Relatorio Arqueologico Sitio Monfurado

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A arqueologia rural do distrito e do concelho de Évora era, até finais da década de 80 e inícios de 90 do século XX, bastante mal conhecida. O conhecimento das paisagens arqueológicas, até então, resumia-se apenas a algumas dezenas de arqueositios, nos quais predominavam, essencialmente, os monumentos megalíticos e as grandes villae romanas.Hoje, após vários anos de trabalhos de prospecção, levados a cabo, na sua maioria, por Manuel Calado e pelas equipas que dirigiu, a imagem que temos é bem diferente; sabemos agora que neste território, actualmente denominado Alentejo Central, a paisagem se encontra coberta por um vasto número de sítios arqueológicos, dos mais variados tipos, implantações e cronologias, onde, apesar das diferenças diacrónicas, somos transversalmente confrontados com um quadro de intensa ocupação da paisagem.

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    RelatRio aRqueolgico do Stio do MonfuRado

    Plano de inteRveno eM eSPao RuRal no Stio do MonfuRado

    (PieRSM)

    cMaRa MuniciPal de voRadePaRtaMento do centRo HiStRico, PatRiMnio e cultuRa

    2009

  • 2 PIERSM - Relatrio final

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    RelatRio aRqueolgico do Stio do MonfuRado

    Plano de inteRveno eM eSPao RuRal no Stio do MonfuRado

    (PieRSM)

    cMaRa MuniciPal de voRadePaRtaMento do centRo HiStRico, PatRiMnio e cultuRa

    2009

  • 4 PIERSM - Relatrio final

    Prospeco:

    Mrio Carvalho

    Joo Santos

    Texto:

    Mrio Carvalho

    Cartografia:

    Gustavo Val-Flores

    Mrio Carvalho

    f i c H a t c n i c a

  • 5

  • 6 PIERSM - Relatrio final

    2 Introduo

    3 Objectivos do relatrio

    4 Consideraes metodolgicas

    4.1 A prospeco

    4.2 A Cartografia

    4.3 A Base de dados

    4.3.1 Estrutura da base de dados e critrios

    de preenchimento dos campos definidos

    4.3.2 Tipo 4.3.3 poca

    4.3.4 Rigor 4.3.5 Categoria 4.3.6 Proteco Legal

    5 A Serra de Monfurado

    5.1 Enquadramento fisiogrfico e paisagstico

    5.2 Histria da investigao arqueolgica

    5.3 Enquadramento arqueolgico

    n d i c e

  • 7

    6 Balano e Consideraes Finais

    7 Bibliografia

    8 Anexos

    8.1 Base de dados do Sitio Monfurado

    8.2 Registo Grfico

    8.3 Registo Cartogrfico

    8.4 Registo Fotogrfico

  • 8 PIERSM - Relatrio final

    A arqueologia rural do distrito e do concelho de vora

    era, at finais da dcada de 80 e incios de 90 do sculo XX,

    bastante mal conhecida. O conhecimento das paisagens

    arqueolgicas, at ento, resumia-se apenas a algumas dezenas de arqueositios, nos quais

    predominavam, essencialmente, os monumentos megalticos e as grandes villae romanas.

    Hoje, aps vrios anos de trabalhos de prospeco, levados a cabo, na sua maioria, por

    Manuel Calado e pelas equipas que dirigiu, a imagem que temos bem diferente; sabemos

    agora que neste territrio, actualmente denominado Alentejo Central, a paisagem se encontra

    coberta por um vasto nmero de stios arqueolgicos, dos mais variados tipos, implantaes e

    cronologias, onde, apesar das diferenas diacrnicas, somos transversalmente confrontados

    com um quadro de intensa ocupao da paisagem.

    Esta realidade, que actualmente se encontra bem patente em todo o concelho

    de vora, ganhou uma dimenso particularmente relevante nas paisagens a Oeste da

    cidade, mais concretamente num sector do territrio concelhio que engloba os ltimos

    contrafortes orientais da Serra de Monfurado e as peneplancies adjacentes. Este territrio,

    agora parcialmente includo no PIERSM, alberga a maior concentrao de povoados pr

    e proto-histricos em todo o concelho de vora bem como alguns dos maiores expoentes

    2 - B R e v e i n t R o d u o

  • 9

    do megaltismo Peninsular, destacando-se, entre os mais notveis, o mais alto Dlmen (Anta

    Grande do Zambujeiro), o maior recinto megaltico (Almendres) e a maior concentrao de

    menires (Almendres/Vale-Maria do Meio/Portela de Mogos).

    A Serra de Monfurado situa-se numa zona do Alentejo que podemos, claramente,

    considerar central, tanto no panorama geogrfico como arqueolgico. A uns escassos 15

    quilmetros, para Nascente, dos ltimos relevos orientais da Serra de Monfurado, podemos

    encontrar o nico ponto onde as linhas de festo das trs bacias hidrogrficas dos grandes rios

    do Sul, o Tejo, o Sado e o Guadiana, se tocam. Esta encruzilhada geogrfica e os caminhos

    naturais a ela associados (linhas de festo e linhas de gua) parecem ter representado um

    papel fundamental na riqueza arqueolgica presente nestes territrios, e mesmo na gnese

    do povoamento e do megalitismo alentejanos (Calado, 2005).

    Esperamos com este relatrio poder contribuir, de alguma forma, para o registo,

    salvaguarda, estudo e divulgao do patrimnio arqueolgico de uma das paisagens mais

    ricas do concelho de vora e de todo o territrio centro-alentejano.

  • 10 PIERSM - Relatrio final

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  • 12 PIERSM - Relatrio final

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  • 14 PIERSM - Relatrio final

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  • 16 PIERSM - Relatrio final

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  • 18 PIERSM - Relatrio final

    No mbito do PIERSM, o presente relatrio procurou criar uma sntese dos dados crono-

    culturais e paisagsticos, relativos arqueologia eborense do Sitio de Monfurado, tanto atravs

    da recolha e anlise de dados obtidos por trabalhos anteriores, nesta regio, como atravs

    da recolha de nova informao, recorrendo sobretudo a prospeces de superfcie.

    Este relatrio serve tambm para propor as medidas gerais de proteco e de

    minimizao de impacte arqueolgico, com base na legislao nacional, para o patrimnio

    arqueolgico concelhio, relativo ao Sitio do Monfurado.

    3 o B j e c t i v o S d o R e l a t R i o

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    4.1 A prospeco

    (...) Prospectar e cartografar em arqueologia: Tijolos para um edifcio em contnua construo (...)

    Victor S. Gonalves, 1998

    Seguindo o modelo utilizado por trabalhos como a carta arqueolgica do Alandroal

    (Calado, 1995), de Redondo (Calado e Mataloto, 1998), de Vila Viosa (Calado e Mataloto,

    no prelo) ou a reviso do P.D.M. do Concelho de vora (Calado, 2003; Calado, Santos e

    Carvalho, no prelo), procurou-se utilizar nos trabalhos de prospeco, efectuados para

    este relatrio, um mtodo integrvel naquilo que podemos chamar uma estratgia de

    prospeco selectiva.

    Aps a consulta bibliogrfica e a recolha de informao oral, procurou-se, em

    primeiro lugar, identificar as reas onde os trabalhos anteriores tivessem incidido com menor

    intensidade. Na etapa seguinte, a anlise cartogrfica da paisagem (topografia, hidrografia,

    geologia, toponmia) e a anlise directa desta (micro-relevos, particularidades geolgicas,

    vegetao, grau de legibilidade do terreno) ajudaram a balizar o investimento a fazer nas

    diferentes reas. Desta forma, os trabalhos de prospeco que se seguiram revelaram-se

    mais rentveis, tendo sido possvel acrescentar mais de cinco dezenas de novos registos, entre

    4 c o n S i d e R a e S M e t o d o l g i c a S

  • 20 PIERSM - Relatrio final

    stios de habitat (pr e proto-histricos, romanos e medievais) achados avulsos e monumentos

    megalticos. Procurou-se tambm, de caminho (no sentido literal), revisitar o maior nmero

    possvel de stios j identificados, aumentando o rigor da cartografia (recorrendo ao GPS),

    sempre que tal se justificava e levando a cabo novas recolhas de material, sempre que estas

    permitissem adicionar novos dados cronolgicos ou culturais queles j recolhidos.

    Foi seguindo a metodologia acima descrita que procurmos cumprir os objectivos de

    campo estabelecidos.

    4.2 A cArtogrAfiA

    Os stios foram cartografados sobre as folhas n. 447, 448, 459 e 470 da Carta Militar

    de Portugal (Esc. 1:25.000, reduzida) e sobre as mesmas folhas n. 447, 448, 459 e 470 dos

    Ortofotomapas de 2001. Foram utilizadas diferentes cores no preenchimento dos pontos no

    mapa, para facilitar a diferenciao cronolgica, bem como diferentes tamanhos, para

    assinalar as diferentes dimenses estimadas para cada stio arqueolgico.

    Todos os stios identificados durante a realizao dos trabalhos de campo que

    antecederam o presente relatrio foram cartografados com o recurso a coordenadas

    tiradas por GPS.

    A designao atribuda aos stios identificados relativa ao topnimo, ou microtopnimo,

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    mais prximo, em cada folha da CMP 1: 25000.

    4.3 A BAse de dAdos

    4.3.1 Estrutura da Base de Dados e critrios de preenchimento dos campos definidos

    Uma parte dos campos que constituem a estrutura da presente Base de Dados (que

    segue o modelo definido por Manuel Calado, em 2003) no justifica a definio de critrios

    de preenchimento, por se tratar de aspectos unvocos, como o caso do N de Ordem (de

    preenchimento sequencial) ou os campos de carcter geogrfico (Freguesia, N na Freguesia,

    CMP, Meridiano, Paralelo) ou documental (Fotos, Data das Fotos, N de Processo).

    Quanto aos campos de cariz arqueolgico, em particular o Tipo e a poca, foi,

    efectivamente, necessrio fazer opes e definir critrios; de uma maneira geral, optou-se

    por classificaes to especficas quanto possvel, embora, nos casos em que as evidncias

    disponveis no o permitiram, se tenha optado por classificaes de carcter genrico.

    A obteno de novos dados sobre os registos existentes ou a obteno de novos registos

    podem, evidentemente, acrescentar as listagens das categorias consideradas.

  • 22 PIERSM - Relatrio final

    4.3.2 Tipo

    a) Achado avulso categoria que inclui os vestgios em que a qualidade, a

    quantidade, ou o contexto dos vestgios no permitem nenhuma outra classificao

    tipolgica.

    b) Habitat categoria muito genrica, definida, no mnimo, por concentraes de

    cermica manual, no caso dos stios pr ou proto-histricos, e por cermica de

    construo, a partir da poca romana.

    c) Villa habitat romano definido pela grande dimenso da rea de distribuio

    superficial dos achados, pelo tipo de elementos estruturais (colunas, opus signinum,

    elementos arquitectnicos de mrmore, tesselas, etc.) e mobilirio mvel.

    d) Sepultura categoria genrica que abrange todos os tipos de estrutura funerria

    individual.

    e) Cista sepultura individual de inumao, em posio fetal, de planta quadrangular

    fechada e delimitada por lajes em cutelo.

    f) Necrpole conjunto de sepulturas individuais de qualquer tipo, ocupando uma

    rea relativamente restrita.

    g) Anta sepultura megaltica (constituda por grandes blocos de pedra), com ou sem

    corredor de acesso.

    h) Sepultura proto-megaltica sepultura de planta alongada, constituda por blocos

    de mdias dimenses, vestgios de mamoa e geralmente aberta a Nascente.

    i) Menir bloco alongado, geralmente de grandes dimenses, originalmente cravado

    na vertical.

    j) Par de menires conjunto formado por dois menires, a curta distncia um do

    outro.

    k) Recinto megaltico conjunto de menires, organizados por forma a definir uma

    rea geralmente exposta e aberta a nascente.

  • 23

    l) Pedra com covinhas Afloramento ou bloco solto, com gravuras cupuliformes.

    m) Recinto estrutura de terra e/ou pedra, delimitando um espao total ou

    parcialmente fechado.

    n) Moinho de vento construo destinada moagem, aproveitando a energia

    elica.

    o) Azenha - construo destinada moagem, aproveitando a energia hdrica.

    p) Aude represa destinada a desviar gua dos rios ou ribeiros, para fins agrcolas ou

    industriais.

    q) Barragem reservatrio de gua, para fins agrcolas, obtido atravs da construo

    de um paredo de terra ou pedra.

    r) Pedreira local donde foram extradas pedras.

    s) Mina local de onde foram extrados minrios.

    t) Barreiro - local de onde foi extrado barro.

    u) Caminho antigo calada ou trincheira indicando a presena de uma antiga

    estrutura viria.

    v) Marco milirio bloco de pedra cilndrico, relacionado com o traado das vias

    romanas.

    Nota: em todos os casos em que subsistem fundamentadas dvidas sobre a atribuio

    tipolgica dos vestgios, esta aparece acompanhada de (?). Para alm dos casos acima

    listados, foram ainda usadas, pontualmente, algumas categorias excepcionais, como Muro

    e Pedra com insculturas, por no parecerem integrveis em nenhum dos casos definidos.

    4.3.3 poca

    a) Neoltico Antigo definido pela abundncia relativa de cermica manual com

    decorao impressa e plstica e de indstrias microlaminares em slex.

    b) Neoltico Antigo/Mdio - definido pela presena, pouco expressiva estatisticamente,

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    de cermica manual com decorao impressa, incisa e plstica e indstrias

    microlaminares em slex.

    c) Neoltico Mdio/Final definido pela presena de cermicas lisas, formas carenadas

    e slex.

    d) Neoltico Final definido pela presena de cermica manual lisa com formas

    carenadas.

    e) Neoltico categoria genrica que se aplicou sobretudo aos menires e sepulturas

    proto-megalticas.

    f) Neoltico/Calcoltico categoria genrica que se aplicou sobretudo s antas,

    monumentos cuja poca de construo e utilizao decorre, geralmente entre o

    Neoltico Mdio e o Calcoltico.

    g) Calcoltico definido pela presena de cermica manual com bordos espessados,

    barro de cabanas e pesos de tear crescentes, entre os principais fsseis

    directores.

    h) Pr ou Proto-histria categoria genrica que inclui sobretudo os habitats com

    cermica manual, sem elementos de diagnstico seguro ou outros materiais

    poucos caractersticos, como percutores, pedra polida ou ms manuais.

    i) Idade do Bronze categoria genrica que se aplicou sobretudo s cistas e a

    habitats com cermica manual, de bordos simples e perfis em S.

    j) Idade do Bronze Final definido pela presena de cermica manual com carenas

    de ombro, pegas alongadas ou ornatos brunidos.

    k) Idade do Bronze/Ferro definido pela presena de cermica manual com carenas

    de ombro, pegas alongadas e ornatos brunidos, associada a cermica de roda.

    l) Idade do Ferro definida pela presena de bordos extrovertidos e ausncia de

    cermica de construo, sem outros elementos de diagnstico precisos.

    m) Idade do Ferro I definida pela presena de cermica manual e de roda, com asas

    de seco circular, assim como decorao digitada sobre a pana e decorao

    incisa sobre o lbio das peas.

  • 25

    n) Idade do Ferro II definida pela presena de cermica manual e de roda, com

    decorao estampilhada ou pintada.

    o) Idade do Ferro definida pela presena de cermica manual e de roda, com

    bordos extrovertidos.

    p) poca romana definida pela presena de tegulas, marcos milirios, inscries ou

    elementos arquitectnicos caractersticos.

    q) poca romana republicana definida pela presena de bordos extrovertidos,

    cermica com decorao de estampilhas pequenas, nforas republicanas ou

    cermica campaniense.

    r) Idade Mdia definida por elementos arquitectnicos caractersticos ou

    documentais.

    s) poca romana/Idade Mdia definida pela presena de imbrex e tijolo (sem

    tegula).

    t) poca romana ou posterior categoria genrica aplicada aos caminhos antigos e

    stios com tijolo (sem outros elementos de diagnstico).

    u) poca medieval ou posterior categoria genrica definida pela presena de telha

    fina ou cermica vidrada, e aplicada s diversas estruturas molinrias.

    v) Indeterminada categoria que abarca os casos em que nenhum elemento permite

    atribuir cronologias dentro das categorias atrs enunciadas.

    4.3.4 Rigor

    Trata-se de um aspecto fundamental, atendendo aos objectivos do PIERSM. No entanto,

    sem uma adequada reviso da totalidade dos dados, no terreno, impossvel, com o mnimo

    de segurana, determinar o grau de preciso cartogrfica das diferentes fontes utilizadas. Em

    todo o caso, por se desconhecer qual o critrio aplicado, mantiveram-se as classificaes

    (Bom, Razovel, Aproximado) constantes do Inventrio Arqueolgico de vora (Silva, 2000;

    Calado, 2003), excepto nos stios acrescentados ou revistos, em que se optou por indicar a

  • 26 PIERSM - Relatrio final

    base cartogrfica utilizada para a cartografia de campo (por norma, a escala 1:25000, da

    Carta Militar de Portugal CMP), para a cartografia publicada ou o recurso ao GPS (com

    preciso superior a 25 m).

    4.3.5 Categoria

    Esta classificao, necessariamente subjectiva e, na maior parte dos casos, dependente

    exclusivamente de informao de superfcie, resulta do cruzamento de diversos aspectos

    como sejam a monumentalidade, a raridade, o potencial cientfico ou a importncia

    sociocultural. As trs categorias propostas, por ordem de importncia, variam entre os stios

    que importam preservar (A1) e os stios para os quais, sem implicarem qualquer tipo de

    impedimento, se prope o acompanhamento arqueolgico de eventuais perturbaes

    (A3).

    Os registos de stios de carcter Etnogrfico, so categorizados, por critrios anlogos

    em E1, E2, E3.

    4.3.6 Proteco Legal

    Este campo recolhe trs tipos de situao: os stios classificados que, por isso,

    beneficiam de proteco legalmente estabelecida, os stios cuja classificao se prope

    (o que pressupe, na maioria dos casos, um estudo mais aprofundado) e os stios no

    classificados e cuja importncia aparente no justifica a abertura de qualquer processo

    de classificao. Cada caso foi ponderado, como aconteceu com o campo anterior, com

    base na monumentalidade, na raridade, no potencial cientfico ou na importncia socio-

    cultural; para todos os monumentos megalticos funerrios no classificados foi proposta

    a classificao, uma vez que, mesmo destrudos estruturalmente, podem conter sempre

    esplios de grande importncia cientfica e museolgica.

    Contudo, como determina a legislao nacional em vigor, todos os trabalhos que

  • 27

    impliquem remoo de terras devem ser sujeitos a acompanhamento arqueolgico e todos

    os trabalhos que impliquem remoo de terras em stios arqueolgicos conhecidos devem

    ser antecedidos de trabalhos de escavao arqueolgica.

  • 28 PIERSM - Relatrio final

    (...) um Alentejo um pouco diferente do meu, menos queimado e nu, visto ou sonhado noutra poca, com verdes searas onduladas e uma poeira sbita que s vezes se levanta nos carreiros, quando os pastores ao anoitecer conduzem o gado ao monte. Um Alentejo com sombras azuladas e charcos de gua morta, onde o lirismo delgado dos juncos se demora, e a serenidade poisa devagar como as cegonhas nos campanrios. Um Alentejo onde uma revoada de pssaros, ou uma fogueira, rompe do piorno e da esteva, deixando atrs uns estalidos breves. Um Alentejo quase plcido, com tonalidades foscas de elegia feita memria de algum que nos abandonou muito cedo. Mas o que no deixa nunca de estar presente, no meu e no seu Alentejo, aquele horizonte onde o olhar se estende e consome, e a solido sobe alta como a lua. (...)

    Eugnio de Andrade, 1989 Poesia em verso e prosa

    5.1 Enquadramento fisiogrfico e paisagstico

    () distncia, os grandes relevos ganham o significado de referncias territoriais, como delimitadores de territrios ou balizas de orientao e movimento. A distncia e as circunstncias atmosfricas condicionam a sua aparncia, de certa maneira abstracta, de regies ou lugares longnquos; assim ganham tambm o significado de presenas visuais mais ou menos constantes no horizonte, massas da Terra que moldam a paisagem. medida que nos aproximamos da serra ou da montanha, a imagem global vai dando lugar a vises parciais da sua fisionomia; as vertentes da serra invadem o nosso campo visual, onde a perspectiva e a proximidade j no permitem a percepo da montanha como um todo; a topografia local torna-se evidente, mostrando a dificuldade do terreno e os caminhos a seguir pelas lombas e vales. ()

    Pedro Alvim, 2006 Paisagem, Paisagens, o recinto megaltico dos Almendres e a Serra de Monfurado

    O Stio de Monfurado, com uma rea total de 23.946 hectares, abrange parte dos

    concelhos de Montemor-o-Novo e de vora, estendendo-se entre altitudes de 150 metros

    at aos 420 metros, numa regio tipicamente mediterrnica. Na rea ocorrem importantes

    montados de sobro e azinho, bastante bem conservados, e resqucios de carvalhais de

    Carvalho-cerquinho (Quercus faginea) e de Carvalho-negral (Quercus pyrenaica).

    5 a S e R R a d e M o n f u R a d o e o S i t i o M o n f u R a d o

  • 29

    O conjunto de relevos que forma o ncleo da Serra de Monfurado, ultrapassando em

    alguns casos os 400m (Monfurado: 424; S. Sebastio: 441m; Carvalhal: 422; Serra do Conde:

    431m), tem direco dominante NO-SO, sendo possvel observar direces NNE-SSO na

    Serra de Montemuro. A fachada de Monfurado virada a SO, para a bacia do Sado, ntida

    e rectilnea, acusa desnveis na ordem dos 150m, desenhando-se num contorno de colinas

    alongadas, de direco NO-SE, entrecortadas pela rede hidrogrfica. (Alvim, 2005).

    No territrio do concelho de vora, na margem Sudeste da Serra, a rede hidrogrfica

    bem desenvolvida, em vales de fractura, espraiando-se para montante at s cabeceiras

    das ribeiras do Xarrama, Peramanca, Valverde, S. Brissos e S. Cristvo, afluentes da ribeira

    das Alcovas. Aqui, a frente da serra que constituda pela lomba de Montemuro, vai

    diminuindo de diferena altimtrica em relao peneplancie que ganha altura, de Sul para

    Norte, onde se vai adossar aos relevos que coroam as cabeceiras das ribeiras de Valverde e

    Peramanca, entre o Alto de S. Bento e o Alto da Abaneja.

    A Serra de Montemuro corresponde a uma lomba destacada, com desenvolvimento

    N-S, situada no interflvio entre as ribeiras de S. Brissos e a ribeira de Valverde; o ltimo

    contraforte Oriental de Monfurado, fechando a peneplancie de vora, a Poente.

    Aqui afloram sobretudo rochas metamrficas, estando as rochas plutnicas limitadas

    s vertentes Orientais da Serra de Montemuro e s reas de peneplancie adjacentes. Entre

    Excerto da carta geolgica de Portugal - seg. Alvim, 2006

  • 30 PIERSM - Relatrio final

    as rochas metamrficas esto melhor representados os Gnaisses e Migmatitos, Ortognaisses

    granticos, Anfibolitos e Corneanas. As cotas mais elevadas so constitudas por Gnaisses (S.

    Sebastio e Bandeiras: 415m) ou Anfibulitos (Serra do Conde: 431m) (Crispim, 1995; Alvim,

    2005).

    5.2 Histria da investigao arqueolgica na regio

    (...) Contudo, para um trabalho mais profcuo, ser necessrio proceder a reconhecimentos em vrios castelos e em distintos lugares da provncia, trabalho este que no poder ser executado por um nico arquelogo, mas sim por vrios em ntima colaborao. (...)

    Afonso do Pao, 1960 Novos horizontes do Eneoltico Alentejano

    As primeiras referncias arqueologia concelhia, a Oeste

    da cidade, so da autoria do ilustre humanista eborense Andr

    de Resende que, durante o sc. XVI, identificou uma lpide

    funerria romana, epigrafada, e a sua respectiva provenincia, a

    villa romana da Tourega (Valverde), situada na margem oriental

    da Serra de Monfurado, informao que publicou na sua Histria

    da Antiguidade da Cidade de vora, em 1576.

    Durante o sculo XVIII, os padres Afonso da Madre de Deus Guerreiro e Joseph Gaspar

    Simes foram responsveis pela identificao e divulgao de alguns dos Dlmenes dos

    arredores de vora. O padre Espanca viria a publicar, mais tarde,

    j no final do sculo, em 1894, os Estudos sobre as Antas e suas

    congneres.

    Durante o ultimo quartel do mesmo sculo, Gabriel Pereira, nos

    seus Estudos Eborenses: histria, arte e arqueologia, fez referncia

    aos vestgios arqueolgicos, conhecidos na poca, nas margens

    orientais da Serra de Monfurado, onde incluiu uma ilustrao do

    monumento 1 de Pinheiro do Campo (S. Sebastio da Giesteira). A

    par com Gabriel Pereira, vrios outros humanistas e investigadores

    da poca estudaram a arqueologia eborense, tendo demonstrado

  • 31

    interesse pelas paisagens arqueolgicas da Serra de Monfurado, a Oeste da cidade. Entre

    estes devemos destacar os trabalhos oitocentistas de Cunha Rivara e Augusto

    Filipe Simes, Joaquim Possidnio da Silva e Csar Pires, que surgiram como

    a primeira fonte de informao arqueolgica, essencialmente descritiva e

    quase exclusivamente dedicada ao megalitismo funerrio ou aos grandes

    achados de poca romana.

    Num registo mais amplo, podemos encontrar referncias arqueologia da Serra de

    Monfurado no trabalho de Emile Cartailhac, mais concretamente no seu Les ages pr-

    historiques de Espagne et Portugal, de 1886, onde o autor refere alguns dos monumentos

    megalticos funerrios conhecidos nesta regio Alentejana, que enquadra nos seus modelos

    interpretativos sobre a pr-histria Ibrica.

    Jos Leite de Vasconcelos, humanista e intelectual oitocentista,

    investigador entusiasta do megalitismo funerrio Alentejano que, durante

    os finais do sculo XIX e incios do sculo XX, levou a cabo investigao em

    territrio eborense, viria a publicar, em Portugal pr-histrico e Excurses

    arqueolgicas, vrias referncias ao patrimnio arqueolgico concelhio,

    nomeadamente na Serra de Monfurado e territrios adjacentes.

    Contudo a investigao arqueolgica em Monfurado viria a conhecer uma nova

    dinmica, durante o segundo quartel do sculo XX, com a chegada dos

    pr-historiadores alemes Georg e Vera Leisner; a primeira visita do casal

    regio de vora, em 1939, teve como objectivo a prospeco de territrios

    a Oeste da cidade, situados na margem Oriental do actual stio de

    Monfurado. Aqui, os investigadores germnicos, identificaram os primeiros

    dlmenes do complexo megaltico de Vale de Rodrigo (O Dlmen de

    falsa cpula de Vale Rodrigo, Leisner, 1944) bem como diversos outros

    monumentos funerrios nas herdades do Barrocal, do lamo e da Pereira,

    levando a cabo o primeiro trabalho sistemtico de levantamento,

    bibliogrfico e de campo, dos monumentos megalticos eborenses

    (trabalho este que estenderam a diversas outras regies de Portugal

  • 32 PIERSM - Relatrio final

    e Espanha). Este importante conjunto, que Georg e Vera Leisner publicaram no boletim A

    Cidade de vora (Antas dos arredores de vora) em 1949 e no seu Die Megalithgrber der

    Iberischen Halbinsel (Leisner e Leisner, 1956; 1959); trata-se de um conjunto de monumentos

    bastante significativo e arquitectonicamente diverso que, desde a sua publicao, se tornou

    numa importante referncia regional.

    Tambm Tlio Espanca, ilustre historiador eborense, teve um papel importante no

    levantamento e identificao do patrimnio artstico e edificado, trabalho este que executou

    de forma exemplar e que deu a conhecer no seu Inventrio Artstico de Portugal, concelho

    de vora, em 1966.

    Durante as dcadas de 60 e 70, do sculo XX, verificaram-se avanos significativos

    no conhecimento arqueolgico regional. O Coronel Afonso do Pao e Jos Fernandes

    Boaventura levam a cabo, no incio da dcada de 60, duas campanhas de escavao no

    emblemtico stio do Castelo do Giraldo (O Castelo do Giraldo: trabalhos de 1960, Pao e

    Ventura, 1961; O Castelo do Giraldo e os novos horizontes do eneoltico Alentejano, Pao,

    1962). O resultado destes trabalhos permitiu conhecer, em posterior investigao (Arnaud,

    1979; Calado, 1995; Mataloto, 1999), a diacronia da ocupao do stio (Neoltico Final/

    Calcolitico; Bronze Antigo/Mdio; Bronze Final; 2 Idade do Ferro; poca Medieval).

    Ainda durante esta dcada, o arquelogo Henrique Leonor

    Pina identificou a Anta Grande do Zambujeiro (onde procedeu

    s primeiras campanhas de escavao do monumento) e

    dos recintos megalticos dos Almendres e Portela de Mogos,

    monumentos que publicou, j durante a dcada de 70 do sculo

    XX, em Novos Monumentos megalticos no distrito de vora, no ano

    de 1971, e em Cromelechs und menhire bei vora in Portugal, em

    1976. Para alm das descobertas de Henrique Leonor Pina, ainda

    de sublinhar o significativo acrescento que os trabalhos de Jos Pires

    Gonalves e do chamado grupo do Hospital (que integrou nomes

    como Galopim de Carvalho e Quintino Lopes) representaram para

  • 33

    o conhecimento do megalitismo local e regional. O arquelogo Jos Pires Gonalves traou

    um primeiro Roteiro de alguns megltos da regio de vora (que publicou na revista A

    cidade de vora em 1975), onde d particular relevncia ao patrimnio megaltico eborense

    implantado no actual Sitio do Monfurado

    Para a poca clssica, outro tema maior do panorama

    arqueolgico concelhio, o trabalho sobre as Grandes vias Romanas

    da Lusitnia, de Mrio Saa (Saa, 1963), ajudou, de alguma forma, a

    enquadrar a Serra de Monfurado no contexto da rede viria de Ebora

    Liberalitas Iulia.

    Convm ainda referir que a cartografia geolgica regional, na

    escala 1: 50.000, incluiu, por norma, alguma informao arqueolgica

    (sobretudo referente a monumentos megalticos), embora esta no

    ultrapasse, infelizmente, o nvel da listagem, sem qualquer elemento descritivo.

    J no final da dcada de 70, Jos Morais Arnaud publica os resultados das suas duas

    campanhas de escavao, levadas a cabo no povoado fortificado de Bronze final da Coroa

    do Frade (Coroa do Frade: fortificao do Bronze Final nos arredores de vora, Arnaud,

    1979), onde o autor revela a planta geral do sistema fortificado e um esplio invulgarmente

    rico e diverso, atendendo dimenso do stio e da rea escavada. Esta publicao viria a

    permanecer, desde ento, na bibliografia arqueolgica como uma importante referncia

    para o conhecimento do Bronze Final do Sul de Portugal, colocando desta forma a Serra de

    Monfurado no cenrio arqueolgico da proto-histria peninsular.

    A dcada de 80 trouxe consigo os primeiros projectos de prospeco de superfcie

    de carcter sistemtico e com alcance diacrnico, em territrio eborense; coordenado

    por Jorge de Oliveira (Oliveira et al., 1987), o primeiro projecto de elaborao de uma

    Carta Arqueolgica do Concelho de vora (CACE), na altura abandonado, e o Evora

    Archaeological Survey (EAS), levado a cabo pelo arquelogo britnico Colin Burgess e por

    equipas anglo-portuguesas (Burgess et al., 1987) que visava o estudo do territrio envolvente

    do recinto megaltico dos Almendres. Estes trabalhos deram a conhecer vrios dos stios

  • 34 PIERSM - Relatrio final

    arqueolgicos actualmente conhecidos na rea do PIERSM.

    O referido investigador britnico levaria a cabo, ao longo da dcada seguinte, vrias

    campanhas de escavao no povoado do Alto do Castelinho da Serra (Alto do Castelinho

    da Serra (Montemor-o-Novo, vora, Portugal. A Preliminary Report on the Excavations at the

    Late Bronze Age to Medieval Site, 1990-1993, Burgess, 1998), onde foi escavado um povoado

    fortificado do Bronze Final (com ocupaes consecutivas ao longo da 1 e 2 Idade do

    Ferro, poca Romana e poca Medieval); muitos dos dados paleoambientais, estratigrficos

    e artefactuais da Idade do Bronze e da Idade do Ferro, relativos a estas campanhas de

    escavao, ainda se encontram neste momento em estudo (Mataloto, no prelo).

    Em 1992, os arquelogos Antnio Carlos Silva, Rui Parreira e Panagiotis Sarantopoulos,

    publicaram o Roteiro do Megalitismo na regio de vora, na sua maioria centrado em

    territrios concelhios, onde, mais uma vez, dado particular destaque riqueza megaltica

    do actual Sitio de Monfurado.

    A dcada de 90 viria a conhecer alguns dos mais importantes trabalhos de prospeco

    arqueolgica em territrio eborense. O primeiro, dirigido por Jos Manuel Mascarenhas,

    decorreu no mbito do Programa Stride (Mascarenhas, 1995). Os outros dois, dirigidos

    por Manuel Calado (Calado, 1995; Calado, 2003), deram a conhecer, em conjunto, uma

    quantidade de stios arqueolgicos dos mais diversos tipos, cronologias e implantaes, tanto

    nesta rea como no restante territrio concelhio. O primeiro destes trabalhos, a par com a

    escavao e recuperao do monumento, incidiu principalmente na zona envolvente do

    recinto megaltico de Vale Maria do Meio, deu a conhecer inmeros habitats pr e proto-

    histricos e de poca romana, agora includos na base de dados relativa arqueologia

    no Sitio do Monfurado. ainda de sublinhar a investigao acadmica de Manuel Calado,

    relativa aos Menires do Alentejo Central, que deu a conhecer, entre inmeros monumentos

    e povoados inditos, os mais recentes dados e interpretaes sobre o megalitismo no

    funerrio da Serra de Monfurado (Calado, 2005) e sua contextualizao no panorama

    regional, ibrico e europeu. Tambm Pedro Alvim contribuiu para o estudo desta realidade,

    levando a cabo, no incio do sculo XXI, um elaborado levantamento das possveis relaes

    arqueoastronmicas do recinto dos Almendres, dissecando a relao deste monumento

  • 35

    nico com a paisagem envolvente e com outros monumentos (Paisagem, Paisagens, o

    recinto megaltico dos Almendres e a Serra de Monfurado, Alvim, 2006).

    As campanhas de escavao levadas a cabo por Mariana Diniz no povoado de

    Neoltico Antigo da Valada do Mato (Diniz e Calado, 1997; Diniz, 2000; Diniz, 2003 e Diniz,

    2006) revelaram-se uma inestimvel fonte de informao arqueolgica acerca dos primeiros

    povoadores sedentrios e construtores de monumentos megalticos desta regio Alentejana.

    Ainda nos anos noventa, merece destaque o projecto de investigao levado a cabo

    na necrpole de Vale de Rodrigo e rea envolvente (Kalb, 1993; Kalb e Hck, 1997; Larsson,

    2000; 2001) o qual, para alm dos importantes dados de escavao (que permanecem

    ainda, na sua maioria, por publicar), deu a conhecer novos stios arqueolgicos, na margem

    oriental da Serra de Monfurado.

    No incio do sculo XXI, Antnio Carlos Silva enceta a reviso da parte arqueolgica

    do PDM concelhio (Silva, 2000), trabalho este que viria a ser concludo por Manuel Calado,

    em 2003, aps uma das mais frutuosas campanhas de prospeco em territrio eborense

    (Calado, 2003).

    Merece ainda destaque o trabalho de Francisco Bilou sobre O sistema virio antigo da

    regio de vora, publicado em 2005, no qual o autor fornece um importante contributo para

    o estudo do sistema virio romano e medieval desta regio, fazendo inmeras referncias

    aos percursos que passam por Monfurado.

  • 36 PIERSM - Relatrio final

    5.3 Enquadramento arqueolgico

    () For the communities settled on the left bank of the Tejo and the Sado, the Central Alentejo would naturally constitute a kind of hinterland, regularly explored in hunter-gatherer expeditions. It coincides with the natural frontier between the Tejo and Sado hydrological basins, as formed by the ridge line that divides the two territoreis.It is thus possible that the increased value of the Central Alentejo landscape, and even the consecration of some of its structural elements, may have been the work of the last hunter-gatherers. The systematic placing of monuments in this landscape could therefore be attributed to those communities, on adopting a Neolithic way of life. ()

    Manuel Calado, 2003 New Astronomically significant directions of Megalithic monuments in the Central Alentejo

    Salvaguardando o caso episdico da Gruta do Escoural (Arajo e Lejeune,

    1995), situada no concelho de Montemor-o-Novo, onde as ocupaes de Paleoltico

    Mdio e Superior permanecem uma absoluta excepo no actual panorama

    arqueolgico da Serra de Monfurado, parece ter sido durante o inicio do processo

    de Neolitizao que as primeiras comunidades humanas comearam a habitar,

    efectivamente, estes territrios (Calado, 1995). Os caminhos naturais, vindos dos

    esturios do Tejo, Sado e Guadiana, cruzam-se no interior Alentejano, em territrio

    eborense, a escassos quilmetros para nascente dos ltimos contrafortes da Serra

    de Monfurado. Para alm da geografia, tambm certos aspectos da paisagem

    (nomeadamente os abundantes e destacados afloramentos granticos da regio

    de vora), parecem ter sido determinantes para a forma como as primeiras

    comunidades neolticas ou em vias de neolitizao, se instalaram na Serra de

    Monfurado (Calado, 2005).

    Estas primeiras comunidades agro-pastoris, sedentrias, da Serra de

    Monfurado, viriam a deixar um legado arqueolgico, cultural e paisagstico, nico

  • 37

    no contexto peninsular aqui, os menires e recintos megalticos identificados constituem, por si

    s, a maior concentrao de monumentos deste tipo em toda a Pennsula Ibrica; no total, a

    serra de Monfurado, alberga, entre vrios menires isolados, 5 recintos megalticos (distribudos

    pelos actuais concelhos de vora e Montemor-o-Novo), um dos quais (Almendres), o maior

    da Pennsula Ibrica.

    O elevado numero destes monumentos megalticos acompanhado por uma extensa e

    complexa rede de povoamento de Neoltico Antigo/Mdio. Esta densa rede de povoamento

    encontra-se, aqui, bem patente no maior nmero de stios de habitat desta poca, em todo

    o territrio centro Alentejano. Os numerosos stios atribuveis s primeiras fases do Neoltico

    Alentejano, no concelho de vora (Calado, 2005), caracterizam-se, paisagisticamente,

    pela preferncia de relevos suaves, situados junto a linhas de gua, normalmente virados a

    nascente ou a sul e, quase sempre, pontuados por destacados afloramentos granticos.

    Embora os menires e recintos megalticos da Serra de Monfurado tenham sido,

    durante as ultimas dcadas, alvo de investigao arqueolgica (a qual deu a conhecer,

    simultaneamente, um vastssimo numero de stios de habitat da mesma poca) muito

    permanece ainda por saber acerca dos contextos domsticos (arquitectnicos, estratigrficos,

    crono-culturais e paleoambientais) do Neoltico Antigo na regio. Os grandes conjuntos

    destes stios, identificados nas imediaes dos recintos dos Almendres, Vale Maria do Meio

    e Portela de Mogos, permanecem um enorme manancial de informao arqueolgica,

    com um contexto megaltico nico a nvel Peninsular e que actualmente se encontra quase

    totalmente inexplorado, sobretudo em termos de escavaes.

    Contudo, aquilo que sabemos hoje sobre os contextos

    cronolgicos e sobre a forma como viviam (arquitecturas domsticas,

    cultura material e eco-factos) estes primeiros construtores de

    monumentos megalticos, pastores e agricultores que, durante os finais

    do VI e incios do V milnio a.C., habitaram a Serra de Monfurado,

    deve-se, essencialmente, aos dados de escavao obtidos por

    Mariana Diniz, durante as suas campanhas levadas a cabo no stio

    da Valada do Mato (Diniz, 2000; 2008).

  • 38 PIERSM - Relatrio final

    Exceptuando a informao disponvel das prospeces de superfcie, os contextos de

    Neoltico Mdio nesta regio so ainda menos conhecidos; apenas na margem oriental da

    Serra, na necrpole de Vale de Rodrigo, sob o monumento 2, foi escavado, por Philine Kalb e

    Martin Holk, um contexto domstico desta poca, anterior edificao do monumento. Aqui,

    foram identificadas e escavadas, pelos arquelogos alemes, estruturas negativas do tipo silo

    onde foi possvel recolher um conjunto cermico importante, pautado pelas formas esfricas,

    fechadas, com sulco abaixo do bordo e, em alguns casos, com a presena de decorao

    almagrada (Kalb, Holk e Brumester, no prelo). Esta situao encontrou recentemente um

    paralelo no concelho de vora, mais concretamente na sepultura 1 das Hortinhas (Torre de

    Coelheiros), onde um contexto semelhante foi escavado em 2007 por Manuel Calado e

    Leonor Rocha (Calado e Rocha, no prelo).

    O Neoltico final e o Calcolitico, mais facilmente caracterizveis atravs das prospeces

    de superfcie, encontram-se bem representados nesta regio. No concelho de vora, as

    margens orientais da Serra de Monfurado, drenadas por uma extensa rede hidrogrfica e

    adjacentes a frteis peneplanicies, a rede de povoamento de Neoltico Final e Calcolitico

    extensa, com uma grande variedade de solues de implantao na paisagem. Embora

    durante o Neoltico Final se note uma preferncia pelos relevos menos acentuados e mais

    prximos dos solos cultivveis, durante o Calcolitico nota-se uma crescente preferncia pelos

    relevos mais destacados e dominantes, situados nas margens da Serra (na envolvente dos

    quais se situam a grande maioria dos monumentos megalticos funerrios, que abundam nas

    margens da Serra e escasseiam no seu interior).

    Merece destaque, pela proximidade geogrfica, o povoado Calcolitico do Monte da

    Ponte, identificado por Philine Kalb e Martin Hck, onde, atravs do recurso a prospeces

    geofsicas, foi possvel registar um complexo sistema fortificado, com muralhas e basties

    (Kalb e Hck, 1995).

    As fases iniciais da idade do Bronze (Bronze Antigo e Mdio) esto ainda, aqui como

    no restante territrio nacional, mal conhecidas e caracterizadas, sendo no entanto de

    sublinhar que recente investigao, relativa ao esplio proto-histrico do Castelo do Giraldo,

    identificou um conjunto significativo de materiais atribuveis a este contexto crono-cultural

  • 39

    (Mataloto, 1999). Escassos quilmetros a Oeste, no povoado Serra 1 (Calado, 2003) Manuel

    Calado identificou, igualmente, um conjunto de materiais de superfcie, atribuvel s fases

    iniciais da Idade do Bronze (Mataloto, 1999).

    O Bronze final, contudo, encontra-se melhor caracterizado, em grande parte devido

    s escavaes levadas a cabo na Coroa do Frade (Arnaud, 1979) e no Alto do Castelinho

    da Serra (Burgess, 1998). Em ambos os povoados foram identificados complexos sistemas

    defensivos, edificados durante o final da Idade do Bronze e continuamente ocupados e

    reorganizados at Idade do Ferro. A rede de povoamento parece ocupar, principalmente,

    os relevos mais destacados ou mais defensveis da Serra, sendo contudo conhecidos outros

    modelos de implantao na paisagem para esta poca (Calado, Barradas e Mataloto, 1998).

    A maioria dos dados disponveis para a Idade do Ferro resulta dos mesmos trabalhos

    de escavao que incidiram sobre os povoados de Bronze Final (Castelo do Giraldo, Coroa

    do Frade e Alto do Castelinho da Serra). Nos dois ltimos, foram identificados contextos da 1

    Idade do Ferro que parecem ter, como j foi referido, ocupado ininterruptamente o mesmo

    espao, desde o final da Idade do Bronze. A ocupao tardia da Idade do Ferro identificada

    no Castelo do Giraldo, contudo, parece estar directamente relacionada com uma outra,

    recentemente identificada no relevo adjacente da Serra Pedrosa (Mataloto, Alves e Carvalho,

    2008; Calado, Santos e Carvalho, no prelo). Aqui foram identificados vestgios de um provvel

    acampamento militar indgena, usado eventualmente no contexto das Guerras Lusitanas

    do sc. II antes de Cristo. De facto, a cronologia dos materiais, a ausncia de muralhas,

    a posio estratgica e a prpria composio da cultura material, dificilmente encaixam,

    no seu conjunto, nos padres conhecidos para o povoamento da segunda Idade do Ferro

    regional; a confirmar-se uma tal interpretao, passaria a ter algum fundamento (involuntrio)

    a presena de Viriato no territrio eborense, evocada por Andr de Resende, com base

    numa lpide forjada, no intuito de engrandecer a histria antiga de Ebora (Encarnao,

    1977, 1978). O Alto do Castelinho da Serra tambm parece ter conhecido um episdio tardio

    dentro da Idade do Ferro, constituindo, a par com o Castelo do Giraldo e a Serra Pedrosa, um

    importante conjunto da 2 Idade do Ferro, a nvel regional.

    Durante a poca romana, as cotas mais altas da Serra parecem ter sido abandonadas,

  • 40 PIERSM - Relatrio final

    quase por completo, em detrimento dos relevos mais suaves, ao longo das margens e

    peneplanicies adjacentes. Neste contexto, as ocupaes tardo republicas e imperiais do Alto

    do Castelinho da Serra (bem como um importante conjunto de sepulturas, tardo romanas)

    surgem como uma excepo regra, justificvel eventualmente pelo domnio excepcional

    que este relevo tem sobre a paisagem envolvente.

    Contudo, o importante contexto identificado na margem oriental da Serra, na villa da

    Tourega (Pinto e Viegas, 1994) e a proximidade das vias que ligavam Ebora a Salacia e a

    Emerita Augusta (Saa, 1963; Bilou, 2005), bem como um conjunto de pequenas ocupaes

    rurais de poca imperial que se dispersam ao longo das linhas de gua que drenam as

    margens da Serra (Oliveira et al., 1987; Calado, 2003), relembram-nos que durante a poca

    romana, os recursos da serra (aquferos, mineiros, cinegticos e agro-pastoris) e as linhas

    de transitabilidade naturais inerentes a esta (linhas de gua e linhas de festo) no so

    negligenciados.

    Os dados disponveis para a arqueologia rural de poca medieval baseiam-

    se, essencialmente, nas prospeces de superfcie, as quais identificaram, nesta rea,

    vrios pequenos assentamentos rurais. So igualmente conhecidas duas importantes

    atalaias medievais, no Castelo do Giraldo (Pao, 1961) e no Alto do Castelinho da

    Serra (Burgess, 1998). A primeira, no Castelo do Giraldo, ocupa um destacado lugar na

    histria local por ter sido daqui que o famoso Giraldo Sem Pavor ter partido, com o seu

    exrcito, para tomar a cidade de vora aos mouros, no Outono de 1165 (Espanca, 1966).

    Menires de Vale Maria do Meio (segundo CALADO, 2005)

  • 41

    Castelo do Giraldo. Vista da paisagem envolvente

    SRP/62

    0 5cm

    SRP/25

    SRP/ 36

    SRP/ 49

    Sitio da II Idade do Ferro da Serra Pedrosa. Materiais de superficie que incluem uma pea da Idade do Ferro, de fabrico a torno e ricamente pintada. Constitui o melhor exemplar da chamada

    cermica Ibrica no concelho de vora - Seg. Mataloto, Alves e Carvalho, 2007

    Levantamento topogrfico do recinto megalitico dos Almendres, efectua-do por Pedro Alvim - Seg. Alvim, 2006

    Vista ara sobre o recinto megalitico de Vale Maria do Meio - Seg. Ca-lado, 2003

  • 42 PIERSM - Relatrio final

    Os trabalhos de campo efectuados no mbito da execuo do relatrio arqueolgico

    do PIERSM conduziram ao acrescento de mais de meia centena de novos registos base de

    dados do Sitio Monfurado (55 no total). Em simultneo com os trabalhos de prospeco,

    procedeu-se confirmao e reviso cartogrfica de stios identificados pelos trabalhos mais

    antigos, conferindo-lhes assim preciso GPS (e efectuando a recolha de novos dados crono-

    culturais, sempre que tal se revelou possvel). Este trabalho de reviso de dados anteriores

    permitiu a relocalizao, correco cartogrfica e confirmao/infirmao de dados crono-

    culturais, relativos a vrios monumentos megalticos e assentamentos pr e proto-histricos,

    romanos e medievais do Sitio Monfurado (como por exemplo a Anta dos Almendres, Anta do

    Pao, Antas da Abaneja, povoado dos Almendres, Pinheiro do Campo 3, etc.).

    Os novos dados recolhidos (que apenas vem confirmar a excepcional riqueza

    arqueolgica das paisagens do Monfurado), compreendem mais de duas dezenas de

    habitats pr e proto-histricos (com cronologias situadas entre o Neoltico Antigo e a Idade

    do Ferro), assentamentos rurais, romanos e medievais (incluindo um provvel Vicus, romano,

    de grande dimenso e com inmeras estruturas e taludes ainda visveis superfcie), quatro

    novos monumentos megalticos (duas antas e duas sepulturas proto-megalticas) bem como

    diversos outros stios e achados avulsos/dispersos, resultantes da milenar ocupao humana

    dos relevos do Monfurado.

    6 B a l a n o e c o n S i d e R a e S f i n a i S

  • 43

    Apesar de todo o sector Oeste do concelho de vora, particularmente a zona da serra

    de Monfurado, permanecer como um dos territrios mais intensamente prospectadas a nvel

    concelhio, o trabalho de prospeco selectiva continua a revelar-se eficaz e necessrio,

    numa paisagem onde cada relevo no prospectado um potencial stio arqueolgico.

    O territrio onde actualmente se enquadra o PIERSM, como j foi anteriormente

    sublinhado, , sem dvida, a mais rica paisagem arqueolgica do concelho de vora,

    destacando-se, a nvel peninsular, pela excepcionalidade, antiguidade e diversidade dos

    seus monumentos megalticos, quantidade e diacronia de espaos de ocupao pr e

    proto-histricos e pelo elevado total de stios arqueolgicos, de todos os tipos, cronologias e

    implantaes.

    O conjunto de dados, antigos e recentes, de que actualmente dispomos para este

    sector concelhio, atendendo sua diversidade, quantidade, relevncia e mesmo, em alguns

    casos, excepcionalidade, deveria ser alvo de um particular investimento, tcnico/cientfico,

    na interpretao dos mesmos, por parte dos tcnicos municipais, aquando da realizao de

    uma futura Carta Arqueolgica do Concelho de vora, tendo em vista o destaque que deve

    ser dado, nessa publicao, a uma das mais ricas e importantes paisagens arqueolgicas da

    Pennsula Ibrica.

    Este territrio constitui, a nvel concelhio e mesmo regional, um inestimvel recurso

    estratgico no domnio do turismo que, se devidamente explorado e rentabilizado, poder

    contribuir para um novo dinamismo turstico no concelho de vora, de mbito rural, cultural

    (arqueologia, histria e etnografia) e ambiental (fauna, flora e geologia) com a oferta de

    uma contrapartida de excelncia, grandemente enriquecedora e complementar ao turismo

    urbano da cidade patrimnio mundial.

  • 44 PIERSM - Relatrio final

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