O Viajante da Perseverança - Romance

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O Viajante da Perseveran ça Juliano Gustavo dos Santos Ozga - JULIK

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O Viajante da Perseverança1- O nascimento do “salamandra de fogo”“---- Acesse a chave do fogo e mantenha alta a promessa”. Estas foram as primeiras palavras que o jovem cavaleiro viajante da perseverança Alf Naftali Kalil, conhecido como “salamandra do fogo” por causa de suas bochechas vermelhas, escutou ao nascer vindas da boca de seu próprio pai, o velho agricultor Casemiro Efraim Ismael, casado com a bondosa Íris Línea Sophia, que já andavam desiludidos alguns anos por não conseguirem ter filho. Seu nascimento foi prenunciado por um ancião que tinha a fama de mago branco na região. O dia e a data do nascimento foram anunciados depois de muitos estudos e análises astronômicas e astrológicas pelo velho ancião Salomão: 25 de abril (o dia da vitória escandinavo) de 3061 depois da Era de Cristo. Seu signo era o signo de touro.

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O

Viajante

da

PerseverançaJuliano Gustavo dos

Santos Ozga -

JULIK

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O99p Ozga, Juliano Gustavo dos Santos

O v i a j an t e da pe r seve rança /

Ju l i ano Gus t avo dos San to s

Ozga . – R io de J ane i ro : Câmara

Bra s i l e i r a de Jovens Esc r i t o r e s ,

2016 .

p .

ISBN:

CDU Nº :

OZGA/OẒGA ( [Po lonês ] : sub . Fogo ) .

Luísa Vilanova de Oliveira CRB10/1294

Este livro é dedicado:

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a Suprema Personalidade e Manifestação de

Deus de Israel (YHWH)

ao grande kabir Jesus Crhistos, o ungido.

a Alá e aos irmão de Maomé e Filhos de Luz de

Alá.

Aos meus Antepassados:

Maternos: Paternos:

1- <... Barcelos 1- Klucznik

2- Escobar 2- Larsson

3- Gomes 3- Nystron

4- Méndez 4- Olsson

5- Rodrigues 5- Ozga

6- Santos 6- Westermark…>

7- Souza

Ao meu irmão de vida e amigo missionário de almas

cristão Tairon do Nascimento pelo incentivo.

Sumário:

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1- O nascimento do “salamandra de fogo” (0-7 anos)................................ 05

2- A infância turbulenta do jovem Alf Naftali Kalil (8-14 anos).................. 06

3- A saída para o trabalho de fogo: tornar-se aprendiz de mestre de vidro manual (15-21 anos)............................

4- O início do julgamento dos homens e o estudo longe de casa: mestre vidreiro manual (22-28 anos)...........

5- O trabalho prático do fogo: o casamento com Teresa Paula Isadora (29-35 anos).....................

6- A filha do salamandra de fogo: Hondina Rebeca Jade (36-42 anos).00

7- A luta contra as adversidades: criar uma filha (43-49 anos)...................

8- O fim do trabalho árduo para sobreviver (50-56 anos)

9- O início da jornada do viajante da perseverança (57-63 anos).................

10- A iniciação da Água (64-70 anos)........

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11- A Iniciação da Terra (71-77 anos).......

12- A iniciação do Ar (78-84 anos).............

O Viajante da Perseverança

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1- O nascimento do “salamandra de fogo”

“---- Acesse a chave do fogo e mantenha alta a promessa”.

Estas foram as primeiras palavras que o jovem cavaleiro viajante da perseverança Alf Naftali Kalil, conhecido como “salamandra do fogo” por causa de suas bochechas vermelhas, escutou ao nascer vindas da boca de seu próprio pai, o velho agricultor Casemiro Efraim Ismael, casado com a bondosa Íris Línea Sophia, que já andavam desiludidos alguns anos por não conseguirem ter filho.

Seu nascimento foi prenunciado por um ancião que tinha a fama de mago branco na região. O dia e a data do nascimento foram anunciados depois de muitos estudos e análises astronômicas e astrológicas pelo velho ancião Salomão: 25 de abril (o dia da vitória escandinavo) de 3061 depois da Era de Cristo. Seu signo era o signo de touro.

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E como a Luz, em um dia de sombra e chuvas torrenciais, assim se concretizou a vida do jovem cavaleiro da perseverança. Até seus sete anos de idade, Alf não conheceu nenhuma adversidade ou distúrbio em sua vida alegre e criação em contato com a natureza.

Porém, ao passo que ele ia completando seus 7 anos, um sentimento de inquietude e intuição lhe predizia que as coisas mudariam. E como a luz nas trevas, assim se fez sua nova fase da vida.

Porém, Alf sabia que sua vida seria uma sucessão de trabalhos e graus a superar, ou seja, tudo que lhe era imputado pela vida era para um devido fim e para um aprendizado e evolução maior.

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2- A infância turbulenta do jovem Alf Naftali Kalil: o pastoreio

Na sua nova fase da vida, Alf ganhou um presente e um trabalho de seu pai Casemiro: o presente era um

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rebanho de ovelhas e o trabalho era pastoreá-lo após o período da escola, ou seja, a tarde, enquanto as outras crianças estavam brincando.

Mas para amenizar esse labor a sua mãe lhe deu de presente uma harpa para que ele tocasse durante seus longos períodos de observância de seu rebanho de ovelhas nos campos de Monte Claro.

Foi assim que o jovem Alf viu que seu trabalho passou a ser um divertimento e ao mesmo tempo uma obrigação: ele pastoreava seu rebanho de ovelhas com seu cachorro Dick e ganhava dinheiro com a venda da carne da ovelha.

Porém Alf, não comia uma parte específica do tendão da perna da ovelha, que segundo o Antigo Testamento e segundo o que seu avô Casemiro ensinou, era a parte onde YHWH tocou Jacó na coxa, e por isso os judeus da época bíblica não comiam a parte do tendão da perna da ovelha como uma restrição sagrada.

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Assim, Alf passava suas tardes: entre o lazer de tocar a harpa, cantar os salmos da bíblia e os cânticos de Davi, e trabalhar e cuidar de seu rebanho de ovelhas. Assim se criava o Alf pastor.

Mas os momentos também eram de reflexão e indagações sobre questões essenciais sobre a vida e a morte, algo tão simples e natural já nessa altura da vida do jovem pastor que presenciava o nascer e o morrer de seus animais do rebanho de ovelhas. Tudo na vida era um ciclo natural de vida e morte, nascimento e morte e renascimento em outra forma de vida orgânica.

Durante esses momentos de reflexão o jovem Alf passou por vários momentos de angústia por um simples motivo: não entendia o significado das palavras “acesse a chave do fogo e mantenha alta a promessa”, palavras estas que foram lhe anunciadas no nascimento por seu pai e que na sua infância ficaram conhecidas pelo pequeno povoado da localidade de Monte Claro, no interior da República

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do Rio Grande do Sul, próximo ao Rio Comandaí, na fronteira com a Argentina, mais especificamente na região das Missões Jesuíticas.

O jovem Alf sabia que seu nascimento foi difícil. Sua mãe Íris Línea Sophia teve serias complicações durante a gravidez e durante o parto foi quase a óbito. Porém, depois de ver o rosto vermelho do pequeno Alf em seus braços, sua vida tomou um novo rumo e um sentido para viver lhe ofuscou como a luz.

Isso também foi uma benção para a vida do agricultor Casemiro, que jovem como era, não se sentia feliz e realizado, mesmo sendo um agricultor humilde e de pequenas posses e filho de famílias de imigrantes fugidos das guerras que havia muitos séculos assolavam o solo entre a Europa e o Oriente Médio, ou seja, entre judeus, cristãos e muçulmanos. Ou seja, o agricultor Casemiro era uma mistura de judeu, cristão e árabe.

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Casemiro não aceitava discriminação e preconceito racial e religioso em sua casa, em sua colônia e por isso era vítima de muitas inimizades com extremistas que não aceitavam por ignorância, falta de conhecimento e democracia laica a religião do próximo, seja lá qual for a origem da religião.

E foi nesse ambiente que Alf foi criado e passou sua juventude até seus 14 anos de idade. Porém, nesse período Alf teve um desejo forte de estudar um das artes mais fascinantes que ele havia conhecido: a arte de elaborar manualmente vidro, ou seja, um das maiores invenções da humanidade depois do fogo e da roda.

Para isso, Alf economizou e juntou dinheiro que sobrava das suas viagens de férias e decidiu estudar a arte dos mestres de vidro em São Luiz Gonzaga, ou seja, uma cidade jesuítica que no ano de 3075 depois da era de Cristo já havia se tornado um grande centro econômico, agrário e principalmente um polo acadêmico

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jesuítico e laico da República do Rio Grande do Sul.

3- A saída para o trabalho de fogo: tornar-se aprendiz de mestre de vidro manual

E assim aos 15 anos de idade o jovem Alf partiu de cavalo de Monte

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Claro até São Luiz Gonzaga durante 2 dias de viagem até chegar ao seu centro acadêmico para estudar a arte de fazer vidro manualmente.

Nesse período Alf ficou morando em uma república estudantil chamada Arca de Noé, muito conhecida por suas famosas festas e por sua excelência dos estudantes, ou seja, Alf iria entrar em um mundo de festas e ao mesmo tempo de estudos profundos e muita cobrança por parte dos professores e pelos colegas de república para manter o nível da república no status.

O hino da República Arca de Noé era:

Arca de Noé, arca de Noé.

Não entra quem quis é.

Na arca de Noé entra quem é:

Excelente, prudente, fanfarrão, humilde, bêbado e caridoso, humano e humilde, perfeito e imperfeito.

Na arca de Noé só entra quem é.

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Entra sua alma dupla e sua dupla máscara teatral.

Arca de Noé, arca de Noé,

Você foi escolhido, ou seja, tu é.

Assim, depois de recitar inteiro e de cor o verso, Alf foi aceito na república com o apelido de “fogo da fronteira”. Fogo da fronteira era o nome que Alf atendia na república, depois de passar por 4 meses de teste como novato. A sua festa de iniciação ao status de republicano foi uma das maiores do ano e o resultado disso também: durante aquele ano, ou seja, 3076, Alf fogo da fronteira quase reprovou de ano nos exames de vido ao seu abuso com o álcool.

Isso foi um grande choque para ele e para a sua família pelo fato de Alf passar suas férias de Natal e Ano Novo de exames e muito mal de saúde. Suas férias em Monte Claro foram essenciais para ele voltar ao pastoreio e para ele refletir sobre sua nova vida. Foi quando ele decidiu levar seus estudos mais a

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sério, afinal ele amava a arte do vidro e toda sua beleza.

Do ano de 3077 em diante até 3079 Alf Fogo da fronteira foi um dos melhores alunos do seu curso e também um dos mais bem articulados alunos politizados da sua república, sem contar que era um excelente tocador de harpa e um belo poeta.

Assim ele se formou como aprendiz de mestre vidreiro com cinco trabalhos réplicas de conclusão de curso com nota 9,5: 1- taça romana com filetes lapidados, séc. I. Altura, 12,5cm; 2- Vaso Portland, vidro azul decorado de brando e esculpido. Romano, séc. I. Altura 24,7cm; 3- Tigela de vidro millefiori. Romana, séc. I. Diâmetro, 12,5cm; 4- Tigela romana, séc. I. Diâmetro, 17,1cm; 5- Vaso de toalete, provavelmente egípcio. Sécs. III-I a.C. Altura, 14 cm.

De 3080 a 3082 Alf foi trabalhar como aprendiz de vidreiro para juntar dinheiro para concluir seu curso em Veneza na Itália com mais 7 anos e se

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tornar mestre vidreiro, totalizando 14 anos de estudos da arte de vidreiro.

4- O início do julgamento dos homens e o estudo longe de casa: mestre vidreiro manual

Assim, no ano de 3083, com 22 anos de idade, Alf Naftali Kalil “fogo da fronteira”, o antigo “salamandra de fogo”, partiu com uma carta de indicação de seu mestre brasileiro para

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estudar e se tronar mestre vidreiro na Itália, em Veneza, na cidade que flutua sobre as águas.

O seu italiano era meio primitivo e meio bruto. Alf aprendeu italiano com os colonos e descentes de imigrantes italianos que viviam na República do Rio Grande do Sul.

Quando chegou na Itália Alf percebeu que muito do que ele sabia de italiano era apenas um dialeto na Itália, e que na Itália haviam vários dialetos regionais e um italiano formal como língua. Porém isso não foi problema para o jovem ragazzo Alf. O seu problema era ficar concentrado nos estudos diante de tantas belezas humanas como eram as mulheres italianas, principalmente as de pele clara e cabelos negros, como as antigas vestais dos templos romanos.

Para Alf, “il gaucho” como ficou conhecido em Veneza, passear em Veneza era um momento de lembrar seus passeios de barco pelos Rio Comandaí e Uruguay. Nesses

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momentos Alf “il gaúcho” lembrava de sua terra natal e de sua vida bucólica que ele levava em Monte Claro. Por isso seu maior lazer em Veneza foi comprar um barco pequeno e conseguir a carta de permizzo para flutuar pelas vielas de água de Veneza.

Durante essa época Alf foi iniciado na Ordem dos Mestres Vidreiros Medievais de Veneza (OMVMV).

Nessa época Alf produziu réplicas de vários vidros venezianos o ou do estilo veneziano durante seus estudos, como os a seguir: 1- vaso espanhol (andaluzo ou de Castela, séc. XVII. Altura, 22,5cm; 2- Taça mellefiori de Veneza; c. 1500. Altura, 15cm; 3- jarro para água, Veneza; c. 1500. Altura 30,5cm; 4- Kuttrolf de vidro claro; provavelmente alemão, séc. XVI ou XVII. Altura, 22,5; 5- Vaso de vidro esmaltado, de Barcelona; início do séc. XVI. Altura 27,3; 6- Taça para vinho, com decoração opalina, provavelmente de Veneza; séc. XVII.

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Altura 40cm; 7- Römer, gravado a ponta de diamante na Holanda; 1621. Altura 15,2 e 8- Taça para vinho, provavelmente de Veneza, séc. XVI. Altura, 22,5.

Também foi nessa época que Alf conheceu sua namorada e colega de aulas de música, a bela e sensual Teresa Paula Isadora, uma jovem espanhola que tocava violino e estudava para ser uma grande professora e musicista de orquestra e nada melhor do que estar na terra da ópera e do teatro como a Itália para fazer isso, ou seja, Tesa como era conhecida, nasceu e estava em um lugar privilegiado.

Assim, Alf começou a entrar no mundo das intoxicações químicas modernas. Porém isso lhe rendeu um grande susto. Alf teve um ataque cardíaco e quase foi a óbito depois de consumir muitas substâncias químicas.

Para superar isso, Tesa sugeriu que Alf fosse passar um semestre na casa de seu avô paterno no interior de Valência, na aldeia-vila de Almussafes,

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na Espanha. E foi isso que Alf foi fazer: passar um mês com o avô de sua namorada, o senhor Adolfo Guzman, um produtor de azeite de oliva e apreciador de vinhos artesanais que ele próprio produzia.

E foi assim que por um semestre que Alf passou: Alf foi iniciado na arte de produzir e trabalhar com azeite de oliva e oliveiras e também a produzir artesanalmente vinho para seu próprio consumo, sendo que ele não usava mais substâncias químicas e só bebia vinho para degustá-los e um cálice durante o meio dia e outro cálice durante a noite.

Portanto, depois desse tratamento, Alf voltou para Veneza mais espanhol do que nunca, como “el gaúcho” e se preparou para fazer e elaborar seus trabalhos para o grande teste final para receber o título de mestre de vidro pela Escola de Mestres Vidreiros de Veneza.

De 3087 a 3089 Alf passou seus dias pesquisando e viajando pelo mundo para produzir suas réplicas de vidros

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romanos, teutônicos e islâmicos para o grande teste final da sua vida. Assim, em 3090, Alf apresentou os seguintes trabalhos réplicas para o teste final: 1- garrafa soprada, provavelmente, síria; séc. II ou III. Altura 9,5; 2- retrato romano, feito de folha de ouro gravada entre chapas de vidro. Séc. II ou III. Diâmetro, 4,5cm; 3- taça romana, séc. III. Altura 10cm; 4- jarro com aplicação de fios coloridos; renano, provavelmente séc. III. Altura, 14 cm; 5- taça francônia, provavelmente do séc. VII. Altura, 30,5cm; 6- taça egípcia de vidro cor de topázio, lapidado em relevo. Sécs. XI ou XII. Altura 15cm.

E assim finalmente depois de sete anos de duros estudos e um semestre de tratamento na Espanha, em 3090 Alf recebeu o título de mestre vidreiro pela Escola de Mestres Vidreiros de Veneza com nota 9 e condecoração por criatividade e técnica e influência da cerâmica jesuítica guarani em suas obras de vidro.

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Após esse fato, Alf e Tesa, agora el já formada também em violino decidiram noivar e casar até o final do ano. E como um raio de luz, assim se sucedeu agora a vida de ambos, Alf e Tesa se casariam em matrimônio sagrado.

No entanto Alf se preparou para um concurso de vidreiros da Ordem dos Mestres Vidreiros Medievais de Veneza (OMVMV) e assim ele apresentou os seguintes trabalhos réplicas de vidros medievais, da Europa e do Oriente: 1- garrafa síria de vidro esmaltado e dourado; c. 1300. Altura 44, 4cm; 2- taça veneziana de vidro verde, esmaltado e dourado; cerca 1500. Altura, 22,2cm; 3- copo alemão de vidro verde (Nuppenbecher); fim do séc. XV ou começo do séc. XVI. Altura, 19,6; 4- tigela pintada; Egito, séc. X ou XI e 5- lâmpada de mesquita, de vidro esmaltado e dourado, com o nome do sultão Baybars, falecido em 1310. Síria, c. 1309-10. Altura, 29,4. E com toda essa bagagem cultural, Alf acabou ganhando o segundo prêmio em

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dinheiro e assim foi realizar seu sonho: se batizar nas religiões judaica, crista e islâmica, as quais ele descendia por parte de pai e mãe. E assim ele foi e se batizou em Israel, Jerusalém e Roma, as três sagradas localidades e centros religiosos do ocidente. E ao mesmo tempo Alf e sua mulher entraram na Ordem Rosa Cruz de livre pensadores para assim contribuírem para a evolução da humanidade.

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5- O trabalho prático do fogo: o casamento com Teresa Paula Isadora

O matrimônio se sucedeu no ano de 3090 numa cerimônia simples no vilarejo de Almussafes, em Valência,

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província da Espanha, na fazenda do avô de Tesa, o senhor Adolfo Guzman. Na cerimônia Alf tocou harpa e Tesa tocou violino e ambos recitaram o Cântico dos Cânticos de Salomão.

Durante os primeiros dias de núpcias Alf e Tesa se entregaram por duas semanas ao amor, porém, de forma diferente. A primeira semana foi só de abstinência sexual e total respeito pelo próximo. Só havia carinhos e abraços na relação. Depois desse tempo e dessa provação eles se sentiram purificados para se entregarem de corpo e alma um para o outro com um propósito: fazer amor apenas durante as núpcias e se guardarem puros para o grande objetivo que era a geração de um filho. Ou seja, todo mês na lua crescente Alf e Tesa se uniam no amor para tentar gerar um filho, mas o mesmo destino de seus pais lhe aconteceu: durante 6 anos suas tentativas de gerarem um filho foram frustradas. Eles tentaram de tudo.

Até que um belo dia de verão um ancião da cidade de Almussafes prediz

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que no próximo ano eles gerariam uma filha. Porém para isso eles teriam que se mudar de Veneza para Almussafes e viverem uma vida mais ligada a natureza, ao campo, a floresta, isto é, tudo ao contrário da rotina de trabalho de mestre vidreiro e musicista que ambos levavam em Veneza.

Sendo assim, o jovem casal desiludido, mas com esperança e fé decidiu se mudar para a fazenda do avô de Tesa e aí Alf montou um atelier de fabricação manual de vidro para as garrafas para armazenar o azeite de oliva Guzman que era fabricado pela família do senhor Adolfo e a bela Tesa iniciou aulas de música e violino na pequena Escola Arias Cunyat do vilarejo de Almussafes.

Agora a vida de Alf e Tesa se transformou. Eles viviam em plena comunhão espiritual e carnal com a natureza e isso tudo influenciava a tentativa de gerarem um filho prospero e filho da luz natural.

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A vida de Alf e Tesa era uma comunhão com a comunidade de Almussafes. Eles progrediram como seres humanos e pessoas. Fundaram um templo da Ordem Rosa Cruz na vila de Almussafes e assim conseguiam evoluir nos estudos teóricos e práticos das doutrinas secretas da ordem.

O novo casal se tornou um novo referencial para a vila de Almussafes. A sua harmonia era uma dádiva de Deus como a união de Davi com Batsabath.

Durante os dias Alf passava trabalhando em seu atelier de vidros e também ajudava o avô de Tesa, o senhor Adolfo, a produzir azeites de oliva, pelo fato de que em toda casa de um judeu deve haver sempre um óleo de oliva sagrado. Nas horas vagas ele se dedicava ao seu lazer de tocar harpa e salmodiar os salmos e cânticos de Davi para relembrar seus tempos de pastor na distante colônia de Monte Claro na República do Rio Grande do Sul.

A bela Tesa passava seus dias lecionando na escola para os alunos

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lições de música e violino e também fazia trabalho de caridade na sua comunidade com as crianças órfãs, pelo fato de ela não ter filhos, ela se sentia vazia e incompleta, mas o trabalho voluntário com os órfãos lhe trazia esperança e fé que um dia ela e seu amado Alf teriam um filho para criarem e educarem.

E assim como a luz a vida de Alf e Tesa brilhou como a aurora do norte.

6- A filha do salamandra de fogo: Hondina Rebeca Jade

Assim, em 3097 o casal recebeu a notícia através da avó de Tesa, a senhora Guzman, que pelos sintomas de Tesa ela estava grávida.

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Isso foi um presságio de IHWH na vida do casal e uma edificação como o templo de Salomão. Tesa estava grávida e a alegria do casal Alf e Tesa era a alegria do vilarejo de Almussafes. Todos estavam felizes pela gravides de Tesa.

E o dia sagrado chegou: em um dia de sol durante a primavera nasceu a bela Hondina Rebeca Jade. Por cauda disso foi feito uma festa na fazenda do senhor Adolfo para toda a comunidade de Almussafes. A festa se celebrou com vinho, azeite de oliva, manjares, música provincial espanhola e dança.

Porém, forças ocultas agiam contra Tesa e o pior aconteceu. No dia após a festa nascimento Tesa passou mal e teve um grave colapso que lhe derrubou e lhe fez bater a cabeça na porta de pedra e lhe causou um traumatismo craniano. Assim acabou a vida de Tesa. Era o início do inferno de Dante da vida de Alf: como ele iria suportar a perda de sua amada mulher e companheira¿ A teoria da reencarnação

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lhe deu um leve alívio. Alf sabia que ele iria encontrar Tesa em outra vida.

Foi assim que se sucedeu o nascimento de Hondina Rebeca Jade. Alf teve que ser pai e mãe ao mesmo tempo. Teve que aprender a trocar a criança, limpar a Hondina, dar mamá, colocar ela para dormir...

No entanto, Alf se decidiu se mudar para a República do Rio Grande do Sul e criar sua filha na sua terra natal, Monte Claro.

Foi assim que Alf declarou que iria embora de Almussafes para Monte Claro e seguir sua vida de mestre vidreiro na República Rio Grandense.

Mesmo assim Alf sentia saudades de Tesa em sua vida. Durante seu lazer ele fazia seus cânticos de louvor em memória de Tesa.

Sua vida fazia sentido pelo fato de ver em Hondina a imagem viva de Tesa na terra.

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7- A luta contra as adversidades: criar uma filha

Como o fogo, a vida de Alf foi um mistério: ele voltou para a República do Rio Grande do Sul, na vila de Monte Claro e assim decidiu reiniciar sua vida e criar sua filha Hondina.

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Alf voltou para a colônia de seu pai Casemiro em Monte Claro e criou a Casa de Vidros Alf e fez uma casa de campo para ele e sua filha.

Em 3104 Alf e Hondina viviam em Monte Claro. Alf se dividia entre os trabalhos de vidreiro e reiniciou seu pastoreio de ovelhas. Seu lazer em Monte Claro era tocar harpa e hinos em memória de Tesa, sua bela e única amada. As mulheres da vila lhe desejavam, mas ele já havia decidido: seu coração e alma foram de Tesa e sempre será.

Para educar Hondina, Alf a introduziu no estudo de violino e música, como sua mãe Tesa.

No entanto, as adversidades de criar uma filha se batiam a porta. Alf não sabia como lidar com a situação. Assim, a sua mãe Íris Línea Sophia lhe ajudou e foi a segunda mãe de Hondina.

Íris educou e instruiu Hondina nos moldes da cultura de imigrantes judeus, cristãos e islâmicos, ou seja,

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sem nenhuma barreira ou preconceito contra raça e religião.

Tudo isso se refletiu na vida de Hondina. Ela cresceu em um ambiente de tolerância e respeito pelas diversas culturas e religiões, ao ponto de querer ser uma diplomata dos direitos humanos através da música entre os povos com sua tenra idade.

O karma da Hondina era um reflexo da vida de sua mãe Tesa: uma vida dedicada ao ensino da música como um sacerdócio.

Hondina cativava e iluminava o espaço onde ela tocava sei violino. Porém, isso trazia lembranças recentes na mente de Alf sobre sua querida e estimada Tesa, que morreu de forma trágica e com pouca idade, ou seja, eram jovens casados.

No entanto, Alf ao mesmo tempo se alegrava e refletia na vida através da imagem de sua filha: ele percebia que Hondina era um prosseguimento da vida de Tesa, ou seja, Hondina era uma

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evolução da alma de Tesa em forma de filha, e assim, cabia a Hondina dar prosseguimento a grande obra de sua mãe Tesa. Foi com essa ideia que Alf decidiu mandar Hondina estudar música em um conservatório em São Luiz Gonzaga, na mesma cidade que anos antes ele havia estudado para aprendiz de vidreiro.

Assim, em 3110, Hondina com 14 anos, partiu de Monte Claro para o Conservatório de Música de São Luiz Gonzaga para estudar violino e teoria musical. Assim, seu sonho de seguir na vida musical e continuar seus estudos em Valência na Espanha, na terra natal de sua mãe Tesa lhe deu mais incentivo e um propósito superior e sagrado em sua vida de jovem vestal musical.

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8- O fim do trabalho árduo para sobreviver

O ano atual é 3111, e assim Alf entra nos seus 50 anos de idade e já pensa em como vai deixar de trabalhar para sobreviver e passar aos estudos de ancião para entrar em uma velhice em busca da sabedoria.

Alf ainda trabalha em sua oficina de vidros em Monte Claro e cria ovelhas. Nas horas vagas Alf busca a solidão e a música

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como companheiras. Porém, um dia ele conheceu uma bela mulher que havia chegado do Rio de Janeiro e era professora de yoga e artes indianas. Nisso tudo, Alf viu um presságio e um sinal: alguém estava entrando em sua vida e ele estaria livre do amor de Tesa para seguir com outra mulher sua jornada¿

A resposta lhe apareceu em um sonho, quando Tesa lhe mostrou o caminho da felicidade: a sua filha Hondina e que aquela foi sua missão de amor para com Alf e que ele estava livre para seguir sua vida com outra pessoa.

Assim sendo, Alf procurou a professora Ananda Agni e lhe propôs uma união: Ananda iria viver e morar com Alf em sua propriedade em Monte Claro.

Ananda ficou surpresa, porém feliz com a proposta. Ela via Alf como uma figura de respeito e sinceridade. Ananda tinha 35 anos de idade e não possuía filhos. A única condição para a união seria Alf gerar um filho em Ananda para assim consumarem o amor um pelo outro.

No entanto Alf não sabia se queria ter outro filho, ele estava decidido levar uma vida quase monástica e isso necessitava um preceito: o celibato.

Porém, Alf decidiu fazer a vontade de Ananda e assim se uniram em uma

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cerimônia simples, porém com muita festa, música e dança.

A união de Alf com Ananda era um exemplo de gratidão e respeito um pelo outro. No ano de 3112 nasceu o filho do casal: Sidarta Efraim Mustafá. Foi quando Alf decidiu deixar seus trabalhos de vidreiro e ofereceu sua oficina para jovens aprenderem a arte de moldar vidros. Assim Alf passou a ser instrutor e mestre dos jovens da localidade de Monte Claro e formou um de seus aprendizes mestre vidreiro para dar seguimento na sua arte de fabricar vidros.

Assim, Alf, Ananda e Sidarta tiveram mais tempo para a criação do filho e Alf pode aproveitar mais a vida com sua bela esposa Ananda.

Em 3117 Sidarta tinha 6 anos de idade e já começava a fazer yoga, tocar harpa, criar ovelhas e aprender o trabalho de fazer vidro. Ele era o outro grande orgulho para Alf.

Enquanto isso, Hondina foi visitar Alf e conhecer sua nova mãe e seu novo irmão: Hondina ficou encantada com a sintonia que teve com Ananda e sentiu um grande afeto pelo jovem Sidarta. Do fundo do coração Hondina sabia que seu pai Alf estava feliz e realizado como homem e pai. Assim, Hondina se sentiu mais segura

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e confiante para seguir sua trajetória musical e ir estudar música na Espanha, na terra da sua mãe Tesa e viver com a família do senhor Guzman e a família da sua mãe.

Assim Alf se sentiu ralizado como pai e como homem e sabia que sua hora de monge e ancião haveria de começar: em 3118 ele iria deixar a vida conjugal de sexo e se tornar celibatário para um bem maior, isto é, se purificar para iniciar seus estudos de magia, ocultismo e curas xamãnicas.

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9- O início da jornada do viajante da perseverançaAssim, em 3118 Alf iniciou sua

busca pela sabedoria divina.Ananda aceitou seu destino e passou

a criar o jovem Sidarta sabendo que durante 7 anos seu pai Alf estaria ocupado com trabalhos esotéricos e de grande importância.

Sidarta continuou sendo educado como um excelente yogue e decidiu seguir a profissão do pai: ser vidreiro e pastor de ovelhas, e cultivar a arte da harpa.

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Até o ano de 3124, Alf passou por seus primeiros estágios de aprendizagem e desapego material.

Assim Alf decidiu que ele deveria fazer uma viagem de iniciação com sua família para Montevideo no Uruguay e se encontrar com comunidades que trabalhavam com rituais indígenas e xamãnicos.

Assim, de cavalos, partiram Alf, Ananda Sidarta para Montevideo onde seriam recebidos e iniciados na iniciação da Água, em submersão no Rio de la Plata durante 1 dia de inverno.

10-A iniciação da ÁguaFoi no inverno de 3125 que Alf,

Ananda e Sidarta foram iniciados no grau da Água no Rio de la Plata, na rambla magnética de Montevideo. Os três passaram 1 dia e uma noite imersos somente com a cabeça para fora da água durante o inverno para suportarem o trabalho o frio e da água em seus corpos. Isso era muito perigoso por causa do risco de uma hipotermia e um colapso e assim

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se suceder o óbito. Mas os mestres prepararam os três membros da família e decidiram apenas fazer uma iniciação simbólica com Ananda e Sidarta para poupar a vida de ambos e prezar pela saúde do jovem Sidarta.

Porém, a iniciação de Alf iria acontecer e para isso ele deveria estar preparado e com a saúde muito boa para suportar o frio. Para isso os mestres iniciáticos possuíam ervas, líquidos e exercícios de alongamento que deveriam ser feitos durante a imersão na água, ou seja, Alf deveria passar a maior parte do tempo de movendo e fazendo movimentos de nado para permitir que sua circulação e seus músculos continuassem funcionando.

Durante a iniciação Alf pensou que não iria suportar o frio, porém, ele suportou e depois de um dia inteiro imerso na água até o pescoço ele teve que ir para o hospital para ser medicado e hospitalizado com uma hipotermia leve. Alf passou 3 semanas no Hospital Militar del Uruguay.

Depois de receber sua iniciação Alf e sua família puderam voltar para sua casa em Monte Claro. No entanto a iniciação tinha um preço: Alf deveria edificar e construir uma escola na sua oficina e

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permitir que alunos fossem admitidos para se tornarem mestres vidreiros futuramente.

E assim, até o ano de 3131 Alf passou seu tempo construindo uma escola para jovens aprendizes de mestre de vidro, e como ele era mestre ele poderia ensinar os 7 anos básicos para os jovens obterem o grau de aprendizes.

Ananda ficou muito feliz com a Escola de Mestres Vidreiros de Monte Claro (EMVMC) pelo fato de também ser incluído em seu currículo aulas de yoga.

Sidarta se destacava entre os alunos e aprendizes na EMVMC. Porém, na escola Sidarta era tratado como todos os outros alunos e não como filho.

E foi assim a iniciação da água de Alf. Seus amigos de Montevideo vieram ver e conhecer de perto o que Alf criou e também participaram da formatura dos primeiros alunos da Escola.

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11-A Iniciação da TerraCom a iniciação da Terra foi

diferente: Alf e sua família seriam enterrados vivos e deixados apenas com a cabeça de fora da terra durante um dia e uma noite no verão dentro das Ruínas de São Miguel Arcanjo, um importante sítio arqueológico da região das Missões Jesuíticas.

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E foi assim que se sucedeu: no ano de 3132 Alf, Ananda e Sidarta foram enterrados apenas com a cabeça para fora da terra e deixados durante o dia contra o sol de verão e durante a noite contra os mosquitos e a solidão. Eles apenas recebiam a cada 30 minutos a visita de um mestre iniciático e recebiam um pouco de água e um pouco de pão.

Foi dura essa iniciação, porém, com fé, esperança e amor, os três membros da família suportaram o sol e a lua e passaram no teste da iniciação.

Portanto, a família de Alf já possuía duas iniciações, a da Água e a da Terra, faltava apenas a iniciação do Ar.

No retorno para casa em Monte Claro Alf recebeu outra missão: construir uma escola de música em Monte Claro.

Para isso Alf resolveu chamar sua filha Hondina que já havia se formado como musicista de violino na

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Espanha para ser a diretora e professora chefe da Escola de Música de Monte Claro (EMMC).

E foi com enorme prazer e alegria que Hondina recebeu o convite através de uma carta de seu pai na Espanha. No fim do mês Hondina já se encontrava em Monte Claro para acompanhar as obras de construção da EMMC.

Assim, em 3133 a Escola de Música de Monte Claro foi inaugurada e Hondina foi indicada como professora maestra e diretora da Escola.

Ananda também foi chamada para ser professora na escola de música, porém, ela ministraria aulas de yoga para os alunos de música.

Assim, a família de Alf estava unida pelo destino: Alf, Ananda, Sidarta e Hondina juntos e vivendo e Monte Claro.

E no ano de 3138 houve a formatura da primeira turma de alunos da Escola de Música de Monte Claro. A

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escola até recebeu de presente os instrumentos para montar a Orquestra de Monte Claro, para animar as festas, os bailes, os casamentos, os funerais e ainda para recitais mensais de obras clássicas do repertório de história da música ocidental e oriental.

12-A iniciação do Ar E assim, Alf se iniciava para

mais uma iniciação. Era o ano de 3139 e Alf já tinha 78 anos de idade e ele deveria suportar momentos de um teste mortal: ficar sem respirar por minutos durante um dia inteiro, com pausas é claro, porém, sucessivamente. A cada vez Alf deveria aumentar seu tempo de duração sem respirar e esses exercícios eram praticados durante o dia e a noite, com pausas de meia hora a cada

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1 hora para descanso. A iniciação era mortal pelo fato de que poderia faltar oxigênio no cérebro e assim Alf poderia ficar com alguma sequela fatal.

Porém, a yoga que Alf começou a praticar quando conheceu Ananda lhe ajudou muito nessa iniciação. Suas técnicas de respiração e relaxamento permitiram que o yogue Alf superasse com pouca doficuldade a sua iniciação do Ar.

Assim, sua última iniciação foi conquistada. Assim também sua grande obra final poderia ser iniciada: Alf deveria construir um lar para idosos e um hospital para idosos em Monte Claro devido à carência desse tipo de serviço para a comunidade.

Assim, em 3139 se iniciou a construção da Casa de Repouso Monte Claro (CRMC) e do Hospital Geriatra Monte Claro (HGMC).

Finalmente em 3142 a Casa de Repouso e o Hospital foram

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inaugurados. A diferença é que aí também Ananda dava aulas e práticas de yoga para os idosos e enfermos e eles adoravam os “exercícios de esticar o corpo” como chamavam.

Também Hondina se sentiu útil e ministrava oficinas de música na Casa de Repouso e oferecia concertos de violino todos os dias no Hospital pata os pacientes. As “melodias da alma” como os pacientes idosos chamavam as músicas alegravam o ambiente e ajudava na melhora de alguns tipos de doenças através da musicoterapia.

Assim, no fim da vida, Alf repousava todo dia a cabela no seu travesseiro ao lado de sua querida esposa Ananda para mais uma noite eterna de sono, porém, com uma certeza: a missão e sua grande obra pronunciadas nas palavras de seu pai em seu nascimento “acesse a chave do fogo e mantenha alta a promessa” foram cumpridas e realizadas com a força do Amor, da Fé, da

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Perseverança, da Amizade e da união entre 2 almas através de seus dois filhos, Hondina e Sidarta. Assim, Alf finalmente se sentiu um homem de dade e pesava que já estava na sua hora de fazer a transição e continuar sua vida no alé.

Porém, o futuro e o dia seguinte somente a Deus pertence. O que restava para Alf era dormir e sonhar com o paraíso, mesmo ele sabendo que ele já vivia no paraíso com sua amada e seus dois filhos: o paraíso de Monte Claro.

Fim.