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Agrupamento de Escolas se Santa Maria da Feira Ano Lectivo 2014/2015
Língua Portuguesa – 9.º Ano - Ficha Informativa nº 4Texto Dramático / Gil Vicente
AUTO A !A"#A O I$F%"$O – P%"&O$A'%$&
(. #%$A O FIAL'O )O$ A$"I*U%+
Pertence, à nobreza
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa, Acusa1es,- 2a3em: desprezo pelos mais pobres- manto: vaidoso- caeira: julgava-se importante epoderoso
- Barca do Inferno é desagradável- tem alguém na Terra a rezar por ele- é “fidalgo de solar” e por isso deveentrar na barca do éu- é nobre e importante
- ter levado uma vida deprazeres! sem se importar comninguém- ter sido tirano para com o povo- ser muito vaidoso
- desprezava o povo "eferncia ao 2ai e on Anri/ue 2or/ue, - é uma denuncia social! por"ue também o pai do #idalgo já tin$a entrado na Barca do Inferno! isto é! toda a classenobre tin$a os mesmos pecados
A movimenta5o e6e em cena, - foi à barca do %iabo "ue l$e e&plica para onde vai a barca e falando sempre em tom de ironia - depois foi à barca do 'ara(so para tentar a sua sorte! mas o )njo acusa-o de tirania e diz-l$e de "ue maneiranen$uma pode lá entrar - o #idalgo volta para a Barca do Inferno e o %iabo e&plica-l$e todos os seus pecados! fazendo com "ue ele fi"uemuito triste e arrependido
7omentos 2sico68gicos a 2ersonagem, - ao princ(pio o #idalgo está sereno e seguro "ue irá para o 'ara(so - dirige-se à barca do )njo! arrogante! e fica irritado por"ue ele n*o l$e responde e mostra-se arrependido edesanimado por ter confiado no seu “+stado” - no fim dirige-se ao %iabo! mais $umilde! pedindo-l$e "ue o dei&e regressar à Terra para ir ter com a amante
#aracterísticas aas s mu6heres esse tem2o, - mentirosas ! infiéis! falsas! fingidas! $ip,critas
#aracteri0a5o o Fia6go, - nobre fidalgo de solar. - vaidoso - presun/oso do seu estado social
- o seu longo manto e o criado "ue carrega a cadeira representam bem a sua vaidade e ostenta/*o - a forma cm reage perante o %iabo e o )njo revelam a sua arrog0ncia d "uem está $abituado a mandar e a tertudo. - apresenta-se como alguém importante - despreza a barca do %iabo c$amando-l$e “corti/o” - a sua conversa com o %iabo revela-nos "ue além da sua mul$er tin$a uma amante! mas "ue ambas o enganavam poisa mul$er "uando ele morreu c$orava mas era de felicidade e a amante antes de ele morrer já estava com outro -o #idalgo é! pois! uma personagem tipo "ue representa a nobreza! os seus v(cios! tirania! vaidade! arrog0ncia epresun/*o
#rítica e 'i6 :icente nesta cena, - os nobres viviam como "ueriam vida de lu&1ria.
- pensavam "ue bastava rezar e ir à missa para ir para o éu esen6ace, -Inferno
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;. #%$A O O$<%$%I"O
Pertence, à burguesia
Aereos /ue o
caracteri0am,
Argumentos e efesa, Acusa1es,
- =o6s5o: representa o din$eiro - ter morrido sem esperar- n*o ter tido tempo de “apan$ar” maisdin$eiro- jura ter o bols*o vazio- precisa de ir à Terra para ir buscar maisdin$eiro para comprar o 'ara(so.
- )njo: acusa-o de levar umbols*o c$eio de din$eiro e ocora/*o c$eio de pecados! c$eiode amor pelo din$eiro- ser avarento
>Oh? *ue m@-hora venhaisB on0eneiro meu 2arente?C, - o %iabo revela! com este tratamento! "ue 2nzeneiro tem semel$an/as com ele! é como se fossem membros damesma fam(lia - o %iabo sempre o ajudou a fazer o mal! a enganar os outros
- agora os papéis invertem-se: é a vez de o 2nzeneiro ajudar o %iabo
O On0eneiro D conenao 2e6o An3o ao Inferno 2or/ue,-leva o cora/*o c$eio de pecados! c$eio de amor pelo din$eiro e o bols*o representa esse din$eiro
O On0eneiro inter2reta a recusa o An3o cm, -"ue por n*o ter din$eiro n*o pode entrar no 'ara(so -ele pensa "ue com o din$eiro pode comprar tudo e resolver tudo A via o On0eneiro,
-avareza s, pensa em din$eiro.
'i6 :icente @ esta 2o=re caracteri0a5o via a 2ersonagem 2or/ue, -todas as personagens s*o personagens tipo -n*o podem representar caracter(sticas pessoais esen6ace,-Inferno
E. #%$A O PA":O )OA$$%+
$o 2assao o Parvo re2resentava,- uma pessoa pobre de esp(rito pertencia ao povo.
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa,- n*o traz por"ue os s(mbolos cénicos est*o relacionadoscom a vida Terrena e os pecados cometidos- o 'arvo n*o tem "ual"uer tipo de pecados
- )njo: tudo o "ue fez foi sem maldade e ésimples
$5o tem referncia ao 2assao 2or/ue, - n*o agiu com maldade - n*o tem pecados
O Parvo n5o usa /ua6/uer ti2o e argumento 2ara convencer o An3o a eiG@-6o entrar no Paraíso 2or/ue, - n*o teve tempo de dizer nada! a sua entrada na"uela barca foi autorizada de imediato - o )njo dei&a-o entrar por"ue tudo o "ue fez foi sem maldade
>*uem Ds tuH B &amica a6guDmC, - revela a sua simplicidade - a resposta está relacionada com o seu destino " é o 'ara(so
#aracteri0a5o esta 2ersonagem,
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- na traz s(mbolos cénicos com ele por"ue n*o tem "ual"uer tipo de pecados- com simplicidade! ingenuidade e gra/a! auto-caracteriza-se ao %iabo como “tolo”- "uei&a-se de ter morrido- as suas atitudes ao longo da cena s*o descontra(das! o " irrita o %iabo " o "uer na sua barca- o %iabo é insultado por ele- esses insultos revelam a sua pobreza de esp(rito- apresenta-se ao )njo cm “3amica alguém” e este diz-l$e "ue entrará na sua barca! por"ue tudo o "ue fez foi sem
maldade
&o=re esta cena, - tem uma inten/*o l1dica: fazendo divertir "uem está a assistir a esta pe/a
- também tem uma inten/*o de cr(tica: dizendo "ue os parvos s*o pessoas pobres de esp(rito e n*o t4m inten/*o defazer mal - ajuda muito na cr(tica e faz os c,micos
esfecho, - fica no cais e entra com os 5uatro avaleiros
4. #%$A O &APAT%I"O )OA$ATO+
%sta 2ersonagem re2resenta, o povo
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa, Acusa1es,- aventa6: simboliza a profiss*o- carregado de formas e sa2atos:simbolizam a sua profiss*o e vemcarregado pelos seus pecados
- práticas religiosas: rezava e ia à missa ofidalgo usou a mesma defesa.- fazia ofertas à igreja- confessava-se- fez todas as práticas religiosas
- roubava- enganava- religi*o mal praticada
#rítica feita 2or 'i6 :icente a toas as re0as,-forma superficial de como os cat,licos praticavam a religi*o-julgavam "ue as rezas! missas! comun$6es! tin$am mais valor "ue praticar o bem
esfecho, Inferno
J. #%$A O F"A% )F"%I !A!"I%L+
Pertencia, ao clero mundano.
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa, Acusa1es,
- h@=ito de frade- e/ui2amento e esgrima: escudo!capacete! espada- moa #loren/a.
- ser #rade- rezou muito
- era mundano-n*o respeitou os votos de castidadee de pobreza
O Frae n5o nega as acusa1es feitas 2ois, - pensa "ue o facto de ser #rade e o seu $ábito o v*o salvar dos seus pecados
#ríticas aos sím=o6os, - desajuste entre a vida religiosa e a vida "ue ele levava vida mundana. - os s(mbolos representavam a vida de prazeres "ue ele levava! o "ue o afastava do seu dever à cr(tica religiosa
A2resenta-se como cortes5o,-o "ue revela "ue ele fre"uentava a corte e os seus prazeres! era um frade mundano
>'enti6 2are munana6C,
-contradi/*o: encontra-se na palavra “mundanal” e “gentil”-o #rade deveria ser uma pessoa dedicada à alma! ao esp(rito! mas é mundanal! vive os prazeres do mundo! porisso e&iste a"ui uma contradi/*o
>ia=o-)...+ % n5o vos 2unham 6@ grosa B no vosso convento santoH
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Frae- % e6es fa0iam outro tanto?C reve6a /ue, - $avia uma "uebra de votos de castidade $ábito comum entre eles. - esta afirma/*o alarga a cr(tica a toda a classe social! pois o #rade é uma personagem tipo! representando todo oclero
Uso o facto e ser Frae na/ue6e tem2o, -pretende mostrar "ue o clero se mostrava superior -poderia fazer o "ue "uisesse sem ser condenado
-malestar na sociedade por serem cada vez mais fre"uentes os #rades ricos e poderosos
O An3o recusa-se a fa6ar com o Frae 2or/ue, - tem vergon$a do seu réu
- n*o tin$a coragem de falar com alguém do clero com tantos pecados repugnante.
Frae aceita a sentena 2or/ue, -viu "ue o )njo n*o "uis falar com ele -por"ue n*o cumpriu as regras "ue deveria ter cumprido -se o )njo se recusa a falar com ele é por"ue todos os seus pecados foram graves
#aracteri0a5o o Frae, - autocaracteriza-se “cortes*o” fre"uentava a corte. o "ue entra em contradi/*o com a sua classe
- sabe dan/ar o tordil$*o e esgrimir "ualidades t(picas de um nobre. - é alegre! pois c$ega ao cais a cantar e a dan/ar - tal como os outros #rades n*o cumpriu o voto de castidade nem de pobreza! como se comprovava com as suaspalavras - está convencido "ue por ser membro da Igreja tem entrada direta no 'ara(so - personagem tipo através da "ual se critica o clero K. #%$A A AL#O:IT%I"A )!"&IA :A<+
Ti2o, alcoviteira
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa, Acusa1es,
- seiscentos virgos posti/os- tr4s arcas de feiti/os- tr4s almários de mentir- j,ias de vestir- guarda-roupa- casa movedi/a- estrado de corti/a- dous co&instodos estes s(mbolos representavam a suaatividade de alcoviteira ligada à prostitui/*o.
- diz "ue já sofreu muito- diz "ue arranjou muitas meninaspara o clero da sé
- viveu uma má vidaprostitui/*o.
*uano o ia=o sa=e /ue D !rí0ia :a0 /ue est@ no cais e6e fica, - contente: sabe "ue ela tem muitos pecados é por isso mais uma passageira para a sua barca - surpreso 7 admirado : n*o esperava por ela t*o cedo
#om o cam2o semMntico a mentira e6a reve6a /ue, - é $ip,crita - tenta fazer-se de v(tima perante o %iabo para convenc4-lo do "ue l$e interessa - $ábil e mentirosa
*uano o ia=o a convia a entrar e6a, - diz! com alguma arrog0ncia! "ue n*o entra sem o #idalgo
Perante o An3o !rí0ia :a0 usa outras t@ticas, - a sedu/*o: muda o seu tom de voz tentando seduzir o )njo - usa vocabulário de cariz religioso: para o )njo ter pena dela
*uano fa6a com o An3o e6a usa um voca=u6@rio e cari0 re6igioso 2ara,
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- ele ter pena dela - a dei&ar entrar na sua Barca - a ac$ar uma boa pessoa
#aracteri0a5o e !rí0ia :a0, - c$egando ao cais na barca do Inferno! recusa-se a entrar sem o #idalgo! provavelmente eram con$ecidos - diz "ue n*o é a barca do %iabo "ue procura - leva vários elementos cénicos relacionados com a sua profiss*o de alcoviteira
- está sempre confiante de "ue vai entrar na barca do )njo - defende-se dizendo "ue sofreu muito! como ninguém! "ue arranjou muitas “meninas” para elementos do clero e "ueestá orgul$osa por ter arranjado “dono” para todas as suas “meninas” - "uando vai à barca do )njo muda completamento a sua atitude! usando mais o vocabulário de cariz religioso etentando seduzir o )njo e fazer-se de boa pessoa
esen6ace, - Inferno
N - #%$A O U%U )&%7A FA"+
Ti2o, judeu
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa, Acusa1es,- =oe: representa a sua religi*o - o din$eiro era uma forma de
mostrar "ue os 8udeus tin$amgrande poder econ,mico! estavamligados ao din$eiro
#eita pelo parvo:- roubar a cabra!- ter cometido várias ofensas àreligi*o crist* profanar a igreja!comer carne no dia de jejum999.- ser 8udeu
Logo /ue chega ao cais o ueu irige-se 2ara a =arca o Inferno 2or/ue, - sabe "ue n*o será aceite na barca do )njo! já "ue em vida nunca foi aceite nos lugares dos rist*os - os 8udeus eram muito mal vistos na época e nem poderia admitir a $ip,tese de entrar na barca do )njo
O ueu n5o /uer eiGar o =oe em terra 2or/ue, - "uer ser recon$ecido como 8udeu - n*o recusa a sua religi*o
%m termos e conteGto hist8rico essa acusa5o, - revela "ue os rist*os odiavam os 8udeus
- acusavam-nos de enri"uecer à custa de roubos de natureza diversa - acusavam-nos de ofender a religi*o cat,lica! cometendo diversas profana/6es
esen6ace, - entra na barca do %iabo Q- #%$A O #O""%'%O" % O P"O#U"AO"
Pertenciam, - orregedor: 8u(z - 'rocurador: #uncionário da oroa
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa, Acusa1es,- #orregeor: vara e processos- Procuraor: livros jur(dicos
- #orregeor : era a mul$er "ueaceitava os subornos
Acusa1es o Procuraor, n*o temtempo de se confessarAcusa1es o #orregeor,- ter aceitado subornos ser corrupto.- ter aceitado subornos até de 8udeusmuito mal vistos na"uele tempo.- confessou-se mas mentiu
) forma como o orregedor inicia o diálogo com o %iabo apro&ima-se da forma como o #idalgo também o fez
O ia=o cum2rimenta o #orregeor com >Oh amaor e 2eri0C 2or/ue, - era uma pessoa corrupta
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- a perdiz era um s(mbolo de corrup/*o
O #orregeor usa muito o Latim 2or/ue, - é uma l(ngua muito usada em direito
O ia=o res2one-6he em Latim 7acarr8nico 2ara, - ridicularizar a linguagem utilizada na justi/a - mostrar "ue essa linguagem n*o servia de nada - poderiam saber falar bem atim mas n*o sabiam aplicar as leis
O #orregeor 2ergunta >@R /ui meirinho o marHC 2or/ue, - ele estava $abituado a ser servido
O #orregeor 2ergunta se o 2oer o =ar/ueiro inferna6 D maior o /ue o o 2r82rio "ei 2or/ue, - ele na Terra tin$a um grande poder - n*o admitia "ue mandassem nele
>Irs ao 6ago os anaos B e vers os escriv5es B coma est5o t5o 2ros2eraosC /uer i0er /ue, - o orregedor! "uando for para o Inferno! vai encontrar os seus colegas $omens ligados à justi/a.
'i6 :icente 3u6gou em simu6tMneo o #orregeor e o Procuraor 2or/ue, - ambos passavam informa/*o
- ambos faziam parte da justi/a $avia cumplicidade entre a justi/a e os assuntos do ;ei! ambos eram corruptos.
A confiss5o 2ara e6es, - n*o era importante: s, se confessavam em situa/6es de risco e n*o diziam a verdade
*uano o #orregeor e o Procuraor se a2roGimam o An3o e6e, - reage mal - fica irritado - roga-l$es uma praga: atitude nada normal do )njo
O Parvo acusa-os e,- roubar coel$os e perdizes
- profanar nos campanários: levavam a religi*o de uma forma superficial
esen6ace, - Inferno
$o Inferno o #orregeor ia6oga com !rí0ia :a0 2or/ue 3@ se conheceriam a via terrena
9 - #%$A O %nforcao
Pertencia, povo
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa, Acusa1es,- a corda o bara/o. - o facto de ter estado no imoeiro<
- ter morrido enforcado
-ter sido ladr*o e de ter sido
condenado à morte
*uem D o enforcaoH- é um ladr*o a "uem a 8usti/a condenou à forca e c$ega ao cais convencido de "ue irá para o 'ara(so9
*uem o 2ersuaiuH- =il >icente afirma-nos "ue foi intrujado por =arcia ?oniz! ?estre da Balan/a da ?oeda de isboa9 +steteria convencido o ladr*o enforcado de "ue iria para o 'ara(so! visto ter-se já purificado dos pecadoscometidos no 'urgat,rio do imoeiro e "ue poder-se-ia considerar um “santo canonizado” por muito ter sofridodurante toda a sua vida9
*uano chega ao cais,
- vem convencido de "ue entra na barca do )njo devido ao "ue =arcia ?oniz l$e tin$a dito! pois ac$ava "ue as suaspenas tin$am sido cumpridas no imoeiro e pelo facto de ter morrido enforcado9 ontudo! desiludido pelo %iabo!recon$ece finalmente "ue n*o tem perd*o poss(vel e! tal como já fizera o 8udeu! nem se"uer vai pedir ao )njo "ue o
acol$a9
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caracteri0a5o,- crédulo e ignorante
crítica, - com esta personagem! =ol >icente pretendeu criticar mais a doutrina de =arcia ?oniz do "ue o pr,prioladr*o enforcado
esen6ace,
- Inferno 9 - #%$A O& *UAT"O #A:AL%I"O&
Pertenciam, aos cruzados
Aereos /ue o caracteri0am, Argumentos e efesa,- $ábito da ordem de risto- espadas
- dizem "ue morreram a lutar contra os mouros emnome de risto
*uano chegam ao cais chegam a cantar. %ssa cantiga mostra, - aos mortais "ue esta vida é uma passagem e "ue ter*o de passar sempre na"uele cais onde ser*o julgados
Os estinat@rios esta mensagem s5o, - os mortais e os @omens pecadores
$essa cantiga est@ contia a mora6iae a 2ea 2or/ue, - fala da transitoriedade da vida
- fala da inevitabilidade do destino final - fala do destino final "ue está de acordo com a"uilo "ue foi feito na vida Terrena
Os cava6eiros n5o foram acusaos 2e6o ia=o 2or/ue, - merecem entrar na barca do )njo - morreram a lutar pela fé crist*! contra os infiéis! o "ue os livrou de todos os pecados - esta cena revela a mentalidade medieval da apologia do esp(rito da cruzada
Os sinais do fim do mundo
A conceção que Gil Vicente exprime acerca do mundo e da vida é alicerçada e enriquece um
manancial de ideias e princípios que giram em torno da moral cristã e da defesa de um
comportamento regido pela ideia da salvação da alma.
Neste mundo segundo, pelo qual a alma passa transitoriamente revestida dos seus adornos
materiais, o homem leva a cao um conflito interior, exteriori!ado nas "# institucionali!adas
imagens do An"o e do $iao. %aer# & alma humana comater a tentação e o engano que o
mundo material representa, caminhando vitoriosa no caminho que a condu! & gl'ria, ou deixar(
se envolver nas malhas da ilusão, para, mais revemente do que esperaria, se ver confrontada
com o seu erro e, arrependida, ter de o expiar para se redimir.
)ra, na visão que transparece em toda a ora vicentina e que fundamenta, do nosso ponto de
vista, a crítica por mestre Gil desenvolvida & sociedade sua contempor*nea, o homem no
conflito atr#s mencionado est# a perder o sentido da sua ess+ncia espiritual e a fortalecer aquilo
que poderemos aqui chamar do domínio do dem'nio. é este pacto cada ve! mais forte com o
diao, o culto cada ve! mais generali!ado de vícios, que levam & perdição da alma humana,
que condu!em & condenação do mundo e ao seu fim pr'ximo.
- neste *mito, e como alerta & sociedade que o cerca, que Gil Vicente, em /01, numa das
suas primeiras representaç2es conhecidas, o Sermão & rainha $. 3eonor, passando por um
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louco pregador, porque leigo e porque dirigindo(se a uma terra m# e estéril, prega e adverte
para os sinais de morte que o mundo evidencia. )s sintomas são os de um enfermo e a
imagem conseguida não poderia ser mais completa. 4ão nove os sinais5
• ) mundo perdeu o gosto pela "ustiça, pela verdade, pela fé e pelo temor6
• $esconhece o seu criador e o seu redentor, o que é o pecado, os mandamentos, orespeito6
• Não v+ a cegueira do seu pensamento e comportamento, o caminho da sua perda6
• 7oma o seu e o alheio, indiferentemente6
• st# desassossegado5 não se contenta com o que tem nem se mostra agradecido com o
em que recee6
• Não se cura pela operação5 as doutrinas do cristianismo, o exemplo da 8aixão de %risto,
"# não conseguem operar neste mundo6
• )s seus memros estão frios5 para louvar a $eus, praticar a ondade e a caridade
cristãs, ir a missas e romarias e pagar o traalho e o suor aos seus servidores6
• A língua est# envenenada por falsos testemunhos, mentiras e lison"as6
• ) 9undo est# cada ve! mais soero.
%:;<, 9aria 3eonor García da, Gil Vicente e a Sociedade Portuguesa de Quinhentos, 3eitura
crítica num 9undo =de %ara Atr#s>, ?=%onstruir o 8assado>@, edição, 3isoa, Gradiva, BB0,
pp. C(B ?Adaptado@.
O Anjo e o Diabo
ou a busca da consciência
Gil Vicente acusa o mundo de cego, soero, sem fé nem temor a $eus, indiferente ao destino
que ele pr'prio escolhe pela sua conduta moralmente conden#vel. No Sermão de /01 conclui
que, no conflito que os homens t+m de travar entre o em e a salvação e o mal e a perdição,
parece terem dado todos os trunfos ao diao, ou mesmo ter com ele estaelecido um pacto. D#
aqui se evidencia a interiori!ação que caracteri!a este conflito, uma ve! que o mundo enfermo
representa o con"unto dos humanos e cada homem individuali!ado.
) pacto com o diao, ou se"a, a adopção de um comportamento conducente & perdição da
alma, representa, desta forma, o afastamento ou a ignor*ncia propositada dos valores positivos
e morais que regem oficialmente a sociedade, aseados em todo um con"unto de regras que
encontram o seu fundamento nos textos ílicos e can'nicos. $aí o $iao surgir, por ve!es,
em cena como portador da inversão de princípios e normas morais, fa!endo a apologia dos
vícios humanos, ridiculari!ando as pr'prias normas oficiais que ninguém cumpre. ) seu
discurso, aparentemente chocante porque transgressor, core, todavia, frequentes ve!es a
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