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    HISTÓRIA DA DANÇAA dança é uma das maneiras

    encontradas pelo ser humano de expressar suaarte e movimentos e ainda é essencial para acontribuição na história da arte. É importante quevocê compreenda esta análise histórica sobre adança e os respectivos pensamentos filosóficosque influenciaram suas manifestações, emdiferentes grupos sociais.

    A dança é entendida como umamanifestação cultural a partir das formaçõessimbólicas de cada sociedade, numa relaçãodialética entre o homem, a cultura e a sociedade.

    A dança faz parte da humanidadedesde tempos imemoriais. Esta manifestaçãoesteve presente em quase todas as civilizações.Antes de polir a pedra, construir abrigos, produzirutensílios, instrumentos e armas, o homem batiaos pés e as mãos ritmicamente para se aquecer ese comunicar.

    Na Pré-História, a dança e amúsica eram usadas para representar situações emuitas delas ficaram registradas nas paredes decavernas rupestres.

    Figura 1: A Dança na Pré-História

    Os primeiros registros encontradossobre a dança datam do período paleolíticosuperior, época em que o homem preocupava-seapenas em procurar alimentos e lutar pela suasobrevivência. Neste período, vestia-se com a pelede animal, incorporando suas características einstintos selvagens, como forma de proteção,ludibriando o inimigo com o intuito de abatê-lo.

    A dança imita os passos dos animaiscom o fim de atraí-los ao perímetro de tiro; simulatambém seu acasalamento, no intuito demultiplicar a espécie. Os homens, nesse período,acreditavam no princípio de que o semelhanteatrairia o semelhante.

    Por meio da imitação, os povosprimitivos imaginavam atingir seus objetivos ousatisfazer suas necessidades mais imediatas. Porexemplo, dançavam ao redor da fogueira para queo sol brilhasse mais tempo, imitavam o trovão paraprovocar chuva e assim por diante.

    A Dança no OrienteÉ importante verificar como a dança

    se apresenta na civilização oriental. Desse modo,você conhecerá nesta seção a dança em trêsgrandes civilizações orientais: a Índia, a China e oJapão.

    Na Índia, a dança segue os conceitosde energia, sabedoria e arte. Nasce de uma raizdivina que produz e coordena a vida. Expressa aintegração de elementos opostos espírito –matéria, gerando o ritmo da natureza que tantopassa pela concentração mística quanto pelasensualidade.

    A dança de Shiva exprime as cincoatividades divinas: 1) a criação contínua do mundo;2) a manutenção deste universo que se conservaatravés da dança; 3) a destruição, pois as formas sedestroem para que outras possam nascerinfinitamente; 4) a reencarnação, pois a dança deShiva mostra o percurso através de diversas vidas;5) a salvação, pois cada um toma consciência doque é por toda eternidade.

    Inspirada na atividade divina, adança na Índia segue quatro estilos ou correntescoreográficas que se associam à concepção dedrama: Bharat Natyam, Kathakali, Manipuri eKathak.

    Na antiga China, a dança teve lugarprivilegiado na corte imperial.

    O imperador dispunha de oito gruposde dançarinos, cada um deles formado por oitomembros.Não se podia alterar a numeração referente a rosa-dos-ventos: oito ventos sopram do céu, passandopor oito portas para chegar à terra e favorecer asabedoria do imperador.

    Os ritos e a música, bem como aterra e o céu, baseavam-se em dois princípiosopostos, o Yin (feminino) e o Yang (masculino), decujo equilíbrio resultava a harmonia.

    Havia, também, inúmeras dançaspopulares. Dançava-se no ano novo lunar, nascolheitas, nas festas, em torno de deuses paraalcançar graças.

    A Ópera de Pequim revive antigaslendas até os dias de hoje, refletindo crenças ecostumes populares.

    No Japão, os imperadores eramhomenageados no estilo clássico representandocrenças e tradições deste país.

    As danças populares integravamfestas como a do plantio do arroz, da noite doretorno das almas, da floração das cerejas, dabarca das lanternas.

    CE ARDALIAO AMÉRICO PIRES

    Prof° Esp. Leonardo Delgado

    Aula 01: HISTÓRIA DA DANÇA

    Aluno:

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    Nô e Kabuki são as duas danças datradição japonesa.

    Nô é uma dança expressiva,executada por homens mascarados aos quais cabetambém a interpretação de papéis femininos.Trata-se de um espetáculo de fundo religioso. Adança se caracteriza por movimentos de extremalentidão.

    O gênero Kabuki surgiu no séculoXVII como um divertimento para ricoscomerciantes cujo poder rivalizava com o danobreza. Codificado em 1692, o Kabuki tornou-semonopólio masculino. As peças caracterizam-sepor enredo rocambolesco, juntando o natural e osobrenatural: lutas de samurais, revolta deoprimidos, amores ilícitos, assassinatos, vingança,interferência de espíritos, rivalidade entrefeiticeiros, perseguição demoníaca.

    Mais do que outros países orientais,o Japão abriu-se à influência estrangeira. Dessemodo, o tradicional e o moderno convivem na suacultura, refletindo-se no teatro.

    No oriente, a dança é consideradacomo símbolo do ato de viver e como fonte detoda cultura.

    A Dança na Grécia AntigaNa Grécia Antiga, a dança ainda

    podia representar algo muito importante naeducação e no culto de algumas religiões. Oteatro nessa época também passou a contarcom cenas onde os atores dançavam durante osatos. Surgiram também as sátiras e comédiasgregas. Quando o território grego foi tomadopelos romanos, suas danças também passaram ainfluenciar esse povo.

    Mas seu declínio se dá com adecadência grega e o domínio romano, em que adança passou a ser parte apenas de rituaisreligiosos.

    Os romanos contratavamprofessores gregos para ensinar coreografias aseus filhos e, desse modo, a dança romana foimarcada pela repetição de movimentos alheios,por pantomimas e danças imitadas de outrospovos.

    Essa forma de manifestaçãorealizada pelos romanos levava a uma

    fragmentação da dança, que ocorria pela divisãodo Homem – corpo – mente - alma -, nas culturaschamadas ‘civilizadas’.

    A Dança na Idade MédiaA partir do século IV, o cristianismo

    se tornou a religião oficial do Império Romano e asdanças que continham coreografias que infringiamas diretrizes católicas foram banidas dasociedade. Nesse período, houve uma identificaçãoentre a Igreja e o Estado representando um

    desdobramento de profunda significação histórica,que influenciaria a civilização ocidental ao longodos mil anos seguintes.

    No final do século XIV, a Europaexperimentou duas poderosas revoluções, oRenascimento e a Reforma.

    O termo Renascimento aponta parao retorno de valores artísticos e científicos da

    Antiguidade clássica e qualifica um período dedesenvolvimento cultural muito rico, que começouno final do século XIV, no norte da Itália, e dalidifundiu-se rapidamente pelo resto da Europa.

    A Reforma deu um fim à unidade queexistira no interior do cristianismo por mais de milanos. Guerras religiosas entre católicos eprotestantes na Europa viriam a caracterizar oséculo e meio que se seguiria.

    Figura 2: A Dança na Idade Média

    O Rei Luís XIV incentivou o baléna França e deu apoio para manifestaçõesculturais. No século XV, na Itália, o balé nasceu docerimonial da corte e dos divertimentos daaristocracia, a partir de então, o balé espalhou-sepor toda a Europa.

    Figura 3:Balé Clássico

    Durante o Renascimento, aproblemática do homem foi pensada sob ainfluência dos filósofos medievais e dareinterpretação dos pensadores da AntiguidadeGrega.

    Houve uma celebração do corpo quese revelou na busca de perfeição das formascorporais, orientada por um ideal de racionalidade,

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    de beleza e de proporção, que se traduz uma buscado homem universal.

    A Dança na Pós- ModernidadeNo final do século XIX e no início do

    século XX, certezas seculares vacilavam. Todos osdogmas eram colocados em questão nas artes, nasciências, nas sociedades e nas religiões.

    No início dos anos 1900, a dançacontemporânea começou a ser inserida nos salõese escolas de dança. Atualmente, não existe apenasum estilo crescendo sozinho, ele acaba sofrendoinfluência ritmos como o rock e o jazz. Além disso,existe a influência das danças típicas no cotidianode milhões de pessoas no mundo queexpressam sua cultura por meio da dança.

    Desse modo, podemos afirmar que adança é uma manifestação cultural do ser humano.Para entender o seu significado que lhe atribuemos diversos povos, torna-se necessário relacioná-laà cultura e, consequentemente, a educação como

    forma de transmissão cultural.A cultura é uma dimensão do própriohomem e se constitui a infra-estrutura dacomplexidade social. O ser humano se torna aolongo do processo de humanização um sujeitocultural, simultaneamente produtor e produto decultura.

    Em sentido profundo, a grandediferença entre o processo de hominização ehumanização é que esta começa quando aaprendizagem se torna historicamente possível.Nesse sentido, há uma coincidência entre o inícioda humanização, da história, da cultura e daaprendizagem.

    A dança é parte integral desseprocesso, pois é inseparável a relação da dançacom a história da humanidade, a cultura, aaprendizagem, a educação. A cultura é osignificado expresso pelo significante, linguagem,mas supondo, ambas, um significando que é aprópria existência.

    Cada ser humano pode criar osentido de suas ações, mas deve fazê-lo dentro doseu meio cultural. Pois, não é possível negar que omeio cultural molda a inteligência das pessoas eoferece condições para cada um fazer brilhar suasqualidades. E, do mesmo modo, o ser humano no

    processo de criatividade influencia o meio cultural,mantendo uma relação dialética entre o sujeito e omundo.

    Porque cada sujeito é, e difere emsua própria essência, mas também é e se iguala emsua existência. É nesse sentido que a dança seinsere no universo cultural, expressandosignificados através de movimentos significantes,representando a existência humana.

    Leonardo de A. Delgado CREF. 001764-G/MA