to n, v .71 , n . 5 , p .1 50 -1 60 ,

    S e p ./ Oc t. 1 9 9 3.

    O utro s e xe mp lo s d e u so d e S iste ma s d e In fo rm a e s d e clie nte s a po ia -

    d os em

    da tabases 5 :

    U n it e d A r t i s ts T II e a t e rs ( obje tiv o: le ald ad e d o c lie nte ). C ad a v ez q ue o

    c lie nte c om p ra va u m bilhe te , o p ro gra m a re gis tra va , a tra v s d e c art e s

    m ag nticos , o t ipo de film e, d ia da s em ana e perodo de ex ibio . S o

    o fe re cid os in ce nt iv os g ra tu ito s c om o p ip oc a e re frig era nte s o u e sc olha

    de po ltronas . O sis tem a env ia p rom o es s obre de te rm in ado tip o de

    film e para q uem s e in te res sa ria p elo m es m o, a l m de ou tras , pa ra p e-

    ro do s fo ra d e p ico (v lid o p ara lin ha s a re as e ho te la ria );

    B r l s to l-M y e r s S q u ib b N U P R IN

    ( ob je tiv o: e xp er im e n ta o ). A N up rin

    C ha lle ng e p re pa ro u p ro gra m a co m u m liv ro d e in fo rm a es s obre d oe n-

    as , a mo stra s d e p ro du to s, u m bilhe te d e s orte io (U S$ 2 0,000 .00), u m

    cup om de ve nda ras tre ando -a e um cu pom d e pe sq uis a . A s o fe rta s fo -

    ra m fe ita s e m jo rn ais , re vis ta s, T V, d is qu e 80 0 e m ala d ire ta . F ora m

    o btid as 5 00 m il re sp osta s. D os q ue re sp on de ra m a o d is qu e 800 , 80 %

    e ra m c li en te s d o T y le n o l, o m a i or c on c or re n te ;

    B u d w els e r (o bje tiv o : co nstru o de banco de dados ). A ca mpan ha ,

    e stru tu ra da e m a n ncio s d e u ma p g in a, e m v ria s re vis ta s, o fe re cia

    s orte io s d e jeeps C he ro ke e s d o ur ad o s, 5 00 bikes Trek e 2 50 m il brin -

    des , a lm de um prm io de 1 m ilh o em o uro , pa ra s e r a tr ibu do com

    ba se n um d es en ho . E m tro ca , ba sta va p re en che r u m q ue stio n rio co m

    nom e, te le fon e, da ta de nas cim en to , o no me da ce rv e ja p re fe rid a e a

    fre q n cia co m q ue a be bia .

    O q ue

    p oss iv el fa ze r co m e ss es ba nco s d e d ad os ? Os u so s s o ilim i-

    ta do s, p ara co nq uis ta , p ro gra m as d e le ald ad e, la n am e nto d e n ov as m a r-

    casetc.

    N a r e v is t a Ha rv a rd 8 u si ne s s R e v ie w , d e s ete m bro d e 1 99 4

    6

    , u m a c ha rg e

    m ostra u m co ns um id or in ca uto q ue , to ma nd o ba nho e e sco va nd o o s d en -

    te s n o p erce be q ue e st se nd o o bse rv ad o p or ho me ns d e

    marke t ing

    p or

    to do s o s la do s. cita do ta mbm o ca so d e Lis a T om ain o, ca sa da co m u m

    p Olicia l,q ue m an te ve se cre to o s eu e nd ere o , p ara e vita r m ala s d ire ta s

    p ublic ida de . No ltim o an o e la tev e um filho . F oi m uito pa ra seu g ra nde

    seg re do . S eis se mana s m ais ta rde e la estava in unda da de m ala d ire ta

    pa ra no vas m e s. O hos p ita l v end e ra s eu nom e e e ndere o pa ra um a

    e m pre sa d e

    marke t ing

    direto.

    1 . B E S SE N ,J im . O p. c it .

    2 . M E ND ON CA , C l u di o. A e fic i nc ia d o D a ta ba se . Ma rk e ti ng e N e g ci os ,

    R io d e J an e ir o, a o o 1 1 ,n . 1 7, p .2 7-2 8, fe v. 1 9 94 .

    3 . K OT LE R , p . , A R M S TR O NG , G . O p. c t ,

    4 . B E S SE N ,J im . O p. c it .

    5 . N AS H, E . O p. c it.

    . 1 i. B ~ S SE N , J i m .O p . c it .

    R E v. 35 n . 4 J u l . / A go . 1995

    31

  • 7/25/2019 ARTIGO Tecnologia da Info Mkt.pdf

    12/12

    l1 ~ lE

    ARTIGOS

    namento com clientes. Atravs de moni-

    toramento ambiental e de coleta de infor-

    maes internas e externas, os dados so

    validados e armazenados emum banco de

    dados

    (d atabase),

    que amemria de nos-

    so sistema. Apartir das informaes arma-

    zenadas, gerido o processo de adminis-

    trao e gerncia de

    mark eting,

    incluindo

    a gerao de oportunidades, estratgias,

    planejamento, implantao, operao e

    controle das atividades de marketing. A

    estrutura desse sistema pode ser visua-

    lizada na figura 2

    Sistemas de Gerncia de Clientes so

    um subconjunto do que definimos como

    DatabaseMarketing. Databa se Mar ke ti ng

    re-

    fere-se

    utilizao de bases de dados (in-

    formaes armazenadas emmdia eletr-

    nica) e de sistemas de informao, para

    otimizar os resultados de

    marketing.

    Essas

    informaes ou sistemas, como o prprio

    nome o diz, referem-se ao marketing como

    um todo e a todos os pblicos envolvidos

    no macroambiente da organizao, entre

    os quais, fornecedores, concorrentes, go-

    verno etc. Na prtica, porm, quando se

    fala em data bas e mar ke ii ng , a literatura ge-

    ralmente define-o como

    1/guardar e tratar

    informaes sobre c l ien te s, g era lm en te v isan-

    do promoo,

    ficando o conceito de da-

    tabase marketing igualado aos dos siste-

    mas de gerncia de clientes.

    A revista

    Business Week,

    em sua edio

    de setembro de 1994

    31

    ,

    traz

    Datab as e Ma rk e-

    ting

    como matra de capa. Conforme o

    quadro preparado pela Coopers

    & Ly-

    brand Consulting, apresentado naquela

    matra, o ciclo do database marketing o

    seguinte:

    3

    L E W Y N , M ., V E R I T Y,

    J .

    D a ta b as e M a rke ti n g .

    Bus iness

    Week ,

    N e w Y or k, n . 3 .3 7 2 ,

    p .3 4 -4 0, S ep . 1 9 9 4 .

    coletando dados:o cliente fornece infor-

    maes sobre si mesmo voluntariamen-

    te, preenchendo cartes de garantia, par-

    ticipando de concursos, preenchendo

    cadastros. Osdados do entrada no com-

    putador esocombinados combases p-

    blicas;

    digerindo dados: usando sofisticadas

    tcnicas estatsticas, o computador agre-

    ga e classifica os dados, gerando um

    banco de dados consolidado;

    encontrando o consumidor ideal:

    o

    computador encontra os consumidores

    ideais para um dado produto baseando-

    se nos dados daqueles que j compram

    muito o produto. Os consumidores so

    tambm classificados por caractersticas

    tais como interesses, renda etc.;

    usando o conhecimento: os dados po-

    dem ser usados com vrios fins, tais co-

    mo determinar promoes, desenvolver

    novos produtos e assegurar que os consu-

    midores apropriados os conheam, man-

    dar mensagens para a audincia certa;

    compartilhando dados com revende

    dores: sca nners em caixas registradoras

    informam quem comprou e onde. Asso-

    ciados com os dados do fabricante, per-

    mitem planejar publicidade local, alo-

    cao de prateleiras e layouts de lojas;

    redefinindo o database:

    o

    database

    constantemente atualizado com respos-

    tas a cupons, clubes de produtos, tele-

    fone

    800,

    concursos,listasde terceirosetc.

    C O N C L U S E S

    Com a reduo dos custos dos equipa-

    mentos processadores de informao

    (computadores, fax, TVinterativa, telefo-

    ne, telefone celular,

    bips

    e

    notepads),

    expan-

    so das redes e mdia informacional (fibra

    tica e rede mundial de satlites), desen-

    volvimento do

    software

    e

    hardware,

    as pos-

    sibilidades de se aplicar a tecnologia da

    informao no

    mark eting

    aumentaro a

    cada dia, a cada minuto. Ganharo os ino-

    vadores aqueles que sarem na frente, ob-

    tendo vantagem competitiva ao melhorar

    o relacionamento com os clientes, tornar-

    se-o

    um alvo mvel mais difcil de ser se-

    guido pela concorrncia. Ganharo os

    clientesque, deposse derecursos cada vez

    mais fceis para escolher eobter o que de-

    sejarem, podero ter as suas necessidades

    sempre mais satisfeitas. O

    ~ 95 4 3

    3

    A rt ig o re ce bid o p e la R e d a o d a

    RAE

    e m a g o s to /1 9 9 4 , a v a lia d o e m s e te m bro /1 9 9 4 e fe v e re ir o /1 9 9 5 e a p ro v a d o p a ra p u b li ca o e m a b ril /1 9 95 .