Normas Internacionais das Entidades Fiscalizadoras Superiores ...
O USO DE SIMULAÇÕES NO CURSO DE RELAÇÕES ......O curso de Relações Internacionais é...
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Rev. Belas Artes, N.27, Mai-Ago, 2018
Submetido em Novembro de 2017, Aprovado em Janeiro de 2018, Publicado em Maio 2018
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O USO DE SIMULAÇÕES NO CURSO DE RELAÇÕES
INTERNACIONAIS DA BELAS ARTES
Dra. Tamya Rocha Rebelo1
RESUMO
O artigo tem o objetivo de apresentar as experiências e percepções dos alunos do curso de
Relações Internacionais do Centro Universitário Belas Artes com exercícios de simulação. Para
tanto, um questionário foi distribuído e 27 respostas foram analisadas qualitativamente. A
pesquisa revelou que grande parte dos estudantes possui uma impressão positiva com relação
aos ganhos obtidos com o uso dessa ferramenta de ensino. Em particular, eles acreditam que as
simulações os ajudam não apenas a compreender conceitos abstratos, mas também a conectá-
los com eventos, processos e atores internacionais.
PALAVRAS-CHAVE: Simulação. Aprendizado Ativo. Relações Internacionais.
ABSTRACT
The article aims to discuss the experiences and perceptions of students from the course of
International Relations of the Centro Universitário Belas Artes de São Paulo with simulation
exercises. Regarding the data collection, a survey questionnaire was distributed, and a total of
27 responses were quantitatively analyzed. The research shows that the majority of the students
had a positive impression toward using simulation in the course of International Relations. In
particular, they state that simulations have helped them not only to have a better understanding
of abstract concepts but also of international events, processes and actors.
KEYWORDS: Simulation. Active Learning. International Relations.
INTRODUÇÃO
O curso de Relações Internacionais é relativamente novo no Brasil, tendo despertado
atenção de boa parte das universidades, públicas e privadas, a partir dos anos 2000. O
surgimento desta área, contudo, remonta ao período posterior à Primeira Guerra Mundial, a
partir de um interesse específico na compreensão das causas desta guerra e nas ações a serem
tomadas pelos Estados para impedir a recorrência de conflitos similares. Como resultado, a
essência da disciplina foi atrelada à esfera “internacional”, abrangendo predominantemente as
1 Doutora em Relações Internacionais pela Universidade de São Paulo (USP) e professora do curso de Relações
Internacionais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo.
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interações entre atores estatais para além das fronteiras territoriais. O que outorgou
especificidade à formação do profissional desta área, naquele momento, foi a busca pela
compreensão dos determinantes, objetivos e recursos dos países de modo que previsões
pudessem ser apresentadas sobre as políticas estatais.
A partir da década de 1990, com o final da Guerra Fria, o estudo centrado nas relações entre
os Estados passou a ser fortemente questionado por não incorporar objetos e dinâmicas
importantes para uma compreensão satisfatória do ambiente internacional. A disciplina tinha
sido concebida inicialmente para analisar ações governamentais, tendo o Estado como o ator
central. Contudo, diversos atores (organizações internacionais, empresas transnacionais,
governos subnacionais e indivíduos) passaram a desenvolver estratégias próprias com efeito
em níveis doméstico e internacional, tornando-se objetos de estudo válidos da disciplina de RI.
A reestruturação da política mundial, bem como os desdobramentos de fenômenos sociais,
culturais, políticos e econômicos nas diversas sociedades, justificaram a necessidade de
ampliação de fundamentos teórico-conceituais. Isto é, o aprimoramento do conhecimento
mostrou-se crucial para a elaboração de novas análises pelo profissional da área.
Nas últimas décadas, a disciplina de RI evoluiu de maneira dinâmica, ampliando e
diversificando a sua abrangência, os tipos de temas e as suas bases conceituais. Isso não
significa que se tenha abandonado as análises com foco no Estado. Pelo contrário, buscou-se o
aperfeiçoamento das ferramentas utilizadas para que também fosse possível aplicá-las à análise
de situações não protagonizadas pelo ator estatal. Na medida em que houve a diversificação das
lentes conceituais e teóricas aplicadas pelo pesquisador, temas importantes foram
contemplados, como os processos de cooperação internacional, o funcionamento de
organizações internacionais, as decisões de política externa e as dinâmicas de participação de
atores transnacionais na arena global. Deste modo, a ampliação do foco da disciplina,
considerando a interação de variados atores dentro e fora das fronteiras do Estado, relevou as
complexidades da arena global.
Quando um estudante ingressa no curso de RI nos dias de hoje, espera-se que ele entenda
este quadro e consiga adquirir uma visão abrangente de seu objeto de trabalho. Muito embora
para muitas universidades a especificidade da disciplina continue a ser o plano exterior,
conferindo destaque às relações entre países, é possível notar a expectativa de que o
internacionalista também tenha contato com uma visão plural, que contemple a riqueza de
abordagens presentes na área. Especificamente, de acordo com o Art. 4º da Minuta de Diretrizes
Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Relações Internacionais,
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O Curso de Graduação em Relações Internacionais deve possibilitar a
formação de egresso que revele, pelo menos, as seguintes competências e
habilidades relacionadas a concepção, gerenciamento, gestão e organização
de atividades com interface internacional: I – Formação geral e humanística
que possibilite a compreensão das questões internacionais no seu contexto
político, econômico, histórico, geográfico, estratégico, jurídico, cultural e
social; II - Base cultural ampla que forneça recursos para uma compreensão
adequada de temas internacionais; III - Postura crítica com relação a
argumentos, evidências, discursos e interpretações com relação tanto a
eventos e processos internacionais quanto a abordagens, teorias e perspectivas
em Relações Internacionais; IV – Postura proativa na busca de
conhecimentos; V - Domínio das habilidades relativas à efetiva comunicação
e expressão oral e escrita em língua portuguesa; VI – Conhecimento ou
habilidade de comunicação em língua estrangeira, em especial em língua
inglesa; VII - Capacidade de pesquisa, análise, avaliação e formulação de
cenários para atuação na esfera internacional; VIII - Capacidade de tomada de
decisões; planejamento, condução, análise e avaliação de negociações, e de
resolução de problemas numa realidade diversificada e em constante
transformação; IX – Capacidade de formular, negociar e executar projetos de
cooperação internacional e de captação de recursos externos. (art. 4, Minuta
de Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduacao em
Relacoes Internacionais)
A questão que se coloca, portanto, e a de como facilitar o alcance destas competências e
habilidades com vistas a preparar o internacionalista para enfrentar os desafios de uma área de
estudo em constante transformação. As leituras acadêmicas, inegavelmente, pautam os
primeiros contatos dos estudantes com as particularidades da disciplina e ajudam a sanar
algumas de suas inquietações iniciais. Entretanto, pesquisas sobre recursos de aprendizagem
têm reiterado que o ensino das matérias pode ser aprimorado pelo uso de simulações
(CARUSON, 2005; CLARK et al., 2017; ENGEL et al., 2017; INOUE, VALENÇA, 2017;
SHELLMAN, TURAN, 2006). Ao oferecer ao aluno a possibilidade de aplicar fundamentos
teórico-conceituais em situações fictícias, criam-se inúmeras oportunidades para o
desenvolvimento de seus estudos e melhor entendimento de suas motivações profissionais
(INOUE; VALENÇA, 2017, p. 2).
Dialogando com esses estudos, este artigo tem o objetivo de apresentar a experiência e
implicações derivadas da utilização de simulações de eventos internacionais no curso de
Relações Internacionais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo. Essa metodologia
permite a elaboração de maneiras alternativas para se pensar em uma gama de conceitos e
questões, incluindo poder, formação de alianças, intervenção militar, paz e organizações
internacionais. Com isso, o artigo se propõe a explorar não apenas os benefícios da aplicação
das simulações em cursos de RI, como também compartilhar as percepções dos alunos em
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relação ao progresso em sua capacidade de retenção do conhecimento a partir desta estratégia
de aprendizado.
Para tanto, o texto é dividido em três partes. Na primeira seção, são apresentados alguns
estudos que ressaltam os ganhos obtidos a partir da utilização de simulações em cursos de
ensino superior, em particular no campo das Relações Internacionais. Em seguida, apresentam-
se a organização e estrutura das simulações desenvolvidas no Centro Universitário Belas Artes
de São Paulo. Na terceira parte, analisa-se, a partir das respostas obtidas mediante um
questionário, como os estudantes da instituição interpretaram os exercícios. Por fim, algumas
considerações finais são feitas sobre a temática em questão.
A SIMULAÇÃO COMO METODOLOGIA DE APRENDIZAGEM ATIVA
Tradicionalmente, nas aulas expositivas, o conhecimento está centrado na imagem de um
instrutor. Nesse contexto, o professor apresenta suas ideias e os alunos escutam, geralmente de
modo passivo, as informações que lhes são transmitidas. Espera-se, nesse cenário, que os
estudantes tomem notas sobre o conhecimento que foi compartilhado para reproduzir as
informações durante a avaliação.
Nas últimas décadas, observa-se uma mudança na forma como as universidades e os
professores encaram o processo de aprendizagem. Se durante muito tempo houve um enfoque
no método tradicional, centrado no professor, atualmente há um esforço para o
desenvolvimento de estratégias diversificadas, que envolvam o aluno na construção de seu
conhecimento. Em concordância com Brock e Cameron (1999, p. 251), os indivíduos aprendem
e processam informações de formas distintas e, portanto, ainda que as aulas expositivas sejam
estratégias importantes e necessárias, elas têm se tornado insuficientes. Nesse sentido, as
simulações podem ser de grande valia.
As simulações são atividades de metodologia de aprendizado ativo destinadas à melhoria
da capacidade de apreensão do conhecimento dos estudantes, bem como de suas qualidades
pessoais e habilidades participativas. Na área de RI, os alunos geralmente desempenham o papel
de tomadores de decisão e deliberam sobre questões de política internacional, (re)criando
situações análogas a acontecimentos internacionais. O emprego deste exercício permite que o
aluno enfrente desafios e ofereça soluções diante de contextos variados. Muitas vezes, o recurso
é visto como complementar ao conteúdo ministrado em aulas expositivas e dialogadas, um meio
de facilitar a construção de conexões entre conceitos e teorias com fenômenos do mundo real.
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Por ser tradicionalmente voltada para os assuntos “de fora”, isto e, com o enfoque nos
fenômenos que ultrapassam as fronteiras estatais, a disciplina de RI se diferencia de forma
marcante do resto das áreas de Ciências Humanas. Por conta das particularidades da área, as
matérias introdutórias geralmente apresentam um vocabulário especializado, abrangendo
conceitos e teorias a serem aplicados pelo profissional ao longo de sua jornada acadêmica. O
termo soberania, por exemplo, ocupa lugar central nos estudos, referindo-se à autoridade
máxima de um Estado para decidir sobre seus assuntos domésticos e a sua independência para
tomar decisões no sistema internacional. É importante entender que os Estados, unidades
soberanas, estão inseridos em um sistema anárquico, outro conceito-chave da disciplina. Isso
supõe que não existe nenhuma autoridade suprema, que se coloque acima dos atores estatais e
imponha decisões e regras a todos, fazendo com que cada um tenha que lutar por sua própria
sobrevivência. Tanto soberania como anarquia são conceitos abstratos, nem sempre fáceis de
apreensão para alunos pouco familiarizados com esse repertório.
O uso de simulações tem se tornado popular entre professores que buscam formas dinâmicas
de ensino, tanto para ensinar termos complexos, como os supracitados soberania e anarquia,
como para ajudar os alunos a entender as grandes transformações observadas na
contemporaneidade (ENGEL et al., 2017, p. 171). As relações internacionais não são estáticas,
e têm se caracterizado cada vez mais pela interdependência entre os Estados e pelo aumento da
importância de atores não estatais. As transformações no que se referem à emergência de novos
temas e atores têm se destacado na agenda internacional, colocando em destaque processos
como migrações, refúgio, saúde global, democracia, etc. De modo particular, espera-se que os
profissionais da área de RI entendam essas dinâmicas, mostrando-se capazes de analisar o papel
de diferentes atores (Estados, Organizações Não Governamentais, empresas, entre outros), suas
interações e implicações na formulação e implementação de políticas em níveis locais,
nacionais e globais.
No tocante à viabilidade da utilização da simulação para atender a essas demandas, estudos
mostram que existem técnicas a serem aplicadas para tornar as simulações em uma ferramenta
pedagógica útil (CROOKALL, 1995; NEWMANN; TWIGG, 2000). Outros trabalhos
defendem que as simulações ajudam a desenvolver certas habilidades necessárias para os
profissionais da área. Essa literatura enfatiza que as simulações oferecem meios para que os
participantes ganhem mais confiança acerca de seus posicionamentos em negociações e
processos políticos (CARUSON, 2005; NEWMANN; TWIGG, 2000). Ainda, trabalhos como
o de Clark et al (2017, p. 6) atestam que esse tipo de exercício fomenta o interesse dos
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estudantes pelo assunto tratado na simulação, estimulando seu envolvimento com temas de
política internacional de forma geral.
No que se refere aos efeitos obtidos a partir do uso de simulações, a literatura revela que o
emprego de simulações confere centralidade aos alunos no processo de ensino-aprendizagem.
Essa atividade de metodologia ativa, além de incentivar a autonomia do aluno para pensar e
propor soluções para problemas do cotidiano, consegue estimular a oratória e escrita,
necessárias para as discussões exigidas pela dinâmica (NEWMANN; TWIGG, 2000). Nesse
sentido, o aluno consegue assumir o protagonismo de seu desenvolvimento acadêmico, tendo
o professor o papel de garantir a condução das aprendizagens necessárias. Nas simulações, o
professor se torna um tutor, responsável pela mediação das discussões no grupo. Logo, são os
alunos quem irão prover as respostas.
Durante as dinâmicas, os estudantes também conseguem explorar “suas emocoes e sentidos,
colocando-se na pele daqueles atores que interpretam” (INOUE; VALENÇA, 2017). Esse tipo
de exercício valoriza o espaço onde os estudantes podem aprender a lidar com opiniões
contrárias às suas, desenvolvendo a capacidade de reagir de modo adequado a posições
divergentes (NEWMANN; TWIGG, 2000). Assim, as experiências vividas a partir da
reprodução de funções e situações internacionais despertam sensações que podem modificar as
relações dos alunos com seus pares e com o processo de construção de seu conhecimento. Como
afirmam Inoue e Valença (2017, p.7).
Ao representarem indivíduos, ou construírem cenários onde decisões e
modelos são constituídos, eles proporcionam certo grau de autonomia aos
estudantes para decidirem como agir, construindo, assim, seu ambiente de
aprendizado. Não ha, contudo, a exclusão de leituras, análises e discussão de
textos. Apesar desta caracterização mais lúdica, o material de apoio
tradicional se torna importante na medida em que fundamenta, justifica e
delimita os padrões de atuação e de resposta.
Esta seção buscou apresentar estudos que abordam os efeitos do uso simulação em cursos
de ensino superior, ressaltando os benefícios que este exercício oferece aos alunos. No caso
específico da disciplina de RI, os estudantes conseguem enfrentar dilemas comuns da prática
política, explorando e aperfeiçoando competências necessárias para exercer sua profissão.
Ainda, por meio dessa metodologia ativa, espera-se que o estudante adquira uma ideia mais
abrangente de seu objeto de trabalho, refinando análises referentes ao que atualmente se
entender por “internacional”.
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A EXPERIÊNCIA DO CURSO DE RELAÇÕES INTERNACIONAIS DA BELAS
ARTES
No Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, as simulações foram aplicadas em
várias matérias do curso de Relações Internacionais, dentre as quais se destacam para os
propósitos deste estudo: Análise de Política Externa, Estratégia e Segurança Internacional e
Negociações Internacionais. O exercício, previsto no Plano de Ensino, tinha o propósito central
de facilitar o processo de aprendizagem do conteúdo compartilhado em aulas expositivas.
Especificamente, as atividades foram preparadas para atingir três metas: compreensão de
conceitos e teorias apresentados no curso; elaboração de soluções para problemas complexos;
e desenvolvimento de relações interpessoais. Todas as dinâmicas propostas foram
supervisionadas e orientadas pela docente responsável pelas disciplinas, de modo a garantir um
ambiente propício à reflexão crítica e analítica dos estudantes.
As simulações foram realizadas de 2016 até o primeiro semestre de 2018. Todos os alunos
foram convocados a participar, visto que era parte da nota atribuída para cada bimestre. As
simulações consistiram na recriação de circunstâncias relativas às políticas doméstica e externa
dos Estados, sempre conectadas a eventos mundiais, tais como: crise do mísseis de Cuba,
negociações do acordo nuclear do Irã, intervenção militar na Líbia, a revolução na Ucrânia e o
Zika vírus e o papel das ONGs internacionais. A situação-problema e o cenário foram pensados
e desenvolvidos pela professora responsável, com base em textos jornalísticos e acadêmicos.
Os grupos, formados por alunos com diferentes níveis de conhecimento, variavam de 3 a 5
alunos, dependendo do tamanho da turma.
Cada simulação funcionou em duas etapas. A primeira etapa refere-se à fase de preparação
dos alunos, momento em que eles coletaram e analisaram informações sobre os atores
representados (Estados, Organizações Intergovernamentais, Organizações Não
Governamentais, empresas, indivíduos, entre outros). O componente de pesquisa foi crucial
para o desenvolvimento da atividade, pois permitiu contato prévio dos alunos com a história e
particularidades dos atores reproduzidos. Para tanto, os alunos foram estimulados a usar o
computador na aquisição e análise de dados
A título de exemplo, na simulação sobre a intervenção militar na Líbia, os grupos receberam
seus “papeis” uma semana antes e foram orientados a estudar o material de apoio
disponibilizado pelo professor. Constava, neste material de apoio, informações relacionadas
aos protestos que ocorreram na Líbia em 2011, que foram seguidos pelo levante armado por
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dissidentes do regime de Muammar Kadafi. Com base no exposto, os alunos tomaram ciência
de que a comunidade internacional se manifestou contra as hostilidades e o Conselho de
Segurança das Nações Unidas (CSNU) convocou seus membros para decidir acerca da postura
a ser adotada. Cada grupo de estudantes representou uma delegação estatal, membro
permanente do CSNU. Após receberem a instrução de qual país iriam representar (Estados
Unidos, China, Rússia, França e Grã-Bretanha), os alunos ficaram encarregados de pesquisar
sobre as particularidades de sua delegação (histórico de votos no Conselho de Segurança, tom
dos discursos apresentados, interesses na situação da Líbia, etc).
A segunda etapa consistiu na simulação propriamente dita. Nesse momento, os alunos
foram instruídos a aplicar conceitos e teorias na construção de seu posicionamento diante do
“problema” apresentado. Em todas as simulações aplicadas, a problemática foi entregue antes
no início da aula, explicitando o assunto a ser debatido e o número de “rodadas” que os alunos
deveriam cumprir para finalizar o exercício. A professora ficou responsável pela condução das
dinâmicas, conferindo o espaço de fala a um representante de cada grupo por rodada. Além
disso, a professora fez pequenas intervenções quando necessário, indagando, por exemplo,
sobre conceitos importantes e sua relação com os posicionamentos dos jogadores.
No caso específico da simulação sobre a Líbia, os alunos ficaram encarregados de decidir
sobre a viabilidade de uma intervenção militar. Os participantes foram orientados a tomar
decisões levando em consideração não apenas os constrangimentos domésticos e institucionais,
como também a conjuntura internacional. Para os propósitos do exercício, eles assumiram o
posicionamento da sua delegação e agiram de acordo com os protocolos diplomáticos do
Conselho de Segurança em quatro rodadas.
No primeiro instante, os grupos apresentaram sua posição em relação à derrubada do regime
de Muammar Kadafi e a possibilidade de um país ou organização assumir controle territorial e
político sobre a Líbia. Os alunos, nesse contexto, precisavam sobre a viabilidade de uma
intervenção militar e como justificá-la perante à comunidade internacional. Na segunda rodada,
o objetivo era o de familiarizar os alunos com os dilemas de tomada de decisões, muitas vezes
pautada por interesses nacionais específicos. Uma vez que o resultado da primeira rodada foi a
favor da intervenção militar, os grupos foram orientados a se pronunciar sobre a natureza dessa
ação. Para tanto, os grupos dialogaram com vistas a refletir sobre quais eram as iniciativas
viáveis diante dos constrangimentos existentes. Foram instruídos, ainda, a deliberar sobre
aspectos importantes da intervenção, como o financiamento e a logística operacional. A terceira
rodada foi dedicada à votação dos membros permanentes do CSNU. Por fim, no último
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momento do exercício, os grupos redigiram uma resolução, justificando a necessidade do
emprego da força militar neste caso.
É importante frisar que os casos foram elaborados com o intuito de recriar processos
complexos de tomada de decisões. Tendo em mente os objetivos de cada ator, bem como a
disponibilidade de recursos, os grupos optaram por agir de formas diferentes em relação ao
problema apresentado.
A literatura sobre metodologia ativa enfatiza que atividades interativas e centradas no aluno
melhoram os resultados da aprendizagem, aprimorando o processamento cognitivo dos alunos
e promovendo sua capacidade de identificar ligações entre distintos conceitos
(OMELICHEVA; AVDEYEVA, 2008). Nos exercícios de simulação aplicados na Belas Artes,
os alunos produziram análises de estratégia, defesa e política externa, tentando estabelecer
conexões entre a abstração teórica e a prática política. Os estudantes foram instigados a
experimentar, adaptar e alterar estratégias e táticas durante a dinâmica, considerando os
constrangimentos existentes e as consequências de suas decisões. Ao serem expostos a
situações complexas, eles refletiram sobre as suas escolhas e consequente implicações.
RESULTADOS ALCANÇADOS
Um questionário, contendo 12 perguntas relacionadas aos exercícios de simulação, foi
elaborado para avaliar as percepções dos participantes, com um total de 27 respostas. As
perguntas feitas aos alunos foram desenvolvidas com base no estudo de Shellman e Turan
(2006, p. 6), que utilizaram o mesmo método para avaliar se a prática de simulação melhora o
conhecimento dos alunos sobre relações internacionais. Conforme observado na Tabela I, o
aluno foi solicitado a ranquear de uma escala de 05 (alto) e 01 (baixo), a utilidade das
simulações para ampliar seu conhecimento teórico-conceitual sobre o campo de RI. O objetivo
desse levantamento era o de entender como os participantes interpretaram as atividades
empregadas em sala de aula, particularmente como eles percepcionam os processos de
assimilação de conceitos, teorias e processos próprios da RI por meio do uso de simulações.
Tabela I. Perguntas relacionadas às simulações aplicadas aos estudantes de Relações
Internacionais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo
PERGUNTAS 5 4 3 2 1
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto a
simulação melhorou seu conhecimento sobre a
disciplina de Relações Internacionais? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
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Fonte: Elaboração própria com base em Shellman e Turan (2006, p. 6)
Um dos principais ganhos alcançados pelo emprego desta metodologia, segundo o
questionário, foi a percepção de que esse tipo de atividade deve ser aplicada em outras matérias
do curso de RI da Belas Artes. Com esse feedback, é possível inferir que os alunos valorizam
a oportunidade de trabalhar com práticas de metodologia ativa. No que se refere ao conteúdo
ministrado, boa parte dos alunos apontaram que as atividades de simulação foram ferramentas
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto a
simulação melhorou seu conhecimento sobre
teorias das Relações Internacionais, indo além das
leituras e discussões em sala de aula?
☐ ☐ ☐ ☐ ☐
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto a
simulação melhorou seu conhecimento sobre
conceitos das Relações Internacionais, indo além
das leituras e discussões em sala de aula?
☐ ☐ ☐ ☐ ☐
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto a
simulação melhorou seu conhecimento sobre
organizações internacionais e seus processos,
indo além das leituras e discussões em sala de
aula?
☐ ☐ ☐ ☐ ☐
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto a
simulação (e seu preparo prévio) melhorou seu
conhecimento sobre o país ou organização que
você representava (economia; governo; situação
política; políticas)?
☐ ☐ ☐ ☐ ☐
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto a
simulação melhorou/desenvolveu suas habilidades
de reflexão analíticas e críticas (capacidade de
solução de problemas, habilidades de negociação,
criatividade, etc?)
☐ ☐ ☐ ☐ ☐
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto
você gostou da atividade de simulação? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
De uma escala de 1 (baixo) a 5 (alto), o quanto a
tecnologia (vídeos, relatórios da mídia, etc)
melhorou sua experiência com a atividade de
simulação?
☐ ☐ ☐ ☐ ☐
Você gostou da atividade de simulação? ☐ ☐ ☐ ☐ ☐
Avalie o exercício de simulação comparado a
outras atividades que você desenvolve em sua
faculdade a partir de uma escala de 1 a 5, sendo 5
a melhor atividade e 1 a pior.
☐ ☐ ☐ ☐ ☐
Você recomendaria a utilização da simulação
como uma ferramenta de aprendizagem
importante em outras disciplinas?
Eu não
recomendo
o uso da
simulação
em outras
disciplinas
Eu
recomendo
o uso da
simulação
em cursos
futuros
Eu
fortemente
recomendo
o uso da
simulação
em cursos
futuros
Você pensou em mudar de curso após participar
de atividades envolvendo simulações? Sim Não
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úteis. Do total de 27 respostas, 21 alunos atribuíram nota máxima para o desenvolvimento da
atividade de simulação e todos recomendaram o seu uso em cursos futuros, como ilustra a figura
abaixo.
Do ponto de vista pedagógico, o questionário aponta que o exercício de simulação é
compreendido pelos estudantes como um caminho de aprendizagem, uma atividade consciente
de construção do conhecimento. Na tentativa de subsidiar a solução de problemas do mundo
real, a simulação trabalha com experiências próximas ao que os alunos vão encontrar em suas
vidas profissionais. Por isso, essa metodologia ajuda a combinar teoria e prática e dessa
articulação é possível proporcionar ao aluno uma visão mais apurada da cena internacional.
Para a maioria dos estudantes, como visto abaixo, a simulação facilitou o processo de apreensão
de conhecimento sobre a disciplina de Relações Internacionais, principalmente sobre
particularidades de países ou organizações, como economia, governo e situação política.
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Interessante frisar que um dos pontos principais da aplicação desta atividade é a de
permitir que os estudantes tenham a oportunidade de aplicar conceitos e teorias em situações
recorrentes da área de RI. O arcabouço teórico-conceitual da disciplina, encontrado em livros e
artigos acadêmicos, nem sempre é de fácil assimilação. Ainda, é importante enfatizar que
muitos alunos não respondem de forma satisfatória às abordagens convencionais, enfrentando
dificuldades para estabelecer conexões entre abstrações teóricas e o mundo real apenas por
meio de aulas expositivas. Portanto, as simulações oferecem aos alunos novas possibilidades
de compreensão dos eventos internacionais, desenvolvendo sua capacidade de aplicação de
conhecimentos em situações próximas ao que acontece no dia a dia, observação reforçada pelos
gráficos abaixo.
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Com base nas respostas dos alunos e na avaliação feita durante as dinâmicas, é possível
concluir que por meio das simulações os alunos entendem que teorias e conceitos são mais do
que simples abstrações. No caso da disciplina de RI, são ferramentas que os ajudam a entender
as dificuldades de cooperar dentro da anarquia, bem como a importância da comunicação entre
diferentes atores. Ao participar ativamente das negociações, os estudantes tornam-se capazes
de perceber de forma mais completa o ambiente estratégico no qual estão inseridos.
Ainda, ao incluir organizações na simulação, e não apenas Estados, os estudantes aprendem
como os constrangimentos organizacionais, a exemplo de regras e cultura, devem ser
considerados para prever ou reagir à determinada ação. A reflexão sobre as decisões a serem
tomadas por instituições internacionais, nesse sentido, permite ao aluno pensar sobre o
problema sendo debatido, bem como reformular suas concepções mediante às estratégias de
outros participantes, sejam Estados ou não.
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De modo geral, os alunos entendem que o envolvimento em simulações traz benefícios,
proporcionando o treino de habilidades de tomada de decisão na solução de problemas
complexos, competência considerada primordial para um internacionalista. A encenação de
situações revela uma variedade de jogos, bem como a manipulação de informações pelos
participantes. Nessas dinâmicas, os alunos são levados a questionar concepções previamente
tidas como fixas, aprimorando sua visão crítica e tornando-se mais conscientes sobre as
implicações e limitações de suas decisões.
Por fim, além de permitir que os estudantes relacionem o conhecimento de livros e artigos
com desafios do mundo real, a atividade também funcionou como um dispositivo de
acompanhamento da evolução dos alunos. Mediante à recriação de processos complexos, o
professor conseguiu avaliar como os alunos aplicam conceitos e teorias na prática, podendo
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notar o desenvolvimento do pensamento crítico e analítico. Nessas oportunidades, buscou-se
uma harmonização no conhecimento do vocabulário básico das RI.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As experiências e resultados do uso de simulações no curso de Relações Internacionais
do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo reforçam pesquisas anteriores que atestam os
benefícios relacionadas ao emprego desta metodologia nos cursos de ensino superior. As
referências acadêmicas utilizadas permitem um melhor conhecimento das potencialidades
inerentes à utilização desta estratégia de ensino, contribuindo para fomentar a discussão sobre
metodologias ativas – ainda pouco explorada – no campo de RI.
Neste texto, buscou-se pontuar a importância que este método adquire para os
participantes. Partir das concepções dos estudantes é uma forma de compreender como eles
interpretam a evolução na aprendizagem de temas de relações internacionais por meio das
simulações. O principal ganho para os envolvidos, como mencionado, refere-se à articulação
entre conceitos abstratos e a prática política. Por meio do questionário, foi possível notar o
interesse dos alunos pela utilização deste exercício em outros cursos da área. Além disso, os
estudantes sinalizaram que suas habilidades e competências para lidar com as demandas da
profissão foram aperfeiçoadas durante os exercícios. Essas observações indicam a possibilidade
de complementar as aulas expositivas com exercícios dinâmicos, em particular as simulações,
visto como um caminho relevante de aproximação do estudante ao mundo prático.
REFERÊNCIAS
ASSOCIAÇAO BRASILEIRA DE RELAÇOES INTERNACIONAIS. Minuta de Diretrizes
Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduacao em Relacoes Internacionais. Disponivel
em: <https://www.abri.org.br/informativo/view?TIPO=13&ID_INFORMATIVO=139>.
Acesso em: 30 jul. 2018.
BROCK, Kathy L.; CAMERON, Beverly J. “Enlivening Science Courses with Kolb’s Learning
Preference Model.” PS: Political Science and Politics, 32: 251–256, 1999.
CARUSON, Kiki. “So, You Want to Run for Elected Office? How to Engage Students in the
Campaign Process Without Leaving the Classroom.” PS: Political Science and Politics,
38(April): 305–310, 2005.
CLARK, N.; VAN DYKE, G.; LOEDEL, P.; SCHERPEREEL, J.; SOBISCH, A.
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“EU simulations and engagement: Motivating greater interest in European Union politics”,
Journal of Political Science Education, 13(2), 152-170, 2017.
CROOKALL, David. “A Guide to the Literature of Simulation/Gaming.” In: CROOKALL,
David; ARAI, Karen (ed). Simulation and Gaming across Disciplines and Cultures: ISAGA
at a Watershed. Thousand Oaks: Sage, 1995, p. 151-177.
ENGEL, S.; PALLAS, J.; LAMBERT, S. “Model United Nations and Deep Learning:
Theoretical and Professional Learning”, Journal of Political Science Education 13.2, 171-
184, 2017.
INOUE, C.; VALENÇA, M. “Contribuicoes Do Aprendizado Ativo Ao Estudo Das Relacoes
Internacionais Nas Universidades Brasileiras”. Meridiano 47 - Journal of Global Studies 18
(1), 2017.
NEWMANN, William W.; TWIGG, Judyth L. “Active Engagement of the Intro IR Student: A
Simulation Approach.” PS: Political Science and Politics, v. 33, Dezembro, 2000, p. 835-42.
OMELICHEVA, M. Y.; AVDEYEVA, O. “Teaching with Lecture or Debate? Testing the
Effectiveness of Traditional versus Active Learning Methods of Instruction.” PS: Political
Science & Politics 41 (3): 603–7, 2008.
ANEXO
Tabela II. Respostas do questionário sobre o uso das simulações no curso de Relações
Internacionais do Centro Universitário Belas Artes de São Paulo
Q.1, Q.2, Q.3, Q.4, Q.5, Q.6, Q.7, Q.8, Q.9, Q. 10, Q.11, Q.12
"4","4","4","4","4","3","5","4","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","4","3","4","4","5","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","5","5","5","5","5","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulaçãoem cursos futuros","Não"
"4","5","5","4","4","4","5","5","5","4","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","4","4","5","5","5","4","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","5","5","5","4","4","5","5","5","4","Eu recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","4","3","5","5","5","5","4","5","4","Eu recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","5","5","5","4","3","5","5","5","4","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","4","5","4","5","4","5","4","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","5","3","5","5","3","4","5","4","4","Eu recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","5","4","4","5","5","4","3","5","4","Eu fortemente recomendo o uso da simulaçãoem cursos futuros","Não"
"4","5","5","5","5","5","4","5","5","4","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"3","3","2","4","4","4","5","4","3","3","Eu recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","5","5","5","5","5","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","5","5","5","5","5","5","4","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","4","4","5","5","5","5","4","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","5","5","5","5","5","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
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"5","4","5","5","5","5","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"3","3","4","4","4","4","1","3","1","2","Eu recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","5","5","4","4","5","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","5","5","5","5","5","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","3","4","4","4","4","5","3","5","4","Eu recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","3","5","4","5","5","5","5","5","4","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","4","4","4","5","4","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"5","4","4","4","5","4","5","5","5","5","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","4","4","3","4","4","3","4","4","4","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
"4","4","5","5","5","5","5","4","5","4","Eu fortemente recomendo o uso da simulação em cursos futuros","Não"
Fonte: Elaboração própria.