Ergonomia e Usabilidade AULA 6.

16
ERGONOMIA e USABILIDADE AULA 6: Testes para jogos digitais Profa. Camila Hamdan: http://www.camilahamdan.net

Transcript of Ergonomia e Usabilidade AULA 6.

ERGONOMIA e USABILIDADE

AULA 6:Testes para jogos digitais Profa. Camila Hamdan: http://www.camilahamdan.net

ENTENDENDO O QUE SÃO TESTES EM JOGOS DIGITAIS

Teste em Software

Algumas coisas podemos interpretar e trazer para o mundo de..

Teste em jogos digitais.

Teste em software como disse Software Testing (2nd Edition) em seu livro “Software

Testing (2nd Edition) ” deve se basear em um objetivo simples: “Achar Falhas no

software”. Porém apenas achar falhas nos deixa com alguns problemas, e uma

grande pergunta: Quando devemos iniciar os testes?

Um bom “testador” (Engenheiro de Usabilidade) deve achar falhas no software, mas

deve se preocupar em achar o quanto antes no ciclo de vida do sistema, com isso o

custo de correção se torna menor. Assim, temos que o objetivo seja: “Achar falhas no

software, e achá-las o mais cedo possível”. Ainda de acordo com Ron Patton em seu

livro, podemos ver que esse objetivo não é o bastante, pois de nada adianta

encontrar falhas rapidamente se não garantimos que essa será corrigida no sistema.

Em suma, o objetivo de um bom testador é “achar falhas no software o mais cedo

possível e garantir que essas sejam corrigidas”.

Desse mundo de teste em software aos testes em sistemas e jogos digitais de forma geral,

pouca coisa necessita mudar, pois o objetivo maior é achar falhas no jogo. Ao invés de

testarmos o software estaremos jogando o jogo ou interagindo com um sistema digital. Da

mesma forma que no teste de software, no teste de jogos e sistemas interativos digitais é

importante achar as falhas o quanto antes e garantir que essas sejam corrigidas.

Porém temos algumas diferenças nesses dois mundos:

• no software estamos preocupados que o sistema funcione

conforme definido na especificação ou requisitos, que ele esteja

de acordo com o que o cliente quer e se ainda formos um ótimo

testador e o nosso processo dentro da empresa permitir,

estaremos preocupados que o software esteja de acordo com o

que realmente o usuário final (que na maioria das vezes não é o

cliente para o qual estamos vendendo o software) necessita.

• Nos jogos, um bom testador (ou QA quality assurance) deve

primeiro se questionar:

O impacto dessa pergunta para o mundo dos jogos é bem maior

do que para o mundo do software, visto que o jogo é feito para

pessoas se divertirem* e ele só “se vende” se os jogadores

realmente gostarem dele.

“Esse jogo está de acordo com o jogador para o qual ele está

sendo feito?”

*Também inclui o processo de aprendizado e ampliação da percepção sensorial pela interação lúdica significativa (HAMDAN, 2015).

Entendendo melhor essa visão do jogador, chegamos à conclusão de que a importância dos testes em

jogos e sistemas digitais está intimamente ligada a satisfação dos jogadores/interatores, produzida pela

qualidade das emoções, sentimentos e superação de expectativas que jogo/sistema lhe causa.

Indústria dos Jogos Digitais

Uma carreira em teste de jogos pode ser muito interessante, porém como em qualquer outra área do

desenvolvimento de jogos digitais e/ou sistemas interativos, necessitamos de foco e conhecimentos

específicos.

Informações gerais em fóruns internacionais sobre o assunto apontam que os tópicos de teste em jogos

é uma forma de entrar para a indústria de jogos digitais, uma vez que depois pode-se conseguir mudar

de área para o desenvolvendo ou criação de jogos nos campos do Design ou Programação.

Pode ser considerada como uma forma rápida e de fácil acesso ao mundo dos jogos.

Cada vez mais as empresas buscam pessoas especificas:

As empresas estão em busca de pessoas comprometidas. Querem grandes ANALISTAS E

CONSULTORES DE ERGONOMIA E USABILIDADE e não robôs que acham erros.

A indústria de entretenimento digital supera a de cinema e música.

Como será meu trabalho?

Agora que olhamos um pouco do mercado e entendemos um pouco mais como esse mundo gira, vamos

voltar aquela frase anterior, a frase do sentimento. Jogo busca realmente o que? Busca agradar de uma

forma definida o jogador. Essa forma pode ser em diversão, conhecimento (educação) ou até mesmo algo

mais integrado como gerar suspense com imagens e sons ou fazer os jogadores se comunicarem com

todos seus amigos dentro do jogo. Nada impede do jogo fazer tudo isso. Hoje temos jogos Casuais onde

o objetivo é fazer o jogador jogar várias e várias vezes não se importando com um final definitivo. Como

então iremos conseguir testar algo tão variável?

Primeiro temos que saber que como no software algo já vem definido até nós, o game designer do jogo

que definirá se causará suspense ou como realmente o jogo está sendo elaborado. Após isso nós temos

que encarar a difícil tarefa de nos colocarmos e nos imaginarmos como sendo a pessoa escolhida na

situação definida.

Temos ainda que se preocupar em conseguir

olhar o jogo de diversas formas diferentes.

• Troca de gênero: analista seja do sexo

masculino testa um jogo indicado pela o

público feminino e vice-versa.

Grandes empresas possuem analistas de

usabilidade de diferentes gêneros, culturas e

posições sociais.

No jogo temos que pensar como se fosse a

pessoa em si, no mundo da psicologia onde

experiências de vida interferem diretamente na

forma como uma pessoa “sente” a diversão do

jogo. Algo que para uns pode ser

extremamente divertido, para outros pode ser

sem graça.

Objetivo: Garantir que o jogo para o jogador (usuário final) esteja realmente de acordo com o

que ele deverá sentir ao jogar.

Você deve se preocupar com a qualidade do jogo (produto) e não com a

qualidade de quem o desenvolve, desta forma, o seu trabalho é achar falhas do

jogo e não falhas de quem o desenvolveu. Isso ocorre muito em teste de

software, os erros não devem ser da pessoa e sim do projeto. Cuide para não

virar um policial do projeto, esse não é seu papel e você pode arruinar sua

carreira ao CRITICAR AS PESSOAS, deixe esse trabalho para quem é

responsável por isso.

SEU TRABALHO É O JOGO, NÃO AS PESSOAS.

Entenda e esteja pronto para jogar e jogar, de forma repetitiva, de forma massiva

o jogo mais simples. Tenha certeza que nem tudo será diversão!

Esse crescimento rápido e a evolução dos grandes estúdios, onde questões de usabilidade e

jogabilidade se tornam requisitos básicos para o sucesso de um jogo, torna também importante um bom

processo de qualidade e uma ótima equipe de qualidade.

No Brasil temos várias empresas, algumas podem ser encontradas nesse

site: http://www.abragames.org/#membros. Se você já quer tentar entrar nesse mundo, busque nelas

uma vaga.

http://www.abragames.org

1.Ergonomia e usabilidade: conhecimentos, métodos e aplicações. Walter Cybis, Adriana Holtz Betiol, Richard Faust. 2ª edição – São Paulo: Novatec Editora, 2010. O capítulo

10 fala em usabilidade em jogos.

2.Game Testing All in One , by Charles P. Schultz, Robert Bryant and Tim Langdell. Course Technology © 2005 (520 pages) ISBN:1592003737. Esse livro só existe no

exterior, uma pena, quem quiser pode comprar via internet. É também um dos poucos livros completos que só falam em teste de jogos. Os demais apenas falam em capítulos.

3.Beginning Game Programming , Michael Morrison, Publisher: Sams, 2004. Esse livro é bom para testadores, pois da algumas explicações de como funciona um jogo. Isso

nos ajuda a entender como testá-lo melhor.

4.Beginning Mobile Phone Game Programming , Michael Morrison, Publisher: Sams, 2004. Da mesma forma como o anterior porem uma visão mais focada em jogos para

celulares.

5.Serious Games: Games That Educate, Train, and Inform . David Michael; Sande Chen, Publisher: Course Technology PTR. 2006. Muito interessante para quem busca

conhecimento em jogos educacionais e “Serius games”. Serius Games são jogos focados a educação e um público alvo bem especifico. Um exemplo são jogos de simuladores

para militares.

Para quem tiver mais interesse em teste de software:

1.The Art of Software Testing, Second Edition . Glenford J. Myers; Corey Sandler; Tom Badgett; Todd M. Thomas. Publisher: John Wiley & Sons, 2004.

2.Software Testing (2nd Edition) . Ron Patton. Publisher: Sams, 2005.

REFERÊNCIAS