Filosofia politica de maquiavel a rosseau

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Argumentao II

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Nicolau MAQUIAVEL (1469-1527) - Thomas HOBBES (1588-1679) - John LOCKE (1632-1704)- Jean-Jacques ROUSSEAU (1712-1779)

Filosofia Poltica Moderna2

De Maquiavel nova poltica.

Influncia sobre o mundo moderno e contemporneo. A poltica: ser entendida e praticada de forma objetiva e circunstancial. A poltica moderna deveria estar atenta aos acontecimentos do presente.Rompeu com a viso e prticas polticas tradicionais.

Maquiavel inicia um novo modo de pensamento poltico: a poltica afasta-se do pensamento especulativo tico e religioso e passa a ser estudada de forma autnoma - A POLTICA PELA POLTICA.

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Nicolau Maquiavel (1469 - 1527) FILOSOFIA POLTICA

Poltica autnoma

Separao entre tica e poltica.

Histria (Fenmeno Cclico)

Verdade efetiva das coisas

Virt / Fortuna

Desvinculada:

- da poltica baseada em princpios universais da f e da moral convencional (tica crist)

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Lies em O PrncipeSuas recomendaes podem ser resumidas na mxima os fins justificam os meios, que significa que todos os recursos honrveis ou no devem ser utilizados para a conquista e a manuteno do poder.

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Contudo, Maquiavel no queria dizer que a manuteno do poder deveria ser o objetivo ltimo das aes do governante: o objetivo ltimo deveria ser o bem do Estado como organizao poltica, ou seja, a integridade, a unidade e a fora da nao.

Para chegar a este objetivo, tudo era vlido, inclusive mentir, enganar, trair e matar.

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No o preocupa saber como deveria ser o governo ou o governante ideal. Interessa, isso sim, analisar como oshomens governam; qual o limite ao usoda violncia para conquistar ou conservaro poder; ou quando o poder se torna arbitrrio.ARANHA, Maria Lucia de Arruda. Maquiavel: A lgica da fora. SP. Moderna

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Para refletirmos sobre a evoluo dopensamento poltico a partir de Maquiavel, preciso tambm ter em mente as grandes mudanas sociais que se deram ao longo dos sculos 15, 16 e 17.9

A peste negra causou um estrago danado tanto no moral das pessoas como na economia.

Acredita-se que mais de cinqenta milhes de pessoas devem ter morrido em funo da doena algo perto de quase um tero da populao europeia.PESTE NEGRA 10

CRUZADASForam tropas ocidentais enviadas Palestina para recuperarem a liberdade de acesso dos cristos Jerusalm.

A guerra pela Terra Santa, que durou do sculo XI ao XIV, foi iniciada logo aps o domnio dos turcos seljcidas sobre esta regio considerada sagrada para os cristos.

Aps domnio da regio, os turcos passaram impedir ferozmente a peregrinao dos europeus, atravs da captura e do assassinato de muitos peregrinos que visitavam o local unicamente pela f.

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XODO RURALIdade Mdia: entre os sculos XIII e XV (BaixaIdade Mdia), o comrcio voltou a ser praticado, impulsionando o surgimento e desenvolvimento de cidades.

Uma nova classe social surgiu, a burguesia.

Muitos camponeses deixavam a zona rural em busca de melhores condies de vida nestas cidades.

Alm disso, ocorreu um fenmeno histrico novo para a Idade Mdia, o xodo rural, ou seja, parcelas considerveis das populaes rurais dirigiram-se para as cidades.

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BURGUESIA vs homens livresCARACTERSTICAS DA BURGUESIA

*Para poder participar de uma corporao, era obrigatrio seguir os padres da sociedade, principalmente a religio.

*Os trabalhadores das corporaes eram chamados de jornaleiros, eles moravam nos casares dos mestres de ofcio, tambm existiam os aprendizes, que queriam aprender uma funo no ramo do artesanato.

*Antes, as cidades no passavam dos limites da muralha e no passavam de 20 mil habitantes. Mas as cidades aumentaram e junto com elas as feiras viraram grandes centros de comrcio, e com esse crescimento se criou uma grande malha econmica que deu segurana para os comerciantes iniciarem prticas bancrias.

*A igreja catlica era contra as prticas da burguesia, porque essa nova cultura de acmulo de capital visando o lucro no era atrativo para os costumes da igreja, j que essa prtica no era muito bem vista pela sociedade daquela poca.

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tica e PolticaEstabeleceu uma distino entre a moral e politica e a moral privada, uma vez que a ao politica no deve orientar-se por uma hierarquia de valores dada a priori. A nova tica poltica analisa as aes tendo em vista as consequncias, ou seja, os resultados que sero alcanados na busca do bem comum.14

A autonomia da poltica Ao propor a secularizao da poltica, Maquiavel desligou a poltica da tutela das normas a priori ou da moral religiosa, para inaugurar uma nova maneira de conceber a moral na poltica: nesse caso os valores no so dados de antemo, mas dependem da realizao dos interesses coletivos. Cabe, portanto, ao prprio governante inventar caminhos.15

Democracia e conflitoA elaborao da moderna concepo de ordem, no a ordem hierrquica, que cria a harmonia forada, mas a que resulta do conflito.Trata-se de uma mudana radical de enfoque uma vez que as utopias costumam valorizar a paz de uma sociedade sem antagonismo, o que significa no reconhecer a realidade do mundo humano em constante confronto.16

Todo esse panorama de mudanas sociais trouxe novos questionamentos sobre a prpria natureza humana e sua relao com a sociedade.

a) O que era a sociedade, afinal?

b) O que fazia os homens estarem em constante conflito entre si?

c) O que era a individualidade?

d) Como era possvel que indivduos formassem uma sociedade?

e) Quais os princpios que sustentavam a sociedade e permitiam a sua permanncia?

f) O que acontecia para que indivduos, aparentemente livres, aceitassem as leis e as respeitassem?17

Se tanto o poder dos nobres, como a ordem social no emanavam de Deus, conforme se acreditou durante muito tempo, de onde provinham, ento?

Por que homens livres deveriam se submeter ao poder de outros homens?

O que conferia poder a quem tinha poder?

O que era, afinal, o poder?

Por que os homens se matavam na busca pelo poder e prestgio?18

TEORIA CONTRATUALISTAThomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau elaboraram uma vertente terica derivadas do jusnaturalismo: o contrato social.

Com base na hiptese do Estado de natureza, em que o indivduo viveria como dono exclusivo de si e dos seus poderes, os contratualistas se perguntavam sobre o motivo que teria levado as pessoas a se submeterem a um Estado.19

A origem do Estado:Qual a base legal do Estado que lhe confere legitimidade?Para esses filsofos, a legitimidade do poder se fundamentava na representatividade e no consenso.

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THOMAS HOBBESO homem o lobo do homem.Seu pensamento fundamentalmentemecanicista e materialista.21

MECANICISMO

Concepo fundada na ideia de que todo e qualquer fenmeno pode ser explicado em funo da inter-relao mecnica dos componentes fsicos que o formam.

Assim, segundo o mecanicismo, todos os fenmenos se resumem s foras e aos movimentos que o constituem.MATERIALISMO

Concepo fundada na ideia de que a matria a realidade primeira e fundamental de todas as coisas que existem no universo.

Essa concepo nega completamente a existncia de criaturas imateriais22

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Hobbes foi um EMPIRISTA que acreditava fortemente que toda a forma de conhecimento somente era possvel pela experincia dos sentidos.

Ele estendeu esse mecanicismo at os limites da moral. Assim como as percepes de nossos sentidos se traduzem em impulsos que so enviados pelos nervos ao crebro, a MORAL e todos os seus elementos se encontra organizada a partir dos interesses e das paixes dos homens as questes ligadas MORAL, como as noes de certo e errado, bem e mal e assim por diante no tm nenhuma origem espiritual ou divina.Para ele, l na base de todos os valores, na raiz daquilo que nos leva a julgar uma ao como boa ou m, est uma motivao muito simples e bsica: O INSTINTO DE SOBREVIVNCIA, OU INSTINTO DE CONSERVAO.

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o Estado Natural um estado de insegurana e de angstia.

o medo que vai obrigar os homens a fundarem um Estado Social e a autoridade poltica

Os homens, portanto, vo se encarregar de estabelecer a paz e a segurana. S haver paz concretizvel se cada um renunciar ao direito absoluto que tem sobre todas as coisas.

Isto s ser possvel se cada um abdicar de seus direitos absolutos em favor de um soberano que, ao herdar os direitos de todos, ter um poder absoluto. ESTADO NATURAL E O ESTADO SOCIAL 25

o DIREITO, em todos os casos, reduz-se fora;

mas distingue dois momentos na histria da humanidade: o estado natural e o estado poltico.

No estado natural, o poder de cada um medido por seu poder real; cada um tem exatamente tanto de direito quanto de fora e todos s pensam na prpria conservao e nos interesses pessoais.

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HOBBES

Viso negativa e pessimista em relao natureza humana. O homem vingativo, egosta e belicoso (guerreiro).

Estado NATURAL:

No mostram carter natural para poltica. O direito era proporcional fora de cada homem. No possui nenhuma instinto social.

A sociedade humana uma estrutura artificial.

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Mas o ESTADO que define a sociedade ou

a sociedade que define o ESTADO???28

O que me impede de matar esse pastor e ficar com todas as ovelhas para mim? Eu posso fazer isso e nada vai acontecer.

No existe polcia, nem juiz, nem julgamento. No existe nada que me obrigue a cumprir o trato que fiz com ele. Se eu no cumprir, quem ir dizer ou fazer alguma coisa?

Afinal, estamos em um mundo selvagem e sem lei, estamos no estado de natureza.29

O homem o lobo do homem a guerra de todos contra todos.

Mas , e a JUSTIA???

Leitura 02 p.1530

JOHN LOCKE 1632-1704A necessidade de procurar a verdadeira felicidade o fundamento da nossa liberdade

John Locke foi um filsofo ingls e idelogo do liberalismo, sendo considerado o principal representante do empirismo britnico e um dos principais tericos do contrato social.

Locke rejeitava a doutrina das ideias inatas e afirmava que todas as nossas ideias tinham origem no que era percebido pelos sentidos. Escreveu o Ensaio acerca do Entendimento Humano, em que desenvolve sua teoria sobre a origem e a natureza de nossos conhecimentos.

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Dedicou-se tambm filosofia poltica. No Primeiro tratado sobre o governo civil critica a tradio que afirmava o direito divino dos reis, declarando que a vida poltica uma inveno humana, completamente independente das questes divinas.

No Segundo tratado sobre o governo civil, expe sua teoria do Estado liberal e a propriedade privada.

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Estado de natureza e contratoLocke no descreve o estado de natureza como um ambiente de guerra e egoismo. O que ento levaria os indivduos a abandonar essa situao, delegando o poder a outrem? Com o risco da parcialidade podem haver desestabilizao entre os indivduos. Visando segurana e a tranquilidade necessrias ao gozo da propriedade, todos consentem em instituir o corpo politico. 33

A filosofia poltica de Locke fundamenta-se na noo de governo consentido dos governados diante da autoridade constituda e o respeito ao direito natural do ser humano, de vida, liberdade e propriedade. Influencia, portanto, as modernas revolues liberais: Revoluo Inglesa, Revoluo Americana e na fase inicial da Revoluo Francesa.

Nota: Estava convencido de que os direitos naturais humanos subsistem para limitar o poder do Estado. Em ultima instncia, justificava o direito insurreio, caso o governante trasse a confiana nele depositada.

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Estabeleceu a distino entre poder pblico e privado, regido por leis diferentes.

Enfatizou a preservao da propriedade.

Para ele, em um sentido amplo, a propriedade tudo o que pertence a cada individuo, ou seja, sua vida, sua liberdade e seus bens,

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JEAN-JACKES ROUSSEAUJean-Jacques Rousseau foi um filsofo, escritor, terico poltico e um compositor musical autodidata suo. Ao defender que todos os homens nascem livres, e a liberdade faz parte da natureza do homem, Rousseau inspirou todos os movimentos que visavam uma busca pela liberdade. Incluem-se a as Revolues Liberais, o Marxismo, o Anarquismo etc.

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O homem nasce bom, a sociedade o corrompe"Sua influncia se faz sentir em nomes da literatura como, influencia tambm movimentos de Ecologia Profunda, j que era adepto da proximidade com a natureza e afirmava que os problemas do homem decorriam dos males que a sociedade havia criado e no existiam no estado selvagem.Foi um dos grandes pensadores nos quais a Revoluo Francesa se baseou, apesar de esta se apropriar erroneamente de muitas de suas ideias.A filosofia poltica de Rousseau inserida na perspectiva dita contratualista de filsofos britnicos dos sculos XVII e XVIII, e seu famoso Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens pode ser facilmente entendido como um dilogo com a obra de Thomas Hobbes.37

O estado de natureza humano, tal como concebido por Rousseau, est descrito principalmente em seu livro Discurso sobre a Origem e Fundamentos da Desigualdade Entre Homens

A definio da natureza humana um equilbrio perfeito entre o que se quer e o que se tem. O homem natural um ser de sensaes, somente. O homem no estado de natureza deseja somente aquilo que o rodeia, porque ele no pensa e, portanto, desprovido da imaginao necessria para desenvolver um desejo que ele no percebe. 38

Estas so as nicas coisas que ele poderia "representar". Ento, os desejos do homem no estado de natureza so os desejos de seu corpo. "Seus desejos no passam de suas necessidades fsicas, os nicos bens que ele conhece no universo so a alimentao, uma fmea e o repouso".

O Contrato Social: A obra Do Contrato Social, publicada em 1762, prope que todos os homens faam um novo contrato social onde se defenda a liberdade do homem baseado na experincia poltica das antigas civilizaes onde predomina o consenso e dessa forma se garantam os direitos de todos os cidados.

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Liberdade natural: a liberdade natural caracteriza-se por aes tomadas pelo indivduo com o objetivo de satisfazer seus instintos, isto , com o objetivo de satisfazer suas necessidades. O homem neste estado de natureza desconsidera as consequncias de suas aes para com os demais, ou seja, no tem a vontade e nem a obrigao de manter o vnculo das relaes sociais. Outra caracterstica a sua total liberdade, desde que tenha foras para coloc-la em prtica, obtendo as satisfaes de suas necessidades, moldando a natureza.

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LIBERALISMO

est ligado a uma concepo de homem e sociedade, na qual se visa estabelecer definitivamente as liberdades e os direitos individuais pertencentes prpria natureza humana.41

LIBERALISMO POLTICO.

As noes de subjetivismo e individualismo.

O que antes se manifestava como: conhecimento intelectual (racionalismo) e experincia sensvel (empirismo),

agora :se manifesta como livre iniciativa e liberdade individual, o que vai caracterizar o que, mais tarde, passou a ser chamado de liberalismo.Teorias que explicassem e justificassem o poder e o fundamento das leis.

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O Liberalismo PolticoDefinio: O Liberalismo uma doutrina baseada na defesa da liberdade individual, nos campos econmico, poltico, religioso e intelectual, contra as atitudes coercitivas do poder estatal. Seus principais conceitos incluem individualismo metodolgico e jurdico, liberdade de pensamento, liberdade religiosa, direitos fundamentais, estado de direito, governo limitado, ordem espontnea, propriedade privada, e livre mercado.

O individualismo metodolgico ensina que os indivduos constituem a unidade bsica de compreenso, juzo e ao na realidade.

O individualismo jurdico significa que as relaes de direitos e deveres tm como agente as pessoas humanas. 44

A propriedade privada a instituio jurdica que reconhece a exclusividade de uso de um bem material pelo seu possuidor.

Governo limitado a consequncia da reduo do poder poltico. Para os liberais, todo poder coercitivo deve ser justificado, sendo a liberdade humana uma presuno universal.

Por ordem espontnea compreende-se o conjunto de instituies que so criadas pela ao humana sem a premeditao. A linguagem e o mercado so exemplos de ordem que emergem da sociedade independente do controle de um indivduo ou de um grupo.

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Estado de direito a aplicao poltica da igualdade perante a lei. As leis pairam igualmente acima de todos os grupos da sociedade, independente de cor, sexo ou cargo poltico. No deve, portanto, representar determinado arbtrio, mas ser objetivamente imparcial.

Livre mercado o conjunto de interaes humanas sobre os recursos escassos sem ser restrito pela imposio poltica de interesses particulares. Difere-se, assim, de sistemas protecionistas ou mercantilistas.

O Liberalismo comeou a se fortalecer em meados do sculo XIX, aps as dcadas de 1830-1840, teve sua maior representao na Frana. Se juntou mais tarde ideia no Nacionalismo, onde foi usado como pilar da Unificao da Alemanha e da Unificao da Itlia.

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