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Libro Nuevos Medios, Nueva Comunicación ______________________________________________________________________________ www.comunicacion3punto0.com |[email protected] O weblog como ferramenta para competência informacional nas bibliotecas escolares. Yaciara Mendes Duarte Universidade de Brasília Brasília, Brasil Prof. Dr. Claudio Gottschalg Duque Universidade de Brasília Brasília, Brasil Curriculum Vitae Yaciara Mendes Duarte Licenciado en Biblioteconomia Actúa en proyectos de bibliotecas escolares Cláudio Gottschalg Duque Doctor en Ciencia de la Información – Universidade Federal de Minas Gerais; Doctor en Lingüística Aplicada y Lingüística Computacional – Justus-Liebig-Universität Giessen; Maestría en Estudos Lingüísticos – Universidade Federal de Minas Gerais; Profesor Adjunto – Facultad de Ciencias de la Información y Documentación de la Universidad de Brasilia; Tiene experiencia en Lingüística, con énfasis en lectura y escritura, que actúan sobre los siguientes temas: sistemas de recuperación de información, ontologías, lingüística computacional, sistemas inteligentes y web semántica. ABSTRACT Esta pesquisa avaliou o nível de competência informacional e apresenta propostas de utilização do weblog como recurso de incentivo ao desenvolvimento destas habilidades, tendo nas bibliotecas escolares, seu eixo principal de atuação. A competência informacional é a capacidade que o indivíduo tem de reconhecer quando necessita de informação e de possuir a habilidade para localizar, avaliar e utilizar efetivamente a informação necessária. A biblioteca escolar possui em sua essência, uma função primordial dentro do contexto educacional, pois é onde se dispõe de uma maior oferta de informações, que complementam as diferentes temáticas abordadas em sala de aula. Hoje, a biblioteca escolar na sua função de apoio fundamental ao contexto educacional e de formação de leitores deve também inserir seus usuários a utilizar a tecnologia para aprimorar a aprendizagem e acompanhar a mudança de suportes informacionais, já que há uma grande demanda de materiais de relevância na rede mundial de computadores. Os recursos do weblog podem favorecer atividades que promovam as competências informacionais dentro das bibliotecas escolares? Caso sim, de que maneira eles podem ser trabalhados conjuntamente em sala de aula e na biblioteca? Para que estes questionamentos pudessem ser respondidos, foi realizada uma pesquisa em três instituições públicas de ensino médio do Distrito Federal do Brasil: Centro de Ensino Médio Ave Branca (CEMAB) em Taguatinga e os Centros de Ensino Médio 414 (CEM 414) e 304 (CEM 304), ambos em Samambaia. Avaliou-se o grau de competência informacional dos alunos, através da utilização de um questionário baseado nos indicadores da American Library Association (ALA).

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O weblog como ferramenta para competência informacional nas bibliotecas escolares.

Yaciara Mendes Duarte Universidade de Brasília

Brasília, Brasil

Prof. Dr. Claudio Gottschalg Duque Universidade de Brasília

Brasília, Brasil

Curriculum Vitae Yaciara Mendes Duarte Licenciado en Biblioteconomia Actúa en proyectos de bibliotecas escolares

Cláudio Gottschalg Duque Doctor en Ciencia de la Información – Universidade Federal de Minas Gerais; Doctor en Lingüística Aplicada y Lingüística Computacional – Justus-Liebig-Universität Giessen; Maestría en Estudos Lingüísticos – Universidade Federal de Minas Gerais; Profesor Adjunto – Facultad de Ciencias de la Información y Documentación de la Universidad de Brasilia; Tiene experiencia en Lingüística, con énfasis en lectura y escritura, que actúan sobre los siguientes temas: sistemas de recuperación de información, ontologías, lingüística computacional, sistemas inteligentes y web semántica.

ABSTRACT Esta pesquisa avaliou o nível de competência informacional e apresenta propostas de utilização do weblog como recurso de incentivo ao desenvolvimento destas habilidades, tendo nas bibliotecas escolares, seu eixo principal de atuação. A competência informacional é a capacidade que o indivíduo tem de reconhecer quando necessita de informação e de possuir a habilidade para localizar, avaliar e utilizar efetivamente a informação necessária. A biblioteca escolar possui em sua essência, uma função primordial dentro do contexto educacional, pois é onde se dispõe de uma maior oferta de informações, que complementam as diferentes temáticas abordadas em sala de aula. Hoje, a biblioteca escolar na sua função de apoio fundamental ao contexto educacional e de formação de leitores deve também inserir seus usuários a utilizar a tecnologia para aprimorar a aprendizagem e acompanhar a mudança de suportes informacionais, já que há uma grande demanda de materiais de relevância na rede mundial de computadores. Os recursos do weblog podem favorecer atividades que promovam as competências informacionais dentro das bibliotecas escolares? Caso sim, de que maneira eles podem ser trabalhados conjuntamente em sala de aula e na biblioteca? Para que estes questionamentos pudessem ser respondidos, foi realizada uma pesquisa em três instituições públicas de ensino médio do Distrito Federal do Brasil: Centro de Ensino Médio Ave Branca (CEMAB) em Taguatinga e os Centros de Ensino Médio 414 (CEM 414) e 304 (CEM 304), ambos em Samambaia. Avaliou-se o grau de competência informacional dos alunos, através da utilização de um questionário baseado nos indicadores da American Library Association (ALA) .

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ABSTRACT This study assessed the level of information literacy and presents proposals to use the Weblog as a resource to encourage the development of these skills, using school libraries as the main axis of this action. The information literacy is the ability of the individual to recognize when they need information and to have the ability to locate, evaluate and use effectively the needed information. The school library has at its core, a primary function within the educational context, because it is where it has a greater supply of information, which complement the various themes covered in the classroom. Nowadays, the school library in its role as key support to the educational context and training of players should also enter your users to use technology to enhance learning and foster change of informational support, since there is a great demand for relevant materials in the global computers' network. Can the resources of the weblog support activities that promote information literacy within the school libraries? If yes, how they can be worked together in the classroom and in the library? For these questions could be answered, a survey was conducted in three public institutions of secondary education in the Federal District of Brazil: Centro de Ensino Médio Ave Branca (CEMAB) in Taguatinga's City and the Centros de Ensino Médio 414 (CEM 414) e 304 (CEM 304), both in Samambaia. We evaluated the degree of information literacy of students using a questionnaire based on the American Library Association (ALA) indicators.

PALABRAS CLAVE Competência Informacional, Weblog, Biblioteca Escolar, Novas Tecnologias, Ensino Médio

KEY WORDS Information Literacy, Weblog, School Library,New Technologies, High School

Grupo temático 6: Comunicación y Educación, Nuevas Tecnologías, Medios de Comunicación y Procesos de Enseñanza y Aprendizaje, Internet y Formación.

1. Introdução

Com as mudanças de suportes informacionais, as bibliotecas tentam acompanhar essas transformações, utilizando em suas atividades e seus serviços,diversos recursos midiáticos e tecnologias de informação. Tais ações procuram oferecer uma maior comodidade para os usuários que freqüentam este ambiente. Contudo, debe ser preocupação da biblioteca, além de oferecer seus serviços de forma eficiente, a capacitação dos seus clientes para que no futuro possam lidar melhor com a diversidade de informações que se encontram disponíveis. A biblioteca escolar auxilia a complementar o conteúdo da sala de aula, oferecendo recursos para dinamizar o processo de ensino – aprendizagem, tendo com objetivo “desenvolver e fomentar a leitura e informação” (PIMENTEL; BERNARDES;

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SANTANA, 2007, p.23). Para que a biblioteca possa capacitar seu usuário a desenvolver habilidades de aprendizagem que rompam as necessidades típicamente escolares, a competência informacional (ou information literacy) revoluciona a postura da biblioteca como simples complemento da sala de aula e auxilio para pesquisa, para setor indispensável ao desenvolvimento destas competências. Os estudantes competentes em informação fazem o acesso à informação de forma efetiva, tem capacidade de avaliá-la e utilizá-la de maneira precisa no seu contexto, não exclusivamente na escola. (LAU, 2008). Para que o estudantecompreenda que a informação é indispensável para a evolução pessoal, profissional e comunitária, a biblioteca escolar deve voltar as suas atividades para que o público escolar possa fazer uso dos recursos informacionais disponíveis e dar autonomía necessária para que o educando consiga aprender a aprender, tendo o educador e o bibliotecário apenas como mediadores. Para que de fato tais habilidades sejam ampliadas, é importante a utilização da Internet, já que o uso vem se tornando cada vez mais recorrente na rotina dos alunos, contemplando desde uma simples pesquisa a utilização de redes sociais e a criação de conteúdos para web. Os novos recursos da Web, por exemplo, as redes sociais (Orkut, Facebook), as wikis, os blogs, RSS, feeds, Youtube, entre outras ferramentas, promovem uma maior interação e compartilhamento de conteúdos pelo internauta, mesmo que este possua certas limitações com uso da rede, já que a interface é cada vez mais intuitiva. O blog, dentre as ferramentas da web é uma boa ferramenta para atender as mais necessidades educacionais por poder integrar o uso de mídias, além de desenvolver a criatividade, a pesquisa, e a relação de partilha entre os estudantes. O weblog, de acordo com Gomez Hernández (2008), é o passo inicial para a utilização de outros recursos Web, já que o blog permite a integração de vários outras ferramentas da rede.

Com todas estas vantagens, o weblog pode ser utilizado para a promoção das competências informacionais, pois oferece diversas possibilidades para a construção colaborativa, além de desenvolver práticas relacionadas à pesquisa e compartilhamento de idéias, relacionando sua funcionalidade às propostas lançadas para uma aprendizagem permanente.

2. Objeto de Estudo

A web tem sido uma grande aliada para a diversificação da atividade educacional, garantindo uma maior interatividade, utilização de novos recursos e o desenvolvimento da criatividade entre os alunos. Neste tópico, será tratada qual a utilidade pedagógica de alguns recursos da Web.

a. Wikis: são páginas da web que permitem a edição de conteúdo de forma conjunta. A Wikipedia é um grande exemplo de como a iniciativa da construção colaborativa pode atingir grandes proporções. Na educação, podem ser grandes aliadas por desenvolver o trabalho em grupo e a criatividade dos alunos.

b. Podcasts: são gravações em áudio que podem ser disponibilizadas em sites e weblogs, permitindo o registro de aulas, palestras, discussões e outros. Demo (2009, p. 41) indica que os podcasts podem ser utilizados para conduzir histórias, apresentações e outras expressões orais de relevância acadêmica.

c. Youtube: esta ferramenta tem a utilidade de agrupar e disponibilizar vídeos (pessoais, institucionais) adicionados pelos próprios internautas. Este recurso pode ser utilizado para complementar as aulas, mostrando ao alunos vídeos pertinentes às temáticas trabalhadas e como incentivo para produção cinematográfica dos próprios estudantes.

d. Redes sociais (Orkut, MySpace, Facebook): são redes que ligam pessoas por laços tanto como amizade ou de interesses correlatos. Dentro destas redes sociais, existem

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comunidades para discutir e acrescentar informações sobre os mais diversos assuntos. Altamente personalizável, pode-se acrescentar fotos e vídeos. Na educação, as redes sociais podem criar intercâmbios de informações e experiências através das amizades virtuais, além da troca de informações que podem ocorrer dentro de comunidades com assuntos referentes à atividades, acontecimentos históricos e outros.

e. Social Bookmarking (Demo, 2009): conhecido como marcadores online de páginas, que serve para organizar e arquivar os links relevantes. Sua importância dentro das práticas educacionais se explica pela organização dos conteúdos de forma estruturada, onde no futuro, poderá se fazer uso dos links selecionados, sem a necessidade de realizar novas buscas. Além disso, dentro de sites que oferecem este serviço, como o Del.icio.us, por exemplo, é possível conectar com pessoas que possuem o interesse pela mesma temática e conhecer quais os links foram favoritados.

f. Photo sharing: remetendo a mesma idéia dos social bookmarking , estas ferramentas oferecem o compartilhamento e armazenamento de imagens. Como exemplo, temos o Flickr, Picassa, entre outros. De acordo Lisboa et al. (2009) , estas ferramentas propiciam “o desenvolvimento do espírito crítico através da observação das imagens/fotos que nos transmitem a realidade social a qual estamos inseridos.” (P.5)

O weblog, dentro de todas as ferramentas supracitadas, consegue agrupar todos estes recursos em uma só interface, facilitando a interação e a possibilidade de struturar de forma, ao existir interesse de outras pessoas pelos conteúdos disponibilizados pelo weblog, diferentes formatos de informação, possam estar de fácil acesso em um único lugar.

Weblog, blog, bitácora (Espanha), blogue (Portugal) é uma página na Web, facilmente manipulável por qualquer usuário que tenha alguma noção de edição de texto, onde há um maior enfoque na interação entre conteúdo e o usuário do que o leiaute ou design das páginas (Rojas Orduñas, 2007, p.2). Alvim (2007)define esta ferramenta como uma página na web, com endereço atribuído, suportado por um software de acesso livre, que pode ser gratuito ou não, com ou sem fins lucrativos, em que o seu criador/autor (individual, grupos de pessoas ou instituição), coloca entradas individuais, coloca um post com freqüência variada, sobre um tema de forma livre e independente. (...) Possui ferramentas de publicação que permitem entradas freqüentes, não só de texto,mas de vídeo, de fotografias, de áudio, de webcomics, etc. (p. 203)

Inagaki (2005) conceitua o weblog como “um site regularmente atualizado, cujos posts (entradas compostas por textos, fotos, ilustrações, links) são armazenados em ordem cronologicamente inversa, com as atualizações mais recentes no topo da página” (p.1)

A ordem cronológica das postagens confere a identidade principal dos weblogs, pois para Sibila (2005), a organização cronológica é um dos traços constitutivos dos weblogs: as últimas atualizações aparecerem no início do site e as mais antigas abaixo, e cada bloco de texto é obstinadamente encabeçado pela data (e horário) da publicação. “Essa estrutura privilegia sempre a atualização mais recente, mostrando ao visitante de modo quase imediato se o site foi atualizado ou não. (p. 48)

Por oferecer um ambiente colaborativo, personalizado, o weblog tem se destacado como recurso educacional, onde seu uso rompe as barreiras escolares, propagando o conhecimento discutido presencialmente, para fronteiras que levam tais experiências para outros contextos, realidades, colaborando para o cambio de informações entre os utilizadores desta ferramenta.

A biblioteca escolar possui em sua essência, uma função primordial dentro do contexto educacional, pois é onde se dispõe de uma maior oferta de informações, que complementam as diferentes temáticas abordadas em sala de aula. De acordo com Fonseca (2007) a finalidade da biblioteca escolar é “fornecer livros e materiais didáticos tanto a estudantes como a professores. Ela oferece a infraestrutura bibliográfica e audiovisual do ensino fundamental e médio”. ( p.53)

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Além dos serviços básicos como empréstimo e devolução, a biblioteca escolar, deve realizar atividades que incentivem os alunos ao hábito prazeroso da leitura e a construção de conhecimento para a vida fora do contexto escolar; disseminar informações pertinentes ao público que freqüenta o espaço; ser instrumento de ações culturais, sociais e éticas.

De acordo com o Manifesto da Biblioteca Escolar (2006) criado pela IFLA, os objetivos da biblioteca escolar começam quando esta auxilia a atingir os objetivos definidos pela missão e currículo escolar. Para tal, é importante o desenvolvimento de atividades que promovam o prazer pela leitura e aprendizagem. A escola deve garantir oportunidades para que os estudantes produzam e usem a informação em benefício da comunidade da qual fazem parte, organizando eventos que promovam a conscientização social e cultural, dando aos docentes, discentes e pais, a oportunidade de trabalharem em conjunto. Faz parte ainda destes objetivos, fornecer acesso aos diferentes recursos informacionais que ofereçam a análise de diversos pontos de vistas.

Para Stavis , Koch e Drabik (2001), a biblioteca deve “ incentivar e disseminar o gosto pela leitura junto a crianças por meio do acervo organizado”. Hoje em dia, desempenhar estas atividades se torna um desafio, pois “a dificuldade maior dessa geração nascida na era da tecnologia avançada é o modo de consumo da cultura através de formas tão opostas como o livro e a TV, por exemplo. Além disso, a mobilidade física e mental da criança hoje requer inúmeras atividades que concorrem com o estudo e o gosto pela leitura.” (p. 35)

A biblioteca escolar tem como função auxiliar o processo de ensino-aprendizagem. A figura do bibliotecário neste espaço é fundamental para que este setor ofereça serviços de acordo com o perfil dos usuários.

Localizar e recuperar a informação não são mais suficientes para o bibliotecário. Este profissional deve preocupar-se no desenvolvimento das habilidades de “pensar criticamente, ler, ouvir e ver, enfim, ensinar a aprender a aprender” (Farias, 2009).

Para conseguir tal feito, é necessária a integração da comunidade docente com o profissional da informação, para que assim possam surgir ações integradas entre estas partes fundamentais no desenvolvimento dos estudantes.

De acordo com Farias (2009) a competência informacional na biblioteca escolar deve atingir diversas dimensões. A dimensão técnica é importante para dar ao bibliotecário a capacidade para trabalhar os conteúdos e adaptá-los às mais diversas necessidades ; a dimensão estética é “uma habilidade subjetiva necessária para antever os vários usos da informação coletada e produzida na escola ; a dimensão política permite trabalhar os conceitos de forma que os estudantes utilizem a informação para o exercício dos direitos e deveres e a dimensão ética desenvolve as habilidades para “ações fundamentadas no respeito e na realização do bem coletivo”.

Dudziak (2005) enumera os passos necessários para que o bibliotecário obtenha êxito ao desenvolver programas voltados à competência em informação. Primeiramente, o bibliotecário deve procurar a sua atualização e possuir estas competências para que possa repassá-la aos estudantes.

O professor e o bibliotecário devem ser mediadores neste processo de educação para as competências informacionais. “Não cabe aqui ensinar, é preciso aprender junto. Não existe a hierarquia do saber. Existe a experiência do processo de busca e uso da informação.” (Dudziak, 2005)

O Information Literacy Standards for student learning: Standards and indicator da American Library Association ( ALA) , apresenta nove normas e vinte e nove indicadores para reconhecer os estudantes capacitados em informação, que foram utilizados para criar a metodologia deste estudo.

A primeira categoria, chamada Competência em informação, abrange as três primeiras normas das competências. As habilidades necessárias para este grau começam a partir da

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consciência da importância da informação para a vida na sociedade atual. Além disso, o estudante utiliza alguma técnica para pesquisa e conhece fontes diversas de informação, sabe selecioná-las e expô-las de acordo com a sua necessidade.

A categoria Aprendizagem independente, amplia o olhar do estudante para as necessidades informacionais que ocorrem fora do ambiente escolar. Neste caso, o aluno se interessa em pesquisar sobre temas variados como bem-estar pessoal, mercado de trabalho, saúde, entre outros. Possui interesse em literatura, lê por prazer e realiza sua pesquisa de maneira mais consciente, explorando os recursos que os mecanismos de busca oferecem, utilizando o senso critico para selecionar as informações pertinentes.

O grupo de normas definido como Responsabilidade social, vê o estudante como participante ativo na aprendizagem da comunidade, respeita a liberdade intelectual e os direitos autorais, além de compartilhar informações tanto presencialmente quanto utilizando a tecnologia, sempre de forma ética.

3. Metodologia

A fim de conhecer o grau de competência informacional dos alunos da rede pública, foi

aplicado um questionário em três escolas de ensino médio do Distrito Federal: Centro de Ensino Médio Ave Branca (CEMAB) em Taguatinga e os Centros de Ensino Médio 414 (CEM 414) e 304 (CEM 304), ambos em Samambaia. O questionário foi aplicado para 103 alunos de escolas públicas de ensino médio. A aplicação aconteceu em três dias: 17/05/2010 (CEM 414); 24/05 (CEMAB); 27/05 (CEM 304) com duas turmas de segundo ano e uma turma de terceiro ano . A primeira turma a responder o questionário foram os alunos do CEM 414,seguidos pelo CEMAB e finalizado no CEM 304. Após uma breve explicação sobre o questionário e o propósito do trabalho, os alunos respondiam de acordo com a sua interpretação às perguntas feitas através do instrumento de coleta. Este roteiro foi seguido em todas as escolas participantes. O único critério levado em consideração para fazer parte da pesquisa é fazer parte do corpo discente de escola pública. Nenhum outro fator foi considerado relevante para fazer qualquer tipo de seleção na amostra analisada. As escolhas das turmas aconteceram de forma aleatória, já que o acesso aos alunos dependia da autorização vinda da coordenação da escola, onde esta encaminhava para a sala que não houvesse nenhum tipo de atividade no momento da aplicação do questionário. O questionário , que contém 29 perguntas, foi elaborado com base nas categorias definidas pela ALA, onde mostram os indicadores que são reconhecidos no indivíduo competente em informação. São três categorias que se dividem em nove normas e em vinte e nove indicadores e já foram explicadas anteriormente.

Os questionamentos foram estruturados a partir de uma pergunta com quatro até no máximo seis opções de escolha, algumas delas, possuíam a opção „Outro‟ para que respondente colocasse a alternativa que melhor retratasse a sua resposta. Além de perguntas deste modelo, haviam também questionamentos escalonados, onde o estudante deveria escolher a freqüência (sempre, quase sempre, às vezes, raramente e nunca) das ações propostas. Houve apenas uma pergunta subjetiva onde pedia ao aluno dar a sua opinião sobre o uso do weblog na sala de aula. Os primeiros dados a serem fornecidos pelos alunos neste questionário foram a série em curso, faixa etária e sexo. Tais informações foram necessárias exclusivamente para identificação do perfil da amostra. Subseqüente a estas informações, as questões tratavam-se da presença de computadores em casa, o tempo médio de uso da internet e de informações da biblioteca da instituição de ensino e do uso da tecnologia pelos professores no decorrer das atividades educacionais. Nas perguntas referentes às competências informacionais, os estudantes deveriam selecionar a freqüência que as competências faziam parte da sua rotina. Os indicadores de

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competência informacional foram escritos neste questionário de forma afirmativa e em primeira pessoa para que os estudantes os interpretassem de maneira mais fácil. Para embasar alguns dados importantes, existiam outras perguntas que faziam jus as competências informacionais em um contexto mais prático para que assim, fosse possível fazer uma comparação entre as duas informações fornecidas pelos estudantes.

4. Resultados

A maioria dos respondentes desta pesquisa cursa o segundo ano do ensino médio (65%), já que duas das três turmas que fizeram parte desta pesquisa estão nesta série em questão. Tal informação não influencia nas outras respostas, mas serve para conhecer as características da amostra estudada. Participaram do experimento 56 mulheres e 47 homens, temos uma pequena diferença (8%) entre o número de homens e mulheres. Os alunos desta amostra têm em sua maioria (94 %) entre 14 e 17 anos. Apenas 6% do total encontram-se na faixa de 18 a 21 anos e nenhum com idade superior a 21 anos. Os sujeitos foram questionados sobre a quantidade de computadores com acesso a internet no domicílio. Os dados mostram que 87% dos estudantes possuem computador com acesso a internet em suas residências e os que não possuem acessam vão às lan houses e cibercafés ( 47%), seguido pela casa dos amigos (33%) e o local de trabalho (20%). A escola não tem sido frequentada para a uso de computadores, mesmo com a presença de laboratórios de informática com acesso à internet nas três escolas estudadas.

Mais da metade dos alunos (53%) afirmam nunca frequentar a biblioteca da instituição de ensino, outros 20% frequentam anualmente, seguidos por 15% que utilizam anualmente, ficando por último os 8% e 4% que visitam a biblioteca toda semana ou mês, respectivamente.

Ao serem questionados sobre a utilização de ferramentas pelos professores, 56,3% dos estudantes afirmam a utilização nas atividades escolares. No espaço contido no questionário onde os alunos deveriam escrever quais seriam as ferramentas utilizadas, o weblog e o e – mail foram os mais indicados. Porém, 43,7% não vêem a utilização destas ferramentas em sala de aula.

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O primeiro indicador de competência informacional afirma que o indivíduo competente reconhece a necessidade de informação. 54,3% dos estudantes reconhecem possuir esta característica sempre, seguido por às vezes, com 25,3%, quase sempre com a porcentagem de 16% e nunca com 5% do total.

Em seguida, 55% dos estudantes afirmam que sempre reconhecem a informação precisa e completa como base para a tomada inteligente de decisões, outros 25% da amostra reconhecem quase sempre, 16% possuem esta característica às vezes.

Quanto ao terceiro indicador, 42% dos estudantes formulam às vezes questões baseadas nas necessidades informacionais seguido por quase sempre, com 24% do total. Sempre, raramente e nunca tem 15%, 11% e 8% respectivamente.

A identificação da variedade de potenciais fontes de informação é observada às vezes por 38% dos alunos pesquisados, 25% afirmam identificar quase sempre. Sempre, raramente e nunca possuem 17%, 11% e 9% da amostra, respectivamente.

O desenvolvimento de estratégias para localização da informação acontece às vezes com 40% dos estudantes. 24% utilizam estratégias sempre; 17% fazem uso de técnicas para localização da informação, quase sempre.

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Avaliar a informação encontrada de forma crítica é uma prática realizada às vezes por 33% da amostra, seguida pelas freqüências sempre (22%), quase sempre (20%), raramente (20%) e nunca (5%).

41% da amostra determina a precisão, a pertinência e a abrangência da informação com freqüência intermediária (às vezes), outros 20% dos estudantes possuem esta atitude raramente, seguido por 18%, 17% e 4% correspondentes às freqüências quase sempre, sempre e nunca na devida ordem.

Categoria: Aprendizagem independente

Gráfico 1 – Indicadores de competência informacional. Fonte: elaboração própria

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40% dos estudantes quase sempre organizam a informação para o uso efetivo, outros 25% às vezes, 24% organizam sempre, 16% nunca fazem qualquer tipo de organização e os outros 11% fazem tal tipo de organização, raramente.

31% dos estudantes quase sempre integram novas informações ao próprio conhecimento, seguido por 29% que integram sempre, 23% com às vezes, 11% raramente, e 8% nunca integram novas informações.

A aplicação da informação no pensamento crítico e na solução de problemas é empregada às vezes por 25% dos estudantes. 23% com sempre, 21% aplicam quase sempre, 17% utiliza a informação para este fim raramente, 9% nunca aplicam informação para solução de problemas.

30% dos estudantes quase sempre produzem e comunicam a informação e idéias em formato apropriados, às vezes, 25% da amostra produzem qualquer tipo de conteúdo. nunca, sempre e raramente detém 19%, 18% e 8% da amostra estudada.

30% da amostra às vezes procura informação relacionada a dimensões variadas. Sempre e quase sempre possuem 23% do total. 19% procuram tais informações raramente e 4% nunca fazem este tipo de busca.

37% do total às vezes procura, desenvolve e avalia produtos de informação e soluções relacionadas a seus interesses pessoais, seguido pela freqüência quase sempre (25%), sempre (15 %), raramente (14%).

O gosto pela literatura e de outras formas criativas de expressão da informação é presente às vezes por 28% dos estudantes pesquisados. Outros 21% possuem este interesse quase sempre; 18%, raramente; 11%, sempre e 7%, nunca.

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31% dos estudantes afirmam ser às vezes leitores auto – motivados. 25% deste total, raramente fazem parte deste grupo de leitores, seguido por quase sempre com 16% e sempre e nunca com 13%.

Às vezes é a freqüência que 32% dos estudantes elaboram diversos significados da informação apresentada. 28% elaboram raramente; 18% o fazem quase sempre ; nunca foi escolhido por 13% do total e sempre por 9%.

Gráfico 2 – Indicadores de competência informaciona l. Fonte: elaboração própria

30% da amostra às vezes procura informação relacionada a dimensões variadas.

Sempre e quase sempre possuem 23% do total. 19% procuram tais informações raramente e

4% nunca fazem este tipo de busca.

37% do total às vezes procura, desenvolve e avalia produtos de informação e soluções

relacionadas a seus interesses pessoais, seguido pela freqüência quase sempre (25%), sempre

(15 %), raramente (14%).

O gosto pela literatura e de outras formas criativas de expressão da informação é

presente às vezes por 28% dos estudantes pesquisados. Outros 21% possuem este interesse

quase sempre; 18%, raramente; 11%, sempre e 7%, nunca.

31% dos estudantes afirmam ser às vezes leitores auto – motivados. 25% deste total,

raramente fazem parte deste grupo de leitores, seguido por quase sempre com 16% e sempre

e nunca com 13%.

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Às vezes é a freqüência que 32% dos estudantes elaboram diversos significados da

informação apresentada. 28% elaboram raramente; 18% o fazem quase sempre ; nunca foi

escolhido por 13% do total e sempre por 9%.

A importância da informação para uma sociedade democrática é reconhecida sempre por 43% dos estudantes, seguido por quase sempre (24%), às vezes (17%), raramente (10%) e nunca (5%),

A busca de informações em diferentes fontes é realizada quase sempre por 34% do total dos alunos pesquisados. 27% pesquisam às vezes; 22%, sempre; 15% raramente e 2%, nunca.

O princípio do acesso igualitário à informação é respeitado sempre por 35% dos estudantes. Quase sempre, às vezes, raramente e nunca tem 31%, 27%, 6% e 1%, respectivamente.

Os princípios da liberdade intelectual são respeitados sempre por 38% dos respondentes. 27%, respeitam quase sempre; 25%, às vezes, 8%, raramente e 2%, nunca.

51% dos estudantes sempre respeitam os direitos autorais. Quase sempre e às vezes tem 21% do total. Raramente e nunca possuem 3% e 4%, nesta ordem.

As tecnologias de informação são utilizadas com responsabilidade sempre por 42% dos estudantes. 27% as utilizam responsavelmente às vezes; 24%, quase sempre, 5%, raramente e 2%, nunca.

5. Conclusão

Ao analisar as respostas dos 103 questionários, torna-se possível fazer inferências sobre as competências informacionais, o uso de tecnologias na educação e a importância da biblioteca nestes processos.

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Em relação ao acesso a internet pelos alunos que não possuem computador, foi observado que a maioria dos estudantes acessam em lan houses ou cibercafés, já que oferecem acesso com preço acessivel para estes estudantes. O que deve ser resaltado é a existência de laboratórios de informática nas três escolas estudadas, contudo, nenhum estudante os utilizam para acesso a internet. Isso se deve pelas restrições que a própria escola impõe, fazendo que alunos que não possuem acesso, precisem pagar por este serviço.

Ao verificar as fontes de informação utilizadas pelos estudantes, observa-se que biblioteca é totalmente ignorada como fonte de pesquisa pelos estudantes. Segundo o Instituto Pró – Livro (2008), três de quatro brasileiros não frequentam bibliotecas. Tal situação deve ser analisada de forma preocupante pelos bibliotecários e órgãos governamentais e a partir destes dados concretos, deveriam surgir iniciativas para contornar esta condição começando por garantir acesso a bibliotecas bem equipadas, com acervo atualizado e atrativo para que os não usuários sintam-se seduzidos a entrar e fazer uso deste espaço tão rico de informação e cultura.

A quantidade de livros lidos pelos estudantes, assim como a freqüência à biblioteca, também é baixa. Grande parte da amostra, 41% afirmaram não ler nenhum livro por mês e 40% afirma ter lido de um a dois livros neste mesmo período. Ainda comparando com os números da pesquisa realizada pelo Instituto Pró – Livro, mostra que apenas 27% dos alunos de ensino médio em 2008, faziam parte da categoria de leitores. Nota-se nestes dados, que há uma queda de leitores no ensino médio em relação à leitura de livros em geral e livros indicados pela escola, embora exista um aumento significativo de leitores de livros não indicados pela instituição de ensino. A partir destes dados podemos analisar a importância de uma freqüente atualização do acervo. Para isso, é necessário investimento, talvez algo complicado para instituições públicas.

Quando questionados sobre a utilização de tecnologias, weblog e o email foram listados como principais ferramentas usadas. Porém, o que leva ao questionamento destas informações, foi o número de estudantes que alegaram a inexistência desta utilização. O que pode explicar o grande número de alunos que não percebam o emprego destes recursos em atividades educacionais é a freqüência esporádica de atividades com estas ferramentas.

Mesmo com a utilização destas ferramentas, em especial o weblog, os estudantes não se veem como produtores de conteúdo e continuam na sua postura passiva, esperando que outros disponibilizem informações que julguem importantes.

Partindo para a análise das competências informacionais, observa-se que apesar dos estudantes reconhecerem a necessidade de informação; formular questões baseadas nas necessidades informacionais, identificar a variedade de potenciais fontes de informação, desenvolver e utilizar estratégias para localização da informação são práticas que ocorrem esporadicamente. Percebendo este diagnóstico, é importante que surjam iniciativas dentro das atividades educacionais para que as buscas sejam feitas de forma a atender as necessidades dos alunos, explorando a pluralidade de materiais disponíveis atualmente.

Ao analisar as técnicas de pesquisas praticadas por esses estudantes, a maior parte da amostra se divide entre o uso dos mecanismos de busca e o uso de diversas fontes de informação. Isso demonstra que a internet ainda não atende completamente a necessidade informacional e que mesmo com a supervalorização dos conteúdos provenientes da rede mundial de computadores, outros tipos de suportes informacionais são procurados para incrementar as pesquisas realizadas, porém, a internet tem o maior número de utilizadores.

Os sujeitos da pesquisa em sua maioria, quase sempre organizam, integram e produzem informações, mas na aplicação da informação para solução dos problemas, o fazem com uma menor freqüência. Podemos verificar certa dificuldade em por em prática as informações obtidas.

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Os estudantes não avaliam a informação de forma crítica e nem determinam a precisão da informação com freqüência. Da mesma forma que a biblioteca avalia quais materiais fazem ou não parte da sua coleção, tais princípios devem ser passado aos estudantes para que eles consigam fazer a seleção de informações de forma a atender suas ânsias informacionais.

Organizar , integrar e produzir informações para o uso efetivo, tem sido uma prática recorrente entre os estudantes. Contudo, a aplicação do conteúdo teórico para a solução de problemas não acontece com freqüência. Os estudantes devem ser despertos para a necessidade de se contribuir para a sociedade aplicando o conhecimento obtido dentro da escola em práticas que possam auxiliar em problemas na comunidade em que estão inseridos. O que falta talvez são iniciativas estruturadas para que estes alunos consigam aliar a teoria à prática e incentivo das próprias instituições para criar atividades de cunho social e comunitário.

Ao analisar o respeito ao direito autoral, nota-se um desconhecimento sobre este assunto já que nos dados mostrados anteriormente, pois 51 % da amostra afirma respeitar a questão da autoria, porém, 90% do total já copiou integralmente conteúdos da internet.

A razão alegada pelos estudantes para a cópia de conteúdos da internet é a preguiça de fazer o trabalho. Quiçá seja o momento de reestruturar as práticas de pesquisa para que tal atividade torne-se mais interessante para os estudantes e que realmente exista um acompanhamento dos resultados obtidos.

Ao analisar as respostas subjetivas, estudantes reconhecem a importância do weblog para uma maior dinamização dos conteúdos oferecidos dentro da sala de aula, sendo este recurso, na opinião deles, um complemento do substancial teórico debatido na classe. Os alunos, porém, não se vêem como produtores de conteúdo para manutenção e atualização desta ferramenta. O receio dos estudantes em relação ao uso do weblog é a falta de acesso à internet e pela falta de ensino de informática nas próprias instituições de ensino. Outros, porém, inferem que a aula presencial será substituída pelas ferramentas da internet.

Referencias

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Pimentel, Graça; Bernardes, Liliane; Santana, Marcelo. (2007) Biblioteca Escolar. Disponível em: <Http://Portal.Mec.Gov.Br/Seb/Arquivos/Pdf/Profunc/Biblio_Esc.Pdf>. Acesso Em: 06 Jun. 2010.

GOMÉZ HERNANDÉZ, José Antonio. (2008) La función educativa de bibliotecas y bibliotecários en el contexto de lãs tecnologias participativas de la web social. Ponto de Acesso, 2, (1 ), p. 51-71. Disponível em: www.pontodeacesso.ici.ufba.br Acesso: 20 fev. 2010

LISBOA, Eliana Santana et al (2009). O Uso do Flickr em Contexto Educativo. CONGRESSO BRASILEIRO DE ENSINO SUPERIOR A DISTÂNCIA (ESUD),, São Luiz. Poster. São Luiz: Esud, 2009. p. 1 - 8.

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IFLA. (2009) DIRECTRIZES da IFLA/UNESCO para bibliotecas escolares. Portugal, 2006. 27 p. Disponível em: <http://www.rbe.min-edu.pt/np4/?newsId=74&fileName=SchoolLibraryGuidelines_pt.pdf>.

DUDZIAK, Elisabeth Adriana. (2005. )Competência em Informação: melhores práticas educacionais voltadas para a Information Literacy. Congresso Brasileiro De Biblioteconomia, Documentação E Ciência Da Informação, 21. Curitiba.